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1 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO CURSO DE TRADUÇÃO BACHARELADO EM TRADUÇÃO INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA UBERLÂNDIA 2009

Projeto Politico Pedagogico Traducao

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    PROJETO POLTICO PEDAGGICO DO

    CURSO DE TRADUO

    BACHARELADO EM TRADUO

    INSTITUTO DE LETRAS E LINGUSTICA

    UBERLNDIA

    2009

  • 2

  • 3

    SUMRIO

    I. IDENTIFICAO...................................................................... 04

    II. ENDEREOS............................................................................04

    III. APRESENTAO...................................................................... 05

    Desenvolvimento da rea de Estudos da Traduo..............................08

    A Traduo no contexto das Letras o caso da UFU...............................12

    Infra-estrutura do ILEEL para o desenvolvimento das atividades do Curso de

    Traduo.........................................................................................17

    Corpo docente do ILEEL.....................................................................20

    Composio do colegiado...................................................................21

    IV. JUSTIFICATIVA........................................................................22

    V. PRINCPIOS E FUNDAMENTOS...................................................24

    VI. CARACTERIZAO DO EGRESSO...............................................25

    VII. OBJETIVOS DO CURSO.............................................................27

    VIII. ESTRUTURA CURRICULAR.........................................................29

    Matriz curricular................................................................................30

    Ncleo de Formao Bsica................................................................31

    Ncleo de Formao Especfica.......................................................... 32

    Ncleo de Formao Acadmico-cientfico-cultural.................................33

    IX. DIRETRIZES GERAIS PARA O DESENVOLVIMENTO METODOLOGCIO

    DO ENSINO.............................................................................40

    Pesquisa, ensino e extenso...............................................................43

    X. DIRETRIZES GERAIS PARA OS PROCESSOS DE AVALIAO DA

    APRENDIZAGEM DO CURSO......................................................45

    Formas de avaliao dos educandos....................................................46

    Avaliaes externas...........................................................................47

    XI. COMPOSIO DO QUADRO DOCENTE.........................................48

    XII. ACERVO BIBLIOGRFICO..........................................................48

    CONSIDERAES FINAIS..................................................................49

    ANEXO 1 Fluxograma do curso

    ANEXO 2 Fichas de disciplinas

    ANEXO 3 Atas de aprovao

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA

    INSTITUTO DE LETRAS E LINGUSTICA

    CURSO DE TRADUO

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    I - IDENTIFICAO

    Denominao: Curso de Traduo (portugus e ingls)

    Modalidade oferecida: Bacharelado

    Titulao conferida: Bacharel em Traduo

    Ano de incio de funcionamento do curso: 2010

    Durao do curso: Sete (07) semestres (Carga horria: 2.480 h)

    Prazo regular: 3 anos e meio

    Tempo mnimo de integralizao: 3 anos

    Tempo mximo de integralizao: 6 anos

    Regime Acadmico: Semestral, com entrada anual

    Turnos de oferta: Noturno

    Nmero de vagas oferecidas: 20 vagas anuais.

    II - ENDEREOS

    Da Instituio: Universidade Federal de Uberlndia Campus Santa Mnica

    Avenida Joo Naves de vila, 2121 CEP: 38408-100

    Uberlndia - MG

    Da Unidade: Instituto de Letras e Lingustica - ILEEL Campus Santa Mnica Bloco U - Sala 1U206 Tel/Fax: (34) 3239-4162

    Do Curso: Campus Santa Mnica Bloco G Tel/Fax: (34) 3239-4237

    e-mail: [email protected]

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    III - APRESENTAO

    Este documento tem por objetivo apresentar o Projeto Poltico

    Pedaggico do Curso de Traduo da Universidade Federal de

    Uberlndia, tendo em vista a participao do Instituto de Letras e

    Lingustica no Plano de Expanso da UFU para o perodo 2008-2012,

    com recursos do Programa de Apoio a Planos de Reestruturao e

    Expanso das Universidades Federais REUNI.

    O Programa de Apoio a Planos de Reestruturao e Expanso

    das Universidades Federais REUNI, institudo pelo Decreto n

    6.096, de 24 de abril de 2007, ao definir como um dos seus objetivos

    dotar as universidades federais das condies necessrias para

    ampliao do acesso e permanncia na educao superior, apresenta-

    se como uma das aes que consubstanciam o Plano de

    Desenvolvimento da Educao PDE, lanado pelo Presidente da

    Repblica, em 24 de abril de 2007. Este programa pretende

    congregar esforos para a consolidao de uma poltica nacional de

    expanso da educao superior pblica, pela qual o Ministrio da

    Educao cumpre o papel atribudo pelo Plano Nacional de Educao

    (Lei n 10.172/2001) quando estabelece o provimento da oferta de

    educao superior para, pelo menos, 30% dos jovens na faixa etria

    de 18 a 24 anos, at o final da dcada.

    Em setembro de 2007, em consonncia com as propostas do

    REUNI visando oferecer um nmero maior de vagas na educao

    superior e, de forma a contemplar a formao de um profissional que

    transite pela expressiva diversidade das atribuies do profissional da

    linguagem hoje, cujo perfil profissional no se restrinja formao de

    licenciados em Letras, os professores do Instituto de Letras e

    Lingustica da UFU, aps uma srie de discusses, decidiram

    encaminhar uma proposta de Bacharelado em Traduo junto ao

    projeto do REUNI/UFU. Tal proposio vem a atender uma demanda

  • 6

    antiga por um curso que se destine formao de tradutores,

    profissionais cada vez mais solicitados no contexto do mundo

    globalizado.

    Em 09/09/2008, foi nomeada, pela Portaria ILEEL/UFU/n

    030/2008, uma comisso para discusso e elaborao do Projeto

    Poltico Pedaggico do Curso de Traduo, formada pelos professores

    Paula Godoi Arbex (presidente), Maria Ins Vasconcelos Felice, Srgio

    Marra de Aguiar e Waldenor Barros Moraes Filho.

    Os trabalhos da comisso tiveram incio com um amplo

    levantamento dos cursos de traduo existentes no Brasil, com vistas

    a uma viso abrangente acerca da oferta de cursos na rea e de suas

    principais caractersticas, nos mais variados cantos do pas. Para

    tanto, foram utilizadas, primordialmente, as informaes acessadas

    no portal do Ministrio da Educao (Cadastro das Instituies de

    Educao Superior - http://www.educacaosuperior.inep.gov.br). Em

    seguida, foram examinados, a partir dos dados disponibilizados nas

    home pages das instituies, os currculos dos cursos de Traduo

    encontrados, em busca de subsdios para a elaborao de nossa

    proposta de novo curso. Assim, o currculo aqui idealizado prope a

    maior adequao possvel s novas demandas dos profissionais

    ligados grande rea de Letras, qual primeiramente se filia a

    Traduo, sem perder de vista seu carter multidisciplinar e

    abrangente. Concluda essa primeira etapa do trabalho, a referida

    comisso elaborou uma proposta inicial do curso, cuja smula foi

    apresentada ao Conselho do ILEEL (CONSILEEL), no dia 09 de

    dezembro de 2008. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2009, a

    comisso deu prosseguimento elaborao do projeto pedaggico e

    promoveu, nos meses de maro e abril de 2009, uma jornada para

    nova apresentao da proposta de curso junto aos ncleos do ILEEL,

    em busca de sugestes dos discentes.

    Para envolver toda a comunidade acadmica ligada ao ILEEL, e

    evitar a convocao de numerosas assemblias, os ncleos

  • 7

    pertencentes ao Instituto discutiram as novas propostas levadas por

    seus representantes no Colegiado, que deram retorno ao Conselho da

    unidade com o posicionamento da maioria da comunidade. Nas

    instncias do Colegiado do Curso de Letras e do Conselho da Unidade

    CONSILEEL, a proposta do Curso de Traduo e de seu Projeto

    Pegaggico foi aprovada por unanimidade, conforme atestam as atas

    das respectivas reunies, anexadas ao presente projeto. Em ambos

    os documentos, consta, entre outras consideraes feitas pela

    comunidade do ILEEL, a condio de que o Curso de Traduo se

    constitua, do ponto de vista administrativo, como curso

    independente do Curso de Letras, com coordenador, secretrio e

    espao fsico prprios, tendo em vista as especificidades de seu

    funcionamento e da modalidade que ele prope o bacharelado.

    Dessa maneira, o ILEEL passar a ser, assim como outras Unidades

    Acadmicas da UFU, um instituto que abrigar dois cursos de

    graduao distintos: Letras e Traduo.

    Cursos diferentes, porm afins, cabe ainda dizer que a

    elaborao do Plano Pedaggico foi desenvolvida em consonncia

    com as diretrizes curriculares para os cursos da rea de Letras, uma

    vez que no existe legislao especfica do Conselho Nacional de

    Educao para a rea de Traduo. Sendo assim, buscou-se

    preservar as concepes historicamente construdas ao longo da

    consolidao do Instituto de Letras e Lingustica (ILEEL) e, ainda,

    considerou-se a necessidade de construo de uma identidade

    prpria para o Bacharelado em Traduo, de modo a priorizar as

    caractersticas de independncia intelectual que devero marcar os

    egressos deste curso e dos demais da instituio. Em decorrncia,

    esta proposta visa a traar os parmetros que nortearo a

    elaborao de projetos especficos para o Curso de Traduo, de

    maneira a que este possa oferecer uma formao que desenvolva,

    em todo aluno egresso desta universidade, caractersticas de sujeito

    reflexivo, questionador e aberto s inovaes, bem como uma slida

  • 8

    formao cientfico-pedaggica nesta rea especfica, aliada a uma

    consistente formao humana e cultural.

    O documento a seguir reflete todo o amadurecimento que as

    reflexes e discusses da comunidade acadmica do Instituto de

    Letras e Lingustica produziram ao longo desse processo.

    O desenvolvimento da rea de Estudos da Traduo

    A traduo uma atividade que existe desde tempos

    imemoriais e se desenvolve sempre que povos, culturas e lnguas

    diferentes esto em contato. Assim como outras reas, a traduo,

    embora h muito presente no cotidiano, s adquiriu dimenso

    intelectual a partir de uma investida terica e institucionalizada

    prtica da atividade. Em outras palavras, tradutores tm traduzido ao

    longo dos sculos, mas somente h algumas dcadas pensadores tm

    refletido sobre esse ofcio1.

    Primeiramente, e por muito tempo, os prprios tradutores

    escreveram sobre o ato de traduzir, nos prefcios a suas tradues.

