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2017 ARMANDO
MACHADO CASTRO
FILHO
CHRISANE
OLIVEIRA BARROS
TAKACHI FRÓES
CHUMAN
PROPOSTA DE DIMENSIONAMENTO DE ATERRO SANITÁRIO PARA O MUNICIPIO DE VIANA Este trabalho se destina a servir de norte para a implantação de um aterro sanitário no município de Viana, Maranhão
ARMANDO MACHADO CASTRO FILHO
CHRISANE OLIVEIRA BARROS
TAKACHI FRÓES CHUMAN
PROPOSTA DE DIMENSIONAMENTO DE ATERRO SANITÁRIO PARA O
MUNICIPIO DE VIANA.
1ª Edição
São Luís – Ma.
Atenas Maranhense
2017
624-4
P63S Castro Filho, Armando Machado, e Outros
PROPOSTA DE DIMENSIONAMENTO DE ATERRO SANITÁRIO PARA O
MUNICIPIO DE VIANA./ Armando Machado Castro Filho.
e Outros, 2017.
67 o.: il. ; 16x23 cm.
Vários autores
ISBN: 978-85-89293-xx-x
E-book, Editora Atenas Maranhense, São Luis, BR-Ma, 2017.
1. Saneamento. 2. Engenharia. 3. Aterro. 4. Viana. 5. Sustentabilidade. I.
Armando Machado Castro Filho, autor. II. Chrisane Oliveira Barro, autor.
CDD 624
PREFÁCIO
Este trabalho se destina a servir de norte para a implantação de um aterro sanitário no município
de Viana, Maranhão.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 5
2. OBJETIVOS ............................................................................................................................... 8
2.1 GERAL ....................................................................................................................................... 8 2.2 ESPECÍFICOS .............................................................................................................................. 8
3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................................ 9
3.1 RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................................................................................... 9 3.1.2 IMPACTOS AMBIENTAIS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................ 11 3.1.3 FORMAS DE TRATAMENTO E DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ........................... 12 3.1.4 ATERRO SANITÁRIO ........................................................................................................................... 12 3.2 LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS SOBRE OS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................ 17
4 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 24
4.1 LOCAL DE ESTUDO ................................................................................................................... 25 4.2 COLETAS DE DADOS.................................................................................................................. 25 4.3 MATERIAIS............................................................................................................................... 25
5. CRONOGRAMA ...................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 49
1. INTRODUÇÃO
A população brasileira habita em cidades e onde no centro urbano ocorre a maioria das
atividades humanas, de forma acelerada e mais intensa. Segundo Lima e Kruger (2005) o
crescimento das cidades define a necessidade de buscar formas de tornar o processo urbanizado
mais sustentável, de modo a evitar ou minimizar as alterações ambientais decorrentes da
urbanização, reduzir a poluição ambiental e garantir a preservação ou a construção de um
ambiente urbano saudável para as gerações presentes e futuras.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988, dedica-se um capítulo ao meio ambiente, composto
pelo art. 225, onde dispõe que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações (BRASIL, 2011).
Machado (2006) relata ainda que este instrumento, já existe antes da Constituição Federal de
88. Na Lei 6.938, de 1981, ressalta a Política Nacional de Meio Ambiente, criando
instrumentos e um sistema de órgãos encarregados da sua realização, sendo que atualmente
este instrumento ganhou posição constitucional.
Quanto ao meio urbano, em 2001, foi sancionada e aprovada a Lei Federal n.º 10.257, o
chamado Estatuto da Cidade, que traça as diretrizes gerais para o desenvolvimento urbano dos
municípios brasileiros, caracterizado principalmente pela formulação de políticas de gestão da
cidade democráticas e planejadas. Este estatuto veio especificar o significado desse direito à
cidade, onde dispõem a garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à
terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos
serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para às presentes e futuras gerações (Artigo 2º, inciso
I).
Nesse contexto, atualmente a globalização potencializa o aceleramento do crescimento urbano,
e por consequência ocasiona um aumento de consumo de bem de materiais. O consumo
desenfreado gera grandes desequilíbrios socioambientais e neste contexto dentre os problemas
ambientais enfrentados, destaca-se a falta de um manejo adequado para os resíduos sólidos
domésticos, que além de trazer problemas ao meio ambiente, também ocasiona danos à
população em geral (DAMBROS; LOUZADA; BARROS, 2010).
Apesar de o Brasil tentar amenizar os problemas advindos do resíduo doméstico,
principalmente em se tratando do destino e do tratamento, muitos dos municípios do país,
devido à falta de políticas públicas (no que diz respeito à gestão e educação ambiental)
ainda descartam seus resíduos sólidos domiciliares sem nenhuma seleção do tipo de
resíduo, nem tão pouco com a preocupação com o local em que foi despejado.
No país as explicações para o descarte impróprio, estão pautadas na falta de definição eficaz
de políticas e diretrizes que alcancem às áreas de resíduos nas esferas: federais, estaduais e
municipais. Soma-se a esse fator, a ausência de recursos técnicos e financeiros para a possível
busca da resolução do problema. Em se tratando das normas legais, a legislação brasileira se
encontra distante do esperado, mostrando ainda ser restrita e geral, tornando-se por vezes
inexecutável, devido à ausência de órgãos apropriados que a tornem viável ou de recursos que
tornem possível sua aplicação.
Portanto, a produção de resíduos sólidos domésticos nas áreas urbanas de fato é grande, diante
disso, é improvável pensar em uma cidade desenvolvida sem avaliar os problemas gerados
pelos resíduos sólidos, desde a sua etapa da geração até a destinação final.
Deste modo, diante das necessidades da busca de saídas para sanar os problemas oriundos dos
resíduos sólidos e considerando o resíduo como um problema de grande magnitude deste
século, justifica a realização deste estudo. Muito comum, pode-se observar nos veículos de
comunicação como em jornais, na internet ou até mesmo um passeio de carro pela cidade,
hábitos de disposição final inadequados dos resíduos, despejados em lotes baldios, em beiras
de estradas, fundos de vale e em margens de lagos e rios.
A pesquisa que aqui se desenvolve, apresenta uma sistemática discussão teórica, organizada,
portanto, em seis capítulos. O primeiro deles desenvolveu-se até aqui, e diz respeito à própria
introdução deste estudo. No segundo capítulo, serão demonstrados os objetivos para serem
alcançados no estudo. No terceiro capítulo trata-se do referencial teórico, onde abordou-se o
sobre os resíduos sólidos, leis e normas sobre a temática. No capítulo seguinte, foi abordada a
metodologia do estudo. No quinto capítulo, contextualizou o estudo, onde visualizou as
características do local da pesquisa e a memória do cálculo.
Também nesse capítulo, foi discutido os problemas existentes no município pesquisado
sobre a temática e apresentou a proposta de dimensionamento do aterro sanitário. E por
fim, as considerações finais.
Acredita-se que este trabalho apresenta contribuição relevante para a área, uma vez que
compreende que a disposição final do resíduo sólido doméstico não pode ser vista como fato
isolado, devido ao prejuízo este pode ocasionar todos de uma comunidade, logo o problema
não fica somente visado nos centros urbanos, mas em todo país, portanto, se deve observar a
importância também da disposição final do lixo.
