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Programa de Educação Ambiental com
Comunidades Costeiras - PEAC
Projeto de Educação Ambiental
Linha de Ação A
Relatório Anual do Projeto do Conselho Gestor do PEAC
Revisão 00
Janeiro/2019
E&P
Programa de Educação Ambiental com
Comunidades Costeiras Relatório Anual do Projeto Conselho Gestor do PEAC
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PÁGINA INTENCIONALMENTE DEIXADA EM BRANCO
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CONTROLE DE REVISÕES
REV. DESCRIÇÃO DATA
00 Documento Original 07/01/20199
Original Rev. 01 Rev. 02 Rev. 03 Rev. 04 Rev. 05 Rev. 06 Rev. 07 Rev. 08
Data 07/01/2019 Elaboração PPDS/UFS Verificação UO-SEAL/SMS/CMA Aprovação UO-SEAL/SMS/CMA
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ÍNDICE GERAL
I – APRESENTAÇÃO ............................................................................................... 6
II – OBJETIVOS ........................................................................................................ 6
III– RECORTE ESPACIAL .......................................................................................... 7
IV- RELAÇÃO DOS EVENTOS REALIZADOS ........................................................... 9 IV.1 – Reuniões ordinárias..................................................................................... 9 IV.2 - Grupos de trabalho (GT) ............................................................................ 12
IV.3 – Assessorias ............................................................................................... 15 IV.4- Capacitação dos conselheiros .................................................................... 20
IV.5– Intercâmbios ............................................................................................... 23 IV.6 - Feira cultural de povos e comunidades tradicionais ................................... 26
IV.7 - Atualização do Diagnóstico Participativo.................................................... 27
ANEXOS (VERSÃO DIGITAL - CD) ......................................................................... 34
Anexos – Projeto Conselho Gestor - Comprovação da implementação das
ações
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Relação de comunidades e do número de conselheiros titulares por município. .....8 Quadro 2– Pautas formativas e número de participantes das RCGs – 4ª Gestão ......................9 Quadro 3 – Pautas formativas e número de participantes das RCGs 5ª gestão do Conselho Gestor ......................................................................................................................................10 Quadro 4 – Grupos de trabalho realizados pela 4ª e 5ª gestão do Conselho Gestor................13 Quadro 5- Assessorias às Associações Comunitárias .............................................................16
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Ilustração de três formas de conduzir processos educativos ....................................22
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I – APRESENTAÇÃO
O Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras - PEAC é
desenvolvido em atendimento às condicionantes das licenças ambientais dos
empreendimentos marítimos de exploração e produção de petróleo e gás na Bacia de
Sergipe e Alagoas, sendo implementado pela Unidade de Operações Sergipe e
Alagoas - UO-SEAL, da PETROBRAS, sediada em Aracaju. Instruído no âmbito do
licenciamento ambiental através do processo IBAMA nº 02022.002216/07, o PEAC é
desenvolvido tendo em vista a interferência da atividade de Petroleo & Gás na
atividade pesqueira e, para tanto, abrange a Região 8, conforme preconizado na Nota
Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA Nº 01/10.
Nessa perspectiva, este relatório, requisito exigido pela NT supramencionada
apresenta o conjunto de evidências das atividades executadas no período de
setembro de 2017 a agosto de 2018, para cumprimento do Projeto do Conselho
Gestor, de acordo com a Proposta do Projeto e do seu respectivo Plano de Trabalho
2017-2018. Desse modo, a seguir serão detalhadas as atividades desenvolvidas:
reuniões ordinárias do Conselho Gestor, Intercâmbios, Grupos de Trabalho,
Assessorias, Formação Continuada e X-EPEAC.
II – OBJETIVOS
II.1. – OBJETIVO GERAL
Fomentar, no âmbito do Conselho Gestor do PEAC, a participação efetiva dos
conselheiros na organização comunitária sob a perspectiva de concretizar a
participação qualificada no licenciamento ambiental e demais instâncias decisórias
da gestão pública, atuando especialmente no acompanhamento das
compensações.
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II.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Proporcionar a formação continuada dos integrantes do Conselho Gestor
do PEAC para a organização e fortalecimento comunitário e articulação com suas
bases e o poder público;
Instrumentalizar os conselheiros para promover a sustentabilidade
econômica, a gestão democrática e a participação efetiva das comunidades nos
projetos oriundos da compensação;
Proporcionar a formação continuada dos conselheiros com vistas à sua
participação qualificada no licenciamento ambiental e demais espaços decisórios da
gestão pública;
Possibilitar a troca de conhecimentos entre os conselheiros e experiências
organizativas de realidades socioambientais similares às existentes na área de
abrangência;
III– RECORTE ESPACIAL
O Projeto do Conselho Gestor tem como público direto as lideranças
comunitárias dos municípios da área de abrangência do Programa eleitas no
Encontro Anual do PEAC (2015) e seu recorte espacial contempla as comunidades
elencadas adiante (Quadro 1).
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Quadro 1 – Relação de comunidades e do número de conselheiros titulares por
município.
REGIÃO
CONSELHEIROS TITULARES
MUNICÍPIO COMUNIDADES
Norte
02
Brejo Grande Brejão dos Negros, Sede, Carapitanga, Resina, Saramém/Cabeço
02
Pacatuba
Aracaré, Boca da Barra, Fazenda Nova, Garatuba, Junça, Maracujá, Oitizeiro, Piranhas, Ponta dos Mangues, Santana dos Frades, Tigre e Tijupares
01 Pirambu Aguilhadas, Aningas, Lagoa Redonda, Santa Izabel e Sede
02 Barra dos Coqueiros Atalaia Nova, Canal, Capuã, Jatobá,
Ilha de Santa Luzia, Pontal da Barra, Sede e Touro
Centro
02
Aracaju Areia Branca, Atalaia Velha, Bairro Industrial, Boca do Rio, Coroa do Meio, Farolândia, Mosqueiro, Robalo e São José
02
São Cristóvão
Apicum, Arame I, Arame II, Caípe Velho, Carmo/Coqueiro, Colônia Miranda, Ilha Grande, Loteamento Lauro Rocha/Sede, Pedreiras, Rita Cacête e Tinharé
02
ItaporangaD’Ajuda
Água Boa, Caueira, Costa do Pau D’Arco, Ilha de Mem de Sá, Nova Descoberta, Paruí e Sede
Sul
02
Estância
Abaís, Curimã, Gravatá,Farnaval, Massadiço, Miranga, Muculanduba, Ouricuri, Porto do Mato, Praia do Saco, Sede e Tibúrcio
02 Santa Luzia do Itanhi Cajazeiras, Crasto, Pedra Furada,
Rua da Palha, Sede, Taboa
Indiaroba Assentamento Sete Brejos, Cajueirinho, Pontal, Preguiça, Saguim, Santa Terezinha, Sede e Terra Caída
02
02 Jandaíra/BA Abadia, Cachoeira, Coqueiro, Costa Azul e Mangue Seco
02 Conde/BA Barra do Itariri, Poças, Siribinha e Sítio do Conde
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IV- RELAÇÃO DOS EVENTOS REALIZADOS
Para compreensão das atividades desenvolvidas no âmbito deste projeto,
será apresentado a seguir o detalhamento das atividades, quais sejam:
Reuniões Ordinárias, Curso de Capacitação dos Conselheiros, Grupos de
Trabalho (GT), X-EPEAC e Assessorias.
IV.1 – REUNIÕES ORDINÁRIAS
Durante o período de setembro de 2017 a agosto de 2018 foram realizadas
05(cinco) reuniões ordinárias (Quadros 2 e 3) com uma média de 31
participações, entre conselheiros titulares, suplentes e convidados (Anexos 01 e
02).
