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Ministério da Educação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Diretoria de Educação a Distância Sistema Universidade Aberta do Brasil PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS Brasil, 2011

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Ministério da Educação

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Diretoria de Educação a Distância

Sistema Universidade Aberta do Brasil

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS

Brasil, 2011

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Ministério da Educação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

Diretoria de Educação a Distância Sistema Universidade Aberta do Brasil

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS

Equipe de Elaboração: Elisaldo Luiz Araújo Carlini – UNIFESP Helena Maria Becker Albertani Yone Gonçalves de Moura – UNIFESP Zila van der Meer Sanchez – UNIFESP Monica Parente Ramos – UNIFESP Valéria Sperduti Lima – UNIFESP Helena Gasparini – UCDB/MS Edimilson Lopes Júnior – UFRN Marcello Ferreira – CAPES

Brasil, 2011

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SUMÁRIO

1. Introdução 4

2. Justificativa 5

3. Histórico da Parceria CAPES/UNIFESP no desenvolvimento do curso

de Especialização em Prevenção ao Uso Indevido de Drogas 7

4. Apresentação da IES Ofertante 9

5. Objetivos do Curso 10

5.1 Objetivo Geral 10

5.2 Objetivos Específicos 10

6. Público-Alvo, Critérios de Seleção e Certificação Conferida 11

7. Concepções do Curso 12

7.1 Aspectos Fundamentais 13

7.2 Referencial Teórico 15

7.3 Princípios Epistemológicos 16

7.4 Metodologia 16

8. Organização do Curso 20

8.1 Carga-Horária e Periodicidade 21

8.2 Consecutividade da oferta dos módulos e carga horária de

estudo semanal 21

8.3 Conteúdo Programático 23

9. Corpo Docente e Tutoria 29

10. Acompanhamento, Orientação e Avaliação da Aprendizagem 30

11. Infraestrutura e Processo de Gestão Acadêmico-Administrativa 31

12. Referências Bibliográficas 32

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1. Introdução

O universo acadêmico apresenta uma diversidade de correntes científicas que

interpretam determinada problemática sob perspectivas distintas. No campo das drogas, essas

divergências são particularmente evidentes: concepções que abarcam desde a exagerada

condenação total do uso de drogas até abordagens que apontam para uma apologia entusiasta

das eventuais propriedades benéficas que as drogas podem proporcionar.

Diante dessa diversidade de visões, propõe-se, aqui, oferecer um curso de

Especialização sobre a temática da prevenção ao uso indevido de drogas, com o objetivo

principal de proporcionar ao cursista diferentes perspectivas teóricas e científicas sobre o

fenômeno do “uso de drogas”. A partir do embate de distintas abordagens epistemológicas,

poder-se-á desenvolver uma reflexão mais profunda sobre o tema, evitando, com isso, a

disseminação de uma concepção de viés emocional e/ou ideológico e, ainda, o

empobrecimento das análises acerca deste fenômeno complexo.

Os modelos etiológicos da dependência química e do abuso de drogas apontam

que o desenvolvimento desses fenômenos depende de múltiplos fa tores de risco. Assim, é

fundamental que o professor da educação básica, em ação direta com seus alunos, possa, de

maneira positiva, auxiliar na diminuição dos fatores de risco e no fortalecimento de fatores de

proteção das crianças e dos adolescentes. Os professores e os profissionais da escola em geral

têm posição privilegiada no acesso à população de risco para o início do consumo, visto que o

primeiro uso de quase todas as drogas ocorre, em geral, na adolescência e, por este motivo,

ações preventivas devem visar esta população exposta.

Apesar de não haver consenso atual sobre o modelo mais adequado para a

prevenção ao uso indevido de drogas, acredita-se que modelos que agem no âmbito

biopsicossocial do adolescente podem diminuir ou retardar o início do consumo, haja vista

que estimulam as habilidades sociais, desenvolvem a autonomia e oferecem informações

sobre as drogas.

Para atingir o audacioso objetivo de legar formação de qualidade na área de

prevenção ao uso indevido de drogas, o curso propõe-se a discutir o tema considerando

primeiramente o homem, pois, conforme afirma José Ribeiro do Valle, pesquisador que pela

primeira vez deu ênfase no homem em seus estudos científicos sobre a Cannabis sativa L,

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estudamos a maconha que o homem usa e isto seria errado! Deveríamos estudar o homem que

usa maconha.

O curso de Especialização em Prevenção ao Uso Indevido de Drogas será

ministrado na modalidade de educação a distância por instituições públicas de ensino

superior, em articulação com os polos de apoio presencial que integram o Sistema

Universidade Aberta do Brasil – UAB, sob a gestão da Diretoria de Educação a Distância da

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. O curso destina-se

aos professores em exercício nas redes públicas de ensino da educação básica brasileira, bem

como ao público da demanda social interessado em adquirir conhecimentos nessa temática

específica.

2. Justificativa

O consumo de psicotrópicos no Brasil tem apresentado características

preocupantes para o Estado e as famílias em geral: uso cada vez mais precoce por crianças e

adolescentes; introdução ao consumo no ambiente escolar por influência dos pares; elevado

grau de dependência química dos usuários; consumo horizontalizado em termos de classes

sociais, faixa etária, etnia, sexo e localidade residencial; quantitativo crescente de dependentes

que necessitam de serviços especializados para desintoxicação, entre outros aspectos.

Trata-se de um problema social da mais elevada complexidade, que envolve

não apenas os aspectos de saúde e qualidade de vida dos usuários, mas também questões de

segurança pública, exclusão, degradação humana, entre outros.

Medidas mais tradicionais de prevenção ao uso indevido de drogas, pautadas

no combate por meio da conscientização dos usuários sobre seus malefícios e na condenação

moral linear das próprias drogas e de seus consumidores, têm se mostrado pouco eficientes

para os propósitos de enfrentamento do problema. A diversidade de drogas atualmente

disponíveis para consumo, o baixo preço de algumas delas, os distintos graus de dependência,

as estratégias comerciais dos traficantes e os variados aspectos socioculturais associados aos

consumidores reais e potenciais dão contornos de alta complexidade ao fenômeno do uso de

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drogas no Brasil, não restando espaço para ações de prevenção estreitas, moralistas ou

totalitárias.

A constatação da ineficácia das condutas tradicionais de combate ao uso

indevido de drogas tem conduzido especialistas à adoção de medidas alternativas, centradas

na pluralidade de esforços visando a evitar o início do consumo, diminuir sua progressão e

reduzir os danos associados ao uso indevido dos psicotrópicos. A formação científica

multidisciplinar para a compreensão do fenômeno das drogas em sua complexidade inerente

tem se mostrado, pois, a estratégia mais eficaz no enfrentamento da questão.

