38
Aula 00 Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Professor: Jonathas de Oliveira

Professor: Jonathas de Oliveira · 04 Direitos e garantias fundamentais – Parte 2. 18/05 05 Organização político-administrativo do Estado. 25/05 06 Administração Pública

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Aula 00

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB

Professor: Jonathas de Oliveira

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 2 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Caro(a) amigo(a) concurseiro(a),

É com enorme prazer que inicio este curso aqui no Exponencial Concursos. Trata-se de um curso de Direito Constitucional de teoria, jurisprudência e questões comentadas para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB).

Uma vez que, tradicionalmente, os certames organizados pela Escola Superior Fazendária (ESAF) têm exigido aprofundamento jurisprudencial, reforçamos a necessidade de adequada apresentação do entendimento das nossas principais cortes (Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça) sempre que isso se fizer necessário à correta assimilação dos tópicos.

Dito isso, passemos às apresentações.

Meu nome é Jonathas de Oliveira e minha história nos concursos se inicia aos 23 anos, quando em 2012, sem maior pretensão, fui aprovado para um concurso de nível municipal em Armação de Búzios (RJ). Alguns meses depois, dei início à minha preparação, focado desde o começo para a área fiscal. No início de 2013 fui aprovado para Oficial de Fazenda da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro e, em outubro daquele ano, para Auditor Fiscal da Receita do Estado do Espírito Santo, em 3º lugar, cargo que exerço atualmente, atuando como Parecerista no setor responsável pela preparação de processos para julgamento de processos administrativos fiscais.

Ao longo dos meus 11 meses de estudo, pude travar contato com diferentes materiais e metodologias e constatar a dificuldade que os candidatos (com as mais diversas formações – aqui, por exemplo, é um Turismólogo que vos fala!) ao almejado cargo na administração pública encontram para conciliar, resumir e esquematizar conteúdos vastos e muitas vezes demasiadamente prolixos.

É nesse sentido que a formatação deste curso visa a ser não apenas um instrumento de transmissão de informações com eficiência, eficácia e efetividade, mas também uma ferramenta metodológica ao amigo e à amiga concurseiros, contribuindo para que o estudo para concursos públicos seja feito com a maior praticidade possível, obtendo os melhores resultados, sem desperdício de tempo.

O curso apresenta mais de 200 mapas mentais (esquematizações, quadros e diagramas), a fim de estimular a fixação, assim como mais de 400 questões comentadas, optando-se por aquelas que melhor representam o estilo da banca, tanto em relação à forma, quanto ao conteúdo.

APRESENTAÇÃO

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 3 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Tradicionalmente, o concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal tem como banca organizadora a ESAF.

Essa continuidade nos auxilia bastante e propicia um excelente referencial do que podemos esperar das provas!

A partir disso, podemos traçar uma estratégia clara para conquistar a tão almejada vaga.

A disciplina Direito Constitucional faz parte da Prova 1 (P1), a qual é composta também pelas disciplinas Língua Portuguesa, Língua Estrangeira (Espanhol ou Inglês), Raciocínio Lógico-Quantitativo e Direito Administrativo.

A P1 tem um total de 70 questões com peso 1. Nesse conjunto, nossa disciplina terá 10 questões.

Para ser aprovado, o candidato precisará pontuar um mínimo de 50% por prova e não menos que 60% no total ponderado das P1 + P2 (este com peso 2).

Amigos, é de fundamental importância assegurar o maior número de pontos possíveis nas chamadas “disciplinas-núcleo” dos concursos!

Sendo recorrente na maior parte dos programas da área fiscal, a disciplina Direito Constitucional é um verdadeiro “pilar” que não pode ser negligenciado. É dela e das demais disciplinas-chave que o candidato vai extrair pontos que blindarão sua eliminação e o manterão na zona de competitividade.

Com base no último edital (2014), Vejamos quais os tópicos que a disciplina Direito Constitucional provavelmente vai englobar:

1. Teoria geral do Estado. 2. Os poderes do Estado e as respectivas funções. 3. Teoria geral da Constituição: conceito, origens, conteúdo, estrutura e classificação. 4. Supremacia da Constituição. 5. Tipos de Constituição. 6. Poder constituinte. 7. Princípios constitucionais. 8. Interpretação da Constituição e Controle de Constitucionalidade. Normas constitucionais e inconstitucionais. Legitimados. Competência dos Tribunais. Efeitos da decisão no controle de constitucionalidade. 9. Emenda, reforma e revisão constitucional. 10. Análise do princípio hierárquico das normas. 11. Princípios fundamentais da CF/88. 12. Direitos e garantias fundamentais. 13. Organização do Estado político-administrativo. 14. Administração Pública. 15. Organização dos Poderes. O Poder Legislativo. A fiscalização contábil, financeira e orçamentária. O Controle Externo e os Sistemas de Controle Interno. Tribunal de Contas da União. O Poder Executivo e o Poder Judiciário. O Ministério Público. 16. A defesa do Estado e das instituições democráticas.

Histórico e análise das provas Direito Constitucional

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 4 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

17. Da tributação e do orçamento. Sistema Tributário Nacional. Das finanças públicas. Do orçamento. 18. Da ordem econômica e financeira. 19. Da ordem social. 20. Das disposições gerais e das disposições constitucionais transitórias.

Para facilitar o planejamento e a execução dos estudos, segue um Raio-X de todo o Direito Constitucional cobrado na história recente (2005-2014) da ESAF, nas suas provas para Auditor Fiscal da Receita Federal.

O levantamento foi feito com base nos bancos de dados de diversos sites de questões comentadas.

TÓPICO PROVAS AFRFB TOTAL

2005 2009 2012 2014

(1, 2 e 10) - - - - 0

(3, 4, 5, 6, 7 e 9)

2 2 - 1 4

(8) 2 3 2 1 8

(11) 1 1 - 1 3

(12) 3 1 - - 4

(13) - - - 2 2

(14) 1 - - - 1

(15) 2 1 3 4 10

(16) - - 1 - 1

(17) - - - - 0

(18) 1 1 - 1 3

(19) 4 - - - 4

(20) - - 1 - 1

41

* Excluídas as questões anuladas. Valores arredondados.

Podemos deduzir várias coisas a partir desse raio-x. Duas delas mais nos interessam.

Em primeiro lugar, temos que, no que diz respeito à doutrina constitucional, ao capítulo da administração pública (Capítulo VII do Título III) ao título da tributação e orçamento (Título VI) e às disposições gerais e constitucionais transitórias, a tradição da ESAF é de não adensamento.

Em segundo, a incidência do conteúdo relativo ao controle de constitucionalidade e do Título IV (da Organização dos Poderes) é a mais expressiva.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 5 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Por prudência, e para facilitar a organização e contextualização dos estudos, nenhum ponto será negligenciado. De todo modo, não nos eximiremos de, vez ou outra, reforçar que alguns tópicos merecem, consideravelmente, mais empenho que outros.

Aula Tópico Data

00 Introdução ao Direito Constitucional. O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito. Estrutura da Constituição Federal de 1988. Teoria geral do Estado. Os poderes do Estado e as respectivas funções. Análise do princípio hierárquico das normas.

Disponível

01 Teoria geral da Constituição: conceito e conteúdo. Tipos de Constituição. Interpretação constitucional. Poder constituinte: emenda, reforma e revisão constitucional.

27/04

02 Controle de Constitucionalidade. Normas constitucionais e inconstitucionais. Legitimados. Competência dos Tribunais. Efeitos da decisão no controle de constitucionalidade.

04/05

03 Princípios fundamentais da CF/88. Direitos e garantias fundamentais – Parte 1.

11/05

04 Direitos e garantias fundamentais – Parte 2. 18/05

05 Organização político-administrativo do Estado. 25/05

06 Administração Pública. 01/06

07 Constituição da República Federativa do Brasil: Intervenção nos estados e municípios. Administração pública, disposições gerais e servidores públicos civis.

