111
Julho de 2013 Projecto Amboim Estudo Sectorial Café

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Julho de 2013

Projecto Amboim Estudo Sectorial – Café

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IFE | Estudo Sectorial – Café 1

Índice

1. Enquadramento de trabalhos 2

2. Sumário executivo 4

3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café 10

1. Enquadramento competitivo macro 10

2. Diagnóstico do sector em Angola 30

3. Modelo de desenvolvimento do sector do café 45

4. Estudo de pré-viabilidade 60

5. Medidas de acção do IFE 101

A

B

C

D

E

1.

2.

3.

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IFE | Estudo Sectorial – Café 2

Índice

1. Enquadramento de trabalhos

2. Sumário executivo

3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café

1.

2.

3.

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IFE | Estudo Sectorial – Café 3

Enquadramento de trabalhos

O Instituto do Fomento Empresarial (IFE) é uma entidade pública constituída em 2011, actuando em plena articulação com todos os órgãos Ministeriais. O IFE tem

como missão implementar, regulamentar, supervisionar e controlar a implementação das políticas e estratégias de fomento empresarial.

Neste contexto e na sequência da elaboração do Programa de Apoio às Grandes Empresas e Clusters Empresariais de Outubro de 2012, o IFE propôs-se analisar

em detalhe o potencial de actuação no sector do Café.

Dessa análise resulta o presente documento, que será estruturado da seguinte forma:

Café

1. Enquadramento competitivo macro: Análise da distribuição da produção e consumo mundial de café; posicionamento de Angola em

relação ao resto do mundo actualmente e no passado; identificação das variedades existentes e evolução de preços mundiais; análise à

cadeia de valor e principais players; ambiente competitivo e tendências de mercado; potenciais indústrias associadas à produção de café.

2. Diagnóstico do sector em Angola: Análise dos volumes de importação e exportação; estado actual da produção e identificação de

produtores; apresentação de resultados do inquérito aos principais players do sector.

3. Modelos de desenvolvimento do sector do café: Análise dos modelos adoptados em vários países produtores de café, explorando as suas

principais características, vantagens e desvantagens.

4. Estudo de pré-viabilidade: Plano de negócios e análise de rentabilidade de investimentos-tipo na produção de café, considerando modelos

de desenvolvimento concentrado e fragmentado.

5. Medidas de acção do IFE: Identificação e análise de formas de actuação do IFE no sector.

1. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 4

Índice

1. Enquadramento de trabalhos

2. Sumário executivo

3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café

1.

2.

3.

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IFE | Estudo Sectorial – Café 5

Sumário executivo (1/5)

CAFÉ

Fazendas agrícolas

Pequenos agricultores

-

50

100

150

200

250

'61 '64 '67 '70 '73 '76 '79 '82 '85 '88 '91 '94 '97

Mil ton.

Evolução da produção de café em Angola

Variedades de café

Produção e consumo mundial de café

Principais intervenientes no sector

• Angola foi nos anos ‟70 o terceiro

maior produtor de café do mundo,

tendo a sua produção reduzido

drasticamente com a Guerra.

• Nos anos „70 produziam-se 220-

250 mil toneladas de café

comercial em Angola, sendo a

produção actual estimada em 2 mil

toneladas.

• Existem dois tipos principais de

variedades de café comercializado

e consumido a nível mundial:

Robusta e Arábica.

• A variedade mais produzida em

Angola desde o início da produção

até aos dias de hoje é Robusta.

• Em África, tipicamente, os países

produzem mais Robusta, enquanto

na América Latina predomina

Arábica.

• As duas variedades têm diferenças

de sabor, métodos e regiões de

cultivo e consequentemente de

preço.

Pesos das variedades na produção

em Angola (anos ’70)

• O Brasil é desde o século XIX o

principal produtor mundial de café.

• A produção está geograficamente

distribuída pelas regiões

equatoriais e tropicais, estando o

consumo concentrado

maioritariamente na Europa, EUA,

e Brasil. Estas três regiões

representam cerca de 60% do

consumo mundial.

Principais regiões produtoras

Principais regiões consumidoras

Legenda

Exemplos Intervenientes Poder de

mercado

Embalagens

Aromas para bebidas

Máq. agr. e industr.

Máquinas de café

Fármacos

Porcelanas

Turismo n.a.

Moderado

Superficies comerciais

Horeca

Nestlé

DE Master Blenders

Kraft

Tchibo

Neumann Kaffee

Volcafe Ecom

Produtores

Intermediários

Torrefactores

Distribuidores

Sectores

complementares

Moderado

Elevado

Moderado/Elevado 96%

4%

Robusta Arábica

2. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 6

CAFÉ

O Café hoje em Angola

Angola importou cerca de 32 milhões de USD de extractos de café, chá, malte e preparações à base destes

produtos em 2011. Cerca de 80% deste valor tem origem em Portugal

As exportações de café, chá, mate e especiarias foram de cerca de 900 mil USD em 2012, sendo Portugal o

principal destino com 81% do valor. Este volume é muito pouco expressivo comparando com os níveis históricos

A estrutura de produção é dominada por pequenas plantações, sendo muito diferente dos anos ‟70 em que os

grandes produtores representavam 70% do total da produção.

As principais províncias de produção de café Robusta são:

Kwanza Sul

Kwanza Norte

Uíge

O planalto central de Angola é também indicado como propício para a produção de café Arábica, devido à

altitude e por ser uma região plana, no entanto a sua produção é relativamente residual.

Muitas das antigas fazendas foram reprivatizadas, mas têm actividade desconhecida.

Legenda:

Zonas de produção de Robusta

Zonas de produção de Arábica

As soluções dos produtores para o sector

Decorrente de entrevistas realizadas a alguns dos principais intervenientes do sector, as principais soluções

identificadas são:

Criação de laboratórios de análises de solos, de análise de qualidade do café e de cultura de tecidos;

Introdução de tecnologias avançadas na reprodução das melhores plantas (reprodução vegetativa - por estaca);

Certificação do café de Angola e variedades existentes;

Facilitação de financiamento à produção;

Facilitação na concessão de vistos de estrangeiros.

Número de respostas 4 4

3 3

2 2 2 2 2 2

3

Sumário executivo (2/5)

2. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 7

-8,6

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 1,3 1,3 1,4 1,4 1,4 1,4

5,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

CAFÉ

Características dos principais modelos de desenvolvimento do sector do café

Fluxo de caixa para o accionista – grandes produtores

Unid: milhões de USD

Estudos de pré-viabilidade

• Existência de muitas pequenas explorações

• Dimensão média das explorações de cerca

de 1 a 2 ha

• As explorações têm um cariz muito familiar,

são os membros da família que trabalham na

exploração

• Associação de produtores em cooperativas

• Técnicas de produção rudimentares

• Produtividade reduzida

• Existência de várias grandes explorações

âncora

• Elevado nível de mecanização na produção

• Concentração da propriedade das produções

• Utilização predominante de trabalho

assalariado

• A dimensão das explorações é muitas vezes

superior a 1.000 ha

• Os mesmos grupos têm muitas vezes várias

explorações espalhadas por uma região

Modelo de

base

fragmentada

Fluxo de caixa para os accionistas – pequenos produtores + cooperativa

Unid: milhões de USD

Modelo de

base

concentrada

Da elaboração de um plano de negócios de uma unidade agrícola de produção

de café com 1.000 ha com financiamento a 50% por capitais próprios, resulta

um montante de investimento pelo accionista de cerca de USD 8,6 M e uma

rentabilidade esperada de 8,5% com um payback a 13 anos.

Da elaboração de um plano de negócios de 1.000 pequenos produtores de

café com 1 ha cada um, associados em cooperativa, com financiamento a 50%

por capitais próprios, resulta um montante de investimento pelos accionistas

de cerca de USD 8,2 M e uma rentabilidade esperada de 4,6% com um

payback a 16 anos.

-8,2

0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,6 0,6 0,5 0,6 0,6 0,6 0,6

3,7

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Sumário executivo (3/5)

2. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 8

Tendo em conta as características do tecido produtivo, da economia Angolana actualmente e as principais necessidades dos agricultores de café, desenhou-se um

plano de acção no sector que envolve as seguintes medidas:

CAFÉ

Descrição das medidas

Desenvolvimento e disponibilização de estudos de

mercado e estudos estatísticos sobre café para

suporte ao investidor

Criação de estrutura estatística dependente do INE ou Ministério da Agricultura/INCA responsável pela

recolha, compilação e distribuição pública dos dados.

Criação de boletim estatístico com actualização periódica.

Desenvolvimento de técnicas de produção de café (parceria com INCA e faculdades)

Produção de regulamentação para declaração de dados estatísticos periódicos

1

Aproximação a traders internacionais de café e

torrefactores de referência, promovendo junto destes

a qualidade e potencialidades do produto Angolano

Roadshow junto dos principais intermediários internacionais promovendo atributos e medidas a ser

tomadas para aumento da produção de café em Angola.

Definição de um plano de marketing de promoção do café Angolano a nível internacional.

2

Desenvolvimento de centro de competência em café

para estudo laboratorial das condições de cultivo,

apoio ao produtor e disseminação de saber.

Contratação de técnicos estrangeiros altamente

qualificados

Criação de laboratórios de análises com técnicos qualificados, eventualmente em parceria com

empresas privadas internacionais.

Desburocratização de processos de importação de reagentes necessários à actividade dos

laboratórios.

Criação de cursos técnicos e pós-graduações de engenharia agrónoma com especialização em

cafeicultura em Angola.

3

Fomento das associações e cooperativas de

produtores como forma de dinamizar a produção de

pequenos produtores

Criação de uma associação nacional de cooperativas de produtores de café que congregue as

cooperativas todas do país e que sirva de fórum de discussão de políticas para o sector.

Atribuição de benefícios a cooperativas e aos seus associados, como por exemplo, equipamentos,

apoio técnico gratuito, acesso a matérias de consumo a preços privilegiados, disponibilização de

mudas de café de maior qualidade.

4

Angariação de investidores (nacionais ou

estrangeiros) para projectos em Angola, funcionando

como motores do desenvolvimento do sector

Criação de apresentação promocional para eventuais investidores com os seguintes temas: i)

apresentação de Angola; ii) indicadores económicos e crescimento; iii) medidas governamentais

recentes e impactos futuros; iv) sector agrícola de Angola; v) o sector do café; vi) business case de

produção de café.

Roadshow a principais players internacionias, convidando-os a comprar em Angola.

5

# Medidas propostas

Sumário executivo (4/5)

2. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 9

CAFÉ

Medidas propostas Descrição das medidas

Desenvolvimento de infra-estruturas (estradas de

acesso, portos, rede eléctrica, redes de

abastecimento de água, entre outros)

Apoio às iniciativas de desenvolvimento de infra-estruturas nas zonas rurais e de maior potencial de

crescimento. Controlo de desempenho de medidas de desenvolvimento de infra-estruturas básicas.

Revitalização das estradas que ligam as regiões produtoras como o Kwanza Norte e Uíge ao porto de

Luanda e as regiões produtoras do Kwanza Sul aos portos do Sumbe e Porto Amboim. Preparação destes

portos para a recepção de navios cargueiros de grande porte.

11

Programas de apoio aos produtores na redução da

volatilidade dos seus rendimentos

Disponibilização de seguros contra perdas por fenómenos naturais e extraordinários.

Subsidiação das perdas dos agricultores em caso de destruição das plantações por más condições

climatéricas ou por doença.

Apoio na aquisição de plantas para renovação de plantações destruídas em catástrofes naturais.

7

Disponibilização de terrenos a preços competitivos

(não especulativos) e com condições propícias ao

cultivo do café

Possibilidade de liberalização de transacções de terrenos agrícolas. Esta liberalização, eliminaria

especuladores e introduziria um desincentivo à não concretização dos projectos que seria o custo de

aquisição das fazendas.

Medição de produção e monitorização dos projectos de produção de café apresentados e introdução de

medidas de penalização a projectos não concretizados. Necessário actuar em parceria com Ministério da

Agricultura.

9

Programas de apoio ao investimento com subsidiação

do custo das plantas em projectos certificados

Criação de mecanismo de subsidiação ou financiamento bonificado do Estado para aquisição de plantas

com capacidade produtiva comprovada.

Certificação de variedades e produtores de plantas de qualidade.

Criação de estruturas técnicas de apoio à produção dos agricultores com técnicos especializados.

Atribuição de prémios anuais a produções com maior qualidade.

8

Incentivos fiscais e financeiros à actividade produtiva

de café

Redução ou isenção de impostos e taxas de exportação para projectos agrícolas no sector do café nos

primeiros anos de actividade.

Fixação de mecanismo de preço de referência que permita aos produtores garantir uma rentabilidade mínima.

Facilitação do acesso ao crédito pela via da criação de linhas de crédito bonificadas com taxas de juro mais

reduzidas.

10

#

Certificação de projectos e fiscalização da produção

de café em Angola, tendo em vista a qualificação da

oferta e como condição para obtenção de incentivos

públicos

Criação de estrutura de certificação de produtores com maior qualidade por variedade e método de cultivo

(ex. orgânico ou químico).

Atribuição de benefícios e incentivos à produção de projectos certificados (ex. subsídios e financiamentos

em condições melhores que as de mercado).

Monitorização com regularidade do cumprimento de requisitos para certificação e atribuição de prémios

anuais que distingam a qualidade.

6

Sumário executivo (5/5)

2. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 10

Índice

1. Enquadramento de trabalhos

2. Sumário executivo

3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café

1. Enquadramento competitivo macro

2. Diagnóstico do sector em Angola

3. Modelo de desenvolvimento do sector do café

4. Estudo de pré-viabilidade

5. Medidas de acção do IFE

A

B

C

D

E

1.

2.

3.

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IFE | Estudo Sectorial – Café 11

Estudo sectorial dos cafés

Notas introdutórias

I Angola foi nos anos „70 o 3º maior produtor mundial de café, sendo o principal produto de

exportação, superior em valor de exportação às de petróleo e de diamantes. Angola tinha

uma quota de mercado de exportação mundial de café de 7,4% em 1969.

II A principal variedade de café produzida em Angola em mais de 2.000 fazendas que existiam

na década de ‟70 era Robusta.

III Assumindo a produção de 1968, Angola seria hoje o 4º maior produtor mundial de Robusta e

no total, o 9º maior produtor de café do mundo.

Produção histórica de café em Angola

-

50

100

150

200

250

'61 '64 '67 '70 '73 '76 '79 '82 '85 '88 '91 '94 '97

Mil ton.

Actualmente, a produção de café em Angola é residual, sendo a sua reactivação, uma

oportunidade para fomentar exportações e indústrias e serviços associados. IV

O Brasil é desde o século XIX o principal produtor mundial de café. Em termos de consumo

destacam-se as regiões da América do Norte, UE-27, Rússia e Brasil. V

Na cadeia de valor, o café é submetido a várias transformações que em cada fase resultam

em produtos com valor acrescentado face à fase anterior. VI

96%

4%

Robusta Arábica

Peso das variedades produzidas em Angola

em 1969

VII Não existe correlação significativa entre os preços de café e de petróleo, havendo

potencialmente ganhos de diversificação de risco na balança comercial pelo aumento da

produção e exportação de café.

VIII Os ciclos de produção de café duram geralmente entre 8 a 9 meses, sendo que nas primeiras

plantações, a produção em cruzeiro ocorre usualmente no 7º ano.

IX Existem diferentes graus de concentração e de poder de mercado ao longo da cadeia de

valor, sendo os pequenos produtores, devido à sua elevada fragmentação, geralmente uma

das partes mais frágeis.

O café Robusta foi e

continua a ser a

variedade de café com

maior peso na produção

em Angola.

Em determinadas

regiões, com condições

climatéricas adequadas

e altitudes superiores,

era cultivado o café

Arábica.

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 12

Existem duas variedades principais de café, havendo países mais especializados

numa variedade, sendo mais Arábica na América Latina e mais Robusta em África

• Período flor a fruto: 9 meses

• Cultivado a altitudes acima de

800m

• Aroma mais apreciado e

considerado de qualidade

superior

• Preços mais elevados

• Menor teor de cafeína

• Maioritariamente produzido na

América Latina (84%)

• Produção mundial (2011/2012):

4.899 mil toneladas

Arábica Robusta

• Período flor a fruto: 10-11 meses

• Cultivado a menores altitudes

• Aroma mais amargo do que o

café Arábica

• Usado comummente em cafés

instantâneos

• Preços mais baixos

• Maior teor de cafeína

• Maioritariamente produzido na

Ásia (61%)

• Produção mundial (2011/2012):

3.354 mil toneladas

Legenda

Robusta

Arábica

Misto

44%

11%7%5%

5%

5%5%

2%

2%

2%

12%

Brasil Colômbia EtiópiaMéxico Peru GuatemalaHonduras Nicarágua Costa RicaÍndia Outros

Distribuição da produção mundial de café

35%

24%

15%

6%

5%4%

2%

2% 1%

1%

5%

Vietname Brasil IndonésiaÍndia Uganda Costa MarfimMalásia Tailândia CamarõesMadagascar Outros

84%

10%

6%

0%

América Latina África Ásia Outros

61%

25%

14%

Ásia América Latina África

9

12

14

18

7 1

4

x # de países produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 13

O Brasil destaca-se como o principal produtor de café do mundo consecutivamente

há mais de cem anos

Perfil de produção por país

%

Fonte: FAOStat; Countrystat; USDA

Top 10 produtores mundiais

Produção média 2006-2010; Mil Toneladas

TCMA 2006-2010; %

Rank 1

Produção 2.593

TCMA 3,1%

Rank 2

Produção 1.108

TCMA 4,8%

Rank 4

Produção 695

TCMA 1,9%

Rank 3

Produção 722

TCMA -6,6%

Rank 10

Produção 234

TCMA 3,6%

Rank 6

Produção 279

TCMA 4,7%

Rank 8

Produção 260

TCMA 1,0%

Rank 7

Produção 269

TCMA -0,6%

Rank 9

Produção 250

TCMA 3,9%

México

Guatemala

Honduras

Colômbia

Brasil

Peru

Etiópia

Índia

Índonésia

Vietname

>1 MT

[0,3MT:0,7MT]

<0,3MT

LEGENDA:

Rank 5

Produção 279

TCMA 3,2%

34%

14%9%

9%

4%

4%

4%

3%

3%

3% 13%

Brasil

Vietname

Colômbia

Indonésia

Índia

Etiópia

México

Peru

Guatemala

Honduras

Outros

Segmentação de Produção / Região (média)

%

Os 5 maiores produtores representam 70%

da produção mundial. Os 10 maiores

representam 87%.

Robusta Arábica

26%

97% 86%

68%

5%

100% 100% 100% 100%

95%

32% 14%

100%

74%

3%

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 14

A produção de café tem crescido nos últimos anos a um ritmo superior ao

verificado até finais dos anos 90, sendo expectável a manutenção dessa tendência

• A produção mundial de café cresceu a uma

taxa média anual de 1,3% de 1961 até

2013E.

• A maioria da produção é da variedade

Arábica, representando em 2013E, 59,5%

do total da produção mundial.

• O Brasil destaca-se por historicamente ter

sido recorrentemente o maior produtor de

café do mundo.

• Angola nas décadas de „60 e „70 alternava

entre o 3º e o 4º lugar no ranking de maiores

produtores mundiais de café.

• Assumindo o peso de café robusta de 1979

na produção mundial, em 1971, Angola teria

tido uma quota de mercado mundial de café

robusta de cerca de 21,3%

• A produção de café tem crescido nos últimos

anos a um ritmo significativamente superior

ao verificado até finais dos anos ‟90.

• Existem mais de 100 milhões de pessoas

que trabalham na produção e

processamento de café no mundo.

Fontes: FAO Stat; USDA; Tropical Commodity Coalition

-

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

Arabica Robusta Outros Indefinido

5.3 M ton

59,5%

3,6 M ton

40,4%

Países 1961

Brasil 49,2%

Colômbia 9,9%

Costa Marf. 4,1%

Angola 3,7%

Etiópia 2,8%

Países 1971

Brasil 32,3%

Colômbia 9,8%

Angola 5,0%

México 4,8%

Uganda 3,6%

5 m

aio

res

pro

duto

res

Países 2000

Brasil 27,8%

Vietname 11,7%

Colômbia 9,3%

Indonésia 8,1%

Costa Marf. 5,5%

Produção mundial de café Unid: milhares de toneladas; %

Países 2010

Brasil 37,7%

Vietname 14,3%

Indonésia 8,9%

Colômbia 6,7%

Índia 3,8%

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 15

Evolução de preços (sacos de 60kg) Unid: USD/saco

Fonte: Bloomberg

Estimativas Dados históricos

O café Arábica tem tendencialmente

preços superiores ao café Robusta.

O preço do café Arábica tem, no entanto,

uma maior variabilidade, tendo por isso a

produção de café Arábica um risco

acrescido.

O preço de café Arábica teve uma queda

significativa desde Abril de 2011.

A queda de preços foi motivada por

factores como uma menor procura devido

aos preços elevados e à quebra da

actividade económica mundial, assim

como a depreciação do real face ao dólar.

As estimativas de preços dadas por

analistas de investimentos e por contratos

forward transaccionados revelam uma

tendência de crescimento futura.

-

50

100

150

200

250

300

350

400

Arábica Robusta Futuros

É expectável um crescimento do preço do café nos próximos anos em paralelo ao

aumento da produção, com uma subida esperada de cerca de 15% nos próximos 2 anos

Principais factores que influenciam os

preços de café

Preços

Procura e

oferta

Meteorologia

Tipo de café

Factores políticos

e económicos Câmbios

Regulação

O café é a 2ª commodity

mais transaccionada no

mundo a seguir ao petróleo

!

Curva de

transacções

forward

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 16

Os tipos e qualidades dos grãos de café resultam em diferenças significativas de

preços

106

198

251

357

Cafés premium,

orgânicos e

certificados

Arábica lavado

Arábica seco

Robusta e arábica

de baixa

qualidade

198

278

357

423

152

238

304

390

+57%

+28%

+28%

+157%

Diferenciais de preços médios por tipo de café Unid: USD/saco

# Média do intervalo

Existem, em média, diferenças

significativas de preços no café com

base em:

i. Variedade da espécie de café -

Arábica ou Robusta

ii. Localização geográfica de origem -

Brasileiro, Vietnamita, Etíope, etc.

iii. Métodos de cultivo e de

processamento preliminar - seco ou

lavado, orgânico, certificado, etc.

O diferencial dos preços médios de café

entre os cafés robusta/arábica de baixa

qualidade e os cafés premium é de cerca

de 157%. Existe por isso uma

valorização significativa dos preços pela

qualidade dos grãos de café.

Fonte: DE Master Blenders

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 17

A evolução histórica de preços de café e petróleo indicam que poderão existir ganhos

de diversificação com o aumento da produção e exportação de café em Angola

Fonte: indexmundi

-30,00%

-20,00%

-10,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

Dez-8

2

Set-

83

Jun-8

4

Ma

r-8

5

Dez-8

5

Set-

86

Jun-8

7

Ma

r-8

8

Dez-8

8

Set-

89

Jun-9

0

Ma

r-9

1

Dez-9

1

Set-

92

Jun-9

3

Ma

r-9

4

Dez-9

4

Set-

95

Jun-9

6

Ma

r-9

7

Dez-9

7

Set-

98

Jun-9

9

Ma

r-0

0

Dez-0

0

Set-

01

Jun-0

2

Ma

r-0

3

Dez-0

3

Set-

04

Jun-0

5

Ma

r-0

6

Dez-0

6

Set-

07

Jun-0

8

Ma

r-0

9

Dez-0

9

Set-

10

Jun-1

1

Ma

r-1

2

Crude Oil Café Robusta

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Nov-8

2

Set-

83

Jul-8

4

Ma

i-85

Ma

r-8

6

Jan-8

7

Nov-8

7

Set-

88

Jul-8

9

Ma

i-90

Ma

r-9

1

Jan-9

2

Nov-9

2

Set-

93

Jul-9

4

Ma

i-95

Ma

r-9

6

Jan-9

7

Nov-9

7

Set-

98

Jul-9

9

Ma

i-00

Ma

r-0

1

Jan-0

2

Nov-0

2

Set-

03

Jul-0

4

Ma

i-05

Ma

r-0

6

Jan-0

7

Nov-0

7

Set-

08

Jul-0

9

Ma

i-10

Ma

r-1

1

Jan-1

2

Nov-1

2Crude Oil Café Robusta

Evolução mensal de preços de petróleo vs. café robusta nos últimos 30 anos Unid: (% de crescimento)

Índice de evolução de preços de petróleo vs. café robusta nos últimos 30 anos Unid: (Índice: base=100 em Nov-1982)

0,075

Coeficiente de

correlação

0,0005

Covariância

Os preços de café e de petróleo não são

significativamente correlacionados nem variam

de forma semelhante. Geram-se assim

potencialmente ganhos de diversificação de

risco através do aumento da produção e

exportação de café.

Nos últimos trinta anos os preços de café

mantiveram-se relativamente estáveis, com

uma redução face aos preços que eram

praticados nos anos „80.

O petróleo, por outro lado, teve uma evolução

de preços relativamente estável até meados da

década de 2000, tendo-se verificado um

aumento geral de preços para o nível actual

(cerca de 3,5x os preços de 1982).

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 18

61%27%

12%

América Latina Ásia África

África detém uma quota de 12% da produção mundial de café e apenas um dos seus

países figura no top-10 mundial, a Etiópia

>100 mT

[100mT:10mT]

<10 mT

LEGENDA: Produtores africanos

Actualmente, os maiores produtores

africanos de café são a Etiópia, Uganda e

Costa do Marfim.

Angola é o 17º produtor em 21 países, com

uma produção anual actualmente marginal.

!

Produção mundial

Fonte: USDA

Unid: mil ton.

