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1 ufmg contemp ranea chapa jaime sandra Programa Completo Novembro de 2013

Programa Completo UFMG Contemporânea

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Acessem o programa completo da Chapa 2, que deu origem ao resumido divulgado em 4 de setembro de 2013.

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Programa Completo

Novembro de 2013

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UFMG Contemporânea - Chapa 2

Jaime Arturo Ramírez e Sandra Regina Goulart Almeida  

Estamos nos apresentando como candidatos a Reitor e Vice-Reitora da UFMG, gestão 2014-2018, na eleição que ocorrerá em 30 de outubro. A liderança que desejamos exercer baseia-se na compreensão de que a UFMG é um bem público, que a sua gestão colegiada, democrática e ética é imprescindível e que o respeito à diversidade é fundamental para o reconhecimento e valorização dos múltiplos saberes.

Compreendemos que a administração da universidade deve ser antes de tudo uma gestão integrada, sendo indissociáveis as dimensões da experiência acadêmica e administrativa.

Uma UFMG Contemporânea se faz com respeito ao trabalho das gerações que nos antecederam, com a coragem da mudança no tempo presente e com a obrigação indispensável para com o amanhã. Pensar uma universidade requer que estejamos atentos a esse encontro entre tempos e gerações, que sejamos capazes de agir com ousadia e que assumamos o inequívoco compromisso de intervenção no aqui e agora.

Para conduzir as múltiplas tarefas que se impõem a cada momento, a UFMG deve contar sempre com a excelência acadêmica que a caracteriza e que constitui requisito insubstituível para todas as dimensões de sua atuação.

A passagem do presente para um dos múltiplos futuros possíveis da UFMG tem, entre seus determinantes, as escolhas que fizermos hoje dos caminhos a seguir. Essas escolhas se concretizam naquilo que definirmos como a nossa agenda: aqueles temas eleitos como centrais, não por um administrador, mas pela comunidade. Uma agenda implica a mobilização das pessoas em um esforço de construção coletiva. Traduzir as mudanças necessárias e inadiáveis que respondam às inquietações do tempo presente, projetando um futuro – essa é a tarefa que convidamos todos a abraçar.

É urgente estarmos atentos para que o peso da burocracia, entrave para a criatividade, não nos impeça de sonhar e pôr em prática projetos de maior fôlego que venham a contribuir para a produção do conhecimento e a reflexão crítica, dimensões fundamentais da universidade contemporânea. É preciso restituir a todos nós o tempo subtraído – essa matéria prima preciosa.

Compreendemos que os seguintes princípios têm sintonia com as questões centrais que hoje se apresentam para a UFMG e constituem o fundamento de nossa visão de Universidade e proposta de gestão:

- definição de uma nova agenda de colaboração com todos os segmentos da universidade, com base no respeito, na escuta qualificada e no diálogo, repactuando os espaços de participação e de discussão;

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- defesa da autonomia universitária, cada vez mais necessária, em dimensão nacional;

- atenção aos docentes, em especial aos que ingressaram recentemente na instituição, garantindo as condições para que venham a exercer plenamente a vida acadêmica;

- valorização dos servidores TAEs expressa em uma política de recursos humanos que propicie sua devida qualificação e que os envolva de forma participativa na vida da universidade;

- definição de políticas de apoio e aprimoramento acadêmico para garantir a formação integral dos estudantes;

- implementação de uma política institucional de defesa dos direitos humanos e respeito à diversidade, destinada a combater o racismo, o sexismo, a homofobia, o assédio moral, o preconceito social e outras formas de discriminação;

- definição de políticas específicas de permanência que assegurem a inclusão e equalização de oportunidades aos estudantes;

- defesa da qualidade e excelência de todos os cursos, com especial atenção aos cursos criados ou expandidos no âmbito do programa Reuni, solucionando os desequilíbrios que forem identificados;

- articulação de estratégias, com os programas de pós-graduação e grupos de pesquisa, para ampliar o protagonismo da UFMG na geração de conhecimento inovador que a capacite a assumir uma posição de liderança no cenário nacional e internacional;

- valorização do aspecto formativo da extensão e da cultura, necessariamente articulado ao ensino e à pesquisa, destacando seu papel na produção do conhecimento;

- aprimoramento contínuo da infraestrutura dos campi, subordinada a sua função de espaço público privilegiado para os encontros e as conexões dos saberes, considerando as questões de sustentabilidade, segurança, mobilidade e acessibilidade;

- investimento em infraestrutura cada vez mais avançada, para apoiar adequadamente e aprimorar desempenho das atividades acadêmicas;

- ampliação da política de internacionalização, pautada pelos princípios de reciprocidade, equilíbrio e solidariedade, para atender às demandas da comunidade acadêmica;

- implementação das mudanças necessárias para que a UFMG responda aos dilemas do seu espaço e do seu tempo e consolide seu papel de referência nacional e internacional no campo da cultura, do ensino, da pesquisa e da extensão.

Tais princípios se desdobram em propostas específicas de políticas

acadêmicas, inovação e transferência do conhecimento, assistência estudantil, inclusão e permanência, recursos humanos, gestão administrativa,

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gestão dos campi, fundações, hospitais universitários, política de informação e comunicação, e relações institucionais, como indicado no sumário a seguir.

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Sumário

1 Ações Acadêmicas 1.1. Graduação 6 1.2. Pós-Graduação e Pesquisa 9 1.3. Extensão 12 1.4. Política Cultural 14 1.5. Internacionalização 16 1.6. Escola Básica e Profissional 19 1.7. Educação a Distância 19 1.8. Editora 20 1.9. Patrimônio, Memória, Acervo e Museus 21 1.10. Bibliotecas 23

2. Inovação e Transferência do Conhecimento

2.1. Inovação e Transferência do Conhecimento 24 2.2. Parque Tecnológico 25 2.3. Clusters 25

3. Assistência Estudantil, Inclusão e Permanência 25 4. Recursos Humanos

4.1. Desenvolvimento Humano e Carreira 28 4.2. Remuneração, Jornada de Trabalho, Remoção e

Dimensionamento 29 4.3. Avaliação de Desempenho 29 4.4. Saúde e Segurança do Trabalho 29

5. Gestão Administrativa

5.1. Gestão Democrática e Transparência 30 5.2. Estrutura Administrativa 31

6. Gestão dos Campi 32 7. Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa 34 8. Hospitais Universitários 35

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9. Política de Informação e de Comunicação

9.1. Política de Informação 36 9.2. Política de Comunicação 37

10. Relações Institucionais

10.1. Órgãos de Estado 40 10.2. Andifes 40 10.3. Sistema de Educação, Ciência e Tecnologia 41 10.4. Instituições 41

As ações em cada uma dessas dimensões são detalhadas a seguir.

1 Ações Acadêmicas 1.1 Graduação

É urgente assumir o compromisso com a comunidade universitária de colocar a graduação na agenda da UFMG, como questão definidora do futuro da nossa instituição. Sabemos que a graduação é a dimensão que mais imediatamente sobressai, quando falamos de futuro. O futuro da pesquisa, da extensão, do ensino de pós-graduação, da nossa inserção social, assim como o futuro reconhecimento institucional que queremos atingir passam, em primeiro lugar, pela graduação. Projeto caro a todos nós, e comum a todos, nossa graduação é definidora do que somos, e como tal tem de ser pensada.

As propostas de uma UFMG Contemporânea, devidamente inserida em seu tempo e espaço, devem conduzir a uma reflexão sobre a graduação como um projeto prioritário, ressaltando a busca inequívoca pela excelência e pela qualidade, respaldada pelo relevante compromisso institucional com a inclusão e atenta às demandas da sociedade na qual se insere. Essas propostas devem adquirir o estatuto de uma agenda institucional – sendo fundadas no diálogo continuado e na interação constante entre a Pró-Reitoria de Graduação e os Colegiados de Curso.

Esses princípios norteadores devem conduzir todas as ações, mencionadas a seguir, voltadas para um projeto pedagógico da graduação, que garanta a formação profissional de qualidade aliada à formação cidadã, ética e crítica.

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Consolidação dos cursos criados ou expandidos com o Reuni • Concluir as instalações físicas necessárias para abrigar os novos

cursos, bem como a infraestrutura de laboratórios para aulas práticas; • monitorar as dificuldades encontradas e formular soluções de forma

compartilhada; • estabelecer uma interlocução da administração central com os novos

cursos, que permita o monitoramento das dificuldades e a formulação compartilhada de soluções;

• promover a avaliação dos projetos pedagógicos dos novos cursos, para detectar eventuais necessidades de reformulações;

• promover estudos sobre a baixa procura de alguns cursos com o objetivo de formular diagnósticos da situação e propor medidas para solucionar essa questão.

Reformulação acadêmico-pedagógica da graduação • Reformular o projeto pedagógico da graduação da UFMG, de forma a

explicitar mecanismos que visem assegurar a formação profissional de qualidade e a formação cidadã, e que privilegiem a possibilidade de construção de percursos acadêmicos elaborados de forma individualizada;

• revisar as Normas Acadêmicas da Graduação, de maneira que elas reflitam um novo projeto pedagógico, com a participação ampla dos Colegiados dos cursos;

• viabilizar a oferta de um elenco de atividades didáticas comuns, conforme necessidades específicas de cada área, disponíveis ao conjunto dos alunos de diferentes áreas do conhecimento;

• favorecer, nos currículos de graduação, a articulação de saberes plurais e dos diálogos interculturais com respeito à diversidade;

• formular diretrizes para que os cursos de graduação da UFMG se articulem com a pós-graduação, a pesquisa e a extensão;

• expandir a presença de conteúdos e abordagens interdisciplinares nos currículos de graduação;

• estabelecer mecanismos de monitoramento e de permanente atualização dos currículos, reestruturando o papel dos Núcleos Docentes Estruturantes (NDEs);

• simplificar os procedimentos para ajustes curriculares junto à Pró-Reitoria de Graduação.