    At a segunda metade do sculo XX, todavia, as reflexes sobre a

    traduo em forma de escrita acadmica eram publicadas de modo

    aleatrio, dispersas em peridicos de campos disciplinares j

    estabelecidos (como, por exemplo, a Lingustica Aplicada ou a

    Literatura Comparada), sem ainda constituir um conjunto de

    conhecimentos agrupados num campo especfico. O que faltava,

    ento, at a segunda metade do sculo XX, era a constituio de um

    campo de estudos que tivesse como objeto de investigao a

    Traduo como disciplina institucionalizada. 1 No cenrio brasileiro, a prpria histria do Brasil uma histria de traduo (...). O primeiro documento oficial sobre o Brasil a Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Manuel I narra o descobrimento de novas terras e registra um ato de traduo: descreve como os portugueses e os ndios tentavam se comunicar por meio de gestos e tambm como um membro da frota de Cabral, Afonso Ribeiro, foi deixado com os ndios para aprender sua lngua e, a partir de ento, servir como intrprete nas interaes. (Ver BAKER, Mona. Routledge Encyclopaedia of Translation Studies. London & New York: Routledge, 1998).

  • 9

    O pesquisador James S. Holmes foi talvez o primeiro a

    problematizar tal situao, quando, em um congresso de Lingustica

    Aplicada, sediado em Estocolmo, em 1972, apresentou um trabalho

    hoje reconhecido pela comunidade acadmica como texto

    fundacional para esta rea do conhecimento em que sugeriu um

    nome para esse campo de investigao cientfica: Estudos da

    Traduo.

    O trabalho de Holmes The name and nature of Translation

    Studies [O nome e a natureza dos Estudos da Traduo] s foi

    publicado em 1988, dezesseis anos aps sua primeira apresentao.

    Recentemente, foi includo entre os textos considerados centrais da

    rea, reunidos em um volume organizado por um dos principais

    pesquisadores da Traduo da atualidade, o americano Lawrence

    Venuti, no ano de 2000.

    Em 2003, Pagano & Vasconcellos publicam, na revista Delta,

    uma forma de visualizao da proposta de Holmes, representada na

    figura abaixo:

    Fonte: BARTHOLAMEI JR., L & VASCONCELLLOS, M. L. Estudos da Traduo I. Florianpolis: Centro de Comunicao e Expresso/UFSC, 2008.

  • 10

    A relevncia de se fazer o mapeamento de um campo

    disciplinar deve-se a, pelo menos, dois aspectos: (i) a insero do

    praticante em um campo disciplinar especfico, contribuindo para a

    constituio de seu status de profissional, e (ii) a conscientizao

    desse profissional com relao aos possveis desdobramentos e

    expanses do campo disciplinar no qual est inserido. Com relao

    aos desdobramentos, observe-se, por exemplo, na figura acima, que,

    em 1972, Holmes no mencionou estudos de traduo baseados em

    tecnologia (traduo apoiada por computador), nem mesmo a

    interpretao. Isso porque as tecnologias no estavam ainda

    desenvolvidas e o ofcio de intrprete no havia se institucionalizado.

    No entanto, algumas poucas dcadas depois, novos mapeamentos

    sugerem possibilidades de subcampos sequer vislumbrados no

    mapeamento de Holmes.

    Vejamos, por exemplo, a proposta de mapeamento de Williams

    & Chestermanem seu livro The Map [O Mapa], de 2002, com a

    incluso de algumas novas reas de pesquisa ligadas ao campo da

    Traduo, como se pode observar a seguir:

    Fonte: BARTHOLAMEI JR., L & VASCONCELLLOS, M. L. Estudos da Traduo I. Florianpolis:

    Centro de Comunicao e Expresso/UFSC, 2008.

  • 11

    Uma outra possibilidade de investigao dos subcampos

    relacionados Traduo pode ser feita no contexto editorial. As

    publicaes especializadas em Traduo apontam para novos

    interesses disciplinares, apresentados como reas sistematizadas e

    consolidadas e passando a constituir ramos do campo disciplinar na

    atualidade. Entre essas vrias reas podem ser citadas:

    1 Traduo Multimdia e Audiovisual

    2 Traduo Religiosa e Bblica

    3 Bibliografias

    4 Interpretao para a Comunidade/ Interpretao de Dilogo/

    Interpretao para Servio Pblico

    5 Interpretao Simultnea e de Conferncia

    6 Estudos Comparativos e Contrastivos

    7 Estudos Baseados em Corpus

    8 Interpretao Legal e Jurdica

    9 Avaliao /Qualidade /Avaliao /Testes

    10 Histria da Traduo e Interpretao

    11 Estudos Interculturais

    12 Estudos de Interpretao

    13 Traduo Literria

    14 Traduo (auxiliada) por Computador

    15 Trabalhos de Mltiplas Categorias

    16 Estudos Orientados ao Processo

    17 Metodologia de Pesquisa

    18 Interpretao de Lnguas Sinalizadas

    19 Traduo Tcnica e Especializada

    20 Terminologia e Lexicografia

    21 Gnero e Traduo

    22 Traduo e Ensino de Lnguas

    23 Traduo e Poltica

    24 Traduo e a Indstria da Lngua

    25 Polticas de Traduo

    26 Teoria de Traduo

    27 Formao de Tradutor e Intrprete

  • 12

    A formao do tradutor, como se v, mantm-se como

    preocupao dos Estudos da Traduo. A discusso sobre a formao

    deste profissional tem, igualmente, sido foco de inmeros eventos

    acadmicos realizados em torno da Traduo. Esse campo disciplinar

    busca desenvolver, no momento atual, recursos institucionalizados

    para a preparao de seus futuros membros (os futuros tradutores) e

    para sua insero no mercado de trabalho, bem como para o fomento

    de pesquisas na rea.

    Levando em considerao tais desdobramentos, que se

    constituiu o presente projeto poltico pedaggico, que visa a propor

    um Curso de Traduo sintonizado com as atuais demandas

    profissionais e comprometido com a formao tica e integrada de

    seus discentes. Para tal, buscamos elaborar um currculo que

    contemplasse o maior nmero possvel de expanses do campo da

    Traduo.

    A rea de Traduo no contexto das Letras o caso da UFU

    Os cursos de Traduo, nas principais instituies

    educacionais, do Brasil e do resto do mundo, esto tradicionalmente

    ligados grande rea de Letras. No contexto da UFU, tal filiao no

    seria diferente. A proposta de criao do curso de Traduo nasce,

    pois, no mbito do Instituto de Letras e Lingustica - ILEEL, o qual

    abriga um curso de Letras bastante slido. O curso de Letras da UFU

    funciona desde 1960, quando foi criada a Faculdade de Filosofia,

    Cincias e Letras de Uberlndia. O reconhecimento do curso se deu

    pelo Decreto n. 53477, de 23 de janeiro de 1964.

    Ao longo de quase cinco dcadas, o curso passou por vrias

    mudanas curriculares e em vrias delas se cogitou inserir a rea de

    Traduo como uma de suas habilitaes, ou mesmo criar um curso

    parte de Traduo, proposta que deixou de ser levada adiante pela

  • 13

    falta de professores com especialidade na rea e por demandas

    outras que se mostraram mais urgentes.

    O primeiro grande processo de discusso curricular no mbito

    do curso de Letras atravessou toda a dcada de 1980, com reunies

    promovidas pelo Colegiado do Curso de Letras, reunindo e

    professores e alunos do curso, com o objetivo de iniciar estudos e

    projetos para uma reforma da estrutura do curso.

    O resultado desse processo foi uma alterao curricular inicial

    que culminou na Reforma Curricular implantada a partir de 1991.

    Alm das duas habilitaes existentes, Graduao em Letras

    Portugus/Ingls e Portugus/Francs, foram criadas mais seis

    habilitaes. Em 28/02/92, na 207 reunio do Conselho

    Universitrio, foi autorizada, atravs da Resoluo 03/92, do

    CONSUN, a criao das seguintes habilitaes: Licenciatura Plena

    em Portugus e Literaturas de Lngua Portuguesa, Licenciatura Plena

    em Ingls e Literaturas de Lngua Inglesa, Licenciatura Plena em

    Francs e Literaturas de Lngua Francesa, Bacharelado em Portugus

    e Literaturas de Lngua Portuguesa, Bacharelado em Ingls e

    Literaturas de Lngua Inglesa e Bacharelado em Francs e

    Literaturas de Lngua Francesa.

    Esse aumento no nmero de habilitaes baseava-se em

    alguns pressupostos decorrentes da anlise da situao do curso na

    poca. Foi constatada uma insatisfao por parte dos alunos com a

    estrutura anterior, alegando-se como primeiro fator dessa

    insatisfao a falta de opes para o aluno.

    Buscou-se, assim, construir uma grade curricular que

    oferecesse mais opes formao dos alunos. Isso se deu,

    principalmente, pela criao das licenciaturas simples em Portugus,

    em Francs e em Ingls e pela implantao dos Bacharelados

    (Portugus, Francs e Ingls).

    Com essas licenciaturas simples, objetivou-se dar ao aluno a

    oportunidade de uma formao mais aprofundada em segmentos

  • 14

    especficos do mercado de trabalho do professor, evitando que ele

    tivesse contato desnecessrio com contedos curriculares muitas

    vezes pouco afeitos sua opo profissional dentro da rea de

    Letras.

    Quanto ao bacharelado, supunha-se que viesse atender ao

    anseio de uma parte do universo discente interessada na formao

    acadmica do Curso, mas sem nenhuma inteno de trabalhar em

    sala de aula.

    Aps o primeiro ciclo de implantao desse novo currculo, no

    entanto, observou-se que os cursos de Bacharelado, que se

    propunham a atender a anseios dos alunos e propiciar maiores

    opes de mercado de trabalho, contavam com pouqussimos

    alunos.

    A partir desta e de outras discusses, o Colegiado de Curso e

    os departamentos mais diretamente envolvidos, o corpo discente e a

    Coordenao da gesto 1994/1996, desenvolveram um conjunto de

    propostas de reestruturao e redimensionamento do Curso de

    Letras no sentido de torn-lo vivel e mais dinmico. Uma dessas

    propostas era a de reduzir o nmero de vagas ofertadas poca

    pelo curso de Letras, consideradas excessivas naquele contexto

    scio-educacional.

    Em dezembro de 1994, o Colegiado enviou documento

    bastante minucioso ao CONCEHAR (Conselho do Centro de Cincias

    Humanas e Artes), solicitando adequao das vagas do Curso de

    Letras, de duzentos e quarenta (240) por ano para cento e vinte

    (120) vagas anuais, ou seja, sessenta (60) vagas por semestre,

    nmero este aprovado no referido Conselho. No entanto, quando do

    relato do processo junto ao CONSEP, este conselho entendeu que a

    solicitao da adequao do nmero de vagas deveria ser

    apresentada junto com a proposta de redimensionamento do

    currculo e de mudanas estruturais que o tornassem vivel e com a

    qualidade desejada.

  • 15

    Em 9 de outubro de 1998, foi aprovado na 236 reunio do

    CONSEP, o projeto de adequao de vagas para o Curso de Letras.

