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COLÉGIO ESTADUAL RODRIGUES ALVES – ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO, NORMAL E PROFISSIONAL PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO JAGUARIAÍVA, 2008 1

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO · Janete Candeo Morais Ens. Fundamental Assistente Operacional Joelma Roberto Branco Matemática / ... Ruth Avany de M. Nanni Rinaldi Educação Artística

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COLÉGIO ESTADUAL RODRIGUES ALVES – ENSINO FUNDAMENTAL,

MÉDIO, NORMAL E PROFISSIONAL

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

JAGUARIAÍVA, 2008

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO.......................................................... 32. INTRODUÇÃO ............................................................... 52.1Identificação ................................................................ 52.2Histórico ...................................................................... 52.3 Organização do espaço físico: .................................... 62.4 Quadro de pessoal...................................................... 83.BJETIVOS ...................................................................... 123.1Objetivos Gerais ......................................................... 123.2Objetivos específicos ................................................... 124.MARCO SITUACIONAL ................................................... 134.1Realidade Global ......................................................... 134.2Realidade Local .......................................................... 134.3População Escolar ....................................................... 144.4 Contradições e conflitos na prática docente .............. 174.5 Critérios para organização das turmas ...................... 184.6Organização da hora-atividade:problemas possibilidades ................................................................... 194.7 Formação inicial e continuada .................................... 195) MARCO CONCEITUAL .................................................... 205.1Sociedade/Homem ...................................................... 215.2 Avaliação do ensino e do P.P.P. .................................. 265.3 Currículo ..................................................................... 295.4Inclusão ....................................................................... 315.5Gestão ......................................................................... 355.6 Educação do campo ................................................... 385.7Conhecimento/Aprendizagem ..................................... 386) MARCO OPERACIONAL ................................................. 406.1 Problemas levantados por professores e alunos no PPP ...... 406.2Proposta pedagógica .................................................. 42

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

1. APRESENTAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico desta escola nasceu da

necessidade de se adequar os direcionamentos pedagógicos,

administrativos, estruturais, funcionais e humanos à nova proposta

educacional que ora permeia todos os segmentos envolvidos com a

educação em nosso estado e em nosso país.

Assim sendo, mesmo antes de a SEED estabelecer a

reconstrução dos projetos das escolas, já sentíamos a necessidade de

definir metas e caminhos que pudessem responder às angústias, dúvidas

e, principalmente, desejos de mudanças em nosso ambiente escolar.

Ao iniciarmos os encontros e as discussões, já sabíamos que

algo deveria mudar, porém, a maioria dos envolvidos ainda não estava

convencida de que isso seria possível. Foi necessário um certo tempo para

que se estabelecessem os primeiros passos nesse sentido.

Porém, à medida em que os encontros e discussões se

sucediam, aumentava o número de envolvidos, consolidando esse

processo verdadeiramente coletivo. Participaram diretamente dos estudos

e discussões, os professores e os funcionários; em seguida, realizou-se

um trabalho de orientações, esclarecimentos, debates, questionamentos

com os alunos. Nos três turnos de funcionamento da escola, cada

professor responsabilizou-se por uma turma e, durante um dia,em vez de

conteúdos, esse professor permaneceu nesta sala, trabalhando com os

alunos sobre o Projeto Político Pedagógico. Não ficou uma única turma

sem participar e os resultados foram surpreendentes. Muitas ações para

resolver questionamentos e reivindicações dos alunos puderam ser

definidas de imediato. Os pais também foram convocados para discutir,

assim como representantes da comunidade.

Como em todo processo de construção coletiva, sentimos

algumas dificuldades como: desconfiança, falta de vontade em participar,

3

falta de seriedade com o assunto, falta de atenção, descaso, ausências,

omissão, descrença, desânimo, entre outros. Por outro lado, as vitórias

foram muitas, principalmente porque, houve uma maior aproximação

entre os segmentos da escola e algumas teimosias foram derrubadas,

conquistando-se parceiros de caminhada.

O grande trunfo desse processo, inegavelmente, foi o fato de

se falar, estudar e compreender o significado do Projeto Político

Pedagógico, estabelecendo-se o seu objetivo para esta escola: criar um

ambiente propício de convivência e aprendizagem para todos os

envolvidos, em que se possa desenvolver-se plenamente como indivíduo

para que se consolide na escola a dimensão do coletivo.

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2. INTRODUÇÃO

2.1 Identificação

O Colégio Estadual Rodrigues Alves – Ensino Fundamental e

Médio, Normal e Profissional, situa-se a Rua do Expedicionário, nº 134 –

Jaguariaíva – Paraná, CEP 84.200 – 000, fone/fax (0 - - 43) 535-1146,

pertencente ao Núcleo Regional de Ensino de Wenceslau Braz, tendo como

dependência administrativa o Governo do Estado do Paraná e a entidade

mantenedora a Secretaria de Estado da Educação.

2.2 Histórico

O Colégio Estadual Rodrigues Alves foi criado pela Lei nº 6165

de março de 1949, com a denominação de Ginásio Estadual de

Jaguariaíva, na administração do governador Moysés Lupion. Pela Portaria

nº 925 de 22 de setembro de 1949 da seccional de Curitiba, foi autorizado

o funcionamento do curso de 2º Ciclo, condicionalmente, sendo

posteriormente retificado este funcionamento pela Portaria 765/01/61 da

Diretoria do Ensino Secundário, que alterou a sua denominação para

Colégio Estadual Rodrigues Alves.

Em 27 de fevereiro de 1975, pelo Parecer nº 045/75, foi

aprovado pelo plano de Implantação de Ensino de 1º Grau de Jaguariaíva.

Em 17/02/1978, o Parecer nº 089/78 aprovou a Implantação do 2º Grau e

a partir de 1978 com as habilitações de Magistério, Contabilidade e Básico

em Saúde no Colégio Estadual Rodrigues Alves.

Pelo Decreto nº 5576/78 foi autorizado o funcionamento do

Complexo Escolar Isabel Branco em 28/09/78 onde o Colégio Estadual

Rodrigues Alves – Ensino de 1º e 2º Ciclo, Escola Normal Colegial Paula

Gomes e o Grupo Escolar Tertuliano Teixeira de Freitas, passaram a

constituir-se em um único estabelecimento sob a denominação de

COLÉGIO ESTADUAL RODRIGUES ALVES - ENSINO DE 1º E 2º

GRAUS.

Em maio de 1997 com a municipalização do Ensino de 1ª a 4ª

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séries, esse nível de ensino deixou de ser ministrado no Colégio Estadual

Rodrigues Alves, através da resolução nº 1687/97, permanecendo o ensino

de 5ª a 8ª séries e de 2º grau.

Com a implantação do PROEM, com bases no Projeto de Lei nº

560/96 e da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LEI nº 9394/96,

os cursos técnicos profissionalizantes foram gradativamente extintos,

passando a funcionar o ensino fundamental e o médio.

Através da Resolução nº 3492/98, o CERA passou a

denominar-se COLÉGIO ESTADUAL RODRIGUES ALVES – ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO.

Em abril de 1999, ao comemorar o JUBILEU DE OURO de sua

fundação, o COLÉGIO ESTADUAL RODRIGUES ALVES – ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO inaugurou, com a presença de autoridades e da

comunidade jaguariaivense, através de recursos viabilizados pela

FUNDEPAR e PROEM, um anexo composto das instalações da nova

Biblioteca, agora aberta a toda a comunidade, Laboratório de Informática

e Portal de entrada.

Em 2001, passou a funcionar o Curso Pós Médio, modular,

Técnico em Gestão Empreendedora e o estabelecimento passou a

denominar-se COLÉGIO ESTADUAL RODRIGUES ALVES – ENSINO

FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL.

Em 2004, a Secretaria de Estado da Educação, através do

Decreto nº , autorizou o funcionamento do Curso de Formação de

Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino

Fundamental, nova nomenclatura para o antigo curso do Magistério.

Em 2005, pela Resolução nº 596/06, autorizou-se o

funcionamento do Curso Técnico em Administração, extinguindo-se o

Pós Médio em Gestão Empreendedora.

Em 2006, com a resolução nº 138/06, autorizou-se o

funcionamento do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e

dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na Modalidade Normal, a Nível

Médio.

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2.3 Organização do espaço físico:

No piso superior temos:

AMBIENTE QUANTIDADESALAS DE AULA 06

ARQUIVO MORTO 01SALA DA DIREÇÃO 01

SALA DE PROFESSORES 01SALA DE HORA ATIVIDADE 01

ALMOXARIFADO 01SALA DE EQUIPE 01

SALA COORDENAÇÃO FORMAÇÃO DE DOCENTES 01SALA DE VÍDEO 01

BANHEIROS 03

Piso inferior:

AMBIENTE QUANTIDADESALAS DE AULA 06

CANTINA 01CANTINA COMERCIAL 01

SALA DE EDUCAÇÃO FÍSICA 01SALA DE RECURSO 01

SALÃO NOBRE 01SALA DOCUMENTADORA 01

SALA COORDENAÇÃO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO 01BANHEIROS 04

QUADRA 01

Anexos:

AMBIENTE QUANTIDADESALAS DE AULA 03

DEPÓSITO DE MERENDA 01SALA ESTÁGIO 01SALA DE APOIO 01

SECRETARIA 01BIBLIOTECA 01

LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS 01LABORATORIO DE INFORMÁTICA 01

QUADRA COBERTA 01QUADRA DE AREIA 01

VESTIÁRIOS 02

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2.4 Quadro de pessoal

PESSOAL FORMAÇÃO FUNÇÃOAdriane Prestes da Silva Fanha Letras ProfessoraAlcione Souza Santos História ProfessoraAlice Maria Lozano da Costa História e Geografia ProfessoraAlice Visbiski Legat Pedagogia ProfessoraAlvacir Faria de Paula Magistério Assistente OperacionalAmarildo Silva Mello Bacharel em Geografia ProfessorAna Paula Soares Freire Pedagogia Professora

Ana Rosa Pereira da Silva FundamentalAuxiliar de Serviços Gerais

Ana Paula Weiguert Pedagogia ProfessoraBernadete Drabeski Ens. Médio Auxiliar AdministrativoCaroline Diniz Educação Fisica Professora Cátia Elisangela N. Benedicto Ens. Médio Agente de ExecuçãoCelso Pereira Rolim Educação Física DiretorCelina de Jesus Amaral Pedagoga Professora Cícero Vieira Torres Junior Educação Física ProfessorClaudia Boaro de Camargo Letras ProfessoraClaudio Roiko Geografia Professor Cleide Mara Fonseca Wasilewski Ciências e Biologia Professora

