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09/11/2015 :: PROJETO MEMÓRIA :: data:text/html;charset=utf8,%3Cdiv%20class%3D%22citacao%22%20style%3D%22color%3A%20rgb(0%2C%2051%2C%20102)%3B%20marginleft%… 1/1 “O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. (...) É nesse sentido também que a dialogicidade verdadeira, em que os sujeitos dialógicos aprendem e crescem na diferença, sobretudo, no respeito a ela, é a forma de estar sendo coerentemente exigida por seres que, inacabados, assumindose como tais, se tornam radicalmente éticos. É preciso deixar claro que a transgressão da eticidade jamais pode ser vista como virtude, mas como ruptura com a decência. O que quero dizer é o seguinte: que alguém se torne machista, racista, classista, sei lá o quê, mas se assuma como transgressor da natureza humana. Não me venha com justificativas genéticas, sociológicas ou históricas ou filosóficas para explicar a superioridade da branquitude sobre a negritude, dos homens sobre as mulheres, dos patrões sobre os empregados. Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar." (Pedagogia da Autonomia, 1996).

Projeto Memória

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TEXTO DE UM LIVRO DE PAULO FREIRE.

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Page 1: Projeto Memória

09/11/2015 :: PROJETO MEMÓRIA ::

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“O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemosou não conceder uns aos outros. (...) É nesse sentido também que a dialogicidade verdadeira, em queos sujeitos dialógicos aprendem e crescem na diferença, sobretudo, no respeito a ela, é a forma deestar sendo coerentemente exigida por seres que, inacabados, assumindo­se como tais, se tornamradicalmente éticos. É preciso deixar claro que a transgressão da eticidade jamais pode ser vista comovirtude, mas como ruptura com a decência. O que quero dizer é o seguinte: que alguém se tornemachista, racista, classista, sei lá o quê, mas se assuma como transgressor da natureza humana. Nãome venha com justificativas genéticas, sociológicas ou históricas ou filosóficas para explicar asuperioridade da branquitude sobre a negritude, dos homens sobre as mulheres, dos patrões sobre osempregados. Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheçaa força dos condicionamentos a enfrentar." (Pedagogia da Autonomia, 1996).