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1 PROGRAMA APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA CONVITE GERAL À APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS 2011-2013 PRIORIDADES ESTRATÉGICAS 2012 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4 1. Objectivos gerais e específicos do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida .................. 4 2. Contexto político geral ............................................................................................................... 5 3. Prioridades gerais ....................................................................................................................... 8 4. Condições transversais ............................................................................................................. 10 5. Como utilizar este documento ................................................................................................. 11 CAPÍTULO 1 – PROGRAMAS SECTORIAIS............................................................................ 11 1. Comenius – Ensino Básico e Secundário ................................................................................ 11 1.1 Mobilidade e parcerias .................................................................................................. 14 1.2 Projectos multilaterais ................................................................................................... 15 1.2.1 Desenvolvimento e liderança das escolas e laços com o mundo do trabalho.......... 15 1.2.2 Elaboração de abordagens para o ensino e a aprendizagem .................................... 15 1.2.3 Apoio às competências de base e às «competências essenciais transversais» ........ 15 1.2.4 Reduzir o abandono escolar precoce, melhorar a aprendizagem dos alunos oriundos da imigração e os alunos de etnia cigana, assim como promover a igualdade entre homens e mulheres e estratégias de aprendizagem inclusivas ................................ 16 1.3 Redes ............................................................................................................................. 17 1.3.1 Apoiar o empreendedorismo e os laços com o mundo do trabalho ......................... 17 1.3.2 Apoio destinado a tornar os estudos científicos e tecnológicos mais atractivos ..... 17 1.3.3 Desenvolvimento de serviços de educação e acolhimento para a primeira infância ................................................................................................................................. 17 1.3.4 Desenvolver o ensino especial para garantir a inclusão de todos os jovens, em particular dos jovens portadores de deficiência....................................................... 18 2. Erasmus – Ensino Superior, incluindo Ensino e Formação Profissionais Avançados ....... 18 2.1 Mobilidade .................................................................................................................... 20 2.2 Projectos multilaterais ................................................................................................... 21 2.2.1 Cooperação entre instituições de ensino superior e empresas ................................. 21 2.2.2 Dimensão social do ensino superior ........................................................................ 22 2.2.3 Estratégias de mobilidade e eliminação dos obstáculos à mobilidade no ensino superior .................................................................................................................... 22 2.2.4 Apoio ao projecto de modernização do ensino superior.......................................... 23 Os projectos do âmbito desta prioridade devem apoiar actividades consentâneas com a agenda de modernização do ensino superior. .......................................................... 23 2.2.5 Promover a excelência e a inovação no ensino superior ......................................... 24 2.3 Redes académicas.......................................................................................................... 24 3. Leonardo da Vinci – Educação e Formação Profissionais Iniciais e Contínuas ................. 25 3.1 Mobilidade e parcerias .................................................................................................. 27

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PROGRAMA APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA

CONVITE GERAL À APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS 2011-2013

PRIORIDADES ESTRATÉGICAS

2012

INTRODUÇÃO..................................................................................................................................4 1. Objectivos gerais e específicos do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida..................4 2. Contexto político geral ...............................................................................................................5 3. Prioridades gerais.......................................................................................................................8 4. Condições transversais.............................................................................................................10 5. Como utilizar este documento .................................................................................................11

CAPÍTULO 1 – PROGRAMAS SECTORIAIS............................................................................11 1. Comenius – Ensino Básico e Secundário ................................................................................11

1.1 Mobilidade e parcerias ..................................................................................................14 1.2 Projectos multilaterais ...................................................................................................15

1.2.1 Desenvolvimento e liderança das escolas e laços com o mundo do trabalho..........15 1.2.2 Elaboração de abordagens para o ensino e a aprendizagem....................................15 1.2.3 Apoio às competências de base e às «competências essenciais transversais» ........15 1.2.4 Reduzir o abandono escolar precoce, melhorar a aprendizagem dos alunos oriundos

da imigração e os alunos de etnia cigana, assim como promover a igualdade entre homens e mulheres e estratégias de aprendizagem inclusivas ................................16

1.3 Redes .............................................................................................................................17 1.3.1 Apoiar o empreendedorismo e os laços com o mundo do trabalho.........................17 1.3.2 Apoio destinado a tornar os estudos científicos e tecnológicos mais atractivos .....17 1.3.3 Desenvolvimento de serviços de educação e acolhimento para a primeira infância

.................................................................................................................................17 1.3.4 Desenvolver o ensino especial para garantir a inclusão de todos os jovens, em

particular dos jovens portadores de deficiência.......................................................18 2. Erasmus – Ensino Superior, incluindo Ensino e Formação Profissionais Avançados.......18

2.1 Mobilidade ....................................................................................................................20 2.2 Projectos multilaterais ...................................................................................................21

2.2.1 Cooperação entre instituições de ensino superior e empresas.................................21 2.2.2 Dimensão social do ensino superior ........................................................................22 2.2.3 Estratégias de mobilidade e eliminação dos obstáculos à mobilidade no ensino

superior ....................................................................................................................22 2.2.4 Apoio ao projecto de modernização do ensino superior..........................................23 Os projectos do âmbito desta prioridade devem apoiar actividades consentâneas com a

agenda de modernização do ensino superior. ..........................................................23 2.2.5 Promover a excelência e a inovação no ensino superior .........................................24

2.3 Redes académicas..........................................................................................................24 3. Leonardo da Vinci – Educação e Formação Profissionais Iniciais e Contínuas.................25

3.1 Mobilidade e parcerias ..................................................................................................27

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3.2 Projectos multilaterais – Transferência de inovação.....................................................27 3.2.1 Incentivar a cooperação entre o EFP e o mundo do trabalho ..................................28 3.2.2 Apoio à formação inicial e contínua de professores, formadores, monitores e

dirigentes de estabelecimentos de ensino e formação profissionais........................28 3.2.3 Promover a aquisição de competências essenciais no EFP .....................................29 3.2.4 Desenvolvimento e transferência de estratégias de mobilidade no EFP .................29 3.2.5 O ECVET como instrumento de promoção da transparência e do reconhecimento

dos resultados da aprendizagem e das qualificações ...............................................31 3.2.6 Melhorar os sistemas de garantia da qualidade do EFP ..........................................31

3.3 Projectos multilaterais – Desenvolvimento da inovação...............................................32 3.3.1 Aplicação do ECVET como instrumento de promoção da transparência e do

reconhecimento dos resultados da aprendizagem e das qualificações ....................32 3.3.2 Melhorar os sistemas de garantia da qualidade do EFP ..........................................33 3.3.3 Desenvolver as competências profissionais em função das necessidades do

mercado de trabalho – Novas Competências e Novos Empregos ...........................33 3.4 Redes .............................................................................................................................34

3.4.1 Cooperação entre o EFP e o mundo do trabalho .....................................................34 3.4.2 Desenvolvimento de estratégias de mobilidade no EFP..........................................34

4. Grundtvig – Educação de adultos ...........................................................................................34 4.1 Mobilidade e parcerias ..................................................................................................37 4.2 Projectos multilaterais ...................................................................................................37

4.2.1 Aquisição de competências essenciais através da educação de adultos ..................38 4.2.2 O papel da educação de adultos no reforço da inclusão social e da igualdade entre

homens e mulheres ..................................................................................................38 4.2.3 Aprendizagem intergeracional; aprendizagem de seniores; aprendizagem familiar39 4.2.4 Garantia de qualidade da aprendizagem de adultos, incluindo o desenvolvimento

profissional do pessoal ............................................................................................39 4.3 Redes .............................................................................................................................39

4.3.1 Promover a coesão social, melhorando o acesso de grupos sociais específicos a oportunidades de educação de adultos ....................................................................39

CAPÍTULO 2 – PROGRAMA TRANSVERSAL.........................................................................40 1. Actividade principal n.º 1 – Cooperação e inovação políticas ..............................................41

1.1 Visitas de estudo para especialistas do ensino e formação profissionais e para decisores – (Mobilidade)...............................................................................................................41

1.2 Projectos multilaterais ...................................................................................................41 1.2.1 Apoio a projectos de cooperação transnacional para desenvolver oportunidades de

aprendizagem ao longo da vida centradas na integração da população cigana .......41 1.3 Redes .............................................................................................................................42

1.3.1 Promover estratégias de aprendizagem ao longo da vida, incluindo percursos entre os diferentes sectores de educação e formação .......................................................42

1.3.2 Apoio a actividades em rede para a divulgação das experiências mais bem sucedidas em matéria de integração social dos ciganos, incluindo os aspectos culturais, linguísticos e sociais ................................................................................43

2. Actividade principal n.º 2 – Línguas.......................................................................................43 1.1 Projectos multilaterais ...................................................................................................44

1.1.1 Cooperação entre os mundos da educação, da formação e do trabalho ..................44 1.1.2 Promover e reforçar a aprendizagem das línguas europeias menos utilizadas........44 1.1.3 Promover a aquisição de competências essenciais através do sistema de educação e

formação ..................................................................................................................44

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1.1.4 Reforçar a coesão social e a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres na educação, incluindo a integração dos migrantes e da população cigana ............44

1.1.5 Promover a aprendizagem das línguas de países vizinhos ......................................44 1.1.6 Promoção do ensino precoce das línguas ................................................................45

1.2 Redes .............................................................................................................................45 1.2.1 Reforçar a inclusão social e a igualdade de oportunidades e a equidade entre

homens e mulheres na educação, incluindo a integração dos migrantes e da população cigana .....................................................................................................45

1.2.2 Divulgar os resultados dos projectos premiados com o Selo Europeu de Línguas e promover a ligação em rede entre esses projectos...................................................45

1.2.3 Promover a aprendizagem das línguas de países vizinhos ......................................45 1.2.4 Promoção da aprendizagem e utilização das línguas europeias menos faladas ......45

3. Actividade principal n.º 3 – TIC .............................................................................................46 1.1 Projectos multilaterais ...................................................................................................46

1.1.1 Reforçar as competências essenciais, tais como as competências digitais, estabelecendo a ligação entre os mundos da educação e do trabalho......................46

1.1.2 Métodos pedagógicos e de avaliação inovadores para percursos de aprendizagem diversificados...........................................................................................................47

1.2 Redes .............................................................................................................................48 1.2.1 Comunidades europeias de entidades interessadas na promoção das competências

digitais necessárias à vida e à empregabilidade.......................................................48 1.2.2 Comunidades de intervenientes a nível europeu para a eliminação da clivagem

digital socioeconómica ............................................................................................48 4. Actividade principal n.º 4 – Divulgação e exploração dos resultados..................................48

1.1 Projectos multilaterais ...................................................................................................49 1.1.1 Investigação e identificação de obstáculos e desenvolvimento de modelos sólidos

de divulgação e exploração bem sucedidas dos resultados .....................................49 1.1.2 Impacto dos resultados e das actividades de divulgação e exploração ...................49 1.1.3 Transferência e aplicação dos resultados (multiplicação) e/ou integração desses

resultados.................................................................................................................50

CAPÍTULO 3 – PROGRAMA JEAN MONNET .........................................................................50 1. Projectos de ensino (Módulos Jean Monnet, Cátedras Jean Monnet e Cátedras Jean

Monnet ad personam) ..............................................................................................................51 2. Outros projectos académicos e de investigação (Centros de excelência Jean Monnet,

actividades de informação e investigação e grupos de investigação multilaterais) ............51

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INTRODUÇÃO

1. OBJECTIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS DO PROGRAMA APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA

Os objectivos do programa «Aprendizagem ao Longo da Vida» são enunciados no artigo 1.º da Decisão n.º 1720/2006/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Novembro de 2006, que estabelece um programa de acção no domínio da aprendizagem ao longo da vida1 (a seguir designada «decisão do programa»). Aplicam-se consoante as circunstâncias a todas as partes do programa, sendo coadjuvados por objectivos específicos e operacionais definidos para cada subprograma (ver capítulos pertinentes do presente convite à apresentação de candidaturas).

O objectivo geral do programa, enunciado no artigo 1.º, n.º 2, da decisão do programa, é «contribuir, através da aprendizagem ao longo da vida, para o desenvolvimento da União Europeia enquanto sociedade de conhecimento avançada, caracterizada por um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos e uma maior coesão social, assegurando ao mesmo tempo a protecção adequada do ambiente para as gerações futuras». Em particular, o programa tem como finalidade fomentar os intercâmbios, a cooperação e a mobilidade entre os sistemas de educação e de formação na União Europeia, a fim de que estes passem a constituir uma referência mundial em termos de qualidade.

Os objectivos específicos, enunciados no n.º 3 do artigo 1.º da decisão, são os seguintes: (a) contribuir para o desenvolvimento de uma aprendizagem de qualidade ao longo da vida e promover elevados níveis de desempenho, bem como a inovação e uma dimensão europeia nos sistemas e práticas existentes neste domínio; (b) apoiar a criação de um espaço europeu de aprendizagem ao longo da vida; (c) contribuir para a melhoria da qualidade das possibilidades de aprendizagem ao longo da vida existentes nos Estados-Membros e para que estas se tornem mais atractivas e acessíveis; (d) reforçar o contributo da aprendizagem ao longo da vida para a coesão social, a cidadania activa, o diálogo intercultural, a igualdade entre homens e mulheres e a realização pessoal; e) contribuir para a promoção da criatividade, da competitividade e da empregabilidade, bem como para o desenvolvimento do espírito empresarial; f) contribuir para aumentar a participação de pessoas de todas as idades na aprendizagem ao longo da vida, incluindo as pessoas com necessidades especiais e os grupos desfavorecidos, independentemente da sua origem socioeconómica; g) promover a aprendizagem de línguas e a diversidade linguística;

1 Decisão n.º 1720/2006/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de Novembro de 2006 que estabelece um programa de acção no domínio da aprendizagem ao longo da vida http://eur-lex.europa.eu/lex/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2006:327:0045:0068:EN:PDF (alterada pela Decisão n.º 1357/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de Dezembro de 2008)

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h) apoiar o desenvolvimento de conteúdos, serviços, pedagogias e práticas inovadores, baseados nas TIC, no domínio da aprendizagem ao longo da vida; i) reforçar o papel da aprendizagem ao longo da vida na criação de um sentido de cidadania europeia, baseada na compreensão e no respeito dos direitos humanos e da democracia, incentivando a tolerância e o respeito pelos outros povos e culturas; j) promover a cooperação em matéria de garantia de qualidade em todos os sectores da educação e da formação na Europa; k) incentivar a melhor utilização dos resultados e dos produtos e processos inovadores e assegurar o intercâmbio de boas práticas nos domínios abrangidos pelo Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida, no intuito de melhorar a qualidade da educação e da formação.

2. CONTEXTO POLÍTICO GERAL

A prioridade global do programa Aprendizagem ao Longo da Vida consiste em reforçar o contributo da educação e da formação para a realização das prioridades e dos objectivos da Estratégia Europa 20202, tendo em vista criar valor ao fundar o crescimento no conhecimento, da capacitação das pessoas, favorecer o desenvolvimento dos cidadãos em sociedades inclusivas, e velar por que os cidadãos tenham acesso à aprendizagem ao longo da vida e actualizam as suas competências ao longo das suas vidas. O ensino e a formação desempenham um papel fundamental na consecução das prioridades enunciadas na Estratégia UE 2020, entre cujos grandes objectivos se conta o de reduzir as taxas de abandono escolar para níveis inferiores a 10 % e o de conseguir que 40 % das pessoas com idade entre os 30 e os 34 anos concluem estudos superiores (ou de nível equivalente). Os domínios prioritários definidos na Estratégia UE 2020 são objecto de sete iniciativas emblemáticas levadas a efeito a nível europeu, nacional, regional e local, sendo quarto delas de especial importância para a educação e a formação: «Juventude em Movimento3: Que visa melhorar as possibilidades de os jovens

encontrarem um emprego, incentivando a mobilidade dos estudantes e dos formandos e melhorando a qualidade e a capacidade de atracção dos sistemas de ensino e formação da Europa.

Agenda para Novas Competências e Empregos4: que visa facilitar a aquisição das

qualificações e competências mais adequadas e em capacitar as pessoas para a utilização

2 Comunicação da Comissão: Comunicação da Comissão Europa 2020 - Estratégia para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. COM(2010) 2020: http://ec.europa.eu/eu2020/pdf/COMPLET%20EN%20BARROSO%20%20%20007%20-%20Europe%202020%20-%20EN%20version.pdf e do Conselho Europeu de 25 e 26 de Março de 2010, EUCO 7/10: Conclusões, I. EUROPA 2020: Uma nova estratégia europeia para o emprego e o crescimento: http://www.consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/en/ec/113591.pdf 3 http://europa.eu/youthonthemove/. Ver também http://ec.europa.eu/education/news/news2540_en.htm 4 Comunicação da Comissão: Uma Agenda para Novas Competências e Empregos: Um contributo europeu para o pleno emprego: http://ec.europa.eu/social/BlobServlet?docId=6328&langId=en. Ver também http://ec.europa.eu/social/main.jsp?langId=en&catId=958

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das mesmas nos postos de trabalho adequados. Para tal é importante prever o mais correctamente possível as qualificações que serão necessárias no futuro e ajudar as pessoas a adquirir essas qualificações através da educação e da formação.