Cleusa Barbosa FundamentalAuxiliar de Serviços Gerais

Crislaine Legat Educação Física ProfessoraCristiane Pereira de Oliveira Letras Professora Cristiane Schafranski Matemática Professora Daiani Machado Iank Geografia ProfessoraDalva de Jesus Jorge Letras ProfessoraDarly de L. Andreola C. Silva Pedagoga Pedagogia e PsicologiaDulce Regina Alves Pedagogia ProfessoraEdith Moinhos Legat Pedagogia / Supervisão PedagogaEdneia Aparecida de Lima Professora Edneia Aparecida Lino Letras Professora Ednéa Cunha Santana História e Geografia ProfessoraEdson da Silva Naizer Ciências Contábeis Professor

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Eduardo Barrinuevo Garcia Ciências Econômicas ProfessorElaine Cristina Arantes dos Reis História / Geografia ProfessoraElcia Regina M. de Oliveira Letras ProfessoraElizangela Santana de Matos ProfessoraElizeti Oliveira Santos Lima Letras ProfessoraEni Antunes Salgado Pedagogia Agente de ExecuçãoFlávio Pedro Krypanowski Ciências Econômicas Agente de ExecuçãoFrancisco Assis de Oliveira Pedagogia PedagogoGiana Ferreira da Luz Matemática Professora Gilmar Batista de Lima História Professor Genir da Silva Benedito Machado Ens. Fundamental

Auxiliar de Serviços Gerais

Gilcemara Gomes Garcia Pedagogia Agente de Execução

Gilda Marcondes Linhares MagistérioAuxiliar de Serviços Gerais

Hilda de Almeida Lucan Técnico em ContabilidadeAuxiliar de Serviços Gerais

Ioleide Vaz Ens. MédioAuxiliar de Serviços Gerais

Isabel Cristina Pereira Educação Física ProfessoraJaqueline Alves Pedagogia Professora Jaqueline Fonseca Sene Educação Artistica Professora James Mauricio Schade Educação Física ProfessorJanete Candeo Morais Ens. Fundamental Assistente Operacional

Joelma Roberto BrancoMatemática / Administração Professora

Jonice Lucchesi Michalowski Pedagogia PedagogaJosé Roberto Alves dos Santos História Diretor Auxiliar

Josélia Rodrigues Pinheiro Ens. MédioAuxiliar de Serviços Gerais

Josiane Branco Guedes Pedagogia / Matemática ProfessoraJosy Nádia Silva Nunes Assunção Licenciatura em Química ProfessoraKarolyne Eugenia de Mel Ens. Médio Agente de ExecuçãoLauro Cândido Letras ProfessorLuciana Odorizzio Lima Ciências ProfessoraLuciane Cristine santos Oliveira Ciências e Biologia ProfessoraLuciane Dorotel Ferreira História / Geografia ProfessoraLuciane Marcos Letras Professora

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Lucimara T. Nunes Dutra PedagogiaCoordenadora Curso e Estágio

Lucivania Aparecida de Almeida

Ciências Físicas e Biológicas Professora

Luiz Alberto Silva Letras ProfessorLuiz Eduardo Gruska Mendes Ciências Contábeis Professor

Marcylene da Rosa FerreiraLicenciatura em Matemática Professora

Maria Aparecida Ferraz Trigo Ens. Médio Secretária

Maria Aparecida José MagistérioAuxiliar de Serviços Gerais

Maria Inês Gonçalves Antunes Letras Professora

Maria Ivonete de Jesus Ens. FundamentalAuxiliar de Serviços Gerais

Maria Rausis Ferreira Ens. Médio Assistente OperacionalMarilza Regina R. Do Nascimento Pedagogia Agente de Execução

Mário CanizellaBacharelado em Ciências Contábeis Coord. Curso e Professor

Marlei Cecília Xavier da Silva Educação Artística Professora

Marlus Barbosa Pereira

Administração de empresa – Gestão em Agronegócio Professor

Maurício de Oliveira Ciências EconômicasProfessor / Agente de Execução/ Diretor Auxiliar

Neusa Maria Bender Arruda Ens. Fundamental Assistente OperacionalNilcéia de Jesus Mello Administração Professora

Renato CarneiroLicenciatura em Matemática Professor

Ronilda Pedroso de SouzaLicenciatura em Matemática Professora

Rosalina Guardiano da Silva Ens. FundamentalAuxiliar de Serviços Gerais

Rosana Valencia Balas Letras ProfessoraRoseli Amara Borges de Oliveira Ens. Médio

Auxiliar de Serviços Gerais

Roseli de F. Moretto de Souza Pedagogia

Coord. Curso e Estágio / Profª

Rosely Severgnini Miecoasnki Educação Física Professora Rosemari Aparecida dos Magistério Auxiliar de Serviços

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Santos GeraisRuth Avany de M. Nanni Rinaldi Educação Artística ProfessoraSalete Prestes da S. Hortêncio Pedagogia ProfessoraSantina de Fátima Camargo Ens. Fundamental Assistente OperacionalSidney Aparecido de Lima ProfessorSilvana de Fátima Camargo Ens. Médio Agente de ExecuçãoSimone dos Santos Letras ProfessoraSônia Regina de Moura Jorge Pedagogia ProfessoraSueli Cristina Oliveira Azevedo Pedagogia ProfessoraTelma Alves Teixeira Pedagogia ProfessoraTereza Cristina Ribas Salgado Ciências – Matemática ProfessoraValdeci Martins de Oliveira Educação Física ProfessorVanessa Sari Ciências Biológica ProfessoraVânia Macedo Taques Letras Professora

Vinicius AthaydeLicenciatura em Ciências Biológicas Professor

Vinicius Vitorino Guimarães História ProfessorWalter Martins Junior Economia Professor

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3 . OBJETIVOS

3.1 Objetivos Gerais

Proporcionar uma educação de qualidade, onde a escola e

seus elementos tenham assegurado sua autonomia para a tomada de

decisões no exercício da cidadania.

Formar cidadãos críticos, analíticos conscientes, que saibam

exercer a sua cidadania e que possam transformar a realidade onde estão

inseridos.

3.2 Objetivos específicos

Proporcionar ao educando a sua formação cultural, ética,

religiosa e moral.

Promover mudanças educacionais entre o corpo docente e

discente no cotidiano escolar, para a melhoria da educação.

Definir metas que possam responder as angústias, dúvidas e

principalmente o desejo de mudanças no ambiente escolar.

Promover e apoiar a formação continuada de professores e

funcionários.

Adequar os direcionamentos pedagógicos, administrativos,

estruturais, funcionais e humanos, para que o educando seja favorecido

em todos os sentidos e enfrentar os obstáculos que a vida lhe

proporcionar.

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4. MARCO SITUACIONAL

4.1 Realidade Global

Vivenciamos um momento em que muitos paradigmas foram e

são quebrados a todo instante, ao mesmo tempo em que novos

paradigmas surgem e nos desafiam constantemente.

Deparamo-nos com uma fantástica evolução tecnológica e

científica. A sociedade toma novos rumos, os quais muitas vezes não

entendemos e até, não conseguimos acompanhar. Tantas são as atrações

e novidades oferecidas aos seres humanos que em alguns momentos não

se sabe para que lado olhar. Apesar de tantas maravilhas, quando se fala

dos seres humanos, parece que nunca se viu tantas dúvidas e incertezas.

A sociedade, em decorrência de muitos fatores, modificou a própria noção

de família e, conseqüentemente, de valores. É chocante perceber o

quanto a maioria dos nossos jovens e adolescentes ainda não se deu

conta de que precisam realizar algo para que estejam preparados para

viver neste mundo de mudanças tão rápidas. O papel da escola, nesse

aspecto, é de fundamental importância, pois é no seu interior que esse

jovem passa grande parte de seu tempo.

4.2 Realidade Local

O Colégio Estadual Rodrigues Alves pode ser considerado uma

escola com recursos pois possui um bom acervo de materiais

pedagógicos, é bem administrado financeiramente, mas, conta com

estrutura física carente de reformas e adaptações para atendimento da

atual demanda. Necessita, obviamente, de reparos e manutenção, bem

como de algumas ampliações e alterações como mais rampas e

adequação de banheiros para cadeirantes, bem como de reforços no

quadro de funcionários, pois tem uma grande clientela. No aspecto de

recursos humanos, como já dissemos conta com bons professores

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desempenhando seu trabalho. Sente-se a grande necessidade de mais

professores compromissados para evitar a rotatividade, que é um fator

negativo no cotidiano escolar, pois impede que se estabeleçam vínculos

de compromisso e coletividade. O acervo bibliografico referente aos

recursos profissionalizantes é insuficiente, dificultando a vida do aluno e

do professor.

A escola situa-se em uma região predominantemente

residencial, com poucos pontos comerciais ao seu redor, mas com grande

fluxo de veículos e motos, que oferecem riscos aos nossos alunos.

4.3 População escolar

Como a escola é tradicional no município e a grande maioria

dos adolescentes e jovens quer estudar aqui, recebe alunos de todas as

partes da cidade. Sendo assim, a predominância desses alunos é de um

nível sócio-econômico estável, mas atendemos também a grande clientela

carente. Em relação ao nível cultural, percebe-se que há uma grande

divergência de interesses entre os alunos.

Por exemplo, é visível a participação dos alunos do Ensino

Fundamental e Médio nas atividades culturais, artísticas, recreativas e

esportivas que a escola promove, consistindo-se em um dos aspectos

relevantes a serem mencionados. Outro aspecto importante a se

considerar, diz respeito aos projetos complementares desenvolvidos. Há o

trabalho com a horta escolar, a estufa e o jardim, treino de futsal e

limpeza e manutenção das carteiras.

Há as viagens de enriquecimento curricular e cultural

planejadas e efetivadas por um professor de História; existe o trabalho

com a leitura,comunicação e a arte, através do uso do jornal desenvolvido

por vários professores. Existem também os mutirões para arrumação do

Laboratório de Ciências e da Biblioteca, desenvolvidos por uma professora

de Biologia e por uma de Português; há as participações em atividades da

comunidade e, também de inclusão social, realizados por alunos do Curso

de Formação de Docentes, coordenados por professoras de Estágio.

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Os sanitários necessitam de reformas e ampliações, pois não

suprem a demanda escolar.

Por outro lado, muitas vezes nos sentimos frustrados com a

falta de interesse e apatia de nossos alunos. Parece-nos que nada é capaz

de lhes despertar o interesse. Gostam de vir à escola, mas não gostam

das regras e atitudes que a escola lhes impõe. A falta de perspectiva de

visão de mundo, se tornou um grande se tornou um grande problema que

inclusive pode ser a causa dessa apatia. Eles pedem aulas mais

interessantes, motivantes, porem não percebem o quanto vários

professores se preparam para essas aulas e se sentem desanimados ao se

deparar com o desinterese.