    Foram fixadas oitenta (80) vagas por semestre, alm suspenso dos

    bacharelados por oito (8) semestres, a partir do primeiro semestre

    de 1999, sendo avaliada, aps este perodo, a pertinncia ou no de

    sua continuidade. Com uma srie de ajustes, o novo currculo foi

    implantado no segundo semestre de 1999 e, nas ltimas cinco

    avaliaes do MEC (Provo), o curso recebeu conceito A, o que

    demonstra que os esforos despendidos em busca da qualidade no

    foram em vo.

    Todavia, desde 1999 mantiveram-se suspensos os

    bacharelados, tendo em vista a pequena procura e a dificuldade de

    mercado para um bacharel em Letras. Isso ocorreu, a nosso ver, pelo

    fato de o bacharelado ento proposto no oferecer ao aluno os

    atrativos de uma rea de atuao que tivesse uma real demanda no

    contexto socioeconmico e cultural da regio. A Traduo seria, no

    entanto, muitas vezes requisitada pelos alunos do curso de Letras

    como uma rea de formao desejada, ainda que em nvel de uma

    especializao; assim, na ausncia dessa rea de formao, houve

    uma macia escolha, dentre as opes de curso, pela licenciatura

    dupla (portugus-ingls) no mbito do curso de Letras.

    Embora o magistrio seja, ainda hoje, a rea de atuao mais

    comum aos profissionais ligados s Letras, a opo de um

    bacharelado em Traduo, no contexto atual, vem ampliar

    sobremaneira as possibilidades de trabalho para os egressos da

    grande rea de Letras, que tm como outras reas de atuao no s

    a traduo, mas tambm a reviso de textos, a assessoria lingustica

    a sites de contedo, a redao publicitria, entre outras. A proposta

    de criao de um bacharelado em Traduo vem, dessa forma, suprir

    uma real necessidade de formao e de ateno a um mercado

    crescente.

  • 16

    A Traduo , por excelncia, um espao de encontro de

    lnguas, linguagens, culturas e ideologias. Constitui-se, pois, como

    uma rea de estudos e uma especializao profissional de natureza

    multidisciplinar, que, em grande medida, tem como referncia

    modelos tericos e epistemolgicos das Cincias Humanas e,

    especialmente, dos estudos da linguagem. Assim, a proposta de

    criao de um bacharelado em Traduo, pelo Instituto de Letras e

    Lingustica da UFU, mostra-se extremamente adequada e promissora

    em funo das possibilidades de intercmbio e enriquecimento

    acadmico propiciadas pela existncia de outras habilitaes e cursos

    na rea das Humanidades. Sendo a prtica da Traduo uma

    importante manifestao de fenmenos lingusticos inseridos em

    prticas sociais, podemos fundamentar o seu ensino nos

    pressupostos da lingustica aplicada, da literatura comparada e dos

    estudos interculturais, entre outros, confirmando assim a sua

    vocao interdisciplinar. Por isso, o bacharel em Traduo dever

    desenvolver um perfil ao mesmo tempo generalista, com uma slida

    base cientfica e humanista, em parte comum aos cursos de Letras, e

    tambm especializado, visando formao especfica do tradutor

    profissional.

    A expanso do mercado ampliou as possibilidades oferecidas ao

    Bacharel em Traduo. Assim, este estar capacitado a atuar

    profissionalmente em editoras, jornais e outros veculos de

    comunicao, escritrios de indstrias e de empresas em geral,

    organizaes governamentais e no governamentais, universidades,

    indstria farmacutica etc., que necessitem de tradues para livros,

    manuais, folhetos, correspondncias, publicidade. Alm disso, estar

    credenciado para a pesquisa acadmica, em programas de ps-

    graduao, bem como para o magistrio superior na rea em

    questo.

  • 17

    Apto a oferecer a formao que o aluno de um curso de

    Traduo necessita, o ILEEL conta com uma estrutura humana e

    fsica que ser descrita a seguir.

    Infra-estrutura do ILEEL para o desenvolvimento das

    atividades do Curso de Traduo

    a. Laboratrios Pedaggicos de Lnguas

    Para a realizao de atividades de pesquisa, ensino e extenso,

    o Instituto de Letras e Lingustica conta com nove (09) Laboratrios

    Pedaggicos. Esses Laboratrios so salas de aula ambientadas

    especialmente para o ensino de Lnguas Estrangeiras, contando com

    infra-estrutura audiovisual, ponto de Internet, sendo trs (03) delas

    com TV e DVD/vdeo; alm dessas salas, h armrios mveis

    contendo TV e DVD/vdeo, que podem ser deslocados para uso em

    salas comuns.

    b. Laboratrio de Lnguas

    O ILEEL conta, ainda, com um moderno Laboratrio de Lnguas

    (LABLING), com trinta e seis (36) cabines para estudo coletivo e

    individual, com um acervo de filmes e documentrios, em VHS ou

    CD-Rom, msicas com a transcrio de letras, exerccios de fontica,

    entre outros. Alm disso, o LABLING possui ferramentas de ltima

    gerao, tais como cmara de documentos, projeo de sites de

    Internet e de arquivos udio-visuais em power point, em vdeo,

    estticos ou em movimento, em qualquer formato.

    c. Laboratrio Multimdia de Projetos

    Alunos da graduao envolvidos em projetos de extenso,

    ensino ou pesquisa, sob a orientao de um professor, podem fazer

    uso deste Laboratrio (LABILEEL), um moderno laboratrio

    multimdia que serve s pesquisas da Ps-graduao e contm

  • 18

    moderno acervo tecnolgico, com acesso Internet, cmeras

    fotogrficas, filmadoras digitais, gravadores, scanners, impressora,

    acesso rede sem fio e espao para gravao de arquivos

    acadmicos.

    d. Laboratrios de Informtica

    Os seguintes laboratrios de informtica, compartilhados com

    alunos de outros cursos, estaro disponibilizados aos discentes do

    Curso de Traduo:

    a) Bloco U sala 1U108 de 7h30 s 11h30 e de 13h s 17h, de segunda sexta-feira;

    b) Bloco H sala H01 - de 8h s 11h30, de 13h s 17h e de 19h s 21h30, de segunda sexta-feira;

    c) Bloco B Lab. 01 (Sala 01), Lab. 05 (Sala 05) e Lab. 06 (Sala 06) de 7h s 22h, de segunda sexta-feira e de 7h s 11h30, aos sbados.

    e. Laboratrio de Traduo e Reviso

    O Laboratrio de Traduo e Reviso, a ser constitudo j a

    partir de 2010, visar formao especfica e continuada dos alunos

    do curso de Traduo, bem como servir de local para a prtica da

    traduo assistida por computador, em consonncia com as

    modernas tcnicas de traduzir.

    f. Central de Lnguas

    Os alunos do Curso de Traduo, assim como os alunos do

    Curso de Letras dos Programas de Ps-Graduao do ILEEL, podem

    contar com a Central de Lnguas como um laboratrio de ensino,

    pesquisa e extenso. A CELIN atende a aproximadamente 800

    alunos com cursos de alemo, espanhol, francs, ingls e italiano em

    diversos nveis e suas atividades servem como campo de estgio e de

    investigao para os corpos discente e docente do ILEEL.

  • 19

    g. Hall de Estudos

    Espao para reunies em grupo e para atendimentos coletivos

    em rea reservada prxima aos gabinetes dos docentes, ambientado

    adequadamente para favorecer a concentrao e facilitar a interao.

    h. Gabinetes dos Docentes

    Ambientes para atendimentos individualizados aos alunos, que

    comportam trs (03) docentes cada, agrupados por rea.

    i. Sala Multimdia

    Para atender aos alunos da Graduao e da Ps-Graduao, o

    ILEEL oferece infra-estrutura moderna para projeo de arquivos,

    multimdia, com acesso Internet, datashow, DVD, TV, Vdeo, som

    ambiente, climatizao, tela de projeo e mobilirio confortvel.

    j. Sala para grupos de estudo

    Os alunos so estimulados a participar de grupos de estudos

    em torno de projetos de ensino, pesquisa e extenso em

    desenvolvimento no mbito do ILEEL e, para esse fim, contam com

    sala multimeio, contando com TV/DVD/veo, tela para projeo,

    retroprojetor, ponto de rede, aparelho de som e moblia adequada.

    k. Salas de Grupos de Pesquisa

    Os Programas de Ps Graduao do ILEEL investem na

    integrao com a graduao em torno de projetos de iniciao

    cientfica e na participao dos discentes em aes dos Grupos de

    pesquisa. O espao destinado realizao destas atividades

    compreende duas (02) salas de 62m2, planejadas racionalmente para

    uso simultneo, bem como mobilirio, arquivos, computadores e

    Internet.

  • 20

    l. Coordenadoria de Eventos

    O ILEEL responsvel igualmente por vrios eventos regulares e

    significativos no calendrio da grande rea de Letras, na qual se insere

    os Estudos da Traduo. Entre esses eventos, tem destaque o

    SILEL (Seminrio Nacional de Letras e Lingustica), j em sua

    dcima segunda edio, e que desde 2006 tem sua edio internacional,

    sendo promovido a cada dois anos. Para dar suporte aos eventos, o

    ILEEL dispe de uma Coordenadoria e Eventos que oferece apoio tcnico

    e logstico, com infra-estrutura de equipamentos e de visando a

    realizao de eventos acadmicos.

    Programas de Integrao com a Ps-Graduao

    a. Programas de Ps-Graduao

    O ILEEL possui dois Programas de Ps-Graduao: a ps-

    graduao em Lingustica, com o curso de Mestrado e Doutorado em

    Lingustica, e a ps-graduao em Letras, com o curso de Mestrado em

    Teoria Literria. Em ambos os programas, j existe espao para a

    pesquisa na rea de Traduo, seja em estudos ligados Lingustica

    Aplicada, seja relacionado Literatura Comparada. Os Programas de

    ps-graduao do ILEEL tm como princpio fundamental a integrao de

    suas aes de pesquisa com a graduao, o que concretizado por meio

    da participao dos alunos da graduao em projetos PIBIC, PIBEG, na

    organizao de eventos, em grupos de estudo em grupos de pesquisa.

    b. Revista Letras & Letras

    Registrada sob o nmero ISSN 0102-3527, uma publicao

    peridica ligada ao Instituto de Letras e Lingustica da Universidade

    Federal de Uberlndia, editada em volumes anuais compostos de 02

    (dois) nmeros publicados um a cada semestre, sendo o do primeiro

    semestre temtico vinculado a uma das reas do Instituto e o do

    segundo semestre, aberto a publicaes de todas as reas de

    linguagem. A revista pode lanar, tambm, cadernos especiais dedicados

    divulgao de trabalhos de alunos. Desta forma, os alunos dos cursos

    ligados ao ILEEL, seja na graduao ou na ps-graduao, por meio de

    sua participao em grupos de estudos, de Pesquisa e de projetos de

    ensino, pesquisa e extenso, ou de sua participao em eventos, podem

    submeter seus trabalhos para publicao na Revista Letras e Letras,

    mediante encaminhamento de seu orientador.

