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Programa de Aperfeiçoamento em Gestão de Políticas de Proteção e Desenvolvimento Social Curso: Pobreza e Desigualdade Social: conceitos e panorama nacional Professor: Jorge Abrahão de Castro Período: 28 e 29 de julho e 4 e 5 de agosto de 2014 Horário: dias 28/7 e 4/8 das 8h30 às 12h30 e 14h00 às 18h00 dias 29/7 e 5/8 das 8h30 às 12h30 Carga Horária: 24 horas (presenciais) e 6 horas (não presenciais) Objetivos de aprendizagem Ao final da disciplina, os alunos deverão ser capazes de: - Combinar conhecimento conceitual e instrumental para a análise dos principais problemas e políticas sociais, principalmente daqueles relacionados ao fenômeno da pobreza e da desigualdade social, relacionando a teoria e a prática das políticas públicas; - Descrever e analisar o caso brasileiro, comparando-o, quando necessário, aos desdobramentos internacionais recentes na temática analisada. Ementa Análise e discussão das principais questões sociais brasileiras, com foco na pobreza e na desigualdade. Noções de desigualdade e da multidimensionalidade do fenômeno da pobreza. Montagem de um quadro da desigualdade social e da pobreza no Brasil. Análise da evolução e caracterização das políticas sociais no Brasil contemporâneo, além da compreensão da relação entre a política social e a economia brasileira. Metodologia Aulas expositivas, discussões, debates e exercícios individuais e em grupo. Avaliação da Aprendizagem Trabalho individual sobre o tema do curso.

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Programa de Aperfeiçoamento em Gestão de Políticas de Proteção e Desenvolvimento Social

Curso: Pobreza e Desigualdade Social: conceitos e panorama nacional Professor: Jorge Abrahão de Castro Período: 28 e 29 de julho e 4 e 5 de agosto de 2014 Horário: dias 28/7 e 4/8 das 8h30 às 12h30 e 14h00 às 18h00

dias 29/7 e 5/8 das 8h30 às 12h30 Carga Horária: 24 horas (presenciais) e 6 horas (não presenciais)

Objetivos de aprendizagem

Ao final da disciplina, os alunos deverão ser capazes de: - Combinar conhecimento conceitual e instrumental para a análise dos principais

problemas e políticas sociais, principalmente daqueles relacionados ao fenômeno da pobreza e da desigualdade social, relacionando a teoria e a prática das políticas públicas;

- Descrever e analisar o caso brasileiro, comparando-o, quando necessário, aos desdobramentos internacionais recentes na temática analisada.

Ementa

Análise e discussão das principais questões sociais brasileiras, com foco na pobreza e na desigualdade. Noções de desigualdade e da multidimensionalidade do fenômeno da pobreza. Montagem de um quadro da desigualdade social e da pobreza no Brasil. Análise da evolução e caracterização das políticas sociais no Brasil contemporâneo, além da compreensão da relação entre a política social e a economia brasileira.

Metodologia

Aulas expositivas, discussões, debates e exercícios individuais e em grupo.

Avaliação da Aprendizagem

Trabalho individual sobre o tema do curso.

PLANO DE AULA

28 de julho de 2014 (segunda-feira)

8h30 às 10h30 Introdução e questões sociais brasileiras

10h30 às 10h45 Intervalo

10h45 às 12h30

Pobreza e desigualdade – questões conceituais Bibliografia básica: Texto 1: FERES, Juan C. ; MANCERO, Xavier. Enfoques para la

medición de la pobreza. Breve revisión de la literatura. IN: Série estudios estadísticos y prospectivos nº 4. Santiago do Chile: CEPAL, Janeiro de 2001.

12h30 às 14h00 Almoço

14h às 16h

Dimensionamento e medição da pobreza e da desigualdade Bibliografia básica: Texto 1: FERES, Juan C. ; MANCERO, Xavier. Enfoques para la

medición de la pobreza. Breve revisión de la literatura. IN: Série estudios estadísticos y prospectivos nº 4. Santiago do Chile: CEPAL, Janeiro de 2001.

Texto 2: OSORIO, Rafael.; SOARES, Sergei; SOUZA, Pedro.

Erradicar a pobreza extrema: um objetivo ao alcance do brasil. Brasilia, Ipea, maio de 2011.(TD 1619).

Bibliografia Complementar: Texto 3_Auxiliar: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA

APLICADA (IPEA). Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil: Brasília, Comunicado IPEA nº 58, julho de 2010.

Texto 3_Auxiliar: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA

APLICADA (IPEA). Trajetória recente da mudança na identidade e na estrutra social brasileira: Brasília, Comunicado IPEA nº 34, novembro de 2009.

16h às 16h15 Intervalo

16h15 às 18h

Dimensionamento e medição da pobreza e da desigualdade Bibliografia: Texto 1: FERES, Juan C. ; MANCERO, Xavier. Enfoques para la

medición de la pobreza. Breve revisión de la literatura. IN: Série estudios estadísticos y prospectivos nº 4. Santiago do Chile: CEPAL, Janeiro de 2001.

