Projeto de Mestrado - Rômulo Cristiano (1)

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  • 7/28/2019 Projeto de Mestrado - Rmulo Cristiano (1)

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    FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    O PRINCPIO DA SEGURANA JURDICA NO PLANEJAMENTO

    TRIBUTRIO: PERSPECTIVAS ATUAIS

    Projeto de Pesquisa apresentado

    para elaborao de Dissertao de

    Mestrado, sob orientao de

    professor a ser definida conforme

    Edital FD/PS/SEL. n 05/2012.

    Rmulo Cristiano Coutinho da Silva

    SO PAULO2012

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    SUMRIO

    1. DELIMITAO DO TEMA ....................................................................................... 32. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 163. OBJETIVOS ............................................................................................................... 174. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 185. METODOLOGIA ....................................................................................................... 196. CRONOGRAMA ....................................................................................................... 207. BIBLIOGRAFIA PRELIMINAR .............................................................................. 21

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    1. DELIMITAO DO TEMA

    A obrigao de pagar tributos gera, desde os primrdios, averso nos

    contribuintes. O tributo, talvez por sua origem impositiva, acabou deixando o legado depermanente resistncia dos contribuintes quanto apropriao compulsria do seu

    patrimnio por parte do Errio.

    Sob este aspecto, o que se percebe com clareza que ao longo da histria a

    relao entre Fisco e contribuinte tem sido marcada por uma certa tenso, decorrente,

    sobretudo, do antagonismo existente entre o interesse de um e do outro. 1

    Se por um lado o contribuinte busca minimizar seus custos tributrios

    evitando, reduzindo ou retardando o pagamento de um tributo, por outro, cabe ao

    Estado exigir o cumprimento da legislao tributria, a fim de assegurar a arrecadao

    de receitas para fazer frente aos custos da mquina administrativa, notadamente para

    garantir o atendimento das necessidades pblicas, por meio da prestao dos servios

    pblicos que lhe foram incumbidos pela Constituio Federal.

    Neste cenrio em que o contribuinte pretende diminuir o impacto fiscal

    sobre seus custos, surge o tema do planejamento tributrio e o histrico debate acerca

    dos limites normativos existentes no Sistema Constitucional Tributrio ptrio, que

    possibilitem a reduo da carga tributria de modo legtimo, ou seja, dentro da

    legalidade.

    Acerca do planejamento tributrio, Marco Aurlio Greco adverte:

    quando mencionamos planejamento tributrio, estamos falando do

    conjunto de conduta que o contribuinte pode realizar visando buscar a

    menor carga tributria legalmente possvel2

    1 Neste ponto, interessante o relato feito por Marco Aurlio Greco com relao evoluo social e suaconsequente influncia na viso da doutrina brasileira quanto ao tema da eliso fiscal. De acordo com oautor, tpico das dcadas de 40 a 70 ver a tributao como agresso ao patrimnio individual, a pontode IVES GRANDA DA SILVA MARTINS conceber o tributo como norma de rejeio social, como seentre o indivduo e o Estado houvesse uma oposio absoluta (GRECO, Marco Aurlio. PlanejamentoTributrio. 2 ed. So Paulo: Dialtica, 2008. p.191). Ainda com relao a essa instabilidade deconvivncia entre Fisco e contribuinte, Heleno Taveira Torres diz que se pensarmos sob o ponto de vistada sociologia (ou psicologia) do direito tributrio, a primeira e mais instintiva reao do contribuinte

    perante exigncias tributrias teoricamente aquela de abster-se ao seu cumprimento (TRRES, Heleno

    Taveira.Direito tributrio e direito privado: autonomia privada, simulao, eluso tributria. So Paulo:Revista dos Tribunais, 2003, p. 173).

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    O autor faz a ressalva, ainda, de que o planejamento tributrio se diferencia

    das opes fiscais, pois estas se configuram quando h situaes em que o

    ordenamento jurdico torna possvel ao contribuinte a escolha de mais de um caminho -

    um deles pode ser, inclusive, mais oneroso que o outro -, enquanto o planejamento se

    est no mbito das substituies jurdicas e montagens feitas pelo contribuinte.3

    Apesar da observao feita pelo autor, o entendimento majoritrio o de

    que o planejamento fiscal se revela como uma verdadeira economia legtima de tributos,

    decorrente de atos e negcios jurdicos lcitos, realizados sem qualquer tipo de violao

    legislao tributria vigente. Assim, o planejamento opera tanto na identificao de

    espaos e circunstncias da atividade econmica que no tenham sido objeto da norma

    de tributao, quanto no mbito das denominadas opes fiscais.

    Na opinio de muitos autores4, esse direito do contribuinte de organizar-se

    fiscalmente tem como fundamento, sobretudo, a autonomia da vontade e o princpio da

    legalidade da tributao, asseguradas constitucionalmente a liberdade contratual, a livre

    iniciativa e a propriedade privada.