Partindo da premissa de que a incapacidade de lidar com a complexidade do

fenômeno das drogas e a opção simplista e unilateral combativa influenciadora do campo

político trazem um empobrecimento das análises que, em sua maioria, desprezam os aspectos

socioculturais em projetos de educação e em políticas públicas de prevenção (Gil e Ferreira,

2010), a CAPES, em parceria com a UNIFESP, propõe o projeto pedagógico do curso de

Especialização em Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, destinado à capacitação de

educadores para a prevenção ao uso indevido de drogas no espaço escolar.

Por meio de uma formação multidisciplinar sobre o uso de drogas, que confere

espaço às diferentes áreas do conhecimento e, por desencadeamento, às suas respectivas e

diversas abordagens, almeja-se que os educadores adquiram habilidades e conhecimentos que

contribuam para o desenvolvimento nos estudantes – crianças, adolescentes e jovens – da

capacidade de reflexão crítica e de decisão para fazerem opções que favoreçam a saúde, a

segurança e o bem-estar.

Espera-se que, a partir do aprofundamento dos debates entre estudantes e

professores no ambiente escolar e da superação de tabus, preconceitos e fobias, um curso com

tais escopo e proposta epistemológica possa contribuir para a suplantação da racionalidade

simplista e moralista até o presente dominante nos discursos políticos, midiáticos e até

acadêmicos sobre a temática das drogas.

Objetiva-se, ainda, que o desenvolvimento do curso na modalidade de

Educação a Distância (EaD) contribua para a ampliação, a descentralização e a

democratização de seu acesso pelos cursistas, majoritariamente professores em exercício, com

diferentes jornadas de trabalho e disponibilidade de tempo, tendentes a se beneficiar da

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flexibilidade de tempo própria à EaD e de seus respectivos canais de comunicação e

interatividade .

Justificam, pois, a proposição deste curso de prevenção ao uso indevido de

drogas os seguintes aspectos:

a) a importância e a urgência da difusão científica da temática da prevenção do uso

indevido de drogas no contexto social brasileiro;

b) a necessidade de formação qualificada de professores para a ampliação da rede

nacional de prevenção ao uso indevido de drogas; e

c) a capilaridade, com reserva de qualidade, da educação superior pública na

modalidade a distância por intermédio do Sistema UAB.

O desenho teórico-metodológico do curso, associado à proposta de ação

profissional integrada ao trabalho de conclusão, tem como objetivo legar ao cursista

competências e habilidades contributivas para a instituição ou o aperfeiçoamento do

planejamento estratégico da escola em ações de prevenção ao uso de drogas, bem como para o

tratamento da temática em caráter transversal nas mais diversas disciplinas escolares.

3. Histórico da parceria CAPES/UNIFESP no desenvolvimento do curso de

Especialização em Prevenção ao Uso Indevido de Drogas

Compreendendo a flagrante necessidade de formação de professores para a

atuação em projetos de prevenção ao uso indevido de drogas nas escolas de Educação Básica,

considerando os princípios da Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério

da Educação Básica1 associados às suas competências legais2, em 2011, a CAPES apresentou

convite à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), por meio do Centro Brasileiro de

Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), para a coordenação nacional da

elaboração do projeto pedagógico e do material didático de um curso de especialização na

prevenção ao uso indevido de drogas, de oferta nacional, a ser ministrado na modalidade a

distância. Também participam das tarefas de confecção do projeto pedagógico e do material

1 A esse respeito, vide: Decreto nº 6.755, de 29 de janeiro de 2009. 2 A esse respeito, vide: Lei nº 11.502, de 11 de julho de 2007.

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didático do curso a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade

Católica Dom Bosco do Mato Grosso do Sul (UCDB/MS)

Por intermédio da Diretoria de Educação a Distância, a CAPES integra a

comissão de elaboração do projeto pedagógico e do material didático do curso nacional de

prevenção ao uso indevido de drogas, sendo responsável pelo fomento da ação, bem como

pela provisão de condições técnicas para o alinhamento da proposta pedagógica ao modelo de

articulação, oferta e fomento de cursos no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil –

UAB3.

Ainda em 2011, a CAPES e a UNIFESP estabeleceram os marcos do Termo de

Cooperação que estabelece que o material didático integral para o curso será entregue e

disponibilizado em repositório próprio, cumprindo à CAPES divulgar Chamada Pública que

selecionará, com apoio da comissão de elaboração do projeto pedagógico, as instituições de

ensino superior responsáveis pela oferta do curso no âmbito do Sistema UAB.

Há, no momento, tratativas para a promoção, por parceria entre a CAPES e a

UNIFESP, de um evento nacional para a apresentação do projeto pedagógico e do material

didático às IES aderentes, bem como para a capacitação dos futuros coordenadores

institucionais do curso, com vistas a garantir o alinhamento de sua oferta à sua concepção

sistêmica. A comissão de elaboração do curso constituirá um comitê de acompanhamento e

avaliação com vistas à adequação e atualização do projeto pedagógico e do seu material

didático, bem como avaliação do impacto, a fim de programar e aperfeiçoar eventuais

reedições do curso.

O cronograma acordado entre a CAPES e a UNIFESP prevê as seguintes

principais etapas/atividades:

3 A esse respeito, vide: Decreto nº 5.800, de 08 de junho de 2006.

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Quadro 1: Cronograma do Curso Nacional de Prevenção ao Uso de Drogas

2011 ATIVIDADES

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Elaboração do Material Didático X X X

2012 ATIVIDADES

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Elaboração do Material Didático X X X X X X X X

Disponibilização do Material Didático X

Chamada CAPES - Adesão ao curso X X

Curso Nacional de Capacitação X

2013 ATIVIDADES

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Início dos Cursos X

Comitê de Acompanhamento X X X X X X X X X X

4. Apresentação da IES Ofertante

Neste espaço, a IES aderente/ofertante deverá apresentar/discutir o seguinte:

1. Origens (ano de fundação) e atuação (número de campi, cursos, professores, técnicos,

alunos e demais estatísticas relevantes);

2. Histórico de ações em educação a distância (início institucional, projetos já realizados

e em andamento) e da atuação no Sistema UAB (número de cursos, polos e alunos) e

aspectos qualitativos (concepções de EaD e perspectivas institucionais para a

modalidade)

3. Perspectivas com relação à execução do Projeto Pedagógico do Curso Nacional de

Prevenção ao Uso de Drogas:

3.1 unidade acadêmica em que será lotado;

3.2 identificação do coordenador institucional do curso (nome, formação, unidade

acadêmica de origem e link para o currículo lattes);

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3.3 quadro de professores – com formação e link para o lattes que atuarão na oferta do

curso e na orientação dos trabalhos de conclusão do curso;

3.4 número e nome dos municípios dos polos e vagas previstas para a oferta do curso;

3.5 proposta de atuação interdisciplinar;

3.6 proposta de complementação do material didático (limitada a 20% do número total de

páginas do material didático original);

3.7 proposta de seleção e capacitação dos tutores – inclusive, com resumo dos pré-

requisitos que serão exigidos e proposta de acompanhamento dos projetos de

conclusão do curso junto à rede básica de ensino); e

3.8 informações complementares relevantes.