Quadro 2– Pautas formativas e número de participantes das RCGs – 4ª Gestão
Nº Data
Pauta
Nº de participantes
01 20 e 21/10/ 2017
1. Apresentação da nova coordenação do PEAC; 2. Mesa Redonda: Perspectivas do Licenciamento Ambiental Federal e da Indústria de Petróleo Offshore; 3. Discussão ampliada dos planos de trabalho (setembro 2017 - setembro 2018) com a nova coordenação do PEAC pela UFS; 4. Círculo de Cultura; 5. Reunião interna dos Conselheiros; 6. Leitura e aprovação da Minuta da Ata da 12ª Reunião da 04ª Gestão do Conselho Gestor; 7. Informes; 8. Desenvolvimento do PEAC (Compensação e Mitigação). 9. O que ocorrer
19 conselheiras (os) titulares e
suplentes
02 02 e 03/02/2018
1. X Encontro do PEAC; 2. Debate sobre Gerenciamento Costeiro do Estado de Sergipe, Lei de Carcinicultura e Farfan; 3. Reunião interna do Conselho Gestor; 4. Leitura e aprovação da Minuta da Ata da 13ª Reunião da 04ª
21 conselheiras (os) titulares e
suplentes
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Nº Data
Pauta
Nº de participantes
Gestão do Conselho Gestor 5.Desenvolvimento do PEAC (Mitigação e Compensação); 6.O que ocorrer
03
05/04/ 2018
1. Leitura e aprovação da Minuta da Ata da 14ª Reunião da 04ª Gestão do Conselho Gestor 2. Informes; 3. Reunião interna dos Conselheiros.
20 conselheiras (os) titulares e/ou
suplentes
Quadro 3 – Pautas formativas e número de participantes das RCGs 5ª gestão do Conselho Gestor
Nº Data Pauta Nº de
participantes
01 18/05/18 19/05/18
1. Fala da Coordenação 2. Discussão sobre o acordo de convivência 3. Discussão sobre o estatuto do Conselho gestor 4. Cine Debate 5. Cartografia Participativa/Potencialidades dos
Territórios 6. Atividade Cultural 7. Reunião Interna 8. Leitura e Aprovação da Minuta da Ata da 4ª Gestão
do Conselho Gestor/Informes 9. O que mitigação e compensação ambiental? 10. O que ocorrer.
40 (Conselheiros
Titulares e Suplentes e convidados)
02 06/07/18 07/07/18 08/07/18
1. Acolhida e boas-vindas 2. Entrega da Minuta da Ata de 1ª Reunião Ordinária
da 5° Gestão do Conselho Gestor 3. Acordo de Convivência da 5ª do Conselho Gestor 4. Programação da 2ª Reunião do Conselho gestor 5. Programação da 2ª Reunião Ordinária do Conselho
Gestor 6. Territórios de Vida 7. Territórios de Vida 8. Oficina Coletiva Preparação da Feira Cultural) 9. Oficina Coletiva Preparação da Feira Cultural) 10. Feira Cultural dos Povos e Comunidades
Tradicionais 11. Reunião interna do Conselho Gestor 12. Aprovação da Minuta da Ata da 1ª Reunião da 1ª
Reunião da 5ª Gestão do Conselho Gestor 13. Calendário de Atividades
56 (Conselheiros
Titulares e Suplentes e convidados)
Nas reuniões ordinárias, a diligência da equipe técnica foi centrada em pautas
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formativas, que teve como desígnio minimizar a centralidade que os conselheiros
conferem a pauta da compensação nas discussões do PEAC. Mesmo com
empenhos da equipe em adequar pautas formativas que envolvam outras temáticas,
os conselheiros mostraram-se mais participativos durante os momentos de
discussões sobre as compensações que continuam centrais nas reuniões do
Conselho Gestor (RCGs). Destarte, o ponto de pauta “Compensação” permanece
nas pautas dos espaços de discussão grupo de trabalho (GT) e RCGs, o que suscita
debate e envolvimento dos (as) conselheiros (as).
Os temas formativos das RCGs (4ª e/ou 5ª gestão) surgiram de necessidades
encaminhada pelos conselheiros (as), bem como propostas aludidas com base nos
debates entre os mesmos e a equipe técnica. As sugestões fazem parte do processo
de fortalecimento das comunidades, elencando, principalmente, o exercício de suas
potencialidades pelas comunidades com intuito de minimizar os impactos
socioeconômicos, como previsto na Nota Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA Nº 01/10,
que sugere um conjunto de procedimentos metodológicos capazes de tornar mínimo
os efeitos dos conflitos da atividade licenciada, bem como o agravamento de
impactos identificados e a ocorrência de novos impactos.
As avaliações dessas pautas foram vistas como ponto positivo ao focar temas
referentes de luta na manutenção dos territorios de vida e pela auto-organização
comunitária. Para tanto, foram adotadas metodologias com oficinas de
educomunicação, rodas de conversa, discussões em plenária, trabalhos individuais
(fanzines, rio do tempo, etc) e em grupo. Outro ponto positivio das RCGs (2017 e
2018) foi a inserção de assuntos referentes a política de Gerenciamento Costeiro em
Sergipe, a Lei de Carcinicultura implementada no estado de Sergipe em 2017 e o
debate acerca do Teste de Longa Duração (TLD-FARFAN), com diálogos numa
mesa temática com participação dos conselheiros.
Cabe destacar o protagonismo dos conselheiros na condução das reuniões,
especialmente das pautas referentes à discussão sobre os Rumos do Conselho
Gestor, bem como a condução das reuniões internas com o controle de tempo,
leitura de ata, etc. Embora a equipe técnica auxilie no desenvolvimento das
atividades, principalmente quando se trata de construção metodológica, estímulos de
reflexões e auxílio na definição dos encaminhamentos, é evidente o avanço dos
conselheiros quanto à autonomia para realização das atividades na reunião. Esse
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fator pode ser atribuído também à realização prévia dos grupos de trabalho (GT), os
quais tem como propósito construir a metodologia das atividades programadas para
a RCG com aqueles que conduzirão a reunião, proporcionando avanços quanto ao
protagonismo do Conselho Gestor na proposta de levar essa atividade para as
comunidades e convocar (previamente) conselheiros titulares e suplentes, bem
como a lideranças comunitárias na substituição dos conselheiros faltosos.
Como forma de articulação entre projetos, membros do Observatório Social dos
Royalties e Fortalecimento Sociopolítico das Marisqueiras têm participado das RCGs
e GTs, no auxílio da metodologia a ser definida na realização das feiras culturais.
Todavia, é relevante destacar que todos os avanços também estão associados aos
progressos nas discussões e esclarescimentos sobre a execução dos projetos de
compensação, o que permite maior espaço para discussões sobre as possibilidades
de articulação e organização comunitária através da instância do Conselho.
IV.2 - GRUPOS DE TRABALHO (GT)
Em função da necessidade de aprofundar as discussões sobre a instância do
Conselho Gestor em 2017/2018, foram realizados GTs para discutir os rumos do
Conselho Gestor (Quadro 4). Além das reuniões ordinárias, algumas discussões
continuam sendo encaminhadas para o grupo de discussão, que têm fortalecido
como uma estratégia positiva para formação política dos conselheiros. A formação
dos GTs ocorre durante as reuniões ordinárias a partir dos interesses e das
disponibilidades dos conselheiros, sendo acompanhadas pela equipe técnica do
Conselho Gestor. Observaram-se ainda, avanços dos conselheiros nas pautas
referentes ao seu papel no Conselho Gestor, mediante o processo de organização e
fortalecimento comunitário (ANEXO 03).