• investir em projetos inovadores de ensino-aprendizado e que tenham por enfoque a autonomia do aprendiz, ampliando a atuação do projeto GIZ.

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Investimento na infraestrutura para a Graduação • Criar o fórum de Coordenadores de Colegiado de Cursos de

Graduação, com o intuito de aprimorar o diálogo com os coordenadores e propiciar abordagens inovadoras em ensino;

• consolidar o Sistema Acadêmico da Graduação, implementando as funcionalidades para o seu uso eficiente tanto pela Prograd quanto pelo DRCA, o Colegiado de Cursos e os alunos;

• apoiar a atuação dos Colegiados de curso por meio de definição de recursos e verbas específicas a serem geridas por essas instâncias;

• apoiar a produção de material didático para cursos da graduação; • elaborar editais diversificados que incentivem e apoiem a inovação do

ensino na graduação propostos por colegiados ou equipes de professores ;

• reestruturar a organização, a distribuição e o uso dos CADs; • apoiar projetos de tutoria em que os alunos de pós-graduação

acompanhem as atividades da graduação, sob supervisão de seus orientadores e com anuência dos colegiados de pós-graduação;

• garantir infraestrutura e recursos humanos adequados para as atividades dos cursos noturnos;

• manter oferta permanente de editais para a renovação de equipamentos, materiais de ensino e infraestrutura de laboratórios;

• consolidar e ampliar o projeto institucional de mobilidade estudantil, tanto nacional quanto internacional.

Valorização institucional da atividade de docência • Promover uma ampla discussão sobre a atividade de ensino e seus

indicadores de qualidade; • incluir esses indicadores nos processos avaliativos dos docentes, com

um peso compatível com a importância acadêmica dessa atividade.

Polít ica de apoio às l icenciaturas Em consonância com sua própria tradição, a UFMG tem um

compromisso fundamental com a elevação da qualidade da escola básica pública e deve fortalecer esse laço por meio da interação com as ações de ensino, pesquisa e extensão. Para tanto, faz-se necessário o estabelecimento de uma política de licenciatura para a UFMG que contemple a especificidade da formação de professores no interior da instituição, contemplando as seguintes ações:

• atuar na defesa de políticas e projetos que busquem aumentar os

recursos para a educação básica no país e, de modo especial, que visem a melhoria substantiva das carreiras e dos salários dos professores da escola básica;

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• criar um Conselho das Licenciaturas constituído pelos coordenadores dos colegiados, incluído o Colegiado Especial de Licenciatura, constituindo-se em espaço de troca de experiências e de reflexão, com vistas a formular políticas para os cursos de licenciatura da UFMG;

• criar mecanismos de incentivo à atuação dos docentes da UFMG na formação de professores;

• estabelecer a interação dos cursos de Mestrado Profissional voltados para a formação de professores com as licenciaturas da UFMG;

• criar uma central de estágios de licenciatura para apoiar os docentes na organização de programas de estágio voltados para formação de professores;

• fortalecer e ampliar os mecanismos já existentes (Pibid, Pronoturno e outros) de incentivo aos alunos das licenciaturas.

1.2 Pós-Graduação e Pesquisa

A pós-graduação e a pesquisa constituem elementos definidores da identidade institucional da UFMG, destacando-a no cenário nacional e internacional por sua qualidade, relevância, diversidade e abrangência. Essa posição resulta dos esforços institucionais e do trabalho dos docentes, discentes e técnicos administrativos em educação que, apoiados em políticas de financiamento das agências de fomento, dotou a UFMG de uma estrutura de pós-graduação e pesquisa entre as mais importantes do país.

A UFMG deve dar conta de responder aos desafios ditados pela própria dinâmica das diversas áreas do conhecimento na atualidade. Devemos ser capazes de, respeitados os relevantes projetos individuais, elaborar propostas institucionais de maior envergadura, com recortes inter e multidisciplinares, e que estejam em sintonia com os problemas de Minas Gerais e do Brasil.

É o momento de mobilizar a comunidade universitária para que aqui sejam gestados novos modos de geração do conhecimento, de maior alcance científico e de maior repercussão na sociedade. Uma agenda para a pós-graduação e a pesquisa deve abordar questões fundamentais para que esses princípios e a estrutura institucional respondam aos desafios de nosso tempo. Como eixos dessa agenda, listamos:

Atuação no sistema nacional de fomento à pós-graduação e pesquisa

• Ampliar a participação da UFMG, por meio de suas Pró-Reitorias, na discussão das políticas nacionais e estaduais de pós-graduação e pesquisa;

• estimular diálogos com representantes dos órgãos de fomento nacionais e internacionais para atuar na construção de políticas para a pós-graduação e pesquisa;

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• propor às agências de fomento novas modalidades de financiamento de grande porte e de longo prazo, para responder aos desafios regionais e nacionais.

Consolidação do sistema de pós-graduação e pesquisa • Adotar políticas que consolidem a posição da UFMG como instituição

de referência nacional e internacional, incluindo: o apoio para o aprimoramento contínuo dos programas de pós-

graduação e de grupos e redes de pesquisa consolidados; o criação de editais de ações transversais que integrem

programas de pós-graduação e grupos de pesquisa; o implementação de editais para o fortalecimento dos programas

de pós-graduação em fase de consolidação e os recém-criados, reconhecendo a diversidade e heterogeneidade das áreas;

o ampliação dos recursos financeiros para os editais de auxílio à pesquisa de doutores recém-contratados e de recém-doutores;

o aumento dos editais de apoio à aquisição de equipamentos institucionais de pequeno e médio porte;

o apoio na elaboração e manutenção de páginas bilíngues dos programas de pós-graduação;

o expansão da abrangência do edital de apoio à publicação em periódicos, possibilitando a revisão de textos mais longos, no caso das áreas de Humanidades, bem como a inclusão de outras línguas, no caso das áreas em que elas forem relevantes;

o definição de ações específicas que garantam a efetiva internacionalização dos programas de pós-graduação e grupos de pesquisa, como indicado no item de Internacionalização deste programa;

o articulação das condições institucionais necessárias para permitir uma expansão do número de pós-doutorandos em todos os programas de pós-graduação;

• articular a elaboração do projeto Proinfra da UFMG com os programas de pós-graduação e grupos de pesquisa para a expansão da infraestrutura física, aquisição de equipamentos de grande porte e proposição de laboratórios de caráter multiusuário e interdisciplinar;

• implementação de processos de autoavaliação e avaliação externa para o sistema de pós-graduação, visando ao seu aprimoramento;

• consolidar grupos de pesquisa do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) com vistas à criação de cursos de Mestrado e Doutorado;

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Fortalecimento da interdisciplinaridade de projetos e ações • Identificar temas de interesses convergentes de pesquisadores e

programas de pós-graduação para enfrentar desafios científico-acadêmicos que se situam nas fronteiras de diversas áreas;

• propiciar condições para articulações transversais de programas de pós-graduação, que possibilitem a aproximação de competências já instaladas e a execução de projetos de impacto;

• criar condições para a instalação de infraestrutura física que favoreça a articulação entre os programas de pós-graduação e grupos de pesquisa com afinidades temáticas, de acordo com o princípio do uso compartilhado de recursos;

• estimular a oferta de atividades acadêmicas comuns que atendam diversos programas de pós-graduação e diferentes unidades acadêmicas;

• apoiar a implantação de laboratórios e núcleos de pesquisa de caráter multiusuário, que deem suporte ao ensino e à pesquisa de padrão internacional;

• elaborar propostas específicas com a educação básica que permitam identificar jovens talentos para conduzi-los ao percurso de formação pós-graduada;

• articular a aproximação do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT) com os grupos de pesquisa e os programas de pós-graduação;

• consolidar o programa de pesquisadores residentes do IEAT, possibilitando que os resultados desse programa tenham impacto nas atividades de ensino de graduação e de pós-graduação;

• apoiar propostas de integração da pós-graduação e pesquisa com a qualificação de docentes da educação básica;

• estimular novos formatos de programas de pós-graduação que contemplem demandas da sociedade, sejam tecnológicas, empresariais ou sociais.

Suporte administrativo à pesquisa e pós-graduação • Adequar o calendário acadêmico da pós-graduação stricto sensu às

características pedagógicas desse nível de formação; • viabilizar infraestrutura de transporte para pesquisadores visitantes e

membros externos de bancas examinadoras; • desenvolver política específica de qualificação de pessoal técnico-

administrativo para atender os crescentes desafios da pesquisa e pós-graduação;

• implementar iniciativas de profissionalização da gestão técnico-administrativa da pesquisa e da pós-graduação nos departamentos e nas unidades acadêmicas;

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• reformular e simplificar os procedimentos adotados nos diversos processos administrativos relacionados com a pesquisa e a pós-graduação, com a articulação de um melhor suporte institucional;

• garantir infraestrutura e organização administrativa adequadas para os biotérios de produção e de experimentação animal;

• prover infraestrutura e apoio administrativo adequados à atuação autônoma dos Comitês de Ética;

• garantir infraestrutura e apoio administrativo para recebimento de pesquisadores, estudantes de intercâmbio e professores visitantes.

Polít ica de Periódicos • Implementar uma política institucional com o objetivo de melhor

qualificar os periódicos da UFMG, com respeito à diversidade das áreas;

• criar um portal dos periódicos científicos da instituição que permita a instalação de infraestrutura comum de gerenciamento de submissões, editoração e disponibilização de números publicados;

• criar um repositório institucional para dar visibilidade à produção acadêmica da UFMG;

• implementar a avaliação sistemática de nossos periódicos visando a reconhecer potencialidades a serem apoiadas e fragilidades a serem superadas;

• apoiar a manutenção dos periódicos qualificados e buscar modelos alternativos para seu financiamento;

• apoiar a formação de editores e de corpo técnico envolvido na edição dos periódicos;

• incentivar a atuação de editores como agentes no processo de internacionalização da produção científica;

• criar ações de incentivo e de acompanhamento da indexação dos periódicos da UFMG nas bases internacionais;

• garantir condições para a ampliação da produção acadêmica em periódicos de reconhecida qualidade em cada área do conhecimento.