2. OBJETIVOS
2.1 Geral
Apresentar um dimensionamento para o aterro sanitário para o Município de
Viana/MA.
2.2 Específicos
Coletar dados sobre o município de Viana/MA, para o dimensionamento de um aterro
sanitário;
Sugerir alternativas locacionais para implantação de um aterro sanitário em Viana/MA;
Propor de acordo com a Legislação e Normas pertinente, metodologia construtiva
de aterro sanitário para o destino final de resíduos sólidos urbanos do Município de
Viana/MA;
Calcular as dimensões de um aterro sanitário para o município de Viana/MA;
Elaborar o projeto do aterro sanitário dimensionado para o Município de Viana/MA
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Resíduos Sólidos
Conforme Murgo, Ribeiro e Rafael (2010, p.11) define resíduo sólido como qualquer coisa que
o proprietário não deseja mais, em certo local e em certo momento, e que não apresenta valor
comercial corrente ou percebido.
A Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE,
2012) ressalta que a quantidade de resíduos sólidos gerados no Brasil em 2011 totalizou 61,9
milhões de toneladas, 1,8% a mais do que no ano anterior. No mesmo ano foram coletados
55,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos, o que resulta em uma cobertura de 90%, sendo
que o Sudeste responde por 53% e o Nordeste por 22%, onde 42% dos resíduos sólidos
foram destinados em locais inadequados como lixões e aterros controlados.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2012), através da NBR 10.004/04,
conceitua resíduos sólidos como sendo resíduos que resultam das atividades da comunidade de
origem: urbana, agrícola, radioativa e outros (perigosos e/ou tóxicos). Ficam incluídos nesta
definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou corpos d’água,
ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face às melhores
tecnologias disponíveis.
Vários os tipos de resíduos que são gerados todos os dias, em torno das diversas atividades,
sejam elas domésticas, públicas, comerciais ou industriais. A quantidade de resíduos
produzidos por uma população é multivariável e depende de diversos fatores, como: renda,
período do ano, estilo de vida, movimento da população nos períodos de férias e fins de semana
e a utilização de embalagens não retornáveis (ABNT, 2012).
Marques Junior e Pasqualetto (2004, p. 7) citam ainda que os principais fatores que
influenciam nas características dos resíduos sólidos são os climáticos, demográficos,
socioeconômicos e épocas especiais, como está demonstrado na tabela 1 abaixo:
Tabela 1 – Principais fatores que influenciam nas características dos Resíduos
Sólidos.
Fatores Influência
1. Climáticos
Chuva Aumento de teor de unidade
Outono Aumento do teor de folha
Aumento de teor embalagens de bebidas (latas, vidros eVerão
2. Épocas especiais
plásticos rígidos).
Carnaval Aumento do teor de embalagens de bebidas
Aumento de embalagens (papel/papelão, plásticos maleáveis e
Natal/ Ano novo / pascoa
Dia dos pais/ mães
Férias escolares
3. Demográficos
metais)
Aumento de matéria orgânica.
Aumento de embalagens (papel/papelão, plásticos maleáveis e metais)
Esvaziamento de áreas da cidade em locais não turísticos
Aumento populacional em locais turísticos
População urbana Quanto maior a população urbana, maior a geração per capita
4. Socioeconômico
Nível cultural
Nível educacional
Poder aquisitivo
Poder aquisitivo (mês)
Quanto maior o nível cultural, maior a incidência de materiais
recicláveis e menor a incidência de matéria orgânica
Quanto maior o nível educacional, menor a incidência de matéria
orgânica
Quanto maior o poder aquisitivo, maior a incidência de
recicláveis
Maior consumo de supérfluo perto do recebimento do salário
(fim e inicio do mês)
Poder aquisitivo (semana) Maior consumo de supérfluo no fim da semana
Desenvolvimento
tecnológico
Campanha ambientais
Introdução de materiais cada vez mais leve, reduzindo valor do peso
especifico aparente dos resíduos
Redução de materiais não biodegradável (plásticos) e aumento de
matéria reciclável e/ou biodegradável (papel, metais e
vidros).
Fonte: MARQUES JUNIOR; PASQUALETTO (2004, p. 7)
Conforme a classificação de Resíduos Sólidos pela ABNT (NBR 10.004/04) está dividida em:
resíduos de grau I, perigosos, ou seja, que apresentam perigo à comunidade, sendo eles:
inflamáveis, corrosivos, radioativos, tóxicos e patogênicos; resíduos de grau II, não perigosos,
ou seja, não apresentam periculosidade, os mesmos são separado em dois grupos: os de classe
I, não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade
ou solubilidade em água humanas, englobando resíduos de várias origens, como
residencial, comercial, de estabelecimentos de saúde, da limpeza da pública (NASCIMENTO,
2007).
A matéria orgânica, gerada nas residências representam mais de 50% da massa do lixo
coletado e disposto em aterros sanitários, e apenas 3% são aproveitados em processos de
compostagem (CEMPRE, 2010). Derivado normalmente, do desperdício de alimentos, a
matéria orgânica, quando disposta em aterros sanitários, ao se decompor, emite gases de efeito
estufa (158 milhões de toneladas de CO2 por ano são emitidas na atmosfera pelo resíduo
sólido urbano do país) que colabora para o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Os resíduos da construção civil também representam problemas ambientais, especialmente
pela disposição inadequada em córregos, terrenos baldios e beira de estradas. Nas zonas
urbanas esses constituem mais de 50% da massa dos resíduos urbanos (SINDUSCON, 2005).
3.1.2 Impactos ambientais dos resíduos sólidos
Mano (2005) apresenta uma variedade de componentes dos resíduos sólidos urbanos e
afirma, ainda, que fatores como número de habitantes, nível educacional, poder
aquisitivo, boas condições climáticas e cultura local influenciam diretamente na composição
do lixo municipal. Além disso, os resíduos variam quanto à sua natureza e proporção,
conforme o local e época do descarte, a natureza do refugo, o teor de umidade etc.
Os impactos negativos advindos da prática da deposição do lixo urbano em lixões vão desde a
falta de controle do acesso por famílias que sobrevivem da retirada e repasse do lixo, ao não
tratamento do biogás gerado a partir do chorume, o não controle da infiltração dos
contaminantes no lençol freático etc. (MANO, 2005).
Diante disso, a administração pública municipal possui a responsabilidade de gerenciar os
resíduos sólidos, desde a sua coleta até a sua disposição final, que deve ser ambientalmente
segura, pois este resíduo produzido e não coletado é colocado de maneira irregular nas ruas
pelos moradores, além disso, pode também depositarem em rios, córregos e terrenos vazios,
tendo negativos para o meio ambiente e além, ocasionar mau cheiro, proliferação de moscas,
baratas e ratos, todos com graves consequências diretas ou indiretas para a saúde pública
(JACOBI; BESEN, 2011).