Texto 2: OSORIO, Rafael.; SOARES, Sergei; SOUZA, Pedro.

Erradicar a pobreza extrema: um objetivo ao alcance do brasil.

Brasilia, Ipea, maio de 2011.(TD 1619). Bibliografia Complementar: Texto 3_Auxiliar: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA

APLICADA (IPEA). Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil: Brasília, Comunicado IPEA nº 58, julho de 2010.

Texto 3_Auxiliar: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA

APLICADA (IPEA). Trajetória recente da mudança na identidade e na estrutura social brasileira: Brasília, Comunicado IPEA nº 34, novembro de 2009.

29 de julho de 2014 (terça-feira)

8h30 às 10h30

Perfil da pobreza no Brasil Bibliografia: Texto 3: OSORIO, Rafael.; et alli. Perfil da pobreza no Brasil e sua

evolução no período 2004-2009. Brasilia, Ipea, agosto de 2011.(TD 1647).

Bibliografia Complementar: Texto 3_Auxiliar: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA

APLICADA (IPEA). PNAD 2008: Primeiras análises: Brasília, Comunicado IPEA nº 30, setembro de 2009.

Texto 3_Auxiliar: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Previdência e Assistência Social: efeitos no rendimento familiar e sua dimensão nos estados: Brasília, Comunicado IPEA nº 59, julho de 2010.

10h30 às 10h45 Intervalo

10h45 às 12h30

Perfil da pobreza em algumas Unidades Federadas no Brasil

Bibliografia: Texto 3: OSORIO, Rafael.; et alli. Perfil da pobreza no Brasil e sua

evolução no período 2004-2009. Brasilia, Ipea, agosto de 2011.(TD 1647).

Bibliografia Complementar: Texto 3_Auxiliar: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA

APLICADA (IPEA). PNAD 2008: Primeiras análises: Brasília, Comunicado IPEA nº 30, setembro de 2009.

Texto 3_Auxiliar: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA

APLICADA (IPEA). Previdência e Assistência Social: efeitos no rendimento familiar e sua dimensão nos estados: Brasília, Comunicado IPEA nº 59, julho de 2010.

4 de agosto de 2014 (segunda-feira)

8h às 10h30

Transferências de renda, Inclusão produtiva e acesso a serviços como políticas de combate a pobreza

Bibliografia: Texto 5: CASTRO, Jorge A. et alli. Desafios para a inclusão produtiva

das famílias vulneráveis: uma análise exploratória. Brasília: IPEA, maio de 2010. (TD 1486)

Bibliografia Complementar: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Bolsa

Família 2003-2010: avanços e desafios. Brasília, 2010. 10h30 às 10h45 Intervalo

10h45 às 12h30

Transferências de renda, Inclusão produtiva e acesso a serviços como políticas de combate a pobreza

Bibliografia: Texto 5: CASTRO, Jorge A. et alli. Desafios para a inclusão produtiva

das famílias vulneráveis: uma análise exploratória. Brasília: IPEA, maio de 2010. (TD 1486)

Bibliografia Complementar: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Bolsa

Família 2003-2010: avanços e desafios. Brasília, 2010.

12h30 às 14h00 Almoço

14h às 16h Situação social brasileira

Bibliografia: Texto_Situação Social Brasileira (diversas Unidades Federadas)

16h às 16h15 Intervalo

16h15 às 18h Situação social brasileira

Bibliografia: Texto_Situação Social Brasileira (diversas Unidades Federadas)

5 de julho de 2014 (terça-feira)

8h30 às 10h00

Políticas social no Brasil contemporâneo Bibliografia: Texto 6: CASTRO, Jorge A. Política Social no Brasil contemporaneo.

Brasília: IPEA, maio de 2011. (mimeo).

10h30 às 10h45 Intervalo

10h15 às 12h30

Políticas social no Brasil contemporâneo e sua relação com a economia

Bibliografia: Texto 6: CASTRO, Jorge A. Política Social no Brasil comtemporaneo.

Brasília: IPEA, maio de 2011. (mimeo). Bibliografia complementar: Texto Auxiliar comunicado IPEA 75

Bibliografia Básica

CASTRO, Jorge A. Política Social no Brasil contemporaneo. Brasília: IPEA, maio de

2011. (mimeo). CASTRO, Jorge A. et alli. Desafios para a inclusão produtiva das famílias vulneráveis:

uma análise exploratória. Brasília: IPEA, maio de 2010. (TD 1486) INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Políticas Sociais –

Acompanhamento e Análise. Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas: Brasília, nº 13, março de 2006

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Políticas Sociais – Acompanhamento e Análise. Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas: Brasília, nº 17, março de 2009

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Mudanças recentes na pobreza brasileira: Brasília, Comunicado IPEA nº 111, setembro de 2011.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Assistência Social, Percepção sobre pobreza: causas e soluções: Brasília, SIPS, dezembro de 2011

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Perspectiva para o sistema de garantia de renda. In: Perspectivas da Política Social no Brasil. Livro 8. Brasília, dezembro de 2010.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Efeitos econômicos do gasto social. In: Perspectivas da Política Social no Brasil. Livro 8. Brasília, dezembro de 2010.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Situação Social nos Estados. Brasília, março de 2011.

