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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO GUILER OLIVEIRA GARCIA JUNIOR PROPOSTA DE MELHORIA DE LAYOUT PRODUTIVO UTILIZANDO SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL: ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA DO SETOR MOVELEIRO BELÉM 2012

Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

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Remodelagem do Layout Produtivo

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Page 1: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

GUILER OLIVEIRA GARCIA JUNIOR

PROPOSTA DE MELHORIA DE LAYOUT PRODUTIVO UTILIZANDO

SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL:

ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA DO SETOR MOVELEIRO

BELÉM

2012

Page 2: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

GUILER OLIVEIRA GARCIA JUNIOR

PROPOSTA DE MELHORIA DE LAYOUT PRODUTIVO UTILIZANDO

SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL:

ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA DO SETOR MOVELEIRO

Trabalho de conclusão de curso de graduação

apresentado ao instituto de ciências exatas da

Universidade da Amazônia como requisito para a

obtenção do grau de engenheiro de produção

Orientadora: Profª Dra. Yvelyne Bianca Iunes

Santos.

BELÉM

2012

Page 3: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) – Garcia Junior, Guiler Oliveira. Proposta de um Layout utilizando simulação: Estudo de caso em uma Indústria do Setor Moveleiro / Guiler Oliveira Garcia Junior; orientadora, Profª Dra. Yvelyne Bianca Iunes Santos. — 2012.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade da Amazônia, Curso De

Bacharelado em Engenharia de Produção, Belém, 2012.

1 . 2. Santos, Yvelyne Bianca Iunes, orient. II. Título.

Page 4: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

GUILER OLIVEIRA GARCIA JUNIOR

PROPOSTA DE MELHORIA DE LAYOUT PRODUTIVO UTILIZANDO

SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL:

ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA DO SETOR MOVELEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação

apresentado ao Instituto de Ciências Exatas da

Universidade da Amazônia como requisito para a

obtenção do grau de Engenheiro de Produção

orientador: Profª Dra. Yvelyne Bianca Iunes Santos.

Banca Examinadora

_____________________________________________

Prof. Dra. Yvelyne Bianca Iunes Santos

Orientador – UNAMA / UEPA

_________________________________________

Prof. M.Sc. André Clementino de Oliveira Santos

UNAMA / UEPA

_________________________________________

Prof. M.Sc. Beatriz Moreira Pancieri

UNAMA

Apresentado em: ____ / ____ / ____.

Conceito: ____________________

BELÉM

2012

Page 5: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

AGRADECIMENTOS

A Deus, por sempre iluminar o meu caminho.

Aos meus pais Guiler Garcia e Leonice Queiroz, por todo amor e dedicação que

sempre tiveram comigo que muitas vezes abdicaram de seus sonhos para mimar os meus, me

apoiando em todos os momentos e mostrando que sou capaz de chegar onde desejo. Meu

eterno agradecimento aos batalhadores que proporcionaram a realização desta conquista.

A minha irmã Thayanna Garcia por toda força, confiança, carinho, amor e

compreensão durante essa caminhada, por estar ao meu lado em todos os momentos de minha

vida. Ao meu sobrinho Mario Lucas por sempre me oferecer ‘‘ ajuda’’ para a realização deste

trabalho.

A Profª. Yvelyne Santos, orientadora de TCC, pela atenção, pelos conselhos e apoio

durante a realização deste trabalho.

Aos meus amigos, Luísa Ferreira e Kildren Pantoja pela ajuda técnica nos momentos

críticos na concepção deste trabalho.

A todos meus amigos e professores que direta ou indiretamente fizeram parte da minha

formação.

Jahknoow!

Muito obrigado!

Page 6: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

RESUMO

O presente trabalho tem como finalidade, desenvolver uma proposta de arranjo físico

(Layout) otimizado para uma indústria do setor moveleiro, no Estado do Pará, utilizando a

simulação computacional como metodologia aplicada. Esta pesquisa visa analisar o cenário

usado atualmente pela empresa na fabricação de seu produto de maior demanda. Os dados

foram coletados por meio de visitas técnicas, entrevistas, pesquisa documental, levantamento

fotográfico, mensuração dos espaços, equipamentos, máquinas, tempos e movimentos,

possibilitando o desenvolvimento e avaliação do modelo que reflete o processo produtivo com

o layout atual e a criação de três novos modelos de layouts visando à escolha de uma opção

mais otimizada. O software de simulação utilizado foi o Autocad Archicture que permitiu

avaliar tempo, espaço e produtividade do processo. Como resultado foi observado que o

layout atual pode ser modificado diminuindo o tempo, o espaço e aumentando a produtividade

da indústria, bem como ficou demonstrada que a utilização desta ferramenta pode ser muito

útil para auxiliar na tomada de decisão das estratégias a serem aplicadas pela empresa em

projetos envolvendo arranjo físico.

Palavras-chaves: Layout; Simulação; Otimização.

Page 7: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

ABSTRACT

This study aims at developing a proposal facility layout optimized to a company within

the furniture sector in the State of Pará, using computer simulation as a methodology. This

research aims at analyzing the currently scenario used by the company to manufacturing its high

demand products. The data were collected through technical visits, interviews, documentary

research, photographic survey, measuring the space, equipment, machinery, time and motion,

enabling the development and evaluation of a model that reflects the production process with the

current layout and the creation of three new layouts models aimed at choosing the most optimized.

The software used was Autocad Archicture that allowed assessment the time, space and

productivity process. As a result it was observed that the current layout can be modified by

decreasing the time, the space and increasing productivity and it was demonstrated that the use of

this tool can be very useful to assist in making strategies decisions to be applied by the company

in projects involving physical arrangement.

Keywords: Layout, Simulation, Optimization.

Page 8: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação das atividades primárias........................................................... 19

Tabela 2 - Classificação das atividades de apoio............................................................ 20

Tabela 3 - Lista de Produtos fabricados.......................................................................... 35

Tabela 4 - Produtos – Produção contínua....................................................................... 50

Tabela 5 - Classificação ABC......................................................................................... 50

Tabela 6 - Tempo de operação........................................................................................ 55

Tabela 7 - Tempos e Velocidade..................................................................................... 55

Tabela 8 - Estações de trabalho....................................................................................... 57

Tabela 9 - Configuração das estações............................................................................. 58

Tabela 10 - Relatório de resultados 1............................................................................... 62

Tabela 11 - Relatório de resultados 2................................................................................ 62

Tabela 12 - Indicadores – Tempo e Espaço percorrido..................................................... 63

Tabela 13 - Análise dos indicadores – Tempo, Espaço e Produtividade.......................... 64

Tabela 14 - Resultados – Proposta 1 – Marceneiro 1........................................................ 65

Tabela 15 - Resultados – Proposta 1 – Marceneiro 2........................................................ 66

Tabela 16 - Resultados – Proposta 2 – Marceneiro 1........................................................ 67

Tabela 17 - Resultados – Proposta 2 – Marceneiro 2........................................................ 68

Tabela 18 - Resultados – Proposta 3 – Marceneiro 1........................................................ 69

Tabela 19 - Resultados – Proposta 3 – Marceneiro 2........................................................ 69

Tabela 20 - Proposta 1 – Tempo ...................................................................................... 70

Tabela 21 - Proposta 2 – Tempo....................................................................................... 70

Tabela 22 - Proposta 3 – Tempo....................................................................................... 70

Tabela 23 - Proposta 1 – Espaço....................................................................................... 71

Tabela 24 - Proposta 2 – Espaço....................................................................................... 71

Tabela 25 - Proposta 3 – Espaço....................................................................................... 71

Tabela 26 - Proposta 1 – Produtividade............................................................................ 72

Tabela 27 - Proposta 2 – Produtividade............................................................................ 72

Tabela 28 - Proposta 3 – Produtividade............................................................................ 72

Page 9: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Curva ABC............................................................................................................51

Page 10: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo de layout posicional (Adaptado de DOBLAS, 2010)..................... 23

Figura 2 - Exemplo de layout por processo (Adaptado de DOBLAS, 2010)................. 23

Figura 3 - Exemplo de layout celular (Adaptado de DOBLAS, 2010).......................... 24

Figura 4 - Exemplo de layout por produto (Adaptado de DOBLAS, 2010).................. 25

Figura 5 - Fluxograma da construção do modelo do sistema......................................... 32

Figura 6 - Diagnóstico do setor produtivo...................................................................... 37

Figura 7 - Corredores obstruídos.................................................................................... 37

Figura 8 - Máquina 1 com defeito.................................................................................. 38

Figura 9 - Máquina 2 com defeito.................................................................................. 38

Figura 10 - Processos/Atividades...................................................................................... 39

Figura 11 - Estoque de madeira......................................................................................... 40

Figura 12 - Processo de Corte........................................................................................... 40

Figura 13 - Processo de Respingamento........................................................................... 41

Figura 14 - Estoque de madeira e painel.......................................................................... 41

Figura 15 - Local de Trabalho – Painel............................................................................ 42

Figura 16 - Esquadrejadeira............................................................................................... 42

Figura 17 - Desengrosso................................................................................................... 43

Figura 18 - Tupia.............................................................................................................. 43

Figura 19 - Furo 1.............................................................................................................. 44

Figura 20 - Furo 2.............................................................................................................. 44

Figura 21 - Local de trabalho Marceneiro 1...................................................................... 45

Figura 22 - Local de trabalho Marceneiro 2...................................................................... 45

Figura 23 - Lixadeira Elétrica............................................................................................ 46

Figura 24 - Pintura............................................................................................................. 46

Figura 25 - Secagem.......................................................................................................... 47

Figura 26 - Estoque final................................................................................................... 47

Figura 27 - Dimensionamento do layout 1........................................................................ 48

Figura 28 - Dimensionamento do layout 2........................................................................ 48