Uma União da Inovação5: que visa melhorar as condições do financiamento e o respectivo

acesso para a investigação e inovação na Europa, a fim de assegurar que as ideias inovadoras possam ser transformadas em produtos e serviços que gerem crescimento e postos de trabalho.

«Agenda Digital para a Europa»: O objectivo geral da Agenda Digital é extrair benefícios

económicos e sociais sustentáveis de um mercado único digital, com base na Internet rápida e ultra-rápida e em aplicações interoperáveis. Para tal, é importante melhorar a literacia digital, as competências e a inclusão.

Mais especificamente, o programa Aprendizagem ao Longo da Vida apoia a execução da política europeia em matéria de educação e formação tal como estabelecida no programa de trabalho «Educação e Formação para 2020», adoptado em Maio de 20096. Através do método aberto de coordenação, os Estados-Membros pretendem atingir os seguintes objectivos:

• tornar a aprendizagem ao longo da vida e a mobilidade uma realidade, aplicando estratégias de aprendizagem ao longo da vida, instituindo quadros nacionais de qualificações e medidas que criem percursos de aprendizagem mais flexíveis e promovendo a mobilidade para fins de aprendizagem de todos os aprendentes, professores e formadores de toda a Europa

• melhorar a qualidade e a eficácia da educação e da formação, permitindo que

todos os aprendentes adquiram as aptidões e competências básicas necessárias à sua empregabilidade, garantindo um ensino de elevada qualidade e a formação dos professores em todos os níveis de ensino e formação e desenvolvendo a atractividade e a eficiência a todos os níveis da educação e da formação;

• promover a igualdade, a coesão social e a cidadania activa, combatendo as

desigualdades no sistema educativo através de um ensino pré-primário de elevada qualidade, da prestação de serviços específicos de apoio e da promoção de uma educação inclusiva; e

• incentivar a criatividade e a inovação a todos os níveis de educação e formação,

promovendo a aquisição das competências essenciais transversais e criando parcerias com o mundo em geral, nomeadamente o mundo empresarial, para promover a abertura e a pertinência das instituições de ensino e formação face às necessidades do mundo do trabalho e da sociedade em geral.

Está disponível no sítio Internet da DG EAC uma lista completa de documentos estratégicos de referência consagrados a estes temas7. 5 http://ec.europa.eu/research/innovation-union/index_en.cfm 6 Conclusões do Conselho de 12 de Maio de 2009 sobre um quadro estratégico para a cooperação europeia no domínio da educação e da formação («EF 2020»), (2009/C119/02): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2009:119:0002:0010:EN:PDF 7

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O contexto político específico do ensino básico e secundário, do ensino superior, da formação profissional e da educação de adultos é especificado nos capítulos relativos aos programas sectoriais.

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3. PRIORIDADES GERAIS

Com base no contexto político estratégico referido supra, foram identificadas as seguintes prioridades gerais para o presente convite à apresentação de candidaturas:

1. Desenvolver estratégias de aprendizagem ao longo da vida e de mobilidade

Esta prioridade é consentânea com as Conclusões do Conselho sobre a mobilidade dos jovens8, com o Livro Verde «Promover a Mobilidade dos Jovens para fins de Aprendizagem»9 e com a iniciativa emblemática «Juventude em Movimento»10. A fim de promover a expansão da mobilidade da aprendizagem, será dada prioridade à promoção de iniciativas de desenvolvimento de estratégias de mobilidade e de eliminação dos obstáculos à mobilidade.

Neste contexto, serão especialmente incentivadas as iniciativas entre regiões de diferentes Estados-Membros. Contudo, poderão ser também desenvolvidas estratégias de mobilidade a nível sectorial (por exemplo, num sector industrial) ou entre estabelecimentos de ensino.

Importa também explorar e desenvolver aspectos como a transição para sistemas baseados nos resultados da aprendizagem, uma orientação eficaz ao longo da vida, a aplicação de instrumentos como o Quadro Europeu de Qualificações para a Aprendizagem ao Longo da Vida (QEQ) e os quadros nacionais de qualificações (QNQ), o Europass e o Sistema Europeu de Créditos do Ensino e Formação Profissionais (ECVET), que reforçam a aprendizagem ao longo da vida e a mobilidade e promovem a validação e o reconhecimento da aprendizagem não formal e informal.

2. Promover a cooperação entre os mundos da educação e formação e do trabalho

Em conformidade com a Comunicação de 2009 sobre a cooperação Universidades/empresas11, o objectivo consiste em promover a cooperação entre todos os sectores da educação e formação e o mundo do trabalho. O contributo dos parceiros sociais para tornar a educação e formação mais pertinentes para o mundo do trabalho reveste-se de importância crucial para o mercado do trabalho, a empregabilidade das pessoas e o potencial de empreendedorismo. A cooperação entre a educação e o mundo do trabalho pode também contribuir para melhorar a orientação escolar e profissional.

8 Conclusões do Conselho e dos Representantes dos Governos dos Estados-Membros, reunidos no Conselho, em 21 de Novembro de 2008, sobre a mobilidade dos jovens (2008/C 320/03): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2008:320:0006:0009:EN:PDF 9 COM(2009) 329 final: http://ec.europa.eu/education/lifelong-learning-policy/doc/mobility/com329_en.pdf 10 Ibid. 3. 11 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões: Uma nova parceria para a modernização das universidades: Fórum da UE para o Diálogo universidades-empresas, COM(2009) 158 final: http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2009:0158:FIN:EN:PDF. A que foi dado seguimento, em Março de 2010, por um Fórum da Comissão para a cooperação escolas-empresas:

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3. Apoiar a formação inicial e contínua de professores, formadores e dirigentes de estabelecimentos de ensino e formação

Tal como se reflectiu na Reunião Ministerial Informal de Setembro de 2009, existe uma ligação forte entre a qualidade da educação e a qualidade dos professores e dos dirigentes de estabelecimentos de ensino. Nas conclusões do Conselho de Novembro de 2009 nesta matéria12, a Comissão foi convidada a apoiar a cooperação e o intercâmbio de boas práticas em domínios relacionados13. A existência de mecanismos de garantia de qualidade a todos os níveis do ensino e da formação profissional reforçará esta evolução.

4. Promover a aquisição de competências essenciais em todo o sistema de educação e formação

Tal como se refere no relatório conjunto de 2010 sobre a educação e a formação, ao passo que a execução do quadro de competências essenciais14 está mais avançada a nível do ensino básico e secundário geral, até à data, a promoção de reformas a nível do ensino e formação profissional, do ensino superior e da educação de adultos tem sido menos bem sucedida. O objectivo desta prioridade consiste, portanto, em incentivar todos os sectores, a começar pelo da educação pré-escolar, a desenvolverem projectos centrados nas seguintes competências essenciais, em função das respectivas especificidades:

1. comunicação na língua materna; 2. comunicação em línguas estrangeiras; 3. competência matemática e competências básicas em ciências e tecnologia; 4. competência digital; 5. aprender a aprender; 6. competências sociais e cívicas; 7. espírito de iniciativa e empreendedorismo; 8. sensibilidade e expressão culturais. Neste contexto, deverá ser promovido especificamente o multilinguismo.

5. Promover a inclusão social e a igualdade entre os sexos na educação e na formação, incluindo a integração dos migrantes e da população cigana

Na sequência do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social (2010), a adopção de um objectivo global ao abrigo da Estratégia Europa 202015 relativo ao abandono escolar precoce e as Conclusões do Conselho 2010, sobre a educação das

12 Conclusões do Conselho, de 26 de Novembro de 2009, sobre o aperfeiçoamento profissional dos professores e dos dirigentes escolares. (2009/C 302/04): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2009:302:0006:0009:EN:PDF 13 Foi publicado em Abril de 2010 um manual destinado aos decisores políticos relativo à iniciação dos professores principiantes, intitulado: «Developing coherent and system-wide induction programmes for beginning teachers: a handbook for policymakers (Definição de programas de iniciação coerentes e sistémicos para professores principiantes: manual para os decisores políticos) (SEC (2010) 538 final) http://ec.europa.eu/education/school-education/doc2254_en.htm 14 Competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida – Quadro de Referência europeu: http://ec.europa.eu/dgs/education_culture/publ/pdf/ll-learning/keycomp_en.pdf. Ver também: http://ec.europa.eu/education/school-education/doc830_en.htm 15 Ibid 2

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crianças oriundas da imigração e a dimensão social da educação e de formação16, espera-se que os projectos promovam a inclusão social através da educação. No sector do ensino básico e secundário, será atribuída especial importância às questões do abandono escolar precoce e das necessidades especiais. No sector do ensino superior, os projectos centrar-se-ão no alargamento do acesso a novos tipos de estudantes.

As questões relacionadas com a participação dos migrantes, dos grupos com menos oportunidades, incluindo os ciganos, dos grupos sociais vulneráveis de pessoas com necessidades especiais assumirão especial importância no ensino básico e secundário, no ensino e formação profissional e na educação de adultos. O acesso a orientação adequada para estes grupos de aprendentes é especialmente importante. A dimensão de género é muito de grande importância na educação, nomeadamente na medida em que o abandono escolar precoce afecta mais os rapazes do que as raparigas e em que a escolha das áreas de estudo é muito condicionada pelo género. Embora a dimensão de género deva ser tida em conta em todo o programa, os projectos do âmbito desta prioridade poderão abordá-la mais especificamente. Os projectos são também incentivados a desenvolver actividades destinadas a encorajar as raparigas e as mulheres a enveredar por profissões em que estão sub-representadas.

Além disso, deve observar-se que a promoção do acesso das pessoas com deficiência às oportunidades de aprendizagem (inclusive oportunidades de formação em linha) é uma prioridade estratégica válida para o programa em geral.

É necessária uma maior sensibilização nos curricula educativos e de formação para as necessidades especiais das pessoas que estão em situação de mobilidade ou são afectadas por outros problemas de incapacidade, por exemplo, em relação às normas de acessibilidade real ou virtual.

Estas prioridades estratégicas globais reflectem-se de várias formas nos diferentes subprogramas apoiados pelo Programa Aprendizagem ao Longo da VIDA. Quando necessário, são também identificadas prioridades suplementares mais específicas, por subprograma ou actividade principal.

4. CONDIÇÕES TRANSVERSAIS

Em conformidade com o artigo 14.º, n.º 2, da decisão do programa, os projectos e redes multilaterais no âmbito dos programas Comenius, Erasmus, Leonardo da Vinci, Grundtvig, bem como as actividades principais do programa transversal, estão igualmente abertas a parceiros de países terceiros que não participam no Programa Aprendizagem ao Longo da Vida ao abrigo do disposto no artigo 7.° da decisão. Para mais informações sobre as acções em causa e as modalidades de participação, queira consultar o guia do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida. São apoiadas medidas de acompanhamento em todos os programas sectoriais e na actividade principal n.º 2 (Línguas). 16 Conclusões do Conselho de Maio de 2010. 3013.ª reunião do Conselho da Educação, Juventude e Cultura, Bruxelas, 11 de Maio de 2010 http://www.consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/en/educ/114393.pdf

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Em todos os programas é dada uma atenção redobrada à divulgação e exploração sistemáticas dos resultados a nível do projecto e do programa em questão, bem como a nível político. Todas as propostas de projectos devem incluir um plano bem definido para a divulgação e a exploração dos resultados. A Comissão tomará em consideração os pedidos de co-financiamento de novos programas de trabalho de redes financiadas em anos anteriores, em função dos resultados alcançados por essas redes e do valor acrescentado das novas propostas.

5. COMO UTILIZAR ESTE DOCUMENTO

No presente documento são descritos os diferentes tipos de acções para as quais se formula o convite à apresentação de candidaturas ao abrigo do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida, juntamente com as prioridades políticas correspondentes, quando aplicável. Quando são especificadas prioridades para um determinado tipo de acção, essas prioridades reflectem as questões fulcrais para a definição de políticas à escala europeia em matéria de educação e formação. Para serem seleccionadas, as candidaturas deverão abordar pelo menos uma destas prioridades. A fim de garantir uma cobertura adequada das prioridades, a selecção das candidaturas a financiamento basear-se-á na qualidade das candidaturas, bem como na necessidade de uma cobertura equilibrada das prioridades17. O convite geral deve ser considerado conjuntamente com os seguintes documentos: – A Decisão do Parlamento Europeu e do Conselho que institui o programa «Aprendizagem

ao Longo da Vida» para 2007-201318.

– O Guia do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida, que descreve as acções e as disposições financeiras e administrativas19.

CAPÍTULO 1 – PROGRAMAS SECTORIAIS

1. COMENIUS – ENSINO BÁSICO E SECUNDÁRIO

Contexto político O Conselho Educação decidiu, em Novembro de 2008, reforçar a cooperação europeia nas políticas para o ensino básico e secundário20. O objectivo é oferecer a todos os jovens um

17 Serão publicadas no Guia do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida informações mais pormenorizadas sobre as regras de selecção das candidaturas – ver: http://ec.europa.eu/education/lifelong-learning-programme/doc78_en.htm (em «How to participate»). 18 Ibid. 1. 19

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ensino de qualidade, que lhes permita integrar-se nas sociedades globalizadas e no mundo do trabalho em rápida mutação e desenvolver plenamente o seu potencial, nomeadamente em termos de inovação, criatividade e cidadania activa. Em 200721 e 200922, o Conselho definiu uma agenda de cooperação no domínio da melhoria da qualidade da formação e do aperfeiçoamento profissional de professores e dirigentes escolares23. Era colocada a tónica na necessidade de melhorar a qualidade e a pertinência de todo o ciclo de formação dos professores, desde a formação inicial até à integração dos novos professores e ao seu aperfeiçoamento profissional contínuo. Também em 2009, o Conselho abordou o tema da educação das crianças oriundas da imigração, convidando nomeadamente os Estados-Membros a utilizarem de forma direccionada o Programa Aprendizagem ao Longo da Vida para apoiarem melhor a aprendizagem deste grupo de alunos24. Estas prioridades reflectem se no novo quadro estratégico («EF 2020»25 No sector do ensino básico e secundário, estas prioridades exigem medidas que garantam que todos os aprendentes adquiram as competências essenciais, independentemente da sua situação pessoal, social ou económica. Em particular, serão necessários mais esforços no domínio das competências de base26 e do reforço do ensino e da aprendizagem das competências essenciais transversais que promovem o espírito de iniciativa e o espírito empresarial, a criatividade, a inovação e a adaptação a um mundo laboral em mutação rápida. O sistema educativo deverá incentivar o respeito pelo ambiente27 e as competências interculturais. O quadro estratégico «EF 2020»28 confirma a necessidade de concentrar os esforços na qualidade da aprendizagem dos estudantes oriundos da imigração29 e reconhece a importância fundamental do ensino pré-primário e dos cuidados infantis no que a este ponto se refere. Em 2010, foi definida como um dos objectivos globais no âmbito da Estratégia Europa 202030. a redução do abandono escolar precoce para menos de 10 % até 2020. A Comissão comprometeu-se em propor em 2011 uma recomendação do Conselho a enunciar um quadro de políticas eficazes de combate ao abandono escolar precoce, com base numa melhor informação sobre as causas que levam ao abandono escolar, numa série de medidas destinadas a prevenir a ocorrência das condições que concorrem para o abandono escolar precoce, a

20 Conclusões do Conselho e dos Representantes dos Governos dos Estados-Membros, reunidos no Conselho, em 21 de Novembro de 2008, sobre a mobilidade dos jovens (2008/C 320/03): uma agenda para a cooperação europeia em matéria escolar». (2008/C 319/08): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2008:319:0020:0022:EN:PDF 21 Conclusões do Conselho e dos Representantes dos Governos dos Estados-Membros, reunidos no Conselho, de 15 de Novembro de 2007 sobre a melhoria da qualidade da formação de professores (2007/C 300/07): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2007:300:0006:0009:EN:PDF 22 Ibid. 12. 23 24 Conclusões do Conselho, de 26 de Novembro de 2009, sobre a educação das crianças oriundas da imigração 2009/C301/07: http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2009:301:0005:0008:EN:PDF 25 Ibid. 6. 26 Conclusões do Concelho relativas à melhoria do nível das competências de base no contexto da cooperação europeia para as escolas do séc. XXI– Bruxelas, 19 de Novembro de 2010: http://www.consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/en/educ/117853.pdf 27 Conclusões do Concelho sobre educação e desenvolvimento sustentado – Bruxelas, 19 de Novembro de 2010: http://consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/en/educ/117855.pdf 28 Ibid. 6. 29 Conclusões do Conselho, de 26 de Novembro de 2009, sobre a educação das crianças oriundas da imigração: http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2009:301:0005:0008:EN:PDF 30 Ibid. 2.