5. Objetivos

5.1 Objetivo Geral

Oferecer instrumentos teórico-metodológicos aos profissionais do magistério atuantes

nas escolas das redes públicas de educação básica do país e a candidatos provenientes da

demanda social, para o desenvolvimento de projetos e ações no âmbito escolar que visem à

prevenção ao uso indevido de drogas pelos estudantes.

5.2 Objetivos Específicos

1) Estimular os professores a compreender a questão do uso indevido de drogas a partir

de uma reflexão crítica, científica, multidisciplinar e complexa;

2) Proporcionar a construção sistematizada de conhecimentos sobre as drogas,

distinguindo as implicações do uso dos diversos psicotrópicos com base em

fundamentos científicos;

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3) Favorecer o debate aberto e multidisciplinar sobre a questão do uso indevido de

drogas, tendo em vista a complexidade que envolve o fenômeno;

4) Fornecer metodologias e instrumentos de pesquisa que possibilitem aos professores

elaborar projetos de prevenção ao uso indevido de drogas nas escolas onde atuam.

6. Público-Alvo, Critério de Seleção e Certificação Conferida

O curso de Especialização (Pós-Graduação Lato Sensu) “Prevenção ao Uso

Indevido de Drogas” destina-se prioritariamente a professores da educação básica, em

exercício nas redes públicas, que tenham concluído o ensino superior, admitindo, também,

candidatos provenientes da demanda social, diplomados em cursos superiores, que atendam às

exigências das instituições de ensino superior ofertantes do curso, de acordo com o

estabelecido na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

O processo seletivo para ingresso no curso dar-se-á conforme legislação

pertinente e regras da instituição de ensino superior seletora.

O cumprimento dos requisitos de avaliação e demais exigências do curso

assegura ao cursista Certificado de Especialista em Prevenção ao Uso Indevido de Drogas

conferido pela instituição de ensino superior em que foi matriculado.

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7. Concepção do Curso

Concebido por especialistas das temáticas de prevenção ao uso de drogas e

educação, o curso foi elaborado tendo por base o pressuposto de que ações eficazes de

prevenção ao uso de drogas dependem de abordagens multifocais, capazes de possibilitar a

compreensão do fenômeno em sua complexidade e o desenho de estratégias aptas a enfrentá-

lo. Partindo dessa premissa, estruturou-se um curso no qual os participantes tenham à

disposição teorias e abordagens distintas e até divergentes sobre o fenômeno do consumo de

drogas, e se defrontem com situações de aprendizagem que lhes propiciem elaborar projetos

ou propostas de prevenção abertos, plurais, críticos, conscientes e eficazes em suas

respectivas áreas de atuação.

A despeito de a escola exercer papel central no processo de ensino-

aprendizagem das crianças e dos jovens, sendo, portanto, locus privilegiado para os trabalhos

de prevenção ao uso de drogas junto a esse público, é sabido que o processo de socialização

nas sociedades complexas decorre não apenas da relação professor-aluno ou das relações ente

pares estabelecidas no espaço escolar, mas de outras tantas relações sociais que se

desenvolvem em outros espaços de socialização, reais ou virtuais, tais como família, Internet,

televisão, vizinhança, igreja etc.4.

Como o sucesso das ações de prevenção ao uso indevido de drogas relaciona-

se com seu poder de capilarização junto aos espaços e atores primários e secundários de

socialização das crianças e dos jovens, é relevante que os professores da educação básica

sejam capacitados para um planejamento preventivo de caráter dialógico e inclusivo, que

compreenda atividades conjuntas com a família, a comunidade, outros professores, e demais

agentes de socialização expressivos para os objetivos de prevenção.

Prevenir significa “impedir que algo ocorra”. A prevenção consiste tipicamente

em métodos ou atividades que busquem reduzir ou deter problemas específicos ou, ainda,

promover comportamentos desejados. Este curso visa capacitar professores de ensino

fundamental e médio a desenvolver programas de prevenção ao uso indevido de drogas em

suas escolas, adequados ao contexto sociocultural de sua comunidade. Estes projetos buscarão

4 A respeito da questão da sociabilidade, vide: SIMMEL, George. “Sociabilidade – um exemplo de sociologia pura ou formal”. In: Simmel. Coleção Grandes Cientistas Sociais. SP: Ática, 1983b.

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não apenas a redução do consumo de drogas, mas o favorecimento de iniciativas que visem a

melhorar a formação integral do indivíduo com foco no aumento da qualidade de vida.

Será estimulada a elaboração de projetos de prevenção primária, secundária

e/ou terciária nas escolas, conforme denominação clássica dos tipos de prevenção. A

prevenção primária é realizada com objetivo de evitar a experimentação inicial de drogas e se

destina aos alunos que ainda não experimentaram e estão na idade em que possivelmente

podem iniciar o uso de drogas lícitas ou ilícitas. A prevenção secundária tem como objetivo

atingir os estudantes que já experimentaram e que fazem um uso ocasional de drogas, para

evitar que esse uso se torne abusivo e problemático, com possível evolução para dependência

química. Por fim, a prevenção terciária destina-se aos alunos usuários de drogas que já

apresentam uso problemático e, neste caso, a intervenção preventiva é a indicação de

tratamento por profissionais especializados ou a redução de danos.

As bases teóricas do curso alicerçam-se no conceito da multicausalidade do

uso de drogas, destacando que não existem causas únicas no estabelecimento da dependência

química e que a prevenção deve abranger diversos campos da vida da criança e do adolescente

para que tenha maior eficácia (Gorsuch, 1980).