Figura 29 - Layout atual da empresa................................................................................. 49

Figura 30 - Fluxograma (Cadeira Real)............................................................................. 51

Figura 31 - Fluxograma (Cadeira Scarlat)......................................................................... 52

Page 11: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

Figura 32 - Fluxograma (Bicama Europa)......................................................................... 52

Figura 33 - Fluxograma (Mesa Treiller)........................................................................... 53

Figura 34 - Fluxograma (Mesa Scarlat)............................................................................ 53

Figura 35 - Fluxograma (Escrivaninha Europa)............................................................... 54

Figura 36 - Layout do Setor Produtivo............................................................................. 56

Figura 37 - Tela de criação do Produto............................................................................ 56

Figura 38 - Locais de estações de Trabalho...................................................................... 57

Figura 39 - Tela de criação e configuração das estações.................................................. 58

Figura 40 - Tela de criação e configuração de transporte................................................. 59

Figura 41 - Fluxo do Processo – Cadeira Real................................................................. 60

Figura 42 - Fluxo do Processo Marceneiro 1.................................................................... 60

Figura 43 - Fluxo do Processo Marceneiro 2.................................................................... 61

Figura 44 - Simulação do Fluxo Marceneiro 1................................................................. 61

Figura 45 - Simulação do Fluxo Marceneiro 2................................................................. 62

Figura 46 - Simulação da proposta 1 – Marceneiro 1....................................................... 65

Figura 47 - Simulação da proposta 1 – Marceneiro 2....................................................... 66

Figura 48 - Simulação da proposta 2- Marceneiro 1........................................................ 67

Figura 49 - Simulação da proposta 2 – Marceneiro 2....................................................... 67

Figura 50 - Simulação da proposta 3 – Marceneiro 1....................................................... 68

Figura 51 - Simulação da proposta 3 – Marceneiro 2....................................................... 69

Figura 52 - Proposta de layout escolhida.......................................................................... 73

Page 12: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................... 13

2. JUSTIFICATIVA........................................................................................................... 15

2.1 IMPORTÂNCIA DO LAYOUT...................................................................................... 15

2.2. SETOR MOVELEIRO.................................................................................................. 16

3. OBJETIVOS.................................................................................................................... 17

3.1. OBJETIVO GERAL...................................................................................................... 17

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................ 17

4. REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................... 17

4.1. LOGÍSTICA.................................................................................................................. 17

4.2. ARRANJO FÍSICO....................................................................................................... 21

4.2.1. Elaboração do arranjo físico.................................................................................... 21

4.2.2. Tipos de arranjo físico.............................................................................................. 22

4.2.2.1. Arranjo físico (layout) posicional............................................................................ 22

4.2.2.2. Arranjo físico (layout) por processo........................................................................ 23

4.2.2.3. Arranjo físico (layout) celular.................................................................................. 24

4.2.2.4. Arranjo físico (layout) por produto.......................................................................... 24

4.3. SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL............................................................................. 25

4.3.1. Vantagens do uso da simulação computacional..................................................... 26

4.3.2. Características de ferramenta de simulação computacional................................. 27

4.3.3. Factory Desing............................................................................................................ 27

5. METODOLOGIA........................................................................................................... 28

5.1. ETAPAS DA PESQUISA.............................................................................................. 28

5.1.1. Entrevista................................................................................................................... 28

5.1.2. Pesquisa documental................................................................................................. 29

5.1.3. Levantamento fotográfico......................................................................................... 29

5.1.4. Medição...................................................................................................................... 29

5.1.5. Análise de dados........................................................................................................ 29

5.1.5.1. Classificação ABC................................................................................................... 30

5.1.6. Simulação computacional......................................................................................... 31

5.1.6.1. Autocad Architecture................................................................................................ 31

5.1.6.2. Etapas da simulação computacional......................................................................... 32

6. ESTUDO DE CASO........................................................................................................ 35

Page 13: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

6.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA......................................................................... 35

6.2. DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DE CASO....................................................... 36

6.2.1. Diagnóstico do Setor Produtivo............................................................................... 36

6.2.2. Análise dos dados...................................................................................................... 49

6.2.2.1. Fluxograma de processos......................................................................................... 51

6.3. SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL............................................................................. 55

6.3.1. Cenário atual.............................................................................................................. 55

6.3.1.1. Criação do produto................................................................................................... 56

6.3.1.2. Criação e configuração das estações de trabalho..................................................... 57

6.3.1.3. Criação e configuração do transporte....................................................................... 59

6.3.1.4. Criação das rotas...................................................................................................... 59

6.3.1.5. Simulação................................................................................................................. 61

6.3.1.6. Análise do cenário atual........................................................................................... 62

7. CRIAÇÃO E SIMULAÇÃO DA PROPOSTA............................................................. 64

7.1. PRIMEIRA PROPOSTA............................................................................................... 65

7.2. SEGUNDA PROPOSTA............................................................................................... 66

7.3. TERCEIRA PROPOSTA............................................................................................... 68

8. ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................................................................... 69

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 74

ANEXO................................................................................................................................. 76

REFERENCIAS.................................................................................................................. 77

Page 14: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

13

1 INTRODUÇÃO

As organizações necessitam cada vez mais de sistemas altamente eficientes para

enfrentarem a grande competitividade imposta pelo mercado globalizado. As empresas

buscam retirar o máximo de rendimento dos seus recursos, bem como realizar novos

investimentos para ampliar sua presença no mercado (OLIVEIRA, 2007).

Uma das variáveis de competitividade organizacional é o Arranjo Físico Industrial

(Layout) dos equipamentos, cuja otimização torna o processo de fabricação mais ágil e

eficiente (MONTEIRO, 2004).

A organização do arranjo físico preocupa-se em buscar a melhor combinação entre

equipamentos e o homem com as fases do processo, de forma a permitir o máximo

rendimento das etapas envolvidas, através da menor distância e do menor tempo possível

(COUTINHO, 2006).

Ballou (2010) cita que o processo de movimentar está ligado à organização do sistema.

Nesta etapa da formulação do arranjo físico determinam-se as posições relativas entre as

diversas estações, tendo-se uma noção clara como funciona o fluxo de trabalho, já se pode

definir as localizações dos equipamentos e dos postos de trabalho.

Ao iniciar o processo de elaboração do layout de fábrica, considera-se necessária a

análise logística do sistema. Segundo Ballou (2010), entender o funcionamento do fluxo das

atividades e de informações é essencial para o desenvolvimento do processo, preocupando-se

em diminuir os tempos e as distâncias dos equipamentos e movimentações de forma eficiente,

com a finalidade de oferecer níveis de serviços adequados a um custo aceitável.

O estudo logístico é importante na fase de agrupamento das atividades que estão

relacionadas ao fluxo do sistema, administrando-as de forma coletiva para um melhor controle

e maior eficácia do processo produtivo. Nesta fase, destaca-se o manuseio de materiais, como

uma das atividades que trata da movimentação de matéria prima por toda a cadeia produtiva

(BALLOU, 2010).

O trabalho está estruturado em nove tópicos. Do primeiro ao terceiro são apresentadas

às considerações gerais, justificativa, objetivos geral e específicos e estruturação da pesquisa.

No tópico quatro é feito um levantamento bibliográfico a respeito dos principais

tópicos embasadores do trabalho, sendo estes, logística, arranjo físico e simulação

computacional.

No tópico cinco é descrita a metodologia aplicada no desenvolvimento do estudo.

Page 15: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

14

No tópico seis é apresentado o estudo de caso, investigando o atual cenário da

indústria, compreendendo a construção do modelo, sua simulação e análise. Foram modelados

novos cenários do processo produtivo da indústria com layouts modificados e por meio da

análise dos resultados é proposto o melhor layout a ser aplicado.

Finalmente, do sétimo tópico ao nono são apresentadas as conclusões e sugestões para

trabalhos os futuros.

Page 16: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

15

2 JUSTIFICATIVA

2.1 IMPORTÂNCIA DO LAYOUT

A escolha de um arranjo físico é uma decisão a ser tomada com muita prudência, por

ser um processo durável e que necessita de mais atenção quando sofre reformulação. Um

planejamento mal realizado pode ocasionar atrasos, insatisfação dos clientes e perdas

financeiras, entre outros problemas, tornando necessário um estudo para a organização do

novo processo (BÓSOLI, 2009). Assim, a elaboração de um layout, torna-se importante para

organização, pois no desenvolvimento desta etapa são tomadas decisões que afetam o

desempenho do processo produtivo.

De acordo com Slack (2008) colocado de forma simples, definir o arranjo físico é

decidir o posicionamento das instalações, máquinas, equipamentos e pessoal na produção.

Sendo assim, o layout é uma característica evidente da operação produtiva porque determina

sua forma, aparência e a maneira como materiais, informações e clientes fluem através da

operação. Então, o layout é uma operação produtiva que se preocupa com a localização física

dos recursos de transformação.

Um layout inadequado geralmente é responsável por problemas de produtividade na

empresa, tais como: local e condições físicas desfavoráveis para o trabalho, causando

insatisfação do funcionário; desorganização, provocando fluxo confuso do sistema; falta de

supervisão e manutenção do processo, entre outros. Portanto, para que esses e outros

problemas sejam solucionados corretamente tem-se que delimitar estratégias para a sua

organização.

De acordo com Bósoli (2009), a literatura apresenta diversos métodos e algoritmos

para desenvolvimento e análise de projeto de arranjo físico. No entanto, a escolha do melhor

arranjo físico é uma atividade difícil. O número de arranjos que podem ser formados com n

elementos pode chegar a n!. Alguns métodos poderiam levar dias para determinar o melhor

arranjo físico, dependendo do número de elementos que está sendo considerado. Segundo

Tiberti (2001), a simulação computacional poderia ser uma alternativa às empresas para

testarem, avaliarem e decidirem sobre a implantação do arranjo que melhor satisfaça seus

objetivos.