Etiópia

Rank 1

Produção 347

% Robusta 0%

Uganda

Rank 2

Produção 194

% Robusta 80%

Costa Marfim

Rank 3

Produção 113

% Robusta 100% Tanzânia

Rank 4

Produção 54

% Robusta 39%

Quénia

Rank 5

Produção 45

% Robusta 0%

Camarões

Rank 6

Produção 42

% Robusta 87%

Madagáscar

Rank 7

Produção 32

% Robusta 95%

Togo

Rank 8

Produção 26

% Robusta 100%

Guiné

Rank 9

Produção 22

% Robusta 100%

RD Congo

Rank 10

Produção 17

% Robusta 64%

Ruanda

Rank 11

Produção 16

% Robusta 0%

Zâmbia

Rank 16

Produção 2

% Robusta 0%

Burundi

Rank 12

Produção 14

% Robusta 0%

Serra Leoa

Rank 13

Produção 4

% Robusta 100%

Gana

Rank 14

Produção 3

% Robusta 100%

Nigéria

Rank 15

Produção 2

% Robusta 100%

Angola

Rank 17

Produção 2

% Robusta 100%

África Central

Rank 18

Produção 2

% Robusta 100%

Malaw i

Rank 19

Produção 2

% Robusta 0%

Zimbabw e

Rank 20

Produção 1

% Robusta 0%

Libéria

Rank 21

Produção 1

% Robusta 100%

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 19

Fonte: Countrystat; USDA

Segmentação de Consumo/ Região (média)

%

Top 10 consumidores mundiais

Produção média 2007-2011; Mil Toneladas

TCMA 2007-2011; %

>1 MT

[0,3MT:0,7MT]

<0,3MT

LEGENDA:

Etiópia

Rússia UE - 27

Brasil

Rank 1

Consumo 2.636

TCMA 1,1%

Rank 2

Consumo 1.358

TCMA 0,4%

Rank 3

Consumo 1.123

TCMA 3,6%

Rank 4

Consumo 411

TCMA -0,1%

Rank 10

Consumo 118

TCMA 6,5%

Suíça

Canadá

Rank 6

Consumo 186

TCMA 4,2%

Japão

Filipinas

Rank 8

Consumo 125

TCMA 13%Rank 9

Consumo 119

TCMA -1,9%

Argélia

Rank 5

Consumo 238

TCMA 2,2%

Rank 7

Consumo 160

TCMA 6,0%

31%

16%

13%5%

3%2%

2%2%1%

1%

24%

UE-27

EUA

Brasil

Japão

Rússia

Canadá

Etiópia

Filipinas

Argélia

Suíça

Outros

Os 5 maiores consumidores representam

68% do consumo mundial. Os 10 maiores

representam 76%.

O consumo de café está concentrado nos países mais desenvolvidos pelo seu poder

de compra, existindo também alguns padrões culturais que influenciam o seu

consumo

Consumo por país

Número de copos de café/dia/consumidor

8,3

7,0

6,2

5,2 5,04,5

4,1 4,0 3,9 3,8 3,63,3 3,3 3,1

2,8 2,7 2,6 2,5 2,5

FI NO SE DK BE NL DE GB FR BR IT GR AU PL HU CZ RU ES PT

Consumo mundial

estimado para 2013

8,5 milhões de

toneladas

Fonte: DE Masterblends Europa Central e do Norte

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 20

Fonte: USDA, Macquarie; DE Masterblends

Consumo mundial de café

Milhares de toneladas

Nos últimos anos o crescimento do consumo da variedade Robusta tem sido mais

significativo que da variedade Arábica

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013F

Arábica Robusta Indefinido

Evolução do consumo

• A variedade de café mais consumido tem sido o

café Arábica, tendo no entanto perdido relevância

face ao café Robusta.

• O café Arábica cresceu 1,1% entre 2006 e 2013F

enquanto o consumo de café Robusta cresceu a

uma taxa de crescimento média anual de 3,7%

no mesmo período.

• O crescimento dos Robustas é sustentado por ser

uma opção mais barata para a constituição de

misturas de café, sendo atractivos para mercados

emergentes e segmentos de população de

rendimentos mais baixos nos mercados

tradicionais. A crise económica mundial tem

também tido um papel no aumento da relevância

dos cafés Robusta.

• O tipo de café que tem tido maior crescimento de

consumo é o café premium e com crescimentos

de dois dígitos entre 2005 e 2010. Este é também

o tipo de café mais caro vendido ao consumidor

final.

TCMA: 2,3%

Evolução de consumo por categoria de café

Preços por

tipo de café€/kg

% de

mercado

% cresc. ('05-

'10)

Premium 6,7 11% +22%

Normal 5,2 83% +1%

Económico 4,4 6% -33%

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 21

Desde as primeiras plantações até à produção em cruzeiro, dependendo das

localizações, poderão demorar cerca de 7 anos

3 a 4 anos para obter os

primeiros frutos

3 a 4 anos entre os primeiros

frutos e a produção em

cruzeiro Produção em cruzeiro

3 a 4 anos 7 anos

Timeline de arranque de uma produção de café

As primeiras colheitas

são de menor qualidade

e menos produtivas,

sendo que demora cerca

de 7 anos até à

produção em cruzeiro.

Ciclos de cerca de 8 a 9

meses entre a floração e

a colheita dos frutos das

árvores.

Floração

Ciclo de plantação de café em actividade cruzeiro

Primeiros frutos Colheita

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 22

Café cereja

Secagem Lavagem

Grãos secos Grãos lavados

Café comercial

Transporte

internacional

Intermediário

Torrefação e

moagem

Café torrado Café

instantâneo

Horeca Distribuição

alimentar Indústria

Pro

du

ção

Ag

ríco

la

Inte

rmed

iári

os

T

orr

efa

ção

D

istr

ibu

ição

Fonte: “The coffee value chain” (Fitter and Kaplinsky, 2001).

Ao longo da cadeia de valor, o café é submetido a múltiplas transformações que

adicionam valor ao produto, sendo no final da cadeia que maior valor é gerado

• A produção de café cereja é realizada nas

fazendas agrícolas que, por sua vez, as submetem

a processos de lavagem ou secagem e

posteriormente de descasque, que resultam em

grãos verdes de café comercial que são ensacados

e comercializados a nível mundial.

• Nesta fase poderão existir grandes fazendas que

têm plantações e capacidade de transformação das

bagas em grãos verdes, ou alternativamente

pequenos produtores que recorrem a cooperativas

com capacidade de transformação das bagas.

• Geralmente, é na fase de grãos verdes (café

comercial) que o café é exportado dos países

produtores para os países consumidores, sendo

nesta fase de soft commodity que o café é mais

transaccionado.

• Posteriormente, o café é submetido ao processo de

exportação que poderá incluir um intermediário,

responsável por fazer chegar o café aos destinos

de torrefação e moagem.

• Devido ao prazo de validade relativamente curto e

à necessidade de ajustamento a preferências

locais, a torrefação do café em grão ocorre

geralmente no país consumidor. Por outro lado, o

café instantâneo, tendo um maior prazo de

validade, poderá ser produzido e embalado no país

produtor.

• Após a transformação e embalamento do café

instantâneo e dos grãos de café torrado, estes são

distribuídos em redes de distribuição alimentar, no

canal Horeca e em lojas especializadas.

Especialidades

Descasque

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 23

Existem alguns grandes produtores agrícolas mundiais especializados na

produção de soft commodities, como por exemplo os apresentados abaixo

Exemplos de grandes produtores agrícolas de “soft commodities”

• Um dos principais produtores de agro-pecuária, de alimentos e de energias renováveis na América do Sul. Tem actividade na

Argentina, Brasil e Uruguai. A Adecoagro foi criada no ano 2002 e assenta a sua produção em modelos de sustentabilidade

que a permitiram crescer, trabalhando em terras próprias e diversificando o risco através de produção de vários produtos

agrícolas.

• Produz cereais, oleaginosas, produtos lácteos, açúcar, etanol, café e algodão numa área total 283 mil hectares.

• Na sua actividade agrícola tem obtido margens brutas entre 40% e 60% e margens EBITDA entre 20% e 30% para receitas

da ordem dos $ 230 milhões.

• Empresa fundada em 1977, é uma produtora de commodities agrícolas focada na produção de algodão, soja e milho. Foi a

primeira empresa da área cotada na bolsa.

• Tem 14 unidades de produção e 280 mil hectares plantados repartindo-se em 150,9 mil de soja, 76,3 mil de algodão, 47,6 mil

de milho e 5,6 mil de outras culturas como café, trigo, milho semente e cana.

• Margem bruta de cerca de 30%-35% e margem EBITDA entre 17% e 25% para receitas de $ 745 milhões.

Custos de produçãoCultura

tradicional

Cultura

comercial

Sombra

<1200

Sombra

>1200Sol >1200

Unid: USD

Custos variáveis

Trabalho - Colheita ($/Quintal) 15 15 15 15 15

Custos fixos (por ha)

Pessoal 287 314 387 407 426

Inputs e materiais 266 286 388 408 466

Reparação e manutenção 21 32 33 33 56

Comercial e suporte 54 60 82 86 96

Investimento de plantaçãoCultura

tradicional

Cultura

comercial

Sombra

<1200

Sombra

>1200Sol >1200

Unid: USD/ha

Plantação de árvores ($1/arv) - 28 104 124 160

Manutenção de árvores ($0,8/arv) - 22 83 99 128

Poda ($0,5/arv) - 14 52 62 80

Certificação 140 47 20 10 10

Treino de trabalhadores 18 6 26 1 1

Fonte: Universidade do Kansas (1999) - relativo a produção de café em El Salvador

Valores indicativos de investimento e custos de produção de café

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 24

Existe uma grande concentração de intermediários de café em que apenas três

players movimentam volumes significativos da produção mundial

Principais intermediários no

mundo Descrição de actividade

Volume de

negócios Margem Bruta EBIT RL

Grupo de 46 empresas presentes

em 28 países e uma quota de

mercado de 10% da procura mundial

de café. Tem também produções de

café (7.444 hectares) em 3

fazendas.

Empresa participada da ED&F

(trader de commodities histórica)

com operações na América do

Norte, Europa, Japão, Austrália.

Tem uma rede de armazéns,

centrais de compras, processamento

e preparação de café,

Trader de café, cacau, algodão e

açúcar. Um dos três maiores

intermediários no mundo de café e

no top-5 de cacau e algodão.

Fonte: One Source

4.801

2.524

n.d.

n.d.

n.d.

10,9%

n.d.

2,3%

n.d.

n.d.

0,8%

n.d.

Unid: Milhões de USD

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 25

Vários grupos alimentares dominam o negócio da torrefacção e comercialização

de café no mundo com destaque para a Nestlé e Kraft Foods

Principais torrefatores no mundo Descrição de actividade Margem Bruta EBIT RL

n.d.

n.d.

36%

n.d.

57%

59%

n.d.

56%

35%

n.d.

n.d.

n.d.

12%

n.d.

5%

3%

24%

15%

7%

n.d.

n.d.

n.d.

10%

n.d.

2%

0%

n.d.

8%

n.d.

n.d.

Fonte: One Source

• Grupo de empresas do sector

alimentar. É o maior torrefactor de

café do mundo.

• Grupo de empresas do sector

alimentar. É o segundo maior

torrefactor de café do mundo.

• Empresa especializada em café do

Grupo Sara Lee.

• Empresa de retalho alimentar com

actividade de torrefacção de café.

• Empresa especializada na

torrefacção e distribuição de café.

• Empresa especializada na

torrefacção e distribuição de café.

• Empresa de retalho alimentar

americana com actividade de

torrefacção de café.

• Empresa com uma rede de cafés a

nível mundial e com actividade de

torrefacção.

• Grupo de empresas do sector

alimentar com actividade de

torrefacção.

• Empresa alemã com uma rede de

mais de 1.000 cafés sobretudo na

Europa Central.

Fonte: One Source; R&C das empresas. DE Master Blenders

Unid: Milhões de sacos; Milhões de USD

12 a

15

milh

ões d

e

saco

s

7

milh

ões

de s

aco

s

2 a

5 m

ilh

ões d

e s

aco

s

Vo

lum

es d

e t

orr

efa

cção

Média

11%

Média

5%

Média

48%

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 26

44 45 47 48 50

2627

2829

31

66

66

7

9094

97101

105

-

20

40

60

80

100

2006R 2007R 2008R 2009R 2010R 2011E 2012E 2013E 2014E 2015E

Café Chá Outras Indefinido

66,9%

13,6%

6,6%

12,9%

Retalho moderno Retalho tradicional Horeca Outros

As lojas de retalho moderno (supermercados e hipermercados) dominam a

distribuição de café mundial com cerca de 67% do mercado

Valor do mercado mundial de bebidas quentes

Milhares de milhões de USD

75

78 81

84 87

TCMA: 3,9%

TCMA: 3,7%

Fonte: Datamonitor - “Global Hot Drinks”, MarketLine Industry Profile, Fevereiro de 2012

Distribuição do mercado por canal de venda

Intervenientes na distribuição em Angola

Pastelarias Nilo

Kero

Horeca

Retalho tradicional

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 27

O ambiente competitivo é diverso ao longo da cadeia de valor, sendo os

pequenos produtores frágeis face às forças dos mercados internacionais

Pro

du

tore

s

ag

ríco

las

Inte

rmed

iári

os

T

orr

efa

cto

res

D

istr

ibu

ido

res

Ambiente competitivo Poder de

mercado

Margem bruta

média

Fonte: Datamonitor - “Global Hot Drinks”, MarketLine Industry Profile, Fevereiro de 2012

A produção mundial de café apresenta-se fragmentada por cerca de 25 milhões de produtores, a grande

maioria dos quais de micro, pequena ou média dimensão. Assim, apresentam-se estes como sujeitos às

oscilações de preços internacionais e à concentração verificada em termos dos seus clientes

(intermediários).

Moderado

Os supermercados e hipermercados representam cerca de 67% das vendas ao público. Desta forma,

têm um poder significativo sobre torrefactores. No canal Horeca, a marca e programas de fidelização

dos torrefactores apresentam-se como factores de retenção de cliente, minimizando o poder negocial

deste canal.

O mercado de torrefactores de café é fragmentado em termos globais, verificando-se a proeminência de

players de relevo em termos nacionais em paralelo a alguns players globais. Marca, dimensão (na

torrefacção) e valia da presença nos canais de distribuição (nomeadamente Horeca) constituem-se

como factores de diferenciação e barreiras à entrada de players.

Moderado

O número de intermediários, nomeadamente internacionais, é relativamente pequeno, desempenhando

estes um papel fundamental na ligação de produção e consumo. Três empresas destacam-se (Neumann

Kaffe Gruppe, Volcafe e Ecom Agroindustrial). Elevado

Moderado

Elevado

~10%

35% - 60%

30%-60%

n.d.

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 28

O aumento do rendimento disponível nas economias emergentes e uma crescente

sofisticação do consumo nos países tradicionalmente consumidores sustentam

perspectivas positivas para o crescimento da procura mundial

• Desenvolvimento de nichos de mercado assentes em cafés de alta qualidade

• Cultura dos blends, à semelhança do ocorrido com as castas vitivinícolas

• Diferenciação pela embalagem, pela comunicação e pela facilidade de utilização / aplicação

• Concorrência crescente de outras bebidas (chás, águas com sabor, bebidas energéticas,…)

• Crescentes aplicações dos cafés em outras bebidas e produtos alimentares

• Para produto standard, concorrência crescente no factor preço e maior utilização da variedade robusta

Me

rca

do

s t

rad

icio

na

is

(Eu

rop

a, E

UA

,…)

• Aumento do rendimento disponível para um número muito significativo da população, com consequente aumento do

consumo per capita de café

• Crescimento populacional

• Introdução / crescente aplicação do café nas dietas alimentares

• Maior utilização da variedade robusta (mais acessível)

Me

rca

do

s e

me

rge

nte

s

(Ch

ina

, In

dia

, R

ússia

., …

)

+

+

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 29

l

O crescimento da produção de café poderá contribuir para indústrias e serviços

paralelos ou complementares de valor acrescentado

Fármacos

Máquinas

agrícolas e

industriais

Máquinas

de café

Produção de

café

Embalagens

Aromas

para

bebidas

Turismo

Porcelanas

Exemplos de indústrias e serviços em que a produção de café poderá ter impacto directo positivo

Embalagens de plástico e vidro para café

Bebidas refrigerantes com

aromas elementos derivados do

café. Ex. Coca Cola, Redbull

Produção de produtos

farmacêuticos com elementos

derivados do café. Ex. cafeína

Produção de máquinas de café Maquinaria relacionada com a

produção e transformação do

café.

Produção de chávenas para

utilização doméstica e no canal

Horeca.

Turismo relacionado com

antigas produções. Turismo

rural e histórico.

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 30

Índice

1. Enquadramento de trabalhos

2. Sumário executivo

3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café

1. Enquadramento competitivo macro

2. Diagnóstico do sector em Angola

3. Modelo de desenvolvimento do sector do café

4. Estudo de pré-viabilidade

5. Medidas de acção do IFE

A

B

C

D

E

1.

2.

3.

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IFE | Estudo Sectorial – Café 31

O café é uma cultura já secular em Angola com algumas variedades de qualidade

reconhecida internacionalmente

Enquadramento histórico

• A história do café em Angola confunde-se com a história das regiões onde é produzido, tendo-se tornado uma cultura que atravessou várias gerações de famílias,

ao longo de mais de 150 anos.

• Marcos históricos: em 1835 o café era já cultivado na região do Cazengo (Kwanza Norte); em 1890 iniciou-se o seu cultivo no Amboím (Kwanza Sul); em 1905 a

produção estendeu-se a Cabinda e no ano 1912 começou a ser cultivado na região do Uíge, expandindo-se rapidamente para toda a região de floresta do norte de

Angola.

• Inicialmente, o café era produzido de forma rudimentar por pequenos agricultores que o cultivavam e trocavam directamente em entrepostos comerciais no litoral

por outros bens necessários ao seu dia-a-dia. Apenas no século XX a produção começou a ser realizada de forma ordenada e com foco na produtividade.

• No pré-independência, a cultura de café era a principal fonte de receitas de exportação de Angola, estendendo-se a área de cultivo por cerca de 650 mil hectares.

Nesta altura, a produção atingiu cerca de 220 mil toneladas repartidas entre 2.000 grandes fazendas e cerca de 60 mil pequenos agricultores.

Regiões e variedades

• As principais variedades de café em Angola são:

• Robusta Amboim – Kwanza Sul

• Robusta Ambriz – Uíge

• Robusta Cazengo – Kwanza Norte

• Robusta Cabinda – Cabinda

• Arábica – Bié, Huambo, Huíla e Benguela

• Destas destaca-se a variedade Robusta Amboim cultivado em altitude, num clima húmido,

aproximando-se organolepticamente ao Arábica, sendo a sua qualidade reconhecida

internacionalmente.

• 95% do café produzido em Angola cresce sob sombra sem recurso a adubos minerais de

forma significativa.

99,5

81,8

50,4

34,6

3,3 2,2 1,9 1,6 0,7 0,8

0,6

0,7

0,50,5

0,3

0,2

0,3

0,20,3

Uíge KwanzaS

KwanzaN

Bengo Bié Benguela Cabinda Huambo Malanje Zaire

Produção histórica (ton) Produtividade média (ton/ha)

Produção histórica e produtividade das províncias

(picos de produção pré-independência)

Fonte: INCA

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 32

Existe um potencial significativo de aumento de produção de café tanto pelo aumento

de produtividade como da expansão de áreas de produção

Principais municípios de produção

Uíge

Uíge

Kitexe

Songo

Negage

Bungo

Kimbele

Damba

Kwanza Sul

Amboím

Libolo

Kilenda

Conda

Seles

Sumbe

Mucaba

M. Zombo

Puri

Buengas

S. Pombo

Cangola

Ebo

Quibala

Mussende

Cassongue

Waku Kungo

Kwanza Norte

Ambaca

Banga

Bolongongo

Cazengo

Golungo Alto

Bengo

Kibaxe

Nambuangongo

Bula Atumba

Pango Aluquém

Kiculungo

Gonguembo

S. Cajú

Mapa de produção actual em Angola

Fonte: INCA

• As principais regiões de produção de café historicamente localizam-se nas

províncias do Uíge, Kwanza Sul, Kwanza Norte e Bengo, existindo ainda outras

seis províncias com produção, no entanto a níveis significativamente inferiores.

• Adicionalmente, existem algumas regiões com produção de Arábica

espalhadas sobretudo pelo planalto central, e vastas áreas com potencial de

exploração futura sobretudo no centro e norte do país.

Brigadas técnicas

Estações experimentais

Arábica

Robusta

Zonas com potencial de exploração Le

gen

da

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 33

O café angolano é produzido sobretudo em explorações familiares que se

concentram nas regiões do Uíge, Kwanza-Sul e Kwanza-Norte

Estrutura produtiva do café angolano

Fonte: INCA

Preços dos vários tipos de café

Produção de café em Angola

Unid.: „000 ton.

A produção de café em Angola concentra-se nas regiões do Uíge, Kwanza-Norte e

Kwanza-Sul, que representam cerca de 75% da área cultivada com café e 74% dos

produtores. A grande maioria das explorações - 98% - são explorações familiares.

O preço por kg de café mabuba é cerca de 46% do preço da mesma

quantidade de café comercial. O café Arábica apresenta preços 35% a

45% superiores ao café robusta.

Preço actual de vários tipos de café

Unid.: AKZ/kg

A produção de café em Angola tem

vindo a aumentar ao longo dos últimos

10 anos. De acordo com o INCA, a

produção em 2012 ultrapassou as 10

mil ton. A FAO estima uma produção

de 2 mil ton. Existem players no

sector que sugerem que a produção

real deverá rondar as 2-3 mil ton.

Apesar das diferenças de estimativas,

existe um potencial de crescimento da

exploração de café no país

significativo.

Explorações

agrícolas

familiares

Explorações

agrícolas

empresariais

Explorações

agrícolas

familiares

Explorações

agrícolas

empresariais

ProdutoresÁrea

(ha)

Uíge 6.697 150 11.384 3.000 6.837 14.384 58%

Kuanza-Sul 6.643 272 11.293 5.440 6.915 16.733 67%

Kuanza-Norte 4.567 - 6.064 - 4.567 6.064 24%

Bengo 2.018 50 3.945 1.000 2.068 4.945 20%

Cabinda 1.530 - 2.601 - 1.530 2.601 10%

Bié 773 - 1.314 - 773 1.314 5%

Benguela 730 - 1.190 - 730 1.190 5%

Huambo 699 - 1.188 - 699 1.188 5%

Malange 390 - 530 - 390 530 2%

Huíla 370 - 490 - 370 490 2%

Total 24.417 472 39.999 9.440 24.879 49.439 100%

Nº de Cafeicultores Área com café(ha) Total

Províncias %Total

Tipo de café Mabuba Comercial

Café robusta Amboim 60,00 130,00

Café robusta Ambriz 55,00 120,00

Café robusta Cazengo 55,00 120,00

Café Robusta Cabinda - -

Café Arábica 80,00 175,00

4.000 4.125 4.5725.241

5.8956.982 7.050

9.220

10.758

13.21011.950

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012*

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 34

Existem alguns organismos dependentes do Estado com funções associadas ao café

com recursos técnicos e financeiros limitados

Instituições públicas associadas ao café

Instituto Nacional do Café de Angola

• O Instituto Nacional do Café de Angola é o percursor do antigo Instituto do Café de Angola, e é um organismo dependente do Ministério da Agricultura,

Desenvolvimento Rural e Pescas. É um órgão de coordenação técnica e económicas com competências para:

• Execução das políticas relacionadas com o café;

• Acompanhamento e controlo da actividade cafeeria, palmar e cacau;

• Fomento cafeícola desde a produção até à comercialização e exportação;

• Investigação e experimentação.

O INCA tem representação em todas as províncias produtoras através de brigadas técnicas que acompanham os trabalhos dos produtores e através de três

estações experimentais (Ganda –Arábica; Uíge – Robusta Ambriz e Cazengo; e Gabela – Robusta Amboim) com actividade de investigação e produção de

plantas.

Cafangol

• Empresa pública com actividade de compra de café comercial em todo o país, armazenagem, rebenefício, torrefação, distribuição e exportação de café

nas suas várias formas

Procafé

• Tem como actividade a comercialização de pequenos equipamentos agrícolas e bens de primeira necessidade aos agricultores de café, bem como a

comercialização de café no mercado interno.

Fundo de Desenvolvimento do Café

• Tem como objectivo principal o financiamento de projectos de desenvolvimento das actividades de produção, preparação, transporte, armazenagem

investigação científica e comercialização interna e externa do café. As suas receitas eram derivadas essencialmente de uma taxa fixa à exportação de

café e das doações internacionais. Como actualmente o volume de exportação de café não é expressivo, o fundo está quase inoperacional. Para 2013,

existem indicações na imprensa de que o Estado pretende atribuir um montante acima de 5 milhões de USD ao fundo.