1.3 Extensão A extensão representa um alargamento do alcance da universidade. A relevância da universidade para a sociedade aparece precisamente nesse movimento da academia em sua direção. A extensão é capaz de se articular tanto com o ensino quanto com a pesquisa, assegurando a permanente renovação da relevância pela interação contínua com a sociedade, contribuindo para superar desigualdades sociais e construir uma sociedade mais justa e democrática. Pensamos a atividade de extensão como potencial articuladora de campos temáticos, gerando ensino, propiciando pesquisa e ensejando a transdisciplinaridade.

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É preciso enfatizar a dimensão educativa e formativa da extensão, articulada a seus aspectos multidisciplinar, artístico-cultural, político e técnico-científico de forma a fazer valer a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, valorizando seu papel na produção do conhecimento. Faz-se necessário ampliar o leque dos contatos diretos com a comunidade externa e aumentar a participação das diversas áreas nesses programas, fazendo com que o conhecimento aqui gerado se nutra, pelo caráter dialógico dessa relação, das questões que a interação com a sociedade pode fazer emergir. Assim fazendo, a UFMG pode tornar-se um espaço poroso, permeável às outras práticas e saberes que não aquelas dos seus docentes, discentes e servidores técnico-administrativos em educação.

Esses princípios, dos quais partimos para pensar a extensão, devem balizar as ações a serem desenvolvidas:

• enfatizar a centralidade das atividades de extensão no conjunto das políticas da UFMG e na vida acadêmica, integrando docentes, técnico-administrativos e discentes;

• ampliar a articulação das ações extensionistas com os desafios enfrentados pela universidade na área do ensino e da pesquisa;

• articular a política de extensão da UFMG com o Plano Nacional da Extensão;

• proceder à avaliação e ao acompanhamento do impacto social e acadêmico da extensão, ampliando a articulação das ações de extensão com os desafios na área do ensino e da pesquisa;

• aprimorar o Sistema de Informação da Extensão na UFMG para subsidiar propostas de valorização das ações de extensão;

• valorizar as atividades de extensão nos processos de avaliação de docentes e técnico-administrativos;

• ampliar o investimento nas ações de extensão, com maior diversidade na oferta de editais, revendo e ampliando os projetos de fomento acadêmico já existentes, como o Programa de Apoio Integrado a Eventos, Apoio à Participação de Docentes e Discentes em Congressos;

• aumentar o período de vigência das bolsas de extensão para 12 meses;

• articular a responsabilidade social da universidade com sua missão formadora de pessoas e geradora de novos conhecimentos e de novos processos e tecnologias sociais de aplicação ampla;

• promover maior interação entre a Pró-Reitoria de Extensão e os Centros de Extensão das unidades acadêmicas, valorizando sua atuação na gestão colegiada da política de Extensão da UFMG;

• estimular a integração de projetos em programas temáticos, fortalecendo a articulação entre as áreas de conhecimento e

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potencializando os recursos e a criação de grupos de referência abrangentes e multidisciplinares;

• estimular as Unidades Acadêmicas a elaborar e divulgar projetos de educação continuada para as respectivas áreas profissionais;

• apoiar iniciativas para a educação de jovens e adultos, buscando sua integração à sociedade e contribuindo para sua qualificação profissional e formação cidadã;

• estabelecer parcerias para formulação e implementação de políticas públicas e atendimento a necessidades de organizações não governamentais;

• realizar parcerias com órgãos públicos, para oferecimento de cursos de atualização e aperfeiçoamento para seus servidores em temas de interesse da administração pública;

• propor a reavaliação da Resolução 10/95, que estabelece critérios para prestação de serviços no âmbito da UFMG;

• criar um serviço de atendimento para micro e pequenas empresas, no âmbito da CTIT, visando à identificação de problemas tecnológicos a serem abordados como projetos de pesquisa e extensão;

• propor aos Colegiados de Curso e respectivas Unidades, a criação de atividades de extensão geradoras de créditos que propiciem aos seus alunos vivência dos problemas sociais brasileiros;

• estimular a realização de programas sociais de cunho interdisciplinar e interinstitucional em regiões com baixo índice de desenvolvimento humano em Minas Gerais, em especial em parcerias com as IFES de Minas Gerais;

• apoiar projetos interdisciplinares e multidisciplinares que têm como base a atuação regional da universidade, buscando maior agregação disciplinar e considerando-os eixos de ação institucional;

• estimular a inserção da universidade nas discussões e iniciativas que procuram repensar os espaços públicos na cidade.

• valorizar as ações de extensão ligadas a movimentos sociais, articulando-as às atividades de ensino e pesquisa.

1.4 Polít ica Cultural A política cultural que planejamos para a UFMG se baseia na valorização da cultura como espaço privilegiado de produção de conhecimento, articulada com as atividades de ensino, pesquisa e extensão, e não simplesmente como um conjunto de atividades e eventos desvinculado das práticas acadêmicas. Nesse sentido, as ações culturais precisam ser concebidas como espaços de interação de saberes e pensamento crítico,

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compreendidas como processos que articulam o diálogo entre os saberes acadêmicos e os modos de interação coletiva em espaços públicos. Assim, a cultura abre, como base para o aprimoramento da inclusão e da cidadania, novo caminho para a integração da universidade com a sociedade, permitindo a produção de um espaço comum de saberes compartilhados.

Estes são os princípios dos quais partimos para pensar as ações culturais:

• constituir uma política cultural institucional integrada, com ações

articuladas e continuadas, fortalecendo a gestão da cultura; • ampliar a captação de recursos, junto a programas do Ministério da

Cultura e outras agências de fomento, para a promoção de atividades artísticas e culturais;

• identificar linhas alternativas de financiamento existentes para a área cultural, estabelecendo uma estratégia de captação de recursos para aplicação direta nos programas culturais;

• promover ações culturais voltadas para a pesquisa, a experimentação e a prática multidisciplinares;

• apoiar eventos artísticos e culturais, sistematizando a participação de docentes, discentes e servidores técnicos administrativos em educação, integrando a difusão da cultura com a qualificação de pessoal;

• valorizar o Festival de Inverno, retomando-o como uma das atividades estruturantes para a política cultural da universidade, enfatizando seu significado educativo, reflexivo e criativo e sua interação com a comunidade-sede do evento, não só para fortalecer os laços como para dela acolher as contribuições de sua cultura e de sua arte;

• apoiar e expandir as atividades do Festival de Verão da UFMG; • expandir, internacionalizar e dar visibilidade a projetos culturais e

artísticos que já vêm sendo desenvolvidos na UFMG; • retomar o programa Artista Residente, conferindo-lhe o mesmo status

de Professor Visitante, e garantindo sua inserção acadêmica; • criar um Fórum de Cultura da UFMG que promova amplamente os

programas culturais e estabeleça uma programação articulada que envolva o Centro Cultural, o Conservatório, os espaços museológicos, o Espaço do Conhecimento e os espaços itinerantes, de forma a proporcionar à comunidade da UFMG e à população atividades regulares e diversificadas;

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• incentivar a formação e a capacitação de recursos humanos para a área cultural, utilizando os próprios espaços culturais da UFMG;

• oferecer à população a fruição das invenções da arte e da cultura, que devem ser contempladas em toda sua diversidade, promovendo atividades que tornem os campi abertos às múltiplas formas da vida urbana;

• buscar a associação de projetos culturais de pesquisa e extensão ao trabalho integrado desenvolvido pela UFMG em áreas geográficas específicas de Minas Gerais;

• concluir a instalação do complexo cultural de Tiradentes, estruturando seu funcionamento, e integrando suas atividades às ações de ensino, pesquisa e extensão das unidades da UFMG.

1.5 Internacionalização

A internacionalização que almejamos pauta-se em princípios voltados para o desenvolvimento de políticas e programas pertinentemente inseridos em um tempo e espaço contemporâneos.

A política internacional da UFMG deve empreender a busca inequívoca pela excelência, qualidade e pertinência nas relações institucionais, contribuindo para gerar novas formas de conhecimento e acolher múltiplos saberes, respaldados pelo compromisso institucional com as demandas da sociedade e do mundo nos quais se insere.    

Construída em bases igualitárias para benefício mútuo dos parceiros envolvidos, é imprescindível que a cooperação internacional estabeleça a reciprocidade e o equilíbrio das relações institucionais, bem como a solidariedade entre povos e culturas. A cooperação que se quer solidária valoriza a diferença, preza e incentiva a diversidade e abriga conhecimentos produzidos em espaços múltiplos.

Esses princípios devem nortear a construção de uma política de internacionalização que considere a diversidade das áreas e mantenha a permanente interlocução com a comunidade acadêmica na definição de prioridades.

Estabelecimento de parceiras estratégicas

• Fomentar redes internacionais de pesquisa para desenvolver projetos inovadores de natureza inter, multi e transdisciplinar, envolvendo o ensino, a pesquisa e a extensão;

• Intensificar nossa participação em redes associativas latino-americanas, africanas e de língua portuguesa;

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• fortalecer a atuação dos centros de estudos especializados em temas específicos de países ou áreas geopolíticas como espaço multicultural de interação contínua, assegurando o fluxo de pesquisadores brasileiros e estrangeiros em áreas diversas do conhecimento;

• diversificar as regiões geopolíticas de cooperação, assegurando apoio a parcerias que almejem o benefício comum, contribuindo para a produção de novos conhecimentos;

• intensificar as parcerias e alianças com instituições de educação superior da América Latina, fortalecendo a ação da Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM).