A simulação computacional é um processo em que um modelo de um sistema é

analisado digitalmente com o propósito de entender o seu comportamento, e planejar

estratégias para o seu melhoramento (CHWIF E MEDINA, 2006). Assim, testando vários

Page 17: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

16

cenários, podem-se prever custos e tempos dos processos, organização do fluxo de maneira

coerente e obter a criação de um layout otimizado e flexível.

Simular envolve a elaboração de um histórico do sistema e a observação e

manipulação do mesmo para estabelecer interferências que podem ser causadas num sistema

real, mudando-se suas variáveis e condições de operação (BANKS, 1998).

Na definição do conceito de simulação computacional, verifica-se que os conceitos de

sistema, modelo e de simulação estão intimamente relacionados. Na simulação

computacional, o modelo representa o objetivo de estudo (sistema real) enquanto que a

simulação, um método de análise (BARRÔNIO, 2000).

Segundo Kellner, Madach e Raffo (1998), o maior motivo para se criar um modelo de

simulação ou utilizar qualquer outro método de modelagem é que esta é a forma de menor

custo para se obter importantes resultados, quando os custos, os riscos ou a logística de

manipulação do sistema real são proibitivos. Os principais ganhos com a simulação são

obtidos com a identificação e eliminação de problemas e ineficiências, chegando até a

verificação da inviabilidade do projeto, antes da implantação.

2.2 SETOR MOVELEIRO

De acordo com Sarmanho (2012), o Estado do Pará é um dos maiores fornecedores de

madeira e produtos provenientes do seu beneficiamento, especialmente, em Paragominas, que

é localizada no Sudeste do Estado do Pará, onde se concentra o polo moveleiro da região. O

município de Belém é o principal consumidor de móveis do Estado, devido concentrar grande

população e de maior poder aquisitivo. A produção não só abastece o mercado paraense,

como outros Estados e países europeus.

Em 2005, o Estado do Pará se apresentava na sétima posição do ranking que diz

respeito às exportações de mobiliário para outros estados da federação. De acordo com uma

pesquisa realizada em 2008 pelo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas do Estado do Pará (SEBRAE-PA), que analisou mais de 800 empresas moveleiras

no estado nos principais municípios produtores de móveis no Pará, dentre os estados da região

norte do Brasil, no ano de 2008, o Pará, ocupou o primeiro lugar, com uma receita bruta de

R$ 100 milhões, por volta de 39% de todo o lucro proveniente destes polos moveleiros, que

gerou receita total de R$ 258 milhões.

Segundo dados coletados no PARACOMEX (2012), as indústrias moveleiras do

Estado produzem produtos usando diferentes tipos de madeiras e certificações. As empresas

Page 18: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

17

se preocupam em retirar o máximo proveito da matéria-prima disponível e otimizar o

processo produtivo. O nível tecnológico na industrialização da madeira está diretamente

ligado à capacidade de investimento. Em 2009, o setor de moveleiro do Estado, exportou no

período de janeiro à junho, o valor de US$ 1.937.978,00.

Diante dos fatos expostos, este trabalho propõe uma análise no desempenho do

processo produtivo utilizando técnicas de simulação computacional para diferentes cenários,

visando à escolha do arranjo físico mais otimizado para uma indústria do setor moveleiro no

Estado do Pará.

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Propor a melhoria do layout produtivo de uma indústria do setor moveleiro utilizando

como ferramenta técnicas de simulação computacional.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Modelar, simular e analisar o atual processo produtivo da indústria com o layout

existente;

Modelar novos cenários do processo produtivo da indústria com layouts modificados e

analisar os resultados;

Propor melhorias no layout a fim de otimizar o processo produtivo.

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 LOGÍSTICA

A competitividade de uma economia globalizada e a velocidade das mudanças não

permitem mais empresas amadoras no mercado. Destacam-se aquelas que conseguirem ser

mais eficientes e eficazes nos seus processos, se adiantando a possíveis problemas que possa a

vi enfrentar. Logo, o estudo logístico irá auxiliar a definir não somente sua permanência,

como o seu sucesso no mercado.

Page 19: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

18

O conceito de logística, para muitos, é considerado novo, apesar de suas aplicações

já serem desenvolvidas há bastante tempo, sem que o homem tivesse percepção disso. De

acordo com Alves (2009), a partir dos anos 80, a sua importância obteve maior abrangência,

quando as organizações perceberam que a integração das etapas contribuiria para a otimização

e redução de custos do processo.

Para Ballou (2010), a logística integra o estudo e o gerenciamento dos fluxos de bens

e serviços e da informação relacionada que os põe em movimento, com o intuito de prover

níveis de serviços desejados, no local certo, na hora exata e na condição desejada.

Segundo Pires (2004), a logística é o processo de planejar, programar e controlar a

eficácia do fluxo de matéria-prima e informações, desde a origem até o consumidor, com o

propósito de respeitar as exigências do cliente. Coelis (2006) ainda acrescenta que a logística

empresarial engloba todas as atividades de movimentação de produtos e transferência de

informações interligadas, a fim de aperfeiçoar cada um dos componentes isoladamente.

Alves (2009) afirma que as organizações precisam atuar de forma coerente,

atendendo ao cliente na oferta do produto ou serviço. Ressalta que qualidade, o preço e a

pontualidade na entrega passam a serem fatores decisivos na escolha.

Clientes mais instruídos exigem mais de seus fornecedores de bens e serviços, e com

isso, não aceitam esperar e nem pagar por produtos e ou serviços inadequados. Sendo assim,

pode-se afirmar que a logística contribui para o sucesso de uma organização, pois

disponibiliza o produto na hora da compra e atende as necessidades básicas dos clientes

(SPADA, 2007).

As principais atividades da logística são dividas em atividades primárias e de apoio.

Segundo Ballou (2010), as atividades primárias são atividades que contribuem com a maior

parcela do custo total da logística ou são fundamentais para o controle e o cumprimento da

tarefa. Também existe uma série de atividades adicionais que apoiam as atividades primárias,

as quais são conhecidas como atividades de apoio, identificadas e descritas nas Tabelas 1 e 2

respectivamente.

Page 20: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

19

Tabela 1– Classificação das atividades primárias

ATIVIDADES PRIMÁRIAIS

Classificação Descrição

Transportes

Para maioria das organizações é a atividade mais importante, pois

absorve cerca de um ou dois terços dos custos logísticos. É

essencial, já que é responsável pela movimentação da matéria-

prima ou dos produtos acabados.

Manutenção de estoque

Mantêm o equilíbrio entre a oferta e demanda, disponibilizando a

entrega imediata aos clientes. E responsável por

aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos.

Processamento de pedido

Atividade responsável pelo tempo necessário para levar bens e

serviços aos clientes. Inicializa a movimentação de produtos e a

entrega de serviços. Fonte: Baseado em Ballou (2010).

Page 21: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

20

Tabela 2– Classificação das atividades de apoio

ATIVIDADES DE APOIO

Classificação Descrição

Armazenagem É administração do espaço necessário para

manter o estoque.

Manuseio de materiais Diz respeito à movimentação do produto no

local da estocagem.

Embalagem de proteção

Auxilia na movimentação, para que não haja

danificações dos produtos, além de

considerar dimensões adequadas para um

melhor manuseio e armazenagem.

Obtenção

É a atividade que deixa o produto disponível

para o sistema logístico. Trata da seleção das

fontes de suprimento, das quantidades a

serem adquiridas, da programação de

compras e da forma pela qual o produto é

comprado.

Programação de produtos

Refere-se às quantidades agregadas que

devem ser produzidas e quando e onde

devem ser fabricadas.

Manutenção de informação

Trata-se de informações essenciais sobre os

custos e o desempenho para um correto

planejamento e controle logístico. Fonte: Baseado em Ballou (2010).

Portanto, a logística é interpretada como a integração, tanto da administração de

materiais como da distribuição física, agregando valor ao cliente e podendo alcançar a

diferenciação no mercado.

Diante do contexto, o planejamento logístico é fundamental na organização, pois a

eficiência será alcançada se o processo for visto como um todo, e não por etapas. A

organização sempre tem que ter uma visão abrangente, procurando os gargalos dos seus

processos e analisando possíveis melhorias sem prejudicar o restante do sistema.

Page 22: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

21

4.2 ARRANJO FÍSICO

As organizações estão cada vez mais preocupadas e investindo no desenvolvimento

do seu arranjo físico, também conhecido como layout. As instalações que se adaptam em

diversos cenários podem agregar vantagens contínuas para os seus proprietários

(MONTEIRO, 2004).

O layout de uma organização é o planejamento e a integração do fluxo dos

componentes de um produto, com o propósito de se obter uma comunicação mais eficiente e

econômica entre pessoas, equipamentos e materiais que se movimentam (CORRÊA, 2004).

Segundo Lee (2006), o uso das instalações industriais vem sendo exercida desde a

Idade Média, quando as oficinas serviam às necessidades dos artesãos para a fabricação de

armas ou selas. O mesmo autor ainda acrescenta que somente na metade do século XX, a

informação e o conhecimento começaram a predominar no processo, pois houvera um

crescimento na educação e habilidades da força de trabalho, fazendo com que as instalações

buscassem a otimização dos processos.

Segundo Diehl (2004) o layout elaborado de forma correta permite um caminho

rápido e eficaz, desde o início até a última etapa do processo, assim reduzindo o desperdício

em relação à movimentação de matérias primas ou produtos na planta fabril.

As instalações de uma empresa são consideradas perduráveis e com alto custo de

implantação, por isso que se apresenta como o maior componente do ativo no balanço

patrimonial. Assim, transformando-a em uma função essencial na integração do sistema

(LEE, 2006).

