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São Paulo, 07 de abril de 2014

Professor natanael 07-04

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São Paulo, 07 de abril de 2014

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TEMAS

• Incorporação

• Cisão Total e Parcial

• Fusão

• Incorporação de Ações

• Aumento ou Redução de Capital

• Ágio/Deságio

• Sociedade em Conta de Participação

• Consórcio

• Rateio de Custos e de Despesas

• Jurisprudência

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INCORPORAÇÃO

Incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas

por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações”. (Art. 227 da Lei

6.404/76)

“Na incorporação, uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes

sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma

estabelecida para os respectivos tipos”. (art. 1116 do Código Civil)

Pode ocorrer a incorporação:

• quando a sociedade investidora incorpora outra da qual detém participação

societária, ou

• quando a sociedade investidora é incorporada pela sociedade investida

(incorporação reversa ou às avessas)

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INCORPORAÇÃO CONVENCIONAL

Estrutura inicial Estrutura final

A B “A” pós incorporação

ATIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 25.000 8.000 33.000

Não circulante 25.000 13.000 38.000

PASSIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 9.000 8.000 17.000

Não Circulante 24.000 4.000 28.000

Patrimônio Líquido 17.000 9.000 26.000

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INCORPORAÇÃO REVERSA OU ÁS AVESSAS

Estrutura inicial Estrutura final

A B “B” pós incorporação

ATIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 25.000 8.000 33.000

Não circulante 25.000 13.000 38.000

PASSIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 9.000 8.000 17.000

Não Circulante 24.000 4.000 28.000

Patrimônio Líquido 17.000 9.000 26.000

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INCORPORAÇÃO/FUSÃO E CISÃO DE SOCIEDADE -

INSTRUMENTALIZAÇÃO CONTRATUAL DA OPERAÇÃO

Sociedades Anônimas – Lei 6.404/1976 – artigos 223/234.

A incorporação, fusão ou cisão deve ser deliberada na forma prevista para a

alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais;

Nas operações em que houver a criação de sociedade serão observadas as

normas reguladoras da constituição das sociedades do seu tipo;

Protocolo da incorporação: as condições da incorporação, fusão ou cisão com

incorporação em sociedade existente constarão de protocolo firmado pelos

órgãos de administração das sociedades interessadas;

Justificação: as operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas à

deliberação da assembleia - geral mediante justificação;

Laudo de Avaliação: (i) o protocolo deverá estabelecer os critérios de avaliação

do patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação, e o tratamento das

variações patrimoniais posteriores; (ii) as operações somente poderão ser

efetivadas nas condições aprovadas se os peritos nomeados determinarem que

o valor do patrimônio ou patrimônios líquidos a serem vertidos para a formação

do capital social é, ao menos, igual ao montante do capital a realizar;

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INCORPORAÇÃO/FUSÃO E CISÃO DE SOCIEDADE -

INSTRUMENTALIZAÇÃO CONTRATUAL DA OPERAÇÃO – CONTINUAÇÃO

Relação de Troca de Ações: o protocolo deverá estabelecer o número, espécie e

classe das ações que serão atribuídas em substituição dos direitos de sócios que

se extinguirão e os critérios utilizados para determinar as relações de substituição.

Demais Sociedades – artigos 1.116 a 1.122 do Código Civil:

A operação de incorporação deve ser aprovada por todos os partícipes, na

forma estabelecida para os respectivos tipos;

A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora deverá aprovar as

bases da operação;

A sociedade que houver de ser incorporada deve aprovar a operação e

autorizar os administrares para a sua execução;

A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora compreenderá a

nomeação dos peritos para a avaliação do patrimônio líquido da sociedade,

que tenha de ser incorporada.