  • 21

    Corpo docente do ILEEL

    O ILEEL, no segundo semestre de 2009, conta, em seu corpo

    docente, com 71 professores, sendo 63 doutores e 8 mestres. Os

    docentes organizam-se em 4 (quatro) diferentes ncleos: Ncleo de

    Lngua Portuguesa e Lingustica, Ncleo de Lnguas Estrangeiras, Ncleo

    de Literatura e Ncleo de Estudos Clssicos. Na estrutura do Curso de

    Traduo aqui proposto, haver a participao de todos os Ncleos do

    ILEEL, tendo em vista a abrangncia da formao do tradutor.

    Acreditamos, ainda, que, no contexto do novo curso, justificar-se- a

    criao de mais um ncleo na estrutura do ILEEL, o Ncleo de Traduo,

    a ser formado pelos professores concursados especificamente para o

    novo curso2 e tambm por aqueles que nele forem atuar.

    Composio do Colegiado

    O Curso de Traduo da UFU, como parte integrante do Instituto

    de Letras e Lingustica, ter seu funcionamento normalizado

    pelo Regimento Geral da Instituio e pelo Regimento Interno do

    Instituto. Com relao composio do colegiado, este ser formado

    pelo Coordenador, como seu presidente, por trs representantes do

    corpo docente do curso e por um representante discente. No que tange

    s competncias do colegiado, estas sero as seguintes: i) cumprir e

    fazer cumprir as normas de graduao; ii) estabelecer as diretrizes

    didticas, observadas as normas da graduao; iii) elaborar proposta de

    organizao e funcionamento do currculo do curso, bem como de suas

    atividades correlatas; iv) manifestar-se sobre as formas de admisso e

    seleo, bem como sobre o nmero de vagas iniciais; v) propor

    convnios, normas, procedimentos e aes; vi) estabelecer normas

    internas de funcionamento do curso; vii) aprovar, acompanhar, avaliar e

    fiscalizar os Planos de curso das disciplinas; viii) promover

    sistematicamente e periodicamente avaliaes do curso; ix) orientar e

    acompanhar a vida acadmica, bem como proceder adaptaes

    curriculares dos alunos dos cursos; x) deliberar sobre requerimentos de

    alunos no mbito de suas competncias; xi) deliberar sobre

    transferncias.

    2 O Curso de Traduo contar, por meio dos recursos do REUNI, com 5 novos professores. O primeiro concurso na rea, para preenchimento de duas vagas, ocorreu no ms de setembro ltimo, com a aprovao de um candidato. Novo concurso ser promovido no prximo ms de novembro, para suprir a vaga remanescente. A partir de 2010, sero recebidos os recursos para a realizao do concurso relativo s 3 vagas restantes.

  • 22

    IV - JUSTIFICATIVA

    As mudanas culturais, econmicas e sociais ocorridas nos

    ltimos anos acabaram por alterar as demandas do mercado de

    trabalho, no Brasil e no mundo. Nesse contexto, a Traduo das

    reas que mais tem se expandido, sendo um importante instrumento

    na comunicao entre os pases e seus governos e representando a

    possibilidade de integrao e de intercmbios entre as diversas

    culturas e sociedades. O Tradutor , assim, um profissional

    requisitado em diferentes setores, seja nos veculos de comunicao,

    seja nas instncias jurdicas, seja no mundo da cincia ou no universo

    diplomtico.

    Em 2002, na atualizao da Classificao Brasileira de

    Ocupaes (CBO), documento do Ministrio do Trabalho que

    reconhece, nomeia e codifica os ttulos e descreve as caractersticas

    das ocupaes do mercado de trabalho brasileiro, foram

    sistematizadas e nomeadas as seguintes ocupaes relacionadas

    grande rea de Letras:

    OCUPAES ATIVIDADES NAS QUAIS O PROFISSIONAL PODE ATUAR

    Fillogo crtico textual; fillogo dicionarista

    Linguista lexicgrafo; lexiclogo; linguista dicionarista; vocabularista

    Intrprete intrprete comercial; intrprete de comunicao eletrnica; intrprete

    de conferncia; tradutor simultneo

    Tradutor tradutor de textos eletrnicos; tradutor de textos escritos; tradutor

    pblico juramentado

    Todos esses grupos profissionais situam-se no campo

    denominado de indstrias da lngua, cuja existncia pode ser

    comprovada por meio de inmeros produtos colocados no mercado

    cotidianamente, tais como: livros, ferramentas computacionais,

    produtos multimdia, programas televisivos e radiofnicos, dicionrios

    especializados, produo de vdeo, animao etc.

    As ocupaes relativas ao grupo de profissionais denominados

    TRADUTORES E INTRPRETES requerem ensino superior completo e

  • 23

    encontram um mercado de trabalho bastante amplo na atualidade.

    H possibilidades de atuao em instituies pblicas e privadas, na

    traduo de legendas de filmes e documentrios, em tradues

    literrias, comerciais, econmicas, jurdicas, tcnicas, mdicas,

    jornalsticas, entre outras, bem como na elaborao de glossrios, na

    interpretao simultnea e consecutiva, na editoria grfica, na

    traduo de softwares, na reviso de textos em portugus e ingls,

    naassessoria a diretorias de empresas e setores hoteleiros e

    tursticos, nos rgos governamentais, instituies e

    empreendimentos que demandem servios ligados s lnguas

    portuguesa, inglesa e respectivas literaturas.

    Como objeto de estudo, a Traduo relaciona-se a vrias outras

    disciplinas, tais como a lingustica, a filosofia, a literatura, a filologia

    etc. Do ponto de vista acadmico, a Traduo vm ganhando espao

    nas universidades, com presena no s nos cursos de graduao

    como tambm nas linhas de pesquisa de inmeros programas de ps-

    graduao3.

    Assim, a prtica da traduo e as reflexes tericas a seu

    respeito vm despertando um crescente interesse de acadmicos e

    de profissionais das mais diversas reas do conhecimento humano.

    Como parte integrante do processo de comunicao, a traduo tem-

    se mostrado, pois, um instrumento imprescindvel no mundo

    globalizado e uma importante rea de pesquisa nos estudos sobre a

    linguagem.

    3 No portal do INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, em consulta ao cadastro das instituies da educao superior do Brasil, so encontrados um total de 46 cursos de Traduo, em nvel de graduao, em instituies das mais diferentes regies do pas. Deste total, apenas 14 cursos esto em instituies pblicas Em junho de 2009, tambm no contexto do REUNI, tivemos a feliz notcia da aprovao do Projeto Poltico-Pedaggico do Curso de Traduo da UFPB, ao qual pretende se juntar a presente proposta do Curso de Traduo da UFU.

  • 24

    V - PRINCPIOS E FUNDAMENTOS

    Com base nos princpios definidos pelo Conselho de Graduao

    (CONGRAD) para a elaborao do projeto pedaggico, todas as

    discusses inerentes a essa tarefa, no que tange proposta de

    criao do Curso de Traduo, foram orientadas pelos seguintes

    pontos:

    Contextualizao e a criticidade dos conhecimentos;

    Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso de modo a

    desenvolver, nos estudantes, atitudes investigativas e

    instigadoras e sua participao no desenvolvimento do

    conhecimento e da sociedade como um todo;

    Interdisciplinaridade e articulao entre as atividades que

    compem a proposta curricular, evitando-se a pulverizao e a

    fragmentao de contedos;

    Flexibilidade curricular com a adoo de diferentes atividades

    acadmicas de modo a favorecer o atendimento s expectativas

    e interesses dos alunos;

    Rigoroso trato terico-prtico, histrico e metodolgico no

    processo de elaborao e socializao dos conhecimentos;

    A tica como orientadora das aes educativas; e

    O desenvolvimento de uma prtica de avaliao qualitativa do

    aprendizado dos estudantes e uma prtica de avaliao

    sistemtica do Projeto Pedaggico do curso de modo a produzir

    ressignificaes constantes no trabalho acadmico.

    Todos esses princpios guiaram as reflexes feitas durante a

    elaborao do presente Projeto Pedaggico e esto contidos nos

    objetivos do curso, nos perfis dos egressos e nas diretrizes para o

    desenvolvimento metodolgico do ensino, assim como na prpria

    estrutura curricular proposta.

  • 25

    VI CARACTERIZAO DO EGRESSO

    O Curso de Traduo visar o desenvolvimento das seguintes

    competncias e habilidades especficas em seus alunos, bacharis

    em Traduo:

    domnio do uso da lngua portuguesa e da lngua inglesa,

    nas suas manifestaes oral e escrita, em termos de

    recepo e produo de textos, com nfase na recepo em

    lngua inglesa e produo em lngua portuguesa;

    reflexo crtica sobre a linguagem;

    viso crtica das perspectivas tericas dos Estudos da

    Traduo;

    percepo dos diferentes contextos interculturais;

    desenvolvimento da pesquisa no mbito acadmico;

    uso dos recursos da informtica com competncia,

    principalmente aqueles disponveis para a atividade

    tradutria.

    Para atender a essas demandas, o perfil do graduando em

    Traduo dever incluir:

    I. conhecimentos tericos e descritivos bsicos dos componentes

    fonolgico, morfolgico, sinttico, semntico e discursivo da

    lngua portuguesa/inglesa, nas perspectivas sincrnica e

    diacrnica;

    II. domnio de diferentes noes de gramtica e (re)conhecimento

    das variedades lingusticas existentes, nos vrios nveis e

    registros de linguagem;

    III. conhecimento ativo e crtico de um repertrio representativo de

    literatura em lngua portuguesa/inglesa;

    IV. capacidade de traduzir textos de diferentes tipologias;

    V. capacidade de revisar tradues em lngua materna a partir da

    lngua estrangeira;

    VI. capacidade de revisar textos em lngua materna;

    VII. capacidade de produzir textos de diferentes tipologias;

  • 26

    VIII. capacidade de acompanhar e orientar a produo de textos na

    prestao de servio de redao especializada, reconhecendo

    diferentes instncias e especificidades de autoria e de

    comunicao;

    IX. ter conscincia das variedades lingusticas e culturais;

    X. ser capaz de reconhecer materiais terminogrficos e/ou

    lexicogrficos mais adequados a cada trabalho;

    XI. ser capaz de gerenciar projetos de traduo;

    XII. reconhecer, gerir e mediar informaes bsicas de reas

    diversas de conhecimento;

    XIII. ser capaz de fazer uso de novas tecnologias e de compreender

    sua formao profissional como processo contnuo, autnomo e

    permanente;

    XIV. prestar servios profissionais com qualidade e pontualidade,

    com valor econmico agregado e reconhecido, e adequados s

    especificidades de diferentes tomadores de servio,

    estabelecendo com eles um canal de comunicao eficiente e de

    respeito mtuo.