Para Villar (2004) o arranjo físico tem o objetivo de aumentar a satisfação do

funcionário em seu ambiente de trabalho; reduzir o tempo de manufatura e custos indiretos;

economizar espaço; integrar, proporcionando a obediência ao fluxo produtivo, evitando

interrupções, retrocessos e cruzamentos de processo.

4.2.1 Elaboração do arranjo físico

De acordo com Souza (2007), por ser uma atividade duradoura, o planejamento do

arranjo físico que condiz com as necessidades da empresa não é uma tarefa fácil, pois existem

inúmeras razões práticas consideradas decisivas no seu desenvolvimento.

Segundo Slack, Chambers e Johnston (2008), o obstáculo se encontra no tamanho

das dimensões físicas dos recursos. Um rearranjo pode interromper o funcionamento ou

Page 23: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

22

diminuir a produção, e se o mesmo estiver errado, pode vir a causar processos longos ou

confusos, inflexíveis, com altos custos e tempos desnecessários.

Conforme Bósoli (2009), devem-se respeitar os seguintes princípios básicos para a

elaboração de um projeto de arranjo físico:

Princípio da integração geral entre os centros de trabalho;

Princípio da mínima distância entre os centros;

Princípio do fluxo de produtos e informações;

Princípio do espaço físico;

Princípio da satisfação de fornecedores, trabalhadores e clientes;

Princípio da segurança do trabalho;

Princípio da flexibilidade.

A seguir, discutem-se alguns tipos básicos de arranjo físico a serem utilizados.

4.2.2 Tipos de arranjo físico

Chase (2006), Black (1998), Martins e Laugeni (2006), Slack, Chambers e Johnston

(2002) realizam a classificação em quatro tipos básicos de arranjos físicos, podendo ocorrer

uma combinação entre eles. Segundo esses autores, o arranjo físico pode ser classificado em:

4.2.2.1 Arranjo físico (layout) posicional:

Neste tipo de layout, o produto a ser trabalhado permanece fixo enquanto as

máquinas, equipamentos e trabalhadores movimentam-se ao seu redor. Geralmente, o

processo se desenvolve em uma área restrita e tem a característica de ser único.

Exemplos: Construção de navios e aviões.

Page 24: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

23

Figura 1- Exemplo de layout posicional

Fonte: Adaptado de DOBLAS (2010)

4.2.2.2 Arranjo físico (layout) por processo:

É aplicado em indústrias de transformação, caracterizado por uma grande variedade

de produtos e um baixo volume de produção. Neste tipo de layout todos os recursos

similares são mantidos juntos, assim resultando na criação de departamentos, onde

são executadas operações semelhantes. Exemplos: Hospitais e serviços de confecção

de moldes e ferramentas.

Figura 2- Exemplo de layout por processo

Fonte: Adaptado de DOBLAS (2010)

Page 25: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

24

4.2.2.3 Arranjo físico (layout) celular:

Neste tipo de layout os recursos são direcionados para uma operação, onde ocorrerão

várias etapas de se processamento. A celula concentra as operações, os recursos e os

processos para a realização da tarefa. Este tipo de arranjo também pode ser conhecido

como ilhas de produção. Exemplos: Lanchonete de supermercado e shopping de lojas de

fábrica.

Figura 3- Exemplo de layout celular

Fonte: Adaptado de DOBLAS (2010)

4.2.2.4 Arranjo físico (layout) por produto:

Neste layout, os equipamentos são colocados de acordo com a sequência de operações.

O material percorre o caminho previamente determinado pelo processo, logo havendo

um controle maior do fluxo produtivo. Caracteriza-se por existir um único produto

fabricado em grande quantidade. Exemplos: Indústrias montadoras e alimentícias.

Page 26: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

25

Figura 4- Exemplo de layout por produto

Fonte: Adaptado de DOBLAS (2010)

4.3 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

Segundo Silva (2005) a simulação utiliza modelos para representar uma instalação

real com o intuito de avaliar o comportamento destes sob diversas condições. Ferreira (2011)

acrescenta que pela possibilidade de uma visão mais clara e ampla do processo, podem-se

testar novas rotas, novos equipamentos, layout, etc. sem provocar a real aplicação dessas

modificações.

Interromper uma linha de produção para que se façam modificações em seu arranjo

físico com a intenção de realizar experimentos, causaria um custo elevado para a organização,

o que representa um ponto a favor ao uso da simulação computacional (PICCOINI, 1998). A

sua aplicação permite analisar diversos parâmetros simultaneamente do processo, onde

possibilita através do dinamismo da animação o aumento da sensibilidade sobre as propostas

elaboradas (MEIRELLES, 2009).

Carson (2004) sugere o uso da simulação como um método para experimentar,

avaliar e comparar o desempenho dos modelos, identificando problemas e suas causas para

um estudo do seu melhoramento.

A simulação computacional é uma ferramenta capaz de proporcionar resultados para

análises mais elaboradas a respeito da problemática do sistema, permitindo uma interpretação

mais abrangente do modelo (BRIGHENTI, 2006).

Page 27: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

26

O uso da simulação pode ser empregado em situações onde (STRACK, 1985):

Não há formulação matemática completa;

Não há um método analítico para a resolução do modelo matemático;

O resultado encontrado com o modelo computacional é mais fácil de ser obtido pela

simulação do que com a utilização do método analítico;

Não existe habilidade para a resolução do modelo matemático pelas técnicas analítica

ou numérica;

É necessário observar o funcionamento do processo e não é possível analisar sua real

operação;

Não é viável ou é muito difícil a experimentação real do sistema;

É necessário o estudo de longos períodos de tempo.

Brighenti (2006) relata que a principal causa da maioria dos trabalhos de simulação

mal sucedidos é a deficiência no conhecimento de um software específico e pessoas com

conhecimento de critérios a serem seguidos.

Segundo Carson (2004), para ter êxito no desenvolvimento do projeto, é preciso seguir

algumas fases:

Formulação do problema: Definição de objetivos e critérios que serão respeitados

durante o seu desenvolvimento;

Coleta dos dados: Coleta e análise das informações que servirão de parâmetros no

projeto;

Construção do modelo: Desenvolvimento do modelo, utilizando os parâmetros

coletados;

Simulação do modelo: simulação das propostas desenvolvidas;

Avaliação do modelo: comparação dos modelos e análise dos resultados.

4.3.1 Vantagens do uso da simulação computacional

Segundo Law e Kelton (2000), as vantagens da utilização da simulação

computacional:

Os sistemas complexos com elementos estocásticos que não conseguem ser descritos

por técnicas analíticas, por sua vez, tem a capacidade de ser estudado via simulação;

Dispõe de um maior controle sobre as condições experimentais do que na

experimentação real;

Page 28: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

27

Permite simular longos períodos em um tempo reduzido;

É mais econômico do que um experimento real.

4.3.2 Ferramentas de simulação computacional

Um software de simulação computacional adequado para estudos de layout deve

permitir a descrição e análise de um processo de produção. Deve existir aderência entre o

fluxograma que descreve o processo produtivo e o modelo de simulação, facilitando a

validação deste. É necessária a definição de um tempo padrão para cada uma das atividades –

operação/inspeções, esperas/armazenamentos e transporte. As esperas não necessariamente

possuem um tempo padrão, sendo resultado da formação de uma fila durante a execução da

simulação. Os modelos de simulação devem possibilitar o emprego de diferentes distribuições

de probabilidade para o intervalo de tempo de chegada entre peças, assim como a definição da

quantidade de peças por chegada (MEIRELLES, 2009).

Os softwares de simulação disponíveis atualmente possibilitam a simulação de

diferentes tipos de cenários com diversos objetivos. Os dois softwares mais conhecidos que

realizam este processo são o software Arena e o software Pro-Model. Neste estudo, o uso da

simulação computacional irá ser desenvolvido por uma nova ferramenta que realiza esse

processo, o software Factory Design.

4.3.3 Factory Desing

O software Factory Desing (Fábrica digital) foi planejado com a finalidade de ajudar

a elaborar a melhor solução em um arranjo físico de uma organização, permitindo a criação de

um protótipo digital da fábrica.

Segundo a Autodesk (2012) o programa fornece ferramentas de integração de

informações de layout 2D com modelos 3D de equipamentos de fábrica. Essas interações

ajudam as equipes de forma eficaz e precisa a tomar decisões antes de qualquer equipamento

seja instalado.

Factory Design Suíte (FDS) é fornecido pela mesma desenvolvedora do software

Autocad, a Autodesk, que já possui grande credibilidade neste segmento.

O Factory utiliza ferramentas específicas de trabalho paramétrico e um ambiente

para melhor projetar, aperfeiçoar e visualizar layouts de fábrica. Em relação à estratégia de

Page 29: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

28

reorganizar e solucionar os problemas encontrados em um arranjo físico, a ferramenta

escolhida desta suíte, será a AutoCAD Architecture.

O Autocad Architecture oferece flexibilidade para trabalhar no ambiente do Autocad

tradicional, se necessário, ou no espaço de trabalho do Architecture, onde são

disponibilizadas ferramentas e bibliotecas especificas direcionada para construção de fábricas

em 2D. O programa ainda permite a simulação para a escolha do melhor fluxo produtivo a ser

usado na empresa, calculando o tempo, custo e o espaço de cada processo. Logo, fornecendo

mais produtividade e métodos eficientes de criação de layouts.

5 METODOLOGIA

A presente pesquisa classifica-se como um estudo de caso, pois possui um caráter

exploratório, proporcionando mais familiaridade com o problema (GIL, 1991). Para isso, será

analisado o fluxo de recursos relacionados com a produção, onde se dará o uso de um

software de simulação computacional com a finalidade de apresentar uma proposta de um

layout otimizado.