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CISÃO

“Cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu

patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já

existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o

seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão”. (Art. 229 da

Lei 6.404/76)

MODALIDADES

CISÃO TOTAL

CISÃO PARCIAL

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CISÃO PARCIAL

A “A” pós cisão “B” pós cisão

ATIVO 30.000 21.000 9.000

Circulante 10.000 7.000 3.000

Não circulante 20.000 14.000 6.000

PASSIVO 30.000 21.000 9.000

Circulante 14.000 9.800 4.200

Não Circulante 7.000 4.900 2.100

Patrimônio Líquido 9.000 6.300 2.700

“A”

permanece

com 70%

do

patrimônio

30% do

patrimônio

de “A”

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FUSÃO

“Fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar

sociedade nova, que lhe sucederá em todos os direitos e obrigações”. (Art. 228

da Lei 6.404/76)

PRINCIPAL

DIFERENÇA

ENTRE FUSÃO E

INCORPORAÇÃO

Na incorporação, uma das sociedades (incorporadora)

continua a existir

Na fusão, ocorre a agregação de patrimônios de duas ou

mais empresas para constituir uma nova sociedade

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FUSÃO

Estrutura inicial Estrutura final

A B “C” pós fusão

ATIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 25.000 8.000 33.000

Não circulante 25.000 13.000 38.000

PASSIVO 50.000 21.000 71.000

Circulante 9.000 8.000 17.000

Não Circulante 24.000 4.000 28.000

Patrimônio Líquido 17.000 9.000 26.000

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INCORPORAÇÃO DE AÇÕES

“A incorporação de todas as ações do capital social ao patrimônio de

outra companhia brasileira, para convertê-la em subsidiária integral, será

submetida à deliberação da Assembleia Geral das duas companhias

mediante protocolo e justificação, nos termos dos artigos 224 e 225”.

(Art. 252 da Lei 6.404/76)

• Não há extinção da sociedade incorporada – ela persiste como

subsidiária integral da incorporadora

• Não há assunção dos direitos e obrigações da incorporada pela

incorporadora - o patrimônio de cada sociedade permanece

independente

• Há o ingresso dos antigos acionistas da incorporada ao capital da

incorporadora

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INCORPORAÇÃO DE AÇÕES

Estrutura inicial Estrutura final

100%

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ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DAS OPERAÇÕES DE CISÃO, INCORPORAÇÃO E FUSÃO DE

SOCIEDADES

IRPJ/CSLL

Determinação da Ocorrência do Fato Gerador: as operações de incorporação,

fusão e cisão de sociedades precipitam o encerramento do período base

das pessoas jurídicas partícipes (Lei 9.430, art. 1º 1º), salvo, no caso da

incorporadora, em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada,

estivessem sob o mesmo controle societário desde o ano calendário

anterior ao do evento. (Lei 9.059/2000, art. 5º);

Prejuízos Fiscais (PF) e Bases Negativas (BN) de CSLL: a pessoa

jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar

prejuízos fiscais da sucedida; no caso de cisão parcial, a pessoa jurídica

cindida poderá compensar os seus próprios prejuízos, proporcionalmente à

parcela remanescente do PL (D. Lei 2.341/1987, art. 33 e único);

Trava de 30% na Compensação de PF e BN: aplica-se, à pessoa jurídica

incorporada, fusionada e cindida a denominada trava 30% (decisões

recentes da CSRF).

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ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DAS OPERAÇÕES DE CISÃO, INCORPORAÇÃO E FUSÃO DE

SOCIEDADES

Avaliação do Patrimônio: a pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu

patrimônio absorvido em virtude de incorporação, fusão ou cisão, deverá levantar

balanço específico (até trinta dias antes do evento), no qual os bens ou direitos

serão avaliados pelo valor contábil ou de mercado; na hipótese de avaliação do

patrimônio a mercado, a diferença entre o valor de custo e o de mercado será

tratada como ganho ou perda de capital;

Reserva de Reavaliação: as reservas de reavaliação existentes nas sociedades

incorporadas, cindidas ou fusionadas, podem continuar a ter, na sucessora, o

mesmo tratamento tributário que lhes era dispensado na sucedida (RIR/99, art.

