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PROJETO DE LEI DE REVISÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 1 PROJETO DE LEI DE REVISÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Sumário TÍTULO I - DOS CONCEITOS E DOS OBJETIVOS PARA O ORDENAMENTO TERRITORIAL 4 TÍTULO II - DA DIVISÃO TERRITORIAL 5 Capítulo I - DO MACROZONEAMENTO 5 Capítulo II - DAS UNIDADES DE OCUPAÇÃO PLANEJADA E DAS UNIDADES DE PLANEJAMENTO LOCAL 5 Seção I - Das Unidades de Ocupação Planejada (UOP) 6 Seção II - Do Programa de Incentivos Urbanísticos nas Unidades de Ocupação Planejada 7 Seção III - Dos Territórios de Expansão Planejada (TEP) 9 Seção IV - Das Unidades de Planejamento Local (UPL) 9 Capítulo III - DAS ZONAS DE USO E OCUPAÇÃO 12 Seção I - Dos Parâmetros dos Territórios de Expansão Planejada (TEP) 18 Seção II - Das Macrozonas Urbanísticas 19 Seção III - Das Macrozonas Ambientais 20 Seção IV - Dos conflitos e sobreposições de Zonas 22 TÍTULO III - DO USO DO SOLO 23 Capítulo I - DOS USOS RESIDENCIAIS 24 Capítulo II - DOS USOS NÃO RESIDENCIAIS – nR 26 TÍTULO IV - DA OCUPAÇÃO DO SOLO 29 Capítulo I - DO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO 30 Capítulo II - DA TAXA DE OCUPAÇÃO 32 Capítulo III - DO GABARITO 32 Capítulo IV - DA DENSIDADE POPULACIONAL 33 Capítulo V - DA TAXA DE PERMEABILIDADE 36 Capítulo VI - DOS RECUOS DA EDIFICAÇÃO 36 TÍTULO V - DA URBANIFICAÇÃO EM GERAL 37 Capítulo I - DO PARCELAMENTO DO SOLO PARA FINS URBANOS 40 Seção I - Das Quadras e Dos Lotes 41 Seção II - Da Destinação de Áreas Verdes, Institucionais para Uso Público e Áreas sem Afetação 42 Seção III - Do Sistema Viário 45 Seção IV - Das Obras de Infraestrutura Urbana Pública 49 Seção V - Do Parcelamento do Solo para Habitação de Interesse Social 51 Seção VI - Do Parcelamento do solo para implantação de uso Industrial 51 Seção VII - Do Parcelamento do solo para implantação de Chácaras ou Sítios de Recreio 52

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PROJETO DE LEI DE REVISÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

1

PROJETO DE LEI DE REVISÃO DO

PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Sumário

TÍTULO I - DOS CONCEITOS E DOS OBJETIVOS PARA O ORDENAMENTO TERRITORIAL 4

TÍTULO II - DA DIVISÃO TERRITORIAL 5

Capítulo I - DO MACROZONEAMENTO 5

Capítulo II - DAS UNIDADES DE OCUPAÇÃO PLANEJADA E DAS UNIDADES DE PLANEJAMENTO LOCAL 5

Seção I - Das Unidades de Ocupação Planejada (UOP) 6

Seção II - Do Programa de Incentivos Urbanísticos nas Unidades de Ocupação Planejada 7

Seção III - Dos Territórios de Expansão Planejada (TEP) 9

Seção IV - Das Unidades de Planejamento Local (UPL) 9

Capítulo III - DAS ZONAS DE USO E OCUPAÇÃO 12

Seção I - Dos Parâmetros dos Territórios de Expansão Planejada (TEP) 18

Seção II - Das Macrozonas Urbanísticas 19

Seção III - Das Macrozonas Ambientais 20

Seção IV - Dos conflitos e sobreposições de Zonas 22

TÍTULO III - DO USO DO SOLO 23

Capítulo I - DOS USOS RESIDENCIAIS 24

Capítulo II - DOS USOS NÃO RESIDENCIAIS – nR 26

TÍTULO IV - DA OCUPAÇÃO DO SOLO 29

Capítulo I - DO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO 30

Capítulo II - DA TAXA DE OCUPAÇÃO 32

Capítulo III - DO GABARITO 32

Capítulo IV - DA DENSIDADE POPULACIONAL 33

Capítulo V - DA TAXA DE PERMEABILIDADE 36

Capítulo VI - DOS RECUOS DA EDIFICAÇÃO 36

TÍTULO V - DA URBANIFICAÇÃO EM GERAL 37

Capítulo I - DO PARCELAMENTO DO SOLO PARA FINS URBANOS 40

Seção I - Das Quadras e Dos Lotes 41

Seção II - Da Destinação de Áreas Verdes, Institucionais para Uso Público e Áreas sem Afetação 42

Seção III - Do Sistema Viário 45

Seção IV - Das Obras de Infraestrutura Urbana Pública 49

Seção V - Do Parcelamento do Solo para Habitação de Interesse Social 51

Seção VI - Do Parcelamento do solo para implantação de uso Industrial 51

Seção VII - Do Parcelamento do solo para implantação de Chácaras ou Sítios de Recreio 52

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PROJETO DE LEI DE REVISÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

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Seção VIII - Do Desmembramento, do Remembramento, do Desdobro e da Aglutinação 52

Seção IX - Das Restrições Cartoriais 55

Capítulo II - DOS CONDOMÍNIOS 56

Seção I - Das Regras Gerais 58

Seção II - Das Regras Específicas 61

Seção III - Das Obras 66

Capítulo III - DO CONJUNTO HABITACIONAL 69

Capítulo IV - DO CONTROLE DE ACESSO EM LOTEAMENTOS 70

TÍTULO VI - DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA 78

TÍTULO VII - DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO URBANÍSTICA 85

Capítulo I - DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS 85

Seção I - Do Imposto Predial e Territorial Urbano Progressivo no Tempo 88

Seção II - Da Desapropriação Com Pagamento Em Títulos 89

Capítulo II - DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO 90

Capítulo III - DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR 91

Capítulo IV - DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR 96

Capítulo V - DA OUTORGA ONEROSA DE ALTERAÇÃO DO USO DO SOLO 98

DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA 99

Capítulo VI - DA ARRECADAÇÃO DE IMÓVEIS URBANOS 101

Capítulo VII - DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA 102

Capítulo VIII - DOS EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO URBANÍSTICO E AMBIENTAL 104

Capítulo IX - DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E CONTRAPARTIDAS 107

Capítulo X - DA CESSÃO TEMPORÁRIA 110

Capítulo XI - DA SERVIDÃO 111

Capítulo XII - DA PERMISSÃO DE USO 112

Capítulo XIII - DA CONCESSÃO DE USO 113

Capítulo XIV - DA CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO 114

Capítulo XV - DA REURBANIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO CONSORCIADA 115

TÍTULO VIII - DO LICENCIAMENTO DE ATIVIDADES, DE PROJETOS DE EDIFICAÇÃO E DE URBANIFICAÇÃO 115

Capítulo I - DA AUTORIZAÇÃO PARA INSTALAÇÃO DOS USOS E ATIVIDADES 117

Capítulo II - DAS DIRETRIZES E DO CERTIFICADO DE VIABILIDADE URBANÍSTICA (CVU) 118

Capítulo III - DA APROVAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES 121

Capítulo IV - DO LICENCIAMENTO DAS MODALIDADES DE URBANIFICAÇÃO 122

Seção I - PARCELAMENTO DO SOLO 122

Seção II - DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO 127

Seção III - DO INÍCIO E RECEBIMENTO DAS OBRAS 129

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Capítulo V – DOS COLEGIADOS 131

Seção I - DA COMISSÃO DE CONTROLE URBANÍSTICO (CCU) 131

Seção II - DA CÂMARA TÉCNICA DE LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA (CTLU) 133

Seção III - DO GRUPO DE ANÁLISE DE PROJETOS ESPECIAIS (GAPE) 134

Seção IV - DO CONSELHO MUNICIPAL DE URBANISMO - COMUR 135

Seção V - DO COMITÊ GESTOR DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E HABITAÇÃO 138

Capítulo VI - DOS PRAZOS 138

TÍTULO IX - DO FUNDO DE DESENVOLVIMENTO URBANO 140

TÍTULO X - DA FISCALIZAÇÃO E DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS 144

TÍTULO XI - DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS 145

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PROJETO DE LEI DE REVISÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

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PROJETO DE LEI DE REVISÃO

DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Disciplina o Parcelamento, o Uso e a Ocupação do Solo no Município de Ribeirão Preto, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Lei Complementar nº 2866, de 3 de maio de 2018, que dispõe sobre o Plano Diretor, e dá outras providências

TÍTULO I - DOS CONCEITOS E DOS OBJETIVOS PARA O ORDENAMENTO TERRITORIAL

Art. 1º. A disciplina do ordenamento territorial do Município de Ribeirão Preto pauta-se nos objetivos desta lei, observando as diretrizes estabelecidas pela Lei Complementar nº 2.866, de 3 de maio de 2018 que institui o Plano Diretor do Município de Ribeirão Preto.

Parágrafo único. Os preceitos utilizados nesta lei constam do Quadro 01, que é parte integrante desta lei.

Art. 2º. Constituem objetivos desta lei:

I- estabelecer normas e condições para o parcelamento, uso e ocupação do solo no Município de Ribeirão Preto, devendo ser observadas, obrigatoriamente, por todos os munícipes, agentes públicos e privados;

II- definir as zonas de uso observando as diretrizes do macrozoneamento ambiental e urbanístico estabelecidas nos incisos I e II do artigo 56 do Plano Diretor de Ribeirão Preto;

III- definir as zonas de uso em conformidades com os objetivos e as diretrizes estabelecidas para as Unidades de Ocupação Planejada (UOP), os Territórios de Expansão Planejadas (TEP) e as Unidades de Planejamento Local (UPL) definidos nesta lei;

IV- promover o desenvolvimento ordenado do espaço físico, disciplinando o uso do solo, para que as diversas atividades se distribuam de forma equilibrada pelo território urbano definidos nesta lei;

V- ordenar a distribuição populacional no município por meio do adensamento nas UOP internos ao Anel Viário e junto aos eixos de transporte público coletivo;

VI- garantir que o desenvolvimento urbano atenda ao aumento populacional, visando a continuidade da malha urbana, evitando a formação de vazios urbanos e propondo o adensamento adequado às condições geomorfológicas das diferentes áreas que compõem o território do município;

VII- garantir que o desenvolvimento urbano atenda aos diversos segmentos sociais de forma equilibrada no território do município, priorizando os parcelamentos para população de baixa renda junto a equipamentos comunitários e ao transporte público e estimular as formas integradas de moradia para população de baixa renda;

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VIII- buscar a aproximação do emprego e dos serviços urbanos à moradia; e,

IX- compatibilizar desenvolvimento urbano com as condições naturais do território, com a infraestrutura básica, com a capacidade de ampliação dos serviços públicos e com a demanda habitacional do município, visando o desenvolvimento sustentável.

TÍTULO II - DA DIVISÃO TERRITORIAL

Art. 3º. O território do Município de Ribeirão Preto está dividido em zona urbana, zona de expansão urbana e zona rural, conforme artigo 54 do Plano Diretor de Ribeirão Preto e a demarcação no Mapa 01, integrante desta lei.

Capítulo I - DO MACROZONEAMENTO

Art. 4º. O Plano Diretor estabelece como diretrizes para o crescimento físico da cidade de Ribeirão Preto a observância dos Macrozoneamentos Ambiental e Urbanístico, estabelecidos nos incisos I e II do artigo 56 do Plano Diretor de Ribeirão Preto.

§1º. Os regramentos das macrozonas urbanísticas definidas como Zona de Amortecimento da Estação Ecológica de Ribeirão Preto - Mata de Santa Tereza (ZMT) e Zona de Proteção Máxima - ZPM estão dispostos nos artigos de 30 a 33.

§2º. Os parâmetros urbanísticos da macrozonas ambiental definida como Zona de Urbanização Especial - ZUE estão dispostos na nos artigos de 34 a 40.

Capítulo II - DAS UNIDADES DE OCUPAÇÃO PLANEJADA E DAS UNIDADES DE PLANEJAMENTO LOCAL

Art. 5º. Para o planejamento urbano da cidade, a Zona Urbana subdivide-se em Unidades de Ocupação Planejada e a Zona de Expansão Urbana subdivide-se em Territórios de Expansão Planejada (TEP).

Art. 6º. As Unidades de Ocupação Planejada (UOP) têm por objetivo, em atendimento ao estabelecido no Plano Diretor de Ribeirão Preto:

I- promover a transformação destas áreas em função de suas características e potencialidades, levando em consideração as suas interações, tais como inserção urbana, usos e ocupação do solo e acessibilidade aos meios de transporte público; e,

II- definir e implementar o papel estratégico destas áreas no desenvolvimento urbano da cidade.

Parágrafo único. As UOP são subdivididas em unidades de Planejamento Local (UPL), agrupadas por suas características, de forma facilitar o estabelecimento de objetivos e diretrizes que visam alcançar as transformações urbanísticas desejadas para cada sudivisão constituída.

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Art. 7º. O planejamento dos Territórios de Expansão Planejada (TEP) têm por objetivo identificar frações da Zona de Expansão Urbana e determinar suas diretrizes urbanísticas, considerando as limitações de infraestrutura local e seu entorno, assim como dos equipamentos públicos e sociais para atendimento à população previamente indicada para o local, podendo ser exigido contrapartidas, compensações, outorga na alteração de uso do solo, inicialmente rural, e demais ponderações administrativas em defesa do coletivo.

Art. 8º. As Unidades de Planejamento Local (UPL) são porções de áreas do tecido urbano com variados tipos de uso do solo, características sociais, econômicas e ambientais específicas, para as quais são estabelecidos diretrizes e incentivos, visando exercer papel estratégico no desenvolvimento urbano da cidade atendendo ao estabelecido pelo Plano Diretor.

Seção I - Das Unidades de Ocupação Planejada (UOP)

Art. 9º. As Unidades de Ocupação Planejada (UOP) definidas neste Capítulo e demarcados de forma geral no Mapa 03 e individualizadas nos Mapas de 03-A a 03-V, integrante desta lei, estão subdivididos em:

I- UOP internas ao Anel Viário delimitados pelas rodovias Anhanguera, Antônio Machado Sant’Anna, Antônio Duarte Nogueira e Alexandre Balbo:

a) Unidade de Ocupação Planejada 01 – Centro Expandido (UOP 01-CE);

b) Unidade de Ocupação Planejada 02 – Norte (UOP 02-N);

c) Unidade de Ocupação Planejada 03 – Aeroporto (UOP 03-AER);

d) Unidade de Ocupação Planejada 04 – Leste (UOP 04-L);

e) Unidade de Ocupação Planejada 05 – Leste (UOP 05-L);

f) Unidade de Ocupação Planejada 06 – Boulevard (UOP 06-BO);

g) Unidade de Ocupação Planejada 07 – Sul (UOP 07-S);

h) Unidade de Ocupação Planejada 08 – Oeste (UOP 08-O);

i) Unidade de Ocupação Planejada 09 – Oeste (UOP 09-O);

j) Unidade de Ocupação Planejada 10 – Oeste (UOP 10-O); e,

k) Unidade de Ocupação Planejada 11 – Oeste (UOP 11-O).

II- UOP externas ao Anel Viário:

a) Unidade de Ocupação Planejada 12 – Norte (UOP 12-N);

b) Unidade de Ocupação Planejada 13 – Leste (UOP 13-L);

c) Unidade de Ocupação Planejada 14 – Leste (UOP 14-L);

d) Unidade de Ocupação Planejada 15 – Leste (UOP 15-L);

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e) Unidade de Ocupação Planejada 16 – Sul (UOP 16-S);

f) Unidade de Ocupação Planejada 17 – Sul (UOP 17-S);

g) Unidade de Ocupação Planejada 18 – Bonfim Paulista (UOP 18-BP);

h) Unidade de Ocupação Planejada 19 – Sul (UOP 19-S);

i) Unidade de Ocupação Planejada 20 – Oeste (UOP 20-O);

j) Unidade de Ocupação Planejada 21 – Oeste (UOP 21-O); e,

k) Unidade de Ocupação Planejada 22 – Oeste (UOP 22-O).

Art. 10. As Unidades de Ocupação Planejada (UOP) internas ao Anel Viário estão delimitadas conforme Quadro 02, anexo a esta lei.

Seção II - Do Programa de Incentivos Urbanísticos nas Unidades de Ocupação Planejada

Art. 11. Para a concretização de objetivos e diretrizes das UOP são estabelecidos os seguintes parâmetros qualificadores:

I- Fruição pública, entendida como a área privada livre e aberta ao uso público, que estabelece a ligação do lote com um ou mais logradouros, localizada no pavimento de acesso aos mesmos, destinada à circulação de pessoas e a promoção de desenvolvimento de atividades de valores sociais, culturais e econômicos, considerando que:

a) deve ter largura mínima de 4m (quatro metros) em toda a sua extensão;

b) deve ser garantido o atendimento às normas técnicas pertinentes à acessibilidade;

c) deve estar averbada em registro de imóveis como faixa de servidão em favor do município com uso permissível público e deverá ser igual ou superior a 100 m² (cem metros quadrados) para se beneficiar dos incentivos previstos no Quadro 03;

d) deve ampliar a oferta de espaço físico para atividades que privilegiem o pedestre, sem edificações, muros ou barreiras físicas que dificultem a sua utilização, sendo vedado o uso como estacionamento de veículos automotores;

e) deve ser qualificada com tratamento paisagístico e elementos do mobiliário urbano definidos de acordo com as necessidades locais, sob coordenação da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, cuja manutenção seja de responsabilidade do proprietário da área;

f) poderão ser consideradas como áreas de fruição pública as áreas ajardinadas de uso público, passagens internas em lotes abertas ao uso público, galerias internas comerciais e de serviços, dentre outros espaços anuídos pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública; e,

g) é permitido o fechamento ou o controle de acesso do local de fruição pública aos fins de semana e feriados, assim como entre as 20h (vinte horas) e 7h (sete horas) de segunda-feira à sexta-feira.

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II- Fachada ativa, entendida como condição de implantação de atividade não residencial, obrigatoriamente sem recuo aos acessos abertos ao nível do logradouro ou à área de fruição pública devendo-se garantir percentuais da fachada visualmente ativas com vitrines, portas e/ou janelas e dimensões mínimas de acessos, nos termos do Quadro 03, sendo permitida a manutenção dos recuos em relação ao alinhamento somente quando ocupados por área de fruição pública;

III- Qualificação das calçadas públicas, entendido como a garantia de no mínimo 4m (quatro metros) de largura das calçadas, com pelo menos 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) de passeio público e implantação de mobiliário urbano e paisagismo, nos termos do Quadro 03;

a) a área necessária para o alargamento do passeio deve permanecer livre de edificação e o gradil, caso existente, deve ser instalado após este limite; e,

b) por opção do interessado, a faixa necessária para o alargamento da calçada pode ser doada à Prefeitura e, nesse caso, a área doada poderá ser utilizada para o cálculo do coeficiente de aproveitamento básico e demais índices estabelecidos nesta lei e no Código de Obras e Edificações.

Art. 12. O Programa de Incentivos Urbanísticos visa fomentar a requalificação e o desenvolvimento ordenado nas UOP, de forma atender parâmetros qualificadores para os espaços públicos e privados e, aos seguintes preceitos:

I- o estímulo ao adensamento populacional nas regiões servidas de infraestrutura e equipamentos públicos;

II- a consolidação da cidade compacta e democrática;

III- a mobilidade urbana sustentável;

IV- a valorização e inserção urbana do empreendimento nos aspectos de fruição pública, acessibilidade, proporção de fachada ativa, maior diversidade de usos

V- outros parâmetros qualificadores estabelecidos no Quadro 03 desta lei;

§1º. O enquadramento ao Programa de Incentivos Urbanísticos deverá ser requerido, pelo interessado, no processo de Aprovação de Projeto.

§2º. A concessão do incentivo em cada UOP será proporcional aos preceitos qualificadores atendidos e suas condicionantes, as quais serão vinculadas ao Processo de Aprovação, parecer da CCU e aprovação da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública.

§3º. A alteração do uso da edificação aprovada, assim como a destinação da área de fruição pública, vinculados à concessão do incentivo, somente poderão ser desafetadas mediante autorização do município e pagamento do valor em dobro do equivalente ao desonerado pelo incentivo, atualizado para a data da desoneração, pago à vista.

§4º. O programa de incentivos nas Zonas de Preservação Cultural (ZPC) poderá ser aplicado se respeitadas as restrições específicas previstas para o zoneamento e/ou tombamento.

Art. 13. Para fins de aplicação dos incentivos previstos no artigo anterior, as edificações de uso misto deverão:

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I- destinar o mínimo de 50% da área construída computável ao uso residencial ou habitacional transitório;

II- possuir o mínimo de 10% (dez por cento) da área total computável destinada ao uso comercial e/ou de serviço, sendo que o primeiro pavimento (térreo com acesso direto pelo logradouro público) seja destinado no mínimo 50% (cinquenta por cento) de sua área para a instalação destas atividades;

III- possuir perímetro de fachada ativa de no mínimo 1/3 (um terço) para terrenos cuja soma das testadas seja menor ou igual a 15m (quinze metros);

IV- possuir, no mínimo, metade do perímetro de fachada ativa para terrenos cuja soma das testadas seja maior que 15m (quinze metros);

V- priorizar em sua implantação a fruição pública e a acessibilidade de pedestres, destinando área para uso público no afastamento frontal e melhorando as condições de conectividade e permeabilidade.

Seção III - Dos Territórios de Expansão Planejada (TEP)

Art. 14. Os Territórios de Expansão Planejada (TEP), definidos nesta lei, são áreas urbanizáveis compreendidas entre o limite entre a Zona Urbana e a Zona Rural e o Perímetro Urbano destinados à implantação de empreendimentos habitacionais, industriais ou não residenciais e estão demarcados no Mapa 02 e delimitados no Quadro 02 são:

I- Território de Expansão Planejada Norte (TEP N);

II- Território de Expansão Planejada Leste (TEP L);

III- Território de Expansão Planejada Sudeste (TEP SE);

IV- Território de Expansão Planejada Sul (TEP S);

V- Território de Expansão Planejada Sudoeste (TEP SO);

VI- Território de Expansão Planejada Oeste (TEP O); e,

VII- Território de Expansão Planejada Noroeste (TEP NO).

Art. 15. Os parâmetros de uso e ocupação das áreas das TEP estão definidos no Quadro 04 e no Capítulo III deste Título.

Seção IV - Das Unidades de Planejamento Local (UPL)

Art. 16. As Unidades de Planejamento Local (UPL) estarão delimitadas e serão regidas por regulamentação específica baseada nos Plano de Ação Regional (PAR) atendendo os seguintes parâmetros:

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I- Integração Territorial entendida como a contextualização local que visa valorizar e proteger a paisagem e o patrimônio existente, integrando a memória e reforçando o senso de pertencimento da população local e dos bairros lindeiros, respeitando a relação de espaço construído com espaços abertos e valorizando a caminhabilidade e uso de meios de transporte de baixo impacto ambiental.

II- Pluralidade Social e Econômica entendida como a diversidade de tipologias, de atividades econômicas e de destinação de espaços públicos, sempre respeitando condições de segurança pública, conforto térmico e acústico, visibilidade externa, ventilação e insolação.

§1º. Cada UPL deverá estar contida em uma UOP.

§2º. A regulamentação descrita no caput poderá estabelecer UPL de Expansão, com definições de parâmetros estabelecidos em PAR específico acompanhado de manifestação técnica da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública.

Art. 17. O Plano de Ação Regional (PAR) que estabelecerá as diretrizes para o planejamento das UPL deve:

I- Considerar 2 (duas) áreas-objeto:

a) Áreas e/ou Regiões Subutilizadas, identificadas como imóveis que necessitam de mudanças nos padrões de uso e ocupação do solo visando maior aproveitamento da terra urbana, considerados isoladamente ou em conjunto; e,

b) Áreas e/ou Regiões com Potencial de Transformação, constituídas pelas áreas urbanificadas que demandam recuperação, reabilitação ou qualificação para aplicação de programas de desenvolvimento urbano, econômico, ambiental ou social, de modo a fomentar novas atividades econômicas e atendimento às necessidades de habitação e equipamentos sociais para a população.

II- Reunir e articular os estudos técnicos necessários a promover o ordenamento e a reestruturação urbana, pautados pelos seguintes elementos estruturadores:

a) perímetro da Zona Urbana;

b) perímetro da UPL;

c) rede estrutural de transporte coletivo, definidora dos eixos de estruturação da transformação urbana;

d) rede hídrica e ambiental;

e) rede de estruturação local; e,

f) incentivos das UOP.

III- conter como procedimento mínimo:

a) diagnóstico da área objeto de ação de desenvolvimento urbano, com caracterização dos seus aspectos socioterritoriais; e,

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b) plano de interesse público da futura ação de desenvolvimento urbano, considerando sua diretriz urbanística, sua viabilidade da transformação, seu impacto ambiental e/ou na vizinhança esperado e a possibilidade de adensamento construtivo e populacional para a área.

IV- o documento final ser composto de:

a) proposta de ordenamento ou reestruturação urbanística para o perímetro delimitado, com a definição de programa de ação, fases de implantação, parâmetros urbanísticos e instrumentos de gestão ambiental necessários;

b) modelagem econômica da intervenção proposta, considerando especialmente os mecanismos de financiamento e fonte de recursos necessários;

c) definição do modelo de gestão democrática de sua implantação, privilegiando o controle social e os instrumentos para monitoramento e avaliação dos impactos da transformação urbanística pretendida sobre o desenvolvimento econômico e social da área objeto de estudo; e,

d) elementos complementares necessários.

Art. 18. Na elaboração do PAR a Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública fará a publicação dos seguintes elementos necessários ao desenvolvimento das UPL:

I- objetivos e características básicas da proposta; e,

II- projetos e ações planejadas;

III- fases da elaboração dos projetos decorrentes das ações planejadas; e,

IV- aferição e avaliação pós-ocupação.

§1º. O PAR poderá ser implantado por meio de quaisquer instrumentos de política urbana e de gestão ambiental previstos no Plano Diretor, nesta lei ou outra legislação municipal, estadual ou federal correlata.

§2º. Uma vez concluídos, os elementos previstos nos incisos deste artigo serão divulgados para consulta pública pelo período mínimo de 20 (vinte) dias.

§3º. Findo o prazo para consulta pública, serão realizadas audiências públicas, visando apurar contribuições para aprimoramento do PAR.

§4º. Após a realização das audiências citadas no parágrafo terceiro deste artigo, serão analisadas as sugestões recebidas e o processo administrativo será encaminhado à Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública, para:

a) análise da adequação das propostas à política de desenvolvimento urbano do Município;

b) finalização do PAR; e,

c) publicação da legislação municipal específica que regulará o PAR.

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§5º. Os Planos de Ação Regional - PAR deverão ser aprovados em até 5 (cinco) anos a contar da data de promulgação desta lei.

§6º. A implantação do PAR será veiculada por legislação específica e será realizada por intermédio da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública.

Capítulo III - DAS ZONAS DE USO E OCUPAÇÃO

Art. 19. As Zonas de Uso e Ocupação, para quais se aplicam parâmetros urbanísticos específicos, compreendem:

I- ZCC – Zona Corredor de Comércio e Serviço:

a) ZCC-R – Zona Corredor de Comércio e Serviços Restritos.

II- ZCM – Zona Centralidade Municipal;

III- ZE – Zona Especial:

a) ZEA – Zona Especial 1 – AEROPORTUÁRIA;

b) ZET – Zona Especial 2 – PÓLO TECNOLÓGICO;

c) ZEU – Zona Especial 3 – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; e,

d) ZES – Zona Especial 4 – ÁREAS SUBUTILIZADAS.

IV- ZM – Zona Mista:

a) ZM-1 – Zona Mista de baixa densidade:

1. ZM-1A – Zona Mista de baixa densidade A; e,

2. ZM-1B – Zona Mista de baixa densidade B;

b) ZM-2 – Zona Mista de média densidade; e,

c) ZM-3 – Zona Mista de alta densidade.

V- ZPC – Zonas de Proteção ao Patrimônio Cultural, Histórico e Artístico;

VI- ZPI – Zona Predominantemente Industrial:

a) ZPI-1a – Zona Predominantemente Industrial 1a;

b) ZPI-1b – Zona Predominantemente Industrial 1b;

c) ZPI-2 – Zona Predominantemente Industrial 2;

d) ZPI-3 – Zona Predominantemente Industrial 3;

e) ZPI-M – Zona Predominantemente Industrial e de Mineração;

VII- ZEP – Zona de Expansão Planejada:

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a) Zona de Expansão Planejada 1 - NORTE;

b) Zona de Expansão Planejada 2 - LESTE;

c) Zona de Expansão Planejada 3 - SUDESTE;

d) Zona de Expansão Planejada 4 - SUL;

e) Zona de Expansão Planejada 5 - SUDOESTE;

f) Zona de Expansão Planejada 6 - OESTE; e;

g) Zona de Expansão Planejada 7 - NOROESTE.

§1º. As características de ocupação das zonas de uso encontram-se no Quadro 04 e a delimitação das zonas de uso no Mapas 05 e 06, integrantes desta lei.

§2°. As atividades permitidas por zona urbanística estão expressas no Quadro 05 integrante desta lei.

Art. 20. As Zonas Corredor de Comércio e Serviços (ZCC) compreendem os lotes lindeiros às Marginais de Vias Expressas, Avenidas, Avenidas Parque e Vias Coletoras e Distribuidoras, definidos no Plano Viário Municipal e na Política de Mobilidade Urbana, e/ou vias com estas funções, e elencadas no Quadro 06, servidos por transporte de média capacidade, onde será permitida a instalação de atividades não residenciais nR1, nR2 e nR3, voltadas ao comércio local, geradoras de emprego, compatíveis com o uso residencial, com densidade demográfica e construtiva média, podendo se enquadrar atividades pólo gerador de tráfego.

§1°. Os trechos das vias referidas no caput, listadas no Quadro 06, cujos lotes lindeiros apresentem restrições cartoriais, serão denominados de Zonas Corredor de Comércio e Serviços Restritos (ZCC-R) e será permitida, somente, a instalação de atividades não residenciais nRa e nR1, com baixa incomodidade, desde que não caracterizem polo gerador de tráfego, e se respeite os parâmetros de ocupação estabelecidos por restrição cartorial do loteamento ou gravadas no Registro Geral de Imóveis.

§2º. Na sobreposição de regramento das ZCC com as demais zonas prevalecerá os parâmetros menos restritivos entre as divergências, exceto nos lotes:

a) pertencentes à ZPC que deverão respeitar as legislações municipais pertinentes, assim como os normativos específicos dos tombamentos ou de preservação, quando estabelecidos e, complementarmente os preceitos da ZCC;

b) com pelo menos um face lindeira à Avenida Nove de Julho que deverão respeitar o gabarito máximo de 4,0 m (quatro metros); e,

c) nas ZPI.

§3º. Não havendo restrições específicas para as ZPC e/ou lotes com restrições cartoriais, devem ser respeitados os parâmetros estabelecidos para a zona em que se encontra o imóvel.

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§4º. As atividades nR3 serão permitidas mediante análise e autorização da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e comprovação de minimização de impactos por laudo técnico de profissional habilitado e aplicação de métodos adequados de controle e tratamento de efluentes.

§5º. A ZCC não incidirá nas UOP 13-L e 20-S.

Art. 21. A Zona Centralidade Municipal (ZCM) é a porção do território que compreende o Quadrilátero Central, delimitado pelas avenidas Francisco Junqueira, Independência e Nove de Julho, Santa Luzia, somando-se a rua Cardeal Arcoverde, o ribeirão Preto e a av. Jerônimo Gonçalves, onde se concentram as atividades institucionais, culturais, religiosas, financeiras, comerciais e de prestação de serviços e usos residenciais, com acessibilidade pelo transporte de média capacidade (modo ônibus), onde se intenciona maior potencial de transformação e densificação.

Art. 22. Zonas Especiais (ZE) compreendem porções do território sujeitas a restrições e disposições específicas de acordo com suas particularidades, assim definidas:

I- A Zona Especial 1 - AEROPORTUÁRIA (ZEA) compreende a área onde está instalado o Aeroporto Luís Leite Lopes devendo atender às restrições específicas do órgão da aeronáutica, sendo prevista a transformação em terminal aeroportuário internacional de carga, sujeita aos objetivos e diretrizes da Unidade de Ocupação Planejada Aeroporto.

II- A Zona Especial 2 - POLO TECNOLÓGICO (ZET) compreende a área que abriga o parque tecnológico e incubadora de empresas, voltada ao desenvolvimento socioeconômico local e regional por meio de empresas de diferentes setores produtivos, tais como, química, metalurgia, biotecnologia, transportes, equipamentos odontológicos, gráfica, indústria de móveis, dentre outras que promovem o desenvolvimento econômico do município gerando emprego e renda.

III- Zona Especial 3 - USP (ZEU) é constituída pelo Campus da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (USP-SP) onde se concentram a maioria das unidades de ensino, pesquisa e extensão da universidade, assim como o Hospital das Clínicas e demais órgãos centrais.

IV- A Zona Especial 4 (ZES) – ÁREAS SUBUTILIZADAS compreende as áreas caracterizadas por glebas ou lotes não edificados, subutilizados ou com edificações subutilizadas, onde existe interesse público em produzir soluções de Habitação de Interesse Social.

§1º. No entorno da ZEA deverão ser observadas às disposições da zona de proteção de aeródromo (ZPA) e do Plano de Zoneamento de Ruídos (PZE) regulados no âmbito federal.

§2º. Os parâmetros e procedimentos para a demarcação da Zona Especial 4 (ZES) serão regulamentados em legislação específica.

Art. 23. As Zonas Mistas (ZM) são porções do território destinadas a prover usos residenciais e não residenciais, com predominância do uso residencial e densidades demográfica e construtiva diversificada, subdividida em:

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I- ZM 1 – Zona Mista de baixa densidade demográfica e construtiva, ocupada por usos predominantemente residenciais com padrão de ocupação horizontal, e por atividades não residenciais, tais como, comércios, prestação de serviços e instituições compatíveis e complementares ao uso residencial dividida em:

a) ZM 1A – Zona Mista 1A - ocupada por usos predominantemente residenciais com padrão de ocupação horizontal, e por atividades não residenciais: comerciais, de prestação de serviços e institucionais (nRa e nR1) compatíveis e complementares ao uso residencial, com densidade demográfica e construtiva baixa, sendo permitida a instalação de atividades voltadas ao comércio local, com áreas construídas compatíveis com a tipologia do loteamento, desde que não sejam atividades pólo gerador de tráfego; e,

b) ZM 1B – Zona Mista 1B - ocupada por usos predominantemente residenciais com padrão de ocupação misto, e por atividades não residenciais de uso diversificado (nR1, nR2 e nR3), geradores de emprego, servidos por transporte de média capacidade, com densidade demográfica e construtiva média, sendo permitida a instalação de atividades voltadas ao comércio local, podendo se enquadrar atividades pólo gerador de tráfego.

II- ZM 2 – Zona Mista de densidade demográfica e construtiva média, ocupada por usos predominantemente residenciais com padrão de ocupação horizontal e vertical, e por atividades não residenciais de uso diversificado (nR1 e nR2), geradores de emprego, servidos por transporte de média capacidade; e,

III- ZM 3 – Zona Mista de densidade demográfica e construtiva alta, ocupada por usos predominantemente residenciais com padrão de ocupação vertical, ou com potencial de transformação para verticalização e sedimentação de atividades voltadas ao comércio e serviços de amplitude regional (nR1 e nR2) situada em área dotada de infraestrutura de transporte e serviços públicos.

Art. 24. As Zonas de Proteção ao Patrimônio Cultural, Histórico e Artístico (ZPC) são porções do território destinadas à preservação, valorização e salvaguarda dos bens de valor histórico, artístico, arquitetônico, arqueológico, paisagístico, social e/ou cultural integrantes do patrimônio cultural do Município.

§1º. Nas Zonas de Proteção ao Patrimônio Cultural estão incluídos os seguintes bens materiais:

I- os bens tomados isoladamente ou em conjunto, que compreendem as expressões de vida e tradições que constituem a herança cultural e fazem referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, representados nos limites do município de Ribeirão Preto;

II- os bens tombados ou em processo de tombamento, nas esferas federal, estadual e municipal;

III- os bens inventariados constantes do Inventário de Referências Culturais de Ribeirão Preto;

IV- os bens protegidos sob qualquer outra forma de acautelamento oficial.

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§2º. Decreto Regulamentador definirá os limites específicos das ZPC em função da necessidade de proteção cultural, histórica, paisagística e demais aspectos relevantes, conforme cada caso, assim como os limites do uso e ocupação do solo destas áreas, inclusive o gabarito máximo, e estabelecerá parâmetros, diretrizes e procedimentos, respeitando a legislação pertinente, para a aplicação dos seguintes incentivos para a preservação e valorização dos imóveis tombados pelo Poder Executivo Municipal:

a) transferência de potencial construtivo adicional;

b) isenção total do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU);

c) isenção total do ISS incidente sobre os serviços específicos de elaboração de projetos e serviços específicos de elaboração de projetos e serviços destinados ao restauro e conservação do bem tombado;

d) isenção de todas as taxas municipais incidentes nos serviços públicos de análise e aprovação de projetos e execução da conservação e restauro dos bens tombados;

e) possibilidade de mudança do uso do imóvel de residencial para não residencial para fins de exploração econômica, independentemente de restrição convencional do parcelamento.

f) permissão para exploração empresarial nos limites fixados pelo Poder Público;

g) autorização para realização de parcerias público-privadas e convênios entre os proprietários do imóvel de taxas e emolumentos municipais para aprovação de projetos, tramitação de documentos diversos e alvarás autorizativos se associados ao interesse da preservação e incentivos de uso ao imóvel tombado;

h) programa de transferência de valores de taxas e emolumentos fiscais e tributários devidos por terceiros desde que direcionados exclusivamente e comprovadamente para a valorização e recuperação física de imóveis tombados;

i) transferência de investimentos aplicados diretamente ao bem tombado e seu entorno imediato a descontos específicos no imposto predial territorial urbano (IPTU) do imóvel em questão.

§3º. Os incentivos listados no parágrafo anterior serão distribuídos proporcionalmente e mediante as seguintes possibilidades, sem prejuízo de outras:

a) apresentação de laudo de conservação do imóvel;

b) retrofit;

c) reconversão do uso de imóvel; e,

d) comprovação de uso e ocupação do imóvel.

§4º. Para as UOP 01-CE, UOP 06-BO e UOP 07-S e para o núcleo histórico de Bonfim Paulista localizado no UOP 18-BP, quando da solicitação de autorização para novos empreendimentos que resultem em demolição ou descaracterização da edificação existente, fica obrigatória a apresentação de manifestação da Secretaria de Cultura, consultado o Conppac-RP se necessário, sobre o interesse cultural do imóvel objeto do processo para a sua aprovação.

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§5º. Os PAR poderão identificar a necessidade de consulta, nos termos do parágrafo anterior, para a s outras UOP, e para os TEP.

Art. 25. As Zonas Predominantemente Industrial (ZPI) são porções do território destinadas a atividades industriais, comerciais e de prestação de serviços, sendo vedada a implantação de uso residencial, assim subdivididas:

I- ZPI-1a – Zona Predominantemente Industrial nR são áreas no município onde são autorizadas a implantação de atividades com risco ambiental baixo, nRa7, nR1, nR2 e nR3 e IND 1a, caracterizadas pela:

a) nocividade de grau baixo, em razão dos efluentes hídricos e atmosféricos;

b) incomodidade de grau baixo a médio, apresentando movimentação tolerável de pessoal e tráfego, bem como níveis toleráveis de efluentes e/ou ruídos; e,

c) pela presença de edificações residenciais, comprovadamente existentes até a data de publicação desta lei, que poderão ser mantidas desde que regularizadas ou legalizadas conforme os prazos estabelecidos pela legislação vigente, sendo vedada a implantação de novas edificações de uso residencial.

II- ZPI-1b – Zona Predominantemente Industrial 1b são as áreas no município onde são autorizadas, além das atividades definidas no inciso I deste artigo, a implantação de atividades com risco ambiental baixo e moderado, nR3, IND-1a e IND-1b, caracterizadas por:

a) periculosidade de grau baixo, produzindo efeitos minimizáveis pela aplicação de métodos adequados de controle e tratamento de efluentes;

b) nocividade de grau médio, em razão da exalação de odores e/ou material particulado; e,

c) incomodidade de grau elevado decorrente do intenso tráfego e ruídos em níveis de incômodos fora dos limites da indústria.

III- ZPI-2 – Zona Predominantemente Industrial 2 são áreas no município onde são autorizadas, além das atividades definidas nos incisos I e II deste artigo, a implantação das atividades com risco ambiental médio, IND-2, caracterizadas por:

a) periculosidade de grau médio, provocando grandes efeitos não minimizável, mesmo depois da aplicação dos métodos adequados de controle e tratamento de efluentes;

b) nocividade de grau elevado pela vibração e/ou ruídos fora dos limites da indústria; e,

c) incomodidade em grau elevado.

IV- ZPI–3 – Zona Predominantemente Industrial 3 são áreas no município onde são autorizadas, além das atividades definidas nos incisos I e II deste artigo, a implantação das atividades com risco ambiental alto, IND-3 caracterizadas por:

a) periculosidade de grau alto, provocando grandes efeitos não minimizável, mesmo depois da aplicação dos métodos adequados de controle e tratamento de efluentes;

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b) nocividade de grau elevado pela vibração e/ou ruídos fora dos limites da indústria; e,

c) incomodidade em grau elevado.

V- ZPI-M – Zona Predominantemente Industrial e de Mineração (ZPI-M) onde se permitem atividades de mineração e industrial classificadas como IND-1, com risco ambiental moderado, caracterizada por:

a) periculosidade de grau médio, produzindo efeitos minimizáveis pela aplicação de métodos adequados de controle e tratamento de efluentes;

b) nocividade de grau médio, em razão da exalação de odores e/ou material particulado;

c) incomodidade de grau elevado decorrente do intenso tráfego e ruídos em níveis de incômodos fora dos limites da indústria;

d) pela presença de edificações residenciais, comprovadamente existentes até a data de publicação desta, que poderão ser mantidas desde que regularizadas ou legalizadas conforme os prazos estabelecidos pela legislação vigente;

e) será vedado o uso residencial somente nas áreas sob regime de aproveitamento de recursos minerais expedido pelo órgão competente;

f) as demais áreas não enquadradas na alínea “e”, incluindo-se as áreas com autorização de pesquisa, poderão receber parcelamento de solo e/ou edificação com uso residencial, utilizando os parâmetros da zona urbanística em que a área se localiza, desde sejam minimizados os conflitos entre atividades, respeitados os parâmetros estabelecidos no Código Municipal do Meio Ambiente e obtidas as devidas autorizações, especialmente as da ANM – Agência Nacional de Mineração;

g) o parcelamento do solo na ZPI-M poderá ser admitido em áreas sob regime de aproveitamento de recursos minerais quando em comum acordo entre o proprietário do solo superficial e o titular do regime de aproveitamento, com anuência do órgão regulador da atividade minerária, desde que estabelecido no processo de licenciamento do parcelamento um cronograma de ocupação do empreendimento que se inicie após o encerramento das atividades de exploração mineral; e,

h) encerrada a atividade minerária na ZPI-M de forma definitiva, por exaustão ou renúncia, e em conformidade com relatório final de execução de plano de fechamento aprovado pelo órgão competente, mediante manifestação oficial da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a área poderá receber outros usos urbanos adequados à zona urbanística onde estiver inserida.

Art. 26. As Zonas de Expansão Planejada compreendem os Territórios de Expansão Planejada e, além de usos não urbanos, são permitidos os usos residenciais, nRa e nR1 nos termos desta lei e são assim subdivididas:

I- Zona de Expansão Planejada 1 - NORTE que compreende o TEP 1-N;

II- Zona de Expansão Planejada 2 - LESTE que compreende o TEP 2-L;

III- Zona de Expansão Planejada 3 - SUDESTE que compreende o TEP 3-SE;

IV- Zona de Expansão Planejada 4 - SUL que compreende o TEP 4-S;

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V- Zona de Expansão Planejada 5 - SUDOESTE que compreende o TEP 5-SO;

VI- Zona de Expansão Planejada 6 - OESTE que compreende o TEP 6-O; e;

VII- Zona de Expansão Planejada 7 - NOROESTE que compreende o TEP 7-NO.

Art. 27. Nas Zonas de Expansão Planejada poderão ser aprovados novos empreendimentos, desde que:

I- sejam seguidos os parâmetros urbanísticos estabelecidos de acordo com o perfil de cada zona, conforme exposto no Quadro 04 desta lei, respeitando-se o entorno consolidado e considerando as faixas de distanciamento das áreas urbanificadas e as infraestruturas existentes ou a serem instaladas e dos serviços públicos necessários;

II- garanta a diversificação de usos disciplinadamente de forma equilibrada pelo território; e,

III- garanta a diversidade de tipologias, de atividades econômicas e de destinação de espaços públicos, sempre respeitando condições de segurança pública, conforto térmico e acústico, visibilidade externa, ventilação e insolação.

§1º. Novos parcelamentos do solo, considerados conforme regra de transição prevista nesta Lei, situados na área de expansão urbana, destinados à ocupação por usos urbanos, deverão considerar os custos de implantação e manutenção da infraestrutura e, em especial, os custos inerentes à viabilização do oferecimento de transporte coletivo público, coleta de resíduos sólidos, iluminação pública, limpeza e manutenção de áreas verdes, manutenção dos demais serviços públicos para atendimento dos futuros moradores, podendo o Município cobrar contrapartida visando mitigar todos os custos de implantação e manutenção dos serviços públicos a cargo da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

§3º. Para a aprovação de novos empreendimentos em glebas situadas na Zona de Expansão Urbana, será aplicada a outorga onerosa de alteração de uso do solo conforme expresso no Capítulo V do Título VII desta lei

§2º. Os parâmetros dos termos deste artigo serão regulamentados por normativo do Executivo, inclusive as métricas estabelecidas nos parágrafos anteriores.

Art. 28. As zonas de amortecimento de proteção a fragmentos de vegetação natural nativa e de proteção à paisagem estão reguladas no Código do Meio Ambiente e, além dos parâmetros expostos nesta lei, deverão obedecer ao imposto por esse regramento.