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intervir em resposta aos ninais de risco acrescido e readmitir os alunos que abandonaram o sistema educativo. Os novos critérios de referência europeus enunciados no Anexo I do novo quadro estratégico («EF 2020»)31 incluem, além do abandono escolar precoce e da literacia, objectivos quantitativos de redução do número de alunos com fraco aproveitamento em matemática e ciências (inferior a 15% até 2020) de aumento para 95 % até 2020 da proporção de crianças entre os 4 e o início da escolaridade obrigatória que participam na ensino e nos cuidados pré-escolares. No contexto da «Agenda para Novas Competências e Empregos»32, por exemplo, as previsões recentes das necessidades futuras em matéria de qualificações apontam para um aumento do número de postos de trabalho que exigem qualificações de nível médio ou elevado. Contudo, essas qualificações devem ser acompanhadas por competências essenciais que preparem os jovens para trabalhar em condições interculturais, multilingues e em evolução rápida e que contribuam para promover a criatividade e a inovação. A evolução política e os desafios atrás referidos exigem assim uma cooperação europeia destinada a: • Prosseguir e reforçar o trabalho no domínio das competências essenciais para a

aprendizagem ao longo da vida33. o que implica facultar a todos os estudantes, desde muito jovens e independentemente da sua origem socioeconómica, circunstâncias, sexo ou necessidades especiais, a possibilidade de adquirirem uma gama completa de competências essenciais. O desenvolvimento das competências essenciais deve assentar numa base sólida de competências em leitura e escrita, matemática e ciências e incluir competências temáticas e transversais que motivem e preparem os jovens para continuarem a aprender.

• Apoiar a colaboração dos estabelecimentos de ensino com o mundo do trabalho e outros intervenientes fundamentais exteriores à escola, estabelecer parcerias e melhorar as competências empresariais de professores e alunos.

• Continuar a melhorar a qualidade dos professores, dos dirigentes escolares e de outro pessoal escolar, para que as escolas possam ser ambientes de aprendizagem eficazes. Para tal será necessário um aperfeiçoamento profissional contínuo de alta qualidade do pessoal docente, mais eficiência no recrutamento dos professores e na sua manutenção e prestar apoio aos dirigentes escolares, para que se possam concentrar na melhoria da aprendizagem de alunos e professores.

Objectivos específicos e operacionais do programa Comenius Os objectivos específicos do programa Comenius, enunciados no artigo 17.º, n.º 1, da decisão do programa, são os seguintes:

31 Ibid. 6. 32 Ibid. 4. 33 Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho de 18 de Dezembro de 2006 sobre as competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida (2006/962/EC): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2006:394:0010:0018:EN:PDF

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a) sensibilizar os jovens e o pessoal docente para a diversidade e o valor das culturas e das línguas europeias e desenvolver o conhecimento sobre elas junto desses sectores;

b) ajudar os jovens a adquirir as aptidões e competências vitais de base, necessárias para o seu desenvolvimento pessoal, para a sua futura vida profissional e para uma cidadania activa a nível nacional e europeu.

Os objectivos operacionais do programa Comenius, enunciados no artigo 17.º, n.º 2, da decisão do programa, são os seguintes: a) melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos quantitativos a mobilidade de

alunos e de pessoal docente nos diferentes Estados-Membros; b) melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos quantitativos as parcerias entre

escolas de diferentes Estados-Membros, de modo a fazer participar pelo menos três milhões de alunos em actividades educativas conjuntas durante o período de vigência do programa;

c) incentivar a aprendizagem de línguas modernas estrangeiras; d) apoiar o desenvolvimento de conteúdos, serviços, pedagogias e práticas inovadores

baseados nas TIC, no domínio da aprendizagem ao longo da vida; e) reforçar a qualidade e a dimensão europeia da formação de professores; f) apoiar a melhoria dos métodos pedagógicos e da gestão das escolas. Prioridades das acções «Comenius»

1.1 Mobilidade e parcerias

As acções de mobilidade das pessoas para outro país europeu e as acções de parceria do programa Comenius incluem: • a mobilidade individual dos alunos, no contexto de uma parceria escolar em curso ou

anterior; • a participação de professores e outro pessoal docente em cursos de formação (formação

contínua); • visitas de preparação das actividades relacionadas com a mobilidade, as parcerias, os

projectos multilaterais ou as redes; • contratos como assistente destinados a professores ou futuros professores; • parcerias entre escolas, bilaterais e multilaterais, que incluam a mobilidade de alunos e de

pessoal docente, no contexto de actividades de parceria; • Parcerias Comenius Régio; • geminação electrónica. Não existem prioridades a nível europeu ao abrigo destas acções, cujas modalidades são definidas no Guia do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida34.

34 Ibid. 19.

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1.2 Projectos multilaterais

1.2.1 Desenvolvimento e liderança das escolas e laços com o mundo do trabalho

O desenvolvimento de competências essenciais35 e a motivação para prosseguir a aprendizagem dependem em grande medida da pertinência do ensino e da aprendizagem, da filosofia da escola e da forma como as escolas interagem com o mundo exterior. Melhorar a liderança das escolas, proporcionar aos professores incentivos e oportunidades de colaboração e promover o desenvolvimento geral das escolas como ambientes de aprendizagem constituem assim prioridades políticas essenciais. Devem participar no projecto parceiros escolares e do mundo exterior, que elaborarão métodos, estratégias, material didáctico e/ou outros tipos de material de apoio, a fim de: • estabelecer parcerias e modelos de ligação em rede entre as escolas e o mundo do

trabalho; • desenvolver a capacidade de liderança do pessoal docente; • desenvolver as competências dos professores para colaborarem entre si, com as famílias

dos alunos e com o mundo exterior; • incentivar o espírito de iniciativa dos jovens e desenvolver as suas competências

empresariais.

1.2.2 Elaboração de abordagens para o ensino e a aprendizagem

A fim de dar resposta às necessidades de um mundo laboral em mutação rápida e de sociedades cada vez mais diversificadas, as escolas devem desenvolver uma ampla gama de competências essenciais dos jovens, o que exige uma formação inicial sólida dos professores e dirigentes escolares e um aperfeiçoamento profissional contínuo de alta qualidade ao longo das respectivas carreiras. Neste contexto, os programas de integração profissional de todos os novos professores revestem-se de importância crucial. • Os projectos devem reflectir as competências de que os actuais dirigentes escolares terão

necessidade e incidir na aplicação de formas eficazes de apoio ao desenvolvimento profissional dos dirigentes escolares;

• os projectos devem incidir no desenvolvimento, experimentação e aplicação de abordagens interagências eficazes de apoio aos novos professores em início de carreira (integração)36.

1.2.3 Apoio às competências de base37 e às «competências essenciais transversais»

Durante os anos que frequentam a escola, os jovens têm necessidade de desenvolver não só competências de base sólidas – em leitura, escrita, matemática e ciências, mas também competências essenciais transversais, tais como aprender a aprender, espírito de iniciativa e empresarial, competências sociais, cívicas e culturais. O ensino e a aprendizagem destas competências implicam com frequência uma perspectiva do ensino que transponha as fronteiras das disciplinas tradicionais, bem como a adopção de uma visão global da

35 Ibid. 14 36 Ibid. 13. 37 O Conselho adoptou, em Março de 2010, um parâmetro de referência europeu para a redução para 15 % da percentagem de alunos com mau aproveitamento em leitura, matemática e ciências: http://ec.europa.eu/education/lifelong-learning-policy/doc28_en.htm

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aprendizagem e do desenvolvimento pessoal e social dos alunos. A experiência monstra que os métodos de análise e avaliação da aprendizagem têm um forte impacto no desenvolvimento destas competências essenciais. Os projectos devem: o descobrir formas de reforçar a aquisição de competências de base, organizar uma

identificação eficaz das dificuldades nestas áreas e apoiar os alunos com essas dificuldades em todo o sistema escolar;

• identificar e elaborar métodos de ensino e de aprendizagem que apoiem eficazmente o desenvolvimento de competências essenciais transversais;

• desenvolver métodos e práticas de apreciação e avaliação que melhorem a qualidade da aprendizagem e que apoiem o desenvolvimento das competências essenciais transversais já mencionadas;

• identificar e desenvolver a integração da dimensão europeia no ensino e na aprendizagem.

1.2.4 Reduzir o abandono escolar precoce, melhorar a aprendizagem dos alunos oriundos da imigração e os alunos de etnia cigana, assim como promover a igualdade entre homens e mulheres e estratégias de aprendizagem inclusivas

O abandono escolar precoce continua a ser um dos principais desafios com que se defrontam os sistemas educativos da União Europeia. Os Estados-Membros enfrentam vários desafios em matéria de abandono escolar precoce. Nalguns deles, o abandono escolar precoce é um fenómeno predominantemente rural, noutros, afecta na sua maioria zonas desfavorecidas das grandes cidades. Alguns mercados de trabalho regionais e sazonais (p. ex, o turismo e a construção) podem atrair os jovens e influenciar a decisão de deixar a escola em troca de um emprego não qualificado e com fracas perspectivas. Alguns países deparam-se com elevados níveis de abandono escolar precoce em certas vias profissionais, ao passo que outros registam um menor abandono escolar precoce nomeadamente nas oportunidades ligadas aos aprendizados38. Se bem que muitos jovens oriundos da imigração sejam alunos bem sucedidos, o desempenho médio deste grupo é inferior ao dos seus pares naturais do país. Entre os alunos de etnia cigana há uma elevada percentagem de jovens que abandonam a escola sem terem obtido um certificado final. Subsistem igualmente diferenças entre o interesse e os resultados de alunos do sexo masculino e feminino em certas disciplinas. Todas estas condições têm de ser consideradas ao apoiar os alunos que abandonam a escola precocemente ou os que estão expostos a esse risco. As escolas, juntamente com outros intervenientes, pode desempenhar assim um papel muito importante neste domínio, combatendo o abandono escolar precoce e melhorando a aprendizagem dos alunos oriundos da imigração ou de etnia cigana. Os projectos devem: • identificar e desenvolver estratégias e métodos que ajudem os que se encontram em risco

de abandono escolar precoce a manter a sua motivação e completar os seus estudos, preparando-os para participar no ensino e formação superiores;

• identificar e desenvolver formas de apoiar e motivar os alunos oriundos da imigração e de etnia cigana a realizar o seu potencial educativo;

• identificar e desenvolver estratégias de combate dos estereótipos sexistas no ensino, na aprendizagem e nas opções profissionais;

38 Combater o Abandono Escolar Precoce: Um Contributo Essencial para a Estratégia «Europa 2020», COM(2011) 18 final, disponível em http://ec.europa.eu/education/school-education/doc/earlycom_en.pdf.

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• apoiar o desenvolvimento de abordagens inclusivas do ensino e da aprendizagem que dêem resposta às necessidades de todos os alunos, incluindo os de meios desfavorecidos.

1.3 Redes

1.3.1 Apoiar o empreendedorismo e os laços com o mundo do trabalho

O desenvolvimento do espírito de iniciativa e do espírito empresarial como competência essencial39 inclui a capacidade de passar das ideias aos actos, de gerir projectos e trabalhar em equipa e de compreender o funcionamento da economia. As escolas podem apoiar o desenvolvimento desta competência, promovendo a iniciativa, a inovação e a criatividade e estabelecendo parcerias com o mundo do trabalho. No âmbito desta prioridade, as organizações parceiras devem desenvolver os conhecimentos necessários sobre o tema, ligando em rede os recursos e os conhecimentos, a fim de identificar e divulgar formas eficazes da ajudar as escolas a: • desenvolver ambientes de aprendizagem que incentivem a iniciativa, a criatividade e a

inovação de alunos e pessoal docente; • cooperar em parceria com o mundo do trabalho; • melhorar a orientação dos alunos; • apoiar a formação inicial e contínua de professores, formadores e directores de

estabelecimentos de ensino e de formação.

1.3.2 Apoio destinado a tornar os estudos científicos e tecnológicos mais atractivos

Para dar resposta a desafios globais como as alterações climáticas, criando uma economia mais amiga da ambiente e mais inteligente, é necessário compreender as mudanças do mundo natural causadas pela actividade humana e a responsabilidade individual de cada cidadão. O conhecimento dos conceitos científicos fundamentais e o interesse pelo desenvolvimento sustentável são assim elementos essenciais de uma cidadania activa e responsável. No âmbito desta prioridade, as redes devem identificar e divulgar métodos eficazes de ensino das disciplinas científicas, nomeadamente em matéria de desenvolvimento sustentável – tais como o ensino baseado em inquéritos, o desenvolvimento de serviços de orientação e informação sobre as profissões científicas e métodos de redução do desequilíbrio entre os sexos no que se refere à opção por uma educação ou uma profissão científica.

1.3.3 Desenvolvimento de serviços de educação e acolhimento para a primeira infância

O acesso a serviços de educação e acolhimento de grande qualidade para a primeira infância lança as bases de uma aprendizagem futura eficaz, contribui para o desenvolvimento social das crianças e confere vantagens às crianças desfavorecidas. A qualidade depende, entre outros aspectos, das competências do pessoal, do currículo, da colaboração com os pais e do ambiente de aprendizagem em geral. As redes devem identificar, promover o intercâmbio e divulgar meios eficazes de: 39 Competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida – Quadro de Referência europeu: http://ec.europa.eu/dgs/education_culture/publ/pdf/ll-learning/keycomp_en.pdf. Ver também: http://ec.europa.eu/education/school-education/doc830_en.htm

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• melhorar as competências de professores, formadores e outro pessoal e a qualidade dos currículos e dos ambientes de aprendizagem para as crianças de idade pré-escolar;

• identificar e apoiar as crianças com dificuldades de aprendizagem ou em situação de desvantagem socioeconómica;

• apoiar o desenvolvimento da linguagem e da literacia.

1.3.4 Desenvolver o ensino especial para garantir a inclusão de todos os jovens, em particular dos jovens portadores de deficiência

Para tirar partido da diversidade e aplicar os princípios da inclusão no ensino e na formação importa proceder a uma reformulação dos ambientes de aprendizagem, dos recursos e das competências de professores e dirigentes escolares, a uma análise dos obstáculos e a uma identificação das oportunidades. As redes devem identificar e divulgar abordagens eficazes, que: • promovam a integração, inclusive alargando as funções das escolas de ensino especial de

modo a transformá-las em centros de recursos; • prestem formação a professores, dirigentes escolares e outro pessoal educativo no domínio

da promoção da inclusão.

2. ERASMUS – ENSINO SUPERIOR, INCLUINDO ENSINO E FORMAÇÃO PROFISSIONAIS AVANÇADOS

Contexto político A política da União Europeia em matéria de ensino superior tem como objectivo apoiar os Estados-Membros nos seus esforços de reforma dos respectivos sistemas de ensino superior, tornando-os mais coerentes e dotando-os de uma maior capacidade de resposta face às necessidades da sociedade do conhecimento. As reformas são necessárias para enfrentar os desafios da globalização e para formar e reciclar a mão-de-obra europeia. Com estas reformas, as instituições de ensino superior deverão ficar habilitados a assumir um papel decisivo na «Europa do conhecimento» e a dar um forte contributo para a realização do quadro estratégico «EF 2020»202040 e da Estratégia Europa 202041, e da Estratégia Europa 2020, em particular, o seu objectivo global de aumentar a percentagem da população com idades entre 30-34 que completaram o ensino superior (ou equivalente) para 40% até 2020. Das sete iniciativas emblemáticas da Estratégia Europa 2020, são as seguintes, as mais pertinentes para a política de ensino superior: «Juventude em Movimento»42, «Agenda para Novas Competências e Empregos»43 assim como a «Uma União da inovação»44. No âmbito de cada uma destas iniciativas, tanto a União Europeia como as autoridades nacionais têm de coordenar os esforços para que estes se reforcem mutuamente. A promoção

40 Ibid. 6. 41 Ibid. 2. 42 Ibid. 3. 43 Ibid. 4. 44 Ibid. 5.

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da mobilidade é uma das principais prioridades da agenda do ensino superior, reflectindo-se nas Conclusões do Conselho de Novembro de 2008, em que se sublinha que todos os jovens deverão ter a oportunidade de participar em alguma forma de mobilidade. Paralelamente, as reformas devem concorrer para a realização dos objectivos do Espaço Europeu do Ensino Superior para 2020 (processo de Bolonha), adoptados na Conferência Ministerial de Lovaina de 200945. Em particular, os ministros da Educação e do Ensino Superior fixaram um objectivo de mobilidade segundo o qual, até 2020, 20% dos licenciados europeus deverão ter tido uma experiência de estudo ou formação no estrangeiro. As prioridades políticas para o ensino superior foram enunciadas na Comunicação «Realizar a agenda da modernização das universidades: ensino, investigação e inovação46.» Prioridades essas que serão revistas e completada numa comunicação, a publicar em 2011. Estas mensagens foram confirmadas em várias Conclusões e Resoluções do Conselho. As instituições de ensino superior são convidados a assumir plenamente o seu papel no triângulo do conhecimento (ensino superior, investigação e inovação) e a participar em projectos de cooperação reforçada entre instituições de ensino superior e empresas – uma prioridade que é sublinhada pela criação de um Instituto Europeu de Tecnologia47, mas que é também muito pertinente para o ensino superior de um modo mais geral. O Fórum Europeu Universidades-Empresas, iniciado pela Comissão, bem como a comunicação com ele relacionada48, pretende igualmente reforçar a cooperação neste domínio. Objectivos específicos e operacionais do programa Erasmus Os objectivos específicos do programa «Erasmus», tal como previstos no artigo 21.º, n.º 1, da decisão do programa, são os seguintes: a) apoiar a criação de um Espaço Europeu do Ensino Superior; b) reforçar o contributo do ensino superior e do ensino profissional avançado para o processo

de inovação. Os objectivos operacionais do programa «Erasmus», tal como previstos no artigo 21.º, n.º 2, da decisão do programa, são os seguintes: a) melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos quantitativos a mobilidade dos

estudantes e do pessoal docente na Europa, de modo a atingir até 2012 uma participação