Dessa forma, a partir de metodologias participativas, foram discutidos temas
sobre Educação Ambiental e licenciamento, vulnerabilidades e potencialidades das
comunidades, atingidas pelos impactos da cadeia produtiva de petróleo e gás, bem
como o papel do conselheiro no Conselho Gestor. Dentre as metodologias utilizadas
para a discussão, foi promovida roda de conversa, com desenvolvimento de
trabalhos práticos em grupo e socialização, o que tem trazido resultados positivos
quanto ao envolvimento e reflexão dos conselheiros sobre o entendimento dos
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elementos basilares do Programa.
Outra técnica promovida pela equipe foi a construção de uma proposta do “rio
do tempo”. Construída com a participação dos conselheiros a partir da
representação simbólica, o rio e seus meandros vem representar (na relação tempo-
espaço) os conflitos existentes em seus territórios, bem como vulnerabilidades e
pontencialidades nas 95 comunidades com a cadeia produtiva do petróleo. Ressalta-
se ainda que, o rio do tempo é uma continuidade da linha do tempo, em nova
proposta, construída pelos conselheiros na 12ª RCG e que para eles representa uma
forma importante de contar a história da 4ª gestão e, dando continuidade com a 5ª
gestão do Conselho a partir de setembro de 2018.
Quadro 4 – Grupos de trabalho realizados pela 4ª e 5ª gestão do Conselho Gestor
Nº Data
Pautas
Nº de participantes
01 10/11/2017 VIII Seminário Nacional de
Agrobiodiversidade;
Intercâmbios;
09 conselheiras (os)
02 22/12/2017 Gerenciamento Costeiro de Sergipe;
TLD de Farfan.
13 conselheiras (os)
03 20/02/2018 Elaboração de ofícios a ser entregue ao
MPF;
Coord.do C.G. (03 pessoas)
04 15/03/2018 Preparação para o X Encontro do PEAC. Coord. do C.G. (03 pessoas)
05 17/08/2018 Painel do trabalho de base; * Plano de
Gestão do CG; * Feira Cultural; * Repasses da Petrobras sobre o Ibama.
17 conselheiras (os)
Na reunião do dia 10 (dez) de novembro de 2017, a pauta programada
possibilitou a discussão e a definição das(os) conselheiras(os) do PEAC, que iriam
participar do “VIII Seminário Nacional de Agrobiodiversidade e Sementes Crioulas”.
Buscou-se um diálogo sobre a metodologia a ser aplicada nos intercâmbios, previsto
no Plano de Trabalho do Conselho Gestor, que objetivamente propõe enfatizar a
troca de experiências relacionadas à organização política, cultural e outras
características particulares das comunidades na perspectiva de valorizar, a princípio,
experiências locais da área de abrangência do Programa. Além disso, foi possível
iniciar as discussões sobre o processo de construção da legislação do
Gerenciamento Costeiro de Sergipe, debate que provocou o interesse dos (as)
conselheiros (as), pois impactará diretamente o cotidiano das comunidades do litoral
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sergipano.
Em consenso com os debates da primeira reunião, realizada no dia 22 de
novembro de 2017, os participantes do grupo de trabalho dialogaram sobre outras
ações alvo de discussão dos povos tradicionais residentes no litoral do Estado, tais
como o Teste de Longa Duração (TLD-Farfan) da PETROBRAS e a lei 8.327 de 04
de dezembro de 2017 que dispõe sobre a Política Estadual da Carcinicultura. Como
encaminhamento final, as (os) conselheiras (os) propuseram a elaboração de um
documento com reflexões e questionamentos sobre o relatório de impacto ambiental
apresentado durante a reunião pública do TLD e os mesmos protocolaram o
documento no IBAMA.
As reuniões que aconteceram nos dias 20(vinte) de fevereiro de 2018 e
15(quinze) de março de 2018 foram para discutir demandas apontadas pelos(as)
conselheiros(as) concernentes a alguns projetos de compensação específicos e
dialogar sobre a participação dos(as) conselheiro(as) no X Encontro do PEAC (X-
EPEAC).
Em acolhimento a solicitação dos(as) conselheiros(as) no dia 17de agosto de
2018, ocorreu o primeiro Grupo de Trabalho da 5ª gestão do Conselho Gestor na
comunidade de Preguiça em Indiaroba/SE(sugestão dos conselheiros acolhida pela
equipe técnica) com as seguintes pautas: retomar as atribuições acerca do trabalho
de base proposto no curso de formação; repasses de informações da Petrobras
sobre posicionamento do IBAMA; trabalho com o Plano de Gestão; dialogo sobre o
processo auto-organizativo nas próximas feiras culturais.
As pautas formativas nesse GT foram elencadas mediante produção de um
painel do trabalho de base, a fim de retomar os temas trabalhados na última
formação com Ranulfo Peloso; discutir o Plano de Gestão do Conselho construído
no X-EPEAC. Foram selecionadas três propostas de ações para que o Conselho
Gestor pudesse executar, a fim de estar alinhada com a práxis coerente ao plano de
gestão.
No próximo momento, foram feitos os repasses das informações da
PETROBRAS sobre posicionamento da presença do IBAMA nas próximas reuniões
do Conselho Gestor (via solicitação da coordenação do CG na Petrobrás).
Finalizando os trabalhos, houve um diálogo sobre o processo auto-organização, dos
conselheiros e conselheiras na produção das próximas feiras culturais do PEAC,
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com auxílio da equipe executora.
GT – Elaboração de Ofícios
Em reunião ordinária no dia 20 (vinte) de fevereiro de 2018, a coordenação do
CG esteve presente para elaboração de ofícios, a saber: (i) ofício número 01/2018
para requerer audiência pública, a fim de discutir os problemas gerados pelo
protelamento da execução do projeto de execução do projeto de compensação da
comunidade Boca do Rio na Farolândia em Aracaju; (ii) ofício número 02/2018, que
tratou do pedido de celeridade ao Ministério Público sobre a efetivação do Comitê de
Gestão das compensações do Programa de Educação Ambiental em Comunidades
Costeiras (PEAC); e (iii) ofício 03/2018 que se referiu ao pedido de audiência com as
procuradoras, Lívia Nascimento Tinôco e Gicelma Santos Nascimento, e a Petrobras
acerca de pendências sobre o processo de compensação.
No dia 06 de agosto de 2018, a coordenação do CG se reuniu com a equipe
técnica para elaborar o ofício 04/2018 que teve como questão principal a solicitação
de reunião com representantes da PETROBRAS a fim de tratar da ausência do
IBAMA em reuniões do Conselho Gestor.
IV.3 – ASSESSORIAS
Como exigência do Parecer Técnico CPROD/IBAMA 0490/2016 de
19.09.16, observou-se clara a necessidade de a assessoria ser prestada ao
menos a quatro comunidades. Os critérios definidos para as assessorias às
associações, com discussão iniciadas no grupo de trabalho (GT) foram: 1-
uma associação por região; 2- relação com a compensação; 3- comunidade
que demanda a criação de uma nova associação; 4- interesse da comunidade
em participar; 5- conselheiros residirem na comunidade sem impedimento da
participação dos demais conselheiros da região; 6- disponibilidade de local
para realizar as atividades de assessoria na comunidade. Todavia, o critério 1
foi excluído tendo em vista a demanda das duas comunidades da região sul e
de não haver demanda consolidada entre os critérios para a região norte
(Quadro 5).
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Quadro 5- Assessorias às Associações Comunitárias Comunidade Data Pauta Participantes
Arame I 11/12/2017 30/08/2018
Diagnóstico rápido participativo
Aprovação do estatuto e fundação da associação
13 pessoas da comunidade
12 Participantes da comunidade
Barrosinho/Boca do Rio
09/01/2018 25/07/2018 07/08/2018
Diagnóstico rápido participativo
Assessoria Jurídica
Alteração do estatuto
10 participantes 05 participantes 20 participantes
Pedra D’água (Cajazeiras)
13/01/2018 Diagnóstico rápido
participativo
X EPEAC
06 pessoas da comunidade
Poças ---- 02 reuniões foram desmarcadas a pedido da comunidade.