Ampliação da visibi l idade institucional • Assumir papel ativo no estabelecimento de políticas nacionais para a

área de internacionalização no ensino superior; • aprimorar a interação da DRI com as Pró-Reitorias acadêmicas para

aumentar a internacionalização da produção científica, artística e cultural da UFMG;

• aprimorar ações de divulgação da UFMG, tornando-a mais atrativa aos estudantes e pesquisadores estrangeiros, tais como: qualificação de material e redes de divulgação em línguas estrangeiras, participação em missões do Estado e de agências de fomento, articulação com embaixadores e corpo diplomático.

Apoio à institucionalização de projetos de cooperação • Implementar editais de apoio à institucionalização de ações de

cooperação internacional; • intensificar o apoio para a execução de acordos, convênios e projetos

internacionais; • incentivar e apoiar a criação de um plano estratégico de

internacionalização em todas as unidades, mantendo a interlocução constante entre os órgãos da Reitoria e as unidades acadêmicas, departamentos, colegiados e grupos de pesquisa.

Fortalecimento dos programas de mobil idade • Consolidar os programas de intercâmbio cultural e acadêmico com

universidades estrangeiras, ampliando as parceiras institucionais e diversificando os países e áreas envolvidos;

• ampliar e conferir caráter institucional a programas de intercâmbio subsidiados por agências de fomento, enfatizando a reciprocidade acadêmica;

• ampliar os programas de intercâmbio e mobilidade com instituições parceiras no exterior, incluindo a participação de estudantes e

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servidores técnicos administrativos em educação em programas de estágio e iniciativas similares;

• ampliar a presença de estudantes e professores estrangeiros na UFMG, institucionalizando sua inserção;

• criar uma linha de fomento para apoio a docentes, TAEs e estudantes de pós-graduação para fins de participação de eventos no exterior, com apresentação de trabalhos;

• garantir a equalização de oportunidades de intercâmbio internacional, ampliando as linhas de apoio para estudantes da UFMG com limitações socioeconômicas;

• adequar as normas acadêmicas para uma melhor inserção de intercambistas e pesquisadores estrangeiros na vida acadêmica;

• estimular o recebimento de alunos e professores estrangeiros para estágios de curta e média duração em laboratórios ou estágios de pesquisa;

• institucionalizar as modalidades de dupla titulação, cotutela ou coorientação estrangeira e o recebimento de alunos de doutorado sanduíche.

Ampliação do aprendizado l inguístico • Expandir o planejamento estratégico para proficiência linguística em

inglês, voltado para toda a comunidade acadêmica; • ampliar o planejamento estratégico para proficiência linguística para as

demais línguas estrangeiras; • aprimorar o projeto de ensino de Português como Língua Adicional; • ampliar o quadro de docentes e bolsistas para atuarem nos programas

de aprendizado linguístico.

Apoio à Infraestrutura • Propiciar uma melhor infraestrutura para a acolhida de estudantes e

pesquisadores do exterior; • acelerar os processos de elaboração e assinatura de convênios e

acordos; • estabelecer um programa de moradia para alunos intercambistas e

professores visitantes; • abrigar eventos internacionais que contribuam para a

internacionalização da instituição; • garantir a construção do Centro de Internacionalização, tornando-o

espaço de compartilhamento de experiências internacionais de toda a comunidade.

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  19  

1.6 Educação Básica, Técnica e Profissional

As atividades de ensino, pesquisa e extensão na Educação Básica e Profissional na UFMG são desenvolvidas no Centro Pedagógico (CP), Teatro Universitário (TU) e Colégio Técnico (Coltec). A UFMG tem o desafio de consolidar essas Unidades Especiais, como referência em suas respectivas esferas de atuação, cumprindo o papel de gerar conhecimento sobre novos modelos de ensino. Como prioridades indicamos:

• valorizar e investir na Educação Básica e Profissional de maneira a consolidar o CP, o COLTEC e o TU como escolas de referência para o sistema;

• estreitar a relação com os cursos de licenciatura da UFMG; • fortalecer a educação de jovens e adultos; • investir na ampliação da infraestrutura do CP com a construção do 3o

andar e de uma quadra poliesportiva própria; • consolidar a implantação do horário integral no CP; • apoiar e atuar com a Direção do CP no acompanhamento das

questões políticas e administrativas junto ao MEC; • investir na melhoria da infraestrutura física e de pessoal do TU; • apoiar a criação do Mestrado Profissional em Ensino e Inovação

Tecnológica, de maneira a consolidar o Coltec como centro de referência do país na formação de docentes de escolas de ensino médio e profissional;

• apoiar a iniciativa do Coltec no desenvolvimento do Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec);

• reformar e ampliar a infraestrutura do Coltec; • analisar os problemas trabalhistas gerados pela existência de duas

carreiras de docentes atuando no Coltec e propor alternativas, com base no diálogo e na escuta qualificada, para conciliar os interesses individuais e institucionais;

• apoiar e atuar com a Direção do Coltec no acompanhamento das questões políticas e administrativas junto a Setec/SeSu/MEC.

1.7 Educação a Distância

As tecnologias digitais têm sido responsáveis por transformações profundas na democratização do acesso à educação. A UFMG, sempre zelando pela qualidade de suas ações, entrou aos poucos no ensino a distância, mas já possui experiências que indicam a qualidade dessa modalidade de ensino, como, por exemplo, os cursos em parceria com a

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Universidade Aberta do Brasil (UAB), disciplinas on-line para grandes grupos de graduação, cursos de especialização e atividades de extensão.

Como agenda de trabalho, daremos apoio às ações já consolidadas e incentivaremos iniciativas com propostas inovadoras que possam tornar a UFMG um centro de referência nessa modalidade:

• Criar a Diretoria de Educação a Distância; • propor à comunidade a criação de cursos de graduação e pós-

graduação nessa modalidade, e de preferência em rede com outras instituições com experiências exitosas em EAD, de forma a contribuir especialmente para a formação continuada de profissionais com dificuldade de deslocamento para os grandes centros acadêmicos;

• ampliar o uso de novas tecnologias nos processos de ensino-aprendizagem;

• utilizar esses novos cursos como contribuição para a internacionalização da UFMG, com oferta para países com os quais colaboramos, em especial da África e América Latina;

• investir na pesquisa sobre ferramentas tecnológicas que possam mediar formas inovadoras e flexíveis de ensinar e de aprender;

• manter sempre atualizados os equipamentos de suporte à EAD; • estabelecer políticas específicas para integrar o ensino presencial e a

EAD; • ampliar a cooperação com outras instituições públicas, para

diversificar a oferta de cursos à distância; • dar mais visibilidade às experiências já consolidadas sobre a

mediação da tecnologia nos processos de ensino-aprendizagem. 1.8 Editora

A Editora da UFMG se destaca entre as editoras universitárias brasileiras pela qualidade de sua linha editorial. Seu necessário fortalecimento deve basear-se em um investimento continuado na política editorial com a alta densidade acadêmica que a caracteriza. As seguintes ações devem ser tomadas, de forma a projetar nossa Editora para o futuro:

• Investir na expansão da Editora UFMG; • aumentar sua inserção institucional, expandindo sua atuação para

todas as áreas do conhecimento e ampliando a abrangência das coleções temáticas;

• incrementar a visibilidade institucional e nacional da editora, fortalecendo sua presença internacional;

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• apoiar iniciativas para agilizar os processos, desde a aceitação do livro para publicação até a efetiva impressão;

• incrementar a distribuição das obras de editora, incluindo sistema de venda pela internet;

• valorizar, dentro da política de recursos humanos da UFMG, os quadros técnicos da editora;

• ampliar as coleções de obras didáticas, privilegiando o formato eletrônico e buscando recursos junto às agências de fomento;

• criar um programa de edição de obras digitais. 1.9 Patrimônio, Memória, Arquivos, Acervos e Museus O cuidado, a preservação e a guarda do patrimônio, dos acervos, arquivos e da memória institucionais é um compromisso imprescindível para a UFMG, que deve promover ações específicas para tal fim, combinadas com a pesquisa e a produção de conhecimento nesse campo. Uma das iniciativas mais importantes é convidar a comunidade, especialmente aquela envolvida com ensino, pesquisa e extensão neste campo multidisciplinar, para a elaborar uma política de memória, acervos, arquivos e patrimônio da UFMG e para a UFMG. Sendo a memória um direito e a marca de uma identidade, não implementar uma política institucional adequada para preservar a memória e o patrimônio da UFMG equivale a condená-la ao esquecimento.