45 Processo de Bolonha 2020 – O Espaço Europeu do Ensino Superior na nova década. Comunicado da Conferência de Ministros Europeus responsáveis pelo ensino superior, Lovaina, 28-29 de Abril de 2009: http://www.ond.vlaanderen.be/hogeronderwijs/bologna/conference/documents/Leuven_Louvain-la-Neuve_Communiqué_April_2009.pdf, a que foi dado seguimento pela Declaração de Budapeste-Viena, de 12 de Março de 2010, relativa ao Espaço Europeu do Ensino Superior http://www.ond.vlaanderen.be/hogeronderwijs/bologna/2010_conference/documents/Budapest-Vienna_Declaration.pdf 46 COM(2006) 208 final: http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2006:0208:FIN:EN:PDF 47 48 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões: Uma nova parceria para a modernização das universidades: Fórum da UE para o diálogo universidades-empresas, COM(2009) 158 final: http://ec.europa.eu/education/higher-education/doc/business/com158_en.pdf

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de pelo menos três milhões de pessoas nas acções de mobilidade de estudantes no âmbito do programa Erasmus e dos programas que o precederam;

b) melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos quantitativos as acções de cooperação multilateral entre as instituições de ensino superior na Europa;

c) reforçar o grau de transparência e compatibilidade entre as qualificações do ensino superior e do ensino profissional avançado obtidas na Europa;

d) melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos quantitativos as acções de cooperação entre as instituições de ensino superior e as empresas;

e) facilitar o desenvolvimento e a transferência de práticas inovadoras no ensino e na formação de nível superior, designadamente de cada país participante para os restantes;

f) apoiar o desenvolvimento de conteúdos, serviços, pedagogias e práticas inovadores, baseados nas TIC, no domínio da aprendizagem ao longo da vida.

Prioridades das acções Erasmus

2.1 Mobilidade

Mobilidade dos estudantes, do pessoal docente e de outras categorias de pessoal das instituições de ensino superior

A mobilidade dos estudantes e dos docentes é um elemento muito importante para a criação do Espaço Europeu do Ensino Superior. As instituições de ensino superior que participam no programa Erasmus são convidados a promover a mobilidade tanto dos estudantes, para efeitos de estudos ou estágios, de forma a atingir a meta de 3 milhões de estudantes Erasmus até 2012 e desenvolver a mobilidade para o pessoal, para fins de ensino e de formação. As instituições de ensino superior devem garantir uma elevada qualidade na organização da mobilidade de estudantes e docentes, tal como especificado no Estatuto Universitário Erasmus e na Carta Europeia da Qualidade da Mobilidade49. Não existem prioridades ao nível europeu ou nacional ao abrigo destas acções.

Programas intensivos Erasmus Um «programa intensivo» é um programa de estudos de curta duração que reúne estudantes e docentes de instituições de ensino superior de pelo menos três países participantes. Para além dos resultados de aprendizagem nas competências temáticas, os programas intensivos devem propiciar a transmissão de competências transversais, devendo o trabalho realizado pelos alunos participantes ser reconhecido pela atribuição de créditos ECTS (ou equivalente). Não existem prioridades ao nível europeu ou nacional ao abrigo destas acções.

Cursos intensivos de línguas Erasmus

49 Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho de 18 de Dezembro de 2006 relativa à mobilidade transnacional na Comunidade para fins de educação e de formação: Carta Europeia da Qualidade da Mobilidade (2006/L 394/5): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2006:394:0005:0009:EN:PDF .

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Estes cursos são um elemento essencial de desenvolvimento das competências linguísticas e multiculturais dos estudantes que participam em acções de mobilidade e de promoção do multilinguismo na Europa. Não existem prioridades ao nível europeu ou nacional ao abrigo destas acções.

2.2 Projectos multilaterais

Os projectos multilaterais Erasmus prestam apoio à cooperação de estabelecimentos de ensino superior entre si ou com outras entidades competentes. Será dada preferência a projectos inovadores que visem especificamente matérias e temas não suficientemente abrangidos por projectos que já beneficiem de financiamento ao abrigo da presente acção. Os projectos multilaterais devem tratar as prioridades seguintes.

2.2.1 Cooperação entre instituições de ensino superior e empresas

Os projectos ao abrigo desta prioridade apoiam actividades que associam aqueles estabelecimentos de ensino e parceiros não académicos: empresas, organizações profissionais, câmaras de comércio, parceiros sociais, entidades locais/regionais, etc. Estes projectos devem comprovar que implicam uma cooperação efectiva entre os mundos do trabalho e do ensino superior, com a participação e empenhamento activos das instituições de ambos os lados.

Será dada preferência a projectos centrados em: • reforçar o vínculo entre as actividades educativas curriculares e extracurriculares e as

necessidades das empresas e de emprego, por exemplo, avaliando as necessidades de competências no futuro e promovendo a participação das empresas na concepção e na definição dos conteúdos dos cursos. Tal inclui a promoção de regimes de colaboração entre o mundo académico e o mundo empresarial graças à criação de «Alianças do Conhecimento»50 tendo em vista adaptar ou desenvolver novos programas que resolver as lacunas a nível das competências inovadoras (o que irá ajudar as universidades a modernizar-se, abrindo-se à interdisciplinaridade, ao espírito empresarial e a parcerias empresariais mais sólidas);

• desenvolver serviços educativos dirigidos às empresas, no âmbito da aprendizagem ao longo da vida e com base numa procura clara e na participação dos empregadores, tais como cursos específicos para aperfeiçoar os conhecimentos e as competências dos trabalhadores.

50 «Alianças do conhecimento» visam uma cooperação estruturada entre as instituições de ensino superior e as empresas, a fim de desenvolver novos curricula e cursos, assim como métodos inovadores para a ministração do ensino. Os resultados das «Alianças do conhecimento» poderão inspirar instituições de ensino superior a modernizar os seus curricula, etc. O objectivo deveria ser sempre o de velar por que os diplomados em todos os domínios saiam dos seus estudos com conhecimentos aprofundados, assim como com competências diversas de alto nível, que lhes proporcionem uma forte empregabilidade e, bem assim, um espírito empresarial e atitudes criativas e inovadoras. Tais « Alianças do conhecimento» não põem de modo algum em questão a autonomia das instituições de ensino superior.

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2.2.2 Dimensão social do ensino superior

Os projectos do âmbito desta prioridade devem apoiar acções destinadas a alargar o acesso e melhorar a dimensão social no ensino superior. Os principais objectivos são o alargamento da participação e o aumento das taxas de conclusão dos estudos por parte de estudantes oriundos de grupos sub-representados (devido a factores como origem socioeconómica, deficiência, etnia, migração, etc.) e de aprendentes não tradicionais (estudantes a tempo parcial ou com responsabilidades familiares exigentes, formandos adultos, etc.), o reforço da aprendizagem ao longo da vida mediante a criação de percursos de aprendizagem flexíveis, o desenvolvimento de meios para melhorar a responsabilidade social das instituições de ensino superior, bem como a melhoria do equilíbrio entre os sexos, nomeadamente em áreas disciplinares onde o desequilíbrio se faz sentir mais. Será dada preferência a projectos centrados em: • alargar o acesso ao ensino superior de grupos sub-representados e aprendentes não

tradicionais, por exemplo, promovendo o reconhecimento da aprendizagem não formal e informal anterior, desenvolvendo ou reforçando o acesso a orientação e aconselhamento, e recorrendo a propostas de recrutamento especiais dirigidas especificamente a novos grupos de estudantes

• sistemas de acompanhamento do alargamento do acesso de grupos sub-representados • conceber políticas destinadas a aumentar as taxas de conclusão dos estudos superiores,

inclusive através do reforço do apoio individualizado (financeiro ou outro) e da orientação dos estudantes;

• desenvolver disposições flexíveis, nomeadamente percursos escolares em tempo parcial ou personalizados (incluindo o ensino à distância), a fim de dar resposta a necessidades específicas desses grupos no âmbito do ensino superior;

• no equilíbrio entre os sexos, pela promoção da participação e do êxito do sexo sub-representado nas disciplinas pertinentes;

• sensibilizar e desenvolver a responsabilidade social das instituições de ensino superior, inclusive através de actividades de sensibilização da comunidade e vias de acesso baseadas na comunidade.

2.2.3 Estratégias de mobilidade e eliminação dos obstáculos à mobilidade no ensino superior

Os projectos do âmbito desta prioridade devem apoiar actividades de concepção de estratégias inovadoras destinadas a reforçar a mobilidade ou de possíveis formas de eliminação dos obstáculos à mobilidade no ensino superior. Esta prioridade abarca também os projectos que apoiam a mobilidade virtual integrada numa estratégia global para a integração eficaz das TIC nas instituições de ensino superior participantes. Será dada preferência a projectos centrados em: • desenvolver estratégias destinadas a reforçar a mobilidade da aprendizagem, por exemplo,

através da promoção de «janelas de mobilidade» nos currículos ou do incentivo à acção de «multiplicadores» (professores, directores de escolas/gestores, formadores) que promovam a mobilidade;

• analisar e eliminar os principais obstáculos à mobilidade, nomeadamente os que obstam ao reconhecimento pleno do período em que os estudantes estudaram no estrangeiro,

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incluindo a promoção e a utilização plena dos instrumentos de reconhecimento existentes [sistema europeu de transferência de créditos académicos (ECTS), Europass, incluindo o suplemento ao diploma, etc.51];

• facilitar o acesso, a nível nacional ou regional, a informação pertinente sobre mobilidade transnacional;

• providenciar recursos educativos abertos, tendo em vista partilhar conteúdos à escala europeia no âmbito de uma estratégia institucional em que os aspectos organizacionais e técnicos tenham sido previamente definidos;

• reforçar a mobilidade virtual, reconhecendo os cursos ministrados por outras instituições no estrangeiro, com recurso a instrumentos de aprendizagem em linha

2.2.4 Apoio ao projecto de modernização do ensino superior

Os projectos do âmbito desta prioridade devem apoiar actividades consentâneas com a agenda de modernização do ensino superior. Os projectos devem abordar pelo menos uma das seguintes áreas de reforma da agenda de modernização: reforma curricular (incluindo projectos de elaboração de currículos), reforma da gestão e reforma do financiamento. No que se refere à reforma curricular, será dada preferência a projectos centrados em: • desenvolver iniciativas ou ferramentas de avaliação e promoção da empregabilidade dos

licenciados; • conceber programas integrados que devem incluir a transmissão de competências

transversais, por forma a abranger: (1) um ciclo de estudos completo (licenciatura, mestrado ou doutoramento) sancionado por um diploma conjunto, duplo ou múltiplo reconhecido; (2) um ciclo completo de estudos em domínios de forte interdisciplinaridade; ou (3) curricula ou módulos de formação contínua destinados a actualizar os conhecimentos adquiridos no passado.

No que se refere à reforma da gestão, será dada preferência a projectos centrados em: • facilitar a cooperação europeia no domínio da garantia da qualidade, por exemplo,

definindo e aplicando novos procedimentos conjuntos de avaliação interna e externa da qualidade dos programas de estudo, abordagens e instrumentos comuns para o reconhecimento de diplomas conjuntos, duplos ou múltiplos e princípios claros de garantia de qualidade no ensino transfronteiriço;

• reforçar a autonomia e a responsabilidade das instituições de ensino superior nos processos de tomada de decisão, envolvendo também os demais interessados (por exemplo, estudantes, antigos alunos, empresas, parceiros sociais, organizações da sociedade civil e organizações de desenvolvimento regional);

• promover a transparência em matéria de diversidade e desempenho das instituições de ensino superior.

• melhorar a gestão estratégica nas instituições de ensino superior graças a sistemas de gestão rigorosos.

No que se refere à reforma do financiamento, será dada preferência a projectos centrados em:

51 A Convenção sobre o Reconhecimento de Qualificações Relativas ao Ensino Superior na Região Europa 1997 – comummente conhecida como Convenção de Lisboa, a rede de informação ENIC-NARIC, a garantia de qualidade das instituições de ensino superior e dos programas.

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• desenvolver estratégias de reforço da eficiência do financiamento, incluindo mecanismos de financiamento baseados no desempenho;

• promover a diversificação do financiamento das instituições de ensino superior; • avaliar e promover a rentabilidade do investimento no ensino superior.

2.2.5 Promover a excelência e a inovação no ensino superior

Os projectos do âmbito desta prioridade devem ter por objectivo apoiar actividades que abordem o triângulo do conhecimento, a saber, educação, investigação e inovação. As instituições de ensino superior europeus deram provas de grandes potencialidades no domínio da educação e da investigação, porém é frequente que as duas áreas não estejam inter-relacionadas de forma óptima nem bem conectadas com o terceiro lado do triângulo, a inovação. Estes projectos devem colmatar essa lacuna, estabelecendo a ligação entre as iniciativas da UE nestas três áreas de formas novas e eficientes, de que o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (IET) constitui um exemplo. Serão especialmente bem-vindas as candidaturas ao abrigo desta prioridade apresentadas por consórcios que participem em programas de investigação e inovação da UE, que poderão completar assim as suas actividades com iniciativas educativas que não estavam previstas inicialmente nos seus planos de trabalho. Será dada preferência a projectos que concorram para promover a excelência e a inovação, centrando-se em: • melhorar a qualidade e a pertinência do ensino e da utilização de métodos de ensino

inovadores, estabelecendo um vínculo estreito entre a investigação em curso, por exemplo, envolvendo o pessoal dos institutos de investigação nas actividades educativas e melhorando as competências dos professores para que estes possam integrar no seu ensino uma dimensão de criatividade e de inovação;

• proporcionar aos estudantes, nomeadamente a nível da licenciatura, a oportunidade de trabalhar num contexto de investigação, por exemplo, estabelecendo ligações com projectos de investigação, laboratórios, etc.;

• estimular o espírito inovador e empresarial dos estudantes, encorajando-os a aplicar os seus conhecimentos e os resultados da investigação, por exemplo, propiciando a criação de micro-empresas.

• apoiar a partilha de experiências em matéria de programas de doutoramento inovadores consagrados a questões como os procedimentos de supervisão e de avaliação, o desenvolvimento de qualificações transferíveis e de meios de melhorar a empregabilidade, em conformidade com os «Princípios de Salzburgo»52.

2.3 Redes académicas

Os projectos do âmbito desta acção devem ter por objectivo reunir um conjunto de competências específicas o mais alargadas e avançadas possível, numa determinada área disciplinar. As redes académicas devem contar com a participação de um leque adequado de intervenientes competentes e abordar temas com interesse directo para a política europeia no

52 Os «Princípios de Salzburgo» foram enunciados em 2005, tendo em vista apoiar o desenvolvimento de estudos de nível de doutoramento no contexto do processo de Bolonha, e foram revistos em 2010. http://www.eua.be/cde/publications.aspx

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sector do ensino superior. Devem colocar a tónica na partilha de conhecimentos, na discussão de metodologias, na promoção da partilha de boas práticas neste domínio e na produção e promoção de criatividade e inovação. As redes devem abordar as tendências actuais, emergentes e futuras na área disciplinar em causa. Será dada preferência a redes inovadoras, centradas em áreas disciplinares e temas insuficientemente abordados nas redes que são já financiadas ao abrigo desta acção. Para mais informações sobre as redes financiadas ao abrigo de convites anteriores à apresentação de candidaturas, consultar o compêndio de projectos Erasmus, no seguinte endereço Internet: http://eacea.ec.europa.eu/llp/erasmus/erasmus_compendia_en.html

3. LEONARDO DA VINCI – EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAIS INICIAIS E CONTÍNUAS

Contexto político

O programa Leonardo da Vinci tem como enquadramento político o Processo de Copenhaga, actualizado pelo Comunicado de Bruges (2010)53. O processo centra-se principalmente no reforço da atractividade, da qualidade e da eficácia dos sistemas de ensino e formação profissionais (EFP), no aumento da transparência, na melhoria da informação e dos sistemas de orientação, no reconhecimento das competências e qualificações e no reforço da dimensão europeia. Os desafios que se colocam nos próximos anos são descritos na Comunicação sobre o ensino e formação profissionais adoptada em Junho de 2010 pela Comissão Europeia54.