08/06

08 Organização dos Poderes: O Poder Legislativo. A fiscalização contábil, financeira e orçamentária. O Controle Externo e os Sistemas de Controle Interno. Tribunal de Contas da União. O Poder Executivo.

15/06

09 Organização dos Poderes: O Poder Judiciário. O Ministério Público.

22/06

10 Defesa do Estado e das instituições democráticas. Sistema Tributário Nacional.

29/06

11 Das finanças públicas. Do orçamento. Da ordem econômica e financeira.

06/07

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 6 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

12 Da ordem social. 13/07

13 Das disposições gerais e das disposições constitucionais transitórias.

20/07

14 Lista de exercícios completa 27/07

Então, guerreiros e guerreiras... Seguindo a estrutura acima, poderemos explorar, com o devido aprofundamento, todos os pontos da disciplina, ponderando cada qual de acordo com sua incidência nos certames passados e perspectiva para as próximas provas.

Mãos à obra!

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 7 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Assunto Página

1- Introdução ao Direito Constitucional 08

2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito 09

3- Estrutura da Constituição Federal de 1988 10

4- Conceitos de teoria geral do Estado e os Poderes do Estado

14

4.1- Conceito e elementos de Estado 14

4.2- Poderes e funções do Estado 15

4.3- Formação e formas de Estado 19

4.4- Formas e regimes de governo 22

5- Princípios do Estado Democrático de Direito e análise do princípio hierárquico das normas

27

5.1- Princípios e regras 27

5.2- Princípios do Estado democrático de direito na doutrina 28

6- Questões comentadas 31

7- Lista de exercícios 34

8- Gabarito 38

9- Referencial Bibliográfico 38

Olá concurseiros e concurseiras!

Tendo sido feita a devida apresentação, daremos largada ao nosso curso de Direito Constitucional voltado para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal.

Conforme previamente mencionado, os aspectos teórico-doutrinários de Direito Constitucional não costumam ser cobrados com rigor elevado.

Ainda assim, faz-se necessária a abordagem prática do tema, tanto para evitarmos surpresas desagradáveis no momento da prova (em último caso, a banca tem discricionariedade para “inovar”) quanto para contextualizarmos os próximos tópicos. Comecemos!

Aula 00 – Introdução ao Direito Constitucional. O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito. Estrutura da Constituição Federal de 1988. Teoria geral do Estado. Os poderes do Estado e as respectivas funções. Análise do princípio hierárquico das normas.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 8 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Conforme anota o grande jurista José Afonso da Silva, o Direito é um sistema normativo, ou seja, do qual extraímos regras e princípios imperativos de conduta. Este sistema é composto de unidades estruturais (ramos) organicamente dispostas.

A doutrina majoritária compreende que a subdivisão da ciência jurídica reveste-se de importância prática para seu ordenamento e estudo. Porém, em última análise, o Direito é uno.

Assim é que, o Direito Administrativo, o Direito Tributário, o Direito Financeiro, dentre outros ramos do denominado Direito Público, muito embora apresentem especificidades quando comparados aos ramos do dito Direito Privado – Civil e Empresarial, por exemplo –, abrigam-se sob um mesmo arranjo lógico-normativo: “O” Direito.

É importante que se visualize tal unidade, por exemplo, para uma melhor articulação e compreensão de regras e princípios (a distinção será vista logo adiante) que dão sustentação aos “diferentes” ramos, dando-lhes a adequada interpretação e harmonização.

E o que é o Direito Constitucional?

Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que tem por objeto a Constituição dos Estados nacionais.

No momento oportuno, apresentaremos os diferentes sentidos e tipologias que a palavra “Constituição” pode assumir. No entanto, em sentido jurídico – aquele a que devemos dar mais atenção – a Constituição é o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais.

No plano jurídico-positivo (o Direito vigente, que rege nosso dia a dia), a nossa Constituição Federal de 1988, situa-se no topo da pirâmide normativa. Essa pirâmide é um recurso visual consagrado por Hans Kelsen e que traduz o princípio da supremacia da Constituição. Em última instância, é à Constituição que todo o agir público se reporta, numa relação de verticalidade hierárquica.

Por exemplo, imagine-se o seguinte caso. A Constituição Federal atribui competência exclusiva à União para a instituição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Pois bem, todos os atos subsequentes em relação ao IPI não podem afrontar, ativa ou omissivamente, as diretrizes e limites dispostos pela Constituição, sob pena de incorrerem em inconstitucionalidade. A Constituição é suprema!

Assim, não poderia lei municipal instituir o tributo. Tampouco poderia norma federal infraconstitucional (hierarquicamente, “abaixo da Constituição”) estabelecer a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias aos seus dispositivos (o que exige lei em sentido estrito, conforme dispõe o

1- Introdução ao Direito Constitucional

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 9 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Código Tributário Nacional, recepcionado em sua quase totalidade pela CF/88, com status de lei complementar).

Perceba-se que todo o corpo legislativo (e o agir público é vinculado à existência de lei prévia que o autorize) extrai seu fundamento de validade da Lei Maior, a Constituição Federal. Visualizando a conexão entre os dois extremos, teríamos, portanto, a seguinte relação de HIERARQUIA:

A esquematização DIDÁTICA do Direito, assim como tudo o mais nesta ciência, não é unânime entre os autores. De todo modo, numa abordagem pragmática, podemos propor as seguintes especializações:

* Não é necessário memorizar o diagrama acima. Vamos focar na compreensão!

Norma Hipotética Fundamental

Constituição Federal 1988

Lei federal

Atos normativos infralegais

DIREITO

Direito Público

Direito PúblicoInterno

D. Constitucional

D. Administrativo

D. Tributário

D. Financeiro

D. Econômico

D. Processual

D. Penal

D. Urbanístico

Direito Público Externo

Direito Internacional

Público

Direito Difuso/Social

D. do Trabalho

D. Ambiental

D. Previdenciário

Direito Privado

D. Civil

D. Empresarial

D. InternacionalPrivado

2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito

É a ideia lógica que sustenta o plano jurídico-

positivo

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 10 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

O Direito Constitucional é, portanto, ramo do Direito Público. As diferenças fundamentais entre o Direito Público e o Direito Privado podem ser sintetizadas da seguinte forma:

OBSERVAÇÃO: Alguns autores, como Pedro Lenza (2012), chamam a atenção para a progressiva superação da supracitada dicotomia Direito Público vs Direito Privado.

Fato é que, no atual Estado Democrático de Direito em que vivemos, observa-se uma TENDÊNCIA de supremacia dos direitos fundamentais sobre os direitos particulares estruturados pelo Direito Privado, notadamente pelo Direito Civil.

Por exemplo, o Código Civil sofre um processo de descodificação tendo como contrapartida a criação de microssistemas (como o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto do Idoso, dentre outros). Estes, por sua vez, extraem seu fundamento de validade diretamente dos direitos fundamentais expressos na Constituição.

Assim, mesmo as relações entre particulares, tradicionalmente regidas pelo Direito Privado (como aquelas delineadas no Código Civil) e pela supremacia do interesse dos particulares, não estariam, por exemplo, isentas da força normativa dos direitos fundamentais assegurados pela Carta Magna.

A Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, compreende um preâmbulo, nove títulos (divididos em, respectivamente,

DIREITO PÚBLICO

• Supremacia do interessepúblico sobre o privado

• Eficácia vertical: a produção deefeitos se dá no sentido Estadox Particular

• Indisponibilidade dointeresse público (não hávontade livre do administrador,este deve sempre agir em proldo bem comum)

• Normatização (relaçõesjurídicas regidas por normasdotadas de generalidade eabstração)

DIREITO PRIVADO

• Equivalência dos interessesprivados

• Eficácia horizontal: a produçãode efeitos se dá no sentidoParticular x Particular

• Disponibilidade do interesseprivado (autonomia de vontade;os particulares, desde querespeitada a legalidade, sãolivres em seu agir)

• Contratualização (relaçõesjurídicas regidas,fundamentalmente, por contratosestabelecidos entre as partes)

3- Estrutura da Constituição Federal de 1988

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 11 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

capítulos, seções e subseções), além do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).

OBSERVAÇÃO:

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Importante notar que a doutrina majoritária entende que o preâmbulo reflete um posicionamento político-ideológico do poder constituinte, porém não jurídico.

E o que isso significa?

Por exemplo, sendo instado a examinar se a invocação da “proteção de Deus” seria ou não norma de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais (CE) e Leis Orgânicas (LO) do Distrito Federal e dos Municípios, o STF se manifestou contrário a um discutível caráter normativo do preâmbulo da CF/88 (ADI 2.076/AC). Ou seja, as CE e LO não precisam invocar a “proteção de Deus”. O preâmbulo não carrega regras e princípios.

(FCC / Promotor do Ministério Público-CE / 2011) A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente:

a) é inconstitucional.

b) é ilícita.

c) não tem força normativa.

d) não foi recepcionada pelo texto constitucional.

e) é expressão de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais.

Resolução: Alternativa C. Questão simples de uma temática já pacificada pelo STF, conforme exposto acima.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 12 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Esquematicamente, e desconsiderando as subdivisões dos Títulos, temos a seguinte anatomia constitucional:

PREÂMBULO

TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais (art. 1º a 4º)

TÍTULO II– Dos Direitos e Garantias Fundamentais (art. 5º a 17)

TÍTULO III – Da Organização do Estado (art. 18 a 43)

TÍTULO IV – Da Organização dos Poderes (art. 44 a 135)

TÍTULO V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas (art. 136 a 144)

TÍTULO VI – Da Tributação e Orçamento (art. 145 a 169)

TÍTULO VII – Da Ordem Econômica e Financeira (art. 170 a 192)

TÍTULO VIII – Da Ordem Social (art. 193 a 232)

TÍTULO IX – Das Disposições Constitucionais Gerais (art. 233 a 250)

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (art. 1º a 97)

(ESAF / Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil / Área de Auditoria / 2000 / Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

As normas da Constituição de 1988 dispostas no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias são insuscetíveis de ser revogadas ou emendadas e não se definem como normas formalmente constitucionais.

Resolução: Errada. O ADCT é sim passível de emendamento (um exemplo são as sucessivas prorrogações das características da Zona Franca de Manaus) e define-se como formalmente constitucional, tanto como os demais trechos da Carta Magna.

Em provas da área fiscal, particularmente para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal, reveste-se de fundamental importância ponderar o peso de cada conteúdo em comparação com sua extensão, energia para assimilação e incidência nas provas (vide o raio-x). É desse modo que o candidato saberá como deve focar a maior parte da sua carga de leitura e de resolução de exercícios, qual o custo x benefício de cada trecho da CF/88.

Natureza político- ideológica

Natureza jurídica

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 13 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Vale ainda notar que o texto constitucional sofreu diversas alterações desde sua promulgação. Modificações estas, fruto dos poderes constituintes derivados de revisão (esgotado) e de reforma, conceitos a serem abordados mais adiante. Além disso, embora não promova mudança físico-formal da Carta Magna, destaque-se o fenômeno da mutação constitucional, conferindo-lhe novos sentidos interpretativos.

Por fim, podemos analisar a Constituição sob mais um aspecto.

Na lição de José Afonso da Silva, de acordo com sua finalidade, as normas constitucionais podem ser agrupadas em cinco categorias de elementos:

(FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual – RJ / 2008) São elementos orgânicos da Constituição:

a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais.

ELEM

EN

TO

S

CO

NS

TIT

UC

ION

AIS

Elementos orgânicos

Contidos nas normas que regulam a estrutura do Estado e dos Poderes e o sistema de governo. Na Constituição de 1988, concentram-se nos Títulos III (Da Organização do Estado), IV (Da Organização

dos Poderes e do Sistema de Governo), Capítulos II e III do Título V (Das Forças Armadas e da Segurança

Pública) e VI (Da Tributação e do Orçamento)

Elementos limitativos

Contidos nas normas relativas aos direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais, direitos de nacionalidade, direitos

políticos e democráticos. Concentram-se no Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais),

excetuando-se o Capítulo II (Direitos Sociais)

Elementos sócio-ideológicos

Contidos nas normas que traduzem o compromisso de cunho intervencionista do

Estado Social Democrático . Concentram-se no Capítulo II do Título II e nos Títulos VII (Da Ordem Econômica e Financeira) e VIII (Da Ordem Social)

Elementos de estabilização constitucional

Contidos nas normas destinadas a garantir a solução de conflitos constitucionais, a defesa da

Constituição, do Estado e das instituições democráticas. Representam instrumentos de defesa do Estado e da paz social. Concentram-se no art. 102,

I, “a” (ação de inconstitucionalidade); arts. 34 a 36 (Da Intervenção); arts. 59, I, e 60 (Processos de

emendas à Constituição); arts. 102 e 103 (Jurisdição constitucional); Título V (Da Defesa do Estado e das

Instituições Democráticas, especialmente o Capítulo I, que trata do estado de defesa e do estado de sítio,

uma vez que os Capítulos II e III do Título V tipificam-se como elementos orgânicos)

Elementos formais de aplicabilidade

Contidos nas normas que traduzem regras de aplicação da Constituição. Concentram-se no

preâmbulo (embora este não tenha força normativa por si só), no ADCT e no art. 5º, § 1º, que estabelece

que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 14 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

b) a divisão dos poderes e o sistema de governo.

c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais.

d) as forças armadas e a nacionalidade.

e) a segurança pública e a intervenção.

Resolução: Alternativa B. Fácil, não é pessoal? Basta recordar que os elementos orgânicos são aqueles que compõem a regulação da organização e funcionamento do Estado.

Vamos brevemente elucidar alguns conceitos que, vez ou outra as bancas colocam no nosso caminho.

Seguindo a lição de Cicco e Gonzaga (2008), podemos conceituar Estado como instituição organizada, política, social e juridicamente, a qual ocupa um território definido e é regida por uma lei maior, usualmente na forma de Constituição. Ademais, é dirigida por um governo soberano, reconhecido interna e externamente ao território e responsável pela organização e controle social, uma vez que detém a competência legítima do uso da força e da coerção.

Destacam-se nessa definição três elementos: povo, território e governo.

(NCE-UFRJ / Agente Executivo da CVM / 2008) O Estado constitui-se de três elementos originários e indissociáveis - Povo, Território e Governo soberano - que se referem respectivamente:

Elementos do Estado

Povo Governo Território

4.1- Conceito e elementos de Estado

4 - Teoria geral do Estado. Os poderes do Estado e as respectivas funções.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 15 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

a) ao componente humano do Estado; o elemento condutor do Estado; a base física do Estado;

b) ao componente humano do Estado; a base física do Estado; o elemento condutor do Estado;

c) à base física do Estado; o componente humano do Estado; o elemento condutor do Estado;

d) ao elemento condutor do Estado; o componente humano do Estado; a base física do Estado;

e) ao elemento condutor do Estado; a base física do Estado; o componente humano do Estado.

Resolução: Alternativa B. Advirta-se que povo não é sinônimo de população. Povo é a parcela da população vinculada política e juridicamente ao Estado.

A finalidade maior do Estado é a promoção do bem comum.