Seção I - Das Macrozonas Urbanísticas

Art. 29. As Macrozonas Urbanísticas previstas no Plano Diretor e dispostas no Mapa 04, anexo a esta lei, são Zona de Uso Controlado (ZUC), Zona de Uso Preferencial (ZUP) e Zonas de Uso Restrito (ZUR), e os parâmetros urbanísticos, assim como a reserva de Espaços Livres de Uso Público, nos processos de urbanificação, se dará conforme o regramento exposto nesta lei e, complementarmente, ao disposto no Código do Meio Ambiente.

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Art. 30. Macrozonas Urbanísticas tratadas por esta lei, compreendem a Zona de Amortecimento da Estação Ecológica de Ribeirão Preto - Mata de Santa Tereza (ZMT) e as Zonas de Proteção Máxima (ZPM).

Art. 31. A Zona de Amortecimento da Estação Ecológica de Ribeirão Preto - Mata de Santa Tereza (ZMT) é delimitada pelas sub-bacias hidrográficas dos córregos Serraria e do Horto somadas, onde a urbanificação está sujeita a normas que visam preservar a paisagem e o ecossistema existentes, conforme disposto no Plano de Manejo da Estação Ecológica de Ribeirão Preto - Mata Santa Tereza (EERP).

§1º. O parcelamento e o uso do solo nesta Macrozona da Mata de Santa Tereza obedecerão às demais disposições desta lei, assim como às disposições do Código do Meio Ambiente, no que for aplicável, sempre se considerando a norma mais restritiva.

§2º. Fica permitida a instalação de EPU e EPC, nos termos do Artigo 44 incisos VIII e IX na Zona descrita no caput mediante análise e aprovação da Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública.

§3º. Os parâmetros urbanísticos não previstos no Plano de Manejo a que se refere o caput deverão seguir o estabelecido para a ZM-1A.

Art. 32. Zonas de Proteção Máxima (ZPM) são constituídas pelas:

I- Áreas de vegetação natural nativa;

II- Várzeas e planícies aluviais;

III- Áreas de Preservação Permanente (APP) conforme previstas no Código Municipal do Meio Ambiente;

IV- Reservas Legais; e,

V- Corredores ecológicos.

§1º. As ZPM poderão ter suas áreas computadas, em sua totalidade, como Sistema de Áreas Verdes, quando da reserva de áreas livres públicas, desde que seja implantado, pelo empreendedor, Plano de Recuperação Ambiental e adequação para usos público conforme diretrizes específicas fornecidas pelas Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, podendo ser computadas para efeito de cálculo do percentual mínimo de sistemas de áreas verdes nos processos de urbanificação.

§2º. Na existência de planícies aluviais com áreas úmidas não florestais associadas aos cursos de água, as Áreas de Preservação Permanente serão aplicadas após o limite externo destas.

§3º. Para novos empreendimentos de urbanificação, os corredores ecológicos referidos no inciso V, se classificam como Zona de Proteção Máxima, quando existentes ou instituídos como Área Verde.

§4º. Para a aprovação de novos empreendimentos de urbanificação, a localização e a forma dos corredores ecológicos, referidos no parágrafo anterior, serão estabelecidas nas Diretrizes

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Ambientais, sendo possível sua reconfiguração, após avaliação de propostas de alternativas locacionais e formais, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

§5º. A configuração e o cadastro das Zonas de Proteção Máxima serão efetuados e mantidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, integrado ao Sistema de Informação para Proteção Ambiental - SIAPA.

Seção II - Das Macrozonas Ambientais

Art. 33. As Macrozonas Ambientais previstas no Plano Diretor são Zona de Uso Especial (ZUE) e Zonas de Uso Disciplinado (ZUD), sendo esta última subdividida em ZUD-1, ZUD-2, ZUD-3 E ZUD-4, e os parâmetros urbanísticos, assim como a reserva de Espaços Livres de Uso Público, nos processos de urbanificação, se dará conforme o regramento exposto nesta lei e, complementarmente, ao disposto no Código do Meio Ambiente.

Art. 34. A Macrozona Ambiental regrada nesta lei, nos termos do Código do Meio Ambiente, é a Zona de Uso Especial (ZUE) que compreende a região do município onde as características geológicas favorecem a recarga do Sistema Aquífero Guarani (SAG), cujas ações e atividades antrópicas são disciplinadas com vistas à proteção e conservação do manancial de interesse regional.

Parágrafo único. A delimitação da ZUE está definida no mapa de Macrozoneamento Ambiental, parte integrante do Plano Diretor, definido pela Lei Complementar nº 2.866/2018.

Art. 35. Os parâmetros urbanísticos específicos para a ZUE estão previstos no Quadro 04, anexo a esta Lei, sendo que:

I- para empreendimentos edilícios a Taxa de Permeabilidade (TP) mínima, respeitando-se o disposto em outras leis específicas, é igual a 25% (vinte e cinco por cento) da área do empreendimento e, regrado de acordo com o Código de Obras e respeitados os parâmetros do Código do Meio Ambiente; e,

II- para parcelamento do solo, a reserva de Sistema de Áreas Públicas Verdes e de Lazer de, no mínimo, igual a 35% (trinta e cinco por cento) da área do empreendimento.

§1º. A critério da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, mediante a apresentação de levantamentos comprobatórios sob responsabilidade do empreendedor, a reserva de áreas a que se refere o inciso II deste artigo, poderá ser assim disposta:

a) mínimo de 35% (trinta e cinco por cento) da área do empreendimento, no local objeto de análise, quando o empreendimento estiver em Zona de Recarga Plena, conforme Código do Meio Ambiente;

b) mínimo de 20% (vinte por cento) da área do empreendimento, no local objeto de análise, nos demais casos não definidos na alínea anterior, podendo os 15% (quinze por cento) restantes, serem doados fora da gleba, desde que, em Zona de Recarga Plena ou outra área de interesse ambiental, na ZUE, a critério da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

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§2º. Do total de áreas livres públicas verdes a ser doado, nos termos do inciso II, 15% (quinze por cento) poderá ser utilizado para a implantação de equipamentos de lazer, com anuência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e aprovação da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública.

I. §3º. Nos casos em que o imóvel a ser parcelado esteja inserido em zona de contato geológico entre as formações Serra Geral e Botucatu, aplica-se a reserva de áreas livres públicas verdes conforme às disposições do Código Municipal do meio ambiente.

§4º. Para enquadramento de imóveis na classificação de recarga, o interessado deverá abrir processo administrativos de Diretrizes Ambientais junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

§5º. Para as áreas classificadas como zona de recarga plena ou restrita, os sistemas de drenagem de parcelamentos do solo ou empreendimentos em glebas não parceladas deverão estar associados a alternativas de infiltração e recarga artificial conforme disposto no Código Municipal do Meio Ambiente.

Art. 36. Nos parcelamentos do solo destinados a chácaras ou sítios de recreio localizados na ZUE, a ser realizados posteriormente à aprovação desta lei, será admitida a reserva de áreas livres públicas verdes de, no mínimo, de 20% (vinte por cento) da gleba objeto de análise, desde que:

I- a área necessária à complementação do sistema de espaços livres de uso público para atingir o percentual exigido no inciso II do artigo anterior, seja distribuída, internamente aos lotes particulares, gravada como área permeável, na matrícula do mesmo, em registro geral de imóveis; e,

II- a área que se refere o inciso anterior, também, será considerada complementar a área permeável discriminada no inciso I do artigo anterior.

Art. 37. Os parâmetros urbanísticos de uso e ocupação da ZUE respeitará ao estabelecido nas Zonas de Uso e Ocupação incidentes.

Art. 38. A Densidade Populacional Líquida máxima na ZUE é de 650 hab/ha (seiscentos e cinquenta habitantes por hectare), podendo chegar a 850 hab/ha (oitocentos e cinquenta habitantes por hectare) para empreendimentos com base na Lei de Habitação de Interesse Social se localizados no Perímetro Urbano.

Art. 39. Além das Diretrizes Urbanísticas e Ambientais, na ZUE, e do previsto nesta lei, no Código do Meio Ambiente, do Código de Obras Municipal e nas demais leis correlatas, para novas urbanificações se deve obedecer ao Plano Estratégico de Uso e Ocupação Sustentável da Zona de Uso Especial, que será constituído conforme segue:

I. Delimitação da área de recarga do Sistema Aquífero Guarani em Ribeirão Preto;

II. Diagnóstico da drenagem urbana:

a) Inventários e mapeamentos: passivo relativo à drenagem urbana;

b) Estudos sobre sistemas de filtragem, detenção e infiltração de águas pluviais existentes e sua viabilidade para implantação no município;

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III. Diagnóstico da drenagem urbana;

IV. Diagnóstico da fragilidade ambiental e áreas de risco:

a) Mapeamentos: suscetibilidade à erosão; fragilidade ambiental; atividades com potencial de contaminação instaladas;

b) Inventários e mapeamentos de passivos ambientais: áreas contaminadas; antigos lixões; depósitos ou descarte de resíduos sólidos da construção civil; resíduos sólidos industriais; sistema público de coleta e afastamento de esgoto;

c) Diagnóstico da fragilidade ambiental e áreas de risco;

V. Diagnóstico de alternativas de abastecimento de água;

VI. Diagnóstico de recarga:

a) Estudos: infiltração, em termos de quantidade e qualidade;

b) Delimitação de áreas para recarga natural e artificial do Sistema Aquífero Guarani;

VII. Diagnóstico de Patrimônio Cultural;

VIII. Diagnóstico de Saneamento Ambiental e Serviços Públicos;

IX. Diagnóstico habitacional, em termos de déficit habitacional e inadequação de moradias;

X. Diagnóstico de mobilidade urbana;

XI. Diagnóstico urbano–ambiental e/ou de ordenamento territorial;

XII. Diagnóstico geral da Zona de Uso Especial: Mapeamento das aptidões para uso e ocupação.

XIII. Definição de prioridades para a ação governamental:

a) Prioridade para o saneamento dos passivos ambientais;

b) Áreas estratégicas para o abastecimento público de água, seja de manancial superficial ou subterrâneo;

c) Áreas prioritárias para recarga natural do Sistema Aquífero Guarani;

d) Áreas prioritárias para regularização e urbanização de núcleos informais e assentamentos precários.

XIV. Plano de Ação:

a) Monitoramento da qualidade e quantidade da água infiltrada;

b) Monitoramento das ações de mobilidade urbana;

c) Regularização fundiária.

§1º. As diretrizes e normas de uso e ocupação do solo constantes da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo do Município integrarão o Plano.

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§2º. A revisão do Plano ocorrerá a partir dos resultados do monitoramento e da avaliação das condições ambientais e de recarga do Sistema Aquífero Guarani, assim como das ações de mobilidade, regularização fundiária e organização territorial.

§3º. As questões relacionadas ao Sistema de Espaços Livres de Uso Público e ao bioma Cerrado na Zona de Uso Especial serão tratadas no Plano Estratégico do Sistema de Áreas Verdes e Arborização Urbana e no Plano Municipal da Mata Atlântica e do Cerrado, com vistas ao atendimento do previsto no inciso I, artigo 57, da Lei complementar nº 2866, de 2018.

Seção III - Dos conflitos e sobreposições de Zonas

Art. 40. Quanto aos possíveis conflitos entre Zonas deve-se respeitar:

I. a alteração, revisão ou supressão de qualquer parâmetro urbanístico deverá estar de acordo com as determinações do Plano Diretor e de suas leis integrantes;

II. em caso de sobreposição de Macrozonas, Zonas e/ou Zonas Especiais, prevalecerão os valores ou índices de parâmetros urbanísticos, assim como usos característicos e admitidos, nas disposições que não sejam complementares e as imposições mais restritivas, com exceção dos casos previstos nas zonas ZCC, ZMT e ZPC e nas macrozonas ZUE e ZPM, definidas neste Capítulo; Na Zona Especial Aeroportuária (ZEA) deve se respeitar as disposições pertinentes impostas pela legislação e regulamentação federal e estadual, em especial as determinações do COMAER, Comando da Aeronáutica e da legislação ambiental;

III. quando uma área a ser parcelada estiver inserida em mais de uma Macrozona, Zona ou Zona Especiais, será necessário calcular os valores ou índices dos parâmetros urbanísticos de cada um dos trechos separadamente, podendo o valor ser aplicado em um mesmo trecho do terreno ou distribuído por ele;

IV. é exceção ao inciso anterior os usos característicos e admitidos por Macrozona/Zona e seus respectivos limites de gabarito os quais permanecem obrigados a obedecerem os valores aplicadas de acordo com o zoneamento em que o imóvel se encontra;

V. as Zonas Especiais se sobrepõem ao zoneamento urbano e rural podendo estabelecer tratamento diferenciado quanto ao uso, ocupação do solo e parâmetros urbanísticos;

VI. para efeito da disciplina de parcelamento, uso e ocupação do solo, em empreendimentos de interesse social e/ou que estejam localizados em Zonas Especiais de Interesse Social, as disposições previstas na Lei Complementar nº 2.927/2018, Lei de Habitação de Interesse Social, ou quaisquer outras que a substituam, prevalecem sobre aqueles referentes a qualquer outra zona de uso incidente sobre o lote ou gleba;

VII. as disposições relativas à instalação e ao funcionamento de usos e atividades, índices e parâmetros de ocupação do solo definidas nesta lei prevalecem sobre o estabelecido em quaisquer outras legislações municipais, com exceção do previsto no inciso VI deste artigo;

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VIII. quando ocorrer sobreposição descrita entre zoneamento estabelecido e restrições impostas por memorial descritivo ou registro em cartório, prevalece, sempre, o tratamento especial imposto mais restritivo, com exceção dos casos previstos nas zonas ZCC, ZMT e ZPC e nas macrozonas ZUE e ZPM, definidas neste Capítulo;

IX. Para os novos empreendimentos situados em lotes com restrição cartorial deve-se observar o disposto na Seção IX do Capítulo I do Título V desta lei.

Art. 41. Os Conjuntos Habitacionais existentes passam a ter seus usos regulamentadas pela presente lei, sendo que:

I. todos os lotes passam a ter uso misto, sendo destinados ao uso residencial unifamiliar, comercial e de serviços na categoria de uso “nR1 - lote para fins comerciais ou de prestação de serviços”, na forma do presente artigo, devendo ser atendidas as determinações do Código Sanitário, Código de Obras, Código de Posturas e demais normativos legais para seu funcionamento; e,

II. somente será permitida a instalação de atividade comercial e/ou de serviços se vinculada ao uso residencial, sendo, vedada a descaracterização da finalidade inicial de provimento de moradia e ocupação.

Parágrafo único. Nos lotes dos empreendimentos que originariamente foram previstas atividades comerciais, de acordo com os respectivos memoriais descritivos, serão permitidas, além das atividades descritas no inciso I, as previamente registradas.

TÍTULO III - DO USO DO SOLO

Art. 42. O uso do solo no município de Ribeirão Preto classifica-se em duas categorias:

I. Uso residencial – “R” que compreende habitações unifamiliares e plurifamiliares; e,

II. Uso não residencial – “nR” que compreende atividades comerciais, serviços, institucionais e industriais.

Parágrafo único. No mesmo lote ou edificação é admitida a instalação de mais de uma categoria ou subcategoria de uso, bem como a combinação de usos residenciais e não residenciais.

Art. 43. Ficam garantidos os direitos de uso do solo regularmente constituídos com “habite-se” anteriormente à publicação desta lei, ainda que em não conformidade com o zoneamento aqui previsto, sendo vedada a ampliação das edificações para fins não permitidos nesta lei para o referido zoneamento.

Parágrafo único. Somente serão admitidas reformas com ampliação de área, garantindo o mesmo uso, quando necessárias para adequações técnicas que visem o atendimento de parâmetros de segurança, salubridade, incomodidade e risco ambiental, ou nos casos de cumprimento de modificação de legislação e normativos técnicos que regulem a atividade licenciada e/ou mediante

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licenciamento ambiental junto à Secretaria Municipal de Meio ambiente e aplicação de medidas mitigadoras.

Capítulo I - DOS USOS RESIDENCIAIS

Art. 44. As Categorias de Uso Residencial – R, referenciada na unidade habitacional, se dividem nas seguintes subcategorias:

I. R1 – EDIFICAÇÃO UNIFAMILIAR, sendo limitado a uma unidade habitacional por lote;

II. R2h – EMPREENDIMENTO PLURIFAMILIAR HORIZONTAL, compreendendo um conjunto de duas ou mais unidades habitacionais, agrupadas horizontalmente ou superpostas, e todas com entrada independente com frente para via oficial de acesso ou em condomínio, sendo subdividido em:

d) R2h-1 – CASAS GEMINADAS caracterizadas como a disposição de duas unidades habitacionais autônomas, agrupadas horizontalmente, todas com frente e acesso independente por via oficial de circulação;

e) R2h-2 – CASAS SUPERPOSTAS definidas como duas unidades habitacionais autônomas, agrupadas verticalmente no mesmo lote, com frente e acesso independente para a via oficial de circulação;

f) R2h-3 - CONDOMÍNIO DE LOTES, instituído pelo artigo 1.358-A do Código Civil de 2002, e pelo artigo 58 da Lei Federal nº. 13.465, de 11 de julho de 2017, é constituído pela divisão de lote urbano, fruto de parcelamento prévio, em frações ideais, correspondentes a unidades autônomas destinadas à edificação para fins residenciais, unifamiliares, cuja dimensão deve atender aos índices urbanísticos estabelecidos para a zona de uso em que se localiza, com áreas de uso comum e privativo dos condôminos.

g) R2h-4 – CONJUNTO RESIDENCIAL HORIZONTAL constituído em condomínio por unidades autônomas isoladas, geminadas ou superpostas, com acesso independente a cada unidade habitacional, por via particular de circulação de veículos ou de pedestres, interna ao conjunto, vedado o acesso direto pela via oficial de circulação, devendo atender o disposto no Capítulo II do Título IV, assim subdivididos:

1. R2h-4a – CONJUNTO RESIDENCIAL HORIZONTAL (VILA) com área total do empreendimento igual ou inferior a 5.000 m² (cinco mil metros quadrados), limitado a 30 (trinta) unidades habitacionais autônomas;

2. R2h-4b – CONJUNTO RESIDENCIAL HORIZONTAL que compreenda entre 31 (trinta e uma) a 125 (cento e vinte e cinco) unidades habitacionais autônomas;

3. R2h-4c – CONJUNTO RESIDENCIAL HORIZONTAL que compreenda entre 126 (cento e vinte e seis) a 200 (duzentas) unidades habitacionais autônomas; e,

4. R2h-4d – CONJUNTO RESIDENCIAL HORIZONTAL acima de 201 (duzentas e uma) unidades habitacionais autônomas.

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III. R2v – CONJUNTO EDILÍCIO VERTICAL, aquele constituído, em condomínio, por unidades autônomas, com acesso comum de veículos e/ou de pedestres, internos ao conjunto, ficando vedado o acesso direto pela via oficial de circulação e que compreende os usos:

a) R2v-1 – EDIFÍCIO VERTICAL RESIDENCIAL isolado ou Conjunto Residencial Vertical, aquele constituído, em condomínio, limitado em até 30 (trinta) unidades habitacionais autônomas, agrupadas verticalmente;

b) R2v-2 – CONJUNTO RESIDENCIAL VERTICAL, aquele constituído, em condomínio, por edifícios residenciais com número de unidades compreendidos entre 31 (trinta e uma) e 125 (cento e vinte e cinco) unidades autônomas;

c) R2v-3 – CONJUNTO RESIDENCIAL VERTICAL, aquele constituído, em condomínio, por edifícios residenciais com número de unidades compreendidos entre 126 (cento e vinte e seis) e 200 (duzentas) unidades autônomas; e,

d) R2v-4 – CONJUNTO RESIDENCIAL VERTICAL, aquele constituído, em condomínio, por edifícios residenciais com número de unidades acima de 200 (duzentas) unidades autônomas.

§1º. O uso R2h-2 – CASAS SUPERPOSTAS com base no artigo 55 da Lei Federal nº 13.465, de 11 de julho de 2017, que altera a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, com a nova redação ao artigo 1.510-A poderá usufruir do direito real de laje considerando a casa superposta como unidade imobiliária autônoma, devendo observar as condições estabelecidas pelos artigos 1.510-B, 1.510-C, 1.510-D e 1.510-E da referida Lei Federal.

§2º. Nas ruas sem saída, somente é permitida a instalação das subcategorías de uso R1, R2h1, R2h2, R2h4a e R2v1, atendidas as disposições contidas nesta lei.

§3º. Nos lotes de esquina já implantados anteriormente a esta lei a concordância horizontal dos alinhamentos prediais será feita por meio de chanfro, com os lados maiores ou iguais a 2,50m, sendo que a área resultante será considerada não edificante.

§4º. As condições de instalação por subcategoria de uso encontram-se nos Quadros 05-A e 05-E.

Art. 45. Para enquadramento HIS, HMP, EHIS e EHMP devem ser observadas as normas e parâmetros definidos pela Lei Complementar nº. 2.927/2018, que dispõe sobre HIS – Habitação de Interesse Social ou outra que a substitua.

Capítulo II - DOS USOS NÃO RESIDENCIAIS – nR

Art. 46. As categorias de Uso não Residencial – nR compreendem atividades de comércio e prestação de serviços, industriais, institucionais e serviços de infraestrutura, sendo classificados quanto ao uso e a capacidade de geração de trânsito e tráfego, dividindo-se nas seguintes subcategorias:

I. nRa – uso não residencial ambientalmente compatível com o equilíbrio ecológico, inserido nas zonas urbana, de expansão urbana e rural, englobando atividades comerciais e de serviços,

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institucionais e produtivas, que garantam a proteção, a preservação e/ou a recuperação ambiental, compreendendo:

a. nRa-1: Atividades de pesquisa e educação ambiental realizadas por períodos de tempo limitado e em instalações ou territórios específicos, tais como pesquisa científica, educação ambiental, manejo florestal sustentável, dentre outros;

b. nRa-2: atividades de manejo sustentável realizadas no meio rural ou ligadas às atividades rurais, tais como agroindústria, atividades agroflorestais, agropecuária, dentre outras;

c. nRa-3: Atividades voltadas ao Ecoturismo e lazer em que o desenvolvimento garanta a conservação de condições ambientais específicas e viabilize o seu aproveitamento econômico, tais como ecoturismo, clubes, pousadas, entre outras;

d. nRa-4: comércio especializado de produtos agropecuários para o suprimento das atividades rurais;

e. nRa-5: captação de água mineral/potável de mesa destinada ao consumo, associado ou não ao envase;

f. nRa-6: Local de reunião ou de eventos ambientalmente compatível com o equilíbrio ecológico, destinados à feira de exposição ou show de natureza social, esportiva, religiosa, ecoturística, lazer, agropecuária, sem limite de lotação;

g. nRa-7: usos e atividades classificados como nR1, desde que aplicadas práticas sustentáveis que garantam o baixo impacto ambiental conforme definido no Código Municipal do Meio Ambiente e mediante anuência da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, voltadas ao comércio e prestação de serviços, complementares e com áreas construídas compatíveis com o uso residencial e inferiores à 500m², com densidade demográfica e construtiva baixa, auto e ecossustentáveis, voltadas ao suprimento da população local.

II. nR1 – uso não residencial compatível com a vizinhança residencial, sem risco ambiental, com baixo grau de incomodidade e em consonância com outros usos urbanos e com área construída e/ou lotação máximas definidas no Quadro 05-B;

III. nR2 – uso não residencial tolerável à vizinhança residencial, que apresentam risco ambiental baixo, com grau baixo de nocividade, em razão dos efluentes hídricos e atmosféricos, e grau de incomodidade variável entre baixo e médio, apresentando movimentação aceitável de trânsito e tráfego, bem como níveis toleráveis de efluentes e/ou ruídos e com área construída e/ou lotação máximas definidas no Quadro 05-B;

IV. nR3 – uso não residencial incômodo à vizinhança residencial, que apresentam risco ambiental moderado, com grau baixo de periculosidade, produzindo efeitos que são minimizados pela aplicação de métodos adequados de controle e tratamento de efluentes, com grau médio de nocividade em razão da exalação de odores e/ou material particulado, e com grau elevado de incomodidade decorrente do intenso trânsito e tráfego e ruídos em níveis incômodos fora dos limites da indústria e com área construída e/ou lotação máximas definidas no Quadro 05-B;

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V. IND-1 – atividade industrial não incômoda e/ou compatível com a vizinhança residencial, com risco ambiental baixo e com área construída e/ou lotação máximas definidas no Quadro 05-C;

VI. IND-2 – uso industrial geradora de impactos urbanísticos e ambientais com risco ambiental moderado e com área construída e/ou lotação máximas definidas no Quadro 05-C;

VII. IND-3 – uso industrial geradora de impactos urbanísticos e ambientais, com risco ambiental alto, e com área construída e/ou lotação máximas definidas no Quadro 05-C;

VIII. Equipamentos Públicos Urbanos (EPU) são ambientes públicos, edificados ou não, que permitam a permanência humana, necessários para a instalação de infraestrutura relacionados com o saneamento básico, a gestão de resíduos sólidos, o transporte de passageiros e de carga, a distribuição de gás, a produção e distribuição de energia elétrica, a rede de comunicação, a rede de dados e de fibra ótica, dentre outros serviços infraestrutura de utilidade pública e com área construída e/ou lotação máximas definidas no Quadro 05-D; e,

IX. Equipamentos Públicos Comunitários (EPC) são ambientes públicos, edificados ou não, que exerçam função social e que possibilitem a permanência humana, necessário para o atendimento da população e relacionados à educação, cultura, saúde, lazer, bem-estar social, alimentação social e similares.

§1º. Enquadram-se como usos não residenciais nRa, nR-1, nR-2 e nR-3 as atividades constantes do Quadro 05, integrante desta lei.

§2º. Enquadram-se como usos Industriais IND-1, IND-2 e IND-3 as atividades constantes do Quadro 05, integrante desta lei.

§4º. Podem se enquadrar como EPC, dentre outras, as atividades e/ou usos nR1-10, nR1-11, nR2-8, nR2-9, nR3-1 e nR3-3, constantes do Quadro 05, integrante desta lei.

§5º. Enquadram-se como EPU, dentre outras, as atividades e/ou usos constantes do Quadro 05, integrante desta lei.

§6º. As condições de instalação por subcategoria de uso encontram-se nos Quadros 05-B, 05-C, 05-D e 05-E.

§7º. Nos lotes de esquina já implantados anteriormente a esta lei a concordância horizontal dos alinhamentos prediais será feita por meio de chanfro, com os lados maiores ou iguais a 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros), sendo que a área resultante será considerada não edificante.

§5º. As atividades não listadas nos Quadros 05 poderão ter sua implantação autorizada mediante análise e enquadramento realizado pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, ouvida a Comissão de Controle Urbanístico, com base nos requisitos abaixo:

a) análise quanto ao porte, o processo operacional e o controle efetivo de risco ambiental;

b) obediência às exigências federais, estaduais, municipais e normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e demais normas pertinentes, com relação à emissão poluidora de qualquer natureza;

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c) análise de localização e de exigências sanitárias municipais;

d) análise quanto ao impacto urbanístico;

e) análise quanto aos impactos gerados ao trânsito e tráfego; e,

f) análise quanto à segurança pública.

§5º. Competirá à Secretaria Municipal do Meio Ambiente a análise dessas atividades quanto ao licenciamento ambiental, ouvidos os demais órgãos pertinentes quando for o caso.

§6º. Após análise e enquadramento, as atividades previstas no parágrafo primeiro deste artigo deverão ser regulamentadas em legislação municipal específica.

Art. 47. Os empreendimentos enquadrados na subcategoria EPU e EPC poderão ser implantados em qualquer local do município, independente do zoneamento, devendo a sua localização ser objeto de análise da Comissão de Controle Urbanístico.

Parágrafo Único. Nos casos de interesse de implantação em áreas protegidas enquadradas como Zonas de Proteção Máxima, observado o disposto no Código do Meio Ambiente e na legislação pertinente, os empreendimentos se sujeitarão à análise, manifestação e autorização de intervenção por parte da Secretaria Municipal do Meio Ambiente ou de outros órgãos ambientais competentes.

Art. 48. A autorização para instalação de usos e atividades não residenciais em edificações novas ou existentes, na zona urbana e de expansão urbana, dependerá do cumprimento das normas urbanísticas contidas nesta lei, no Código do Meio Ambiente e no Código de Obras, especialmente no que se refere aos limites máximos admissíveis de geração de incomodidade, nocividade e periculosidade em relação ao seu entorno e de seu potencial como polo gerador de trânsito e tráfego.

Art. 49. A instalação de atividades não residenciais, classificadas como de risco ambiental de qualquer tipo, deverá ser precedida de licenciamento ambiental emitido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Art. 50. Os empreendimentos, usos e atividades urbanas, geradores de intensificação do tráfego de veículos automotores classificam-se em:

I. Geradores de Incômodo no Tráfego – Nível 1 (GIT-1) – usos que, por sua natureza, ocasionam pequena intensificação do tráfego de automóveis e de veículos leves de carga, tais como, furgões e caminhões de pequeno porte, e/ou trânsito de pessoas;

II. Geradores de Incômodo no Tráfego – Nível 2 (GIT-2) - usos que, por sua natureza, ocasionam média intensificação do tráfego de automóveis e/ou atraem veículos de carga como caminhões, e/ou trânsito de pessoas;

III. Geradores de Incômodo no Tráfego – Nível 3 (GIT-3) - usos que ocasionam grande intensificação do tráfego de automóveis e transporte coletivo e/ou de cargas, dentre eles shopping centers, grandes atacadistas, escolas de grande porte, hospitais de grande porte, hipermercados, terminais de carga ou passageiros e similares, e/ou trânsito de pessoas.

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§1º. A classificação de usos e atividades Geradoras de Incômodo no Tráfego (GIT) e seus respectivos parâmetros estão estabelecidos nos Quadros 05-A, 05-B, 05-C e 05-D, integrante desta lei.

§2º. As atividades classificadas como GIT-3 e algumas classificadas como GIT-2, deverão passar por análise obrigatória da CCU quanto da viabilidade da elaboração de EIV e possíveis mitigações para sua aprovação.

Art. 51. Para a autorização de empreendimentos, usos e atividades urbanas geradores do transporte de cargas, enquadrados na categoria GIT-2 e GIT-3 é obrigatória a reserva de área de terreno, internamente ao lote e com acesso separado daquele destinado ao estacionamento de automóveis, que seja suficiente para a realização de manobras e de carga e descarga de mercadorias, com dimensão diferenciada em função das peculiaridades dos respectivos usos e da hierarquia funcional das vias lindeiras de circulação de veículos, conforme análise específica do órgão competente pelo planejamento viário, trânsito e transporte coletivo.

Art. 52. A instalação de usos classificados como Geradores de Incômodo no Tráfego Nível 3 (GIT-3), somente será permitida quando o empreendimento for dotado no seu interior, dos seguintes dispositivos:

I. área de acomodação de veículos;

II. alça de embarque e desembarque de passageiros;

III. área para carga e descarga sem necessidade de manobra na via pública; e,

IV. vagas de estacionamento em número suficiente para atender todos os usuários da atividade, fixos, rotativos e temporários.

Art. 53. No caso de imóvel com testada para mais de uma via, quando se fizer a análise relativa ao uso do solo, serão aplicados os critérios exigidos, nos Quadros 05, 05-A, 05-B, 05-C e 05-D com relação à nocividade, periculosidade, incomodidade e gerador de incômodo no tráfego (GIT), para a via a qual estiver voltada a fachada principal da edificação, assim considerada a que tiver o principal acesso de veículos e/ou pedestres ao imóvel.

TÍTULO IV - DA OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 54. São parâmetros de ocupação do solo, dentre outros:

I. coeficiente de aproveitamento;

II. taxa de ocupação;

III. gabarito;

IV. densidade populacional;

V. taxa de permeabilidade; e,

VI. recuos.

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Parágrafo único. Os parâmetros de ocupação encontram-se distribuídos por zona de uso no Quadro 04, integrante desta lei.

Capítulo I - DO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO

Art. 55. O coeficiente de aproveitamento é a relação entre a área total edificada computável e a área do lote ou gleba, compreendendo:

I. Coeficiente de Aproveitamento Básico (CA-B) é o potencial construtivo gratuito inerente ao lote ou gleba urbanos, nos termos do Plano Diretor;

II. Coeficiente de Aproveitamento Máximo (CA-Max) é o limite máximo acima do CA-B, a ser autorizado pelo Executivo Municipal por meio da aplicação de outorga onerosa do direito de construir, transferência de potencial construtivo e/ou dos incentivos das UOP, não podendo ser ultrapassado; e,

III. Coeficiente de Aproveitamento Mínimo (CA-Min) é o limite mínimo de ocupação, sendo que, quando abaixo deste valor o imóvel poderá ser considerado subutilizado, excetuando as áreas onde não se aplica, tais como, os imóveis de interesse ambiental, patrimônio cultural ou em áreas onde a utilização seja impedida por pendências judiciais, ou que a atividade econômica não necessite de edificação para ser exercida.

Art. 56. Para cálculo do Coeficiente de Aproveitamento, são consideradas áreas não computáveis:

I. as áreas destinadas à garagem privativa, com o limite de 1 (uma) vaga por unidade habitacional;

II. as vagas destinadas à garagem coletiva nos usos não residenciais que não ultrapassarem os limites máximos de vagas estabelecidos nos Quadros 05-A, 05-B, 05-C e 05-D;

III. as áreas destinadas aos bicicletários devidamente equipados;

IV. as vagas especiais (idosos, gestantes e PCD), devidamente identificadas e exclusiva para este público, quando disponibilizadas em quantidade acima do mínimo exigido, nos termos da legislação vigente e desta lei;

V. áreas destinadas à garagem de uso público e rotativo, em edificações de uso misto, conforme estabelecido nesta lei;

VI. obras complementares:

a) abrigo para automóveis e caixas eletrônicos com área máxima de 20,0 m² (vinte metros quadrados);

b) abrigo para portão com avanço máximo sobre o passeio público de 0,40m (quarenta centímetros) e altura mínima de 3,0 m (três metros) do nível do passeio;

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c) abrigo de porta com área máxima de 3,0 m² (três metros quadrados);

d) bilheteria com área máxima de 20,0 m² (vinte metros quadrados);

e) portaria e guaritas com área total construída até 20,0 m² (vinte metros quadrados);

f) passagem cobertas de pedestres sem vedação lateral e área máxima de 20,0 m² (vinte metros quadrados) e largura máxima de 3,0 m (três metros); e,

g) abrigo para lixo, caixa de máquinas isolada, abrigo/medidores de concessionárias e gás (cilindros de GLP), cabines de força, cabine primária, geradores, pressurização, centrais de ar condicionados isoladas, caixa d’água elevada e isolada e chaminés, de acordo com as exigências desta lei e/ou das concessionárias responsáveis pelos respectivos serviços.

VII. mobiliário:

a. guarita e módulo pré-fabricados com área máxima de 15,0 m² (quinze metros quadrados);

b. abrigo ou telheiro sem vedação lateral em pelo menos 50% (cinquenta por cento) do perímetro com área máxima de 5,0 m² (cinco metros quadrados);

c. estufas, quiosques e viveiros de plantas com área máxima de 20,0 m² (vinte metros quadrados);

d. dutos de lareira com área máxima de 3,0 m² (três metros quadrados);

e. churrasqueiras com área máxima de 20,0 m² (vinte metros quadrados); e,

f. pergolado com área máxima de 5,0 m² (cinco metros quadrados).

VIII. saliências:

a. aba horizontal e ou vertical, brise, viga, jardineira e floreira, ornato e/ou ornamento que ocupe até a largura máxima de 0,40 m (quarenta centímetros) do passeio e altura mínima de 3,0 m (três metros) do nível do passeio;

b. beiral de cobertura e/ou marquise sobreposta com a largura máxima de 0,40 m (quarenta centímetros) do passeio, garantir as condições de aeração e insolação e altura mínima de 3,0 m (três metros) do nível do passeio.

IX. área comum:

a. salão de festas até a metragem máxima igual à metragem da menor unidade familiar do empreendimento;

b. hall de circulação interno

c. casa do zelador até 45m² (quarenta e cinco metros quadrados)

X. varandas com metragem limitada a 20% (vinte por cento) da área computável total da unidade habitacional e/ou não residencial, limitadas à área máxima de 15,0m² (quinze metros quadrados);

XI. as áreas não residenciais construídas no pavimento térreo de acesso pelo logradouro público considerada como fachada ativa nos limites estabelecidos no Quadro 03 por esta lei;

XII. a áreas descritas como não computáveis na Lei nº. 2.927/2018 e Código de Obras.

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Parágrafo único. Quando as áreas descritas no inciso VI ultrapassarem o estabelecido como máximo, o excedente será computado como área útil do empreendimento.

Capítulo II - DA TAXA DE OCUPAÇÃO

Art. 57. A Taxa de Ocupação (TO) do lote é a divisão entre a área de projeção total de todas as edificações do empreendimento no pavimento térreo e a área do terreno.

§1º. Para o cálculo da TO não serão considerados no cálculo da área de projeção:

I. os subsolos utilizados para estacionamento de veículos, desde que respeitado o recuo mínimo de frente e sem prejuízo da taxa de permeabilidade mínima, obtida em terreno natural;

II. os acessos cobertos à edificação ou passagens externas cuja largura ou soma das larguras não ultrapasse 20% (vinte por cento) do comprimento da testada;

III. as portarias e guaritas com área construída limitada à 20,0 m² (vinte metros quadrados);

IV. as edificações complementares, construídas destacadas das edificações principais, tais como, depósito de lixo, medidores de energia e hidrômetro, abrigo de gás, depósito de material de limpeza, casa de máquinas, máquinas e geradores; e,

V. os bancos, espelhos d’água, equipamentos descobertos de lazer, inclusive piscinas.

§2º. As Taxas de Ocupação Máximas (TO-Max) para cada zona estão estabelecidas no Quadro 04.

Capítulo III - DO GABARITO

Art. 58. O Gabarito estabelece a altura do edifício, em metros lineares, e é aferido:

I. para edificações com mais de um pavimento, a partir do piso acabado do pavimento térreo até o piso acabado do último pavimento, independentemente da existência de elevador; e,

II. Para edificações com apenas um pavimento, a partir do piso acabado do térreo até o ponto mais alto da edificação, incluindo, nesses, as obras complementares e o Ático.

§1º. Considera-se pavimento térreo aquele onde se tem o acesso de pedestres ao edifício pelo logradouro público, sendo permitida a cota máxima de nível até 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) a partir do nível médio do passeio.

§2º. Considera-se nível médio do passeio a média aritmética entre a cota mais alta e a cota mais baixa da testada do terreno em que situar a entrada de pedestres.

§3º. Quando houver mais de um acesso, o pavimento térreo será considerado aquele situado na cota do acesso informado pelo empreendedor como principal.

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§4º. Não será computado, para fins de aferição do gabarito de altura, o subsolo destinado à garagem, cujo piso do pavimento imediatamente superior (térreo), estiver até 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) do nível médio do passeio.

§5º. Serão desconsiderados para aferição do gabarito máximo, em locais onde este é limitado em até 10,0 m (dez metros), o afloramento de subsolo, até 2,50 m (dois metros e cinquenta centímetros) de altura, para pavimentos destinados exclusivamente à garagem que sejam implantados acima do nível médio do passeio por razões de impedimento técnico, tais como presença de rochas no subsolo, lençol freático em níveis próximos ao perfil do terreno, áreas sujeitas a alagamento, restrição à construção de subsolo em terrenos contaminados e, quando exigido por órgão ambiental competente, comprovado mediante apresentação de laudo técnico de profissional habilitado, e destinados ao atendimento das quantidades mínimas necessárias de vagas de estacionamento previstas na lei.

§6º. Os casos não previstos pelas hipóteses acima serão objeto de análise especial pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§7º. Considera-se como Gabarito Básico o valor de 10 (dez) metros de altura para todas as edificações novas ou a reformar no Município de Ribeirão Preto, medidos nos termos deste artigo.

Capítulo IV - DA DENSIDADE POPULACIONAL

Art. 59. Densidade Populacional é a relação entre população e espaço físico, subdividido em:

I. Densidade Populacional Bruta; e,

II. Densidade Populacional Líquida.

§1º. Para efeito de cálculo da densidade populacional, será adotado o número médio de 3 (três) pessoas por unidade residencial unifamiliar.

§2º. Nos casos de edificações com no máximo um dormitório por unidade habitacional será adotado o número médio de 2 pessoas por unidade residencial unifamiliar.

§3º. Para empreendimentos Não Residenciais, Industriais, EPC e EPU serão adotados os parâmetros exigidos para o cálculo da Estimativa Populacional, cálculo de lotação, nas Edificações, conforme sua destinação, área e utilização, nos termos dos artigos 84 e 85 do Código de Obras Municipal

Art. 60. Considera-se Densidade Populacional Bruta (DPB) a medida obtida da divisão da população potencial pela superfície total da área bruta do empreendimento, expressa em hab/ha (habitantes por hectare), regrada conforme Quadro 04 integrantes desta lei.

§1º. A densidade populacional bruta relativa ao empreendimento será calculada mediante a aplicação da seguinte fórmula matemática, DPB=P/AT, onde:

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DPB → significa densidade populacional bruta relativa ao empreendimento;

P → é determinada pelo número de unidades previstas para o empreendimento, multiplicada pelo número médio de pessoas conforme regrado no artigo anterior; e,

AT → compreende a área total do empreendimento, sem nenhum desconto, medida em hectares.

§2º. A densidade populacional bruta para empreendimentos Não Residenciais, Industriais, EPC e EPU, para aferição da população (P) se deve utilizar os parâmetros exigidos para o cálculo da Estimativa Populacional, cálculo de lotação, nas Edificações, conforme sua destinação, área e utilização, nos termos dos artigos 84 e 85 do Código de Obras Municipal.

Art. 61. Considera-se Densidade Populacional Líquida (DPL) a medida obtida da divisão da população usuária pela superfície da área líquida, descontadas as áreas públicas, tais como, o sistema viário, o sistema de áreas verdes e de lazer e as áreas institucionais, assim como as áreas relativas aos recursos hídricos, expressa em hab/ha (habitantes por hectare).

Art. 62. A quantidade de unidades residenciais unifamiliares, de cada lote ou gleba, será determinada com base na densidade populacional líquida da zona de uso onde esteja inserido o imóvel, tendo como base de cálculo este artigo e os parâmetros constantes do Quadro 04 integrantes desta lei.

§1º. A densidade populacional líquida relativa a cada lote de terreno será calculada mediante a aplicação da seguinte fórmula matemática, DPL=P/AL, onde:

DPL → significa densidade populacional líquida relativa a cada lote;

P → determinada pelo número de unidades previstas para o empreendimento, multiplicada pelo número médio de pessoas conforme regrado no artigo 60; e,

AL → compreende a área líquida do lote ou gleba no qual se deseja edificar, medida em hectares.

§4º. Para empreendimentos Não Residenciais, Industriais, EPC e EPU, o conceito de Densidade Populacional Líquida deve ser substituída pela Estimativa Populacional nas Edificações, conforme sua destinação, área e utilização, nos termos dos artigos 84 e 85 do Código de Obras Municipal.

Art. 63. Considera-se Densidade Populacional Total (DPT) a medida obtida pela soma da população fixa do empreendimento ou local e da população flutuante atraída pelo empreendimento em relação à área em questão, medida em hectare.

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§1º. A população flutuante relativa ao empreendimento será calculada mediante a aplicação da seguinte fórmula matemática, DPT = (P + PF)/AL, onde:

PF → compreende a população flutuante atraída pelo empreendimento;

P → determinada pelo número de unidades previstas para o empreendimento, multiplicada pelo número médio de pessoas conforme regrado no artigo 60; e,

AL → compreende a área líquida do lote ou gleba no qual se deseja edificar, medida em hectares.

§2º. A população flutuante relativa ao empreendimento habitacional será calculada mediante a aplicação da seguinte fórmula matemática, DPF = (Ff) + (Fd)+(PS)+(V), onde:

PF → compreende a população flutuante atraída pelo empreendimento;

P → determinada pelo número de unidades previstas para o empreendimento, multiplicada pelo número médio de pessoas conforme regrado no artigo 60;

Ff → funcionários fixos, calculados pela fórmula Ff=Px0,05;

Fd → funcionários diaristas, calculados pela fórmula Fd=Px0,15;

PS → prestadores de serviço, calculados pela fórmula PS=Px0,03; e,

V → visitantes, calculados pela fórmula V=Px0,10.

§2º. A população flutuante relativa ao empreendimento habitacional será calculada mediante a aplicação da seguinte fórmula matemática, DPF = (Ff) + (Fd)+(PS)+(V), onde:

PF → compreende a população flutuante atraída pelo empreendimento;

P → determinada pelo número de unidades previstas para o empreendimento, multiplicada pelo número médio de pessoas conforme regrado no artigo 60;

C → Clientes, calculados pela fórmula Ff=Px0,05;

Ff → funcionários fixos e sócios, calculados pela fórmula Fd=Px0,15;

F → prestadores de serviço, calculados pela fórmula PS=Px0,03; e,

V → visitantes, calculados pela fórmula V=Px0,10.

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Capítulo V - DA TAXA DE PERMEABILIDADE

Art. 64. A Taxa de Permeabilidade (TP) é a divisão da área permeável, dentro do lote onde se permite a infiltração e escoamento de água no solo, livre de qualquer edificação ou pavimentação, pela área total do lote ou gleba.

§1º. Para aplicação da TP, se deverá seguir os parâmetros estabelecidos no Quadro 04.

§2º. As condições naturais de absorção das águas pluviais no empreendimento poderão, como alternativa ao caput, ser garantidas pelo disposto no Código de Obras.

Capítulo VI - DOS RECUOS DA EDIFICAÇÃO

Art. 65. Os recuos da edificação em relação ao perímetro do lote são:

I. recuo de frente;

II. recuos laterais;

III. recuos de fundo; e,

IV. recuos entre edificações.

§1º. Os recuos laterais e de fundos ficam dispensados para edificações com altura menor ou igual ao gabarito básico, respeitadas as restrições cartoriais e as condições de iluminação e ventilação necessárias e previstas no Códigos de Obras e legislação pertinente.

§2º. Não se aplica os termos do parágrafo anterior aos lotes das ZPI-nR, ZPI-1, ZPI-2, ZPI-3, ZPI-M, ZEP e ZEA.

§3º. Os casos previstos no parágrafo 5° do artigo 59, se dispensa, no trecho do afloramento, os recuos laterais e de fundos obrigatórios definidos no Quadro 04 desta lei.