Fontes: INCA; MINADER

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 35

Principais países de exportação por valor (K USD) Principais países de exportação por peso (ton)

Em termos de exportação, nos últimos anos registou-se um aumento substancial

para Portugal, destacando-se também os pesos de Espanha e a Coreia do Norte

Fonte: Serviço Nacional de Alfândegas

# Valor 2008 2009 2010 2011 2012 Média

Unid: K USD

1 Portugal 791 228 340 665 730 551

2 Espanha 140 154 104 330 115 169

3 Coreia do Norte - - - - 42 8

4 Cabo Verde 31 - - - - 6

5 África do Sul - - 18 1 - 4

6 Outros 6 197 38 1 9 50

Total 968 579 500 997 897 788

Taxa cresc. n.a. -40% -14% 99% -10% n.a

# Peso Líquido 2008 2009 2010 2011 2012 Média

Unid: toneladas

1 Portugal 260 116 170 306 351 241

2 Espanha 52 69 57 137 49 73

3 Coreia do Norte - - - - 17 3

4 Cabo Verde 16 - - - - 3

5 África do Sul - - 9 0 - 2

6 Outros 82 94 18 1 1 39

Total 410 279 255 444 418 361

Taxa cresc. n.a. -32% -9% 74% -6% n.a

-

100

200

300

400

500

600

700

800

900

2008 2009 2010 2011 2012

Portugal Espanha Coreia do Norte

Cabo Verde África do Sul Outros

-

50

100

150

200

250

300

350

400

2008 2009 2010 2011 2012

Portugal Espanha Coreia do Norte

Cabo Verde África do Sul Outros

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 36

Principais exportadores por valor (K USD) Principais exportadores por peso (ton)

Fonte: Serviço Nacional de Alfândegas

Os 5 principais exportadores representam cerca de 93% do total de exportação,

sendo a Angonabeiro o principal player

-

100

200

300

400

500

600

700

2008 2009 2010 2011 2012

Angonabeiro Griangol Cafangol

Jorana F. C. A Outros

-

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009 2010 2011 2012

Angonabeiro Griangol Cafangol

Jorana F. C. A Outros

# Valor 2008 2009 2010 2011 2012 Média

Unid: K USD

1 Angonabeiro 436 201 216 511 627 398

2 Griangol 140 - 135 277 115 134

3 Cafangol 147 118 91 38 116 102

4 Jorana 5 233 - - - 48

5 F. C. A 72 27 34 115 29 55

6 Outros 169 0 24 55 9 51

Total 968 579 500 997 897 788

Taxa cresc. n.a. -40% -14% 99% -10% n.a

# Peso Líquido 2008 2009 2010 2011 2012 Média

Unid: toneladas

1 Angonabeiro 105 99 102 222 299 166

2 Griangol 52 - 70 105 49 55

3 Cafangol 68 66 50 16 51 50

4 Jorana 81 111 - - - 38

5 F. C. A 31 2 17 67 18 27

6 Outros 73 0 15 34 1 25

Total 410 279 255 444 418 361

Taxa cresc. n.a. -32% -9% 74% -6% n.a

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 37

1. Fazenda de Luís Coca

Comuna de Dinge, Cocango, Cabinda

2. Associação dos Produtores e Comercializadores de Café no Uíge

Fazenda Boa Entrada 15 km a Sul da cidade do Uíge

3. Fazenda Kinfuma

Aldeia Kawenda, Negage, Uíge

4. Fazenda Kimacua

Comunas de Muau e Bingo, Ambaca, Kwanza Norte

5. Comuna Cage-Mazumbo

12 associações de camponeses com fazendas, Nambuangongo,

Bengo

6. Fazenda Kissama Lumbu

Ngombe Ya Maquiama, 15 km noroeste de Pango Aluquém, Bengo

7. Fazenda de Macongo Pascoal

Golungo Alto, Kwanza Norte

8. Fazenda Quilombo

Ndalatando, Kwanza Norte

9. Fazenda Cabuta

25km a Norte de Calulo, Libolo, Kwanza Sul

10. Fazenda Luati

Libolo, Kwanza Sul

11. Associação Cooperativa de produtores de Café de Amboim

Sede da cooperativa de Assango o maior produtor de Amboim

12. Fazenda Tcisolla II

Aldeia Kachaca, Chipipa, Huambo

13. C.A.D.A

Vila da Boa Entrada, Amboim

14. Fazenda Mamarrosa

M´banza-Kongo, Zaire

15. Fazenda Margarido

Quicabo, Bengo

16. Fazenda Chinguar

Bié

Existe pouca informação pública sobre as localizações das fazendas de café no país,

no entanto identificaram-se as seguintes

1

2

3

4

5

7

8

9

10

11

11

12

13

14

15

16

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

Legenda

Moxico

Kuando

Kubango Cunene

Huíla

Lunda

Sul

Uíge Zaire

Huambo

Bié

K. Sul

Luanda

Cabinda

K.

Norte

Fazendas novas ANGOLA

6

Fazendas antigas com actividade

conhecida

Fazendas antigas sem actividade

conhecida Principais áreas produtoras

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 38

Adicionalmente, foram identificadas algumas fazendas que foram reprivatizadas no

passado, sendo no entanto a sua actividade incipiente ou desconhecida

As fazendas

nacionalizadas e

reprivatizadas no

passado encontram-se

na maioria dos casos

inactivas ou com

actividade muito

reduzida.

De acordo com o Instituto

Nacional de Café, cerca

de 50% das fazendas de

médio e grande porte

licenciadas e adjudicadas

para produção de café

estão inoperantes.

Existem ainda vastas

áreas identificadas e

comprovadas como

potencialmente aptas

para produção de café.

# Fazenda Localização Província

1 Santarem Bengo

2 Santo André K.Sul

3 Rio Gi la

4 Montes Hermínios Bengo

5 Limiana K.Sul

6 Boa Esperança-N'Hime

7 Antoave Uíge

8 Belo Horizonte K.Sul

9 Benvinda Ii E I i i Bengo

10 Adela ide Bengo

11 Monte Alegre K.Sul

12 Boa Vis ta

13 Sofia K.Sul

14 Paulo Jorge Bengo

15 Vale Formoso

16 Pumbassa i Uíge

17 Tentativa K.Sul

18 Santo António Bengo

19 &Miguel

20 Sagr K.Norte

21 Bengueje

22 Cahama K.Sul

23 Azevo

24 Boa Viagem

25 Belo Horizonte Bengo

Reprivatizações I

FAZENDAS CAFEICOLAS: Produtos Agrícolas/Café

# Fazenda Localização Província

26 Maria Fernanda

27 Novo Horizonte K.Sul

28 Tumba Samba

29 Império Bengo

30 Lus íadas K.Norte

31 Lufua

32 Rio Luaty K.Sul

33 Cabuta

34 Rio Bungo

35 Kingumba K.Sul

36 Cambui la

37 S.José

38 Lussamba

39 Luisa Maria Uíge

40 Sande Bengo

41 Maria El i sabeth K.Sul

42 Monte Alegre Bengo

43 Loo

44 Kibuba K.Sul

45 Alcanede Bengo

46 Maria Gracinda

47 Quixico 1

48 Sassa Ca lombo

49 Quixico 2

50 Benção

Reprivatizações II

FAZENDAS CAFEICOLAS: Produtos Agrícolas/Café

# Fazenda Localização Província

50 Benção

51 Mazumbo

52 Bom Jardim K.Norte

53 Maria Beatriz

54 Lunza

55 Santa Joana

56 Gumba K.Sul

57 S.B.M. Flor Uíge

58 Kibaba E Va le Do Loma Bengo

59 Vera Cruz

60 Kibuba K.Sul

61 Kiulo Bengo

62 Mutembo

63 Matos Vaz K.Norte

64 Rainha Santa Bengo

65 Kimakende K.Norte

66 Cafussa

67 Monte Alegre

68 Vis ta Alegre Bengo

69 Gimbo

70 Mondego

Reprivatizações III

FAZENDAS CAFEICOLAS: Produtos Agrícolas/Café

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 39

Moxico

Kuando

Kubango Cunene

Huíla

Lunda

Sul

Uíge Zaire

Huambo

Bié

K. Sul

Cabinda

K.

Norte

ANGOLA

Cabuta

Belo

Horizonte

INCA estação

experimental

INCA Kwanza

Sul

• As produções actualmente existentes têm

produtividades muito reduzidas (125kg/ha

vs. produtividade normal de 3.000kg/ha)

• Algumas das zonas historicamente de

grande produção encontram-se ocupadas e

de difícil recuperação (ex. CADA)

• Alguns projectos mais industrializados, e

com unidades hoteleiras associadas

começam a dar os primeiros passos de

recuperação das produções (Cabuta)

Cabuta

Na visita à província do Kwanza Sul foi possível verificar que existem já algumas

produções com actividade, no entanto a níveis muito reduzidos

Belo

Horiz

onte

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 40

As reuniões realizadas com entidades ligadas à produção de café permitiram recolher

informações sobre o estado actual do sector e caminhos de desenvolvimento (1/4)

• Devido à guerra, os cafezais ficaram sem tratamento e as plantações antigas, muitas vezes com 30 a 40 anos, não são

adubadas e têm falhas de plantas.

• Para recuperar as plantações é necessário realizarem-se investimentos e disponibilizar financiamento.

• Será necessário certificar as fazendas e apostar na maximização da produtividade das plantas.

• Foram obtidos dados de produtividade e de custos de produção das plantações e da indústria de torrefacção.

• Fazenda que nos anos ‟70 produzia café, sisal, pecuária e hortícolas.

• Antigamente era propriedade do Sr. João Nunes Barata que foi para o Brasil e é actualmente um dos maiores produtores de

café.

• O café produzido actualmente é 100% Robusta Amboim e é vendido para ser processado na Fazenda Cabuta.

• Devido à guerra, as plantações são antigas, não foram tratadas durante muitos anos e têm baixa produtividade.

• Uma das iniciativas para aumentar a produtividade seria a criação de um laboratório de cultura de tecidos em que fosse

realizada a reprodução vegetativa das melhores plantas. Para tal, será necessário ter técnicos especializados.

• Foram obtidos dados para produção de business plan de produção agrícola de café.

Fazenda Cabuta

Fazenda Belo

Horizonte

Estação

Experimental do

INCA no

Kwanza Sul

Entidade Principais notas de reuniões

Responsável do

INCA para o

Kwanza Sul

• O Estado terá um papel fundamental para desenvolvimento do sector através de criação de mecanismos de financiamento,

construção de estradas de acesso, criação de laboratórios de análises de solo, de análises de qualidade, criação de cursos

especializados na produção de café.

• O desenvolvimento do sector do café poderá trazer benefícios significativos à economia quer pelo aumento de rendimento das

populações e redução de desemprego quer pela fixação de populações rurais.

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 41

• O mercado angolano ainda tem várias dificuldades para qualquer investidor, como sendo:

• Dificuldades em encontrar pessoal qualificado.

• Adaptação de pessoal expatriado à vida rural é difícil.

• Existem dificuldades legais e custos de prospecção na aquisição de terrenos.

• Desburocratização de processos, procurar parcerias, facilitar atribuição de vistos serão fundamentais para o

desenvolvimento do tecido empresarial.

Agrolíder

Entidade Principais notas de reuniões

• O INCA tem responsabilidades de materializar as políticas do Governo para o café.

• As fazendas de café encontram-se em localizações de guerra onde a maioria das pessoas fugiram.

• Ainda não foi possível reactivar as fazendas de grande dimensão uma vez que faltam competências técnicas e investimento no

sector.

• Seria viável a criação de projectos turísticos associados à produção de café em fazendas cafeícolas.

• O café angolano ainda não é certificado.

• Actualmente a produção mundial encontra-se mais mecanizada e em zonas planas sem sombra.

• Dificilmente hoje em dia Angola poderá chegar ao 3º lugar na produção mundial de café, no entanto é possível chegar às 250

mil toneladas de produção dos anos ‟70.

• Os principais investimentos no desenvolvimento de uma plantação de café estão relacionados com os equipamentos,

fertilizantes e preparação dos solos (desmatar e normalizar o PH dos solos).

INCA - Sede

António Faceira

As reuniões realizadas com entidades ligadas à produção de café permitiram recolher

informações sobre o estado actual do sector e caminhos de desenvolvimento (2/4)

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 42

• Robusta de Angola é de muita qualidade e bastante apreciado.

• Nos mercados internacionais verifica-se uma crescente procura pelas variedades robusta, sendo efectivamente uma grande

oportunidade o desenvolvimento da produção de café em Angola.

• No passado, 50% das necessidades de café Robusta da Torrié vinham de Angola, no entanto actualmente praticamente não

tem expressão devido à baixa produção no país.

• A procura potencial de café Robusta de Angola para a Torrié seria de cerca de 400 a 500 toneladas. Actualmente o

abastecimento não chega a 20 toneladas por ano (5% do potencial).

• Actualmente o café robusta angolano é caro comparativamente com o café de outras localizações e chega ao importador com

pedras e lixos. Por vezes o café vem misturado (novo com velho).

• Os traders internacionais não trabalham com o café angolano devido à reduzida produção.

• A Torrié tem uma variedade de cápsulas de café para o mercado doméstico chamada Angola, que tem uma receptividade

excepcional em Portugal, sobretudo na região de Lisboa, possivelmente devido à população angolana residente ou da

população portuguesa com ligações a Angola.

• Actualmente a Torrié não tem uma presença expressiva em Angola (ao contrário de Cabo Verde onde têm uma posição

consolidada), devido à necessidade de criação de uma estrutura local, não tendo sido ainda encontrado o parceiro adequado.

• Reconhecem no entanto a atractividade do mercado de Angolano (Horeca e doméstico), dado o seu crescimento e hábitos de

consumo de café.

José Maria

Vieira

(Torrié)

Entidade Principais notas de reuniões

Foi igualmente realizada uma reunião com dois torrefactores que confirmaram as

potencialidades para o desenvolvimento de um cluster de café em Angola (3/4)

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 43

• Angonabeiro é o principal distribuidor de café torrado em Angola, operando com as marcas Delta e Ginga. É também o principal

comprador de café comercial em Angola.

• Segundo a Angonabeiro, da observação de mercado, a produção de café comercial em Angola deverá rondar as 3 mil toneladas

por ano, significativamente abaixo da produção oficial estimada pelo INCA.

• Hoje em dia, a mão-de-obra disponível é escassa e cara. O custo de mão-de-obra ronda os 500 AKZ por meio-dia de trabalho, o

que compara com custos laborais no Vietname de 1 USD por um dia inteiro.

• As empresas que realizam o rebeneficiamento do café em Angola são a Cafangol e a Rebecafe. Estas duas empresas utilizam

equipamentos obsoletos e com muitas falhas.

• Após 1975, registou-se uma quebra de conhecimento pelo abandono dos fazendeiros originais e mesmo dos respectivos

trabalhadores, devido à existência de guerra nas regiões de produção. Neste momento, a produtividade das plantas em Angola

é de cerca de 1Kg por planta que compara com 6 a 10Kg por planta no Brasil.

• Existem dois modelos que poderiam fazer sentido em Angola. O primeiro seria a aposta em grandes plantações, mecanizadas,

com fertilizantes e ao Sol, com produção em escala. O outro seria o de produção de café orgânico (sem recursos a fertilizantes)

que apresenta preços superiores, mas menor produtividade. Este modelo seria o mais apropriado para produções familiares de

menores dimensões e teria um efeito social significativo através da produção com rendimentos estáveis e ocupação das

populações do interior.

• Um modelo de desenvolvimento do sector misto, com pequenos agricultores e grandes fazendeiros que poderão servir de

agregadores de café, deverá ser aquele que melhor se adequa.

• A redução do número de intervenientes no café poderá facilitar a implementação de medidas de fomento, reduzindo os

processos burocráticos e incentivando a eficiência.

• A certificação do café biológico será importante para o desenvolvimento do sector no sentido de promover a produção de

qualidade e dar garantias aos compradores (inexistente à data).

Angonabeiro

Entidade Principais notas de reuniões

Foi igualmente realizada uma reunião com dois torrefactores que confirmaram as

potencialidades para o desenvolvimento de um cluster de café em Angola (4/4)

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 44

Abaixo apresenta-se um resumo das respostas quanto à actual situação do sector em

Angola e potenciais soluções

5

4

2 2 2 2

4

Tema Resultados

(nº de respostas) Principais pontos abordados

As principais razões para os níveis actuais de produção

identificadas pelas entidades contactadas estão relacionadas com:

Guerra nas regiões de produção e abandono dos proprietários

Plantas são bastante antigas (30-50 anos) e pouco produtivas

As acessibilidades às fazendas ainda são difíceis

Não existe certificação do café angolano e das suas variedades

Dificuldades no escoamento da produção

Falta de know-how técnico no país e dificuldades de

recrutamento

Foram ainda identificadas outras razões como a burocracia do

Ministério da Agricultura, dificuldades de obtenção de fertilizantes

com regularidade, métodos de cultivo ancestrais, preços baixos do

café e maior rentabilidade de outras culturas.

Principais razões

para a produção

reduzida em Angola

4 4

3 3

2 2 2 2 2 2

3

Formas de

desenvolver o

sector

(soluções)

As principais soluções identificadas para desenvolver o sector são:

Criação de laboratórios de análises de solos, de análise de

qualidade do café e de cultura de tecidos

Introdução de tecnologias avançadas na reprodução das

melhores plantas (reprodução vegetativa - por estaca)

Certificação do café de Angola e variedades existentes

Facilitação de financiamento à produção

Facilitação na concessão de vistos de estrangeiros

Desburocratização dos processos do Estado

Criação de cursos de formação agrícola especializada em café

Alteração de legislação das terras

Melhorar métodos de cultivo

Estabelecimento de parcerias com entidades com know-how

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 45

1. Enquadramento de trabalhos

2. Sumário executivo

3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café

a) Enquadramento competitivo macro

b) Diagnóstico do sector em Angola

c) Modelo de desenvolvimento do sector do café

a) Caracterização sumária dos modelos de desenvolvimento

b) Análise de benchmark de modelos de desenvolvimento

d) Estudo de pré-viabilidade

e) Medidas de acção do IFE

Índice

A

B

C

D

E

1.

2.

3.

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IFE | Estudo Sectorial – Café 46

• Existência de muitas pequenas explorações

• Dimensão média das explorações de cerca de 1 a 2 ha

• As explorações têm um cariz muito familiar, sendo os membros

da família que trabalham na exploração

• Pode existir a mistura de culturas: os agricultores cultivam

juntamente com a cultura do café (rendimento) outras culturas de

subsistência no mesmo espaço

• Técnicas de produção rudimentares

• Reduzida utilização de fertilizantes e produtos químicos

• Mecanização inexistente ou quase inexistente

• Baixos níveis de qualificação dos produtores

• Utilização de mão-de-obra intensiva no período da colheita

• Maior exposição das plantas a pragas e doenças

• Inexistência de meios para a protecção das plantações

face a condições meteorológicas adversas

• Rede viária com elevada capilaridade

• Rede de transportes terrestres troncais (ferroviários ou

rodoviários) com ligação a portos

• Portos marítimos com capacidade de escoamento

• Rede de abastecimento de água e electricidade às regiões

produtoras e acesso aos agricultores

• Preparação dos solos nas regiões produtoras (em regiões

montanhosas será mais crítico)

• As vendas fazem-se a uma cooperativa, associação de

produtores ou a um intermediário privado

• O produto destinado à exportação será vendido pelas

cooperativas ou intermediários a exportadores

• As cooperativas têm um cariz regional, existindo normalmente

associações de cooperativas que representam os produtores a

nível nacional

• As organizações de produtores podem desenvolver a certificação

da qualidade do produto

O desenvolvimento do sector do café pode passar por dois tipos de modelos. O

Modelo de Base Fragmentada baseia-se na atomicidade dos produtores agrícolas que

desempenham apenas as funções primárias na cadeia de valor

Principais características: Método de produção

Canal de vendas e organização de produtores Infra-estruturas necessárias

Modelo de

Base

Fragmentada

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 47

O Modelo de Base Concentrada assenta num conjunto de explorações âncora de

grande dimensão em que a produção é feita de forma intensiva e com incorporação de

um maior número de elos da cadeia de valor

• Existência de várias grandes explorações âncora

• Elevado nível de mecanização na produção

• Utilização intensiva de fertilizantes e produtos químicos

• Concentração da propriedade das produções

• Utilização predominante de trabalho assalariado

• A dimensão das explorações é muitas vezes superior a 1.000 ha

• Os mesmos grupos têm muitas vezes várias explorações

espalhadas por uma região

• As grandes fazendas possuem técnicas de cultivo

tendencialmente mecanizadas (rega, adubação, tratamento de

pestes e doenças, colheita)

• Uma grande máquina de colheita chega a substituir 150 a 500

homens, aumentando a produtividade e reduzindo os custos

• Os produtores desenvolvem investigação na área do café

• O nível de formação dos produtores é elevado

• Utilização de técnicas de produção avançadas

• Rede viária de acesso às principais fazendas (as redes de

acesso às plantações são desenvolvidas pelos produtores)

• Rede de transportes terrestres troncais (ferroviários ou

rodoviários) com ligação a portos

• Portos marítimos com capacidade para receber navios cargueiros

• Rede de abastecimento de água e electricidade às regiões

produtoras com baixa capilaridade

• Preparação dos solos nas regiões produtoras (em regiões

montanhosas será mais crítico)

• Os grandes grupos privados produtores de café conseguem

negociar directamente com as empresas exportadoras ou

transformadoras

• Este tipo de produtores associam-se entre si com o objectivo de

discutir as políticas para o sector com o Estado

• Os grandes produtores servem frequentemente de intermediários

dos pequenos produtores, comprando-lhes a produção e

colocando-a nos canais de distribuição

Principais características: Método de produção

Canal de vendas e organização de produtores Infra-estruturas necessárias

Modelo de

Base

Concentrada

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 48

• Maior facilidade em obter ganhos de exportação pela

maior escala dos produtores

• Deverá ser necessário um número elevado de

produtores para haver um impacto real na balança

comercial pelas exportações

• Criação de empregos assalariados

• Menores necessidades de mão-de-obra

• Auto-emprego das populações

• Geração de rendimentos para as populações

mais pobres

• Fixação da população nas regiões produtoras

• Tendo em conta que as plantações demoram vários

anos a alcançar o pico de produção, será crítico que

sejam atribuídos incentivos no início das plantações

por forma a atrair um maior número de investimentos

• Dadas as limitações técnicas dos produtores,

dificuldades de obtenção de equipamentos, plantas

financiamento e fertilizantes, o Estado é obrigado a

ter um papel mais presente junto dos agricultores

e atribuir-lhes incentivos à produção

• Maior facilidade de colocação de café no mercado

internacional e de contacto com os intermediários

• Maior exigência de investimento inicial e de

capacidade de financiamento

• Produção fragmentada leva uma maior dificuldade na

colocação do produto no mercado internacional

• A maior dificuldade de coordenação e transformação

do café exige a existência de cooperativas

• Maior exigência de infra-estruturas públicas

• Facilita a instalação de tecnologias de irrigação,

fertilização e desinfestação

• Facilita o transporte da produção

• Economia de escala na utilização de factores de

produção

• Menores economias de escala

• Dificuldades no uso de tecnologias mecânicas

• Dificuldades de transporte da produção

Abaixo identificam-se qualitativamente os pontos fortes e fracos de cada um dos

modelos

Modelo de base fragmentada Modelo de base concentrada

Produtividade agrícola

Emprego e rendimento da população

Impacto na balança comercial

Relevância da subsidiação estatal

Facilidade de implementação

Legenda:

Fácil Difícil Intermédio

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 49

1. Enquadramento de trabalhos

2. Sumário executivo

3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café

a) Enquadramento competitivo macro

b) Diagnóstico do sector em Angola

c) Modelo de desenvolvimento do sector do café

a) Caracterização sumária dos modelos de desenvolvimento

b) Análise de benchmark de modelos de desenvolvimento

d) Estudo de pré-viabilidade

e) Medidas de acção do IFE

Índice

A

B

C

D

E

1.

2.

3.

Page 51: Projecto Amboim - 154.116.255.62154.116.255.62/images/pdf/cafe.pdf · cadeia de valor e principais players; ... Superficies comerciais Horeca ... Decorrente de entrevistas realizadas

IFE | Estudo Sectorial – Café 50

Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (1/8)

Colômbia

História e importância do café: O café foi introduzido na Colômbia no período colonial pelos jesuítas. O café

tornou-se um dos principais produtos exportados pela Colômbia na segunda metade do século XIX. Hoje em dia, o

café colombiano é reconhecido pela sua qualidade em todo o mundo.

Modelo produtivo: Durante o século XIX, a produção de café estava muito concentrada em grandes explorações.

A descida do preço internacional do café combinada com a Guerra dos Mil Dias na transição do século XIX para o

século XX fizeram com que os grandes proprietários sofressem grandes dificuldades, acabando por levar ao seu

fim. Deu-se nesta altura uma enorme mudança no sistema produtivo colombiano, surgiram muitos pequenos

produtores de café, migrantes de várias zonas do país que ocuparam novos territórios nas zonas central e

ocidental do país. Em 1927, surge a Federación Nacional de Cafeteros de Colombia que ainda hoje representa

mais de 500 mil produtores de café e está na base de todo o sistema de produção, transformação e promoção do

café colombiano.

Papel do Estado: O Estado colombiano tem um papel muito activo na regulação e no desenvolvimento do sector

do café. O Acuerdo de Política Cafetera para os anos 2008 a 2011, estabelece várias medidas de apoio ao sector

acordadas entre o Estado e os produtores. Exemplos dessas medidas são, a garantia de um preço mínimo pago

aos agricultores por tonelada de café ou a concessão de apoios em fertilizantes aos agricultores que façam a

renovação das plantas. Existem várias medidas que têm como objectivo, apostar na produtividade, na

racionalização das áreas agrícolas, na investigação, na assistência técnica, na concessão de crédito, e

simultaneamente assegurar a protecção do preço pago aos agricultores.

• Produção (mil sacos): 9.000

• Produção (mil ton.): 540

• % Arábica: 100%

• % Robusta: 0%

• Exportação (mil sacos): 8.850 – 98%

da produção

• Área utilizada: 780 mil ha

• Yield: 692 kg / ha

• N.º de árvores: 3.970 milhões

• Densidade: 5.089 árvores / ha

• População total (milhões): 45

• N.º de produtores: mais de 550 mil

pequenos produtores

• Produtores (% da população): 1%

• Dimensão: 96% dos produtores têm

explorações com menos de 5 ha

• Preço para o agricultor:

• 2012: 758 USD / ton

• 2011: 1.089 USD / ton

• 2010: 821 USD / ton

COLÔMBIA

Fonte: USDA, FNCC, Ministério de Agricultura e

Desarrollo Rural

• Até ao final do século

XIX a produção era

dominada por grandes

produtores

• Existem mais de 500 mil produtores de café

• A Federación Nacional de Cafeteros de Colombia (FNCC) representa

quase a totalidade destes produtores

• A FNCC é responsável pela emissão de autorizações de exportação e

pela distribuição dos apoios do Estado ao sector

• Existe uma relação muito próxima entre os representantes dos

produtores e o Estado no desenvolvimento de políticas para o sector

• Os produtores estão organizados em cooperativas regionais que

fazem a intermediação na sua relação com a FNCC

(2012/2013)

Grandes Produtores Pequenos Produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 51

Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (2/8)

Costa do Marfim

História e importância do café: A cultura do café foi introduzida na Costa do Marfim pelos franceses. Após a

independência, a produção de café cresceu rapidamente, favorecida pelo proteccionismo dos governos das

décadas de 60 e 70 do século XX. A Costa do Marfim chegou a ser o terceiro maior produtor mundial de café.

Actualmente, a sua produção está significativamente abaixo dos níveis dessa altura.

Modelo produtivo: A produção de café na Costa do Marfim baseia-se em pequenas explorações agrícolas de

cariz familiar com pouca utilização de meios tecnológicos e químicos. A produtividade é muito baixa. Para este

facto também contribui a idade das plantas de café. Estas plantas perdem capacidade produtiva com a passagem

do tempo, a sua substituição não tem sido feita.

Papel do Estado: O Estado tem adoptado vários tipos de políticas ao longo das últimas décadas. Inicialmente

adoptou uma postura proteccionista, sendo que desde as décadas de 80 e 90 vinha liberalizando o sector da

produção de café. Nos últimos anos, tem-se verificado uma quebra substancial na produção devido à falta de

planeamento e de investimento e também às duas guerras civis que o país viveu no século XXI. Os conflitos

internos que as eleições de 2010 geraram no país foram prejudiciais à produção agrícola. O presidente deposto,

numa tentativa de se manter no poder tentou nacionalizar o sector da produção de café e cacau. O vencedor das

eleições impediu os portos de enviarem mercadoria para fora do país. A UE chegou a proibir as importações de

café e cacau da Costa do Marfim nessa altura. Esta situação levou a que houvesse meses em que o país não

exportou as suas principais fontes de rendimento.

