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XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL – 2006/2007 A 2016/2017 JOSÉ GARCIA GASQUES (1) ; ELIANA TELES BASTOS (2) ; ELISIO CONTINI (3) ; ALI ALDERSI SAAB (4) ; LUCILLE FREIRE DA SILVA (5) . 1,3,4,5.MAPA, BRASÍLIA, DF, BRASIL; 2.MAPA/IPEA, BRASÍLIA, DF, BRASIL. [email protected] APRESENTAÇÃO ORAL COMERCIALIZAÇÃO, MERCADOS E PREÇOS AGRÍCOLAS Projeções do Agronegócio no Brasil – 2006/2007 a 2016/2017 Grupo de Pesquisa: Nº 1 - Comercialização, Mercados e Preços Agrícolas Resumo O presente trabalho apresenta uma visão prospectiva do agronegócio nacional. Para sua elaboração foram consultados trabalhos de organizações nacionais e internacionais e também foram utilizados modelos setoriais para prospecção aplicados a bases de dados do Brasil. As projeções realizadas indicam tendências de produção, consumo, exportação, importação, área, produtividade. Porém, por falta de espaço não serão apresentados os resultados para todas essas variáveis. O período das projeções vai de 2006/2007 a 2016/2017. Este trabalho foi dividido nas seguintes partes: 1. introdução, 2. metodologia das projeções, 3. resultados e 4. conclusões. Palavras-chave: projeções, Brasil, grãos, etanol, carnes Abstract The paper presents a prospective vision of brazilian agribusiness. National and international organizations were consulted and we have used sectoral forecasting models too. These models were estimated on brazilian database of production, consumption, exports, imports, yeld and area. But we did not presents all these results because there is restriction of space. The projections period is 2006/2007 to 2016/2017 and the principal information source is CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. The paper has the following parts: introduction, methodology, results and conclusions. Palavras-chave: projections, Brazil, grains, ethanol, meat.

Projeções do Agronegócio no Brasil – 2006/2007 a 2016/2017 · foram utilizados modelos setoriais para prospecção aplicados a bases de dados do Brasil. As projeções realizadas

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XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro"

Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL – 2006/2007 A 2016/2017 JOSÉ GARCIA GASQUES (1) ; ELIANA TELES BASTOS (2) ; ELISIO CONTINI (3) ; ALI ALDERSI SAAB (4) ; LUCILLE FREIRE DA SILVA (5 ) . 1,3,4,5.MAPA, BRASÍLIA, DF, BRASIL; 2.MAPA/IPEA, BR ASÍLIA, DF, BRASIL. [email protected] APRESENTAÇÃO ORAL COMERCIALIZAÇÃO, MERCADOS E PREÇOS AGRÍCOLAS

Projeções do Agronegócio no Brasil – 2006/2007 a 2016/2017

Grupo de Pesquisa: Nº 1 - Comercialização, Mercados e Preços Agrícolas

Resumo O presente trabalho apresenta uma visão prospectiva do agronegócio nacional. Para sua elaboração foram consultados trabalhos de organizações nacionais e internacionais e também foram utilizados modelos setoriais para prospecção aplicados a bases de dados do Brasil. As projeções realizadas indicam tendências de produção, consumo, exportação, importação, área, produtividade. Porém, por falta de espaço não serão apresentados os resultados para todas essas variáveis. O período das projeções vai de 2006/2007 a 2016/2017. Este trabalho foi dividido nas seguintes partes: 1. introdução, 2. metodologia das projeções, 3. resultados e 4. conclusões. Palavras-chave: projeções, Brasil, grãos, etanol, carnes Abstract The paper presents a prospective vision of brazilian agribusiness. National and international organizations were consulted and we have used sectoral forecasting models too. These models were estimated on brazilian database of production, consumption, exports, imports, yeld and area. But we did not presents all these results because there is restriction of space. The projections period is 2006/2007 to 2016/2017 and the principal information source is CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. The paper has the following parts: introduction, methodology, results and conclusions. Palavras-chave: projections, Brazil, grains, ethanol, meat.

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1. INTRODUÇÃO

Organizações públicas e privadas necessitam ter rumos, saber que caminhos seguir

para direcionar seus esforços e recursos, num futuro próximo e de longo prazo. Esta visão prospectiva não é estática, mas exige redirecionamentos periódicos, em face de mudanças no ambiente externo. Esta diretriz aplica-se também ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como responsável por políticas públicas e ações de normatização que visam o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro.

Ao projetar o futuro do agronegócio mundial e brasileiro, este trabalho tem como objetivo fornecer subsídios aos formuladores de políticas públicas quanto às principais tendências de alguns produtos do ramo agropecuário, para sua tomada de decisão e para o delineamento de suas linhas de atuação, embasando e fortalecendo, assim, os instrumentos de política agrícola nacionais. Essas tendências permitirão identificar trajetórias possíveis, bem como estruturar visões de futuro do agronegócio brasileiro no contexto mundial, para que o País continue conquistando mercados.

Este trabalho foi dividido nas seguintes partes: 1. introdução, 2. metodologia das projeções, 3. resultados e 4. conclusões.

2. METODOLOGIA PARA AS PROJEÇÕES

As projeções para o Brasil da produção, área plantada, exportação, importação e

consumo de: algodão, arroz, feijão, milho, trigo, soja, farelo de soja, óleo de soja, café, açúcar, carne bovina, carne suína e carne de frango; para o período de 2006/07 a 2016/17 foram realizadas através dos seguintes métodos estatísticos: Suavização Exponencial, Modelos de Box e Jenkins (ARMA) e Modelos em Espaço de Estados. Para mais informações sobre os modelos ver anexo. Para cada produto aplicaram-se os três métodos, porém foi escolhido apenas um modelo. O critério da escolha do modelo baseou-se em comparações com outras tendências apresentadas e com a familiaridade de especialistas do setor analisado.

Os dados utilizados nas projeções são da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento, exceto para o café, onde a fonte foi a ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café.

É importante ressaltar que em média trabalhou-se com séries de 30 anos para cada produto, o que é um número reduzido de informações e com um horizonte de previsão de 11 anos. Observa-se que à medida que amplia o horizonte de previsão as estimativas se tornam menos precisas, com limites de confiança muito grandes. Os resultados destas projeções devem ser vistos com cautela, atentando ao intervalo de confiança e as opiniões dos especialistas da área. Um fator restritivo para estas projeções é que nestes modelos não consideramos a influência de variáveis exógenas, as quais não são constantes e influenciam os resultados.

3. RESULTADOS DAS PROJEÇÕES

3.1. Soja

O FAPRI projeta para o Brasil uma produção de 93 milhões de toneladas em 2015/2016, devido à expansão de área e conversão de pastagens, aliadas a aumento de

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produtividade e melhores alternativas de transporte. Isto significará 33,6% da produção mundial. A Argentina terá uma produção de 55,7 milhões de toneladas em 2015/2016. O setor permanecerá orientado para as exportações. A produção de soja dos Estados Unidos deverá ser de 82,5 milhões de toneladas em 2015-2016.

No comércio internacional, o Brasil deverá galgar mais posições em suas exportações mundiais de soja em grão e farelo. Os preços da soja no mercado internacional deverão permanecer ligeiramente constantes até 2020, crescendo de US$ 247 por tonelada em 1997 para US$ 250 em 2020.

As projeções para a produção de soja, realizadas pela AGE-MAPA, para o Brasil, no período 2006/07 a 2016/2017, mostram valores abaixo daqueles obtidos pelo FAPRI. Uma das razões das diferenças é que essa instituição partiu de estimativas de produção de soja para a safra 2004/2005 que, por problemas climáticos ocorridos no Sul do Brasil e parte do Centro–Oeste, não se confirmaram. As estimativas realizadas pela AGE indicam uma produção brasileira de 72,4 milhões de toneladas de soja em 2016/2017. O consumo de soja em grão deverá atingir 36,7 milhões de toneladas naquele ano, representando 50,7% da produção. As exportações de soja projetadas pela AGE para 2016/2017 são de 34,9 milhões de toneladas, 41,4% superiores às exportações de 2005/2006, conforme Tabela 1 e Fig. 1.

