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ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE PONTES E LACERDA FACULDADE DE LINGUAGEM E ZOOTECNIA DEPARTAMENTO DE LETRAS ROBERT TUNECA SOARES “O DISCURSO DIGITAL, INOVAÇÃO OU REPETIÇÃO DO MESMO?”

Projeto Tcc - Robert

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Projeto de TCC

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Page 1: Projeto Tcc - Robert

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMATCÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE PONTES E LACERDA

FACULDADE DE LINGUAGEM E ZOOTECNIADEPARTAMENTO DE LETRAS

ROBERT TUNECA SOARES

“O DISCURSO DIGITAL, INOVAÇÃO OU REPETIÇÃO DO MESMO?”

Pontes e Lacerda - MT2015/1

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ROBERT TUNECA SOARES

O DISCURSO DIGITAL, INOVAÇÃO OU REPETIÇÃO DO MESMO?

Projeto de pesquisa para apreciação da Universidade do Estado de Mato Grosso, com o propósito de disponibilizar conteúdo normativo para apresentação de trabalhos didáticos e científicos, a ser utilizado nos cursos de Graduação no Campus Universitário de Pontes e Lacerda.

Profa. Orientadora. Veronica Moreno Machado

Pontes e Lacerda - MT 2015/1

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Introdução

Pensar a noção de discurso significa compreender a relação entre língua – sujeito –

sentido – história. Desta forma, é a partir de meu material de análise, composto por “print

screens” de parte do material digital, que constituímos nosso dispositivo teórico, buscando

compreender o funcionamento do discurso da mídia digital pensando-a como espaço que

torna visível a repetição de uma memória já dada e que também está presente no livro

didático.

Com a análise não se objetiva interpretar o objeto submetido a ela, mas compreendê-lo em seu

modo de significar. Assim, a análise não é sobre um objeto propriamente mas sobre o

processo discursivo de que ele é parte. Como a análise de discurso, como dissemos, não é uma

ciência exata é uma ciência da interpretação, ela não estaciona em uma interpretação, ela a

interroga. Cabe ao leitor (enquanto analista), na elaboração de sua análise, e na explicitação

de seus resultados, mostrar a eficácia de seus procedimentos e a consistência teórica com que

a conduziu. O ponto de partida de sua análise é sua questão, sendo, esta, parte da sua

investigação, de sua inteira responsabilidade. O que não significa que a análise não tenha sua

necessidade e alinhe teoricamente seu campo de validade. Mas seus resultados levam a muito

mais do que aquele objeto de que partiu em sua análise, e pode, inclusive, produzir

deslocamentos na teoria. A questão da interpretação é trabalhada junto à de ideologia, é

inseparável dela, pois, é no trabalho da interpretação, que podemos apreciar os efeitos da

ideologia funcionando (ORLANDI, 1996).

Problema da Pesquisa

De que modo o discurso digital se constitui no software educacional produzido pela

empresa Multimídia Educacional? Software esse presente em escolas das Redes

Municipais/Estaduais de ensino, no intuito de ensinar o uso da gramatica.

Justificativa

É na e pela materialidade linguística-histórica que sentidos e sujeitos se constituem,

evidenciando o caráter sempre tenso e movente do discurso. Assim, é na relação do sujeito

com a exterioridade, mediada por práticas sociais, que podemos compreender os processos de

significação dos sentidos, enumerando os objetos em:

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Figura (1) identificação de substantivos (retorno do já-dito como efeito de significação

de um sentido dado muito evidente), mas que é apontado em forma de arrastar e colocar

(apontando para a repetição de sentidos);

Figura 1.

Figura (2) identificação dos substantivos próprios (retorno à gramatica normativa que

impera como um sistema de estruturas) onde não há uma relação de sujeito e história, mas

aponta para uma relação com a memória discursiva parafraseada.

Figura 2.

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Objetivos

Compreender, o modo como o discurso pedagógico se constitui e (se) significa na

contemporaneidade pelo viés do discurso digital. Nessa perspectiva, tomarei como material de

análise alguns softwares (que tematizam o ensino da língua portuguesa, mais especificamente

para o ensino fundamental) utilizados na atualidade em laboratórios de escolas, e procurarei

compreender o modo como tais softwares desenvolvem/propõem desenvolver o conhecimento

em sala de aula. Meu interesse primeiro por esse material se deve ao fato de que os softwares

escolhidos trabalham a língua portuguesa, simulando uma “interação” com o aluno, ou seja,

interpela o sujeito aluno a clicar sobre palavras soltas e arrastá-las, cujo objetivo é descobrir

se tal termo é (pela gramática tradicional) um substantivo, um adjetivo, um pronome, etc.

Outro exercício mnemônico (oferecido pelo software) que nos inquieta é o que interpela o

sujeito aluno a clicar sobre as palavras que começam com a letra A, B, C, etc. ou seja,

reproduz a mesma repetição de um ensino tradicional já adotado pelos livros didáticos. Diante

dessa problemática, filiamo-nos teoricamente à Análise de Discurso materialista, conforme a

elabora M. Pêcheux (1969, 1983) na França, e conforme a desenvolve Eni Orlandi (1993,

2005, 2007 e 2012) e colaboradores no Brasil. É tomando dos dispositivos teóricos/analíticos

desenvolvidos por essa linha de pesquisa, que procurarei compreender o modo como o

discurso pedagógico significa na contemporaneidade a partir de uma sua imbricação no/com o

discurso digital.

Referencial Teórico

Metodologia

Cronograma

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Referências

ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de Discurso: princípios & procedimentos. 8. ed. Campinas: Pontes, 2007 _______. Interpretação; autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996 

________. Discurso e texto: formulação e circulação dos sentidos. – Campinas, SP: Pontes,

3ª edição, 2008

__________. Língua Brasileira e outras histórias. Campinas: RG, 2009. __________. “Sentidos em fuga: efeitos da polissemia e do silêncio” in Sujeito, Sociedade, Sentidos. Guilherme Carroza. Mirian dos Santos e Telma Domingues da Silva (orgs), Campinas: RG, 2012a.PECHEUX, Michel. Ler o Arquivo Hoje. In. ORLANDI, E. (org.) Gestos de Leitura. Campinas: Unicamp, 1994.

DIAS, Cristiane P. Espaço, tecnologia e informação: uma leitura da cidade. In: RODRIGUES, Eduardo. A.; SANTOS, Gabriel. L. dos.; BRANCO, Luiza. K. C. (Orgs.). Análise de discurso no Brasil: pensando o impensado sempre: uma homenagem a Eni Orlandi. Campinas: RG, 2011a. p. 259-272.

http://www.labeurb.unicamp.br/livroEurbano/volumeII/arquivos/pdf/eurbanoVol2_EniOrlandi.pdfhttp://portal.mec.gov.br/index.php/index.php?option=com_content&task=view&id=11580http://www.multimidiaeducacional.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=90&Itemid=487&lang=pt