3.1.3 Formas de tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos
Os resíduos sólidos possuem várias classificações, sendo elas: de naturezas, origens
diferenciadas e diversas composições. Portanto, a gestão dos resíduos tem responsabilidades
definidas pelas legislações específicas (JACOBI; BESEN, 2011).
3.1.4 Aterro sanitário
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 8119/198 define o aterro sanitário
como:
Uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo sem
causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os
impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia
para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-
los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de
terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos
menores, se for necessário.
O aterro sanitário consiste basicamente na compactação dos resíduos no solo, dispondo-os em
camadas que são periodicamente cobertas com terra ou outro material inerte, formando células
de modo a se ter uma alternância entre os resíduos e o material de cobertura (MURGO;
RIBEIRO; RAFAEL, 2010).
Existem três possíveis formas de disposição de resíduos em aterros: os aterros sanitários,
industriais e os aterros controlados.
O aterro industrial destina-se a receber resíduos sólidos que não sejam reativos, não
inflamáveis e com baixa quantidade de solvente, óleo ou água. A construção do aterro
obedece a rigorosas técnicas nacionais e internacionais de segurança, visando garantir
proteção total ao meio ambiente. Adotam técnicas de confinamento dos resíduos através de
geomembranas, drenagem, tratamento de efluentes, e poços de monitoramento do lençol
freático. O aterro Industrial é classificado como l ou ll, de acordo com o tipo de resíduo para o
qual ele foi licenciado a receber (MEDEIROS, 2012).
Figura 2 - Aterro industrial
Fonte: MEDEIROS (2012)
O aterro controlado é um tipo que visa disposição final de resíduos sólidos, onde durante o
desenvolvimento do aterro, os resíduos são recobrimentos com argila, aumentam a segurança
do local, diminuindo os impactos ao meio ambiente e a saúde pública. Apesar de ser uma
técnica preferível ao lançamento á céu aberto, não substitui o aterro sanitário; portanto, é uma
solução importante para municípios pequenos que não dispõe de equipamento compactador.
Vale ressaltar, que o aterro controlado não previne à poluição, uma vez que não recebe
camada impermeabilizante ideal antes da deposição de lixo, causando poluição do solo e do
lençol freático (MEDEIROS, 2012).
Figura 3 – Aterro Controlado
Fonte: MEDEIROS (2012).
Os aterros chamados controlados, geralmente são antigos lixões que passaram por um
processo de remediação da área do aterro, ou seja, isolamento do entorno para minimizar os
efeitos do chorume gerado, canalização desse chorume para tratamento adequado, remoção
dos gases produzidos em diferentes profundidades do aterro, recobrimento das células
expostas na superfície, compactação adequada, e gerenciamento do recebimento de novos
resíduos (MURGO; RIBEIRO; RAFAEL, 2010).
Além disso, a literatura ressalta ainda três métodos de aterramento: de trincheira, de rampa e
da área (Figura 4)
Figura 4 – Métodos de aterramento
Fonte: CARMO JUNIOR (2012)
O método de trincheira é utilizado quando o local possui uma profundidade adequada de
material disponível para cobertura, porém nas regiões onde o lençol freático está muito
próximo da superfície, ou nos terrenos rochosos, a escavação de valas pode ser irrealizável
(MEDEIROS, 2012).
Segundo o mesmo autor o método de trincheira
[...] representa um custo relativamente alto, pois exige grandes
escavações. Deve somente ser utilizada em situações específicas
como: quando há interesse na formação de um excedente de solo a
ser utilizado em outras obras ou na cobertura dos resíduos em
outras etapas de aterramento; quando não se deseja alterar a
topografia original do terreno; quando se pretende construir outras
camadas de resíduos acima das valas já aterradas, permitindo um
melhor aproveitamento da área; quando se deseja aterrar resíduos
especiais, seja pelo seu estado físico – no caso dos líquidos e
pastosos – que impede a sua compactação na forma convencional, seja
pela sua composição química ou biológica, que podem torná-los
perigosos à natureza e à sociedade
(MEDEIROS, 2012, p. 20).
Cumpre lembrar que existem dois tipos de trincheiras: as de grandes dimensões, onde após a
compactação, os resíduos são cobertos com uma camada fina de solo e as pequenas são
denominadas de valas (Figura 5), pois se trata de uma solução para municípios que não
disponibilizam de recursos para implantar um aterro sanitário.
Figura 5 - Aterramento tipo vala
Fonte: CARMO JUNIOR (2012).
Já o método de rampa, os resíduos são descarregados junto à base de um desnível já existente,
sendo em seguida compactados por um trator de esteiras. E quanto ao método de área
emprega-se geralmente em locais que topografia plana e lençol freático é raso (CARMO
JUNIOR, 2012).
3.2 Legislação e normas técnicas sobre os Resíduos Sólidos
A primeira lei brasileira que relatou sobre os resíduos sólidos foi a Lei Federal de n.º 2.312 de
1954, onde no seu art. 12, dispõe: “a coleta, o transporte, e o destino final do lixo, deverão
processar-se em condições que não tragam inconvenientes à saúde e ao bem estar públicos”
(MEDEIROS, 2012).
Já no ano de 1979, o Ministério do Interior – MINTER decretou a Portaria MINTER n.º 53,
que ressaltava sobre o controle dos resíduos sólidos domésticos, visando a prevenção do solo,
do ar e das águas. Essa Portaria estabeleceu
[...] que os resíduos sólidos de natureza tóxica, os que contêm
substâncias inflamáveis, corrosivas, explosivas, radioativas e outras
consideradas prejudiciais, devem passar por tratamento, no próprio
local de geração e nas condições estabelecidas pelo órgão estadual de
controle da poluição e de preservação ambiental (VALADARES, 2009,
p. 51).
No ano 1981, a Lei Federal n.º 6.938 estabeleceu que a Política Nacional do Meio Ambiente,
e o Artigo 2.º, inciso I, dispõem que “é responsabilidade do Poder Pública a manutenção do
equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como patrimônio público a ser
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo” (VALADARES,
2009, p. 51).
Nesse contexto, Medeiros (2012) realiza um quadro (Tabela 3) explicativo sobre a história das
legislações dos resíduos sólidos:
Tabela 3 – Histórico
Ano Evento histórico
lei apensados ao Projeto de Lei (PL) 203/91 e formular uma proposta substitutiva
global. Realizado em Brasília o 1º Congresso Nacional dos Catadores de Materiais
Recicláveis, com 1.600 congressistas, entre catadores, técnicos e agentes sociais
de 17 estados.
Em janeiro foi realizado, em Caxias do Sul, o I Congresso Latino-Americano de
Catadores, que sugere formação profissional, erradicação dos lixões,
responsabilização dos geradores de resíduos. O presidente Lula cria Grupo de
2003
2004
2005
2006
2007
Trabalho (GT) Interministerial de Saneamento Ambiental a fim de solicitar a
integração das ações de saneamento ambiental, no âmbito do governo federal. GT
reestrutura o setor de saneamento e resulta na criação do Programa Resíduos
Sólidos Urbanos.