Tabela 1 – Produção,Consumo e Exportação de Soja - MAPA/AGE Soja* (milhões toneladas)

Ano Produção Consumo Exportação

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) 2005/06 55,71 29,96 24,70 2006/07 56,47 (50,25 ; 62,69) 30,57 (27,34 ; 33,81) 25,63 (21,94 ; 29,32) 2007/08 59,82 (50,62 ; 69,02) 31,19 (26,61 ; 35,76) 26,56 (21,34 ; 31,78) 2008/09 59,99 (48,83 ; 71,15) 31,80 (26,2 ; 37,41) 27,49 (21,1 ; 33,88) 2009/10 62,20 (49,65 ; 74,74) 32,42 (25,95 ; 38,89) 28,42 (21,04 ; 35,8) 2010/11 63,19 (49,27 ; 77,11) 33,03 (25,8 ; 40,27) 29,35 (21,1 ; 37,6) 2011/12 65,08 (49,95 ; 80,22) 33,65 (25,72 ; 41,57) 30,28 (21,24 ; 39,32) 2012/13 66,32 (50,03 ; 82,61) 34,26 (25,7 ; 42,82) 31,21 (21,45 ; 40,97) 2013/14 68,00 (50,66 ; 85,34) 34,88 (25,73 ; 44,03) 32,14 (21,7 ; 42,58) 2014/15 69,38 (51,03 ; 87,72) 35,49 (25,79 ; 45,2) 33,07 (22 ; 44,14) 2015/16 70,97 (51,68 ; 90,26) 36,11 (25,88 ; 46,34) 34,00 (22,33 ; 45,67) 2016/17 72,41 (52,21 ; 92,61) 36,72 (25,99 ; 47,45) 34,93 (22,69 ; 47,17)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da CONAB. Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%. * Modelos utilizados para as projeções foi o modelo de Espaço de Estados

milhões toneladas72,4

15,5

36,7

14,6

34,9

1,50

25

50

75

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Produção Consumo Exportação

Fig. 1 - Produção, Consumo e Exportação de Soja - MAPA/AGE Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo

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A produção de farelo de soja no Brasil deverá passar de 21,5 milhões de toneladas para 30,2 milhões de toneladas entre 2005/2006 e 2016/2017. O consumo projetado para o final do período é de 12,1 milhões de toneladas, e as exportações, de 17,2 milhões de toneladas (Fig.2). Por sua vez, o óleo de soja tem uma produção projetada de 7,4 milhões de toneladas e um consumo de 4,0 milhões de toneladas (Fig.3). Isso representa quase a metade da produção de óleo. A exportação de óleo projetada para 2016/2017 é de 3,4 milhões de toneladas, com um acréscimo de 54,5% sobre 2005/2006 (Tabela 3). Nessas projeções não estão computados a possibilidade de a soja se tornar um produto para o biodiesel.

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Tabela 2 – Produção, Consumo e Exportação de Farelo de Soja - MAPA/AGE Farelo de soja* (milhões toneladas)

Ano Produção Consumo Exportação

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) 2005/06 21,53 9,10 12,50 2006/07 23,33 (19,72 ; 26,94) 9,25 (8,88 ; 9,61) 14,02 (10,82 ; 17,21) 2007/08 24,01 (20,1 ; 27,92) 9,50 (8,84 ; 10,17) 14,33 (10,88 ; 17,79) 2008/09 24,69 (20,44 ; 28,95) 9,80 (8,92 ; 10,68) 14,65 (10,89 ; 18,41) 2009/10 25,38 (20,74 ; 30,01) 10,09 (9,04 ; 11,14) 14,96 (10,87 ; 19,06) 2010/11 26,06 (21,01 ; 31,11) 10,37 (9,19 ; 11,56) 15,28 (10,82 ; 19,74) 2011/12 26,74 (21,26 ; 32,23) 10,66 (9,35 ; 11,97) 15,60 (10,75 ; 20,44) 2012/13 27,43 (21,49 ; 33,36) 10,94 (9,52 ; 12,36) 15,91 (10,67 ; 21,16) 2013/14 28,11 (21,71 ; 34,51) 11,23 (9,7 ; 12,75) 16,23 (10,58 ; 21,88) 2014/15 28,79 (21,92 ; 35,67) 11,51 (9,89 ; 13,13) 16,55 (10,47 ; 22,62) 2015/16 29,48 (22,12 ; 36,83) 11,79 (10,08 ; 13,51) 16,86 (10,36 ; 23,36) 2016/17 30,16 (22,31 ; 38,01) 12,08 (10,27 ; 13,88) 17,18 (10,25 ; 24,12)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da CONAB.

Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%. * Modelos utilizados: Para o consumo utilizou-se o modelo de Espaço de Estados e para a produção e exportação utilizou-se o modelo de Alisamento Exponencial.

Tabela 3 – Produção, Consumo e Exportação de Óleo de Soja - MAPA/AGE Óleo de Soja* (milhões toneladas)

Ano Produção Consumo Exportação

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) 2005/06 5,24 3,20 2,20 2006/07 5,67 (4,81 ; 6,54) 3,25 (3,08 ; 3,41) 2,39 (1,46 ; 3,32) 2007/08 5,85 (4,91 ; 6,78) 3,33 (3,13 ; 3,54) 2,49 (1,48 ; 3,5) 2008/09 6,02 (5 ; 7,04) 3,39 (3,15 ; 3,64) 2,59 (1,49 ; 3,68) 2009/10 6,19 (5,08 ; 7,3) 3,47 (3,19 ; 3,75) 2,69 (1,49 ; 3,88) 2010/11 6,36 (5,16 ; 7,57) 3,54 (3,23 ; 3,84) 2,78 (1,48 ; 4,08) 2011/12 6,54 (5,23 ; 7,85) 3,61 (3,28 ; 3,94) 2,88 (1,47 ; 4,29) 2012/13 6,71 (5,29 ; 8,13) 3,68 (3,33 ; 4,04) 2,98 (1,45 ; 4,51) 2013/14 6,88 (5,36 ; 8,41) 3,75 (3,38 ; 4,13) 3,08 (1,43 ; 4,73) 2014/15 7,06 (5,41 ; 8,7) 3,82 (3,42 ; 4,22) 3,18 (1,41 ; 4,95) 2015/16 7,23 (5,47 ; 8,99) 3,89 (3,48 ; 4,31) 3,27 (1,38 ; 5,17) 2016/17 7,40 (5,53 ; 9,28) 3,96 (3,53 ; 4,4) 3,37 (1,35 ; 5,39)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da CONAB.

Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%. * Modelos utilizados: Para o consumo utilizou-se o modelo de Espaço de Estados e para a produção e exportação utilizou-se o modelo de Alisamento Exponencial.

milhões toneladas

30,16

10,9012,08

2,0017,18

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0

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Consumo

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7,40

1,43

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2

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1990

/91

1992

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1994

/95

1996

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Produção

Consumo

Exportação

Fig. 2 - Produção, Consumo e Exportação Farelo de Soja - MAPA/AGE Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo

Fig. 3 - Produção, Consumo e Exportação Óleo de Soja - MAPA/AGE Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo

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3.2. Algodão

O FAPRI projeta uma expansão da área agrícola ocupada por algodão para 1,59 milhão de hectares em 2015/16, o Brasil deverá aumentar a sua produção de algodão para 1,96 milhão de toneladas para o mesmo período, resultando em um aumento significativo nas exportações, que passarão para 1,1 milhão de tonelada.

Apesar do aumento de suas exportações, a participação brasileira no mercado mundial de algodão continuará ainda pequena, sobretudo pela débil participação do Brasil no mercado chinês, que deverá, em 2005/06, representar 42% da compra mundial desse produto.