§4º. Ficam dispensadas do recuo de frente, respeitadas as restrições cartoriais e as condições de iluminação e ventilação necessárias e previstas no Códigos de Obras e legislação pertinente, as edificações que não ultrapassarem o gabarito de 21,0 m (vinte e um metros) que:

I. garantam a fachada ativa mediante a destinação do pavimento térreo ao uso não residencial, acessível ao público e, residencial nos demais pavimentos; e,

II. possuam ou promovam o alargamento da calçada garantindo a largura mínima de 4m (quatro metros), nos termos desta lei e exposto no Quadro 03.

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TÍTULO V - DA URBANIFICAÇÃO EM GERAL

Art. 66. A urbanificação consiste em todo empreendimento de beneficiamento ou rebeneficiamento do solo para fins urbanos, tais como o parcelamento do solo para fins urbanos, o reparcelamento do solo e os condomínios.

Parágrafo único. As disposições presentes neste Título regulam a atividade urbanística na Zona Urbana e de Expansão Urbana, definidas nos incisos I e II do artigo 54 do Plano Diretor.

Art. 67. Para efeitos de aplicação desta lei ficam definidos:

I. Gleba:

a) a porção de terra, urbana ou rural, não resultante de parcelamento do solo para fins urbanos regular e não dotada de infraestrutura urbana básica; ou,

b) a porção de terra, interna ao perímetro urbano, resultante de parcelamento do solo sem fins urbanos, com área superior a 10.000 m² (dez mil metros quadrados) e registrada anteriormente à publicação desta lei.

II. Lote:

a) área de terra definida como unidade imobiliária autônoma ou unidade imobiliária integrante de condomínio de lotes, oriunda de parcelamento regular do solo para fins urbanos, dotada de infraestrutura urbana básica; ou,

b) área de terra definida como unidade imobiliária autônoma, não originada por parcelamento regular do solo para fins urbanos, com área inferior ou igual a 10.000m² (dez mil metros quadrados) interna ao perímetro urbano, com frente para via pública oficial devidamente implantada;

III. infraestrutura urbana básica é composta pela existência de via de circulação pavimentada, inclusive calçadas, contendo sistemas de drenagem, de esgotamento sanitário e de abastecimento de água potável e com rede de energia elétrica e iluminação pública;

IV. via pública oficial devidamente implantada é aquela aberta e entregue ao uso público, aceita e declarada ou reconhecida como oficial por ato do Poder Público e que esteja servida de infraestrutura urbana básica;

V. Área Verde é a destinação dada à porção de terra do Sistema de Espaços Livres que constitui Zona de Proteção Máxima ou é projetada para conservação ambiental, conforme disposições do Código do Meio Ambiente;

VI. Sistema de Lazer é a destinação dada à porção de terra do Sistema de Espaços Livres projetada para propiciar uso público de lazer e para cumprir uma ou mais funções culturais, ambientais ou ecológicas, devendo ser qualificada a partir de Projeto de Paisagismo, observando as Diretrizes Ambientais e o disposto no Código do Meio Ambiente;

VII. Área Institucional é a área pública destinada à implantação de edificações e/ou equipamentos públicos ou de uso comunitário; e,

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VIII. Área Dominical é área que integra o patrimônio municipal sem afetação de uso, podendo ser destinadas a usos de interesse público, social, comunitário ou uso particular por meio de permissão, concessão ou alienação, conforme previsto no artigo 99, inciso III, do Código Civil.

Parágrafo único. Para o disposto no inciso IV deste artigo, poderá ser dispensada a pavimentação da via pública oficial e implantada mediante manifestação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública nos casos vinculados à Regularização Fundiária e às áreas de interesse ambiental.

Art. 68. A autorização de urbanificação estará condicionada à manifestação dos órgãos competentes, que compõem a administração pública, quanto a viabilidade técnica e econômica de implantação, ampliação e manutenção de infraestrutura urbana básica, saneamento básico, e dos serviços públicos de transporte coletivo e equipamentos comunitários, descritos nesta lei.

Parágrafo Único. A Administração Municipal negará o pedido de urbanificação em que seja considerada inviável, técnica e economicamente para o município.

Art. 69. Não será permitida a urbanificação:

I. na Zona Rural;

II. em terrenos alagadiços e sujeitos à inundação, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas;

III. em terrenos suspeitos de contaminação, em terrenos contaminados e em monitoramento ambiental, sem que haja manifestação favorável do órgão ambiental competente para a reutilização para o uso pretendido;

IV. em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas as exigências técnicas específicas impostas pelas autoridades competentes;

V. em terrenos onde a incidência de processos geológicos e geotécnicos não aconselham a edificação, conforme parecer técnico específico do órgão competente pelo controle do meio ambiente, independentemente de sua declividade;

VI. nas Zonas de Proteção Máxima (ZPM) definidas pelo Plano Diretor e conforme o Código do Meio Ambiente;

VII. em áreas onde a poluição e/ou contaminação, em suas diversas formas, impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção; e,

VIII. em áreas situadas em mais de um município, que devem ser desmembradas, antecipadamente, de forma que cada parcela fique, integralmente, em um único território de jurisdição municipal.

Art. 70. A Administração Municipal somente aprovará urbanificação em imóvel que esteja ligado à malha viária urbana por meio de via pública oficial, devidamente implantada ou, caso as obras e serviços de infraestrutura urbana básica, assim como todos os custos inerentes à sua implantação, incluindo nesses possíveis aquisições de áreas e/ou regularizações, forem de responsabilidade do interessado, sendo estes executados, integralmente, às suas expensas, sem ônus ao município.

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§1º. Além da infraestrutura urbana básica a que se refere o caput poderão ser exigidas outras obras ou serviços de infraestrutura urbana complementares, a critério da administração municipal, justificadamente.

§2º. Na Zona de Expansão Urbana os novos empreendimentos somente serão autorizados em imóveis que estejam diretamente ligados a vias que compõem o sistema viário estrutural ou ao prolongamento desse, sem prejuízo do disposto no caput.

Art. 71. A aprovação de novos empreendimentos de urbanificação, tais como loteamentos, desmembramentos e condomínios, deverão atender aos critérios, às exigências e às restrições desta Lei, no que couber, e da legislação e demais regulamentações estaduais e federais, além dos seguintes requisitos:

I. respeitar as faixas de Área de Preservação Permanente (APP) marginais aos cursos d’água naturais, perenes e intermitentes e as áreas no entorno de lagos e lagoas naturais e de nascentes definidas pelo Código Florestal – Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012, ao Código do Meio Ambiente ou por legislação que venha a modificá-los, salvo maiores exigências de legislação específica.

II. as vias, quando exigidas, deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais existentes ou projetadas, integrando-se ao sistema viário da região, harmonizando-se com a topografia local;

III. observar as faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, estabelecidas pelos órgãos estaduais e federais; e,

IV. as áreas de entorno dos poços tubulares profundos em operação ou desativados deverão ser protegidas na forma disposta no Decreto Estadual nº 32.955/1991, que regulamenta a Lei Estadual nº 6.134/1988 de proteção às águas subterrâneas.

Art. 72. O Município poderá, complementarmente, exigir a reserva de faixa não edificável destinada a:

I. amortecimento de patrimônio cultural;

II. abastecimento de água;

III. serviços de esgotos;

IV. energia elétrica;

V. coleta de águas pluviais;

VI. rede de comunicação; e,

VII. gás canalizado.

Art. 73. Conforme as modalidades de urbanificação, deverão ser transferidos à municipalidade as áreas destinadas ao sistema viário, às áreas verdes e de lazer e aos usos institucionais, atendendo ao Quadros 04 e demais disposições desta lei.

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Parágrafo único. Passam a integrar o patrimônio público de domínio do município as áreas tratadas no caput deste artigo, constantes do projeto e do memorial descritivo, na data de registro do empreendimento no Cartório de Registros de Imóveis, realizado às expensas do empreendedor.

Art. 74. Os novos empreendimentos deverão obrigatoriamente estar integrados aos sistemas públicos de saneamento básico, definido como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, de acordo com o artigo 3º da Lei Federal 11.445/07.

Art. 75. A urbanificação no Município de Ribeirão Preto ocorrerá por meio das seguintes modalidades:

I. loteamento;

II. desmembramento e remembramento;

III. conjuntos habitacionais;

IV. desdobro e aglutinação; e,

V. condomínio.

Parágrafo Único. Será admitida a utilização de forma integrada, de mais de uma modalidade, acima descrita, no mesmo imóvel ou em parte dele, desde que sejam atendidos todos os requisitos desta lei.

Capítulo I - DO PARCELAMENTO DO SOLO PARA FINS URBANOS

Art. 76. São entendidos como parcelamento do solo as modalidades de urbanificação loteamento, desmembramento e remembramento, desdobro e aglutinação.

Parágrafo Único. O projeto de parcelamento do solo, submetido pelo interessado à aprovação do órgão municipal competente, deverá observar as disposições presentes nesta lei e demais legislações pertinentes.

Art. 77. Todos os lotes e áreas públicas deverão ter frente para via pública, existente ou projetada, devidamente oficializada e com toda a infraestrutura implantada.

§1º. É proibida a implantação de lotes, áreas institucionais e áreas sem afetação:

I. nos canteiros centrais e laterais das rotatórias, avenidas e vias expressas de 2ª categoria;

II. nas rotatórias;

III. lindeiros à via expressa fechada; e,

IV. nas Zonas de Proteção Máxima.

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§2º. A proibição do §1º com relação à via expressa fechada permanecerá enquanto não for implantada a respectiva via marginal.

Seção I - Das Quadras e Dos Lotes

Art. 78. Em qualquer modalidade de urbanificação o dimensionamento de quadras e lotes deve observar que:

I. a área máxima de quadra fica assim definida:

a) 90.000 m² (noventa mil metros quadrados) para áreas a serem parceladas nas ZPI, nas UOP 16-S, UOP 17-S, UOP 18-BP, UOP 19-S e UOP 20-O e nas TEP Oeste, Sudoeste e Sul;

b) 60.000 m² (sessenta mil metros quadrados) para as áreas a serem parceladas nas UOP 12-N, UOP 13-L, UOP 14-L, UOP 15-L, UOP 21-O E UOP 22-O e também nos TEP Noroeste, Norte, Leste e Sudeste; e

c) 30.000 m² (trinta mil metros quadrados) para as demais situações que não se enquadrarem as alíneas “a” e “b” deste item, podendo chegar a 60.000 m² (sessenta mil metros quadrados) se for garantida a interligação entre duas vias por meio de fruição pública ou via de pedestre nos termos desta lei;

II. o comprimento máximo de face de quadra é de 300,0m (trezentos metros);

III. a largura mínima de quadra é de 40,0m (quarenta metros);

IV. a área mínima e a frente mínima do lote são definidas pela Zona de Uso, de acordo com o Quadro 04;

V. quando o lote possuir qualquer uma de suas faces lindeiras às avenidas que compõem o sistema viário estrutural ou às vias que compõem o sistema distribuidor e coletor, deve ter, obrigatoriamente, uso misto, salvo quando o zoneamento incidente propuser parâmetros mais restritivos.

§1º. Poderão ser admitidas, excepcionalmente, quadras de comprimento superior a 300 (trezentos) metros ou com largura inferior a 40 m (quarenta metros), em que seja justificada tecnicamente a inviabilidade do atendimento destes parâmetros e/ou, em casos de usos não residenciais que apresente necessidade de dimensionamento diferenciado para o exercício da atividade econômica pretendida devidamente justificado.

2º. Para os casos excepcionais conforme definidos no parágrafo anterior, a CCU definirá as medidas de mitigação e/ou compensação necessárias, conforme o caso.

§3º. Apenas lotes de esquina e/ou com área superior a 1.000,00 m² (mil metros quadrados) poderão ter divisa para duas ou mais vias públicas, concomitantemente.

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§4º. Não estão sujeitos ao atendimento das dimensões máximas estabelecidas nesta Seção e no Quadro 04 desta lei os seguintes usos:

I. base militar, corpo de bombeiros e similares;

II. cemitérios;

III. centros de convenções;

IV. clubes esportivos e clubes de campo;

V. estádios;

VI. estabelecimentos de ensino;

VII. hospitais;

VIII. centro de pesquisas;

IX. shopping centers;

X. os classificados nos grupos de atividade de serviços públicos sociais;

XI. os classificados na subcategoria de uso INFRA;

XII. os classificados na subcategoria de uso Ind-2 e Ind-3; e,

XIII. os enquadrados na subcategoria de uso serviços de armazenamento e guarda de bens móveis de grande porte, excetuados os estacionamentos de veículos.

Seção II - Da Destinação de Áreas Verdes, Institucionais para Uso Público e Áreas sem Afetação

Art. 79. Ficam obrigados à reserva de áreas públicas a ser efetivada por meio de modalidade de parcelamento do solo nos termos da Lei Federal nº 6.766/1979 e esta lei, as glebas e lotes urbanos com área superior a 10.000m² (dez mil metros quadrados), exceto nos seguintes casos:

I. o lote resultante de parcelamento do solo previsto na Lei Federal nº 6.766/1979 e/ou legislação municipal que já tenha destinado área pública;

II. imóvel tombado, mediante parecer do órgão de preservação que ateste a impossibilidade do parcelamento ou da destinação de área pública; e,

III. a critério da SPGP, reforma ou ampliação em que a configuração da implantação da construção existente não permita o parcelamento.

Art. 80. Do total da área da gleba a ser urbanificada, além daquela destinada ao sistema viário, deve-se destinar, enquanto doação de áreas públicas:

I. mínimo de 35% (trinta e cinco por cento) para sistema de Áreas Verdes e de Lazer na ZUE e 20% (vinte por cento) nas demais zonas da cidade; e,

II. mínimo de 5% (cinco por cento) para Área Institucional e/ou Dominical, sendo que:

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a) nas UOP-1, UOP-6, UOP-7, UOP-16, UOP-17, UOP-18, UOP-19 deve ser reservado, no mínimo, de 3% (três por cento) para Área Institucional e, no mínimo, 2% (dois por cento) destinado para Área Dominical;

b) nos demais UOP deve ser reservado no mínimo de 5% (cinco por cento) para Área Institucional;

c) nos TEP deve ser 5% para Área Dominical, sendo que no mínimo 50% (cinquenta por cento) desta área deverá ser averbada como indisponível para alienação, considerando que estas partes devem ser registradas em matrículas separadas.

§1º. As Diretrizes Urbanísticas poderão indicar a disposição das áreas verdes, institucionais e áreas sem afetação, considerando o disposto nas Diretrizes Ambientais, inclusive o percentual disposto na alínea “c” do inciso II.

§2º. As Áreas Institucionais deverão ter declividades máximas de 15% (quinze por cento).

§3º. As áreas públicas institucionais e as sem afetação, quando da entrega ao patrimônio público, não poderão possuir maciços arbóreos, fragmentos de cerrado ou outra vegetação nativa e/ou árvores isoladas imunes ao corte ou quaisquer outros obstáculos que diminuam o potencial construtivo.

§4º. As áreas Institucionais e áreas sem afetação deverão possuir área mínima de 1.000 m² (mil metros quadrados) observando, quando possível tecnicamente, a proporção de uma vez o tamanho da testada para três vezes a profundidade do lote, garantindo a testada mínima de 20m (vinte metros).

§5º. As áreas de Sistema de Lazer deverão possuir área mínima de 500 m² (quinhentos metros quadrados), e deverão ter formato que permita a inscrição de um círculo com raio de 10m (dez metros) e largura mínima de 10m (dez metros), excetuando-se os casos em que componham Faixas Verdes Complementares ou Fachada Ativa, ressalvadas as autorizações e restrições previstas no Código Municipal do Meio Ambiente.

§6º. Os sistemas de lazer poderão compreender declividade superior a 15% (quinze por cento) somente se houver interesse paisagístico ou ambiental reconhecido pelo Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

§7º. As Zonas de Proteção Máxima - ZPM terão a destinação de Área Verde e ser restaurada a partir de Projeto de Restauração Ecológica, observando as diretrizes ambientais e o disposto no Código Municipal do Meio Ambiente.

§8º. Além dos parâmetros indicados neste artigo, o Poder Público Municipal poderá alterar a localização, conformação e dimensões mínimas, inclusive testada, para as áreas públicas, mediante diretrizes ou na análise do projeto urbanístico pelo GAPE, justificadamente pelo interesse público e necessidades sociais naquela região.

§9º. Não será admitida a implantação de lotes com divisa para áreas verdes públicas, exceto nos casos de justificada inviabilidade técnica e com a devida anuência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

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§10. Todas as áreas públicas devem ter acesso por via pública, devidamente implantada e oficializada, ou aglutinada a outra área pública de mesma destinação, com frente para via pública já implantada.

Art. 81. As áreas necessárias ao atendimento dos percentuais mínimos exigidos para áreas institucionais e áreas sem afetação poderão ser compensadas, de acordo com as características do local ou do empreendimento e a critério do órgão público competente de análise, mediante a apresentação de laudo técnico de profissional habilitado que a justifique e desde que seja submetido à apreciação da Comissão de Controle Urbanístico (CCU), sendo efetuada por meio das seguintes formas:

I. implantação de equipamentos públicos destinados ao esporte, cultura, lazer, saúde, educação, segurança, convivência comunitária e/ou outras finalidades institucionais, mediante apresentação de projeto urbanístico, edilício e paisagístico que garantam o atendimento à demanda, à adequação e à finalidade do parcelamento, com prazo de execução especificado em conjunto com cronograma de implantação do empreendimento, validados pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública;

II. doação ao Município de áreas públicas em regiões que apresentem déficits de atendimento à demanda existente, em detrimento da região do empreendimento a ser implantado, caso os padrões de atendimento dos equipamentos públicos comunitários desta última sejam considerados satisfatórios, sempre a critério do Poder Executivo Municipal;

III. conversão do valor das áreas públicas a serem doadas em recursos financeiros destinados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano.

§1º. O laudo técnico de profissional habilitado referido no caput deverá ser embasado pelas manifestações técnicas da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública e das Secretarias Municipais da Educação, da Saúde e da Assistência Social, no tocante ao planejamento, verificação e previsão de demanda de serviços públicos, considerando a natureza do empreendimento e a existência destes serviços no seu entorno.

§2º. Constatada demanda negativa ou a suficiência de serviços públicos, a CCU deverá, com base no laudo técnico de profissional habilitado, opinar sobre a compensação nas formas estabelecidas no caput, indicando, conforme o caso, os locais e ou obras para atendimento dos incisos I e II, submetendo à deliberação do Secretário de Planejamento e Gestão Pública.

§3º. Todas as formas de compensação, definidas neste artigo, terão como base a equivalência financeira do valor da área a ser compensada, considerada urbanificada, independentemente da metragem.

Art. 82. É de responsabilidade do empreendedor o cumprimento dos termos de compromisso firmados quando da aprovação do empreendimento, assim como a execução de toda a infraestrutura, o sistema viário e sua arborização, bem como a arborização e paisagismo do sistema de áreas verdes e de lazer e demais itens previsto neste Título, nas áreas públicas, quando exigidas

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suas reservas, e o destaque e a individualização do registro das mesmas perante o Oficial de Registro de Imóveis, sendo essas condicionantes para a emissão dos Termos de Verificação de Obras.

Seção III - Do Sistema Viário

Art. 83. As vias que compõem o sistema viário, destinadas ao uso público dos empreendimentos de urbanificação, devem promover a articulação com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, observadas às condições topográficas do terreno.

§1º. Essas vias são classificadas conforme hierarquia física e/ou funcional e devem atender às especificações técnicas e operacionais constantes do Quadro 06 e 06-A.

§2º. As vias de que trata o caput serão transferidas para o patrimônio do município, com toda infraestrutura urbana incidente implantada, conforme determinação dos órgãos públicos competentes, devendo ser efetivada por parte do interessado, mediante registro público de doação ou de alienação, sem quaisquer ônus à municipalidade, em processo administrativo próprio.

§3º. Para todas modalidades de urbanificação, será obrigatória a solicitação de diretrizes viárias e aplicação, na elaboração do projeto urbanístico, sob pena de indeferimento do pedido.

§4º. Para novos empreendimentos contíguos às áreas urbanificadas ou aos empreendimentos com Certificado de Viabilidade Urbanística em validade, o traçado de prolongamento das vias e/ou a solução de retorno daquelas que não sofrerão continuação deverão obedecer às determinações fornecidas pelo órgão competente pelo planejamento do sistema viário.

Art. 84. Nos empreendimentos de urbanificação, a implantação de todo o sistema viário incidente, público ou privado, assim como a respectiva infraestrutura, é de responsabilidade do empreendedor, sem ônus ao município.

§1º. Não é permitido o prolongamento de qualquer via, existente ou projetada, com redução de sua largura.

§2º. Em situações excepcionais, decorrentes de fatores ambientais, estruturais ou de atos do Poder Público alheios ao conhecimento do empreendedor, poderá a CCU, baseada em manifestação técnica fundamentada do GAPE, sendo ouvidos, se necessário, os setores técnicos competentes, autorizar o prolongamento da via existente ou projetada com redução de sua largura.

Art. 85. Nas interseções viárias, o raio de concordância das esquinas, como base para o alinhamento das guias, será dimensionado de acordo com as categorias de vias, definidas no Plano Diretor, conforme apresentado abaixo:

RAIOS DE CURVATURAS DAS ESQUINAS (metros)

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DE/PARA VIA DE ACESSO

VIA LOCAL VIA

COLETORA AVENIDA

VIAS EXPRESSAS

RUA DE ACESSO

4,5 5 N.S.A. N.S.A. N.S.A.

RUA LOCAL 5 5 6 7 N.S.A.

RUA COLETORA

N.S.A. 6 9 9 10,5

AVENIDA N.S.A. 7 9 10,5 12

VIAS EXPRESSAS

N.S.A. N.S.A. 10,5 12 12

Tabela 1 - Raios de Curvaturas das Esquinas.

§1º. As esquinas, nos cruzamentos esconsos, deverão ter seu projeto e implantação analisados e autorizados, individualmente, pelo órgão competente municipal.

§2º. A concordância do alinhamento predial, nas esquinas, se dará por meio chanfro, em único segmento, seguindo, paralelamente, o perímetro das guias, respeitando a largura mínima da calçada.

Art. 86. Nas esquinas das vias públicas, assim como nos canteiros centrais das avenidas, o empreendedor deverá prever e executar dispositivo que garanta a autonomia e segurança na travessia de pessoas, incluídas as com deficiência ou mobilidade reduzida, de acordo com a legislação vigente e com as normas da ABNT.

Art. 87. Sob determinação estabelecida em Diretrizes Viárias, emitida pelo órgão competente municipal responsável pelo planejamento do sistema viário, a interseção entre avenidas poderá se dar:

I- por cruzamento direto desde que estabelecidas alças de retorno, para todos os sentidos de tráfego, por meio de vias locais que delimitam quadras com testada mínima de 80 m (oitenta metros) e máxima de 120 m (cento e vinte metros) nessas avenidas;

II- por meio de praças rotatórias, com raio externo mínimo de 75 m (setenta e cinco metros); e,

III- por dispositivo equivalente, conforme exposto em diretrizes viárias.

§1º. O alinhamento predial dos lotes, na interseção descrita no inciso I do caput deverá ser por chanfro, com distanciamento mínimo de 50m (cinquenta metros) medido a partir do centro de

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cruzamento das avenidas, visando a ampliação das calçadas, nas esquinas, e a criação de largos destinados aos pedestres.

§2º. Para o alinhamento predial, descrito no parágrafo anterior, é dispensado o recuo frontal para edificações com gabarito máximo de 21m (vinte e um metros), desde que ali se constitua fachada ativa, sendo vedado o acesso de veículos pela testada chanfrada.

§3º. Nas avenidas existentes com faixa destinada a corredor de ônibus, o distanciamento para a configuração do chanfro poderá ser superior a 50 (cinquenta) metros, observando as disposições constantes no Plano de Mobilidade Urbana e outras legislações correlatas.

Art. 88. As áreas que compõem as praças rotatórias e os canteiros centrais das avenidas serão computadas como sistema viário, devendo receber tratamento paisagístico.

Art. 89. É proibido todo e qualquer tipo de acesso dos lotes nas vias expressas de 1ª e 2ª categorias e rotatórias.

Art. 90. À margem das áreas de domínio das estradas de ferro e rodovias é obrigatória reserva de faixa de terreno não edificável, inicialmente destinada para a implantação de via de circulação, com as seguintes larguras:

I- mínimo de 20 m (vinte metros) nas áreas industriais; e,

II- mínimo de 15 m (quinze metros) nas demais áreas.

Parágrafo Único. Ao longo das faixas de domínio das estradas de ferro, que sejam de interesse cultural ou patrimonial, a reserva de faixa de terreno não edificável poderá ser destinada a implantação de sistema de lazer mediante diretrizes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e anuência do órgão responsável pelo planejamento do sistema viário os órgãos estaduais responsáveis pela rodovia e pela estrada de ferro.

Art. 91. Paralelamente às áreas destinadas às servidões referentes aos dutos e/ou às linhas de transmissão de energia elétrica, poderá ser reservada faixa de terreno não edificável, com largura mínima de 15 m (quinze metros) de cada lado, destinada à implantação de via de circulação, conforme diretrizes do órgão responsável pelo planejamento do sistema viário, salvo normativa específica e mais restritiva da concessionária distribuidora de energia.

Art. 92. A praça de retorno, denominada cul-de-sac, das ruas sem saída, terá raio mínimo de 10 m (dez metros) ou dispositivo equivalente, conforme autorização específica do órgão responsável pelo planejamento do sistema viário.

§1º. As vias a serem implantadas com praça de retorno deverão ter comprimento máximo de 100,0m (cem metros).

§2º. Excepcionalmente, serão admitidas vias com comprimento máximo de 200,0m (duzentos metros) quando terminadas em praça de retorno ou em espaços livres de uso público, garantindo a interligação do sistema viário projetado à malha viária existente ou a ser projetada, assim como a mobilidade e segurança para pedestres e veículos não motorizados.

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Art. 93. Visando prover adequada infraestrutura e mitigação dos custos de manutenção do sistema, não será admitida a implantação de duas ou mais vias públicas paralelas, ou de vias separadas apenas por canteiro estreito e/ou que seja caracterizada como infraestrutura subutilizada.

§1º. Entende-se por canteiro estreito todas as áreas que não possam ser enquadradas como área verde e sistema de lazer, ainda que vegetadas.

§2º. Entende-se por via caracterizada como infraestrutura subutilizada aquela que não oferte, em todo o seu comprimento, alinhamento e acesso, em ambos os lados, quer seja para lotes, glebas, ou áreas públicas institucionais, áreas sem afetação, áreas verdes e sistema de lazer.

§3º. Excepcionalmente poderá ser admitida implantação de via, conforme definida no caput, quando justificada necessidade de prover medida, ou dispositivo, de prevenção de conflito ou segurança do trânsito.

§4º. Excetuam-se do disposto no caput as vias caracterizadas como marginais das vias expressas e praças rotatórias, e as dispostas às áreas não edificáveis de faixas de domínio ou de servidão de dutos ou linhas de transmissão de energia.

Art. 94. O projeto de novas vias deverá prever a implantação simultânea de ciclovias, conforme especificações estabelecidas nas diretrizes viárias e na Política de Mobilidade Urbana de Ribeirão Preto.

Art. 95. A Prefeitura Municipal, em casos de necessidade e interesse público, poderá prolongar ou abrir vias públicas, conforme previsão do Plano Viário, por meio de desapropriação, recebimento em doação ou utilizando-se de instrumentos urbanísticos previstos no Plano Diretor e na legislação vigente.

§1º. Os imóveis lindeiros ou resultantes da abertura da via, se e quando parcelados ou edificados, deverão submeter-se às disposições e trâmites previstos na legislação municipal aplicável, sendo levado em conta a situação inicial da gleba, ou seja, antes do prolongamento ou abertura das vias, excetuado quando previsão em contrário constar em escritura pública.

§2º. O pagamento integral da justa indenização do imóvel desapropriado e demais custos do procedimento expropriatório e a execução e implantação do prolongamento ou abertura de via poderá ser custeada por terceiros, à critério da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, como medidas mitigatórias, contrapartidas, condicionantes de aprovação, compensações ou doações.

§3º. Fica autorizada a Prefeitura Municipal a compensar valores despendidos por terceiros nos termos dos parágrafos anteriores por meio de compensação não-tributária ou tributária de impostos, taxas e contribuição de melhoria, vencidos ou vincendos, na forma do Código Tributário Municipal e emissão de Certificado de Transferência de Potencial Construtivo, conforme previsto nesta lei.

§4º. As obrigações do § 2º constarão em Termo de Compromisso a ser firmado junto à Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

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Seção IV - Das Obras de Infraestrutura Urbana Pública

Art. 96. Os empreendimentos de urbanificação deverão implantar as seguintes obras e equipamentos urbanos, de acordo com os projetos executivos aprovados:

I- abertura de vias de circulação e de acesso com implantação de pavimentação, guias, sarjetas e, se exigido, sistema cicloviário;

II- obras de contenção de taludes e aterros, assim como de proteção às áreas terraplanadas, destinados a evitar desmoronamento e o assoreamento de corpos d’água, além de outras exigências apresentadas pela Prefeitura Municipal, observadas as Diretrizes Ambientais e as disposições do Código Municipal do Meio Ambiente;

III- demarcação de lotes, quadras e logradouros com a colocação de marcos de concreto;

IV- construção do sistema público de escoamento de águas pluviais, inclusive galerias, bocas de lobos, guias e sarjetas, canaletas ou outro sistema, conforme padrões técnicos fixados pelos órgãos competentes;

V- construção de reservatórios de detenção e ou infiltração de deflúvio, atendendo as normas técnicas e especificações formuladas pelos órgãos competentes, integrado ao sistema público previsto no inciso IV, preservando as áreas das obras previstas no Plano Diretor de Macrodrenagem e compatível com o Código do Meio Ambiente;

VI- construção do sistema público de esgotamento sanitário, com as respectivas derivações prediais, de acordo com normas e padrões técnicos ABNT e do DAERP, sendo que todo o esgoto sanitário do loteamento deverá ser tratado;

VII- construção do sistema público de abastecimento de água potável com as respectivas derivações prediais, além das necessárias à instalação de hidrantes, sendo essas últimas, respeitando-se as normas e orientações do Corpo de Bombeiros e na proporção de uma para cada dois quarteirões e, quando for o caso, captação, recalque e reservação de água, de acordo com os padrões técnicos da ABNT e do DAERP;

VIII- implantação da rede de energia elétrica e iluminação pública em conformidade com os padrões técnicos fixados por órgão ou entidade pública competente;

IX- pavimentação do leito carroçável com pedras poliédricas, paralelepípedos, asfalto ou outros materiais, dando-se preferência àqueles que permitam a infiltração das águas pluviais no solo, conforme seja determinado pelo órgão competente da Prefeitura Municipal, garantindo a uniformidade dos materiais e acessibilidade nos trechos de travessia do leito, de acordo com os padrões técnicos da ABNT e sistema de ciclovias quando assim exigido;

X- pavimentação de no mínimo 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) do passeio público das calçadas, destinado ao trânsito de pedestres, com materiais regulares, firmes, estáveis e antiderrapantes, livre de qualquer obstáculo para a mobilidade de pessoas, em conformidade com

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as normas da ABNT, em especial a NBR 9050, inclusive os dispositivos de travessia nas esquinas por meio de rebaixamento de guias ou faixas elevadas;

XI- iluminação pública nos passeios, nas áreas verdes, nos sistemas de lazer e nos equipamentos comunitários, que garantam a utilização e a segurança na mobilidade das pessoas;

XII- sinalização de trânsito em placas verticais, faixas de solo e nomenclatura de vias, nos termos da legislação em vigor, assumindo todos os custos de projeto, execução, implantação e manutenção deste, mediante apresentação de projeto específico de sinalização para o empreendimento e sua conexão com o entorno, obedecendo os normativos técnicos do Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, o Código Nacional de Trânsito e regulamentação específica;

XIII- tratamento e qualificação dos espaços livres públicos, com a implantação de Projeto de Paisagismo aprovado em conformidade com as Diretrizes Ambientais e disposições do Código do Meio Ambiente.

§ 1º. Os sistemas de abastecimento de água e de coleta, elevação e afastamento de esgotos, bem como o sistema de drenagem deverão obedecer também a outras exigências técnicas que forem necessárias, conforme indicação de órgãos ou entidades públicas competentes.

§2º. As calçadas mencionadas no Inciso X abrangem as lindeiras aos lotes, assim como as das áreas institucionais, verdes e sistema de lazer e das áreas sem afetação, devem oferecer condições de caminhabilidade, segurança e conforto garantidas pela escolha adequada de pisos, ausência de obstáculos, degraus entre os terrenos e com a implantação de mobiliário urbano, arborização e vegetação dispostas de forma a não apresentar insegurança ao pedestre.

§3º. As obras enumeradas neste artigo deverão ser executadas sob a responsabilidade do empreendedor após o Decreto de Aprovação do Empreendimento.

§4º. Nos loteamentos para fins urbanos, o empreendedor deverá executar, no mínimo, as obras ou equipamentos urbanos públicos relacionados neste artigo.

§5º. Nas demais modalidades de urbanificação o empreendedor deverá executar as obras ou equipamentos urbanos públicos, relacionados neste artigo, incidentes no imóvel ou intrínsecos à viabilidade do empreendimento, conforme determinação dos órgãos responsáveis mediante diretrizes municipais.

§6º As obras a que se refere este artigo deverão seguir o cronograma físico financeiro do empreendimento e possuir termo de responsabilidade técnica (ART ou RRT) do profissional perante seu Conselho de Classe, devendo este profissional informar à Prefeitura Municipal a data de início das obras, respeitado o prazo máximo de 4 (quatro) anos, conforme Lei Federal nº6.766/1979.

§7º. Excepcionalmente nos casos de inviabilidade de utilização por parte do Poder Público, por prazo indeterminado, de obras ou equipamentos urbanos públicos, de que trata este artigo, que dependam da continuidade e ou interligação às infraestruturas urbanas existentes, especialmente às relacionadas ao sistema viário, poderá ser determinada a não execução, por deliberação da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, desde que o valor relativo aos custos de implantação

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dessas obras e equipamentos urbanos do empreendimento seja depositado ao FUNDURB, sem prejuízo da devida destinação de área no local, conforme o caso.

Seção V - Do Parcelamento do Solo para Habitação de Interesse Social

Art. 97. O parcelamento do solo para a produção de habitação de interesse social, conforme disposto na Política Habitacional estabelecida pelo Plano Diretor, deverá observar os parâmetros urbanísticos e ambientais desta lei, podendo utilizar os parâmetros especiais dispostos pela Lei Complementar nº 2.927, de 13 de dezembro de 2.018, ou quaisquer outras equivalentes, desde que atendidas as proporções de lotes a ser destinada para as diferentes classes de HIS e demais condicionantes da referida lei.

Seção VI - Do Parcelamento do solo para implantação de uso Industrial

Art. 98. Somente serão permitidos parcelamentos do solo para fins industriais nas Zonas Predominantemente Industriais - ZPI (ZPnR, ZPI-1, ZPI-2, ZPI-3 e ZPI-M) delimitadas no Mapa 5, integrante desta lei.

§1º. A aprovação de qualquer parcelamento para fins industriais, enquadra-se como empreendimento de impacto urbanístico e ambiental, ficando sujeito à apreciação e aprovação pela Comissão de Controle Urbanístico, garantido o licenciamento ambiental conforme a legislação vigente.

§2º. Nas Zonas Predominantemente Industriais - ZPI (ZPI-nR, ZPI-1, ZPI-2 e ZPI-3) é proibido o uso residencial, que implique na implantação de lotes residenciais.

Art. 99. Nos parcelamentos para fins industriais é obrigatória reserva de uma faixa mínima de 20 m (vinte metros) de largura ao longo das divisas com as Zonas de Uso Misto (ZM-1, ZM-2 e ZM-3), destinada à implantação de sistema viário ou cinturão verde devidamente qualificado para uso público e para mitigação de impactos inerentes às atividades industriais, o qual poderá ser computado como áreas verdes e de lazer.

§1º. Quando a gleba a ser parcelada tiver parte da sua área localizada em Zona Predominantemente Industrial deverá, obrigatoriamente, ser reservada faixa de 20 m (vinte metros) destinada a cinturão verde na divisa da ZPI com o restante da gleba.

§2º. Quando a gleba a ser parcelada tiver parte da sua área localizada em Zona Predominantemente Industrial, uma área proporcional da área institucional poderá estar localizada na faixa de uso industrial.

Art. 100. Os loteamentos industriais deverão apresentar restrição de parâmetros de uso do solo de forma que os usos previstos e futuramente instalados sejam compatíveis com os usos existentes

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ou previstos no seu entorno, de acordo com a graduação dos índices de risco ambiental, sobretudo quanto à incomodidade, avaliado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Seção VII - Do Parcelamento do solo para implantação de Chácaras ou Sítios de Recreio

Art. 101. Os parcelamentos de solo destinados a chácaras ou sítios de recreio, só serão permitidos na Zona de Expansão Urbana do Município.

Art. 102. A área mínima destinada a chácaras ou sítios de recreio será de 2.500 m² (dois mil e quinhentos metros quadrados).

Art. 103. Os parcelamentos de solo a que se refere esta seção deverão atender aos mesmos requisitos exigidos para o loteamento quanto às disposições gerais, ao comprimento máximo de quadra, às reservas de áreas destinadas ao uso público, em conformidade com as zonas em que se encontrarem e ao sistema viário.

Parágrafo único. Quanto às obras de infraestrutura, estes parcelamentos deverão atender ao disposto no artigo 95 da Seção IV, Capítulo I, do Título V desta lei, exceto quanto ao inciso IX, podendo o órgão público municipal responsável pela aprovação do parcelamento dispensar a pavimentação das ruas de trânsito local, desde que:

I- tenham declividade relativamente baixa;

II- seja implantado tratamento primário da pista de rolamento;

III- seja implantado sistema de drenagem que previna o desenvolvimento de processos erosivos e garantam a trafegabilidade e segurança; e,

IV- que o calçamento dos passeios seja executado pelo empreendedor de forma possibilitar boas condições de circulação de pedestres.

Seção VIII - Do Desmembramento, do Remembramento, do Desdobro e da Aglutinação

Art. 104. O desmembramento e o remembramento de glebas, assim como o desdobro e a aglutinação de lotes somente serão permitidos desde que todos os imóveis resultantes tenham frente para via pública oficial, ressalvadas as exceções previstas nesta lei.

Art. 105. É proibida a aprovação de desmembramento e remembramento de glebas, assim como desdobro e aglutinação de lotes:

I- com frente para via pública ainda não oficializada e implantada, salvo se o empreendedor formalizar compromisso viabilizar e ou a execução da via;

II- que resulte em imóvel com frente para viela sanitária e/ou servidão de passagem, ressalvadas as exceções previstas nesta lei; e,

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III- que resulte em lotes com frente para via expressa, expressa de 1ª e 2ª categorias sem que a via marginal esteja implantada no local.

Art. 106. O desmembramento e remembramento de glebas, assim como desdobro e aglutinação de lotes obedecerão à legislação municipal e supletivamente, naquilo que não for contrário, às restrições do loteador registradas em cartório, quando existentes.

Art. 107. No remembramento de glebas ou na aglutinação de lotes que apresentem restrições de parâmetros urbanísticos e de instalação de uso distintas prevalecerá aquelas que forem mais restritivas.

Art. 108. Quando necessário, os desmembramentos, assim como os desdobros, estarão sujeitos à implantação ou complementação de infraestrutura, devendo o proprietário ou empreendedor arcar com as despesas decorrentes das mesmas, conforme disposto nesta lei.

§1º. A necessidade de implantação ou complementação da infraestrutura terá como base os pareceres ou diretrizes emitidos pelos órgãos competentes e será definida pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, sendo vinculada à aprovação do parcelamento do solo.

§2º. O empreendedor deverá garantir as obras mencionadas no caput por meio dos instrumentos previstos nesta lei.

§3º. As liberações das garantias se darão em conformidade com o disposto nesta lei.

Art. 109. Estarão isentos de reservas de áreas públicas para uso institucional e para sistema de áreas verdes e de lazer os parcelamentos previstos no artigo 76 desde que:

I- o imóvel objeto do empreendimento seja resultante de parcelamento anterior, no qual já se tenha reservado às áreas públicas exigidas pela legislação municipal e, desde que a densidade prevista para o novo parcelamento não ultrapasse aquela prevista anteriormente;

II- o imóvel tenha área total de até 10.000,00 m² (dez mil metros quadrados);

III- o parcelamento que não seja destinado a urbanificação, desde que esteja localizado em Zona de Expansão Urbana e todas as partes resultantes tenham área total superior a 20.000,00 m² (vinte mil metros quadrados);

IV- o número inicial de partes seja igual ou inferior ao número de partes resultantes após o parcelamento; e,

V- os desmembramentos em glebas entre 10.000,00 m² (dez mil metros quadrados) e 30.000,00 m² (vinte mil metros quadrados), em até 10 (dez) partes resultantes, desde que localizadas em ZPI.

Parágrafo único. A isenção de que trata o caput não poderá ser aplicada aos casos em que ocorra aumento da densidade populacional, prevista ou originária, do imóvel a ser parcelado.

Art. 110. É vedado o desmembramento sucessivo que resulte em mais de 10 (dez) partes contabilizadas desde o primeiro parcelamento da gleba originária, sendo obrigação do interessado apresentar certidão vintenária e/ou outro documento que comprove esta condição.

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Art. 111. A aprovação dos desmembramentos e remembramentos, se dará por meio de emissão de Certificado de Viabilidade Urbanística para Desmembramento/ Remembramento e Decreto municipal.

Parágrafo Único. Estão isentos da oficialização mediante publicação de Decreto Municipal os desmembramentos e remembramentos que:

I- não sujeitos à reserva de áreas públicas conforme previsto nesta lei;

II- não impliquem em aumento de densidade populacional; e,

III- não sujeitos à complementação de infraestrutura urbana.

Art. 112. Os lotes resultantes de desdobro ou desmembramento deverão ter dimensões mínimas e máximas conforme no Quadro 04, integrante desta lei.

§1º. É autorizado o desdobro ou desmembramento abaixo das dimensões mínimas desde que condicionado a imediata aglutinação ou fusão em outro imóvel, em ato jurídico simultâneo e desde que os imóveis resultantes atendam às dimensões mínimas exigidas.

§2º. O deferimento do pedido previsto no §1º fica condicionado à análise técnica da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§3º. A não concretização do desdobro e fusão mencionados no §1º em ato jurídico simultâneo no registro imobiliário acarretará a invalidade e anulação da certidão.

§4º. Fica autorizado o remembramento e a aglutinação acima das dimensões máximas previstas desde que atendidas as exigências constantes nesta lei.

Art. 113. Nos terrenos que tenham, comprovadamente, recebido edificações distintas antes da vigência desta lei, será admitido desdobro, independentemente das áreas e testadas resultantes, desde que atendida as seguintes condições:

I- as edificações constituam unidades autônomas com frente para via pública oficial e implantada e que atendam os parâmetros previstos no Código de Obras e demais legislações específicas e aos parâmetros de acessibilidade;

II- seja comprovada a existência das edificações em data anterior à publicação desta lei, por meio de “Habite-se”, cadastro na Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, com lançamento de IPTU/Predial, escritura pública ou outra documentação idônea;

III- sejam respeitadas, se existentes, as restrições cartoriais; e,

IV- que seja averbado junto ao Oficial de Registro de Imóveis a utilização dos lotes desdobrados para usos residenciais unifamiliares ou mistos vinculado a uma habitação unifamiliar.

Parágrafo único. Será permitido o desdobro, também, independentemente das áreas e testadas resultantes quando o lote:

a) for remanescente de área maior atingida por desapropriação ou melhoramento público;

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b) houver sido objeto de usucapião, do qual tenha resultado área ou testada inferior ao mínimo estabelecido, desde que atendidas as condições dos incisos I e II deste caput;

c) for destinado à regularização fundiária de interesse social.

Art. 114. O desdobro em sítios e chácaras com finalidade recreativa ou similar e hortifrutigranjeira será autorizado pela municipalidade, desde que:

I- não haja restrições impostas pelo loteador previstas no Memorial Descritivo e/ou chanceladas no Oficial de Registro de Imóveis que impeçam;

II- os lotes resultantes tenham testada mínima de 20,00m (vinte metros) e área mínima de 2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados), desde que não exista lei específica ou memorial descritivo chancelados em Oficial de Registro de Imóveis, que exija parâmetros mais restritivos; e,

III- com frente para via oficial e que seja comprovada a existência obrigatória de sistema público de coleta, elevação e afastamento de esgotos e mais um melhoramento urbano dentre:

a) rede pública de distribuição e abastecimento de água;

b) pavimentação;

c) rede de iluminação pública; ou,

d) sistema de drenagem de águas pluviais.

Art. 115. Aplicam-se ao desmembramento, no que couber, as disposições urbanísticas vigentes para as regiões em que se situem ou, na ausência destas, as disposições urbanísticas para os loteamentos.

Seção IX - Das Restrições Cartoriais

Art. 116. Os Parcelamentos com Restrição Cartorial são porções do território com restrições específicas de parâmetros urbanísticos, determinadas em consonância com a legislação vigente, quando da aprovação do parcelamento e gravadas no Oficial de Registro de Imóveis, com uso e ocupação pré-definida em memorial descritivo ou outra forma de convenção urbanística devidamente registrada, incluídos nestes, as Chácaras de Recreio e Hortifrutigranjeiras, sendo que:

I- as restrições estabelecidas para os novos parcelamentos somente poderão ser diferenciadas dos parâmetros estabelecidos nesta Lei, dispostos no Quadro 04 anexo, desde que mais restritivos e com autorização prévia da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública;

II- os lotes com frente para Vias Estruturais, obrigatoriamente, deverão ser de uso misto sendo que, para estes lotes, deverá ser garantido, no mínimo, a possibilidade de edificar até gabarito básico;

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III- o uso do solo será analisado com base na legislação municipal e complementarmente nas restrições cartoriais impostas pelo loteador, somente naquilo que não for contrário à legislação municipal vigente; e,

IV- em caso de não previsão de quaisquer índices urbanísticos nas restrições cartoriais, prevalecerão os parâmetros estabelecidos na presente lei.