O MMA promove grupos de discussões interministeriais e de Secretarias do
Ministério para elaboração de sugestão para a regulamentação dos resíduos
sólidos. Em agosto, o CONAMA realiza o seminário “Contribuições à PNRS” com
objetivo de ouvir a sociedade e estabelecer nova proposta de projeto de lei, pois a
Proposição CONAMA 259 estava defasada.
Nomeado um grupo interno na Secretaria de Qualidade Ambiental nos
Assentamentos Humanos do MMA para consolidar contribuições do Seminário
CONAMA, os anteprojetos de lei existentes no Congresso Nacional e as
contribuições dos diversos atores envolvidos na gestão de resíduos sólidos.
Encaminhado anteprojeto de lei de “PNRS”, discutido com Ministérios das Cidades,
da Saúde, mediante sua Fundação Nacional de Saúde-Funasa, do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do Planejamento, Orçamento e
Gestão, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e da Fazenda. Realizada II
Conferência Nacional de Meio Ambiente para consolidar participação da sociedade
na formulação de políticas ambientais. Um dos temas prioritários são os resíduos
sólidos.
Aprovado relatório que trata do PL 203/91 acrescido da liberação da importação de
pneus usados no Brasil.
Executivo indica, em setembro, o PL 1991. O projeto de lei da PNRS considerou o
estilo de vida da sociedade contemporânea, que aliado às estratégias de marketing
do setor produtivo, induzem a um consumo intensivo gerando uma série de impactos
ambientais, à saúde pública e sociais incompatíveis com o modelo de
desenvolvimento sustentado que se deseja implantar no Brasil. O PL 1991/2007
proporciona forte inter-relação com outros instrumentos legais na esfera federal, tais
Ano Evento histórico
como a Lei de Saneamento Básico (Lei nº11.445/2007) e a Lei dos Consórcios
Públicos (Lei nº11.107/1995), e seu Decreto regulamentador (Decreto nº.
6.017/2007). De igual modo está inter-relacionado com o Programa Nacional do Meio
Ambiente PNMA, de Educação Ambiental, de Recursos Hídricos, de Saúde, Urbana,
Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior e as que gerem inclusão social.
Realizadas audiências públicas, com contribuição da Confederação Nacional da
2008
2009
Indústria, da representação de setores interessados, do Movimento Nacional de
Catadores de Materiais Recicláveis e dos demais membros do GTRESID
Em junho, uma minuta do Relatório Final foi apresentada para receber contribuições
adicionais.
Fonte: MEDEIROS (2012).
Porém, o grande marco histórico da gestão ambiental no Brasil foi à lei que estabeleceu a
Política Nacional de Resíduos Sólidos. A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos
número 12.305, de 2 de agosto de 2010, em seu artigo terceiro inciso XVI dispõe que resíduos
sólidos como sendo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública
de esgotos ou em corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2011).
A Lei nº 12.305/10, Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é instrumento que
permitiu o avanço no país para o enfretamento dos prejuízos decorrentes dos problemas
ambientais, sociais e econômicos causados pelo manejo inadequado dos resíduos sólidos.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2013) a lei:
[...] prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo
como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um
conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e
da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico
e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente
adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou
reutilizado). Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores
de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores,
comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos
sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-
consumo e pós-consumo. Cria metas importantes que irão contribuir
para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento
nos níveis nacional, estadual, microregional, intermunicipal e
metropolitano e municipal; além de impor que os particulares
elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
A PNRS (Política Nacional dos Resíduos Sólidos) envolve todos os tipos de resíduos sólidos e
estabelece que a responsabilidade compartilhada na destinação dos resíduos, com cada órgão
do governo, Estado e cada integrante da cadeia produtiva, como dispõe seu art.2:
Art. 2o Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do disposto nesta Lei,
nas Leis no 11.445, de 5 de janeiro de 2007, 9.974, de 6 de junho de
2000, e 9.966, de 28 de abril de 2000, as normas estabelecidas pelos
órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e do Sistema Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).
Vale ressaltar que o procedimento pelo qual passa os resíduos envolve a coleta regular, o
transporte e a descarga final, o que com frequência ocorre em locais que são selecionados
seguindo as condicionantes impostas pela a CONAMA 404, a legislação ambiental, a Política
Nacional dos Resíduos Sólidos, a legislação municipal do uso de ocupação do solo. Para
melhor entendimento das irregularidades do aterro em questão, vale ressaltar o: Art.4o inciso
III e V que dispõe:
[...] III - respeito às distâncias mínimas estabelecidas na legislação
ambiental relativas a áreas de preservação permanente, Unidade de
conservação. Ecossistemas frágeis e recursos hídricos subterrâneos e
superficiais
V - Uso de áreas que atendam a legislação municipal de uso e
ocupação do solo, desde que atendido o disposto no art. 5º e 10 da
RESOLUÇÃO CONAMA no 237, de 19 de dezembro de 1997, com
preferência daquelas antropizadas e com potencial mínimo de
incorporação à zona urbana da sede, distritos ou povoados e de
baixa valorização imobiliária (BRASIL,
2012)
.
Vale ressaltar também outras resoluções do CONAMA (Tabela 4), voltadas para essa temática:
Tabela 4 – Resoluções do CONAMA
Resoluções Dispõe
Resolução 001-A/86, Estabelece normas para o transporte de produtos perigosos que de 23/01/1986 circulem próximos a áreas densamente povoadas, de proteção de mananciais e do
ambiente natural;
Resoluções Dispõe
Resolução 235/98, de Dispõe sobre o gerenciamento dos resíduos perigosos
07/08/1998
Resolução 257/99, de Estabelece critérios, para a destinação adequada das pilhas e baterias 30/06/1999 que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus componentes;
Resolução 283/2001 Dispõe sobre o tratamento e destinação final dos resíduos de saúde
Fonte: CONAMA (2015).
A PNRS diferençou os termos resíduos e rejeitos, onde o primeiro refere- se a um bem
econômico e de valor social e os rejeitos são “resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas
as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
tecnicamente viáveis não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada” (artigo 3º, inciso
XV).
Jacobi e Besen (2011, p.2) ressaltam que a
PNRS fortalece os princípios da gestão integrada e sustentável de
resíduos. Propõe medidas de incentivo à formação de consórcios
públicos para a gestão regionalizada com vistas a ampliar a
capacidade de gestão das administrações municipais, por meio de
ganhos de escala e redução de custos no caso de compartilhamento
de sistemas de coleta, tratamento e destinação de resíduos sólidos.
Inova no país ao propor a responsabilidade compartilhada pelo ciclo
de vida dos produtos e a logística reversa de retorno de produtos, a
prevenção, precaução, redução, reutilização e reciclagem, metas de
redução de disposição final de resíduos em aterros sanitários e a
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos em aterros
sanitários. No aspecto de sustentabilidade socioambiental urbana,
cria mecanismos de inserção de organizações de catadores nos
sistemas municipais de coleta seletiva e possibilita o fortalecimento das
redes de organizações de catadores e a criação de centrais de
estocagem e comercialização regionais.