FERES, Juan C. ; MANCERO, Xavier. Enfoques para la medición de la pobreza. Breve revisión de la literatura. IN: Série estudios estadísticos y prospectivos nº 4. Santiago do Chile: CEPAL, Janeiro de 2001.

KERSTENETZKY, Célia L. Desigualdade e pobreza: Lições de Sen. IN: Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol., 15 n. 42, Fevereiro de 2000.

OSORIO, Rafael.; SOARES, Sergei; SOUZA, Pedro. Erradicar a pobreza extrema: um objetivo ao alcance do brasil. Brasilia, Ipea, maio de 2011.(TD 1619).

OSORIO, Rafael.; et alli. Perfil da pobreza no Brasil e sua evolução no período 2004-2009. Brasilia, Ipea, agosto de 2011.(TD 1647).

Bibliografia Complementar

CASTRO, Jorge A. et alli. Metodologia para descrição e caracterização da política social (mimeo). Brasília: IPEA, Maio de 2002.

CEPAL. Focalización y pobreza: Nuevas tendencias en materia de política social. IN: Focalización y Pobreza. Cuadernos de la Cepal nº 71. Santiago do Chile, 1995.

COHN, Amélia. Políticas Sociais e Pobreza no Brasil. IN: Planejamento e Políticas Públicas nº 12. Brasília: IPEA, Jun/Dez de 1995.

DRAIBE, Sônia M. As políticas sociais e o neoliberalismo. Reflexões suscitadas pelas experiências latino-americanas. IN: Revista USP n. 17, 1993.

DRAIBE, Sônia M. Brasil 1980-2000: Proteção e insegurança sociais em tempos difíceis. IN: PNUD – Taller Inter Regional. Protección Social en una era insegura:

Un intercambio sur-sur sobre politicas sociales alternativas en repuesta a la globalización. Santiago do Chile, Maio de 2002.

ESPING-ANDERSEN, Gosta. As três economias políticas do welfare state. IN: Lua Nova-Revista de Cultura e Política nº 24. O presidencialismo em questão & Welfare e experiências neoliberais. São Paulo: CEDEC, Setembro de 1991.

ESPING-ANDERSEN, Gosta. Power and Distributional Regimes. IN: Politics & Society vol 14, nº 2. 1985.

FAGNANI, Eduardo, “Política Social e Pactos Conservadores no Brasil: 1964/92”, in: Economia e Sociedade, (8): 183-238, 1997

FAGNANI, E. Ajuste Econômico e financiamento da política social brasileira: notas sobre o período 1993/98. In: Economia e Sociedade n. 13, Campinas, p. 155-178, dez. 1999.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil: Brasília, Comunicado IPEA nº 58, julho de 2010.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). PNAD 2008: Primeiras análises: Brasília, Comunicado IPEA nº 30, setembro de 2009.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Previdência e Assistência Social: efeitos no rendimento familiar e sua dimensão nos estados: Brasília, Comunicado IPEA nº 59, julho de 2010.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Trajetória recente da mudança na identidade e na estrutra social brasileira: Brasília, Comunicado IPEA nº 34, novembro de 2009.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Bolsa Família 2003-2010: avanços e desafios. Brasília, 2010.

PEREIRA, Potyara A. P. Política social, cidadania e neoliberalismo: reflexão sobre a experiência brasileira. IN: CARVALHO, Denise B. B. et alli (org.). Novos paradigmas da política social. Brasília: UnB, 2002.

ROSANVALLON, Pierre. A nova questão social: repensando o Estado providência. Brasília: Instituto Teotônio Vilela, 1998.

SEN, Amartya K. Igualdade de quê?. IN: SEN, Amartya K. Desigualdade reexaminada. Rio de Janeiro: Record, 2001. (p. 43-68)

SILVA, Maria O. S. A política social brasileira no século XXI: redirecionamento rumo aos programas de transferência de renda.

VIANA, Maria Lucia T. W. Programas não Contributivos da Seguridade Social no Brasil (mimeo). Rio de Janeiro: UFRJ.

Docente (mini currículo)

Jorge Abrahão de Castro - Graduado em Estatística pela Universidade de Brasília (UNB) e Doutor em Economia pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE-UNICAMP). Analista de Planejamento e Orçamento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Atualmente é Diretor de Planejamento da Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do MPOG. Ex-Professor da Universidade Católica de Brasília e Professor Associado da Universidade de Brasília (UNB). Em seus trabalhos recentes, tem-se dedicado ao estudo e pesquisa das políticas sociais com ênfase, principalmente no processo de financiamento e gasto público social e suas interconexões com a economia.