    Em sntese: o aluno do Curso de Traduo dever demonstrar

    capacidade de perceber que a complexidade da sociedade manifesta-

    se atravs de diferentes formas e modos de linguagem,

    correspondentes a diferentes interesses em constantes confrontos e

    conflitos, em relao aos quais o cidado dever se posicionar. Alm

    disso, ele dever ser capaz no apenas de dominar os recursos da

    lngua falada e da lngua escrita, mas tambm de desempenhar o

    papel de multiplicador, capacitando as pessoas para a mesma

    proficincia lingustica. Espera-se, sobretudo, que o profissional em

    Traduo assuma um compromisso com a tica, com a

    responsabilidade social e com as consequncias de sua atuao no

    mercado de trabalho; e que tenha senso crtico para compreender a

    importncia da busca permanente do aprimoramento profissional.

  • 27

    VII - OBJETIVOS DO CURSO

    Fundamentados nas concepes citadas anteriormente, sobre

    o perfil do egresso do Curso de Traduo e as competncias e

    habilidades dele requeridas, podemos nortear as aes acadmicas

    do Curso de Traduo da UFU pautadas nos seguintes objetivos

    gerais:

    I. Apresentar uma conjuntura de subsdios terico-metodolgicos

    no intuito de promover a formao de tradutores, buscando

    compreender a relao entre a linguagem e a sociedade na

    construo de aes para uma vivncia da cidadania;

    II. Fomentar a construo do conhecimento em torno das

    particularidades da linguagem com vistas a uma participao

    cogente na formao do futuro profissional em Traduo nos

    diversos nveis de educao formal vigentes;

    III. Possibilitar uma formao acadmica ao futuro Tradutor e/ou

    pesquisador em Traduo, que lhe permita consorciar suas

    reflexes tericas sobre a linguagem, o traduzir e as

    tecnologias;

    IV. Construir uma formao acadmico-pedaggica, cuja meta seja

    um perfil de profissional de traduo engajado em um processo

    de formao continuada, instaurado em uma relao de

    autonomia, transformao e continuidade.

    Objetivos especficos

    No que se refere aos objetivos especficos dessa formao,

    temos por meta:

    I. Fornecer subsdios terico-metodolgicos com vistas a uma

    reflexo sobre os processos de identificao do indivduo com a

    lngua e com a linguagem e com a traduo;

  • 28

    II. Promover reflexes acadmicas acerca do processo de traduo

    em diferentes contextos, sejam profissionais, sejam

    acadmicos;

    III. Discutir a dicotomia teoria/prtica na percepo de formas de

    encaminhamento do conhecimento sobre a traduo na

    formao do futuro profissional;

    IV. Integrar as instncias de Ensino, Pesquisa e Extenso,

    fomentando inter-relaes contnuas entre os componentes

    curriculares em seus aspectos de re-significao constante com

    as prticas profissionais e acadmicas no mbito da traduo.

    Em sntese: formar profissionais com slidos conhecimentos das

    lnguas materna (portugus) e estrangeira (ingls) e suas respectivas

    culturas, conscientes da integrao entre os conhecimentos tericos e

    a prtica tradutria, capacitados para realizar tradues de diferentes

    gneros (tcnico-cientfico, audiovisual, literrio etc.). Tendo em vista

    o mercado em franca expanso para os tradutores, cuja formao

    deve corresponder s vrias competncias exigidas desse

    profissional, o enfoque do curso ser dado, prioritariamente,

    traduo para a lngua materna, de vrios tipos de textos, com o

    auxlio da tecnologia e da reflexo terica acerca dos estudos da

    Traduo.

  • 29

    VIII - ESTRUTURA CURRICULAR

    O curso de Bacharelado em Traduo tem como carga horria

    mnima para a sua integralizao 2480 horas, ou 160 crditos,

    distribudos ao longo de 7 (sete) semestres, o que fixa em 3,5 anos

    (trs anos e meio) o tempo de durao do curso.

    Anualmente, sero oferecidas 20 vagas, no perodo noturno, e o

    ingresso atender s normas dos processos seletivos organizados

    pela COPEV-UFU, em suas diferentes modalidades (Vestibular, PAAES

    e PAIES). A exemplo de outros cursos no mbito da UFU, o Curso de

    Traduo prope a exigncia de uma prova de habilidade especfica,

    com o intuito de verificar a proficincia do candidato com relao s

    lnguas portuguesa e inglesa e sua aptido para o exerccio da

    Traduo4. Tal condio se faz necessria porque o curso de Traduo

    no ser um curso de formao em lnguas, mas um curso especfico

    para a formao do ofcio do tradutor, sendo condio para ingresso o

    domnio prvio das lnguas envolvidas no curso. Assim, a prova de

    habilidade especfica constar de um exame escrito-prtico, em que o

    candidato dever demonstrar aptido no que se refere ao uso fluente

    das normas cultas do portugus e do ingls. A prova consistir em

    exerccios tradutrios, bem como em questes de leitura e escrita em

    ambas as lnguas, visando selecionar candidatos que demonstrem a

    proficincia lingustica necessria para o desenvolvimento das

    habilidades e competncias do tradutor propostas pelo curso.

    Com relao a sua estrutura curricular, considerando a

    legislao vigente, os princpios bsicos acima descritos, o perfil do

    egresso e os objetivos propostos, a matriz do curso de Traduo ser

    a que segue:

    4 Ver Edital do Processo seletivo 2010 da UFU, j disponvel no endereo:

    http://www.ingresso.ufu.br/sites/default/files/anexos/procsel/20101/Edital-PS2010-1.pdf

  • 30

    MATRIZ CURRICULAR (disciplinas e carga horria por perodo) Traduo (portugus e ingls) Bacharelado em Traduo (2.480 h)

    1. PERODO Estudos de texto: coeso, coerncia e tipologia (60h)

    Leituras do texto literrio (60h)

    Lngua inglesa: estrutura e uso (60h)

    Introduo aos estudos da traduo (60h)

    Do Latim ao Portugus (60h)

    2. PERODO Tipos e gneros textuais (60h)

    Estudos dos gneros literrios (60h)

    Lngua inglesa: idiomaticidade e convencionalidade (60h)

    Traduo Comentada (60h)

    Procedimentos tcnicos da traduo (60h)

    3. PERODO Produo criativa de textos (60h)

    Literaturas de expresso em lngua inglesa (60h)

    Lngua inglesa: anlise contrastiva em lngua inglesa (60h)

    Prtica de traduo: textos gerais (90h)

    Teorias contemporneas da traduo (60h)

    4. PERODO Portugus para tradutores (60h)

    Metodologia de pesquisa em traduo (60h)

    Lngua inglesa: redao em lngua inglesa (60h)

    Prtica de traduo: textos tcnicos e cientficos (90h)

    Treinamento de tradutores e novas ferramentas I (60h)

    5. PERODO Reviso de textos (60h)

    Lngua inglesa: estudos descritivos e linguistica

    de corpus (60h)

    Traduo para a lngua inglesa I (60h)

    Prtica de traduo: textos audiovisuais (90h)

    Treinamento de tradutores e novas ferramentas II (60h)

    6 PERODO Terminologia aplicada traduo (60h)

    Fundamentos da interpretao (60h)

    Traduo parta a lngua inglesa II (60h)

    Prtica de traduo: textos literrios (90h)

    Projeto de monografia (120h)

    7 PERODO Disciplina optativa (60h) Disciplina optativa (60h) Disciplina optativa (60h)

    Monografia (120h) + Atividades complementares (200h)

  • 31

    Tendo em vista a matriz apresentada, o currculo do Curso de

    Traduo ILEEL/UFU est organizado em trs ncleos5:

    I. Ncleo de Formao Bsica (Disciplinas obrigatrias na grande

    rea de Letras e optativas em rea escolha do aluno);

    II. Ncleo de Formao Especfica (Disciplinas obrigatrias e

    optativas na rea de Traduo);

    III. Ncleo de Formao Acadmico-Cientfico-Cultural (Atividades Acadmicas Complementares).

    1. Ncleo de Formao Bsica

    Como alicerce aos conhecimentos especficos a serem

    adquiridos durante o Curso de Traduo, o aluno cursar disciplinas

    obrigatrias e optativas da grande rea de Letras (nas sub-reas

    lngua portuguesa, lngua estrangeira/ingls, literatura e estudos

    clssicos), de carter obrigatrio. Tais disciplinas iro totalizar 1020

    horas, conforme mostra o quadro abaixo.

    Quadro 2: Componentes curriculares que integram o Ncleo de Formao Bsica

    do Bacharelado em Traduo

    Disciplinas de formao bsica pertencentes grande rea de Letras nas sub-reas lngua portuguesa, lngua estrangeira, literatura e estudos clssicos (obrigatrias)

    CH Terica

    CH Prtica

    CH Total

    Estudos do texto: coeso, coerncia e tipologia 1X 60 60 - 60

    Tipos e gneros textuais 1X 60 60 - 60

    Produo criativa de textos 1X60 60 - 60

    Portugus para tradutores 1 x 60h 60 - 60

    Reviso de textos 1X 60 60 - 60

    Do Latim ao portugus 1X 60 60 - 60

    Leitura do texto literrio 1X 60 60 - 60

    Estudo dos gneros literrios 1X 60 60 - 60

    Literaturas de expresso em lngua inglesa 1X 60 60 - 60

    Lngua inglesa: estrutura e uso 1X 60 60 - 60

    Lngua inglesa: idiomaticidade e convencionalidade1X60 60 - 60

    Lngua inglesa: anlise constrastiva 1X 60 60 - 60

    Lngua inglesa: redao 1X 60 60 - 60

    5 Para uma melhor compreenso da estrutura aqui descrita, ver ANEXOS 1 e 2, que correspondem, respectivamente, ao Fluxograma do curso de Traduo e s Fichas de disciplinas do curso de Traduo.

  • 32

    Lngua inglesa: estudos descritivos e lingustica de corpus 1X 60

    60 - 60

    14 disciplinas Total de horas: 840 - 840

    3 Disciplinas optativas* CH

    Terica CH

    Prtica CH

    Total

    3 Eletivas de qualquer rea escolha do aluno 3 X 60h 180 - 180

    17 disciplinas - Total de horas em formao

    bsica:

    1020 - 1020

    TOTAL GERAL no curso: 34 disciplinas/horas: 1740 540 2280

    2. Ncleo de Formao Especfica

    No Curso de Traduo aqui proposto, desde o primeiro

    semestre e at o ltimo, o aluno cursar disciplinas especficas da

    rea de Traduo. Tais disciplinas dividem-se em tericas e prticas

    (obrigatrias e optativas), e iro totalizar 1260 horas, conforme

    mostra o quadro abaixo.