    Conforme sublinha Paulo Ayres Barreto,

    os contribuintes tm o direito, constitucionalmente assegurado, deestruturarem seus negcios livremente. Trata-se de garantia que no

    pode ser suprimida, nem mesmo por intermdio de emenda

    constitucional, por fora do que dispe o art. 60, 4, IV, da Magna

    Carta.5

    Contudo, eventualmente em razo do uso de expresses como substituies

    jurdicas e montagens por vezes utilizadas pela doutrina, tais conceitos acabam

    sendo colocados imediatamente como sinnimos de manipulao da forma jurdica e

    2Planejamento Tributrio... cit., p.117.3Planejamento Tributrio... cit., p. 106-115.4GODOI, Marciano Seabra de. A figura da fraude lei tributria prevista no art. 116, pargrafo nico doCTN. Revista Dialtica de Direito Tributrio. n. 68. So Paulo: Dialtica, 2001. p. 101-102.GUTIERREZ, Miguel Delgado. Planejamento Tributrio: eliso e evaso fiscal. So Paulo: QuartierLatin, 2006. p.114. XAVIER, Alberto. Tipicidade da tributao, simulao e norma antielisiva . SoPaulo: Dialtica, 2002 (1 reimpresso da edio publicada em 2001). p. 111. MARTINS, Ives GrandaMartins, e MENEZES, Paulo Lucena de. Eliso fiscal (parecer). Revista Dialtica de Direito Tributrio.n. 63. So Paulo: Dialtica, 2000. p. 159. Planejamento Tributrio... cit., p.117-118.Direito tributrio edireito privado: autonomia privada, simulao, eluso tributria... cit., p. 362-363.5

    BARRETO, Paulo Ayres.Eliso tributria: limites normativos. Tese de Livre Docncia apresentada aoDepartamento de Direito Econmico, Financeiro e Tributrio da FDUSP. So Paulo: USP, 2008. p. 129.

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    desvirtuamento da causa objetiva do negcio jurdico. Como consequncia disso, torna-

    se habitual a presena de tratamento preconceituoso por parte da Administrao

    tributria acerca do planejamento tributrio.

    Apesar disso, importante destacar, desde j, que o contribuinte que se

    organiza fiscalmente no dever ser visto como algum que se aproveita de meios ilegais

    para evitar, reduzir ou retardar o pagamento do tributo. O fato dele se planejar no

    remete, de forma alguma, ideia de que estaria agindo com o propsito de sonegar ou

    fraudar o Fisco.6

    Nos casos em que a menor carga tributria tenha sido obtida a partir da

    realizao de atos e negcios jurdicos ilegais, no estaria mais em evidncia o

    planejamento tributrio, mas sim outras figuras do direito capazes de gerar ou a

    constituio imediata do crdito por meio do lanamento de ofcio (art. 149, VII, CTN),

    ou a desconstituio do ato ou negcio jurdico pela autoridade administrativa (art. 116,

    pargrafo nico, do CTN).

    Neste campo especfico, surge um tema bastante controverso e de grande

    repercusso tanto na doutrina, quanto na jurisprudncia tributria, que diz respeito

    existncia de verdadeira zona cinzenta sobre o que poderia ser considerada umaeconomia tributria legtima.

    Eis o primeiro objeto de anlise do presente trabalho: os limites normativos

    do planejamento tributrio e o mbito de atuao da norma inserta no pargrafo nico

    do artigo 116 do Cdigo Tributrio Nacional. Trata-se de premissa necessria, que deve

    ser fixada, para que haja incurso mais profunda na questo da insegurana jurdica

    verificada atualmente no contexto do planejamento tributrio.

    Diante deste quadro, o estudo ir esbarrar, necessariamente, nos conceitos

    da eliso, evaso, eluso tributria e figuras afins. Ao adentrar no campo da evaso

    fiscal, torna-se imprescindvel que sejam feitas as devidas ponderaes sobre o estudo

    pioneiro do saudoso Antonio Roberto Sampaio Dria. O instituto apresentado pelo

    6 Conforme destaca Hermes Marcelo Huck, A escolha do caminho negocial menos oneroso chamadapor alguns como planejamento tributrio, assim entendia a prtica do contribuinte em organizar suaatividade de modo a minimizar sua carga tributria, sem cometer qualquer infrao fiscal ou atos

    considerados nitidamente evasivos (HUCK, Hermes Marcelo. Evaso e Eliso: rotas nacionais einternacionais do planejamento tributrio. So Paulo: Saraiva, 1997, p. 43).

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    renomado professor de diferentes formas, que sero estruturadas de acordo com o

    comportamento do indivduo quando se v diante de uma obrigao tributria real ou

    em potencial.7

    Dentre as diversas balizas conceituais estabelecidas pelo autor, ao tratar da

    evaso legtima, ele ir preferir a adoo do termo eliso fiscal, justificando-o em face

    da contradio implcita do termo evaso lcita, j que o substantivo evaso carregaria

    em si prprio uma conotao de prtica de ato ilcito.

    Na linha de raciocnio do autor,

    a palavra evaso, abstrados os qualificativos, j vem matizada, em

    sua acepo moderna de certas conotaes que a tornam

    particularmente inadequada para exprimir um ato legal como o de

    evitar, por meios lcitos, nus tributrio. Pois hoje evaso sugere de

    imediato a fuga ardilosa, dissimulada, sinuosa, furtiva, ilcita em

    suma, a um dever ou obrigao (ex., evaso de presos). Ora,

    acrescentar-lhe os adjetivos ilegal e legal seria, num caso, pleonstico

    e, no outro, incompatvel.8

    O delineamento conceitual acima mencionado representou marco

    importante no estudo do planejamento tributrio, j que, a partir dos estudos do autor,inmeros autores passaram a se alinhar ideia de que o termo evaso no deve ser