----
Foram realizadas pela equipe técnica 06(seis) visitas de mobilização, seguidas
de reuniões com os associados das associações comunitárias de cada comunidade
(Anexo 04).
As assessorias ocorreram entre os meses de setembro de 2017 e julho de 2018.
Contudo, vale ressaltar que nos meses de janeiro e fevereiro, as atividades foram
suspensas devido à realização do X-EPEAC. Para cada comunidade assessorada
foi feito planejamento individualizado com base nas demandas de cada entidade.
Nessa perspectiva, os passos foram dados no sentido de ampliar a auto-organização
das associações e debater as necessidades de fortalecimento de maneira coletiva.
Como forma de promover esse fortalecimento, a equipe técnica preocupou-se em
fazer o reconhecimento de cada comunidade através de caminhada transversal.
O trabalho de assessoria implicou no planejamento individualizado para cada
associação no sentido de ampliar sua auto-organização, debater as necessidades de
fortalecimento do caráter coletivo da entidade e, quando oportuno, estimular o
acesso ao recusos mencionados, caso a entidade mencione interesse.
Inicialmente, a metodologia utilizada foi a de visitas guiadas, pela equipe técnica
do Conselho Gestor do PEAC, com o objetivo de convocar a comunidade para
reunião. Durante as reuniões e visitas técnicas, a equipe pode realizar o Diagnóstico
Rápido Participativo Emancipador (DRPE), utilizando a técnica “realidade x desejo”
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com o objetivo de apontar, junto aos participantes, problemáticas experienciadas
pelas comunidades como falta de saneamento básico, revitalização de estradas de
acesso a comunidade, etc. Nesse sentido, foram feitas visitas técnicas e assessorias
nas comunidades, a saber: a) Arame I, b) Boca do Rio/Farolândia e c) Pedra D’água
(Cajazeiras). Contudo, as assessorias à associação da comunidade Boca do
Rio/Farolândia, surgiu como demanda do Conselho Gestor, numa reunião ordinária.
IV. 3. 1. Assessorias
a) Comunidade Arame I
Localizado no município de São Cristóvão/SE, o povoado Arame I é uma
comunidade com características semi-urbana, composta, principalmente, por
pescadores e marisqueiras que vivem em situação de vulnerabilidade
socioambiental. A comunidade, visivelmente empobrecida, vivencia restrições de
acesso ao rio devido ao fechamento de portos por grandes proprietários.
As assessorias em Arame I ocorreram nos períodos de dezembro de 2017 e
julho de 2018, com o propósito de construir um Diagnóstico Rápido Participativo
Emancipador (DRPE) e assessoria Jurídica para aprovação do Estatuto da
Comunidade. A primeira assessoria que ocorreu em 11 de dezembro de 2017 foi
mobilizada pela equipe técnica do Conselho Gestor e teve como principal objetivo o
reconhecimento do território. Foi observada, mediante o Diagnóstico Rápido
Participativo Emancipador (DRPE), a importância do território de vida da pesca
artesanal.
Observando os impactos ambientais existentes na região que se constatou a
supressão da qualidade de vida dos moradores, afetada pelas atividades
desenvolvidas na região, como a aceleração do processo de expansão urbana da
região do povoado pela construção de conjunto habitacional mais urbanizado que
tem promovido traços de favelização da comunidade. Ainda problemas ambientais
como: a poluição do rio e/ou riachos; o desmatamento do mangue; a poluição
advinda da atividade da carcinicultura; a falta de saneamento básico e ensino
precário, que são fatores predominante para a descaracterização das atividades
tradicionais, principalmente, com a poluição das águas do Riacho de Pontais que
também sofre com graves processos de assoreamento.
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Para além dos processos de degradação ambiental, a degeneração humana
vem à tona, pois a grande maioria da população da comunidade encontra-se
desempregada, percorre grandes distâncias para ter acesso aos recursos
pesqueiros do mangue, devido a poluição, desmatamento e privatização desses
territórios pesqueiros. O diagnóstico demonstra que a falta de auto-organização e a
desmobilização auxiliam ao desmonte social e político da comunidade. Considera-se
que existe a necessidade de formação política para organização e enfrentamento
dos comunitários a partir de estratégias que visem minimizar os conflitos existentes,
mediante políticas públicas.
No dia 15 de julho de 2018, periodo da manhã, houve um processo de
mobilização na comunidade, a fim de convocar os moradores para reunião para
confecção e aprovação do estatuto da comunidade. A reunião não contou com
grande quantitativo de moradores, mas tinha o suficiente para travar discussões
sobre auto-organização, bem como o papel da associação de moradores.
A segunda etapa foi a assessoria jurídica referente a ativação da associação,
mediante um recolhimento de assinaturas dos presentes na reunião para elaboração
e aprovação do estatuto da comunidade Arame I. Dessa forma, o trabalho para
fundar a associação concentrou esforços no fortalecimento comunitário mediante
mobilização e reuniões mensais, realizadas na escola ou nas casas de comunitários.
Assessorou-se a discussão das responsabilidades dos membros da diretoria, a
leitura e aprovação do estatuto; bem como a assembleia de fundação e elaboração
de um plano de metas. A entidade foi denominada “Associação de pescadores e
moradores do povoado Arame I – Mãe Rainha”.
b) Comunidade Pedra D’Água
O povoado Pedra D’Água faz parte do território municipal de Santa Luzia do
Itanhi (litoral Sul de Sergipe). As principais atividades econômicas são a pesca, a
mariscagem e a agricultura. Assim como Arame I, Pedra D’Água também é uma
comunidade vulnerabilizada por diversos impactos socioambientais.
Relacionada às problemáticas de organização comunitária percebe-se uma
dificuldade da liderança em estabelecer um diálogo com os demais moradores,
diante de seu descrédito e da inatividade da associação, o que tem comprometido a
mobilização do restante da comunidade, que praticamente não se envolve com as
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ações da entidade. Nessa perspectiva, a principal demanda da associação é
promover o envolvimento dos moradores no processo de união, organização e ação
relacionadas às atividades do centro comunitário, além de dar utilidade ao espaço
físico, que atualmente é utilizado, basicamente, para as reuniões de assessorias
junto à equipe técnica da UFS.
Nesse sentido, despontou-se como encaminhamento a participação da
comunidade em ações do PEAC que promovam a sensibilização para a importância
da organização e do envolvimento comunitário. Infelizmente, em virtude da dinâmica
das atividades, não foi possível realizar ações diretamente na comunidade, mas a
mesma foi envolvida nas atividades coletivas que o PEAC realizou.
c) Comunidade Poças
O povoado Poças está localizado no município de Conde/BA, e assim como as
comunidades anteriores, a principal fonte de renda de sua população é a pesca. As
reuniões de assessoria não aconteceram porque todas as vezes que a equipe
técnica marcou datas precisas para reuniões não houve êxito, sendo todas
desmarcadas sem reagendamento. No entanto, nas mobilizações do EPEAC foi
felita uma reunião para discutir sobre a associação sobre a saída da diretoria e
promover novas eleições (interna da comunidade) sobre eleição de nova diretoria.
d) Comunidade Boca do Rio/ Farolândia
No Grupo de Trabalho de dezembro de 2017, foi retomada a pauta de
entrada das comunidades Boca do Rio/Farolândia nas assessorias da equipe
técnica do PEAC. Foi marcada, pela equipe técnica do Conselho Gestor, uma
visita técnica em 09 de janeiro de 2018 com o objetivo de realizar um
diagnóstico rápido da comunidade. Após esta realização, elaborou-se relatório
técnico que foi passado a coordenação do CG para aprovação pelo grupo
acerca da entrada da comunidade nas assessorias.