Mas quem detém originariamente o poder no Estado? Segundo a Constituição Federal, “todo o poder emana do povo” (CF/88, art. 1º, parágrafo único). Tal poder é “dividido” (temos então, não mais um único poder, mas Poderes1) e manifestado por meio de diferentes funções, ou seja, “especializações” do agir do Estado.

Na maior parte das democracias contemporâneas prepondera a teoria (abrandada) de Montesquieu, a denominada teoria da tripartição de Poderes, tipicamente identificados como Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.

1 Para fins didáticos, entenda-se tal afirmação como integralmente correta. No entanto, em última análise, advirta-se que o poder político é uno. A dita separação de poderes nada mais é que uma abordagem de cunho funcional.

Além da unicidade, são tidas como características do poder político a imprescritibilidade (a possibilidade de se exercê-lo não é extinta com o tempo) e a indelegabilidade (o exercício do poder é delegável a representantes, mas sua titularidade – o poder emana do povo – não).

Poderes do Estado

Executivo Legislativo Judiciário

4.2- Poderes e funções do Estado

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 16 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

É o caso brasileiro, como podemos extrair da Constituição (e aplicar por simetria aos demais entes subnacionais2):

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

(ESAF / Analista de Finanças e Controle da CGU / Área de Auditoria e Fiscalização /2006 / Adaptada) Sobre Teoria Geral da Constituição, Poderes do Estado e suas respectivas funções e Supremacia da Constituição, julgue a assertiva a seguir.

O poder político de um Estado é composto pelas funções legislativa, executiva e judicial e tem por características essenciais a unicidade, a indivisibilidade e a indelegabilidade.

Resolução: Correta. Como vimos, além de ser uno, o poder político é imprescritível (não se estingue com o tempo) e é indelegável (mas sua titularidade não pode ser transmitida a quem não lhe é de direito).

No Brasil, o supracitado abrandamento é perfeitamente estabelecido, dentre outros fatores, uma vez que cada Poder incorpora, além de uma ou mais função típica, outras funções atípicas. Vejamos.

Poder Funções típicas Funções atípicas

Executivo

1- Provimento direto de bens e

serviços públicos, atos de

administração, chefia de Estado e

de governo

- Legislar: por exemplo, na edição de medidas provisórias (art. 62) e leis delegadas (art. 68)

- Julgar: por exemplo, instaurando, inquirindo e julgando processos administrativos disciplinares (em âmbito federal, lei 8.112/90, art. 151)

Legislativo

1- Elaboração de leis

2 - Fiscalização contábil,

financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do

- Executar: por exemplo, ao dispor sobre sua organização, funcionamento, funções de serviços e criação de cargos (art. 51, IV e art. 52, XIII)

- Julgar: por exemplo, a Câmara dos Deputados autoriza (art. 51, I) e o Senado Federal julga o Presidente e outros agentes políticos nos crimes de

2 A exceção parcial é o Judiciário. Inexiste organização de tal Poder por ente municipal.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 17 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Poder Executivo responsabilidade (art. 52, I)

Judiciário

1- Instituir a coisa julgada com base na aplicação da

legislação

- Executar: por exemplo, os tribunais organizam suas secretarias e serviços auxiliares, proveem cargos necessários à administração da Justiça, concedem férias, licenças e outros afastamentos a seus membros (art. 96, I)

- Legislar: por exemplo, os tribunais elaboram seus regimentos internos (art. 96, I, “a”).

Atente-se que o Poder Legislativo é o único que possui duas funções típicas, quais sejam, legislar e fiscalizar diretamente (sem necessidade de provocação) o Poder Executivo.

Além disso, outro fator nos permite visualizar que a tripartição de Poderes não é algo estanque.

A nossa Constituição (assim como outras) estabelece mecanismos de freios e contrapesos, de controle recíproco entre os Poderes, de modo que há evidente interpenetração no agir do Estado, evitando a arbitrariedade e proporcionando maior equilíbrio a este.

Deste modo, muito embora o art. 2º da Carta Maior assegure a independência dos Poderes, mais correto é compreender nosso Estado como um sistema caracterizado pela interdependência dos Poderes. Um exemplo prático é a possibilidade de veto conferida ao Presidente da República nos processos legislativos que lhe são submetidos à deliberação (art. 66).

(CESPE / Polícia Rodoviária Federal / 2013) No que se refere aos princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (CF) e à aplicabilidade das normas constitucionais, julgue o item a seguir.

Decorre do princípio constitucional fundamental da independência e harmonia entre os poderes a impossibilidade de que um poder exerça função típica de outro, não podendo, por exemplo, o Poder Judiciário exercer a função administrativa.

Resolução: Errado. A independência dos Poderes não se confunde com a completa segregação destes. Muito pelo contrário. No Brasil, a separação entre Executivo, Legislativo e Judiciário se dá de forma abrandada. Disso deriva a possibilidade de que, além de suas funções típicas, cada qual exerça funções atípicas correlatas aos demais.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 18 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

(FCC / Técnico Judiciário do TRE SP / Área Administrativa / 2012) O mecanismo pelo qual os Ministros do Supremo Tribunal Federal são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pelo Senado Federal, decorre do princípio constitucional da:

a) separação de poderes.

b) soberania.

c) cidadania.

d) inafastabilidade do Poder Judiciário.

e) solução pacífica dos conflitos.

Resolução: Alternativa A. Perceba-se que o mecanismo de freios e contrapesos advém do princípio da separação de poderes expresso no art. 2º da CF/88. Os demais itens caracterizam princípios fundamentais, coordenando fundamentos (soberania e cidadania), princípios do Estado referentes a regras processuais (inafastabilidade do Poder Judiciário) e princípios nas relações em âmbito internacional (solução pacífica dos conflitos) e serão tratados detidamente na aula 03.

(FCC / Auditor Fiscal Tributário Municipal - SP / 2007) A separação de poderes é um critério funcional de limitação de poder:

a) incompatível com o Estado Democrático de Direito.

b) compatível com os Estados organizados como federações.

c) incompatível com os Estados regidos por constituições rígidas.

d) compatível com as monarquias absolutistas.

e) incompatível com os Estados unitários descentralizados.

Resolução: Alternativa B. Basta ter em mente que o Brasil é um Estado Democrático de Direito que se qualifica como federação (CF/88, art. 1º) e aqui predomina a separação de poderes (CF/88, art. 2º).

IMPORTANTE!! Não se pode confundir a existência de funções atípicas com o mecanismo de freios e contrapesos. A existência de funções atípicas implica num maior dinamismo da atuação de cada um dos três poderes, os quais exercem atribuições complementares às suas principais. Já o mecanismo de freios e contrapesos cuida diretamente da articulação dos poderes entre si em prol das finalidades do Estado.

(FCC / Auditor Fiscal Tributário Estadual – PB / 2006 / Adaptada) Considera-se exemplo do mecanismo de freios e contrapesos, que

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 19 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

caracteriza a divisão de funções entre os órgãos do poder na Constituição brasileira de 1988, a:

a) nomeação pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

b) possibilidade de adoção, pelo Presidente da República, de medidas provisórias, com força de lei.

c) possibilidade de Deputado Federal ou Senador ser investido em cargo de Ministro de Estado, sem perder o respectivo mandato.

d) autorização, concedida pelo Congresso Nacional ao Presidente da República para exercer atribuição legislativa limitada no objeto e no tempo.

Resolução: Alternativa A. Em sua essência, nenhuma das alternativas apresenta informações incorretas. Porém, esta é a única que aborda o supracitado mecanismo.

A alternativa “B” trata de uma função atípica do Poder Executivo, não de mecanismos de controle entre os Poderes. O item “C” versa sobre uma das prerrogativas legais (art. 56, I) dos Deputados Federais e Senadores. O item “D” versa sobre o instituto das leis delegadas (delegação legislativa ou delegação receptícia) (art. 68).