A aplicação da metodologia proposta se fará possível através de visitas à unidade

fabril da empresa para tomar conhecimento dos processos que envolvem a criação dos

produtos. Estas verificações possibilitarão coletas de informações do setor produtivo em

questão.

O processo ocorrerá por meio de entrevistas, pesquisa documental, levantamento

fotográfico e medições. Deste modo, permitirá a análise do ambiente para ter uma melhor

compreensão e avaliação do espaço e das atividades com o propósito de conseguir um

diagnóstico inicial das características da organização.

Com a análise definida, será possível a aplicação das técnicas de simulação

computacional com o software da suíte Factory Design que irá possibilitar a comparação

entre os modelos gerados através dos indicadores de tempo, espaço e produtividade. Com

isso, determina-se a escolha da proposta otimizada e sugestões de melhorias a ser apresentada

a empresa.

5.1 ETAPAS DA PESQUISA

5.1.1 Entrevista

Page 30: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

29

Para esta pesquisa foram realizadas entrevistas com o proprietário, a gerente de

produção e os funcionários envolvidos no processo produtivo. Com o gestor e a gerente as

entrevistas foram a respeito das atividades administrativas da empresa, regiões atuantes,

portfólio dos produtos e interoperabilidade com o setor produtivo.

As entrevistas com os funcionários ocorreram no sentido de identificar as atividades

do sistema, detalhamento dos fluxos, conhecimento das especificações e restrições no

decorrer dos processos.

5.1.2 Pesquisa documental

Foram disponibilizadas as plantas fabris e os documentos que contém os registros da

produção. Esta planilha descreve as atividades diárias individual de cada funcionário. Através

desta pode-se calcular o produto que mais gera demanda a empresa.

5.1.3 Levantamento fotográfico

O levantamento fotográfico concentrou-se no setor produtivo para mostrar

detalhadamente as particularidades da empresa, como equipamentos, atividades, produtos e

organização do sistema.

5.1.4 Medição

O espaço físico, maquinários e equipamentos podem ser medidos e inseridos em um

software apropriado para arquitetura e engenharia, neste caso, utilizou-se o Autocad

Architecture, que se faz presente na suíte Factory Design, onde permitirá a construção do

layout atual e das propostas a serem desenvolvida pelo o estudo.

Serão cronometrados todos os tempos de cada etapa que envolve o fluxo dos

processos, além da velocidade que o funcionário leva para executa o procedimento. Essas

medições servirão como parâmetros para os cálculos da distância percorrida pelo funcionário

e o tempo para fabricação do produto, respectivamente.

5.1.5 Análise dos dados

Page 31: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

30

Terminado o processo de coleta dos dados, se inicia a fase de análise das informações

que envolvem todas as atividades relacionadas ao sistema. De tal modo, a permitir a criação

do diagnostico mais preciso para o desenvolvimento e planejamento do layout utilizado de

acordo com as características da empresa.

Será aplicada a técnica da classificação ABC dos produtos acabados em relação aos

dados obtidos pela pesquisa documental, no período de quatros meses, para evidenciar os

itens que mais geram demanda a empresa. Esta técnica de classificação é baseada na demanda

valorizada, onde o método leva em consideração o grau de importância dos itens em relação

às vendas. Além disso, é importante para o gerenciamento do estoque da empresa, já que

permite conhecer diretamente aqueles itens que possuem alto valor de venda, para que sejam

determinadas medidas mais eficazes para o seu controle.

5.1.5.1 Classificação ABC

De acordo com Ballou (2010), o conceito da curva ABC, estabelece coerência por

meio do nível de vendas, através da classificação dos produtos para definir quais devem

receber níveis de tratamentos logísticos diferenciados. A classificação ABC é baseada no

Princípio de Pareto ou regra 80-20, refere-se que 80% das vendas realizadas são responsáveis

por 20% de todos os tipos de itens estocados.

Este princípio foi observado por Vilfredo Pareto, em 1987 num estudo de renda e

riqueza, no qual foi observado que uma grande porcentagem de renda total se concentrava nas

mãos de uma pequena parcela da população, numa proporção de aproximadamente 80% e

20% (BALLOU, 2010).

Segundo Tubino (2000) para elaboração da classificação ABC, tem que ser seguido os

procedimentos abaixo:

Calcular da demanda valorizada de cada produtos ( custo unitário x demanda);

Classificar os itens em ordem decrescente pela demanda valorizada;

Calcular a demanda valorizada total dos itens;

Calcular as percentagens individual e acumulada de cada item da demanda valorizada

em relação à demanda valorizada total.

Classificar os itens na classe A, B, e C.

Classe A: alto consumo de recursos. Estima-se que 20% dos itens em estoque

correspondem 80% do valor em estoque.

Page 32: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

31

Classe B: itens com consumo de recursos intermediários. Estima-se que 30% dos

itens em estoque correspondem a 15% do valor em estoque.

Classe C: itens com baixo consumo de recursos. Estima-se que 50 % dos itens em

estoque correspondem a 5% do valor em estoque.

5.1.6 Simulação computacional

Após a aplicação das etapas descrita acima, os elementos estabelecidos serviram de

parâmetros para o software Autocad Architecture, com a finalidade de permitir a

esquematização e visualização do sistema atual utilizado pela empresa.

O software foi utilizado para criar, simular e avaliar o fluxo dos processos que

possibilitarão a comparação dos resultados e a definição da proposta de um layout otimizado

para empresa.

5.1.6.1 Autocad Architecture

O programa foi escolhido devido apresentar funcionalidades do software Autocad,

porém é voltado para arquitetos e engenheiros, já que possibilita o desenvolvimento dos

cenários através de ferramentas específicas para construção de layout de fábrica, além de

apresentar bibliotecas com conteúdo fabril que ajudarão na concepção do ambiente.

Este software usará os dados coletados para representar o modelo digitalmente e

realizará o processo de simulação do sistema, uma vez que forem definidos os locais e

configurações dos equipamentos, fluxos, produtos e demais variáveis inerente ao processo de

simulação.

Page 33: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

32

5.1.6.2 Etapas da construção do modelo no sistema

Figura 5- Fluxograma da construção do modelo do sistema

Fonte: Produção do autor, 2012.

Criação do layout atual

Na criação do layout utilizado pela empresa, se devem considerar os dados

mensurados do espaço físico, equipamentos, maquinários e as distâncias entre eles. Esses

dados foram obtidos por meio das visitas técnicas a empresa. Essa etapa determinará o espaço

percorrido pelo funcionário durante o processo de fabricação do produto que será analisado

através do uso da simulação computacional.

Criação do produto

Etapa de criação do produto que será usado no processo de simulação do fluxo

produtivo. Não possui nenhuma configuração, é responsável por iniciar a criação das rotas do

sistema e é essencial, pois sem este não há a aplicação do método.

Criação e configuração das estações de trabalho

No layout serão selecionadas as áreas e máquinas que participarão do processo, deste

modo são criadas as estações de trabalho que possibilitarão a criação da rota a ser seguida.

Criação e simulação das propostas

Análise do cenário atual

Simulação

Criação das rotas

Criação e configuração de transporte

Criação e configuração da estação de trabalho

Criação do produto

Criação do layout atual

Page 34: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

33

Cada estação deve ser configurada de acordo com os parâmetros que se pretendem analisar

através da simulação. Por esta etapa, pode-se calcular o tempo total do fluxo para fabricação

do produto acabado e o consumo de energia utilizado pelo processo.

São apresentados os seguintes parâmetros:

Tempo de setup: refere-se ao tempo de preparação dos equipamentos e maquinários

para iniciar a fabricação do produto;

Tempo do processo: é o tempo que o funcionário leva para executar a tarefa em uma

determinada atividade;

% uptime: é porcentagem do tempo que a atividade opera sem nenhuma ininterrupção;

Consumo de energia (KW): quantidade de energia elétrica utilizada por cada atividade

do processo;

Na simulação só será analisado o tempo total do fluxo, portanto o consumo de energia

não entrará no diagnostico do processo, usará o tempo padrão do software. Os tempos de

setup e de processo baseiam-se nas cronometragens realizadas por meio das visitas a empresa.

Criação e configuração de transporte

Criar e configurar o tipo de transporte que se pretende utilizar para a realização do

método. As configurações precisam ser definidas em relação ao que se deseja avaliar. O

transporte está relacionado com o cálculo do tempo total para fabricação do produto, do custo

e o tipo de fluxo.

Consideram-se as variáveis a seguir.

Criação do transporte: nome do transporte que será utilizado;

Velocidade de viagem: velocidade da maquina ou pessoa que transportará a matéria-

prima ou produto no fluxo produtivo. Apresenta uma lista de unidades que podem ser

trabalhadas. Unidades de medidas: pés (ft), polegadas (in), centímetros (cm) e metros

(m). E de tempo: segundos (sec), minutos (min) e horas (hr).

Taxa de custo: custo por unidade de tempo para do transporte escolhido.

Tempo de carga: tempo transcorrido para mover a matéria-prima ou produto da

estação para o transporte.

Tempo de descarga: tempo decorrido para mover a matéria-prima ou produto a partir

do modo de transporte para estação.

Page 35: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

34

Direção: possui duas opções para a escolha da direção. A unidirecional que é apenas

um fluxo e a bidirecional que são dois fluxos em funcionamento ao mesmo tempo no

sistema.

Como transporte tem relação com o cálculo do tempo total e do tipo de fluxo, levam-

se em consideração as variáveis, velocidade de viagem, tempo de carga, descarga e a direção.