As actividades do programa continuarão a centrar-se em iniciativas específicas destinadas a promover o desenvolvimento, a experimentação e a aplicação de ferramentas europeias comuns para o ensino e a formação profissionais. Entre essas iniciativas, contam-se o desenvolvimento e testagem do Sistema Europeu de Transferência de Créditos no Ensino e na Formação Profissionais (ECVET), a aplicação do Quadro Europeu de Qualificações (QEQ), a promoção, o desenvolvimento e a utilização do Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o Ensino e a Formação Profissionais. Estas actividades contribuirão para intensificar a aprendizagem mútua, a cooperação, a confiança, e para promover a mobilidade e a partilha de experiência e de conhecimentos. Com base nas Conclusões do Conselho sobre a mobilidade dos jovens (Novembro de 2008)55, no Livro Verde de Junho de 2009 «Promover a Mobilidade dos Jovens para fins de Aprendizagem»56 e na iniciativa «Juventude em Movimento»57, será dada uma ênfase especial à criação de oportunidades de mobilidade para jovens, tais como aprendizes, formandos ou estudantes do ensino e formação profissionais.

53 54 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões: Dar um novo impulso à cooperação europeia no domínio do ensino e da formação profissionais para apoiar a Estratégia «Europa 2020». COM(2010) 296 final: http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2010:0296:FIN:EN:PDF 55 Ibid. 8. 56 Ibid. 9. 57 Ibid. 3.

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Procurar-se-á, em especial, facilitar a participação dos sectores58, das organizações de parceiros sociais e das empresas, em particular as PME, em todas as acções do programa Leonardo da Vinci. Estratégias de cooperação regional de incentivo à mobilidade dos jovens estudantes do ensino e formação profissionais contribuirão para a realização destes objectivos.

Objectivos específicos e operacionais do programa Leonardo da Vinci Os objectivos específicos do programa Leonardo da Vinci, enunciados no artigo 25.º, n.º 1, da decisão do programa, são os seguintes: a) apoiar os participantes em acções de formação e aperfeiçoamento na aquisição e utilização

de conhecimentos, competências e qualificações por forma a facilitar o seu desenvolvimento pessoal, a empregabilidade e a participação no mercado de trabalho europeu;

b) apoiar a melhoria da qualidade e da inovação dos sistemas, instituições e práticas de educação e formação profissionais;

c) aumentar a atractividade da educação e da formação profissionais, bem como a mobilidade dos empregadores e das pessoas, e facilitar a mobilidade dos formandos que trabalham.

Os objectivos operacionais do programa Leonardo da Vinci, enunciados no artigo 25.º, n.º 2, da decisão do programa, são os seguintes: a) melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos quantitativos, em toda a Europa, a

mobilidade dos participantes na educação e formação profissionais iniciais e na formação contínua, de modo a aumentar o número de estágios em empresas para pelo menos 80 000 por ano até ao final do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida;

b) melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos quantitativos a cooperação entre estabelecimentos ou organismos que oferecem oportunidades de aprendizagem, empresas, parceiros sociais e outros organismos pertinentes em toda a Europa;

c) facilitar o desenvolvimento e a transferência de práticas inovadoras no domínio da educação e formação profissionais, que não de nível superior, designadamente de cada país participante para os restantes;

d) melhorar a transparência e o reconhecimento das qualificações e competências, incluindo as adquiridas através da aprendizagem não formal e informal;

e) incentivar a aprendizagem de línguas modernas estrangeiras; f) apoiar o desenvolvimento de conteúdos, serviços, pedagogias e práticas inovadores,

baseados nas TIC, no domínio da aprendizagem ao longo da vida. Prioridades para as acções Leonardo da Vinci59

58 Sectores na acepção dos códigos e descritores do Eurostat: Nomenclatura das Actividades Económicas do Eurostat (NACE): http://epp.eurostat.ec.europa.eu/statistics_explained/index.php/Statistical_classification_of_economic_activities_in_the_European_Community_(NACE) 59 Importa realçar que, no quadro de acções de mobilidade e dos projectos de «transferência de inovação» desenvolvidos no âmbito do programa «Leonardo da Vinci», as autoridades nacionais podem definir certas prioridades adicionais como as áreas temáticas, os países de destino, etc. Essas prioridades têm de ser consentâneas com as prioridades europeias enunciadas no presente documento e ser definidas de concertação com a Comissão. Serão divulgadas quer através de convites nacionais específicos à apresentação de candidaturas, quer nos sítios Internet das agências nacionais.

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3.1 Mobilidade e parcerias

No que se refere à mobilidade de pessoas para fins de formação profissional, e de profissionais do ensino e formação profissionais, é colocada grande ênfase na gestão da qualidade da mobilidade, mormente no que concerne à preparação pedagógica, linguística e cultural, e às disposições para a estada no estrangeiro, com base nos princípios enunciados na Carta Europeia da Qualidade da Mobilidade. É incentivado o desenvolvimento e a aplicação dos elementos ECVET (descrição dos resultados da aprendizagem, avaliação e reconhecimento dos resultados da aprendizagem), bem como a orientação e a sustentabilidade, no intuito de optimizar o impacto da experiência de mobilidade. As acções preparatórias na área da mobilidade dos aprendizes levaram à conclusão de dar a este grupo-alvo uma visibilidade específica no programa Leonardo da Vinci. O papel importante dos organismos intermediários competentes60 nestes projectos é sublinhado tendo em vista atingir níveis de qualidade e a participação das PME. Esta acção abrange a mobilidade para fins de aprendizagem/formação nos seguintes grupos-alvo:

(1) formandos em formação profissional inicial: A. aprendizes e estagiários que frequentam o ensino profissional inicial baseado

num sistema de alternância ou na formação em empresas61; B. estagiários que frequentam formação profissional inicial em escolas;

(2) pessoas activas no mercado de trabalho que frequentam formação profissional contínua; (3) mobilidade de profissionais do sector do ensino e formação profissionais. Dado que as parcerias Comenius abrangem a cooperação entre escolas, os projectos de parcerias Leonardo da Vinci devem centrar-se na cooperação entre o ensino e formação profissionais e o mundo do trabalho, contando com a participação de parceiros dos dois lados.

3.2 Projectos multilaterais – Transferência de inovação

Os dois tipos de projectos abrangidos por esta acção do programa Leonardo da Vinci são os seguintes: • projectos multilaterais para transferência de inovação - (gestão descentralizada); • projectos multilaterais para o desenvolvimento da inovação - (gestão centralizada). A diferença entre o âmbito de aplicação destes dois tipos de projectos é descrita em mais pormenor no Guia do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida62. Elevar os níveis de competência dos grupos de risco63 e garantir a igualdade de oportunidades são consideradas prioridades horizontais em todos os projectos multilaterais Leonardo e em todas as prioridades temáticas. 60 Os organismos intermediários competentes são todas as organizações e grupos de interesse públicos ou semipúblicos que têm a missão de apoiar o sector empresarial ou da formação nas suas actividades de Ensino e Formação; são exemplos desses organismos as câmaras de artes e ofícios, as câmaras de comércio, as representações/federações empresariais, os sindicatos e os serviços de emprego. 61 A aprendizagem no local de trabalho, tal como é definida pelo país para efeitos do programa, pode incluir a formação de adultos em programas de aprendizagem no local de trabalho. Consultar o sítio Internet da agência nacional do país em causa. 62 Ibid. 19.

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A utilização das TIC e de métodos de aprendizagem electrónica, a aprendizagem de línguas para fins profissionais (VOLL) e a aprendizagem integrada de conteúdos através de uma língua estrangeira (CLIL) são incentivadas em todos os projectos multilaterais Leonardo.

3.2.1 Incentivar a cooperação entre o EFP e o mundo do trabalho

No âmbito desta prioridade, os projectos devem promover um vínculo estreito entre com a vida profissional, por forma a tornar o EFP mais adequado às necessidades do mercado de trabalho e mais propício a um crescimento inclusivo. Os projectos devem procurar identificar e antecipar as necessidades em matéria de qualificações e competências em cada sector, e contribuir para a sua integração nos programas de EFP. Isso implica, igualmente, promover a integração da aprendizagem na vida profissional. Esta prioridade deve apoiar a aplicação da « Agenda para novas qualificações e novos empregos»64, tendo em conta desafios como as alterações ambientais e a evolução demográfica e as necessidades crescentes de emprego nessas áreas, tais como os chamados «empregos verdes» ou «empregos brancos» (acompanhamento médico-social). As propostas devem abranger uma das seguintes áreas de actividade: • promover o envolvimento das diferentes partes interessadas no processo de adequação dos

sistemas de EFP e de qualificações às necessidades do mercado de trabalho, tendo em conta certas mudanças sistémicas, como a passagem para os sistemas baseados nos resultados da aprendizagem e nas competências;

• testar e levar à prática métodos e sistemas comuns para antecipar as necessidades em matéria de competências, tendo em consideração tanto os aspectos que se prendem com a determinação das necessidades de competências e com a respectiva integração adequada no EFP, por exemplo, a nível sectorial, envolvendo empresas, organizações sectoriais e parceiros sociais no EFP;

• incentivar a integração entre o EFP institucional e a vida profissional, promovendo actividades relacionadas com a vida profissional nos programas EFP, tais como modelos inovadores de experiência profissional, «jornadas de iniciação no terreno», formação no local de trabalho e aprendizagem profissional

• testar e levar à prática métodos e sistemas inovadores vocacionados para o combate ao abandono escolar precoce no EFP inicial.

3.2.2 Apoio à formação inicial e contínua de professores, formadores, monitores e dirigentes de estabelecimentos de ensino e formação profissionais

No âmbito desta prioridade, os projectos devem ter em conta a necessidade de desenvolver as qualificações e competências dos professores, formadores, monitores e dirigentes de estabelecimentos de ensino e formação profissionais e das pessoas que prestam serviços de orientação, incluindo a sua formação contínua e a aprendizagem de línguas. No âmbito desta prioridade, os projectos devem promover a transferência de inovação sobre os seguintes temas: • o papel dos profissionais do EFP em resposta a certas mudanças sistémicas como a

transição para sistemas baseados nos resultados da aprendizagem e nas competências e a

63 Os grupos de risco são grupos com dificuldades específicas no mercado de trabalho, como por exemplo as pessoas que abandonaram a escola prematuramente, os trabalhadores pouco qualificados, as pessoas com deficiência, os imigrantes e pessoas oriundas da imigração e as minorias étnicas, incluindo a população cigana. 64 Ibid. 4.

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importância crescente atribuída à validação da aprendizagem não formal e informal anterior;

• reforçar os laços entre os profissionais do EFP e o mundo do trabalho (empresas, sectores de actividade, etc.), desenvolver a sua capacidade de prestação de orientação profissional individual65;

• desenvolver as suas competências pedagógicas e a sua participação na elaboração dos planos de estudos;

• favorecer a aquisição de competências que permitam aos profissionais do EFP ensinar competências transversais tais como as definidas na Recomendação de 2006 sobre as competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida.

3.2.3 Promover a aquisição de competências essenciais no EFP

A aquisição de competências essenciais66 reveste-se de especial importância no EFP, pois alguns alunos e formandos que ingressam no ensino profissional não dispõem das aptidões e competências básicas necessárias para poderem acompanhar e completar a formação. Por outro lado, as competências essenciais são importantes para possibilitar percursos educativos individuais para além do EFP, aumentar a permeabilidade do sistema educativo e facilitar as fases de transição (do EFP para o mercado de trabalho ou a reintegração no mercado de trabalho após um período de desemprego). Algumas competências essenciais contribuem para a atractividade do EFP. Os projectos devem promover um dos seguintes aspectos: • desenvolvimento de conceitos para a aquisição de competências essenciais no ensino

profissional inicial, nomeadamente de competências digitais e tecnológicas, espírito empresarial, línguas estrangeiras (aprendizagem de línguas para fins profissionais (VOLL) e aprendizagem integrada de conteúdos através de uma língua estrangeira (CLIL), bem como de competências para viver e trabalhar numa sociedade cada vez mais diversificada e de cidadania activa;

• desenvolvimento de práticas de aquisição de competências essenciais no ensino profissional contínuo;

• desenvolvimento de abordagens de apoio à aprendizagem de línguas estrangeiras no ensino e formação profissionais iniciais, adaptadas às necessidades e possibilidades de alunos e formandos.

3.2.4 Desenvolvimento e transferência de estratégias de mobilidade no EFP

A importância e o impacto positivo da mobilidade da aprendizagem foram sublinhados em várias ocasiões e a mobilidade é uma das principais prioridades no quadro estratégico «Educação e Formação para 2020»67. Principalmente no EFP, a participação em acções de mobilidade é muito baixa e exige estratégias de apoio específicas por parte das entidades competentes a todos os níveis. . A mobilidade no EFP consiste em grande parte em estágios em empresas, ou seja, é orientada para a experiência prática e está estreitamente relacionada com o sector empresarial. No caso dos aprendizes, as empresas participam também enviando aprendizes para acções de mobilidade. A fim de garantir a qualidade dos estágios, apoiar a procura de parceiros e incentivar a participação das PME, deverão ser criadas estruturas de

65 A rede Euroguidance - http://www.euroguidance.net - é muito útil neste aspecto. 66 Ibid. 14 67 Ibid. 6.

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cooperação sustentáveis entre as organizações competentes. Foram desenvolvidos em anos anteriores numerosos conceitos, ferramentas e abordagens que podem ser adaptados e transferidos para contextos diferentes. Para que a mobilidade possa ser a regra e não uma excepção no EFP, é importante integrar a mobilidade e as qualificações internacionais nos currículos existentes. O mercado do trabalho necessita dessas qualificações, que aumentam a atractividade do EFP. Serão especialmente incentivadas as candidaturas a nível regional, que em vários países desempenham um papel importante na promoção da mobilidade e que devem ser especialmente encorajadas, bem como as estratégias a nível de sectores, ramos de actividade ou áreas de EFP.

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No âmbito desta prioridade, os projectos multilaterais devem visar um dos seguintes objectivos: • adoptar e transferir estruturas e ferramentas de apoio à mobilidade no EFP, nomeadamente

a participação das PME e estágios em empresas; • transferir abordagens de generalização/integração da mobilidade nos currículos de EFP,

em sectores, ramos de actividade, áreas de EFP ou regiões específicos; • transferir modelos de intercâmbio recíproco de formandos, nomeadamente de colocação

de aprendizes em empresas.

3.2.5 O ECVET como instrumento de promoção da transparência e do reconhecimento dos resultados da aprendizagem e das qualificações

No âmbito desta prioridade, os projectos devem preparar, organizar e garantir a transferência de métodos, directrizes e ferramentas associadas, destinados a aplicar e utilizar os princípios do ECVET para efeitos de mobilidade e/ou de aprendizagem ao longo da vida. Para tal será necessário estabelecer instrumentos, procedimentos e métodos para: • conceber qualificações como unidades de resultados da aprendizagem; • desenvolver e transferir unidades de resultados da aprendizagem relacionadas com

competências profissionais internacionais; deverá ser atribuída especial importância à transferência e integração destas unidades em qualificações reconhecidas da formação inicial e contínua e em qualificações dos profissionais do EFP;

• atribuir pontos ECVET às unidades e qualificações; • estabelecer procedimentos associados de avaliação, transferência, validação e acumulação

dos resultados da aprendizagem obtidos em contextos formais, informais e não formais; • desenvolver parcerias operacionais, incluindo modelos de memorandos de entendimento,

acordos de aprendizagem e registos pessoais. As candidaturas devem abordar todos os seguintes aspectos: • processos práticos de transferência destinados a facilitar a compreensão e a aplicação do

ECVET pelos intervenientes no EFP; • soluções práticas destinadas a facilitar o desenvolvimento de práticas inovadoras de EFP,

utilizando o ECVET e a sua transferência, incluindo a mobilidade e a validação da aprendizagem não formal e informal;

• desenvolvimento e divulgação de estratégias e abordagens de decisores políticos, professores e responsáveis pelas qualificações que possam ser replicadas a nível europeu e transferidas;

• disponibilização de informação aberta e de recursos de apoio, garantindo que as questões organizacionais, técnicas e relacionadas com a qualidade ligadas ao ECVET sejam abordadas de forma a partilhar os conteúdos e a torná-los facilmente acessíveis a nível europeu.