• Produção (mil sacos): 1.800

• Produção (mil ton.): 108

• % Arábica: 0%

• % Robusta: 100%

• Exportação (mil sacos): 1.700 – 94%

da produção

• Área utilizada: n.d.

• Yield: os pequenos produtores

conseguem em média 400 kg / ha

• N.º de árvores: n.d.

• Densidade: n.d.

• População total (milhões): 22

• N.º de produtores: cerca de 440 mil

• Produtores (% da população): 2%

• Dimensão: As explorações têm

normalmente entre 1,5 e 5 ha

• Preço para o agricultor:

• 2012: 210 USD / ton

• 2011: 194 USD / ton

• 2010: 123 USD / ton

COSTA DO MARFIM

Fonte: USDA, Ministério da Agricultura da Costa

do Marfim

• Presença residual

• No passado a produção

e exportação de café era

totalmente controlada

pelo Estado

• A maior parte da produção é realizada por produtores tradicionais

• Existem cerca de 440 mil pequenos produtores

• Não existem apoios para estes produtores, as plantas estão a

envelhecer e a perder qualidade

• A produtividade deste tipo de produção é muito baixa

• A produção tem sido muito prejudicada pelas condições climáticas e

pelas condições políticas nos últimos anos

(2012/2013)

Grandes Produtores Pequenos Produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 52

Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (3/8)

Etiópia

História e importância do café: A Etiópia é considerada o berço do café. Foi o povo que habitava esta zona que

começou a utilizar na sua alimentação o café, que crescia de forma selvagem. O café é uma das principais

culturas agrícolas da Etiópia, representa mais de 25% das exportações do país, sendo que mais de 15 milhões de

pessoas dependem directa ou indirectamente desta actividade.

Modelo produtivo: Quase toda a produção é realizada por pequenos agricultores de forma artesanal, sem

recurso a pesticidas ou fertilizantes. Estes pequenos produtores encontram-se na maioria dos casos associados

em cooperativas que permitem que todos tenham acesso a uma série de serviços comuns como por exemplo:

controlo de qualidade, apoio técnico e administrativo e também instalações de processamento de café (secagem,

lavagem, etc.). A Oromia Coffee Farmers Cooperative Union é uma das organizações que congrega várias

cooperativas, contando com mais de 200 mil pequenos produtores de café. As uniões de cooperativas preocupam-

se em escoar o produto e transferir a maior parte do rendimento do café para os agricultores.

Papel do Estado: O Estado desenvolve iniciativas produtivas, detendo cerca de 25 mil hectares de plantações.

Para além disso, criou a Coffee and Tea Authority como forma de prestar um maior apoio aos agricultores e

fomentar o desenvolvimento da qualidade do café etíope. O governo desenhou um plano para 2010 – 2015 de

desenvolvimento da agricultura, o objectivo é o de exportar 600 mil ton. de café em 2015 (crescimento de 55%

face a produção actual).

• Produção (mil sacos): 6.450

• Produção (mil ton.): 387

• % Arábica: 100%

• % Robusta: 0%

• Exportação (mil sacos): 3.650 - 57% da

produção

• Área utilizada: 530 mil ha

• Yield: 730 kg / ha

• N.º de árvores: 1.325 milhões

• Densidade: 2.500 árvores / há

• População total (milhões): 94

• N.º de produtores: mais de 1 milhão de

pequenos produtores agrícolas

• Produtores (% da população): 1%

• Dimensão: a maioria das explorações

tem 1-2 ha

• Preço para o agricultor:

• 2012: 467 USD / ton

• 2011: 661 USD / ton

• 2010: 388 USD / ton

ETIÓPIA

• 5% a 10% da produção

• 5% da área cultivada

• O maior produtor

individual é o Estado

• Maior produtividade e

densidade

• Produção em grandes

plantações

• 90% a 95% da produção

• 95% da área cultivada

• Mais de 1 milhão de pequenos produtores agrícolas

• Organizados em cooperativas

• Baixa produtividade, baixa densidade de plantas

• Produção em pequenas hortas ou em sistema semi-florestal

(2012/2013)

Fonte: USDA, ICO

Grandes Produtores Pequenos Produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 53

Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (4/8)

Indonésia

História e importância do café: O café foi introduzido na Indonésia pelos holandeses na época colonial. Foram

os holandeses que dominaram a produção e comercialização do café Indonésio até à independência do país após

a II Guerra Mundial. Actualmente, a Indonésia é o terceiro maior produtor mundial de café.

Modelo produtivo: Após a independência, as explorações de café Indonésias foram nacionalizadas ou

abandonadas. Actualmente, mais de 90% do café é produzido por pequenos produtores com explorações que não

ultrapassam 1 ha. Estes pequenos produtores vendem o café a intermediários que o colocam no mercado

internacional. Existem ainda algumas explorações de média e grande dimensão, com 1.000 a 2.000 ha. que são

originárias do tempo colonial. A Indonésia tem condições naturais que permitem o cultivo de muitas variedades de

café diferentes. Apesar disso o café Robusta é o dominante.

Papel do Estado: Antes da independência da Indonésia, o Estado holandês desenvolveu várias infra-estruturas

como caminhos-de-ferro e portos que permitiam ligar as zonas produtoras de café aos mercados consumidores.

Após a independência, algumas grandes plantações foram nacionalizadas (e continuam a pertencer ao Estado até

hoje) e outras foram abandonadas. Actualmente, o Governo está empenhado no desenvolvimento de um sistema

de certificação do café indonésio. Um dos objectivos do Governo é incentivar a transição dos pequenos produtores

para a produção de café Arábica e apoiar a substituição das plantas mais antigas.

• Produção (mil sacos): 9.700

• Produção (mil ton.): 582

• % Arábica: 18%

• % Robusta: 82%

• Exportação (mil sacos): 8.100 – 84%

da produção

• Área utilizada: 1.170 mil ha

• Yield: 497 kg / ha

• N.º de árvores: 1.235 milhões

• Densidade: 1.056 árvores / ha

• População total (milhões): 248

• N.º de produtores: cerca de 2 milhões

• Produtores (% da população): 0,8%

• Dimensão: A dimensão média das

explorações é de 0,6 ha

• Preço para o agricultor:

• 2012: n.d.

• 2011: n.d.

• 2010: n.d.

INDONÉSIA

Fonte: USDA, ICO

• Existem algumas

plantações com mais de

1.000 ha que foram

deixadas pelos colonos

holandeses e são

actualmente detidas

pelo Estado ou por

privados

• As grandes plantações

ocupam cerca de 4% da

área total de produção

• Mais de 90% da produção é realizada por pequenos produtores

• O tamanho médio das explorações ronda 0,6 ha

• Cerca de 96% da área plantada é detida por pequenos produtores

• Existem quase 2 milhões de pequenos produtores de café na

Indonésia

• A produtividade é baixa pela aposta em café de menor valor e pela

perda de produtividade das plantas que têm envelhecido

(2012/2013)

Grandes Produtores Pequenos produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 54

Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (5/8)

México

História e importância do café: O México é o 7º maior produtor do mundo de café. Apesar disso, o México

possui um dos consumos internos de café mais baixos do mundo (cerca de 700 gramas per capita anuais). Nos

últimos anos, o México registou uma estagnação no seu volume de produção de café devido à falta de iniciativas

governamentais de apoio ao sector, à idade avançada das plantas de café, à falta de fertilização dos solos e ao

aumento dos custos com o pessoal nas plantações.

Modelo produtivo: A produção de café no México, é maioritariamente, feita por pequenos agricultores na sua

maioria de origem indígena que utilizam técnicas de cultivo ancestrais, cerca de 90% dos produtores têm

explorações com menos de 2 ha. Contudo, nem sempre foi assim, até meados do século XX o café era produzido

em grandes explorações detidas por europeus que empregavam mão-de-obra indígena. Antigamente, os

pequenos produtores vendiam a sua produção a intermediários e não tinham consciência do funcionamento do

mercado internacional de café, não aproveitando subidas nas cotações. Actualmente, estão mais organizados em

pequenas associações e existem algumas entidades regionais que promovem o desenvolvimento do sector.

Papel do Estado: O governo mexicano está a estudar um programa de plantio de variedades de café resistentes

ao fungo roya, que se espalhou pelas lavouras do Estado de Chiapas e destruiu muitas plantas. O governo do

México desenvolveu em 2010 estratégias de apoio à produção de café em 9 Estados do México com vista a

estimular a produção e apoiar financeiramente o sector. Os principais problemas apontados pelos produtores são

a idade avançada das plantas e a necessidade de maior acompanhamento técnico, o Estado orientou o seu plano

de acção para dar resposta a estes e outros problemas identificados.

• Produção (mil sacos): 4.100

• Produção (mil ton.): 246

• % Arábica: 95%

• % Robusta: 5%

• Exportação (mil sacos): 2350 - 57% da

produção

• Área utilizada: 780 mil ha

• Yield: 315 kg / ha

• N.º de árvores: 900 milhões

• Densidade: 1.153 árvores / ha

• População total (milhões): 117

• N.º de produtores: mais de 500 mil

produtores, a maioria são indígenas

• Produtores (% da população): 0,4%

• Dimensão: Cerca de 87% da área

cultivada está repartida em plantações

com menos de 10 ha.

• Preço para o agricultor: n.d.

MÉXICO

Fonte: USDA

(2012/2013)

• Até meados do século

XX a produção era

dominada por grandes

produtores europeus

• Actualmente as

explorações com mais

de 50 ha ocupam 7% da

área cultivada

• Existem mais de 500 mil produtores de café, a maioria de origem

indígena

• 70% das explorações têm menos de 1 ha e 20% têm entre 1 e 2 ha

• Existem várias associações locais de produtores e algumas

entidades regionais que congregam as vontades desses agentes

• O Estado tem desenvolvido pouco o sector nas últimas décadas mas

recentemente tem invertido essa política lançando planos de

resposta às necessidades dos pequenos produtores

Grandes Produtores Pequenos Produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 55

Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (6/8)

Peru

História e importância do café: O Peru ocupa actualmente o terceiro lugar como produtor de café na América do

Sul. A produção de café do Peru alcançou o recorde de 5,2 milhões de sacos em 2011, um aumento de 29% em

relação ao ano anterior. O Peru é o principal produtor mundial de café orgânico (sem recurso a químicos).

Modelo produtivo: A produção de café no Peru é feita maioritariamente por pequenos produtores, contudo,

destes, apenas cerca de 30% pertencem a alguma cooperativa ou associação de produtores. A Junta Nacional del

Café é a instituição que representa os produtores junto do Estado, apesar das cooperativas associadas apenas

representarem cerca de 40 mil produtores.

Indicações técnicas: Os rendimentos médios rondam os 900 kg/ha, podendo chegar a 2.300 kg/ha entre os

produtores mais eficientes. Os produtores de café replantam a cada 20 ou 30 anos devido ao alto custo de

substituição das plantas que ronda os 3.000 USD / ha. Os custos de manutenção das plantas representam cerca

de 800 USD / ha anualmente. O custo médio de produção é de cerca de 1,41 USD / kg, dos quais cerca de 80%

dizem respeito à força laboral. O café cresce à sombra, com uma densidade média de plantas de 2.000 plantas

por hectare. É escolhido a dedo e desidratado, dando-lhe um grande potencial para a segmentação dos mercados

de alta qualidade

Papel do Estado: Em 2012 a produção de café no Peru ficou abaixo da expectativa devido a um surto do fungo

roya. O fungo roya espalhou-se por cerca de 130 mil hectares de plantações de café no país. O governo peruano

tenta fornecer meios aos produtores para evitar a destruição causada por esta doença. O Plan Estratégico de la

Caficultura Nacional estabelece os princípios orientadores da política do governo no apoio ao sector.

• Produção (mil sacos): 4.800

• Produção (mil ton.): 288

• % Arábica: 100%

• % Robusta: 0%

• Exportação (mil sacos): 4.630 - 96% da

produção

• Área utilizada: 350 mil ha

• Yield: 822 kg / ha

• N.º de árvores: 545 milhões

• Densidade: 1.557 árvores / há

• População total (milhões): 30

• N.º de produtores: 150 mil produtores

• Produtores (% da população): 0,5%

• Dimensão: uma fazenda média tem

entre 2 e 3 hectares

• Preço para o agricultor: n.d.

PERU

Fonte: USDA

(2012/2013)

• Os grandes produtores

de café não têm uma

produção muito

expressiva no Peru

• Existem mais de 150 mil produtores de café de pequena dimensão

• A dimensão média das explorações está entre os 2 ha e os 3 ha

• Existem várias associações locais de produtores, contudo a maioria

dos produtores não se encontram associados

• A elevada fragmentação das terras é um dos principais problemas

apontados pelos produtores peruanos que não conseguem assim

utilizar eficientemente as tecnologias mecânicas existentes

Grandes Produtores Pequenos Produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 56

Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (7/8)

Uganda

História e importância do café: A variedade Robusta é endémica do Uganda, estando presente nos hábitos das

populações desde há vários séculos. A variedade Arábica foi trazida no início do século XX devido ao seu maior

valor de mercado. O café é a principal cultura agrícola do Uganda, representa entre 20% e 30% das exportações

do país e garante a subsistência de cerca de 3,5 milhões de famílias em todas as suas actividades relacionadas.

Modelo produtivo: Até ao início da década de 90, o governo controlava a produção de café no país. Nessa altura,

toda a produção foi privatizada e actualmente o modelo de produção de café no Uganda está assente numa base

de pequenos agricultores que cultivam áreas com dimensões reduzidas. Normalmente misturam o café com

outras culturas como a banana e o feijão que ajudam a garantir a subsistência das famílias. Fazem uma utilização

muito reduzida de fertilizantes e outros produtos químicos e sustentam-se essencialmente no trabalho dos

membros da família. A maior parte das plantas de café foi plantada há mais de 50 anos tendo actualmente baixa

produtividade. As doenças têm também contribuído bastante para a mortalidade das plantas no país.

Papel do Estado: Desde meados do século XX até 1991, a produção e o comércio de café eram totalmente

controladas pelo Estado. Desde 1991, altura em que se deu a liberalização desta actividade no país, o Estado

criou a Uganda Coffee Development Autority que tem vindo a acompanhar a actividade do sector, quer através da

criação de legislação, do controlo da qualidade, do desenvolvimento de políticas de apoio aos produtores, da

implementação do plano de replantação, entre outras actividades de promoção e divulgação do café ugandês. A

produção do café passou a ser totalmente realizada pelos privados.

• Produção (mil sacos): 3.200

• Produção (mil ton.): 192

• % Arábica: 30%

• % Robusta: 70%

• Exportação (mil sacos): 3.000 – 94%

da produção

• Área utilizada: 260 mil ha

• Yield: 738 kg / ha

• N.º de árvores: n.d.

• Densidade: n.d.

• População total (milhões): 36

• N.º de produtores: cerca de 500 mil

pequenos produtores

• Produtores (% da população): 1%

• Dimensão: 90% das explorações têm

entre 0,5 e 2,5 hectares

• Preço para o agricultor:

• 2012: 240 USD / ton (robustas)

377 USD / ton (outros suaves)

• 2011: n.d.

• 2010: n.d.

UGANDA

Fonte: USDA, ICO

• Existem alguns

produtores que estarão

actualmente a ganhar

maior dimensão

• Até há 20 anos toda a

produção era controlada

pelo Estado

• Existe maior

concentração ao nível

do processamento do

café

• Existem mais de 500 mil pequenos produtores

• A dimensão média das explorações é muito reduzida

• A idade média das plantas é elevada

• Os meios mecânicos e químicos são praticamente inexistentes ou de

fraca qualidade

• A produção apresenta grandes ineficiências

• Existem algumas organizações de produtores

• A cultura do café é misturada com outras culturas como a banana

(2011/2012 E)

Grandes Produtores Pequenos Produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 57

Modelos de desenvolvimento de base fragmentada (8/8)

Vietname

História e importância do café: O café foi introduzido no Vietname pelos franceses em meados do século XIX.

Depois do arroz, o café é o produto agrícola mais exportado pelo Vietname em termos de valor. Em 1982, a área

cultivada era residual, tendo crescido até ao seu valor actual em apenas 20 anos. Actualmente, o Vietname é o

maior exportador mundial de café Robusta. Cerca de 2 milhões de pessoas dependem desta actividade no país.

Modelo produtivo: Até ao final dos anos 80, o Estado controlava a produção e transformação do café e

estruturava todo o apoio à rede de agricultores que trabalhava para as empresas estatais. Com a liberalização da

agricultura, os pequenos agricultores passaram a ter menos apoio estatal, tendo que ser desenvolvidas estruturas

de apoio privadas. Neste momento, ainda não existem muitas cooperativas de produtores, os movimentos de

associação ainda estão em fase embrionária, os pequenos produtores representam a grande maioria da produção,

mas têm fracas condições tecnológicas e de garantia do controlo de qualidade, um problema no café vietnamita.

Papel do Estado: O Ministério da Agricultura aprovou um plano de investimento de quase 2 mil milhões de USD

para que até 2020 o país desenvolva a produção de café com a qualidade exigida internacionalmente. A maior

parte do investimento será realizado no desenvolvimento das redes de transporte nas zonas produtoras de café,

bem como em projectos de irrigação dessas áreas. Para além disso, o governo tem planos para investir 750

milhões de USD no cultivo intensivo de cerca de 200 mil ha.

• Produção (mil sacos): 18.750

• Produção (mil ton.): 1.125

• % Arábica: 2%

• % Robusta: 98%

• Exportação (mil sacos): 18.375 - 98%

da produção

• Área utilizada: 536 mil ha

• Yield: 2.098 kg / ha

• N.º de árvores: 709 milhões

• Densidade: 1.323 árvores / há

• População total (milhões): 92

• N.º de produtores: cerca de 500 mil

pequenos produtores

• Produtores (% da população): 0,5%

• Dimensão: a maioria das explorações

têm cerca de 1 ha

• Preço para o agricultor:

• 2012: 401 USD / ton

• 2011: 448 USD / ton

• 2010: 305 USD / ton

VIETNAME

• Existem poucos

produtores de elevada

dimensão

• O Estado era

responsável pela

produção até aos anos

80

• 90% da produção é realizada de forma artesanal por pequenos

produtores

• Existem cerca de 500 mil pequenos produtores

• Uma exploração representativa deste sistema de produção tem 1 ha e

produz 2 ton.

• Existe um fraco movimento associativo, os agricultores têm pouco

poder negocial

(2009/2010)

Fonte: USDA, ICO

Grandes Produtores Pequenos Produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 58

Modelos de desenvolvimento de base concentrada (1/2)

Angola – Início da década de „70

História e importância do café: O café começou a ser produzido em Angola no início do século XX. O grande

crescimento da produção dá-se apenas na década de 50 com a subida do preço do café nos mercados

internacionais. Em 1943, foram exportadas quase 19 mil toneladas, 30 anos depois em 1973 o nível de exportação

de café era já de 218 mil toneladas.

Modelo produtivo: A exploração do café em Angola foi feita intensivamente a partir da década de 50. Em Angola,

um problema crítico era a falta de terra adequada à cultura do café. O Estado incentivou a criação de grandes

fazendas onde se instalavam colonos vindos da Europa e operavam através do emprego de um número elevado

de trabalhadores, baseando-se a colheita e processamento do café em mão-de-obra que era na altura

relativamente barata.

Os baixos salários conduziram a que não se sentisse a necessidade de desenvolver tecnologicamente as

explorações. Um dos maiores exemplos de grandes explorações foi a CADA – Companhia Angolana de

Agricultura, que chegou a produzir cerca de 9 mil toneladas anuais e a ocupar uma área de 80 mil ha,

maioritariamente no kwanza-Sul

Papel do Estado: O Estado promoveu o desenvolvimento da produção de café atribuindo concessões a colonos

europeus, combinadas com uma política de incentivos à emigração para as colónias.

• Produção (mil sacos): 3.498

• Produção (mil ton.): 210

• % Europeia: 80%

• % Nativa: 20%

• Exportação (mil ton.): 218 ~ 100% da

produção

• Área utilizada: 525 mil ha

• Yield: 400 kg / há

• População total (milhões): 5,7

• N.º de produtores:

• 190 mil pessoas cultivavam o café:

• 60 mil eram indígenas cultivando

pequenas lavras;

• 130 mil eram trabalhadores das

plantações dos colonos europeus.

• Produtores (% da população): 3,3%

• Dimensão: as explorações dos

pequenos produtores tinham em média 3

ha

• Localização das explorações (% área

total utilizada):

• kwanza Norte: 34,7%

• Uíge: 30,7%

• kwanza Sul: 22,9%

• Bengo: 3,9%

• Outras: 7,8%

ANGOLA

(Início da década de „70)

Fonte: USDA, ICO

• Alguns pequenos

agricultores já

cultivavam o café antes

dos Portugueses o

fazerem

• A sua produção

representava apenas

20% do total

• 80% da produção era realizada em grandes fazendas exploradas por

colonos europeus

• Quase 70% da força de trabalho dedicada à produção de café estava

alocada nas grandes fazendas

• O processo de criação destas grandes explorações foi incentivado

pelo Estado Português através da expropriação de terrenos dos

nativos de um incentivo à imigração para Angola

Pequenos Produtores Grandes Produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 59

História e importância do café: O Brasil é o maior produtor mundial de café. O Brasil é responsável por um terço

da produção mundial. A planta de café não é nativa das Américas, por isso o primeiro pé de café foi introduzido

artificialmente no país. O negócio do café começou a desenvolver-se de tal forma que se tornou a mais importante

fonte de receitas do Brasil e de divisas externas durante muitas décadas a partir de 1850.

O sucesso da lavoura caféeira em São Paulo, fez com que aquele Estado se tornasse um dos mais ricos do País.

Modelo produtivo: No Brasil existem vários modelos de produção, desde zonas onde predomina o cultivo familiar

(Espírito Santo) até regiões ocupadas por grandes fazendas com elevados níveis de incorporação tecnológica

(Minas Gerais). Apesar de existirem grandes fazendeiros individuais, a associação em cooperativas é uma

realidade. Existem várias cooperativas regionais e várias associações de cooperativas. A Cooxupé é a maior

cooperativa de café, conta com cerca de 12 mil produtores associados, exporta café para 50 países, é

responsável por cerca de 10% da produção de café no Brasil. Aquele que é apontado como o maior fazendeiro

individual do café do Brasil, João Faria da Silva, faz parte desta mesma cooperativa.

Papel do Estado: O Estado desenvolveu um plano de políticas estratégicas 2012-2014 que visam apoiar a

produção, exportação, comercialização do café, bem como os seus produtores. A Empresa Embrapa Café,

coordena o Consórcio Pesquisa Café, o qual tem como objectivo o desenvolvimento de tecnologias que

promovam sustentabilidade, competitividade, inovação e desenvolvimento tecnológico da cafeicultura brasileira.

O Estado criou o Conselho Nacional do Café (CNC) que reúne várias cooperativas de produtores e actua como

principal elo de ligação entre o Estado e os produtores na negociação de políticas sectoriais. O Funcafé é um

fundo criado pelo Estado em 1984 e que continua a servir a missão de financiar os produtores de café.

• Produção (mil sacos): 55.900

• Produção (mil ton.): 3.354

• % Arábica: 72%

• % Robusta: 28%

• Exportação (mil sacos): 33.000 - 58%

da produção

• Área utilizada: 2.398 mil ha

• Yield: 1.399 kg / ha

• N.º de árvores: 6.815 milhões

• Densidade: 2.842 árvores / ha

• População total (milhões): 194

• N.º de produtores: cerca de 287 mil

explorações

• Produtores (% da população): 0,1%

• Dimensão: n.d.

• Preço para o agricultor:

Robusta

• 2012: 474 USD / ton

• 2011: 479 USD / ton

• 2010: 337 USD / ton

Arábica

• 2012: 692 USD / ton

• 2011: 1.019 USD / ton

• 2010: 609 USD / ton

BRASIL

Fonte: USDA, ICO

• A agricultura familiar é

responsável por cerca

de 25% da produção de

café no Brasil

• Menor produtividade e

densidade

• Organizados em

cooperativas

• Existem várias empresas de grande dimensão

• Maior produtividade, elevada densidade

• Produção em grandes fazendas localizadas nas melhores zonas de

cultivo

• Utilização intensiva de meios mecânicos nas explorações de café

robusta

• Fazem parte das cooperativas de produtores

(2012/2013)

Modelos de desenvolvimento de base concentrada (2/2)

Brasil

Pequenos Produtores Grandes Produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 60

1. Enquadramento de trabalhos

2. Sumário executivo

3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café

a) Enquadramento competitivo macro

b) Diagnóstico do sector em Angola

c) Modelo de desenvolvimento do sector do café

d) Estudo de pré-viabilidade

a) Modelo fragmentado

b) Modelo concentrado

c) Comparação dos modelos e análises de sensibilidade

e) Medidas de acção do IFE

Índice

A

B

C

D

E

1.

2.

3.

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IFE | Estudo Sectorial – Café 61

O pequeno produtor está no princípio da cadeia de valor, o grande produtor internaliza

várias etapas da cadeia produtiva

Cultivo e colheita Rebeneficiamento Descasque

Ensacamento

Torrefação

Moagem

Embalamento

Lavagem

Secagem

Processo produtivo

Estado do grão

Café cereja

Café torrado

Café instantâneo

Especialidades

Café comercial

Grandes produtores

Pequenos produtores Intermediários /

Exportadores Indústria alimentar

Os pequenos produtores ocupam-se apenas da componente agrícola do processo produtivo. Após a colheita, entregam os grãos de café as

cooperativas que os transformam em café comercial, depois de passarem pelo processo de lavagem e secagem. É o café comercial que é vendido

aos intermediários e transaccionado como uma commodity nos mercados internacionais.

Quer as cooperativas quer os grandes produtores podem integrar a totalidade da cadeia de produção.