Criação das rotas

Após a configuração das etapas 2, 3 e 4, inicia-se a criação do fluxo com a escolha

do produto e em seguida das estações a serem utilizadas, assim são criados os fluxos do

sistema. Através do fluxo é calculado o tempo, o espaço e o custo de cada processo de acordo

com variáveis configuradas.

Na criação das rotas só os cálculos do tempo e espaço terão importância nesta análise.

Simulação

Com as rotas definidas, já se pode realizar o processo de simulação do sistema. Serão

simulados os fluxos criados para a obtenção dos indicadores que serão relevantes para o

método.

É realizada a simulação do tempo, custos, consumo de energia e espaço, porém

apenas os indicadores de tempo e espaço se farão presente no processo, pois estes estão sendo

avaliados pelo o estudo.

Nesta etapa é gerado um relatório diretamente no Excel com os resultados obtidos

pelo uso da simulação. Podem ser escolhidos os indicadores a serem exibidos pelo sistema

e/ou relatório, o seu cálculo terá como base as configurações estabelecidas nas etapas

anteriores, além de ser possível a escolha das configurações das unidades de análise que se

desejam obter nesta simulação, mesmo que nas configurações dos parâmetros sejam

diferentes. Essa conversão é feito pelo programa. Unidades de comprimentos: Quilômetros,

metros, centímetros, milímetros, polegadas e pés. De tempo: Horas, minutos, segundos.

Análise do cenário

Análise dos resultados a partir do uso da simulação do cenário usado atualmente pela a

empresa, através do relatório gerado no Excel pelo software. Os indicadores de tempo e

Page 36: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

35

espaço serão avaliados e comparados com as propostas a serem geradas do desenvolvimento

deste estudo. Estes indicadores também servirão de base para o cálculo da produtividade

semanal do processo.

6 ESTUDO DE CASO

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A indústria a ser estudada atua no mercado moveleiro paraense há mais de 20 anos.

A fábrica está localizada no Distrito Industrial, no município de Ananindeua. Possui duas

lojas, uma loja no município de Castanhal e outra em Belém, onde é sua principal fonte

consumidora de seus produtos. O seu público-alvo abrange todas as classes sociais.

É voltada para fabricação e comercialização de moveis em madeira, cada produto

possui design específico de fabricação própria. Atualmente, são 56 itens contabilizados,

conforme a Tabela 3.

Tabela 3- Lista de produtos fabricados

1.      Aparador Ipê 20. Caxepô 39.      Home Europa2.      Aparador veneza 21. Comoda Conjugada 40.      Home Scarlat3.      Banqueta real ou ipê 22. Comoda Tav 41.      Home Tav4.      Bicama com gavetas 23. Criado Mudo Europa 42.      Mesa Atrativa5.      Bicama do Europa 24. Criado Mudo Thace 43.      Mesa Ipê6.      Bufê Cristal 25.      Cristaleira Tav 44.      Mesa QII 04 lugares7.      Bufê Veneza 26.      Cristaleira Veneza 45.      Mesa QII 06 lugares8.      Cadeira Arte 27.      Escriv. dakota c/ CPU 46.      Mesa Real 04 lug.9.      Cadeira Atual 28.      Escriv. dakota s/ CPU 47.      Mesa Real 06 lug.10.  Cadeira Ipê 29.  Escrivaninha Europa 48.      Mesa Scarlat11.  Cadeira Nova 30.  Escrivaninha Mace 49.  Mesa Tav 06 lugares12.  Cadeira QII 31.  Escrivaninha Real 50.  Mesa Treiller13.  Cadeira Real 32.  Gaveteiro Tv/Dvd 51.  Mod. Gaveteiro Dakota14.  Cadeira Scarlat 33.  Guarda-roupa 02 pts 52.  Mod. Superior15.  Cadeira Tav 34.  Guarda-roupa 03 pts 53.  Nincho Europa16.  Cadeira Treiller 35.  Guarda-roupa 04 pts 54.  Paneleiro17.  Cama casal Box 36.  Guarda-roupa Europa 55.  Porta-livros18.  Cama Casal Real 37.  Guarda-roupa Pt correr 220x200 56.  Puff19.  Cama casal Vazada 38.  Guarda-roupa Pt correr 22x150 Fonte: Produção do autor, 2012.

Page 37: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

36

A empresa, já chegou a oferecer aproximadamente 200 itens em seu portfólio, mas

devido a constantes mudanças de design dos produtos para acompanhar as tendências do

mercado pararam de ser fabricados. Seu processo produtivo é voltado para produção repetitiva

em lotes, com produtos padronizados e com alta variedade, há muitos itens produzidos apenas

sob encomenda. Como base de fabricação é utilizada madeira reaproveitada.

Considerou-se que o mix de produtos da empresa é extenso, com isso se faz

necessário uma listagem dos itens mais importante para empresa. De acordo com o

proprietário e a gerente de produção, a cadeira real, cadeira scarlat, bicama do europa, mesa

treiller, mesa scarlat e escrivaninha europa são os seus principais produtos de venda.

Entretanto, para ter-se um diagnóstico técnico será empregada à classificação ABC a fim de

evidenciar os produtos que mais geram demanda para empresa.

A política de estoque da empresa é feita através de métodos baseados na experiência.

Hoje, não existe nenhum estudo que estabeleça o quanto a empresa pode produzir, com isso, é

gerada instabilidade entre a demanda e a produção. Não há também classificação dos itens do

estoque. Há apenas, um registro mensal dos itens através de uma planilha feita pelo setor

administrativo no Excel.

No que diz respeito ao seu quadro funcional, efetivamente apresenta 18 funcionários,

que trabalham oito horas diárias e cinco dias por semana, sendo estes distribuídos por setores,

conforme o organograma em anexo (Anexo I).

Setor - Administrativo/financeiro: 4 funcionários

Setor – Produção: 12 funcionários

Setor – Entrega: 2 funcionários

A empresa encontra-se em processo de expansão de sua estrutura física, sendo este

novo projeto direcionado exclusivamente para móveis produzidos em material MDF.

6.2 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DE CASO

6.2.1 Diagnóstico do Setor Produtivo

O layout apresenta uma grande quantidade de serragens e sobras de materiais

espalhados por toda a fábrica. Os corredores que servem para a circulação estão

constantemente ocupados por pedaços de madeiras que poderiam ser reaproveitados, por

Page 38: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

37

produtos com defeitos e por produtos acabados que não podem ser estocados, já que o

depósito se encontra com o limite da capacidade permitida. Conforme a Figuras 6 e 7.

Figura 6 – Diagnóstico do setor produtivo

Fonte: Produção do autor, 2012.

Figura 7 – Corredores obstruídos

Fonte: Produção do autor, 2012.

O número de máquinas é consideravelmente alto em relação a um espaço físico que

possui áreas ociosas em sua organização. Há máquinas com defeitos, não podendo ser

utilizadas para acelerar o processo produtivo, já que nenhum técnico sabe dizer qual o

diagnóstico do problema em questão. Até especialistas de Portugal, país origem dos

maquinários, foram contratos, porém não obtiveram êxito na solução. Figuras 7 e 8.

Page 39: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

38

Figura 8 – Máquina 1 com defeito

Fonte: Produção do autor, 2012.

Figura 9 – Máquina 2 com defeito

Fonte: Produção do autor, 2012.

Deste modo, impossibilita a movimentação de pessoas e materiais, além de diminuir

os espaços produtivos e tornar um local mais favorável a acidentes. Recentemente, a gerente

de produção apresentou um plano para amenizar os problemas, no que diz respeito à limpeza

e organização do ambiente de trabalho. Porém, não foi implantado.

A empresa possui um layout deficiente, já que o mesmo não levou em consideração

nenhum método específico de planejamento para a sua criação. A disposição de máquinas,

pessoas e equipamentos foram definidos através da experiência do proprietário no ramo de

negocio.

Page 40: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

39

Na fábrica é predominante o arranjo físico por processos, já que as máquinas estão

organizadas de acordo com o tipo de processo que é executado e podem ser mudadas

rapidamente para novas operações. O sistema produtivo é em sua maioria comum a todos os

itens, uma vez que a base destes é o uso de madeira reaproveitada para confecção de painéis

que formarão a estrutura dos moveis.

Para fabricação dos painéis são necessários pedaços cortados e respigados em

tamanhos padrões de madeira reaproveitada, onde serão prensados para a sua formação. Após

a montagem dos painéis, verifica-se qual o produto a ser criado, pois o processo produtivo

possui padrões específicos de organização do fluxo dos produtos. Na Figura 10, são

apresentados os processos/atividades do setor produtivo.

Figura 10- Processos/Atividades

Fonte: Produção do autor, 2012.

Estoque de Madeira

Corte

Respigamento

Estoque de Madeira e Painel

Esquadrejamento

Bitolagem

Tupiamento

Furação

Marceneiro

Lixamento

Pintura

Secagem

Montagem Painel

Page 41: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

40

Estoque de madeira

Local onde ficam armazenadas as madeiras reaproveitadas.

Figura 11- Estoque de madeira

Fonte: Produção do autor, 2012.

Processo de Corte

O processo de corte é feito pela Destopadeira, os tamanhos seguem medidas

padronizadas determinadas pela empresa, que são de 30 cm, 40 cm e 60 cm.

Figura 12- Processo Corte

Fonte: Produção do autor, 2012. Processo de Respigamento

É realizado pela Respigadeira, onde é feito o processo para encaixe dos pedaços da

madeira com um tamanho padronizado de 2 cm. Essas peças vão ser armazenadas e

organizadas de acordo com seu tamanho.

Page 42: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

41

Figura 13- Processo Respigamento

Fonte: Produção do autor, 2012.

Estoque Madeira e Painel

Local de armazenagem dos pedaços de madeiras e painéis.

Figura 14- Estoque Madeira e painel

Fonte: Produção do autor, 2012.