3.2.6 Melhorar os sistemas de garantia da qualidade do EFP

No âmbito desta prioridades, os projectos devem contribuir para a exploração de projectos anteriores de desenvolvimento da inovação, de outros projectos que tenham recebido uma subvenção Leonardo da Vinci ou de abordagens inovadoras no domínio da garantia de qualidade do EFP, a fim de elaborar, organizar e assegurar a transferência de directrizes, ferramentas e produtos destinados a promover a aplicação e utilização do Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade. Para tal será necessário estabelecer instrumentos, procedimentos e métodos para:

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• conceber uma abordagem nacional de melhoria da qualidade dos sistemas EFP e reforçar a utilização do quadro de referência europeu de garantia da qualidade;

• utilizar a auto-avaliação e a avaliação inter pares no processo de garantia da qualidade; • desenvolver a utilização dos indicadores do Anexo 2 da Recomendação sobre a criação de

um Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade68. As candidaturas devem abordar um dos seguintes aspectos : • transferência, utilização e divulgação dos resultados do trabalho do projecto ENQAVET

anterior, nomeadamente os resultados do grupo temático no domínio da elaboração de orientações de apoio à garantia de qualidade do EFP e os resultados do grupo no domínio dos indicadores;

• transferência, exploração dos resultados de projectos anteriores no domínio da aplicação do Quadro Comum de Garantia da Qualidade (CQAF), através da «Avaliação inter pares como um instrumento para garantia de qualidade do EFP»69;

• transferência e exploração de materiais inovadores e pertinentes produzidos no âmbito de projectos Leonardo da Vinci no domínio da garantia de qualidade do EFP;

• actualização dos resultados de projectos pertinentes, úteis e inovadores anteriores relacionados com a aplicação do CQAF, com vista à adaptação ao Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade.

Em todos os casos, o novo coordenador do projecto deve manter-se em contacto com a rede actual de garantia da qualidade do EFP e acompanhar o seu trabalho mais recente, a fim de manter a coerência com as acções empreendidas a nível europeu.

3.3 Projectos multilaterais – Desenvolvimento da inovação

Para informações de carácter geral, ver a introdução da secção 3.2.

3.3.1 Aplicação do ECVET como instrumento de promoção da transparência e do reconhecimento dos resultados da aprendizagem e das qualificações

No âmbito desta prioridade, os projectos destinam-se a apoiar o desenvolvimento das qualificações nacionais e sectoriais e/ou do sistema de qualificações, através da integração do ECVET, em conformidade com a Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho sobre a criação do sistema ECVET70. Devem também apoiar a experimentação e aplicação do ECVET, em conformidade com a Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho sobre a criação do sistema ECVET, e abordar todos os seguintes aspectos: • concepção e aplicação de métodos operacionais e transferíveis e de orientações para a

organização das qualificações em unidades de resultados da aprendizagem e correspondente atribuição de pontos, com base nas especificações técnicas ECVET;

68 Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Junho de 2009, sobre a criação de um Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o Ensino e a Formação Profissionais (2009/C 155/1): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2009:155:0001:0010:EN:PDF 69 70 Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Junho de 2009, sobre a criação do Sistema Europeu de Créditos do Ensino e Formação Profissionais (ECVET) (2009/C 155/02): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2009:155:0011:0018:EN:PDF

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• experimentação de qualificações – sectoriais ou trans-sectoriais – baseadas em resultados e procedimentos correspondentes para avaliação, transferência e acumulação dos resultados da aprendizagem obtidos em contextos formais, informais e não formais;

• concepção e experimentação de normas de qualidade para a aplicação do ECVET às qualificações nacionais, sectoriais ou trans-sectoriais, com o objectivo de emitir um rótulo de qualidade ECVET para estas qualificações.

Além das actividades atrás referidas, os projectos podem incluir também: • a concepção de programas de EFP com dispositivos flexíveis de validação, transferência e

reconhecimento dos resultados da aprendizagem, utilizando os princípios ECVET; • a elaboração de conceitos que combinem o ECVET com o ECTS e reforcem a

compatibilidade entre os dois sistemas, com base na abordagem dos resultados da aprendizagem.

3.3.2 Melhorar os sistemas de garantia da qualidade do EFP

No âmbito desta prioridade, os projectos destinam-se a apoiar a utilização e o desenvolvimento de um quadro de referência europeu de garantia da qualidade71, com vista a melhorar e desenvolver os sistemas de EFP e a promover uma cultura de melhoria da qualidade e de inovação a todos os níveis. Os projectos devem apoiar um dos seguintes objectivos: • concepção de abordagens nacionais destinadas a melhorar os sistemas de garantia da

qualidade a nível nacional e a utilizar o melhor possível o quadro de garantia da qualidade, nomeadamente através da concepção de orientações e planos de acção para a aplicação dos sistemas;

• desenvolvimento da recolha de dados para os indicadores do anexo 2 da Recomendação sobre o Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade;

• desenvolver instrumentos operacionais e concretos, sustentáveis e transferíveis, baseados no Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade;

• conceber orientações/guias concretos relacionados com o quadro de garantia da qualidade a utilizar pelos intervenientes no EFP, nomeadamente pelos prestadores de formação;

• desenvolver e experimentar processos de garantia da qualidade do ensino e formação profissionais iniciais e contínuos, com base no quadro de garantia da qualidade.

3.3.3 Desenvolver as competências profissionais em função das necessidades do mercado de trabalho – Novas Competências e Novos Empregos

No âmbito desta prioridade, os projectos devem promover uma relação estreita com a vida profissional, de forma a garantir uma maior adequação entre o EFP e as necessidades do mercado de trabalho. Os projectos devem procurar identificar e antecipar as necessidades em matéria de qualificações e competências em cada sector, e contribuir para a sua integração nos programas de EFP. Isso implica, igualmente, promover a integração da aprendizagem na vida profissional. Esta prioridade deve apoiar a aplicação da « Agenda para Novas Competências e Empregos» 72. As candidaturas devem incluir os seguintes aspectos: • promover o envolvimento das diferentes partes interessadas no processo de adequação dos

sistemas de EFP e de qualificações às necessidades do mercado de trabalho, tendo em 71 O Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade é um sistema de referência destinado a ajudar os Estados-Membros e os países participantes a desenvolver, melhorar, controlar e avaliar os seus próprios sistemas e práticas, com base em princípios e critérios comuns: http://ec.europa.eu/education/lifelong-learning-policy/doc1134_en.htm . 72 Ibid. 4.

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conta certas mudanças sistémicas, como a passagem para os sistemas baseados nos resultados da aprendizagem e nas competências;

• desenvolver e testar métodos e sistemas comuns para antecipar as necessidades em matéria de competências, incluindo a nível sectorial, envolvendo empresas, organizações sectoriais e parceiros sociais no EFP;

• incentivar a integração da aprendizagem na vida profissional, promovendo ambientes de trabalho mais propícios a essa aprendizagem, a formação no local de trabalho e percursos de aprendizagem profissional, como base para o desenvolvimento das qualificações profissionais pertinentes para o mercado de trabalho.

3.4 Redes

3.4.1 Cooperação entre o EFP e o mundo do trabalho

As redes do âmbito desta prioridade devem promover a participação dos agentes do EFP (por exemplo, escolas, instituições, organizações, associações representativas do sector do EFP), bem como intervenientes do mundo do trabalho (por exemplo, representações sectoriais, ramos de actividade, empresas, parceiros sociais). A finalidade destas redes é o intercâmbio de informação e experiências, bem como a divulgação e a aplicação de abordagens, métodos e ferramentas comuns relacionados com a iniciativa «Agenda para Novas Competências e Empregos»73, que podem incluir, por exemplo, avaliações inter pares, reflexões sobre os métodos e ferramentas ou sobre as abordagens pedagógicas, ou a constituição de conselhos sectoriais de competências. Serão especialmente incentivadas as redes em sectores que se encontram em processo de ajustamento estrutural ou de evolução rápida.

3.4.2 Desenvolvimento de estratégias de mobilidade no EFP

As redes apoiarão a cooperação das autoridades regionais e locais e/ou dos organismos competentes com o mundo das empresas, reforçando a mobilidade no EFP. Devem centrar-se na identificação, promoção e divulgação de ideias, estratégias e estruturas na área da mobilidade da aprendizagem, não só no interior da rede, como também em cooperação com partes interessadas exteriores. Para poderem ter mais visibilidade e impacto, as redes devem reunir uma ampla gama de intervenientes e países pertinentes.

4. GRUNDTVIG – EDUCAÇÃO DE ADULTOS

Contexto político O objectivo do programa Grundtvig é dar resposta ao duplo desafio em matéria de educação: por um lado, do grande número de adultos que abandonaram a escola precocemente ou, no caso de muitos migrantes, nunca tiveram a possibilidade de receber uma educação escolar, e por outro, de uma população em vias de envelhecimento. A educação de adultos contribui para superar esses desafios, ao permitir que essas duas categorias de indivíduos melhorem as suas competências e os seus conhecimentos.

73 Ibid. 4.

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A educação de adultos é uma componente fundamental da aprendizagem ao longo da vida. Porém, a participação dos adultos no ensino e na formação é não só limitada, como também desequilibrada. As pessoas com níveis de educação mais baixos são as menos susceptíveis de participar num processo de aprendizagem. Os Estados-Membros decidiram subir o valor de referência relativo à participação da população adulta na aprendizagem ao longo da vida para 15% até 2020. Porém, tal como revelam os dados do inquérito às forças de trabalho74 utilizados para acompanhar este valor de referência, o valor médio caiu desde 2005, situando-se nos 9,3 % em 2009, com grandes variações entre países, que apresentam percentagens que vão desde 1,4% a 32 % Procurando responder a esta situação, e a outros desafios que a Europa está a enfrentar, como as alterações demográficas, o rápido desenvolvimento noutras regiões do mundo e a pobreza a par da exclusão social, a Comissão publicou em 2006 uma comunicação intitulada «Educação de adultos: nunca é tarde para aprender»75. Esta comunicação sublinha a importância da educação dos adultos para a sua empregabilidade, a mobilidade no mercado de trabalho e a aquisição de competências essenciais, mas também para promover uma sociedade e um mercado de trabalho favoráveis à inclusão social. No clima actual de recuperação lenta da recessão, estas mensagens são mais importantes do que nunca. A comunicação foi seguida de um Plano de Acção para a Educação de Adultos - Nunca é Tarde para Aprender76, (2007-2010), onde se descreve a forma como os Estados-Membros e outras partes interessadas, com o apoio das instâncias europeias, podem desenvolver sistemas de educação de adultos eficientes e eficazes. As Conclusões do Conselho77 sobre a educação de adultos reforçaram e ampliaram a estratégia de acção da Comissão neste domínio, esperando-se que sejam renovadas sob a forma de um segundo plano de acção em 2011. É crucial garantir uma maior participação e equidade na educação de adultos. Há que fomentar uma cultura da qualidade, prestando uma atenção especial aos aprendentes, ao aperfeiçoamento profissional do pessoal docente e, bem assim, às entidades formadoras e ao ensino propriamente dito. A aplicação de sistemas de reconhecimento e validação da aprendizagem não formal e informal é indispensável para ajudar a motivar os adultos. Por último, há que melhorar a qualidade e a comparabilidade dos dados relativos às necessidades de aprendizagem dos adultos, para fundamentar a elaboração das políticas futuras. A melhoria da qualidade e a promoção da equidade na educação e na formação constituem prioridades do quadro estratégico «EF 2020»78. Objectivos específicos e operacionais do programa Grundtvig Os objectivos específicos do programa Grundtvig, enunciados no artigo 29.º, n.º 1, da decisão do programa, são os seguintes: a) responder ao desafio que o envelhecimento da população europeia representa no plano da

educação;

74 http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/microdata/lfs 75 COM(2006) 614 final: http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/site/en/com/2006/com2006_0614en01.pdf 76 COM(2007) 558 final: http://ec.europa.eu/education/policies/adult/com558_en.pdf 77 Conclusões do Conselho, de 22 de Maio de 2008, relativas à educação de adultos (2008/C 140/09): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2008:140:0010:0013:EN:PDF 78 Ibid. 6.

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b) ajudar a proporcionar aos adultos percursos que permitam melhorar os seus conhecimentos e competências.

Os objectivos operacionais do programa Grundtvig, enunciados no artigo 29.º, n.º 2, da decisão do programa, são os seguintes: a) melhorar a qualidade e a acessibilidade, em toda a Europa, da mobilidade das pessoas

envolvidas na educação de adultos, e aumentá-la em termos quantitativos de modo a apoiar a mobilidade de pelo menos 7 000 dessas pessoas, por ano, até 2013;

b) melhorar a qualidade e aumentar em termos quantitativos as acções de cooperação entre os organismos envolvidos na educação de adultos em toda a Europa;

c) apoiar as pessoas provenientes de grupos sociais vulneráveis e de contextos sociais marginais, em particular as pessoas idosas e as que abandonaram o sistema educativo sem qualificações de base, a fim de que possam dispor de possibilidades alternativas de acesso à educação de adultos;

d) facilitar o desenvolvimento e a transferência de práticas inovadoras no domínio da educação de adultos, designadamente de cada país participante para os restantes;

e) apoiar o desenvolvimento de conteúdos, serviços, pedagogias e práticas inovadores, baseados nas TIC, no domínio da aprendizagem ao longo da vida;

f) melhorar os métodos pedagógicos e a gestão das organizações de educação de adultos.

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Prioridades das acções Grundtvig

4.1 Mobilidade e parcerias

No que se refere às acções Grundtvig descentralizadas, nomeadamente mobilidade, bolsas de formação contínua para o pessoal, visitas e intercâmbios, períodos de assistência, workshops, projectos de voluntariado sénior, visitas preparatórias) e parcerias de aprendizagem, não há temas prioritários oficiais. Aconselham-se vivamente os candidatos a consultar o sítio Internet da agência nacional do seu país, a fim de verificar se existem prioridades nacionais ou outras regras nacionais para estas acções. As parcerias de aprendizagem são parcerias de reforço da dimensão europeia e de melhoria da qualidade das organizações de aprendizagem de adultos, através da cooperação transnacional. A mobilidade dos aprendentes adultos é apoiada no âmbito das parcerias de aprendizagem, dos workshops Grundtvig e dos projectos de voluntariado sénior, como meio de aprendizagem informal. A mobilidade do pessoal dedicado à educação de adultos, tal como é definida na Parte II do Guia do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida, é apoiada no âmbito das parcerias de aprendizagem, bem como sob a forma de subvenções individuais para participação em acções de formação contínua, para realização de visitas e intercâmbios e para períodos de assistência.

4.2 Projectos multilaterais

No âmbito dos projectos multilaterais, será concedido apoio a projectos de partilha de experiência e de boas práticas que permitam obter produtos e resultados concretos susceptíveis de divulgação (métodos, ferramentas, materiais, cursos) e que contribuam assim para o desenvolvimento da inovação e/ou para a divulgação da inovação e de boas práticas com um impacto potencial significativo. Será atribuída especial prioridade a projectos que prevejam entre os seus resultados a organização de cursos de formação contínua para o pessoal que trabalha no sector da educação de adultos. As candidaturas apresentadas no âmbito das acções específicas enumeradas infra devem tentar demonstrar como é que contribuirão para a aplicação, adaptação e experimentação (em situações concretas de aprendizagem de adultos) das ferramentas ou abordagens políticas pertinentes que foram ou estão a ser desenvolvidas no âmbito da cooperação política a nível europeu. Estas incluem os quadros de qualificações europeus/nacionais79, as directrizes europeias para a validação da aprendizagem não formal e informal80, o quadro europeu de competências essenciais81, o Europass82, o ECVET83, o EQARF84 quadro de referência europeu de garantia da qualidade, bem como as competências essenciais dos profissionais da

79 Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Abril de 2008, relativa à instituição do Quadro Europeu de Qualificações para a aprendizagem ao longo da vida (2008/C 111): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2008:111:0001:0007:EN:PDF 80 81 Ibid. 14 82 Decisão n.º 2241/2004/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Dezembro de 2004, que institui um quadro comunitário único para a transparência das qualificações e competências (Europass) (2004/L 390/6): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2004:390:0006:0020:EN:PDF 83 Ibid. 70 84 Ibid. 68

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educação de adultos, tal como foram identificadas num estudo concluído recentemente para a Comissão Europeia no âmbito do Plano de Acção para a Educação de Adultos85, etc.

4.2.1 Aquisição de competências essenciais através da educação de adultos

No âmbito desta prioridade será dada atenção às competências essenciais como base de aquisição de competências essenciais transversais mais alargadas, assim como à actualização e aprofundamento das competências ao longo da vida. Os projectos incidirão em aspectos como: • alargar o acesso dos adultos a competências de base como a literacia, a comunicação em

línguas estrangeiras, a competência matemática, as competências de base em ciências e tecnologia, a competência digital e as competências cívicas e empresariais;

• prestar educação e formação de qualidade, de segunda oportunidade, a jovens adultos e adultos, incluindo migrantes, que necessitem de melhorar as suas competências básicas. Desenvolver abordagens inovadoras de ensino e aprendizagem das línguas do país de acolhimento pelos imigrantes;

• reconhecer as competências adquiridas através do voluntariado, das actividades comunitárias e das actividades relacionadas com a família;

• utilizar o local de trabalho para a aquisição de competências essenciais e desenvolver abordagens inovadoras de melhoria do nível geral de instrução do pessoal das empresas (por exemplo, as suas competências de literacia e numeracia), para além das suas competências profissionais específicas;

• melhorar a avaliação das competências essenciais baseadas nos resultados da aprendizagem e integrar a validação da aprendizagem não formal e informal de indivíduos com baixos níveis de competências e qualificações;

• avaliar o impacto dos quadros de qualificações nacionais do ponto de vista da melhoria do acesso dos adultos a oportunidades educativas.