441);

Valores de Apropriação Diferida: os valores que tiverem a sua apropriação

diferida (adição ou exclusão), controlados na parte B do LALUR, e que devam

influenciar a determinação do lucro real e da base da CSLL em exercício futuro,

podem ser transferidos e registrados pela sucessora (IN SRF 7/1981), saldo se

entidades submetidas ao regime de lucro presumido que a realização é

compulsória (Lei 9.430/1996, art. 54).

Créditos Tributários - Transferência: Tratando-se as operações de incorporação,

cisão e fusão, de sucessão a título universal, os créditos de natureza tributária

poderão, sem solução de continuidade, ser aproveitados pela sucessora.

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ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DAS OPERAÇÕES DE CISÃO, INCORPORAÇÃO E FUSÃO DE

SOCIEDADES

IPI: na incorporação, fusão ou cisão de sociedades, se não houver

transferência de produtos para a sucessora, não se configura o fato

gerador do tributo (PN CST 24/70);

ICMS/SP: na incorporação, fusão ou cisão de sociedades, em que houver a

transmissão, para a sucessora, de estabelecimento comercial em sua

inteireza, não se configura o fato gerador do tributo (Resposta a Consulta

8.954/75 e 280/94; havendo transferência de mercadorias para a empresa

sucessora, configurar-se-á o fato gerador do tributo (RC nº 17.177/78);

estando em causa qualquer outra Unidade da Federação,

imprescindível a verificação da respectiva legislação tributária;

ITBI: imunidade constitucional, saldo se a atividade preponderante do

adquirente for a compra e venda de bens ou direitos, locação de bens ou

arrendamento mercantil (CF, art. 156, § 2º, I);

PIS/COFINS: inocorrência da hipótese de incidência das contribuições.

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AUMENTO OU REDUÇÃO DE CAPITAL COM BENS OU DIREITOS – ASPECTOS

TRIBUTÁRIOS

Redução de Capital: os bens e direitos do ativo da pessoa jurídica, queforem entregues ao titular ou a sócio ou acionista, a título de devolução desua participação no capital social, poderão ser avaliados pelo valor contábilou de custo. Se avaliados a valor de mercado, a diferença terá o tratamentode ganho de capital (Lei 9.249/95, art. 22)

Prazo de Eficácia da Deliberação: nos termos do artigo 1084 do CódigoCivil, a redução de capital somente se tornará eficaz após o prazo de 90dias contados da data da publicação da ata da assembleia que aprovar aredução; nas sociedades anônimas, o prazo é de 60 dias (Lei 6.404/76, art.174).

Aumento de Capital: as pessoas físicas poderão transferir a pessoasjurídicas, a título de integralização de capital, bens e direitos pelo valorconstante da respectiva declaração de bens ou pelo valor de mercado. Seavaliado a mercado a diferença a maior será tributável como ganho decapital (Lei 9.249/95, art. 23).

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ÁGIO/DESÁGIO

A formação do ágio / deságio

Custo de aquisição

(art. 385, RIR/99

art. 13, CVM 247/96)

Valor patrimonial (MEP)

Ágio ou deságio

Onde:

Custo de aquisição: valor efetivamente pago

Valor patrimonial: valor das ações/quotas avaliado pelo MEP

Ágio ou Deságio: diferença entre o valor efetivamente pago e o valor patrimonial

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ÁGIO/DESÁGIO

Decreto-lei 1.598/77, art. 20,§2º

Fundamentos econômico do ágio:

Mais valia de ativos: valor de mercado de bens do ativo da coligada ou

controlada superior ou inferior ao custo registrado na sua contabilidade;

Expectativa de rentabilidade futura (goodwill): valor de rentabilidade da coligada

ou controlada, com base em previsão dos resultados nos exercícios futuros; e

Outras razões econômicas: fundo de comércio e intangíveis.