Os Estados são centros de poder soberano. Sumariamente, podem ser classificados, sob esse aspecto, em Estados simples – nos quais há apenas um centro, como o Brasil – e Estados compostos – nos quais há coexistência de centros, como a commonwealth. Aqui, a análise é focada nos Estados simples.

A formação de Estados se dá por basicamente três modos:

Em concursos públicos (das mais diversas áreas), as questões quase sempre têm como ponto de partida o modelo secundário.

Formação de Estados (modos)

ORIGINÁRIO

Ocorre por meio da conjunção inédita dos elementos território, população e

governo. Não se verifica na idade contemporânea.

Ex: Atenas

SECUNDÁRIO

Ocorre por meio da desagregação ouagregação de Estados previamente

constituídos.

Ex: Estados Unidos da América

DERIVADO

Se processa quando o novo Estadosurge mediante concessão de outro Estado. O estado concedente continha

territorialmente o Estado derivado.

Ex: Israel

4.3- Formação e formas do Estado

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 20 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

No que diz respeito à forma de Estado, encontramos dois modelos fundamentais, quais sejam: o Estado unitário e a Federação.

O Estado unitário é caracterizado pela existência de uma única organização política nacional. Muito embora existam variedades mais flexíveis desse tipo, regra geral, não há aqui a existência de diferentes níveis de governo (federal, estadual, distrital, metropolitano, municipal, etc.). Ou seja, a organização político-administrativa não compreende esferas autônomas.

Por sua vez, a federação resulta do vínculo indissolúvel3 (vide art. 1º da CF/88) entre unidades autônomas (porém, não soberanas). Essa organização político-administrativa compreende esferas de governo distintas e descentralizadas, dotadas de competências muitas vezes exclusivas ou privativas, no entanto, normatizadas por uma mesma Constituição Federal. Trata-se do caso brasileiro.

“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. [...]”

(FCC / Técnico Judiciário do TRT da 3ª Região / Área Judiciária / 2005) O Brasil, segundo dispõe a Constituição, adota a forma de Estado:

a) federal, descentralizada por regiões e estados.

b) unitária centralizada.

c) unitária descentralizada.

d) confederada.

e) federal.

Resolução: Alternativa E. Questão tranquila. Como regra, as bancas tendem a cobrar tais conceitos de forma bastante direta, sem muito rebuscamento.

3 CF/88, art. 60 [...] § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; [...]

Formas de Estado

Estado unitário Federação

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 21 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Por fim, cumpre destacar a existência de diferentes tipologias de federalismo, de acordo com a perspectiva assumida. Três grupos são de maior relevância:

(CESPE / Administrador da SUFRAMA / 2014) Julgue o item a seguir, acerca da organização político-administrativa do Estado, da administração pública e dos servidores públicos.

De acordo com a CF, as atribuições dos entes federativos são de tal modo separadas que caracterizam um federalismo dual, ou seja, cada ente da Federação brasileira tem competências distintas, não se podendo falar em cooperação entre eles.

Resolução: Errado. Questão bastante simples. O Brasil é caracterizado por um modelo de repartição de competências entre os entes no qual, ao mesmo tempo em que se visualizam competências exclusivas e privativas, existe um leque de atribuições concorrentes e comuns que demandam expressamente um esforço conjunto entre estes, pendente, pois, para um modelo cooperativo.

(FCC / Notário e Registrador – TJ PE / Remoção / 2013) Em relação à possibilidade de aplicação do conceito de federação assimétrica ao Brasil, é correto afirmar:

a) A concepção inclui a ideia de simetria de fato entre os componentes da federação, como a criação de regiões de desenvolvimento.

Federalismo

Simétrico vs Assimétrico

Grau de compatibilidade

econômica, política, social e cultural entre os entes federados.

Quanto mais homogêneos tais fatores

se apresentam no território e entre a população, mais

simétrico o federalismo.

Cooperativo vs Dual

Configuração da repartição de

competências entre os entes federados e sua

articulação.

Quanto mais rígida tal repartição, mais dual o federalismo. Por outro lado, havendo maior interpenetração de

atribuições, por meio de competências

concorrentes ou comuns, mais cooperativo será o

federalismo.

Por agregação vs Por desagregação

Formação do Estado federado.

No federalismo por agregação, Estados antes soberanos vinculam-se para formar um novo

Estado indissolúvel. Os entes passam a ter

autonomia (a soberania é da União). Já no federalismo por

desagregação, um Estado antes unitário reconfigura

sua estrutura político-administrativa, tornando-a

descentralizada

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 22 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

b) O conceito compreende a noção da simetria de direito para corrigir e compensar a estrutura da federação, v.g., a fixação de benefícios legais na área tributária.

c) A diferença entre os entes federados no Brasil pode ocorrer tanto na área social, como na econômica.

d) Os elementos da federação assimétrica não são aplicáveis à realidade nacional diante da determinação constitucional que a federação é indissolúvel, não há permissão a secessão.

e) A assimetria somente pode ser transitória e pressupõe um tratamento desigual para corrigir desigualdades.

Resolução: Alternativa C. É o conceito de federalismo assimétrico. A própria Constituição Federal reconhece a existência de discrepâncias entre as regiões. Não por acaso, estatui, por exemplo:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: [...]

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; [...]

e

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.

Segundo Canotilho (1993), ao tratarmos das formas de governo, estamos analisando a lógica da estruturação jurídico-constitucional dos poderes, órgãos e agentes constitucionais de soberania. Abordamos uma questão de cunho institucional, em que se deseja saber como o Estado se organiza para a coordenação de Poderes e exercício de suas funções com vistas à consecução do bem comum.

O Estado contém o governo, porém o contrário não é verdadeiro. O governo é um dos elementos constitutivos do Estado e, enquanto governos são arranjos temporários, Estados são, em tese, estruturas permanentes.

A classificação mais comum é a que compreende como formas fundamentais a monarquia e a república.

4.4- Formas e regimes de governo

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 23 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

De acordo com Farias Neto (2011), podemos apontar como características distintivas de cada qual:

O Brasil é uma República Federativa, de acordo com disposição constitucional expressa.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...]

(ESAF / Analista Tributário da Receita Federal do Brasil / Área Tributária e Aduaneira / 2006 / Adaptada) Sobre princípios fundamentais na Constituição de 1988, julgue a assertiva a seguir.

Em função da forma de governo adotada na Constituição de 1988, existe a obrigação de prestação de contas por parte da administração pública.

Resolução: Correta. Trata-se de umas características centrais do conceito de República. Uma vez que a coisa é pública, os governantes devem prestar contas dos seus atos de governo à população.

(FCC / Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - SP / 2010) Considere:

Formas de Governo

Monarquia República

MONARQUIA

• Vitaliciedade• Hereditariedade

• Irresponsabilidade política do Chefe de Estado (não há prestação de contas das

decisões ou crime de responsabilidade)

REPÚBLICA

• Temporariedade• Eletividade

• Responsabilidade política do Chefe de Estado (há prestação de contas das decisões e crime

de responsabilidade)

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 24 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

I. O Brasil é uma República, adotada desde 15 de novembro de 1889, consagrada na Constituição de 1891, e em todas as constituições subsequentes. II. O Brasil é uma federação composta pela União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios.

Essas afirmações dizem respeito, técnica e respectivamente, às formas de:

a) regime político e governo.

b) estado e de governo.

c) governo e de estado.

d) separação de poderes e de governo.

e) estado e de regime político.

Resolução: Alternativa C. Viram, pessoal? Esse é o estilo FCC para esse conteúdo.

Por sua vez, na análise relativa aos regimes de governo (ou sistemas de governo), busca-se primordialmente identificar a forma de relacionamento entre os Poderes Legislativo e Executivo. Desse exame, encontramos dois regimes principais: o parlamentarismo e o presidencialismo.