Ações necessárias na área de Patrimônio, Memória, Arquivos, Acervos e Museus da UFMG incluem:

• Criar uma Diretoria de Memória, Acervos e Patrimônio, vinculada à Reitoria, para definir a política institucional, articular as ações e projetos de preservação e divulgação da memória, patrimônio, arquivos, acervos e museus da UFMG;

• consolidar a atuação da Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG por meio da melhoria de sua infraestrutura e da destinação de recursos orçamentários aos museus e espaços de ciências e cultura da universidade;

• destinar servidores com atuação específica e apoio qualificado à Rede de Museus;

• criar um programa de bolsas de extensão e de iniciação científica voltados para a preservação da memória, acervos e patrimônio;

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• estabelecer um sistema integrado de informação museológica em todos os espaços da Rede;

• incentivar o aperfeiçoamento da equipe da Rede através de participação em curso e intercâmbio com outros museus no país e no exterior e de cursos de formação de monitores;

• divulgar a Rede, articulando-a com o desenvolvimento de ações educativas junto à comunidade externa;

• fortalecer e incentivar as ações de ensino, pesquisa e extensão que visem à preservação e divulgação do patrimônio, dos acervos e das memórias institucional e acadêmico-científica da universidade;

• promover discussão sobre alocação espacial dos acervos e coleções especiais da instituição;

• estabelecer uma política de aquisição, tratamento, restauro e conservação para acervos e coleções especiais da instituição;

• estruturar e consolidar a Diretoria de Arquivos Institucionais da UFMG, provendo-a de infraestrutura e recursos humanos adequados, instaurando uma política de arquivos, que contribuirá para difusão da cultura de acesso à informação pública;

• promover uma política de preservação de arquivos da UFMG, articulada com os centros de memória para guarda e gestão de documentos administrativos e históricos, preservando a organicidade dos conjuntos;

• realizar cursos e treinamentos para capacitar os servidores da UFMG que lidam com a produção e o armazenamento documental visando a difundir a aplicação dos instrumentos que regem a gestão de documentos;

• integrar as atividades dos museus, dos centros culturais e da Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade a uma programação acadêmica, com a participação efetiva dos cursos e dos alunos;

• garantir a organização das coleções taxonômicas da UFMG em espaço especialmente construído para essa finalidade que permita integrar e divulgar o conhecimento sobre biodiversidade;

• alocar pessoal qualificado para a manutenção das coleções taxonômicas;

• promover cursos sobre temas relacionados à biodiversidade e à taxonomia.

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1.10 Bibliotecas

O acervo do sistema de bibliotecas é um importante indicador da qualidade das instituições universitárias. Para que elas possam cumprir seu papel de abrigar a herança do conhecimento humano, transmitindo-a para as gerações futuras, um requisito básico é o de que as principais obras bibliográficas referenciais, em todas as áreas do conhecimento, estejam presentes em seus acervos. Este é, certamente, um ponto estratégico em relação ao qual a UFMG ainda tem muito por melhorar. Deve-se atuar em frentes distintas, que incluem a expansão do acervo de valor histórico (como os acervos e as coleções especiais), do acervo de livros didáticos para o suporte ao ensino de graduação, do acervo bibliográfico referencial para a pesquisa, levando em conta ainda a possibilidade da formação de um amplo acervo em formato eletrônico.

Listamos a seguir algumas ações a serem adotadas em relação ao sistema de bibliotecas:

• ampliar a dotação orçamentária anual reservada para a aquisição de livros didáticos, inclusive em formato eletrônico;

• levantar junto à comunidade acadêmica um mapeamento das obras que deveriam constituir o conjunto referencial em todas as áreas do conhecimento cobertas pela UFMG. A partir desse mapa, elaborar estratégias para que essas obras sejam adquiridas em curto prazo;

• elaborar um portal que concentre e organize os textos em formato eletrônico produzidos na UFMG para fins didáticos, ampliando sua utilização na universidade e em outras instituições do país;

• ampliar o serviço de treinamento dos usuários para utilização do Portal de Periódicos da Capes;

• aumentar a visibilidade do Banco de Teses e Dissertações da UFMG; • expandir o acervo das coleções especiais com a aquisição de novos

volumes, orientada estrategicamente para a formação de coleções temáticas;

• articular a formação de uma rede nacional de bibliotecas universitárias que permita a troca de informações catalográficas, de forma a acelerar o processo de catalogação das novas obras adquiridas;

• inserir o sistema de bibliotecas no planejamento de estratégias institucionais para consolidação acadêmica. Processos que ocorrem esporadicamente, tais como reformas curriculares ou criação de linhas de pesquisa, bem como processos que ocorrem de maneira mais frequente, tais como a atualização de disciplinas ou o

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acompanhamento do estado-da-arte em áreas de fronteira, devem poder contar com o apoio das bibliotecas, em uma interlocução direta com as coordenações de cursos, chefias de departamentos e grupos de pesquisa para a aquisição dos títulos necessários.

2 Inovação e Transferência do Conhecimento  

A atividade da pesquisa é constitutiva da essência das universidade. Por um lado, somente a universidade que pesquisa e produz conhecimento é capaz de ensinar de maneira plena. O resultado das pesquisas, por outro lado, frequentemente diz respeito a problemas cuja solução interessa à sociedade. No entanto, reconhece-se hoje que seria ingênuo esperar que os resultados de toda a pesquisa acadêmica tivesse impacto direto no modo de vida das pessoas.

Além da atividade de pesquisa, é necessária uma articulação de esforços específica para conferir uma dimensão instrumental ao conhecimento, formatando-o de maneira a que ele se encaixe nas complexas cadeias que a humanidade elaborou para produzir seu modo contemporâneo de existência. A atividade de inovação e transferência do conhecimento cumpre o papel de oferecer o conhecimento gerado na universidade para a utilização social. Dessa forma, a transferência de tecnologias, físicas e sociais deve ser contemplada na diversidade de linhas de atuação da UFMG.

2.1 Inovação e transferência de conhecimento

Inovação é entendida como o desenvolvimento de uma invenção em forma comercial. Em função da aceleração no processo da geração do conhecimento, novos desafios se colocaram para fazer com que esse conhecimento saia da universidade e chegue de forma competitiva ao setor empresarial, para a sociedade e como garantia de uma inserção global dos produtos brasileiros. Assim, a universidade é cada vez mais um agente decisivo na promoção da inovação para o setor empresarial e para as instituições que dela farão uso.

Como ações a serem desenvolvidas listamos: • fazer da universidade um espaço de incubação de inovações; • formar novas lideranças empreendedoras; • buscar linhas de subsídios para promover a inovação; • contribuir para a consolidar a cultura da inovação no Estado de Minas

Gerais; • induzir a organização de projetos em rede que, além da produção de

conhecimento, sejam capazes de gerar inovação não apenas tecnológica, mas também social, no sentido de impulsionar práticas

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sociais que geram novas formas de organização decorrentes dessas interações;

• ampliar as atividades da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) e das incubadoras que, já consolidadas, demandam permanentes ações de aprimoramento.

2.2 Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTEC)

O BHTEC já se encontra instalado, devendo progressivamente se tornar um elemento que consolide a interação da UFMG com empresas de tecnologia. São tarefas a cumprir:

• aperfeiçoar o papel da UFMG no BHTEC, tornando a sua presença mais decisiva na promoção da inovação;

• ampliar as temáticas de atuação, contemplando as tecnologias tanto físicas quanto sociais;

• consolidar o BHTEC como espaço físico da promoção da inovação, pela ampliação dos espaços disponíveis para os interessados.

2.3 Clusters

A observação de casos bem sucedidos de instalação de cadeias produtivas de alta tecnologia vem indicando a tendência do surgimento dos chamados clusters. Trata-se da situação em que diversas empresas de um mesmo ramo se instalam em uma mesma localidade, passando a cooperar e se tornando, assim, mais eficientes.

Um universidade com forte atuação na geração e transferência de tecnologia tem o potencial de induzir e apoiar a formação local de clusters.

Propõe-se que a UFMG tenha uma atuação estratégica, de forma a: • promover ações para induzir a cultura de clusters; • dar suporte a clusters como nós locais de uma rede global; • investir em áreas estratégicas, tais como nanotecnologia,

biotecnologia, tecnologias da informação e tecnologias ambientais.

   

3 Assistência Estudanti l , Inclusão e Permanência  

Uma universidade pública brasileira só cumpre seu papel se também provê o amplo acesso às suas vagas a pessoas de todos os estratos econômicos e de todas as origens sociais, fornecendo o suporte necessário para que o mérito de cada estudante possa resultar na sua diplomação – a um tempo permitindo às pessoas melhorar de vida, e à sociedade reduzir suas crônicas desigualdades.

As políticas de inclusão são necessárias para equalizar o acesso às vagas. Para que esse acesso se traduza no sucesso do estudante em concluir seu curso, devem ser estabelecidas políticas de permanência, entre

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essas, destacadamente, as políticas de assistência estudantil. Esse conjunto de políticas, em virtude da realidade brasileira, pode ser considerado estruturante para uma universidade contemporânea.

Como princípios dos quais devem derivar essas políticas, listamos: • o ensino superior é um poderoso fator que contribui para a melhoria

geral das condições de um país. As universidades públicas têm o papel de propiciar esse ensino para jovens de todas as camadas sociais que com mérito e talento ingressam nos cursos, o que somente será possível com a devida articulação de políticas de inclusão, de permanência e de assistência estudantil;

• as ações vinculadas às políticas de inclusão, permanência e assistência estudantil devem ser entendidas como direitos individuais do estudante, no plano interno à universidade, visto que elas constituem requisitos para que o estudante possa efetivamente se beneficiar do acesso à universidade.

Uma agenda para as políticas de assistência estudantil, inclusão, e permanência deve considerar:

• criar a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil com a responsabilidade

de coordenar todas as ações relacionadas com a assistência estudantil, inclusão e permanência e estabelecer um canal direto de comunicação dos diversos setores da Universidade com os estudantes;

• ampliar as bolsas assistenciais para estudantes de todos os níveis de ensino com dificuldades socioeconômicas;

• ampliar a abrangência da assistência à saúde; • propor a construção de novos prédios de moradia para, em médio

prazo, duplicar as vagas existentes; • identificar e adotar outras atividades, tais como o acesso a formações

complementares, como forma de efetivar a equalização da oportunidade de formação universitária;

• ampliar as oportunidades de intercâmbios, ampliando a oferta de cursos de língua estrangeira e o apoio a estudantes com dificuldades socioeconômicas;

• instituir um processo sistemático de acompanhamento dos discentes, capaz de detectar os estudantes em situação de retenção no curso, com potencial risco de evasão, visando à adoção de um conjunto de medidas para tratar individualmente cada estudante nessa situação;

• desenvolver políticas visando à permanência dos estudantes nos campi da UFMG, com oferta de um elenco de atividades culturais relevantes a sua formação;

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• estimular a participação dos estudantes em atividades de extensão que possibilitem uma melhor compreensão da sociedade e que contribuam para sua formação como cidadãos;

• garantir o acesso às facilidades dos meios digitais; • criar um centro para apoio a estudantes com necessidade especiais; • implantar uma política institucional de ações afirmativas que garanta a

inclusão e a permanência na instituição de grupos sociais historicamente excluídos;

• expandir a abrangência das ações procurando identificar diferentes situações de vulnerabilidade social, tais como racismo, sexismo, e homofobia.