    associado de forma alguma realizao de atos e negcios jurdicos lcitos.9

    Ademais, Sampaio Dria foi o grande idealizador dos critrios cronolgico

    e da licitude para diferenciar uma conduta evasiva de uma conduta elisiva. Esse

    pioneirismo tambm contribuiu de forma substancial para o estudo do tema, j que,

    7 DRIA, Antnio Roberto Sampaio.Eliso e Evaso Fiscal. 2 ed. So Paulo: Bushatsky, 1977, p. 32.8Eliso e Evaso Fiscal... cit., p.45.9 Por exemplo, OLIVEIRA, Ricardo Mariz de. Reinterpretando a Norma Antievaso do Pargrafo nicodo Art. 116 do Cdigo Tributrio Nacional. Revista Dialtica de Direito Tributrio. n. 76. So Paulo:Dialtica, 2002. p. 83-85; OLIVEIRA, Ricardo Mariz de. Lucros de coligadas e controladas no exterior easpectos de eliso e evaso fiscal no direito brasileiro e no internacional. Revista Dialtica de DireitoTributrio. n. 102. So Paulo: Dialtica, 2004. p. 98; AMARAL, Paulo Adyr Dias do. Analogia emDireito Tributrio Interpretao Econmica e Norma Geral Antielisiva. Revista Dialtica de DireitoTributrio. n. 80. So Paulo: Dialtica, 2002. p.88; FERRAGUT, Maria Rita. Evaso Fiscal: o Pargrafo

    nico do Art. 116 do CTN e os Limites de sua Aplicao. Revista Dialtica de Direito Tributrio. n. 67.So Paulo: Dialtica, 2001. p. 117-119.

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    atualmente, muitos ainda so os autores que adotam exclusivamente os referidos

    critrios para distinguir os diversos casos.10

    Pode-se afirmar que existe certo consenso na doutrina no que se refere

    dicotomia entre eliso e evaso. De forma sinttica, a primeira deve ser entendida como

    uma economia legtima de tributos, sendo, portanto, sinnimo de planejamento

    tributrio. A segunda, por sua vez, se caracteriza por ser uma prtica ilegal do

    contribuinte ao buscar se omitir ou encobrir a ocorrncia do fato ensejador da

    tributao.

    Entretanto, a despeito dos critrios idealizados por Sampaio Dria, ainda h

    grande dificuldade em definir os limites entre o que seria uma eliso e uma evaso

    fiscal. Neste verdadeiro campo minado, entre as zonas de certeza do legal e do ilegal,

    emerge a denominada eluso fiscal, estudada de modo mais profundo na doutrina

    nacional por Heleno Taveira Torres.11

    Inicialmente, por sua aparncia legal, as condutas elusivas poderiam levar a

    crer que seriam comportamentos lcitos do contribuinte. Porm, embora os negcios

    aparentes estejam acobertados de legalidade, seus efeitos, especialmente em face da

    legislao fiscal, so os de evitar a aplicao da lei tributria por meio da manipulaoilegal das formas jurdicas.

    Desta feita, a eluso pode ser entendida, no direito ptrio 12, como a prtica

    de atos lcitos no mbito do direito privado, mas desprovidos de causa, com fraude lei

    ou simulao, quando vistos sob o vis da legislao tributria, o que colocaria a figura

    da eluso no campo da ilicitude.

    Assim, com o advento do pargrafo nico do artigo 116 do Cdigo

    Tributrio Nacional, incorporado no ordenamento jurdico-tributrio brasileiro por meio

    do artigo 1 da Lei Complementar n 104 de 2001, foi criada no mbito do planejamento

    10 OLIVEIRA, Ricardo Mariz de.Reinterpretando a Norma Antievaso do Pargrafo nico do Art. 116do Cdigo Tributrio Nacional... cit., p. 92.11Direito tributrio e direito privado: autonomia privada, simulao, eluso tributria... cit., 110-190.12 H aqueles que entendem, na doutrina estrangeira, que a eluso se caracteriza pela prtica de atoslcitos, como, por exemplo, Manuel Gonzlez Sanchz, que diz: El trmino elusin, es decir evitar lacarga tributaria u obtener una carga tributaria menor a travs de mecanismos lcitos, no implica nialteracin del hecho imponible, ni intento de burlar una norma amparndose en otras, sino que exige la notipificacin como hecho imponible de una conducta o la posible eleccin de uno u outro hecho imponible

    sin violacin normativa (SANCHZ, Manuel Gonzlez. El fraude de la ley en materia tributaria.Salamanca: Plaza Universitaria. 1993. p. 36).

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    fiscal aquela que denominada por grande parte da doutrina como norma geral

    antielisiva.

    Sob o ponto de visa ontolgico, referida alterao legislativa tinha por

    objetivo inserir no ordenamento jurdico ptrio um mecanismo para assegurar uma

    arrecadao tributria eficaz, vedando-se, com a incluso do pargrafo nico,

    planejamentos tributrios abusivos.

    A exposio de motivos da Lei Complementar n 104/2001 justificou a

    modificao ocorrida no artigo 116 do CTN na necessidade de se fazer estabelecer, no

    mbito da legislao brasileira, norma que permita autoridade tributria

    desconsiderar atos ou negcios jurdicos com a finalidade de eliso, constituindo-se,

    dessa forma, em instrumento eficaz para o combate aos procedimentos de planejamento

    tributrio praticados com abuso de forma ou de direito.

    No entanto, o comando prescritivo verdadeiramente inserido no sistema

    constitucional-tributrio com o acrscimo do pargrafo nico ao artigo 116 do Cdigo

    Tributrio Nacional assim dispe, in verbis:

    Pargrafo nico. A autoridade administrativa poder desconsiderar

    atos ou negcios jurdicos praticados com a finalidade de dissimular aocorrncia do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos

    constitutivos da obrigao tributria, observados os procedimentos a

    serem estabelecidos em lei ordinria

    Nota-se, portanto, que houve evidente descompasso entre o processo de

    enunciao da norma e seu enunciado-enunciado, posto que embora a exposio de

    motivos revele o intuito de se combater o planejamento tributrio perpetrado com abuso

    das formas jurdicas ou abuso de direito, a norma efetivamente inserida no sistema

    autoriza a autoridade administrativa a desconsiderar to somente atos praticados com a

    finalidade de dissimular a ocorrncia do fato gerador.13

    Desde ento, so inmeros os debates acalorados na doutrina tanto com

    relao aos limites que efetivamente o pargrafo nico do artigo 116 do CTN imps ao

    planejamento tributrio, quanto no que se refere sua natureza jurdica. Sob o ponto de

    13 BARRETO, Paulo Ayres. Planejamento Tributrio: Perspectivas Jurisprudenciais. In ROCHA, Valdir

    de Oliveira. (Org.). Grandes Questes Atuais de Direito Tributrio. So Paulo: Dialtica, 2010, v. 15, p.298-299.