7.1 Aspectos Fundamentais

O conhecimento se produz por meio da reflexão sobre a realidade, atribuindo-

lhe novas dimensões e novos significados, que permitam a modificação das ações humanas na

interação com ela. Os potenciais participantes do curso em proposição, em sua maioria,

vivenciam um espaço educacional concreto e terão acesso a visões teóricas sobre a educação,

as drogas e a prevenção, numa abordagem científica e multifocal, habilitando-se a pensar o

seu trabalho com novos dados e perspectivas, rever a prática e traçar planos de ação

fundamentados e coerentes com as características e necessidades da sua realidade.

No dizer de Freire (1983, p. 27-28), “[...] no processo de aprendizagem, só

aprende verdadeiramente aquele que se apropria do aprendido, transformando-o em

apreendido, com o que pode, por isso mesmo, reinventá- lo: aquele que é capaz de aplicar o

aprendido-apreendido a situações existenciais concretas”.

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Com base nas concepções que demonstram que a construção do conhecimento

se dá pelo equilíbrio entre as vivências prévias do sujeito que aprende e o novo conteúdo que

o desafia a pensar (BECKER, 2001, p. 33-34), o presente curso de especialização em

prevenção ao uso indevido de drogas oferece subsídios teóricos que orientam a reflexão dos

participantes sobre a sua prática concreta como educadores, oferecendo- lhes bases conceituais

e epistemológicas consistentes para que possam, ao final do processo, elaborar um projeto

prático de ação preventiva do uso indevido de drogas adequado à sua realidade.

Até recentemente, a percepção social do consumo de drogas como uma

“questão de polícia” foi hegemônica na sociedade brasileira. Em consonância com essa

apreensão, as políticas públicas relacionadas ao uso indevido de drogas foram quase sempre

inseridas no conjunto das políticas de segurança pública (BRASIL, 2006b).

O domínio do narcotráfico sobre determinados espaços urbanos de grandes

metrópoles do país legitimou a política de “guerra às drogas” como forma predominante de

ação estatal. Constatado o fracasso dessas políticas públicas de repressão e o consequente

aumento e difusão nacional do consumo de drogas lícitas e ilícitas, além da visibilidade social

dos respectivos custos econômicos e sociais, criaram-se condições para a legitimação de

políticas públicas preventivas.

A partir de meados dos anos 1990, verificou-se, ainda que timidamente, a

emergência de uma concepção política e epistemológica que encara de forma integral os

efeitos indesejáveis do uso de drogas lícitas e ilícitas. A lenta transferência da questão do uso

de drogas do campo semântico da “guerra” e da “segurança pública” para a sua entronização

em “saúde pública” é a expressão dessa redefinição sócio-política. É, ainda, a explicitação dos

limites das políticas exclusivamente repressivas. O discurso da repressão não deixa,

entretanto, de se manifestar no campo da prevenção, aportando elementos para a “pedagogia

do terror”, cuja maior limitação é epistemológica: desconsidera a capacidade reflexiva dos

sujeitos que são alvos de ações “educativas”.

Em contraposição a essas posturas, mais tradicionais e ainda arraigadas dos

pressupostos ideológicos da “guerra às drogas”, começaram a ser gestadas no Brasil políticas

de prevenção ao uso indevido de drogas orientadas por uma visão mais realista, que abrange o

enfrentamento dos danos causados pelo uso de drogas na vida dos usuários, de suas famílias e

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de seu entorno social e considera o enraizamento social do uso de drogas. Tais políticas

relacionam a prevenção à diminuição da vulnerabilidade social.

A prevenção, por sua vez, tem assento na escola, considerada pela sociedade

uma instituição educativa privilegiada na socialização dos indivíduos e, por este motivo,

constantemente solicitada a mediar situações de vulnerabilidade dos adolescentes. Ainda

assim, muitas vezes os professores mostram-se inseguros e despreparados para lidar com a

questão do uso de drogas entre seus estudantes (FERREIRA et al, 2010; MOREIRA;

SILVEIRA; ANDREOLI, 2006). Nesse diapasão, cumpre às instituições cient íficas e de

ensino superior o envide de esforços na formação e na capacitação continuada dos

profissionais da educação básica, estes hoje na linha de frente das políticas de prevenção ao

uso indevido de drogas.

7.2 Referencial Teórico

Inúmeras teorias procuram compreender a etiologia do uso, do abuso e da

dependência de drogas. Particularmente, este curso enfoca a multicausalidade, que determina

a inexistência de causas únicas no estabelecimento da dependência química e que a prevenção

deve contemplar diferentes domínios da vida dos indivíduos, a fim de retardar o início do

consumo ou simplesmente evitá- lo. Esses domínios levam em conta aspectos biopsicossociais

dos sujeitos e sofrem interação mútua.

A abordagem da multicausalidade (CARLINI-COTRIM e PINSKY, 1989)

enfoca que o consumo de drogas dá-se pela influência conjunta (soma e interação) de diversos

fatores que alicerçam o cotidiano das pessoas. Dessa forma, fatores psicológicos, sociais,

biológicos e comportamentais interagem, aumentando ou diminuindo a chance de um

indivíduo ser usuário de drogas.

O uso inicial e a dependência de drogas podem ser causados por fatores

diferentes, ou seja, o motivo da experimentação não necessariamente é o mesmo que leva à

dependência.

Há que se considerar, ainda, a diferença de impacto de cada fator de acordo

com variáveis relativas ao indivíduo: genética, gênero, faixa etária, classe social, nível de

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escolaridade, aspectos emocionais, entre outros. Um fator ou um conjunto de fatores pode não

determinar isoladamente o uso, o abuso e/ou a dependência de drogas. Mesmo que um

indivíduo tenha altas chances de uso devido à presença de diversos fatores de risco e poucos

fatores de proteção, pode haver uma variável com potencial de alterar as chances de uso.

7.3 Princípios Epistemológicos

A proposta epistemológica deste curso é possibilitar aos cursistas, como

sujeitos de sua aprendizagem, a construção do conhecimento com base nas suas experiências

intelectuais, afetivas e sociais, por meio da interação com o conteúdo, o material didático, os

professores, tutores e demais cursistas (DAVIS; OLIVEIRA, 1991).

Ao longo do curso, com a mediação dos conteúdos, cada pessoa é estimulada a

refletir sobre a realidade em que vive e trabalha e atribuir- lhe novos significados. O método

dialógico de ensino-aprendizagem permite a tomada de consciência de si mesmo como sujeito

e a possibilidade de transformar sua visão de mundo e suas práticas. (FREIRE, 1979)

O processo de aprendizagem concebido sob a ótica construtivista, quando

adequadamente organizado com base na socialização de ideias e reflexões, resulta em

desenvolvimento mental e em movimento de funções psicológicas, especificamente humanas,

que contribuem para um processo de aprendizagem contínuo, independente e socialmente

significativo (VIGOTSKI, 1998).