A metodologia utilizada pela equipe técnica, para se aproximar e assim propor
as ações de assessoria nas comunidades Boca do Rio e Barrosinho (Farolândia),
em Aracaju, foi de, inicialmente, realizar uma visita guiada pelo membro do Conselho
Gestor do PEAC residente no local, cujo objetivo foi convocar os comunitários para
participar da reunião de levantamento de diagnóstico participativo. Para tanto, foi
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promovida uma caminhada de mobilização pelo povoado, a qual possibilitou a
equipe conhecer a realidade local, além de estreitar o diálogo não somente com o
(a) conselheiro (a) mas também com outros moradores.
A assessoria na Associação de Moradores do Loteamento Senhor do Bomfim na
Farolândia (Aracaju), ocorreu em (02) duas reuniões. Estas contaram com a
presença da diretoria e mais vinte 20 (vinte) pessoas da comunidade. Em sua
maioria, as reuniões eram compostas por mulheres que demonstraram interesses
em debater temas variados. Na ordem das prioridades, elencaram problemas com:
saneamento básico, pavimentação, sede da assossiação, creche, cursos para os
jovens da comunidade. As análises feitas pela comunidade e diretoria demonstraram
os encaminhamentos relativos a pavimentação e a compra da sede.
Em 2017, foram realizadas eleições por meio de votos, entre os presentes na
reunião com a diretoria, para a presidência da associação do loteamento Senhor do
Bomfim. No entanto, a presidenta eleita declinou do cargo por problemas pessoais.
A associação solicitou assessoria jurídica, em julho, para possível modificação do
estatuto que permitisse o retorno da presidencia anterior as eleições, já que não
havia candidado suplente. Com auxílio jurídico as modificações foram concretizadas
e a posse da presidenta anterior foi concretizada.
IV.4- CAPACITAÇÃO DOS CONSELHEIROS
Foram realizados cursos formativos ao longo da nova gestão do Conselho em
2017-2018, com pautas voltadas para educação ambiental com temas específicos
em saúde, território, justiça social, além de conteúdos sobre fortalecimento das
compensações, cujo detalhamento e metodologias serão desenvolvidos com a
participação dos conselheiros eleitos. As temáticas escolhidas pelos conselheiros
são de suma importância, pois continuamente relatam dificuldades na gestão
administrativa de suas entidades, igualmente, na promoção de organização
comunitária, além de estimular ações de mobilização e participação social. Assim,
para auxiliar no processo de mobilização, divulgação e formação, foram produzidos
atividades com cartografias participativas e produção de fanzines, visando o
intercâmbio entre as comunidades, a partir das temáticas trabalhadas em momentos
formativos (Anexo 05).
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Como destaque, citamos a pauta formativa da 14ª reunião da 4ª gestão do
Conselho Gestor que debateu sobre o Gerenciamento Costeiro do Estado de
Sergipe, a Lei de Carcinicultura e TLD de Farfan. Além de contar com a participação
da equipe técnica na exposição dialogada, os(as) conselheiros(as) que puderam
esclarecer dúvidas com representantes do Ministério Público Federal e do
Sindipetro. A metodologia utilizada (exposição dialógica) também possibilitou a
participação qualitativa daqueles que estavam reunidos mediante trocas de
experiências.
O processo de formação continuada dos conselheiros(as) seguiu em
conformidade com o que preconiza a legislação ambiental para os projetos de
educação ambiental no licenciamento, fundamentada na educação ambiental crítica,
com a participação em eventos como o Seminário Nacional Agrobiodiversidade e
Sementes Crioulas e o Encontro Nacional de Agroecologia, nos intercâmbios e a
atuação em atividades de outros projetos de mitigação como o I Seminário para o
Controle Social dos Royalties de Sergipe e o Encontro das Marisqueiras.
A base formativa que primou pelo fortalecimento da organização através do
engajamento comunitário foi proporcionada pelo curso de formação realizado nos
dias 02(dois) e 03(três) de agosto de 2018. O I Curso de Formação – Educação
Popular e Trabalho de Base mediado pelo educador popular Ranulfo Peloso,
objetivou proporcionar a formação de base para a promoção da organização e do
fortalecimento comunitário.
O tema “Educação Popular e Trabalho de Base” iniciou na formação da 5ª
Gestão do Conselho Gestor do PEAC. O curso foi selecionado para promover um
envolvimento, diálogo, animação entre os conselheiros e as comunidades assistidas
pelo PEAC. Nesse segmento, especificamente, é objetivo traduzir, divulgar e recriar
o conhecimento como força material para transformar a realidade; construir e
acompanhar a implantação da estratégia da organização popular; qualificar as
lideranças comunitárias que se disponham a transformar a estrutura do sistema
capitalista, no nível político, econômico, ideológico e cultural; elevar o nível de
consciência da classe oprimida presente nas comunidades costeiras; incorporar o
povo como protagonista; utilizar a metodologia participativa para facilitar o
entendimento e a aplicação de um conteúdo, comprometendo as pessoas com uma
multiplicação criativa.
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Na realização dessa atividade foi utilizada metodologia e dinâmicas de grupo,
exposição dialogada e ilustrativa, com projeção de imagens e vídeos educativos
acerca da temática abordada. Compreende-se que é de fundamental importância a
realização do curso em alguma comunidade de abrangência do PEAC, pois a
temática e a metodologia utilizadas envolvem ações com a comunidade local.
O intercâmbio no curso de formação foi proposto para que os conselheiros (as)
pudessem conhecer processos nas comunidades de Areia Branca para que
utilizassem e pudessem vivenciar as pontecialidades dessa comunidade, levando os
saberes adquiridos para serem desenvolvidos nas comunidades onde residem.
Nessa dimensão, foram apresentadas propostas de Bioconstrução, Jardinagem
Agroecológica, Tecnologia Social e formas de Criação de Galinhas Caipiras e de
Capoeira. Assim, os intercâmbios consistiram-se de atividades práticas que ampliou
o universo de conhecimento, apresentando possibilidades de mudanças de hábitos e
manejos sustentáveis para serem aplicadas nos territórios de vida dos participantes.
O educador popular Ranulfo Peloso iniciou uma proposta teórica-prática do
curso com a explanação dos temas Educação Popular (teoria) e Trabalho de Base
(Prática), com processos pedagógicos de base popular em três pilares (Figura 1), a
saber: a educação centralizadora (a); a educação que envolve o eu e o tu na união
dos saberes formando um intercâmbio de ensinamentos (b); a educação que dialoga
com corpo, mente e alma (c).
Figura 1- Ilustração de três formas de conduzir processos educativos
Nessa dimensão, a pedagogia popular trabalhada nesse curso de formação,
obteve uma escala lógica no uso da linguagem que inclui do ponto de partida ao de
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chegada com textos que exprimiam figuras como centralidade no processo de
formação política e na formação do mundo sob a égide do sistema capitalista. Como
avaliação do curso, pelos conselheiros, a equipe técnica elaborou uma dinâmica de
grupo utilizando indicadores quali-quantitativos, considerando a programação do
curso, metodologias e linguagem aplicadas.
IV.5– INTERCÂMBIOS
Foram realizados intercâmbios com experiências prioritariamente em âmbito
local, regional e nacional, enfatizando aspectos relativos à funcionalidade e
sustentabilidade das associações, gestão coletiva de projetos comunitários e de
projetos de compensação, bem como para a atuação das comunidades nos
processos de licenciamento ambiental, priorizando experiências desenvolvidas no
âmbito de Programas de Educação Ambiental conduzidos pelo IBAMA (Anexo 06).
Neste sentido, deu-se preferência às iniciativas que propiciassem a continuidade
da articulação entre os grupos com espaços de intercâmbios realizados com a troca
de representantes que relataram suas experiências de organização comunitário.