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    vista especfico da sua natureza jurdica, tal norma tem sido denominada pelos

    doutrinadores brasileiros das mais diversas formas: norma geral antielisiva14,

    antievasiva15, antielusiva16, clusula anti-simulao17 ou antiabuso18.

    H longos anos discorre-se na doutrina sobre a possibilidade de ter havido,

    com tal alterao legislativa, a inteno de limitar, no contexto do planejamento

    tributrio, condutas elisivas, evasivas, elusivas, simuladas ou abusivas por parte do

    contribuinte, surgindo, ento, as diferentes denominaes acima mencionadas para

    identificar a natureza jurdica do pargrafo nico do artigo 116 do CTN, a depender da

    premissa adotada por cada estudioso do tema.

    De um lado encontra-se a corrente tradicional, composta por

    doutrinadores que defendem uma interpretao mais rgida do princpio da legalidade,

    de modo que se assegure a liberdade negocial e a autonomia privada19. Do outro,

    destaca-se a corrente moderna, da qual fazem parte estudiosos que sustentam a

    primazia do princpio da capacidade contributiva no contexto do planejamento20,

    baseada numa suposta eficcia positiva conferida a tal princpio. Segundo esta corrente,

    apenas assim se conseguira garantir a igualdade, a solidariedade e a justia fiscal.

    Com relao a tais divergncias, bem observou Paulo Ayres Barreto: possvel, ainda, notar a abissal distncia entre as principais

    correntes que se digladiam sobre o tema. Tal fato decorre, em grande

    14 GRECO, Marco Aurlio.Planejamento Tributrio... cit., p. 468.15 OLIVEIRA, Ricardo Mariz de. Lucros de coligadas e controladas no exterior e aspectos de eliso eevaso fiscal no direito brasileiro e no internacional... cit., p. 98-99; CASSONE, Vittorio. NormaAntievaso Fiscal LC n 104/2001. IOB Repertrio de Jurisprudncia: tributrio, constitucional eadministrativo. n. 10. So Paulo: IOB, 2001. p. 282; FILHO, Oswaldo Othon de Pontes Saraiva.Interpretao do Pargrafo nico do Art. 116 do CTN. IOB Repertrio de Jurisprudncia: tributrio,constitucional e administrativo. n. 10. So Paulo: IOB, 2003. p. 354; FERRAGUT, Maria Rita. Evaso

    Fiscal: o Pargrafo nico do Art. 116 do CTN e os Limites de sua Aplicao... cit., p. 119.16 TRRES, Heleno Taveira. Direito tributrio e direito privado: autonomia privada, simulao, elusotributria... cit., p. 361.17 GUTIERREZ, Miguel Delgado. Planejamento Tributrio: eliso e evaso fiscal... cit., p. 99-101;BARRETO, Paulo Ayres. Eliso tributria: limites normativos... cit., p. 243; XAVIER, Alberto.Tipicidade da tributao, simulao e norma antielisiva... cit., p. 52; FILHO, Edmar Oliveira Andrade.Os Limites do Planejamento Tributrio em face da Lei Complementar n 104/2001. Revista Dialtica de

    Direito Tributrio. n. 72. So Paulo: Dialtica, 2001. p. 33; AMARO, Luciano. Direito TributrioBrasileiro. 15 ed. So Paulo: Saraiva, 2009. p. 238.18 SCHOUERI, Luis Eduardo. Planejamento Tributrio: Limites Norma Antiabuso. Revista de DireitoTributrio Atual. n 24. So Paulo: Dialtica, 2010. p. 368-369.19 MARTINS, Ives Granda Martins. Norma Antieliso Tributria e o Princpio da Legalidade, Luz daSegurana Jurdica.Revista Dialtica de Direito Tributrio. n. 119. So Paulo: Dialtica, 2005. p. 128.

    XAVIER, Alberto. Tipicidade da tributao, simulao e norma antielisiva... cit., p. 3120 GRECO, Marco Aurlio.Planejamento Tributrio... cit., p. 328.

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    parte, dos diferentes pontos de partida das correntes doutrinrias

    apresentadas. H, tambm, distintas vises sobre os efeitos das normas

    de direito privado sobre o Direito Tributrio. Verifica-se, sobretudo,

    um importante descompasso no sopesamento de valores

    constitucionalmente plasmados. Valores que apontam em sentidos

    diversos e que so considerados, com maior ou menor nfase, por uma

    ou outra correntes, produzem propostas interpretativas radicalmente

    dspares21

    Atualmente, a alterao legislativa decorrente da insero do pargrafo

    nico no artigo 116 do Cdigo Tributrio Nacional, associada a essa discrepncia

    doutrinria estabelecida em torno dos limites do planejamento tributrio, tem tido

    reflexo direto nas requalificaes dos atos e negcios jurdicos por parte da autoridadeadministrativa e nos tribunais administrativos e judiciais.

    A consequencia imediata deste cenrio a enorme insegurana jurdica que

    paira sobre o tema do planejamento fiscal, fato este que tem dificultado cada vez mais a

    identificao dos verdadeiros limites do que pode ser considerada uma economia

    legtima de tributos.