Os princípios epistemológicos que fundamentam o curso constituem também a

base teórico-metodológica mais adequada para orientar as dissertações e os projetos de

prevenção a serem propostos pelos participantes como Trabalho de Conclusão de Curso

(TCC).

7.4 Metodologia

A educação a distância é uma modalidade educacional na qual a mediação

didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de

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meios e tecnologias de informação e comunicação, com alunos e professores desenvolvendo

atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

A comunicação bem planejada e estruturada é chave para o sucesso de um

curso nesta modalidade. A escolha dos objetivos de ensino e aprendizagem do curso, voltados

às necessidades do professor da educação básica e desenvolvidos na articulação entre os

conteúdos multidisciplinares e as realidades do público-alvo, são elementos fundamentais do

planejamento deste curso.

A interação entre cursistas, professores e tutores é fundamental para o

aprofundamento das abordagens desenvolvidas no curso e possibilita, dialogicamente, a

construção de aprendizagens significativas, críticas e contextualizadas nas relações entre o

conhecimento e a prática.

No desenvolvimento do curso, deverão ser oferecidos aos cursistas suportes

administrativo, pedagógico, cognitivo, metacognitivo e motivacional, partindo sua

organização de uma relação dialógica entre cursistas, docentes e tutores. Para tanto, propõe-se

um sistema que possibilite o processo de interlocução permanente entre os sujeitos da ação

pedagógica.

Dentre os elementos imprescindíveis a este sistema estão:

1. A implementação de uma rede que garanta a comunicação entre os sujeitos do

processo educativo;

2. A produção e organização de material didático apropriado à modalidade,

representado por diferentes mídias;

3. Processos de orientação e avaliação próprios;

4. Monitoramento do percurso do cursista;

5. Criação de ambientes virtuais que favoreçam o processo de estudo dos cursistas.

A proposta pedagógica deste curso foi planejada para a integral articulação dos

conhecimentos, das pessoas, do material didático e das tecnologias da informação e da

comunicação. O seu desenvolvimento dar-se-á da seguinte maneira:

a) Equipe técnico-pedagógica e docente:

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- Coordenador de Curso

- Coordenador de Tutoria

- Equipe Multidisciplinar

- Professor formador

- Tutor

Tal arquitetura é concebida na parceria entre o professor formador e as equipes

técnico-pedagógicas responsáveis pela definição das estratégias didáticas do curso.

O professor formador, especialista no módulo em que atua, é responsável

pelas relações de ensino e aprendizagem com os cursistas em parceria com os tutores. São

atribuições do professor formador:

- Participar das atividades de capacitação desenvolvidas pela IES;

- Analisar o material didático da disciplina;

- Indicar textos e fontes de pesquisa complementar, se necessário;

- Planejar as atividades da disciplina;

- Elaborar as avaliações da disciplina;

- Orientar e coordenar as atividades acadêmicas dos tutores em relação

ao planejamento e às atividades da disciplina;

- Esclarecer dúvidas dos tutores e dos cursistas;

- Planejar as atividades dos encontros coletivos presenciais;

- Participar dos encontros coletivos presenciais.

Os tutores são profissionais com formação correspondente às áreas

multidisciplinares abordadas no curso e têm como principal função mediar o processo de

ensino e aprendizagem, orientando e provendo apoio pedagógico-acadêmico ao cursista. São

atribuições do tutor:

- Participar das atividades de capacitação desenvolvidas pela IES;

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- Participar de reuniões com o professor da disciplina;

- Orientar academicamente os cursistas;

- Acompanhar o desempenho da aprendizagem dos cursistas;

- Prover atendimento aos cursistas/ plantão pedagógico;

- Esclarecer dúvidas dos cursistas;

- Motivar os cursistas para o desenvolvimento das atividades do curso e

para o estudo autônomo, orientando-o também para o autoplanejamento

ou auto-organização do estudo;

- Motivar os cursistas para a continuidade dos estudos e superação de

possíveis dificuldades;

- Apoiar os cursistas nas dificuldades de acesso e uso do ambiente virtual

do curso.

A dependender do sistema de EaD adotado, a IES ofertante poderá optar por

manter as atribuições de tutoria em um único profissional ou compartilhá- las entre dois

profissionais: um a distância e outro presencial, lotado no polo, sem qualquer prejuízo à plena

realização das atividades típicas de tutoria.

O Coordenador de Tutoria tem como principais funções coordenar as equipes

de tutores, realizar o acompanhamento qualitativo e quantitativo do desempenho dos tutores e

propor processos de formação para os tutores sempre que considerar necessário .

b) Dinâmica de estudo e organização das atividades

Ao longo de cada módulo o cursista estuda e reflete sobre o tema a partir do

material didático elaborado especialmente para o curso, realiza os exercícios e atividades

proposto no Ambiente Virtual de Aprendizagem, participa dos Fóruns de Discussão, Chats e

dos encontros presenciais nos polos e executa as atividades de avaliação.

A estrutura do curso prevê encontros presenciais mensais, facultado às IES

ofertantes propor a complementação das atividades presenciais em número maior de

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encontros, se assim o sistema próprio de EaD o prever. Os principais objetivos desses

encontros mensais são realizar atividades coletivas de natureza agregadora, avançar as

discussões já realizadas no âmbito virtual e realizar a avaliação final do módulo. Os encontros

presenciais deverão ter a duração mínima de 3 horas-aulas.

Ao longo de todo o curso, o cursista contará com o apoio do tutor para

esclarecer suas dúvidas de natureza acadêmico-pedagógica e também orientá- lo sobre a

dinâmica do curso. Os canais de comunição com o tutor serão: comunicação eletrônica (e-

mail) e plantões pedagógicos a distância ou presenciais, com horários pré-estabelecidos.

Outros canais de comunicação podem ser previstos a depender do sistema de EaD utilizado

pela IES ofertante.

8. Organização do Curso

8.1 Carga Horária e Periodicidade

O curso de Especialização está organizado em oito módulos e perfaz uma

carga-horária total de 360 horas/aula, devendo ser desenvolvido em até 18 (dezoito) meses de

duração, nestes já computado o tempo para o cumprimento dos créditos obrigatórios e para a

elaboração do trabalho de conclusão de curso.