Contudo, foram construídos momentos de diálogos pós-intercâmbio entre os
conselheiros, os líderes comunitários e suas bases, a partir de estratégias da
Educomunicação, como forma de manter a mobilização e ampliar o contato, o
diálogo local e divulgar informações e fomentar conhecimentos de interesse
comunitário.
Os intercâmbios enquanto ações fazem parte do escopo do processo formativo
do Conselho Gestor. Diferente de experiências anteriores esta consistiu em troca de
saberes através da ida dos (as) conselheiro (as) para outras regiões do país. Assim,
a inovação se deu pela valorização dos territórios e comunidades da área de
abrangência do PEAC, que culminaram na realização em “Feiras dos Povos e
Comunidades Tradicionais”. Para tanto, a equipe realizou o primeiro intercâmbio
para construção de mapeamento cultural com um Diagnóstico Rápido Participativo
Emancipador (DRPE) que caracterizou os aspectos socioeconômicos das seguintes
regiões: Sul/Povoado Muculanduba em Estância; Norte/Brejo Grande e, Centro/Ilha
Grande.
Constatou-se que na comunidade de Muculanduba o trabalho da pesca
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artesanal e a mariscagem são trabalhos essenciais para a existência e sustento das
famílias residentes na comunidade. Paralelamente a captura e beneficiamento dos
pescados e mariscos, as mulheres também cultivam alimentos nos quintais e
fabricam biojoias com resíduos provenientes dos pescados e mariscos. Os conflitos
territoriais predominantes ficam por conta da carcinicultura e da especulação
imobiliária. No tocante a organização coletiva, existe uma associação de moradores
ativa e atuante, bem como a presença de representantes do Movimento das
Marisqueiras de Sergipe.
No município de Brejo Grande e suas comunidades, observamos a dependência
diretamente do Rio São Francisco, pois a característica é pesqueira, sua identidade,
economia e desenvolvimento girou entorno da pesca, sendo ela ainda o motor da
cidade. Assim como todo território de Brejo Grande tem relação direta com pesca, as
problemáticas que os cercam, também são muito semelhantes, a carcinicultura,
salinização e poluição do Rio São Francisco são alguns dos problemas que
circundam Brejo Grande e suas comunidades.
No município de São Cristóvão na Comunidade de Ilha Grande registrou-se a
preservação do modo de vida tradicional da comunidade, incluindo o cuidado com a
natureza, não sendo identificado vestígios de urbanização. Ao realizar o
mapeamento cultural com o Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador (DRPE),
foi possível conhecer as comunidades e estreitar as relações entre as comunidades
e os (as) conselheiros (as). Metodologicamente, foram realizadas entrevistas e rodas
de conversas. Como resultado, foram realizadas duas Feiras Culturais dos Povos e
Comunidades Tradicionais, sendo que a primeira aconteceu durante a programação
do X Encontro do PEAC nos dias 06 (seis) e 07 (sete) de abril de 2018, com a
participação de cerca de 30 pessoas de 20 comunidades que expuseram produtos
diversos.
Outros intercâmbios-Voltado ao fortalecimento e organização social, ocorreu
entre os dias 21(vinte e um) e 24(vinte e quatro) de novembro de 2017, com a
participação dos integrantes do conselho gestor/PEAC e integrantes dos
movimentos sociais, o “VIII Seminário Nacional de Agrobiodiversidade e Sementes
Crioulas”, sediado em Sergipe e promovido pelo Movimento Camponês
Popular/MCP, que abrangeu diversos estados. O seminário visou promover o
material genético que existe nas comunidades rurais e os usos que se dão aos
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materiais, visto que as sementes criolas estão dentro do contexto da
agrobiodiversidade. O evento serviu também para a divulgação do trabalho,
comercialização dos produtos e distribuição gratuita de sementes crioulas para
fomentar uma política pública inclusiva que vislumbre a ampliação das produções
agroecológicas sem o cultivo de alimentos transgênicos.
O intercâmbio de âmbito nacional, ocorreu entre os dias 31(trinta e um) de maio
e 3 (três) de junho de 2018 com a participação de mais de 2 mil pessoas de todo o
país, que se reuniram na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, para participar
do IV Encontro Nacional de Agroecologia (ENA). Sob o tema “Agroecologia e
democracia unindo campo e cidade”, o evento foi realizado no Parque Municipal
Américo Renné Giannetti e se destacou pelo intercâmbio de saberes e riquezas
culturais em torno da produção agroecológica de todos os cantos do Brasil, sem
agrotóxico e a preço popular, além de manifestações artísticas e culturais gratuitas.
A delegação de Sergipe também se encarregou de compartilhar seus saberes e
fortalecer a rede de agroecologia no Brasil, reunindo representantes do PEAC e da
Rede Sergipana de Agroecologia (Resea). Composta por trabalhadores e
trabalhadoras do campo, das florestas, das águas e das cidades, portadores de
diferentes identidades socioculturais - agricultores e agricultoras familiares,
camponesas e camponeses, extrativistas, pescadores e pescadoras artesanais,
marisqueiras, agricultoras e agricultores urbanos, representantes de comunidades e
povos tradicionais de matriz africana.
A delegação sergipana apresentou os elementos artísticos, culturais e
econômicos que caracterizam seus territórios de vida, construiu ativamente as
Plenárias Quilombola e das Mulheres e expôs as riquezas sergipanas na Feira de
Povos e Comunidades Tradicionais do PEAC. Como primeira atividade realizada
pelo IV ENA, a Plenária de Mulheres foi realizada na quinta (31 de maio) e reuniu
ribeirinhas, benzedeiras, camponesas, indígenas, agricultoras urbanas, pescadoras
artesanais e quilombolas, dentre outras de todo o Brasil e de mais 14 países da
América Latina e Caribe e da Europa, para fortalecer participação das mulheres nos
outros espaços de debate no evento.
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IV.6 - FEIRA CULTURAL DE POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
A Feira Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais é uma realização do
Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC) e
protagonizada pelo povo das comunidades tradicionais de 14(quatorze) municípios
do litoral sergipano e norte do estado da Bahia. Este evento tem o propósito de dar
visibilidade as potencialidades dos territórios, que são apresentadas na feira em
forma de produtos artesanais (chapéus, bolsas, colares, brincos, objetos de
ornamentação e muitos outros), comidas, danças, músicas e outros. O momento de
comercialização dos produtos e apresentação das manifestações culturais das
comunidades tradicionais costeiros, também se transfigura em uma frente de luta
dos povos pela “re-existência” nos seus territórios de vida (Anexo 07).
A I Feira Cultural do PEAC materializa o trabalho anterior realizado pela equipe
executora de mapeamento cultural, buscando e conhecendo as riquezas das
comunidades. A diversidade de produtos, formas, cores, aromas e sabores,
expressam a heterogeneidade das comunidades e seus povos. A riqueza de
sentindo que cada produto leva e traz consigo, fruto do processo histórico de
formação das próprias comunidades, é imensurável, não se quantifica, apenas
sente.
As diversas expressões das territorialidades presentes naquele espaço-tempo (a
feira cultural) permitiram que algumas análises fossem feitas. É bom ressaltar que a
sensibilidade de uma única pessoa não conseguiria apreender a diversidade de
significações do mundo vivida por cada pessoa que estava ali presente. A Feira
Cultural apresentou-se como uma excelente oportunidade de fortalecer as relações
comunitárias e potencializar a riqueza cultural produzida nas comunidades, além de
dar visibilidade ao trabalho e aos diversos modos de vida que são encontrados
nessas áreas, principalmente para o público da zona urbana onde muitas pessoas
desconhecem a nossa cultura.