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ÁGIO/DESÁGIO

Lançamentos contábeis

Caixa

100

Investimento

80

Ágio

20

Valor da participação: 80

Valor pago: 100

Resultado de

equivalência patrimonial

Amortização – despesa

(dedutível quando o

investimento for

realizado)

Efeitos no resultado

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ÁGIO/DESÁGIO

O ágio deve ter origem em transações que:

tenham propósito negocial

tenham substância econômica

ocorram entre partes independentes (arm’s length)

O problema da utilização de “empresa veículo”

O problema do “ágio interno” ou “ágio de si mesmo”

Efetivo dispêndio pelo adquirente

Existência de acréscimo patrimonial

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ÁGIO/DESÁGIO – ASPECTOS TRIBUTÁRIOS

No Regime do Decreto-lei 1.598/1977, artigos 25 e 33:

A amortização contábil do ágio/deságio não serão computadas na determinação do

lucro real;

Entretanto, para efeitos de determinação do ganho de capital na alienação ou

liquidação do investimento, o montante do ágio/deságio amortizado comporá o seu

valor contábil.

No Regime da Lei 9.532/1997 – artigos 7º e 8º:

A pessoa jurídica que absorver o patrimônio de outra, em virtude de incorporação,

fusão ou cisão, na qual detenha participação societária adquirida com ágio ou

deságio, segundo o art. 20 do DL 1598/1997:

Deverá registrar o valor do ágio cujo fundamento econômico seja valor de mercado

de bens do ativo da coligada ou controlada, em contrapartida à conta que registre o

bem ou direito que lhe deu causa, integrando o custo do bem para efeitos de

apuração do ganho ou perda de capital e de depreciação, amortização ou exaustão;

Deverá registrar o valor do ágio cujo fundamento seja fundo de comércio, intangíveis

e outras razões econômicas, em contrapartida a conta do ativo permanente, não

sujeita a amortização, podendo, entretanto, ser deduzido como perda no

encerramento das atividades da empresa, se comprovado, nessa data, a sua

inexistência;

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ÁGIO/DESÁGIO – ASPECTOS TRIBUTÁRIOS - CONTINUAÇÃO

Poderá amortizar o valor do ágio/deverá amortizar o valor do deságio, cujo

fundamento seja o valor de rentabilidade futura, nos balanços levantados

posteriormente à incorporação, fusão ou cisão, à razão de 1/60 (um sessenta avos) no

máximo, para cada mês do período de apuração;

A amortização do ágio/deságio aplica-se inclusive quando o investimento não for

obrigatoriamente avaliado pelo valor de patrimônio líquido, bem como na situação em

que a empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que detinha a

propriedade da participação societária.

Os fundamentos econômico do ágio/deságio, em qualquer circunstância,

deverá ser baseado em demonstração que o contribuinte arquivará como

comprovante de sua escrituração.

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SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO - SCP

Matriz legal: Código Civil, artigos 991 a 996:

Estrutura da sociedade: sócio ostensivo e sócio participante;

Não possui personalidade jurídica, porém tem existência jurídica;

A constituição da SCP independe de qualquer formalidade e pode provar-se por

todos os meios de direito;

O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de

seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à

sociedade;

Atividade exercida unicamente pelo sócio ostensivo.

Aspectos Tributários:

A SCP, para efeitos tributário, é equiparada a uma pessoa jurídica (Decreto-lei

2303/1986 e RIR/1999, artigos. 148/149 e 254);

Sócio ostensivo cumpre as obrigações tributárias da SCP;

A SCP pode optar pelo lucro presumido.

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CONSÓRCIO DE SOCIEDADE

Matriz Legal: artigo 278/279 da Lei 6.404/1976 (Lei das Sas.):

Constituído por duas ou mais sociedades, sob o mesmo controle ou não;

Objetivo: executar determinado empreendimento;

O Consórcio não tem personalidade jurídica e as consorciadas somente se

obrigam nas condições previstas nos respectivos contratos;

O contrato de consórcio e suas alterações serão arquivados no registro do

comércio do lugar da sua sede.