    So pertinentes, ento, as seguintes indagaes: o contedo normativo

    constante do pargrafo nico do artigo 116 do CTN contempla as figuras da fraude lei,

    do negcio jurdico indireto, da simulao (relativa e/ou absoluta)? Foram positivados

    no ordenamento jurdico-tributrio ptrio o abuso das formas e o abuso do direito? O

    Sistema Constitucional Tributrio brasileiro comporta a interpretao econmica, a

    aplicao da teoria do business purpose ou a pretensa eficcia positiva do princpio da

    capacidade contributiva como fundamentos para que a autoridade administrativa

    desconsidere determinados atos ou negcios jurdicos praticados pelo contribuinte,

    ainda que tenham sido realizados com o fim exclusivo de economizar tributos?

    H, para todas estas perguntas, uma resposta inequvoca: qualquer

    posicionamento a ser adotado deve preceder de uma anlise minuciosa acerca dos

    valores que norteiam o sistema tributrio nacional, como tambm se fundamentar no

    Sistema Constitucional Tributrio vigente. Noutras palavras, todas as premissas devem

    ter como ponto de partida a Constituio Federal brasileira.

    21Planejamento Tributrio: Perspectivas Jurisprudenciais... cit., p. 301.

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    Desse modo, o estudo do tema do planejamento tributrio requer que se

    tenha em vista as diversas garantias conferidas ao contribuinte na Carta Magna, assim

    como os princpios constitucionais fixados na Lei Maior, que servem de norte para o

    legislador tributrio, para a autoridade administrativa e para o Judicirio.

    Sob este prisma, novamente recorrendo aos ensinamentos de Paulo Ayres

    Barreto, de fato,

    os valores que norteiam o sistema tributrio nacional prestigiam,

    sobremodo, a certeza no direito, a segurana jurdica e a estrita

    legalidade, de forma a prestigiar os comandos normativos na sua exata

    dimenso. Em matria tributria labora-se no sentido de superar as

    ambiguidades sistmicas, de modo a permitir que o administradopossa antecipar os efeitos de suas aes. Prestigia-se a segurana

    jurdica; valoriza-se a previsibilidade da ao estatal; busca-se

    eliminar a discricionariedade da atuao da autoridade administrativa,

    que age aplicando regras22

    Nesse aspecto, partindo do pressuposto de que o ordenamento jurdico-

    tributrio ptrio prestigia o princpio da segurana jurdica como um de seus pilares de

    sustentao, sendo certo, igualmente, que se constitui no s como um princpio, mas

    tambm como um direito fundamental, torna-se necessrio que seja feita, nos estudos a

    serem realizados, anlise mais acurada sobre o contedo e o significado do direito

    segurana jurdica, especialmente no contexto do planejamento tributrio.

    Esse aprofundamento essencial, na medida em que levar a srio a

    segurana jurdica implica a anlise de todas as suas dimenses, o que inclui no

    apenas uma compreenso do significado e contedo do direito segurana jurdica,

    mas alcana igualmente o problema de sua eficcia e efetividade.23

    Por certo que a nfase que merece o princpio da segurana jurdica no

    implica na compreenso de que esse princpio no possa conviver harmonicamente com

    outros de semelhante envergadura. Adverte-se, porm, que tal princpio destaca-se no

    mbito do planejamento tributrio.

    22Planejamento Tributrio: Perspectivas Jurisprudenciais... cit., p. 313.23 SARLET, Ingo Wolfgang. A Eficcia do Direito Fundamental Segurana Jurdica: dignidade da

    pessoa humana, direitos fundamentais e proibio de retrocesso social no Direito Constitucional

    brasileiro. Revista de Direito Constitucional e Internacional. v. 14. n. 57. So Paulo: Revista dosTribunais, out/dez 2008, p. 7.

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    Segundo a maior parte dos doutrinadores nacionais, segurana jurdica deve

    ser compreendida como um princpio plasmado na prpria concepo de Direito,

    caracterizando-se como uma das formas de manifestao do Estado Democrtico de

    Direito, que operacionaliza tal segurana por meio dos seus ncleos funcionais da

    certeza, confiabilidade e estabilidade sistmicas.24

    Por ser tido pela doutrina como um sobprincpio25, efetiva-se pela atuao

    de outros princpios, tais como legalidade, irretroatividade, anterioridade e outros mais.

    No h dvidas, ento, que a sua devida efetivao est umbilicalmente relacionada ao

    entrelaamento destes outros princpios, que se interligam diretamente s ideias de

    estabilidade jurdica, clareza, confiana, certeza e previsibilidade.

    A segurana jurdica busca assegurar, portanto, a estabilidade das relaes

    jurdicas, a previsibilidade da ao estatal, a possibilidade de planejar aes futuras e a

    garantia da no-surpresa. Desta feita, o planejamento tributrio est intimamente ligado

    segurana jurdica, j que a possibilidade de planejar aes futuras requer um

    conhecimento prvio do sistema normativo e a certeza de que o ordenamento ser

    devidamente observado, para que se possa prever, assim, o mbito de atuao das

    autoridades administrativas, que devem agir em obedincia ao princpio da legalidade..26

    Desse modo, para que seja ao um s tempo direito e garantia do

    contribuinte, o princpio da segurana jurdica deve ser observado, necessariamente,

    pelos trs Poderes, conforme advertiu magistralmente Diva Malerbi:

    S podemos separar direitos e garantias por elementos metajurdicos,

    porque, na verdade, ao assegurar-se um direito, se este direito no for

    garantido, no ter eficcia; por isso que dizemos que segurana

    24 Nesse sentido, CARRAZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributrio. 28 ed. SoPaulo: Malheiros, p. 463-466 e TORRES, Heleno Taveira.Direito Constitucional Tributrio e Segurana