No início de 2011, foi constituído o Comitê Orientador Interministerial para a implantação
dos sistemas de logística reversa. A finalidade é garantir que os resíduos sólidos sejam
reutilizados, reciclados ou recolhidos pela indústria responsável. Antes da nova Lei, o único
plano desenvolvido para reduzir os resíduos sólidos era o Plano Nacional de Mudança
Climática (Decreto Nº 6.263/2007), que visava a redução de 20% dos resíduos sólidos até o
ano de 2015. Entretanto, com a lei da PNRS, estabeleceu em seu Art. 54: “A disposição final
ambientalmente adequada de rejeitos deverá ser implantada em até 4 anos”, ou seja, seria até
2014.
Lopes e Calixto (2012, p. 1) citam ainda dois pontos importantes da lei:
Só os resíduos que não são reciclados poderão ser encaminhados aos
aterros sanitários, esses rejeitos são os resíduos que não tem como
ser reciclado. 10% dos resíduos sólidos são resíduos que não são
reciclados. A maioria dos resíduos é de origem orgânica, que em
compostagem pode ser reaproveitada e transformada em adubo, e
reciclável, que deve ser devidamente separada para a coleta seletiva.
Todos os municípios têm que ter um plano de resíduos sólidos, os
planos municipais serão criados para ajudar os prefeitos e cidadãos a
descartar de forma correta o lixo.
Nesse contexto, a lei exige, a partir da sua regulamentação no prazo de dois anos, a elaboração
de planos de resíduos sólidos em âmbitos nacional, estadual e municipal que elimine os lixões,
apresentem metas gradativas de redução, reutilização e reciclagem, visando a minimização da
quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição no solo. O acesso aos recursos
da União direcionados à gestão dos resíduos sólidos dependerá da apresentação dos planos
acima mencionados.
4 METODOLOGIA
Para que se alcançassem o objetivo proposto, realizou-se um estudo de caso, exploratório e
observacional, de abordagem qualitativa.
O local da pesquisa foi o município de Viana, localizada no estado do Maranhão, sobre as
características do município estudado será relatado no capitulo do estudo de caso.
Antes de realizar o estudo de caso, foi feito uma visita ao local para verificar a disposição final
dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) de Viana - MA, na qual foram levantados dados sobre
as condições de um local apropriado para a destinação final de resíduos, onde então optou-se
por alguns critérios que poderiam ser utilizados como variáveis para a análise deste local. Vale
ressaltar que também foram tiradas fotos da cidade e verificado a rotina de coleta de resíduos
sólidos na mesma.
Para coleta de dados, buscou-se informações da cidade em questão, por meio de páginas
eletrônicas de órgãos institucionais como IBGE, Ministério das Cidades e a Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão – SEMA/MA, como população,
taxa de crescimento, área, economia, resíduos sólidos (peso específico, composição
gravimétrica, produção diária).
E em posse desses dados, foi proposto uma metodologia de destinação final dos resíduos
urbanos gerados no munícipio. Realizou-se também um estudo de cálculo de memória, para
estabelecer o volume e a geração de resíduos sólidos para os 10 anos de vida útil do aterro
sanitário.
Após os cálculos, foram selecionadas duas áreas, tendo como base os requisitos necessários
para a construção de um aterro sanitário dentro dos padrões legais e foram feitas comparações
e excluído uma delas a partir de critérios estabelecidos pela norma NBR 13896/97. Após esses
levantamentos, elaborou-se o dimensionamento do aterro sanitário seguindo as recomendações
da norma brasileira, onde em seguida foi elaborado um projeto, utilizando o software
Autocad 2014, da Autodesk.
Também foi feita uma pesquisa bibliográfica, onde foi realizado o levantamento do referencial
teórico, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa.
4.1 Local de Estudo
A pesquisa do presente trabalho será feita no Município de Viana/MA;
4.2 Coletas de dados
Coleta de dados serão fundamentadas em pesquisas no “saite” do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), livros, normas e apostilhas pertinentes ao assunto.
4.3 Materiais e metodos
Para desenvolvimento deste trabalho foi utilizado artigos cientifico, apostilas, análise de fotos,
projetos e livros pertinentes ao assunto.
5. RESULTADO E DISCUSSÕES
5.1 Coleta dados sobre o município de Viana/MA.
Este estudo foi desenvolvido no município de Viana, localizado na microrregião da Baixada
Maranhense, à margem direita do rio Turiaçu (Figura 6), compreendendo uma área de
2.308,1 km², uma população de aproximadamente 39.110 habitantes e uma densidade
demográfica de 16,94 habitantes/km² (IBGE, 2015).
Figura 6 – Mapa de Viana – MA
Fonte: Google Maps (2015).
Conforme o IBGE (2015) limita-se ao Norte com os municípios de Mirinzal e Serrano do
Maranhão; ao Sul com Pedro do Rosário e Araguanã a Leste com Pinheiro e Presidente
Sarney e a Oeste com Nova Olinda do Maranhão, Santa Luzia do Paruá, Turilândia e
Presidente Médici, conforme a figura 7.
Figura 7 – Mapa de Viana – MA
Fonte: IBGE (2015).
O município possui um sistema de escoamento superficial dos efluentes domésticos e pluviais
que são lançados em cursos d’águas permanentes. Além disso, a disposição final do lixo
urbano, não é feita adequadamente em um aterro sanitário.
De acordo aos dados da Confederação Nacional dos Municípios - CNM (2000), apenas
26,81% dos domicílios têm seus lixos coletados, enquanto 71,42% lançam seus dejetos
diretamente no solo ou os queimam 1,77% jogam o lixo em lagos ou outros destinos. Dessa
forma, a disposição final do lixo urbano e do esgotamento sanitário não atendem as
recomendações técnicas necessárias, pois não há tratamento do chorume, dos gases
produzidos pelos dejetos urbanos, nem dos efluentes domésticos e pluviais, como forma de
reduzir a contaminação dos solos, a poluição dos recursos naturais e a proliferação de vetores
de doenças de veiculação hídrica. Além disso, a coleta de lixo dos estabelecimentos de saúde
é acondicionada em vazadouros, juntamente com os demais resíduos urbanos, elevando o
risco de poluição dos recursos hídricos subterrâneos.
Segundo a Abrelpe (2012), de acordo com o município de São Luís a geração média de
resíduos sólidos por pessoa no Município de Viana - MA varia de 0,5 a 0,7, dependendo da
região (adotado 0,6 kg), com densidade média do lixo (0,7- tabelado) e y = peso especifico
do lixo = (0,8 ton/m³- tabelado). Diante dessas informações e variáveis definidas vamos
iniciar o memorial de cálculo.
Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos Lei 12305/12, os resíduos gerados por uma
cidade devem ser dispostos em aterros sanitários, mas em muitas cidades ainda se usam
formas muito inadequadas de disposição, como é o lixão.
No município pesquisado o sistema de coleta de lixo é terceirizado, que efetua seus serviços
em parceria com equipes da Secretaria Municipal de Urbanismo. No entanto, apesar de haver a
coleta do lixo, se presencia uma grande quantidade de entulhos despejado pelos próprios
populares nas ruas da cidade, tornando-as quase que intransitáveis, conforme está
demonstrada nas figuras 8 e 9.