    Quadro 1: Componentes curriculares obrigatrios6 que integram o Ncleo de

    Formao Especfica do Bacharelado em Traduo

    Disciplinas de formao especfica (obrigatrias) CH Terica

    CH Prtica

    CH Total

    Introduo aos Estudos da Traduo 1 x 60h 60 - 60

    Traduo comentada 1 X 60h 60 - 60

    Procedimentos tcnicos da Traduo 1 x 60h 60 - 60

    Prtica de Traduo: textos gerais 1 x 90h - 90 90

    Teorias contemporneas da Traduo 1 x 60h 60 - 60

    Prtica de Traduo: textos tcnicos e cientficos 1 x 90h - 90 90

    Treinamento de tradutores e novas ferramentas I 1X60 60 - 60

    Metodologia de pesquisa em Traduo 1X 60 60 - 60

    Prtica de Traduo: textos audiovisuais 1 X 90h - 90 90

    Treinamento de tradutores e novas ferramentas II 1X 60 60 - 60

    Traduo para a lngua inglesa I 1X 60 60 - 60

    Terminologia aplicada Traduo 1X 60 60 - 60

    Fundamentos da Interpretao 1X 60 60 - 60

    Prtica de Traduo: textos literrios 1 X 90h - 90 90

    Traduo para a lngua inglesa II 1X 60 60 - 60

    Projeto de monografia 60 60 120

    Monografia - 120 120 17 disciplinas - Total de horas em formao especfica: 720 540 1260

    6 O rol das disciplinas optativas do ncleo de formao bsica e do ncleo de formao especfica , acompanhado de suas respectivas fichas, ser apresentado como adendo ao presente projeto.

  • 33

    3. Ncleo de Formao Acadmico-Cientfico-Cultural

    As atividades acadmicas curriculares integram a estrutura

    curricular do Curso de Letras, com carga horria de 200h. Incluem a

    participao de alunos em eventos de natureza social, cultural

    artstica, cientfica e tecnolgica, tanto no mbito da Traduo, de

    modo geral, quanto no mbito de sua preparao tica, esttica e

    humanstica.

    O elenco das Atividades Complementares previstas neste

    Projeto Pedaggico est dividido em quatro grupos:

    (1) Atividades de Ensino, Pesquisa, Extenso e Representao

    Estudantil (incluindo-se as disciplinas facultativas);

    (2) Atividades de Carter Cientfico e de Divulgao Cientfica;

    (3) Atividades de Carter Artstico e Cultural;

    (4) Atividades de Carter Tcnico

    Nos quadros abaixo, esto relacionadas as atividades previstas

    em cada grupo, as formas de comprovao para que sejam

    aproveitadas e a correspondncia em horas, para efeito de

    integralizao curricular.

    Especificaes dos Grupos de Atividades Complementares: GRUPO 1 - ATIVIDADES DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSO E REPRESENTAO ESTUDANTIL

    Atividade Forma de

    Comprovao

    Equivalncia em

    Carga Horria

    - Representao estudantil

    (Colegiado da Graduao,

    Conselho do Instituto, Conselhos

    Superiores, Centro Acadmico,

    DCE, UNE...).

    - Atas ou documentos

    similares que atestem

    a nomeao e a

    exonerao ou trmino

    do mandato, emitidas

    pelo rgo colegiado

    competente.

    30 horas por ano de

    mandato,

    respeitando o teto

    de 60 horas para o

    total de atividades

    deste tipo.

    - Disciplina Facultativa, cursada

    com aproveitamento, na UFU ou

    em outra Instituio de Ensino

    Superior, em curso devidamente

    reconhecido pelo MEC

    - Histrico Escolar At 60 horas

  • 34

    - Atividades de pesquisa com bolsa

    (UFU, CNPq, FAPEMIG...).

    - Documento que

    ateste o cumprimento

    das atividades

    previstas no projeto,

    emitido pelo orientador

    e/ou pelo rgo

    competente.

    50 horas por ano de

    bolsa, respeitando o

    teto de 100 horas

    para atividades

    deste tipo.

    - Atividades de pesquisa sem

    bolsa.

    (obs.: atividades de pesquisa sem

    bolsa que forem submetidas ao

    comit da UFU que avalia o PIBIC e

    que forem aprovadas seguiro os

    mesmos critrios de atividades de

    pesquisa com bolsa)

    - Documento emitido

    pelo orientador da

    atividade, devidamente

    validado pelo

    Colegiado do Curso de

    Traduo. No

    documento dever

    constar uma descrio

    sumria da atividade,

    seus objetivos e uma

    apreciao do

    desempenho do aluno.

    At 50 horas por

    ano, respeitando o

    teto de 100 horas

    para o total de

    atividades deste

    tipo.

    - Atividades de extenso com

    bolsa.

    - Documento que

    ateste a participao

    do aluno no projeto e

    seu desempenho,

    emitido pelo rgo que

    financiou o mesmo.

    50 horas por ano de

    bolsa, respeitando o

    teto de 100 horas

    para atividades

    deste tipo.

    - Atividades de extenso sem

    bolsa.

    (obs.: atividades de extenso sem

    bolsa que forem submetidas ao

    comit da UFU que avalia o PIBEG

    e que forem aprovadas seguiro os

    mesmos critrios de atividades de

    extenso com bolsa)

    - Documento emitido

    pelo orientador da

    atividade, devidamente

    validado pelo

    Colegiado do Curso de

    Traduo. Dever

    conter uma descrio

    sumria da atividade,

    seus objetivos e uma

    apreciao do

    desempenho do aluno.

    At 50 horas por

    ano, respeitando o

    teto de 100 horas

    para o total de

    atividades deste

    tipo.

    - Atividades de monitoria em

    disciplinas de graduao.

    - Documento emitido

    pela Diretoria de

    Ensino, atestando a

    participao e o

    desempenho do aluno

    na atividade.

    40 horas por

    semestre de

    monitoria,

    respeitando o teto

    de 80 horas para o

    total de atividades

    deste tipo.

    - Atividades de monitorias ou

    estgio em ambientes acadmicos

    do ILEEL

    - Documento emitido

    pelo Conselho do ILEEL

    que ateste a realizao

    da monitoria e o

    desempenho do

    monitor.

    40 horas por

    semestre de

    monitoria,

    respeitando o teto

    de 80 horas para o

    total de atividades

    deste tipo.

    - Atividades de monitorias em

    ambientes acadmicos de outras

    unidades da UFU.

    - Documento emitido

    pelo Conselho da

    unidade que recebeu o

    monitor, atestando sua

    participao e

    desempenho.

    40 horas por

    semestre de

    monitoria,

    respeitando o teto

    de 80 horas para o

    total de atividades

    deste tipo.

  • 35

    - Realizao de trabalhos voltados

    educao e/ou alfabetizao de

    jovens e adultos, sem

    remunerao.

    (Sujeito aprovao do colegiado)

    - A critrio do

    colegiado do curso.

    - A critrio do

    colegiado do curso,

    respeitando o teto

    de 120 horas para o

    total de atividades

    deste tipo.

    - Realizao de trabalhos voltados

    promoo do exerccio da

    cidadania.

    (Sujeito aprovao do colegiado)

    - A critrio do

    colegiado do curso.

    - A critrio do

    colegiado do curso,

    respeitando o teto

    de 60 horas para o

    total de atividades

    deste tipo.

    GRUPO 2 - ATIVIDADES DE CARTER CIENTFICO E DE DIVULGAO CIENTFICA

    Atividade Forma de

    Comprovao

    Equivalncia em

    Carga Horria

    - Participao, como ouvinte, em

    minicursos, cursos de extenso,

    oficinas, colquios, palestras e

    outros.

    - Certificado de

    participao, emitido

    pela entidade promotora,

    constando a carga

    horria da atividade.

    - Igual carga

    horria

    especificada no

    certificado de

    participao,

    respeitando o teto

    de 60 horas para

    o total de

    atividades deste

    tipo.

    - Apresentao de comunicaes

    ou psteres em eventos cientficos

    - Certificado de

    apresentao emitido

    pela entidade promotora.

    - 10 horas por

    comunicaes ou

    psteres

    apresentados ou

    carga horria

    constante no

    certificado de

    participao,

    respeitando o teto

    de 80 horas para

    atividades deste

    tipo.

    - Publicao de trabalhos

    completos em anais de eventos

    cientficos.

    - Cpia do material

    publicado.

    - 10 horas por

    publicaes em

    anais, respeitando

    o teto de 40 horas

    para atividades

    deste tipo.

    - Publicao de resumos em anais

    de eventos cientficos.

    - Cpia do material

    publicado.

    - 05 horas por

    resumo publicado,

    respeitando o teto

    de 20 horas para

    atividades deste

    tipo.

    - Publicao de artigos em

    peridicos cientficos com ISSN e

    conselho editorial.

    - Cpia do material

    publicado.

    - 30 horas por

    artigo publicado.

  • 36

    - Publicao de artigos em

    peridicos de divulgao cientfica

    ou de carter no acadmico

    (jornais, revistas...).

    - Cpia do material

    publicado e certificado do

    editor do peridico.

    - 15 horas por

    artigo publicado,

    respeitando o teto

    de 60 horas para

    atividades deste

    tipo.

    - Desenvolvimento ou participao

    no desenvolvimento de material

    informacional (divulgao

    cientfica) ou didtico (livros, CD-

    ROMs, vdeos, exposies...)

    - Cpia do material

    desenvolvido e

    certificado do

    coordenador ou

    organizador do projeto.

    - 20 horas por

    material

    desenvolvido,

    respeitando o teto

    de 80 horas para

    atividades deste

    tipo.

    - Organizao ou participao na

    organizao de eventos cientficos

    - Certificado de

    participao emitido pela

    entidade promotora.

    - 10 horas por

    evento

    organizado,

    respeitando o teto

    de 40 horas para

    atividades deste

    tipo.

    - Outras atividades de carter

    cientfico ou de divulgao

    cientfica.

    (Sujeito aprovao do colegiado)

    - A critrio do colegiado

    do curso.

    - A critrio do

    colegiado do

    curso.

    GRUPO 3 - ATIVIDADES DE CARTER ARTSTICO E CULTURAL

    Atividade Forma de

    Comprovao

    Equivalncia em

    Carga Horria

    - Produo ou participao na

    produo de objetos artsticos

    (vdeo, artes plsticas, curadoria,

    literatura, artes performticas,

    msica...).

    (Sujeito aprovao do colegiado)

    - A critrio do colegiado

    do curso.

    - 20 horas por

    produo,

    respeitando o teto

    de 80 horas para

    o total de

    atividades deste

    tipo.

    - Participao em oficinas, cursos

    ou minicursos relacionados a

    manifestaes artsticas e

    culturais.

    - Certificado de

    participao, emitido

    pela entidade promotora

    e constando a carga

    horria da atividade.