Café mabuba

Cooperativas de

produtores

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 62

O estudo de pré-viabilidade de pequenos produtores é efectuado para uma exploração

agrícola de café robusta, com uma área de plantação de 2 hectares, e para uma

cooperativa que complementa a actividade produtiva

Âmbito do estudo de pré-viabilidade

Para analisar a viabilidade de

implementação de um projecto de

produção agrícola de café,

configura-se essencial perceber

quais seriam, em particular para

Angola, os:

Requisitos de investimento;

Ciclos de produção;

Preços e produtividades

agrícolas;

Custos de operação;

Para tal foi recolhida informação

junto de produtores de café

actualmente em actividade, bem

como do Instituto Nacional do Café

e produtores agrícolas de outras

culturas e também outra informação

de mercados comparáveis.

Enquadramento

Kwanza Norte

• Golungo Alto

Uíge

Kwanza Sul

Calulo

Gabela

Conda

Cassongue

Mussende

Waku Kungo

Bié

Huambo

Legenda:

Zonas de produção de Robusta

Zonas de produção de Arábica

Exploração agrícola familiar

de café robusta, com uma

área de plantação de 2

hectares e produção

estimada em pico de 1,5

toneladas / hectare.

A produção terá como destino

principal os mercados

externos através da venda a

um intermediário, tendo sido

contemplados os actuais

preços de mercado.

Foi considerada a existência

de uma cooperativa de 1.000

pequenos produtores que

desenvolve as actividades

complementares que levam à

obtenção de café comercial.

Conceito Localização potencial

Cooperativa Peq. Produtor 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 63

Abaixo descrevem-se os pressupostos de receitas e custos adoptados no estudo de

pré-viabilidade para um pequeno produtor

Indicador Drivers Descrição

Receitas

Cu

sto

s o

pe

rac

ion

ais

Preparação de

solos

Adubação

Fungicidas e

insecticidas

Irrigação

Capina, poda,

colheita e

secagem

Valores de facturação anual decorrentes da actividade de venda de

café cereja à cooperativa.

Trabalhos de limpeza, abertura de covas e empalhamento dos

terrenos.

Custos com adubos e fertilizantes utilizados para melhorar a

produtividade das plantas de café.

Custo com produtos químicos para controlo de pragas, doenças e

insectos que podem atacar as plantações e prejudicar

substancialmente as suas produções.

Custos com o funcionamento de uma pequena bomba de água que

permita irrigar a plantação.

Custos com corte de capim e poda das plantas, com pessoal que

colhe manualmente o café cereja das árvores e que o coloca a

secar.

• Área de plantação

• Produtividade média por hectare

• Ciclo de produção

• Preço que permita à cooperativa funcionar

• Trabalho executado pelos membros da família (não

é considerado)

• N.º de sacos necessários por ha

• Frequência de adubação anual

• Custo dos fertilizantes por saco

• Custo de insecticidas e fungicidas

• Utilização de insecticidas e fungicidas por ano por

ha

• Gasto médio diário de gasóleo por ha

• Custo do gasóleo por litro

• Trabalho executado pelos membros da família (não

é considerado)

Na esfera do produtor individual

Peq. Produtor 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 64

Os pressupostos de investimento foram igualmente apurados junto dos produtores,

com base em actuais práticas de mercado

Terrenos

Instalações Custos com construção de instalações de apoio – armazém produto

acabado, armazém produtos químicos.

Custos de aquisição e infra-estruturação dos terrenos. • Custo global para aquisição e infra-estruturação

por hectare

• Custo por infra-estrutura

Equipamentos Custos com aquisição de equipamento de apoio às actividades

agrícolas e de secagem.

• Custo por equipamento

• Número de equipamentos

Plantação Custos com aquisição e plantação das árvores de café. • Custo por planta

• Número de plantas por hectare

Reposição Custos com reposição da capacidade instalada, quer em termos de

equipamentos quer em termos de plantação.

• Amortização económica dos equipamentos e

instalações

• Taxa de mortalidade das plantas

Inve

sti

me

nto

do

s p

rod

uto

res

Peq. Produtor

Indicador Drivers Descrição

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 65

0,2

0,8

1,5

3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 2,9 2,9 2,8

2,3

0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,9 0,9 0,9 0,9 1,1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

Produção total (ton) Preço médio de venda de café mabuba

Em ano cruzeiro o projecto deverá proporcionar ao produtor uma produção de 3 ton

de café mabuba / ha, que serão vendidas a uma Cooperativa de produtores

Principais pressupostos

Preço médio de venda inicial de

0,73 USD/kg ou 44 USD/saco de

café mabuba. Este seria o preço

máximo a que a cooperativa

estaria disposta a comprar

assumindo que não terá fins

lucrativos.

Crescimento de preços em linha

com inflação de dólar

americano.

Considerou-se uma plantação

de 1 ha com um compasso de

1x2, resultando em 5 mil plantas

– uma planta em cada 2 m2.

Produtividade média crescente

até ano 6, atingindo o pico (3 ton

/ ha) neste ano e por um período

de 5 anos. A partir do ano 11,

quebra gradual da produção de

2,5% ao ano. Admite-se um

investimento anual de reposição

de plantas de 200 USD.

A produção está a ser

considerada em kg de café

mabuba na esfera do produtor.

Após a venda à Cooperativa o

café será descascado e perderá

50% do seu peso,

transformando-se em café

comercial.

Evolução da produção e preços

Unid: ton; USD/kg

Evolução da receitas

Unid: „000 USD

II II

Peq. Produtor

Receitas - equivalente em café comercial Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: USD

Preço equivalente café comercial - - 1,5 1,5 1,6 1,6 1,6 1,7 1,7 1,7 1,8 1,8 1,8 2,1

Taxa de crescimento 0% 0% 4% 15% 30% 60% 60% 60% 60% 60% 59% 57% 56% 47%

Produção equivalente café comercial (kg) - - 100 375 750 1.500 1.500 1.500 1.500 1.500 1.463 1.426 1.390 1.164

Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%

Receitas totais - - 151 577 1.177 2.402 2.450 2.499 2.549 2.600 2.586 2.571 2.557 2.460

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 2% 2% 2% 2% -1% -1% -1% -1%

Receitas - pequeno produtor Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: USD

Preço médio de venda de café mabuba - - 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,9 0,9 0,9 0,9 1,1

Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%

Produção total café mabuba (kg) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 0% 0% 0% 0% -3% -3% -3% -3%

Receitas totais - - 151 577 1.177 2.402 2.450 2.499 2.549 2.600 2.586 2.571 2.557 2.460

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 2% 2% 2% 2% -1% -1% -1% -1%

Indicadores operacionais

Área de plantação (ha) 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Produtividade média mabuba (kg/ha) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 0% 0% 0% 0% -3% -3% -3% -3%

Número de plantas total 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000

Compasso (m 2 por planta) 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Kg de café comercial por planta - - 0,04 0,15 0,30 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,59 0,57 0,56 0,47

0,2

0,6

1,2

2,4 2,4 2,5 2,5 2,6 2,6 2,6 2,6 2,5

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 66

Principais pressupostos

Adubação: custo com adubação

de solos 2 vezes por ano.

Fungicidas: utilização anual de 6

kg/ha de fungicidas por ano com

um custo de 11 USD/kg.

Insecticidas: utilização de 1,2

l/ha de insecticidas por ano com

um custo de 52 USD / litro.

Irrigação: utilização de bomba

de água a diesel com um

consumo médio de 0,2 l /ha/dia

de gasóleo, com um custo de

0,4 USD / l de gasóleo.

Preparação dos solos, capina,

poda, colheita e secagem:

trabalhos executados pelos

membros da família, não tendo

sido considerado o eventual

custo de oportunidade

subjacente.

Transporte, rebeneficiamento e

estrutura: custo suportado pela

cooperativa (incorporado no

preço de venda)

Os principais custos para uma

exploração familiar são os

custos com fertilizantes,

insecticidas, fungicidas e

gasóleo. A estrutura de custos

é estável ao longo do prazo de

exploração.

Evolução dos custos operacionais

Unid: „000 USD; % das receitas Repartição de custos operacionais (ano 1 vs. 20)

Ano 1 Ano 20

Os custos com adubos, produtos químicos e irrigação representam cerca de 20% das

receitas em cruzeiro, as actividades manuais serão da responsabilidade da família

Peq. Produtor

Custos operacionais Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: USD

1. Adubação (310) (316) (322) (329) (335) (342) (349) (356) (363) (370) (377) (385) (393) (451)

% das receitas n.a. n.a. 213% 57% 28% 14% 14% 14% 14% 14% 15% 15% 15% 18%

Sacos por ha 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6

Número de vezes por ano 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0

Custo de fertilizantes em saco 43,0 43,9 44,7 45,6 46,5 47,5 48,4 49,4 50,4 51,4 52,4 53,5 54,5 62,6

2. Fungicidas (66) (67) (69) (70) (71) (73) (74) (76) (77) (79) (80) (82) (84) (96)

% das receitas n.a. n.a. 46% 12% 6% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 4%

Custo de fungicidas/kg 11,0 11,2 11,4 11,7 11,9 12,1 12,4 12,6 12,9 13,1 13,4 13,7 14,0 16,0

Utilização de fungicidas (kg/ha) 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0

3. Insecticidas (62) (64) (65) (66) (68) (69) (70) (72) (73) (75) (76) (78) (79) (91)

% das receitas n.a. n.a. 43% 11% 6% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 4%

Custo de insecticidas/litro 52,0 53,0 54,1 55,2 56,3 57,4 58,6 59,7 60,9 62,1 63,4 64,7 65,9 75,8

Utilização de insecticidas (l/ha) 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2

4. Irrigação (29) (30) (30) (31) (32) (32) (33) (34) (34) (35) (36) (36) (37) (43)

% das receitas n.a. n.a. 20% 5% 3% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 2%

Custo gasóleo/litro 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,6

Utilização de gasóleo (l/ha/dia) 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

Total de custos operacionais (467) (477) (486) (496) (506) (516) (526) (537) (547) (558) (570) (581) (593) (681)

% de receitas n.a. n.a. 322% 86% 43% 21% 21% 21% 21% 21% 22% 23% 23% 28%

Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%

0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,6 0,6 0,6 0,6

0,786%

43%

21% 21% 21% 21% 21% 22% 23% 23%28%

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

Total de custos operacionais % das receitas

II

66%

14%

14%

6%

66%

14%

14%

6%

Adubação Fungicidas

Insecticidas Irrigação

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 67

O investimento em activos fixos necessário nos primeiros 3 anos é de,

aproximadamente 11,5 mil USD, ao qual acresce o investimento em fundo de maneio

Principais pressupostos

Os principais custos em activos

fixos estão relacionados com

plantações, tendo sido estimado

um investimento de cerca de 10

mil USD (5 mil plantas em 1 ha,

com um custo de 2 USD/planta).

Foi considerado que o terreno

seria obtido do Estado a custo

zero, correspondendo os custos

indicados com terrenos e

recursos naturais a custos de

infra-estruturas da fazenda (ex.

caminhos e sistemas de rega)

Foram estimados custos de

reposição dos equipamentos de

acordo com as suas

amortizações, ajustadas pelo

efeito de inflação.

Foi estimado um investimento

em fundo de maneio, associado

a stocks, recebimentos de

clientes e pagamentos a

fornecedores, pagamentos e

recebimentos do estado.

Estimou-se assim que o fundo

de maneio representaria cerca

de 30 dias de receitas

CAPEX e Investimento em Fundo de Maneio

Unid: milhões de USD

Pesos de investimentos em CAPEX nos

primeiros 3 anos

Peq. Produtor

CAPEX Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: USD

Terrenos e recursos naturais (750) - - - - - - - - - - - - -

Edifícios e outras construções (350) - - - - - - - - - - - - -

Equipamento básico (250) - - - - - - - - - - - - -

Plantações (10.000) - - - - - - - - - - - - -

Novos investimentos (11.350) - - - - - - - - - - - - -

Investimento de reposição - (71) (87) (214) (242) (213) (223) (231) (235) (234) (239) (243) (246) (127)

Total de CAPEX (11.350) (71) (87) (214) (242) (213) (223) (231) (235) (234) (239) (243) (246) (127)

% de EBITDA n.a. n.a. n.a. 263% 36% 11% 12% 12% 12% 11% 12% 12% 13% 7%

Investimento em fundo de maneio Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: USD

Fundo de maneio líquido (6) (6) 77 100 133 198 202 206 210 214 215 216 217 -% das receitas n.a. n.a. 51% 17% 11% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 0%

dias de receitas n.a. n.a. 185 63 41 30 30 30 30 30 30 31 31 -

Investimento em fundo de maneio 6 0 (83) (24) (33) (65) (4) (4) (4) (4) (1) (1) (1) 223% de EBITDA n.a. n.a. n.a. 29% 5% 3% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% -13%

(0,0) (0,0) 0,1 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (0,2)

11,4

0,1 0,1 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

Investimento em FM CAPEX

II

87%

3%3%

7%

Plantações Equipamento básico

Edifícios e outras construções Terrenos e recursos naturais

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 68

Notas

Considerou-se que o projecto

estaria sujeito a imposto

industrial a uma taxa de 20%.

O negócio de produção

agrícola de café apenas gerará

resultados líquidos positivos

a partir do 6º ano, altura em

que a produtividade das

plantas atingem níveis que

permitem rentabilizar a

operação.

O montante de investimento

em activos fixos inicial e a

estrutura de custos

operacionais é assim de

importância crítica para

rentabilizar o negócio a médio

prazo.

A plantação deverá gerar em ano cruzeiro um resultado operacional de 50% das

receitas e um resultado líquido superior a 25% das receitas

Peq. Produtor

Demonstração de resultados Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: USD

Receitas - - 151 577 1.177 2.402 2.450 2.499 2.549 2.600 2.586 2.571 2.557 2.460Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 2% 2% 2% 2% -1% -1% -1% -1%

Produção anual (kg) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 0% 0% 0% 0% -3% -3% -3% -3%

Custos operacionais (467) (477) (486) (496) (506) (516) (526) (537) (547) (558) (570) (581) (593) (681)% das receitas n.a. n.a. 322% 86% 43% 21% 21% 21% 21% 21% 22% 23% 23% 28%

EBITDA (467) (477) (335) 81 672 1.886 1.924 1.962 2.001 2.042 2.016 1.990 1.965 1.780Margem EBITDA n.a. n.a. -222% 14% 57% 79% 79% 79% 79% 79% 78% 77% 77% 72%

Amortizações (736) (752) (772) (805) (781) (796) (809) (819) (823) (834) (844) (853) (862) (206)Plantações (667) (667) (667) (674) (681) (688) (696) (703) (711) (719) (727) (736) (744) (81)

Equipamento básico (63) (78) (98) (124) (93) (100) (106) (108) (104) (106) (108) (109) (109) (115)

Edifícios e outras construções (7) (7) (7) (7) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (9) (9) (9) (10)

EBIT (1.203) (1.229) (1.108) (723) (109) 1.090 1.114 1.143 1.178 1.207 1.172 1.138 1.103 1.573Margem EBIT n.a. n.a. -734% -125% -9% 45% 45% 46% 46% 46% 45% 44% 43% 64%

Resultados financeiros - (258) (293) (329) (352) (342) (307) (272) (245) (203) (162) (120) (79) 44

EBT (1.203) (1.486) (1.401) (1.052) (462) 747 807 871 934 1.004 1.010 1.017 1.024 1.617Margem EBT n.a. n.a. -928% -182% -39% 31% 33% 35% 37% 39% 39% 40% 40% 66%

Impostos 241 297 280 210 92 (149) (161) (174) (187) (201) (202) (203) (205) (323)taxa de imposto efectiva 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20%

Resultado líquido (963) (1.189) (1.121) (842) (370) 598 646 697 747 803 808 814 819 1.294Margem líquida n.a. n.a. -743% -146% -31% 25% 26% 28% 29% 31% 31% 32% 32% 53%

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 69

Principais pressupostos

Considerou-se que o projecto

seria financiado a 50% com

recurso a dívida e 50% com

recurso de capitais próprios das

famílias. Adicionalmente admite-

se carência e juros nos

primeiros 4 anos. Considera-se

ainda que o financiamento tanto

por capital próprio como por

capitais alheios seja

concretizado no primeiro ano do

projecto.

Considerou-se um custo de

financiamento de 5% ao ano (all-

in), assumindo que haveria

recurso aos programas de

crédito bonificado para projectos

agrícolas actualmente existentes

em Angola. Considerou-se ainda

que do excesso de caixa de

cada ano poderia ser aplicado

no ano seguinte a uma taxa de

juro anual de 4%.

O reembolso da dívida contraída

ocorrerá ao longo de 10 anos

em prestações de capital anuais

constantes.

Admite-se que a empresa

distribuiria dividendos com

resultados líquidos positivos e

sempre por forma a permanecer

no mínimo com 100 USD em

disponibilidades.

O financiamento deverá ser repartido por capitais próprios e dívida em partes iguais,

admitindo-se no caso da dívida um reembolso em prestações de capital constante

Peq. Produtor

Cash flow Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: USD

EBITDA (467) (477) (335) 81 672 1.886 1.924 1.962 2.001 2.042 2.016 1.990 1.965 1.780

Margem EBITDA n.a. n.a. -222% 14% 57% 79% 79% 79% 79% 79% 78% 77% 77% 72%

Amortizações (736) (752) (772) (805) (781) (796) (809) (819) (823) (834) (844) (853) (862) (206)

EBIT (1.203) (1.229) (1.108) (723) (109) 1.090 1.114 1.143 1.178 1.207 1.172 1.138 1.103 1.573

Margem EBIT n.a. n.a. -734% -125% -9% 45% 45% 46% 46% 46% 45% 44% 43% 64%

Imposto - - - - - - (56) (229) (236) (241) (234) (228) (221) (315)

taxa de imposto efectiva 0% 0% 0% 0% 0% 0% 5% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20%

NOPLAT (1.203) (1.229) (1.108) (723) (109) 1.090 1.058 914 943 966 938 910 882 1.259

Amortizações 736 752 772 805 781 796 809 819 823 834 844 853 862 206

Cash flow operacional (467) (477) (335) 81 672 1.886 1.867 1.734 1.766 1.800 1.782 1.763 1.744 1.465

CAPEX (11.350) (71) (87) (214) (242) (213) (223) (231) (235) (234) (239) (243) (246) (127)

Terreno (750) - - - - - - - - - - - - -

Plantações (10.000) - - (106) (108) (110) (113) (115) (117) (120) (122) (124) (127) -

Equipamento básico (250) (64) (80) (100) (126) (94) (102) (108) (110) (106) (108) (110) (111) (117)

Edifícios e outras construções (350) (7) (7) (7) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (9) (9) (9) (10)

Investimento em fundo de maneio 6 0 (83) (24) (33) (65) (4) (4) (4) (4) (1) (1) (1) 223

Free cash flow (11.811) (547) (505) (156) 397 1.608 1.641 1.499 1.527 1.562 1.542 1.519 1.497 1.561

Desembolsos 7.161 358 376 395 - - - - - - - - - -

Juros - (258) (293) (329) (352) (342) (307) (272) (245) (203) (162) (120) (79) 44

Reembolsos - - - - (829) (829) (829) (829) (829) (829) (829) (829) (829) -

Tax-shield - - - - - - - (147) 49 41 32 24 16 (9)

Cash flow depois de financiamento (4.650) (447) (423) (91) (784) 437 504 252 502 571 583 594 605 1.596

Entrada de fundos accionistas 7.161 - - - - - - - - - - - - -

Dividendos - - - - - (598) (646) (616) (502) (571) (583) (594) (605) (2.686)

Cash flow do período 2.511 (447) (423) (91) (784) (161) (141) (364) - - - - - (1.090)

Saldo inicial de caixa - 2.511 2.064 1.641 1.551 766 605 464 100 100 100 100 100 1.090

Saldo final de caixa 2.511 2.064 1.641 1.551 766 605 464 100 100 100 100 100 100 -

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 70

-7,2

0,0 0,0 0,0 0,00,6 0,6 0,6 0,5 0,6 0,6 0,6 0,6

2,7

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

-11,8

-0,5 -0,5 -0,2

0,4

1,6 1,6 1,5 1,5 1,6 1,5 1,5 1,5 1,6

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

Com base nos pressupostos tomados, o investimento do accionista na plantação

deverá ascender a 7,2 k USD e a TIR por ele obtida para o seu investimento de 5,2%

Fluxo de caixa do projecto (Free cash flow)

Unid: „000 USD

Fluxo de caixa para o accionista

Unid: „000 USD

Rentabilidade operacional do projecto

Rentabilidade do accionista

II

II

Nota: Admite-se que o projecto não irá gerar qualquer cash flow para além do ano 20.

Peq. Produtor

Cash flow antes de financiamento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Unid: USD

Free cash flow to the firm (11.811) (547) (505) (156) 397 1.608 1.641 1.499 1.527 1.562

Cash flow antes de financiamento Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Unid: USD

Free cash flow to the firm 1.542 1.519 1.497 1.475 1.452 1.429 1.407 1.385 1.361 1.561

Fundos necessários 13.020

TIR 5,2%

Payback 14 anos

Cash flows do accionista Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Unid: USD

Dividendos (7.161) - - - - 598 646 616 502 571

Cash flows do accionista Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Unid: USD

Dividendos 583 594 605 616 828 1.360 1.341 1.321 1.308 2.686

Fundos próprios a aportar 7.161

TIR 5,2%

Payback 16 anos

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 71

Realizaram-se análises de sensibilidade às variáveis críticas do negócio, como sendo

o preço do café e o preço das mudas (plantas)

Payback Taxa interna de rentabilidade

Pro

jec

to

Ac

cio

nis

ta

Peq. Produtor

14,0 0,58 0,65 0,73 0,80 0,87

1,60 15 14 12 11 11

1,80 16 14 13 12 11

2,00 17 15 14 13 12

2,20 18 16 14 13 12

2,40 19 17 15 14 13

Pre

ço

da

s

mu

da

s (

US

D)

Preço do café (USD/kg)

0 0,58 0,65 0,73 0,80 0,87

1,60 4% 5% 7% 8% 10%

1,80 3% 4% 6% 7% 9%

2,00 2% 4% 5% 7% 8%

2,20 1% 3% 4% 6% 7%

2,40 1% 2% 4% 5% 6%

Pre

ço

da

s

mu

da

s (

US

D)

Preço do café (USD/kg)

16 0,58 0,65 0,73 0,80 0,87

1,60 19 16 14 11 10

1,80 20 17 15 13 11

2,00 20 18 16 14 12

2,20 21 19 17 16 13

2,40 21 20 18 16 15

Pre

ço

da

s

mu

da

s (

US

D)

Preço do café (USD/kg)

20% 35% 50% 65% 80%

## 17 16 16 17 18

Financiamento por dívida

20% 35% 50% 65% 80%

0,1 5% 5% 5% 5% 6%

Financiamento por dívida

0 0,58 0,65 0,73 0,80 0,87

1,60 3% 5% 8% 10% 12%

1,80 2% 4% 6% 9% 10%

2,00 0% 3% 5% 7% 9%

2,20 -1% 2% 4% 6% 8%

2,40 -1% 1% 3% 5% 7%

Preço do café (USD/kg)

Pre

ço

da

s

mu

da

s (

US

D)

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 72

Abaixo descrevem-se os pressupostos de receitas e custos adoptados no estudo de

pré-viabilidade de uma cooperativa de produtores

Transporte

Rebeneficiamento

Estrutura

Custos com limpeza, calibração e ensacamento de café realizado

antes da exportação. Esta operação é geralmente realizada por

uma entidade terceirizada, junto ao porto de exportação.

Custos de salários de motoristas e combustível para fazer o

transporte do café entre a produção agrícola, a cooperativa e o

porto de exportação mais próximo.

• Número de motoristas necessários

• Salário mensal dos motoristas

• Total de Kms percorridos

• Consumo médio dos veículos

• Custo por saco de café

• Volume total de produção

Custos com pessoal da estrutura administrativa, operacional e

comercial da cooperativa:

• Director geral

• Engenheiro agrónomo

• Técnico médio de acompanhamento das produções

• Suporte administrativo.

• Salário mensal dos colaboradores

• Número de trabalhadores

• Número de meses de salário

Indicador Drivers Descrição

Na esfera da cooperativa de produtores

Receitas Valores de facturação anual decorrentes da actividade de venda de

café comercial, em grão.

• Produção entregue pelos produtores individuais

• Preços internacionais de café

Cu

sto

s o

pe

rac

ion

ais

Energia Gastos com a aquisição de combustível para alimentar gerador

eléctrico.

• Litros de gasóleo necessários

• Custo por litro de gasóleo

Cooperativa 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 73

De seguida apresenta-se os principais pressupostos de investimento para a

cooperativa de produtores

Inve

sti

me

nto

da c

oo

pera

tiva

Terrenos

Instalações Custos com construção de instalações de apoio – armazém produto

acabado, armazém para maquinaria, instalações administrativas.

Custos de aquisição e infra-estruturação dos terrenos de apoio à

actividade da cooperativa. • Custo global para aquisição e infra-estruturação

• Custo por instalação

Equipamentos Custos com aquisição de camiões para transporte, equipamento de

descasque e gerador de energia.

• Custo por equipamento

• Número de equipamentos

Reposição Custos com reposição da capacidade instalada, quer em termos de

maquinaria quer em termos de infra-estruturas.

• Amortização económica dos equipamentos e

instalações

Indicador Drivers Descrição

Cooperativa 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 74

0,2

0,8

1,6

3,3 3,4 3,4 3,5 3,6 3,6 3,5 3,53,4

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

Em ano cruzeiro o projecto deverá proporcionar à Cooperativa uma produção de 1.500

ton de café comercial, gerando receitas de cerca de 3,5M USD

Principais pressupostos

Preço médio de venda inicial de

2 USD/kg ou 120 USD/saco. De

acordo com informação de

mercado.

Crescimento de preços em linha

com inflação de dólar

americano.

Considerou-se uma Cooperativa

constituída por 1.000 produtores

com explorações de 1 ha nas

mesmas condições que a

exploração descrita nos slides

anteriores.

Considerou-se que os 1.000

produtores venderão toda a sua

produção (mabuba) à

Cooperativa e que esta venderá

a totalidade dessa mesma

produção a um intermediário

que colocará o produto no

mercado internacional.

O café mabuba tem uma perda

de cerca de 50% do peso com o

descasque.