Figuras 8 e 9 - Lixo doméstico encontrados nas ruas de Viana – MA.
Fonte: Os autores da pesquisa
Vale lembrar que existe também outro agravante da chegada das chuvas onde os lixos jogados
pelos moradores, são arrastados para os esgotos, causando entupimento dos mesmos, e por
inúmeras vezes, causando alagamentos e sérios riscos que a própria população, tornando-as
suscetíveis à contaminação por diversas doenças.
Assim, o cotidiano urbano por diversas vezes disfarça situações concretas de poluição, mas
não imperceptíveis. Mucelin e Bellini (2006) ressaltam que no conjunto urbano os fatores
apresentados pelo ambiente são influenciados, pela observação aguçada ou não de seus
moradores. Estes uma vez percebendo a relevância do meio ambiente, passam a estimular
a imagem ambiental positiva, determinando a formação das crenças e hábitos que irão
influenciar o uso dos bens naturais de maneira segura e correta.
No entanto, ocorre que, geralmente as atividades diárias condicionam o cidadão a não notar a
fragilidade do meio ambiente, logo também não percebem situações que possam gerar graves
impactos ambientais. Assim, casos de agressões ambientais: como poluição visual e disposição
inadequada de lixo refletem costumes habituais do cidadão urbano, que passa a conceber tais
circunstâncias como “naturais” (MUCELIN; BELLINI, 2006).
Diante do exposto, é relevante afirmar que o lixo doméstico tem uma parcela considerável no
tocante à poluição ambiental. Segundo dados do IBGE-2006 são mais de 225 mil toneladas de
resíduos domésticos gerados diariamente, apresentando as mais variadas origens que vão
desde lixos orgânicos (como restos de alimentos, café e fezes de animais), até os inorgânicos
(como plástico, metal, vidro) entre outros.
Quanto ao destino do lixo produzido em Santa Helena, observa que o mesmo não possui uma
destinação adequada, verifica-se que a maioria dos resíduos tem como destino, terrenos
baldios, sem o menor tratamento, como pode observa nas figuras 10,11, 12 e 13.
Figura 10 – Lixão do município de Viana – MA
Fonte: Os autores da pesquisa
Figura 11 - Urubus no lixão do município de Viana – MA
Fonte: Autores da pesquisa
Figura 12 – Animais (urubus) que ocupam o lixão
Fonte: Autores da pesquisa
Figura 13 – Entrada do lixão
Fonte: Autores da pesquisa
Na pesquisa, observou-se que o lixo doméstico do município de Viana – MA, são depositados,
nos chamados “lixões”, dados não muito diferentes de outros municípios brasileiros. O que se
percebe além da poluição visual é a presença de ratos, o mau cheiro constante e insetos.
Segundo dados do IBGE (2011) 50,8% dos municípios brasileiros, ainda utilizam lixões para
o destino final dos RSU. Ainda segundo a fonte, 89,3% dos municípios do Nordeste e 85,5%
do Norte destinam seus resíduos sólidos para estes lixões, onde não ocorre nenhum tipo de
tratamento. Na região Nordeste, os Estados mais atrasados neste sentido são Piauí (97,8%),
Maranhão (96,3%) e Alagoas (96,1%). No Sudeste (18,7%) e no Sul (15,8%) estes números são
menos alarmantes.
Nesse contexto, pela Política de Resíduos Sólidos, governos municipais deveriam ter
elaborado o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos até 02 de agosto de 2014, porém na
maioria dos municípios brasileiros, isso não ocorreu. Portanto, esse instrumento deve ser
compatível com a realidade local, contendo um diagnóstico acerca da situação dos resíduos, as
metas para redução e para reciclagem e o estabelecimento do fim dos lixões a céu aberto, bem
como a busca de soluções consorciadas com outros municípios. Vale ressaltar que a gestão de
resíduos é um fator importante na administração de um município, principalmente para
preservar a saúde pública (GOMES et al., 2013).
5.2 Alternativas locacionais para implantação de um aterro sanitário em Viana/MA;
Foi realizado um levantamento de possíveis áreas ideais para o aterro sanitário no município
de Viana.
Segundo Curty (2005) ao escolher uma nova área para instalação de aterro sanitário, além dos
aspectos ambientais é importante a verificação dos aspectos legais, econômicos, técnicos e
sociais, ou seja, o aterro deve minimizar o impacto ambiental e atender as condições do local,
estando de acordo com o zoneamento de região e a utilização por longo período com
necessidade mínima de obras para início de operação. O mesmo autor ressalta ainda que
Os principais condicionantes intervenientes na seleção da área para disposição a longo prazo de
resíduos são: Distância de transporte dos pontos geradores do resíduo ao aterro; Restrições
locais; Capacidade da área; Condições de acesso e trafegabilidade; Condições topográficas;
Disponibilidade de solos de recobrimento e proteção; Condições climatológicas; Condições
geológicas-geotécnicas e hidrogeológicas; Dados de infra-estrutura; Aproveitamento final da
área (CURTY, 2005, p. 13).
Vale ressaltar também que para a operação do projeto e aplicação do aterro, o mesmo dever
seguir a norma NBR 13896/97 - Aterros de resíduos não perigosos, além da aplicação dessa
norma é importante a consulta das seguintes NBR’s: NBR 8419 - Apresentação de projetos de
aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos - Procedimento NBR 10004 - Resíduos sólidos -
Classificação NBR 10007 - Amostragem de resíduos - Procedimento NBR 12988 - Líquidos
livres - Verificação em amostra de resíduos - Método de ensaio NBR 13895 - Construção de
poços de monitoramento e amostragem – Procedimento.
Diante do exposto, foram selecionadas os critérios de restrições referente aos aspectos sociais
e ambientais, consideradas para realização da proposta, sendo elas (Quadro 1):
Quadro 1 – Critérios de restrições utilizados para realização da escolha do terreno.
Critérios de restrições
1. Mapa de localização da atividade e do seu entorno com raio de 1.500m, a partir do
perímetro da área;
2. Fora da área de influência direta do manancial de abastecimento;
Critérios de restrições
3. 200m distante de rios e nascentes do perímetro da área;
4. 1500m de distância de núcleos populacionais, a partir do perímetro da área;
5. Deve ser observada a profundidade do lençol freático e tipologia de solo;
6. 300m de distância do perímetro da área de residências isoladas.
FONTE: Adaptado da norma NBR 13896/97
Nesse contexto, foram escolhidas e analisadas, duas áreas, conforme está demonstrado na
figura 14:
Figura 14 – Áreas escolhidas para a instalação do aterro sanitário em Viana – MA.
Fonte: Google Maps (2016).
Após a escolha das áreas, foi realizado um análise de critérios, conforme foi realizado no
estudo de Curty (2005), onde os critérios utilizados foram divididos em três grandes grupos:
técnicos, econômico-financeiros e político-sociais.