4.2.2 O papel da educação de adultos no reforço da inclusão social e da igualdade entre homens e mulheres

• Melhorar a atractividade e o acesso à educação de adultos, nomeadamente para os adultos com baixos níveis de qualificações, os cidadãos desfavorecidos e marginalizados, os migrantes e os ciganos. Os projectos devem incidir em aspectos como:

a motivação dos aprendentes sub-representados na aprendizagem ao longo da vida para se empenharem na aprendizagem, nomeadamente através de serviços de orientação, estratégias de aproximação, campanhas de sensibilização, da validação da aprendizagem não formal e informal, de abordagens de ensino e aprendizagem adequadas e de parcerias com empresas;

utilizar as TIC, a aprendizagem à distância, a aprendizagem electrónica e os média para ampliar o acesso à educação de adultos;

desenvolver métodos de aprendizagem alternativos que permitam integrar ou reintegrar cidadãos marginalizados ou desfavorecidos na sociedade e no mercado de trabalho.

• Promover a igualdade entre homens e mulheres na educação de adultos, nomeadamente desenvolvendo métodos atractivos que incentivem a participação dos homens em áreas da educação de adultos em que estão sub-representados.

85 Ibid. 76.

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4.2.3 Aprendizagem intergeracional; aprendizagem de seniores; aprendizagem familiar

No âmbito desta prioridade, os projectos devem centrar-se em aspectos como: • transferir conhecimentos, métodos e boas práticas para a educação dos seniores; • dotar os seniores com as capacidades de que necessitam para fazer face às mudanças e

permanecer activos na sociedade; • reforçar o contributo dos mais velhos para a aprendizagem de outras pessoas, incluindo os

jovens adultos; • desenvolver abordagens inovadoras para a aprendizagem intergeracional e familiar; • desenvolver modelos inovadores de voluntariado sénior como forma de aprendizagem

informal (já que 2011 é o Ano Europeu do Voluntariado).

4.2.4 Garantia de qualidade da aprendizagem de adultos, incluindo o desenvolvimento profissional do pessoal

No âmbito desta prioridade, os projectos devem centrar-se em aspectos como: • desenvolver as competências de professores, formadores e outro pessoal, por exemplo,

através da formação inicial ou contínua e da aquisição de qualificações adequadas e explorando as possibilidades de aplicação do quadro de competências essenciais ao pessoal que trabalha na área da educação de adultos86;

• desenvolver a profissão de educador de adultos, incluindo percursos profissionais para as pessoas que trabalham no sector da educação de adultos;

• analisar a relação custos-benefícios (e a rentabilidade do investimento) da oferta de educação de adultos;

• melhorar a garantia de qualidade dos serviços e estabelecimentos, nomeadamente explorando de que modo o Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o Ensino e a Formação Profissionais87 e as normas e directrizes para a garantia de qualidade no Espaço Europeu de Ensino Superior88 podem ser aplicados ao ensino de adultos;

• desenvolver cursos europeus inovadores de formação contínua e abordagens não formais de aperfeiçoamento do pessoal, tais como observação de actividades profissionais no posto de trabalho («job-shadowing»);

• desenvolver e melhorar sistemas de validação e certificação, com vista a melhorar as qualificações do pessoal que trabalha na área da educação de adultos (professores, formadores, etc.);

• melhorar a gestão e as estruturas das organizações de educação de adultos; • desenvolver normas e a acreditação dos prestadores de formação.

4.3 Redes

4.3.1 Promover a coesão social, melhorando o acesso de grupos sociais específicos a oportunidades de educação de adultos

As redes a criar no âmbito deste prioridade devem centrar-se em temas e grupos-alvo de especial importância do ponto de vista da promoção da coesão e inclusão social, tais como:

86 87 Ibid. 68 88

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• migrantes e minorias étnicas e população cigana, com especial incidência na concepção de

programas de formação adequados, incluindo a aquisição da língua do país de acolhimento;

• reclusos e ex-reclusos (esta rede deve nomeadamente basear-se e consolidar os resultados dos grupos de trabalho criados no decurso da Conferência Europeia sobre Educação nas Prisões, realizada em Budapeste em Fevereiro de 2010);

• seniores (com especial incidência na aprendizagem intergeracional); • desenvolver estratégias destinadas a colmatar lacunas da aprendizagem de línguas pelos

adultos, em que a oferta é actualmente insuficiente; • desenvolvimento da educação de adultos com necessidades especiais, nomeadamente das

pessoas com deficiência (esta rede deve abordar aspectos como a utilização do ensino à distância para este grupo-alvo; o papel dos meios de comunicação no apoio à educação de pessoas com necessidades especiais, na oferta e na promoção da sensibilização para este tipo de ensino; a aprendizagem familiar no contexto da deficiência).

Devem participar também nestas redes pessoas exteriores ao sector da educação, com conhecimentos especializados na área de política social pertinente.

CAPÍTULO 2 – PROGRAMA TRANSVERSAL

Contexto político O Programa Transversal apoia a execução dos aspectos transversais da política europeia de educação e formação, tal como são enunciados no quadro estratégico «EF 2020»89, que incluem tornar a aprendizagem ao longo da vida numa realidade, através da aplicação de estratégias de aprendizagem ao longo da vida e do desenvolvimento de quadros de qualificações e de medidas que criem percursos de aprendizagem mais flexíveis. Objectivos específicos e operacionais do programa transversal Os objectivos específicos do programa transversal, enunciados no artigo 32.º, n.º 1, da decisão do programa, são os seguintes: a) promover a cooperação europeia em domínios que abranjam dois ou mais subprogramas

sectoriais; b) promover a qualidade e a transparência entre os sistemas de educação e formação dos

Estados-Membros. Os objectivos operacionais do programa transversal, enunciados no artigo 32.º, n.º 2, da decisão do programa, são os seguintes: a) apoiar a definição de políticas e a cooperação a nível europeu no domínio da

aprendizagem ao longo da vida, designadamente no contexto do Processo de Lisboa e do

89 Ibid. 6.

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Programa de Trabalho «Educação e Formação para 2010», bem como dos Processos de Bolonha e de Copenhaga e seus sucessores;

b) assegurar a existência de uma base adequada de dados, estatísticas e análises comparáveis para apoiar a definição de políticas de aprendizagem ao longo da vida, bem como acompanhar os progressos rumo a objectivos e metas da aprendizagem ao longo da vida, e identificar domínios merecedores de atenção especial;

c) promover a aprendizagem de línguas e apoiar a diversidade linguística nos Estados-Membros;

d) apoiar o desenvolvimento de conteúdos, serviços, pedagogias e práticas inovadores, baseados nas TIC, no domínio da aprendizagem ao longo da vida;

e) assegurar que os resultados do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida sejam devidamente reconhecidos, demonstrados e aplicados em grande escala.

1. ACTIVIDADE PRINCIPAL N.º 1 – COOPERAÇÃO E INOVAÇÃO POLÍTICAS

Prioridades das acções do âmbito da actividade principal n.º 1

1.1 Visitas de estudo para especialistas do ensino e formação profissionais e para decisores – (Mobilidade)

O objectivo desta acção é promover uma cultura de aprendizagem entre pares, ou seja, observação, intercâmbio e aprendizagem mútua a partir de experiências de interesse comum a nível da União Europeia. Incentiva o debate de temas pertinentes e desenvolve abordagens de qualidade, promovendo também a transparência dos sistemas de educação e formação. Será colocada uma ênfase especial no aumento da participação dos responsáveis políticos e dos decisores. As prioridades para as visitas de estudo no convite à apresentação de candidaturas para 2012 são conformes com as prioridades gerais identificadas na secção 3:

1. Promover a cooperação entre os mundos da educação e formação e do trabalho; 2. Apoiar a formação inicial e contínua de professores, formadores e dirigentes de

estabelecimentos de ensino e formação; 3. Promover a aquisição de competências essenciais em todo o sistema de educação e

formação; 4. Promover a inclusão social e a igualdade entre os sexos na educação e na formação,

incluindo a integração dos migrantes; 5. Desenvolver estratégias de aprendizagem ao longo da vida e de mobilidade.

1.2 Projectos multilaterais

1.2.1 Apoio a projectos de cooperação transnacional para desenvolver oportunidades de aprendizagem ao longo da vida centradas na integração da população cigana

As comunidades ciganas caracterizam-se por problemas de iliteracia, de abandono escolar precoce, de barreiras linguísticas e de ausência de diálogo intercultural, que estão interligados

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com problemas de habitação, de saúde e de emprego. Por conseguinte, é necessário apoiar mais os projectos de cooperação transnacionais destinados a desenvolver oportunidades de aprendizagem ao longo da vida centradas na integração da população cigana, a identificar e a trocar boas práticas no que se refere a medidas educativas e outras estratégias sociais/de emprego para a integração da população cigana, sem deixar de ter em conta a necessidade de uma melhor mediação cultural, linguística e escolar. Os projectos deve, por conseguinte, contribuir:

• Para a transferência de inovação em matéria de mediação bem cultural, linguística e escolar bem sucedida, tomando também em consideração as medidas as medidas educativas e sociais globais para a integração dos alunos e estudantes filhos de ciganos, em especial no que diz respeito às questões da língua e da alfabetização;

• Para a transferência de estratégias e políticas globais de aprendizagem com vista os níveis de participação e de habilitações adquiridas pelos estudantes ciganos.

1.3 Redes

O objectivo desta acção é criar redes transversais que promovam a partilha de conhecimentos e o intercâmbio de informação e boas práticas em matéria de desenvolvimento e aplicação de abordagens inovadoras de aprendizagem ao longo da vida. Estas redes devem reunir as entidades interessadas de todos os sectores pertinentes e a todos os níveis de decisão política e aplicação de políticas (nacional, regional, local), proporcionando um fórum ou plataforma de reflexão conjunta e cooperação europeia no domínio da promoção da inovação e das boas práticas.

1.3.1 Promover estratégias de aprendizagem ao longo da vida, incluindo percursos entre os diferentes sectores de educação e formação

Apoiar o desenvolvimento e a aplicação de políticas inovadoras de aprendizagem ao longo da vida, a nível nacional, regional e local, nomeadamente promovendo oportunidades e percursos de aprendizagem ao longo da vida centrados nos aprendentes, flexíveis e com saídas profissionais, utilizando instrumentos práticos que permitam obter o desenvolvimento pessoal, a empregabilidade e a inclusão social de cidadãos de todos os grupos e origens, principalmente através de: • quadros nacionais de qualificações e sistemas de avaliação da aprendizagem; • programas de validação da aprendizagem anterior e da aprendizagem empírica (incluindo

a aprendizagem não formal e informal); • serviços acessíveis, que prestem orientação e aconselhamento de boa qualidade ao

longo da vida; • outras medidas que contribuam para tornar a aprendizagem atractiva e que apoiem a

motivação dos aprendentes (por exemplo, através de apoio e incentivos financeiros); • medidas de promoção do alargamento da participação e da igualdade dos níveis de

habilitações, abordando as necessidades específicas dos grupos socioeconómicos desfavorecidos e dos aprendentes não tradicionais;

• parcerias entre os sectores da educação e formação formal e não formal, as empresas, os voluntários e os agentes comunitários, a nível regional e local, em ligação com iniciativas de emprego e inclusão social;

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• cooperação entre regiões no domínio do desenvolvimento e aplicação de estratégias de aprendizagem ao longo da vida.

1.3.2 Apoio a actividades em rede para a divulgação das experiências mais bem sucedidas em matéria de integração social dos ciganos, incluindo os aspectos culturais, linguísticos e sociais

É necessário apoiar as actividades transnacionais em rede a fim de sensibilizar, tanto no seio das comunidades ciganas como fora delas, para o respectivo património cultural e para o respectivo potencial no que se refere ao desenvolvimento pessoal e educativo, e a fim de identificar e trocar boas práticas nestes domínios, incluindo no que respeita aos aspectos educativos, sociais/de emprego da integração dos ciganos. As redes devem, por conseguinte, contribuir:

• Para sensibilizar e reforçar o empenhamento de todas as entidades interessadas na integração da população cigana no âmbito e através da educação e da formação, assim como da cultura em conjunção com outras medidas políticas;

• Para melhorar a difusão de boas práticas em matéria de integração de alunos e estudantes filhos de ciganos e aumentar os níveis de habilitações escolares obtidas, nomeadamente no que se refere às questões da língua e de alfabetização.

2. ACTIVIDADE PRINCIPAL N.º 2 – LÍNGUAS

Contexto político A diversidade linguística é uma realidade na Europa. Por consequência, as competências linguísticas são essenciais para reforçar a cidadania europeia, promover o diálogo intercultural e reforçar a coesão social e o desenvolvimento pessoal, possibilitando a descoberta de outros valores, crenças e comportamentos. No quadro estratégico «EF 2020»90, o reforço da aprendizagem linguística é considerado prioritário para melhorar a qualidade e a eficiência da educação e formação nos Estados-Membros. As competências linguísticas são também essenciais para a mobilidade dos cidadãos e das empresas europeias. As competências linguísticas e interculturais de natureza prática são cruciais para o crescimento económico e para a melhoria dos empregos, pois reforçam a empregabilidade e ajudam as empresas europeias a competir eficazmente no mercado global. A promoção da aprendizagem das línguas e da diversidade linguística é um objectivo do programa, em geral, e dos programas Comenius, Erasmus, Grundtvig e Leonardo, em particular. A actividade principal «Línguas» complementa estes programas sectoriais, abordando o ensino das línguas e as necessidades de aprendizagem de forma transversal, através de dois ou mais desses sectores. Todas as línguas são elegíveis ao abrigo do programa. Prioridades das acções do âmbito da actividade principal n.º 2 90 Ibid. 6.

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1.1 Projectos multilaterais

Os projectos transversais multilaterais devem abordar pelo menos dois dos quatro sectores da educação abrangidos pelos programas sectoriais do programa Aprendizagem ao Longo da Vida. Devem incidir na sensibilização para as vantagens da aprendizagem das línguas, o carácter multilingue da União Europeia, a promoção do acesso aos recursos de aprendizagem das línguas e o desenvolvimento e divulgação de material didáctico neste domínio, incluindo cursos e instrumentos em linha que permitam testar os conhecimentos linguísticos. Sempre que se justificar, recomenda-se vivamente a utilização do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas do Conselho da Europa.

1.1.1 Cooperação entre os mundos da educação, da formação e do trabalho

Serão incentivados neste domínio os projectos que visem reforçar as competências linguísticas pertinentes para o local de trabalho, a fim de melhorar a empregabilidade e a reforçar a competitividade europeia.

1.1.2 Promover e reforçar a aprendizagem das línguas europeias menos utilizadas

Os projectos procurarão manter e aumentar a vitalidade das línguas europeias menos utilizadas, tais como as línguas dos Estados-Membros mais pequenos da UE, nomeadamente nos domínios da literatura, do jornalismo e da radiodifusão, bem como no da preservação da língua.

1.1.3 Promover a aquisição de competências essenciais através do sistema de educação e formação

Os projectos devem desenvolver programas / curricula que tenham em conta as necessidades dos aprendentes de diferentes sectores do sistema de ensino e formação e integrar metodologias de aprendizagem doméstica e um curso de línguas curto (três semanas, no máximo) que confira uma certificação baseada no Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas. Podem também integrar metodologias que explorem as possibilidades mais recentes proporcionadas pelos novos meios de comunicação e pelas novas tecnologias de aprendizagem, para reforçar a interacção concreta e as oportunidades de aprendizagem através de contactos com os falantes nativos da língua-alvo (por exemplo, desenvolvendo modelos de geminação electrónica e/ou aprendizagem «em tandem» entre diferentes sectores e/ou explorando as diversas oportunidades proporcionadas pelas redes sociais).

1.1.4 Reforçar a coesão social e a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres na educação, incluindo a integração dos migrantes e da população cigana

Os projectos desenvolverão métodos inovadores de aprendizagem de línguas com ênfase na inclusão social das pessoas oriundas da imigração. Deverão, em especial, apoiar a aprendizagem da língua do país de acolhimento por parte dos imigrantes, dos migrantes e da população cigana.

1.1.5 Promover a aprendizagem das línguas de países vizinhos

Projectos entre países vizinhos que, através de actividades conjuntas, desenvolvam ferramentas que facilitem a aprendizagem mútua das respectivas línguas.

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1.1.6 Promoção do ensino precoce das línguas

Os projectos incentivarão o envolvimento dos membros da família, dos mediadores e/outros interessados na promoção da aprendizagem de línguas, a fim de permitir uma boa integração entre a escola e a comunidade.