§1º. Em novos empreendimentos de parcelamento do solo somente será autorizado o estabelecimento de restrições suplementares à legislação municipal quando garantido o potencial de ocupação considerando uma densidade populacional bruta de pelo menos 100 hab/ha (cem habitantes por hectare) nas ZM-1A e ZM-1B, 160 hab/ha (cento e sessenta habitantes por hectare) na ZM-2 e 220 hab/ha (duzentos habitantes por hectare) na ZM-3.

§2º. Nos casos previstos no artigo 104 do Código de Obras do Município os parâmetros urbanísticos previstos no Quadro 04 desta lei se sobrepõe às restrições cartoriais relativas Taxa de Ocupação e Recuos.

Capítulo II - DOS CONDOMÍNIOS

Art. 117. Os empreendimentos habitacionais, comerciais, de prestação de serviços, industriais e/ou de logística, organizados sob o regime jurídico do condomínio previsto na Lei Federal nº 4.591/1964, definidos na lei municipal como condomínios urbanísticos, sejam eles horizontais ou verticais, só poderão ser implantados em lotes oriundos de gleba anteriormente submetida a modalidade de parcelamento previsto na Lei Federal nº 6.766/1979 e/ou legislação municipal que discorra sobre o parcelamento uso e ocupação do solo.

§1º. Entende-se por condomínio a divisão de lote urbano, fruto de parcelamento regularmente analisados, aprovados, registrados e implantados conforme previsto na Lei Federal nº 6.766/1979 e/ou legislação municipal que discorra sobre o parcelamento uso e ocupação do solo, em frações ideais, correspondentes a unidades autônomas com áreas de uso comum dos condôminos com, se necessário for, abertura de vias internas de domínio privado, que não implique na abertura de logradouros públicos, nem na modificação ou ampliação dos já existentes.

§2º. Quando houver a intenção de aprovação de condomínios em lotes urbanos com área superior a 10.000 m² (dez mil metros quadrados) que ainda não sofreram reserva de áreas públicas, deverão fazer previamente estas reservas em processo de parcelamento do solo apartado e específico.

§3º. Para condomínios citados no parágrafo acima, desde que não superem a densidade populacional líquida de até 200 hab/ha (duzentos habitantes por hectare), a área a ser reservada para uso institucional poderá ser convertida em áreas sem afetação, no seu todo ou em parte, a critério da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§4º. A reserva prevista no parágrafo anterior poderá, ainda, ser localizada em outro imóvel, mesmo que situado em outra zona urbana, cujo valor de mercado seja equivalente ao que teria no local do empreendimento, depois de urbanificado, mediante aceitação da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, independentemente da metragem.

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§5º. As vias que integrem as diretrizes viárias fornecidas pelo órgão competente da Prefeitura, com necessidade de uso imediato ou não, sejam elas pertencentes ao sistema local, ao sistema arterial ou ao sistema principal, deverão ficar fora do perímetro fechado do condomínio, ou seja, fora do lote onde o empreendimento será implantado, e serem transferidas para o Município com toda infraestrutura urbana incidente, sem ônus à Municipalidade, conforme determinação dos órgãos públicos competentes, devendo ser efetivada por parte do interessado mediante registro de doação ou de alienação sem quaisquer ônus à Municipalidade, em processo administrativo próprio.

§6º. Nas hipóteses dos parágrafos 2º a 5º a emissão do alvará de construção do condomínio fica condicionada à comprovação da efetiva doação das áreas reservadas ao Município, por meio de escritura pública, devidamente registrada.

§7º. A constituição do condomínio não caracteriza parcelamento do solo, sendo considerada propriedade particular a totalidade das áreas comuns internas aos condomínios.

Art. 118. Nos termos do Artigo 117, são modalidades de condomínio:

I- R2h-3 - Condomínio de Lotes;

II- R2h-4 – Conjunto Residencial Horizontal, subdividido em:

a) R2h-4a – Conjunto Residencial Horizontal Vila;

b) R2h-4b – Conjunto Residencial Horizontal que compreenda até 125 (cento e vinte e cinco) unidades habitacionais autônomas;

c) R2h-4c – Conjunto Residencial Horizontal que compreenda entre 126 (cento e vinte e seis) a 200 (duzentas) unidades habitacionais autônomas; e,

d) R2h-4d – Conjunto Residencial Horizontal acima de 200 (duzentas) unidades habitacionais autônomas.

III- Conjunto Não Residencial Horizontal;

IV- Conjunto Industrial e/ou Logístico Horizontal; e,

V- Conjunto Misto Horizontal.

VI- R2v – Conjunto Edilício Vertical, aquele constituído, em condomínio, por unidades autônomas, com acesso comum de veículos e/ou de pedestres, internos ao conjunto, ficando vedado o acesso direto pela via oficial de circulação e que compreende os usos:

a) R2v-1 – Edifício Vertical Residencial isolado ou Conjunto Residencial Vertical limitado a 30 (trinta) unidades autônomas;

b) R2v-2 – limitado entre 31 (trinta e uma) a 125 (cento e vinte e cinco) unidades habitacionais autônomas;

c) R2v-3 – Conjunto Residencial Vertical limitado entre 126 (cento e vinte e seis) a 200 (duzentas) unidades habitacionais autônomas; e,

d) R2v-4 – Conjunto Residencial Vertical acima de 200 (duzentas) unidades autônomas.

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e) Conjunto Não Residencial Vertical; e,

f) Conjunto Misto Vertical.

§8º. Para a instituição do condomínio serão levados em consideração os usos e os parâmetros urbanísticos referentes à zona de inserção do empreendimento.

Seção I - Das Regras Gerais

Art. 119. A implantação de um condomínio deve prever, além das unidades autônomas, no mínimo:

I. que haja uma Convenção detalhada de Condomínio, contendo as limitações edilícias e de uso individual e coletivo do solo, elaborada para resguardar a paz jurídica entre os condôminos, observados o Código Civil, Código de Obras, o Código de Posturas, assim como o Plano Diretor do Município e as demais leis urbanísticas complementares;

II. que as áreas de uso comum, destinadas a lazer, recreação, vias internas ou outros fins, assim aprovadas pela autoridade competente e definidas na convenção condominial, não poderão ter sua destinação alterada pelo incorporador ou pelos condôminos;

III. a leitura do consumo de abastecimento de água, esgotamento sanitário e de energia elétrica se dê por meio de medidores individualizados por unidade autônoma;

IV. a ação livre e desimpedida das autoridades públicas e concessionárias de serviços responsáveis pela segurança, saúde, bem-estar da população e pela infraestrutura dentro dos limites do condomínio;

V. a arborização e tratamento das áreas comuns não ocupadas por edificações;

VI. a execução de sistema de captação e drenagem das águas pluviais;

VII. a execução de sistemas de distribuição de água e de coleta e disposição de águas servidas e sistema de coleta, elevação e afastamento de esgotos;

VIII. a execução de sistema de iluminação e distribuição de energia;

IX. a execução de depósito para coleta de lixo, com acesso duplo, interno ao condomínio para os moradores e externo para coleta urbana, atendendo legislação pertinentes; e,

X. a execução de bicicletário, devidamente equipado, e, complementarmente, nas dimensões previstas no Código de Obras.

Art. 120. A área máxima do lote em que se pode implantar um condomínio é, para aplicação desta lei está expresso no Quadro 04 desta lei, contudo este valor poderá ser alterado de acordo com as considerações urbanísticas, viárias, ambientais e do impacto que possa ter sobre a estrutura urbana, definidas por meio de diretrizes da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, limitada às exigências, considerações e exceções feitas à área máxima de quadra fixadas nesta lei.

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Art. 121. Nos condomínios, poderão ser instituídas limitações administrativas e direitos reais sobre coisa alheia em benefício do poder público, da população em geral e da proteção da paisagem urbana, tais como servidões de passagem, usufrutos e restrições à construção de muro.

Art. 122. Quanto às áreas de uso comum:

I. as edificações complementares destinadas a guarita, portaria, zeladoria, medidores, depósito de material de limpeza, abrigo de gás e depósito de lixo quando previstas, não serão computadas para efeito do cálculo do coeficiente de aproveitamento, obedecidos os limites estabelecidos na legislação vigente;

II. as áreas de uso comum, destinadas ao sistema de lazer, recreação ou serviços de uso coletivo, quando cobertas, em casos não previstos no artigo 57, serão computadas para efeito do cálculo do coeficiente de aproveitamento e da taxa de ocupação; e,

III. os espaços definidos nos incisos I e II deste artigo serão devidamente equipados para os fins a que se destinam, constituindo parte integrante do projeto;

IV. Os espaços e edificações de uso comum, incluindo nestes as áreas de estacionamento não computáveis, as vias internas de circulação de veículos e de pedestres, serão considerados frações ideais do condomínio e bens de uso exclusivo do conjunto.

São exceção ao exigido no inciso IV as vagas extras classificadas como computáveis, podendo estas serem incorporadas como área privativa.

Art. 123. O sistema viário interno aos condomínios deverá atender às seguintes especificações:

I. o acesso ao interior do condomínio deve ser projetado para a via oficial e implantada, com recuo adequado, respeitando o dimensionamento da via, de forma a possibilitar a execução das manobras de acesso dos veículos, e observando o disposto no Código de Obras quanto à acomodação de veículos;

II. o acesso independente a cada unidade habitacional se dê por via particular de circulação de veículos e/ou de pedestre interna ao conjunto;

III. os acessos de veículos ao interior dos condomínios devem priorizar o trânsito de pedestres das calçadas públicas de modo a garantir a segurança e o conforto por meio de percurso contínuo e direto;

IV. no atendimento ao que se refere o inciso anterior não será admitido largura inferior à largura das calçadas adjacentes, garantindo dimensão mínima de 2,50m (dois metros e meio) e sendo mantido o mesmo greide e o nivelamento regular da calçada;

V. a via de circulação exclusiva de pedestres deverá ter largura mínima de 4,00m (quatro metros) quando as unidades residenciais estiverem localizadas em um único lado da mesma;

VI. a via de circulação exclusiva de pedestres deverá ter largura mínima de 6,00m (seis metros) quando as unidades residenciais estiverem localizadas dos dois lados, podendo, esta, atendendo o disposto nas normas de acessibilidade, conter espaços ajardinados; e,

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VII. as vias compartilhadas de circulação de pedestres e de veículos deverão ter declividade máxima de 8,33% (oito vírgula trinta e três por cento);

VIII. No caso de acesso exclusivo a bolsão de estacionamento, a via particular de circulação de veículos que não se caracterize como trânsito de passagem, deverá ter largura mínima de 6 m (seis metros).

IX. quando o acesso às unidades residenciais se der por meio da via exclusiva de pedestres, a via de acesso de veículos poderá ter declividade até 15% (quinze por cento) desde que se garanta o atendimento às normas de acessibilidade para o acesso às unidades residenciais e aos espaços comuns.

X. Os acessos aos estacionamentos localizados em subsolos a partir da via pública poderão ter a concordância com o alinhamento predial por meio de chanfro, desde que a testada do chanfro tenha no mínimo 2,50m e o acesso esteja recuado no mínimo 2,50m para dentro do lote.

Parágrafo único. A aplicação dos incisos IX e X somente é permitida para a instalação dos usos R2h-4a, R2h-4b, R2v-1 e R2v-2.

Art. 124. O número de vagas de estacionamento para todos os empreendimentos está estabelecido nos Quadros 05-A, 05-B, 05-C e 05-D.

§1º. São considerados mínimas as quantidades de vagas especiais destinadas a públicos específicos nos seguintes termos:

a) para veículos que conduzem ou são conduzidos por pessoas idosas, 5% do total de vagas dos estacionamentos coletivos, podendo ser computadas para o atendimento das vagas mínimas exigidas para o empreendimento;

b) para veículos que conduzem ou são conduzidos por pessoas com deficiência:

1. 3% do total de vagas para empreendimentos enquadrados nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, podendo ser computados para o atendimento das vagas mínimas exigidas para o empreendimento;

2. 3% acima do total mínimo de vagas exigidas para os demais empreendimentos multifamiliares e demais exigências do Decreto Federal nº 9.451/2018;

3. 3% (três por cento) do total de vagas exigidas nos demais empreendimentos de uso coletivo, público ou privado, e nos empreendimentos habitacionais em que a legislação exige número mínimo, podendo ser computados para o atendimento das vagas mínimas exigidas para o empreendimento;

c) para veículos que conduzem ou são conduzidos por pessoas gestantes ou com carrinho de bebê, não há limites mínimos, podendo ser computadas para o atendimento das vagas mínimas exigidas para o empreendimento.

§2º. As vagas especiais que se refere o parágrafo 1º deste artigo deverão ser afetadas como área comum não podendo ser vinculadas a nenhuma unidade autônoma específica.

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§3º. As vagas para veículos que conduzem ou são conduzidos por pessoas com deficiência em empreendimentos residenciais poderão ser de uso exclusivo de moradores com deficiência, nos termos de regimento interno do condomínio, respeitada a legislação pertinente.

Art. 125. Os recuos entre edificações estão previstos no Quadro 04 integrante desta lei.

§1º. Quando a edificação contiver unidades habitacionais no nível térreo, estas deverão estar recuadas no mínimo 2,0m (dois metros) do passeio interno.

§2º. Os recuos entre edificações para faces que não apresentarem aberturas será de no mínimo 2,5m (dois metros e meio) em edificações com gabarito de até 10,0m (dez metros) e de no mínimo de 5,0m (cinco metros) em edificações com gabarito acima de 10,0m (dez metros).

Art. 126. Os condomínios deverão atender, também, às disposições específicas relativas ao Código de Obras, assim como demais legislações correlatas, além das exigências referentes aos parâmetros de ocupação por Zona de Uso constante do Quadro 04 anexo a esta lei.

Seção II - Das Regras Específicas

Art. 127. O sistema viário dos condomínios deverá ser dimensionado de acordo com o número de unidades a ser ofertado.

Art. 128. Além das disposições gerais deste Capítulo, da Lei Complementar nº 2.927/2018, do Código do Meio Ambiente e do Código de Obras os condomínios deverão atender às seguintes regras específicas de acordo com sua classificação.

Art. 129. Os condomínios de lotes, na forma do artigo 8º, alínea "a", da Lei Federal nº 4.591/1964, poderá ser autorizado, a critério da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, ainda que não contenham os projetos relativos às edificações privativas, respeitando as condições estabelecidas nesta lei.

§1°. Aplica-se, no que couber, ao Condomínio de Lotes, o disposto sobre Condomínio Edilício na Capítulo VII, Título III, Livro III da Parte Especial do Código Civil Brasileiro, e nesta lei.

§2º. Para fins de incorporação imobiliária, a implantação dos lotes e de toda a infraestrutura é de responsabilidade do empreendedor.

Art. 130. Os requisitos para a configuração do Condomínio de Lotes são:

I- que o empreendimento seja projetado nos moldes da Lei nº 4.591/1964, com as alterações constantes do Código Civil vigente, em que cada lote será considerado como unidade autônoma, unifamiliar e a ele atribuindo-se uma fração ideal de gleba, e compreendendo, também, áreas e edificações de uso comum;

II- que a área de implantação seja lote oriundo de gleba anteriormente submetida a parcelamento regularmente analisados, aprovados, registrados e implantados conforme previsto na Lei Federal nº 6.766/1979 e/ou legislação municipal que discorra sobre o parcelamento do solo, uso e ocupação do solo urbano;

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III- que o(s) lote(s) destinado(s) à implantação do empreendimento sejam servidos de infraestrutura básica de acordo com o disposto nesta lei;

IV- que os lotes ou “unidade imobiliária integrante de condomínio de lotes” resultantes atendam as dimensões mínimas e aos índices urbanísticos definidos para a Zona em que se situe;

V- que as áreas de Uso Comum, verde e de recreação se localizem internamente ao perímetro do empreendimento e sendo de uso exclusivo do Condomínio, perfazendo um mínimo de 10% (dez por cento) da área total da gleba do empreendimento e, deste percentual, 60% (sessenta por cento) deverão ser equipados para lazer e recreação privativos e o restante 40% (quarenta por cento) tratado paisagisticamente;

VI- que, se murado, este deverá ter altura máxima de 3,0m (três metros) e garantir a permeabilidade visual em, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) nas áreas comuns com faces lindeiras aos espaços e áreas públicas externas; e,

VII- que a área que compreende o condomínio de lotes torna-se indivisa sem impedir a continuidade do sistema viário público existente ou projetado.

§1°. A responsabilidade dos serviços descritos neste artigo se limita à área do condomínio e não isenta o mesmo e as unidades territoriais privativas das respectivas taxas de manutenção municipal ou de concessionárias.

§2º. As edificações a construir nas áreas privativas no Condomínio serão aprovadas pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, posteriormente à aprovação do projeto do Condomínio, individualmente, obedecendo os parâmetros e índices construtivos do zoneamento incidente.

Art. 131. O Conjunto Residencial Horizontal Vila, R2h-4a, limitado em até 30 (trinta) unidades autônomas, somente poderá ser implantado em área total igual ou inferior a 5.000m² (cinco mil metros quadrados), devendo ainda garantir:

I- cota mínima de terreno, por unidade habitacional, deverá ser igual ou superior a 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados), podendo essa ser reduzida mediante enquadramento na Lei Complementar nº 2.927/2018 ou qualquer outra que a substitua, atendidas quando mais exigentes, às restrições cartoriais do loteamento;

II- no mínimo, uma vaga para estacionamento de veículos por unidade habitacional, podendo estar implantada no interior da unidade autônoma, em bolsão de estacionamento ou em subsolo

III- que cada unidade habitacional ou a edificação formada por unidades habitacionais superpostas deverá respeitar como limites o coeficiente de aproveitamento básico o gabarito básico ou da zona incidente, considerando o que for mais restritivo; e,

IV- que as edificações do conjunto deverão respeitar todos os parâmetros urbanísticos exigidos por essa lei e pelo Código de Obras.

Parágrafo único. Considera-se cota mínima de terreno por unidade habitacional a divisão entre a área total do terreno do conjunto residencial horizontal e o número de unidades habitacionais.

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Art. 132. O Conjunto Residencial Vertical (R2v-1), suplementarmente às disposições gerais, deve obedecer ao seguinte regramento específico:

I- compreender no máximo 30 unidades autônomas;

II- a via compartilhada interna ao conjunto deverá ter largura mínima de 6,0 m (seis metros), garantindo a segurança e caminhabilidade do pedestre e atendendo às normas de acessibilidade; e,

III- o raio de concordância entre a via pública e a via compartilhada de acesso ao conjunto, será de 6,0 m (seis metros) de um lado, quando a via estiver junto à divisa, e de 3,0 m (três metros) de ambos os lados, quando a via estiver no meio do lote ou gleba.

Parágrafo Único. O Espaço ajardinado de uso comum e destinado ao lazer, se existente, poderá ser computado na taxa de permeabilidade do solo.

Art. 133. O Conjunto Residencial Horizontal (R2h-4b) e o Conjunto Residencial Vertical (R2v-2), suplementarmente às disposições gerais, devem obedecer ao seguinte regramento específico:

I- compreender entre até 125 (cento e vinte cinco) unidades;

II- garantir que a via interna ao conjunto compartilhada deverá ter largura mínima de 6,0 m (seis metros), garantindo a segurança e caminhabilidade do pedestre e atendendo às normas de acessibilidade;

III- garantir que o raio de concordância entre a via pública e a via compartilhada de acesso ao conjunto, será de 6,0 m (seis metros) de um lado, quando a via estiver junto à divisa, e de 3,0 m (três metros) de ambos os lados, quando a via estiver no meio do lote ou gleba; e,

IV- deverão prever espaços de uso comum destinado ao lazer, ajardinados e arborizados, de dimensão mínima correspondente a 1,0 m² (um metro quadrado) por unidade residencial, sendo obrigatória a inserção de um círculo com raio de 3m (três metros) e que esta área não se caracterize como circulação de acesso às unidades habitacionais, podendo este espaço ser contabilizado para atendimento do exigido quanto à taxa de permeabilidade.

Art. 134. O Conjunto Residencial Horizontal (R2h-4c) e o Conjunto Residencial Vertical (R2v-3), suplementarmente às disposições gerais, devem obedecer ao seguinte regramento específico:

I- compreender entre 126 (cento e vinte seis) a 200 (duzentas) unidades;

II- garantir que a via interna de circulação de veículos tenha largura mínima de 9,0m (nove metros), dos quais 3,0m (três metros) destinados a passeios de pedestres;

III- garantir que o raio de concordância entre a via pública e a via de acesso de veículos ao conjunto, será de 6,0 m (seis metros) de um lado, quando a via estiver junto à divisa, e, dos dois lados, quando a via estiver no meio do lote ou gleba;

IV- a via de acesso do condomínio à via pública deverá ter comprimento mínimo de 12,00m (doze metros) contado do alinhamento predial até o elemento de fechamento (portão) do acesso; e,

V- deverão prever espaços de uso comum destinado ao lazer, ajardinados e arborizados, correspondentes a 5m² (cinco metros quadrados) por unidade desde que não se caracterize como

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circulação de acesso às unidades habitacionais e, sendo que, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) dessa área deverá estar concentrada e conter um círculo com raio de 5m (cinco metros), com o restante devendo ter largura mínima de 5m (cinco metros).

Art. 135. O Conjunto Residencial Horizontal (R2h-4d) e o Conjunto Residencial Vertical (R2v-03), suplementarmente às disposições gerais, devem obedecer ao seguinte regramento específico:

I- compreender acima de 200 (duzentas) unidades;

II- o acesso do conjunto à via pública deverá ser feito por meio de via com largura mínima de 14,0 m (quatorze metros), leito carroçável de 8,0m (oito metros) e o raio de concordância, entre a via pública e a via de acesso de veículos ao condomínio será de 9,0m (nove metros) no alinhamento das guias;

III- a via de acesso do condomínio à via pública deverá ter comprimento mínimo de 12,00m (doze metros) contado do alinhamento predial até o elemento de fechamento (portão) do acesso;

IV- deverá prever baia de acomodação de veículos, no seu acesso, de modo a não impactar o trânsito na via pública;

V- os raios de concordância entre as vias internas ao condomínio deverão ser de, no mínimo, 6,00m (seis metros);

VI- a via particular de circulação de veículos com comprimento de até 50,0 m (cinquenta metros) deverá ter largura mínima de 10,0 m (dez metros), dos quais 4,0 m (quatro metros) deverão ser destinados a implantação de passeio;

VII- a via particular de circulação de veículos com comprimento maior que 50,0 m (cinquenta metros), deverá ter largura mínima de 12,0m (doze metros), dos quais 5,0 m (cinco metros) destinados a passeio; e,

VIII- deverão prever espaços de uso comum, ajardinados e arborizados, que não se caracterizem como circulação de acesso às unidades habitacionais, correspondentes a 10,0 m² (dez metros quadrados) por unidade sendo que, no mínimo 50% (cinquenta por cento) desta área deverá estar concentrada e conter um círculo com raio de 10,0 m (dez metros), com o restante devendo ter largura mínima de 5,0 m (cinco metros).

Art. 136. No espaço de uso comum destinado ao lazer e/ou convivência interno ao condomínio, serão permitidos usos recreativos e esportivos, podendo ser erigidas construções afins àquelas atividades que ocupem até 30% (trinta por cento) da área do mesmo.

Art. 137. Os condomínios constituídos com finalidade não residencial ou mista deverão atender às mesmas normas previstas para os de uso residencial.

§1º. Para o enquadramento dos empreendimentos previstos no caput se deve usar a seguinte equivalência:

a) onde se lê limitado a 30 (trinta) unidades autônomas se devem substituir por área total computável igual ou inferior a 3000,0m² (três mil metros quadrados);

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b) onde se lê entre 31 (trinta e uma) a 125 (cento e vinte e cinco) unidades autônomas se deve substituir por área total computável superior a 3000,0 m² (três mil metros quadrados) e igual ou inferior 12.500,0 m² (doze mil e quinhentos metros quadrados);

c) onde se lê entre 126 a 200 unidades autônomas se deve substituir por área total computável superior a 12.500,0m² (doze mil e quinhentos metros quadrados) e igual ou inferior 20.000,0m² (vinte mil metros quadrados); e,

d) onde se lê superior a 200 unidades autônomas se deve substituir por área total computável superior a 20.000,0m² (vinte mil metros quadrados).

§2º. Para edifícios mistos, definidos nos termos da Seção II do Capítulo II, se deve utilizar a área construída computável total do empreendimento, obtida pela soma da área construída computável das unidades habitacionais à área computável destinada ao uso não residencial.

§3º. Para casos que não se enquadrem em nenhuma das situações listadas no primeiro parágrafo deste artigo, se deve considerar a equivalência de 100,0m² (cem metros quadrados) de área computável por unidade habitacional autônoma prevista para categorização do empreendimento neste capítulo.

§4º. Os condomínios constituídos com finalidades mista ou não residencial, suplementarmente ao disposto no caput, deverão obedecer às seguintes exigências:

I. Os condomínios mistos horizontais e verticais poderão ser implantados no mesmo lote, desde que as respectivas subcategorias de uso R2h, R2v sejam permitidas na zona de uso onde se localizem; e,

II. as atividades do Condomínio Não Residencial, limitadas às subcategorias nR1 e nR2, bem como suas edificações, atendam aos parâmetros edilícios, urbanísticos e de incomodidade e condições de instalação permitidos para a zona de implantação do empreendimento, as disposições constantes nesta lei, em especial ao disposto nos Quadros 05-A, 05-B e 05-E no Código de Obras, Código do Meio Ambiente e demais legislações correlatas.

§5º. Para os empreendimentos previstos no caput, é permitido que até 30% (trinta por cento) da totalidade da área destinada à área ajardinada e ou de lazer seja usada como fachada ativa em conjunto com a implantação de área de fruição pública.

Art. 138. Os condomínios constituídos com finalidades industriais, suplementarmente ao disposto no caput, deverão obedecer ao seguinte regramento específico:

I- o acesso do conjunto à via pública deverá ser feito por meio de via com largura mínima de 20,0 m (vinte metros), leito carroçável de 14,0m (catorze metros) e o raio de concordância, entre a via pública e a via de acesso de veículos ao condomínio será de 12,0m (doze metros) no alinhamento das guias;

II- a via de acesso do condomínio à via pública deverá ter comprimento mínimo de 20,00m (vinte metros) contado do alinhamento predial até o elemento de fechamento (portão) do acesso;

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III- deverá prever baia de acomodação de veículos, no seu acesso, de modo a não impactar o trânsito na via pública;

IV- os raios de concordância entre as vias internas ao condomínio deverão ser de, no mínimo, 9,00m (nove metros);

V- a via particular de circulação de veículos com comprimento de até 50,0 m (cinquenta metros) deverá ter largura mínima de 10,0 m (dez metros), dos quais 4,0 m (quatro metros) deverão ser destinados a implantação de passeio;

VI- a via particular de circulação de veículos com comprimento maior que 50,0 m (cinquenta metros), deverá ter largura mínima de 12,0m (doze metros), dos quais 5,0 m (cinco metros) destinados a passeio; e,

VII- deverão prever espaços de uso comum para lazer e implantação de serviços de suporte tais como praça de alimentação, refeitório, serviços de apoio, espaços ajardinados e arborizados que não se caracterizem como circulação de acesso, dentre outros, correspondentes a 5% (cinco por cento) da área total do terreno objeto do empreendimento, sendo que a totalidade desta área deverá estar concentrada e conter um círculo com raio de 20,0 m (vinte metros).

VIII- as atividades do Condomínio Industrial, bem como suas edificações, atendam aos parâmetros edilícios, urbanísticos e de incomodidade e condições de instalação permitidos para a zona de implantação do empreendimento, as disposições constantes nesta lei, , em especial ao disposto nos Quadros e 05-C, 05-E e 05-F, Código de Obras, Código do Meio Ambiente e demais legislações correlatas, sem prejuízo de outras exigências ambientais, incluído nessas, o Licenciamento Ambiental;

IX- que sejam implantadas, apenas, nas zonas determinadas para implantação de atividades IND-1a, IND-1b, IND 2 e IND 3, nos termos dos Quadros 05-C, 05-E e 05-F; e,

X- que a implantação de atividade suplementar comercial e de serviços seja protegida conforme normativa vigente.

Art. 139. Os condomínios implantados em lotes com áreas superiores a 10.001 m² (dez mil e um metros quadrados), que não sofreram reservas de áreas públicas, além do disposto nas Seções I e II, deverão atender às seguintes disposições:

I- reservar áreas para o uso institucional e áreas destinadas ao sistema de áreas verdes e de lazer, nas mesmas proporções que as exigidas para o loteamento, conforme disposto na Seção VII do Capítulo anterior, deste Título, conforme a zona em que se encontre o empreendimento, sendo que, a totalidade das áreas institucionais e verdes, deverão localizar-se externamente ao perímetro fechado do condomínio e ter frente para via pública, sendo permitido que até 30% (trinta por cento) da totalidade da área verde seja locada lindeira ao empreendimento, desde que seja usada como área de fruição pública;

II- parte da área deverá ser destinada a lotes ou unidades de uso misto, com frente para a via pública, na relação de 3 m² (três metros quadrados) por unidade habitacional ou a cada 100 m (cem metros) de área construída para usos não residenciais; e,

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III- O sistema viário constante das diretrizes viárias fornecidas pelo órgão competente da Prefeitura, o sistema de áreas verdes e de lazer e as áreas institucionais externos ao perímetro do condomínio, deverão ser doados ao Poder Público Municipal, como bens de uso comum do povo, sem quaisquer ônus para o Município, inclusive os relativos aos atos cartorários, sendo que a doação deverá ser concretizada como condição para a aprovação do projeto do condomínio, exceção feita à área de fruição pública.

Parágrafo Único. Os condomínios com áreas superiores a 10.001 m² (dez mil e um metros quadrados), que forem implantados em áreas oriundas de loteamento que já tenha feito as reservas de áreas públicas, destinadas ao uso institucional e para sistema de áreas verdes e de lazer, conforme disposto nesta lei, ficam dispensados de novas reservas para tais finalidades.

Art. 140. A área a ser considerada para enquadramento nas modalidades apresentadas nesta seção será a área líquida do empreendimento, ou seja, a área efetivamente aproveitada, excluindo-se a ZPM (Zona de Proteção Máxima), faixas de servidão de serviços públicos ou incidência de diretrizes viárias, quando for o caso

Seção III - Das Obras

Art. 141. Todos os condomínios deverão contemplar a implantação de obras de infraestrutura, como rede de distribuição de água, sistema de coleta, elevação e afastamento de esgotos, galerias de águas pluviais, sistema de detenção e dissipação de águas pluviais, pavimentação, guias, sarjetas, iluminação pública e outros que se façam necessários para adequação e implantação do empreendimento.

Art. 142. Será obrigatória a execução, por parte do empreendedor e/ou proprietário do lote destinado ao Condomínio as seguintes obras e equipamentos urbanos:

I- abertura das vias de circulação, inclusive vias de acesso, quando for o caso, sujeitas à compactação e pavimentação com revestimento primário, conforme normas e padrões técnicos dos órgãos competentes e exigências legais;

II- obras destinadas ao escoamento de águas pluviais, inclusive galerias, guias, sarjetas, bocas de lobo e canaletas, conforme normas e padrões técnicos dos órgãos competentes e exigências legais;

III- obras de contenção de taludes e aterros, destinadas a evitar desmoronamentos e o assoreamento de águas correntes, conforme normas e padrões técnicos dos órgãos competentes e exigências legais;

IV- construção de sistema de coleta, elevação e afastamento de esgotos, de acordo com as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e da Vigilância Sanitária;

V- construção de sistema de abastecimento de água potável, conforme normas e padrões técnicos exigidos pelo órgão competente;

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VI- construção de rede de energia elétrica e iluminação pública, conforme normas e padrões técnicos exigidos pelo órgão, entidade ou empresa concessionária do serviço público de energia elétrica;

VII- obras e serviços destinados ao tratamento paisagístico das vias e logradouros, conforme normas e padrões técnicos dos órgãos competentes e exigências legais;

VIII- sinalização de regulamentação das vias internas, conforme artigo 51 do Código de Trânsito Brasileiro - CTB; e,

IX- obras de pavimentação do passeio, das calçadas, destinado ao trânsito de pedestres, com materiais regulares, firmes, estáveis e antiderrapantes, livre de qualquer obstáculo para a mobilidade de pessoas, em conformidade com as normas da ABNT, em especial a NBR 9050, inclusive os dispositivos de travessia nas esquinas por meio de rebaixamento de guias ou faixas elevadas.

Art. 143. É de responsabilidade do empreendedor o cumprimento dos termos de compromisso firmados quando da aprovação do empreendimento, assim como a execução de toda a infraestrutura, o sistema viário e sua arborização, bem como a arborização e paisagismo do sistema de áreas verdes e de lazer e demais itens previsto neste Título, nas áreas públicas, quando exigidas suas reservas, e o destaque e a individualização do registro das mesmas perante o Oficial de Registro de Imóveis, sendo essas condicionantes para a emissão dos Termos de Verificação de Obras e do “Habite-se”.

§1º. Os termos de compromisso firmados deverão ser cumpridos de acordo com os prazos previstos na Certidão de Viabilidade emitida, independentemente de eventual alteração na titularidade do imóvel.

§2º. As obras previstas neste artigo deverão ser executadas e concluídas, obrigatoriamente, dentro do prazo máximo de 4 (quatro) anos, prazo este improrrogável, contados a partir da data de aprovação do condomínio, devendo cada etapa ser executada dentro do respectivo prazo previsto no cronograma físico aprovado pelo Município.

§3º. A execução das obras previstas neste artigo, bem como as obras de construção das unidades residenciais ou qualquer tipo de obra relacionada à construção civil do empreendimento será, necessariamente, vistoriada pela fiscalização do respectivo órgão competente e seu recebimento será condicionante à emissão do Habite-se.

§4º. Poderão ser penhoradas áreas privativas, até a execução das obras previstas neste artigo, sendo que só serão liberadas construções em áreas cuja infraestrutura já esteja concluída.

Art. 144. Uma vez concluído o empreendimento, aprovado pela Prefeitura Municipal, devidamente registrado no Ofício Imobiliário e constituído legalmente o Condomínio, o mesmo tornar-se-á indissolúvel, ficando sob a sua exclusiva responsabilidade, com relação a suas áreas internas, os serviços de:

I- instalação, manutenção e conservação de vias internas, inclusive sua sinalização horizontal e vertical das vias e acessibilidade;

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II- conservação e manutenção das áreas verdes e de lazer internas ao condomínio, bem como das edificações de uso comum;

III- recolhimento de resíduos sólidos; e,

IV- manutenção de rede de distribuição de energia elétrica e iluminação, rede de distribuição e abastecimento de água potável, sistema de coleta, elevação e afastamento de esgotos, manutenção e operação de estação de tratamento ou elevatória de esgotos e rede de drenagem de águas pluviais, ramais de ligação à rede pública ou espera.

§1º. As ligações futuras deverão ser efetuadas pelo Condomínio, assim como todos os demais serviços de conservação e integral manutenção do empreendimento instituído, na forma da lei e do respectivo projeto aprovado.

§2º. São áreas e edificações de uso privativo e de manutenção do condomínio as vias urbanas internas de comunicação, os muros, guaritas, serviços e obras de infraestrutura, equipamentos condominiais e todas as áreas e edificações que, por sua natureza, se destinem ao uso privativo ou comum dos condôminos.

Capítulo III - DO CONJUNTO HABITACIONAL

Art. 145. Os conjuntos habitacionais são empreendimentos horizontais e/ou verticais de interesse social enquadrados, oficialmente, na Lei Complementar nº 2.927/2018 (Lei de HIS), onde o parcelamento do solo é aprovado, mediante solicitação e a pedido do interessado, concomitantemente às edificações e que devem atender, além do disposto no Capítulo I, deste Título, às seguintes disposições:

I- área de terreno ou terrenos deverá ser superior a 20.000 m² (vinte mil metros quadrados);

II- o empreendimento deverá compreender mais de 200 (duzentas) unidades habitacionais;

III- o projeto do conjunto, terá como parte integrante, o plano de distribuição interna para parcelamento do solo, nos termos do Capítulo I, deste Título;

IV- o certificado de conclusão do conjunto, mesmo que parcial, fica condicionado à obtenção prévia do termo de verificação e execução das obras de infraestrutura do parcelamento do solo;

V- da área total objeto de plano do conjunto habitacional é obrigatório o atendimento ao disposto na Lei Municipal nº 2.927/2018 que trata da Habitação de Interesse Social;

VI- da área total objeto deve-se reservar 4,0 m² (quatro metros quadrados) de cota de terreno por habitação para espaços edificados destinados a atividades de comércio de abastecimento de âmbito local e serviços pessoais, da subcategoria de uso nR1 e nR-2, admitindo-se supermercados da subcategoria de uso nR2, desde que sejam permitidos na zona de uso em que se localizem e sejam atendidos os parâmetros de incomodidade e as condições de instalação estabelecidas para cada zona de uso e, quando contidos na zona mista, deverão ser observados os parâmetros de incomodidade e as condições de instalação estabelecidas segundo a categoria da via; e,

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VII- os lotes unifamiliares que receberem as unidades habitacionais serão de uso misto permitindo a instalação de atividades na categoria de uso “nR1”, desde que vinculada ao uso residencial, sendo, vedada a descaracterização da finalidade inicial de provimento de moradia e ocupação, devendo ser atendidas as determinações do Código Sanitário, Código de Obras, Código de Posturas e demais normativos legais para seu funcionamento.

§1º. Nos conjuntos habitacionais, para o atendimento das exigências do inciso VII deste artigo, admite-se agrupamento em uma mesma edificação, o uso residencial e as atividades classificadas na subcategoria de uso nR1 de comércio de abastecimento de âmbito local e serviços pessoais e nR2, supermercados, desde que permitidos na zona de uso que o empreendimento se localiza, observadas as seguintes condições:

a) a área privativa para cada uma das atividades não poderá ultrapassar 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados);

b) a edificação deverá prever, obrigatoriamente, um acesso por uma via oficial de circulação de veículos devidamente implantada;

c) deverão ser obedecidos todos os parâmetros urbanísticos determinados no Quadro 04 desta lei;

d) as áreas destinadas ao comércio e serviços serão computadas no cálculo do coeficiente de aproveitamento e da taxa de ocupação do conjunto habitacional nos limites impostos por esta lei; e,

e) nos conjuntos habitacionais, a taxa de ocupação e o coeficiente de aproveitamento serão calculados considerando-se a área bruta do terreno correspondente ao conjunto projetado.

§2º. No caso de Conjunto Habitacional, devem ser observados, ainda, aos seguintes procedimentos:

a) no licenciamento, os projetos do parcelamento do solo devem ser analisados previamente ao projeto de edificações;

b) o Alvará de Aprovação e Execução das Edificações deve ser expedido em conjunto com o Alvará de Execução de Loteamento ou de Desmembramento, AEPS, para fins de Execução de Obras do parcelamento; e,

c) o Certificado de Conclusão das Edificações (HABITE-SE), ainda que parcial, somente pode ser emitido após a expedição do Termo de Verificação de Obras - TVO total ou parcial correspondente, emitido pelas Secretarias, Órgãos Públicos e Autarquias competentes.

§3º. Para o licenciamento, além dos projetos do parcelamento, quando se tratar de repetição de projeto de edificação, é suficiente apresentar a implantação geral com a locação das edificações e um jogo completo do projeto da edificação que se repetirá.

§4º. O Alvará de Execução de Loteamento ou de Desmembramento, AEPS, de que trata este Capítulo deve ser emitido com ressalva, condicionando o registro das edificações no Oficial de Registro de Imóveis à apresentação do TVO deste.

§5º. A emissão do “Habite-se” fica condicionado à apresentação do registro do parcelamento do solo no Cartório de Registro de Imóveis e do TVO do parcelamento.

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§6º. Serão analisados como conjuntos habitacionais o ato de edificar repetida e/ou sucessivamente tipologia similar em parcelamento com a mesma titularidade do terreno e/ou de mesmo empreendedor e/ou grupo empreendedor onde, será considerado o somatório das unidades habitacionais ou lotes, das áreas construída e dos terrenos para cálculo dos impactos.

Capítulo IV - DO CONTROLE DE ACESSO EM LOTEAMENTOS

Art. 146. Os loteamentos regularmente analisados, aprovados, registrados e implantados, que pretendam a obtenção de autorização para controle de acesso, parcial ou total, poderão obtê-la desde que:

I- o pedido de autorização para o controle de acesso do loteamento seja formulado por pessoa jurídica, constituída na modalidade de associação civil sem fins lucrativos, representada pela Associação de Proprietários ou entidade a ela equiparada, que expresse, oficialmente, a vontade da maioria dos proprietários dos lotes inseridos na área com controle de acesso, devidamente demonstrado por meio de ata de assembleia extraordinária, cuja Ordem do Dia seja específica e unicamente o pedido de autorização do controle de acesso do loteamento junto à Prefeitura Municipal e cuja convocação seja comprovada de forma expressa a todos os proprietários de lotes que ficarão na(s) porção(ões) com acesso controlado;

II- o controle de acesso, total ou parcial do loteamento, em um ou mais bolsões, não poderá obstruir, impedir ou interferir na continuidade das vias arteriais ou coletoras existentes ou projetadas que compõem o sistema viário público de hierarquia física e/ou funcional;

III- a totalidade das áreas Institucionais estejam localizadas externamente ao perímetro de acesso controlado;

IV- no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das áreas do sistema de áreas verdes e de lazer de propriedade da municipalidade, exigidos pela legislação vigente, fiquem externas à área com controle de acesso;

V- os lotes de usos misto ou não residencial internos ao perímetro cercado tenham fechamento com altura máxima de 3m (três metros) e garantam permeabilidade visual em, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) das faces lindeiras aos espaços e áreas públicas externas;

VI- os elementos de fechamentos de perímetro nas áreas públicas tenham altura máxima de 3m (três metros) e sejam constituídos por gradis ou que garantam total permeabilidade visual; e,

VII- seja garantido o acesso, ao perímetro controlado, de pessoas e veículos por via pública.

§1º. Entende-se por controle de acesso a instalação de dispositivos de controle como guaritas, portarias, portões, cancelas e/ou tecnologias de monitoramento e gestão remota de controle de acesso automatizado, cercamentos como gradis, muros, cercas vivas.

§2º. As vias de trânsito local, que sejam justificadamente consideradas importantes para o trânsito ou mobilidade em geral, ou que venham a causar o isolamento de propriedades lindeiras, também

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deverão ficar externas à área controlada do loteamento, exceto se promovida adequação do sistema viário do entorno, com as devidas mitigações e ou compensações dos impactos decorrentes sobre o trânsito e mobilidade, sem ônus para a municipalidade.

§3º. As testadas dos perímetros de fechamento que forem superiores ao comprimento máximo de face de quadras conforme especificado nesta lei deverão, obrigatoriamente, prever mais de um acesso de veículos e pedestres para garantir a mobilidade urbana da área a ser fechada conforme orientação da Secretaria do Planejamento e Gestão Pública.

§4º. Excepcionalmente para parcelamentos implantados, com o Decreto de Aprovação emitido com base legal anterior a esta lei, mediante justificativa de impedimento técnico, poderá a CCU autorizar o cercamento e o controle de acesso do empreendimento com número inferior de acessos ao estabelecido no parágrafo anterior.

§5º. Mediante justificativa técnicas a Secretaria de Planejamento e Gestão Pública poderá exigir mais de um acesso, inclusive para uso exclusivo de pedestres, a fim de garantir a mobilidade urbana e a integração do tecido urbano.

§6º. As justificativas das exigências previstas nos parágrafos anteriores, bem como as alternativas de mitigação, terão por base a análise técnica de estudos de tráfego e mobilidade, desenvolvidos às expensas do interessado, sob orientação do órgão gestor do trânsito de Ribeirão Preto, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§7º. Excepcionalmente, para parcelamentos implantados anteriormente à publicação desta lei, poderá ser dispensado o atendimento do inciso III, IV e V, deste artigo, desde que tecnicamente justificado.

§8º. Para as situações em que se envolve o cercamento de até 10 (dez) lotes, com edificações existentes ou previstas com gabarito máximo de 2 (dois) pavimentos, poderá ser dispensada a exigência de constituição de associação contida no inciso I, devendo constar a anuência da totalidade de proprietários envolvidos em documento próprio.

§9º. Quando for solicitada a condição dos casos previstos no parágrafo anterior deverá constar a forma de controle de acesso, para a devida autorização, garantindo o acesso de veículos de serviços públicos, tais como, bombeiros, ambulâncias, veículos Daerp, dentre outros, não sendo permitida a implantação de guaritas sobre sistema viário e demais áreas públicas.

Art. 147. O pedido de autorização para o controle de acesso do loteamento deverá ser formulado por meio de processo administrativo, junto a Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, contendo a seguinte documentação:

I- planta do loteamento com identificação do perímetro que será controlado contendo:

a) croqui de localização;

b) divisas e confrontantes;

c) listagem das áreas públicas internas ao perímetro com controle de acesso;

d) lotes inscritos no perímetro de cercamento; e,

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e) a indicação de elementos e pontos de controle do acesso de veículos e pedestres, nos moldes do projeto urbanístico do loteamento;

II- memorial descritivo do perímetro da(s) área(s) a ser(em) controlada(s);

III- projeto arquitetônico da guarita e dos demais elementos de controle de acesso, assinado pelo representante legal da entidade jurídica representante dos proprietários de imóveis da área de acesso controlado e por responsável técnico pelo projeto, contendo:

a) planta, cortes e elevações da edificação principal (guarita);

b) locação do depósito fechado de lixo;

c) detalhamento dos elementos utilizados para promover o fechamento;

d) locação das rampas de acesso, travessias e sinalização, segundo NBR 9050 nas vias públicas da área afetada pelo cercamento e controle de acesso;

e) Informativo Técnico de Acessibilidade – ITA;

IV- projeto da locação dos pontos de controle de acesso (câmeras de vigilância), quando houver assinado pelo representante legal da entidade jurídica representante dos proprietários de imóveis da área de acesso controlado e por responsável técnico pelo projeto;

V- anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) do profissional responsável vinculada as peças solicitadas nos incisos I, II e III;

VI- tabela com a identificação completa de cada um dos proprietários dos lotes que ficarão na(s) porção(ões) com acesso controlado, número de inscrição do respectivo imóvel no cadastro imobiliário municipal e indicação da adesão ou não do proprietário à Associação prevista no inciso I do artigo 1º; e,

VII- documentação referente à entidade jurídica representante dos proprietários da área em questão, cópia da ata da assembleia e da comprovação da convocação, conforme inciso I do artigo 1º deste capítulo.

