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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ- CAMPUS CASTANHAL CURSO DE AGRONOMIA SILVICULTURA

Projeto de Regularização e Legalização de Imóveis Rurais

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Regularização Fundiária, Ambiental e Jurídica, abrangendo os orgãos e lei vigentes.

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOSERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ- CAMPUS CASTANHAL

CURSO DE AGRONOMIA

SILVICULTURA

CASTANHAL/PAAGOSTO/2015

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOSERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ- CAMPUS CASTANHAL

CURSO DE AGRONOMIA

Lucas Palheta Sampaio

SILVICULTURA

Trabalho apresentado ao Instituto Federal de Educação, ciência e Tecnologia do Pará- Campus Castanhal, como parte das exigências da disciplina de Silvicultura orientada pelo professor Mscª.Klewton Adriano, para obtenção de nota parcial ou total.

CASTANHAL/PAOUTUBRO/2015

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1. Apresentação

1.1 Informações Gerais

1.1.1 Propriedade: Fazenda Casada 2

1.1.2 Localização: Rod. PA-124, Km 42, Município de São João de Pirabas

- Estado do Pará. Coordenada Geodésicas de

1.1.3 Gleba Estadual – Jurisdição: ITERPA

1.1.4 Proprietário: Silviane Messias Rocha Tel.: (91) 99112-2112

1.1.5 Responsável Técnico: Lucas Palheta Sampaio CREA: 38240TDPA

1.2 Características do imóvel:

Fazenda com área total de 700 ha precisa passar por um processo de legalização

perante aos órgãos competentes. É uma área com floresta nativa sujeita a reserva legal de 80%

da propriedade. Atualmente, 50% da reserva legal - RL da área dessa propriedade é coberta de

floresta nativa e possui 10% de área de preservação permanente – APP situado a menos de 5

metros de nascentes. Nessa situação a proprietária Silviane Rocha já possui um SAF de 80 ha

consorciado com cupuaçu, açaí, cacau e banana e pretende desmatar 20% da floresta para

ampliar com as culturas de cana de açúcar, milho e soja. Diante do pressuposto é necessário

fazer uma análise da área para saber se a proprietária está respeitando a legislação existente.

2. Fundamentação

2.1 Regularização Fundiária

Segundo a lei Nº 11.952, de 25 de junho de 2009, fica autorizado a regularização

fundiária das ocupações incidentes em terras situadas em áreas da União, no âmbito da

Amazônia Legal, mediante alienação e concessão de direito real de uso de imóveis.

Os órgãos responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho de regularização são: o

INCRA, responsável pelas áreas federais de acordo com o decreto 1167/71 e áreas de

assentamento, colonização e reforma agrária, a regularização é feita por meio de título e

CDRU; o ITERPA fica a encargo da regularização de terras no âmbito estadual através da

emissão de títulos e CDRU; SPU nas áreas que sofrem influencia de marés, nas várzeas

federais e ilhas federais; a FUNAI é responsável pelas áreas indígenas, contudo não emite

documentação; e o ICMBio responsável pelas áreas de reserva extrativista e sustentáveis

ocupadas por populações tradicionais emitindo o CDRU.

2.1.1 Regularização Ambiental

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A Secretaria do Meio Ambiente é o órgão responsável pela regularização ambiental da

propriedade, ela se utilizará da lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 no qual prevê o novo

Código Florestal Brasileiro para promover os parâmetros que a propriedade deve se

enquadrar.

Devido a propriedade não apresentar nenhuma documentação ambiental, é necessário

dar inicio a ao cadastramento mediante as leis vigentes, o CAR é o primeiro documento

necessário para o inicio dos tramites da regulamentação.. A seção II do decreto nº 7.830, de

17 de Outubro de 2012 determina que a criação do Cadastro Ambiental Rural no qual deverá

contemplar os dados do proprietário, possuidor rural ou responsável direto pelo imóvel rural,

a respectiva planta georreferenciada do perímetro do imóvel, das áreas de interesse social e

das áreas de utilidade pública, com a informação da localização dos remanescentes de

vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das áreas

consolidadas e da localização das Reservas Legais.