Evolução da produção e preços

Unid: ton; USD/kg Evolução da receitas

Unid: M USD

II II

Receitas Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

Preço médio de venda de café comercial 2,0 2,0 2,1 2,1 2,2 2,2 2,3 2,3 2,3 2,4 2,4 2,5 2,5 2,9

Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%

Quantidade café mabuba (ton) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 0% 0% 0% 0% -3% -3% -3% -2%

Rácio transformação mabuba-comercial 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50% 50%

Receitas totais - - 208 796 1.624 3.312 3.378 3.446 3.515 3.585 3.566 3.546 3.526 3.393

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 2% 2% 2% 2% -1% -1% -1% -1%

- -0,1

0,4

0,8

1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,4 1,4

1,2

2,0 2,0 2,1 2,1 2,2 2,2 2,3 2,3 2,3 2,4 2,4 2,5 2,52,9

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

Café comercial (ton) Preço médio de venda de café comercial

Cooperativa 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 75

Os custos com a aquisição de café mabuba representam cerca de 73% das receitas da

Cooperativa, os custos com rebeneficiamento e estrutura representam cerca de 19%

Principais pressupostos

CMVMC: Foi definido um preço

de 0,73 USD/kg para a aquisição

de café mabuba aos produtores

para garantir uma margem que

permita à Cooperativa

desempenhar as suas funções.

Transporte: A Cooperativa fica

responsável pelo transporte de

café mabuba das plantações

para as suas instalações bem

como pelo transporte do café

comercial das suas instalações

até Luanda.

Energia: A Cooperativa utilizará

um gerador que funcionará a

metade da capacidade nos dias

em que não for utilizada a

máquina de descasque e a toda

a sua capacidade quando se

utilizar a máquina de descasque.

Rebeneficiamento: Limpeza,

tratamento e ensacamento

realizados em Luanda a um

preço de 20 USD/saco.

Estrutura: Pessoal de apoio e

coordenação das actividades da

Cooperativa.

Custos operacionais Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

CMVMC - - (151) (577) (1.177) (2.402) (2.450) (2.499) (2.549) (2.600) (2.586) (2.571) (2.557) (2.460)

% das receitas n.a. n.a. 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73%

Preço médio de compra de café mabuba 0,7 0,7 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 0,9 0,9 0,9 0,9 1,1

Quantidade comprada (ton) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329

1. Transporte café mabuba - - (4) (5) (6) (12) (12) (12) (13) (13) (8) (8) (8) (9)

% das receitas n.a. n.a. 2% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Motoristas - - (4) (4) (4) (9) (9) (9) (9) (10) (5) (5) (5) (6)

Combustível - - (0) (1) (1) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3)

2. Energia (4) (4) (4) (4) (5) (5) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (7)

% das receitas n.a. n.a. 2% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Combustível (4) (4) (4) (4) (5) (5) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (7)

3. Transporte café comercial - - (5) (8) (17) (35) (35) (36) (37) (38) (38) (38) (39) (35)

% das receitas n.a. n.a. 3% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%

Motoristas - - (4) (4) (9) (18) (18) (19) (19) (19) (20) (20) (20) (18)

Combustível - - (1) (4) (8) (17) (17) (18) (18) (18) (18) (18) (18) (17)

4. Rebeneficiamento - - (17) (66) (135) (276) (282) (287) (293) (299) (297) (295) (294) (283)

% das receitas n.a. n.a. 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8%

Custo por saco - realizado em Luanda (USD) 10 10 10 11 11 11 11 11 12 12 12 12 13 15

Estrutura (155) (169) (346) (353) (360) (367) (375) (382) (390) (397) (405) (414) (422) (485)

% das receitas n.a. n.a. 166% 44% 22% 11% 11% 11% 11% 11% 11% 12% 12% 14%

Engenheiro agrónomo (35) (36) (36) (37) (38) (39) (39) (40) (41) (42) (43) (44) (44) (51)

Técnicos agrícolas (22) (34) (58) (59) (61) (62) (63) (64) (66) (67) (68) (70) (71) (82)

Responsável fabril - - (36) (37) (38) (39) (39) (40) (41) (42) (43) (44) (44) (51)

Técnicos fabris/logistica - - (73) (74) (76) (77) (79) (80) (82) (84) (85) (87) (89) (102)

Responsável logística/expedição - - (29) (30) (30) (31) (32) (32) (33) (33) (34) (35) (36) (41)

Director geral (75) (77) (78) (80) (81) (83) (84) (86) (88) (90) (91) (93) (95) (109)

Serviços administrativos (22) (23) (35) (36) (36) (37) (38) (39) (39) (40) (41) (42) (43) (49)

Número de pessoas 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3

Salário mensal médio (USD) 800 816 832 849 866 883 901 919 937 956 975 995 1.015 1.165

Total de custos operacionais (158) (173) (528) (1.014) (1.700) (3.097) (3.159) (3.222) (3.287) (3.353) (3.340) (3.333) (3.326) (3.278)

% de receitas n.a. n.a. 181% 55% 32% 21% 21% 21% 21% 21% 21% 21% 22% 24%

Taxa de crescimento n.a. 9% 118% 16% 20% 33% 2% 2% 2% 2% 0% 1% 1% 1%

Cooperativa 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 76

(0,0) (0,0)

0,00,1 0,1

0,3

0,0 0,0 0,0 0,0

(0,0) (0,0) (0,0)

(0,6)

0,10,0

0,10,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Investimento em FM CAPEX

CAPEX Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

Edifícios e outras construções (100) - - - - - - - - - - - - -

Equipamento básico (4) - (50) - - - - - - - - - - -

Equipamento de transporte - - (73) - (38) (39) - - - - - - - -

Novos investimentos (104) - (123) - (38) (39) - - - - - - - -

Investimento de reposição - (3) (3) (28) (33) (50) (71) (69) (80) (82) (80) (77) (79) (84)

Total de CAPEX (104) (3) (125) (28) (71) (89) (71) (69) (80) (82) (80) (77) (79) (84)

% de EBITDA n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. 41% 32% 31% 35% 35% 36% 36% 39% 73%

O investimento em activos fixos necessário nos primeiros 3 anos é de,

aproximadamente 130 k USD, ao qual acresce o investimento em fundo de maneio

Principais pressupostos

Os principais custos em activos

fixos estão relacionados com a

construção de infra-estruturas

de apoio à Cooperativa e com a

aquisição de viaturas de

transporte. Foi considerado um

investimento de 50 mil USD num

armazém de 20 ton e um

investimento de 50 mil USD para

as infra-estruturas

administrativas e de suporte. As

viaturas de transporte são

adquiridas à medida que sejam

necessárias.

Foi considerada a aquisição de

uma máquina de descasque no

terceiro ano. A aquisição do

gerador ocorre no ano inicial.

Foram estimados custos de

reposição dos equipamentos de

acordo com as suas

amortizações, ajustadas pelo

efeito de inflação.

Foi estimado um investimento

em fundo de maneio, associado

a stocks, recebimentos de

clientes e pagamentos a

fornecedores, pagamentos e

recebimentos do estado.

Estimou-se assim que o fundo

de maneio representaria cerca

de 60 dias de receitas

CAPEX e Investimento em Fundo de Maneio

Unid: milhões de USD

Pesos de investimentos em CAPEX nos

primeiros 3 anos

II

Investimento em fundo de maneio Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

Fundo de maneio líquido (0) (0) 34 132 270 551 562 574 585 597 594 590 587 -

% das receitas n.a. n.a. 9% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 0%

dias de receitas n.a. n.a. 60 61 61 61 61 61 61 61 61 61 61 -

Investimento em fundo de maneio 0 0 (35) (98) (138) (281) (11) (11) (11) (12) 3 3 3 568

% de EBITDA n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. 131% 5% 5% 5% 5% -1% -2% -2% -496%

31%

24%

45%

Equipamento de transporte Equipamento básico

Edifícios e outras construções

Cooperativa 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 77

Notas

Considerou-se que o projecto

estaria sujeito a imposto

industrial à taxa de 20%.

A Cooperativa não terá como

objectivo a geração de lucro.

O eventual lucro gerado

reverterá a favor dos seus

associados.

A cooperativa deverá gerar um resultado operacional de 4% das receitas e um

resultado líquido próximo de 3% das receitas em ano cruzeiro.

Demonstração de resultados Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

Receitas - - 208 796 1.624 3.312 3.378 3.446 3.515 3.585 3.566 3.546 3.526 3.393

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 2% 2% 2% 2% -1% -1% -1% -1%

Produção anual (ton) - - 200 750 1.500 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 0% 0% 0% 0% -3% -3% -3% -3%

CMVMC - - (151) (577) (1.177) (2.402) (2.450) (2.499) (2.549) (2.600) (2.586) (2.571) (2.557) (2.460)

% das receitas n.a. n.a. 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73% 73%

Margem Bruta - - 57 219 446 910 929 947 966 985 980 975 969 933

Margem Bruta n.a. n.a. 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27% 27%

Custos operacionais (158) (173) (377) (437) (523) (695) (709) (724) (738) (753) (755) (762) (769) (818)

% das receitas n.a. n.a. 181% 55% 32% 21% 21% 21% 21% 21% 21% 21% 22% 24%

EBITDA (158) (173) (320) (218) (77) 215 219 224 228 233 225 213 201 115

Margem EBITDA n.a. n.a. -154% -27% -5% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 3%

Amortizações (3) (3) (27) (33) (49) (70) (67) (78) (80) (79) (75) (78) (78) (83)

Edifícios e outras construções (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (3) (3)

Equipamento básico (1) (1) (7) (8) (9) (10) (11) (13) (14) (15) (11) (11) (12) (13)

Equipamento de transporte - - (18) (23) (38) (58) (54) (63) (64) (61) (62) (64) (64) (67)

EBIT (161) (175) (347) (251) (126) 145 152 146 148 154 150 135 122 32

Margem EBIT n.a. n.a. -167% -32% -8% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 3% 1%

Resultados financeiros - 20 13 (6) (19) (30) (37) (32) (27) (22) (18) (13) (8) 16

EBT (161) (155) (333) (256) (144) 115 115 114 122 132 133 123 115 48

Margem EBT n.a. n.a. -160% -32% -9% 3% 3% 3% 3% 4% 4% 3% 3% 1%

Impostos 32 31 67 51 29 (23) (23) (23) (24) (26) (27) (25) (23) (10)

taxa de imposto efectiva 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20%

Resultado líquido (129) (124) (267) (205) (116) 92 92 91 97 106 106 98 92 38

Margem líquida n.a. n.a. -128% -26% -7% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 1%

Cooperativa 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 78

O projecto deverá ser financiado por capitais próprios e dívida em partes iguais,

admitindo-se no caso da dívida um reembolso da mesma entre os anos 4 e 16

Principais pressupostos

Considerou-se que a

Cooperativa seria financiada a

50% com recurso a dívida e

50% com recurso de capitais

próprios dos cooperantes.

Adicionalmente admite-se

carência e juros nos primeiros 4

anos. Considera-se ainda que o

financiamento tanto por capital

próprio como de capitais alheios

seja concretizado no primeiro

ano do projecto.

Considerou-se um custo de

financiamento de 5% ao ano (all-

in), assumindo que haveria

recurso aos programas de

crédito bonificado para projectos

agrícolas actualmente existentes

em Angola. Considerou-se ainda

que do excesso de caixa de

cada ano poderia ser aplicado

no ano seguinte a uma taxa de

juro anual de 4%.

O reembolso da dívida contraída

ocorrerá entre o ano 4 e o ano

16, em prestações de capital

anuais constantes.

Admite-se que a Cooperativa

distribuiria dividendos com

resultados líquidos positivos e

sempre por forma a permanecer

no mínimo com 100.000 USD

em disponibilidades.

Cash flow Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

EBITDA (158) (173) (320) (218) (77) 215 219 224 228 233 225 213 201 115

Margem EBITDA n.a. n.a. -154% -27% -5% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 3%

Amortizações (3) (3) (27) (33) (49) (70) (67) (78) (80) (79) (75) (78) (78) (83)

EBIT (161) (175) (347) (251) (126) 145 152 146 148 154 150 135 122 32

Margem EBIT n.a. n.a. -167% -32% -8% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 3% 1%

Imposto - - - - - - - (4) (30) (31) (30) (27) (24) (6)

taxa de imposto efectiva 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 3% 20% 20% 20% 20% 20% 20%

NOPLAT (161) (175) (347) (251) (126) 145 152 142 119 123 120 108 98 25

Amortizações 3 3 27 33 49 70 67 78 80 79 75 78 78 83

Cash flow operacional (158) (173) (320) (218) (77) 215 219 220 198 202 195 186 176 108

CAPEX (104) (3) (125) (28) (71) (89) (71) (69) (80) (82) (80) (77) (79) (84)

Equipamento básico (4) (1) (51) (7) (8) (9) (10) (11) (13) (14) (16) (11) (12) (13)

Edifícios e outras construções (100) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (3) (3)

Equipamento de transporte - - (73) (19) (61) (78) (59) (55) (64) (65) (62) (63) (65) (68)

Investimento em fundo de maneio 0 0 (35) (98) (138) (281) (11) (11) (11) (12) 3 3 3 568

Free cash flow (262) (175) (480) (344) (286) (155) 137 140 107 109 118 113 100 593

Desembolsos 1.021 51 54 - - - - - - - - - - -

Juros - 20 13 (6) (19) (30) (37) (32) (27) (22) (18) (13) (8) 16

Reembolsos - - - (87) (87) (87) (87) (87) (87) (87) (87) (87) (87) -

Tax-shield - - - - - - - 4 5 4 4 3 2 (3)

Cash flow depois de financiamento 759 (104) (413) (436) (391) (272) 14 25 (0) 4 18 16 7 606

Entrada de fundos accionistas 1.021 - - - - - - - - - - - - -

Dividendos - - - - - - - - - - - - - (1.010)

Cash flow do período 1.780 (104) (413) (436) (391) (272) 14 25 (0) 4 18 16 7 (405)

Saldo inicial de caixa - 1.780 1.675 1.263 827 436 164 178 203 203 207 225 241 405

Saldo final de caixa 1.780 1.675 1.263 827 436 164 178 203 203 207 225 241 248 -

Cooperativa 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 79

-1,0

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

1,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

-0,3 -0,2

-0,5-0,3 -0,3

-0,2

0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1

0,6

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Com base nos pressupostos tomados, o investimento do associado na Cooperativa

deverá ascender a 1,0 M USD e a TIR por ele obtida para o seu investimento de 0,0%

Fluxo de caixa do projecto por associado (Free cash flow)

Unid: M USD

Fluxo de caixa para o associado

Unid: M USD

Rentabilidade operacional do projecto

Rentabilidade dos accionistas

II

II

Nota: Admite-se que o projecto não irá gerar qualquer cash flow para além do ano 20.

Cash flow antes de financiamento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Unid: '000 USD

Free cash flow to the firm (262) (175) (480) (344) (286) (155) 137 140 107 109

Cash flow antes de financiamento Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Unid: '000 USD

Free cash flow to the firm 118 113 100 89 79 68 61 50 39 593

Cash flows dos accionistas Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Unid: '000 USD

Dividendos (1.021) - - - - - - - - -

Cash flows dos accionistas Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Unid: '000 USD

Dividendos - - - - - - - - - 1.010

Fundos necessários 1.701

TIR 0,5%

Payback 20 anos

Fundos próprios a aportar 1.021

TIR -0,1%

Payback 21 anos

Cooperativa 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 80

Realizaram-se análises de sensibilidade às variáveis críticas do negócio, como sendo

o preço do café e o preço das mudas (plantas)

Payback Taxa interna de rentabilidade

Pro

jec

to

Ac

cio

nis

ta

20 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40

0,58 21 12 8 7 7

0,65 21 21 11 8 7

0,73 21 21 20 10 8

0,80 21 21 21 15 9

0,87 21 21 21 21 12

Preço do café (USD/kg)C

usto

do

ca

(US

D)

0 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40

0,58 #NUM! 10% 23% 33% 41%

0,65 #NUM! -8% 14% 26% 35%

0,73 #NUM! ##### 1% 17% 28%

0,80 #NUM! #NUM! ##### 6% 20%

0,87 #NUM! #NUM! #NUM! -14% 10%

Preço do café (USD/kg)

Cu

sto

do

ca

(US

D)

21 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40

0,58 21 20 20 20 20

0,65 21 21 20 20 20

0,73 21 21 21 20 20

0,80 21 21 21 20 20

0,87 21 21 21 21 20Cu

sto

do

ca

(US

D)

Preço do café (USD/kg)

(0) 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40

0,58 #NUM! 8% 14% 18% 20%

0,65 #NUM! #NUM! 10% 15% 19%

0,73 #NUM! #NUM! 0% 12% 16%

0,80 #NUM! #NUM! #NUM! 5% 13%

0,87 #NUM! #NUM! #NUM! #NUM! 8%Cu

sto

do

ca

(US

D)

Preço do café (USD/kg)

20% 35% 50% 65% 80%

0,0 2% 1% 0% -3% #NUM!

Financiamento por dívida

20% 35% 50% 65% 80%

## 20 20 21 21 21

Financiamento por dívida

Cooperativa 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 81

-8,2

0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,6 0,6 0,5 0,6 0,6 0,6 0,6

3,7

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Os 1.000 produtores individuais associados da Cooperativa terão de investir um total

de cerca de 8,2 M USD, sendo a TIR esperada para o investimento de 4,6%

Fluxo de caixa do projecto por associado (Free cash flow)

Unid: M USD Rentabilidade total dos 1.000 produtores associados

II

Nota: Admite-se que o projecto não irá gerar qualquer cash flow para além do ano 20.

Peq. Produtor

Cash flows do produtor associado Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Unid: '000 USD

Dividendos (8.182) - - - - 598 646 616 502 571

Cash flows do produtor associado Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Unid: '000 USD

Dividendos 583 594 605 616 828 1.360 1.341 1.321 1.308 3.696

Fundos próprios a aportar 8.182

TIR 4,6%

Payback 17 anos

Cooperativa 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 82

O controlo das despesas de investimento, a sustentação na base do trabalho familiar e

o estabelecimento de relações comerciais duradouras são factores críticos para o

sucesso do projecto

Factores críticos do projecto

1. Optimização das despesas de investimento iniciais, as quais se apresentam bastante significativas, eventualmente através de incentivos públicos ao

investimento como por exemplo plantas

2. Apoio na base do trabalho familiar, permitindo gerar emprego para as populações de meios rurais

3. Existência de cooperativas com actividades de descasque, ensacamento e transporte nas regiões de maior densidade de produtores cafeícolas de

pequenas dimensões

4. Acesso a factores agrícolas com regularidade, em localizações próximas e com preços estáveis e competitivos

5. Apoio técnico especializado, por brigadas do INCA ou das cooperativas, para dotar as famílias de conhecimentos e técnicas agrícolas que permitam obter

as yields apresentadas

6. Estabelecimento de relações comerciais duradouras com intermediários, que permitam um escoamento da produção nos timings e níveis de preços

adequados e eliminar custos com transporte e rebeneficiamento

7. Acesso a soluções de financiamento flexíveis e competitivas

Peq. Produtor Cooperativa 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 83

1. Enquadramento de trabalhos

2. Sumário executivo

3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café

a) Enquadramento competitivo macro

b) Diagnóstico do sector em Angola

c) Modelo de desenvolvimento do sector do café

d) Estudo de pré-viabilidade

a) Modelo fragmentado

b) Modelo concentrado

c) Comparação dos modelos e análises de sensibilidade

e) Medidas de acção do IFE

Índice

A

B

C

D

E

1.

2.

3.

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IFE | Estudo Sectorial – Café 84

O estudo de pré-viabilidade é efectuado para uma exploração agrícola de café robusta,

com uma área de plantação de 1.000 hectares, tendo sido usada a informação

recolhida nas reuniões realizadas

Âmbito do estudo de pré-viabilidade

Para analisar a viabilidade de

implementação de um projecto de

produção agrícola de café,

configura-se essencial perceber

quais seriam, em particular para

Angola, os:

Requisitos de investimento;

Ciclos de produção;

Preços e produtividades

agrícolas;

Custos de operação;

Para tal foi recolhida informação

junto de produtores de café

actualmente em actividade, bem

como do Instituto Nacional do Café

e produtores agrícolas de outras

culturas.

Enquadramento

Kwanza Norte

• Golungo Alto

Uíge

Kwanza Sul

Calulo

Gabela

Conda

Cassongue

Mussende

Waku Kungo

Bié

Huambo

Legenda:

Zonas de produção de Robusta

Zonas de produção de Arábica

Exploração agrícola de

café robusta, com uma

área de plantação de

1.000 hectares e

produção estimada em

pico de 3 toneladas /

hectare.

A produção terá como

destino principal os

mercados externos,

tendo sido contemplados

os actuais preços de

mercado.

Conceito Localização potencial

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 85

Abaixo descrevem-se os pressupostos de receitas e custos adoptados no estudo de

pré-viabilidade (1/2) Indicador Drivers Descrição

Receitas

Cu

sto

s o

pe

rac

ion

ais

Preparação de

solos

Adubação

Fungicidas e

insecticidas

Capina e poda

Colheita

Valores de facturação anual decorrentes da actividade de venda de

café comercial, em grão.

Trabalhos de limpeza, abertura de covas e empalhamento dos

terrenos.

Custos com adubos e fertilizantes utilizados para melhorar a

produtividade das plantas de café.

Custo com produtos químicos para controlo de pragas, doenças e

insectos que podem atacar as plantações e prejudicar

substancialmente as suas produções.

Custos com corte de capim e poda das plantas, por forma a

potenciar a sua capacidade produtiva.

Custos com pessoal que colhe manualmente o café cereja das

árvores.

• Área de plantação

• Produtividade média por hectare

• Ciclo de produção

• Preços internacionais de café

• Número de horas por ha

• Frequência da operação

• Número de homens necessários por ha

• Salário por hora

• N.º de sacos necessários por ha

• Frequência de adubação anual

• Custo dos fertilizantes por saco

• Custo de insecticidas e fungicidas

• Utilização de insecticidas e fungicidas por ano por

ha

• Número de vezes por ano

• Número de homens por dia

• Número de homens por ha

• Salário por hora

• Volume de produção de café cereja

• Colheita média dos trabalhadores

• Salário dos trabalhadores por hora

• Número de horas de trabalho por dia

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 86

Abaixo descrevem-se os pressupostos de receitas e custos adoptados no estudo de

pré-viabilidade (2/2)

Cu

sto

s o

pe

rac

ion

ais

Transporte

Rebeneficiamento

Estrutura

Custos com limpeza, calibração e ensacamento de café realizado

antes da exportação. Esta operação é geralmente realizada por

uma entidade terceirizada, junto ao porto de exportação.

Custos de salários de motoristas e combustível para fazer o

transporte do café entre a produção agrícola e o porto de

exportação mais próximo.

• Numero de motoristas necessários

• Salário mensal dos motoristas

• Total de Kms percorridos

• Consumo médio dos carros

• Custo por saco de café

• Volume total de produção

Custos com pessoal da estrutura administrativa, operacional e

comercial da fazenda:

Director geral

Engenheiro agrónomo

Técnico médio de acompanhamento das produções

Capataz

Suporte administrativos: colaboradores para trabalhos de registo

contabilístico, apoio à actividade comercial e à direcção geral da

fazenda.

• Salário mensal dos colaboradores

• Número de trabalhadores

• Número de meses de salário

Energia Custos com gasóleo para manter pelo menos um dos geradores a

funcionar em permanência e providenciar a totalidade do

abastecimento de energia necessário.

• N.º de litros de gasóleo necessários

• Custo por litro de gasóleo

Indicador Drivers Descrição

Grandes Prod.

Custos de aquisição e infra-estruturação dos terrenos. • Custo global para aquisição e infra-estruturação

por hectare Terrenos

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 87

Os pressupostos de investimento foram igualmente apurados junto dos produtores,

com base em actuais práticas de mercado

Inve

sti

me

nto

Instalações Custos com construção de instalações de apoio – armazém produto

acabado, armazém produtos químicos, armazém para maquinaria,

instalações administrativas.

• Custo por saco de café

• Volume total de produção

Equipamentos Custos com aquisição de tractores, camiões para transporte,

equipamento de descasque e secagem, bombas de água e

geradores.

• Custo por equipamento

• Número de equipamentos

Plantação Custos com aquisição e plantação das árvores de café. • Custo por planta

• Número de plantas por hectare

Reposição Custos com reposição da capacidade instalada, quer em termos de

maquinaria quer em termos de plantação.

• Amortização económica dos equipamentos e

instalações

• Taxa de mortalidade das plantas

Indicador Drivers Descrição

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 88

0,2

0,8

1,6

3,3

5,6

6,9 7,0 7,2 7,1 7,1 7,16,8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

- - 0,1

0,4

0,8

1,5

2,5

3,0 3,0 3,0 2,9 2,9 2,8

2,3

2,0 2,0 2,1 2,1 2,2 2,2 2,3 2,3 2,3 2,4 2,4 2,5 2,52,9

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

Produção total (ton)

Preço médio de venda de café comercial

Em ano cruzeiro o projecto deverá proporcionar uma produção de 3 ton / ha, a qual

admitindo o actual nível de preços, gerará receitas de cerca de 6 k USD / ha

Principais pressupostos

Preço médio de venda inicial de

2 USD/kg ou 120 USD/saco

Crescimento de preços em linha

com inflação de dólar

americano.

Considerou-se uma plantação

de 1.000 ha com um compasso

de 1x2, resultando em 5 milhões

de plantas – uma planta em

cada 2 m2.

Produtividade média crescente

até ano 8, atingindo o pico (3 ton

/ ha) neste ano e por um período

de 3 anos. A partir do ano 11,

quebra gradual da produção de

2,5% ao ano. Admite-se um

investimento anual de reposição

de plantas de 200 k USD.

Evolução da produção e preços

Unid: mil ton; USD/kg Evolução da receitas

Unid: M USD

II II

Receitas Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

Preço médio de venda de café comercial 2,0 2,0 2,1 2,1 2,2 2,2 2,3 2,3 2,3 2,4 2,4 2,5 2,5 2,9

Taxa de crescimento n.a. 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%

Produção total (ton) - - 100 375 750 1.500 2.500 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 67% 20% 0% 0% -3% -3% -3% -3%

Receitas totais - - 208 796 1.624 3.312 5.631 6.892 7.030 7.171 7.131 7.092 7.053 6.786

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 70% 22% 2% 2% -1% -1% -1% -1%

Indicadores operacionais

Área de plantação (ha) 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000

Produtividade média plantação (kg/ha) - - 100 375 750 1.500 2.500 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 67% 20% 0% 0% -3% -3% -3% -3%

Número de plantas total (milhares) 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000

Compasso (m 2 por planta) 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Kg de café comercial por planta - - 0,02 0,08 0,15 0,30 0,50 0,60 0,60 0,60 0,59 0,57 0,56 0,47

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 89

Os custos com adubos e produtos químicos representam cerca de 13% das receitas

enquanto os custos com colheita representarão 25%

Principais pressupostos

Preparação de solos: tratamento

de solos, mais intensa no

primeiro ano.