Essa é a grande barreira a ser por nós ultrapassada,

configurando-se no grande desafio sobre o qual o Projeto Político

Pedagógico irá estabelecer ações, para que se atinja seu objetivo, já

especificado anteriormente.

Por que toda essa preocupação em despertar o interesse dos

alunos e família para a escola? É justamente para que se possa cumprir o

papel da educação escolar na comunidade, que é o de preparar seus

alunos para aprenderem, continuarem aprendendo, pois só assim poderão

inserir-se no mundo em que vivem, modificando-o sempre que necessário.

Nessa perspectiva, entre todos os desafios que a sociedade

atual apresenta, está o de preparar o jovem para o mundo do trabalho. O

Colégio Estadual Rodrigues Alves oferta o ensino profissionalizante através

de dois cursos distintos: o Curso de Formação de Docentes que prepara os

seus alunos para serem professores da Educação Infantil e das séries

iniciais do Ensino Fundamental e o Curso Técnico em Administração que

fornece visão geralsobre as diversas áreas da administração. Esses cursos

procuram aliar a prática ao trabalho teórico. Além disso, através de

convênio com o CIEE, vários alunos do estabelecimento são selecionados

para trabalharem como estagiários remunerados em instituições e

escolas.

Dentro desse contexto, a prática pedagógica da escola

procura direcionar seu foco para a principal questão sentida por todos,

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que é despertar o interesse dos alunos para aprender e ser capaz de

tomar decisões. Apesar de que, muitas vezes, essa prática pedagógica fica

comprometida pelo grande número de professores atuantes na escola;

isso faz com que nem sempre se tome um direcionamento único para se

atingir os objetivos propostos.

Por isso, a grande importância do debate, dos grupos de

estudo, da formação continuada dos educadores. Como já mencionamos,

várias barreiras foram quebradas e o resultado desses encontros onde se

discutiu a construção do projeto político pedagógico foi bastante positivo

para as futuras ações a serem desencadeadas na escola, visto que a

grande prioridade deste estabelecimento é proporcionar aos seus

educandos a oportunidade de aprenderem e se firmarem como seres

capazes para participar na sociedade atual. Isso tudo, em um ambiente de

harmonia e motivação, para que professores, alunos e funcionários

sintam-se felizes, diminuindo as angústias e tensões.

Para tanto, o presente projeto Político Pedagógico tem como

base de construção, o trabalho coletivo, através do qual procurar-se-á

superar as dificuldades mencionadas.

Durante a capacitação realizada para organização do P.P.P.,

através das discussões envolvendo professores e funcionários concluiu-se

que vivemos numa sociedade consumista, desigual, individualista,

desapegada de valores (religiosos, cívicos, educacionais, espirituais,

humanos, morais e familiares) onde predomina a lei do mais forte e a de

levar vantagem em tudo. Apegada a modismo e com uma grande falta de

entusiasmo pela vida.

Percebe-se que a escola é desigual, injusta, que há muito de

uns e pouco de outros. Não está conseguindo cumprir seu papel

fundamental, de formadora do ser humano/cidadão, pois não tem um

direcionamento, visto que não existe a mesma linguagem; os papéis estão

misturados e não se sabe muitas vezes o que fazer e a quem seguir. A

conseqüência é o caos. Perde-se a filosofia da escola.

Os professores consideram a alguns alunos desinteressados,

descompromissados, sem limites, relapsos, indisciplinados, equivocados;

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cobram muito os seus direitos e não cumprem com o mínimo dos seus

deveres. Aparentam não ter perspectivas para o futuro e falta de vontade

diante da vida escolar. Querem ir à escola para sair de suas casas, não

para aprender e crescer.

Por outro lado, depara-se com alguns professores muito

descontentes, alguns descompromissados com sua função de educador,

outros bastante tradicionalistas, sobrecarregados; uma grande parcela

está interessada apenas no aspecto financeiro da profissão demonstrando

despreparo para a sala de aula. Há aqueles que se mostram

desatualizados, irredutíveis, sem ética, sem companheirismo,

individualistas, egoístas. Alguns poucos tentam efetuar mudanças, mas

são impedidos por outros que não as querem. Infelizmente temos

professores que no começo do ano se sobrecarregam de aulas, às vezes

até além das quarenta horas e não dão conta de seu trabalho, atrasando

os compromissos com a supervisão e secretaria.

Em relação aos funcionários, estes são de suma importância

para o bom andamento da escola. Mas muitos deles se mostram

preconceituosos em relação aos professores; enxergam os professores de

maneira diferente e querem manter distância. Enfrenta-se muita cara feia;

percebe-se que muitos são mal humorados, tem má vontade e distribuem

grosseira; há falta de colaboração e falta de postura ao se dirigir para

professores e alunos.

No início do ano letivo a equipe pedagógica faz uma reunião

com todos os pais para repassar as normas escolares. Fazemos reniões

bimestrais para entregar os boletins e conscientizar, sobre a importancia

da participação da família na escola, bem como o acompanhamento do

aprendizado de seus filhos.

Sempre que necessário, solicitamos a presença dos pais para

que tomem ciencia dos problemas apresentados por seus filhos na escola,

conforme registro da Ficha Individual onde os professores fazem o relato

diário dos alunos, ououtra situação que se apresente. Nessas ocasiões,

também, solicita-se aos pais que incentivem seus filhos para os estudos.

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Os pais são comunicados da necessidade de reforço escolar ou

frequentar sala de apoio ou ajuda psicológica para seus filhos, sendo

sempre receptivos e entendendo o benefício a mais que a escola oferece.

4.4 Contradições e conflitos na prática docente

O docente encontra em seu dia-a-dia muitas resistências,

como: os alunos não desenvolverem o que é solicitado, falta de interesse,

descaso familiar, além da falta de recurso didático-pedagógico.

Para amenizar essas resistências deve-se partir de um

processo de conscientização através de cada um dos envolvidos no

processo ensino-aprendizagem, almejando o mesmo objetivo, pois na

maioria das vezes o aluno acaba sendo secundário e acaba sendo levado

pelo meio em que vive, por isso é necessário mesclar as diversidades nas

turmas.

A busca de formas diferentes de trabalhar em grupo deve visar

a interação heterogênea para que se atinja todas as potencialidades.

A escola deve contrapor à satisfação individualista dos desejos

a satisfação pessoal derivada da participação e da pertinência ao coletivo.

Além do trabalho de ensino, o convívio na escola deve ser organizado de

maneira que os conceitos de justiça, respeito e solidariedade sejam

vivificados e compreendidos pelos alunos como aliados à perspectiva de

uma “vida boa”. Assim, os alunos perceberão que esses valores e as

regras decorrentes são coerentes com seus projetos de felicidade e

poderão integrá-los às suas personalidades; se respeitarão pelo fato de

respeita-los.

A escola deve ser um lugar onde os valores morais são

pensados, refletidos, e não meramente impostos ou frutos do hábito; deve

ser lugar onde os alunos desenvolvam a arte do diálogo.

A elaboração das regras deve ser vivenciada coletivamente, na

busca de alternativas para problemas enfrentados no cotidiano escolar, de

onde surgiu a necessidade de se fechar os acordos pedagógicos.

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Os projetos são uma das formas de organizar o trabalho

didático e pode ser utilizado, em momentos específicos do

desenvolvimento curricular, uma vez que permite a articulação de

contribuições de diversos campos do conhecimento. Assim os alunos

sabem claramente o que, por que e para que estão fazendo, por exemplo,

a limpeza das carteiras, uma aula de leitura, a descoberta de talentos

através de teatro, dança e música, resenhas de filmes, cultivo da horta,

revitalização de alguns ambientes da escola, conhecimento de lugares

turísticos de nossa cidade e cidades vizinhas, entre outros. Aprendem

também a formular questões e a transformar os conhecimentos em

instrumento de ação. Para conduzir esse processo é necessário que os

professores tenham clareza dos objetivos que querem alcançar.

As práticas acima citadas são observadas, tanto em sala de

aula, como atividades extra-classe, dando oportunidade aos alunos de

participarem do processo.

4.5 Critérios para organização das turmas

Depois de feita todas as matrículas, das 5ª séries os alunos

são classificados por idade, e, na medida do possível, com a mesma

quantidade de meninos e meninas.

Da 6ª série em diante, são mantidos na mesma turma, em

alguns casos especiais são remanejados para outras turmas, os

reprovados são distribuídos nas turmas.

Alunos de outras escolas são matriculados na turma com

menor número de alunos, caso estiver fora da faixa etária da turma.

4.6 Organização da hora-atividade: problemas possibilidades

As horas-atividade conquistadas pelos professores, 20% do

total das aulas de cada um, deverão ser cumpridas no estabelecimento,

em sala própria, onde o professor terá um pronto atendimento com um

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micro-computador a disposição, podendo ainda transformar estas horas-

atividade em oficina de danças, teatro, coral, etc.

A hora-atividade destina-se a correção de provas, preparação

de aulas, troca de experiência entre professores e equipe pedagógica,

fechamento de notas.

Com o novo cronograma da hora atividade, houve facilitação

do encontro entre professores por área, para sanar as dificuldades,

planejar suas aulas, reuniões com a supervisão, orientação e pais de

alunos

As possibilidades para a hora-atividade são: reunião para

grupos de estudos; capacitação de forma geral; elaboração de projetos

que venham beneficiar o dia-a-dia escolar e o saber escolar; pré-conselho

para detectar problemas da turma, metodologia usada, instrumentos para

avaliação e dificuldades do professor.

4.7 Formação inicial e continuada

Um dos grandes desafios da educação no Brasil é possibilitar

aos profissionais da educação projetos de formação continuada, ou seja,

educador que não se capacita, dificulta a aprendizagem do aluno e torna

complexo todo emaranhado pedagógico. A escola tem a “missão”,

independente do órgão governamental, de capacitar esses professores,

orientadores e supervisores através de palestras, conferências, seminários

e encontros sobre ambos. A educação não se faz apenas com giz, quadro-

negro e tecnologia; a conversa, o diálogo e os questionamentos são

importantes para a fusão conhecimento-aprendizagem-transmissão do

saber crítico.

O conhecimento continuado não se restringe apenas para o

corpo docente-pedagógico, mas gestor e serviços gerais. É indispensável,

pelo menos duas vezes a cada bimestre, o diretor participar de cursos

sobre administração e gestão escolar, pois o que torna a escola

transformadora e formadora de opinião são as idéias novas, concepções

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diferentes, e elas são somente possíveis através de palestras e curso de

formação continuada.