Aspectos Tributários:

As empresas integrantes do Consórcio respondem pelos tributos devidos, em

relação às operações praticadas pelo Consórcio, na proporção de sua

participação no empreendimento (Lei 12.402/2011);

A contratação direta de pessoas físicas ou jurídicas pelo Consórcio impõe a

solidariedade a todos os consorciados;

IN SRF 1.199/2011 consolidou todas as normas tributárias federais aplicáveis

aos Consórcios.

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RATEIO DE CUSTOS E DE DESPESAS

Objetivo: compartilhar o uso de bens materiais e/ou humanos entre empresas, sem

objetivo de lucro, visando, em razão de sinergia e de economia de escala, redução

do preço de custos e despesas compartilhados.

Necessidade de contrato estipulando critérios seguros para o rateio de custos e de

despesas, de modo que a cada uma das empresas partícipes seja alocado o custo

ou despesa que lhe compete.

Não incidência do PIS e da COFINS. Neutralidade do IRPJ e da CSLL.

Solução de Divergência COSIT nº 23/2013

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JURISPRUDÊNCIA – LUCRO PRESUMIDO

IRPJ – CSL – CONSTITUIÇÃO DE EMPRESA COM ARTIFICIALISMO –

DESCONSIDERAÇÃO DOS SERVIÇOS PRETENSAMENTE PRESTADOS – MULTA

QUALIFICADA – NECESSIDADE DA RECONSTITUIÇÃO DE EFEITOS VERDADEIROS

– Comprovada a impossibilidade fática da prestação de serviços por empresa

pertencente aos mesmos sócios, dada a inexistente estrutura operacional, resta

caracterizado o artificialismo das operações, cujo objetivo foi reduzir a carga tributária da

recorrente mediante a tributação de relevante parcela de seu resultado pelo lucro

presumido na pretensa prestadora de serviços. Assim sendo, devem ser

desconsideradas as despesas correspondentes. Todavia, se ao engedrar as operações

artificiais, a empresa que pretensamente prestou os serviços, sofreu tributação, ainda

que se tributos diversos, há de se recompor a verdade material, compensando-se todos

os tributos já recolhidos.

Caso DGS

Acórdão 101-95.208

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JURISPRUDÊNCIA – LUCRO PRESUMIDO

CASO KIWI BOATS

ACÓRDÃO 103-23.357

SIMULAÇÃO – INEXISTÊNCIA – Não é simulação a instalação de duas empresas na

mesma área geográfica com o desmembramento das atividades antes exercidas por

uma delas, objetivando racionalizar as operações e diminuir a carga tributária.

OMISSÃO DE RECEITAS – SALDO CREDOR EM CAIXA – DEPÓSITOS BANCÁRIOS

DE ORIGEM NÃO COMPROVADA – A reunião das receitas supostamente omitidas por

duas empresas para serem tributadas conjuntamente como se auferidas por uma só

importa em erro na quantificação da base de cálculo e na identificação do sujeito

passivo, conduzindo à nulidade do lançamento.

Recurso provido.

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JURISPRUDÊNCIA – INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS – PF E BN

CASO MARTINS

ACÓRDÃO Nº 107- 7.596

IRPJ/CSLL – INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS - GLOSA DE PREJUÍZOS –IMPROCEDÊNCIA – A denominada “incorporação às avessas”, não proibida peloordenamento, realizada entre empresas operativas e que sempre estiveram sobcontrole comum, não pode ser tipificada como operação simulada ou abusiva,mormente quando, a par da inegável intenção de não perda de prejuízos fiscaisacumulados, teve por escopo a busca de melhor eficiência das operações entre ambaspraticadas.

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JURISPRUDÊNCIA – INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS – PF E BN

CASO SOTREC

ACÓRDÃO Nº 1202-000.878

COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS E DA BASE DE CÁLCULO NEGATIVA DA CSLL.

INCORPORAÇÃO “AS AVESSAS” GLOSA DA COMPENSÇÃO IMPRECEDÊNCIA.

Na hipótese de não ter sido caracterizada a operação como simula, é lícita a

denominada “incorporação ás avessas” para compensação de prejuízos fiscais da

incorporadora, quando realizada entre empresas operativas, sob controle comum e

tendo por objetivo a melhor eficiência financeira na operação.