Montagem do Painel

Local onde são prensadas as madeiras para montagem dos painéis

Page 43: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

42

Figura 15- Local de trabalho – Painel

Fonte: Produção do autor, 2012.

Processo de Esquadrejamento

É realizado pela esquadrejadeira, onde é feito o corte do painel da medida correta do

móvel.

Figura 16- Esquadrejadeira

Fonte: Produção do autor, 2012.

Processo de Bitolagem

O desengrosso é responsável por bitolar a madeira.

Page 44: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

43

Figura 17- Desengrosso

Fonte: Produção do autor, 2012.

Processo de Tupiamento

É o processo que realiza os rebaixos na madeira, ou seja, acabamentos diferenciados

nos produtos. Realizado pela Tupia.

Figura 18- Tupia

Fonte: Produção do autor, 2012.

Processo de Furação

Processo de furação das peças. Existem duas maquinas que realizam este processo,

diferenciam-se por produtos.

Page 45: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

44

Figura 19- Furo 1

Fonte: Produção do autor, 2012.

Figura 20- Furo 2

Fonte: Produção do autor, 2012

Marceneiro

O processo de fabricação dos moveis é realizados por duas equipes, cada uma com um

marceneiro e dois auxiliares.

Page 46: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

45

Figura 21- Local de trabalho Marceneiro 1

Fonte: Produção do autor, 2012. Figura 22- Local de trabalho Marceneiro 2

Fonte: Produção do autor, 2012.

Processo Lixamento

Local onde ocorre o processo de retiradas das imperfeições dos produtos, que é feito

pelas lixadeiras elétricas.

Page 47: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

46

Figura 23- Lixadeira elétrica

Fonte: Produção do autor, 2012.

Processo de Pintura

Local onde ocorre a pintura dos produtos. Este processo é feito duas vezes para todos

os itens.

Figura 24- Pintura

Fonte: Produção do autor, 2012.

Processo Secagem

Local onde ocorre a secagem dos produtos. Este processo é feito três vezes para cada

item. Sendo que os dois primeiros é a secagem do processo da pintura e o terceiro é a secagem

geral.

Page 48: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

47

Figura 25- Secagem

Fonte: Produção do autor, 2012.

Estoque de produtos acabados

Local onde ficam armazenados os produtos acabados.

Figura 26- Estoque final

Fonte: Produção do autor, 2012.

No espaço físico atual, foram realizadas as medições das dimensões de sua estrutura,

máquinas, equipamentos e distâncias entre elas. Inseridos no software, se tem mais clareza de

como é a organização do sistema produtivo da empresa. Conforme as Figuras 27,28 e 29.

Page 49: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

48

Figura 27- Dimensionamento do layout 1

Fonte: Produção do autor, 2012. Figura 28- Dimensionamento do layout 2

Fonte: Produção do autor, 2012.

Page 50: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

49

Figura 29- Layout atual da empresa

Fonte: Produção do autor, 2012. 1)Estoque de produtos acabados; 2)Pintura; 3)Lixamento; 4)Secagem; 5)Setor Administrativo; 6)Furação 1; 7)

Furação 2; 8)Desengrosso; 9)Marceneiro 2; 10)Tupia; 11)Marceneiro 2; 12)Esquadrejadeira; 13)Respigadeira;

14) Estoque de Madeira; 15) Destopadeira; 16)Estoque de Madeira e Painel; 17)Montagem Painel.

6.2.2 Análise dos dados

Para a aplicação do método ABC levou-se em consideração apenas os produtos que

possuem uma produção contínua, descritos na Tabela 4, deste modo foram excluídos da

análise os itens fabricados sob encomenda. Em virtude do resultado da aplicação do método

com dados obtidos através dos registros diários de produção, este diagnóstico focalizará nos

produtos classe A, pois são os itens que mais geram demanda para empresa. Observa-se a

aplicação do método na Tabela 5 e Gráfico 1.

Page 51: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

50

Tabela 4- Produtos – Produção contínua Item Produtos

1 Cadeira Real 2 Cadeira Scarlat 3 Bicama do Europa 4 Mesa Treiller 5 Mesa Scarlat 6 Escrivaninha Europa 7 Home Tav 8 Porta-livros 9 Nincho Europa

10 Escriv. dakota c/ CPU 11 Caxepô 12 Puff

Fonte: Produção do autor, 2012.

Tabela 5- Classificação ABC

Item Demanda Valor unitário Valor total % %

Acumulada Classe

1 122 R$ 106,00 R$ 12.932,00 16,28% 16% A

2 189 R$ 64,00 R$ 12.096,00 15,22% 32% A

3 28 R$ 425,52 R$ 11.914,56 15,00% 46% A

4 20 R$ 514,56 R$ 10.291,20 12,95% 59% A

5 16 R$ 441,41 R$ 7.062,56 8,89% 68% A

6 13 R$ 446,93 R$ 5.810,09 7,31% 76% A

7 14 R$ 362,19 R$ 5.070,66 6,38% 82% B

8 13 R$ 336,62 R$ 4.376,06 5,51% 88% B

9 23 R$ 156,37 R$ 3.596,51 4,53% 92% B

10 18 R$ 160,00 R$ 2.880,00 3,62% 96% C

11 43 R$ 48,00 R$ 2.064,00 2,60% 98% C

12 20 R$ 67,81 R$ 1.356,20 1,71% 100% C

Total R$ 79.449,84 100% Fonte: Produção do autor, 2012.

Page 52: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

51

Gráfico 1- Curva ABC

Fonte: Produção do autor, 2012.

6.2.2.1 Fluxograma de processos

Analisaram-se os fluxos dos processos dos produtos classe A, considerou que o início

dos fluxos se dá com o painel já montado. Conforme segue:

Tipo de produto: Cadeira Real

Figura 30- Fluxograma (Cadeira Real)

Fonte: Produção do autor, 2012.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0 5 10 15 20

Série1

Estoque

Esquadrejadeira

Desengrosso

Tupia Furo 1

Montagem

Lixamento

Pintura Secagem

Pintura

Secagem

Secagem Geral Estoque

Page 53: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

52

Tipo de produto: Cadeira Scarlat

Figura 31- Fluxograma (Cadeira Scarlat)

Fonte: Produção do autor, 2012.

Tipo de produto: Bicama do Europa

Figura 32 – Fluxograma (Bicama Europa)

Estoque

Esquadrejadeira

Desengrosso

Tupia Furo 1

Montagem

Lixamento

Pintura Secagem

Pintura

Secagem

Secagem Geral Estoque

Estoque

Esquadrejadeira

Furo 2

Montagem Tupia

Montagem

Lixamento

Pintura Secagem

Pintura

Secagem

Secagem geral Estoque

Page 54: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

53

Fonte: Produção do autor, 2012.

Tipo de produto: Mesa Treiller

Figura 33 – Fluxograma (Mesa Treiller)

Fonte: Produção do autor, 2012.

Tipo de produto: Mesa Scarlat

Figura 34 – Fluxograma (Mesa Scarlat)

Fonte: Produção do autor, 2012.

Estoque

Esquadrejadeira

Desengrosso

Tupia Montagem

Furo 2

Montagem

Lixamento Pintura

Secagem

Pintura

Secagem Secagem Geral

Estoque

Estoque

Esquadrejadeira

Desengrosso

Tupia Montagem

Furo 2

Montagem

Lixamento Pintura

Secagem

Pintura

Secagem Secagem Geral

Estoque

Page 55: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

54

Tipo de produto: Escrivaninha Europa

Figura 35 – Fluxograma (Escrivaninha Europa)

Fonte: Produção do autor, 2012.

O fluxo de produção da Cadeira Real apresenta atividades comuns aos outros produtos

da empresa, além de ser o item que mais gera demanda valorizada para mesma. Deste modo,

servirá como fluxo base do sistema a ser simulado. Foram cronometrados os tempos das

operações e a velocidade que funcionário leva para executar cada etapa do processo. Adotou-

se um tempo padrão para os dois funcionários. Observado nas Tabelas 6 e 7.

Estoque

Esquadrejadeira

Desengrosso

Tupia Montagem

Montagem

Lixamento

Pintura Secagem

Pintura

Secagem

Secagem Geral Estoque

Page 56: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

55

Tabela 6 – Tempo de operação

Operação Tempo (minutos)

Estoque Painel -

Esquadrejadeira 30

Desengrosso 10

Tupia 8

Furo 10

Montagem 40

Lixamento 60

Pintura 10

Secagem 30

Pintura 10

Secagem 30

Secagem geral 60

Estoque - Fonte: Produção do autor, 2012.

Tabela 7 – Tempos e Velocidade

Tempo de setup das operações Valor padrão de 1 minuto

% up time Valor padrão 99%

Tempo de carga Valor padrão de 0.5 minutos

Tempo de descarga Valor padrão de 0.5 minutos

Velocidade do funcionário Valor padrão de 100 pés/minuto Fonte: Produção do autor, 2012.

6.3 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

6.3.1 Cenário atual

Através dos dados obtidos pelas medições do espaço físico, equipamentos, máquinas e

as distâncias entre essas atividades, foram possíveis o desenvolvimento do cenário utilizado

atualmente. Essas medidas foram inseridas no software Autocad Architecture que possibilitou

a criação do modelo.

Page 57: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

56

No layout, isolou-se a área que ocorre o processo de fabricação do produto a ser

analisado para poder apresentar um diagnóstico mais coerente da organização do sistema.

Conforme a Figura 36.

Figura 36 - Layout do setor produtivo

Fonte: Produção do autor, 2012.

6.3.1.1 Criação do produto

O produto a ser analisado foi escolhido decorrente do uso da metodologia ABC que

por meio de sua classificação permitiu conhecer o item que gera a maior demanda para a

indústria. O produto que foi criado é a Cadeira Real, observado na Figura 37.