Posterior ao CAR é necessário dar inicio ao procedimento de Licenciamento

Ambiental Rural, no qual só será concedida pela Sema mediante a assinatura prévia do Termo

de Compromisso Ambiental (TCA), no qual é um documento firmado pelo produtor rural, de

forma declaratória, para a obtenção de Autorização de Funcionamento contemplando o art. 8º

do Decreto 216/2011; em seguida o TCA deve ser encaminhado para a Sema/PA que irá

emitir a Autorização de Funcionamento de Atividade Rural (AFAR) com prazo de 365 dias.

No ano de 2011, o decreto 216 (art 6º, §4º) conferiu a LAR como instrumento de

monitoramento, controle e comprovação da regularidade ambiental das atividades nos imóveis

rurais, analisando as áreas de preservação permanente, reserva legal e os impactos das

atividades do imóvel. Ela só pode ser emitida após o proprietário ou representante legal da

terra está de posse da AFAR, assim, deve ser feito o requerimento para a emissão da Licença

de Atividade Rural no prazo de 120 dias antes do vencimento da AFAR.

3. Problemática da Área

3.1 Regularização Fundiária

O georreferenciamento do imóvel rural é necessário como base para o

cadastramento ambiental rural. Em 13 de outubro de 2015 o ITERPA emitiu um

pregão voltado a serviços de cadastro e georreferenciamento de lotes rurais em glebas

estaduais, com o intuito de contratar empresas para desenvolverem um serviço

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semelhante ao programa Terra Legal responsável pelo georreferenciamento de imóveis

em áreas federais, contudo, devido ao tempo de andamento do processo, torna-se

necessário contratar uma empresa para georreferenciar a área em questão.

De posse do georreferenciamento o Cadastro Ambiental Rural deve ser feito, e

posterior abertura do processo de emissão de título.

A emissão do título é feita pelo órgão regulamentador fundiário responsável. Pela

propriedade estar localizada em gleba estadual, o ITERPA deve ser acionado para o início do

processor de titulação.

No site do órgão devem ser baixados os formulários necessários, o primeiro a ser

preenchido é o Requerimento Padrão Gratuito (anexo 1), nele são informadas as informações

do requerente e do imóvel, e devem ser apresentados os documentos contidos na lista do

requerimento.

O Requerimento de Regularização Fundiária de Venda Onerosa para Pessoa Física

(disponível no site do ITERPA) também deve ser preenchido, na qual as informações do

requerente e de ocupação, e uma lista de documentos, dentre eles, o CAR e a peça técnica de

georreferenciamento.

Torna-se necessário o preenchimento da Declaração de Reconhecimento de Limites

pelos confinantes do imóvel (anexo2), formalizando o acordo entre proprietários em relação

aos limites de seus imóveis.

Os documentos necessários para apresentação no ITERPA estão disponíveis no anexo

3.

Após a emissão do título pelo ITERPA o mesmo deve ser registrado em cartório, um

caso em particular deve ser lembrado, na situação de o imóvel estar em mais de uma comarca,

o título deve ser registrado em todas.

Mesmo após o registro em cartório do título emitido pelo ITERPA é necessário a

emissão do Certificado de Cadastro do Imóvel Rural (CCIR) documento indispensável para

desmembrar, arrendar, hipotecar, vender ou comprometer em venda o imóvel rural. O

processo para emissão desse documento é feita no INCRA sendo preenchido três formulários

que abrangerão os dados de uso, dados de estrutura e dados de preenchimento.

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Assim o imóvel rural estará devidamente regularizado nos órgãos competentes, sendo

possível sua utilização jurídica e fundiária.

3.2 Regularização Ambiental

O CAR é o primeiro documento a ser feito para a legalização ambiental, para tal deve

ser realizada um levantamento detalhado sobre as áreas de reserva, área de uso, de

preservação permanente.

A área em questão apresenta 700 hectares, nos quais estão distribuídos da seguinte

forma: 80% (504 ha) da área total sujeita a alínea a, inciso I, artigo 12, Lei 12.651 de 25 de

maio de 2012 que prevê esta porcentagem como área de reserva para imóveis localizados na

Amazônia Legal; 50% da área de reserva está coberta de floresta nativa (252 ha); e a

propriedade detém 10% (70 ha) da área total como área de preservação permanente. Adota-se

a medida prevista no artigo 15, Lei 12.651 de 25 de maio de 2012 no qual afirma que a área

de preservação permanente pode ser computada na área de reserva desde que não seja para

fins de supressão de áreas de vegetação nativa para a criação de novas áreas de uso

alternativo do solo.