Os módulos do curso estão distribuídos da seguinte forma:

Módulo I Introdução 30h/a Módulo II Sociedade e uso de drogas 60h/a Módulo III Educação contemporânea e seus desafios 60h/a Módulo IV A linha da vida e as drogas 30h/a Módulo V Adolescência: fatores de risco e proteção 30h/a Módulo VI Família e redes sociais 30h/a Módulo VII Educação e prevenção 60h/a Módulo VIII Módulo Científico (Trabalho de Conclusão de Curso – TCC) 60h/a

Carga-Horária Total 360h/a

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8.2 Consecutividade da oferta dos módulos e carga horária de estudo semanal

Considerando que curso destina-se prioritariamente a professores da educação

básica em exercício, propõe-se que os módulos sejam oferecidos de forma consecutiva,

possibilitando ao cursista que ao longo das semanas mantenha o foco em um único tema

estudado. Pelo desenho metodológico estipulado para este curso, a carga horária de estudo

semanal, incluindo a realização das atividades, não deve exceder 7,5 horas/aula.

O quadro a seguir apresenta a “Proposta de Consecutividade da Oferta das

Disciplinas e Carga Horária de Estudo Semanal” com o desenvolvimento do curso ao longo

de 12 meses letivos. O curso poderá ser integralizado em até 18 meses cronológicos,

respeitados os calendários institucionais, inclusive os períodos de recesso e férias.

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PROPOSTA DE CONSECUTIVIDADE DA OFERTA DOS MÓDULOS E CARGA HORÁRIA DE ESTUDO SEMANAL

1° Período

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Módulo Carga horária

total Semana

1 Semana

2 Semana

3 Semana

4 Semana

5 Semana

6 Semana

7 Semana

8 Semana

9 Semana

10 Semana

11 Semana

12 Semana

13 Semana

14 Semana

15 Semana

16

I - Introdução 30 h/a 7,5 7,5 7,5 7,5

II - Sociedade e uso de drogas 60 h/a 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5

III – Educação contemporânea e seus desafios

60 h/a 7,5 7,5 7,5 7,5

2° Período

Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Módulo Carga horária

total Semana

17 Semana

18 Semana

19 Semana

20 Semana

21 Semana

22 Semana

23 Semana

24 Semana

25 Semana

26 Semana

27 Semana

28 Semana

29 Semana

30 Semana

31 Semana

32 III – Educação contemporânea e seus

desafios 60 h/a 7,5 7,5 7,5 7,5

IV – A linha da vida e as drogas 30 h/a 7,5 7,5 7,5 7,5

V – Adolescência: fatores de risco e proteção

30 h/a 7,5 7,5 7,5 7,5

VI – Família e rede sociais 30 h/a 7,5 7,5 7,5 7,5

3° Período

Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Módulo Carga

horária total

Semana 33

Semana 34

Semana 35

Semana 36

Semana 37

Semana 38

Semana 39

Semana 40

Semana 41

Semana 42

Semana 43

Semana 44

Semana 45

Semana 46

Semana 47

Semana 48

VII – Educação e prevenção 60 h/a 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5

VIII – Módulo Científico (TCC) 60 h/a 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 2,5 7,5

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8.3 Conteúdo Programático

Módulo I – Introdução

Objetivos: Apresentar o curso, a modalidade EaD e princípios de pesquisa científica.

Ementa: 1. Por que um Curso de Especialização em Prevenção ao Uso Indevido de

Drogas? Uma breve discussão. 2. Apresentação. 3. Concepções, experiências e

expectativas dos cursistas e levantamento de contexto. 4. Modalidade EaD:

concepções, recursos, comunicação e organização do estudo. 5. Princípios de pesquisa

científica: pesquisa bibliográfica, levantamento em base de dados e desenvolvimento

de instrumentos para coleta de dados.

Bibliografia Básica:

ALVES, L. “Um olhar pedagógico das interfaces do Moodle”, In: MOODLE:

Estratégias Pedagógicas e Estudos de Caso. Org. Lynn Alves, L.; Barros, D.;

Okada, A. EDUNEB: Salvador, 2009. p. 187-203.

MOORE, M. G.; KEARSLEY, G. Educação à distância: uma visão integrada. São

Paulo: Thomson Learning, 2007.

PALLOFF, R. M.; PRATT, K. O aluno virtual: um guia para trabalhar com

estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2004.

PALLOFF, R.M.; PRATT, K. Construindo comunidades de aprendizagem no

ciberespaço – Estratégias eficientes para salas de aula on-line. Porto Alegre:

Artmed, 2002.

LUNA, Sérgio Vasconcelos de. Planejamento de Pesquisa. Uma introdução. São

Paulo: PUCSP, 1996.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo:

Cortez, 2007.

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Módulo II – Sociedade e uso de drogas

Objetivos: Possibilitar um conhecimento aprofundado do contexto sócio-histórico no

qual o consumo de drogas emerge como problema social e apresentar criticamente a

evolução da abordagem psicofarmacológica a respeito das drogas.

Ementa: 1. Origens da Psicofarmacologia. 2. Histórico e contexto do uso de drogas

pelo ser humano. 3. Definição e classificação das drogas. 4. Padrões de consumo de

drogas. 5. Dependência e critérios diagnósticos. 6. Características e efeitos de cada

uma das drogas mais consumidas no Brasil e no mundo. 7. As diferentes políticas

públicas relacionadas ao uso de drogas. 8. Legislação e comportamento do usuário de

drogas.

Bibliografia Básica:

CEBRID. Livreto Informativo sobre Drogas Psicotrópicas. Departamento de

Psicobiologia UNIFESP, São Paulo, 2004.

MASUR, J.; CARLINI, E. A. Drogas: Subsídios para uma Discussão. 4ª Ed., São

Paulo: Brasiliense, 1993.

SILVEIRA FILHO, D. X.; MOREIRA, F. G. Panorama Atual de Drogas e

Dependências. São Paulo: Atheneu, 2006.

Módulo III – Educação contemporânea e seus desafios

Objetivo: Proporcionar a percepção da necessidade e a da possibilidade de realizar

projetos de prevenção ao uso indevido de drogas nas escolas da educação básica no

Brasil. Promover a reflexão sobre as diferentes posturas diante do uso de drogas e

identificar os processos mais realistas e efetivos para reduzir comportamentos de risco

entre os estudantes.