    Jurdica: metdica da segurana jurdica do Sistema Constitucional Tributrio. 2 ed. So Paulo: Revistados Tribunais, 2012. p. 184.25 Nesse sentido, por exemplo, CARVALHO, Paulo de Barros. O Princpio da Segurana Jurdica emMatria Tributria.Revista de Direito Tributrio. n. 61. So Paulo: Malheiros, 1992. p. 74-90. BORGES,Souto Maior. Princpio da Segurana Jurdica na Criao e Aplicao do Tributo. Revista de DireitoTributrio. n. 63. So Paulo: Malheiros, 1993, p. 206-210.26Segundo Paulo Ayres Barreto, Toda a legislao, a partir do Texto Constitucional, opera no sentido decircunscrever ao mximo as possveis incertezas, eliminando vaguidades e eventuais indeterminaes de

    conceitos e reduzindo, significativamente, o espao para atuao administrativa de cunho discricionrio(Eliso tributria: limites normativos... cit.,p. 104).

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    jurdica, na nossa Constituio, um sistema de garantias que o

    ordenamento jurdico oferece da sua prpria eficcia. Se ser ou no

    eficaz, este um problema que vai depender da prtica constitucional,

    da prtica dos senhores como advogados, da prtica do Executivo

    enquanto aplicador do direito, da prtica do Judicirio, enquanto

    aplicador do direito27

    Todavia, quanto eficcia, o que se nota, na prtica, a enorme

    preocupao dos juristas acerca da insegurana jurdica que se tem presenciado nos

    planejamentos tributrios. Por haver verdadeira zona cinzenta entre a eliso e a evaso,

    muitas vezes a autoridade administrativa no tem utilizado critrios objetivos para

    verificar a ocorrncia dos planejamentos abusivos e justificar a desconsiderao do

    negcio dissimulado, nos moldes do pargrafo nico do artigo 116 do CTN.

    Ademais, impende destacar que essa questo da desconsiderao do negcio

    jurdico por parte da autoridade administrativa no se releva importante apenas nas

    autuaes feitas pelo Fisco, mas preocupa tambm com relao aos argumentos

    utilizados pelos rgos julgadores nacionais para manter a desconsiderao realizada

    pela autoridade fiscal.

    Hodiernamente, no h uma uniformidade de critrios por parte dos

    Tribunais, administrativos e judiciais, ao decidir casos semelhantes. So utilizados

    conceitos diferentes para a desconsiderao de negcios jurdicos que se assemelham.

    Ora fala-se em abuso de forma28, fraude lei, abuso de direito, ora em simulao29,

    propsito negocial30, etc. Do modo como vem sendo aplicados os conceitos para

    justificar a manuteno do ato de desconsiderao promovido pelo Fisco, resta ao

    contribuinte navegar no mar da insegurana jurdica ao realizar o planejamento

    tributrio.

    Apesar dessa ausncia de uniformizao ter como consequncia srios

    transtornos para os contribuintes que hoje pretendem se aventurar na realizao do

    27 MALERBI, Diva. Segurana Jurdica e Tributao. Revista de Direito Tributrio. v. 13. n. 47. SoPaulo: Malheiros, jan/mar 1989, p. 207.28 Primeiro Conselho de Contribuintes, 1. Cmara, Recurso 143.795, j. 25.05.2006.29 Recurso Extraordinrio 268586/SP, Primeira Turma, Relator Min. Marco Aurlio, julgado em

    24.05.2005 e publicado em 18.11.2005.30 Primeiro Conselho de Contribuintes, 3. Cmara, Recurso 152.980, j. 05.12.2007.

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    planejamento tributrio, algumas decises pontuais merecem destaque pela correta

    interpretao dada ao caso.

    Recentemente, a 1 Cmara do Conselho Administrativo de RecursosFiscais proferiu julgamento paradigmtico atravs do Acrdo n 1101-00.70831, ao

    decidir sobre o aproveitamento do gio interno nas operaes de reestruturao

    societria de conhecida empresa siderrgica nacional. Trata-se de deciso extremamente

    importante no que diz respeito s premissas que pretendem ser fixadas no trabalho a ser

    elaborado.

    Decidiu-se, em sntese, (i) que o planejamento tributrio, desde que

    realizado nos estritos contornos da lei, legtimo, ainda que realizado com a nica

    inteno de economizar tributos; (ii) que a previsibilidade da tributao um dos

    aspectos fundamentais da segurana jurdica; (iii) que no h base no sistema jurdico

    brasileiro para o Fisco afastar a incidncia legal, sob a alegao de estar havendo abuso

    de direito; e (iv) que a legislao tributria que define os efeitos fiscais e, por isso, o

    gio interno, amortizado na incorporao reversa, poder ser amortizado nos termos

    previstos nos arts. 7 e 8 da Lei n 9.532, de 1997.

    Nesse caso, a deciso analisou o planejamento tributrio realizado dentro

    dos limites previstos no Sistema Constitucional Tributrio brasileiro, levando-se em

    considerao, acima de tudo, em todas as suas dimenses, a segurana jurdica que deve

    ser observada ao se julgar o tema.

    Contudo, do ponto de vista pragmtico, verifica-se no contexto do

    planejamento fiscal verdadeiro abandono de alguns conceitos que integram a segurana

    jurdica, sendo frequentes, ento, autuaes discricionrias por parte do Fisco einterpretaes desuniformes por parte dos tribunais na anlise das desconsideraes

    realizadas pela autoridade administrativa.