Os cálculos para determinação das áreas foram feitos da seguinte forma:

Área de Reserva Legal: ARL= ( ( APRT −APP )∗80 )/100

Área de Uso Alternativo do solo: AUAS=( APRT −APP−ARL )

Área de Preservação Permanente: APP=( APRT∗10 )/100

Mapa de Uso do Imóvel.

Fazenda com área total de 700 ha precisa passar por um processo de legalização

perante aos órgãos competentes. É uma área com floresta nativa sujeita a reserva legal

de 80% da propriedade. Atualmente, 50% da reserva legal - RL da área dessa

propriedade é coberta de floresta nativa e possui 10% de área de preservação

permanente – APP situado a menos de 5 metros de nascentes. Nessa situação a

proprietária Silviane Rocha já possui um SAF de 80 ha consorciado com cupuaçu,

açaí, cacau e banana e pretende desmatar 20% da floresta para ampliar com as culturas

de cana de açúcar, milho e soja. Diante do pressuposto é necessário fazer uma análise

da área para saber se a proprietária está respeitando a legislação existente.

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O Novo Código Florestal Brasileiro no qual consiste na Lei 12.651 de 25 de maio de

2012, em seu artigo 66, parágrafo 3, discorre sobre a possibilidade de recomposição da

Reserva Legal com espécies exóticas e frutíferas desde que, estejam consorciadas com

espécies nativas de ocorrência regional; a área recomposta com exóticas não pode exceder a

50% da área a ser recomposta.

A érea de preservação permanente será computada junto a área de reserva legal como

previsto anteriormente, sendo assim o calculo de área a ser recomposta (AASR) dá-se da

seguinte forma:

AASR=ARL−APP

Aplicando a formula temos 434 hectares a serem recompostos, dos quais 50% (217 ha)

devem ser repostos obrigatoriamente com plantio de espécies nativas ou regeneração natural,

e os outros 50% recomenda-se utilizar o consorcio com espécies exóticas.

No caso do imóvel em questão a recomposição de 217 hectares pode ser feita com

espécies nativas como paricá, madeira muito utilizada na produção de laminados, móveis e

acabamentos; uma alternativa para a implantação de espécies nativas para recomposição é o

cedro, no qual é usado na construção civil, naval e aeronáutica, em movelaria, marcenaria e

confecções de instrumentos musicais e esculturas.

Nas áreas de consorcio, a recomposição com espécies exóticas pode ser desenvolvida

com consorcio de jacarandá com bacuri-bravo, podendo ser retiradas das duas espécies a

matéria prima para fabricação de móveis e outros produtos madeireiros e produtos

alimentícios. A recomposição da APP: Será realizada mediante o processo de regeneração

natural.

Decorrente a remoção de áreas de floresta para plantio de outras espécies é inviável a

pratica de desmatamento de 20% da área devido, o imóvel apresentar necessidade de

recomposição de área para atendimento da legislação vigente, sendo que para a adequação do

imóvel deverá ser recomposta uma área de 434 hectares.

O cultivo da cultura da cana-de-açúcar, conforme proibição estabelecida pelo Decreto Federal

nº 6.961, de 17 de setembro de 2009, que aprova o zoneamento agroecológico da cana-de-

açúcar no Brasil onde a Amazônia Legal foi excluída para o cultivo desta cultura não poderá

serimplantado.