Como espaço de vivência obtidos a partir dos processos formativos, a Feira
Cultural está inserida metodologicamente como parte essencial do processo de
formação continuada do conselho gestor, como acúmulos adquiridos pelos
intercâmbios, pois assim, materializa-se e põe em prática essas ações e processos.
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Em um ano de atividades foram realizadas 03 (três) feiras culturais com (quatro)
dias de programação, expondo produtos de diversas comunidades tradicionais da
costa litorânea, também se apresentaram grupos e artistas que expressam as
culturas dos nossos povos. Também foi realizado um encontro de Sambas de Côco
de três comunidades, Ilha Grande – São Cristóvão, Mosqueiro e Areia Branca -
Aracaju.
Todas essas atividades tiveram um grande impacto no sentido de sensibilizar o
público das comunidades e o público externo, principalmente o público da região
metropolitana, para o respeito e a valorização as Culturas e Modos de Vida dos
Povos e Comunidades Tradicionais da região costeira. Visto o grande potencial que
tem as atividades culturais, a proposta é manter e ampliar a realização destas, tendo
alguns objetivos claros: um processo de formação continuada juntamente com o
Conselho Gestor; espaço de defesa e valorização dos territórios e dos modos de
vida dos povos e comunidades tradicionais; espaço de formação pedagógica com a
juventude.
IV.7 - ATUALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO
Diante da mudança de coordenação por parte da UFS, que passa a ser feita
pelo Departamento de Geografia e inserção de novos membros na equipe
executora, o entendimento coletivo da realidade socioambiental se faz previamente.
Para tal, desenvolvemos estratégias de mobilização para participação coletiva dos
integrantes do Conselho, com dinâmicas de grupo e levantamento de dados de cada
comunidade representada. Levantamento a partir dos relatórios de campo realizados
com os intercâmbios nas comunidades Muculanduba, Ilha Grande, Brejo Grande.
Diante do contexto das referidas comunidades, a equipe técnica iniciou um
planejamento que corresponda as necessidades apontadas, em GT, pelas
comunidades. O primeiro momento desse processo inicial, foi a elaboração de um
Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador (DRPE) acerca das questões de
pressão imobiliária, relativa a infraestrutura local e questões jurídicas. A assessoria
jurídica foi utilizada, principalmente, pelas comunidades de Arame I e Barrosinho.
Arame I utiliza-se da assessoria jurídica para fundação da associação dos
moradores da comunidade, chamada “Mãe Rainha”, tendo participado 12
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comunitários de sua fundação.
Com forte característica urbana, por estar localizada na capital Aracaju, a
comunidade Boca do Rio/Barrosinho possui a pesca artesanal e mariscagem como
suas principais atividades laborais. As diversas problemáticas da comunidade foram
apresnetadas em GTs e RCGs pelos conselheiros da 4ª Gestão, a fim de solicitor
visita técnica da equipe do PEAC.
IV.8 - O ENCONTRO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM
COMUNIDADES COSTEIRAS (X-EPEAC)
O X-EPEAC trouxe em seu bojo temas e discussões de extrema relevância para
o público envolvido no Programa. Todavia, é notório que a centralidade do Encontro
tem sido o Conselho Gestor do PEAC, desde 2009, momento histórico de sua
fundação. A partir de recorrentes avaliações e diálogos entre o IBAMA e a
coordenação executiva do Programa (Petrobras e UFS), o referido órgão licenciador
apontou para a necessidade de se repensar a estrutura do Conselho Gestor com o
objetivo de tentar garantir uma maior participação das comunidades, como relata o
parecer técnico CGPEG/DILIC/IBAMA de agosto de 2015 que analisa os projetos de
mitigação do PEAC. Como experiência piloto de estratégias para descentralizar o
Encontro do PEAC e ampliar a participação dos diversos sujeitos políticos existentes
nas comunidades, a IX edição do evento foi realizada regionalmente, nas regiões
Norte, Centro e Sul. Contudo, esse debate de reestruturação do Conselho Gestor e
adequação do PEAC à Nota Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA Nº 01/10 permanece.
Diante desse cenário, o X Encontro do PEAC pretendeu implementar novas
metodologias e teve como destaque o intercâmbio entre as comunidades - tanto
entre as de abrangência do Programa como de outras que se encontram inseridas
em contextos semelhantes - devido à compreensão de que o PEAC é uma medida
mitigadora cujo objetivo fundamental é o fortalecimento da organização sociopolítica
das comunidades costeiras. Como prevemos que essas transformações na estrutura
do PEAC deverão ser feitas paulatinamente, para a eleição dos delegados que irão
participar do evento, seguiu-se o padrão tradicionalmente utilizado: 1) um processo
de mobilização comunitária por meio do qual foram eleitos os delegados
representantes de cada comunidade; e 2) cursos preparatórios regionais com a
finalidade de mobilizar este público em torno das temáticas a serem debatidas no
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Encontro (Anexo 08).
Ao considerar a área de abrangência do PEAC, povoada, principalmente, por
pescadores (as), marisqueiras, quilombolas e camponeses (as), percebemos a
necessidade de fomentar a organização coletiva para r-existir aos avanços do
capitalismo, do modelo econômico neoliberal e da crise política que tem resultado no
agravamento dos conflitos socioterritoriais e socioespaciais no país e em todo o
continente latinoamericano. No cenário de ameaças à reprodução e à invenção da
vida, entendendo-se que a força de manutenção e naturalização de relações
capitalistas não está apenas na tomada dos bens de produção, mas na tomada de
poder sobre as subjetividades e sociabilidades.
Neste contexto, que o encontro atuou como possibilidade de troca e diálogos do
modo de r-existir, dos movimentos sociais em defesa dos territórios (ambientais,
sociais e subjetivos) dos povos tradicionais. Desse modo, as análises antecedentes
da conjuntura brasileira e latino-americana balizam o tema geral proposto para X
Encontro do PEAC: Trocando saberes, fortalecendo laços e lutas comunitárias.
E, em conformidade com o que apregoa a Educação Ambiental Crítica, adotado no
processo de Licenciamento Ambiental brasileiro conduzido pelo IBAMA, justifica-se
assim os conteúdos e metodologias propostas nesse encontro.
O X EPEAC foi idealizado a partir de dois objetivos gerais, a saber: a promoção
da a educação ambiental crítica e a formação política entre as comunidades
costeiras, a partir de temas relacionados às suas realidades e estimular o
intercâmbio de experiências e conhecimentos entre estas da área de abrangência do
PEAC e com comunidades que vivenciam realidades semelhantes e realizar as
eleições bianuais do Conselho Gestor, seguindo o regimento interno e, para isso,
definindo a comissão eleitoral para conduzir o processo.
Os objetivos foram trabalhados em três momentos: i) mesas de diálogos; ii)
círculos populares de cultura; iii) feira cultural. Estes momentos privilegiam as vozes
dos sujeitos que vivenciam a realidade, suas experiências e formas de organização
que, além de mostrar o protagonismo das próprias comunidades, por sua vez,
propiciam o enriquecimento das organizações sociais entre elas. A mediação da
equipe executora do PEAC potencializará as trocas e uma visão crítica de totalidade
da realidade. Além de promover a) 15a Reunião da 4a gestão do Conselho Gestor
com aprovação do Regimento do X EPEAC e a) definição da comissão eleitoral; iv)
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apresentação dos programas de licenciamento ambiental; discutir sobre os balanços
dos projetos de compensação e as eleições dos conselheiros e conselheiras para o
próximo período 2018 - 2020.