4 Recursos Humanos  

Um dos pontos que melhor nos une pode ser expresso de maneira simples: somos pessoas, não processos. Os procedimentos, as normas, as diretrizes, fazem parte das regras que todos acatamos como o ponto inicial de partida das nossas ações. Mas é imprescindível lembrar-se da condição humana que nos torna iguais, que nos exige sensibilidade para com o outro, em regime de reciprocidade e respeito permanentes, que parta dos princípios da ética, da escuta qualificada e da participação.

Reconhecendo as especificidades da Administração Pública – cujos princípios incluem a impessoalidade, entre outros – deve-se lembrar sempre que a atividade finalística da UFMG depende dos sujeitos humanos que nela trabalham e vivem. Esquecer isso é querer acreditar que processos de trabalho e de gestão, por si só, podem efetivar mudanças e produzir conhecimento.

Desta forma, um desafio institucional importante é o de estabelecer um equilíbrio entre a estrutura administrativa necessária, que garante memória, estabilidade e segurança institucional, e a liberdade de criação e inovação que impulsiona novos modos de fazer. Indicamos a seguir os princípios norteadores de uma agenda:

• criar mecanismos que facilitem a identificação de competências individuais, que estimulem a criatividade, o aprendizado e o compartilhamento de conhecimentos e que privilegie o diálogo e a participação contínua de docentes e TAEs;

• reconhecer que o sucesso da UFMG depende do investimento nas pessoas, que devem ser consideradas de relevância estratégica.

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• utilizar as ferramentas de informática e de tecnologia de comunicação para difundir e fomentar o conhecimento e não apenas para acelerar o fluxo de informações.

• fortalecer a avaliação de desempenho, desenvolvida com ética e transparência, como instrumento efetivo de educação permanente, priorizando ações corretivas e preventivas.

Essas concepções se desdobram em ações que são constitutivas das para nossa proposta de gestão de recursos humanos para a UFMG. 4.1 Desenvolvimento Humano e Carreira

• Propor a criação de Mestrado Profissional que se torne referência nacional e que atenda à demanda interna dos TAEs da própria UFMG, além de identificação e oferta de outros mestrados em áreas de interesse a serem definidas;

• criar o Centro de Formação de Gestores Universitários com o propósito de ampliar as possibilidades de treinamento e capacitação aos TAEs;

• propor a criação de Resolução específica para regulamentar a capacitação e aperfeiçoamento dos servidores TAEs assegurando que o tempo investido no treinamento faça parte da jornada de trabalho;

• Mobilizar os servidores docentes que ainda não têm título de doutor para que se titulem em curto horizonte de tempo, garantindo o apoio institucional para esse esforço;

• Aprimorar o processo de acolhimento e integração dos docentes recém-contratados;

• destinação de “enxoval” básico para instalação do docente, respeitando a diversidade de áreas e suas necessidades específicas;

• articulação da PRO-RH com projeto GIZ para ampliação de oferta de cursos que invistam na atividade de docência e em processos inovadores de ensino-aprendizagem;

• ampliar os recursos financeiros para os editais de auxílio de ensino, pesquisa e extensão para docentes recém-contratados e recém-doutores e simplificar o processo de compra de material permanente e de consumo relacionado a esses editais;

• articular, junto a agências de fomento, em especial a Fapemig, modalidades de fomento para apoio a docentes recém-contratados e recém-doutores.

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4.2 Remuneração, Jornada de Trabalho, Remoção e Dimensionamento

• Rever os procedimentos de distribuição de Funções Gratificadas de maneira articulada com a revisão dos processos de trabalho;

• estabelecer regimes especiais de trabalho para os servidores TAEs que optarem pelo horário noturno para atender às grandes necessidades da expansão do ensino;

• rever os critérios utilizados na concessão de vagas docentes e de TAEs;

• discutir os critérios de concessão de regime de 40 horas semanais sem dedicação exclusiva;

• estabelecer uma política de remoção de servidores que considere: divulgação ampla da vaga, tempo mínimo de permanência como pré-requisito para solicitação de remoção, tempo de permanência no setor, tempo de serviço na instituição, qualificação para o setor para o qual os servidores pretendem ir;

• elaborar e executar projeto de dimensionamento de pessoal por tipo de processo de trabalho/departamento/setor/seção;

• estabelecer fluxo contínuo de reposição de força de trabalho, respeitando a liberação de vaga.

4.3 Avaliação de desempenho

• Consolidar o novo modelo de Avaliação de Desempenho dos TAEs aprovada pelo Conselho Universitário;

• estabelecer relação direta entre os processos de avaliação de desempenho e uma Política de Educação Permanente – educação no trabalho, para o trabalho, com o trabalho;

• estabelecer incentivo a projetos de integração ensino-serviço propostos por servidores docentes e servidores TAEs.

4.4 Saúde e Segurança no Trabalho • Efetivar a implantação integral do Subsistema Integrado de Atenção à

Saúde do Servidor (SIASS), iniciada em 2009, identificando os gargalos que possam estar obstruindo questões importantes;

• criar Comissões Internas de Saúde do Servidor (CISS), para atuar na área de saúde e segurança dos servidores, com atenção especial a doenças profissionais;

• estabelecer uma estrutura para o atendimento às pequenas emergências médicas no campus da Pampulha.

   

 

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5 Gestão Administrativa  

A gestão administrativa constitui um dos aspectos que devem ser estrategicamente tratados para que a instituição se posicione contemporaneamente. A atual estrutura não é capaz de acompanhar as mudanças que hoje se aceleram na UFMG, com a diversificação das dimensões de sua atuação.

Especial menção deve ser feita à relação das pessoas com a administração. O peso da burocracia constitui hoje um entrave que drena expressiva parcela do nosso trabalho e do nosso tempo, frequentemente trazendo à memória o mito de Sísifo, condenado a rolar uma pedra morro acima apenas para que ela rolasse morro abaixo novamente, e a tarefa tivesse de ser repetida infinitamente.

Cabe reexaminar toda a nossa estrutura, redesenhando-a para que adquira eficiência, cumprindo o requisito da transparência e zelando pela qualidade de vida das pessoas, lembrando sempre que o objetivo de uma administração universitária é o bom andamento das atividades-fim. Indicamos a seguir a agenda de mudanças na gestão administrativa para a UFMG: 5.1 Gestão Democrática e Transparência

• Aprimorar a prática de formulação das políticas fundamentais de gestão da UFMG pelos seus órgãos colegiados superiores;

• institucionalizar o trabalho da Comissão de Ética para a Gestão Pública, integrando-a ao organograma da UFMG, divulgando amplamente suas ações e inserindo-a na vida acadêmica como atividade educativa;

• tratar as questões da comunicação com a comunidade e da distribuição de informações como aspectos centrais, implementado ações específicas, entre as quais:

o divulgar a escala de atendimento dos órgãos administrativos que prestam serviços à comunidade, tais como os setores de manutenção, informática, entre outros;

o divulgar publicamente os cronogramas de obras, bem como eventuais mudanças;

o apresentar com clareza para a comunidade acadêmica as restrições legais para licitações e contratos e suas consequências para a execução orçamentária;

• implementar um processo de desburocratização, segundo dois eixos:

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o reestruturar os trâmites de processos nos órgãos colegiados, reduzindo a carga de itens rotineiros, de maneira a permitir que discussões mais qualificadas, sobre temas de maior alcance, sejam conduzidas;

o reduzir o trâmite de processos nos setores administrativos para diminuir a sobrecarga que incide sobre os indivíduos da comunidade;

• ampliar os mecanismos de escuta qualificada com a comunidade, tanto nas questões cotidianas quanto na formulação de políticas de longo prazo, assim como nas decisões de impacto estrutural. Essa ação de desdobra em:  

o estabelecer, como regra geral, que as decisões das instâncias superiores que tenham impacto significativo no funcionamento da UFMG sejam precedidas de uma discussão com as unidades, consultando suas congregações;  

o criar um mecanismo de consulta para que a comunidade participe da escolha de obras de infraestrutura de interesse coletivo a serem executadas nos campi;  

o fortalecer a Ouvidoria, dotando-a de estrutura capaz de responder satisfatoriamente a toda a demanda;  

• ampliar a participação dos TAEs na gestão universitária, incluindo-os nas atividades de planejamento, administração e gestão imprescindíveis para a UFMG.

5.2 Estrutura Administrativa • Implementar uma Consultoria Jurídica que dê assistência à Reitoria,

às unidades, departamentos e colegiados na preparação e trâmite de projetos e processos;

• estabelecer uma interlocução com a Advocacia Geral da União (AGU) no sentido de permitir que a Procuradoria Federal sediada na UFMG possa ter maior agilidade nos processos rotineiros;

• reestruturar a Pró-Reitoria de Administração de maneira que essa responda de forma integrada e eficiente às ações de manutenção e operação da UFMG;

• reestruturar os diversos formulários e relatórios cujo preenchimento hoje é demandado, incluindo: INA, Marcação de Defesas da Pós-Graduação, Solicitação de Férias, Solicitação de Afastamentos, Solicitação de Progressão, entre outros, de forma a evitar o

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fornecimento repetitivo de informações de que a instituição já disponha;

• prover um sistema de Tecnologias da Informação e Comunicaçãomais eficiente e estável para os serviços de gestão e as atividades acadêmicas;

• viabilizar a tramitação em meio digital de todos os processos da vida acadêmica, por meio de formulários eletrônicos que solicitem exclusivamente as informações que forem imprescindíveis em cada caso;

• prover condições, em parceria com as unidades acadêmicas, para a efetiva implantação da rede de acesso à internet sem fio na totalidade das áreas de uso acadêmico dos prédios da UFMG;

• consolidar os sistemas acadêmicos da graduação e da pós-graduação informatizados, flexibilizando-os e adequando-os aos princípios acadêmicos de cada nível;

• ampliar a frequência de realização dos processos de “compras centralizadas” para as Unidades, promovidos pelo Departamento de Logística de Suprimentos e Serviços Operacionais (DLO);

• aumentar o número de servidores em atividade no DLO.