    Desse modo, o estudo da segurana jurdica no planejamento tributrio se

    faz extremamente necessrio nos dias de hoje, na medida em que a identificao dos

    efetivos limites positivados no que refere estruturao de operaes com o escopo de

    31

    Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, 1 Cmara, 1 Sesso de Julgamento, Acrdo n 1101-00.708, j. 11.04.2012.

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    eliminar ou reduzir o pagamento de tributos tem, como ponto de partida, o princpio da

    segurana jurdica.

    Nesse sentido, Paulo de Barros Carvalho ensina:

    Em termos de direito positivo, princpios so normas jurdicas

    portadoras de intensa carga axiolgica, de tal forma que a

    compreenso de outras unidades do sistema fica na dependncia da

    boa aplicao daqueles vetores32

    Assim, apesar do pargrafo nico do artigo 116 do Cdigo Tributrio

    Nacional ter sua eficcia tcnica-sinttica condicionada edio de lei ordinria, a

    ausncia de segurana jurdica verificada atualmente no decorre da falta de

    regulamentao do referido dispositivo legal, mas sim da interpretao equivocada tanto

    da autoridade administrativa, quanto dos rgos julgadores, no que se refere s

    premissas fixadas no mbito do Sistema Constitucional Tributrio ptrio para a

    requalificao dos atos e negcios jurdicos decorrentes de planejamentos abusivos.

    Destarte, diante deste cenrio intrigante, marcado pela complexidade e pela

    atualidade do tema, justifica-se o estudo projetado, sobretudo porque, no contexto do

    planejamento tributrio, diferenciar os princpios das regras em razo do contedo

    axiolgico dos primeiros desconhecer a resistente dimenso axiolgica das

    segundas.33

    32O Princpio da Segurana Jurdica em Matria Tributria... cit., p. 88.33

    VILA. Humberto. Princpios e Regras e a Segurana Jurdica. Revista de Direito do Estado. n. 1. Riode Janeiro: Renovar, jan/mar 2006, p. 200.

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    2. JUSTIFICATIVA

    Atualmente as empresas encontram-se inseridas em um mercado altamente

    competitivo, em que a obteno de maiores lucros, requer, necessariamente, constante

    ateno no que se refere aos custos e despesas da atividade, de modo que sejam

    evitados, ao mximo, os gastos empresariais.

    Por essa razo, o planejamento tributrio se revela extremamente til, uma

    vez que a prvia organizao dos atos e fatos da vida empresarial fundamental para

    que as atividades principais da empresa sejam desenvolvidas com o menor custo

    tributrio possvel.

    Ademais, o planejamento tributrio, porque constitui ponto fundamental na

    organizao da empresa, deve ser objeto de preocupao quer por ocasio da

    constituio da sociedade, quer durante a gesto daquelas sociedades j constitudas.

    Sendo assim, sobretudo em razo da crise econmica por que passa o

    mundo, a discusso acerca do planejamento tributrio como forma de prever e dispor os

    negcios jurdicos do contribuinte de modo que haja uma economia de tributos, sempre

    respeitando os limites impostos pela lei, torna-se extremamente relevante.

    No Brasil, em que pese a inexistncia de qualquer norma que vede

    expressamente o contribuinte de estruturar seus negcios jurdicos com o fim exclusivo

    de obter economia fiscal, realizar um planejamento tributrio, nos dias de hoje, significa

    aventurar-se no mar da insegurana jurdica, muitas vezes em razo das premissas

    equivocadas de que partem a autoridade administrativa e os rgos julgadores para

    desconsiderar os atos e negcios jurdicos realizados nesse sentido.

    Assim, justifica-se o presente estudo na tentativa de identificar, a partir de

    uma anlise profunda do Sistema Constitucional Tributrio nacional, o verdadeiro

    alcance da denominada norma geral antielisiva incorporada no ordenamento jurdico

    ptrio, a fim de que seja delimitado, assim, o mbito de atuao do Fisco na

    requalificao dos negcios jurdicos realizados pelo contribuinte e fixadas as premissas

    necessrias para que seja assegurada, sobretudo, a segurana jurdica nos planejamentos

    tributrios.

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    3. OBJETIVOS

    O tema da eliso fiscal engloba conceitos complexos e de grande discusso

    na doutrina nacional. O planejamento tributrio e as suas formas de limitao traz, em

    suas razes, o eterno conflito entre e o contribuinte e o Fisco, pois enquanto o primeiro

    busca a reduo da carga tributria e o menor nus tributrio possvel, o segundo busca

    assegurar a aplicao da legislao tributrio no exerccio do seu poder-dever de

    arrecadar as receitas pblicas.

    Sob este aspecto, o trabalho a ser elaborado tem por objetivo analisar as

    diferenas reveladas pela doutrina sobre o que seja uma economia legal de tributos, para

    que, assim, possa se fazer uma ponderao mais robusta sobre a existncia noordenamento jurdico ptrio de uma normal geral antielisiva, tendo em vista, sobretudo,

    a aplicabilidade do pargrafo nico do art. 116 do CTN.

    Para tanto, preceder-se- de uma anlise esmiuada dos institutos aplicados

    ao tema do planejamento fiscal, tanto do direito tributrio, quanto do direito privado,

    vez que os atos ou negcios jurdicos passveis de desconsiderao pelo referido

    pargrafo nico evolvem ambos os campos do direito brasileiro.

    Ser necessrio ainda empreender firme debate em torno do direito

    constitucional economia de tributos, vez que se apresenta em paralelo delimitao

    dos legtimos poderes do fisco de agir contra os infratores das leis tributrias. Neste

    ponto, sero realizados estudos mais profundos sobre o princpio da segurana jurdica,

    no intuito de que sejam estabelecidas premissas slidas que justifiquem os reais motivos

    que ocasionam o alto nvel de insegurana jurdica verificado atualmente com relao

    ao tema.