As projeções realizadas pela AGE para o algodão brasileiro, indicam a passagem da produção de 1,71 milhão de toneladas de algodão em 2005/2006 para 2,49 milhões de toneladas em 2016/2017. A taxa de crescimento da produção obtida no período 2006/07 a 2016/17 projeção é de 3,4% anual. Esta taxa está próxima do crescimento da produção de algodão observada nos principais países produtores nos últimos anos. O consumo projetado até 2016/2017 segue uma taxa anual de 1,1%, abaixo do consumo mundial de algodão observado nos últimos anos. Deste modo, o consumo projetado para o Brasil em 2016/2017 é de 1,0 milhão de tonelada de algodão. Por último projeta-se um volume de exportações de 720 mil toneladas em 2016/2017 (Tabela 4 e Fig. 4).

milhões toneladas

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2,49

0,831,01

0,010,72

0

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Produção Consumo Exportação

Fig. 4 – Produção, consumo e exportação brasileira de algodão - MAPA/AGE Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo Tabela 4 – Produção, consumo e exportação de algodão – AGE Algodão* (milhões toneladas)

Ano Produção Consumo Exportação

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) 2005/06 1,71 0,89 0,40 2006/07 1,78 (1,18 ; 2,37) 0,91 (0,79 ; 1,03) 0,42 (0,31 ; 0,54) 2007/08 1,85 (1 ; 2,69) 0,92 (0,79 ; 1,06) 0,45 (0,29 ; 0,62) 2008/09 1,92 (0,88 ; 2,96) 0,93 (0,79 ; 1,08) 0,48 (0,28 ; 0,68) 2009/10 1,99 (0,8 ; 3,19) 0,94 (0,79 ; 1,1) 0,51 (0,28 ; 0,75) 2010/11 2,06 (0,73 ; 3,4) 0,95 (0,78 ; 1,12) 0,54 (0,29 ; 0,8) 2011/12 2,13 (0,67 ; 3,6) 0,96 (0,78 ; 1,15) 0,57 (0,29 ; 0,86) 2012/13 2,21 (0,63 ; 3,79) 0,97 (0,77 ; 1,17) 0,60 (0,3 ; 0,91) 2013/14 2,28 (0,59 ; 3,97) 0,98 (0,77 ; 1,2) 0,63 (0,31 ; 0,96) 2014/15 2,35 (0,56 ; 4,14) 0,99 (0,76 ; 1,23) 0,66 (0,32 ; 1,01) 2015/16 2,42 (0,53 ; 4,31) 1,00 (0,75 ; 1,25) 0,69 (0,33 ; 1,06) 2016/17 2,49 (0,51 ; 4,48) 1,01 (0,75 ; 1,28) 0,72 (0,34 ; 1,11)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da CONAB.

Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%.

Para produção utilizou-se os dados do algodão em caroço e para a importação e consumo utilizou-se os dados do

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algodão em pluma.

Os valores negativos são interpretados como valores aproximadamente iguais a zero. * Modelos utilizados: Para consumo utilizou-se o modelo de Alisamento exponencial e para a produção e exportação utilizou-se o modelo de Espaço de Estados.

3.3. Trigo

O consumo interno de trigo no País deverá crescer em média 2,2% ao ano, entre 2006/07 e 2016/17 alcançando a cifra de 13,9 milhões de toneladas em 2017 (Fig. 5) O aumento da demanda doméstica e a estabilização da produção interna acarretarão tendência de aumento das importações de trigo, atingindo 8 milhões de toneladas em 2015/16 (FAPRI).

milhões toneladas

2,14

7,497,94

13,89

5,947,13

0

5

10

15

1993

/94

1994

/95

1995

/96

1996

/97

1997

/98

1998

/99

1999

/00

2000

/01

2001

/02

2002

/03

2003

/04

2004

/05

2005

/06

2006

/07

2007

/08

2008

/09

2009

/10

2010

/11

2011

/12

2012

/13

2013

/14

2014

/15

2015

/16

2016

/17

Produção Consumo Importação

Fig. 5 - Produção, consumo e importação de trigo - MAPA/AGE Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo

As projeções obtidas pelo MAPA/AGE são muito próximas às do FAPRI. A produção projetada para 2016/2017 é de 7,49 milhões de toneladas, e um consumo de 13,9 milhões de toneladas no mesmo ano. O abastecimento interno exigirá importações de 7,13 milhões de toneladas em 2016/2017.

Tabela 5 – Produção, Consumo e Importação de Trigo - MAPA/AGE Trigo* (milhões toneladas)

Ano Produção Consumo Importação

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup)

2005/06 4,87 11,09 6,27 2006/07 5,37 (3,21 ; 7,52) 11,17 (9,97 ; 12,37) 6,88 (5,81 ; 7,96) 2007/08 5,36 (2,73 ; 7,98) 11,44 (10,14 ; 12,74) 6,84 (4,75 ; 8,93) 2008/09 5,71 (2,42 ; 9,01) 11,71 (10,3 ; 13,13) 6,93 (4,27 ; 9,6) 2009/10 5,86 (2,15 ; 9,58) 11,99 (10,45 ; 13,53) 6,93 (3,74 ; 10,12) 2010/11 6,14 (1,97 ; 10,31) 12,26 (10,58 ; 13,94) 6,98 (3,35 ; 10,6) 2011/12 6,34 (1,81 ; 10,87) 12,53 (10,71 ; 14,35) 6,99 (2,97 ; 11,01) 2012/13 6,58 (1,69 ; 11,48) 12,80 (10,83 ; 14,77) 7,02 (2,65 ; 11,4) 2013/14 6,80 (1,58 ; 12,02) 13,08 (10,95 ; 15,2) 7,05 (2,35 ; 11,75) 2014/15 7,04 (1,51 ; 12,56) 13,35 (11,07 ; 15,63) 7,08 (2,07 ; 12,09) 2015/16 7,26 (1,44 ; 13,08) 13,62 (11,18 ; 16,07) 7,10 (1,8 ; 12,4) 2016/17 7,49 (1,39 ; 13,59) 13,89 (11,29 ; 16,5) 7,13 (1,56 ; 12,7)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da CONAB.

Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%. * Modelos utilizados: Para a produção e a importação utilizou-se o modelo de Espaço de Estados e para consumo utilizou-se o modelo Alisamento exponencial.

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3.4. Arroz

De acordo com as projeções do FAPRI, o Brasil apresentará um aumento de produtividade e uma moderada queda no consumo per capita de arroz ao longo do período projetado (2005/2006 a 2015/2016). O País permanecerá na posição de importador líquido de arroz até o ano de 2016.

Um estudo da OCDE projeta um aumento tanto da produção quanto do consumo de arroz ao longo do período de 2006/2007 a 2015/2016, porém a um ritmo modesto. Ainda segundo a mesma instituição, o Brasil continuará figurando como importador líquido de arroz.

As projeções de produção e consumo de arroz, feitas pelo MAPA/AGE mostram uma situação muito apertada entre essas duas variáveis, havendo necessidade de importações de arroz nos próximos anos. A produção projetada para 2016/2017 revela um acréscimo de 920 mil toneladas em relação a 2005/2006. Equivale a um crescimento anual da produção de 1,15% de 2005/06 a 2016/17. Assim a produção projetada em 2016/2017 é de 12,67 milhões de toneladas de arroz (Tabela 6 e Fig.6).

Tabela 6 – Produção e Consumo de Arroz - MAPA/AGE Arroz* (milhões toneladas)

Ano Produção Consumo Importação

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) 2005/06 11,75 13,00 0,75 2006/07 11,04 (8,98 ; 13,11) 13,11 (12,44 ; 13,79) 0,77 (-0,49 ; 2,02) 2007/08 11,32 (9,07 ; 13,57) 13,27 (12,55 ; 14) 0,78 (-0,99 ; 2,55) 2008/09 11,93 (9,68 ; 14,19) 13,43 (12,64 ; 14,23) 0,80 (-1,38 ; 2,97) 2009/10 12,24 (9,98 ; 14,51) 13,59 (12,73 ; 14,46) 0,81 (-1,7 ; 3,32) 2010/11 12,22 (9,93 ; 14,51) 13,75 (12,81 ; 14,69) 0,83 (-1,98 ; 3,63) 2011/12 12,14 (9,8 ; 14,48) 13,91 (12,89 ; 14,93) 0,84 (-2,23 ; 3,92) 2012/13 12,19 (9,8 ; 14,59) 14,07 (12,97 ; 15,18) 0,86 (-2,46 ; 4,18) 2013/14 12,34 (9,92 ; 14,76) 14,23 (13,04 ; 15,42) 0,87 (-2,67 ; 4,42) 2014/15 12,49 (10,05 ; 14,93) 14,39 (13,11 ; 15,67) 0,89 (-2,87 ; 4,65) 2015/16 12,59 (10,13 ; 15,05) 14,55 (13,18 ; 15,92) 0,90 (-3,06 ; 4,87) 2016/17 12,67 (10,18 ; 15,15) 14,71 (13,25 ; 16,17) 0,92 (-3,2 ; 5,08)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da CONAB.

Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%.

Para o consumo e importação utilizou-se os dados do arroz em pluma.

Os valores negativos são interpretados como valores aproximadamente iguais a zero. * Modelos utilizados: Para o consumo utilizou-se o modelo de Alisamento exponencial e para a importação e produção, utilizou-se o modelo de Espaço de Estados.

milhões toneladas

12,67

7,59

14,71

8,39

0,921,030

5

10

15

1978

/79

1980

/81

1982

/83

1984

/85

1986

/87

1988

/89

1990

/91

1992

/93

1994

/95

1996

/97

1998

/99

2000

/01

2002

/03

2004

/05

2006

/07

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2010

/11

2012

/13

2014

/15

2016

/17

Produção Consumo Importação

Fig. 6 - Produção e Consumo de Arroz - MAPA/AGE Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo

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3.5. Milho

As projeções do FAPRI para o milho do Brasil indicam produção de 42,5 milhões de toneladas na safra 2005/2006 e de 53,39 milhões em 2015/2016. Essa variação representa um acréscimo na produção do período de 10,9 milhões de toneladas. Essa variação de produção representa variação de área colhida de 12,8 milhões de hectares em 2005/2006 para 14,12 milhões de hectares em 2015/2016. Segundo o FAPRI, da produção a ser obtida em 2015/2016, 56,6 milhões de toneladas se destinarão ao consumo doméstico, sendo que deste, 43,23 milhões de toneladas se destinarão à produção de rações para animais e 7,1 milhões para alimentação humana.

As projeções de produção de milho no Brasil indicam um aumento de 10,74 milhões de toneladas entre 2005/06 e 2016/17. Em 2016/2017 a produção deverá situar-se em 51,52 milhões de toneladas (MAPA/AGE) e um consumo de 47,65 milhões (Tabela 7 e Fig.7). Esses resultados indicam que o País deverá fazer ajustes no seu quadro de suprimentos de modo a garantir o abastecimento do mercado interno e obter algum excedente para exportação, estimado em 3,72 milhões de toneladas em 2016/17.

Tabela 7 – Produção e Consumo de Milho - MAPA/AGE Milho* (milhões toneladas)

Ano Produção Consumo Exportação

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) 2005/06 40,78 38,30 3,50 2006/07 44,22 (33,89 ; 54,56) 39,38 (36,39 ; 42,38) 2,30 (-0,33 ; 4,94) 2007/08 43,35 (32,68 ; 54,02) 40,16 (36,15 ; 44,16) 3,11 (0,23 ; 6) 2008/09 44,96 (33,06 ; 56,87) 41,01 (36,19 ; 45,83) 2,81 (-0,68 ; 6,31) 2009/10 42,89 (30,49 ; 55,28) 41,83 (36,31 ; 47,35) 3,13 (-0,69 ; 6,95) 2010/11 47,57 (32,31 ; 62,83) 42,67 (36,53 ; 48,81) 3,10 (-1,11 ; 7,32) 2011/12 46,57 (29,98 ; 63,15) 43,50 (36,79 ; 50,2) 3,27 (-1,26 ; 7,79) 2012/13 48,24 (29,2 ; 67,28) 44,33 (37,11 ; 51,55) 3,32 (-1,52 ; 8,17) 2013/14 45,96 (25,95 ; 65,97) 45,16 (37,45 ; 52,86) 3,44 (-1,69 ; 8,57) 2014/15 50,91 (26,48 ; 75,34) 45,99 (37,83 ; 54,15) 3,52 (-1,88 ; 8,93) 2015/16 49,78 (23,62 ; 75,95) 46,82 (38,23 ; 55,41) 3,63 (-2,03 ; 9,29) 2016/17 51,52 (22,04 ; 81) 47,65 (38,65 ; 56,65) 3,72 (-2,19 ; 9,63)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da CONAB.

Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%.

Os valores negativos são interpretados como valores aproximadamente iguais a zero. * Modelos utilizados: Para a produção utilizou-se o modelo de Alisamento exponencial, para exportação utilizou-se o modelo ARIMA e para o consumo utilizou-se o modelo de Espaço de Estados.

milhões toneladas

51,52

14,02

47,65

15,03

3,720,01

0

20

40

60

1977

/78

1978

/79

1979

/80

1980

/81

1981

/82

1982

/83

1983

/84

1984

/85

1985

/86

1986

/87

1987

/88

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/90

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/91

1991

/92

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/10

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/11

2011

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2013

/14

2014

/15

2015

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Produção Consumo Exportação

Fig. 7 - Produção e Consumo de Milho – AGE Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo

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O Brasil está colocado entre os países que terão aumentos significativos de suas exportações de milho, ao lado da Argentina (FAPRI e USDA). Este crescimento das exportações brasileiras de milho far-se-á possível por meio de ganhos de produção e produtividade. O FAPRI apresenta resultado semelhante ao da FAO no que toca ao comércio internacional do milho brasileiro, projetando exportações líquidas entre 1,1 e 3,0 milhões de toneladas anuais, no período 2005/06 a 2015/16.

As projeções do USDA indicam que os dois grandes importadores de milho em 2016/2017 continuarão sendo o Japão e o México. Para essa instituição, os Estados Unidos terão sua participação no comércio mundial de milho ampliada, de 54,5% em 2005/2006 para 57,2% em 2016/2017.

3.6. Feijão

Representa um típico produto de consumo doméstico e de enorme importância na alimentação e na geração de renda dos pequenos produtores no Brasil. O feijão tem uma taxa anual projetada de aumento da produção de 1,73% e consumo ao redor de 1,3% ao ano, para o período 2006/2007 a 2016/2017. Pelas duas últimas Pesquisas de Orçamentos Familiares, nota-se que, nos últimos oito anos, o consumo de feijão teve uma queda pequena, de 10,2 Kg/per capita/ano para 9,2 Kg/per capita/ano.

Tabela 8 – Produção e Consumo de Feijão - MAPA/AGE Feijão* (milhões toneladas)

Ano Produção Consumo Importação

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup)

2005/06 3,45 3,30 0,07 2006/07 3,33 (2,23 ; 4,44) 3,30 (2,63 ; 3,96) 0,09 (0,01 ; 0,16) 2007/08 3,40 (2,2 ; 4,59) 3,34 (2,62 ; 4,06) 0,10 (0,01 ; 0,19) 2008/09 3,46 (2,16 ; 4,76) 3,38 (2,59 ; 4,16) 0,09 (0 ; 0,19) 2009/10 3,52 (2,1 ; 4,94) 3,42 (2,56 ; 4,27) 0,09 (-0,01 ; 0,19) 2010/11 3,58 (2,04 ; 5,13) 3,46 (2,53 ; 4,39) 0,09 (-0,02 ; 0,21) 2011/12 3,65 (1,97 ; 5,32) 3,50 (2,49 ; 4,51) 0,10 (-0,02 ; 0,21) 2012/13 3,71 (1,89 ; 5,52) 3,54 (2,45 ; 4,63) 0,10 (-0,03 ; 0,22) 2013/14 3,77 (1,81 ; 5,73) 3,58 (2,4 ; 4,76) 0,10 (-0,03 ; 0,22) 2014/15 3,83 (1,73 ; 5,94) 3,62 (2,35 ; 4,89) 0,10 (-0,03 ; 0,23) 2015/16 3,90 (1,65 ; 6,15) 3,66 (2,31 ; 5,02) 0,10 (-0,04 ; 0,24) 2016/17 3,96 (1,56 ; 6,36) 3,70 (2,26 ; 5,15) 0,10 (-0,04 ; 0,24)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da CONAB. Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%. Os valores negativos são interpretados como valores aproximadamente iguais a zero. * Modelos utilizados: Para a produção e consumo utilizou-se o modelo de Alisamento exponencial e para a importação utilizou-se o modelo de Espaço de Estados.

