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A Questão Religiosa

O Trono contra o Altar...

Não foi A Questão Religiosa que provocou a quedada Monarquia; porém, contribuiu para enfraqueceros laços de confiança do governo que viu crescerna sociedade a defesa da separação da Igreja doEstado e da liberdade de culto.

A Questão Religiosa: 1872...

Em 1840, D. Pedro II jurava “manter a ReligiãoCatólica Apostólica Romana, a integridade e aindivisibilidade do Império”.

O art. 103 da Constituição brasileirade 1824, estabelecia a união sagradae oficial entre o Império brasileiro e aIgreja Católica Apostólica Romana.

As relações entre o Estado e a Igrejaforam marcadas, em algunsmomentos, por períodos de crise.Uma dessas crise, ocorreu durante eRegência do Padre Feijó quepretendia abolir o Celibato; a outra,quando o governo imperial cortouprivilégios das ordens religiosasinstaladas no país.

O Beneplácito e Padroado davampoderes constitucionais ao imperadorbrasileiro de estabelecer a submissãoda Igreja ao Estado.

O Papa Pio IX promulgou em 1864, a bulaQuanta Cura e o Syllabus errorumquestionando as sociedade secretas,sobretudo a maçonaria e os princípiosliberais, defendendo a Igreja Católicacomo autoridade suprema.

Pio IX e a bula Syllabus

Em 1870, a campanha pela UnificaçãoItaliana, tendo à frente vários Maçons,entre eles: Garibaldi, Mazzini, Cavour,Manzoni, esbarrou na ferrenha oposiçãoda Igreja Católica.

Sentindo-se ameaçados pela expansão doEstados, cada vez mais laico, como umobstáculo a propagação da religiosidade eda moral cristã a Santa Sé defendia aromanização de todas as Igrejas Católicas.

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Realidade ou Mito?

José Maria da silva Paranhos

Em 1872, durante a comemoração daaprovação da lei do Ventre-Livre, o padreAlmeida Martins, escolhido como um dosoradores da sessão de homenagem ao grão-mestre visconde do Rio Branco, negou-se aabandonar a maçonaria, sendo suspenso desua atividade religiosa pelo bispo do Rio deJaneiro.

As lojas maçônicas de todo o país reagiramcondenando as punições impostas pelasautoridades eclesiásticas ao padre AlmeidaMartins, considerando tal atitude, umainterferência de Roma nas questões internas doBrasil.

Derrubava-se naquele instante o Mito daperfeita harmonia entre o Estado e a Igreja, umdos pilares da estabilidade social e política doImpério.

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A partir da bula Syllabus de Pio IX, é quesurgiu no Brasil, a Questão Religiosa.

Uma geração de rebeldes...

Em 1871, D. Vital escolhido pelo ImperadorD. Pedro II para o bispado de Olinda,defendia que a Syllabus se sobrepusesse àsLeis Civis Brasileiras, exigindo que asIrmandades religiosas impusessem sançõescontra católicos maçons, como expulsá-losde irmandades religiosas.D. Vital nomeado bispo de Olinda em

1872, com apenas 27 anos.

D. Antonio de Macedo Costa, bispo do Paráde 1861 a 1890.

D. Macedo determinam o fechamento detodas irmandades que não quiseram excluirseus associados maçons.

Um outro rebelde?

A reação do governo foi rápida e enérgica,quando em 1874, o primeiro-ministro,visconde do Rio Branco, determinou aprisão dos bispos seguida de condenaçãoa quatro anos de reclusão com trabalhosforçados. Em 1875, o Imperador concediaanistia aos bispos.

A imprensa não perdoou o recuo, como se vê na charge de Bordallo Pinheiro, de 1875...

Nas palavras de Guilherme Pereira das Neves, “retirava-se do cetro de D. Pedro II a aura mágica, que lhe tinha assegurado até então o exercício do poder”.

FIM

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Até a próxima aula...