6 Gestão dos campi

Consideramos o espaço da UFMG como um espaço público de convivência democrática, no qual o cuidado igualitário com todos os indivíduos que integram a comunidade acadêmica se traduza em uma indispensável qualidade de vida em seus campi. A administração de seu território deve combinar a gestão sustentável dos seus recursos naturais com o estímulo à adoção de normas que possibilitem a convivência solidária, segura e democrática.

É urgente melhorar a qualidade de vida de toda a comunidade, garantindo acesso a uma convivência em que as práticas de lazer, esporte e cultura sejam uma garantia para um compartilhamento saudável e cuidadoso do espaço da nossa universidade. É prioritário considerar a manutenção das áreas de lazer e de preservação ambiental à frente da demanda crescente do número de vagas de estacionamento.

Esses princípios devem nortear a gestão de todos os espaços ambientais da UFMG, incluindo o campus Pampulha, o campus Saúde, o campus do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) em Montes Claros, Museu de História

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Natural, as fazendas de Pedro Leopoldo e Igarapé, o complexo cultural de Tiradentes, e a Casa da Glória em Diamantina.

Para implementar esses princípios propomos:  • definir uma estrutura específica para a administração dos campi através

da criação de uma Diretoria de Gestão dos Campi assessorada por um Comitê Gestor que inclua a participação de todos os segmentos da comunidade acadêmica;

• atribuir ao Comitê Gestor a tarefa de articular soluções que integrem o planejamento de obras e reformas com as questões referentes ao transporte, estacionamento, à mobilidade interna, oferta de serviços essenciais como alimentação, segurança e saúde;

• rediscutir os Planos Diretores, com toda a comunidade, para os campi Pampulha, Saúde e do ICA;

• incluir nos Planos Diretores os instrumentos para garantir a desenvolvimento sustentável dos campi incorporando planos de gestão para:

o áreas verdes e gerenciamento de resíduos orgânicos, da construção e demolição (RCD), químicos, de serviços de saúde (RSS), eletroeletrônicos (REE) incluindo a coleta, a valoração por meio da reciclagem, o tratamento e a disposição final;

o resíduos hídricos para o uso racional da água, a eficiência da drenagem pluvial e o saneamento ambiental;

o eficiência energética e uso racional da energia elétrica; o inserção da UFMG na agenda Ambiental

da Administração Pública Federal, por meio da participação efetiva e cumprimento do Decreto Presidencial no 5.940/2006 – Coleta Seletiva Solidária – contribuindo para a inclusão social e econômica dos catadores de materiais recicláveis;

• priorizar a expansão da oferta de serviços de transporte público no tratamento das questões relacionadas ao acesso aos campi;

• criar condições para que o BRT (Bus Rapid Transit) possa se articular com o transporte coletivo interno no campus Pampulha;

• construir ciclovias nos campi Pampulha e do ICA para estimular o uso de modos alternativos de transporte;

• recuperar as instalações do Centro Esportivo Universitário, integrando-o a uma política de esporte e lazer para a comunidade acadêmica;

• instituir uma política de esportes, recreação e lazer; • criar um núcleo de acessibilidades para atender toda a comunidade

acadêmica; • instalar uma unidade para pronto atendimento no campus Pampulha

para pequenas emergências;

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• ampliar a infraestrutura da Praça de Serviços, em particular o setor de alimentação;

• propor a construção de novos espaços de serviços no campus Pampulha;

• propor a construção de ilhas de serviços de refeições rápidas nos campi;

Obras • Informar a comunidade o estágio de desenvolvimento e o cronograma

das obras em andamento na UFMG; • viabilizar a construção dos prédios da Faculdade de Direito e Escola

de Arquitetura no campus Pampulha; • concluir todas as obras de expansão que se encontram em andamento

nas Unidades que aderiram ao Reuni; • concluir a construção do Centro de Atividades Didáticas (CAD) 3, para

atender a demanda de ciências exatas; • concluir a reforma de unidades acadêmicas, em especial ICB, Fafich,

FALE, ECI.

 7 Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa

Nas últimas quatro décadas, a Fundação de Desenvolvimento da

Pesquisa (Fundep) desempenhou papel central no suporte às mais variadas atividades da UFMG.

Recentemente, o marco institucional e regulatório no qual as fundações de apoio se inserem foi modificado de forma acentuada. Duas alterações merecem destaque: i) uma definição mais precisa e clara acerca das áreas de atuação das fundações e a sua relação com as universidades, e ii) a adoção de controles mais rigorosos, maiores exigências na gestão de projetos e fiscalizações mais constantes. Essas alterações tornaram a atividade das fundações menos flexíveis e mais onerosas.

Ao mesmo tempo em que se reconhece a nova realidade das Fundações, é crucial reafirmar a sua missão de apoio ao desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Assim, indicamos as diretrizes gerais de gestão da Fundep para a UFMG:

• centrar a atividade fundamentalmente no apoio a projetos de ensino, pesquisa e extensão;

• qualificar o quadro de funcionários para melhorar o gerenciamento dos processos e comunicação com a comunidade acadêmica;

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• aprimorar seus processos gerenciais e operacionais de maneira a melhor atender a comunidade acadêmica;

• investir no uso de sistemas e tecnologias especializados em gestão de projetos.

Nas sociedades contemporâneas, o núcleo dinâmico da economia encontra-se centrado nas atividades com alta agregação de conhecimento científico e de tecnologias físicas e sociais. As universidades são cada vez mais atuantes e imprescindíveis nesse processo, ao gerar e transferir conhecimento de elevada complexidade para a sociedade para que, na forma de inovações competitivas, elas contribuam para a geração de riqueza. Esse papel, entretanto, só se torna efetivo se o conhecimento gerado é transmitido, com impacto no sistema empresarial. A Fundep deve atuar na mediação entre a instituição e a sociedade.

Assim, ao ampliar a eficácia dos modelos de trabalho, a Fundep pode dar suporte a iniciativas mais arrojadas, complexas e interdisciplinares da universidade, bem como oferecer serviços inovadores. Nesse sentido, a consolidação do Programa de Investimento em Empresas Emergentes Inovadoras da UFMG é uma estratégia inovadora. O programa, além de um serviço adicional à comunidade científica, é uma ferramenta importante tanto para a construção de novos saberes como para o desenvolvimento econômico e social do país, ao contribuir para a introdução de inovações competitivas no mercado brasileiro, com potencial para atingir o mercado internacional, que são fatores constitutivas da sociedade do conhecimento.

 

8 Hospitais Universitários  

A UFMG conta com dois hospitais universitários (HUs): o Hospital das Clínicas, com quase 85 anos e, desde o ano de 2006, com o Hospital Risoleta Tolentino Neves. Embora sejam estruturas de diferentes complexidades, ambos representam equipamentos fundamentais à assistência, ensino, pesquisa e extensão na área de saúde. Totalmente vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), os dois HUs são indispensáveis à formação de recursos humanos e à assistência de média e alta complexidades à população, integradas nas redes prioritárias definidas pelo Ministério da Saúde.

Como vem acontecendo em todo o país, a disputa por cenários de prática de ensino na área de saúde tem sido muito acirrada e desigual para as instituições públicas, que seguidamente veem seus discentes sendo preteridos pelos alunos das instituições privadas por razões de ordem financeira. Dessa maneira, é imprescindível a existência dos HUs para assegurar a formação dos discentes da área de saúde da UFMG.

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A garantia da sustentabilidade financeira dos HUs vinculada a uma autonomia do desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão, e às necessidades da população, é o grande desafio que se apresenta.

Como agenda para os HUs da UFMG, propomos:

• assegurar a autonomia dos HUs como unidades especiais de formação de ensino, pesquisa e extensão;

• aprofundar o papel dos HUs no SUS como assistência integrada a rede pública e como centros de referência de ensino, pesquisa e extensão;

• ampliar o papel dos HUs para a formação dos estudantes dos diversos cursos da área de saúde da UFMG, aprofundando o caráter interdisciplinar de formação e do atendimento, e garantindo a integração entre os estudantes dos níveis de graduação e de pós-graduação;

• garantir que a atividade de atendimento nos HUs esteja articulada com a atividade de geração de conhecimento, abrangendo todos os campos da saúde humana;

• estabelecer uma política permanente de capacitação dos servidores técnico-administrativos que atuam nos HUs, reconhecendo a especificidade de suas tarefas, bem como o seu papel essencial para que seja desenvolvido um atendimento de excelência;

• assegurar o protagonismo da UFMG na construção e no desenvolvimento de projetos de assistência, ensino e pesquisa, e na construção das políticas de educação e saúde do país.

 9 Polít ica de Informação e de Comunicação

 9.1 Polít ica de Informação  

O crescimento exponencial da informação digital representa, ao mesmo tempo, oportunidades e desafios para as organizações. Para as universidades, cuja missão envolve essencialmente o trabalho com a informação, o esforço para constantemente desenvolver, aprimorar e avaliar seus sistemas de informação constitui desafio essencial.