3.7. Açúcar

A produção mundial de açúcar projetada pela OECD-FAO para os próximos 10 anos, deverá atingir 179,71 milhões de toneladas de açúcar bruto em 2015/2016. Isso representa um acréscimo de 20,7% em relação à produção que se tinha no mundo em 2005/2006. O consumo crescerá próximo desse valor no período das projeções, cerca de 19% entre o início e o final da projeção. Segundo a FAO, o consumo tem crescido rapidamente nos países em desenvolvimento, que atualmente respondem por 72% do consumo mundial. Esse crescimento

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deverá continuar a ocorrer nos próximos anos segundo a FAO. Em contraste, o consumo de açúcar como alimento tem crescido muito pouco nos países industrializados, e tem decrescido nos países em transição. Um importante fator relacionado à estagnação do consumo de açúcar nos países industrializados tem sido a rápida expansão dos adoçantes feitos à base de milho como nos Estados Unidos, que agora excede o consumo de açúcar.

Segundo o FAPRI, a área mundial de cana de açúcar deverá crescer 9,6% em 2015/2016, enquanto a área colhida com beterraba açucareira deve crescer 1%. Após dois anos de declínio, a produção mundial de açúcar (em açúcar bruto) aumentou de 2,4% em 2005/2006 devido aos maiores preços e a recuperação em países como China e Índia.A produção total de açúcar deverá aumentar 16,8% e o consumo total de açúcar de 17,9% ao longo da próxima década. O comércio mundial líquido aumentou 4,3% em 2005/2006. Deverá aumentar de 13,9% ou 4,9 milhões de toneladas até 2015/2016.

De acordo com estudos realizados pelo FAPRI, as exportações brasileiras deverão passar dos 18,3 milhões de toneladas em 2005/2006 para 22,2 milhões em 2015/2016 (+ 21,8%), detendo 55,6% do comércio internacional. A OCDE afirma que, até 2013, as exportações brasileiras de açúcar deverão aumentar em 34,4%.

Índia e Brasil produzirão 18% e 17%, respectivamente, de toda a produção mundial de açúcar entre 1998/2000 e 2010, de acordo com projeções da FAO. Ganhos de produtividade e eficiência na produção de açúcar nesses dois países podem levar a uma queda dos preços deste produto no mercado internacional. O Brasil será um país-chave na determinação do futuro dos preços mundiais do açúcar, permanecendo como o líder em produtividade e em exportação do produto.

As estimativas obtidas pela AGE para a produção brasileira de açúcar indicam uma taxa média anual de crescimento de 4,23% no período 2006/2007 a 2016/2017. Essa taxa deve conduzir a uma produção de 43,2 milhões de toneladas do produto em 2016/2017 (Tabela 9). Essa produção corresponde a um acréscimo de 16,5 milhões de toneladas em relação ao observado em 2005/2006. A estimativa obtida para 2016/2017, situa-se num nível superior à estimada pelo FAPRI, de 34,9 milhões de toneladas. As taxas projetadas para exportações e consumo para os próximos 10 anos são, respectivamente, de 3,71% ao ano e de 3,87% ao ano. Para as exportações, a projeção para 2016/2017 é de um volume de exportações de 25,32 milhões de toneladas (Fig. 8).

Tabela 9 – Produção Consumo e Exportação de Açúcar - MAPA/AGE Açúcar* (milhões toneladas)

Ano Produção Consumo Exportação

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup)

2005/06 26,71 12,09 14,62 2006/07 28,50 (25,57 ; 31,42) 11,07 (4,55 ; 17,59) 17,82 (13,62 ; 22,02) 2007/08 29,97 (26,8 ; 33,13) 11,58 (4,53 ; 18,64) 18,23 (13,52 ; 22,93) 2008/09 31,44 (28 ; 34,88) 12,10 (4,42 ; 19,77) 18,81 (13,56 ; 24,05) 2009/10 32,91 (29,16 ; 36,66) 12,61 (4,24 ; 20,98) 19,77 (13,95 ; 25,6) 2010/11 34,38 (30,29 ; 38,46) 13,12 (4,01 ; 22,23) 20,53 (14,23 ; 26,82) 2011/12 35,85 (31,41 ; 40,28) 13,64 (3,74 ; 23,53) 21,32 (14,57 ; 28,06) 2012/13 37,32 (32,52 ; 42,12) 14,15 (3,44 ; 24,85) 22,13 (14,96 ; 29,3) 2013/14 38,79 (33,61 ; 43,97) 14,66 (3,12 ; 26,21) 22,92 (15,36 ; 30,49) 2014/15 40,26 (34,7 ; 45,82) 15,18 (2,77 ; 27,58) 23,72 (15,78 ; 31,66) 2015/16 41,73 (35,78 ; 47,68) 15,69 (2,41 ; 28,96) 24,52 (16,22 ; 32,82) 2016/17 43,20 (36,85 ; 49,55) 16,20 (2,04 ; 30,36) 25,32 (16,67 ; 33,97)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da SPAE/MAPA.

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12

Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%. * Modelos utilizados: Para a exportação utilizou-se o modelo de Espaço de Estados e para a produção e o consumo modelo de Alisamento Exponencial.

18,322,2

35,140,0

0

10

20

30

40

50

2005/06 2015/16

milhões toneladas

Brasil Total

milhões toneladas

8,07

43,20

7,02

16,20

1,05

25,32

0

15

30

45

1989

/90

1990

/91

1992

/93

1994

/95

1996

/97

1998

/99

2000

/01

2002

/03

2004

/05

2006

/07

2008

/09

2010

/11

2012

/13

2014

/15

2016

/17

Produção

Consumo

Exportação

Fig. 8 – Exportação líquidas de açúcar - FAPRI Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo com dados do FAPRI

Fig. 9 - Produção Consumo e Exportação de Açúcar - MAPA/AGE Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo

3.8. Etanol

A produção de etanol no Brasil tem como fonte a cana de açúcar e é produzido nas regiões Centro-Sul, Norte e Nordeste. O etanol é considerado pelos especialistas como o álcool etílico de biomassa, para uso combustível ou industrial, inclusive na produção de bebidas industrializadas, excluindo, entretanto, o álcool contido em bebidas originais como cachaça, rum, vodka, whisky, bourbon, conhaque e outras. Neste sentido, a produção de etanol é composta pelo álcool anidro e álcool hidratado. O Brasil e os Estados Unidos são atualmente os maiores produtores de etanol, embora os Estados Unidos extraiam esse produto do milho, e não da cana de açúcar como no Brasil.

As projeções do etanol, referentes a produção, consumo e exportação refletem grande dinamismo desse produto devido especialmente ao crescimento do consumo interno e as exportações de etanol. A produção de etanol projetada para 2017 é de 38,6 bilhões de litros, mais que o dobro da produção de 2005. O consumo interno para 2017 está projetado em 28,4 bilhões de litros e as exportações em 10,3 bilhões (Tabela 10 e Fig. 10). A Secretaria de Produção e Agroenergia do MAPA projeta para 2010, vendas de automóveis Flex de 1,0 milhão de veículos, quase o dobro a mais que os automóveis a gasolina, cujas vendas projetadas são de 467 mil unidades. Essa expansão do setor automobilístico e o uso crescente dos carros flex é atualmente o principal fator responsável pelo crescimento da produção de etanol no Brasil.

Outras projeções indicam que, mantendo-se a mistura de anidro na gasolina na proporção de 25%, e as vendas de veículos flexíveis, deverá ocorrer, em 2013, um consumo doméstico de álcool de 24,95 bilhões de litros, dos quais 7,4 bilhões de litros como anidro combustível e 16,35 bilhões de litros como hidratado combustível.