Em segundo lugar, há uma permuta maior de informações e idéias quando existe um ambiente favorável à troca informal de conhecimentos, de treinamento e apoio entre colegas. Os integrantes de uma equipe aprendem com seus pares e habilidades profissionais, por meio do compartilhamento de informações conjunto. Em terceiro lugar, há maior responsabilidade com os resultados. De acordo com a explicação de um professor, a qualidade pedagógica se torna o código de ética que inspira cada um dos professores. (Luck, 1998, p. 22)

O conhecimento e a qualidade de ensino não se concretizam

se não houver, por parte do diretor e da equipe pedagógica, uma gestão

democrática. A escola não deve ter a característica paternalista, ela tem a

obrigação de atender a clientela que são os alunos. Também é

indispensável a participação da família na gestão pedagógica.

Além dos alunos e da família, os pedagogos, professores e

funcionários são essenciais na organização democrática no ensino, isto é

porque eles vivem o dia-a-dia da escola, são empíricos aos problemas e

têm a condição de expor as idéias que possam melhorar a sociedade

educacional. É importante esclarecer que a participação democrática na

educação merece seus cuidados: respeitar o regimento escolar, conhecer

a realidade da clientela que trabalha e ter consciência que a mudança é

paulatina podendo enfrentar resistências por parte de elementos que

ainda não estão preparados para eventuais mudanças normativas.

5) MARCO CONCEITUAL

5.1 Sociedade/Homem

O ideal seria uma escola organizada, coerente, com uma linha

definida de ação e comprometimento de todos que dela fazem parte.

Deseja-se alunos responsáveis, interessados, com vontade de

aprender, ativos, criativos, que tenham algumas perspectivas e aceitem e

reconheçam o professor como alguém que está interessado em seu

crescimento.

21

Deseja-se professores mais compromissados, participativos,

atuantes, criativos, conscientes de seu papel de agente transformador, de

bem com a vida, solidários, que valorizem o trabalho dos professores,

funcionários, que tenham postura ética e profissional adequada a sua

função, que se dediquem mais e que sejam educadores.

Precisa-se de funcionários que se envolvam mais com o

cotidiano da escola. Que se aproximem mais dos professores, que

assumam uma postura ética e educada, frente aos alunos, professores e

colegas.

Conclui-se que para que aconteçam as mudanças pretendidas,

é necessário antes de mais nada, que a direção da escola tome as rédeas

da situação, Não se trata aqui de aplicar medidas de autoritarismo, mas

sim de direcionamento.

É imprescindível que a direção, equipe pedagógica e

professores, estabeleçam critérios e um rumo a ser seguido.

Há que se considerar, porém, que, para que a escola cumpra o

seu papel, o Núcleo Regional de Educação deve estar atento e

subsidiando, amparando e solidarizando-se com a direção da escola.

Diante desse contexto, é importante refletir sobre “quem é o

homem?”, “o que é o mundo?”, “o que significa sociedade e cultura?”, o

que são os conhecimentos e para que servem?”, e “como fica a escola e a

educação diante de tudo isso?” e, principalmente, “como fazer para

transformar a realidade da escola?”.

Cada sociedade e cada época histórica tem uma determinada

concepção do ser humano, talvez até, uma imagem-ideal do homem. É

essa imagem, que engloba também o seu oposto, ou seja, aquilo que a

sociedade não aceita como ideal é que dará forma ao processo

educativo. Se fizermos um passeio pela história da humanidade, veremos

em cada época e região, um modelo para o homem, estabelecendo

normas de comportamento, atitudes, crenças e, principalmente, processo

educativo.

A época contemporânea caracteriza-se pela pluralidade de

imagens-ideais. Na verdade, a imagem-ideal do homem é aquela que o

22

insere no meio em que vive, levando-o a agir e interagir de modo integral

com esse meio.

Atualmente, a maioria dos educadores concorda num aspecto:

o ser humano não é um “produto acabado”. Se assim fosse, não haveria

necessidade de educadores. E, se ele não é um produto acabado, definir o

que ele é, na realidade, significa intervir naquilo que ele pode ser. As

divergências e confrontos surgem justamente no momento de dizer o que

é o ser humano. Por isso, vale lembrar Guimarães Rosa, que afirma que

“natureza da gente não cabe em nenhuma certeza” (ROSA, J.G. Grande

sertão: veredas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1976. p.389). Isso não se

trata de ceticismo, mas sim de abertura ao diálogo e à discussão, análise

e estudo, comparação e retomada; em outras palavras, à educação.

Quando nasce, o indivíduo já encontra a vida organizada. Há

séculos já se formou o idioma que ele irá falar, a religião a seguir. É essa

organização do conviver humano que possibilita às sociedades

transformarem-se e, ao mesmo tempo, subsistirem. Por isso se diz que as

sociedades são um fenômeno histórico, uma vez que os indivíduos se

organizam em grupos afins e, para sobreviver produzem coisas, elaboram

idéias, traçam objetivos, aprovam normas de convivência, etc. Assim

sendo, a sociedade não se constitui apenas de instituições tradicionais,

mas de todas as ações que partilhamos diariamente. O que cada um faz

ou pensa, tem um sentido que pode ou não ser percebido e compreendido

pelos outros. Ao serem repetidas, as ações tornam-se hábitos sociais e são

incorporadas ao viver, passando a ser aceitas como ideais em uma

determinada época. Dessa forma elas são legitimadas. É possível afirmar

que, a cada dia, ao realizar as suas ações cotidianas, o homem institui a

sociedade, enfim, cria a vida social. Nesse contexto, é impossível dissociar

sociedade de cultura. O homem vive a cultura. Essa cultura pode ser

entendida com a parte do ambiente criada pelo homem ou, como diz

Paulo Freire: “é tudo o que o homem cria e recria”. (FREIRE, P. Cambio.

Bogotá, Editorial América latina, 1970. p.28). Criar e recriar cultura é,

então, próprio do homem; isso o distingue dos outros animais. Assim,

fazem parte da cultura, por exemplo, os instrumentos de trabalho, as

23

roupas, as casas, as plantações. Porém, a cultura não se limita aos

objetos. Engloba também os costumes, a religião, a arte, as festas, os

sistemas filosóficos, os conhecimentos técnicos e científicos.

O ser humano, vivendo e interagindo neste mundo, passa

também pelo processo educativo. Essa educação, como atividade humana

específica, brota de uma atividade mais abrangente, comum ao educador

e ao educando. Essa atividade é a prática social. Tanto o educador quanto

o educando fazem parte de uma comunidade, que é fruto da prática de

todos. Tal prática, por sua vez, está condicionada pela divisão social do

trabalho, fruto de uma sociedade em que se defrontam as classes sociais.

Ao mesmo tempo em que a educação é condicionada, é também

condicionante, contribuindo para a articulação de uma nova concepção de

mundo e um novo projeto histórico. Nesse aspecto, é de fundamental

importância que se desenvolva a concepção de conteúdos significativos

na elaboração, construção e aplicação dos conhecimentos a serem

trabalhados na escola. Os conteúdos devem servir para que se obtenha

conhecimentos com sentido, que realmente contribuam para a mudança

do indivíduo e sua inserção na sociedade.

A escola precisa articular-se para produzir, antes de mais

nada, uma educação que faça sentido, com um rumo, uma direção a

seguir, ao contrário do que muitas vezes parece – um barco à deriva, indo

para qualquer lugar, com sua tripulação não se importando onde chegará,

ou até mesmo, se chegará.

Esse é o aspecto mais relevante: que a escola defina sua

missão e empregue todos os seus esforços nesse sentido, para atingir seu

grande objetivo, como já foi exposto no início - criar um ambiente

propício de convivência e aprendizagem para todos os envolvidos,

em que se possa desenvolver-se plenamente como indivíduo para

que se consolide na escola a dimensão do coletivo.

Para isso, o Colégio Estadual Rodrigues Alves fundamenta-se

na filosofia humanista que apresenta o homem como construtor de seu

mundo e de sua felicidade, que encara a ética como norma para essa

auto-construção. Dessa forma, a escola adota uma concepção integradora

24

do saber humano, onde a produção de conhecimento deve caminhar para

essa integração e que se baseia na linha pedagógica sócio-interacionista,

cujos principais defensores são Piaget e Vigotski. Essa linha estabelece

que: através de suas relações sociais o homem desenvolve a linguagem; a

aprendizagem se processa através da interação entre os sujeitos e o

conhecimento resulta da interpretação, elaboração, reelaboração e

internalização dos conteúdos desenvolvidos; o professor é o mediador do

processo educativo e o aluno é o sujeito das interações que vivencia.

O Projeto Político Pedagógico da instituição em questão

constitui-se num verdadeiro processo de conscientização e de formação

cívica, está em um constante processo de recuperação, exigindo

certamente uma educação para a cidadania.

Há pelo menos duas razões que justificam a implantação de

um processo de gestão democrática na escola pública, o que também se

visa nesta instituição:

1º - A escola deve formar para a cidadania e, por isso, ela deve dar

exemplo. A gestão democrática da escola é um passo importante no

aprendizado da democracia. A escola está a serviço da comunidade.

2º - A gestão democrática pode melhorar o que é específico da escola, isto

é, o seu ensino; propiciará um contato permanente entre professores e

alunos, o que leva ao conhecimento mútuo e, em conseqüência,

aproximará também as necessidades dos alunos dos conteúdos ensinados

pelos professores.

A autonomia e a participação não se limitam a mera

declaração de princípios consignados em algum documento, sua presença

precisa ser sentida no colegiado, mas também na escolha do livro

didático, no planejamento de ensino, na organização de eventos culturais

e atividades cívicas, esportivas, recreativas.

Por esta razão, esta escola está em uma constante busca por

uma gestão democrática, estando impregnada por uma certa atmosfera

que se respira na escola, na circulação de informações, na divisão do

trabalho, no estabelecimento do calendário escolar, na distribuição das

25

aulas, no processo de elaboração ou de criação de novos cursos ou de

novas disciplinas.

A grande mudança exige esforço contínuo, solidário e paciente

das pequenas ações. Estas no dia-a-dia, construídas passo a passo, numa

certa direção.

Conscientes de que, acima de tudo, mais do que passar por

uma melhoria da qualidade do ensino, precisa de uma transformação

radical, exigência premente e concreta de uma mudança estrutural

provocada pela inevitável globalização da economia e das comunicações.