Para atender às demandas e necessidades de seus públicos externos, a UFMG tem criado setores tais como a Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI), cujo objetivo central é desenvolver políticas relativas à área de tecnologia da informação; o Centro de Comunicação (Cedecom), que desenvolve produtos e serviços de informação como o Boletim, a TV UFMG, a Rádio UFMG Educativa, bem como o site da UFMG; o UFMG Tube, ligado à Pró-Reitoria de Extensão, que consiste em um sistema de arquivamento de

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vídeos digitais com vistas a integrar fontes científicas, culturais e sociais de divulgação.

Além desses órgãos e programas, ligados à Reitoria, existem outros repositórios e serviços de divulgação desenvolvidos e mantidos por diversas unidades e setores da UFMG. Essa diversidade, ao mesmo tempo em que evidencia o interesse dos vários segmentos da universidade em estabelecer e potencializar suas conexões com os públicos externos por meio da internet, constitui um grande desafio em termos de seu gerenciamento.

Assim, em vista da importância de organizar e potencializar o uso dos recursos digitais da UFMG, propõe-se a criação de uma instância de coordenação dos setores da Reitoria que oferecem produtos e serviços de informação para públicos externos da UFMG. Sob essa coordenação, seriam promovidas, dentre outras, as seguintes atividades:

• elaborar proposta de política global de informação para a universidade

articulada com o aspecto formativo da atividade; • desenvolver mecanismos para que a universidade possa atender

plenamente o que determina a Lei de Acesso à Informação; • desenvolver layouts para as páginas institucionais da Reitoria e dos

demais órgãos e setores da universidade; • oferecer apoio aos diversos segmentos da universidade que desejem

criar ou aprimorar suas páginas na web; • criar serviços integrados de alerta sobre eventos, concursos, bancas

de defesa de trabalhos de conclusão de curso e outros; • organizar e promover a presença da universidade em redes sociais

como Facebook, Twitter, YouTube e outros; • desenvolver interfaces dos sistemas de informação da universidade

para tablets e smartphones; • estimular a produção e uso de recursos digitais para o ensino.

9.2 Polít ica de Comunicação

A comunicação na UFMG deve ser compreendida como um processo de construção social. Uma comunicação que se caracteriza pelo respeito aos modos de organização próprios a cada espaço dentro da instituição. Proposta dessa maneira, uma comunicação que compreende a organização como cultura, tomada como um fenômeno subjetivo. Para uma comunicação organizacional concebida dessa forma, a ação social é possível quando os membros da organização têm condições de compartilhar significados subjetivos. Essa perspectiva transforma a comunicação em espaço de trocas e negociações dentro da organização. Assim, seus produtos e processos

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resultarão de um discurso organizacional coletivo, fruto de diálogos constantes. A cultura organizacional, compreendida como uma rede de significados, deve ser apreendida pela comunicação a partir de seus símbolos, significados e comportamentos. Para tanto, é preciso refinar as estratégias comunicativas, afinar os modos de interação e relacionamento com os públicos diversos. O refinamento das estratégias comunicativas abrange, invariavelmente, um conhecimento e reconhecimento das características definidoras de cada público – tanto aquele com os quais a organização se relaciona quanto aqueles dos quais ela depende.

Tais estratégias articulam-se no âmbito do Cedecom, órgão auxiliar da Reitoria que deve se relacionar também com unidades acadêmicas e administrativas por meio da elaboração de planejamentos estratégicos de comunicação integrada. Produtos e serviços desenvolvidos nesse centro – como os periódicos Boletim e Diversa, TV UFMG, Rádio UFMG Educativa, Agência de Notícias, assessoria de imprensa, marketing e divulgação, comunicação interna, produção gráfica e audiovisual, gestão de redes sociais, divulgação científica e acessibilidade – devem ser pensados em sua dimensão universitária, mantendo indissociáveis ensino, pesquisa e extensão. Logo, devem ser espaços de produção comunicacional qualificada e refletida, mas também de proposição e experimentação de abordagens, linguagens e processos, aliados a sua função formadora e educativa.

Esses espaços devem resguardar e fortalecer o caráter público da universidade, orientando-se também por outros pontos:

• favorecer a transparência e o engajamento, permitindo à universidade

prestar contas à sociedade sobre suas ações e revelando como seus grupos se posicionam diante das questões prementes da contemporaneidade;

• oferecer às comunidades interna e externa produção cultural e informacional alternativa e complementar à encontrada nos meios massivos;

• ser espaço de formação complementar, não apenas para discentes que encontram ali oportunidade de desenvolvimento de habilidades e competências profissionais, mas formação também de atores críticos para participar ativamente de processos de comunicação.

Para tanto, propomos:

• institucionalizar o Cedecom, com a criação de um órgão auxiliar à Reitoria e extinção dos atuais CCS (Coordenadoria de Comunicação Social) e CAV (Centro de Áudio Visual);

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• criar um Conselho Editorial para os veículos de mídia impressa e eletrônica, com participação de docentes, TAEs, discentes e comunidade externa;

• incentivar o envolvimento da comunidade universitária em ações de comunicação, garantindo especialmente a pluralidade de abordagens nas mídias de maior alcance (rádio e TV), seja na proposição de produtos e programas, seja na interação com os já existentes.

• ampliar a presença institucional por meio de ações de comunicação nos diversos campi da UFMG, segundo suas especificidades culturais e necessidades comunicacionais;

• favorecer o fortalecimento da internacionalização da UFMG com ações de comunicação que permitam maior visibilidade institucional, como a reformulação multilíngue do site;

• estabelecer estratégias de inclusão no sentindo de garantir aos portadores de necessidades especiais o direito ao acesso aos meios de comunicação e informação da universidade;

• discutir modelos de financiamento para permitir fortalecimento e expansão das mídias eletrônicas (rádio e TV);

• promover o agenciamento em rede para compartilhamento de experiências e incentivo à criação de uma agência de notícias e rede de emissoras universitárias;

• intensificar a aproximação com as mídias alternativas, educativas e universitárias, com vistas à troca de experiências e compartilhamento de produções;

• fortalecer e ampliar a presença institucional da Universidade em redes sociais.

 10 Relações Institucionais

Uma UFMG Contemporânea necessariamente irá habitar um espaço

de relações multilaterais, constituído de uma grande diversidade de agentes e de instituições de naturezas diversas, com os quais a UFMG deve se comunicar e interagir. A UFMG deve criar, manter e frequentar espaços públicos, contribuindo para o avanço da democracia e para o aprimoramento da crítica nas esferas da cultura e da sociedade, em uma interação direta com o público interno e externo à comunidade universitária. Há ainda o relacionamento com as mais diversas instituições, aí incluídos órgãos públicos, esferas do poder executivo, legislativo e judiciário, entidades da sociedade civil e representativas dos movimentos sociais, e outras. Particular atenção deve ser dirigida à relação com outras universidades e com órgãos do sistema de ensino superior e de ciência e tecnologia.

Como princípios articuladores desse elenco de relações, indicamos:

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• autonomia: a UFMG deve sempre seguir uma mesma conduta

fundamental, em todas essas interlocuções: a de uma universidade autônoma, que assume o papel de espaço para a crítica plural e para a busca racional pelo conhecimento, tendo como referencial o princípio ético que aponta a necessidade da construção de uma sociedade mais justa, menos desigual. A UFMG deve defender sua autonomia administrativa e acadêmica, em particular junto aos órgãos de fiscalização e controle.

• transparência: todas as relações institucionais, em todas as esferas, devem ser pautadas pela transparência, que implica a disponibilização das informações de interesse público.

Instâncias diversas da questão das relações institucionais da UFMG incluem: 10.1 Órgãos de Estado

• Estabelecer canais de interlocução permanente com o Poder Executivo Federal e com o Congresso Nacional, tanto para reafirmar a importância do papel das universidades públicas no desenvolvimento do país quanto para levar a crítica acadêmica ao debate das grandes questões nacionais;

• fazer gestões junto ao Congresso Nacional com o intuito de acelerar a discussão da Lei Orgânica das Universidades Federais;

• estabelecer diálogos com os órgãos de controle da União. É preciso que a UFMG lidere um movimento, agregando outras universidades federais, para defender o princípio constitucional da autonomia universitária, em contraposição às cada vez mais frequentes tentativas de ingerência de alguns desses órgãos, tais como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU).

10.2 Andifes • Reassumir o lugar de liderança da UFMG, ampliando sua participação

na Andifes e estreitando a interlocução com as demais IFES; • Contribuir para a articulação de propostas para o ensino superior no

Brasil, visando a estabelecer uma agenda nacional para acabar com o déficit de vagas no ensino superior;

• Contribuir para a criação de políticas específicas orientadas para o desenvolvimento de universidades de excelência no país, possibilitando que as instituições que aderirem a esse projeto possam receber o devido suporte.

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10.3 Sistema de Educação, Ciência e Tecnologia • Contribuir para a elaboração das políticas científicas e de educação a

serem adotadas no estado e no país nas próximas décadas, em especial junto a órgãos tais como o MEC, o MCT, o CNPq, a Capes, a Finep e a Fapemig;

• mobilizar as lideranças acadêmicas da UFMG para aumentar a sua participação nas diversas instâncias desses órgãos, desta forma efetivando uma importante contribuição da UFMG para a gestão do sistema de ciência e tecnologia.

10.4 Instituições • Ampliar a interlocução com outras instituições, tais como escolas de

ensino fundamental e médio, órgãos públicos diversos, além de associações e de entidades representativas de movimentos sociais. Estas devem encontrar na UFMG o espaço para se pronunciar, o momento para a reflexão crítica, e o apoio do conhecimento acadêmico.

É este o programa que nos une, construído em amplo diálogo com a comunidade da UFMG, e é em nome dele que solicitamos o apoio para a nossa candidatura nas eleições de 2013. Jaime Arturo Ramírez Sandra R. Goulart Almeida