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Tabela 10 – Produção, Consumo e Exportação Brasileira de Etanol – AGE Etanol (milhões de Litros)

Ano Produção Consumo* Exportação **

2003 13.690 13.034 656 2004 15.638 13.317 2.321 2005 16.216 13.555 2.661 2006 17.273 14.222 3.051 2007 18.891 15.394 3.497 2008 20.869 16.860 4.009 2009 23.034 18.439 4.595 2010 25.384 20.116 5.268 2011 27.427 21.633 5.795 2012 29.568 23.194 6.374 2013 31.811 24.800 7.012 2014 34.234 26.521 7.713 2015 36.849 28.365 8.484 2016 37.712 28.300 9.332 2017 38.659 28.393 10.266

Fonte: MAPA Câmara Setorial Açúcar e Álcool nov/06 e MAPA/AGE; * Inclui Alcool Combustível e Álcool Industrial ** Não inclui abertura de mercado de álcool para fins combustíveis em paises importadores. Até 2010 usou-se uma taxa anual de 14,63% e a partir de 2011,usou-se 10% ao ano.Torquato,S.A.(2005),IEA.

milhões de litros

13.690

38.659

65610.266

13.034

28.393

-

10.000

20.000

30.000

40.000

2003

2005

2007

2009

2011

2013

2015

2017

ProduçãoExportaçãoConsumo

Fig. 10 - Produção, Consumo e Exportação Brasileira de Etanol Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo

3.9. Café

A produção de café, devido às características da cultura apresenta elevada oscilação ao longo do tempo, o que dificulta a realização de projeções para esse produto. Por sugestão de pessoas que trabalham com esse produto há muitos anos, será feita apenas a projeção de consumo porque este é mais estável ao longo do tempo. Os levantamentos sobre café realizados pelo USDA mostram que no Brasil o consumo no período 1963 a 2007, cresceu a uma taxa média de 1,43%, enquanto que a exportação cresceu de 0,9% ao ano. O consumo mundial para o período 1977 a 2006 cresceu a uma taxa de 1,63% ao ano, como se observa, superior à taxa de crescimento do consumo no Brasil

As projeções da AGE referem-se ao consumo e exportações, para o período 2006/2007 até 2016/2017 (Tabela 11 e Fig 12).

milhões toneladas

8,20

21,36

17,00

28,89

0

10

20

30

1989

/90

1990

/91

1991

/92

1992

/93

1993

/94

1994

/95

1995

/96

1996

/97

1997

/98

1998

/99

1999

/00

2000

/01

2001

/02

2002

/03

2003

/04

2004

/05

2005

/06

2006

/07

2007

/08

2008

/09

2009

/10

2010

/11

2011

/12

2012

/13

2013

/14

2014

/15

2015

/16

2016

/17

Consumo Exportação

Fig. 11 - Produção e Exportação Brasileira de Café Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo

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Tabela 11 – Consumo e Exportação de café - MAPA/AGE Café* (milhões toneladas)

Ano Consumo Exportação

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup)

2005/06 16,00 24,05 2006/07 16,49 (15,83 ; 17,14) 24,49 (18,47 ; 30,51) 2007/08 16,98 (16,05 ; 17,9) 24,93 (16,42 ; 33,45) 2008/09 17,46 (16,33 ; 18,6) 25,37 (14,94 ; 35,8) 2009/10 17,95 (16,64 ; 19,26) 25,81 (13,77 ; 37,85) 2010/11 18,44 (16,97 ; 19,9) 26,25 (12,79 ; 39,72) 2011/12 18,93 (17,32 ; 20,53) 26,69 (11,94 ; 41,44) 2012/13 19,41 (17,68 ; 21,15) 27,13 (11,2 ; 43,06) 2013/14 19,90 (18,05 ; 21,75) 27,57 (10,54 ; 44,6) 2014/15 20,39 (18,42 ; 22,35) 28,01 (9,95 ; 46,08) 2015/16 20,88 (18,8 ; 22,95) 28,45 (9,41 ; 47,5) 2016/17 21,36 (19,19 ; 23,54) 28,89 (8,92 ; 48,87)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da ABIC. Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%. * Modelos utilizados: Para o consumo e exportação utilizou-se o modelo de Espaço de Estados.

3.10. Carnes

As projeções de carnes para o Brasil mostram que esse setor deve apresentar intenso dinamismo nos próximos anos. Entre as carnes, as que se projetam com maiores taxas de crescimento da produção no período 2006/2007 a 2016/2017 são a carne bovina, que deve crescer anualmente a 2,54% ao ano, e a de frango, cujo crescimento projetado para esse período é de 4,13% ao ano. Por último a produção de carne suína tem um crescimento projetado de 2,1% ao ano, o que também representa um valor relativamente elevado, pois consegue atender ao consumo doméstico e às exportações (MAPA/AGE) (Fig. 12).

Tabela 12 – Produção de Carnes - MAPA/AGE Produção de Carnes* (milhões toneladas**)

Ano Bovina Suína De Frango

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup)

2005/06 9,93 2,86 8,91 2006/07 10,22 (9,59 ; 10,84) 2,95 (2,54 ; 3,35) 9,74 (8,88 ; 10,59) 2007/08 10,53 (9,55 ; 11,51) 3,02 (2,48 ; 3,55) 10,22 (9,3 ; 11,15) 2008/09 10,83 (9,57 ; 12,1) 3,09 (2,45 ; 3,73) 10,71 (9,7 ; 11,72) 2009/10 11,12 (9,62 ; 12,63) 3,14 (2,4 ; 3,87) 11,20 (10,1 ; 12,3) 2010/11 11,41 (9,69 ; 13,14) 3,22 (2,41 ; 4,03) 11,69 (10,49 ; 12,88) 2011/12 11,70 (9,79 ; 13,62) 3,29 (2,4 ; 4,17) 12,17 (10,88 ; 13,47) 2012/13 11,99 (9,9 ; 14,08) 3,34 (2,39 ; 4,3) 12,66 (11,26 ; 14,07) 2013/14 12,28 (10,03 ; 14,54) 3,42 (2,4 ; 4,43) 13,15 (11,64 ; 14,66) 2014/15 12,57 (10,17 ; 14,98) 3,48 (2,41 ; 4,56) 13,64 (12,01 ; 15,26) 2015/16 12,86 (10,31 ; 15,41) 3,55 (2,42 ; 4,68) 14,13 (12,38 ; 15,87) 2016/17 13,15 (10,47 ; 15,83) 3,62 (2,43 ; 4,8) 14,61 (12,76 ; 16,47)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da CONAB.

Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%. * Modelos utilizados: Para a produção da carne bovina e suína utilizou-se o modelo de espaço de estados e para a carne de frango utilizou-se o modelo de Alisamento exponencial

** Milhões de toneladas equivalentes a carcaça

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XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro"

Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

15

milhões toneladas

13,1

2,1

1,1

3,6

14,6

0

5

10

15

1978

/79

1980

/81

1982

/83

1984

/85

1986

/87

1988

/89

1990

/91

1992

/93

1994

/95

1996

/97

1998

/99

2000

/01

2002

/03

2004

/05

2006

/07

2008

/09

2010

/11

2012

/13

2014

/15

2016

/17

Bovina Suína de Frango

Fig. 12 - Produção de carnes bovina, suína e de frango - MAPA/AGE Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo

As projeções do consumo mostram que a preferência dos consumidores brasileiros é pela carne de frango, cujo crescimento projetado é de 2,63% ao ano no período 2006/2007 a 2016/2017. Isso significa um consumo interno de 9,9 milhões de toneladas daqui a 10 anos (Tabela 13). A carne bovina assume o segundo lugar no aumento do consumo com uma taxa anual projetada de 2,56%, entre 2006/07 a 2016/17. Num nível mais baixo de crescimento situa-se a projeção do consumo de carne suína, de 2,0% ao ano para os próximos anos (AGE-MAPA) (Fig. 13).