Pressupõe-se assumir uma pedagogia ativa e cooperativa em

sala de aula, trabalhar para resoluções de problemas e através de projetos

e, também, propor tarefas complexas e desafios que incitem o aluno a

mobilizar seus conhecimentos. A escola passa a ser um lugar onde o aluno

tem direito a ensaios e erros, onde pode expor suas dúvidas, explicar seus

raciocínios e tomar conhecimento do interacionismo de Piaget e nas

relações sociais de Vigotski.

Piaget ressalta a importância da interação entre os fatores

internos e externos, mediante a atividade construtiva do sujeito, onde o

homem é percebido como um indivíduo em constante desenvolvimento e

que age sobre a realidade.

Vigotski, por sua vez, afirma que tudo o que é especificamente

humano origina-se nas relações sociais, na vida em sociedade, sendo o

homem um sujeito interativo, pois ele não nasce em um mundo natural,

mas em um mundo humano, socialmente determinado, no qual, desde o

seu nascimento, está em constante interação com os demais,

compartilhando seu modo de viver, de pensar e de fazer.

As duas perspectivas, tanto de Piaget quanto de Vigotski,

defendem que o surgimento da capacidade de lidar com símbolos,

demonstrado pelo desenvolvimento da linguagem, evidencia uma

transformação de qualidade no desenvolvimento humano. Por isso, a

opção da escola para essa tendência, em que o indivíduo é atuante em

seu próprio desenvolvimento, não sofrendo apenas a ação de mecanismos

26

de maturação e nem permanecendo passivo diante das determinações do

ambiente.

Dentro dessa proposta, a escola deverá reorganizar suas salas

de aula, alterando a posição tradicional de carteiras em filas e , ainda,

verificando a possibilidade de implantar salas ambientes e rever seu

processo avaliativo. Além disso, deve-se investir mais ainda em algumas

atividades para seus alunos, como: uso da Internet com

acompanhamento; uso do laboratório multidisciplinar(Biologia, Física,

Química e Matemática); utilização de espaço pedagógico, com uso de

jogos; espaço para recreação; aulas de aprofundamento no turno

contrário; acompanhamento psicopedagógico individualizado; incentivo á

participação nas provas do ENEM; preparação para a escolha profissional;

palestras formativas, informativas, motivacionais e de atualidades; visitas

a centros de ensino superior; atividades artísticas e desportivas em

diversas modalidades; resgate de valores cristãos, religiosos, educacionais

e pessoais, reniões relâmpago, informação sbre cursos. Projetos como:

- Agenda 21 – reciclagem de papel;

- Criando e Recriando;

- Amostra Cultural;

- Produção de lixeiras;

- Conscientização sobre o desperdício, etc

Campeonatos internos, para preparar os atletas pata os

JOCOP’ S, maior participação nos projetos FERA e ComCiência.

Tomar ciencia dos projetos que acontecem na escola; Visotar

exposições; conscientizar os alunos das 8ªs séries sobre os cursos

profissionalizantes oferecidos pelo Colégio.

Muitas ações já são realizadas pela escola. Porém até agora,

não se adotou uma concepção pedagógica como espinha dorsal da escola.

Esse é o grande desafio deste projeto político pedagógico no primeiro

momento: mobilizar todos os segmentos da escola para um único

caminho, para que se possa definir a identidade da escola. Com certeza,

isso levará algum tempo e muitas barreiras deverão ser vencidas. Não se

pode esquecer que em muitos aspectos e momentos a escola é

27

tradicional. Isso talvez, se constitua na primeira barreira a ser vencida.

Mas,esse é um aprendizado do qual, sem dúvida, todos participarão.

5.2 Avaliação do ensino e do P.P.P.

Avaliações são instrumentos que permitem ao professor e ao

aluno diagnosticar os resultados do processo ensino-aprendizagem.

Processo ensino-aprendizagem abrange aquele que aprende,

aquele que ensina e a relação entre os dois. Entretanto, esta noção não se

refere necessariamente a situações em que haja um educador fisicamente

presente.

Conforme é possível notar, na perspectiva esboçada por

Vigotski, o aprendizado é um aspecto imprescindível no desenvolvimento

das características típicas do ser humano, já que as conquistas individuais:

informações, valores, habilidades, atitudes, posturas, resultam de um

processo compartilhado com pessoas ou outros elementos de sua cultura.

Na avaliação deve ser usadas técnicas e instrumentos

diversificados tendo em vista a heterogeneidade dentro da sala de aula. O

professor deve ser um mediador, elevando assim a qualidade do ensino.

O processo ensino/aprendizagem desta escola tem consciência

que a situação educacional que vivemos exige de cada um melhor e

efetivo preparo teórico, se este preparo, esta busca não ocorrer

espontaneamente, ocorrerá através de críticas.

A avaliação deve ser um momento de reflexão, onde tanto o

professor pode se auto-avaliar quanto avaliar o aluno. A avaliação deve

ser um momento de muita reflexão, mudanças, desafios até que sejam

encontrados caminhos. É de suma importância que todos estejam atentos

a todos os pontos positivos e negativos, possibilitando novas alternativas

para alcançar os objetivos propostos. A auto-avaliação de todos

os participantes é uma barreira que deve ser trabalhada e adotada pelos

nossos profissionais, dos professores através de uma análise de suas

práticas e tomada de decisão para ressignificação de conteúdos e dos

28

alunos quanto as suas atitudes e posturas e o que esperam conseguir

através de sua aprendizagem.

O grande momento educacional ocorre quando se pode

observar a construção do conhecimento pelo próprio educando, como

agente do processo, ao passo que o professor é apenas mediador que

conduz, orientando-o no decorrer do complexo caminho da aprendizagem.

Os momentos mais significativos ocorrem no dia-a-dia, sendo

tanto para o professor quanto para o aluno, onde cada progresso ou

retrocesso pode ser acompanhado e realimentando, evitando assim as

avaliações meramente classificatórias com finalidade única de mensurar o

conhecimento, até mesmo porque isso se sabe que é impossível de se

fazer, mas os modelos adotados nos dias atuais, ainda estão presos na

“média”, assim persistindo o engessamento do sistema educacional,

inclusive com direito a média fixada.

Embora muito se fale em mudanças e inovações, a grande é

que muito do que se diz e se preconiza sobre avaliação, fica apenas na

retórica, as práticas pedagógicas, muitas vezes, continuam as mesmas,

até porque “devem seguir” o estabelecido pelo sistema mantenedor.

Caberá a todos os envolvidos no processo ensino-

aprendizagem acreditar no seu poder transformador, garantindo o caráter

educativo, formativo e emancipador neste processo.

A recuperação é um dos aspectos da aprendizagem no seu

desenvolvimento contínuo, pela qual os alunos com aproveitamento

insuficiente, dispõem de condições que lhes possibilitem a apreensão de

conteúdos básicos. Será ofertada obrigatoriamente por este

Estabelecimento, de forma paralela, contínua e progressiva durante o

período letivo, visando melhoria do aproveitamento escolar e

aperfeiçoamento do currículo, constituindo um conjunto integrado ao

processo de ensino, adequando as dificuldades dos alunos e

possibilitando-lhes a apreensão dos conteúdos básicos.

A sala de apoio funcionará com base na Resolução 208/04 –

SEED, ou seja, enfrentamento dos problemas relacionados ao ensino de

Língua Portuguesa e Matemática e às dificuldades de aprendizagem,

29

identificadas nos alunos matriculados na 5ª série do Ensino Fundamental,

no que se refere aos conteúdos de leitura, escrita e cálculo.

O professor da sala de apoio à aprendizagem deverá assumir o

compromisso de desenvolver um trabalho diferenciado, buscando

metodologias que atendam as diferenças individuais dos alunos e

contribuam desicivamente para a superação das dificuldades de

aprendizagem.

A avaliação será diagnóstica, processual e descritiva. Deverá

fornecer informações que possibilitem aos professores regentes, a tomada

de decisão pedagógica pela permanência, ou não, de cada aluno na sala.

O P.P.P. é um instrumento norteador das práticas pedagógicas,

sendo assim, o momento e a maneira de ser feita, a avaliação do mesmo é

permanente, deve acontecer em diversos momentos julgados importantes

para análise e conhecimento, da teoria e da prática de cada

procedimento, denominando seus detalhes e variações.

Por isso é fundamental avaliar o P.P.P. sempre. Isso ajudaria o

profissional a ter base para novas idéias.

O Parecer nº 15/98 especifica que a escola deve fundamentar

sua atuação através dos princípios da estética da sensibilidade, política da

igualdade e ética da identidade.

A estética da sensibilidade significa incentivar a

criatividade, a curiosidade, a afetividade, a percepção das diversidades, as

qualidades e o desejo de aprimoramento. Por isso, deve substituir-se a

repetição e a padronização, estimulando-se a criatividade, o espírito

inventivo, a curiosidade pelo inusitado e a afetividade, facilitando a

constituição de identidades capazes de suportar a inquietação, conviver

com o incerto e imprevisível e o diferente.

Através da política da igualdade, desenvolve-se o respeito

às diferenças e o reconhecimento dos direitos humanos, bem como o

exercício dos direitos e deveres inerentes a todo cidadão, caracterizando-

se como preparação para a vida civil.

Com a ética da identidade, reconhece-se a identidade

própria e, também a do outro, a responsabilidade e a solidariedade.

30

Construir e reconhecer a identidade significa desenvolver a autonomia.

Através da ética da identidade, busca-se superar dicotomias entre o

mundo da moral e o mundo da matéria, o público e o privado. Essa ética

se constitui a partir da estética e da política e não por negação delas. Seu

ideal é o humanismo de um tempo de transição.

A escola trabalhará estes princípios através da busca e

desenvolvimento de valores que salientem a inclusão das diversidades, da

boa convivência, do respeito a si próprio, aos outros e ao ambiente em

que se vive, incentivando a tomada de decisões, a criatividade e as

descobertas.

5.3 Currículo

A nossa proposta curricular está pautada na

interdisciplinaridade, baseando-se na Teoria sócio-interacionista de

Vigotski, com uma nova visão de escola criativa e ousada para a

construção e a concepção da divisão dos saberes, sem a tradicional

departamentalização do conhecimento, mas na busca de uma maior

aproximação dos conteúdos.

Esta organização curricular não pretende abandonar as

especificidades de cada disciplina, mas sim saber quais os pontos comuns

entre os diversos conteúdos contemplados nas Diretrizes Curriculares

Nacional e Estadual, promovendo paralelamente a sua integração num

todo harmônico e significativo. A razão multidisciplinar, como a própria

palavra sugere, é a reunião de habilidades especiais para a resolução de

um determinado fim, sem engessamento, socorrendo-se de outras

disciplinas mostrando, ou melhor, evidenciando a interdependência do

sistema.