Temos como características centrais de ambos:

Regimes/Sistemas de Governo

Parlamentarismo Presidencialismo

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 25 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

(ESAF / Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil / Área de Auditoria / 2000) De uma Constituição que adota uma chefia dual do Executivo, com um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, em que a permanência deste no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, pode-se dizer que adota característica típica do:

a) Bicameralismo

b) Estado unitário

c) Federalismo de equilíbrio

d) Presidencialismo

e) Parlamentarismo

Resolução: Alternativa E.

Observe-se que a questão nos indaga sobre o sistema de governo em caráter dual. De antemão, podemos descartar as alternativas “B” e “C”, pois tratam de conceitos relativos à forma de Estado.

No mais, o bicameralismo diz com a estruturação do Poder Legislativo, devendo ser descartada também a opção “A”.

(ESAF / Agente Executivo da CVM / 2010) Correlacione as colunas abaixo e, ao final, selecione a opção que expresse a correlação correta.

PARLAMENTARISMO

• Poder Executivo dual: distinçãoentre Chefe de Estado e Chefe deGoverno

• Elevada interdependência dosPoderes Executivo e Legislativo

• Existência de um órgão executivo(gabinete de Ministros) dirigido peloPrimeiro Ministro (chefe degoverno), cujos atos sãoreferendados pelo Parlamento

• Possibilidade permanente dedissolução do gabinete e doParlamento

• É compatível com a formamonárquica e com a republicana

PRESIDENCIALISMO

• Poder Executivo uno: não hádistinção entre Chefe de Estado eChefe de Governo

• Relativa autonomia do Executivoe do Legislativo na condução desuas funções típicas

• As funções executivas centraiscabem à figura do Presidente daRepública, não havendointerferêcia direta do Parlamento.Os Ministros de Estado podem sernomeados e exoneradosdiscricionariamente (ad nutum)

• Não há possibilidade dedissolução do Parlamento semeleições gerais

• Na prática, compatível apenas coma forma republicana

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 26 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

( ) República (1) Forma de Governo

( ) Estado Unitário (2) Sistema de Governo

( ) Parlamentarismo (3) Forma de Estado

( ) Federação

( ) Monarquia

( ) Presidencialismo

a) 1, 2, 3, 1, 2, 3

b) 1, 3, 2, 3, 1, 2

c) 3, 1, 2, 1, 2, 3

d) 2, 3, 1, 2, 3, 1

e) 3, 2, 1, 2, 1, 3

Resolução: Alternativa B. Questão ilustrativa que resume o que foi visto até agora. Formas de Governo: República e Monarquia. Sistemas de Governo: Parlamentarismo e Presidencialismo. Formas de Estado: Estado Unitário e Federação.

(ESAF / Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – RN/ 2005) Sobre Poderes do Estado e respectivas funções, formas de Estado e formas e sistemas de governo, marque a única opção correta.

a) A adoção do princípio de separação de poderes, inspirado nas lições de Montesquieu e materializado na atribuição das diferentes funções do poder estatal a órgãos diferentes, afastou a concepção clássica de que a unidade seria uma das características fundamentais do poder político.

b) O Estado unitário distingue-se do Estado federal em razão da inexistência de repartição regional de poderes autônomos, o que não impede a existência, no Estado unitário, de uma descentralização administrativa do tipo autárquico.

c) Em um Estado federal temos sempre presente uma entidade denominada União, que possui personalidade jurídica de direito público internacional, cabendo a ela a representação do Estado federal no plano internacional.

d) O presidencialismo é a forma de governo que tem por característica reunir, em uma única autoridade, o Presidente da República, a Chefia do Estado e a Chefia do Governo.

e) Sistema de governo pode ser definido como a maneira pela qual se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados.

Resolução: Alternativa B.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 27 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

O item “A” peca ao afirmar que a separação de poderes (divisão funcional) afasta a unicidade do poder político. Conforme observado previamente, o poder político é uno.

A respeito do item “C”, destaque-se que não é a União, pessoa jurídica de direito público interno (Código Civil, art. 41, I), mas sim a República Federativa do Brasil que representa a federação em âmbito internacional, como se pode extrair da CF/88, art. 4º.

O item “D” contém uma pegadinha comum: o presidencialismo é regime/sistema de governo, não forma!!! O mesmo ocorre com o item “E”, ao apresentar a definição de forma de governo como sendo a de sistema. ATENÇÃO!

Previamente destacamos que, em seu sentido jurídico, a Constituição é o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais.

A doutrina contemporânea convencionou classificar o “gênero” normas em “espécies”, quais sejam: princípios e regras.

Conforme expõem Mendes e Branco (2010), analisando especialmente as contribuições teóricas de Ronald Dworkin e Robert Alexy, algumas características distintivas entre tais espécies são:

NORMAS

PRINCÍPIOS REGRAS

- Ponderação;

- Dimensão de peso e valor;

- Instrumentos de otimização;

- Havendo conflito aparente entre princípios, a solução deverá se dará pelo prevalecimento de um sobre o outro no caso concreto.

- Tudo ou nada;

- Dimensão de especificidade;

- Instrumentos de definição;

- Havendo conflito entre regras, a solução deverá ser buscada, sucessivamente, pelos critérios:

(i) Hierárquico;

(ii) de Especialidade; HEC

(iii) Cronológico.

ou pelo afastamento de uma delas ou pela derrota (superação) de uma delas ou pela declaração de invalidade (total ou parcial) de uma delas.

5.1- Princípios e regras

5- Princípios do Estado Democrático de Direito e análise do princípio hierárquico das normas

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 28 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

(FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual – RJ / 2008) Havendo conflito aparente entre princípios, a situação será resolvida pela dimensão:

a) de validade.

b) de eficácia.

c) de vigência.

d) de valor.

e) política.

Resolução: Alternativa D. Observe-se que o conflito é meramente aparente, conforme expõe o enunciado. Mais adiante veremos que isso decorre de um princípio maior: o da unidade da Constituição.

Podemos apontar a primorosa conceituação elaborada por Celso Antônio Bandeira de Mello (2000, 450-451), para o qual o princípio é [...] “mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico”.

Por outro lado, pedimos vênia para conceituar regra como uma disposição específica que estabelece parâmetros objetivos de operacionalização num determinado sistema jurídico, visando a dotá-lo de certos padrões práticos gerais.

Não há um conceito a ser memorizado. No entanto, ter tal distinção em mente é importante na compreensão de diversos pontos da matéria. Por exemplo, ao estudarmos a tarefa de hermenêutica (interpretação) das normas constitucionais.

Fecharemos a aula com um tópico do edital que dificilmente é cobrado por alguma banca.

Os referidos princípios encontram-se esparsos pelo texto constitucional. Ressalte-se, ainda, a existência de outros princípios complementares (como aqueles que regem mais especificamente a administração pública), presentes não apenas na Carta Maior como na legislação infraconstitucional.

Adotando a lição de José Afonso da Silva (2005, p. 122), temos:

5.2- Princípios do Estado Democrático de Direito na doutrina

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 29 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

(ESAF / Analista Tributário da Receita Federal do Brasil / Área Tributária e Aduaneira / 2006 / Adaptada) Sobre princípios fundamentais na Constituição de 1988, marque a única opção correta.

a) Em função da forma de governo adotada na Constituição de 1988, existe a obrigação de prestação de contas por parte da administração pública.

b) Por ser o Brasil uma federação, é reconhecida, na Constituição brasileira, a autonomia de Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios.

c) Em razão da independência funcional, um dos elementos essenciais do princípio de separação dos poderes, o exercício das funções que integram o poder político da União é exclusivo.

d) Segundo a doutrina, não se constitui em um princípio do Estado Democrático de Direito o princípio da constitucionalidade, o qual estaria ligado apenas à noção de rigidez constitucional.