Portanto, a área escolhida para implantação do aterro sanitário deve atender o maior número
de critérios, portanto, para escolha os critérios foram analisados como "totalmente
atendido", o "atendido parcialmente através de obras" ou o "não atendido", conforme a tabela
3:
Tabela 3 – Características das áreas
CRITÉRIOS AREA
Área 1 Área 2
Proximidade do curso d’água N T
Proximidade a núcleos residenciais P T
Distância do lençol freático T T
Aquisição do terreno T T
Investimento em infra-estrutura P T
Vida útil mínima T T
Uso do solo T T
Permeabilidade do solo natural P T
Extensão da bacia de drenagem T T
Acesso a veículos pesados P P
Material de cobertura T T
Manutenção do sistema de drenagem T T
Distância ao centro de coleta T T
Legenda: T – atende integralmente; P – atende parcialmente; N – não atende. Fonte:
Quadro adaptado do estudo de Curty (2005).
Superando os critérios, ainda existiu outras dificuldades, sendo a negociação das áreas com os
proprietários e a oposição dos vizinhos os principais obstáculos para a escolha da área. Após
o mencionado, foi considerada a área ideal aquela obteve o maior número de pontos após a
aplicação dos pesos às prioridades e ao atendimento dos critérios, como pode observar na
tabela 4:
Tabela 4 – Pontuação das áreas
CRITÉRIOS
PONTOS DA
PRIORIDADE%
PONTOS DE ATENDIMENTO
ÁREA 1 % ÁREA 2 %
Proximidade a cursos d’água
Proximidade residências
Proximidades de aeroportos
100
100
100
100
100
100
100
100
100
CRITÉRIOS
PONTOS DA
PRIORIDADE
%
PONTOS DE ATENDIMENTO
ÁREA 1 % ÁREA 2 %
Distância do lençol freático
Distância da baixa renda pop.
Vias de acesso em baixa
Problemas com a população
Aquisição do terreno
Investimento em infraestrutura
Vida útil mínima
Uso do solo
Permeabilidade do solo
Extensão da bacia
Acesso a veículos pesados
Material de Cobertura Distância
do centro de coleta
100
100
80
80
80
60
60
40
40
40
30
30
30
100
50
70
60
100
70
100
80
100
100
50
100
50
100
80
100
80
100
100
100
100
100
100
80
90
90
ESCOLHA DA ÁREA FINAL
MEDIA
83,12%
95% Fonte: Quadro adaptado do estudo de Curty
(2005).
Portanto, analisando a pontuação final escolheu-se a Área 2 (Prox. a MA 106) para a
instalação do aterro sanitário, pois foi a área que mais atendeu aos critérios analisados com 95
%, apresentando maiores vantagens no dimensionamento geral.
5.3 Metodologia construtiva de aterro sanitário para o destino final de resíduos sólidos
urbanos do Município de Viana/MA;
Na busca pela resposta compararam-se os aspectos exigidos pelas leis, normas e diretrizes que
norteiam o tema com os aspectos físicos da região estudada. Superada esta etapa acerca dos
rigores legais, foi possível identificar uma área que fosse adequada e suficiente para atender ao
tempo de vida útil proposto, assim como o volume de RSU produzido neste prazo.
Vale ressaltar que a escolha pelo método de trincheira, se justifica pelo fato do município ser
pequeno e esse método ser ideal para estrutura que o local pode suprir.
Quanto à escolha do tipo do aterro sanitário, concluiu-se pelo tipo de trincheira (Figura 15),
levando-se em consideração a literatura pesquisada e as normas estabelecidas, onde pela
lógica e economia buscou-se o melhor tipo ao terreno em estudo. O dimensionamento da
célula inicial do aterro foi importante para certificar a congruência da área demarcada, e
definir que é suficiente para receber a produção municipal de RSU acumulado em 10 anos.
Figura 15 – Trincheira
Fonte: Curty (2005)
5.4 Dimensionamento de um aterro sanitário para o município de Santa Helena– MA;
5.4.1 Estimativa populacional para 10 anos
A quantificação da geração de resíduos sólidos urbanos é baseada em índices relacionados ao
número de habitantes atendidos pelo sistema de coleta e ao volume de resíduos gerados,
materializando a denominada produção per capita de resíduo. Esta produção representa a
quantidade de resíduos sólidos gerada por habitantes em um período de tempo específico.
Para calcular a quantidade de RSU gerados no município de Santa Helena, estão diretamente
relacionadas à sua população, utilizou-se a seguinte equação:
P = P0 (1 + i)n
Legenda: P = população de projeto, ou, do período de alcance de projeto
(hab.) P0= população do inicio de projeto (hab.)
i = taxa de crescimento populacional (%)
n = período de alcance de projeto (2010-
2000) P2000 = 30.860 habitantes
(estimativa IBGE); P2010= 39.110
habitantes (estimativa IBGE).
Aplicando a formula temos:
P2010 = P2000 (1 + i)n i
= 0,02 ou i = 2%
Após descoberta da taxa do índice de crescimento, calcula-se aumento o da população atual
(2015). Onde obtivemos uma população, atual, de 43.021 (quarenta e três mil e vinte e um
habitantes), como se pode observar na formula abaixo:
P2015 = P2010 (1 + i)n
P2015 = 43.021
Após encontrar o número de habitantes atual no município, foi realizado o cálculo de número
de habitantes daqui a 10 anos (2025), esse tempo está associado ao cálculo de
dimensionamento do aterro sanitário, que irá atender a demanda da população durante esse
período, como está demonstrado no cálculo abaixo:
P2025 = P2015 (1 + i)n
P2025 = 52.442,36
Portanto, o resultado do cálculo demostra que daqui a 10 anos (2025), a número de habitantes
será de aproximadamente 52.442,36 (cinquenta e dois mil e quatrocentos e quarenta e dois e
trinta e seis).
5.4.2 Volume de lixo gerado durante a vida útil do aterro sanitário
Após os cálculos do número de habitantes, calculou-se volume de lixo gerado durante a
vida útil do aterro sanitário foi adotado a seguinte formula:
Legenda: Vol = volume do
lixo
Vol = Lixo(ano) / y
Lixo (ano) = lixo gerado pela população durante 1
ano. y = peso especifico do lixo = 0,8 ton/m³
Após essa etapa realizou o dimensionamento do aterro sanitário, mas primeiramente foi
constituído o cálculo do volume total de lixo gerado e a área necessária para disposição final
dos RSU no município.
Volume de lixo gerado por dia
V= M/y
Legenda: V= volume do lixo diario
M= media da massa do lixo diário (28,56 – tabelado)
y= densidade média do lixo (0,7- tabelado)
V= 40,8 m³/dia, adotar 41 m³/dia
Volume gerado em 10 anos V10= V x
nº de dias x nº de anos V10= 143.310
m³
Legenda: V10 = volume em 10 anos de aterro
V= volume do lixo
diário n° de dias por
ano (365)
nº de anos de capacidade do aterro(10 anos).
Após do achado do volume total compactado em 10 anos de aterro, acrescentou-se sobre
esse valor 20% da camada de argila e areia, que corresponde à camada de cobertura do lixo.