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JURISPRUDÊNCIA – PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO LÍCITO

CASO RBS

ACÓRDÃO 101-94.340

DESCONSIDERAÇÃO DE ATO JURÍDICO – Não basta a simples suspeita de fraude,

conluio ou simulação para que o negócio jurídico realizado seja desconsiderado pela

autoridade administrativa, mister se faz provar que o ato negocial praticado deu-se em

direção contrária à norma legal, com o intuito doloso de excluir ou modificar as

características essenciais do fato gerador da obrigação tributária (art. 149 do CTN).

SIMULAÇÃO – Configura-se como simulação, o comportamento do contribuinte em que se

detecta uma inadequação ou inequivalência entra a forma jurídica sob a qual o negócio se

apresenta e a substância ou natureza do fato gerador, efetivamente, realizado, ou seja, dá-

se pela discrepância entre a vontade querida pelo agente e o ato por ele praticado para

exteriorização dessa vontade.

NEGÓCIO JURÍDICO INDIRETO – Configura-se negócio jurídico indireto, quando um

contribuinte se utiliza de um determinado negócio, típico ou atípico, para obtenção de uma

finalidade diversa daquela que constitui a sua própria causa, em que as partes querem

efetivamente o negócio e os efeitos típicos dele realizado e submete-se a sua disciplina

jurídica.

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JURISPRUDÊNCIA – PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ILÍCITO

CASO MOLICAR

ACÓRDÃO 101-95.552

IRPJ – ATO NEGOCIAL – ABUSO DE FORMA – A ação do contribuinte de procurar reduzir a

carga tributária, por meio de procedimentos lícitos, legítimos e admitidos por lei revela o

planejamento tributário. Porém, tendo o Fisco demonstrado à evidência o abuso de forma, bem

como a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, cabível a desqualificação do negócio

jurídico original, exclusivamente para efeitos fiscais, requalificando-o segundo a descrição

normativo-tributária pertinente à situação que foi encoberta pelo desnaturamento da função

objetiva do ato.

MULTA QUALIFICADA – EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE – A evidência da intenção dolosa,

exigida na lei para agravamento da penalidade aplicada, há que aflorar na instrução processual,

devendo ser inconteste e demonstrada de forma cabal. O atendimento a todas as solicitações do

Fisco e observância da legislação societaria, com a divulgação e registro nos órgãos públicos

competentes, inclusive com o cumprimento das formalidades devidas junto à Receita Federal,

ensejam a intenção de obter economia de impostos, por meios supostamente elisivos, mas não

evidenciam má-fé, inerente à prática de atos fraudulentos.

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JURISPRUDÊNCIA – ÁGIO INTERNO

Caso Natura

Acórdão nº 1402-001.278 – 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, sessão de 04/12/2012

DESPESAS COM AMORTIZAÇAO DE ÁGIO. EMPRESAS DE MESMO GRUPO ECONÔMICO. INDEDUTIBILIDADE.

Incabível a formalização do ágio como decorrência de operação societária realizadaentre empresas de mesmo grupo econômico, pela inexistência da contrapartida doterceiro que gere o efetivo dispêndio.

Caso Gerdau

Acórdão nº 1101-00.708 – 1ª Câmara/1ª Turma Ordinária, sessão de 11/04/2012.

Ágio Interno.

A circunstância da operação ser praticada por empresas do mesmo grupo econômiconão descaracteriza o ágio, cujos efeitos fiscais decorrem da legislação fiscal. Adistinção entre ágio surgido em operação entre empresas do grupo (denominado ágiointerno) e aquele surgido em operações entre empresas sem vínculo, não é relevantepara fins fiscais.