Ementa: 1. A educação e seus aspectos econômicos, políticos e sociais. 2. Escola:

estrutura e função na formação de crianças e jovens. 3. Os comportamentos de risco e

o papel da escola na visão multidisciplinar. 4. Abordagens educacionais diante do uso

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de drogas: guerras às drogas versus redução de danos e riscos. 5. A escola e a redução

de vulnerabilidades. 6. Mídia e uso de drogas.

Bibliografia Básica:

BECKER, F. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed. 2001,

125 p.

BRASIL. “Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional”. Lei Nº 9.394

de 20 de Dezembro de 1996.

BRASIL. “Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio” Conselho

Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica. Aprovado em 05 de maio de

2011.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 12ª edição. 1983.

220 p.

KRAUS, D. G. Best practices in substance abuse prevention. New Orleans, Xerox.

2000.

PERRENOUD, P. Novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas

Sul, 2000,192 p.

PINSKY, I.; BESSA, M. A. (Org). Adolescência e drogas. São Paulo: Contexto,

2004, 199 p.

SODELLI, M. Uso de Drogas e Prevenção. São Paulo: Iglu, 2010, 155 p.

Módulo IV – A linha da vida e as Drogas

Objetivos: Apresentar a inserção das drogas no cotidiano dos indivíduos em todas as

fases da vida. Descrever as peculiaridades do uso de drogas na concepção, no

desenvolvimento fetal, no parto, na infância, na adolescência e na idade adulta.

Ementa: 1. O uso de drogas na concepção, no desenvolvimento fetal, no parto e no

recém-nascido. 2. O uso de drogas na Infância. 3. O uso de drogas na Adolescência. 4.

O uso de drogas na vida adulta e entre idosos.

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Bibliografia Básica:

PINSKY, I.; BESSA, M. A. Adolescência e drogas. São Paulo: In: Seibel, S. D.

(2010). 2ª Ed. Dependência de Drogas. São Paulo: Atheneu Contexto, 2004.

DIEHL, A; CORDEIRO, D, LARANJEIRA, R. Dependência Química: Prevenção,

Tratamento e Políticas Públicas. Sao Paulo: Artmed, 2011, p. 528.

SILVEIRA FILHO, D. X.; MOREIRA, F. G. Panorama Atual de Drogas e

Dependências. São Paulo: Atheneu, 2006.

Módulo V – Adolescência: fatores de risco e proteção

Objetivos: Caracterizar biológica, social e emocionalmente o(a) adolescente,

contextualizando os motivos que o(a) tornam mais vulnerável ao uso de drogas.

Descrever o cenário atual do consumo de drogas psicotrópicas entre os jovens

brasileiros. Apresentar os principais fatores de risco e proteção ao uso de drogas

referentes à fase da adolescência.

Ementa: 1. Características da adolescência. 2. Adolescência e vulnerabilidades. 3. O

uso de drogas por estudantes no Brasil. 4. Fatores de risco e de proteção para o uso de

drogas na adolescência.

Bibliografia Básica:

CARLINI, E. A.; NOTO, A. R.; SANCHEZ, Z. v. d. M. et al. VI Levantamento

Nacional Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino

Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada de Ensino nas 27 Capitais

Brasileiras – 2010. SENAD/ CEBRID, São Paulo.

DIEHL, A.; CORDEIRO, D.; LARANJEIRA, R. Dependência Química:

Prevenção, Tratamento e Políticas Públicas. Sao Paulo: Artmed, 2011, 528 p.

NATIONAL INSTITUTE ON DRUG ABUSE. Preventing Drug Use Among

Children and Adolescents. 2 ed., 2003.

PINSKY, I.; BESSA, M. A. Adolescência E Drogas. São Paulo: Contexto, 2004.

STEINBERG, L. Adolescence. 7ª. ed., New York: McGraw-Hill, 2005.

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Módulo VI – Família e redes sociais

Objetivos: Proporcionar a reflexão sobre os diferentes conceitos de família e sobre a

sua função compartilhada com a escola na prevenção ao uso indevido de drogas.

Apresentar a discussão sobre a função da família e da escola diante do aluno usuário

de drogas nos contextos escolar e familiar. Ressaltar o papel das redes sociais de apoio

ao trabalho de prevenção no âmbito escolar. Favorecer a identificação dos recursos

sociais e comunitários na prevenção.

Ementa: 1. A diversidade de concepções familiares. 2. Fatores familiares no

desenvolvimento e na prevenção de comportamentos de risco. 3. Postura da família e

da escola diante do aluno usuário de drogas. 4. Usuário de drogas na comunidade

escolar: como agir, tipos de tratamento, encaminhamentos, recursos sociais e

comunitários. 5. Redes sociais de apoio ao trabalho de prevenção da escola.

Bibliografia Básica:

CERVENY, C. M. O.; BERTHOUD, C. M. E. Visitando a família ao longo do ciclo

vital. 1ª.ed., São Paulo. Casa do Psicólogo, 2002.

PRADO, D. O Que é Família. Coleção Primeiros Passos. Editora Brasiliense,

12ª.edição, São Paulo, 1981.

SLUZKI, C.E. A rede social na prática sistêmica. Alternativas terapêuticas. Casa

do Psicólogo, 1997.

SZYMANSKI, H. A relação família /escola: Desafios e perspectivas. Editora: Liber

Livro, Brasília, 2010.

Módulo VII – Educação e prevenção

Objetivos: Apresentar de forma critica a evolução histórica da prevenção ao uso de

drogas nas escolas. Proporcionar a reflexão sobre conceitos, objetivos e princípios da

prevenção que reforcem fatores de proteção e reduzam as vulnerabilidades dos

estudantes para o uso indevido de drogas. Proporcionar fundamentos para a construção

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de metodologias e planos de prevenção que incorporem conhecimentos científicos,

crítica, reflexão e diálogo entre professores e alunos.

Ementa: 1. Abordagens históricas da questão das drogas na escola: visão da OMS,

aumento do controle social, pedagogia do terror, oferecimento de alternativas e

modelos de prevenção. 2. Três focos da prevenção: estrutura da escola,

desenvolvimento de habilidades e ações explícitas de prevenção. 3. Conceitos,

objetivos e princípios da prevenção baseada na redução de riscos e danos. 4.

Conhecimento da realidade escolar e comunitária (hábitos, recursos e valores). 5.

Educação para a saúde: conhecimento e reflexão como pilares da metodologia

preventiva. 6. Alternativas de participação social e construção de um projeto de vida.

7. Estratégias de ações de prevenção na escola.

Bibliografia Básica:

AQUINO, J. G. Drogas na Escola. São Paulo: Summus Editorial, 1998, 166 p.