Como em toda diversidade encontramos situações com mais

ou menos flexibilidade, a suscetibilidade para promover o entrelaçamento

dos seus conteúdos. Para que isso seja possível o currículo deve ser

maleável, porém sem perder de vista os objetivos a serem perseguidos,

mudar quando for possível, sendo entendida a necessidade e a

31

adequação, otimizando todos os recursos materiais e profissionais:

material de apoio e a disponibilidade dos professores. Para isso busca-se

estabelecer os conteúdos a partir de desafios, questionamentos, pela

integração aluno-professor, de modo que se aproveitem todo o

conhecimento adquirido pelos alunos fundamentando-se nos

experimentos – investigando a descoberta – os meios eficazes,

organizados e ordenados sistematicamente, consolidando desta forma a

aprendizagem.

O que se pretende alcançar é a formação integral do homem,

de um homem capacitado a enfrentar seus desafios, instrumentalizado

com os requisito essenciais para continuar por si só a busca do

conhecimento, ser hábil nas relações de trabalho, na parceria, nas

mudanças de atitudes, estar sempre atento as novas exigências sociais e

do trabalho, e por fim ser responsável pelos seus atos, no exercício da

cidadania, sabendo que ele influencia o meio em que vive.

A organização curricular seguirá os padrões estabelecidos,

pela Política Educacional, dentro da discricionariedade que a lei permita –

Lei de Diretrizes e Bases da Educação em todos os seus níveis o Núcleo

Comum – uniforme em toda a Federação; a Parte Diversificada – conforme

as especificidades locais, organização por séries; conteúdos de forma

multidisciplinar, quando se possível a sua construção e especificidades das

disciplinas; conteúdos contextualizados – dentro de perspectivas da

sociedade; sistema de avaliação contínua e diversificada, para que se

constitua de maneira justa e que contemple as possibilidades e as

habilidades dos educandos, respeitando o seu tempo de aprendizagem;

instrumentalizar a escola para que possa trabalhar a inclusão dos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais – conforme suas

deficiências – com apoio dos institutos municipais e profissionais com

habilidades específicas; aproximar a comunidade escolar nos aspectos

sociais e psicopedagógicos, dentro das possibilidades legais.

Procuramos construir um espaço para o desenvolvimento da

personalidade, das relações pessoais, social, comunicacional, emocional,

cultural e cidadã dos alunos. Devemos criar condições para que isso de

32

fato ocorra, começando com os profissionais da educação, olhando para

os nossos alunos, perguntando quem são, de onde vêm, o que querem, o

que pensam, sentem, sonham...

Muitas coisas já conhecemos. No entanto é importante a cada

etapa do ano escolar, atualizarmos nosso conhecimento sobre os nossos

alunos, investigar a realidade que cerca a instituição escolar, para que se

efetive através do seu currículo o vinculo necessário com a sociedade.

5.4 Inclusão

Inclusão e diversidade são temas que povoam as discussões

na área educacional na última década. Embora haja uma estreita relação

entre as duas temáticas não significa que, ao se discutir a inclusão na

educação, sejam realizadas na sociedade, debates sobre a diversidade de

grupos que se encontram à margem do processo social, expropriados dos

direitos que são garantidos por lei, a todos os cidadãos, independente de

suas diferenças individuais.

Em primeiro lugar, é necessário que se pense na inclusão de

forma ampla, global, ela não pode dizer respeito apenas a um aspecto. Ao

contrário, é imprescindível compreender que incluir significa aceitar,

acolher a todos: tanto aqueles com necessidades especiais aparentes e

conhecidas, quanto aqueles com déficit de aprendizagem, e também os

que fogem do padrão estereotipado pela sociedade, quanto os

superdotados com os quais muitas vezes não se consegue trabalhar.

A escola, entenda-se aqui, professores, funcionários,

diretores, precisa primeiro ultrapassar seus próprios preconceitos, visto

que muitas vezes, é daí que vem a inclusão.

Antes de mais nada, é necessário que todos os envolvidos

caminhem da mesma maneira, adotem a mesma postura, senão será

impossível incluir.

Ações propostas:

33

- Todos os alunos que freqüentam a sala de apoio ou de

recurso, na sala regular deviam ser tratados iguais aos

demais, evitando-se as gracinhas, rótulos e atitudes

indelicadas (tanto de professores, quanto de colegas).

- Interação entre os professores da sala onde tem aluno incluso,

para saber até onde esse aluno pode ir.

- Estabelecer objetivos a serem alcançados de acordo com as

necessidades apresentadas.

- Definir avaliações diferenciadas para os alunos, de acordo com

as dificuldades detectadas.

- Encontros regulares e periódicos entre os professores da

turma para realimentar o planejamento.

- Solicitar apoio, esclarecimentos e orientações de pessoas

especializadas sobre como trabalhar com as dificuldades,

tanto físico-motoras, quanto mentais e emocionais.

A compreensão de currículo como um território político que

esteja intrinsecamente comprometido com a heterogeneidade e as

diferenças culturais que compõe a realidade da escola, tal como versa a

teorização educacional crítica, empreende uma visão renovada e ampliada

de currículo, em ligação estreita com o conhecimento e a cultura,

enfatizando-o como prática cultural e prática de significação.

No currículo, múltiplas relações se estabelecem, explícitas ou “ocultas” que envolvem a reflexão e a ação, as decisões político-administrativas sistematizadas no Órgão Central da Educação e as práticas pedagógicas desenvolvidas na escola.(Sacrristán apud Saviani, 1998)

Com a implementação da atual Lei de diretrizes e Bases e a

clara intenção do princípio inclusivo que a fundamenta, a adoção e a

implementação de currículos abertos e flexíveis, que atendam à

diversidade do alunado presente na escola, passou a ser objeto de

discussão nas diretrizes curriculares e nos cursos de formação continuada

dos sistemas de ensino.

34

Diante dos inúmeros significados de adaptações curriculares, é

importante deixar claro o sentido que desejamos imprimir ao termo, de

modo a não sugerir que tenhamos em mente que a escola deverá ter um

currículo adaptado ou separado para alguns. A idéia é que a flexibilização /

adaptação curricular seja uma prerrogativa para a celebração das

diferenças em sala de aula, contrariando a idéia tradicional de que todos

os alunos aprendem da emsma forma, com as mesmas estratégias

metodológicas, com os mesmos materiais e no mesmo tempo / faixa

etária. Ou seja precisamos abrir a idéia de que teremos que adaptar o

currículo para aqueles alunos que se diferenciam do grupo homogêneo

que, pretensamente, constituem as salas de aula.

Muito se tem alertado sobre o crescente e profundo abismo

social criado entre ricos e pobres, principalemnte no que se refere à

educação.

Entretanto, sem distribuição de renda, sem uma política

efetiva de inserção nos meios de produção que possibilitam uma vida de

qualidade, estaremos aquém de construir o mundo dos nossos sonhos.

Mas, ficar de braços cruzados, esperando ações de terceiros, também não

é correto. Cada um deve fazer sua parte.

Por esta razão a escola deve abrir portas para novas

possibilidades, permitir questionamentos e ainda propiciar a busca por

soluções adequadas ao contexto em que o aluno está inserido (foi feito

uma palestra sobre inclusão, em parceria com o DEC – classe especial,

APAE e NRE).

O aluno que chega diferente a sala de aula deve ser encarado

apenas como um estímulo ao apromiramento do educador.

As diferenças podem se tornar em desigualdade, trazendo

graves consequencias para o indivíduo e para a sociedade, além de

albgumas possíveis soluções.

A solução definitiva depende de cada caso e deve ser

encontrada individualmente por meio de feedback que os educadores

devem ter do próprio trabalho.

35

É dentro das escolas tradicionais que os meninos aprendem a

viver de verdade. “os colegas exigem que eles cresçam”. Aí está a mior

vantagem da inclusão.

Geralmente colocados às margens do mundo econômico,

social, cultural, educacional e político, os surdos são tidos como pessoas

diferentes e incapazes, desapropriadas de seus direitos e das

possibilidades de escolhas.

Cabe a escola propiciar uma maneira renovada de ver a

questão das minorias. Indiscutivelmente ajudar o educador a descobrir

como se constrói o universo do sonhecimento do surdo, sua afetividade e

sensibilidade, ao mesmo tempo ressaltar as questões tanto na identidade,

como das formas socialmente adotadas para a educação e integração dos

mesmos, em termos de poder ou significação social.

Estas reflexões cabem para todas as pessoas especiais ou

para as demais, que ainda desejma uma profunda transformação das

relações de poder vivenciadas em nossa realidade.

As estratégias visuais que poderiam ser utilizadas em sala de

aula são:

- combinar diferentes tipos de alunos facilitando a visualização e

interação entre alunos.

- introdução de métodos e estratégias visuais complementares

como: gestos, dramatização, mímicas, ilustrações, vídeos, TV,

etc.

- planejamentos de atividades com diferentes graus de

dificuldades, como: pesquisas, questionários, entrevistas,

apresentação escrita, desenhos, dramatização, maquetes, etc.

- propor várias atividades para trabalhar um mesmo conteúdo.

- Promover a interação entre os professores do ensino regular

educação especial;

- Indicação de práticas pedagógicas alternativas.

- Participação em conselho de classe, entyre outros.

36

A avaliação de português para surdos poderá submeter as

crianças a um processo formal de aprendizagem, com metodologias

específicas e professores especializados para este fim, tal qual ocorre em

situações de aprendizado de linguas estrangeiras, portanto, sua primeira

lingu (natural) será a lingua de sinais e a lingua portuguesa será

aprendida como segunda lingua.

Os procedimentos didáticos-etodológicos para o atendimento

pedagógico ao aluno com deficiencia fisica neuromotora que apresenta

comprometimento na fala e na escrita, deverão atender a uma adaptação

curricular e arquitetonica, com materiais academicos adaptados a cada

necessidade, cursos de preparação para atender os alunos com estas

necessidades, cursos de preparação que atendam as escolas e famílias e

de uma maior conscientização de todos os profissionais envolvidos neste

processo.

Tais procedimentos poderão acontecer em varios contextos: o

primeiro deles em uma classe da escola regular com adaptações fisicas e

serviçoes de apoio organizados; o segundo, consiste na organização de

um grupo o mais homogeneo , com dificuldades e integridades parecidas,

ainda na escola regular, e o terceiro, aquele que acontece na escola

especializada, em função das necessidades que um aluno apresenta,

levando sempre em conta, em qualquer contexto, a participação do aluno,

fazendo um estudo de seus pontos fortes e fracos, dos recursos existentes

na cominidade, do envolvimento da família e dos profissinais, a fim de se

chegar a uma conclusão competente do que mais vai beneficiar o

desenvolvimento do educando.