Adubação: custo com adubação

de solos 2 vezes por ano.

Fungicidas: utilização anual de

10 kg de fungicidas por ano com

um custo de 11 USD/kg.

Insecticidas: utilização de 2 l/ha

de insecticidas por ano com um

custo de 52 USD / litro.

Capina e poda: trabalhos de

capina e poda de 2 homens 4

vezes por ano. Os 2 homens

trabalham um ha em 2,5 horas.

Colheita: cada trabalhador colhe

80 kg de café cereja por dia com

um custo de 10 USD por dia. O

café cereja pesa cerca de 4

vezes o peso do café comercial.

Energia: custo com combustível

para garantir a utilização de 13

bombas de água de 50 m3/h, de

um gerador de 50 Kw (nos

primeiros anos a utilização do

gerador é mais reduzida por não

estar a alimentar as maquinas

de secagem e descasque) e os

restantes equipamentos de

apoio à estrutura.

Custos operacionais (1/2) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

1. Preparação dos solos (14) (7) (7) (7) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (9) (9) (9) (10)

% das receitas n.a. n.a. 4% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Horas/ha 2,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0

Vezes por ano 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0

Homens/ha 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4

Salários por hora 1,25 1,28 1,30 1,33 1,35 1,38 1,41 1,44 1,46 1,49 1,52 1,55 1,59 1,82

2.1. Adubação (516) (526) (537) (548) (559) (570) (581) (593) (605) (617) (629) (642) (654) (752)

% das receitas n.a. n.a. 258% 69% 34% 17% 10% 9% 9% 9% 9% 9% 9% 11%

Sacos por ha 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0

Número de vezes por ano 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0

Custo de fertilizantes em saco 43,0 43,9 44,7 45,6 46,5 47,5 48,4 49,4 50,4 51,4 52,4 53,5 54,5 62,6

2.2. Fungicidas (110) (112) (114) (117) (119) (121) (124) (126) (129) (131) (134) (137) (140) (160)

% das receitas n.a. n.a. 55% 15% 7% 4% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%

Custo de fungicidas/kg 11,0 11,2 11,4 11,7 11,9 12,1 12,4 12,6 12,9 13,1 13,4 13,7 14,0 16,0

Utilização de fungicidas (kg/ha) 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0

2.3. Insecticidas (104) (106) (108) (110) (113) (115) (117) (119) (122) (124) (127) (129) (132) (152)

% das receitas n.a. n.a. 52% 14% 7% 3% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%

Custo de insecticidas/litro 52,0 53,0 54,1 55,2 56,3 57,4 58,6 59,7 60,9 62,1 63,4 64,7 65,9 75,8

Utilização de insecticidas (l/ha) 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0

3. Capina e poda (25) (26) (26) (27) (27) (28) (28) (29) (29) (30) (30) (31) (32) (36)

% das receitas n.a. n.a. 13% 3% 2% 1% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1%

Número de vezes por ano 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0

Número de homens por dia 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0

Número de horas por ha 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5

Salários por hora 1,25 1,28 1,30 1,33 1,35 1,38 1,41 1,44 1,46 1,49 1,52 1,55 1,59 1,82

4. Colheita - - (52) (199) (406) (828) (1.408) (1.723) (1.757) (1.793) (1.783) (1.773) (1.763) (1.696)

% das receitas n.a. n.a. 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25% 25%

Colheita média dos trabalhadores 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0

Colheita de café cereja (ton) - - 400 1.500 3.000 6.000 10.000 12.000 12.000 12.000 11.700 11.408 11.122 9.316

Horas/dia 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0

Salários por hora 1,25 1,28 1,30 1,33 1,35 1,38 1,41 1,44 1,46 1,49 1,52 1,55 1,59 1,82

5. Energia (17) (17) (20) (24) (24) (25) (25) (26) (26) (27) (27) (28) (28) (33)

% das receitas 0% 0% n.a. n.a. 10% 3% 1% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Bombas de água 11 11 11 12 12 12 12 13 13 13 13 14 14 16

Geradores 2 2 5 8 8 8 9 9 9 9 9 9 10 11

Restantes equipamentos 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 6

Subtotal de custos operacionais (786) (794) (865) (1.031) (1.255) (1.694) (2.291) (2.624) (2.676) (2.730) (2.739) (2.748) (2.758) (2.839)

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 90

1,0 1,0 1,11,4

1,7

2,3

3,1

3,6 3,6 3,7 3,7 3,7 3,7 3,8

171%

103%

69%55% 52% 52% 52% 52% 52% 53% 56%

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

Total de custos operacionais % das receitas

Os principais custos em ano cruzeiro são a adubação dos solos, a colheita e o

rebeneficiamento do café

Principais pressupostos

Transporte: cálculo de custos

com salários de motoristas e

com combustíveis de

deslocações. Assumiu-se um

pico de 9 motoristas nos anos 8

a 10 para 5 carrinhas.

Rebeneficiamento: custos com

limpeza, calibração

ensacamento de café em

Luanda, estimado em 10 USD

por saco de 60kg. Este serviço é

terceirizado.

Estrutura - custos com:

Director Geral: 75 k USD /

ano

Engenheiro agrónomo: 35k

USD / ano

Técnicos médios: 7 técnicos

com custo de 11 k USD / ano

Capataz: 15 USD/dia

Funcionários administrativos:

4 funcionários com custo de

11 k USD / ano cada

No primeiro ano de actividade

os principais custos são de

adubação, de fungicidas e

insecticidas. Os principais

custos em ano cruzeiro são o

rebeneficiamento, a colheita e

a adubação dos solos.

Evolução dos custos operacionais

Unid: milhões de USD; % das receitas Repartição de custos operacionais (ano 1 vs. 20)

Ano 1 Ano 20

II

Custos operacionais (2/2) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

7. Transporte (motorista + combustível) - - (5) (13) (23) (42) (65) (82) (84) (85) (81) (82) (82) (81)

% das receitas n.a. n.a. 3% 2% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%

Motoristas - - (4,2) (8,6) (13,1) (22,3) (31,8) (41,7) (42,6) (43,4) (39,4) (40,2) (41,0) (41,2)

Combustível - - (1,2) (4,7) (9,5) (19,4) (32,9) (40,3) (41,1) (42,0) (41,7) (41,5) (41,3) (39,7)

8. Rebeneficiamento - - (17) (66) (135) (276) (469) (574) (586) (598) (594) (591) (588) (565)

% das receitas n.a. n.a. 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8% 8%

Custo por saco - realizado em Luanda 10,0 10,2 10,4 10,6 10,8 11,0 11,3 11,5 11,7 12,0 12,2 12,4 12,7 14,6

Estrutura (215) (220) (247) (252) (257) (262) (268) (273) (279) (284) (290) (296) (301) (346)

% das receitas n.a. n.a. 119% 32% 16% 8% 5% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 5%

Engenheiro agrónomo (35) (36) (36) (37) (38) (39) (39) (40) (41) (42) (43) (44) (44) (51)

Técnicos médios (78) (80) (82) (83) (85) (87) (88) (90) (92) (94) (96) (97) (99) (114)

Capataz (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (6) (6) (7)

Custo por dia 15,0 15,3 15,6 15,9 16,2 16,6 16,9 17,2 17,6 17,9 18,3 18,7 19,0 21,9

Número de dias 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300

Director Geral (75) (77) (78) (80) (81) (83) (84) (86) (88) (90) (91) (93) (95) (109)

Serviços administrativos (22) (23) (47) (48) (48) (49) (50) (51) (52) (54) (55) (56) (57) (65)

Número de pessoas 2,0 2,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0

Salário mensal médio 800 816 832 849 866 883 901 919 937 956 975 995 1.015 1.165

Subtotal de custos operacionais (215) (220) (270) (332) (415) (580) (802) (929) (948) (967) (965) (968) (971) (993)

Total de custos operacionais (1.001) (1.014) (1.135) (1.363) (1.670) (2.274) (3.093) (3.553) (3.625) (3.697) (3.704) (3.716) (3.729) (3.832)

% de receitas n.a. n.a. 546% 171% 103% 69% 55% 52% 52% 52% 52% 52% 53% 56%

Taxa de crescimento n.a. 1% 12% 20% 23% 36% 36% 15% 2% 2% 0% 0% 0% 0%

0% 0%

52%

1%

11%

10%0%

22%

2% 2%

Rebeneficiamento Colheita Adubação

Preparação dos solos Fungicidas Insecticidas

Transporte Estrutura Capina e poda

15%

44%

20%

0%

4%4%

2%

9%

1% 1%

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 91

(0,1) (0,0)

0,1 0,1 0,20,3

0,4

0,2

0,0 0,0

(0,0) (0,0) (0,0)

0,0 0,1 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3 0,3 0,2 0,3 0,3 0,30,1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

Investimento em FM CAPEX

O investimento em activos fixos necessário nos primeiros 3 anos é de,

aproximadamente 11,4 M USD, ao qual acresce o investimento em fundo de maneio

Principais pressupostos

Os principais custos em activos

fixos estão relacionados com

plantações, tendo sido estimado

um investimento de cerca de 10

M USD (5 milhões de plantas

em 1000ha, com um custo de 2

USD/planta).

Foi considerado que o terreno

seria obtido do Estado a custo

zero, correspondendo os

terrenos e recursos naturais a

custos de infra-estruturas da

fazenda (ex. caminhos e

sistemas de rega)

O equipamento básico inclui

bombas de água, dois

geradores, tractores, máquinas

de secagem e descasque.

Foram estimados custos de

reposição das plantações e

custos de reposição dos

equipamentos de acordo com as

suas amortizações, ajustadas

pelo efeito de inflação.

Foi estimado um investimento

em fundo de maneio, associado

a stocks, recebimentos de

clientes e pagamentos a

fornecedores, pagamentos e

recebimentos do estado e

pessoal. Estimou-se assim que

o fundo de maneio representaria

cerca de 70 dias de receitas

CAPEX e Investimento em Fundo de Maneio

Unid: milhões de USD

11,3

Pesos de investimentos em CAPEX nos

primeiros 3 anos

II

CAPEX Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

Terrenos e recursos naturais (750) - - - - - - - - - - - - -

Edifícios e outras construções (390) - - - - - - - - - - - - -

Equipamento básico (169) - (26) - - - - - - - - - - -

Equipamento de transporte - - (36) - (38) (39) (39) (40) - - - - - -

Plantações (10.000) - - - - - - - - - - - - -

Novos investimentos (11.309) - (62) - (38) (39) (39) (40) - - - - - -

Investimento de reposição - (30) (32) (154) (163) (182) (206) (225) (255) (249) (258) (260) (262) (145)

Total de CAPEX (11.309) (30) (95) (154) (201) (221) (245) (265) (255) (249) (258) (260) (262) (145)

% de EBITDA n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. 21% 10% 8% 7% 7% 8% 8% 8% 5%

Investimento em fundo de maneio Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

Fundo de maneio líquido (63) (64) 40 153 311 635 1.080 1.322 1.348 1.375 1.368 1.360 1.353 -% das receitas n.a. n.a. 19% 19% 19% 19% 19% 19% 19% 19% 19% 19% 19% 0%

dias de receitas n.a. n.a. 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 70 -

Investimento em fundo de maneio 63 1 (104) (113) (159) (324) (445) (242) (26) (27) 8 8 7 1.309% de EBITDA n.a. n.a. n.a. n.a. n.a. 31% 18% 7% 1% 1% 0% 0% 0% -44%

87%

0%

2% 4%7%

Plantações Equipamento de transporteEquipamento básico Edifícios e outras construçõesTerrenos e recursos naturais

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 92

Em ano cruzeiro, o projecto deverá gerar um resultado operacional de 38% das

receitas e um resultado líquido superior a 25% das receitas

Notas

Considerou-se que o projecto

estaria sujeito a imposto

industrial à taxa de 20%.

O negócio de produção

agrícola de café apenas gerará

resultados líquidos positivos

a partir do 7º ano, altura em

que a produtividade das

plantas atingem níveis que

permitem rentabilizar a

operação.

O montante de investimento

em activos fixos inicial e a

estrutura de custos

operacionais é assim de

importância crítica para

rentabilizar o negócio a médio

prazo.

Demonstração de resultados Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

Receitas - - 208 796 1.624 3.312 5.631 6.892 7.030 7.171 7.131 7.092 7.053 6.786Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 283% 104% 104% 70% 22% 2% 2% -1% -1% -1% -1%

Produção anual (ton) - - 100 375 750 1.500 2.500 3.000 3.000 3.000 2.925 2.852 2.781 2.329

Taxa de crescimento n.a. n.a. n.a. 275% 100% 100% 67% 20% 0% 0% -3% -3% -3% -3%

Custos operacionais (1.001) (1.014) (1.135) (1.363) (1.670) (2.274) (3.093) (3.553) (3.625) (3.697) (3.704) (3.716) (3.729) (3.832)% das receitas n.a. n.a. 546% 171% 103% 69% 55% 52% 52% 52% 52% 52% 53% 56%

EBITDA (1.001) (1.014) (927) (567) (46) 1.038 2.538 3.339 3.405 3.474 3.427 3.376 3.324 2.954Margem EBITDA n.a. n.a. -446% -71% -3% 31% 45% 48% 48% 48% 48% 48% 47% 44%

Amortizações (696) (698) (714) (727) (751) (780) (804) (838) (838) (852) (860) (868) (880) (224)Plantações (667) (667) (667) (674) (681) (688) (696) (703) (711) (719) (727) (736) (744) (81)

Equipamento básico (21) (24) (30) (34) (38) (43) (49) (55) (41) (43) (42) (44) (45) (47)

Equipamento de transporte - - (9) (11) (24) (40) (50) (71) (77) (80) (81) (79) (81) (85)

Edifícios e outras construções (8) (8) (8) (8) (8) (9) (9) (9) (9) (9) (10) (10) (10) (11)

Ferramentas e utnsílios - - - - - - - - - - - - - -

EBIT (1.697) (1.712) (1.641) (1.295) (798) 258 1.734 2.500 2.568 2.621 2.567 2.507 2.443 2.730Margem EBIT n.a. n.a. -789% -163% -49% 8% 31% 36% 37% 37% 36% 35% 35% 40%

Resultados financeiros - (232) (287) (348) (400) (437) (424) (379) (326) (274) (222) (169) (117) 56

EBT (1.697) (1.944) (1.928) (1.642) (1.198) (179) 1.310 2.122 2.241 2.347 2.345 2.338 2.326 2.786Margem EBT n.a. n.a. -927% -206% -74% -5% 23% 31% 32% 33% 33% 33% 33% 41%

Impostos 339 389 386 328 240 36 (262) (424) (448) (469) (469) (468) (465) (557)taxa de imposto efectiva 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20%

Resultado líquido (1.357) (1.555) (1.542) (1.314) (958) (143) 1.048 1.697 1.793 1.878 1.876 1.870 1.861 2.229Margem líquida n.a. n.a. -741% -165% -59% -4% 19% 25% 26% 26% 26% 26% 26% 33%

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 93

O projecto deverá ser financiado por capitais próprios e dívida em partes iguais,

admitindo-se no caso da dívida um reembolso da mesma entre os anos 6 e 15

Principais pressupostos

Considerou-se que o projecto

seria financiado a 50% com

recurso a dívida e 50% com

recurso de capitais próprios.

Adicionalmente admite-se

carência e juros nos primeiros 6

anos. Considera-se ainda que o

financiamento tanto por capital

próprio como de capitais alheios

seja concretizado no primeiro

ano do projecto.

Considerou-se um custo de

financiamento de 5% ao ano (all-

in), assumindo que haveria

recurso aos programas de

crédito bonificado para projectos

agrícolas actualmente existentes

em Angola. Considerou-se ainda

que do excesso de caixa de

cada ano poderia ser aplicado

no ano seguinte a uma taxa de

juro anual de 4%.

O reembolso da dívida contraída

ocorrerá entre o ano 6 e o ano

15, em prestações de capital

constante anual

Admite-se que a empresa

distribuiria dividendos com

resultados líquidos positivos e

sempre por forma a permanecer

pelo menos 1 M USD em

disponibilidades.

Cash flow Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 20

Unid: '000 USD

EBITDA (1.001) (1.014) (927) (567) (46) 1.038 2.538 3.339 3.405 3.474 3.427 3.376 3.324 2.954

Margem EBITDA n.a. n.a. -446% -71% -3% 31% 45% 48% 48% 48% 48% 48% 47% 44%

Amortizações (696) (698) (714) (727) (751) (780) (804) (838) (838) (852) (860) (868) (880) (224)

EBIT (1.697) (1.712) (1.641) (1.295) (798) 258 1.734 2.500 2.568 2.621 2.567 2.507 2.443 2.730

Margem EBIT n.a. n.a. -789% -163% -49% 8% 31% 36% 37% 37% 36% 35% 35% 40%

Imposto - - - - - - - (428) (514) (524) (513) (501) (489) (546)

taxa de imposto efectiva 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 17% 20% 20% 20% 20% 20% 20%

NOPLAT (1.697) (1.712) (1.641) (1.295) (798) 258 1.734 2.072 2.054 2.097 2.053 2.006 1.955 2.184

Amortizações 696 698 714 727 751 780 804 838 838 852 860 868 880 224

Cash flow operacional (1.001) (1.014) (927) (567) (46) 1.038 2.538 2.910 2.892 2.949 2.914 2.874 2.835 2.408

CAPEX (11.309) (30) (95) (154) (201) (221) (245) (265) (255) (249) (258) (260) (262) (145)

Terreno (750) - - - - - - - - - - - - -

Plantações (10.000) - - (106) (108) (110) (113) (115) (117) (120) (122) (124) (127) -

Equipamento de transporte - - (36) (9) (50) (63) (80) (92) (72) (78) (82) (83) (80) (87)

Equipamento básico (169) (22) (50) (31) (35) (39) (44) (50) (56) (42) (44) (43) (45) (47)

Edifícios e outras construções (390) (8) (8) (8) (8) (9) (9) (9) (9) (9) (10) (10) (10) (11)

Investimento em fundo de maneio 63 1 (104) (113) (159) (324) (445) (242) (26) (27) 8 8 7 1.309

Free cash flow (12.247) (1.043) (1.126) (834) (406) 493 1.848 2.403 2.611 2.674 2.664 2.622 2.580 3.572

Desembolsos 8.611 431 452 475 498 - - - - - - - - -

Juros - (232) (287) (348) (400) (437) (424) (379) (326) (274) (222) (169) (117) 56

Reembolsos - - - - - (1.047) (1.047) (1.047) (1.047) (1.047) (1.047) (1.047) (1.047) -

Tax-shield - - - - - - - 279 65 55 44 34 23 (11)

Cash flow depois de financiamento (3.636) (844) (960) (708) (308) (990) 377 1.257 1.303 1.408 1.440 1.439 1.440 3.616

Entrada de fundos accionistas 8.611 - - - - - - - - - - - - -

Dividendos - - - - - - (542) (1.257) (1.303) (1.408) (1.440) (1.439) (1.440) (5.010)

Cash flow do período 4.974 (844) (960) (708) (308) (990) (165) - - - - - - (1.393)

Saldo inicial de caixa - 4.974 4.131 3.170 2.463 2.155 1.165 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.393

Saldo f inal de caixa 4.974 4.131 3.170 2.463 2.155 1.165 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 -

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 94

-12,2

-1,0 -1,1 -0,8 -0,4

0,51,8 2,4 2,6 2,7 2,7 2,6 2,6

3,6

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

Com base nos pressupostos tomados, o investimento do accionista deverá ascender a

8,6 M USD e a TIR por ele obtida para o seu investimento de 8,5%

Fluxo de caixa do projecto (Free cash flow)

Unid: milhões de USD

Fluxo de caixa para o accionista

Unid: milhões de USD

Rentabilidade operacional do projecto

Rentabilidade do accionista

II

II

Nota: Admite-se que o projecto não irá gerar qualquer cash flow para além do ano 20.

Cash flow antes de financiamento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Unid: '000 USD

Free cash flow to the firm (12.247) (1.043) (1.126) (834) (406) 493 1.848 2.403 2.611 2.674

Cash flow antes de financiamento Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Unid: '000 USD

Free cash flow to the firm 2.664 2.622 2.580 2.534 2.489 2.444 2.406 2.363 2.316 3.572

Cash flows do accionista Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Unid: '000 USD

Dividendos (8.611) - - - - - 542 1.257 1.303 1.408

Cash flows do accionista Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Unid: '000 USD

Dividendos 1.440 1.439 1.440 1.436 1.433 2.377 2.341 2.300 2.265 5.010

Fundos necessários 15.655

TIR 11,5%

Payback 13 anos

Fundos próprios a aportar 8.611

TIR 8,5%

Payback 13 anos

-8,6

0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,51,3 1,3 1,4 1,4 1,4 1,4

5,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 20

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 95

Realizaram-se análises de sensibilidade às variáveis críticas do negócio, como sendo

o preço do café, o preço das mudas (plantas) e o custo de rebeneficiamento

Payback Taxa interna de rentabilidade

Pro

jec

to

Ac

cio

nis

ta

13 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40

1,60 17 14 12 11 10

1,80 17 14 12 11 10

2,00 18 15 13 11 11

2,20 19 15 13 12 11

2,40 20 16 13 12 11

Preço do café (USD/kg)

Pre

ço

da

s

mu

da

s (

US

D)

0 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40

1,60 9% 11% 12% 14% 16%

1,80 9% 10% 12% 13% 15%

2,00 8% 10% 11% 13% 14%

2,20 8% 10% 11% 12% 14%

2,40 8% 9% 11% 12% 13%

Preço do café (USD/kg)

Pre

ço

da

s

mu

da

s (

US

D)

13 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40

1,60 20 15 12 10 10

1,80 20 16 13 11 10

2,00 20 17 13 11 10

2,20 21 18 14 12 10

2,40 21 18 15 12 11

Preço do café (USD/kg)

Pre

ço

da

s

mu

da

s (

US

D)

0 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40

1,60 2% 7% 10% 13% 16%

1,80 1% 6% 9% 12% 15%

2,00 0% 5% 8% 11% 14%

2,20 -1% 4% 8% 11% 13%

2,40 -2% 3% 7% 10% 12%

Preço do café (USD/kg)

Pre

ço

da

s

mu

da

s (

US

D)

20% 35% 50% 65% 80%

## 14 13 13 14 15

Financiamento por dívida

20% 35% 50% 65% 80%

0,1 7% 8% 8% 9% 11%

Financiamento por dívida

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 96

O controlo das despesas de investimento, o emprego de avançadas técnicas agrícolas

e o estabelecimento de relações comerciais duradouras são factores críticos para o

sucesso do projecto

1. Optimização das despesas de investimento iniciais, as quais se apresentam bastante significativas, eventualmente através de incentivos públicos ao

investimento

2. Emprego das mais avançadas técnicas agrícolas, por forma a maximizar valor da produção (no binómio quantidade e qualidade produzida), antecipar

picos e atrasar quebra de produtividade e permitir optimizar custos com adubos, produtos químicos e colheita

3. Estabelecimento de relações comerciais duradouras com traders internacionais e torrefactores de referência, que permitam um escoamento da

produção nos timings e níveis de preços adequados

4. Implementação de soluções logísticas que assegurem fluxo de produto sem falhas e optimização de custos comerciais e com rebeneficiamento

5. Acesso a soluções de financiamento flexíveis e competitivas

Factores críticos do projecto

Grandes Prod. 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 97

1. Enquadramento de trabalhos

2. Sumário executivo

3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café

a) Enquadramento competitivo macro

b) Diagnóstico do sector em Angola

c) Modelo de desenvolvimento do sector do café

d) Estudo de pré-viabilidade

a) Modelo fragmentado

b) Modelo concentrado

c) Comparação dos modelos e análises de sensibilidade

e) Medidas de acção do IFE

Índice

A

B

C

D

E

1.

2.

3.

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IFE | Estudo Sectorial – Café 98

Pequenos produtores+Coop Valores

M USD agregados

Volume de negócios (coop) 54,7

Preço médio (USD/kg) 2,5

Produção café com. (mil ton) 21,8

Custos com pessoal 8,1

EBITDA (coop+produtores) 30,2

margem EBITDA média 55%

Investimento por ha ('000 USD) 15,0

Impostos pagos 3,5

Fundos accion. Necessários (1) 8,2

Dividendos 15,2

Dividendos+pessoal (2) 23,3

Múltiplo de retorno (2)/(1) x 2,9

TIR 4,6%

Payback 17 anos

Duração de projecto 20 anos

Tipo de investimento Plantação de raiz

Modelo de colheita Manual

Produto final (agricutor) Café mabuba

Variedade de café Robusta

Área plantação (ha) 1.000

Produtividade (ton/ha) pico 1,5

Grandes produtores Valores

M USD agregados

Volume de negócios 102,2

Preço médio (USD/kg) 2,5

Produção (mil ton) 40,4

Custos com pessoal 32,1

EBITDA 42,2

margem EBITDA média 41%

Investimento por ha ('000 USD) 15,1

Impostos pagos 6,3

Fundos accion. necessários (1) 8,6

Dividendos 26,0

Dividendos+pessoal (2) 58,1

Múltiplo de retorno (2)/(1) x 6,7

TIR 8,5%

Payback 13 anos

Duração de projecto 20 anos

Tipo de investimento Plantação de raiz

Modelo de colheita Manual

Produto final (agricutor) Café comercial

Variedade de café Robusta

Área plantação (ha) 1.000

Produtividade (ton/ha) pico 3,0

Da comparação dos dois modelos de desenvolvimento resultam vantagens económicas

no modelo de grandes produtores e sociais no modelo de pequenos produtores

Grandes Prod.

Modelo concentrado

(1 produtor: 1000ha)

Modelo fragmentado

(1.000 produtores + cooperativa)

Cooperativa Peq. Produtor

Comparação de modelos

Modelo de grandes produções

Cadeia de valor mais integrada – um único

produtor tem capacidade de produzir café

comercial (descascado).