Volume total gerado em 10 anos (lixo + argila + areia)
VT = V10 x 1,20
Legenda: VT = volume total do lixo gerado
V10 = volume em 10 anos de aterro compactado (lixo)
VT = 179.580 m³
Nesse contexto, no quadro 2 demonstra número de lixo gerado pela
população de Santa Helena – MA, conforme a taxa de crescimento populacional.
Quadro 2 – Tabela relacionada a taxa de crescimento populacional, o lixo gerado por dia e
ano, a geração de lixo por pessoa e seu volume ocupado por ano sem
compactação.
POPULAÇÃO
LIXO/DIA
GER/PES/DIA
ANO LIXO/ANO (TON) VOLUME (M³)
(HAB) (TON) (KG)
2015 43.021,00 25,81 0,6 9.421,60 11.777,00
2016 43.881,42 26,33 0,61 9.610,03 12.012,53
2017 44.759,05 26,86 0,62 9.802,23 12.252,78
2018 45.654,23 27,39 0,64 9.998,28 12.497,85
2019 46.567,31 27,94 0,65 10.198,24 12.747,80
2020 47.498,66 28,5 0,66 10.402,21 13.002,76
2021 48.448,63 29,07 0,68 10.610,25 13.262,81
2022 49.417,61 29,65 0,69 10.822,46 13.528,07
2023 50.405,96 30,24 0,7 11.038,90 13.798,62
2024 51.414,08 30,85 0,72 11.259,68 14.074,60
2025 52.442,36 31,47 0,73 11.484,88 14.356,10
MÉDIA 28,56 SOMA 114.648,76 143.310,95
Fonte: Autores da pesquisa.
5.4.3 Dimensões necessárias para construção do aterro sanitário
Área Transversal da Trincheira:
Ao calcular a área transversal da trincheira, foi encontrado o seguinte resultado:
A
T
= (Ls + Li)/2 x h
AT = 787, 5 m²
Legenda: AT = AREA TRANSVERSAL
h = Altura: 5 m (adotado)
Largura inferior (Li) = 150 m
(adotado) Largura superior (Ls) =
165 mCumpre lembrar que os
taludes: 1: 1,5 (a cada metro de
altura que o talude sobe ele
aumenta 1,5 metros de largura,
aumentando diretamente a área
superior do aterro).
Comprimento da Trincheira:
Já com relação ao cumprimento da trincheira, observou que o resultado foi de L=228,03,
adotar 230 m2.
Legenda: L = Comprimento
AT = Área transversal
VT = Volume total do aterro
VT = AT x L
L= 228,03, adotar 230 m²
Área superficial final da Trincheira:
O resultado da área superficial da trincheira foi de AS =40.425 m2.
AS = Ls x L
AS = 40.425 m², adotar 41.000 ou 4,1 hec
Legenda: AS = Área
superficial Ls =
Largura Superior L
= Comprimento
Após aplicação da formula abaixo, achou-se que área superficial final da
trincheira, seria de 5 hectares, como está demonstrado na figura 11.
A F = AS x 1,2
AF = 49.200 m², adotar 50.000 ou 5 hec
Figura 16 – Área superficial final da Trincheira
Fonte: Autores do estudo
Figura 17 – Vista superior da trincheira
Fonte: Autores do estudo
Cumpre lembrar que na construção de um aterro sanitário padronizado são necessárias
circulações extras, denominadas de circulações de apoio (guaritas, balanças rodoviárias,
prédio de administração, galpão, oficinas cobertas). Com isso admite – se um acréscimo de
20% área de construção do aterro.
5.4.4 Impermeabilização
Baseando-se no nosso aterro padronizado consistimos no conceito de confinar os resíduos por
barreiras impermeáveis, o que, consequentemente, protege os resíduos da entrada de líquidos
externos e o subsolo da infiltração dos percolados e gases provenientes do aterro
(VERTEMATTI, 2004). De modo geral, é empregado como material impermeabilizante,
elementos sintéticos, do tipo geomembrana PEAD.
A geomembrana é um dos tipos mais comuns de geossintéticos empregados em obras que
exijam a capacidade de prevenir ou bloquear a migração de fluidos, sejam eles líquidos ou
gases, para fora ou para dentro de um sistema. (VERTEMATTI, 2004). O mais utilizado em
aterros sanitários é o PEAD (polietileno de alta densidade), que atua como impermeabilizante
do solo, protegendo mananciais e o lençol freático. Vertematti (2004, p.20) cita: “Produto
bidimensional de baixíssima permeabilidade, composto predominantemente por materiais
termoplásticos, elastoméricos e asfálticos, utilizado para controle de fluxo e separação, nas
condições de solicitação”.
O Polietileno de Alta Densidade (PEAD) possui densidade 0,941 a 0,959 g/cm³, isso se dá
pela compactação das cadeias poliméricas, proporcionando alta resistência química, pela
dificuldade de permeabilidade dos líquidos, gases e vapores. Sua permeabilidade esta em torno
de 10¯¹² cm /s, ou seja, praticamente impermeável.
Figura 18 – Impermeabilização – Aterro
Classe I Fonte: VERTEMATTI (2004).
5.4.5 Drenagem
Também foi utilizado o método suíço, considerando o grau de complexidade, o procedimento
correto para a determinação da vazão de percolados é a medição direta (PADILHA, 2007).
Método suíço (Q):
K
4 a 7 0.5 a 0.25
> 7 0.25 a 0.15
�=K.�.��
/𝐭
�=K.�.��
/𝐭
�=1,266 x 10^-4 l/s
Legenda: Q = vazão média de líquidos percolados
(l/s); P = precipitação média anual (mm/ano);·.
A = área do aterro (m2);
t = tempo (s) (equivalente a 1 ano =
31.536.000); K = constante de compactação.
Considerando o comportamento dos líquidos percolados semelhantes ao de efluente de esgoto,
ou seja, velocidade igual a 0,60 m/s, segue abaixo o cálculo do diâmetro da tubulação dos
drenos.
Q = At x V
At = 0,21 m²
Legenda: Q = vazão média de líquidos percolados
(l/s); V = velocidade efluente de esgoto
At = área do tubo
formula:
Com a área encontrada, vamos calcular o diâmetro dos drenos, através da
At = π x d²/4
Legenda: d = diâmetro do tubo
π = 3,14
At = área do tubo
d = 0,52, adotar d = 0,60 m
Desta forma, as tubulações das linhas de drenagem principal terão diâmetros de 0,60m, sendo
implantadas com tubos de concreto de parede perfurada. Os drenos secundários da espinha de
peixe apresentam seção de 0,40 cm, segundo o livro de Manual de Aterro Sanitário. A fim de
evitar danos à geomembrana pelos materiais granulares dos drenos, estes foram projetados para
serem envoltos por geotêxtil não tecido.
Drenagem de Gases
A experiência brasileira tem demonstrado que tubulações de diâmetro de0,60m espaçadas a
uma distância e ntre 40 e 50m entre si, atendem plenamente à nossa realidade.
Figura 19 – Exemplo de drenos verticais de concreto
Fonte: ENGECORPS (1996 apud OLIVEIRA, 2002).
Figura 20 – Método escolhido
Fonte: ENGECORPS (1996 apud OLIVEIRA, 2002).
;
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