Curso: Pobreza e Desigualdade Social: conceitos e panorama nacional

Professor: Jorge Abrahão de Castro

Período: 28 e 29 de julho e 4 e 5 de agosto de 2014

Programa de Aperfeiçoamento para Carreiras - 2014 Programa em Gestão de Políticas de Proteção e Desenvolvimento Social (GPPDS)

Pobreza e

desigualdade

Prof: Jorge Abrahão de Castro

Questão Social

Pobreza e desigualdade: Tipologia para distinguir países considerando a pobreza e a

desigualdade: A renda nacional é insuficiente para garantir o mínimo. Renda per capita é

baixa e a pobreza absoluta inevitável, quais quer que sejam a distribuição da renda. (países pobres)

Renda per capita é elevada e a desigualdade de renda é compensada por transferência de renda e pela universalização de bens e serviços públicos. (países desenvolvidos)

A renda per capita demonstram que seria suficiente para garantir o mínimo essencial para todos, de modo que a persistência da pobreza absoluta se deve a má distribuição da renda. (países intermediários)

A extrema desigualdade na distribuição da renda (e persistência) está associada à persistência da pobreza absoluta no Brasil. Anos 70, foi tolerado pois era percebido como fenômeno passageiro e

inevitável – aumento da desigualdade mas houve queda na pobreza absoluta.

Anos 80, duas tendência adversas – redução do crescimento e queda dos rendimentos. Com isso houve ausência de melhorias na redução da pobreza

Anos 90, apesar do plano real a pobreza e a desigualdade não se alterou. Anos 2000, aumentou a renda na base da distribuição que foi conjugado

com a queda da pobreza

A redução da pobreza absoluta depende do crescimento da renda como da melhoria distributiva.

A melhoria distributiva assume papel estratégico: Pela justiça social Por ser disfuncional, ao gerar conflitos insustentáveis As oportunidades de crescimentos econômico são

predominantemente concentradoras – O que exige uma ação do poder público de promover a diminuição da desigualdade, obejtivando a redução da pobreza.

Desigualdade e pobreza no Brasil O Brasil apesar de ter conseguido um elevado grau de maturação

no padrão de industrialização e urbanização não conseguiu alterar o modelo concentrador.

Ocorreu a ausência de reformas institucionais e socieconômicas para alterar o modelo concentrador. Não realizou a reforma agrária (estrutura fundiária baseada na grande

propriedade que junto com a modernidade aumentou a produtividade e reduziu a capacidade absorção da mão-de-obra, causando êxodo rural)

Mercado de trabalho funciona com excedentes de mão-de-obra (baixos salários e trabalho informal)

Não efetivou uma reforma tributária. O que mantém inalterado o fluxo e estoque da riqueza das camadas privilegiadas e nas regiões sul e sudeste.

Política social foi ampliada mais de má qualidade e não abarca todos. E apenas conseguiu ser um mecanismo que redistribuiu uma pequena parte da renda.

A reprodução da pobreza é o espelho de uma sociedade conservadora dominado por interesses particularistas e uma elite que sempre excluiu as camadas mais pobres.

Questão relevantes quanto a desigualdade e pobreza no Brasil

Como pensar o crescimento econômico, de modo a considerar explicitamente os objetivos de redução da desigualdade e pobreza, integrando os subgrupos populacionais ao curso predominante da evolução social, econômica e política em cada país.

Pobreza

Pobreza em perspectiva histórica

A pobreza e suas conseqüências sociais e econômicas sobre a sociedade tem sido objeto de estudo e recebe grande atenção. Sua interpretação varia de significado ao longo do tempo.

Era entendida como algo natural, inevitável e inerente a grande parte da humanidade, passando a ser algo importante somente quando passou a representar ameaça a ordem existente, e ameaça ao desenvolvimento capitalista.

A discussão no século XIX envolvia a questão de identificação de suas causas: seria uma questão moral? Uma conseqüência da falta de ética para o trabalho? Crescimento da população na frente do crescimento econômico?

No final do XIX com o capital monopolista a idéia de desemprego involuntário adquire centralidade: saia a idéia que os trabalhadores não queria trabalhar (preguiça) e entra o descompasso entre oferta de trabalho e demanda no mercado de trabalho. A relação entre desemprego e pobreza assume mais relevância depois da crise de 29.

Se antes pobreza era vista como característica das pessoas e desemprego como algo estrutural mas temporário. Agora o desemprego e uma característica estrutural e um dos principais determinantes da renda – que possibilita o acesso a bens e serviços para a sobrevivência - a pobreza também passa a ser vista como fenômeno estrutural na sociedade moderna.

Pobreza do que se trata?

Pobreza é um fenômeno complexo, podendo ser definido de forma genérica como a situação na qual as necessidades não são atendidas de forma adequada. (Que necessidades? Qual nível de atendimento é adequado?)

A definição depende do padrão de vida e da forma em que diferentes necessidades são atendidas em determinado contexto socioeconômico.

“Ser pobre significa não dispor dos meios para operar adequadamente no grupo social em que se vive” Sônia Rocha.

A persistência de amplos contingentes populacionais privados das necessidades mais essenciais é o que se tem em mente quando se esta falando de pobreza.

Importante definir conceitos e escolher os procedimentos de mensuração é resultado da análise de cada realidade especifica.

Pobreza do que se trata?