§1º. O projeto arquitetônico, previsto no inciso III deste artigo, não dispensa a obtenção de alvará de licença e certidão de conclusão de obra para as construções e edificações passíveis de aprovação e ou regularização de acordo com a legislação pertinente, a ser solicitado pela autorizatária, em processo distinto ao de Autorização de Cercamento e Controle de Acesso.

§2º. Quando a implantação de dispositivos de controle de acesso se der em área pública, por meio de construções efêmeras ou de caráter precário, a aprovação ou regularização do projeto destes dispositivos se dará no trâmite do processo administrativo de autorização de controle de acesso, devendo-se garantir as condições de acessibilidade dos pedestres, inclusive das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida .

§3º. O estabelecido nos parágrafos 1º e 2º deste artigo deverão constar no Termo de Autorização e Compromisso, que fixará prazos e condições para o atendimento.

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Art. 148. O processo administrativo do pedido de Cercamento e Controle de Acesso, devidamente documentado, será submetido à CCU para a análise quanto às suas possíveis interferências urbanísticas e consequentes medidas mitigadoras e ou compensatórias, submetendo parecer ao Secretaria de Planejamento e Gestão Pública para deliberação e assinatura do Termo de Autorização e Compromisso.

Art. 149. O controle do acesso é autorizado pela municipalidade por meio de Termo de Autorização e Compromisso, emitido pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

Art. 150. Para as solicitações de Cercamentos e/ou Controle de Acesso realizados por circuito de câmera de vigilância deverá no Termo de Autorização e Compromisso previsto no artigo anterior, ser garantido pela compromissária, em conjunto com a empresa prestadora dos Serviços de Vigilância por Circuito de Câmeras, que:

a) os projetos de implantação de sistemas de videomonitoramento particular que deverão ser realizados por empresas ou profissionais capacitados e, devidamente, registrados junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo - CREA/SP e/ou ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado de São Paulo - CAU/SP;

b) a captação de imagens deve ser executada de forma a garantir o tratamento de dados e informações produzidas no âmbito municipal, mantendo estrito respeito à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, bem como preservando demais direitos e garantias fundamentais;

c) a divulgação será realizada de forma adequada dos pontos e ambientes públicos abrangidos pelos sistemas de videomonitoramento, devendo, estes, ser fisicamente sinalizados, de forma que o particular autorizado a implantar sistema de videomonitoramento deverá providenciar e instalar placa com a inscrição, "Área de videomonitoramento Público-Privada”, devendo ser instalada dentro dos limites de suas propriedades;

d) os particulares somente poderão instalar fisicamente as câmeras dentro dos limites de suas propriedades, sendo vedada essa instalação no passeio, vias, áreas públicas ou externas;

e) a instalação de câmeras particulares direcionadas para o passeio ou vias e áreas públicas somente será autorizada mediante a condição de suas imagens serem disponibilizadas para o Município, seja fisicamente ou por meio de acessos diretos, eventuais, conforme o interesse público, mesmo que momentâneos, por meio de Internet Protocol (IP) e observado o Decreto Municipal nº 156/2018 no que for pertinente;

f) os particulares, detentores de licença deverão promover a gravação e o armazenamento de imagens da(s) câmera(s) voltadas para o passeio ou vias e áreas públicas em equipamento próprio, por período mínimo de 20 (vinte) dias;

g) havendo descumprimento das determinações das condicionantes deste artigo, será cassada a licença expedida ao particular que a desrespeitar, sem prejuízo do direito ao devido processo legal por parte do ofendido e possíveis fiscalizações e sanções administrativas, a serem regulamentadas;

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h) fica vedada a disponibilização de acesso por terceiros dos dados, informações e imagens de videomonitoramento dos sistemas públicos ou de particulares, seja fisicamente ou por meio de endereço digital da rede mundial de computadores (IP), exceto mediante ordem judicial; e,

i) é vedado o direcionamento de câmeras para interiores de propriedades particulares.

Art. 151. O Termo de Autorização e Compromisso deve ser firmado em 3 vias e:

I- anexado ao processo administrativo de autorização de cercamento e controle de acesso;

II- fornecido a entidade jurídica representante dos proprietários da área de acesso controlado; e,

III- comunicado à Secretaria de Obras Públicas, à Secretaria Municipal de Infraestrutura, à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ao Departamento de Fiscalização Geral, ao DAERP e a TRANSERP.

Art. 152. Para que o Poder Executivo autorize a implantação de Cercamento e/ou Controle de Acesso a entidade jurídica representante dos proprietários da área de acesso controlado se responsabilizará pela conservação, modernização e manutenção dos bens públicos e pelos seguintes serviços públicos na área controlada, dentre outros que venham a ser solicitados durante a análise do pedido:

I- serviços de revitalização e manutenção das áreas verdes e sistemas de lazer, incluindo a poda, limpeza e destinação de galhos, massa verde e entulho e manejo da vegetação existente quando necessário, conforme orientações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente;

II- manutenção e conservação das vias públicas de circulação, do calçamento, da sinalização de trânsito e das placas toponímicas;

III- coleta e remoção de lixo domiciliar internamente à área controlada, o qual deverá ser depositado em local apropriado a este fim, onde houver recolhimento da coleta pública, conforme especificação da prefeitura;

IV- limpeza das vias públicas internas ao cercamento;

V- manutenção, conservação, reparo, expansão, pagamento do consumo e modernização da rede de iluminação pública que seja de responsabilidade da Prefeitura Municipal;

VI- manutenção, pagamento, reparo e conservação das redes públicas de água, sistema de coleta, elevação e afastamento de esgotos e galerias pluviais, incluindo limpeza de bocas de lobo, desde que autorizado e mediante gestão do DAERP;

VII- manutenção e conservação do sistema de detenção de deflúvio, resguardando as condições de projeto, esteja ele interna ou externamente à área fechada do loteamento;

VIII- prevenção de sinistros; e,

IX- outros serviços necessários, conforme características do loteamento em análise, justificadamente solicitados no Termo de Autorização e Compromisso.

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§1º. As infraestruturas urbanas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, iluminação pública e de distribuição de energia, permanecerão sob a gestão do DAERP e concessionárias de serviços públicos, que podem celebrar instrumentos contratuais específicos acerca da prestação dos serviços e de sua manutenção e conservação.

§2º. Os detalhes técnicos e operacionais dos serviços os quais se refere o inciso IX, previstos no Termo de Autorização e Compromisso, deverão constar como anexo do referido termo.

§3º. Quando da análise do pedido de controle de acesso do loteamento, a municipalidade poderá, motivada pelo interesse público e por razões técnicas, solicitar outras obras e serviços, inclusive nas áreas externas ao perímetro a ser controlado, devendo estas obrigações também constar de Termo de Autorização e Compromisso.

§4º. Obras de revitalização ou melhorias a serem executadas nos espaços públicos internos ou externos à área controlada deverão ser precedidas de solicitação de licença, por parte da autorizatária, mediante ofício à Secretaria de Planejamento e Gestão Pública acompanhado do Termo de Autorização e Compromisso dos projetos técnicos e memorial descritivo, devendo ser encaminhado para análise e aprovação do órgão competente e, no caso de deferimento, acompanhamento da execução de tais obras.

§5º. O controle de acesso do loteamento, bem como toda a sinalização que for necessária em virtude de sua implantação, serão de responsabilidade da entidade jurídica representante dos proprietários de imóveis da área de acesso controlado.

Art. 153. No caso de haver mais de um bolsão com acesso controlado dentro de um mesmo loteamento, o pedido poderá ser formulado num mesmo processo administrativo, desde que a entidade jurídica que assumirá a responsabilidade do cumprimento das obrigações decorrentes do Termo de Autorização e Compromisso represente todos os proprietários dos lotes dos respectivos bolsões.

Art. 154. O acesso de pedestres ou condutores de veículos não residentes nas respectivas áreas controladas deverá ser garantido mediante simples identificação, não podendo ocorrer restrição à entrada e circulação de qualquer pessoa nas áreas públicas das porções controladas dos loteamentos.

§1º. A autorizatária deverá afixar junto aos acessos e em local plenamente visível a todos os munícipes e visitantes, o Termo de Autorização e Compromisso para controle de acesso ao loteamento e placa com dimensão mínima de 60 cm (sesenta centímetros) x 90 cm (noventa centímetros) informando que o acesso de pedestres ou condutores de veículos não residentes será livre mediante simples identificação.

§2º. Para fins de aplicação do disposto no caput, entende-se por simples identificação a apresentação de documento de identidade, que seja considerado válido, sendo proibidas a exigência, em qualquer hipótese, de cadastramento ou fornecimento de outros dados pessoais, bem como, a exigência de manifestação pessoal quanto ao interesse do ingresso na área controlada.

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§3º. O descumprimento da condição prevista neste artigo, acarretará em multa a ser aplicada pela Fiscalização Geral de 5 (cinco) UFESP por pedestre ou condutor de veículo que tenha sido impedido de ingressar, quando atendido a condição de identificação.

Art. 155. Havendo interesse público, o Termo de Autorização e Compromisso, concedido de forma precária, poderá ser revogado, ou revisado, a qualquer tempo pela municipalidade, em virtude de superveniente razão técnica devidamente justificada, sem implicar em qualquer ressarcimento de benfeitoria ou acessão ou gerar direito à indenização a qualquer título, sem direito de retenção, garantindo-se a ampla defesa e contraditório e prazo razoável a fim de permitir a transição e adequações que se fizerem necessárias.

Art. 156. Deverá constar de Termo de Autorização e Compromisso a garantia do acesso rápido, livre e desimpedido das autoridades e entidades públicas que zelam pela segurança e bem-estar da população.

Art. 157. O Termo de Autorização e Compromisso será publicado no Diário Oficial Municipal e ficará disponível para consulta, bem como seus anexos, no site da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

Art. 158. A celebração do Termo de Autorização e Compromisso não altera ou dá poderes à autorizatária de alterar quaisquer normas ou restrições legais aplicáveis às áreas públicas, às edificações nos lotes, bem como o memorial descritivo do respectivo loteamento registrado no Oficial de Registro de Imóveis.

Art. 159. As comprovações de atendimento de todas as exigências constantes no Termo de Autorização e Compromisso deverão ser apresentadas pela autorizatária no processo administrativo em 90 (noventa) dias, sob pena de aplicação das medidas previstas no termo citado.

Art. 160. Quando a autorizatária descumprir as disposições presentes neste capítulo bem como as obrigações assumidas no Termo de Autorização e Compromisso, ou houver desvirtuamento da utilização das áreas públicas situadas no perímetro de controle de acesso, inclusive para os empreendimentos com controle de acesso aprovado anteriormente a esta lei, a Prefeitura Municipal tomará as seguintes medidas:

I- aplicação de multa à autorizatária pela Fiscalização Geral, correspondente a 1 (uma) UFESP por metro quadrado, calculada sobre a área de cada lote pertencente ao perímetro do controle de acesso, devendo o empecilho ser sanado em até 30 (trinta) dias;

II- a multa prevista no inciso I, decorrido o prazo de 30 (trinta dias) da primeira autuação na hipótese de não solucionada a questão, deverá ser novamente aplicada em dobro;

III- realização, por parte da Prefeitura, dos serviços que não foram executados nos prazos estabelecidos, imputando cobrança de todas as despesas à entidade jurídica representante dos proprietários de imóveis da área de acesso controlado, podendo inscrever os valores devidos em dívida ativa se houver inadimplência e revogação sumária do Termo de Autorização e Compromisso.

§1º. A retirada de benfeitorias, tais como fechamentos, portarias e outros não incorporáveis ao patrimônio público, serão de responsabilidade da permissionária e correrão às suas expensas e não

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cumprindo a determinação estará sujeita às penalidades previstas nos incisos I, II e III e cobrança judicial.

Art. 161. Os Arts. 153, 155, 156 e 161 disposto neste Capítulo, devem ser aplicados a todos os loteamentos e áreas que obtiveram anterior autorização para controle de acesso e permissão de uso de bens públicos, mesmo que denominados como “loteamento fechado”, com base na lei complementar nº 2.462/11, ou na lei complementar nº 2.505/12 ou no decreto municipal nº 276/17 e demais legislação e regulamentos.

Parágrafo único. Previamente a aplicação da multa deverá ser feita notificação com especificação das inconformidades com prazo de 20 (vinte dias) para esclarecimento e plano para correção conforme regulamentação, excetuando as irregularidades flagrantes que podem ser corrigidas de imediato.

Art. 162. A relação dos loteamentos com pedido de acesso controlado, total ou parcial, deferidos permanecerá disponível para consulta no site da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

Art. 163. A Administração Pública Municipal, por meio da autuação da Fiscalização Geral mediante constatação direta, por provocação interna ou por denúncia pública, notificará a quem tenha promovido controle de acesso a loteamentos sem o devido Termo de Autorização e Compromisso para atendimento, no prazo de 90 (noventa) dias, da apuração da infração.

Parágrafo único. Esgotado o prazo estabelecido no caput, a Administração Pública Municipal, por meio de sua Procuradoria Jurídica, ingressará com as medidas judiciais cabíveis, para o desfazimento do controle de acesso.

TÍTULO VI - DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Art. 164. As regularizações fundiárias de interesse social (REURB-S) e de interesse específico (REURB-E) devem atender ao disposto no Programa de Regularização Fundiária, criado pelo Decreto nº 360/2017, e reger-se-á pelos ditames da Lei Federal nº 13.465/2017, Lei Federal nº. 11.977/2009, o Decreto Federal nº 9.310/2018, os Decretos Municipais nº 360/2017 e nº 150/2018, pela Lei Complementar Municipal nº 2.858/2018 e demais legislações e regulamentos municipais.

§1º. Regularização fundiária de interesse social (REURB-S) é aplicável aos núcleos urbanos informais ocupados predominantemente por população de baixa renda, assim declarados em ato do Poder Executivo Municipal.

§2º. Regularização fundiária de interesse específico (REURB-E) é aplicável aos núcleos urbanos informais ocupados por população não qualificada na hipótese de que trata o parágrafo anterior.

Art. 165. As regularizações fundiárias de interesse social (REURB-S) e de interesse específico (REURB-E) serão objeto de processo administrativo próprio, de iniciativa de qualquer legitimado a requerê-la, onde serão reunidos todos os documentos pertinentes no atendimento das etapas previstas nesta lei.

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Art. 166. Nas regularizações fundiárias de interesse social (REURB-S), será elaborado o Plano de Urbanização e Regularização Fundiária, que deve conter:

I- diretrizes urbanísticas, bem como a definição de usos e parâmetros de ocupação permitidos;

II- projeto de parcelamento, e seus respectivos memoriais, especificando o traçado dos lotes e do sistema viário, as faixas non aedificandi e as áreas reservadas ao uso público, onde houver;

III- projetos indicativos das obras de urbanização e implantação de equipamentos públicos, incluindo terraplanagem, abastecimento de água, esgotamento sanitário, fornecimento de energia elétrica e de iluminação pública e obras de escoamento de águas pluviais;

IV- custo estimado das obras de urbanização ainda não implantadas, bem como das demais ações necessárias, com a definição da responsabilidade de aporte de recursos;

V- projeto arquitetônico das construções, quando houver previsão de entrega de unidades prontas;

VI- situação fundiária e instrumentos jurídicos necessários à regularização da área;

VII- indicação de áreas de lazer e convívio da população, onde houver;

VIII- cadastro das famílias a serem beneficiadas e o projeto de trabalho social a ser desenvolvido ao longo da intervenção, para assegurar a participação das mesmas;

IX- projeto de reassentamento com as soluções propostas, quando a urbanização ou regularização fundiária implicar em reassentamento de famílias;

X- relatório técnico ambiental quando, na área a ser regularizada, houver ocupação de Área de Preservação Permanente (APP) ou outras áreas que se classifiquem como Zona de Proteção Máxima.

Parágrafo único. A critério do Poder Executivo Municipal poderá ser elaborado mais de um Plano de Urbanização e Regularização para uma única área demarcada como de interesse social (REURB-S).

Art. 167. Após sua abertura, os processos de regularização fundiária serão autuados e tramitarão na Secretaria de Planejamento e Gestão Pública na seguinte ordem:

I- classificar o núcleo urbano informal como regularização fundiária de interesse social (REURB-S) ou e de interesse específico (REURB-E);

II- nomear representantes do núcleo urbano informal a acompanharem o processo de regularização fundiária da área;

III- indicar as intervenções a serem executadas, se for o caso, conforme o projeto de regularização fundiária;

IV- avaliar as condições urbanísticas do núcleo urbano informal;

V- delimitar o perímetro do assentamento e, quando for o caso, encaminhar auto de demarcação urbanística ao cartório de registro de imóveis competente;

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VI- proceder à identificação dos lotes e unidades autônomas;

VII- proceder ao cadastramento da população ocupante;

VIII- proceder às buscas cartoriais e proceder às notificações necessárias dos proprietários;

IX- sobrepor o perímetro do núcleo urbano informal às matrículas e transcrições, quando possível;

X- elaborar projeto de regularização fundiária, nos termos do artigo 35 da Lei Federal nº 13.465, de 11 de julho de 2017;

XI- elaborar o projeto urbanístico, nos termos do artigo 36 da Lei Federal nº 13.465, de 11 de julho de 2017; e,

XII- encaminhar o projeto de regularização fundiária de interesse social (REURB-S) aprovado ao cartório de registro de imóveis competente e acompanhar seus desdobramentos até o efetivo registro.

Art. 168. Os projetos do Programa de Regularização Fundiária que serão realizados no município de Ribeirão Preto terão a sua aprovação urbanística e ambiental realizados pela Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública.

Art. 169. O projeto de regularização fundiária conterá:

I- estudo técnico de melhoria das condições ambientais;

II- cronograma físico e financeiro de serviços e implantação de obras de infraestrutura essencial, compensações urbanísticas, ambientais e outras, quando houver, definidas por ocasião da aprovação do projeto de regularização fundiária, registrando-se as medidas de competência de outros entes federativos ou concessionárias de serviços públicos;

III- termo de compromisso a ser assinado pelos responsáveis, públicos ou privados, pelo cumprimento do cronograma físico e financeiro;

IV- planta com o quadro de áreas e a identificação dos logradouros, espaços livres, áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, quando houver, e unidades imobiliárias a serem regularizadas, existentes ou projetadas, suas dimensões e características, área, confrontações, localização, nome do logradouro, numeração oficial do imóvel;

V- planta ambiental com a delimitação, identificação e área da ocupação em Área de Preservação Permanente ou em outras áreas que se classifiquem como Zona de Proteção Máxima;

VI- memorial descritivo dos lotes, unidades autônomas e áreas públicas a serem objeto de matrícula própria, referenciados pelo logradouro;

VII- identificação de eventuais áreas já usucapidas, quando conhecidas;

VIII- medidas de adequação urbanística e ambiental, não integrantes da infraestrutura essencial ou a ela complementares; e,

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IX- identificação dos imóveis e dos ocupantes cadastrados sujeitos a reassentamento futuro e não passíveis de regularização fundiária.

§1º. As plantas e memoriais descritivos deverão ser assinados por profissional legalmente habilitado, dispensada a apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA ou de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) no Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU, quando o responsável técnico for servidor ou empregado público.

§2º. Na regularização fundiária de interesse social (REURB-S), as medidas de adequação urbanística, ambiental e reassentamentos serão custeadas pelo Município diretamente ou por convênios ou parcerias, não condicionando a sua aprovação.

§3º. O projeto de Regularização Fundiária de Interesse Específico (REURB-E) em lotes inferiores aos parâmetros estabelecidos quando da implantação do núcleo urbano informal, fica condicionado à existência de termo de compromisso entre ocupantes, proprietários, loteadores ou incorporadores com o Município, assegurando a implantação e manutenção de áreas naturais, com funções e atributos ambientais relevantes, próximas da área objeto de regularização, como mecanismo de compensação previsto no artigo 38, § 2º, da Lei Federal nº 13.465, de 2017

§4º. Na regularização fundiária de interesse específico (REURB-E), a aprovação fica condicionada ao custeio, por parte dos beneficiários, das medidas de adequação urbanística, ambiental e reassentamentos.

§5º. O Município poderá promover as medidas mitigadoras e de adequação urbanística, ambiental e reassentamentos nas regularizações fundiárias de interesse específico (REURB-E) mediante recolhimento de tributo, nos termos da legislação federal e municipal, correspondente ao valor total do conjunto das intervenções e condicionada à ordem de priorização de seu planejamento.

§6º. Quando tecnicamente inviável a mitigação e adequação urbanística em virtude da consolidação do assentamento na regularização fundiária de interesse específico (REURB-E), os beneficiários realizarão a compensação ambiental de seu núcleo urbano informal consolidado com o pagamento medidas mitigadoras.

§7º. Fica facultado aos interessados legitimados a abertura do processo administrativo de regularização fundiária a contratação de assessoria técnica para apresentação do Projeto de Regularização Fundiária.

§8º. Após a juntada da documentação mencionada no caput, o processo administrativo seguirá para a Câmara Técnica de Regularização Fundiária (CTRF), para a competente avaliação técnica.

Art. 170. Para fins da regularização fundiária, o Município poderá dispensar as exigências relativas ao percentual e às dimensões de áreas destinadas ao uso público ou ao tamanho dos lotes regularizados, assim como a outros parâmetros urbanísticos e edilícios.

§1º. Poderão ser consideradas a implantação de áreas verdes públicas ou privadas, parques municipais ou áreas destinadas à manutenção ou recuperação vegetal na região em que se pretende a regularização.

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§2º. Na impossibilidade de atender ao disposto no caput deste artigo, é facultada a aplicação da compensação ambiental.

§3º. A compensação ambiental de que trata o parágrafo anterior deverá constar de relatório técnico, submetido à análise da Câmara Técnica de Regularização Fundiária (CTRF).

§4º. Os casos de Regularização Fundiária de Interesse Social (REURB-S) que atenderem às exigências deste artigo poderão adotar tais procedimentos.

Art. 171. Na Regularização Fundiária de Interesse Específico (REURB-E), o valor da medida compensatória será de responsabilidade solidária dos beneficiários, sendo calculado com base no valor da área que deixou de integrar o patrimônio público municipal ou da área ocupada que deixou de atender restrição edilícia aplicável.

Art. 172. Na forma do artigo 98 da Lei Federal nº 13.465, de 2017, os imóveis da Prefeitura Municipal envolvidos na Regularização Fundiária de Interesse Específico (REURB-E) que forem objeto de processo de parcelamento reconhecido pela autoridade pública poderão ser, no todo ou em parte, vendidos diretamente aos seus ocupantes, dispensados os procedimentos exigidos pela Lei Federal nº 8.666, de 1993.

§1º. A venda aplica-se unicamente aos imóveis ocupados até 22 de dezembro de 2016.

§2º. A regulamentação da venda direta, assim como do disposto neste artigo será efetuada pela Prefeitura Municipal, por legislação específica, no prazo de 12 (doze) meses contado da data de publicação desta Lei.

Art. 173. O projeto de Regularização Fundiária de Interesse Social (REURB-S) fica dispensado do atendimento de parâmetros urbanísticos e edilícios previstos na legislação municipal, bem como de medidas de compensação ambiental, dispondo-se apenas acerca:

I- gabarito máximo para as edificações existentes e futuras;

II- taxa de permeabilidade mínima;

III- área máxima para remembramento de lotes não caracterizado como condomínio simples;

IV- localização de usos exclusivamente não residenciais.

Art. 174. As condições de iluminação e ventilação estabelecidas na legislação vigente poderão ser flexibilizadas com a apresentação de laudo técnico de profissional habilitado após avaliação pela Câmara Técnica de Regularização Fundiária (CTRF).

Art. 175. Nas Regularizações Fundiárias de Interesse Social (REURB-S), quando se tratar de área pública para fins de moradia, as despesas referentes a aquisição e transmissão de propriedade serão custeadas pela Municipalidade, sem qualquer ônus pecuniário aos moradores dos núcleos urbanos informais envolvidos.

Parágrafo único. Com relação às medidas de adequação urbanística, ambiental e de reassentamentos, a Municipalidade, para implementá-las, de acordo com o caso concreto, poderá

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celebrar convênios e parcerias com órgãos do estado de São Paulo, com a União Federal, concessionárias de serviços público e com entidades da sociedade civil.

Art. 176. Nas Regularizações Fundiárias de Interesse Social (REURB-S) e de interesse específico (REURB-E), quando se tratar de área pública para fins de moradia, fica o proprietário beneficiado proibido de vender, alienar, transferir, permutar, doar, ceder e locar o imóvel regularizado pelo prazo de 12 (doze) meses, contados após a expedição da matrícula individualizada e averbada à margem do registro

Art. 177. A Certidão de Regularização Fundiária (CRF), ato administrativo de aprovação da regularização, e que deverá acompanhar o projeto aprovado, será assinada pelo Secretário Municipal de Planejamento e Gestão Pública, após relatório final da Câmara Técnica de Regularização Fundiária (CTRF).

Art. 178. A Câmara Técnica de Regularização Fundiária (CTRF) é composta por servidores da Administração Pública Direta e Indireta, na seguinte proporção:

I- 04 (quatro) membros da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública;

II- 01 (um) membro da Secretaria Municipal do Meio Ambiente;

III- 01 (um) membro da Secretaria Municipal de Infraestrutura/Obras;

IV- 01 (um) membro do Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto – DAERP; e,

V- 01 (um) membro da Empresa de Trânsito e Transportes Urbanos de Ribeirão Preto S/A – TRANSERP.

§1º. Sempre que necessário à instrução do processo administrativo de regularização fundiária, a Câmara Técnica de Regularização Fundiária (CTRF) poderá convidar para participação em conjunto ou separado de 1 (um) representante do 1º e 2º Cartório de Registro de Imóveis de Ribeirão Preto, 1 (um) representante da 12ª Subseção de Ribeirão Preto da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo, 1 (um) representante da Defesa Civil de Ribeirão Preto e 1 (um) representante do 09º Agrupamento do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo em Ribeirão Preto, bem como outras entidades e especialistas com anuência do Secretário de Planejamento e Gestão Pública.

§2º. Com relação ao parágrafo anterior, os convidados formularão contribuições de ordem técnica, conforme a suas especialidades, que subsidiarão as manifestações da Câmara Técnica de Regularização Fundiária (CTRF).

§3º. A Câmara Técnica de Regularização Fundiária (CTRF) emitirá pareceres com caráter resolutivo sobre os processos administrativos de regularização fundiária.

Art. 179. São funções da Câmara Técnica de Regularização Fundiária (CTRF):

I- dar parecer aos encaminhamentos técnico-administrativos de projeto de regularização fundiária;

II- analisar os projetos de regularização fundiária de interesse social e de interesse específico; e,

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III- emitir manifestações quando solicitado pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública ou pelos legitimados elencados nesta lei, que requereram a abertura do processo administrativo de regularização fundiária.

Art. 180. Constatada a existência de núcleo urbano informal situado, total ou parcialmente, em área de preservação permanente ou em área de unidade de conservação de uso sustentável ou de proteção de mananciais definidas pela União, Estado ou Município, o projeto de regularização fundiária observará o disposto nos artigos 64 e 65 da Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, hipótese na qual se torna obrigatória a elaboração de estudos técnicos que justifiquem as melhorias ambientais em relação à situação de ocupação informal anterior, inclusive por meio de compensações ambientais, quando for o caso, através de relatório emitido pela Câmara Técnica de Regularização Fundiária (CTRF).

Art. 181. A avaliação das condições urbanísticas e ambientais do núcleo urbano informal far-se-á por meio de Estudo Técnico de Melhoria das Condições Ambientais, que contemplará:

I- identificação das redes de infraestrutura urbana e serviços públicos verificados no local, contendo no mínimo as condições de atendimento ou não da infraestrutura essencial definida nesta lei;

II- as situações de risco ou de dano ambiental, passíveis de intervenções futuras ou reassentamentos;

III- ano de ocupação ou de planta de parcelamento aprovado para a área, se houver; e,

IV- demonstração de melhoria das condições ambientais, presentes ou previstas, decorrentes da regularização fundiária.

§1º. Elementos que não configurarem situações de risco poderão ser atendidos posteriormente à aprovação da regularização fundiária.

§2º. Ações futuras apontadas no Estudo Técnico de Melhoria das Condições Ambientais, de implantação posterior à aprovação da regularização fundiária deverão apresentar estimativa aproximada de custos e tempo de realização, considerando a capacidade de investimento do Município e dos entes federativos ou concessionárias de serviços públicos responsáveis pela adoção das medidas.

§3º. Fica facultado aos interessados legitimados à abertura do processo administrativo de regularização fundiária a contratação de assessoria técnica para apresentação de Estudo Técnico de Melhoria das Condições Ambientais, nas especificações definidas pelo Município.

Art. 182. Os empreendimentos que requisitarem perante a Secretaria de Planejamento e Gestão Pública a regularização fundiária de interesse específico (REURB-E) deverão demonstrar que o local está localizado em zona urbana ou de expansão urbana, definida pela legislação vigente, com sistema viário implantado e vias de circulação pavimentadas, organizadas em quadras e lotes predominantemente edificados e de uso predominantemente urbano, caracterizado pela existência de edificações residenciais, comerciais, industriais, institucionais, mistas ou voltadas à prestação de serviços, comprovando sua consolidação e irreversibilidade.

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§1º. Considera-se área urbana devidamente consolidada aquela com a presença de, no mínimo, três dos seguintes equipamentos de infraestrutura urbana implantados:

a) drenagem de águas pluviais;

b) esgotamento sanitário;

c) abastecimento de água potável;

d) distribuição de energia elétrica; e

e) limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos

§2º. Os beneficiários pela REURB-E deverão custear, integralmente, a implantação da infraestrutura faltante e as compensações definidas pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§3º. A Secretaria de Planejamento e Gestão Pública definirá as diretrizes sobre quais e como serão implantadas e executadas as obras de infraestrutura de responsabilidade de custeio e execução dos beneficiários da Reurb -E.

§4º. A medida compensatória será de total responsabilidade solidária dos beneficiários, sendo calculado com base no valor da área que deixou de atender restrição edilícia aplicável, considerada como já urbanificada, a ser definido pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§5º. Na REURB-E a aprovação fica condicionada ao custeio, por parte dos beneficiários, das medidas de adequação urbanística, ambiental, assim como de reassentamentos, definidas pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e demais órgãos públicos.

§6º. As medidas mitigatórias e de compensação serão exigidas independentemente da execução e custeio das obras de infraestrutura exigidas pela Prefeitura Municipal, sendo definidas por meio de assinatura de termo de compromisso.

§7º. Os valores relativos às medidas de compensação serão direcionados ao Fundo de Desenvolvimento urbano (FUNDURB).

TÍTULO VII - DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO URBANÍSTICA

Capítulo I - DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS

Art. 183. Em atendimento à função social da cidade e da propriedade, o Executivo Municipal poderá exigir do proprietário de imóvel localizados internamente ao Perímetro Urbano do Município, considerado não edificado, subutilizado ou não utilizado, nos termos da Lei Complementar nº 2866/2018, que define o Plano Diretor, seu adequado aproveitamento na forma de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, devendo o proprietário ser notificado pelo Executivo Municipal, nos termos do Artigo 5º da Lei Federal nº 10.257/2001 que dispõe sobre o Estatuto da Cidade.

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Art. 184. As glebas não loteadas, os lotes subutilizados ou não utilizados, assim como todas as áreas que não atendam as funções sociais da cidade e da propriedade, pertencente internamente ao Perímetro Urbano do Município, a partir da publicação desta lei serão notificados no exercício seguinte à promulgação desta lei.

§1º. Os prazos estabelecidos para o protocolo e execução de obras ficam assim definidos:

a) 2 (dois) anos a partir da notificação para que seja protocolado o projeto de parcelamento do solo ou edificação; e,

b) 2 (dois) anos, a partir da aprovação do projeto, para início das obras, para todos os imóveis, podendo em caso de empreendimento de grande porte a conclusão das obras darem-se em etapas, conforme cronograma apresentado e aprovado pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§2º. Caso as exigências do caput não sejam cumpridas, o proprietário estará sujeito à pena, sucessivamente, de:

a) aplicação do IPTU progressivo no tempo; e,

b) desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública.

§3º. Considera-se não edificado, o terreno ou lote não construído.

§4º. Considera-se não utilizado:

a) o terreno não construído;

b) o terreno não aproveitado para o exercício de qualquer atividade que independa de edificações para cumprir sua finalidade social;

c) aqueles que possuam todas as edificações em ruínas ou em estado de abandono.

§5º. Considera-se subutilizado:

a) imóveis que tenham coeficiente de aproveitamento inferior a 0,1;

b) o terreno que contenha obras inacabadas ou paralisadas por mais de 02 (dois) anos; e,

c) a edificação ou conjunto de edificações em que 60% (sessenta por cento) das unidades imobiliárias ou de sua área construída total estejam desocupadas a mais de 02 (dois) anos.

§6º. Ficam excluídos das obrigações estabelecidas no caput deste artigo, os imóveis:

a) utilizados para atividades econômicas e sociais que não necessitem de edificações para exercer suas finalidades;

b) em que a subutilização ou não ocupação decorra de impossibilidade jurídica ou resulte de pendências judiciais que impossibilitem a edificação no imóvel;

c) que não disponham da totalidade de infraestrutura prevista no artigo 2º, §5º da Lei Federal nº 6.766/1979 e de demanda para utilização, na forma do artigo 5º da Lei 10.257/2001;

d) que estejam em Zonas de Proteção Máxima ou exerçam funções ambientais relevantes mesmo que não sejam ambientalmente protegidas e, também, os que apresentam laudos técnicos de

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restrições ambientais em função de aspectos como natureza do solo, superficialidade do lençol freático em níveis próximos ao perfil do terreno, áreas sujeitas a alagamento, restrição à construção em terrenos contaminados, declividade, dentre outros anuídos pela Secretaria Municipal do Meio Ambiental;

e) subutilizados, mas que sejam de interesse do patrimônio cultural, anuídos pela Secretaria de Cultura e/ou Conppac-RP, ainda que não tenham sido objeto de tombamento;

f) cuja área aproveitável do terreno possua configuração geométrica que inviabilize a sua edificação; e,

g) que contenham faixas não edificáveis, tais como, dutos, linhas de transmissão, faixa de domínio e similares e desde que estas limitações comprometam completamente o aproveitamento do imóvel.

§7º. A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior à data da notificação que se refere o caput, transfere as obrigações de parcelamento, edificação ou utilização aos novos adquirentes ou sucessores sem interrupção de quaisquer prazos.

Art. 185. É de competência:

I- da Secretaria da Fazenda a identificação das glebas não loteadas e dos lotes subutilizados ou não utilizados e abertura de processo administrativo de enquadramento de função social nos termos deste Capítulo, em especial do artigo anterior;

II- da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública a identificação das áreas que não atendam as funções sociais da cidade e da propriedade e abertura de processo administrativo nos termos deste Capítulo, em especial do artigo anterior;

III- da Secretaria dos Negócios Jurídicos a declaração de atendimento ao artigo anterior, assim como a redação da notificação; e,

IV- da Fiscalização Geral realizar as vistorias das áreas e notificações dos proprietários.

§1º. Na hipótese de o proprietário constituir pessoa jurídica, deverão ser notificados os sócios gerentes, sócios administradores, presidentes ou sócios que assinam pela empresa ou associação.

§2º. A notificação que se refere os incisos III e IV deverá conter menção ao prazo de 02 (dois) anos a partir da notificação para que seja protocolado o projeto de parcelamento do solo ou edificação e de 2 (dois) anos a partir da aprovação do projeto, para início das obras, para todos os imóveis notificados.

§3º. A notificação também deverá conter o prazo de 15 (quinze) dias contados do recebimento pelo notificado para impugnação através de pedido administrativo endereçado à secretaria responsável pela abertura do respectivo processo.

§4º. Serão realizadas 3 (três) tentativas presenciais de notificação aos proprietários e, na hipótese de não localização dos mesmos, deverá o agente público emitir declaração individualizada por tentativa que certifique o fato, o local diligenciado, a data e o horário.

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§5º. Considera-se nova tentativa a diligência para notificação realizada em horário diverso da anterior, mesmo que efetuada no mesmo dia.

§6º. Não sendo concretizada a notificação do proprietário após as 3 (três) tentativas de localização, a Fiscalização Geral autuará a notificação ou as declarações de tentativa de notificação no processo administrativo em questão e o encaminha à Secretaria de Planejamento e Gestão Pública para ciência e publicação de edital de notificação no Diário Oficial do Município.

§7º. Sendo realizada a notificação presencial ou por meio de edital no Diário Oficial e não apresentada impugnação no prazo ou tenha ela sido julgada improcedente por decisão administrativa, deverá ser autuado processo administrativo a ser encaminhado à Secretaria dos Negócios Jurídicos para providenciar a averbação da notificação na respectiva matrícula imobiliária ou transcrição, na forma do artigo 5º, § 2º do Estatuto da Cidade e artigo 167, inciso II, alínea 18 da Lei nº 6.016/73 que dispõe de Registros Públicos e dá outras providências.

Art. 186. O Edital mencionado no parágrafo 7º do artigo anterior deverá conter o nome dos proprietários, o número do documento de identificação, o número do cadastro municipal do imóvel e o número da matrícula imobiliária ou transcrição.

§1º. Na hipótese de desconhecimento pela Prefeitura Municipal do documento de identificação do proprietário, o Edital conterá somente o nome dos proprietários, o número do cadastro municipal do imóvel e o número da matrícula imobiliária ou transcrição.

§2º. O edital deverá ainda prever o prazo ao proprietário de 02 (dois) anos, contado a partir de sua publicação, para que seja protocolado o projeto de parcelamento do solo ou edificação e de 2 (dois) anos a partir da aprovação do projeto, para início das obras, para todos os imóveis.

§3º. Após a publicação do edital, o notificado tem o prazo de 15 (quinze) dias, contados da publicação, para impugnação por meio de abertura de processo administrativo de regularização, urbanificação ou edificação específico endereçado à Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§4º. Terminado o prazo concedido sem impugnação pelo proprietário, deverá o processo administrativo previsto no inciso I do artigo anterior a ser encaminhado à Secretaria dos Negócios Jurídicos para providenciar a averbação da notificação na respectiva matrícula imobiliária ou transcrição, na forma do artigo 5º, §2º do Estatuto da Cidade e artigo 167, inciso II, “18” da Lei nº 6.016/73.

§5°. Após averbação, o processo administrativo será encaminhado à Secretaria da Fazenda para início do processo de cobrança do IPTU Progressivo no Tempo.

§6°. Poderá a administração municipal, de oficio, por meio da Secretaria da Fazenda, instruir processo administrativo para as situações previstas neste capítulo.

Seção I - Do Imposto Predial e Territorial Urbano Progressivo no Tempo

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Art. 187. Em caso de descumprimento das condições e prazos estabelecidos pela notificação descrita nos artigos anteriores deste Capítulo o Executivo Municipal, deverá iniciar a cobrança do IPTU progressivo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de 5 (cinco) anos consecutivos, mantendo o Executivo a cobrança pela alíquota máxima até que se cumpra a referida obrigação, nos termos desta lei.

§1º. O valor da alíquota a ser aplicado não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de 15% (quinze por cento).

§2º. A alíquota a ser aplicada a cada ano no cálculo do IPTU Progressivo no Tempo respeitará os seguintes percentuais:

a) alíquota 1,2 %, para o primeiro ano de aplicação do IPTU Progressivo no Tempo para imóveis prediais e de 4,4% para imóveis territoriais;

b) alíquota 2,4 %, para o segundo ano de aplicação do IPTU Progressivo no Tempo para imóveis prediais e de 8,8% para imóveis territoriais;

c) alíquota 4,8 %, para o terceiro ano de aplicação do IPTU Progressivo no Tempo para imóveis prediais e 15% para imóveis territoriais;

d) alíquota 9,6 %, para o quarto ano de aplicação do IPTU Progressivo no Tempo para imóveis prediais e 15 % para imóveis territoriais; e,

e) alíquota 15%, para o quinto ano de aplicação do IPTU Progressivo no Tempo para imóveis prediais e territoriais.

§3º. Considera-se ocorrido o fato gerador do IPTU Progressivo no Tempo em 1º de janeiro do exercício subsequente ao da constatação do descumprimento, por parte do proprietário, das condições e dos prazos estabelecidos para parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, desde que o descumprimento perdure até essa data, e, em 1º de janeiro de cada exercício seguinte, até que se cumpra a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar o imóvel ou que ocorra a sua desapropriação.

§4º. É vedada a concessão ou aplicação de qualquer isenção, acréscimo, desconto, imunidade, incentivo, benefício fiscal, parcelamento, anistia, remissão, abatimento de juros ou correção, limite de diferença nominal entre exercícios ou outros benefícios fiscais, inclusive os descontos constantes nos Arts. 178 a 180 do Código Tributário Municipal relativos ao IPTU Progressivo no Tempo.

§5º. O lançamento complementar a que se refere o §2º deste artigo conterá aviso indicando tratar-se de tributação em razão do descumprimento da função social da propriedade.

§6º. Comprovado o cumprimento da obrigação de parcelar, edificar ou utilizar o imóvel, ocorrerá o lançamento do IPTU no exercício seguinte sem a aplicação das alíquotas previstas nesta lei.

§7º. O IPTU Progressivo no Tempo aplica-se, inclusive, aos imóveis que possuem isenção, imunidade, desconto, limite nominal ou qualquer outro tipo de redutor do valor original devido.

§8º. Na hipótese de o proprietário de imóvel isento, imune ou que possua a cobrança de IPTU reduzida por qualquer outra forma, seja notificado para o parcelamento, edificação ou utilização

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compulsórios, a isenção, imunidade ou qualquer outro tipo de redutor do valor original devido imposto deverá ser suspensa.

§9º. Será mantida a cobrança do IPTU Progressivo no Tempo, pela alíquota majorada, até que se cumpra a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar o imóvel ou que ocorra a sua desapropriação.

Seção II - Da Desapropriação Com Pagamento Em Títulos

Art. 188. Decorridos os 5 (cinco) anos de aplicação do IPTU Progressivo no Tempo, nos termos do artigo anterior, sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar o imóvel, o Executivo manterá a cobrança pela alíquota máxima até que se cumpra a referida obrigação, podendo proceder a desapropriação com pagamentos, em títulos da dívida pública previamente aprovados pelo Senado Federal, e resgatáveis em parcelas anuais e sucessivas, no prazo de até 10 (dez) anos, assegurados o valor real da indenização, e os juros legais de 6% ao ano.

§1º. O valor real da indenização terá como referência a base de cálculo do imposto predial territorial urbano, sendo descontado o montante incorporado em função de obras realizadas pelo Poder Público na área onde o mesmo se localiza, após a notificação, não sendo cabíveis, pela natureza da desapropriação, expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios.

§2º. Uma vez executada a desapropriação, caberá ao Executivo a responsabilidade de promover o adequado aproveitamento dos imóveis no prazo máximo de cinco anos, sob pena do prefeito incorrer em improbidade administrativa, nos termos da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, conforme dispõe o artigo 52 do Estatuto da Cidade.

§3º. O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado diretamente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou concessão a terceiros.

§4º. Em função das responsabilidades atribuídas ao proprietário e ao Executivo, as áreas indicadas no Plano Diretor e nesta lei, passíveis de aplicação do instrumento de parcelamento, edificação e utilização compulsória deverão estar associadas às diretrizes do Plano de Ação Regional e ao interesse público.

Capítulo II - DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO

Art. 189. Havendo interesse público, para construção de habitação de interesse social nas ZEIS – Zona Especial de Interesse Social, o Executivo Municipal poderá facultar ao proprietário de área atingida pela obrigação de parcelar, edificar ou utilizar, conforme previsto no artigo 13 da Lei Complementar nº 2866/2018, que estabelece o Plano Diretor e no Capítulo anterior, a requerimento deste, o estabelecimento de Consórcio Imobiliário como forma de viabilização financeira do aproveitamento do imóvel.

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§1º. Considera-se Consórcio Imobiliário a forma de viabilização de planos de urbanificação ou edificação por meio da qual o proprietário transfere ao Poder Público municipal seu imóvel e após a realização das obras, recebe como pagamento, unidades imobiliárias devidamente urbanificadas ou edificadas.

§2º. O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao proprietário será correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras, observado o valor real do mesmo.

§3º. Os proprietários de terrenos desocupados não situados nas Zonas Especial de Interesse Social (ZEIS) poderão propor ao Município o consórcio imobiliário, nos termos deste artigo, desde que caracterizado o interesse público e mediante enquadramento da Câmara Técnica de Habitação de Interesse Social - CTHIS e parecer favorável da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§4º. O consórcio imobiliário concluído nos termos do parágrafo anterior acarretará sua automática inclusão na categoria denominada Zona Especial de Interesse Social (ZEIS).

Art. 190. O Poder Executivo poderá, mediante licitação, conceder bem imóvel dominial para o fim de urbanificação ou de reurbanização à iniciativa privada.

Parágrafo único. A iniciativa privada será ressarcida com o recebimento em doação de áreas urbanificadas ou unidades autônomas, proporcionalmente aos investimentos realizados para a efetivação do Consórcio Imobiliário.

Capítulo III - DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 191. A transferência do direito de construir correspondente ao potencial construtivo de imóveis públicos e privados, que não se realizou ou não exercido, passível de ser utilizado em outro local, prevista nos termos do artigo 35 da Lei Federal nº 10.257, de 2001 - Estatuto da Cidade e disciplinada no Plano Diretor, observará as disposições, condições e parâmetros estabelecidos nesta lei, autorizada mediante escritura pública, para fins de viabilizar:

I- implantação de equipamentos urbanos e comunitários;

II- criação de espaços abertos de uso público;

III- preservação de áreas de valor ambiental indicadas nesta Lei ou em lei específica;

IV- preservação de áreas em Zona de Proteção Máxima;

V- preservação de imóvel considerado de interesse histórico, cultural, paisagístico ambiental ou social;

VI- regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda;

VII- constituição de reserva fundiária;

VIII- execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;

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IX- ordenamento e direcionamento da expansão urbana; e,

X- execução de melhoramento viário.

§1º. As transferências de potencial construtivo previstas no caput ficam condicionadas às disposições previstas neste Capítulo, sendo que:

a) a Prefeitura poderá receber imóveis para o atendimento às finalidades previstas neste artigo, oferecendo como contrapartida ao proprietário a possibilidade de transferência do potencial construtivo do bem doado; e,

b) para os casos em que não houver doação do imóvel cedente do potencial construtivo, o proprietário fica obrigado a garantir a preservação e a conservação deste imóvel, condicionada às disposições previstas em lei, ficando sujeito às sanções cabíveis.