Quando os professores “imaginam” os alunos superdotados

como aqueles com elevada potencialidades de aptidões, talentos e

habilidades, evidenciada no alto desempenho nas diversas áreas de

atividade ou no desenvolvimento da criança. Tais aptidões e habilidades

devem ser constantes e verificadas precocemente durante todo

desenvolvimento da criança. As difenças destacam-se em determinadas

áreas, tais como a música, artes e áreas específicas de conhecimento.

37

Quando detectados sinais de superdotação a família, a escola

e o professor devem estar atentos, observar e realizar um

acompanhamento permanente. Se for precoce, a criança deve ser

estimulada adequadamente para desenvolver o seu potencial e continuar

a apresentar comportamentos de superdotação. A escola deve trabalhar

as potencialidades para que a criança não perca seu interesse em

desenvolver suas habilidades.

A superdotação poderá ser observada em uma escola de

ensino fundamental através: da observação e levantamento dos alunos

por parte dos professores regentes; do intercambio de informações entra

a escola e a fam´lia, por meio de amnese e aplicação de testes nos alunos

nos mais diversos aspectos de superdotação e após encaminhamento do

aluno para a sala de recursos e posteriormente para os diferentes recursos

de apoio com profissionais habilitados, como psicológicos,

psicopedagógicos entre outros.

5.5 Gestão

Na gestão democrática, todos são chamados a pensar, avaliar

e agir coletivamente, diante das necessidades educativas, onde os

esforços de todos os integrantes da comunidade escolar convergem para

o mesmo propósito. A qualidade do trabalho pedagógico, onde uma

grande maioria está envolvida, baseada na cooperação, tornando-se

parceiros na busca dessa qualidade.

Esse trabalho, no entanto, só obterá êxito se a escola

estabelecer um fecundo diálogo que não se esgote na prática, mas que se

traduza, sobretudo, na reflexão de seus vários segmentos, professores,

alunos, pais, corpo técnico administrativo, auxiliares da educação,

funcionários e a comunidade em geral.

As decisões tomadas estão estritamente vinculadas com o

futuro da escola, como também ao envolvimento de todos os segmentos

que constituem a escola.

38

A escola é uma instituição na medida em que a concebemos

como a organização dos diferentes segmentos, ou então como o conjunto

de normas e orientações que regem essa organização.

Analisar a escola como instituição é aprender o sentido global

de suas estruturas e de seu conjunto de normas, valores e relações, numa

dinâmica singular e viva.

Nesse sentido cabe ao P.P.P. os papéis de organizador da

diversidade, construtor de espaços de autonomia, gerador da

descentralização e impulsionador de uma atitude democrática e

comunicativa.

A organização no processoa admnistrativo, esta em conseguir

unir todos os segmentos envolvidos, tais como: conselho de classe,

conselho escolar, APMF e Gremio Estudantil, para que a gestão possa

surtir resultados positivos, através do pensar, agir coletivamente nas

tomadas de decisões, visando com isso o crescimento do processo de

ensino aprendizagem, proporcionando crescimento também na área

pedagógica e administrativa.

- Conselho Escolar: Como espaço de debate e decisões.

O conselho escolar tem por finalidade efetivar a gestão

escolar, na forma de colegiado, promovendo a articulação entre os

segmentos da comunidade escolar e os setores da escola, constituindo-se

no órgão máximo de direção, sendo ele de natureza deliberativa,

consultiva e fiscal.

É um espaço reservado para em conjunto ter uma visão geral

de cada aluno, buscando solucionar problemas e criar alternativas

dinâmicas para melhorar o processo de ensino aprendizagem.

- Conselho de Classe: Instância colegiada de avaliação

permanente.

Busca a superação da organização prescritiva e burocrática, se

preocupa com processos avaliativos capazes de reconfigurar o

conhecimento, de rever as relações pedagógicas alternativas e contribuir

para alterar a própria organização do trabalho pedagógico.

39

O Conselho de Classe guarda em si a possibilidade de articular

os diversos segmentos da escola e tem por objeto de estudo o processo

de ensino, que é o eixo central em torno da qual desenvolve-se o processo

de trabalho escolar.

- Associações de Pais, Mestres e Funcionários: Esforço de

decisões democráticas.

A participação de pais, professores, alunos e funcionários por

meio da A.P.M.F. dará autonomia à escola, favorecendo a participação de

todos na tomada de decisões no que concerne às atividades curriculares e

culturais e a construção do seu projeto político pedagógico.

A A.P.M.F.; com a participação de pais, professores, alunos e

funcionários, é um dos órgãos importantes de uma escola autônoma,

estando envolvido na organização do trabalho pedagógico e no

funcionamento administrativo da escola.

A união dos pais, professores, alunos e funcionários

proporciona o funcionamento ideal da escola. Embora trazer os pais a

terem uma participação efetiva da vida escolar dos filhos é uma barreira

que temos que superar.

- Grêmio Estudantil:

A organização estudantil é a instância onde se cultiva

gradativamente o interesse do aluno, para além da sala de aula.

É preciso que cada grêmio construa sua própria identidade.

O grêmio é o reflexo dos alunos, pois os representa e serve de

elo de ligação com a direção e a equipe técnica da escola e a comunidade

onde está inserida.

Segmento importante no processo ensino aprendizagem mas,

falta trabalho e conscientização do que é qual sua função.

O processo eleitoral a estes segmnetos tem ocorrido de forma

bastante democrática, no qual os candidatos a tais funções concorrem

expondo seus projetos e apresentando-os de forma a dispor do mesmo

espaço-tempo que seus concorrentes também disponibilizam. Em suma,

concorremde forma igualitária.

40

O interessante é que as idéias nem sempre se tornam

operacionais, isto ocorre devido a uma série de circustancias das quais

podemos citar: o financeiro, a burocracia, busca de patrocínio, falta de

materiais.

5.6 Educação do campo

As disciplinas desenvolvidas ao longo da vida escolar dos

educandos devem abordar as diferentes relações entre cidade e campo

em sua dimensão social, cultural e ambiental.

O objetivo central é que os alunos construam conhecimentos a

respeito da vida urbana e rural, para que observe, compare, compreenda

e valorize esses espaços geográficos, onde estão inseridos os nossos

alunos, incentivando e direcionando para uma vida melhor no meio em

que vivem.

5.7 Conhecimento/Aprendizagem

Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar

as relações entre os homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é

produzido nas relações sociais mediadas pelo trabalho.

O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de

mundo e das condições sociais que o geram configurando as dinâmicas

históricas que representam as necessidades do homem a cada momento,

implicando necessariamente nova forma de ver a realidade, novo modo de

atuação para obtenção do conhecimento, mudando, portanto a forma de

interferir na realidade. Essa interferência traz conseqüências para a

escola, cabendo a ela garantir a socialização do conhecimento que foi

expropriado do trabalho nas suas relações.

“O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera simplificação do conhecimento científico, que se adquiria a faixa etária e aos interesses dos alunos” (Veiga – 1995).

41

Dessa forma o conhecimento escolar é resultado de fatos,

conceitos e generalizações, sendo, portanto, o objeto de trabalho do

professor.

Conforme Freire, “O conhecimento é sempre conhecimento de

alguma coisa, é sempre “intencionado”, isto é, está sempre dirigido para

alguma coisa”. Portanto, há de se ter clareza com relação ao

conhecimento escolar, pois como destaca Severino, “Educar contra-

ideologicamente é utilizar, com a devida competência e criatividade, as

ferramentas do conhecimento, as únicas de que efetivamente o homem

dispõe para dar sentido às práticas mediadoras de sua existência real.”

O conhecimento, quando apropriado e construído

coletivamente, não se consome, não diminui, nem domina ninguém, torna-

se vontade coletiva. A construção coletiva do conhecimento é uma forma

compartilhada do poder, onde todos se tornam dirigentes.

O conhecimento é a única realidade que se multiplica quando

é dividido.

Para que haja encontros e saberes é preciso promover

situações em que os estudantes se defrontem com os diferentes saberes.

Quando há, aparentemente, “transmissão de informações” ou

“socialização dos saberes”, como em um trabalho de grupo, a

aprendizagem só acontece quando há encontros de saberes, confronto

entre o que os ouvintes de uma exposição ou participantes do grupo

pensam e a informação que é apresentada.

Portanto, mais importante que o acesso à informação ou ao

saber, é o processo de encontro entre os saberes, para que ocorra a

aprendizagem.

A aprendizagem escolar não anula, nem substitui as

aprendizagens construídas na comunidade. Diferentes saberes coexistem

nas pessoas e se enriquecem no encontro de saberes.

A escola tem a função social de garantir o acesso de todos os

saberes científicos produzidos pela humanidade. Nereida Saviani afirma

que “a ciência merece lugar destacada no ensino como meio de cognição

42

e enquanto objeto de conhecimento”, ou seja, ao mesmo tempo em que

eleva o nível de pensamento dos estudantes, permite-lhes o conhecimento

da realidade, o que é indispensável para que não apenas conheçam e

saibam interpretar o mundo em que vivem, mas com isto saibam nele

atuar e transformá-lo.

43

6) MARCO OPERACIONAL

6.1 Problemas levantados por professores e alunos no PPP

PROBLEMA AÇÃO: O QUE FAZER RESPONSÁVEL QUANDO

1 - Reformas Estruturais - Informatização

Providenciar reformas junto a FUNDEPARParanádigital

DIREÇÃO APMF

Provavelmente em 2007

2 – Os professores acham alguns alunos desinteressados, descompromissados e sem limites, relapsos, indisciplinados.

Rever as práticas pedagógicos e levá-los a uma maior conscientização do seu papel no meio escolar, incentivando a criatividade, a curiosidade ao desejo de aprimoramento

Professores pedagogos

No transcorrer do período letivo.

3 - Regras e atitudes impostas (mostrar).

Cumprimento efetivo do regimento escolar, que deverá ser feito de maneira colegiada e com possibilidade de realimentação no decorrer do processo, de acordo com as necessidades.

Comunidade escolar e instâncias colegiadas (APMF, Grêmio Estudantil, Conselho Escolar)

No transcorrer do período letivo.

4 – alunos pedem aulas mais interessantes, mais motivadoras (inovações).

Maior utilização dos recursos audio-visuais, com uma menor quantidade de teorias e um acréscimo na prática pedagógica. Aulas mais agradáveis usando a sala de informática, biblioteca, jogos e dinâmicas.