Historicamente, os encontros têm promovido a possibilidade de reunir os
conselheiros e conselheiras e representantes das comunidades abrangidas pelo
Programa para realização de balanço das ações de mitigação e compensação, bem
como efetivar o processo eletivo dos/as representantes no Conselho Gestor e avaliar
o andamento do mandato supracitado. Neste contexto, o intuito do X-EPEAC foi
fortalecer a relação do ensino, da pesquisa e da extensão, primado da Universidade
Federal de Sergipe (UFS) executora do Programa, na perspectiva de contribuir com
os intercâmbios entre as comunidades e a continuidade da reflexão sobre os novos
rumos do Conselho Gestor.
A estimativa de participantes no evento é de 201 pessoas, com base no número
de representantes eleitos nas 95 comunidades da área de abrangência do PEAC,
distribuídos entre conselheiros (as) titulares e suplentes da 4ª gestão do Conselho
Gestor, representantes dos projetos integrantes do PEAC, equipe executora do
PEAC, equipe da Petrobrás, representação do IBAMA, assessores convidados para
as mesas de diálogos e círculos populares de cultura, ciranda infantil e educadoras
da ciranda. O número estimado por grupo foi: 95 delegados, 23 conselheiros
titulares, 21 conselheiros suplentes, 10 representantes do Projeto Fortalecimento
Sociopolítico das Mulheres Marisqueiras, 10 representantes do Projeto Observatório
Social dos Royalites, 37 da equipe executora, 03 da equipe Petrobras, 02 da equipe
IBAMA, 06 assessores das Mesas de diálogo, 07 assessores dos Círculos Populares
de Cultura.
A proposta metodológica pensada para o X EPEAC está em conformidade com
as diretrizes do IBAMA para os Programas de Educação Ambiental. O objetivo
principal do encontro foi promover o ensino-aprendizagem coletivo e dialógico, com
a convicção de que cada um e cada uma das pessoas participantes do Encontro
possuem conhecimentos e experiências que podem contribuir uma com as outras.
A programação seguiu com a 15a Reunião da 4a Gestão do Conselho Gestor do
PEAC; uma Plenária de Mulheres e Plenária de Homens que teve como principal
objetivo o estímular à prática de auto-organização a fim de contribuir com a atuação
articulada das mulheres nos espaços de decisão e exercício do poder político com
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protagonismo no trabalho da pesca, manejo com a terra, produção de alimentos e
reprodução social da vida dos povos e comunidades tradicionais. Descolando-se
gênero da categoria mulher, ou seja, entendendo gênero como categoria analítica do
poder não restrita à noção constructo mulher-mãe-dominada, nem mesmo à relação
entre homens e mulheres, mas como um operador de análises de arranjos sócio-
políticos-afetivos propomos a realização da Plenária de Homens como um momento
de conversa sobre produção de masculinidades
A Mesa de abertura institucional do X Encontro do PEAC estendeu o convite a
representação do Conselho Gestor, UFS, Petrobras e Ibama. Foram propostos
também mesas de diálogos com temas de R-existências Sociais, Organização e
formas de reprodução da Vida, com Círculos Populares de Cultura mediada por
oficinas propostas a partir da metodologia dialógica freireana organizadas a partir de
eixos temáticos (Identidade, cultura e territorialidade, Etnomapeamento, formas de
organização social e território, Análise de conjuntura, Violência de gênero:
mapeando e construindo redes de apoio e ação, Comunicação popular, Impactos
nos territórios de vida das comunidades costeiras, Saúde ambiental e trabalho na
pesca artisanal e políticas públicas e reprodução social nas águas e no campo, a fim
de promover o fortalecimento comunitário dos povos e comunidades tradicionais na
defesa de seus territórios e da reprodução das suas vidas.
Os elementos geradores para as trocas e produção da vida, sob a forma de
comidas, artes, música, bem como das vozes dos povos que vêm destes territórios
foram materializados com uma Feira Cultural dos Povos e Comunidades
Tradicionais. A culminância do X EPEAC foi realizado com o processo de eleição
dos (as) representantes da 15a Gestão do Conselho Gestor, seguindo os
procedimentos previstos estatutariamente e, buscou ampliar os horizontes sobre o
que se propõe o conselho gestor. Mediante a condução da equipe executora foram
organizados grupos por municípios para que os (as) representantes interessados em
compor chapa o façam e, posteriormente, realizando votação sob a mediação da
comissão eleitoral e uma Plenária de Avaliação e Mesa de Encerramento do X
EPEAC.
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V - ANÁLISE SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Ao considerar os objetivos do plano de trabalho 2017-2018 é possível observar
o cumprimento de metas propostas pelo primeiro objetivo. Assim, no tocante a
proporcionar a formação continuada dos integrantes do Conselho Gestor para a
organização e fortalecimento comunitário e articulação com suas bases e o poder
público, destacaram-se como ação formativa os intercâmbiosque promoveram a
troca de experiências entre conselheiros que lideram associações e comunidades
assessoradas e as atividades que promoveram articulação entre os públicos dos
projetos Conselho Gestor, Observatório Social dos Royalties e Organização e
Fortalecimento Sociopolítico das Marisqueiras.
Todos os trabalhos de mitigação desenvolvidos no período de um ano têm
promovido a participação efetiva dos conselheiros nas reuniões ordinárias, através
da condução das RCGs por eles e, principalmente, da condução de atividades
participativas no tocante ao processo formativo. Cabe relembrar que os GTs de
alinhamento para a RCG têm se mostrado como importante estratégia de
sistematização metodológica da reunião e como uma forma dos conselheiros
construírem a metodologia da reunião mediante orientações da equipe técnica.
Elementos que cumprem as exigências da Nota Técnica do IBAMA no tocante a
organização e fortalecimento comunitário.
Quanto à instrumentalização dos conselheiros para promover a sustentabilidade
econômica, a gestão democrática e a participação efetiva das comunidades nos
projetos oriundos da compensação, destacam-se os resultados dos trabalhos de
assessoria técnica, especialmente quanto à tomada de atitudes para regularização
das Associações que ainda receberão as compensações, Arame I e Poças. Apesar
de Pedra D’Água ser uma comunidade compensada, existe a necessidade de
executar um plano de ação para fortalecimento da associação e utilização do centro
comunitário, já que existe um nítido desuso do bem compensado.
Mesmo com demandas distintas, todas as associações necessitam da
continuidade do trabalho de base para fortalecimento e organização das
comunidades. A sensibilização de todos os envolvidos sobre a importância da
discussão de conflitos socioambientais e da retomada da campanha e da coleta de
assinaturas para o abaixo-assinado em defesa dos territórios pesqueiros mostrou-se
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um importante passo do processo de protagonismo e fortalecimento desses grupos
para uma intervenção em suas realidades. Desse modo, as pautas formativas têm
instigado maior envolvimento dos conselheiros nos projetos de mitigação junto às
suas bases. Assim, as atividades têm acontecido no sentido de problematizar o atual
formato, bem como rediscutir caminhos com base na organização e fortalecimento
comunitário, de modo que se atenda a linha de ação A da Nota Técnica do IBAMA.
VI. EXECUÇÃO FÍSICO-FINANCEIRA
VI.1. – ORÇAMENTO
Os recursos financeiros para a execução deste projeto foram assegurados pela
Petrobras através de convênio firmado com a Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de
Sergipe (FAPESE) e a Universidade Federal de Sergipe – UFS. Por se tratar de um aditivo
não foi realizado o rateio entre os projetos na execução.
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ANEXOS (VERSÃO DIGITAL - CD)
Anexos – Projeto Conselho Gestor - Comprovação da implementação das
ações Anexo 01 – Reuniões da 4ª Gestão do Conselho Gestor Anexo 02 - Reuniões da 5° Gestão do Conselho Gestor Anexo 03 - Grupos de Trabalho Anexo 04 - Assessorias Anexo 05 - Capacitação dos Conselheiros (as) Anexo 06 - Intercâmbios Anexo 07 - Feira Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Sergipe Anexo 08 - X EPEAC
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