17
Seminário 1 Reflexão e prática reflexiva Conceito Dewey, Schön, Shulman, Zeichner Tradições de prática reflexiva (Zeichner, 1993) Requisitos para a reflexão Objecto da reflexão (Níveis, Domínios) Fases (Dewey) Modelos de prática reflexiva (Weis e Louden, 1989) Características do professor reflexivo (Korthagen e Wubbes, 2001) Referências

Professor reflexivo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Professor reflexivo

Seminário 1

Reflexão e prática reflexiva

Conceito Dewey, Schön, Shulman, Zeichner

Tradições de prática reflexiva (Zeichner, 1993)

Requisitos para a reflexão Objecto da reflexão (Níveis, Domínios) Fases (Dewey) Modelos de prática reflexiva (Weis e Louden, 1989)

Características do professor reflexivo (Korthagen e Wubbes, 2001)

Referências

Page 2: Professor reflexivo

Seminário 2

Conceito (Dewey, 1933)

Distingue entre acto reflexivo e rotineiro Rotineiro – guiado pelo impulso, hábito ou submissão à

autoridade. Reflexivo – questionador, baseado na vontade e intuição,

implicando a busca de soluções lógicas e racionais para os problemas.

A reflexão Consiste no exame activo, persistente e cuidadoso de todas as

crenças ou supostas formas de conhecimento, à luz dos fundamentos que as sustentam e das conclusões para que tendem (1989, p. 25).

Page 3: Professor reflexivo

Seminário 3

Conceito (Schön, 1983, 1991)

Conhecimento na acção ... actividade rotineira, sem pensar consciente.

Reflexão Reflexão na acção (pode ser sem palavras)

O professor surpreende-se com o que o aluno faz ou diz; Reflecte sobre o que o aluno fez ou disse; Procura reformular o seu modo de ver o problema; Coloca questões ao aluno para testar a hipótese que

formulou sobre a forma de pensar do aluno. Reflexão sobre a acção Reflexão sobre a reflexão na acção

Fundamental para o desenvolvimento do conhecimento profissional do professor.

Page 4: Professor reflexivo

Seminário 4

ConceitoZeichner (1993)

A reflexão não é um conjunto de técnicas que possam ser empacotadas e ensinadas aos professores (p. 18).

Não consiste num conjunto de passos ou procedimentos específicos.

Ser reflexivo é uma maneira de ser professor.

Shulman (1987, 1989) A reflexão “é o processo pelo qual o professor aprende a

experiência” (1989, p. 19). É o que o professor faz quando, em retrospectiva, analisa o ensino

e a aprendizagem, reconstrói os conhecimentos, os sentimentos e as acções.

Não é uma mera disposição ou conjunto de estratégias. É conhecimento analítico.

Page 5: Professor reflexivo

Seminário 5

Conceito

Aspectos relativamente consensuais sobre a reflexão (Mewborn, 1999)

A reflexão é qualitativamente diferente da descrição de uma experiência ou da racionalização.

A acção é parte integrante do processo reflexivo, que se distingue assim do “verbalismo” e do “activismo”.

A reflexão tem um nível individual e um nível de experiência partilhada.

Aspecto-chave? (Oliveira e Serrazina, 2002) Reflexão Professor reflexivo ou Prática reflexiva

Page 6: Professor reflexivo

Seminário 6

Tradições de prática reflexiva (Zeichner, 1993)

Académica Prática reflexiva baseada na tradução do saber das disciplinas

para o desenvolvimento da compreensão do futuro professor.Eficiência social

Aplicação de estratégias de ensino que resultam da investigação educacional.

Desenvolvimentista Acentua a reflexão sobre o desenvolvimento dos alunos.

Reconstrução social Acentua a reflexão sobre o contexto social e político da

escolaridade.

Page 7: Professor reflexivo

Seminário 7

Requisitos para a reflexão - 1

Competências necessárias (Pollard e Tann, 1989) Empíricas – capacidade de recolher dados. Analíticas – capacidade de interpretar dados. Avaliativas – capacidade de pensar as consequências

educativas do trabalho desenvolvido e de aplicar os resultados no futuro.

Atitudes necessárias (Marcelo, 1992; Zeichner, 1993) Mentalidade aberta – para escutar e respeitar diferentes

perspectivas, ter em conta possíveis alternativas e reconhecer a possibilidade de erro.

Responsabilidade – considerar as consequências do trabalho planeado ou desenvolvido, tanto no curto como no médio prazo.

Entusiasmo – predisposição para questionar, curiosidade para procurar, energia para mudar.

Page 8: Professor reflexivo

Seminário 8

Requisitos para a reflexão - 2

Recursos nativos (Dewey, 1933) Curiosidade (orgânica, social, intelectual) Sugestões (devem ser variadas e profundas...) Organização (orderliness)

Qualidades (Dewey, 1933) Abertura de espírito – para atender a possíveis alternativas e

admitir a existência de erros Responsabilidade – ponderando cuidadosamente as

consequências de uma determinada acção Empenhamento – para mobilizar as atitudes anteriores

Page 9: Professor reflexivo

Seminário 9

Objecto da reflexão (Níveis)Níveis (Zeichner e Liston, 1987)

Reflexão técnica – análise das acções explícitas do professor. Planeamento e reflexão – análise do que se observou à luz do

conhecimento teórico, incluindo questões sobre a disciplina leccionada, os processos de aprendizagem e os objectivos da escola.