§2º. As indenizações devidas pelo Município em razão da desapropriação de imóveis para as finalidades relacionadas no caput poderão ser satisfeitas mediante a concessão ao proprietário da Transferência do Direito de Construir prevista neste Capítulo.

§3º. Nos casos em que a doação for proposta pelo proprietário para uma das finalidades descritas nos incisos do caput, deverá ser avaliada a conveniência e o interesse público no recebimento da área.

Art. 192. Para os casos em que haja manifestação de interesse público em receber o imóvel em doação em troca por Certidão de Potencial Construtivo ao proprietário, nos termos da alínea “a” do artigo anterior, deverá constar no processo administrativo:

I- a identificação do imóvel cedente, compreendendo:

a) a data de referência da avaliação;

b) o nome do proprietário;

c) a denominação do logradouro de acesso;

d) o número do imóvel;

e) a área do lote ou terreno, especificada em metros quadrados;

II- a justificativa e manifestação do interesse público sobre a área em questão;

III- valor unitário por 1,0m² (um metro quadrado) do terreno cedente, de acordo com a Planta Genérica de Valores vigente na data de referência; e,

IV- o potencial construtivo do imóvel, correspondente ao direito de construir a ser exercido em outro local, especificado em metros quadrados.

§1º. Os imóveis edificados considerados Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Cultural poderão transferir todo o Potencial Construtivo Utilizado, desde que não configurem ruína, situação essa última em que poderão transferir, apenas, o potencial equivalente à 25% (vinte e cinco por cento) do Coeficiente de Aproveitamento Básico.

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§2º. O Executivo Municipal emitirá a Certidão da Transferência do Direito de Construir na sequência ao ato formal de doação do imóvel objeto da transferência.

§3º. Será considerada como data de referência para avaliação a data do protocolo da solicitação da “Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência” à Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública.

Art. 193. A utilização do direito de construir atenderá ao critério de proporcionalidade entre os valores imobiliários do terreno doador e do terreno receptor do potencial construtivo, estabelecidos com base no Valor Venal do terreno, definido pelo Município para fins de cálculo do IPTU dos respectivos imóveis.

Parágrafo único. O potencial construtivo a ser transferido do imóvel doador para o imóvel receptor será definido matematicamente pela equação:

PCTr= [(Atc x CABc) – ACtc – ATrPr] x (VVtc/VVtr)), onde:

PCTr é o Potencial Construtivo passível de Transferência do terreno cedente;

Atc é a área do Terreno cedente;

CABc é o valor do Coeficiente de Aproveitamento Básico do Terreno cedente;

ACtc é a Área Construída inerente ao Terreno cedente;

ATrPr é a Área Transferida Previamente para outros empreendimentos;

VVtc é o Valor Venal do terreno cedente;

VVtr é o Valor Venal do terreno receptor.

Art. 194. Para desapropriação amigável, com a concordância do proprietário, os bens poderão ser indenizados exclusivamente mediante a transferência do potencial construtivo calculado nos seguintes termos:

PCTr ={[(Atd x CABd) - ATrPr] x Fi} x (VVtd/VVtr), onde:

PCTr é o Potencial Construtivo passível de Transferência do terreno doado ou desapropriado amigavelmente;

Atd é a área do terreno do imóvel doado ou desapropriado amigavelmente;

CABc é o valor do Coeficiente de Aproveitamento Básico do Terreno doado ou desapropriado amigavelmente;

ATrPr é a Área Transferida Previamente para outros empreendimentos;

Fi é o Fator de incentivo à doação ou à amigável desapropriação;

VVtd é o Valor Venal do terreno doado ou desapropriado amigavelmente; e,

VVtr é o Valor Venal do terreno receptor.

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§1º. Segundo a finalidade de transferência, ficam definidos os seguintes fatores de incentivo à doação:

a) 2,0 (dois) para melhoramentos viários para implantação de corredores de ônibus;

b) 1,9 (um e nove décimos) para programas de construção de Habitação de Interesse Social - Faixa 1;

c) 1 (um) para programas de regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda;

d) 1,4 (um e quatro décimos) para implantação de parques.

e) 2,0 (dois) para os imóveis edificados considerados Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Cultural que poderão transferir todo o Potencial Construtivo Utilizado, desde que não configurem ruína, situação essa última em que poderão transferir, apenas, o potencial equivalente à 25% (vinte e cinco por cento) do Coeficiente de Aproveitamento Básico.

§2º. Será expedida pela Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública, Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência, que, além dos dados dispostos no artigo 190, deverá constar a informação de que o potencial construtivo passível de transferência foi originado com a doação do imóvel cedente.

§3º. Será considerada como data de doação, a data de emissão da Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência à Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública.

Art. 195. É permitida a transferência de potencial construtivo sem a doação do imóvel cedente, para os seguintes casos:

I- imóveis enquadrados como ZPC e/ou tombados ou considerados Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Cultural; e,

II- imóveis enquadrados como ZPM, localizados na ZUP e cadastrados na Planta Genérica de Valores da Prefeitura de Ribeirão Preto;

§1º. A transferência de potencial construtivo prevista neste artigo:

a) no inciso I, dependerão de autorização do Conselho Gestor do FUNDURB e de parecer favorável da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública e da Secretaria Municipal da Cultura, e ficarão condicionados à celebração de Termo de Compromisso - TC, firmado junto à Secretaria de Meio Ambiente, a ser averbado na matrícula do imóvel, onde o proprietário do imóvel cedente assume as obrigações de preservação das características da área, e são definidas as sanções cabíveis previstas no caso de descumprimento dessas obrigações;

b) no inciso II, dependerão de autorização do Conselho Gestor do FUNDURB e de parecer favorável das Secretaria de Planejamento e Gestão Pública e Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e ficarão condicionados à celebração de Termo de Compromisso Ambiental - TCA, firmado junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a ser averbado na matrícula do imóvel, onde o proprietário do imóvel

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cedente assume as obrigações de preservação das características da área, e são definidas as sanções cabíveis previstas no caso de descumprimento dessas obrigações; e,

c) nos casos de transferência do direito de construir sem doação do imóvel cedente, o potencial construtivo passível de transferência será calculado segundo a equação a seguir, considerando o incentivo de 50% (cinquenta por cento) adicionais da área passível de transferência:

PCtr = {[(Atc x CABc) - ACtc - ATrPr) x 1,5] x (VVtc/VVtr)}, onde:

PCtr é o potencial construtivo passível de transferência;

Atc é a área do terreno cedente;

CABc é o coeficiente de aproveitamento básico do imóvel cedente;

PCTr é o Potencial Construtivo passível de Transferência do imóvel cedente sem doação;

Atc é a área do terreno do imóvel cedente sem doação;

CABc é o valor do Coeficiente de Aproveitamento Básico do terreno cedente sem doação;

ACtc é a Área Construída inerente ao terreno cedente;

ATrPr é a Área Transferida Previamente para outros empreendimentos;

VVtc é o Valor Venal do terreno cedente; e,

VVtr é o Valor Venal do terreno receptor.

§1º. Os imóveis edificados considerados Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Cultural poderão transferir todo o Potencial Construtivo Utilizado, desde que não configurem ruína, , situação essa última em que poderão transferir, apenas, o potencial equivalente à 25% (vinte e cinco por cento) do Coeficiente de Aproveitamento Básico mediante assinatura de TC onde o proprietário do imóvel cedente assume as obrigações de recuperação, restauro e preservação das características do imóvel, e são definidas as sanções cabíveis previstas no caso de descumprimento dessas obrigações

§2º. A Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública expedirá a Declaração de Potencial Construtivo passível de Transferência (PCTr) contendo, além dos dados dispostos no artigo 190, a informação de que o potencial construtivo passível de transferência foi originado sem doação do imóvel cedente.

Art. 196. A expedição da Certidão de Transferência de Potencial Construtivo de imóveis enquadrados como ZPC fica condicionada à comprovação do estado de conservação do imóvel cedente, mediante manifestação do proprietário e anuência do órgão municipal de preservação.

Parágrafo Único. Quando o imóvel cedente apresentar estado de conservação inadequado ou insatisfatório, deverá ser exigida do proprietário a adoção de medidas de restauro ou de conservação ficando a expedição da certidão de transferência de potencial construtivo fica condicionada à verificação das condições de conservação e preservação do imóvel cedente.

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Art. 197. A Transferência do Direito de Construir será concedida mediante análise dos potenciais impactos ao patrimônio cultural, à paisagem e ao meio ambiente, respeitados os gabaritos de altura das edificações, os índices de ocupação, de permeabilidade, os recuos e afastamentos fixados por esta lei para as zonas de uso nas quais seja admitida a recepção de potencial construtivo adicional.

§1º. Na autorização do direito de construir adicional, a área construída para efeito do cálculo do coeficiente de aproveitamento não excederá ao limite máximo estabelecido para o imóvel receptor, de acordo com a aplicação do Coeficiente de Aproveitamento Máximo, segundo a zona de uso em que se localize, conforme Quadro 04, integrante desta Lei;

§2º. Será possível a expedição de sucessivas Certidões de Transferência de Potencial Construtivo derivadas de uma mesma Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência, ficando a expedição das certidões nos casos de transferência de potencial construtivo sem doação do imóvel, condicionadas à comprovação do estado de conservação e preservação do mesmo.

§3º. A Certidão de Potencial Construtivo, bem como a escritura de Transferência do Direito de Construir de um imóvel para o outro, serão averbadas nas respectivas matrículas.

§4º. A Transferência do Direito de Construir de forma fracionada será autorizada pelo Município por meio de decisão específica para cada fração a ser utilizada.

§5º. A permissão da Transferência do Direito de Construir e a emissão da Certidão de Potencial Construtivo serão realizadas por ato do Executivo mediante publicação do ato no Diário Oficial do Município devendo constar todas as informações que compõem a Certidão.

Art. 198. O controle da transferência de potencial construtivo será realizado pela Secretaria de Planejamento Urbano que expedirá, mediante requerimento, Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência e Certidão de Transferência de Potencial Construtivo.

Art. 199. O monitoramento das operações de Transferência do Direito de Construir será efetuado pelo órgão de licenciamento de empreendimentos, o qual se obrigará a:

I- manter registro de todas as operações em arquivo específico;

II- publicar no Diário Oficial do Município, no fim de cada exercício, o resumo das operações de transferências autorizadas no período, constando:

a) a identificação do terreno ou lote receptor, incluindo sua localização;

b) a identificação do imóvel doador do direito de construir;

c) o direito de construir correspondente ao potencial construtivo do imóvel cedente transferido para o receptor; e,

d) o saldo de potencial construtivo remanescente, no caso da utilização fracionada do direito de construir constante da Certidão.

Parágrafo único. A Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão realizará balanço anual das operações de Transferência do Direito de Construir, avaliando os impactos sobre as áreas doadoras

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e receptoras, dando publicidade aos resultados e a Comissão de Controle Urbanístico de Ribeirão Preto.

Capítulo IV - DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 200. O Executivo Municipal poderá outorgar onerosamente o direito de construir correspondente ao potencial construtivo adicional, mediante contrapartida financeira a ser prestada pelos beneficiários, nos termos dos artigos 28 a 31 e seguintes da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade), do Plano Diretor e procedimentos estabelecidos nesta lei e nos regulamentos.

§1°. A outorga onerosa será calculada nos termos desta lei e deverá ser paga até, no máximo, no ato de liberação da carta de Habite-se, aqui definido.

§2º. Até 5 (cinco) anos após a publicação desta lei, como forma de transição, o potencial construtivo adicional a que se refere o caput deverá ser pleiteado pelo empreendedor e será concedido de forma gratuita, considerando as seguintes possibilidades:

a) aos lotes implantados até a data da publicação desta lei;

b) aos lotes a implantar decorrentes de qualquer processo protocolado na Secretaria de Planejamento e Gestão Pública até a data de publicação desta lei; e,

c) aos lotes a implantar decorrentes de qualquer processo a ser protocolado na Secretaria de Planejamento e Gestão Pública a partir da data de publicação desta lei até se completar 5 (cinco) anos da publicação desta lei.

§3º. Após se completar 5 (cinco) anos da publicação desta lei, os lotes produzidos por qualquer processo protocolado a qualquer momento estará submetido à outorga onerosa do direito de construir nos termos desta lei.

Art. 201. O potencial construtivo adicional é bem jurídico dominical, de titularidade da Prefeitura, com funções urbanísticas e socioambientais.

§1º. Considera-se potencial construtivo adicional a metragem possível de ser construída acima do potencial construtivo básico.

§2º. Para o cálculo do potencial construtivo adicional deverão ser utilizados:

I- o coeficiente de aproveitamento básico definido pelo Plano Diretor como sendo 1 (uma) vez a área do terreno; e,

II- o coeficiente de aproveitamento máximo constante do Quadro 04 integrantes desta lei para a zona de uso onde se localiza o imóvel.

Art. 202. A contrapartida financeira, que corresponde à outorga onerosa de potencial construtivo adicional é calculada pela equação:

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CF= [AT x (CAE - CAB)] x VVt x FP x FS

onde:

CF é a contrapartida financeira a ser paga ao Município em moeda corrente;

AT é a área do terreno;

CAE é o coeficiente de aproveitamento utilizado no empreendimento;

CAB é o coeficiente de aproveitamento básico da zona de uso em que se localiza o lote ou terreno;

VVt é o Valor Venal do terreno estabelecido para cobrança do IPTU;

FS é o fator social que pode variar de 0 (zero) a 1,0 (um), conforme Quadro 07 – Fator Social.

FP é o fator de planejamento que pode variar de 0 (zero) a 1,2 (um inteiro e dois décimos), conforme Quadro 08 – Fator de Planejamento.

§1º. Os recursos resultantes da Outorga Onerosa do Direito de Construir serão revertidos ao Fundo de Desenvolvimento Urbano (FUNDURB) podendo ser aplicados nos termos do Título IX desta lei.

§2º. O Poder Executivo, ressalvado o interesse público, poderá estabelecer que o pagamento do valor apurado como contrapartida pelo uso da Outorga Onerosa do Direito de Construir seja realizado em parcelas mensais, de acordo com o cronograma de obras a ser apresentado e condicionado à emissão do “Habite-se”, acrescido de juros mensais calculados pela SELIC e mediante correção monetária, com base na legislação federal para créditos desta natureza.

§3º. Na hipótese de pagamento parcelado, a expedição do Habite-se do empreendimento será condicionada à comprovação do pagamento total das parcelas nos prazos previstos.

Capítulo V - DA OUTORGA ONEROSA DE ALTERAÇÃO DO USO DO SOLO

Art. 203. Para a aprovação de novos empreendimentos em glebas situadas na Zona de Expansão Urbana, será aplicada a outorga onerosa de alteração de uso, sendo esta diferenciada de acordo com o distanciamento do empreendimento objeto da aprovação até à área urbanificada mais próxima dentro do Perímetro Urbano, transferindo o valor arrecadado ao Fundo de Desenvolvimento Urbano em conta própria, observada a regra de aplicação prevista no artigo 31 da Lei Federal nº 10.257/2001, com as seguintes faixas de distância e respectivos valores:

I- até 750m (setecentos e cinquenta metros) de distância serão cobrados 0,02 UFESP/m² (dois centésimos da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo por metro quadrado) de área parcelada;

II- de 751 m (setecentos e cinquenta e um metros) a 1500 m (mil e quinhentos metros) de distância serão cobrados 0,04 UFESP/m² (quatro centésimos da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo por metro quadrado) de área parcelada;

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III- acima de 1500m (mil e quinhentos metros) de distância será cobrado 0,06 UFESP/m² (seis centésimos da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo por metro quadrado) de área parcelada.

§1º. A medição dos empreendimentos para o enquadramento dos incisos do caput será feita com base na menor distância em linha reta entre os limites da gleba a ser parcelada (coordenada georreferenciada, apurada e registrada em título de propriedade) e o ponto mais próximo de ligação do sistema de esgotamento sanitário e abastecimento de água, considerando qual o mais distante destes dois itens citados.

§2º. Os recursos resultantes da Outorga Onerosa de Alteração de Uso do Solo serão revertidos ao Fundo de Desenvolvimento Urbano (FUNDURB) podendo ser aplicados nos termos do Título IX desta lei.

§3º. O Poder Executivo, ressalvado o interesse público, poderá estabelecer que o pagamento do valor apurado como contrapartida pelo uso da Outorga Onerosa de Alteração de Uso do Solo seja realizado em parcelas mensais, de acordo com o cronograma de obras a ser apresentado e condicionado a expedição do TVO do empreendimento, acrescido de juros mensais calculados pela SELIC, e mediante correção monetária, com base na legislação federal para créditos desta natureza.

DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA

Art. 204. O Executivo Municipal poderá realizar Operações Urbanas Consorciadas - OUC, de acordo com a Lei Federal nº 10.257/2001, com o objetivo de promover, em um determinado perímetro, transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental.

Art. 205. As Operações Urbanas Consorciadas têm por finalidade:

I- implantar equipamentos estratégicos para o desenvolvimento urbano;

II- ampliar e melhorar o sistema de transporte coletivo, as redes de infraestrutura e o sistema viário estrutural;

III- promover a recuperação ambiental de áreas passíveis de inundação;

IV- implantar e/ou recuperar equipamentos públicos sociais, espaços públicos e áreas verdes;

V- proteger, recuperar e valorizar o patrimônio ambiental, histórico e cultural;

VI- promover o desenvolvimento econômico e a dinamização de áreas visando à geração de empregos.

VII- dar aproveitamento e incentivar o uso e ocupação de áreas vazias e/ou subutilizadas; e,

VIII- melhorar as condições de moradia, trabalho, saúde, educação, lazer e cidadania da população diretamente afetada pela área objeto da OUC, em especial às regiões de baixa renda.

Art. 206. A lei específica que regulamentar cada Operação Urbana Consorciada poderá prever, mediante contrapartida a ser fixada pelo Poder Executivo:

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I- a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das normas edilícias considerado o impacto ambiental delas decorrentes;

II- a regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a legislação vigente;

III- a concessão de incentivos a operações urbanas que utilizam tecnologias visando a redução de impactos ambientais, e que comprovem a utilização, nas construções e uso de edificações urbanas, de tecnologias que reduzam os impactos ambientais e economizem recursos naturais, especificadas as modalidades de design e de obras a serem contempladas;

IV- oferecimento de Certificados de Potencial Construtivo; e,

V- cessão do espaço público terrestre, aéreo ou subterrâneo, resguardado o interesse público.

Parágrafo único. As regularizações de edificações não poderão incorrer em prejuízo das condições de estabilidade, segurança e salubridade das edificações e equipamentos.

Art. 207. A lei específica que regulamentar cada Operação Urbana Consorciada deve atender aos objetivos e diretrizes estabelecidos nesta lei e conter no mínimo:

I- delimitação do perímetro de abrangência da Operação Urbana Consorciada;

II- finalidade da Operação Urbana Consorciada;

III- plano urbanístico;

IV- programa básico de intervenções urbanas articulado com as finalidades da Operação Urbana Consorciada e com o seu plano urbanístico;

V- estudo prévio de impacto ambiental, de vizinhança, quando couber, associado aos estudos necessários à área de intervenção;

VI- programa de atendimento econômico, social e habitacional para a população diretamente afetada pela operação;

VII- previsão de glebas e terrenos para a produção habitacional de interesse social dentro de seu perímetro de abrangência;

VIII- mecanismos de garantia de preservação dos imóveis e espaços urbanos de especial valor histórico, cultural, arquitetônico, paisagístico e ambiental, protegidos por tombamento ou lei;

IX- contrapartidas financeiras a serem exigidas dos proprietários, usuários permanentes e investidores privados em função dos benefícios recebidos;

X- estoques de potencial construtivo adicional;

XI- forma de controle e gestão da operação urbana consorciada, com a previsão de um conselho gestor paritário, formado por representantes do Poder Público e da sociedade civil;

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XII- fundo específico que deverá receber os recursos de contrapartidas financeiras e correntes dos benefícios urbanísticos concedidos; e,

XIII- regras de transição do regime jurídico da operação urbana consorciada para o regime jurídico ordinário da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, aplicáveis ao final de cada Operação Urbana Consorciada.

Art. 208. Os recursos obtidos pelo Poder Público na forma do inciso IX do artigo anterior serão aplicados exclusivamente na implantação do Programa De Intervenções Urbanas previsto na lei de criação da Operação Urbana Consorciada.

§1º. No mínimo 15% (quinze por cento) dos recursos arrecadados deverão ser aplicados em Habitação de Interesse Social no perímetro de abrangência da Operação Urbana Consorciada, preferencialmente na aquisição de glebas e lotes.

§2º. Os recursos a que se refere o parágrafo 1º deverão ser em sua origem depositados em conta específica, vinculada à Operação Urbana Consorciada.

Capítulo VI - DA ARRECADAÇÃO DE IMÓVEIS URBANOS

Art. 209. Os imóveis urbanos em comprovada situação de abandono, cujos proprietários não possuam a intenção de conservá-los em seu patrimônio poderão ser arrecadados pelo Município de Ribeirão Preto, na condição de bens vagos.

§1º. A intenção referida no caput deste artigo será presumida quando o proprietário, cessados os atos de posse sobre o imóvel, não adimplir os ônus fiscais instituídos sobre a propriedade predial e territorial urbana, por cinco anos.

§2º. Outros elementos poderão ser incorporados na caracterização do abandono, tais como falta de uso, deterioração física e inexistência da sua manutenção sistemática.

Art. 210. O procedimento administrativo de que trata o artigo anterior será iniciado:

I- de ofício, pela autoridade competente;

II- por denúncia escrita e fundamentada por qualquer munícipe, inclusive por meio eletrônico; e,

III- por provocação de agentes públicos, inclusive dos órgãos de fiscalização do Município.

Parágrafo único. Compete ao Secretário Municipal de Planejamento e Gestão Pública autorizar a instauração do procedimento de que trata o caput deste artigo.

Art. 211. Coordenada pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, a composição da Comissão Permanente de Arrecadação de Imóveis Urbanos Abandonados, CPAIA, assim como o procedimento administrativo é regulado pelo Decreto Municipal 145/2019 ou por qualquer outra legislação que o venha substituir.

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Art. 212. O imóvel arrecadado que passar à propriedade do Município, será classificado como bem dominical e poderá ser destinado a programas habitacionais, ao fomento da Regularização Fundiária de Interesse Social e Específico, para uso institucional ou serão objeto de concessão de direito real de uso a entidades sociais que comprovadamente tenham fins filantrópicos, assistenciais, educativos, esportivos, culturais, entre outros, no interesse do Município.

§1°. Caso não haja interesse da administração pública no imóvel arrecadado, poderá ser determinada, ainda, sua alienação, respeitados os procedimentos previstos em lei.

§2°. Os valores arrecadados validados pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, deverão ser depositados no Fundo de Desenvolvimento Urbano – FUNDURB, instituído pelo Art. 51 do Plano Diretor, Lei Complementar nº 2.866/2018, ou poderão ser convertidos, integral ou parcialmente, em obras, serviços e investimentos executados diretamente pelo empreendedor por meio de:

I- manutenção ou execução de obras ou serviços; e,

II- transferência ao poder público de imóveis preferencialmente em áreas estratégicas para a implantação de equipamentos públicos, instalação de prédios públicos ou atendimento a programas habitacionais ou para regularização fundiária e urbanística de interesse social, justificado o interesse público.

Capítulo VII - DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA

Art. 213. A aprovação de empreendimentos de grande impacto urbanístico e ambiental conforme especificado nesta lei, tecnicamente justificado, fica condicionada à apresentação prévia de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), conforme artigo 36 da Lei Federal nº 10.257/2001.

§1º. O empreendedor deverá preencher o Boletim de Informações Prévias do Empreendimento (BIPE), prestando informações relativas ao impacto eventualmente causado à vizinhança, que propiciarão à Administração Municipal, por meio da Comissão de Controle Urbanístico, determinar a necessidade ou não de apresentação do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).

§2º. O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), que conterá, no mínimo, análise dos seguintes aspectos, na abrangência da vizinhança analisada:

I- adensamento populacional;

II- equipamentos públicos e comunitários, especialmente unidades escolares, de saúde e de assistência social;

III- uso e ocupação do solo;

IV- possível valorização ou desvalorização imobiliária;

V- geração de tráfego e demanda por transporte público;

VI- serviços de saneamento;

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VII- demanda de atividades de comércio e prestação de serviços;

VIII- ventilação e iluminação;

IX- paisagem urbana e patrimônio natural e cultural;

X- acessibilidade universal, mobilidade em calçadas e transporte ativo;

XI- infraestrutura pública disponível e estimativa de atendimento da demanda futura;

XII- impacto socioeconômico na população residente ou atuante no entorno;

XIII- impactos sonoros, viário e de segurança, em razão da atividade que se pretende desenvolver;

XIV- interferências ou impacto na paisagem;

XV- riscos ambientais;

XVI- geração de resíduos sólidos; e,

XVII- cálculo do custos de manutenção dos serviços públicos adicionais necessários decorrente do empreendimento, como transporte coletivo, coleta e disposição de resíduos sólidos, iluminação pública, limpeza e manutenção de espaços públicos e áreas verdes, custeio de equipamentos de saúde e educação, tendo como base os parâmetros fornecidos pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública e outros órgãos da Administração Pública.

§3º. Os aspectos relacionados no caput deverão ser estudados levando-se em conta a região de entorno do empreendimento, numa distância de no mínimo 300 m (trezentos metros), a partir do perímetro do terreno onde se situa o empreendimento (construído ou a construir) ou do terreno ou gleba a ser parcelado.

§4º. Na solicitação de apresentação de EIV o Departamento de Urbanismo emitirá Termo de Referência - TR para orientar sua elaboração, podendo solicitar outros estudos ou análise de aspectos não relacionados no caput, bem como dispensar, justificadamente, aqueles cuja análise indicar não ser aplicável.

§5º. O EIV deverá ser protocolado em processo próprio, contendo uma via impressa e uma via digital de igual teor, que será remetida a todos os representantes da CCU.

§6º. Os documentos integrantes dos EIV protocolados serão publicados no site da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública ficando disponível para consulta de qualquer interessado, devendo ser divulgado pelo empreendedor aos vizinhos do empreendimento, em um raio de pelo menos 300,0m (trezentos metros), sendo facultado a qualquer munícipe requerer junto à Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, mediante abertura de Processo Administrativo específico, a apresentação pelo empreendedor em audiência pública.

§7º. Caberá à Comissão de Controle Urbanístico a manifestação final sobre o EIV, determinando ao empreendedor/interessado que, às suas expensas, execute modificações em projeto ou obras necessárias para atenuar, compensar ou superar os impactos causados pelo empreendimento.

§8º. Os loteamentos e/ou condomínios, deverão também:

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I- submeter-se às normas relativas ao parcelamento do solo para fins urbanos, conforme previsto nesta lei; e,

II- sujeitar-se às diretrizes, análises e procedimentos referentes aos loteamentos e/ou condomínios.

Art. 214. A elaboração, apresentação e aprovação do EIV não substitui o licenciamento ambiental municipal, estadual ou federal para o empreendimento.

Parágrafo único. Nos casos de empreendimentos e atividades sujeitos à Avaliação de Impacto Ambiental em âmbito municipal, o Estudo de Impacto de Vizinhança deverá ser apresentado como capítulo destacado do estudo ambiental estabelecido nas Diretrizes Ambientais, para análise simultânea de ambos os estudos.

Capítulo VIII - DOS EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO URBANÍSTICO E AMBIENTAL

Art. 215. Serão considerados de impacto urbanístico e ambiental aqueles empreendimentos cuja implantação, individual ou simultânea a outros empreendimentos, que:

I. causem alteração significativa ou sobrecarga na capacidade de suporte dos equipamentos públicos e infraestrutura urbana instalada;

II. atraiam ou produzam grande número de viagens, causando reflexos negativos na circulação viária em seu entorno imediato ou prejudicando a acessibilidade de toda a região; ou,

III. agravem as condições de segurança de veículos e pedestres e/ou que causem impactos além de suas divisas ao meio ambiente natural ou construído.

Art. 216. Se enquadram na definição do artigo anterior:

I. loteamentos, desmembramentos e remembramentos;

II. autorização de controle de acesso e cercamento;

III. conjuntos habitacionais;

IV. empreendimentos residenciais, mistos e não residenciais, horizontais e/ou verticais, em que os parcelamentos de solo não foram objeto de RIT/EIV com previsão da modalidade, conformação, densidade líquida, lotação máxima ou porte de ocupação, com:

a) área de terreno igual ou superior a 10.000,00m² (dez mil metros quadrados);

b) com número de unidades superior a 200 (duzentas); ou,

c) reforma com ampliação de mais de 50% (cinquenta por cento) da área construída original, com área construída total, final, igual ou superior a 10.000m² (dez mil metros quadrados), com ou sem mudança de uso; ou

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d) com 120 (cento e vinte) vagas de estacionamento ou mais, localizadas nas UOP Centro Expandido; ou,

e) com 200 (duzentas) vagas de estacionamento ou mais, localizadas nas demais áreas do Município;

f) com área construída total superior a 20.000,00m² (dez mil metros quadrados) para empreendimentos residenciais ou não residenciais; ou,

V. empreendimentos com uso industrial com:

a) área construída total igual ou superior a 10.000m² (quinze mil metros quadrados) quando instalados em ZPI ou Distrito Industrial em que os parcelamentos de solo não foram objeto de RIT/EIV com previsão desta modalidade, conformação, densidade líquida, lotação máxima ou porte de ocupação; ou,

b) área construída total igual ou superior a 5.000m² (cinco mil metros quadrados) quando, mediante autorização especial, a instalação se der em zoneamento diverso do autorizado no Quadro 05-F; ou,

c) reforma com ampliação de mais de 50% (cinquenta por cento) da área construída original, com área construída total, final, igual ou superior a 10.000m² (dez mil metros quadrados), com ou sem mudança de uso;

VI. empreendimentos com uso institucional:

a) serviços de saúde público ou privado - com área construída computável total igual ou superior a 7.500m² (sete mil e quinhentos metros quadrados);

b) estabelecimentos de ensino público ou privado - com área construída computável total igual ou superior a 2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados);

VII. todos os empreendimentos, excluídos os de uso exclusivo residencial que, de acordo com o cálculo de lotação, demandarem valores iguais ou superiores a 500 (quinhentas) pessoas;

VIII. demais empreendimentos classificados como de impacto nos quadros 05-A, 05-B e 05-D.

IX. empreendimentos, indicados pela CCU, devidamente caracterizados mediante ofício, informação e/ou solicitação de órgãos públicos e das Secretariais Municipais, independentemente do número de unidades ou área, densidade, lotação que apresentem ou estejam:

a) carência de equipamentos públicos sociais na região onde o lote ou gleba está localizado, dimensionados para atender a demanda potencial decorrente do parcelamento do solo, do potencial construtivo e dos usos pretendidos;

b) demandas ambientais;

c) inseridos em imóvel tombado ou em sua área de ambiência quando esta estiver definida no termo de tombamento;

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d) via de acesso oriunda de doação prévia à municipalidade sem que exista a previsão de Diretriz Viária de acordo com o Plano Viário, comprovando o interesse público na ampliação do sistema viário ou que seja oriunda de parcelamento de solo regular;

e) exigência, para sua viabilização, de doação de áreas públicas;

X. empreendimentos residenciais, mistos, ou não residenciais ou industriais com uso incômodo à vizinhança e geradores de incômodo de trânsito e tráfego (GIT):

a) com dimensionamento insuficiente do sistema viário existente que possa ser mitigado por adequação de projeto viário visando melhorar as condições de mobilidade urbana no entorno; ou,

b) com 120 (cento e vinte) vagas de estacionamento ou mais, localizadas nas UOP Centro Expandido; ou,

c) com 200 (duzentas) vagas de estacionamento ou mais, localizadas nas demais áreas do Município; ou,

d) com mais de uma vaga de automóvel por unidade habitacional, com total de vagas superior a 100 (cento) unidades, para empreendimentos exclusivamente residenciais; ou,

e) mais de uma vaga a cada 100m² de área construída, com total de vagas acima de 150 (cento e cinquenta unidades, para empreendimentos não residenciais ou mistos.

f) locais destinados aos usos ou atividades socioculturais, de lazer, de saúde, de assistência social, de educação, de segurança pública, de abastecimento, de segurança alimentar ou de administração pública, com mais de 2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados) de área construída computável;

g) locais destinados à prática de exercício físico ou esporte com mais de 1.500m² (mil e quinhentos metros quadrados) de área construída computável;

h) locais de reunião, culto ou eventos com capacidade para 500 (quinhentas) pessoas ou mais, calculado de acordo com a lotação prevista no Código de Obras;

i) qualquer atividade ou uso que adote a modalidade DRIVE THRU, obrigatoriamente, deverá ser analisada pela Comissão de Controle Urbanístico, que poderá solicitar estudos diversos se necessário for;

j) estacionamento de veículos para transporte de carga e coletivos; e,

k) demais empreendimentos classificados como pólo gerador de trânsito e tráfego (GIT) nos quadros 05-A, 05-B e 05-D.

§1º. Para os empreendimentos compreendidos nos incisos I a X, é obrigatório a apresentação de Estudo de Impacto de Vizinhança.

§2º. Para os empreendimentos compreendidos no inciso X, é obrigatório a apresentação de Relatório de Impacto de Trânsito e Tráfego.

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§3º. Para os empreendimentos compreendidos nos incisos I, II, III, IV e V é obrigatória a abertura de processo de viabilidade.

§4º. Serão considerados empreendimentos contíguos os empreendimentos com a mesma titularidade do terreno e/ou de mesmo grupo empreendedor onde, para dois ou mais empreendimentos a regra será aplicada considerando o somatório das unidades habitacionais, do número de vagas, das áreas construída e dos terrenos.

Art. 217. Os empreendimentos considerados de baixo impacto, com até 200 (duzentas) unidades habitacionais, exclusivamente residenciais, ou com área construída inferior a 20.000 (vinte mil metros quadrados), não residenciais e mistos, serão dispensados do EIV, desde que:

I- estejam servidos por infraestrutura básica, comprovado por meio de certidão emitida pela Secretaria Municipal de Obras Públicas e Secretaria da Infraestrutura;

II- Se garanta a qualificação do sistema viário e de segurança de veículos e pedestres por meio de certidão emitida pela Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (TRANSERP);

III- estejam servidos por serviços públicos de saúde, educação e lazer comprovado por meio de certidão emitida pelos órgãos competentes.

Art. 218. Os demais empreendimentos não elencados neste capítulo, em especial os empreendimentos condominiais, ou aqueles cuja implantação individual ou simultânea a outros empreendimentos, já consolidados ou não, cause alteração significativa na capacidade de suporte dos equipamentos públicos e infraestrutura urbana instalada, independentemente de seu tamanho, deverão passar por análise da Comissão de Controle Urbanístico na intenção de avaliar a necessidade de medidas de mitigação por interferência urbanística em seu entorno.

Capítulo IX - DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E CONTRAPARTIDAS

Art. 219. A Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, que coordena os processos de licenciamento de empreendimentos no município, orientará e definirá por meio da CCU – Comissão de Controle Urbanístico, com base na legislação vigente os procedimentos técnicos e operacionais para a mensuração e definição das medidas de compensação e das contrapartidas demandadas por todos os organismos da administração municipal, sobretudo das Secretarias Municipais do Meio Ambiente, de Obras Públicas, de Planejamento e Gestão Pública, de Educação, de Saúde, de Esportes, de Assistência Social e, também, da TRANSERP e DAERP, entre outros, que serão exigidas como medidas mitigadoras, compensatórias e contrapartidas dos impactos e interferências urbanísticas considerando, também, passivos existentes:

I. as medidas mitigadoras estabelecidas deverão estar diretamente relacionadas com os impactos urbanos gerados pelo empreendimento, sendo que para a compensação deve-se considerar, além das dimensões dos impactos identificados, o porte do empreendimento, seu

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adensamento populacional, a contiguidade de empreendimentos de impacto, assim como suas características;

II. consideram-se medidas mitigadoras as ações, os projetos, as obras e os serviços a serem executados pelo empreendedor para atenuar e/ou eliminar os impactos diretos e indiretos gerados pelo empreendimento no entorno imediato do terreno/gleba e na vizinhança mediata e os impactos no funcionamento da cidade;

III. quando as medidas mitigadoras não puderem ser executadas ou quando não forem suficientes para mitigar os diferentes impactos do empreendimento, serão exigidas medidas compensatórias e/ou contrapartidas; e,

Art. 220. Para efeito da aplicação deste Capítulo não serão consideradas como contrapartidas:

I. as obras de infraestrutura básica incidentes ou outras indispensáveis e necessárias para viabilização do empreendimento e ao seu pleno funcionamento, como melhorias viárias para o acesso direto e seguro aos empreendimentos de qualquer porte, abastecimento de água, sistema de coleta, elevação e afastamento de esgotos, vias públicas e sinalização adequadas, drenagem urbana, energia elétrica e iluminação pública, entre outros;

II. a contribuição, de qualquer natureza, pela disponibilidade de infraestrutura urbana existente no local ou em suas imediações, como infraestrutura viária e abastecimento de água e sistema de coleta, elevação e afastamento de esgotos sanitário, entre outros;

III. o paisagismo e a restauração ecológica estabelecidos em Diretrizes Ambientais; e,

IV. as medidas mitigadoras ou compensatórias decorrentes de processos de Avaliação de Impacto Ambiental municipais ou estaduais.

Art. 221. A análise do empreendimento proposto compreenderá, dentre outros aspectos, se a área e seu entorno têm condições de suportar os impactos gerados pelo empreendimento e as obras, melhorias, serviços e equipamentos necessários à adequada inserção do empreendimento na malha urbana, considerando, ainda, o efeito cumulativo dos empreendimentos existentes e os já aprovados e não implantados.

Art. 222. A exigência de medidas mitigadoras e compensatórias não exclui a exigência de contrapartidas.

Art. 223. Ficam sujeitos a este capítulo todos os empreendimentos que por suas características peculiares de porte, natureza ou localização sejam caracterizados como Empreendimentos de Impacto urbanístico ou ambiental conforme estipulado no capítulo anterior.

Art. 224. As propostas de medidas mitigadoras e de contrapartida indicadas pela Comissão de Controle Urbanístico (CCU) deverão seguir as diretrizes do Comitê Gestor da Política de Desenvolvimento Urbano e Habitação, e serem submetidas ao Secretário de Planejamento e Gestão Pública.

§1°. As propostas definidas nos termos do caput devem compor o Termo de Compromisso, contemplando e unificando as medidas mitigadoras e contrapartidas exigidas, todas as medidas

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mitigadoras e compensatórias definidas para o empreendimento, bem como garantias e cronograma para cumprimento dos compromissos.

§2°. A assinatura do Termo de Compromisso é condicionante para a obtenção do Alvará de aprovação ou Certidão de Viabilidade Urbanística do empreendimento e seu cumprimento é requisito para a emissão do “Habite-se” ou do Termo de Verificação de Obras.

§3º. Os Termos de Compromisso serão publicados no site da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública ficando disponível para consulta de qualquer interessado.

Art. 225. As exigências de contrapartidas estabelecidas serão proporcionais a significância do impacto do empreendimento, sendo o percentual efetivo definido conforme a classificação prevista no Decreto Municipal nº 273/2019 e regulamentos correlatos.

§1º. Quando houver dois ou mais empreendimentos de mesmo grupo empreendedor ou proprietário, em áreas contíguas ou na mesma área de influência em faixa de 300m (trezentos metros) dos limites do empreendimento, a mitigação deverá ser aplicada considerando o somatório das unidades habitacionais, do número de vagas, das áreas construída e dos terrenos e, quando ainda não estiverem sido firmados os Termos de Compromisso citados no artigo anterior, a distribuição de valores da contrapartida total será realizada proporcionalmente ao enquadramento do nível de impacto urbanístico de cada empreendimento.

§2º. Quando um dos empreendimentos descritos no parágrafo anterior possuir o Termo de Compromisso válido e vinculado ao Decreto de Aprovação ou Alvará de Construção, ambos em validade, ou já esteja implantado, o saldo devido da contrapartida atribuída ao conjunto será vinculado ao empreendimento retardatário, descontada aos valores já pagos ou acordados quando do cálculo das interferências impostas inicialmente.

§3º. Por ocasião do licenciamento da construção de edificações em tipologia condominial, sendo etapa de um mesmo empreendimento ou não, independentemente do seu tamanho, deverá a CCU – Comissão de Controle Urbanístico avaliar a necessidade de medidas de mitigação, compensação e contrapartidas para sanar a interferência urbanística, visando mitigar situações de passivos no seu entorno.

Art. 226. Os valores definidos à título de contrapartida, validados pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, deverão ser depositados no Fundo de Desenvolvimento Urbano – FUNDURB, instituído pelo artigo 51 do Plano Diretor, Lei Complementar nº 2.866, de 27 de abril de 2018, e ou poderão ser convertidos, integral ou parcialmente, em obras, serviços e investimentos executados diretamente pelo empreendedor por meio de:

I. manutenção ou execução de obras ou serviços;

II. execução de projetos; e,

III. transferência ao poder público de imóveis preferencialmente em áreas estratégicas para a implantação de equipamentos públicos, instalação de prédios públicos, construção de unidades habitacionais ou atendimento a programas habitacionais ou para regularização fundiária e urbanística de interesse social, justificado o interesse público.

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Art. 227. Os valores das contrapartidas serão direcionados preferencialmente para a área de influência do empreendimento, podendo ser aplicados em outra região do município, por justificada relevância, na execução de melhorias urbanas, tais como:

I. soluções de demandas decorrentes de decisões judiciais da área do desenvolvimento urbano, sobretudo as transitadas em julgado com aplicação de multas.

II. regularização fundiária em áreas específicas de interesse social ou implantação de solução de moradia em casos de remanejamento de moradias ou interesse da política de habitação;

III. elaboração de projetos e implantação parcial ou total de infraestruturas em assentamentos integrantes do Programa de Regularização Fundiária;

IV. implantação, ampliação ou manutenção de equipamentos públicos comunitários, como unidades de educação, de saúde, de assistência social, de segurança, de cultura, de esportes e de lazer;

V. criação, plantio e/ou conservação de áreas verdes municipais, Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente, canteiros, praças e parques;

VI. restauro, reparo ou ampliação de imóveis de interesse histórico, cultural ou paisagístico;

VII. reparos, providências, obras e/ou ações preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas destinadas a evitar ou minimizar os desastres naturais e incidentes tecnológicos, preservar o moral da população e restabelecer a normalidade social assim como determinado pela Defesa Civil; e,

VIII. implantação ou manutenção de infraestruturas urbanas, inclusive calçadas e ciclovias.

Art. 228. Após a emissão do Termo de Compromisso definindo as medidas mitigatórias e compensatórias exigidas, fica vedada a quaisquer órgãos da administração pública municipal, direta ou indireta, a exigência de novas medidas de mitigação ou contrapartidas para compensações adicionais, salvo nos casos de fatos novos não conhecidos anteriormente, que o justifique, mediante aprovação da CCU – Comissão de Controle Urbanístico.

Capítulo X - DA CESSÃO TEMPORÁRIA

Art. 229. Fica autorizada a Prefeitura Municipal, a título precário e discricionário, onerosamente ou gratuitamente, a ceder temporariamente o uso de imóvel municipal ou parte de suas dependências, edificado ou não, independentemente de sua natureza, desde que não prejudique o interesse público, para o exercício de atividades destinadas exclusivamente ao fomento ou promoção de caráter cultural, recreativo, segurança, esportivo, psicossocial, histórico, bem-estar, habitacional, educacional, ambiental, social, beneficente ou direcionado à defesa de grupos étnicos, de gênero ou de grupos vulneráveis legalmente protegidos, como forma de permitir a maior ocupação dos espaços públicos pela sociedade civil.

§1º. A cessão deverá ser precedida da demonstração de interesse público devidamente justificado, sendo dispensada avaliação prévia e autorização legislativa.

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§2º. A cessão deverá ser precedida de chamamento público ou qualquer outro processo seletivo idôneo que assegure a isonomia e igualdade de oportunidade entre os participantes interessados na cessão.

§3º. O chamamento público será dispensado por manifestação técnica da Secretaria ou órgão público municipal cuja atribuição legal corresponda à atividade preponderante do objeto da cessão quando houve indicação da especificidade da cessão e do relevante interesse público envolvido.

§4º. O chamamento público também fica dispensado quando o imóvel for necessário para execução de convênio, contrato ou parceria firmada para fomento ou promoção de caráter cultural, recreativo, segurança, esportivo, psicossocial, histórico, bem-estar, habitacional, educacional, ambiental, social, beneficente, saúde ou direcionado à defesa de grupos vulneráveis legalmente protegidos, mesmo que existente contrapartida financeira ou operacional a ser percebida pelo terceiro.

§5º. A Secretaria ou órgão público municipal cuja atribuição legal corresponda à atividade preponderante do objeto da cessão será responsável pela análise, definição do prazo e termos da cessão e parecer conclusivo para apreciação e decisão do órgão competente pela gestão do patrimônio imobiliário municipal, que formalizará o respectivo instrumento.

§6º - A cessão será formalizada por meio de termo de cessão temporária, cujo extrato deverá ser publicado no Diário Oficial do Município no prazo de até 30 dias contados da assinatura de todos os signatários.

§7º. A cessão temporária não poderá afetar o regular uso do bem público municipal, devendo as atividades desenvolvidas serem abertas a toda a população interessada, observados os termos da cessão.

Art. 230. Os representantes legais da instituição ou entidade, da atividade ou evento serão pessoalmente responsáveis pela manutenção do bem e pela sua devolução à Prefeitura Municipal em condições iguais ou superiores de conservação em que foi cedido, responsabilizando-se pela manutenção estrutural e física, além do pagamento de todos os tributos e ônus de qualquer natureza incidentes sobre o imóvel no prazo da autorização, incluindo energia elétrica, limpeza, água e esgotos, de forma proporcional ao tempo de uso.

Parágrafo único - Na cessão temporária, mesmo quando gratuita, serão cobrados, a título de ressarcimento, os custos administrativos da Prefeitura Municipal, relacionados direta ou indiretamente com o evento ou atividade.

Art. 231. A Prefeitura Municipal poderá retomar o bem a qualquer tempo, unilateralmente, independentemente de prévia notificação, não sendo devida indenização por acessões, construções, benfeitorias ou direito de retenção.