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JURISPRUDÊNCIA – ÁGIO – EMPRESA VEÍCULO

Caso Tele Leste

Acórdão 1301-000.711 – 3ª Câmara/ 1ª Turma Ordinária, sessão de 19/11/2011

INCORPORAÇÃO DE SOCIEDADE – AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO – ARTIGOS 7º E 8º

DA LEI Nº 9.532/97. PLANEJAMENTO FISCAL INOPONÍVEL AO FISCO –

INOCORRÊNCIA. No contexto do programa de privatização das empresas de

telecomunicações, regrado pelas Lei 9.472/97 e 9.494/97, a efetivação da

reorganização de que tratam os artigos 7º e 8º da Lei nº 9.532/97, mediante a

utilização de empresa veículo, desde que dessa utilização não tenha resultado

aparecimento de novo ágio, não resulta economia de tributos diferente da que seria

obtida sem a utilização da empresa veículo e, por conseguinte, não pode ser

qualificada de planejamento fiscal inoponível ao fisco.

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JURISPRUDÊNCIA – ÁGIO – LAUDO

Caso SOTREQ

Acórdão 1202-000.878 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária

DEMONSTRATIVO FUNDAMENTADO DO ÁGIO. NÃO APRESENTAÇÃO.

EXIGÊNCIA LEGAL. GLOSA DAS DESPESAS DE AMORTIZAÇÃO.

O valor do ágio, cujo fundamento econômico seja o valor de rentabilidade da coliga ou

controlada, com base na previsão de resultados nos exercícios futuros, deverá ser

demonstrado em documento que indique de forma clara e consistente a avaliação da

empresa a valor presente, justificando o valor do ágio na aquisição da participação

societária. O demonstrativo deverá ser arquivado pelo contribuinte como comprovante

da escrituração do ágio.

Page 36: Professor natanael   07-04

JURISPRUDÊNCIA – ÁGIO INTERNO

Center Automóveis

Acórdão 1103-00.501 – 1ª Câmara/3ª Turma Ordinária, sessão de 30/06/201

CUSTOS DE DESPESAS OPERACIONAIS. OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS.

ENCARGO DE AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO GERADO COM UTILIZAÇÃO DE

SOCIEDADE VEÍCULO. ÁGIO DE SI MESMO. ABUSO DE DIREITO.

O ágio gerado em operações societárias, para ser eficaz perante o Fisco, deve

decorrer de atos econômicos efetivamente existentes. A geração de ágio de forma

interna, ou seja, dentro do mesmo grupo econômico, sem alteração do controle das

sociedades envolvidas, sem qualquer desembolso e com a utilização de empresa

inativa ou de curta duração (sociedade veículo) constitui prova da artificialidade do

ágio e torna inválida sua amortização. A utilização dos formalismos inerentes ao

registro público de comércio engendrando afeiçoar a legitimidade destes atos

caracteriza abuso de direito.

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JURISPRUDÊNCIA - INCORPORAÇÃO DE AÇÕES – GANHO DE

CAPITAL

Caso Neiry Galvão

Acórdão 9202 – CSRF 2ª Turma

IRPF – OPERAÇÃO DE INCORPORAÇÃO DE AÇÕES – GANHO DE CAPITAL

As operações que importem alienação a qualquer título, de bens e direitos, estão

sujeitos a apuração de ganho de capital.

A incorporação de ações constitui uma forma de alienação em sentido amplo.

O sujeito passivo transferiu ações, por incorporação de ações, para outra empresa, a

título de subscrição e integralização das ações que compõem seu capital, pelo valor

de mercado.

A diferença a maior (entre o valor de mercado e o valor constante na declaração de

bens) deve ser tributada como ganho de capital.

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JURISPRUDÊNCIA - INCORPORAÇÃO DE AÇÕES –

INEXISTÊNCIA DE GANHO DE CAPITAL

Caso Newton Cardoso

Acórdão 2202-002.187 – 2ª Câmara/ 2ª Turma Ordinária, sessão de 20/02/2013

OPERAÇÃO DE INCORPORAÇÃO DE AÇÕES. DELIBERAÇÃO POR CONTA DAS

PESSOAS JURÍDICAS ENVOLVIDAS NA OPERAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE FATO

GERADOR DE GANHO DE CAPITAL NA PESSOA FÍSICA DOS SÓCIOS.