Identificar os traços essenciais da pobreza em determinada sociedade, significa buscar responder algumas perguntas: É em fenômeno generalizado ou é geograficamente

localizada? Quais são os seus determinantes? É um fenômeno crônico ou está associado a mudanças

econômicas e tecnológicas? Quais são seus principais sintomas – subnutrição, baixa

escolaridade, falta de acesso a serviços básicos, desemprego, marginalidade?

Qual o perfil dos pobres?

Essa percepção permite montar um quadro de referência para análise e aplicação de políticas antipobreza.

Dimensão e medição da pobreza

extrema

Qual pobreza?

Qual Meta estabelecer?

Qual problema a ser enfrentado como

prioridade?

Attençao a idosos, Mortalidade infantil, Analfabetismo, desemprego juvenil,

Pobreza, Desigualdade, etc Pobreza

Extrema, absoluta, rural, etc. Pobreza extrema

Diminuir ½; diminuir ¼; erradicar Erradicar a pobreza extrena

O que significa?

Por que?

O que é?

Problema é uma situação indesejável declarada por um ator social e que é passível de ser enfrentado com ações concretas. (C.Matus)

Qual o instrumento de referência para

delimitar o problema?

Linha nacional de monitoramento da pobreza extrema

O que é?

Definindo a pobreza

O que é a pobreza extrema? É o estado de privação de um indivíduo cujo bem-estar é inferior

ao mínimo que a sociedade a qual ele pertence julga obrigada a garantir.

Como medir o bem-estar?

Como definir o “mínimo”?

Índices Multidimensionais Considera que a pobreza é um fenômeno complexo, que envolve outras dimensões além da renda (como o acesso a serviços, o exercício da cidadania etc) e/ou que a renda medida pelas pesquisas domiciliares não é bom indicador de bem-estar

Absoluta

Linhas subjetivas

Linhas oficiais/administrativas

Bolsa Familia

BPC/LOAS

Banco Mundial

Linha Nacional de Pobreza

Linhas objetivas

Método calórico direto

Método calórico indireto

Relativa

Capacidades e comodidades

Amartya Sen

Bens relacionais

Insuficiência de renda Considera a pobreza um fenômeno complexo, mas julga que a renda é o indicador mais importante do bem-estar e/ou que está intimamente associada com as outras dimensões do fenômeno

Pobreza Enfoques para linha?

Seleção das variáveis Normalização Ponderação

Linha de corte

Necessidades Básicas Insatisfeitas (NBI)

Índice Marginación (México)

Índice de Pobreza Humana (IPH1 e IPH2)

Bens representativos

Abordagens para o tratamento da pobreza

As abordagens sobre a pobreza caminham de concepções que adotam métodos mais restritos de definição para os mais amplos: Métodos diretos Métodos indiretos Critério das capacidades Critério da cidadania plena

Método direto Capta mediante pesquisas sobre consumo ou dados

antropométricos, o número de pessoas e as famílias que não têm ingestão adequada de calorias e proteínas. Avalia-se, por exemplo, a adequação da ingestão de alimentos ou a adequação do peso em relação à altura da população. Neste segundo caso, capta-se o efeito continuado da falta de alimentação adequada no organismo.

Critérios: a) Taxa de consumo energético (TAE) - É a forma mais adequada de

medição como indicador unitário. Ela indica se a quantidade de alimentos ingeridos por uma família é menor, igual ou superior à soma das necessidades energéticas de seus membros

b) dados antropométricos - O uso de indicadores biológicos (altura e peso em relação à idade e sexo) é mais comum no campo da saúde e nutrição. Índice de Massa Corporal de Adultos e Desnutrição Infantil.

C) necessidades Básicas Insatisfeitas (NBI) – Domicílios satisfazem necessidades previamente estabelecidas.

Método Indireto Procura inferir se uma população é carente, através de outros

indicadores que não o consumo calórico e os dados antropométricos.

A principal variável utilizada nos métodos indiretos é a renda familiar per capita.

Parte-se do pressuposto de que a falta de renda é o principal fator que leva as pessoas a não se alimentarem adequadamente.

Define-se, então uma renda, que se considera suficiente para uma alimentação adequada (a partir de uma cesta de alimentos pré-definida, por exemplo) e calcula-se o número das famílias que não alcançam este valor.

Dois critérios: Exógeno – (U$1, ou 1 ou ½ S.M.) Endógeno – (cesta básica de alimentos e bens) necessidades nutricionais

mínimas para construção de cestas de alimentos (idade e região geográfica)

Instituições Critério Porcentagem da

população abaixo da linha definida

Quantidade de

pessoas abaixo da linha definida

Banco Mundial (BIRD) a

Linha de indigência: pessoas com rendimento inferior a US$ 1,00 por dia

11,6%

20 milhões

- Linha de pobreza: pessoas com rendimento inferior a US$ 2,00 por dia

26,5%

45 milhões

Organização Internacional do Trabalho (OIT)

- Linha de pobreza: pessoas com rendimento inferior a US$ 2,00 por dia

26,5%

45 milhões

PNUD/ONU Programa das Nações

- Linha de indigência: pessoas com rendimento inferior a US$ 1,00 por dia

11,6%

20 milhões

Unidas para o Desenvolvimento

- Linha de pobreza: pessoas com rendimento inferior a US$ 2,00 por dia

26,5%

45 milhões

IPEA - Linha de pobreza regionalizada variando de R$ 68,00 a R$ 126,00 em moeda constante de 1999.