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INSTITUTO DE TERRAS DO ESTADO - ITERPAREQUERIMENTO PADRÃO GRATUITO

1 - IDENTIFICAÇÃO DO REQUERENTENome ou razão social:CPF ou CNPJ:Cônjuge: CPF:Profissão ou ramo de atividade:Nacionalidade: Identidade (órgão expedidor):End. Completo: Estado civil:

Município/UF: CEP:Telefone para contato E-mail:

2 - IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVELDenominação: Município:Área total (ha): Matrícula(s) (nº/livro/folha/cartório):3- DOCUMENTOS APRESENTADOS

( ) Cópia de identidade, CPF e procuração especificamente outorgada para este fim (se for o caso)( ) Documentação que fundamenta o pedido( ) Relatório de vistoria da área pretendida com parecer técnico (DEAF)( ) Planta (situação ou locação, com parecer sobre a jurisdição e disponibilidade da área requerida e vistoriada), assinada por profissional habilitado;( ) Requerimento dirigido ao ITERPA com a solicitação do interessado.( ) Outros documentos apresentados: _

4 – REQUERIMENTO

AO SENHOR PRESIDENTE DO INSTITUTO DE TERRAS DO PARÁO REQUERENTENTE SUPRACITADO E ABAIXO ASSINADO, REQUER PELO PRESENTE:

( ) Certidão ( ) Declaração( ) Informação ( ) Outros, especificarJustificativa e finalidade:

DECLARO, PARA OS DEVIDOS FINS, QUE: Todas as informações prestadas e documentos anexos são verdadeiros, assumindo a responsabilidade pelos mesmos sob as penas da lei. Comprometo-me a providenciar todas as informações necessárias ao bom andamento do processo no ITERPA.

NESTES TERMOS PEDE DEFERIMENTO

_BELÉM____, de ______________ de _2011____

__________________________________Assinatura do requerente

Anexo 1Anexo 2

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Declaração de Reconhecimento de Limite Eu,.............................................................................., Cédula de Identidade RG ............................../..............., CPF nº............................................. , Proprietário do imóvel rural denominado ................................................, matrícula N°................ , Livro................, fls.............. ,CRI.................................................................................................... código do imóvel INCRA..................................................., e, Eu,........................................................................., Cédula de Identidade RG nº. ..................... /............., CPF nº. ..................................., proprietário do imóvel rural denominado ..............................................., matrícula ..............................., código do imóvel no INCRA........................................... Declaramos não existir nenhuma disputa ou discordância sobre os limites comuns existentes entre os citados imóveis, estando o trecho localizado entre os vértices ........................... Declaramos ainda que o profissional Credenciado ............................................................................................, CREA:................... / CPF nº. .............................................. credenciado pelo INCRA sob o código ................, com a emissão da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART nº. ............................., nos indicou as demarcações do limites entre as nossas propriedades, tanto no campo, como na sua representação gráfica. Concordamos com essa demarcação, expressa na planta e no memorial descritivo, ambos em anexo, e reconhecemos esta descrição como o limite legal entre nossas propriedades.

...................................,.... de ................................. de

________________________ _____________________________ Proprietário Confrontante CPF:....................................... CPF:..............................................

________________________ ____________________________ Conjuge Conjuge

CPF:........................................ CPF:..............................................Credenciado como testemunha:Credenciado do INCRA.CPF nº...........................................CREA nº. ........................../.........Código do credenciado: ..................

__________________________________________________Tecnico Credenciado

Anexos: Planta e Memorial Descritivo

Documentos: Venda Onerosa Pessoa Física

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Formulário padrão integralmente preenchido

Fotocópia autenticada de documento oficial de identificação pessoal com foto do requerente expedido pelo governo ou órgão de classe

Fotocópia autenticada do Cadastro de Pessoa Física (CPF/MF) do requerente

Fotocópia autenticada do comprovante de residência, com todas as informações necessárias para o recebimento de notificações;

Fotocópia autenticada de documento oficial de identificação pessoal com foto do cônjuge/companheiro do requerente expedido pelo governo ou órgão de classe (caso o requerente seja casado, ou conviva em regime de união estável ou relação homo afetiva).

Fotocópia autenticada do (CPF/MF) do cônjuge/companheiro do requerente (caso o requerente seja casado, ou conviva em regime de união estável ou relação homo afetiva).

Declaração de ocupação

Peças técnicas de georreferenciamento

Comprovante de inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA)

Certidão de inexistência de registro imobiliário da área perante o Cartório de Registro de Imóveis competente;

Comprovante de pagamento custas processuais

Procuração

OUTROS:

Anexo 3

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Mapa da Propriedade

Área de Uso Alternativo do Solo

Área de Preservação Permanente

Área de Reserva a Ser Recuperada

Área de Reserva com Vegetação Nativa