Maior rentabilidade accionista

Maior produtividade de plantações

Maiores necessidades de trabalhadores – devido

a maior produção por ha (caso de colheita

manual)

Menor necessidade de investimento total

Maior valor de impostos

Menor distribuição de rendimentos

Modelo de pequenos produtores

Necessidade de existência de cooperativas para

processar café comercial

Menor rentabilidade accionista

Menor produtividade de plantações

Menores necessidades de trabalhadores

(comparando modelos de colheita manual) devido

a menor produção por ha

Maior necessidade de investimento agregado

Menor valor de impostos

Maior distribuição de rendimentos entre

população

Modelo em que um grande produtor concentra

uma área de produção de 1.000 ha

Tendo em conta objectivos de desenvolvimento

económico e social, a implementação de um modelo

misto deverá ser o mais adequado

! Modelo de 1.000 produtores com áreas de

plantação individuais de 1 ha e uma

cooperativa com funções de descasque e

comercialização

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 99

Da análise de sensibilidade aos dois modelos, para obter níveis de rentabilidade

definidos, resultam os seguintes subsídios de fertilizantes e de plantas

1,536

1,626

1,716

1,86

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

1,5 1,6 1,7 1,8 1,9

1,131

1,222

1,314

1,45

-

5

10

15

20

25

30

35

40

45

1,1 1,2 1,3 1,4 1,5

1,139

1,328

1,517

1,77

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

0,9 1,1 1,3 1,5 1,7

0,341

0,532

0,723

0,913

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

0,1 0,3 0,5 0,7 0,9

Subsídio de mudas (USD/planta)

Subsídio de mudas (USD/planta) Subsídio de mudas (USD/planta)

Subsídio de mudas (USD/planta)

Subsíd

io d

e f

ert

ilizante

s (

US

D/k

g)

Subsíd

io d

e f

ert

ilizante

s (

US

D/k

g)

Subsíd

io d

e f

ert

ilizante

s (

US

D/k

g)

Subsíd

io d

e f

ert

ilizante

s (

US

D/k

g)

Modelo concentrado Modelo fragmentado (para 1000 produtores)

TIR

alvo:

20%

TIR

alvo:

15%

TIR

alvo:

20%

TIR

alvo:

15%

Nível de subsídio necessário

Grandes Prod. Cooperativa Peq. Produtor 3. CAFÉ

Page 101: Projecto Amboim - 154.116.255.62154.116.255.62/images/pdf/cafe.pdf · cadeia de valor e principais players; ... Superficies comerciais Horeca ... Decorrente de entrevistas realizadas

IFE | Estudo Sectorial – Café 100

Se apenas se subsidiasse o investimento nas plantas, o modelo concentrado

globalmente seria financeiramente menos exigente para o Estado

1,7

6,0

8,9

TIR 10%

TIR 15%

TIR 20%

Subsídio ao investimento

4,5

7,3

9,3

TIR 10%

TIR 15%

TIR 20%

Subsídio ao investimento

Modelo concentrado Modelo fragmentado

Unid: milhões de USD

Grandes Prod. Cooperativa Peq. Produtor 3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 101

Índice

1. Enquadramento de trabalhos

2. Sumário executivo

3. Estudo de mercado e de pré-viabilidade do sector do café

1. Enquadramento competitivo macro

2. Diagnóstico do sector em Angola

3. Modelo de desenvolvimento do sector do café

4. Estudo de pré-viabilidade

5. Medidas de acção do IFE

A

B

C

D

E

1.

2.

3.

Page 103: Projecto Amboim - 154.116.255.62154.116.255.62/images/pdf/cafe.pdf · cadeia de valor e principais players; ... Superficies comerciais Horeca ... Decorrente de entrevistas realizadas

IFE | Estudo Sectorial – Café 102

O sector público pode desempenhar um papel fundamental no arranque do cluster do

café em Angola, enquanto promotor de encontro de interesses e saber

Potenciais medidas de carácter público de fomento ao sector do café

(não exaustivo)

Programas de apoio ao

investimento com subsidiação

do custo das plantas em

projectos certificados

Disponibilização de terrenos a

preços competitivos (não

especulativos) e com

condições propícias ao cultivo

do café

Desenvolvimento de centro de

competência em café para

estudo laboratorial das

condições de cultivo, apoio ao

produtor e disseminação de

saber. Contratação de

técnicos estrangeiros

altamente qualificados;

Certificação de projectos e

fiscalização da produção de

café em Angola, tendo em

vista a qualificação da oferta e

como condição para obtenção

de incentivos públicos

Desenvolvimento e

disponibilização de estudos de

mercado e estudos

estatísticos sobre café para

suporte ao investidor

Aproximação a traders

internacionais de café e

torrefactores de referência,

promovendo junto destes a

qualidade e potencialidades

do produto Angolano

Desenvolvimento de infra-

estruturas (estradas de

acesso, portos, rede eléctrica,

redes de abastecimento de

água, entre outros).

Angariação de investidores

(nacionais ou estrangeiros)

para projectos em Angola,

funcionando como motores do

desenvolvimento do sector

Programas de apoio aos produtores na

redução da volatilidade dos seus

rendimentos

Fomento das associações e cooperativas

de produtores como forma de dinamizar a

produção de pequenos produtores

Incentivos fiscais e financeiros à

actividade produtiva de café

3. CAFÉ

Page 104: Projecto Amboim - 154.116.255.62154.116.255.62/images/pdf/cafe.pdf · cadeia de valor e principais players; ... Superficies comerciais Horeca ... Decorrente de entrevistas realizadas

IFE | Estudo Sectorial – Café 103

Foram posicionadas as medidas de acção identificadas tendo em conta as fases da

cadeia de valor sobre as quais actuarão ou terão maior impacto

Produção agrícola

de base

Torrefacção e

moagem Comercialização

Fas

es

• Produção de café cereja

• Lavagem e secagem

• Descasque

• Transporte (se aplicável)

Rebeneficiamento

e exportação

Transformação

em café

comercial

• Descasque

• Ensacamento

• Transporte para porto

• Limpeza e calibração de

grãos de café

• Acondicionamento e

expedição internacional

Me

did

as

• Torrefacção

• Moagem

• Blending de variedades

• Embalamento

• Especialidades

• Comercialização em

canais de consumo

(HORECA)

• Comercialização em

distribuição alimentar

• Distribuição para indústria

Programas de subsidiação do

custo das plantas

Disponibilização de terrenos a

preços competitivos

Desenvolvimento de centro de

competência em café

Certificação de projectos e fiscalização da produção

Desenvolvimento e disponibilização de estudos de mercado

Aproximação a traders internacionais de café e torrefactores de

referência

Desenvolvimento de infra-estruturas (estradas de acesso, portos, rede eléctrica, redes de abastecimento de água, entre outros).

Angariação de investidores (nacionais ou estrangeiros) para projectos em Angola

Incentivos fiscais e financeiros à actividade produtiva de café

Fomento das associações e

cooperativas de produtores

Cadeia

de v

alo

r

Elos de maior relevância para o sector nacional

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 104

Caracterização das medidas de fomento identificadas (1/4)

Desenvolvimento e disponibilização de estudos

de mercado e estudos estatísticos sobre café

para suporte ao investidor e potenciais

compradores internacionais.

Aproximação a traders internacionais de café e

torrefactores de referência, promovendo junto

destes a qualidade e potencialidades do

produto Angolano.

Desenvolvimento de centro de competência em

café para estudo laboratorial das condições de

cultivo, apoio ao produtor e disseminação de

saber. Contratação de técnicos estrangeiros

altamente qualificados.

Te

mp

o a

imp

acto

De

sc

riç

ão

de m

ed

ida

s

Imp

acto

s

esp

era

do

s

Co

ns

tra

ng

ime

nto

base

Reduzida informação sobre quem são os produtores,

localizações das produções, áreas de plantação,

volumes de produção, produtividade agrícola, volume de

negócios, número de trabalhadores, entre outros

aspectos.

Procura internacional de produto Angolano não satisfeita

por desconhecimento da oferta existente.

Criação de estrutura estatística dependente do INE ou

Ministério da Agricultura/INCA responsável pela

recolha, compilação e distribuição pública dos dados.

Criação de boletim estatístico com actualização

periódica.

Desenvolvimento de técnicas de produção de café

(parceria com INCA e faculdades)

Produção de regulamentação para declaração de dados

estatísticos periódicos

Tomada de decisão por parte dos investidores de forma

informada e por isso com menos risco, reduzindo a

rentabilidade requerida para investir e aumentando por

isso a probabilidade de investimento.

Melhoria na produtividade e qualidade de produção.

Criação de ambiente transparente e competitivo no

sector, propício para encontro entre oferta e procura.

Duração de projecto de implementação: ~1 ano

Primeiros impactos: ~12 a 18 meses

Desconhecimento e subsequente subvalorização do

café angolano junto dos principais intermediários

internacionais de café.

Oferta pouco expressiva em volumes de produção é

pouco atractiva para operação dos principais

intermediários mundiais em Angola.

Roadshow junto dos principais intermediários

internacionais promovendo atributos e medidas a ser

tomadas para aumento da produção de café em

Angola.

Definição de um plano de marketing de promoção do

café Angolano a nível internacional.

Aumento de valor percepcionado do café Angolano

pelos principais intervenientes mundiais.

Aumento da procura mundial de café Angolano.

Duração de projecto de implementação: ~1 ano

Primeiros impactos: ~1 a 2 anos

Inoperância e défice de laboratórios de: i) análises às

tipologias dos solos; ii) análise de qualidade e variedades

de café; iii) desenvolvimento de plantas por métodos de

reprodução vegetativa de forma a obter plantas de alto

rendimento.

Dificuldades de obtenção de reagentes necessários para

actividade dos laboratórios.

Défice de técnicos agrícolas qualificados na área de café.

Criação de laboratórios de análises com técnicos

qualificados, eventualmente em parceria com empresas

privadas internacionais.

Desburocratização de processos de importação de

reagentes necessários à actividade dos laboratórios.

Criação de cursos técnicos e pós-graduações de

engenharia agrónoma com especialização em

cafeicultura em Angola.

Impacto directo generalizado na agricultura pelo estudo e

determinação das mais adequadas práticas agronómicas

e por um uso mais eficiente dos solos, plantações e

fertilizantes. Deverá gerar um aumento significativo na

produtividade.

Criação know-how nacional especializado, a custos que

viabilizem as plantações e que tenham um impacto

sustentável.

Duração de projecto de implementação: ~1/2 anos.

Primeiros impactos: ~2/5 anos

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 105

Caracterização das medidas de fomento identificadas (2/4)

Programas de apoio aos produtores na redução

da volatilidade dos seus rendimentos.

Incentivos fiscais e financeiros à actividade

produtiva de café.

Angariação de investidores (nacionais ou

estrangeiros) para projectos em Angola,

funcionando como motores do desenvolvimento

do sector.

Incerteza quanto aos níveis de produção devido às

condições climatéricas e ao ataque de pragas e

doenças.

Instabilidade nos rendimentos dos pequenos

agricultores que dependem unicamente da colheita do

café.

O risco de destruição da produção inibe o investimento.

Disponibilização de seguros contra perdas por

fenómenos naturais e extraordinários.

Subsidiação das perdas dos agricultores em caso de

destruição das plantações por más condições

climatéricas ou por doença.

Apoio na aquisição de plantas para renovação de

plantações destruídas em catástrofes naturais.

Redução do risco do investimento para os produtores

deverá desbloquear projectos de investimento no sector.

Apoio em fase crítica pode evitar o abandono da cultura

do café após a destruição das colheitas, permitindo que

a produção possa retomar os níveis normais no ano

seguinte.

Duração de projecto de implementação: ~ 6/12 meses.

Primeiros impactos: ~2/5 anos

A actividade agrícola apresenta margens de

rentabilidade reduzidas, pelo que a taxação dos

rendimentos obtidos desincentiva de forma acentuada

a opção por este tipo de actividade.

A maioria dos produtores agrícolas têm poucos

recursos financeiros quer para investir quer para

manter as explorações agrícolas.

Redução ou isenção de impostos e taxas de

exportação para projectos agrícolas no sector do café

nos primeiros anos de actividade.

Fixação de mecanismo de preço de referência que

permita aos produtores garantir uma rentabilidade

mínima.

Facilitação do acesso ao crédito pela via da criação de

linhas de crédito bonificadas com taxas de juro mais

reduzidas.

Mais fundos disponíveis para serem aplicados na

produção de café.

Aumento dos níveis de investimento por parte dos

produtores.

Garantia de maior estabilidade dos rendimentos e de

um nível de vida mínimo para as populações rurais.

Melhoria do nível de rentabilidade das explorações.

Duração de projecto de implementação: ~1 ano.

Primeiros impactos: ~2/3 anos

Falta de promoção de Angola como um destino natural e

atractivo de investimento externo.

Desconhecimento de potencialidades ao nível agrícola

devido a falta de informação e estudos sobre a produção

de café em Angola.

Criação de apresentação promocional para eventuais

investidores com os seguintes temas: i) apresentação

de Angola; ii) indicadores económicos e crescimento;

iii) medidas governamentais recentes e impactos

futuros; iv) sector agrícola de Angola; v) o sector do

café; vi) business case de produção de café.

Roadshow a principais players internacionias,

convidando-os a comprar em Angola.

Aumento de investimento directo externo em áreas em que

tipicamente investidores externos não investem em Angola

(sector não petrolífero).

Colocar Angola no mapa do investimento global do café,

colocando o país como um destino de investimento atractivo.

Fomentar o interesse de investidores na área do café

trazendo para o país conhecimentos e capital actualmente

em défice.

Duração de projecto de implementação: ~1 ano.

Primeiros impactos: ~2/3 anos

Te

mp

o a

imp

acto

De

sc

riç

ão

de m

ed

ida

s

Imp

acto

s

esp

era

do

s

Co

ns

tra

ng

ime

nto

base

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 106

Caracterização das medidas de fomento identificadas (3/4)

Certificação de projectos e fiscalização da

produção de café em Angola, tendo em vista a

qualificação da oferta e como condição para

obtenção de incentivos públicos.

Programas de apoio ao investimento com

subsidiação do custo das plantas em projectos

certificados.

Fomento das associações e cooperativas de

produtores como forma de dinamizar a

produção de pequenos produtores.

Não existe actualmente nenhum mecanismo de

certificação do café produzido em Angola.

O pouco café de Angola que é comercializado a nível

internacional muitas vezes chega ao destino com

impurezas e com qualidade não uniforme.

.

Criação de estrutura de certificação de produtores com

maior qualidade por variedade e método de cultivo (ex.

orgânico ou quimico).

Atribuição de benefícios e incentivos à produção de

projectos certificados (ex. subsídios e financiamentos

em condições melhores que as de mercado).

Monitorização com regularidade do cumprimento de

requisitos para certificação e atribuição de prémios

anuais que distingam a qualidade.

Aumento da qualidade média do café produzido.

Incentivo à produção de melhor qualidade,

desenvolvendo os métodos de cultivo.

Garantia de qualidade para o importador estrangeiro

aumentando a procura externa.

Duração de projecto de implementação: ~2 anos.

Primeiros impactos: ~5 a 7 anos

Oferta de plantas a custos reduzidos e com

produtividade elevada é escassa.

Não existe capacidade técnica nem meios de produção

de plantas de alta produtividade através do método de

reprodução vegetativa (por estaca).

Custo de importação de variedades estrangeiras é

elevado e de adaptabilidade ao meio ambiente de

Angola desconhecido (risco acrescido para o produtor).

Criação de mecanismo de subsidiação ou financiamento

bonificado do Estado para aquisição de plantas com

capacidade produtiva comprovada.

Certificação de variedades e produtores de plantas de

qualidade.

Criação de estruturas técnicas de apoio à produção dos

agricultores com técnicos especializados.

Atribuição de prémios anuais a produções com maior

qualidade.

Aumento de oferta de plantas de qualidade.

Garantia de qualidade e redução de risco de para os

produtores do desconhecimento da qualidade das

plantas.

Introdução de um mecanismo financeiro efectivo que

permita o revitalizar de plantações antigas e de fraco

desempenho.

Duração de projecto de implementação: ~1 ano.

Primeiros impactos: ~5 anos (impactos a partir de inicio

de produções)

Pouca actividade associativa entre os produtores de café

faz com que o seu poder negocial seja menor.

As associações de produtores existentes têm pequena

dimensão e recursos limitados.

Criação de uma associação nacional de cooperativas

de produtores de café que congregue as cooperativas

todas do país e que sirva de fórum de discussão de

políticas para o sector.

Atribuição de benefícios a cooperativas e aos seus

associados, como por exemplo, equipamentos, apoio

técnico gratuito, acesso a matérias de consumo a

preços privilegiados, disponibilização de mudas de café

de maior qualidade.

Desenvolvimento de associações de produtores que

concentrem actividades que os pequenos agricultores não

necessitam de desempenhar individualmente a custos mais

competitivos: descasque do café, funções administrativas,

concentração do processo de compras de materiais.

Aumento do poder negocial dos produtores junto da procura

internacional. Desenvolvimento integrado de políticas

estruturantes para o sector do café.

Duração de projecto de implementação: ~ 1 a 2 anos.

Primeiros impactos: ~3 a 5 anos

Te

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3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 107

Caracterização das medidas de fomento identificadas (4/4)

Disponibilização de terrenos a preços

competitivos (não especulativos) e com

condições propícias ao cultivo do café

Desenvolvimento de infra-estruturas (estradas

de acesso, portos, rede eléctrica, redes de

abastecimento de água, entre outros).

No momento actual, com a legislação em vigor, as

fazendas agrícolas são atribuídas a custos reduzidos a

entidades com projectos agrícolas que muitas vezes

não são concretizados, sendo utilizados para outros

propósitos.

Possibilidade de liberalização de transacções de

terrenos agrícolas. Esta liberalização, eliminaria

especuladores e introduziria um desincentivo à não

concretização dos projectos que seria o custo de

aquisição das fazendas.

Medição de produção e monitorização dos projectos de

produção de café apresentados e introdução de

medidas de penalização a projectos não concretizados.

Necessário actuar em parceria com Ministério da

Agricultura.

Eliminação de movimentos especulativos sem impacto

real na economia e aumento da oferta disponível de

terrenos a pessoas ou entidades nacionais ou

estrangeiras que efectivamente queiram investir no seu

desenvolvimento e criar emprego.

Eliminação de barreiras à entrada de investidores.

Aumento de investimento directo externo com partilha

de know-how por parte dos melhores produtores.

Duração de projecto de implementação: ~2 anos.

Primeiros impactos: ~5 a 7 anos (a partir das primeiras

produções)

Infra-estruturas básicas em Angola são deficitárias, com

falta de estradas de acesso sobretudo às zonas rurais

onde se encontram as produções agrícolas.

A rede eléctrica pública é também ainda ineficaz uma vez

que tem falhas frequentes, o que leva à necessidade de

investimento em geradores com custos significativos.

A rede de distribuição de água, de recolha de resíduos e

saneamento é insuficiente.

Apoio às iniciativas de desenvolvimento de infra-

estruturas nas zonas rurais e de maior potencial de

crescimento. Controlo de desempenho de medidas de

desenvolvimento de infra-estruturas básicas.

Revitalização das estradas que ligam as regiões

produtoras como o Kwanza Norte e Uíge ao porto de

Luanda e as regiões produtoras do Kwanza Sul aos

portos do Sumbe e Porto Amboim. Preparação destes

portos para a recepção de navios cargueiros de grande

porte.

Redução de custos logísticos.

Redução de custos energéticos e aumento da

disponibilidade de energia pública, crucial para o

desenvolvimento económico.

Maior integração do território e desenvolvimento dos

canais de exportação.

Duração de projecto de implementação: ~5/10 anos.

Primeiros impactos: ~5/10 anos

Te

mp

o a

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base

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 108

Plano de implementação (1/2)

# MesesPrecedê

ncia1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Plano de implementação de acções de Café

Estudos de mercado e estatísticos de café

1

Criação de "Observatório do Café" (em parceria com INCA, Min. Agricultura e SN Alfandegas) com o

objectivo de recolher e divulgar periodicamente informação económica e agronómica sobre cultura do café

para suporte a reflexão e tomada de decisão. Definição do modelo de negócio e estrutura organizacional

do Observatório do Café. 1 1 1

2

Início de actividade do Observatório do Café. Identificação e recolha de informação existente. Identificação

de necessidades de informação adicionais e de procedimentos para a sua recolha. Definição das

publicações a desenvolver (conteúdos, periodicidade, distribuição,…).

1

1 1

3 Desenvolvimento de base de dados de informação sobre café. 1 0 1 1

4 Recolha de informação e preenchimento de base de dados. 2 0 0 1 1

5 Desenvolvimento da primeira edição do boletim informativo sobre sector do café. 2 0 0 1 1 1 1

6 Preparação do boletim informativo e outros estudos sobre sector do café (recorrente). 5 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Aproximação a traders internacionais e torrefactores de referência

7Preparação de apresentação que promova café Angolano junto de traders internacionais e torrefactores

(compradores de café). 0 0 1 1

8 Agendamento de reuniões com principais traders internacionais a operar no café. 7 0 0 1 1

9Roadshow junto dos traders internacionais a operar no café para promoção do café Angolano e

identificação de interesse e dificuldades na operacionalização de fluxo de fornecimento.7

0 0 0 1 1 1 1

10Acompanhamento dos traders internacionais, com facilitação de contactos e comunicação de

desenvolvimentos relevantes no sector em Angola.9

0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Centro de competência de café

11Identificação e reunião com laboratórios agrícolas existentes e faculdades de agronomia para identificação

de competências e recursos materiais dedicados à cultura do café. 0 0 0 1 1 1

12Aproximação e convite a laboratórios / faculdades estrangeiras para estabelecimento de parcerias /

delegações em Angola, tendo em vista criação de centro de competência. 1

0 0 0 0 1 1

13Definição dos objectivos, âmbito de actividades, relacionamento com intervenientes no sector e modelo

organizacional do centro de competência em café.12

1 1 0

14 Criação de cursos técnicos sobre café em faculdades de agronomia seleccionadas 13 1 1 1

15 Início de actividade e formalização de parcerias com parceiros técnicos estrangeiros. 13 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1

Fomento de associações e cooperativas de produtores

15 Elaboração de plano de nacional desenvolvimento de cooperativas em parceria com INCA 3 1 1 1 1 1

16 Definição de incentivos e subsídios a atribuir na constituição de cooperativas 15 1 1 1

17 Aprovação de incentivos pelas entidades governamentais 16

18 Criação de equipa e estrutura de apoio à criação e acompanhamento de cooperativas 17 1 1 1

Angariação de investidores agrícolas em café

19Preparação de apresentação que promova café Angolano junto de potenciais investidores (nacionais e

internacionais). 0 0 0 1

20Agendamento de reuniões com potenciais investidores (nacionais e internacionais) para aferição de

interesse e condições para investimento.1

0 0 1 1

21Realização de reuniões com potenciais investidores e preparação de plano de negócios de suporte ao

investimento. 20

0 1 1

22Estabelecimento de parcerias para o investimento e criação das condições propícias para a realização dos

mesmos. 1 1 1 1 1 1

23 Realização dos investimentos. 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

3. CAFÉ

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IFE | Estudo Sectorial – Café 109

Plano de implementação (2/2)

# MesesPrecedê

ncia1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Plano de implementação de acções de Café

Certificação de projectos

24

Preparação de business case para entidade certificadora no cultivo do café (identificação de procura

potencial, entendimento de valor acrescentado da certificação junto dos compradores, âmbito da

certificação, quantificação de recursos humanos e financeiros necessários para actividade e modelo de

receita, potenciais parceiros nacionais e internacionais, modelo de incentivos à produção e ao investimento

a produtores / investidores certificados, ...).

1

1 1 1 0 0 0 0 0 0

25Implementação de entidade certificadora (poderá ser o Observatório do Café), após validação interesse e

viabilidade económica. 2

1 1 1 0 0 0 0 0 0

26 Início da actividade de certificação. 25 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Apoio aos produtores na redução de volatilidade de rendimentos

27 Análise de evolução mensal e anual de produção de café em comparação com condições meteorologicas 25 1 1

28 Análise de benchmark de produtos financeiros existentes noutros países para agricultura 25 1 1

29 Estudo de modelo de seguros a serem disponibilizados aos agricultores e pricing 25 1 1 1

30 Elaboração de proposta de subsídio às seguradoras pela comercialização de seguros desta natureza 29 1

31 Contacto e estabelecimento de parceria com seguradoras seleccionadas 30 1 1 1

32 Aprovação de subsídio 30

33 Divulgação e início de comercialização de seguros bonificados a projectos certificados 32 1 1 1 1 1 1 1 1

Incentivos ao investimento e à produção

34Concretização de objectivos e conceptualização do modelo de incentivos ao investimento e à produção em

café. 1

1 1 0 0

35 Preparação e aprovação de modelo de incentivos ao sector do café pelos organismos governamentais

competentes. Dotação do organismo (Observatório do Café) dos necessários meios humanos e materiais.

34

1 1 0 0

36 Realização de acções de divulgação do modelo de incentivos para o sector. 35 1 1

37 Início do período de candidatura a incentivos ao investimento e produção. 35 1 1 1 1 1 1

38 Início da atribuição de incentivos ao investimento e à produção. 37 1 1 1 1 1 1 1 1

Disponibilização de terrenos a preços competitivos

39 Diagnóstico de problemas com a atribuição / necessidade de terrenos para cultivo do café. 1 1 1 0 0 0 0 0

40 Identificação de solução para necessidades de terrenos a custo competitivo. 39 1 1 0 0 0 0 0

41 Submissão de proposta a entidades governamentais e implementação de medidas. 40 0 1 1 1 0 0 0 0

42 Atribuição de terrenos em condições competitivas. (início) 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0

Atribuição de incentivos fiscais e financeiros à actividade produtiva de café

43 Definição de período de isenção de imposto industrial para projectos certificados 26 1

44 Definição e montagem de procedimento de acesso e aprovação de isenção fiscal 43 1 1

45 Aprovação de modelo de isenção fiscal por parte de entidades governamentais competentes 44

46 Definição de mecanismo dependente "Angola Investe" para produtores de café (+carência e +maturidade) 26 1 1 1 1

47 Aprovação e disponibilização de fundos para mecanismo financeiro 46 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Desenvolvimento de infra-estruturas

48 Identificação de infra-esturas mais necessárias no sector do café. 2 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0

49

Elaboração de relatório sobre infra-estruturas necessárias no sector do café, com respectiva quantificação

de investimento e estudo de modelo de financiamento. Apresentação de relatório junto das entidades

governamentais competentes. 48 1 1 1 0 0 0 0 0

50Aprovação do relatório e proposta de investimento. Cabimentação dos fundos necessários para

investimento. 49 1 1 1 0 0 0

51 Lançamento de concursos para construção das infra-estruturas (início). 50 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0

3. CAFÉ

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