Reflexão ética/política – análise das acções do professor e suas repercussões no contexto e sobre o modo como as estruturas sociais e as instituições influenciam o seu trabalho.

Níveis (van Manem, 1997) Nível técnico – aplicação técnica do conhecimento educacional e dos

princípios curriculares para atingir certo fim. Nível prático – preocupação com os pressupostos, predisposições, valores,

e consequências da acção. Nível crítico ou emancipatório – em foco estão questões éticas, sociais e

políticas mais alargadas.

Page 10: Professor reflexivo

Seminário 10

Objecto da reflexão (Domínios)

Domínios (Pombo, 1993) Reflexão educativa – interrogar as grandes finalidades da

educação. Reflexão política – discutir o significado e funções da

instituição escolar. Reflexão epistemológica/interdisciplinar – o professor ser

crítico em relação ao seu próprio saber.

Page 11: Professor reflexivo

Seminário 11

Fases

Dewey (segundo Mewborn)1. Reconhecer que uma dada situação é problemática e

pode ter várias soluções

2. Problematizar a situação, identificando as condições que a influenciam

3. Gerar hipóteses de solução, recolher dados para as refinar e eliminar algumas delas.

4. Raciocinar sobre hipóteses

5. Testar hipóteses

Page 12: Professor reflexivo

Seminário 12

Características do Professor Reflexivo (Korthagen e Wubbes, 2001)

Importância que confere à reflexão ...associada à sua capacidade de estruturar situações e

problemas relacionados coma sua prática.

Análise das suas práticas colocando questões a si próprio como: o que aconteceu? Porque

aconteceu? De que modo eu influenciei o que se passou? Poderia ter sido de outro modo?

Identificar os aspectos em que precisa de aprender ...incluindo predisposição para falar e escrever sobre as suas

próprias experiências.

Analisar a sua actuação nas suas relações interpessoais ...incluindo com os alunos.

Page 13: Professor reflexivo

Seminário 13

Características do Professor Reflexivo - Dewey É o formador detentor de 3 atitudes básicos:

Abertura de espírito; Responsabilidade; Entusiasmo.

É capaz de analisar uma postura: Prospectiva(reflexão para a acção) Interactiva (reflexão na acção) Retrospectiva (reflexão sobre a acção)

É a pessoa que sabe adaptar à sua autoformação, as estratégias de formação reflexiva que usa com os formandos;

Procura a resposta para os problemas que se lhe colocam, tendo em conta os factores que tornam comprrensível o próprio problema

Page 14: Professor reflexivo

Seminário 14

Características do Professor Reflexivo - Shöen

Profissional orientador- “Coach”

É aquele que organiza situações em que o aluno: Possa praticar e confrontar-se com problemas reais,

cuja resolução implique reflexão, levantamento e verificação de hipóteses, experiência de ter cometido erros, consciência da necessidade e do valor da ajuda dos outros, bem como, um aperfeiçoamento constante

Page 15: Professor reflexivo

Seminário 15

Professor Directivo Ordena e controla o

comportamento dos alunos Critica e resolve os

problemas Domina o processo de

trabalho Concentra as

responsabilidades Espera pelos resultados

finais Condena erros e falhas no

decorrer do processo ensino/aprendizagem

Professor Orientador “Coach”

Explica objectivos, orienta tarefas e coordena o potencial da turma

Propõe soluções e ensina a resolver problemas

Ouve opiniões individuais e dá espaço à criatividade

Delega e compartilha responsabilidades

Faz avaliações periódicas Fornece retornos

constantes a cada aluno e ao grupo/turma

Page 16: Professor reflexivo

Seminário 16

Modelos de prática reflexiva (Weis e Louden, 1989)Introspecção

...pressupondo um distanciamento em relação à actividade quotidiana.

Relato de acontecimentos ou acções passadas ...forma de reflexão próxima da acção, de natureza narrativa

(reflexões conjuntas, diários).

Indagação (“inquiry”) ...envolvendo um processo cíclico de acção-reflexão-acção

(aproximando-se da investigação sobre a prática).

Espontaneidade (reflexão na acção) ...tomar decisões e resolver problemas durante o acto de ensino.

Page 17: Professor reflexivo

Seminário 17

Referências

Korthagen, F. A. J., J. Kessels, et al. (2001). Linking practice and theory: The pedagogy of realistic teacher education. Mahwah, NJ, Lawrence Erlbaum.

Mewborn, D. S. (1999). Reflective thinking among preservice elementary mathematics teachers. Journal for Research in Mathematics Education 30(3), 316-341.

Oliveira, I., & L. Serrazina (2002). A reflexão e o professor como investigador. In GTI (Ed.), Reflectir e investigar sobre a prática profissional (pp. 30-42). Lisboa: APM.

Pombo, O. (1993). Para um modelo reflexivo de formação de professores. Revista de Educação, 3(2), 37-45.

Schön, D. (1992). Formar professores como profissionais reflexivos. In A. Nóvoa (Ed.), Os professores e a sua formação (pp. 79-91). Lisboa, D. Quixote.

Schön, D. A. (1992). The theory of inquiry: Dewey´s legacy to education. Curriculum Inquiry, 22(2): 119-139.

Liston, D. P., & K. M. Zeichner (1991). Teacher education and the social conditions of schooling.

Zeichner, K. (1987). Teaching student teachers to reflect. Harvard Educational Review, 57(1): 23-48.

Zeichner, K. (1993). A formação reflexiva de professores: Ideias e práticas. Lisboa: Educa.