Tabela 13 – Consumo de Carnes - MAPA/AGE Consumo de Carnes* (milhões toneladas**)

Ano Bovina Suína De Frango

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup)

2005/06 7,96 2,31 6,26 2006/07 8,21 (7,61 ; 8,8) 2,35 (1,79 ; 2,92) 6,47 (6,03 ; 6,9) 2007/08 8,44 (7,58 ; 9,31) 2,41 (1,79 ; 3,02) 6,64 (6,06 ; 7,21) 2008/09 8,66 (7,57 ; 9,74) 2,46 (1,79 ; 3,13) 6,82 (6,12 ; 7,52) 2009/10 8,87 (7,6 ; 10,14) 2,51 (1,78 ; 3,24) 7,01 (6,21 ; 7,81) 2010/11 9,09 (7,66 ; 10,52) 2,56 (1,77 ; 3,36) 7,20 (6,31 ; 8,1) 2011/12 9,31 (7,72 ; 10,89) 2,62 (1,75 ; 3,48) 7,40 (6,42 ; 8,38) 2012/13 9,52 (7,8 ; 11,24) 2,67 (1,74 ; 3,6) 7,59 (6,53 ; 8,65) 2013/14 9,74 (7,89 ; 11,58) 2,72 (1,72 ; 3,73) 7,78 (6,66 ; 8,91) 2014/15 9,95 (7,99 ; 11,91) 2,77 (1,69 ; 3,85) 7,98 (6,78 ; 9,18) 2015/16 10,17 (8,1 ; 12,24) 2,83 (1,67 ; 3,98) 8,17 (6,91 ; 9,43) 2016/17 10,38 (8,21 ; 12,56) 2,88 (1,64 ; 4,11) 8,37 (7,05 ; 9,69)

Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da CONAB.

Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%. * Modelos utilizados: Para o consumo das carnes bovina e de frango utilizou-se o modelo de espaço de estados e para a carne suína utilizou-se o modelo de Alisamento exponencial

** Milhões de toneladas equivalentes a carcaça

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XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro"

Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

16

milhões toneladas

10,38

2,15

1,06

2,88

1,01

8,37

0

4

8

121978/7

9

1980/8

1

1982/8

3

1984/8

5

1986/8

7

1988/8

9

1990/9

1

1992/9

3

1994/9

5

1996/9

7

1998/9

9

2000/0

1

2002/0

3

2004/0

5

2006/0

7

2008/0

9

2010/1

1

2012/1

3

2014/1

5

2016/1

7

Bovina Suína de Frango

Fig. 13 - Consumo de carnes bovina, suína e de frango - MAPA/AGE Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo

Quanto às exportações, as projeções indicam elevadas taxas de crescimento para os três tipos de carnes analisados. As estimativas realizadas pela AGE-MAPA projetam um quadro favorável para as exportações, o que mostra uma coerência em relação a resultados anteriormente apresentados neste trabalho no que se refere às potencialidades do País nesse setor e também às mudanças nos padrões de consumo apontados (Fig. 14). No Brasil, a mudança de hábito foi constatada pelo IBGE na última POF. A pesquisa constatou que, em 30 anos, o brasileiro diversificou sua alimentação, reduzindo o consumo de gêneros tradicionais como arroz, feijão, batata, pão e açúcar e aumentando, por exemplo, o consumo per capita de iogurte (IBGE). Assim, as taxas de crescimento obtidas para o consumo de carnes no período 2006/2007 a 2016/2017 são as seguintes: bovina, 2,36% ao ano; suína, 2,0% ao ano; e de frango, 2,63% ao ano. Como as carnes são produtos que apresentam elevada elasticidade-renda, o aumento de renda interna pode dirigir parte da produção para o consumo interno e reduzir o excedente para as exportações. No caso, as elasticidades – renda despesa de carne bovina, calculadas por Hoffmann (2000) variam entre 0,44 e 1,34, dependendo do tipo de carne1. Esses valores são considerados elevados quando comparados a outros alimentos e indicam que o aumento do poder aquisitivo da população tem um acentuado impacto no consumo de carnes.

Tabela 14 –Exportação de Carnes - MAPA/AGE Exportação de Carnes* (milhões toneladas**)

Ano Bovina Suína De Frango

Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) Projeção (Linf.; Lsup) 2005/06 2,02 0,56 2,65 2006/07 2,12 (1,85 ; 2,39) 0,58 (0,51 ; 0,65) 2,63 (2,35 ; 2,9) 2007/08 2,19 (1,76 ; 2,62) 0,62 (0,49 ; 0,74) 2,66 (2,17 ; 3,15) 2008/09 2,26 (1,69 ; 2,84) 0,63 (0,45 ; 0,8) 2,72 (2,03 ; 3,41) 2009/10 2,34 (1,65 ; 3,02) 0,64 (0,42 ; 0,85) 2,80 (1,94 ; 3,66) 2010/11 2,41 (1,62 ; 3,2) 0,67 (0,42 ; 0,91) 2,88 (1,87 ; 3,9) 2011/12 2,48 (1,6 ; 3,36) 0,69 (0,41 ; 0,97) 2,98 (1,82 ; 4,13) 2012/13 2,55 (1,59 ; 3,51) 0,70 (0,4 ; 1,01) 3,07 (1,79 ; 4,35) 2013/14 2,62 (1,59 ; 3,65) 0,73 (0,39 ; 1,06) 3,16 (1,77 ; 4,56) 2014/15 2,69 (1,59 ; 3,79) 0,75 (0,39 ; 1,11) 3,26 (1,75 ; 4,76) 2015/16 2,76 (1,59 ; 3,93) 0,77 (0,39 ; 1,15) 3,35 (1,75 ; 4,95) 2016/17 2,83 (1,6 ; 4,06) 0,79 (0,38 ; 1,19) 3,45 (1,75 ; 5,14)

1 De modo geral, os valores das elasticidades dispêndio-renda são maiores que os da elasticidade-renda tradicionais (Ver Homem de Melo, 1988, p.18)

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Fonte: Elaboração da AGE/MAPA com dados da CONAB. Nota: Os valores entre parênteses Linf e Lsup, se referem aos limites do intervalo de confiança das projeções a 95%.

* Modelos utilizados: Para exportação utilizou-se o modelo de espaço de estados

** Milhões de toneladas equivalentes a carcaça

milhões toneladas

2,83

0,10

0,00

0,790,08

3,45

0

2

4

1978/7

9

1980/8

1

1982/8

3

1984/8

5

1986/8

7

1988/8

9

1990/9

1

1992/9

3

1994/9

5

1996/9

7

1998/9

9

2000/0

1

2002/0

3

2004/0

5

2006/0

7

2008/0

9

2010/1

1

2012/1

3

2014/1

5

2016/1

7

Bovina Suína de Frango

Fig. 14 - Exportações de carnes – AGE Fonte: Elaboração dos autores para esse estudo 4. CONCLUSÕES

1. O agronegócio brasileiro tem potencial para crescer. Aumentos da população e da renda elevarão a demanda por alimentos. Países super populosos, como a China e Índia, terão dificuldade de atender às demandas, devido ao esgotamento de áreas agricultáveis. A disponibilidade de recursos naturais no Brasil é fator de competitividade.

2. Os resultados das projeções de grãos (Arroz, Feijão, Milho, Soja e Trigo) mostram que em 2016/2017 o Brasil terá uma produção de 148 milhões de toneladas, superior em 27% em relação a 2005/2006. Trigo, soja e milho lideram o aumento de produção em termos relativos. Quanto às carnes, o aumento de produção projetado para 2017 é de 44,7%, sendo que o aumento relativo mais expressivo se dará na carne de frango. Em quantidade produzida de carnes, o montante projetado para 2017 é de 31,4 milhões de toneladas, representando um acréscimo de 10 milhões de toneladas em relação a 2005/06.

Produção Brasileira de Grãos

4,94,03,5

116,6

55,740,8

11,8

51,572,4

148,1

7,512,7

0

50

100

150

200

Arroz Feijão Milho Soja Trigo Total

Fonte: Estimativas da AGE

milhões toneladas

Safra 2005/2006 Safra 2016/2017

Produção Brasileira de Carnes

9,9 8,92,9

13,2 14,6

3,6

31,4

21,7

0

10

20

30

40

Bovina de Frango Suina TotalFonte: Estimativas da AGE

milhões toneladas

2006 2017

3. A dinâmica do agronegócio brasileiro está vinculada à exportação, embora seja amplo o mercado interno. Produtos com mercados potenciais: carnes, soja, açúcar, álcool, frutas e madeira. Outros produtos tradicionais e novos, como o café, devem ser incentivados.