    - Igual carga

    horria

    especificada no

    certificado de

    participao,

    respeitando o teto

    de 60 horas para

    o total de

    atividades deste

    tipo.

    - Outras atividades de carter

    artstico ou cultural.

    (Sujeito aprovao do colegiado)

    - A critrio do colegiado

    do curso.

    - A critrio do

    colegiado do

    curso.

  • 37

    GRUPO 4 - ATIVIDADES DE CARTER TCNICO

    Atividade Forma de Comprovao Equivalncia

    em Carga

    Horria

    - Tradues de artigos, produo

    de resenhas, editorao,

    diagramao e reviso tcnica de

    material publicado em peridicos

    acadmicos com ISSN e poltica

    seletiva.

    - Cpia do material

    publicado e certificado do

    editor do peridico.

    - 20 horas por

    material

    publicado,

    respeitando o

    teto de 40

    horas para

    atividades

    deste tipo.

    - Participao em oficinas, cursos

    ou minicursos relacionados ao

    aprendizado de tcnicas teis

    profisso do tradutor

    - Certificado de

    participao, emitido pela

    entidade promotora e

    constando a carga horria

    da atividade.

    - Igual carga

    horria

    especificada no

    certificado de

    participao,

    respeitando o

    teto de 60

    horas para o

    total de

    atividades

    deste tipo.

    - Outras atividades de carter

    tcnico ou educativo.

    (Sujeito aprovao do colegiado)

    - A critrio do colegiado do

    curso.

    - A critrio do

    colegiado do

    curso.

    - Pesquisa de campo, relacionadas

    a projetos de pesquisa, extenso

    ou complementares a atividades de

    ensino que no sejam obrigatrias.

    (Sujeito aprovao do colegiado)

    - Documento comprobatrio

    emitido pelo professor

    orientador do projeto

    - Igual carga

    horria

    especificada no

    certificado de

    participao,

    respeitando o

    teto de 40

    horas para o

    total de

    atividades

    deste tipo.

    Ainda que o cumprimento das Atividades Complementares seja

    de responsabilidade do estudante, isso no significa que caiba

    somente a ele a busca por caminhos para a sua integralizao. Isso

    porque a exigncia curricular de tais atividades implica

    acompanhamento, orientao e oferta de possibilidades por parte do

    curso que as entende como necessrias.

    Para que o aluno tenha condies efetivas para sua

    integralizao, o curso oferecer, em sua estrutura, condies para o

    desenvolvimento das atividades ou, pelo menos, da maioria delas.

    Assim, para orientar os alunos na escolha de Atividades

  • 38

    Complementares, este projeto pedaggico apresenta as seguintes

    condies de oferta colocadas disposio:

    No que se refere s Atividades de Ensino, Pesquisa, Extenso e

    Representao Estudantil (Grupo 1), cabe lembrar que os estudantes

    tero representao com direito a voz e a voto no Colegiado do Curso

    de Traduo e no Conselho do Instituto de Letras e Lingustica. Nos

    projetos de pesquisa e extenso do Instituto de Letras e Lingustica e

    de seus docentes, os estudantes encontram, ainda, possibilidades de

    obteno de bolsas (financiadas pela UFU ou outros rgos de

    fomento) e de desenvolvimento de trabalhos voluntrios. Por ltimo,

    o curso contar com possibilidades de bolsas para monitores de

    disciplinas de cursos de graduao.

    Quanto s Atividades de Carter Cientfico e de Divulgao

    Cientfica (Grupo 2), o curso de Traduo buscar promover eventos

    acadmicos anuais, na forma de Semana Acadmica, contando com a

    apresentao de trabalhos dos discentes, palestras e minicursos.

    Alm disso, no mbito do ILEEL e da UFU, existe a promoo regular

    de diversos eventos acadmicos dos quais os alunos podem participar

    como ouvintes e/ou apresentadores de trabalhos. O Instituto de

    Letras e Lingustica e outros rgos da Universidade possuem, ainda,

    recursos que podem ser utilizados para o financiamento de viagens

    de estudantes para apresentao de trabalhos em eventos

    acadmicos externos. Por ltimo, a UFU prev a possibilidade de

    matrculas de seus alunos em disciplinas facultativas, quer dizer,

    disciplinas oferecidas por quaisquer de suas unidades acadmicas que

    o discente queira cursar, obedecidas as normas de matrculas.

    Algumas Atividades de Carter Artstico e Cultural (Grupo 3)

    tambm podem ser proporcionadas no ambiente acadmico do

    Instituto de Letras e Lingustica e/ou de outras Unidades Acadmicas

    da UFU. O ILEEL poder estabelecer parcerias com outros

    departamentos e/ou unidades acadmicas que desenvolvam

    atividades que interessem s respectivas reas do saber. Os

  • 39

    discentes do curso de Traduo podero, ainda, encontrar espaos

    para a realizao de atividades de carter artstico e cultural tambm

    fora do ILEEL e mesmo fora da prpria UFU, aproximando-se dos

    ambientes da cidade que promovem atividades artsticas e culturais

    como foco de sua atuao.

    As Atividades de Carter Tcnico (Grupo 4) encontram espao

    no interior dos ambientes acadmicos do prprio Instituto de Letras e

    Lingustica e tambm da UFU, incluindo aqui os peridicos

    acadmicos que so mantidos e publicados por vrias unidades e

    que, com frequncia, demandam por servios de traduo. Para as

    pesquisas de campo, articuladas a projetos de pesquisa e/ou

    extenso que se realizam no interior do ILEEL, o curso contar com

    recursos que podem ser mobilizados para seu financiamento,

    obedecendo aos critrios utilizados para sua liberao. Minicursos,

    palestras ou oficinas de carter tcnico ou educativo podem ainda

    compor eventos acadmicos promovidos pelo Curso de Traduo.

    Por fim, preciso salientar que as Atividades Complementares

    no so previstas para serem realizadas nos horrios e turnos em

    que se do as disciplinas do curso. O Colegiado do curso poder

    estabelecer diretrizes e normas complementares que garantam a

    realizao das Atividades Complementares em concordncia com os

    objetivos e parmetros aqui apresentados.

    Em decorrncia da ampliao do conceito de currculo, entende-

    se que diferentes atividades acadmicas que so hoje desenvolvidas

    pelo discente, durante sua permanncia na Universidade, so to

    teis para sua formao profissional quanto as diversas disciplinas do

    ncleo de formao especfica que ele cursa. Assim sendo, justo

    que, do mesmo modo que essas ltimas geram crditos, as primeiras

    tambm o faam, sendo consideradas como atividades

    complementares sua vida acadmica.

  • 40

    IX - DIRETRIZES GERAIS PARA O DESENVOLVIMENTO

    METODOLGICO DO ENSINO

    A luta pela democratizao tanto da educao quanto da

    gesto institucional das universidades pblicas caminha lado a lado

    com o processo de redemocratizao da sociedade brasileira que

    vem ocorrendo desde o final dos anos de 1970 e incio dos anos de

    1980. A partir de movimentos desencadeados por educadores e

    estudantes, nasceram as primeiras ideias relativas a uma lei de

    diretrizes para a educao, discutida em uma poca de grande

    agitao social, devido retomada da direo do pas pelos civis.

    Tratava-se de um projeto para fazer frente forte reproduo da

    discriminao social, ainda realizada pelo sistema escolar brasileiro.

    Com base na lgica do direito de todos educao, lutava-se por

    uma lei segundo a qual caberia ao Estado, com a contribuio da

    sociedade, dar condies para a efetivao desse direito.

    Em continuidade a esse processo, desde o incio dos anos de

    1990, perodo frtil em relao s reformas educacionais, reflexes

    e anlises crticas vm ocorrendo, no sentido de fundamentar

    reformas que substituam os modelos padronizados de planejamento

    institucional, de modo a se chegar ao estabelecimento de metas

    educacionais que reflitam concepes da relao homemmundo e a

    prtica pedaggica necessria a um determinado momento histrico

    das instituies de ensino pblico. Nessa perspectiva, muitas

    instituies pblicas de ensino superior elaboraram ou esto em fase

    de elaborao coletiva de seu Projeto Poltico-Pedaggico, buscando

    colocar em prtica aes locais que traduzam conquistas em termos

    de legislao.

    Para esse tipo de planejamento, existem vrias terminologias,

    dentre as quais podemos citar: o planejamento global integral (para

    as escolas federais), a proposta pedaggica (presente na LDB),

    projeto educativo, Projeto Poltico-Pedaggico, (para as instituies

  • 41

    pblicas de ensino superior), todas envolvendo a ideia de se

    conceber um projeto que envolva toda a organizao institucional,

    ou seja, pensar as aes educacionais de forma coletiva.

    O termo projeto (do latim projectu, particpio passado do

    verbo projicere) significa lanar para diante (plano, intento,

    desgnio), ou seja, a capacidade de antever aes para que um

    grupo possa trabalhar de forma mais harmnica e estabelecer

    aes, metas, propostas a serem executadas em um momento

    especfico. O termo poltico contm um sentido de compromisso com

    a formao do cidado). O Projeto Poltico Pedaggico envolve, pois,

    este componente poltico, uma vez que, em seu processo de

    construo, a instituio ter de definir quais so seus

    compromissos sociais, sua concepo de mundo, de aluno e de

    sociedade. Enfim, poltico porque est voltado para a formao do

    alunado, ao preparo de um tipo de cidado para viver em uma

    determinada sociedade. Para tal, necessrio definir aes

    educativas e as condies necessrias para que as instituies

    consolidem seus propsitos e metas. Logo, o Projeto Poltico

    Pedaggico o plano global da instituio que define claramente o

    tipo de ao educativa que se quer realizar. Pode ser entendido

    como a sistematizao, nunca definitiva, de um processo de

    planejamento participativo, que se aperfeioa e se concretiza na

    caminhada, ou seja, um instrumento terico-metodolgico para

    interveno e mudana na realidade.

    A partir dessa viso, o presente Projeto Poltico e Pedaggico

    renega a concepo meramente informativa de um curso de

    graduao. A formao do Tradutor no deve se restringir a

    capacit-lo a lidar apenas com a traduo, a ter domnio de

    conhecimentos tericos sobre seu o funcionamento, viso esta que

    seria muito limitada para o momento ps-moderno. Diferentemente,

    o formando deve ser capacitado a compreender, questionar e ler

    criticamente os fenmenos que tm ressonncias no mbito do

  • 42

    domnio lingustico/tradutrio, mas inserido em uma contingncia

    mais ampla, o que causa impactos na sua prpria leitura de mundo.