ALBERTANI, H.M.B. Drogas e Prevenção. São Paulo: Sindepolbrasil, 2006, 34 p.

ALBERTANI, H.M.B. Conversando com o adolescente. In: FRM e SEE-SP. Tá na

roda: uma conversa sobre drogas. São Paulo: Fundação Roberto Marinho e

Secretaria Estadual de Educação, 2002, p. 327-343.

CARLINI, B. Estratégias preventivas nas escolas. In: SEIBEL, S.D. Dependência de

Drogas. 2ª ed. São Paulo: Atheneu. 2010. p.787-794.

MONTEIRO, S.; REBELLO, S.; CASTELO BRANCO, C. et al. Educação, drogas e

saúde: uma experiência com educadores de programas sociais. Rio de Janeiro:

Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz, 2007.

NOTO, A.R.; MOREIRA, F.G. Prevenção ao uso indevido de drogas: conceitos

básicos e sua aplicação na realidade brasileira. In: SILVEIRA, D.X.; MOREIRA, F.G.

(Org). Panorama Atual de Drogas e Dependências. São Paulo: Atheneu, 2006, p.

313-318.

OLIVEIRA, M.P.T.; SILVEIRA, D.X. Reflexões sobre a prevenção do uso indevido

de drogas. In: SILVEIRA, D.X.; MOREIRA, F.G. (Org). Panorama Atual de Drogas

e Dependências. São Paulo: Atheneu. 2006. p. 307-312.

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Módulo VIII – Módulo Científico (Trabalho de Conclusão de Curso – TCC)

Objetivo: Consolidar os conhecimentos científicos e metodológicos desenvolvidos ao

longo do curso visando à orientação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Ementa: 1. Desenvolvimento de Projetos. 2. Metodologia de pesquisa e intervenção. 3.

Redação científica.

Bibliografia Básica:

PLANEJAMENTO DE PESQUISA. Uma introdução de Sérgio Vasconcelos de

Luna. Editora PUCSP, 1996.

METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO. Antonio Joaquim Severino.

Cortez Editora, 23a. Ed. revisada e atualizada, 2007.

OLIVEIRA, S. L. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa, TGI,

TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 1997.

PROGRAMA MINHA PRIMEIRA PESQUISA. Maceió: Universidade Estadual de

Ciências da Saúde de Alagoas, 2006b. Disponível em: <http://moodle.uncisal.edu.br>.

Acesso em: 10 mar. 2011.

9. Corpo Docente e Tutoria

Os professores do curso deverão, a título de pré-requisito, ser:

a) Especialistas na área de conhecimento do módulo em que atuarão; ou

b) De reconhecida capacidade técnico-profissional do quadro docente da IES; e

c) Preferencialmente, portadores de titulação de mestre ou de doutor obtida em

programa de pós-graduação stricto sensu reconhecido pelo Ministério da Educação.

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Os tutores do curso deverão, a título de pré-requisito, comprovar:

a) Formação em nível superior em área de conhecimento compatível com o módulo em

que atuarão; e

b) Vínculo a programa de pós-graduação lato sensu e/ou stricto sensu; ou

c) Experiência em docência de, no mínimo, 1 ano.

10. Acompanhamento/ Orientação e Avaliação da Aprendizagem

A concepção de acompanhamento e avaliação adotada deve ser inerente ao

processo de ensino e aprendizagem do curso, particularmente a cada módulo e em sua

totalidade. Todos os mecanismos didático-pedagógicos de acompanhamento e avaliação

deverão garantir ao cursista:

a) A compreensão integral da proposta do curso: concepção, fundamentos teórico-

metodológicos e objetivos;

b) O acesso aos instrumentos de investigação e de apropriação do conhecimento

científico relativo ao curso; e

c) A compreensão do processo de aprendizagem, suas dificuldades e conquistas na

construção de conhecimentos.

Por se tratar este projeto pedagógico de um documento que será apropriado por

diversas Instituições Públicas de Ensino Superior, todas elas sujeitas às regras intitucionais de

avaliação discente, não são impostas aqui regras finais de avaliação, mas sim diretrizes

julgadas pertinentes pela comissão de elaboração do projeto pedagógico do curso.

Considera-se que a avaliação discente mais alinhada à concepção do curso

deva prever:

a) Atividades avaliativas, de natureza presencial ou não, individuais e/ou coletivas em

cada módulo (questionários, fóruns, chats, seminários, pesquisas, portfólios, produção

dissertativa, produção ténica, provas, entre outros);

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b) Aproveitamento mínimo de 70% (em nota, conceito ou menção equivalente) nas

avaliações dos módulos e do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC); e

c) Critérios de recuperação de estudos e recondução dos cursistas ao fluxo regular do

curso.

O desenvolvimento do TCC terá o objetivo de apresentar aos estudantes a

metodologia de pesquisa e a elaboração de projetos. A defesa deverá ser presencial e avaliada

por banca de especialistas.

O TCC é requisito parcial para a emissão do certificado de conclusão e deve

ser realizado pelo participante, individualmente ou em grupo, e desenvolvido paralelamente às

atividades do curso, apresentado individualmente em momento presencial.

O participante deste curso poderá eleger, em conjunto com a Coordenação do

Curso, como TCC, uma das atividades abaixo :

1. Apresentação de um projeto de prevenção ao uso indevido de drogas integrado ao

currículo escolar (práticas educativas para atuação pedagógica e/ou implementação de

mudanças na dinâmica escolar); ou

2. Apresentação de uma dissertação (pesquisa descritiva), sobre tema relacionado ao uso

de drogas, utilizando bases de dados públicas e/ou literatura científica.

11. Infraestrutura e Processo de Gestão Acadêmico-Administrativa

Neste espaço, a IES aderente/ofertante deverá apresentar/discutir o seguinte:

1. Regras específicas de seleção, registro e chamada discente;

2. Formas de avaliação e sistema de recuperação de estudos, se houver;

3. Sistemas de acompanhamento pedagógico;

4. Regras para obtenção do certificado e critérios adicionais;

5. Informações complementares relevantes

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12. Referências Bibliográficas

BECKER, F. Educação e Construção do Conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2001, p. 33-34.

BRASIL. “Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

BRASIL. Dispõe sobre o Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB, Decreto Nº 5.800, de 8 de junho de 2006.

BRASIL. Nova Lei de Drogas. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006b.

BRASIL. Autoriza a concessão de bolsas de estudo e de pesquisa a participantes de programas de formação inicial e continuada de professores para a educação básica. Lei nº 11.502, de 11 de Julho de 2007.

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