33,6%

57 milhões

Ministério da Previdência e Assistência Social

- Linha de pobreza estimada em R$ 98,00 por mês per capita .

34,0%

57 milhões

Centro de Políticas Sociais - FGV

- Linha de pobreza estimada em R$ 80,00 por mês per capita

c.

29,3%

50 milhões

Instituto da Cidadania - Linha de pobreza: pessoas com rendimento inferior a aproximadamente US$ 2,00 por dia

27,8%

44 milhões

Linhas de pobreza até recentemente

Os métodos indiretos embasam a maior parte dos estudos ligados à pobreza e fome realizados para o Brasil e também dos estudos comparativos com outros países.

Linha de indigência/pobreza definida pela insuficiência de

renda Este método e o que tem o maior número de estudos ligados

ao problema da indigência e da fome tanto no Brasil como em organismos internacionais, como a Cepal e o Banco Mundial.

Trata-se, basicamente, de definir uma determinada linha de indigência e/ou pobreza, e calcular o número de famílias cuja renda é inferior a esta linha. Na realidade, a estimativa da população pobre não revela a proporção de pessoas que realmente “passam fome”, uma vez que parte dessa população pode estar tendo acesso a programas de fornecimento de cestas básicas e vales alimentação ou a doações, etc.

Linha de indigência ou pobreza definida pela renda: como proporção do salário-mínimo (sm)

Este método é bastante utilizado pois, em tese, o salário-mínimo deveria suprir as necessidades básicas, não só da alimentação mas também da moradia, vestuário, etc.

Os valores comumente utilizados como linha de pobreza são de ¼ ou ½ do salário-mínimo. Hoffmann (2001) calculou a proporção de pobres segundo estes dois parâmetros, utilizando as PNADs chegando nos seguintes resultados:

Linha de pobreza de 1/4 sm: 1993: 24,7% da população 1999: 18,1% da população; Linha de pobreza de ½ sm: 1993: 47,7% da população 1999: 38,1% da população A vantagem do método da proporção do salário-mínimo é a

praticidade e transparência

Linha de indigência/pobreza definida pela estrutura de consumo:

Este método surgiu como uma opção para a utilização da proporção do salário-mínimo combinando pesquisas de estrutura de consumo das famílias, como o Endef (1974/75) e a POF – Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada nos anos de 1987/88 e 1995/96.

Basicamente, trata-se de definir uma cesta básica de alimentos, de acordo com a estrutura de consumo e os preços regionais. Definindo se o custo desta cesta, considera-se indigente a população cuja renda familiar per capita não alcance o valor desta cesta alimentar; e como pobres, as pessoas que não atingem a renda necessária para adquirir a cesta de alimentos mais os bens não alimentares básicos (moradia, transporte, etc).

Pobreza como privação de capacidades Procura melhorar o entendimento da questão da pobreza

como apenas insuficiência de renda – forma restrita e limitada de compreender o problema (causas, conseqüências e formas de manifestação).

Busca alargar o raio e compreensão do problema incorporando novos elementos analíticos. Daí a idéia de pobreza como privação de capacidades, que é entendida como atributos das pessoas mediante aos quais elas podem exercer certas liberdades: Liberdade política; facilidades econômicas; oportunidades sociais; garantias de transparência; e segurança protetora.

A idéia de privação de capacidades pode ser superior a idéia de insuficiência de renda por alguns fatores: Ter renda não quer dizer ter capacidade, pois a relação entre

as duas variáveis pode ser afetada pela idade, pelo sexo, pela localização geográfica, etc.

A renda pode encobrir a pobreza A distribuição da renda dentro da família pode acarretar

complicações Problemas desta abordagem:

Convicção absoluta nas liberdades individuais, como fim último e meio para se atingir o desenvolvimento humano, eliminação da pobreza e geração de igualdades

A ênfase sobre dimensionada no indivíduo como agente principal da transformação social acaba restringindo a compreensão da pobreza como fenômeno econômico, social e político mais amplo.

É incapaz de ultrapassar as determinações microeconômicas e micros sociais para compreender e ter uma explicação mais abrangente, de natureza mais histórica e conteúdo mais estrutural.

Pobreza segundo o critério da cidadania plena Pobreza é um fenômeno histórico associado à exclusão de

parte da população de um país ou região do acesso ao conteúdo real dos chamados direitos amplos da cidadania, quais sejam, os direitos civis, políticos e sociais básicos em qualquer sociedade moderna que tenha incorporado em seu ideal de desenvolvimento alguns valores fundamentais de convívio, sociabilidade e bem-estar coletivo contidos naqueles direitos.

Pobreza é vista como uma situação de destituição de direitos de cidadania, para o todo ou parte de uma população qualquer em determinado território.