A figura da incorporação de ações, prevista no artigo 252 da Lei nº 6.404, de 1976,

difere da incorporação de sociedades e da subscrição de capital em bens. Com a

incorporação de ações, ocorre a transmissão da totalidade das ações (e não do

patrimônio) e a incorporada passa a ser subsidiária integral da incorporadora, sem ser

extinta, ou seja, permanecendo com direitos e obrigações. Neste caso, se dá a

substituição no patrimônio do sócio, por idêntico valor, das ações da empresa

incorporada pelas ações da empresa incorporadora, sem sua participação, pois quem

delibera são as pessoas jurídicas envolvidas na operação.

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JURISPRUDÊNCIA - INCORPORAÇÃO DE AÇÕES –

INEXISTÊNCIA DE GANHO DE CAPITAL

Caso Newton Cardoso – continuação

OPERAÇÃO DE INCORPORAÇÃO DE AÇÕES. LANÇAMENTO NA PESSOA FÍSICA

DO SÓCIO. DATA DO FATO GERADOR CONSIDERADO PELA AUTORIDADE

FISCAL LANÇADORA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO.

A Lei nº 7.713, de 1998, em seu art. 2º, determina que o Imposto de Renda da Pessoa

Física é devido pelo regime de caixa, à medida que o ganho de capital for percebido.

Se não houve nenhum pagamento, na data do fato gerador considerado pela

autoridade fiscal lançadora, este não pode ser considerado como percebido pelo

Contribuinte, em respeito ao Princípio da Entidade, pois não ingressou em sua

disponibilidade jurídica ou econômica, não implicando em fato gerador do Imposto de

Renda. A tributação desses rendimentos, quando for o caso, depende da efetiva

entrega dos valores ao Contribuinte.

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JURISPRUDÊNCIA – REDUÇÃO DE CAPITAL MEDIANTE ENTREGA DE

BENS OU DIREITOS PELO VALOR PATRIMONIAL – INEXISTÊNCIA DE GANHO

DE CAPITAL

Caso Socopa

Acórdão nº 1402-001.341 – 4ª Câmara/ 2ª Turma Ordinária, sessão de 05/03/2013

DISTRIBUIÇÃO DISFARÇADA DE LUCROS. INOCORRÊNCIA NAS REDUÇÕES DE

CAPITAL MEDIANTE ENTREGA DE BENS OU DIREITOS, PELO VALOR

PATRIMONIAL A PARTIR DA VIGÊNCIA DA LEI 9.249/1995. Constitui propósito

legítimo o encadeamento de operações societárias visando a redução das incidências

tributárias, desde que efetivamente realizadas antes da ocorrência do fato gerador,

bem como não visem gerar economia de tributos mediante criação de despesas ou

custos artificiais ou fictícios. A partir da vigência do art. 22 da Lei 9.249/1995 a redução

de capital mediante a entrega de bens ou direitos, pelo valor patrimonial, não mais

constitui hipótese de distribuição disfarçada de lucros, por expressa determinação

legal.

Recurso Provido

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BIBLIOGRAFIA

Fusões e Aquisições – Aspectos Fiscais e Societários

Ian Muniz. Editora Quartier Latin, 2ª edição, 2011.

Fusões & Aquisições

Sérgio Botrel. Editora Saraiva, 2012.

Incorporação de Ações – estudo de casos e precedentes

Daniel Kalansky. Editora Saraiva, 2012.

Comentários à Lei de Sociedades Anônimas

Modesto Caravalhosa. Editora Saraiva, vol. 4º, Tomo I.

Fusão, Cisão e Incorporação de Sociedades

Pedro Anan Junior. Editora Quartier Latin, 2ª edição, 2005.

Manual de Contabilidade Societária: Eliseu Martins, Ernesto Rubens Gelbcke,

Ariovaldo dos Santos e Sérgio de Iudícibus. Atlas Editora, 2ª edição, 2013.