PR

INC

ÍPIO

S

(est

ado d

emocr

átic

o d

e dirie

to)

constitucionalidade

exprime, em primeiro lugar, que o Estado Democrático de Direito se funda na legitimidade

de uma Constituição rígida, emanada da vontade popular, que, dotada de supremacia,

vincule todos os poderes e os atos deles provenientes, com as garantias de atuação livre

de regras da jurisdição constitucional

democráticonos termos da Constituição, há de constituir

uma democracia representativa e participativa, pluralista, e que seja a garantia

geral da vigência e eficácia dos direitos fundamentais (art. 10)

sistema de direitos fundamentais

compreende os direitos individuais, coletivos, sociais e culturais (títulos II, VII e VIII)

justiça social

referido no art. 170, caput, e no art. 193, como principio da ordem econômica e da ordem social

igualdade

divisão de poderes (art. 2º) e independência do

juiz (art. 95)

legalidade (art. 5º, II)

segurança jurídica (art. 5º, XXXVI a LXXIII)

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 30 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Resolução: Alternativa A. A Constituição Federal de 1988 adota a forma republicana de governo. Uma das características fundamentais deste arranjo é a prestação de contas por parte da administração pública.

A alternativa “B” incorre em erro por afirmar que os Territórios possuem autonomia. Estes são costumeiramente tratados, sob o ponto de vista doutrinário, como espécies de autarquias (pessoas jurídicas de direito público) da União, o que será detalhado no momento oportuno.

O item “C” peca ao desconsiderar a existência de funções atípicas em cada um dos Poderes, conferindo certa flexibilidade à atuação destes em todas as esferas de governo. Já o item “D” erra ao ignorar um dos princípios centrais da República Federativa do Brasil, conforme já destacado.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 31 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Vamos treinar mais um pouco. O repertório de questões da ESAF é pequeno para este conteúdo, portanto, aproveitemos questões de outras bancas com estilo semelhante.

01. (CESPE / Auditor Federal de Controle Externo / Auditoria Governamental / 2008) Com referência ao regime e à forma de governo do Brasil, julgue o item abaixo.

A república e a forma federativa de Estado foram arroladas expressamente como cláusulas pétreas pelo constituinte originário.

Resolução: Errado. Antecipando um pouco a matéria, veremos que apenas a forma federativa é blindada como cláusula pétrea (art. 60, §4º, I). Não há previsão EXPRESSA de que a república também o seja.

02. (ESAF / Auditor Fiscal de Receita Federal do Brasil / Auditoria / 2000) De uma Constituição que adota uma chefia dual do Executivo, com um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, em que a permanência deste no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, pode-se dizer que adota característica típica do:

a) Bicameralismo

b) Estado unitário

c) Federalismo de equilíbrio

d) Presidencialismo

e) Parlamentarismo

Resolução: Letra E. Na alternativa “A”, bicameralismo diz respeito à estruturação do Poder Legislativo, não do Executivo. A alternativa “B” trata de uma das formas de Estado, mas não do sistema/regime de governo, conforme solicita o enunciado. Idem para o item “C”. Por sua vez, o item “D” incorre num erro simples: no presidencialismo, a chefia do Executivo é una e a permanência do chefe de governo e de Estado (a mesma pessoa) no cargo – ressalvadas situações extremas, como as de impeachment –, se dá pela via da eleição.

03. (FAURGS / Agente Fiscal do Tesouro do Estado – RS / 2006) Sobre os Poderes de Estado, assinale a alternativa correta.

a) São Poderes da União: Legislativo, Executivo, Judiciário e Ministério Público Federal.

b) No âmbito estadual, o Ministério Público, apesar da autonomia orçamentária, está vinculado ao Poder Executivo.

6- Questões Comentadas

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 32 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

c) No Brasil, a Constituição Federal não pode prever regras de composição de Poderes Estaduais.

d) O Ministério Público não é um dos Poderes da República Federativa do Brasil.

e) O Poder Executivo em nível de governo estadual é exercido pelos governadores, prefeitos e seus secretários.

Resolução: Alternativa D. O Ministério Público é instituição (não Poder) permanente e essencial à função jurisdicional do Estado (art. 127), sendo autônomo e não vinculado a qualquer dos Poderes, o que já nos possibilita descartar as alternativas “A” e “B”.

A alternativa “C” é incorreta uma vez que a Constituição Federal estabelece diretrizes a serem sim aplicadas nos entes subnacionais (Estados, DF e Municípios), seja por comando direto, seja por simetria de forma jurídica.

Por fim, a letra “E” peca ao inserir os prefeitos (chefes do Executivo no âmbito municipal) no nível de governo estadual.

04. (CESPE / Analista de Infraestrutura – MPOG / Área I / 2012) Com relação aos princípios do direito constitucional, julgue o item a seguir.

A Federação brasileira − formada, de acordo com o disposto na CF, pela união indissolúvel da União, dos estados-membros, do Distrito Federal e dos municípios − é um federalismo do tipo assimétrico, em razão da falta de homogeneidade entre os entes federativos.

Resolução: Correta. O critério da simetria diz com a homogeneidade dos fatores econômicos, políticos e socioculturais nos diferentes entes do Estado brasileiro. A nossa federação se caracteriza por elevadas disparidades de Produto Interno Bruto, renda per capita, oferta e prestação de serviços públicos, dentre outros fatores.

05. (FEMPERJ / Analista de Controle Externo do TCE – RJ / Controle Externo / 2012) A Constituição da República de 1988 consagrou no seu art. 2º a teoria da "tripartição dos Poderes" exposta por Montesquieu. Contudo, o fez de forma abrandada, na medida em que essa separação não é pura e absoluta. Assim sendo, cada poder exerce funções típicas e atípicas.

Sobre o tema, é correto afirmar que são funções:

a) típicas do Poder Judiciário julgar e administrar;

b) atípicas do Poder Legislativo administrar e fiscalizar;

c) típicas do Poder Executivo administrar e legislar;

d) típicas do Poder Executivo administrar e julgar;

e) típicas do Poder Legislativo fiscalizar e legislar.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 33 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Resolução: Item E. Questão direta e sem pegadinhas. O único dos três Poderes que detém duas funções típicas é o Poder Legislativo.

06. (FCC / Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região / 2012) Em 1993, o eleitorado brasileiro participou de plebiscito para definição da forma e do sistema de governo que deveriam vigorar no País. Se o resultado do plebiscito houvesse modificado o sistema de governo brasileiro de presidencialista para parlamentarista, mas mantido a forma republicana de governo, o texto da Constituição Federal, necessariamente, deveria ser reformado para:

a) incluir a previsão de eleições indiretas, realizadas pelo Parlamento, para a escolha do Chefe de Estado.

b) acrescentar a possibilidade de o Chefe de Estado ter mandato por tempo indeterminado e escolher seu sucessor, a fim fiscalizar a atuação do Chefe de Governo com imparcialidade.

c) modificar competências, no âmbito da União, tanto do Poder Executivo, quanto do Poder Legislativo, para que fossem especificadas as atribuições a serem exercidas pelo Chefe de Governo em conjunto com o Parlamento.

d) implantar uma monarquia constitucional, para que a chefia do Poder Executivo fosse dividida entre o Primeiro Ministro, responsável pelas funções do governo, e o Chefe de Estado, responsável pelas funções de representação do Estado brasileiro.

e) alterar regras de competência do Congresso Nacional para que este pudesse processar e julgar o Primeiro Ministro por crime de responsabilidade, sendo proibido, em regimes democráticos, exonerá-lo do cargo apenas pela perda do apoio parlamentar.

Resolução: Alternativa C. De antemão, observe-se que o enunciado usa o termo “necessariamente”. O candidato deve estar atento à morfologia do texto das questões, em especial aos advérbios e conjunções.