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Capítulo XI - DA SERVIDÃO

Art. 232. Fica autorizada a Prefeitura Municipal a possibilitar a constituição de servidão de passagem em quaisquer imóveis públicos municipais quando constatado por manifestação técnica da Secretaria de Planejamento e Gestão Público que o imóvel confrontante se encontra totalmente encravado, com único acesso ao sistema viário através da área pública.

§1º. A servidão de passagem será onerosa ou gratuita, devendo o beneficiado comprovar sua renda financeira, cuja análise sobre a onerosidade ou gratuidade da servidão caberá à Secretaria da Fazenda.

§2º. A servidão de passagem será autorizada por Decreto, sendo sempre temporária e prevendo a finalidade exclusiva de servir como passagem, sem autorização para edificação na área pública, com exceção às obras necessárias para possibilitar o acesso do imóvel à via pública, como calçamentos e portão, sendo dispensada avaliação prévia, concorrência e autorização legislativa.

§3º. O particular deverá previamente solicitar autorização à Prefeitura Municipal para realização de qualquer obra sobre a servidão de passagem para possibilitar o acesso do imóvel à via pública.

§4º. O proprietário do prédio dominante não poderá ceder por tempo determinado ou indeterminado, gratuitamente ou onerosamente, o uso da servidão para terceiros ou sua utilização de forma diversa da constante no Decreto, restringindo-se o exercício da servidão às necessidades do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, o agravamento do encargo ao prédio serviente.

§5º. Deverá o particular arcar com a totalidade das despesas com obras existentes à instituição, conservação e uso da servidão de passagem, na forma do artigo 1.381 do Código Civil, sem direito de regresso ou retenção quanto à Prefeitura Municipal.

§6º. Deverá constar no Decreto autorizador e na escritura pública que a servidão de passagem se extinguirá com:

I. o advento de novo acesso ao imóvel particular que torne desnecessária a servidão de passagem constituída, cessada a utilidade que determinou a constituição da servidão; II. o término do prazo concedido; III. o descumprimento dos termos do Decreto e desta Lei; IV. a renúncia do titular de sua servidão; V. o interesse público devidamente justificado quando a Prefeitura Municipal necessitar resgatar a servidão, assegurado o contraditório mediante processo administrativo e notificação prévia no prazo antecedente de 30 dias; VI. a reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; VII. a supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; VIII. o não uso pelo particular, durante dez anos contínuos. IX. acordo comum entre as partes; e/ou, X. a ocorrência de causas de extinção de servidão previstas na legislação federal, estadual e municipal.

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§7º. Na hipótese de extinção da servidão de passagem por qualquer motivo o particular não terá direito de retenção ou à indenização pela evicção e por acessões ou benfeitorias de qualquer tipo e natureza, sejam necessárias, voluptuárias ou úteis, arcando o particular, igualmente, com a totalidade dos custos de eventual remoção da servidão de um local para outro.

§8º. O particular deverá arcar com a totalidade dos custos devidos pela lavratura da escritura de servidão e seu efetivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis, bem como por outras despesas decorrentes da efetivação dos termos do Decreto, inclusive na hipótese dos custos pela extinção, exceto se devidamente comprovada sua hipossuficiência econômica, cuja apreciação fica a cargo da Secretaria da Fazenda.

Capítulo XII - DA PERMISSÃO DE USO

Art. 233. Fica autorizada a Prefeitura Municipal, de modo discricionário e precário, onerosamente ou gratuitamente, a permitir o uso individual de quaisquer bens municipais imóveis e móveis por terceiros ou entes públicos, por prazo indeterminado ou determinado, conforme o caso e quando houver interesse público relevante, devidamente justificado.

Art. 234. A permissão de uso poderá incidir sobre qualquer bem público, dependerá de concorrência e far-se-á a título precário, mediante decreto.

§1º. A concorrência fica dispensada nas hipóteses desta lei e quando o uso se destinar à concessionária de serviço público, a entidades assistenciais ou quando houver interesse público relevante, devidamente justificado.

§2º. É autorizada a permissão de uso de espaço aéreo, subsolo e a superfície de terrenos públicos municipais, tomada em projeção vertical.

§3º. Do decreto de outorga constarão as condições da permissão, dentre as quais:

I. a finalidade da sua realização; II. os direitos e obrigações do permissionário; III. o prazo de vigência ou se a permissão é por prazo indeterminado; IV. o valor da garantia de cumprimento das obrigações, quando exigida, e a forma de seu recolhimento; V. especificações de compensações ambientais ou urbanísticas, conforme o caso; VI. as penalidades aplicáveis, nos casos de inadimplemento; e VII. o valor e a forma de pagamento quando onerosa a permissão.

Art. 235. Fica autorizada a Prefeitura Municipal a conceder permissão de uso de quaisquer áreas públicas municipais a ser utilizadas para atividades de agricultura urbana e criação de hortas comunitárias, visando ao fortalecimento das ações de segurança alimentar no Município e economia, dispensada concorrência e lei autorizativa, nos termos da Lei Municipal nº 4.412/1983, Decreto Municipal nº 240/1987 e demais regulamentos.

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Art. 236. Fica autorizada a Prefeitura Municipal a conceder permissão de uso de quaisquer áreas públicas municipais para instalação de equipamentos de segurança particular, visando ao fortalecimento das ações de proteção e segurança pública no Município, nos termos do Decreto Municipal nº 156/2018 e regulamentos posteriores.

Art. 237. A Prefeitura Municipal poderá retomar o bem a qualquer tempo, unilateralmente, com prévia notificação, não sendo devida indenização por acessões, construções, benfeitorias ou direito de retenção.

Capítulo XIII - DA CONCESSÃO DE USO

Art. 238. O uso de bens municipais imóveis por terceiros poderá ser feito mediante concessão, conforme o caso e quando houver interesse público relevante, devidamente justificado.

§1º. A concessão de uso dependerá de autorização legislativa, avaliação prévia, concorrência e far-se-á mediante contrato, sob pena de nulidade do ato.

§2º. A concorrência fica dispensada quando se tratar de imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito habitacional ou de regularização fundiária de interesse social ou quando o uso se destinar a concessionária de serviço público, a projetos ou entidades assistenciais, culturais, esportivos, ambientais ou quando houver interesse público relevante, devidamente justificado e ratificado pelo Prefeito Municipal.

§3º. A concorrência também fica dispensada quando o imóvel for necessário para execução de convênio ou parceria firmada para fomento de atividades assistenciais, educacionais, culturais, habitacionais, esportivos, ambientais, de saúde ou segurança, mesmo que existente contrapartida financeira a ser percebida pelo terceiro.

§4º. A concorrência também fica dispensada quando se tratar de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados), inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos ou aprovados por órgãos ou entidades da administração pública municipal.

Art. 239. O concessionário responderá por todos os encargos civis, trabalhistas, previdenciários, administrativos e tributários que venham a incidir sobre o imóvel e suas rendas.

Art. 240. A Prefeitura Municipal poderá retomar o bem a qualquer tempo, unilateralmente, independentemente de prévia notificação, não sendo devida indenização por acessões, construções, benfeitorias ou direito de retenção.

§ 1º. O concessionário é responsável pela manutenção do bem cedido e pela sua devolução à Prefeitura Municipal em condições iguais ou superiores de conservação em que foi cedido. § 2º. O concessionário também é responsável pela manutenção estrutural e física, além do pagamento de todos os tributos e ônus de qualquer natureza incidentes sobre o imóvel no prazo da concessão de uso, incluindo energia elétrica, água e esgotos.

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§ 3º. Ao término do prazo da concessão o bem retornará à posse da Prefeitura Municipal, independentemente de notificação. § 4º. A Prefeitura Municipal poderá renovar o prazo de concessão. § 5º. O concessionário deverá arcar com a totalidade dos custos devidos pela lavratura da escritura e seu efetivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis, bem como por outras despesas decorrentes da efetivação dos termos da concessão, inclusive na hipótese dos custos pela extinção, exceto se devidamente comprovada sua hipossuficiência econômica, cuja apreciação fica a cargo da Secretaria da Fazenda.

Capítulo XIV - DA CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO

Art. 241. Fica autorizada a Prefeitura Municipal, por meio de contrato, a transferir o uso, oneroso ou gratuito, de terreno público a particular ou ente público, por tempo certo ou indeterminado, como direito real resolúvel, para fins específicos de urbanização, industrialização, fomento ao comércio, geração de empregos, habitação, segurança, regularização fundiária, aproveitamento sustentável do meio ambiente, preservação das comunidades e seus meios de subsistência, edificação, cultivo da terra, ou outra utilização de interesse social, ambiental ou cultural.

§ 1º. É permitida a concessão de uso de espaço aéreo, subsolo e a superfície de terrenos públicos municipais, tomada em projeção vertical.

§ 2º. Poderá ser objeto de concessão de direito real de uso bem imóvel tombado pela Prefeitura Municipal, mediante prévio parecer técnico do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Ribeirão Preto – CONPPAC-RP quanto à viabilidade da concessão.

§ 3º. A concessão dependerá de autorização legislativa, avaliação prévia, concorrência e far-se-á mediante contrato, sob pena de nulidade do ato.

§ 4º. A concorrência fica dispensada quando o uso se destinar à concessionária de serviço público, a entidades assistenciais ou quando houver interesse público relevante, devidamente justificado.

Art. 242. A concessão de direito real de uso é transferível por ato intervivos ou por sucessão legítima ou testamentária, a título gratuito ou remunerado, como os demais direitos reais sobre coisas alheias, revertendo o imóvel à Prefeitura Municipal concedente se o concessionário ou seus sucessores não lhe derem o uso definido ou o desviarem de sua finalidade contratual.

Art. 243. O concessionário responderá por todos os encargos civis, trabalhistas, previdenciários, administrativos e tributários que venham a incidir sobre o imóvel e suas rendas.

Art. 244. A concessão de direito real de uso observará, naquilo que não for incompatível, as disposições previstas para a concessão de uso.

Capítulo XV - DA REURBANIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO CONSORCIADA

Art. 245. A Prefeitura Municipal poderá declarar de utilidade pública ou interesse social, para fins de desapropriação, imóvel urbano para suprir às necessidades de habitação, implantação de

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infraestrutura, desenvolvimento urbano ou trabalho da população a que deve ou possa suprir com nova destinação de uso.

§ 1º. A reurbanização ou urbanização consorciada dependerá de parecer técnico de viabilidade da Comissão de Controle Urbanístico (CCU) e independe de prévio pedido de parcelamento do solo. § 2º. O pagamento integral da justa indenização do imóvel desapropriado e demais custos do procedimento expropriatório e execução e implantação da respectiva infraestrutura ou edificação a ser realizadas poderá ser custeada por terceiros, à critério da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, como medidas mitigatórias, contrapartidas, condicionantes de aprovação, compensações ou doações. § 3º. Fica autorizada a Prefeitura Municipal a compensar valores dispendidos por terceiros nos termos dos parágrafos anteriores através de compensação não-tributária ou tributária de impostos, taxas e contribuição de melhoria, vencidos ou vincendos, na forma do Código Tributário Municipal. § 4º. As obrigações da reurbanização ou urbanização consorciada constarão em Termo de Compromisso a ser firmado.

TÍTULO VIII - DO LICENCIAMENTO DE ATIVIDADES, DE PROJETOS DE EDIFICAÇÃO E DE URBANIFICAÇÃO

Art. 246. A implantação e ou instalação de usos e atividades nas Zonas Urbanas e de Expansão Urbana é submetida à prévia análise e autorização mediante a aprovação de projetos e emissão das licenças pertinentes, de acordo com as normas contidas nesta lei, no Código do Meio Ambiente e no Código de Obras.

Art. 247. Qualquer construção de edificação ou de obras complementares de edificação, bem como ampliações ou reformas, será permitida mediante a análise de conformidade de uso e ocupação do solo mediante a aprovação do projeto e emissão do respectivo Alvará de Construção e devem:

I- possuir frente para via pública oficial devidamente implantada;

II- respeitar os parâmetros estabelecidos no Quadro 04, dentre outros requisitos e condições contidos nesta lei, no Código de Obras e no Código do Meio Ambiente;

III- seguir ao disposto no Título V desta lei, quando localizadas em imóveis que não foram objeto de parcelamento do solo.

Parágrafo único. Para efeito de aplicação da disposição do inciso I, não será exigida a pavimentação das vias públicas aos casos de residência unifamiliar ou reforma de edificações de qualquer uso.

Art. 248. Projetos Especiais são os empreendimentos, de parcelamento do solo e ou de edificações, que demandam uma análise técnica multisetorial devido aos aspectos urbanísticos, ambientais, econômicos e sociais, considerando-se as condicionantes físico-territoriais e de infraestrutura urbana, devido ao porte, tipologia, incomodidade, intensificação de tráfego de veículos, adensamento construtivo e populacional, e suporte dos serviços públicos.

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§1º. Para efeito de aplicação desta lei, são considerados Projetos Especiais os empreendimentos de urbanificação e/ou edificação que:

I- se enquadrem como de impacto urbanístico, conforme disposto no artigo 222;

II- sejam classificados como Geradores de Incômodo de Tráfego;

III- estejam sujeitos à incidência de áreas públicas;

IV- exijam implantação ou complementação de infraestrutura urbana; e,

V- impliquem em implantação de controle de acesso a bens públicos.

§2º. Os Projetos Especiais somente poderão ser aprovados mediante prévia expedição de diretrizes municipais e de Certificado de Viabilidade Urbanística (CVU) pelo Departamento de Urbanismo da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, em processo específico conforme descrito nesta lei.

§3º. É de competência do GAPE a análise técnica dos Projetos Especiais para emissão do CVU, podendo este instruir e deliberar quanto:

I- a conformidade técnica prévia dos projetos básicos urbanísticos e/ou arquitetônicos, perante a legislação urbanística e ambiental pertinentes bem como às diretrizes incidentes;

II- a análise prévia dos projetos básicos de infraestrutura urbana; e,

III- às condicionantes técnicas que vincularão a aprovação, a implantação e o auto de conclusão de obras dos empreendimentos.

Art. 249. Para os empreendimentos enquadrados como Projetos Especiais deverá ser previamente solicitado, mediante protocolo de processo administrativo específico junto à Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, as diretrizes municipais e o Certificado de Viabilidade Urbanística para o empreendimento, apresentando:

I- título de propriedade do imóvel, atualizado e emitido a menos de 90 (noventa) dias, contendo as características e dimensões atualizadas;

II- croquis de localização da área a ser parcelada, sobrepostos à imagem de satélite, , de tal forma que identifique os limites do imóvel, situação atual, áreas e demais elementos que identifiquem e o caracterizem;

III- Certidão Negativa de Débitos de tributos municipais que incidam sobre a área ou Certidão Positiva com Efeito Negativo, bem como seu cadastramento municipal;

IV- levantamento planialtimétrico e cadastral completo referenciado em coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercator), ao Sistema Geodésico Brasileiro SIRGAS2000 e/ou outro sistema que o substitua; e,

V- Diretrizes Ambientais expedidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Parágrafo único. Poderão ser admitidas, para a emissão do Certificado de Viabilidade Urbanística, áreas vinculadas ao INCRA, registrados em Oficial de Registro de Imóveis.

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Capítulo I - DA AUTORIZAÇÃO PARA INSTALAÇÃO DOS USOS E ATIVIDADES

Art. 250. A instalação de qualquer uso na Zona Urbana e na Zona de Expansão Urbana dependerá de prévia autorização dada pela Prefeitura Municipal, por meio da emissão do respectivo Alvará de Construção e/ou Alvará de Funcionamento, após análise do imóvel quanto à conformidade urbanística e edilícia de acordo com disposições contidas nesta lei, no Código de Obras, no Código do Meio Ambiente, e demais legislações pertinentes.

§1º. As atividades ou usos das edificações a que se refere o caput, só poderão ser iniciadas após análise dos órgãos competentes quanto à conformidade urbanística e edilícia, quanto ao sistema viário, trânsito e transporte coletivo, no caso de GIT-1, GIT-2 e GIT-3, quando for o caso, de Licença Ambiental, conforme previsto em legislação federal, estadual e municipal.

§2º. Para os usos e atividades classificados como GIT-2 e GIT-3, os órgãos responsáveis pelo sistema viário, trânsito e transporte coletivo poderão, quando necessário, exigir número maior de vagas do que o estabelecido nesta lei, bem como demais adequações a serem atendidas no projeto, tais como localização das vagas, dos acessos de veículos particulares e de carga, travessias e acessos de pedestres, desde que justificado tecnicamente e aprovado pela Comissão de Controle Urbanístico - CCU.

Art. 251. Será admitida na Zona Rural, a instalação de usos e atividades não residenciais nRa e nR1 mediante obtenção de anuência da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, devendo também atender às normas contidas nesta lei, no Código de Obras, no Código do Meio Ambiente e na legislação federal e estadual.

Capítulo II - DAS DIRETRIZES E DO CERTIFICADO DE VIABILIDADE URBANÍSTICA (CVU)

Art. 252. As diretrizes municipais são as manifestações quanto a viabilidade e disposições técnicas e legais, expedidas pelos órgãos públicos competentes que compõe a administração municipal, necessárias para o desenvolvimento e licenciamento de projetos.

§1º. As Diretrizes Municipais compreendem:

I- As Diretrizes Ambientais;

II- As Diretrizes Urbanísticas, que conterão:

a) diretrizes de uso e ocupação do solo;

b) diretrizes viárias e de mobilidade urbana;

c) diretrizes de Habitação de Interesse Social, quando aplicável; e,

d) diretrizes de organização territorial.

III- As diretrizes das infraestruturas urbanas e serviços públicos:

a) abastecimento de água;

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b) coleta de esgotos;

c) coleta de lixo;

d) trânsito;

e) transporte coletivo; e,

f) pavimentação e drenagem.

§2º. As Diretrizes Municipais deverão dispor sobre a temática pertinente a cada órgão municipal competente, referidas no parágrafo anterior, relacionado à infraestrutura urbana, serviços públicos e/ou área de atuação correlata, devendo constar, ao menos:

I- a identificação do imóvel e dos responsáveis;

II- a caracterização do local e do seu entorno, quanto à infraestrutura urbana e serviços públicos e/ou área de atuação do órgão responsável;

III- a manifestação quanto ao disposto no artigo 250, respectiva a cada órgão municipal;

IV- as condicionantes legais e administrativas para a aprovação dos projetos, expedição de licenças e conclusão de obras;

V- a necessidade de disponibilização de área, suas características e condicionantes, para implantação de equipamentos urbanos e comunitários, conforme o caso;

VI- as condicionantes de viabilidade para implantação do empreendimento, no que couber;

VII- as exigências técnicas para desenvolvimento dos projetos executivos específicos, que sejam necessários; e,

VIII- prazos e condições de validade das diretrizes.

§3º. As diretrizes descritas nos incisos I e II serão emitidas pelas Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria do Planejamento e Gestão Pública, respectivamente.

§4º. As diretrizes municipais serão fornecidas pelos órgãos competentes por meio de certidão com validade de 1 (um) ano a partir da data de sua expedição.

§5º. Após a emissão das Diretrizes, o interessado deverá apresentar o projeto urbanístico e os projetos básicos de infraestrutura urbana do empreendimento num prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, para serem analisados pelo GAPE, sendo o processo arquivado após esta data.

§6º. O desarquivamento a que se refere o parágrafo anterior poderá acontecer mediante pagamento da taxa de desarquivamento e o processo deverá receber manifestação de todos os órgãos necessários quanto a ratificação das informações das Diretrizes emitidas, podendo o requerente solicitar novas diretrizes a seu desejo.

§7º. Nos casos de processos em que se caracterize o licenciamento ambiental (RARAM, RAP, EIA), o processo deverá receber manifestação de todos os órgãos necessários quanto a ratificação das informações das Diretrizes emitidas.

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§8º. Caso seja necessário, no previsto no parágrafo anterior, deverão emitidas novas diretrizes.

§9º. As diretrizes municipais serão automaticamente revalidadas por até 1 (um) ano no protocolo do Processo de Certificado de Viabilidade Urbanística.

Art. 253. As diretrizes municipais, nos casos de Projetos Especiais, deverão ser expedidas em certidão única de modo a garantir economicidade processual e também validade unificada, por meio de sistematização, automatização e simplificação de procedimentos, conforme definido em Decreto regulamentador do Executivo.

§1º. No atendimento ao caput, as referidas diretrizes serão expedidas por solicitação da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública a cada órgão responsável, que terão prazo de 30 (trinta) dias, a partir do recebimento da solicitação, para emissão das diretrizes pertinentes conforme disposto neste artigo.

§2º. O prazo referido no parágrafo anterior poderá ser prorrogado nos casos de justificada necessidade do órgão emissor, devidamente comunicada ao requerente e à Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, nos termos do Decreto regulamentador do Executivo.

Art. 254. Nos casos em que houver interferência em área de domínio de rodovias será necessária a apresentação de anuência dos órgãos e agentes responsáveis.

Art. 255. O empreendedor deverá apresentar Termo de Responsabilidade garantindo a consulta prévia às empresas fornecedoras de energia elétrica e telecomunicações sobre a viabilidade de atendimento ao empreendimento.

Art. 256. O Certificado de Viabilidade Urbanística (CVU) é o documento oficial que atesta que o empreendimento atende a legislação municipal e, especialmente, as diretrizes e objetivos da política urbana expressos no Plano Diretor.

§1º. O CVU será emitido pelo departamento de Urbanismo da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública quando houver, no processo administrativo, o cumprimento de, no mínimo, os seguintes requisitos:

I- diretrizes municipais válidas, emitidas por cada um dos órgãos municipais em atendimento ao artigo 250, quanto a viabilidade de implantação, ampliação e/ou prestação dos serviços públicos e infraestruturas urbanas;

II- o parecer conclusivo da análise técnica do GAPE, manifestando a conformidade do projeto urbanístico à legislação e diretrizes municipais pertinentes; e,

III- a conformidade da documentação apresentada no processo administrativo.

§2º. Nos casos em que forem estabelecidas medidas de mitigação e ou compensação, conforme a análise do EIV ou da interferência urbanística, anteriormente à emissão do CVU deverão ser formalizados os compromissos necessários para atendimento dessas medidas.

§3º. Nos casos de produção de HIS ou soluções de moradia para HIS, anteriormente à emissão do CVU deverão ser formalizados os compromissos de atendimento previstos para enquadramento à Lei HIS.

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§4º. Deverão constar no CVU as condicionantes estabelecidas pelos órgãos municipais, pelo GAPE e pela CCU, necessárias à aprovação, implantação ou operação dos empreendimentos enquadrados como projetos especiais.

§5º. Será vinculada ao CVU uma via do projeto urbanístico idêntica ao projeto aprovado pelo GAPE.

§6º. O CVU garantirá o aditamento da validade das diretrizes municipais por um prazo de até 2 (dois) anos, à partir da emissão da CVU, dentro dos quais o empreendimento deverá estar devidamente aprovado, mediante emissão do respectivo ato de aprovação, sob pena de indeferimento e extinção do processo administrativo por ocasião do descumprimento deste prazo.

§7º. Antes do vencimento do prazo estabelecido no parágrafo anterior, o interessado poderá apresentar justificativa e pedido de aditivo de prazo, uma única vez, por até 1 (um) ano, tendo como referência a data inicial da validade da CVU.

§8º. As justificativas descritas no parágrafo anterior devem ser de atos, procedimentos, circunstâncias ou burocracia alheias aos responsáveis técnicos ou empreendedores do objeto

§9º. Deverá constar do processo de aprovação do empreendimento, bem como dos processos de aprovação de abastecimento e esgotamento sanitário, de drenagem e de paisagismo, uma via original do projeto urbanístico vinculado ao CVU, além dos projetos executivos inerentes.

Art. 257. A aprovação de projetos de construção ou ampliação de edificações não enquadrados como Projetos Especiais deverá ser precedida de emissão de Certidão de Diretrizes de Construção caso:

I- possuam área total de edificação superior a 750m² (setecentos e cinquenta metros quadrados); e/ou,

II- estejam em lote com área superior a 1.000m² (mil metros quadrados); e/ou,

III- sejam caracterizados como condomínio edilício com qualquer área.

§1º. A Certidão de Diretrizes de Construção conterá no que couber:

a) diretrizes de uso e ocupação do solo;

b) diretrizes viárias e de mobilidade urbana; e,

c) diretrizes de organização territorial.

§2º. A Certidão de Diretrizes de Construção terá validade de 1 (um) ano, a partir da sua emissão, não sendo permitida sua renovação.

§3º. Após a emissão da Certidão de Diretrizes de Construção o interessado deverá apresentar o projeto de construção num prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, para ser analisado pelo setor competente.

§4º. O projeto, de que trata o caput, somente poderá ser aprovado dentro do prazo de validade da Certidão de Diretrizes de Construção.

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§5º. O descumprimento dos prazos estabelecidos nos parágrafos 4 º e 5º deste artigo, implicará no indeferimento e extinção do processo administrativo, sendo vedado o aditamento de prazo.

§6º. A Certidão que trata o caput será dispensada para casos de ampliação menor que 10% (dez por cento) da área construída total existente, desde que esta área a ser ampliada não ultrapasse a metragem de 500m² (quinhentos metros quadrados).

§7º. Não se aplica o disposto neste artigo os casos descritos no parágrafo único do artigo 41.

Capítulo III - DA APROVAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

Art. 258. A execução de qualquer tipo de edificação, seja ela construção, reforma, reconstrução ou ampliação no Município, só poderá ser iniciada após a obtenção do Alvará de Construção fornecido pelo Poder Executivo e com atendimento integral dos parâmetros e limitações urbanísticas de uso e ocupação do solo, estabelecidas nesta e em outras leis pertinentes, especialmente no Código de Obras.

§1º. Tratando-se de uso não residencial, o interessado deverá solicitar, anteriormente à expedição do Alvará de Construção, o Licenciamento Ambiental, conforme especificado nos artigos 46 e 47.

§2º. Os procedimentos para a solicitação do Alvará de Construção e respectivo “Habite-se”, são os que constam do Código de Obras.

Capítulo IV - DO LICENCIAMENTO DAS MODALIDADES DE URBANIFICAÇÃO

Art. 259. Em empreendimento de urbanificação, o empreendedor responsável deverá garantir a manutenção das Áreas, Espaços Públicos e Edificações vinculados ao empreendimento pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos consecutivos.

§1º. O prazo mínimo referido no caput será contado a partir da emissão de Termo de Verificação de Obras Provisório (TVO - P).

§2º. Transcorrido o prazo previsto no caput e comprovada a efetiva manutenção, será emitido Termo de Verificação de Obras Definitivo (TVO –D).

Seção I - PARCELAMENTO DO SOLO

Art. 260. Para a aprovação do parcelamento do solo nas modalidades de loteamento ou desmembramento, o proprietário da área ou seu representante legal devidamente caracterizado e poderes devidos para tal, deverá formalizar processo administrativo contendo todos os documentos elencados em normativo definido pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§1º. A Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública emitirá a certidão de conformidade para o Grupo de Análise de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo (Graprohab) para

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aprovação do loteamento junto àquele órgão, que emitirá Certificado do GRAPROHAB, vinculado aos projetos por ele aprovados, devidamente carimbados, e que deverão ser anexados pelo interessado, ao processo de aprovação.

§2º. Para áreas situadas no interior da zona de proteção do aeródromo e helipontos, o interessado deverá observar as disposições legais do Comando da Aeronáutica - COMAER e da Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC.

§3º. Atendidas as exigências dos parágrafos anteriores, o Secretário Municipal de Planejamento e Gestão Pública expedirá licença para execução dos serviços de terraplanagem e demarcações, os quais serão recebidos pelos órgãos técnicos da Prefeitura Municipal.

§4º. A Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública formalizará junto ao empreendedor, a forma de caucionamento, para a implantação da infraestrutura, conforme determinado nesta lei.

§5º. Estando o projeto urbanístico devidamente aprovado, assinados os Termos de Compromissos, após manifestação favorável dos Secretários Municipais de Planejamento e Gestão Pública e dos Negócios Jurídicos, o Prefeito Municipal baixará ato administrativo de aprovação do parcelamento do solo por meio de Decreto do Poder Executivo.

§6º. Após a publicação do decreto a Secretaria de Planejamento e Gestão Pública ratificará os projetos e memoriais descritivos com a designação de APROVADO e expressa referência à presente lei e ao decreto de aprovação, mediante o pagamento dos respectivos emolumentos e tributos de acordo com o Código Tributário Municipal e legislação respectiva.

Art. 261. Nos loteamentos para fins urbanos será obrigatória a execução, por parte do empreendedor, no mínimo das seguintes obras e equipamentos urbanos, de acordo com os projetos constantes do processo administrativo de aprovação:

I. abertura de vias de circulação e de acesso com implantação de guias e sarjetas; II. demarcação de lotes, quadras e logradouros com a colocação de marcos de concreto; III. construção do sistema de escoamento de águas pluviais, inclusive galerias, bocas de lobo, guias e sarjetas, canaletas ou outro sistema, conforme padrões técnicos fixados pelo Poder Executivo; IV. projeto e execução de sistema estrutural de infiltração e de retenção ou retardamento do fluxo de águas pluviais, atendendo a normas técnicas e especificações formuladas pelos órgãos competentes e, integrado ao previsto no inciso III; V. construção do sistema público de esgotamento sanitário com as respectivas derivações prediais, de acordo com normas e padrões técnicos da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e do DAERP, sendo que todo o esgoto sanitário do loteamento deverá ser tratado; VI. construção do sistema público de abastecimento de água potável com as respectivas derivações prediais, além das necessárias à instalação de hidrantes, estas últimas, na proporção de uma para cada dois quarteirões e, quando for o caso, captação, recalque e reservação d'água, de acordo com os padrões técnicos da ABNT; e do DAERP;

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VII. obras de contenção de taludes e aterros destinados a evitar desmoronamento e o assoreamento dos rios, córregos, ribeirões, lagoas, represas, etc.; VIII. colocação da rede de energia elétrica e iluminação pública em conformidade com os padrões técnicos fixados por órgão ou entidade pública competente; IX. pavimentação das vias com asfalto ou outros materiais aprovados pela Secretaria de Obras Públicas mediante demonstrativos técnicos da resistência e estabilidade, considerando a topografia e o clima da cidade, dando-se preferência àqueles que permitam maior durabilidade e melhor custo-benefício na manutenção, conforme seja determinado pelo Poder Público, inclusive os dispositivos referentes à acessibilidade, de acordo com os padrões técnicos da ABNT; e, X. projeto de paisagismo do sistema de áreas verdes e de lazer, arborização das ruas e avenidas, bem como sua implantação de acordo com o Código do Meio Ambiente e diretrizes do departamento responsável pela gestão ambiental.

Art. 262. A aprovação e a execução de projeto de parcelamento do solo, na modalidade de loteamento, obedecerá a seguinte sistemática:

a) atendidas pelo projeto as disposições legais, será expedida, pela Secretaria Municipal e Obras Públicas, aprovação do cronograma físico-financeiro das obras a executar;

b) para garantia da perfeita execução das obras constantes do projeto, memoriais e cronograma físico-financeiro aprovados, o loteador deverá efetuar caução nos termos do artigo 262;

c) somente após o registro do loteamento, o loteador poderá dar início às obras;

d) executadas, vistoriadas e aceitas as obras do loteamento disposta no artigo 260, os Órgão Competentes expedirão Termos de Recebimento Parciais de Obras e documento liberando o loteador da modalidade de garantia prestada;

e) o prazo de validade do cronograma físico-financeiro e do instrumento de garantia é de 4 (quatro) anos, contados da data de sua aprovação e de sua constituição, respectivamente;

f) após o decurso do prazo a que se refere a alínea “e” deste inciso, caso as obras não estejam concluídas, o interessado perderá o direito à devolução da garantia prestada.

§1º. Deverá constar dos modelos de contrato-padrão a serem arquivados no Oficial de Registro de Imóveis a existência de termo de garantia e cronograma físico-financeiro das obras a executar.

§2º. O prazo para a realização da vistoria referida na alínea “d” do “caput” deste artigo, será de 60 (sessenta) dias, após o qual o requerente poderá solicitar às instâncias superiores a apreciação e solução do pedido, sendo que o prazo para a manifestação de cada instância é de, no máximo, 30 (trinta) dias.

§3º. O disposto nas alíneas “b” e “c” deste artigo deverá constar obrigatoriamente da autorização para execução das obras.

§4º. As obras enumeradas no artigo 260 deverão ser executadas sob a responsabilidade do empreendedor, após o Decreto de Aprovação do Loteamento, em obediência ao cronograma físico

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financeiro por ele proposto, com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnicas (RRT) específica, desde que os orçamentos que embasam o cronograma estejam devidamente validados, por meio da Secretaria Municipal de Obras Públicas e do DAERP - Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto, respeitados os seguintes prazos máximos:

I- 2 (dois) anos para a execução das obras elencadas nos incisos I, II e III deste artigo;

II- 3 (três) anos para a execução das obras elencadas nos incisos IV e V deste artigo;

III- 4 (quatro) anos para a execução das obras elencadas nos incisos VI, VIII e IX deste artigo; e,

IV- implantação e manutenção do paisagismo conforme estabelecido no Código do Meio Ambiente e respectivos regulamentos.

§5º. O cronograma físico financeiro deverá ser validado pela Secretaria Municipal de Obras Públicas para aprovação dos projetos executivos e fiscalização da execução das obras de infraestrutura, equipamentos e serviços urbanos.

§6º. A proporção de descaucionamento será sempre relativa à comprovação de execução das obras pelo empreendedor, mediante a apresentação de Termos de Recebimento Parciais de Obras a serem emitidos pelo DAERP, pela TRANSERP, Secretaria Municipal de Infraestrutura, pela Secretaria Municipal de Obras Públicas e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, para cada serviço executado, conforme abaixo:

I- 14% (quatorze por cento) para obras de abertura de vias de circulação e rede de escoamento de águas pluviais, com seu lançamento em galerias executado;

II- 20% (vinte por cento) para obras de colocação de guias e sarjetas e plantio de grama;

III- 16% (dezesseis por cento) para obras do sistema de coleta, elevação e afastamento de esgotos, com as respectivas derivações prediais, devidamente interligadas ao sistema público existente;

IV- 20% (vinte por cento) para as obras das redes distribuidoras de água, com as respectivas derivações prediais, incluindo a instalação de hidrantes na proporção de 1 (um) para cada 2 (dois) quarteirões e, conforme o caso, captação, recalque e reservação de água, com suas redes distribuidoras de água interna ao loteamento devidamente interligadas ao sistema público existente; e,

V- 30% (trinta por cento) para as obras de implantação de pavimentação, com as redes e derivações de água e esgotos, galerias de águas pluviais e sarjetas, iluminação e paisagismo.

Art. 263. O empreendedor garantirá a execução das obras mencionadas no artigo anterior, por meio de garantia de valor, no mínimo, 10% (dez por cento) superior ao necessário para conclusão integral das mesmas, optando por uma das seguintes modalidades:

I- dinheiro;

II- área de terreno fora da área parcelada, por meio de alienação fiduciária ou hipoteca;

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III- caução em lotes no próprio empreendimento, mediante escritura de garantia hipotecária ou alienação fiduciária;

IV- seguro-garantia; e,

V- fiança bancária.

§1º. As modalidades de garantia poderão ser liberadas parcial e proporcionalmente à infraestrutura executada.

§2º. O oferecimento de seguro-garantia ou fiança bancária por terceiro não proprietário da gleba parcelada deverá ser acompanhado de termo de assunção integral de responsabilidade assinado pelos responsáveis legais do garante, com firma reconhecida, devendo constar menção expressa à renúncia do benefício de ordem do Artigo 827 do Código Civil e fixação da irrevogabilidade da assunção.

§3º. Caso a fiança bancária não seja prestada por estabelecimento domiciliado no Município de Ribeirão Preto, deverá constar para a garantia apresentada o endosso que atribua a um estabelecimento bancário domiciliado na Cidade de Ribeirão Preto total comprometimento, inclusive com responsabilidade solidária, com todos os termos constantes da garantia.

§4º. A multa prevista no § 5º poderá ser novamente aplicada sequencialmente se decorrido o prazo de 30 (trinta dias) da primeira autuação na hipótese de não solucionada a questão da entrega dos relatórios mensais obrigatórios, aplicando-se no que couber o artigo 11, § 4º do Decreto Municipal nº 280/2015.

§5º. Os empreendedores que optarem pelas modalidades previstas nos incisos IV e V do caput deverão apresentar, 90 (noventa) dias antes do vencimento da garantia, os termos de recebimento das obras de infraestruturas, tal como especificado no cronograma físico financeiro do empreendimento, emitidos por meio dos órgãos competentes.

§6º. Caso as obras não sejam concluídas no prazo estipulado no parágrafo anterior, o empreendedor deverá apresentar levantamento das obras faltantes, ratificado pelos órgãos públicos municipais competentes, e solicitar prorrogação do prazo para execução das obras de infraestrutura e da garantia, mediante apuração dos valores restantes para renovar a apólice, conforme condições gerais de sua seguradora.

§7º. A prorrogação de prazo, prevista no parágrafo anterior, será admitida apenas por uma vez.

§8º. Os órgãos responsáveis pela fiscalização das obras de infraestruturas relacionadas no artigo 260 deverão informar à Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública sobre o estágio das obras relativas aos parcelamentos em andamento, conforme cronograma físico financeiro aprovado para o empreendimento, quando solicitado.

Art. 264. Nos casos de aditamento de caução com complemento de valor e prorrogação de vigência, a unidade contratante emitirá um Ofício comunicando-o conforme normativo.

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§1º. No aditamento de valor contratual, a garantia apresentada pelo caucionante poderá discriminar o valor de acréscimo ou contemplar o valor total que consta caucionado.

§2º. O reforço da garantia poderá ser efetuado em nova modalidade, desde que observado o valor constante no termo contratual.

§3º. Nos casos somente de aditamento de vigência contratual, a unidade contratante deverá notificar o caucionante, com pelo menos 90 (trinta) dias de antecedência, para efetivar a cobertura do prazo de validade da garantia antes que atinja a data do seu vencimento.

Art. 265. A garantia oferecida poderá ser substituída por uma de outra modalidade, por mudança de seguradora ou instituição bancária e por redução do valor previsto no contrato, desde que autorizada pela unidade contratante e contenha os dados necessários da caução a ser substituída.

§1º. O pedido de substituição deverá ser feito através de Processo Administrativo específico, com despacho da unidade contratante, publicado no Diário Oficial da Cidade, autorizando a substituição e atestando que não há pendências a serem suportadas pela garantia substituída.

§2º. A devolução da garantia substituída será feita após o recebimento da garantia substituta.

Art. 266. O descaucionamento da manutenção do paisagismo ocorrerá na forma prevista no Código do Meio Ambiente e nos regulamentos.

Art. 267. Findos os prazos fixados para execução das obras de infraestrutura, conforme artigo 135, alínea “g” incisos II desta lei, o empreendedor perderá, em favor da Fazenda Pública Municipal, a proporção da caução estabelecida para as obras relacionadas no artigo 138 que não tenham sido realizadas, ou vinculações fixadas nos artigos subsequentes, para as obras que não tenham sido realizadas.

Parágrafo único. Concretizadas as hipóteses do caput, a Prefeitura Municipal ficará obrigada a executar as obras relativas à caução ou a promover ação competente para adjudicar ao seu patrimônio público a área de terreno caucionada, conforme Inciso II do artigo 135.

Art. 268. Após vistoriada e constatada a boa execução das infraestruturas, dos equipamentos urbanos e serviços, em conformidade com os projetos aprovados, e Termos Parciais de Recebimento de Obras emitidos pelos órgãos competentes, a Secretaria Municipal de Obras Públicas lavrará o Termo de Verificação de Obra e procederá o recebimento do loteamento.

§1º. A vistoria final, por parte da Prefeitura Municipal, será procedida após requerimento do interessado solicitando a aceitação dos serviços.

§2º. Na aceitação dos serviços mencionados no caput deste artigo serão exigidos, relativamente aos projetos dos sistemas de distribuição de água e de coleta, elevação e afastamento de esgotos, Termo de Recebimento expedido pelo DAERP e, relativamente à rede de fornecimento de energia elétrica domiciliar e de iluminação pública, o Termo de Recebimento, expedido pela concessionária local.

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§3º. Se durante a execução das obras for constatada a má execução dos serviços ou emprego de materiais de qualidade inferior ou, ainda, desobediência aos projetos aprovados, a Prefeitura Municipal intimará o loteador a refazer o serviço de modo correto.

Art. 269. Caso as obras não tenham sido realizadas no prazo de 04 (quatro) anos, nos termos da Lei Federal nº 6.766/79, a Prefeitura Municipal poderá executar as obras por sua conta, cobrando do loteador, além das garantias oferecidas, conforme o caso, 20% (quarenta por cento) a título de taxa de administração, calculados sobre o custo total das infraestruturas, equipamentos urbanos e serviços.

Art. 270. Qualquer modificação no projeto ou na execução de parcelamento do solo, nas modalidades de loteamento e desmembramento, deverá ser submetida à aprovação da Prefeitura, a pedido do interessado, conforme documentação a ser definida em legislação municipal específica.

Parágrafo único. Nos pedidos de modificações em loteamentos registrados, deverá ser comprovada a anuência de todos os adquirentes existentes dentro da área a ser modificada, a menos que haja regra explícita no título de aquisição que afaste a necessidade de tal anuência.

Art. 271. A implantação do loteamento poderá ser realizada em etapas, com a expedição do respectivo termo de verificação e execução parcial das obras.

Seção II - DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO

Art. 272. Para a aprovação da modalidade de condomínio edilício, o proprietário da área, seu representante legal ou o empreendedor devidamente caracterizado e poderes devidos para tal, deverá formalizar processo administrativo contendo todos os documentos elencados em normativo definido pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§1º. O desmembramento e doações das partes envolvidas no projeto do condomínio urbanístico, quando for o caso, deverão ocorrer no mesmo processo que originou a emissão da certidão de viabilidade para o empreendimento, por meio de solicitação expressa do interessado, acompanhada dos memoriais descritivos das partes, respectivo mapa com quadro de áreas e ART do responsável técnico.

§2º. Após conferência, o processo de viabilidade a que se refere o parágrafo anterior, será encaminhado aos setores competentes da Administração Municipal, que encaminharão os procedimentos necessários à abertura de cadastros com destinação específica, para as partes do projeto, como sistema de áreas verdes e de lazer, áreas institucionais ou de sistema viário, conforme o caso, e da área líquida do condomínio urbanístico.

§3º. Caberá ao interessado, sem qualquer ônus para o município, a elaboração das escrituras públicas e posterior registro no cartório competente, das partes envolvidas no empreendimento, conforme indicado nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sejam elas particulares ou doadas ao Poder Público.

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§4º. Após análise das edificações do projeto, constantes do processo de aprovação do empreendimento, pelo departamento competente da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública, o interessado deverá apresentar os projetos de esgotamento sanitário, drenagem, incluindo galerias de águas pluviais e sistemas de retenção do deflúvio, e paisagismo, devidamente aprovados pelos órgãos competentes, bem como outras exigências apontadas na certidão de viabilidade.

§5º. O condomínio receberá a “aprovação prévia”, aguardará a aprovação pelo GRAPROHAB, e posterior anexação, por parte do interessado, do Certificado e respectivo projeto aprovado junto àquele órgão, para então ser expedido o Alvará de Construção para o condomínio urbanístico.

§6º. Os processos administrativos sobre aprovação de condomínios urbanísticos poderão tramitar, mesmo que o empreendedor apresente título aquisitivo com ônus ou gravame que recaiam sobre o imóvel a ser parcelado, mas somente será expedido o “Habite-se” com apresentação da certidão do cartório de registro de imóveis, devidamente atualizada, onde conste que o imóvel está livre e desembaraçado de quaisquer ônus e/ou gravames.

Art. 273. Após a implantação das edificações do condomínio urbanístico, bem como a realização das obras de infraestrutura e vinculadas ao projeto, o interessado deverá protocolar processo administrativo solicitando o “Habite-se”, contendo todos os documentos elencados em normativo definido pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública

§1º. Deverão ser anexados ao processo os demais documentos apontados na Certidão de Viabilidade, que condicionam a expedição do “Habite-se”.

§2º. É proibida a expedição de “Habite-se”, ainda que parcial, para o condomínio, enquanto não for comprovado o cumprimento de todas as exigências contidas no Certificado de Viabilidade Urbanística, devidamente validado pelos órgãos competentes.

Seção III - DO INÍCIO E RECEBIMENTO DAS OBRAS

Art. 274. O oferecimento de garantia para execução do cronograma aprovado dos loteamentos e demais parcelamentos do solo será feito individualmente para cada Secretaria ou órgão municipal responsável pela aprovação do respectivo projeto de infraestrutura ou paisagismo e pela sua respectiva fiscalização.

§1º. A garantia e o seu valor individualizado para cada obra de infraestrutura, equipamento urbano e paisagismo englobando a garantia anterior à aprovação do loteamento e as decorrentes renovações, referente ao cronograma aprovado de implantação da infraestrutura, pavimentação, guia, sarjeta, drenagem urbana, rede de energia elétrica e iluminação pública, rede de água e esgotos e paisagismo demais infraestruturas exigidas, será formalizada diretamente em cada

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Secretaria ou órgão municipal responsável pela aprovação do respectivo projeto de infraestrutura ou paisagismo.

§2º. A implantação e manutenção do empreendimento, por 5 (cinco), deverá ser garantida por meio de caucionamento, da seguinte forma:

I. para a Implantação o caucionamento deverá ser apresentado após a aprovação do Projeto de Paisagismo, antes da emissão do Decreto de Aprovação, a partir de orçamento a ser aprovado pela Secretaria de Obras públicas, com o valor dos custos totais da sua implantação; e, II. para a Manutenção o caucionamento deverá ser apresentado após a emissão do TVO - P, em valor correspondente aos custos totais da sua implantação e manutenção.

Art. 275. Os prazos definidos nos cronogramas aprovados dos loteamentos e demais parcelamentos do solo poderão ser prorrogados mediante apresentação de nova garantia, desde que prevista na legislação municipal respectiva, não podendo a concessão de prazo suplementar ultrapassar o prazo máximo de 04 (quatro) anos previsto no artigo 9º da Lei Federal nº 6.766/1979.

§1º. A aprovação da prorrogação do prazo para entrega das obras de infraestrutura e paisagismo definido no cronograma aprovado, bem como a renovação da garantia, será de competência de cada Secretaria ou órgão municipal responsável pela aprovação do respectivo projeto de infraestrutura ou paisagismo e pela sua respectiva fiscalização.