Professores

No transcorrer do período letivo.

5 - Professores, alguns são: descontentes, descompromissados, tradicionalistas, sobrecarregados de aulas.

Rever seu verdadeiro papel de educador. Precisamos de profissionais mais compromissados, participativos, atuantes, criativos, conscientes de seu papel de agente transformador.

Direção Pedagogos Professores

No transcorrer do período letivo.

6 – Capacitação pra funcionários e adequação do ambiente escolar

Treinamento, conscientização do dever e valor de cada um na escola.

Direção Pedagogos

No transcorrer do período letivo.

7 - Alunos representantes de turma.

Todo começo de ano faz-se eleição em todas as turmas para eleger o representante.

ProfessoresInício do período letivo.

8 – Equipamentos pedagógicos

O colégio possui ótimos materiais pedagógicos e sempre que possível são renovados, que estão a disposição dos professores.

DireçãoAPMFCampanhas

No transcorrer do período letivo.

44

9 – Recuperação de estudos dos alunos

A recuperação é paralela. Alunos que não atingiram os objetivos propostos são recuperados no dia-a-dia retomados os conteúdos e também em forma de tarefas, trabalhos, pesquisas e relatórios.Sala de apoio.

ProfessorPedagogos

No transcorrer do período letivo.

10 – Equipe pedagógica

Usar hora-atividade para serem feitos pré-conselho, onde serão detectados os problemas, dificuldades dos alunos, metodologia usada pelo professor, instrumento para avaliação, sugestões para resolução de problemas de aprendizagem.Atendimento ao aluno, quando detectar algum problema indisciplinar ou dificuldade de aprendizagem.Auxílio aos pais

Pedagogos

No transcorrer do período letivo.

11 – Formação continuadaCapacitação de professore, direção, pedagogos e funcionários.

DireçãoPedagogos

No transcorrer do período letivo ou conforme políticas públicas

12 – Gestão democráticaComunidade escolar empenhada em um mesmo propósito, a qualidade de ensino-aprendizagem.

DireçãoPedagogosProfessoresFuncionáriosConselho EscolarAPMFGrêmio Estudantil

No transcorrer do período letivo.

13 – Mediação e integração Atividade: cultural, esportiva, comunicação, social e política

Rádio escolar, no recreio.Jornal dos alunos.FestasCampeonatosPalestrasCampanhas

Greêmio Estudantil e parcerias

No transcorrer do ano letivo

Resgate do compromisso político na ação pedagógica.

A atividade de hoje do professor – através do ensino na escola

– é seu compromisso político com a sociedade de hoje e de amanhã.

Humanizar a sociedade implica em elevar o nível cultural da maioria da

população, para que ela não seja esquecida dos processos decisórios, dos

administrativos, dos políticos, dos científicos ou tecnológicos.

45

Pretende-se buscar parcerias com projetos de infraestrutura

viáveis para o planilhamento de objetivos a serem alcançados dentro de

um espírito participativo comunitário na gestão escolar, numa definição de

rumos decisivos para o cumprimento do objetivo principal para formar

cidadãos críticos e conscientes. Nosso desejo pela busca da qualidade

profissional não desanimará em nenhum momento, pelo contrário, nos

esforçaremos com o intuito de obter na escola um ensino comprometido

com a ação do saber fazer através de trocas de conhecimento, tornando

assim os alunos politizados, críticos e cidadãos.

Serão feitas com o Conselho Escolar para serem resolvidos

problemas como evasões escolares, reprovações, disciplina e

encaminhamento de alunos para o Conselho Tutelar.

Serão feitos pré-conselho, aproveitando a hora atividade dos

professores, onde serão detectados todos os problemas da turma,

dificuldades individuais e coletivas dos alunos; metodologia utilizada pelo

professor; instrumentos de avaliação; dificuldade do professor, coleta de

informações para serem analisadas no conselho de classe; sugestões para

resolução de problemas de aprendizagem. Todos os problemas

evidenciados no pré-conselho serão repassados para os professores no

conselho de classe que ocorrerá no final de todos os bimestres. Nele serão

discutidos todos os problemas procurando soluções para os mesmos.

Cada turma terá um representante ou mais que serão

chamados de líderes escolhidos entre os colegas. Estes terão de ser

responsáveis e assíduos. Estes representantes serão o elo entre a direção

e a equipe pedagógica, para juntos resolverem os problemas que surgirão

durante o período letivo.

Cada turma escolherá também um professor líder, que os

representará, ajudando os alunos a resolverem as barreiras que surgirem

e também nas turmas de formandos, auxiliando nos eventos para a

formatura.

A A.P.M.F.é um órgão que representa os pais, mestres e

funcionários do estabelecimento de ensino, cuja finalidade é a integração

entre escola, família e comunidade para o aprimoramento do processo

46

ensino-aprendizagem, através de aproximação entre os educadores, pais,

funcionários e educandos.

O Grêmio Estudantil é um órgão de representação com

estatuto próprio, composto por alunos de todo o segmento escolar por

uma diretoria eleita pelos próprios alunos.

6.2 Proposta pedagógica

O ano letivo se configura num apanhado de várias disciplinas,

onde o aluno recebe muitas informações e a, posteriori, devolve para os

professores como parte do processo, no caso da avaliação. Pretendemos

analisar melhor o processo didático-pedagógico partindo do pressuposto

de que sua metodologia específica, não se pretende aí, tirar a autonomia

do professor, pelo contrário, juntos analisamos e verificamos os pontos

positivos e negativos, daí sim, partindo para novas concepções.

Deve-se levar em conta também o interesse dos alunos em

saber do resultado. Aqui é importante lembrar que para a escola nota é

fator de menor importância (não entramos nesse mérito), para ela o

conhecimento adquirido é fundamental, exemplo é o aluno que tira notas

altas porque estudou para prova, e outro que se preocupou em

compreender todo um contexto de aprendizagem e tirou nota menor, o

resultado é que aquele que estudou para aprender consegue subsídios

para os pré-requisitos, já o que estudou para aprender (decorar, sem

compromisso) tem seus pré-requisitos comprometidos.

A avaliação está sendo muito discutida nas universidades e

escolas, pois tentam encontrar uma forma “correta” de avaliar o

educando. Entendemos que a avaliação sem comprometimento não passa

de juízo de valor, ou simplesmente, verificação – observar se o aluno

aprendeu ou não. Avaliar é acompanhar o educando no dia-a-dia,

comportamento, suas observações nas aulas e sua relação com os demais

colegas. Portanto, avaliar é um elemento do sistema educacional que não

47

deve ser descartado, mas valorizado e redirecionado para reestruturar o

conhecimento do educando.

A avaliação em si mesma é um instrumento de dinamismo e progresso. (Luckesi, 1990, p. 172).

Portanto, avaliar, significa analisar, problematizar a produção

do conhecimento, a redefinição pessoal e a postura do educando frente a

realidade sócio-educacional. Concluindo nossa concepção, o aluno ainda

tem a recuperação dos estudos. Também deve ter o cuidado com esse

termo, pois o aluno não recuperará em duas ou três aulas, o que deixou

de apreender em um mês ou bimestre. Acreditamos numa recuperação

comprometida, que o aluno não seja prejudicado em estância maior. Essa

retomada (recuperação) do conhecimento não apreendido depende do

professor, na verdade, deverá desenvolver meios para que o educando

obtenha conhecimento daquilo que não foi assimilado, pode ser através de

trabalhos, pesquisas e até mesmo no giz e quadro-negro.

Em síntese, compreendemos as dificuldades do professor em

encontrar uma nova forma de avaliar o aluno, porém, acreditamos que

todas as tentativas são válidas, errar nesse momento, passa a ser um

“método” para chegar em uma, quem sabe, maneira justa de

recuperação, sem que o aluno seja prejudicado.

As horas atividade conquistadas pelos professores, 20% do

total de aulas de cada um, deverão ser cumpridas no estabelecimento, em

sala própria, onde o professor poderá e terá um pronto atendimento com

um micro-computador a disposição, podendo ainda transformar estas

horas atividades em oficinas de danças, teatro, coral, etc., obedecendo a

porcentagem que pode ser revertido.

Cada bimestre será agendado no calendário anual as reuniões

pedagógicas para elaboração de planos, comentários sobre pareceres de

alunos, seminários e debates, sobre educação, política educacional e

atualidades, etc.

Portanto, ostentamos uma escola cooperativa, onde todos

desenvolvam suas funções e possam contribuir para a administração do

48

gestor, e, entendemos que a educação não se faz de forma singular, mas

concomitante.

Em organizações democraticamente administradas – inclusive escolas – os funcionários são envolvidos no estabelecimento de objetivos, na solução de problemas, na tomada de decisões, no estabelecimento e manutenção de padrões de desempenho e na garantia de que sua organização está atendendo adequadamente às necessidades do cliente. Ao se referir a escolas e sistemas de ensino, o conceito de gestão participativa, envolve, além dos professores e outros funcionários, os pais, os alunos e qualquer outro representante da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do processo pedagógico. (Luck, 1998, p. 15)

Finalizando esta exposição, lembramos que os desafios são

grandes e o período de transição democrática é lento, porém, acreditamos

num trabalho conjunto, pois a escola que queremos deve ser favorecida

pela aprendizagem humana, social e profissional, em resumo, um espaço

de convivência humana e de relações pedagógicas desafiadoras e,

provavelmente, um espaço apaixonante.

Essas são as linhas gerais de nosso projeto Político

Pedagógico.

Como já mencionamos anteriormente, sabemos que não será

fácil efetivar as mudanças desejadas, porém temos a certeza de que o

trabalho coletivo será o cimento que irá solidificar essa construção.

Afinal, como diz João Cabral de Melo Neto, em sua poesia:

Tecendo a manhã:

“Um galo sozinho não tece uma manhã:

ele precisará sempre de outros galos.

De um que apanhe esse grito que ele

e o lance a outro; de um outro galo

que apanhe o grito que um galo antes

e o lance a outro; e de outros galos

que com muitos outros galos se cruzem

os fios de sol de seus gritos de galo,

para que a manhã, desde uma teia tênue

se vá tecendo, entre todos os galos.

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E se encorpando em tela, entre todos,

se erguendo tenda, onde entrem todos,

se entretendo para todos, no toldo

(a manhã) que plana livre de armação.

A manhã, toldo de um tecido tão aéreo

que, tecido, se eleva por si: luz balão.”

MELO NETO, João Cabral de. Antologia poética. 5. ed. Rio de Janeiro: J.

Olympio, 1979. p. 17.

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