No parlamentarismo, o Chefe de Estado é o Monarca (poder obtido por hereditariedade) ou o Presidente (poder obtido por eleições). Regra geral, é o Chefe de Estado quem escolhe o Chefe de Governo, cuja permanência no cargo dependerá do referendo dos seus atos pelo Parlamento. Assim, descartamos a alternativa “A”.

Para a implantação do parlamentarismo não é necessário que o mandato do chefe de Estado seja por tempo indeterminado. Podemos lembrar que tal regime é compatível tanto com a forma republicana, caracterizada pela eletividade, quanto com a forma monárquica. Erradas as letras “B” e “D”.

Finalmente, em relação ao item “E”, no parlamentarismo, não há qualquer óbice à exoneração do Primeiro Ministro pela falta de apoio parlamentar. Pelo contrário, a permanência deste depende, em regra, da confiança do Parlamento.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 34 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

07. (CESPE / Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Integração Nacional / 2013 / Adaptada) No que concerne à administração pública, julgue o item a seguir.

Os poderes do Estado são independentes e harmônicos entre si e a titularidade de suas funções típicas é, reciprocamente, indelegável.

Resolução: Correto. Cada Poder exerce pelo menos uma função típica (o Legislativo exerce duas...) que lhe foi conferida pelo poder constituinte. Muito embora os demais Poderes possam exercê-la atipicamente, a titularidade permanece com o Poder.

Um caso são as leis delegadas, espécie legislativa que pode ser editada pelo Poder Executivo caso autorizado pelo Legislativo, dentro determinados parâmetros. Muito embora exista tal possibilidade de exercício atípico de função legiferante, a titularidade de comando do processo legislativo e de suas etapas nucleares será sempre do Poder Legislativo!

08. (ESAF / Analista Técnico Administrativo do Ministério do Turismo / 2014) O Estado é pessoa jurídica territorial soberana formada por três elementos indissociáveis e indispensáveis para a noção de um Estado independente.

Assinale a opção que contenha os três elementos essenciais para a existência do Estado.

a) Povo, Carta Constitucional e Território.

b) Autonomia, Governo e Povo.

c) Território, Povo e Governo.

d) Carta Constitucional, Povo e Governo.

e) Autonomia, Povo e Território.

Resolução: Alternativa C. Questão fácil, embasada na teoria tradicional do Direito Constitucional. Alguns autores inserem um quarto elemento, qual seja, a finalidade. No entanto, trata-se de ponto não sedimentado no mundo dos concursos destacá-lo como elemento originário explícito.

01. (CESPE / Auditor Federal de Controle Externo / Auditoria Governamental / 2008) Com referência ao regime e à forma de governo do Brasil, julgue o item abaixo.

A república e a forma federativa de Estado foram arroladas expressamente como cláusulas pétreas pelo constituinte originário.

7- Lista de Exercícios

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 35 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

02. (ESAF / Auditor Fiscal de Receita Federal do Brasil / Auditoria / 2000) De uma Constituição que adota uma chefia dual do Executivo, com um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, em que a permanência deste no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, pode-se dizer que adota característica típica do:

a) Bicameralismo

b) Estado unitário

c) Federalismo de equilíbrio

d) Presidencialismo

e) Parlamentarismo

03. (FAURGS / Agente Fiscal do Tesouro do Estado – RS /2006) Sobre os Poderes de Estado, assinale a alternativa correta.

a) São Poderes da União: Legislativo, Executivo, Judiciário e Ministério Público Federal.

b) No âmbito estadual, o Ministério Público, apesar da autonomia orçamentária, está vinculado ao Poder Executivo.

c) No Brasil, a Constituição Federal não pode prever regras de composição de Poderes Estaduais.

d) O Ministério Público não é um dos Poderes da República Federativa do Brasil.

e) O Poder Executivo em nível de governo estadual é exercido pelos governadores, prefeitos e seus secretários.

04. (CESPE / Analista de Infraestrutura do MPOG / Área I / 2012) Com relação aos princípios do direito constitucional, julgue o item a seguir.

A Federação brasileira − formada, de acordo com o disposto na CF, pela união indissolúvel da União, dos estados-membros, do Distrito Federal e dos municípios − é um federalismo do tipo assimétrico, em razão da falta de homogeneidade entre os entes federativos.

05. (FEMPERJ / Analista de Controle Externo do TCE – RJ / Controle Externo / 2012) A Constituição da República de 1988 consagrou no seu art. 2º a teoria da "tripartição dos Poderes" exposta por Montesquieu. Contudo, o fez de forma abrandada, na medida em que essa separação não é pura e absoluta. Assim sendo, cada poder exerce funções típicas e atípicas.

Sobre o tema, é correto afirmar que são funções:

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 36 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

a) típicas do Poder Judiciário julgar e administrar;

b) atípicas do Poder Legislativo administrar e fiscalizar;

c) típicas do Poder Executivo administrar e legislar;

d) típicas do Poder Executivo administrar e julgar;

e) típicas do Poder Legislativo fiscalizar e legislar.

06. (FCC / Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região / 2012) Em 1993, o eleitorado brasileiro participou de plebiscito para definição da forma e do sistema de governo que deveriam vigorar no País. Se o resultado do plebiscito houvesse modificado o sistema de governo brasileiro de presidencialista para parlamentarista, mas mantido a forma republicana de governo, o texto da Constituição Federal, necessariamente, deveria ser reformado para:

a) incluir a previsão de eleições indiretas, realizadas pelo Parlamento, para a escolha do Chefe de Estado.

b) acrescentar a possibilidade de o Chefe de Estado ter mandato por tempo indeterminado e escolher seu sucessor, a fim fiscalizar a atuação do Chefe de Governo com imparcialidade.

c) modificar competências, no âmbito da União, tanto do Poder Executivo, quanto do Poder Legislativo, para que fossem especificadas as atribuições a serem exercidas pelo Chefe de Governo em conjunto com o Parlamento.

d) implantar uma monarquia constitucional, para que a chefia do Poder Executivo fosse dividida entre o Primeiro Ministro, responsável pelas funções do governo, e o Chefe de Estado, responsável pelas funções de representação do Estado brasileiro.

e) alterar regras de competência do Congresso Nacional para que este pudesse processar e julgar o Primeiro Ministro por crime de responsabilidade, sendo proibido, em regimes democráticos, exonerá-lo do cargo apenas pela perda do apoio parlamentar.

07. (CESPE / Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Integração Nacional / 2013 / Adaptada) No que concerne à administração pública, julgue o item a seguir.

Os poderes do Estado são independentes e harmônicos entre si e a titularidade de suas funções típicas é, reciprocamente, indelegável.

08. (ESAF / Analista Técnico Administrativo do Ministério do Turismo / 2014) O Estado é pessoa jurídica territorial soberana formada por três elementos indissociáveis e indispensáveis para a noção de um Estado independente.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 37 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

Assinale a opção que contenha os três elementos essenciais para a existência do Estado.

a) Povo, Carta Constitucional e Território.

b) Autonomia, Governo e Povo.

c) Território, Povo e Governo.

d) Carta Constitucional, Povo e Governo.

e) Autonomia, Povo e Território.

Curso: Direito Constitucional p/ AFRFB Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 00

Prof. Jonathas de Oliveira 38 de 38 www.exponencialconcursos.com.br

1 Errado

2 E

3 D

4 Correto

5 E

6 C

7 Correto

8 C

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição. 6. ed. Coimbra: Almedina, 1993.

DE CICCO, Cláudio; GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria geral do estado e ciência política. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.

FARIAS NETO, Pedro Sabino de. Ciência política: Enfoque integral avançado. São Paulo: Atlas, 2011.

KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2000.

MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2005.

9- Referencial Bibliográfico

8- Gabarito