1.2 Redes

As redes transversais contribuem para a aplicação das políticas linguísticas na Europa. Promovem a aprendizagem das línguas e a diversidade linguística, apoiam o intercâmbio de informação sobre técnicas inovadoras e boas práticas, nomeadamente entre os decisores e os principais profissionais do sector da educação, e adaptam e divulgam os produtos de projectos anteriores junto de potenciais utilizadores finais (autoridades públicas, profissionais, empresas, aprendentes de línguas, etc.).

1.2.1 Reforçar a inclusão social e a igualdade de oportunidades e a equidade entre homens e mulheres na educação, incluindo a integração dos migrantes e da população cigana

As redes promoverão os intercâmbios de boas práticas que propiciem a aprendizagem língua do país de acolhimento por parte dos migrantes. Promoverão as boas práticas de aprendizagem e formação linguística que facilitem a inclusão social, tais como actividades de mediação e aconselhamento comunitário, a interpretação jurídica, o acesso aos serviços de saúde e sociais, etc.

1.2.2 Divulgar os resultados dos projectos premiados com o Selo Europeu de Línguas e promover a ligação em rede entre esses projectos

As redes organizarão e apoiarão eventos e actividades de divulgação dos projectos premiados com o Selo Europeu de Línguas, nomeadamente iniciativas conjuntas de publicitação de vários desses projectos. Promoverão e apoiarão o agrupamento de projectos premiados com o selo e os intercâmbios mútuos de experiências.

1.2.3 Promover a aprendizagem das línguas de países vizinhos

As redes promoverão a ligação em rede e os intercâmbios entre instituições e organizações responsáveis por acordos e iniciativas bilaterais e/ou transfronteiriços. Divulgarão informações e boas práticas em matéria de iniciativas de promoção da sensibilização para as línguas de países vizinhos.

1.2.4 Promoção da aprendizagem e utilização das línguas europeias menos faladas

As redes assegurarão a disseminação de intercâmbios e boas práticas para a promoção da diversidade linguística e da aprendizagem das línguas menos utilizadas e menos faladas.

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3. ACTIVIDADE PRINCIPAL N.º 3 – TIC

Contexto político A promoção das TIC no domínio da aprendizagem é um objectivo do programa, em geral, e dos programas Comenius, Erasmus, Grundtvig e Leonardo, em particular. A actividade principal «TIC» complementa estes programas, abordando a utilização das TIC na educação de forma transversal, através de dois ou mais desses sectores. Centra-se no potencial das TIC como elemento catalisador de inovação e mudança aos níveis social e educativo. Não se trata de abordar a tecnologia em si, mas antes a forma como a aprendizagem pode beneficiar com as TIC (por exemplo, a inovação pedagógica e as abordagens de aprendizagem inovadoras, a remotivação dos alunos que abandonaram precocemente a escola, a integração das oportunidades de aprendizagem formal, não formal e informal e uma aprendizagem flexível ao longo da vida, para eliminar a clivagem digital e socioeconómica). uma aprendizagem flexível ao longo da vida para colmatar o fosso digital). Foram já alcançados progressos significativos em todos os Estados-Membros no domínio da utilização das TIC na educação. Quase todos os estabelecimentos de ensino e formação estão equipados e interligados com as TIC. Contudo, é necessário envidar mais esforços para explorar plenamente o potencial das TIC em matéria de apoio à inovação pedagógica, de acesso generalizado à aprendizagem ao longo da vida e de aquisição de competências essenciais, a fim de maximizar os benefícios dos investimentos actuais na aprendizagem apoiada pelas TIC. Prioridades das acções do âmbito da actividade principal n.º 3

1.1 Projectos multilaterais

1.1.1 Reforçar as competências essenciais, tais como as competências digitais, estabelecendo a ligação entre os mundos da educação e do trabalho

É urgente compreender e promover as novas competências necessárias para adaptar melhor ao ensino e a formação às necessidades da sociedade do conhecimento e dotar os cidadãos de competências essenciais, pondo em prática uma aprendizagem ao longo da vida e uma política em matéria de competências para o século XXI. Muitas destas competências são transversais, abrangendo simultaneamente várias disciplinas, e as TIC podem contribuir para o desenvolvimento das mesmas. A promoção de competências transversais exige estratégias e abordagens de ensino e aprendizagem inovadoras, baseadas na aprendizagem activa, tais como a aprendizagem colaborativa, a aprendizagem pelos pares, na comunidade, a resolução criativa dos problemas, a descoberta, aprender fazendo, a aprendizagem empírica, o pensamento crítico e a criatividade. As competências digitais são uma das principais competências para a vida e a empregabilidade. No que se refere à educação, a questão não é já saber se a tecnologia deve ser utilizada, mas antes como, onde e para que actividade. Por consequência, deve centrar-se a atenção no apoio pedagógico, nas oportunidades de aprendizagem e nas abordagens de

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avaliação que promoverão a aquisição de competências digitais e de outras competências essenciais. É urgente compreender melhor e apoiar a aprendizagem de competências digitais, através da aprendizagem informal e não formal e relacionando essas aprendizagens com as possibilidades de educação formal, no contexto da aprendizagem ao longo da vida (currículos, resultados da aprendizagem), enquanto contributo para uma política em matéria de aprendizagem ao longo da vida e de competências.

1.1.2 Métodos pedagógicos e de avaliação inovadores para percursos de aprendizagem diversificados

Actualmente a aprendizagem deixou de ser linear e ao longo da sua vida os indivíduos seguem percursos de aprendizagem mistos, apoiados por uma grande variedade de oportunidades de aprendizagem formal e informal e pelos recursos disponíveis na Internet. Porém, esses novos percursos de aprendizagem transversais a vários sectores de ensino tradicionais e essas novas situações de aprendizagem informal colocam problemas significativos em aspectos como os currículos tradicionais, a avaliação, os resultados da aprendizagem e os mecanismos de reconhecimento. Os projectos devem desenvolver e analisar abordagens e métodos pedagógicos e de avaliação inovadores de apoio a esses percursos individuais de aprendizagem diversificados, para ajudar os aprendentes a transitarem mais eficazmente do mundo da educação para o do trabalho. Devem também ajudar as organizações e os próprios aprendentes a avaliarem melhor todos os tipos de resultados da aprendizagem e as necessidades futuras em termos de aprendizagem. Estes novos métodos e abordagens devem contribuir para a aplicação de uma política de aprendizagem ao longo da vida e de competências. Os projectos do âmbito das duas prioridades devem incluir: • A utilização de comunidades de aprendizagem em linha para o desenvolvimento de

competências transversais como aprender a aprender, o empreendedorismo, a colaboração, a relação com culturas diferentes, a autonomia, etc.;

• a análise da forma como as competências digitais podem ser mais bem integradas nos currículos, não só a todos os níveis da educação formal, mas também na aprendizagem informal e não formal;

• o apoio à utilização da aprendizagem informal e não formal no local de trabalho, em complemento de um curso de educação/formação formal;

• a utilização das TIC para diversificação e personalização de percursos de aprendizagem transversais a vários sectores de ensino tradicionais e de situações de aprendizagem informal;

• utilização das redes sociais e de plataformas baseadas nas TIC para atrair para o ensino os indivíduos em risco de exclusão (pessoas que abandonam precocemente o ensino, minorias étnicas, imigrantes, trabalhadores mais idosos, etc.), proporcionando assim possibilidades de restabelecimento da ligação dos grupos em risco de exclusão com os serviços públicos, a aprendizagem e o empenho cívico;

• exploração das boas práticas e reforço da mobilidade virtual entre os mundos da educação e do trabalho, tendo em conta os percursos de aprendizagem não tradicionais;

• experimentação de novas abordagens de avaliação da formação e da aprendizagem que apoiem a aprendizagem colaborativa em linha, a aprendizagem pelos pares, a

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aprendizagem autónoma e a mobilidade virtual, abrangendo percursos individuais de aprendizagem diversificados.

1.2 Redes

1.2.1 Comunidades europeias de entidades interessadas na promoção das competências digitais necessárias à vida e à empregabilidade

Os temas incluem: • a partilha de conhecimentos, o intercâmbio de boas práticas e o desenvolvimento de novas

parcerias estratégicas em que participem todos os principais intervenientes ligados à aprendizagem baseada nas TIC, abrangendo simultaneamente os lados da procura e da oferta (ou seja, com a participação de editores e autores de conteúdos ad hoc, das empresas, da investigação, dos decisores políticos e de agentes do sector do ensino como os aprendentes);

• oferecer aconselhamento e assistência nas questões transversais relacionadas com a utilização de serviços de conteúdos digitais no ensino formal, não formal e informal (nomeadamente, em matéria de direitos de propriedade intelectual, normas de qualidade, avaliação electrónica e portefólios electrónicos);

• a elaboração de visões futuras, cenários de previsão e recomendações sobre a evolução da utilização das TIC e o seu valor acrescentado para adaptar os sistemas de ensino e formação às necessidades da futura sociedade do conhecimento.

1.2.2 Comunidades de intervenientes a nível europeu para a eliminação da clivagem digital socioeconómica

Os temas incluem: • a análise, o reforço e a divulgação das conclusões sobre a forma como as competências

digitais podem apoiar os grupos em risco de exclusão, melhorando a sua auto-estima, confiança em si, autonomia e motivação para retomar a aprendizagem. Colocar a tónica na análise dos dados empíricos e na compilação de estudos de casos sobre grupos em risco e novos percursos de aprendizagem;

• a partilha de conhecimentos, o intercâmbio de boas práticas e o estabelecimento de novas parcerias estratégicas em que participem todos as entidades interessadas de todos os domínios sociais (empresas, organizações sociais, agentes do sector da educação e formação, organizações de utentes, etc.), a fim de identificar condições favoráveis, factores de êxito e barreiras à oferta de competências digitais e à aquisição dessas competências pelos grupos em risco de exclusão;

• elaborar cenários de previsão, recomendações e directrizes operacionais sobre a forma como a educação pode eliminar as clivagens digitais e restabelecer o contacto com indivíduos excluídos.

4. ACTIVIDADE PRINCIPAL N.º 4 – DIVULGAÇÃO E EXPLORAÇÃO DOS RESULTADOS

Contexto político

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A actividade principal «Divulgação e exploração dos resultados» reflecte uma consciência crescente, tanto por parte dos responsáveis políticos como dos profissionais, da necessidade de garantir o máximo impacto aos projectos e às acções financiados pela UE que concorrem para a Estratégia Europa 202091 e para a realização do programa de trabalho «Educação e Formação para 2010» e, bem assim, do quadro estratégico Educação e Formação 202092. Neste último documento, foi decidido que, n.º 1, (b) «a cooperação europeia no domínio da educação deverá ser estabelecida de forma pertinente e concreta. Deverá produzir resultados claros e tangíveis que deverão ser apresentados, revistos e divulgados com regularidade e de forma estruturada…» e «2(d) » O principal objectivo desta actividade é ajudar a estabelecer um quadro para a exploração eficaz dos resultados aos níveis local, sectorial, regional, nacional e europeu, em sinergia com as actividades de comunicação. As acções financiadas no âmbito desta actividade principal completam as acções de divulgação e exploração dos resultados específicos dos programas sectoriais e de outras actividades principais. Regra geral, será dada preferência a projectos que proponham uma abordagem integrada (abrangendo dois ou mais sectores diferentes da aprendizagem ao longo da vida), envolvam os principais responsáveis e/ou demonstrem potencial para produzir um impacto quantificável significativo aos níveis sectorial, regional, nacional e/ou europeu. Será também dada prioridade à divulgação com um forte potencial de informação e comunicação. Prioridades das acções do âmbito da actividade principal n.º 4

1.1 Projectos multilaterais

Será dada prioridade a projectos que incidam nos seguintes aspectos:

1.1.1 Investigação e identificação de obstáculos e desenvolvimento de modelos sólidos de divulgação e exploração bem sucedidas dos resultados

Há uma necessidade crescente de identificação de novos modelos de divulgação e exploração dos resultados. Esses novos modelos e métodos não se podem limitar a distribuir a informação, mas antes devem contribuir activamente para actividades de «valorização» (exploração). Os projectos devem centrar-se na criação das infra-estruturas adequadas (análise, mecanismos, metodologias e ferramentas práticas) que serão necessárias para facilitar a exploração dos resultados.

1.1.2 Impacto dos resultados e das actividades de divulgação e exploração

Os projectos devem avaliar o impacto das actividades de «valorização» do âmbito de todo o Programa Aprendizagem ao Longo da Vida. Devem identificar e aplicar modelos práticos (à exclusão das análises custos/benefícios) de avaliação do impacto dos resultados e das actividades de divulgação e exploração.

91 Ibid. 2. 92 Ibid. 6.

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1.1.3 Transferência e aplicação dos resultados (multiplicação) e/ou integração desses resultados

Um dos objectivos da actividade principal n.º 4 consiste em estabelecer a ligação entre os resultados dos projectos e os responsáveis pelas decisões. Por consequência, os projectos devem centrar-se na integração desses resultados nas políticas, ou seja, no processo programado de transferência dos resultados bem sucedidos do programa Aprendizagem ao Longo da Vida para os decisores a nível local, regional, nacional e europeu. Devem promover a multiplicação das boas práticas e a sua transferência para novos utilizadores que possam ser por elas beneficiados. Através da multiplicação, os projectos devem centrar-se no processo programado de convencer os utilizadores finais individuais a adoptarem e/ou aplicarem os resultados dos programas e iniciativas.

CAPÍTULO 3 – PROGRAMA JEAN MONNET

Objectivos específicos e operacionais do programa Jean Monnet Os objectivos específicos do programa Jean Monnet, enunciados no artigo 35.º, n.º 1, da decisão do programa, são os seguintes: a) estimular as actividades de ensino, investigação e reflexão no domínio dos estudos sobre a

integração europeia; b) propiciar a existência de um conjunto adequado de instituições e associações dedicadas a

temas relacionados com a integração europeia e a educação e formação profissional numa perspectiva europeia.

Os objectivos operacionais do programa Jean Monnet, enunciados no artigo 35.º, n.º 2, da decisão do programa, são os seguintes: a) estimular a excelência do ensino, da investigação e da reflexão no âmbito de estudos sobre

a integração europeia em estabelecimentos de ensino superior na Comunidade e fora dela; b) reforçar o conhecimento e a sensibilização para as questões relacionadas com a integração

europeia junto dos especialistas universitários e, de um modo geral, junto dos cidadãos europeus;

c) prestar apoio aos mais importantes estabelecimentos europeus que se ocupam de questões relacionadas com a integração europeia;

d) prestar apoio a instituições e associações europeias de elevada qualidade que actuem nos domínios da educação e da formação profissional.

ACTIVIDADES DE ENSINO, DE INVESTIGAÇÃO E DE REFLEXÃO JEAN MONNET

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1. PROJECTOS DE ENSINO (MÓDULOS JEAN MONNET, CÁTEDRAS JEAN MONNET E CÁTEDRAS JEAN MONNET AD PERSONAM)

Esta acção do programa Jean Monnet visa incentivar o ensino, a investigação e a reflexão no domínio dos estudos sobre a integração europeia a nível das instituições de ensino superior (dentro e fora da União Europeia). O objectivo consiste em aumentar o conhecimento e a consciência entre académicos, estudantes e cidadãos de todo o mundo sobre as questões relacionadas com a integração europeia. Terão preferência os projectos que: • sejam abertos a estudantes de outras instituições de ensino superior (por exemplo, da

mesma cidade ou região) e a estudantes que não entrem automaticamente em contacto com estudos de integração europeia (em domínios como as ciências, a engenharia, a medicina, a educação, as artes, as línguas, etc.);

• contribuam para o ensino sobre a integração europeia para os alunos do ensino primário e secundário e do ensino e formação profissional iniciais;

• beneficiem grupos da sociedade civil

2. OUTROS PROJECTOS ACADÉMICOS E DE INVESTIGAÇÃO (CENTROS DE EXCELÊNCIA JEAN MONNET, ACTIVIDADES DE INFORMAÇÃO E INVESTIGAÇÃO E GRUPOS DE INVESTIGAÇÃO MULTILATERAIS)

Terão prioridade os projectos que: • envolvam actividades académicas que explorem recursos multidisciplinares; • demonstrem abertura à sociedade civil. • envolvam investigadores que estejam a preparar um doutoramento ou tenham menos de 5

anos de experiência pós-doutoramento; • contemplem a criação de actividades transnacionais conjuntas e laços estruturais a

instituições académicas noutros países e visem a produção de resultados de investigação que não possam ser atingidos pró meio de actividades de investigação num quadro nacional (esta prioridade só se aplica às actividades de informação e investigação e aos grupos de investigação multilaterais).

• envolvam associações nacionais ou transnacionais de professores e de investigadores especializados em estudos sobre a integração europeia;

• elaborem conteúdos e métodos pedagógicos e instrumentos que concorram para o ensino sobre a integração europeia para os alunos do ensino primário e secundário e do ensino e formação profissional iniciais;

• desenvolvam projectos europeus que se consagrem à escrita da história do processo de integração europeia numa perspectiva comum.