Em linhas gerais, pode-se dizer que o cidadão pleno seria aquele que fosse titular dos três direitos. Cidadãos incompletos seriam os que possuíssem apenas alguns dos direitos. Os que não se beneficiassem de nenhum dos direitos seriam não-cidadãos.

Os direitos sociais poderiam ser classificados como direitos coletivos, que garantiriam a participação de toda a população na repartição da riqueza social, seja através do acesso a uma renda compatível com as necessidades básicas (alimentação, moradia, educação, saúde, previdência, etc), seja através do acesso a bens e serviços públicos (transportes, saneamento, segurança, etc).

São os direitos sociais que permitem às sociedades politicamente organizadas reduzir os excessos de desigualdade produzidos pelo sistema econômico e garantir um mínimo de bem-estar para todos. Assim, a idéia-força contida nos direitos sociais é a de igualdade e justiça social, em sua dimensão coletiva.

Esse entendimento, sobretudo dos direitos sociais, como direitos coletivos, é um aspecto fundamental para a compreensão da pobreza nesta perspectiva, ou seja, entendida não como privação de capacidades individualmente consideradas (Amartya Sen), mas sim como o de direitos coletivos, isto é, direitos cuja titularidade não pode ser individualizada, pois se aplica igualmente ao total de pessoas vivendo sob as mesmas normas e valores da cidadania.

Em outras palavras, "é um direito onde todos são sujeitos. Se todos são sujeitos do mesmo direito, todos têm dele

disponibilidade, mas ao mesmo tempo ninguém pode dele

dispor, contrariando-o, porque a disposição de um seria

violar o direito de todos os outros " O problema dos direitos da cidadania no mundo não é o de

justifica-los, mas sim o de defende-los. os valores básicos dos direitos da cidadania -liberdades

individuais, democracia representativa, justiça social -são princípios gerais cuja realização e proteção dependem de ações politicamente conscientes e orientadas para tal fim, motivo pelo qual é importante preservar a esfera pública livre da lógica das decisões privadas.

Linha de elegibilidade de ações ou programas

Linha nacional

Linha de monitoramento

Pré-requisitos

Transparência: facilidade de cálculo a partir das informações disponíveis

Adequação ao problema: delimitar claramente os grupos de interesse

Aproveitar os sistemas de dados e informação existentes

Separa os elegíveis dos não elegíveis ao programa

Permite o monitoramento do ações ou programas

Delimita os extremamente pobres

Quantos são?

Quem são?

Onde estão?

Permite o monitoramento da extrema pobreza

Como evolui?

Sistema de indicadores auxiliares

Qual linha?

Linha de pobreza extrema

Linha de nacional pobreza extrema

Valor deve ter como base algum período anterior ao ínicio da

estratégia

A linha deve ser ajustada por um índice

de preço adequado

Dever ser exequivel e focar no problema

selecionado

É fixa

Linha de elegibilidade de ações e programas

Valor não precisa ter como base algum ano

anterior

Pode ser mas não precisa de reajustes

por um índice de preço

Pode ser elevada quando se desejar e/ou

se tiver condições orçamentárias

Não precisa ser fixa

Parâmetros para linhas de pobreza com

objetivos diferentes

Linha para estudos e pesquisas

Valor pode ou não ter como base algum ano

anterior

Pode ou não ser ajustada por um índice

de preço

As restrições orçamentárias são

apenas téoricas

Pode ser fixa ou não

Quais são os parâmetros da

linha?

É chegar a zero?

Renda das famílias é volátil

Zero pessoas estão abaixo da

linha

Diferente de zero

Sim

Não

Por quê?

O que significa erradicar?

Na prática, isso é

impossível

Volatilidade de longo alcance

Famílias sem perfil de pobre que ficam momentaneamente sem renda em um mês específico

Volatilidade de curto alcance

Novas famílias caem na pobreza a cada mês e a política pública sempre demora um tempo para

cadastrar e atender novos beneficiários

Quanto deve ser?

Apenas residual, mas é difícil estimar com

precisão

Não há fontes de dados adequadas no momento

As melhores estimativas disponíveis sugerem algo em

torno de 8 % dos pobres extremos inciais

Ou seja, a extrema pobreza poderia ser considerada erradicada caso restassem apenas “0,08*N” pessoas da situação

incial de extrema pobreza

Diferenças nos resultados?

Censo, PNAD, POF e outras

Fontes diferentes = Números diferentes

Por que?

Perguntas diferentes sobre

renda Em geral, quanto mais

detalhadas, maior a renda média

Inclusão ou não da renda não-monetária

Períodos de referência distintos

Sazonalidade

PNAD: só renda do último mês

POF: renda de vários meses

Desenho amostral e projeção de população

Seleção de municípios e setores censitários

Flutuações amostrais

Atualizações de projeções

Ideal é fazer o monitoramento a partir de uma única base

Por que “extrema

pobreza”?