    Em decorrncia de expectativas e incertezas geradas por

    constantes transformaes e instabilidades observadas nos

    contextos scio-histrico e econmico no panorama internacional,

    bem como dos desafios e expectativas por ns vivenciados em nvel

    nacional, ganharam destaque, tanto no mbito dos rgos

    governamentais, quanto no mbito das instituies de ensino

    superior no pas, os debates atinentes aos novos perfis profissionais

    dos egressos e, consequentemente, aqueles relacionados

    adequao dos currculos.

    Nesse contexto, o Curso de Traduo da UFU buscar preparar

    o futuro profissional no s para enfrentar um contexto scio-

    histrico-econmico e cultural dinmico e competitivo, mas,

    sobretudo, para atuar como leitor crtico no sentido amplo do

    termo e como agente eficaz na construo da cidadania e,

    portanto, capaz de fazer uso da traduo em suas diferentes

    manifestaes.

    O Curso de Traduo da UFU est sendo pensado, portanto, na

    perspectiva de que a graduao deve ser prioritariamente formativa

    e no simplesmente informativa. Isto significa que no um curso

    que visa, exclusiva ou principalmente, ao aprendizado da norma

    culta da lngua materna ou a aquisio de proficincia em lngua

    estrangeira, tampouco ao mero exerccio da traduo. Almeja-se,

    outrossim, um curso que possibilite o desenvolvimento da

    competncia de refletir sobre o ato tradutrio por meio da anlise,

    da descrio e da explicao, luz de uma fundamentao terica

    pertinente, tendo em vista a formao de de um profissional

    competente da traduo.

    Para tal, o Curso de Traduo dever facultar ao estudante o

    desenvolvimento de uma viso multifacetada de mundo, de maneira

    que ele possa pautar suas aes baseando-se numa percepo ntida

  • 43

    do papel a desempenhar no seu ambiente sociocultural e,

    consequentemente, a sentir-se como partcipe e co-responsvel pela

    sua formao. Consequentemente, tanto seu senso crtico como sua

    capacidade empreendedora e de iniciativa sero estimulados e

    desenvolvidos, melhor capacitando-o para afrontar os desafios da

    profisso. Ademais, o curso pretende fornecer uma slida formao

    acadmica e o desenvolvimento de competncias e habilidades

    exigidas para uma atuao profissional eficaz.

    Assim, os princpios que norteiam a concepo do Curso de

    Traduo da UFU fundam-se na formao tradutores que se

    constituam, em primeira instncia, como leitores constitudos da

    sociedade em que atuam, compreendendo seu ofcio inserido num

    universo cultural, poltico, histrico e lingustico.

    Trata-se da formao de profissionais que iro atuar como

    agentes de cidadania no sentido de explicitar o papel da linguagem e

    da traduo nos processos de identificao e ao do indivduo em

    seu grupo social. Nesse sentido, a formao de tradutores envolve

    um compromisso poltico de uma reflexo sobre a natureza da

    insero do sujeito no grupo social em que vive e de seu papel

    enquanto cidado do mundo, constitudo na e pela linguagem.

    Pesquisa, ensino e extenso

    A pesquisa constitui, dentro da proposta pedaggica do Curso

    de Traduo, a base do processo de ensino e de aprendizagem, uma

    vez que ensinar requer dispor de conhecimentos, refletir criticamente

    sobre eles e mobiliz-los para a ao. Mais do que identificar os

    conhecimentos existentes, o que seria simples tarefa de

    reconhecimento, preciso compreender o processo de construo do

    conhecimento, seus fundamentos histricos, sociais e

    epistemolgicos.

  • 44

    O processo de ensino-aprendizagem deve ser orientado por um

    princpio metodolgico geral, que pode ser traduzido pela ao-

    reflexo-ao e que aponta a resoluo de situaes problema como

    uma das estratgias didticas privilegiadas. Nesse sentido, e em

    harmonia com as Diretrizes Nacionais, a dimenso da pesquisa no

    deve constituir apenas um espao de ao institucional, mas uma

    prtica constante e inerente ao prprio processo de ensinar e de

    aprender, perpassando todos os momentos da formao. Deve estar

    presente na extenso, atravs das aes reflexivas sobre cada

    atividade; deve estar presente na sala de aula, nas prticas reflexivas

    sobre os conhecimentos, no processo de avaliao formativa, como o

    momento de desenvolvimento do raciocnio lgico e da capacidade de

    resoluo de problemas. Entende-se, portanto, a pesquisa, como uma

    dimenso constitutiva da formao. Institucionalmente, a pesquisa

    tem seus lugares especficos de inscrio e de organizao, quando

    so reunidas em projetos pontuais, com objetos pr-definidos e sob

    orientao docente, tais como os programas de iniciao cientfica e

    de iniciao extenso.

    X - DIRETRIZES GERAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE

    AVALIAO DA APRENDIZAGEM E DO CURSO

    Com o objetivo de visar essencialmente aprendizagem, a

    avaliao dever ser vista como processo diagnstica, formativa e

    somativa. Tal processo ser contnuo e composto de, no mnimo,

    quatro instrumentos ou momentos de avaliao: provas e trabalhos

    escritos (resumos, resenhas, artigos), seminrios, debates, pesquisa

    e produo intelectual, estudo dirigido, alm da auto-avaliao

    individual e em grupo.

    A verificao do rendimento escolar compreender a avaliao

    do aproveitamento do processo ensino aprendizagem mais a

    frequncia conforme a legislao em vigor. Ser exigida a

    assiduidade dos alunos nas aulas tanto tericas quanto prticas para

    efeito de aprovao, com frequncia mnima de (75%) setenta e

    cinco por cento.

    A mdia para aprovao em disciplinas que constituem a grade

    curricular do curso igual ou superior a seis (6,0) em cada disciplina.

  • 45

    A mensurao do conjunto das atividades desenvolvidas em cada

    disciplina compor unidades de ensino a serem definidas de acordo

    com a especificidade da disciplina e com o plano de trabalho do

    docente ministrante.

    Ao trmino de cada semestre letivo, professores e coordenao

    de curso, por meio de um instrumento especfico, avaliaro o

    processo obtido com relao ao semestre anterior. O instrumento de

    avaliao abranger questes objetivas sobre a atuao docente,

    discente, coordenao de curso e da secretaria acadmica,

    contemplando a implementao do projeto pedaggico, o

    desenvolvimento terico e prtico de cada disciplina ministrada, as

    condies de trabalho e de infra-estrutura para o funcionamento do

    curso (condies gerais, recursos audiovisuais, laboratrios), servios

    de apoio e acervo de livros e peridicos especficos disponveis na

    biblioteca e o envolvimento efetivo dos alunos com o curso.

    As informaes obtidas aps trabalho de anlise e interpretao

    do instrumento de avaliao permitir compor uma viso diagnstica

    dos processos pedaggicos, cientficos e sociais e identificar possveis

    causas de problemas, bem como potencialidades e possibilidades

    permitindo a re-anlise das prioridades estabelecidas no projeto

    pedaggico do curso e o engajamento da comunidade acadmica na

    construo de novas alternativas e prticas.

    Pelo fato de o Curso de Traduo ser um bacharelado, ser

    ainda proposta, como forma de avaliao do aluno, a monografia, a

    ser realizada sob a forma de duas disciplinas (Projeto de Monografia e

    Monografia), que totalizaro uma carga horria de 240 horas. Dessa

    forma, ao final do curso, haver a obrigatoriedade de apresentao

    de uma monografia, que ser orientada por um professor durante os

    dois ltimos perodos do curso. Ao final do curso, a monografia

    dever ser defendida perante uma banca de trs professores (o

    orientador e mais dois professores). A rea em que ser desenvolvido

    o trabalho monogrfico ser definida pelo conjunto de disciplinas

    cursadas pelo aluno.

    Acredita-se que a monografia seja uma opo de avaliao

    desejvel pelas seguintes razes:

    (i) fornece um objetivo final que direciona o desempenho do aluno

    durante toda a graduao;

  • 46

    (ii) aproxima estudantes e professores, mediante o sistema de

    orientao de monografia;

    (iii) requer que o aluno produza um texto escrito acadmico;

    (iv) permite aos professores oferecer orientao em suas reas de

    interesse, favorecendo interfaces interessantes;

    (v) facilita a socializao de conhecimentos produzidos pela pesquisa.

    O detalhamento das normas de monografia ser oportunamente

    estabelecido pelo colegiado do curso.

    Formas de avaliao dos educandos do curso

    O momento de avaliao como um dos instrumentos mais

    importantes para o curso levar em considerao diferentes

    dimenses do processo educativo, objetivando ser alm de contnua o

    mais coletiva possvel.

    O sistema de avaliao do curso dever ser realizado em trs

    dimenses, levando-se em considerao a organizao das atividades

    curriculares obrigatrias do curso numa estreita relao entre teoria e

    prtica:

    a) avaliao do educando:

    - pelo professor de cada disciplina de acordo com as exigncias da

    universidade;

    b) avaliao da estrutura do curso:

    - pelo processo organizativo do curso por meio de avaliao de forma

    coletiva e individual, devendo orientar-se pela vivncia dos

    estudantes;

    c) avaliao dos processos de ensino utilizados:

    - dilogos avaliativos sero propostos, nos quais os sujeitos do

    processo (docentes e estudantes) podero analisar criticamente as

    modalidades pedaggicas empregadas, a pertinncia do contedo

    ministrado, o atendimento do objetivo da disciplina, os recursos

    utilizados, entre outros.

    O objetivo estimular o dilogo entre alunos e professores de

    maneira a desenvolver a melhoria do curso como um todo.

    Esse processo visa a identificar os limites e as potencialidades

    das atividades em andamento e ser registrado numa espcie de

    memria do curso para servir de anlise em futuras avaliaes. O

  • 47

    acompanhamento poltico e pedaggico ter como objetivo o registro

    e a avaliao do processo ensino-aprendizagem. Com isto espera-se

    atingir dois objetivos:

    a) Acumular os elementos formais para comprovao do desempenho

    dos alunos e garantir sua diplomao;

    b) Acompanhar permanentemente o desempenho dos alunos,

    buscando suprir deficincias especficas, priorizar demandas

    identificadas e promover os ajustes necessrios ao funcionamento do

    curso para que este seja plenamente adaptado realidade dos

    alunos.

    Avaliaes externas

    Na dcada de 1990, os sistemas de avaliao de

    monitoramento de grande alcance foram implantados de forma

    contnua e integrada ao planejamento e financiamento das reformas

    educacionais pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

    Educacionais INEP. Em 1990, foi realizado pela primeira vez o

    levantamento do Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica

    (SAEB), o qual coleta dados que permitem a avaliao de

    conhecimentos e habilidades dos alunos em diferentes sries e reas

    curriculares e a identificao de fatores relacionados organizao e

    funcionamento da escola, aos professores e diretores, prtica

    pedaggica e aos alunos, que, acredita-se, influenciam na qualidade

    do ensino ministrado.

    No nvel do ensino superior, o MEC implantou outros sistemas

    de avaliao alm do Saeb,