§2ª. O controle de cada etapa do cronograma físico financeiro e a fiscalização de obras de infraestrutura ou paisagismo caberá a cada Secretaria ou órgão municipal responsável pelo recebimento de cada infraestrutura.

§3º. No caso de não cumprimento do prazo de cada etapa do cronograma firmado por parte do loteador, a respectiva Secretaria ou órgão municipal deverá comunicar a Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos para que proceda à execução da respectiva garantia.

§4º. Nos casos em que for garantida a execução das obras de infraestrutura ou paisagismo por seguro-garantia ou fiança bancária, a comunicação à Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos deverá ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias antes do vencimento da respectiva garantia.

§5º. A Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos deverá ser comunicada quando houver pedido de prorrogação do prazo do cronograma físico financeiro, devendo a comunicação, nestes casos, ser acompanhada de cópia do instrumento de garantia, onde seja possível identificar os prazos concedidos e as condições da garantia.

Art. 276. O descaucionamento parcial ou total das garantias deverá ser efetivado por cada Secretaria ou órgão responsável pelo recebimento da respectiva infraestrutura ou paisagismo na proporção descrita no atestado de recebimento de obras.

Parágrafo único. Na hipótese de descaucionamento de lotes, após elaborada a respectiva minuta de descaucionamento por parte da Secretaria ou órgão responsável pelo recebimento da respectiva infraestrutura ou paisagismo, deverá ser o processo administrativo ou expediente remetido à

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Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos para manifestação e posterior encaminhamento à Secretaria de Governo para deliberação.

Art. 277. Quando oferecido seguro garantia, caberá ao empreendedor- tomador encaminhar à Secretaria ou órgão municipal responsável pela aprovação do respectivo projeto de infraestrutura ou paisagismo, até o dia 30 de cada mês, relatório mensal resumido do andamento da execução das obras de infraestruturas, inclusive com a descrição de eventuais atrasos ou empecilhos à execução.

§1º. Na hipótese de não encaminhamento dentro do prazo do relatório constante no caput, caberá à Secretaria ou órgão municipal responsável pela aprovação do respectivo projeto de infraestrutura e paisagismo notificar o empreendedor-tomador por e-mail, carta, termo, edital ou por qualquer outro meio que dê ciência inequívoca da notificação ao interessado, para que apresente no prazo de 10 dias o. relatório faltante, sob pena de aplicação da multa prevista no artigo 11 deste Decreto nº 280/2015.

§2º. Na hipótese de atraso de qualquer etapa na execução das obras de infraestrutura ou paisagismo em face do cronograma estabelecido, deverá a Secretaria ou órgão municipal responsável pela aprovação do respectivo projeto de infraestrutura ou paisagismo notificar a seguradora/banco e o empreendedor-tomador por e-mail, carta, termo, edital ou por qualquer outro meio que dê ciência inequívoca da notificação ao interessado, para que justifique o atraso nas obras.

Art. 278. A impossibilidade da execução por parte da Prefeitura Municipal das garantias oferecidas na hipótese de inadimplemento quanto à execução das obras de infraestrutura e paisagismo, independentemente dos motivos, não isenta o empreendedor da responsabilidade de promover a sua execução, podendo a Prefeitura Municipal acioná-lo por meio de ação judicial para tanto.

Art. 279. Na forma desta e demais leis municipais, será aplicada, pela Fiscalização Geral, multa administrativa no valor de 240 (duzentos e quarenta) UFESP para o empreendedor que:

I- descumprir a entrega do relatório mensal, após a notificação conforme previsto nesta lei;

II- atrasar as obras nas datas previstas no cronograma aprovado; e,

III- não promover ou atrasar quanto à renovação da garantia oferecida e vencida.

§1º. Caberá à Secretaria ou órgão municipal responsável pela aprovação do respectivo projeto de infraestrutura e paisagismo que procedeu à notificação, remeter à Fiscalização Geral documentos e informações necessárias para a lavratura do auto de infração.

§2º. O autuado terá o prazo de trinta dias a contar da respectiva notificação para efetuar o pagamento da multa aplicada junto à Secretaria Municipal da Fazenda.

§3º. Ultrapassado o prazo de 30 (trinta) dias do parágrafo anterior sem que ocorra o pagamento da multa, deverá a Fiscalização Geral encaminhar o auto de infração respectivo para inscrição em dívida ativa junto à Secretaria Municipal da Fazenda.

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§4º. Nas hipóteses previstas nos incisos I e II deste artigo, poderão ser lavrados autos de infração continuados, um a cada mês, enquanto não regularizada a situação por parte do empreendedor infrator.

Capítulo V – DOS COLEGIADOS

Seção I - DA COMISSÃO DE CONTROLE URBANÍSTICO (CCU)

Art. 280. A Comissão de Controle Urbanístico de Ribeirão Preto (CCU) é o grupo formado por profissionais técnicos da Administração direta e indireta instituída por esta lei, que possui as seguintes atribuições:

I- Analisar e dar parecer nos processos, referentes a:

a) empreendimentos de impacto urbanístico

b) Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV;

c) Relatório de Impacto de Trânsito - RIT;

d) interferências urbanísticas;

e) processos de transferências do direito de construir;

f) operações urbanas consorciadas;

g) outorga onerosa;

h) consórcio imobiliário;

i) parcelamento, edificação ou edificação compulsórios;

j) aplicação de recursos financeiros do Fundo de Desenvolvimento Urbano;

k) autorização de controle de acesso e cercamento (análise de processo, projetos e interferências)

l) empreendimentos habitacionais nas Áreas Especiais de Interesse Social, exceto as regularizações de parcelamentos irregulares e/ou de núcleos urbanos implantados em áreas públicas ou particulares; e,

m) paisagem urbana por meio da Lei Cidade Limpa.

II- Emitir relatório de efeitos gerados pelo empreendimento e parecer quanto às contrapartidas e medidas de mitigação e compensação, submetendo a apreciação e deliberação do Secretário de Planejamento e Gestão Pública, que a tomará com base nas diretrizes do Comitê de Desenvolvimento Urbano e Habitação.

III- Elaborar o Termo de Compromisso de Execução das obras ou ações solicitadas no Relatório Final, necessárias para mitigar ou compensar os impactos decorrentes do empreendimento, que será publicado no site da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública;

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IV- Emitir pareceres sobre quaisquer assuntos de interesse para o desenvolvimento econômico, social, urbanístico e ambiental do município; e,

V- Gerenciar a aplicação dos instrumentos urbanísticos previstos nesta lei.

Art. 281. A Comissão de Controle Urbanístico será composta por servidores estatutários, funcionários contratados em regime de CLT e/ou nomeados por portaria, da seguinte forma:

I. 2 (dois) técnicos representantes do Departamento de Urbanismo da Secretaria de Planejamento Gestão Pública;

II. 2 (dois) técnicos representantes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente;

III. 2 (dois) técnicos representantes do Departamento de Análise de Projetos da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública;

IV. 1 (um) técnico representante do Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (DAERP); e,

V. 1 (um) técnico representante da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (TRANSERP).

§1º.. Representantes de outros órgãos poderão integrar ou participar eventualmente de reuniões da CCU, conforme o assunto a ser tratado, mediante solicitação formal do Secretário de Planejamento e Gestão Pública ao titular da unidade administrativa que designará o profissional competente.

§2º. Cara representante titular terá direito a um representante do mesmo órgão na condição de Membro Suplente que substituirá o titular em suas ausências.

Art. 282. A Comissão de Controle Urbanístico reunir-se-á por convocação do Secretário Municipal de Planejamento e Gestão Pública, na medida das necessidades, necessitando de quórum mínimo para as manifestações técnicas de sua competência

Parágrafo Único. A Secretaria de Planejamento e Gestão Pública fornecerá todo material de apoio administrativo necessário para o bom funcionamento da Comissão.

Art. 283. O procedimento administrativo da CCU é regulado pelo Decreto Municipal nº 165/2018 ou por qualquer outra legislação que o venha substituir, e a nomeação se dará por meio de portaria expedida pelo Secretário Municipal de Planejamento e Gestão Pública onde serão especificados os procedimentos e prazos internos para o funcionamento do grupo.

Seção II - DA CÂMARA TÉCNICA DE LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA (CTLU)

Art. 284. A Câmara Técnica de Legislação Urbanística - CLTU, subordinada à Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, é composta por funcionários da Administração direta e indireta e representantes da Sociedade Civil com as seguintes atribuições:

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I- analisar casos não previstos e dirimir dúvidas na aplicação do Plano Diretor, suas leis de regulamentação complementar, assim como outras afetas às questões urbanas e/ou decorrente delas;

II- debater e apresentar sugestões às propostas de alteração de legislação urbanística, quando solicitado por seu Presidente;

III- debater e apresentar sugestões aos projetos de lei de interesse urbanístico e ambiental;

IV- apoiar tecnicamente a Comissão de Controle Urbanístico, no que se refere às questões urbanísticas e ambientais;

V- Formular e propor minutas de projetos de regulamentação das leis urbanísticas em decreto ou portaria; e,

VI- Opinar e formular propostas que contribuam no aprimoramento dos procedimentos de análise e aprovação de projetos de parcelamento e edificação, inclusive de sistemas eletrônicos.

Art. 285. A CTLU, é formada por representantes, titulares e respectivos suplentes na seguinte conformidade:

I- 5 (cinco) membros representantes do Poder Público:

a) 1 (um) representante da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública;

b) 1 (um) representante da Secretaria Municipal do Meio Ambiente;

c) 1 (um) representante do Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (DAERP);

d) 1 (um) representante da Secretaria Municipal de Obras Públicas;

e) 1 (um) representante da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (TRANSERP);

II- 5 (cinco) membros representantes da sociedade civil, com experiência nas áreas de planejamento e gestão urbana, notadamente nos campos de urbanismo, meio ambiente, mobilidade urbana, bem como do setor acadêmico, setor técnico profissional, dos setores produtivo, e representante das associações de profissionais e empreendedores.

§1º. Os representantes do poder público serão indicados pelos titulares dos órgãos públicos que representam.

§2º. Os representantes da sociedade civil serão escolhidos em Assembleia Geral convocada especialmente para este fim, conforme regulamentação.

§3º. Compõe também a CTLU o Secretário de Planejamento e Gestão Pública que a preside, podendo convidar representantes de outras Secretarias, Autarquias e entidades ou organizações da sociedade civil para reuniões da CLTU em razão do tema em debate.

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Seção III - DO GRUPO DE ANÁLISE DE PROJETOS ESPECIAIS (GAPE)

Art. 286. O Grupo de Análise de Projetos Especiais, GAPE, constituído junto à Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, tem por finalidade agilizar o processo de licenciamento mediante a análise técnica de projetos especiais, possibilitando a manifestação interdisciplinar, sujeito à homologação do Secretário de Planejamento e Gestão Pública, sobre a conformidade destes projetos em face das diretrizes aplicáveis emitidas pelos órgãos públicos, autarquias e empresas concessionárias de serviços públicos, com base na legislação municipal, estadual e federal vigente.

§1º. São considerados projetos especiais os empreendimentos definidos no artigo 255.

§2º. O GAPE é composto por:

I- Diretor do Departamento de Urbanismo da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública;

II- Representante técnico da Divisão de Uso e Ocupação do Solo do Departamento de Urbanismo da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública;

III- Representante técnico da Divisão de Sistema Viário do Departamento de Urbanismo da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública;

IV- Representante técnico da Divisão de Organização Territorial do Departamento de Urbanismo da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública;

V- Diretor do Departamento de Análise e Controle de Projetos da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública;

VI- Representante técnico da Divisão de Análise de Projetos do Departamento de Análise e Controle de Projetos da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública;

VII- Representante técnico do Departamento de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMMA;

VIII- Representante técnico do Departamento de Águas e Esgotos de Ribeirão Preto (DAERP); e,

IX- Representante técnico da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (TRANSERP).

§3º. Os representantes técnicos, titular e suplente, representantes das secretarias, autarquias e empresas mencionadas neste artigo serão designados pelos titulares de cada órgão, cuja nomeação será publicada no Diário Oficial Municipal pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§4º. Representantes de outros órgãos poderão integrar ou participar eventualmente de reuniões do GAPE, conforme o assunto a ser tratado, mediante solicitação formal do Secretário de Planejamento e Gestão Pública ao titular da unidade administrativa que designará o profissional competente.

§5º. Cada representante será responsável pelas manifestações concernentes à sua área de atuação, conforme o órgão que representa.

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Art. 287. O procedimento administrativo do GAPE é regulado pelo Decreto Municipal nº 165/2018 ou por qualquer outra legislação que o venha substituir e a nomeação se dará por meio de portaria expedida pelo Secretário Municipal de Planejamento e Gestão Pública onde serão especificados os procedimentos e prazos internos para o funcionamento do grupo e poderá incluir representantes de outros organismos municipais, justificadamente.

Seção IV - DO CONSELHO MUNICIPAL DE URBANISMO - COMUR

Art. 288. O Conselho Municipal de Urbanismo (COMUR) é o órgão colegiado consultivo, encarregado de assessorar o Poder Público em assuntos referentes ao Plano Diretor do Município de Ribeirão Preto e demais normativos legais de matéria urbanística.

§1º. Compete ao COMUR:

I- reunir pesquisas, estudos e projetos originários das diversas entidades de classe, associações que representem a comunidade e órgãos públicos municipais, estaduais e federais, preparando e sistematizando a documentação necessária à exata identificação das tendências de expansão urbana e das características socioeconômicas e culturais da cidade;

II- propor medidas e opinar, com base nos estudos mencionados na alínea anterior, e na boa doutrina das modernas teorias de urbanismo, sobre o plano diretor de Ribeirão Preto, assim como todas as leis a ele complementares e suas eventuais revisões;

III- propor medidas e opinar sobre o Código de Obras e de Edificações do Município;

IV- propor medidas e opinar sobre a Lei de zoneamento urbano e diretrizes suplementares de parcelamento, uso e ocupação do solo do Município;

V- realizar e elaborar todas e quaisquer atividades relacionadas com o estudo de assuntos ligados à racional urbanização do Município, mesmo que não arrolados nas alíneas anteriores;

VI- revisar seu regimento interno em 90 (noventa) dias;

VII- emitir parecer sobre todas as operações interligadas, conforme disposto na legislação pertinente; e

VIII- emitir parecer e sugerir sobre todas as iniciativas do Poder Público que de alguma forma possam interferir com os objetivos do COMUR, por meio de ações ou omissões.

§2º. É obrigação da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública (Secretaria de Planejamento e Gestão Pública) fornecer o suporte técnico e administrativo necessário para o perfeito funcionamento do COMUR, conforme determinado em Regimento Interno.

§3º. O COMUR deverá, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, após a aprovação desta lei, elaborar o Regimento Interno, que será aprovado e publicado por meio de decreto municipal.

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Art. 289. O COMUR será constituído para mandato de dois (2) anos por 18 (dezoito) Conselheiros membros da Administração Municipal e da Sociedade Civil, dividida em dois grupos:

I- 09 (nove) Conselheiros representando o Poder Executivo por meio das Secretarias, Empresas e Autarquias da Administração municipal descritas abaixo:

a) o Secretário de Planejamento e Gestão Pública ou 1 (um) representante desta pasta;

b) 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente;

c) 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Obras Públicas;

d) 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Infraestrutura;

e) 01 (um) representante da Secretaria Municipal da Cultura;

f) 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Turismo;

g) 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Governo;

h) 01 (um) representante da Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto – DAERP; e,

i) 01 (um)representante da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto – TRANSERP.

II- 09 (nove) Conselheiros representando a Sociedade Civil escolhidos pela forma descrita nesta lei e com a seguinte discriminação representativa de seus segmentos:

a) 03 (três) representantes do Segmento dos Movimentos Sociais, abrangendo as Associações de Moradores de Bairro, Clubes de Serviços, Associações Culturais, Movimentos Sociais por Moradia, Organizações Não Governamentais (ONGs) com atuação do desenvolvimento urbano ou ambiental, e assemelhados;

b) 03 (três) representantes do Segmento de Entidades e Conselhos Profissionais, abrangendo a Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) e assemelhados;

c) 02 (dois) representantes do Segmento Empresarial ou Sindical, com atuação no desenvolvimento urbano ou ambiental, tais como a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP), Sindicato da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON), Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP), Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Estado de São Paulo (SASP), e assemelhados; e,

d) 01 (um) representante das Instituições de Ensino Superior com cursos de graduação ou pós-graduação com atuação no desenvolvimento urbano ou ambiental.

§1º. Cada Membro Nato e cada Conselheiro titular terá um respectivo suplente que assumirá a posição de titular apenas na ausência deste, mas poderão participar das reuniões com direito a voz.

§2º. Os Conselheiros Suplentes não precisam pertencer a mesma entidade do titular.

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§3º. Chefe do Executivo nomeará os titulares e suplentes representando as Secretarias, Empresas e Autarquias da Administração municipal, bem como os representantes da Sociedade Civil escolhidos e indicados na forma desta lei.

§4º. Poderão participar das reuniões do COMUR, na categoria de CONVIDADOS os órgãos públicos, as entidades e demais organizações sociais não contempladas neste artigo, por proposta do seu presidente ao Plenário.

§5º. A Secretaria de Planejamento e Gestão Pública publicará Edital de chamamento do Processo Eleitoral, com no mínimo 30 (trinta) dias corridos anteriores ao pleito contendo a indicação da Comissão Eleitoral composta por três membros e o Regimento Eleitoral.

§6º. As entidades da Sociedade Civil Organizada para se candidatarem a participar do COMUR, na proporção do inciso II deste artigo, devem apresentar comprovação da sua atuação que será analisada pela Comissão Eleitoral.

§7º. Cada Segmento definirá o processo de eleição entre seus pares presentes na data da Eleição, devendo produzir ata específica, assinada pelos participantes.

§8º. O exercício das funções de Membro Nato e de Conselheiro não será remunerado, sendo considerado honorífico e de alta relevância para o Município.

§9º. As entidades ou organizações que compõem a Sociedade Civil Organizada poderão indicar a qualquer momento a substituição dos nomes que a representam por meio de Ofício encaminhado à Secretaria do COMUR.

§10. As entidades, cujos conselheiros que titular e suplente não participarem sistematicamente das reuniões do COMUR, sem justificativa, serão instadas pelo presidente da COMUR para substituí-los.

§11. Caso a entidade decline da sua participação no COMUR, o Secretário de Planejamento e Gestão publicará edital de Chamamento para escolha da entidade substituta.

§12. Se no processo eleitoral mencionado no §5º, não houverem entidades em número suficiente para compor as vagas existentes, as remanescentes poderão ser ocupadas por outras entidades e segmentos por decisão do Plenário.

§13. A presidência do COMUR será exercida por membro eleito pelos conselheiros, substituída pelo seu suplente ou alguém por sua designação nos seus impedimentos que exercerá o voto de qualidade, quando necessário.

Seção V - DO COMITÊ GESTOR DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E HABITAÇÃO

Art. 290. Fica constituído o Comitê Gestor da Política de Desenvolvimento Urbano e Habitação, colegiado de governo composto pelas Secretarias e organismos abaixo relacionados, com o objetivo de promover a reflexão, formulação e implementação de medidas setoriais e integradas dispostas no Plano Diretor, nos Planos Setoriais e Leis Complementares conexas, em consonância com o Plano Plurianual, Plano de Metas e o Planejamento Estratégico da Administração.

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§1º. Compõem o Comitê os Secretários e Dirigentes dos seguintes organismos, titular e suplente a serem designados pelo prefeito:

I- Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, que o coordena;

II- Secretaria Municipal do Meio Ambiente;

III- Secretaria Municipal da Assistência Social;

IV- Secretaria Municipal de Obras Públicas;

V- Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto – DAERP; e,

VI- Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto - TRANSERP.

VII- Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto - COHAB-RP;

§2º. Outras Secretarias e Organismos municipais poderão ser convidados a participar de reuniões do Comitê em função dos temas da pauta das reuniões, assim como organismos da sociedade, autoridades e profissionais especializados, sempre na forma do seu regulamento.

§3º. Este Colegiado, de natureza operacional e de gestão de governo, se reunirá trimestralmente ou quantas vezes mais for necessário, e levará em consideração as deliberações ou recomendações dos Conselhos Municipais e Comitês Técnicos setoriais bem como os Colegiados Metropolitanos, Estaduais e Federais afins.

Capítulo VI - DOS PRAZOS

Art. 291. A Administração Pública Municipal fará a transição para o Licenciamento simplificado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses após a publicação desta lei.

Art. 292. No processo de licenciamento municipal, a Secretaria de Planejamento e Gestão Pública observará os seguintes prazos máximos de análise, a contar da data de protocolo do requerimento pelo interessado até seu deferimento ou indeferimento:

I- 12 (doze) meses nos casos em que houver EIV ou RIT;

II- 18 (dezoito) meses nos casos que contemplem EIA-RIMA Municipal e ou audiência pública;

III- 6 (seis) meses nos demais casos.

§1º. A contagem dos prazos estipulados nos incisos I e II será suspensa durante a elaboração dos estudos, projetos e esclarecimentos por parte do interessado.

§2º. A alteração dos prazos estipulados nos incisos I e II poderá ocorrer se justificada, mediante solicitação e/ou concordância do interessado e da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§3º. O não cumprimento dos prazos estipulados nos incisos deste artigo sujeitará o licenciamento à ação do órgão que detenha competência para atuar supletivamente.

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Art. 293. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para manifestação dos requerentes nos processos de licenciamento de projetos, obras, parcelamentos e outros empreendimentos, assim como de “Habite-se” e outros correlatos da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública a partir da promulgação desta lei, a contar do recebimento da respectiva notificação:

§1°. 30 (trinta) dias para os Projetos Especiais nominados nesta lei.

§2°. 15 (quinze) dias para os demais empreendimentos.

§3°. A prorrogação dos prazos estipulados nos parágrafos anteriores poderá ocorrer se justificada e com a concordância do interessado e da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§4°. O não cumprimento do prazo estipulado no caput, sem justificativa, sujeitará ao arquivamento do processo administrativo.

§5°. Nos casos em que houver a extinção de processo administrativo, o interessado deverá iniciar novo processo para a apreciação da mesma proposta de empreendimento ou atividade, com o recolhimento das respectivas taxas aplicáveis.

Art. 294. Para efeito de informação ao requerente, o mesmo será comunicado via e-mail com antecedência de 15 (quinze) dias e publicado no site da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, o que será registrado nos autos dos processos, que serão arquivados por decurso de prazo e remetidos para o arquivo central, físico ou digital.

§1°. Decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias após o envio do processo ao arquivo central, sem manifestação do interessado pelo desarquivamento, ficará autorizada a extinção e o expurgo do processo.

§2°. É dever do requerente manter atualizado os dados cadastrais para contato nos processos e deverá o setor de expediente da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública adotar procedimentos de redundância de meios de comunicação para garantir que o interessado efetivamente receba o aviso de arquivamento.

§3°. Para contagem dos prazos previstos no neste artigo, será considerado o período sob responsabilidade do requerente para atendimento a partir da data da última exigência comunicada.

Art. 295. A contagem do prazo previsto neste Capítulo cessará quando.

§1º. As pendências forem atendidas com manifestação nos autos.

§2º. Quando houver pedido formal e justificado de prorrogação do prazo, estabelecendo este como novo prazo a ser contabilizado conforme previsto neste Capítulo, desde que a justificativa seja acatada pelo setor competente.

§3º. Nos casos de processos que dependam de estudos e manifestações de setores e órgãos externos, os prazos definidos nesta lei ficarão suspensos até a sua obtenção, o que deverá ser informado pelo requerente no processo desde que a justificativa seja acatada pelo setor competente.

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Art. 296. Para nova apreciação do mesmo projeto, deve o interessado requerer a abertura de novo processo administrativo com o recolhimento das pertinentes taxas e reapresentação dos documentos.

Art. 297. Parágrafo único. Antes do fim de 180 (cento e oitenta) dias do envio do processo administrativo para o arquivo, o requerente poderá solicitar o desarquivamento do mesmo e recolher o preço público correspondente.

TÍTULO IX - DO FUNDO DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Art. 298. O Fundo de Desenvolvimento Urbano - FUNDURB, instrumento financeiro da política urbana disposto nos artigos 7º e 51 do Plano Diretor, Lei Complementar Municipal nº 2.866, de 27 de abril de 2018, subordinado à Secretaria de Planejamento e Gestão Pública (SPGP) é regulamentado pelas disposições desta Lei.

Art. 299. São objetivos do FUNDURB:

I- captar recursos e aplicá-los em investimentos vinculados aos objetivos, diretrizes, planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano integrantes ou decorrentes do Plano Diretor;

II- constituir-se em instrumento de intermediação administrativo-financeira, para financiamento das intervenções, envolvendo despesas correntes e de capital, representadas por planos, programas, projetos, obras e atividades decorrentes das diretrizes e prioridades estabelecidas no Plano Diretor de Ordenamento Territorial de Ribeirão Preto, na Lei de Uso e Ocupação do Solo – LUOS e nos Instrumentos de Política Urbana;

III- apoiar programas, projetos, obras e ações voltadas à execução da política de desenvolvimento urbano e territorial de Ribeirão Preto, em especial nas áreas de interesse público e de interesse histórico, áreas sem afetação, cultural e paisagístico; e,-

IV- contribuir para a eficiente aplicação dos recursos públicos na área de desenvolvimento urbano, regional e institucional, promovendo, para tanto, o aperfeiçoamento dos recursos humanos, administrativos e financeiros voltados para essa finalidade.

Art. 300. O FUNDURB tem por finalidade captar e aplicar prioritariamente seus recursos em:

I- apoio à formulação de normativos legais e estudos técnicos relacionados ao Plano Diretor, suas leis de regulamentação complementar e seus instrumentos;

II- regularização fundiária de interesse social, incluindo levantamentos, cadastramentos, projetos, obras e serviços;

III- formulação de projetos e execução de obras habitacionais de interesse social e de infraestrutura urbana;

IV- implantação de espaços públicos de lazer como praças e parques;

V- modernização tecnológica da gestão do território e do desenvolvimento urbano;

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PROJETO DE LEI DE REVISÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

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VI- apoio à fiscalização e ao controle do uso e ocupação do solo.

VII- implantação ou adequação de equipamentos públicos e comunitários, especialmente unidades escolares, de saúde e de assistência social;

VIII- criação de Unidades de Conservação municipais, sobretudo nas áreas prioritárias definidas no Plano Municipal da Mata Atlântica e do Cerrado;

IX- proteção e restauração ecológica de Zonas de Proteção Máxima e de outras áreas de interesse ambiental, sobretudo nas áreas prioritárias definidas no Plano Municipal da Mata Atlântica e do Cerrado;

X- proteção e recuperação de áreas de interesse histórico, cultural, arquitetônico e paisagístico;

XI- projetos e obras públicas de acessibilidade;

XII- projetos e obras de mobilidade urbana e transporte;

XIII- aquisição, implantação ou recuperação de Mobiliário urbano; e,

XIV- outros que se mostrarem necessários para a qualificação da gestão e do espaço urbano.

Art. 301. Constituem recursos do FUNDURB, além de outros previstos em leis específicas, receita formada por:

I- recursos oriundos da outorga onerosa do direito de construir, outorga onerosa da alteração de uso e transferência de potencial construtivo de bens áreas sem afetação;

II- recursos oriundos de contrapartidas dos procedimentos de licenciamentos de Empreendimentos de Impacto Urbanístico;

III- recursos provenientes de doações, legados e outros recursos de pessoas físicas, jurídicas ou de organismos públicos ou privados;

IV- permissão de uso de bens públicos e controle de acesso de loteamentos;

V- recursos provenientes de multas administrativas lavradas pela Fiscalização de Obras Particulares com base em artigos do Código de Obras Municipal ou Lei de Parcelamento e Uso do Solo Urbano e da taxa prevista no artigo 241 da Lei Municipal nº 2.415, de 1970 (Código Tributário Municipal);

VI- recursos provenientes de rendimentos auferidos da aplicação de recursos do Fundo;

VII- recursos provenientes de receitas provenientes da transferência de fundos voltados às finalidades do FUNDURB, de órgãos e entidades públicos e privados, recebidos diretamente ou por meio de convênios, contratos ou acordos;

VIII- outros recursos destinados ao Fundo consignados no orçamento Municipal;

IX- receitas que lhe forem atribuídas por lei;

X- saldo de exercícios anteriores;

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XI- valores de multas, indenizações, penalidades e condenações judiciais obtidas em ações para defesa do meio ambiente urbano, fundadas em artigos do Código de Obras Municipal ou Lei do Parcelamento e Uso do Solo Urbano, excetuadas verbas sucumbenciais, bem como o valor de multas oriundas de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) e Termos de Compromisso com base nessas leis, independentemente das partes nas ações judiciais e subscritores do TAC;

XII- doações de entidades ou organismos nacionais e internacionais;

XIII- valores advindos de acordos, contratos, consórcios e convênios, termos de cooperação e outras modalidades de ajustes onde exista previsão expressa de destinação ao FUNDURB;

XIV- indenizações decorrentes de cobranças judiciais e extrajudiciais de áreas institucionais e sistema viário, excetuada a verba sucumbencial, devidas em razão do ressarcimento em pecúnia de parcelamento irregular ou clandestino do solo, na forma do artigo 43, parágrafo único, da Lei Federal nº 6.766, de 1979; e,

XV- os rendimentos e receitas provenientes de quaisquer aplicações financeiras dos seus recursos.

Parágrafo único. Os recursos auferidos com base no inciso I deverão respeitar o contido no artigo 17, §1º, da Lei Complementar Municipal nº 2.866, de 2018, observadas as regras contidas no artigo 31 da Lei Federal nº 10.257, de 2001.

Art. 302. Os recursos destinados ao FUNDURB serão depositados em conta vinculada a Caixa Econômica Federal – CEF, agência nº 0340, conta corrente nº006 71141-0, com a denominação de Fundo de Desenvolvimento Urbano – FUNDURB, e serão movimentados pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, órgão gestor do fundo.

§1º. A aplicação da receita do FUNDURB seguirá as disposições e prioridades previstas em seu Plano de Aplicação.

§2º. Todos os recursos destinados ao Fundo deverão ser contabilizados como receita orçamentária municipal e a ele alocados através de dotações consignadas na lei orçamentária ou de crédito adicional, obedecendo sua aplicação às normas gerais de direito financeiro.

§3º. A existência do Fundo a que alude a presente lei não elide a consignação de dotações orçamentárias específicas ao funcionamento regular da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§4º. Anualmente, ao final de cada exercício, será elaborado o balanço geral da receita e despesa do Fundo, com encaminhamento ao Secretário Municipal de Governo até o dia 15 de janeiro do ano subsequente.

§5º. O saldo financeiro dos recursos será transferido para o exercício seguinte.

Art. 303. O FUNDURB será administrado pela Comissão de Controle Urbanístico – CCU, que analisará as demandas por recursos do FUNDURB e aprovará a sua destinação, observando as diretrizes do Comitê Gestor da Política de Desenvolvimento Urbano e Habitação.

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§1º. A CCU reunir-se-á extraordinariamente para esta finalidade sempre que convocada pelo Secretário de Planejamento e Gestão Pública em função das demandas existentes e necessidades da gestão do FUNDURB.

§2º. O Secretário de Planejamento e Gestão Pública poderá publicar portaria de regulamentação dos procedimentos operacionais para solicitação de recursos ao FUNDURB e do regulamento de funcionamento da CCU para esta finalidade.

§3º. A CCU apreciará Plano de Aplicação dos recursos disponíveis apresentado pela Secretaria de Planejamento e Gestão Pública em função das demandas existentes.

§4º. Na gestão do FUNDURB serão observadas as normas gerais sobre execução orçamentária e financeira, inclusive as relativas ao controle e prestação de contas.

Art. 304. Os recursos do FUNDURB não poderão ser utilizados para:

I- Pagamento de despesas a título de taxa de administração, gerência ou similares;

II- Pagamento de gratificação, consultoria ou qualquer espécie de remuneração ao pessoal pertencente ao quadro da Prefeitura de Ribeirão Preto e de entidades da Administração Pública Federal, Estadual, Municipal.

III- Pagamentos de impostos de imóveis urbanos, multas auferidas quando da execução dos projetos, juros ou correção monetária;

IV- Pagamentos de dividendos ou recuperação de capital investido;

V- Compra de ações, debêntures e outros valores mobiliários;

VI- Despesas gerais das instituições proponentes ou executoras dos projetos financiados com recurso do Fundo;

VII- Financiamento de dívida; e,

VIII- Outros usos não previstos na legislação afetam.

TÍTULO X - DA FISCALIZAÇÃO E DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

Art. 305. A fiscalização do cumprimento desta lei será efetuada pelo Poder Executivo por meio dos seus órgãos de controle interno, sem prejuízo da fiscalização por outros organismos públicos e da sociedade civil.

Parágrafo único. A fiscalização dos empreendimentos e atividades licenciáveis por esta lei poderá ocorrer por meio de amostragem.

Art. 306. Os infratores das disposições contidas nesta lei, ficam sujeitos às seguintes penalidades, sem prejuízo de cumulação e demais penalidades cabíveis:

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I- advertência;

II- multa diária pelo cometimento de infração, conforme legislação específica e regulamentos;

III- reaplicação da multa, caso o infrator persista na prática da infração;

IV- interdição imediata dos usos proibidos por esta lei;

V- embargo de parcelamento iniciado sem aprovação prévia da autoridade competente ou em desacordo com os termos do projeto aprovado e/ou com as disposições desta lei e demais penalidades cabíveis prevista na legislação federal;

VI- embargo de obra ou edificação iniciada sem aprovação prévia da autoridade competente, em desacordo com os termos do projeto aprovado ou com as disposições desta lei ou do Código de Obras;

VII- demolição de obra ou construção que contrarie os preceitos desta lei ou do Código de Obras e demais legislação e regulamentos, e apreensão do material, das máquinas e dos equipamentos usados para cometimento da infração;

VIII- perda de isenções e outros incentivos tributários concedidos pelo Poder Público Municipal; e,

IX- cassação do Alvará de Construção, quando a obra não obedecer ao projeto aprovado.

Parágrafo único. As penalidades indicadas neste artigo poderão ser aplicadas simultânea e cumulativamente, e sem prévia advertência.

Art. 307. Reincidente é o infrator ou responsável que cometer nova infração da mesma natureza qualquer que tenha sido o local onde tenha se verificado a infração anterior.

Art. 308. Responderá solidariamente pela infração o proprietário ou o possuidor da área de terreno na qual tenha sido praticada a infração, ou também quem, por si ou preposto, por qualquer modo, a cometer, concorrer para sua prática ou dela se beneficiar.

Art. 309. Sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas nesta lei, o infrator ou o responsável responderá por perdas e danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade, conforme disposições do Código Penal.

Art. 310. Os débitos provenientes do descumprimento da presente lei serão inscritos na dívida ativa e executados judicialmente.

Art. 311. É assegurado ao infrator ou responsável o exercício administrativo do direito de defesa de acordo com procedimento fixado pelo Poder Executivo.

Art. 312. O procedimento administrativo para exercício do poder de polícia para demolição de obra habitada ou não deverá ocorrer em processo administrativo específico, garantida a ampla defesa e contraditório aos interessados mediante prévia notificação para apresentação de defesa administrativa e concessão de prazo mínimo de 15 (quinze) dias para desocupação voluntária e retirada de seus pertences.

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PROJETO DE LEI DE REVISÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

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§1º. A apresentação de defesa administrativa terá efeito suspensivo até o julgamento administrativo por parte da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública.

§2º. Após o transcurso do prazo concedido para desocupação voluntária, a Prefeitura Municipal disponibilizará os meios para demolição da obra em desacordo com a legislação municipal, podendo solicitar auxílio da Polícia Militar e da Administração Municipal Indireta.

Art. 313. Outras limitações administrativas ao direito de construir serão instituídas por Decreto, visando à proteção da saúde pública e do meio ambiente natural e artificial, não sendo passíveis de indenização.

Parágrafo único. As limitações administrativas poderão constituir instituição de área não edificável em razão de área de proteção ambiental, proteção histórico-cultural, proteção urbanística, passagem de infraestrutura, incidência de diretriz viária, terreno impróprio à edificação ou terreno sujeito a alagamento, dentre outros motivos de interesse público.

TÍTULO XI - DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 314. A Administração Municipal poderá promover, a qualquer momento, o saneamento do processo, eliminando documentos não necessários para a tramitação do mesmo.

Art. 315. A elaboração dos planos municipais especificados nesta lei, será iniciada no prazo máximo de 2 (dois) anos e concluída no prazo máximo de 5 (cinco) anos após a publicação desta lei.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo poderá sofrer adequações, desde que consistentemente justificadas.

Art. 316. Os núcleos urbanos informais de baixa renda, existentes e devidamente consolidados até a data de publicação desta lei, poderão ser objeto de regularização fundiária na modalidade de interesse social pela Municipalidade, desde que apresentem, no mínimo, três dos seguintes equipamentos de infraestrutura urbana implantados:

a) Drenagem de águas pluviais;

b) Esgotamento sanitário;

c) Abastecimento de água potável;

d) Distribuição de energia elétrica; e,

e) Limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos

Art. 317. As disposições contidas nesta lei somente poderão ser alteradas mediante parecer técnico justificativo elaborado pela Comissão de Controle Urbanístico, ouvida a Câmara Técnica de Legislação Urbanística, em audiência pública conforme previsto no Estatuto da Cidade - Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, após 3 (três) anos de sua vigência.

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Art. 318. As áreas institucionais ociosas, localizadas no município poderão ser alienadas com reversão em aporte ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, para soluções de moradia de interesse social e para utilização na construção de equipamentos públicos comunitários, mediante lei complementar municipal autorizativa, condicionado a fundamentação técnica que justifique a desnecessidade da área para implantação de equipamento público municipal e demais requisitos legais.

Art. 319. O licenciamento dos projetos enquadrados nesta lei deverá observar, no que couber, as disposições do Sistema de Documentos e Processos Eletrônicos da administração municipal.

Art. 320. A presente lei tem aplicação imediata aos processos em tramitação, observada as seguintes regras de transição:

I- As medidas de mitigação de impacto urbanístico e ambiental e as contrapartidas previstas nesta lei, no Decreto Municipal nº 273/2019 e nos regulamentados existentes são exigíveis imediatamente dos empreendimentos, que não obtiveram na data da publicação desta lei o registro imobiliário do Decreto de aprovação ou que não obtiveram as licenças sobre o direito de construir, como o habite-se, e não tiverem termo de compromisso relativo à contrapartidas estabelecido, desde que não iniciados na data da publicação desta lei quaisquer atos executórios fáticos da construção como marcos iniciais da obra em si.

II- Excetuado o inciso I em relação a medidas de mitigação e contrapartidas, os pedidos de aprovação de projetos de construção, regularização, reforma, reconstrução ou ampliação, com posterior expedição dos respectivos alvarás, serão analisados nos termos da legislação em vigor na data do seu protocolo, podendo ser analisada nos termos desta lei por opção do interessado.

III- Excetuado o inciso I em relação a medidas de mitigação e contrapartidas, quando se tratar de pedido de aprovação de projetos para a implantação das modalidades de parcelamento do solo descritas no Título V da presente lei, os mesmos poderão ser analisados com base na legislação em vigor anterior à data da publicação desta lei, desde que já tenha sido emitida a respectiva Certidão de Viabilidade e o pedido seja protocolado durante o prazo de vigência desta última.

IV- Excetuado o inciso I em relação a medidas de mitigação e contrapartidas, os pedidos de Certidão de Viabilidade para loteamentos e condomínios fechados que possuírem as diretrizes ambientais, de uso do solo, viárias e urbanísticas já emitidas, estando todas elas no seu prazo de validade, aguardando apenas a emissão de diretrizes de outros órgãos, poderão ser analisados nos termos da legislação em vigor anterior à data da publicação desta lei e a Certidão de Viabilidade, caso seja expedida, terá validade de 01 (um) ano, não cabendo revalidação.

§1º. Os projetos protocolados antes da publicação desta lei poderão continuar sendo analisados na legislação em vigor quando de seu protocolo desde que a configuração e conceito do projeto não sejam alterados.

§2º. Caso os parâmetros apresentados no parágrafo anterior não tenham sido definidos no projeto ou sejam alterados após a promulgação desta lei, os processos deverão ser considerados novos e devem atender à presente lei.

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Art. 321. Fica autorizada a Prefeitura Municipal a celebrar convênios de natureza técnica com faculdades e universidades públicas ou privadas, dispensado o chamamento público, visando à cooperação, colaboração e transferência de informações na área de arquitetura e urbanismo, podendo envolver:

I. o fornecimento de projetos arquivados na Prefeitura Municipal e dados públicos que não sejam sigilosos às universidades e faculdades; II. a utilização e cessão gratuita de estudos e projetos de universidades e faculdades para o setor público, sem ônus ao Município, autorizada contrapartida publicitária; III. cooperação em projetos públicos, autorizada; IV. execução de obras e serviços de utilidade pública; V. cooperação em matérias lecionadas; VI. criação de vagas de estágios não remunerados para trabalho prático e técnico no desenvolvimento de projetos na área pública; VII. oferta gratuita ou com custos reduzidos de cursos de capacitação dos profissionais do setor público; e, VIII. intercâmbio de informações, dados, estudos e projetos.

§1º. Nas hipóteses dos incisos II, III, VI e VII é autorizada a contrapartida publicitária da universidade e faculdade colaboradora, mediante divulgação de sua participação, bem como a cessão temporária de bem municipal quando necessário, conforme decreto regulamentador.

§2º. O convênio ou termo de cooperação será formalizada por meio de termo ou contrato, cujo extrato deverá ser publicado no Diário Oficial do Município no prazo de até 30 dias contados da assinatura de todos os signatários.

Art. 322. Integram a presente lei os seguintes quadros que seguem em anexo:

I- Quadro 01 – Conceitos e Definições;

II- Quadro 02 – Descrição Perimétrica das Unidades de Ocupação Planejada (UOP) e dos Territórios de Expansão Planejada (TEP);

III- Quadro 03 – Incentivos para as Unidades de Ocupação Planejada;

IV- Quadro 04 – Parâmetros de Ocupação do Solo Por Zona de Uso;

V- Quadro 05 – Usos Não Residenciais, Usos Industriais e Equipamentos Públicos Urbanos;

a) Quadro 05-A – Usos Não Residenciais - Condições de Instalação

b) Quadro 05-B – Usos Não Residenciais - nRa, nR1, nR2, nR3 - Condições de Instalação;

c) Quadro 05-C – Usos Industriais - Condições de Instalação;

d) Quadro 05-D – Equipamentos Públicos Urbanos - Condições de Instalação.

e) Quadro 05-E - Parâmetros de Incomodidade - Condições de Instalação

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PROJETO DE LEI DE REVISÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

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f) Quadro 05-F - Permissão de Instalação de Uso por Zona Urbanística

d)g) Quadro 05-G - Permissão de Instalação de GIT por Zona Urbanística

VI- Quadro 06 – Zona de Corredores Comerciais Restritos;

VII- Quadro 07 – Sistema Viário – Padrões de Projeto;

a) Quadro 07-A – Sistema Viário – Seção Transversal;

VIII- Quadro 08 – Fator de Planejamento Fp; e,

IX- Quadro 09 – Fator Social Fs.

Art. 323. Integram a presente lei os seguintes Mapas que seguem em anexo:

I- Mapa 01 – Zona Urbana, Zona de Expansão Urbana e Zona Rural;

II- Mapa 02 – Territórios de Expansão Planejada – TEP;

III- Mapa 03 – Unidades de ocupação Planejada (UOP);

a) Mapa 03-A –Unidade de Ocupação Planejada 01 – Centro Expandido (UOP 01-CE);

b) Mapa 03-B –Unidade de Ocupação Planejada 02 – Norte (UOP 02-N);

c) Mapa 03-C –Unidade de Ocupação Planejada 03 – Aeroporto (UOP 03-AER);

d) Mapa 03-D –Unidade de Ocupação Planejada 04 – Leste (UOP 04-L);

e) Mapa 03-E –Unidade de Ocupação Planejada 05 – Leste (UOP 05-L);

f) Mapa 03-F –Unidade de Ocupação Planejada 06 – Boulevard (UOP 06-BO);

g) Mapa 03-G –Unidade de Ocupação Planejada 07 – Sul (UOP 07-S);

h) Mapa 03-H –Unidade de Ocupação Planejada 08 – Oeste (UOP 08-O);

i) Mapa 03-I –Unidade de Ocupação Planejada 09 – Oeste (UOP 09-O);

j) Mapa 03-J –Unidade de Ocupação Planejada 10 – Oeste (UOP 10-O);

k) Mapa 03-K –Unidade de Ocupação Planejada 11 – Oeste (UOP 11-O);

l) Mapa 03-L –Unidade de Ocupação Planejada 12 – Norte (UOP 12-N);

m) Mapa 03-M –Unidade de Ocupação Planejada 13 – Leste (UOP 13-L);

n) Mapa 03-N –Unidade de Ocupação Planejada 14 – Leste (UOP 14-L);

o) Mapa 03-O –Unidade de Ocupação Planejada 15 – Leste (UOP 15-L);

p) Mapa 03-P –Unidade de Ocupação Planejada 16 – Sul (UOP 16-S);

q) Mapa 03-Q –Unidade de Ocupação Planejada 17 – Sul (UOP 17-S);

r) Mapa 03-R –Unidade de Ocupação Planejada 18 – Bonfim Paulista (UOP 18-BP);

s) Mapa 03-S –Unidade de Ocupação Planejada 19 – Sul (UOP 19-S);

t) Mapa 03-T –Unidade de Ocupação Planejada 20 – Oeste (UOP 20-O);

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PROJETO DE LEI DE REVISÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

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u) Mapa 03-U –Unidade de Ocupação Planejada 21 – Oeste (UOP 21-O); e,

v) Mapa 03-V –Unidade de Ocupação Planejada 22 – Oeste (UOP 22-O).

IV- Mapa 04 – Macrozoneamento Urbanístico;

V- Mapa 05 – Zoneamento Urbanístico; e,

VI- Mapa 06 – Zona de Interesse Social 2.

Art. 324. O Poder Executivo regulamentará a presente Lei, no que couber, em 180 (cento e oitenta) dias a partir da sua publicação.

Art. 325. Qualquer alteração nesta lei só poderá ocorrer após dois anos de sua vigência, garantida ampla participação da sociedade, inclusive por meio de debates e audiências públicas.

Art. 326. Esta lei entrará em vigor, na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, notadamente a Lei Complementar nº 2.157, de 2007, e CITAR TODAS AS DEMAIS LEIS A SEREM REVOGADAS.