Referência internacional

Focalizar nos que mais precisam

Caso a linha seja alta, o grupo que mais precisa – o mais difícil de ser tirado da extrema pobreza – tende a se diluir nas estatísticas

Restrição orçamentária

Metas do Milênio (ODM 1)

Linha de US$ 1,25 por dia PPP equivale em

2011 a cerca de R$ 70 per capita por mês

O custo é um múltiplo do Hiato

de Pobreza O Hiato de Pobreza aumenta de forma

não linear Pequenos aumentos no

valor da linha geram grandes aumentos no

Hiato

-

20

40

60

80

100

120

0 50 100 150 200 250 300

Linha de Pobreza (R$ set/2009)

Hia

to d

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ob

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e R

$ d

e se

t/20

09)

Assistência social, programas de alimentação

e nutrição e programas de combate à

pobreza

Políticas assistenciais • Mesmo após 1930, os programas assistenciais eram

fragmentados, indefinidos, instáveis e desenvolvidos por diversos órgãos, distribuído pelas diversas esferas de governo.

• Os benefícios e serviços eram temporários ou emergências, atendendo: atendimento a saúde, alimentação, educação, trabalho e lazer, assistência jurídica, etc.

• A centralização começou a partir da criação da LBA (1942) (organização criado como parte do programa emergencial durante a guerra)

• Em 1969, a LBA foi para o MPAS. – Financiada pelo FPAS, FAS e FINSOCIAL – Organizada em núcleos e agências e operando também com o setor privado – Oferta, inscrições e cadastramento oscilavam segundo injunções políticas e

clientelistas

• Em 1964, é criada a FUNABEM, a operação e feita pela FEBEM

• LBA e FUNABEM deveriam definir e executar as políticas de assistência, coisa que nunca fizeram.

Políticas de alimentação • Tem suas origens em 1940, com o programa de

alimentação do trabalhador • Nos anos 50, houve mais dois programas apoiados

pela UNICEF, para: gestante e nutrizes e crianças de 0 a 5 anos.

• Somente em 1972, com a criação do INAM, é que se inaugura efetivamente essa área da intervenção estatal, mediante o PRONAM, com as seguintes linhas de atuação:

• Suplementação alimentar • Racionalização do sistema de produção e

comercialização dos alimentos básicos; e • Atividades complementares e apoio.

Algumas conclusões • São programas seletivos (em geral até 2 sm) e

exigem testes de meios. • É uma área permeada por mecanismo clientelistas • Ausência de controles (o que permite a manipulação

de corrupção) • Diante a ausência de definição de direitos

associados a oferta destes bens e serviços levou a uma concepção assistencialista estreita, que tende a estigmatizar seus beneficiários.

• Beneficiário (pedinte) ---- Estado (benévolo)

Medidas importantes após 1995

Extinção LBA, principal agência federal, que concentrava os recursos e a tradição clientelista do passado;

Instalação do CONANDA – Conselho Nacional da Assistência Social;

Instituição, em 1996, do Fundo Nacional da Assistência Social - FPAS;

Total descentralização, desde 1997, dos recursos federais às instâncias congêneres dos estados e dos municípios;

Instituição de um novo programa de transferência monetária dos idosos carentes e às pessoas portadoras de deficiências físicas graves (o BPC).

Políticas assistenciais e de combate à pobreza:

Eixos de Mudança

Principais conteúdos das alterações

Direito Social como fundamento da política

Reforço da seletividade e apuração dos critérios de focalização Ampliação dos critérios de focalização

Na Concepção

No fundamento da política

Nos critérios de justiça

No estilo de política/gestão Redução do clientelismo

Introdução da participação do setor privado empresarial

Na Relação público/privado

No financiamento

Na provisão Reforço das parcerias com o terceiro setor

Na natureza dos programas

implementados

Introdução e/ou reforço de :

programas de transferências monetárias

programas de tipo “produtivo” – capacitação e crédito popular

Descentralização do poder decisório e de recursos

Delegação federativa de funções

Na armação institucional das

políticas

No sistema de financiamento

No sistema decisório

No sistema de supervisão e controles

Ampliação e institucionalização da participação social (forma conselhista)

Outras características dos programas

introdução de critérios competitivos pra a alocação de recursos (projetos, concursos etc);

introdução de conselhos locais com responsabilidade de supervisão dos programas;

introdução de mecanismos automáticos de entrega de recursos aos beneficiários, com objetivo de redução do arbítrio e do clientelismo (por exemplo, cartões magnéticos para o recebimento de recursos);

introdução do monitoramento e da avaliação externa como procedimentos de controle e transparência.

Os programas assistenciais são variados e estão presentes em distintas áreas de política.

Preferência atual por programas de transferências monetárias diretas às famílias ou pessoas, e programas de crédito.

Resultados, problemas e agenda

Resultados: maior densidade da política; amplitude da cobertura e a atenção ao maior número de categorias

sociais; razoável redução do clientelismo e dos mecanismos de corrupção;

introdução da cultura da avaliação e das práticas de accountability. Problemas: Fragmentação institucional compromete a eficácia dos programas. Sistemas de controle não se revelam suficientes para inibir práticas

clientelistas, principalmente nas operações descentralizados.

Agenda setorial: Ampliação do gasto social com a área, Densificação e integração das redes de proteção social Maior controle