4. Para os próximos anos o fator dinâmico do crescimento será a produtividade. Na produção de grãos (soja, trigo, arroz, feijão e milho), a área plantada deve se expandir de 44,4 milhões de hectares na safra 2005/06 para 51,4 milhões de hectares em 2016/17, havendo portanto um acréscimo de 15,8%. O acréscimo de produção deverá ser de 28,5%

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5. Dados projetados indicam concentração crescente da produção e das exportações por poucos países para os principais produtos da agricultura (carnes, soja, milho, açúcar).

6. A solução dos graves problemas de logística e de infra-estrutura criará condições para o crescimento da produção e maior rentabilidade para o setor, visto a necessidade de escoamento a longas distâncias de produtos brasileiros. A não realização dos investimentos necessários no setor poderá se refletir em perda de competitividade internacional e na estagnação do agronegócio brasileiro.

7. Do ponto de vista do Estado, esforços especiais deverão ser envidados com vistas à disponibilização de tecnologias e melhorias do sistema de defesa sanitária.

8. A falta de apoio a tecnologias implicará perda de competitividade e de mercado internacional e menor remuneração ao agronegócio. Sem defesa eficiente e crescentes barreiras às exportações, tem-se, como conseqüência, perda do dinamismo do agronegócio.

5. BIBLIOGRAFIA

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abastecimento alimentar no Brasil. Brasília: SEPLAN-IPEA , PNUD-ABC, 1988. 423 p.

IBGE. Pesquisa de orçamentos familiares (POF). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em:4 ago. 2005b

MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br>. Acesso em setembro de 2006.

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SOUZA, Geraldo da Silva E; GAZOLLA, Rosaura; COELHO, Carlos Henrique Motta; MARRA, Renner; OLIVEIRA, Antonio Jorge DE. Mercado de Carnes: Aspectos Descritivos e Experiências com o uso de Modelos de Equilíbrio Parcial e de Espaço de Estados. Embrapa – SGE, Brasília.

USDA. USDA agricultural baseline projections to 2015. Disponível em: <http://usda.mannlib.cornel.edu/data-sets/Baseline>. Acesso em: março 2006.

USDA. USDA agricultural baseline projections to 2015. Disponível em: <http://usda.mannlib.cornel.edu/data-sets/Baseline>. Acesso em: february 2007.

USDA/Economic Research Service (ERS). Disponível em: <http://www.ers.usda.gov>. Acesso em junho de 2005b, e julho/2006.

USDA/Foreign Agricultural Service (FAS). Disponível em: <http://www.fas.usda.gov>. Acesso em maio de 2005c.

USDA/Foreign Agricultural Service (FAS). Disponível em: <http://www.fas.usda.gov. Acesso em outubro de 2006.

ANEXO

Modelos de Suavização Exponencial.

Os modelos de Suavização Exponencial são muito populares pela simplicidade, facilidade de implementação computacional e sua razoável precisão. O modelo ajustado às séries foi o modelo de Suavização Exponencial duplo ou Suavização Linear de Brown, adequados a séries com tendências. Este modelo considera um termo permanente determinístico composto por uma tendência linear mais flutuações puramente aleatórias que independem de um período para o outro.

Este método ajusta um modelo de tendência em que a informação mais recente possui maior peso que as informações anteriores. O que prejudica as previsões num horizonte distante, pois as informações bases são também previsões e conseqüentemente as estimativas tendem a se tornarem constantes.

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Podemos escrever a equação do modelo de Suavização Exponencial duplo da seguinte forma:

* *1

** * **1

(1 )

(1 )

t t t

t t t

Z Z a Z

Z Z a Z

αα

= + −

= + −

Sendo , 1,..., .t t t tZ T e t Nµ= + + = Sendo tµ o termo permanente, tT a tendência linear e

te o resíduo aleatório com média zero e variância constante. Neste caso tZ é a série de tempo

estudada, �a constante de suavização(<�� *tZ o valor alisado no instante t e **tZ o valor

alisado sobre a série *tZ .

A previsão para o valor t hZ + , com origem em t é dada por:

{ }* **

ˆ ˆ ˆ( ) . , 0,

ˆ .1

t t t

t t t

Z h Z hT h

T Z Zα

α

= + ∀ >

≅ −−

ou seja, a previsão é feita adicionando-se ao valor básico ( tZ ) a tendência multiplicada

pelo numero de passos à frente que se deseja prever (h).Para mais detalhes ver Montgomery e Johnson (1976).

Os ajustes e as projeções via Suavização Exponencial foram realizados pelo procedimento PROC FORECAST do SAS.

Modelos de Box e Jenkins (ARMA).

O modelo paramétrico de Box e Jenkins, também denominado modelo Auto Regressivo de Médias Móveis (ARMA) ajusta os dados de uma série temporal univariada, como uma combinação linear de valores passados, utilizando os processos autoregressivos e de médias móveis. Nesta classe de modelos, assume-se uma estrutura de correlação dos resíduos.

O modelo autoregressivo e média móvel de ordem p e q com média zero, denotado por ARMA(p,q), pode ser representado por (Box e Jenkins, 1976, pp. 74):

Φ(B)Zt = Θ(B)Yt

Onde Φ(B) = (1- Bφ 1 - B2φ2 -...- B

pφp) e Θ(B) = (1- Bθ1-B2θ2 -...-B

qθq), com p + q < n. Os termos Φ(B) e Θ(B) são funções polinomiais de B (operador atraso, tal que BZt = Zt – 1 e BYt = Yt – 1 ) que representam, respectivamente, a componente Autoregressiva (AR(p)) e a componente Média Móvel (MA(q)). Assume-se que o processo seja estacionário e invertível, i.e. que as raízes de Φ(B) e Θ(B) caiam fora do círculo unitário no plano Complexo (sem raízes em comum); e o termo Yt seja o ruído branco (aleatório) com média 0, variância 1 e E(Yt Ys) = 0 para t ≠ s.

Para aplicação deste modelo assume-se que a série é estacionária, porém muitas séries não são estacionárias. Felizmente, através de uma ou mais diferenciações as séries podem se tornar estacionárias. As séries diferenciadas são denominadas processos integrados de ordem ‘d’. Sendo d o número de vezes que o processo foi diferenciado para se tornar estacionário.

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Assim, o modelo ARMA se torna ARIMA (p,d,q), modelo autoregressivo integrado de médias móveis. Para mais detalhes ver Morettin e Toloi (2004).

Os ajustes e as previsões das séries históricas via modelos de Box e Jenkins foram realizados pelo procedimento PROC ARIMA do SAS.

Modelos em Espaço de Estados.

O modelo de espaço de estado é um modelo probabilístico de séries temporais multivariadas. Ele representa uma série temporal multivariada através de variáveis auxiliares, sendo algumas destas não observáveis diretamente. Estas variáveis auxiliares são denominadas vetores de espaço. O vetor de espaços resume toda a informação de valores do presente e do passado das séries de tempo relevante para a predição de valores futuros da série. As séries de tempo observadas são expressas como combinação linear das variáveis de estado. O modelo de Espaço de Estados é chamado de representação Markoviana ou representação canônica de um processo de séries temporais multivariado. Este modelo é descrito por Akaike (1976).

A representação em Espaço de Estados de uma série temporal estacionária multivariada de dimensão pode ser vista em detalhes em Dickey e Brocklebank (2004). Tem a forma

1t t tz Fz Ge−= +

onde tz é um processo estocástico vetorial de dimensão s r> , cujas r primeiras

componentes coincidem com tx e as demais s r− contêm toda a informação necessária para a

previsão de valores futuros de tz . F é uma matriz de transição s s× , G é uma matriz s r× e

te é um vetor de erros ou choques, de dimensão r . A seqüência te é um ruído branco

multivariado com vetor de médias nulo e matriz de variâncias-covariâncias Σ . Os parâmetros da representação em Espaço de Estados são estimados via máxima verossimilhança supondo-se que o vetor de choques residuais tem distribuição normal multivariada.

Os ajustes e as previsões das séries históricas via modelo de Espaço de Estados foram realizados pelo procedimento PROC STATESPACE do SAS.