    Em sntese, partindo do Sistema Constitucional Tributrio ptrio,

    especialmente do princpio da segurana jurdica, sero expostas as concluses da

    pesquisa hermenutica utilizada para identificar as efetivas limitaes positivadas no

    ordenamento jurdico ptrio sobre o tema do planejamento tributrio, para determinar o

    alcance e aplicabilidade do pargrafo nico do artigo 116 do CTN.

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    4. DESENVOLVIMENTO

    Conforme aquilo que foi explicado na Delimitao do Tema, na Justificativa

    e, principalmente, nos Objetivos, a estruturao e o desenvolvimento da monografia se

    daro de maneira que sejam divididos os aspectos principais do trabalho, como se

    observa no seguinte sumrio preliminar:

    1. Noes introdutrias.

    2. O Fundamento Constitucional do Planejamento Tributrio.

    3. Eliso, evaso e eluso.3.1. Evaso Tributria.3.2. Eliso Fiscal.

    3.3. A denominada Eluso Tributria.

    4. O pargrafo nico do artigo 116 do Cdigo Tributrio Nacional.4.1. Exposio de Motivos da Lei Complementar n 104/01.

    4.1.1 Processo de Enunciao da Norma e Enunciado-Enunciado.4.1.2 O abuso do direito e o abuso das formas.

    4.2. A Medida Provisria n 66/02.

    5. O Planejamento Tributrio e as figuras do Direito Civil.5.1. Fraude lei.5.2. Negcio Jurdico Indireto.5.3. Simulao.

    6. O Sistema Constitucional Tributrio brasileiro e o Planejamento Tributrio.6.1. Princpios da Legalidade e Tipicidade Tributria.6.2. O sobprincpio da Segurana Jurdica.

    6.2.1. Estabilidade das Relaes Jurdicas e Previsibilidade das Aes Futuras.6.2.2. A Confiana Legtima.6.2.3. A Hermenutica do Princpio da Segurana Jurdica nos Planejamentos Fiscais.

    6.3. Princpio da Capacidade Contributiva, Isonomia e Solidariedade.

    7. Interpretao Econmica e o Business Purpose.

    8. Os Limites Positivados do Planejamento Tributrio.

    9. Aspectos Atuais da Insegurana Jurdica nos Tribunais no Contexto dos Planejamentos Fiscais.

    10. Concluses.

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    5. METODOLOGIA

    Tendo, certamente, a pretenso de demonstrar o verdadeiro problema de

    interpretao do ordenamento jurdico no contexto dos planejamentos tributrios, a

    monografia respeitar as funes da dogmtica de descrever o objeto do problema e

    prescrever critrios para sua soluo. No se pretender, portanto, encontrar respostas

    que inovem no ordenamento posto, mas sim buscar alternativas, sem qualquer alterao

    da legislao vigente, para interpretar o tema em questo.

    Desse modo, a tarefa da monografia ser, de lege lata, ou seja, aps a

    descrio dos problemas verificados, analisar hipteses de interpretao apontando

    aquelas que podem ser adequadas sistemtica do ordenamento.

    J se pode antecipar que alm dos problemas de interpretao mencionados,

    tambm sero analisados os potenciais conflitos que a norma pode vir a criar: de carter

    semntico; teleolgicos e axiolgicos, levando em considerao a finalidade da norma e

    os valores que ela consagra; de compatibilidade sistemtica; de reconstruo histrica

    (sentido originrio do dispositivo) e lgicos.

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    6. CRONOGRAMA

    Atividade Concluso

    IPesquisa a respeito de generalidades doutrinrias sobre os

    fundamentos constitucionais do planejamento tributrio.Abr/2013

    IIElaborao do captulo 2 da dissertao baseadas nas concluses

    da pesquisa de que trata o item I.Jun/2013

    III

    Pesquisa a respeito da evoluo histrica dos conceitos de eliso,

    evaso e eluso tributria, principalmente no que tange se refere

    ao relacionamento de tais conceitos com o pargrafo nico do

    artigo 116 do CTN.

    Ago/2013

    IVElaborao do captulo 1 do trabalho baseadas nas concluses da

    pesquisa de que trata o item 1.Set/2013

    VPesquisa a respeito dos aspectos que envolveram a criao do

    pargrafo nico do artigo 116 do CTN.Nov/2013

    VI

    Pesquisa sobre a interelao entre Direito Civil e Direito

    Tributrio, especificamente no que diz respeito ao contexto do

    planejamento tributrio.

    Mar/2014

    VIIElaborao dos captulos 3 e 4 do trabalho a teor da pesquisa de

    que tratam os itens III e V..Jun/2014

    VIII Elaborao do captulo 5 do trabalho, nos termos da pesquisa

    apontada no item VI.Ago/2014

    IX Pesquisa especfica acerca do tema do planejamento tributrio no

    mbito do Sistema Constitucional Tributrio nacional. Pesquisa

    detalhada sobre o princpio da segurana jurdica.

    Set/2014

    X Elaborao do captulo 6 do trabalho luz da pesquisa de que

    trata o item IX. Elaborao das consideraes de como a

    caracterstica relacional influencia a extino do contrato.

    Out/2014

    XI Pesquisa com relao interpretao econmica e teoria do

    business purpose aplicados no planejamento tributrio.

    Elaborao dos captulos 7, 8 e 9 com fundamento na pesquisa

    aponta nos itens IX e X.

    Dez/2014

    XII Reviso final e concluso do trabalho. Jan/2015

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    7. BIBLIOGRAFIA PRELIMINAR

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  • 7/28/2019 Projeto de Mestrado - Rmulo Cristiano (1)

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