Figura 37 - Tela de Criação do produto

Fonte: Produção do autor, 2012

Page 58: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

57

6.3.1.2 Criação e configuração das estações de trabalho

Foram criadas as estações que participam do fluxo produtivo, estas definições foram

baseadas pelo fluxograma do processo da fabricação da cadeiral real e a sua localização no

layout fabril. Figura 38 e Tabela 8.

Figura 38 - Local de estações de trabalho

Fonte: Produção do autor, 2012.

Tabela 8 – Estações de trabalho

1. Marceneiro 4. Desengrosso 7. Lixamento 10. Pintura 2. Marceneiro 5. Tupia 8. Estoque Painel 11. Secagem 3.Esquadrejadeira 6. Furação 9. Estoque Final 12. Secagem Geral Fonte: Produção do autor, 2012.

As configurações das estações adotaram o tempo de processo e de setup padrão para

os dois funcionários que foram cronometrados durante as visitas a empresa, tempos estes

cronometrados em minutos. O % uptime foi fornecido pela gerente de produção e será usado

um padrão para todas as estações, de 99%. Como o consumo de energia não será calculado se

usa um tempo padrão fornecido pelo software, de 10. Figura 39 e Tabela 9.

As estações, estoque painel e estoque final não possuem configurações, já que são

apenas para armazenamentos de matéria-prima e produtos, respectivamente.

Page 59: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

58

Figura 39 – Tela de criação e configuração das estações

Fonte: Produção do autor, 2012.

Como limitação, o tempo é adotado como tempo médio e não probabilístico.

Tabela 9 – Configuração das estações

1. Nome Marceneiro 1 7. Nome Lixamento Tempo de setup (min) 1 Tempo de setup (min) 1 Tempo de processo (min) 40 Tempo de processo (min) 60 % uptime 99% % uptime 99% 2. Nome Marceneiro 2 8. Nome Estoque Painel Tempo de setup (min) 1 Tempo de setup (min) 0 Tempo de processo (min) 40 Tempo de processo (min) 0 % uptime 99% % uptime 0 3. Nome Esquadrejadeira 9. Nome Estoque Final Tempo de setup (min) 1 Tempo de setup (min) 0 Tempo de processo (min) 30 Tempo de processo (min) 0 % uptime 99% % uptime 0 4. Nome Desengrosso 10. Nome Pintura Tempo de setup (min) 1 Tempo de setup (min) 1 Tempo de processo (min) 10 Tempo de processo (min) 10 % uptime 99% % uptime 99% 5. Nome Tupia 11. Nome Secagem Tempo de setup (min) 1 Tempo de setup (min) 1 Tempo de processo (min) 8 Tempo de processo (min) 30 % uptime 99% % uptime 99% 6. Nome Furação 12. Nome Secagem Geral Tempo de setup (min) 1 Tempo de setup (min) 1 Tempo de processo (min) 10 Tempo de processo (min) 60 % uptime 99% % uptime 99% Fonte: Produção do autor, 2012.

Page 60: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

59

6.3.1.3 Criação e configuração do transporte

O meio de transporte a ser utilizado pelo uso da simulação para conduzir a matéria-

prima desde o início do processo até o produto acabado se fará através do funcionário, ou

seja, transporte humano.

A velocidade de viagem foi estabelecida pela contagem dos passos que o funcionário

realizava durante 1 minuto, adotou-se o padrão de 100 pés/min. Os tempos de carga e

descarga seguirá um padrão para todo o fluxo, o valor de 0.5 minutos. Valores baseados

durante a visita técnica a empresa. O processo apresenta um fluxo padronizado, portanto a

direção a ser escolhida é a unidirecional. A taxa de custo não será calculada nesta simulação,

então se usa o valor 0. Figura 40.

Figura 40 – Tela de criação e configuração de transporte

Fonte: Produção do autor, 2012.

6.3.1.4 Criação das rotas

A criação das rotas a serem utilizadas nesta simulação, se deu primeiramente pela a

escolha do produto, neste caso a cadeira real. Em seguida, foram selecionadas as estações que

fazem parte do processo produtivo em questão, que teve como referência o fluxograma obtido

durante o diagnóstico da indústria, Figura 41. Assim são criados os fluxos a serem simulados.

O sistema apresenta dois fluxos, pois a análise é feita pelos dois funcionários que realizam o

processo de fabricação dos produtos. Figuras 42 e 43.

Page 61: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

60

Figura 41 - Fluxo do processo – Cadeira Real

Fonte: Produção do autor, 2012.

Figura 42 - Fluxo do processo: Marceneiro 1.

Fonte: Produção do autor, 2012.

Secagem Geral

Secagem

Pintura

Secagem

Pintura

Lixamento

Marceneiro

Furação

Tupia

Desengrosso

Esquadrejadeira

Page 62: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

61

Figura 43 - Fluxo do processo: Marceneiro 2.

Fonte: Produção do autor, 2012.

6.3.1.5 Simulação

Com as rotas já determinadas, foi possível a simulação dos processos criados de

acordo com as configurações estabelecidas. A análise é configurada com as unidades de

metros e horas.

No sistema o indicador de tempo é o escolhido para ser visualizado durante este

processo. O relatório gerado no Excel vai permitir a avaliação e comparação dos resultados

dos indicadores de tempo e espaço percorrido de cada marceneiro. Nas Figuras 44 e 45 ocorre

a simulação do processo e nas Tabelas 11 e 12 as análises dos resultados, respectivamente.

Figura 44 - Simulação do fluxo: Marceneiro 1

Fonte: Produção do autor, 2012.

Page 63: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

62

Tabela 10 - Relatório de resultados 1

Analysis Results: Transportation Time: 05:20:08 hr Travel Distance: 122073.537 m

Fonte: Produção do autor, 2012.

Figura 45 - Simulação do fluxo: Marceneiro 2

Fonte: Produção do autor, 2012.

Tabela 11 - Relatório de resultados 2

Analysis Results: Transportation Time: 05:40:33 min Travel Distance: 153.151571 m

Fonte: Produção do autor, 2012.

6.3.1.6 Análise do cenário atual

O uso da simulação computacional permitiu o conhecimento das variáveis do atual

cenário utilizado pela empresa. Os indicadores de tempo e espaço de cada funcionário foram

calculados em relação aos parâmetros estabelecidos no software.

O indicador de tempo foi obtido através das configurações das estações de trabalho

que levou em consideração a velocidade do deslocamento do funcionário, o tempo de setup, o

tempo de processamento, o tempo de carga e descarga do produto e a porcentagem uptime de

cada equipamento.

O indicador de espaço foi calculado por meio da mensuração do fluxo percorrido

desde o estoque de painéis até seu estado de produto acabado no estoque final. O calculo se

baseou pelas medidas inseridas na criação do layout.

Page 64: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

63

A tabela 12 mostra os tempos e os espaços percorridos durante os fluxos do processo.

Os valores são arredondados para a análise mais precisa.

Tabela 12 – Indicadores – Tempo e Espaço percorrido Layout Atual Marceneiro 1 Marceneiro 2

Tempo 05h20min 05h40min

Espaço percorrido 122 m 153 m

Fonte: Produção do autor, 2012.

A partir dos valores dos indicadores de tempo e espaço, será calculada a produtividade

semanal da empresa. Este é o terceiro indicador que vai ser analisado e comparado pelo

estudo de caso. O encontro da produtividade vai ser através do método da regra de três

simples, em relação ao tempo que o funcionário leva para produzir o produto.

De acordo com Silveira (2012), a regra de três simples é o calculo utilizado para

resolver problemas que envolvem somente duas grandezas, que se classificam em diretamente

ou inversamente proporcionais. As grandezas são consideradas diretamente proporcionais

quando as mesmas crescem e diminuem juntas. E são inversamente proporcionais quando

uma grandeza aumenta e a outra diminui.

Para realizar o cálculo da produtividade semanal de cada funcionário por regra de três,

os valores em hora serão convertidos em minutos para ter mais precisão no resultado. Como

base, será adotado o tempo de horas trabalhadas semanalmente.

Na empresa são trabalhadas oito horas ao dia e cinco dias por semana. Multiplica o

número de horas trabalhadas diariamente pelo número de dias da semana. É achado o valor de

horas semanalmente. Assim, tem-se 40hs trabalhadas na semana por funcionário, que

correspondem a 2400 minutos.

Marceneiro 1.

Tempo total: 05h20min, transformando em minutos, o valor encontrado é de 320 min.

Ao calcular a produtividade do marceneiro 1, leva-se em consideração que o tempo de

processo de produção da cadeira é de 320 minutos. Para descobrir quantas cadeiras serão

produzidas em uma semana, equivalente a 2400 minutos, basta aplicar a regra de três. Assim,

tem-se que a produtividade semanalmente do marceneiro 1 é de sete cadeira e meia.

Page 65: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

64

Marceneiro 2

Para o encontro da produtividade semanal do segundo marceneiro, será adotado os

mesmo procedimento para o cálculo do marceneiro 1 obtendo-se a produtividade semanal de

sete cadeira.

A tabela 13 apresenta os indicadores analisados no processo de simulação, o tempo, o

espaço percorrido e a produtividade de cada funcionário. Destaca-se a diferença entre os

resultados obtidos.

Tabela 13 – Análise dos indicadores – Tempo, Espaço e Produtividade

Layout Atual Marceneiro 1 Marceneiro 2 ≠

Tempo 05h20min 05h40min 20min

Espaço percorrido 122 m 153 m 31 m

Produtividade (40hs) 7,5 7,1 0,4 Fonte: Produção do autor, 2012.

Com os indicadores tabelados, analisou-se que o marceneiro 1 por está localizado no

inicio do setor produtivo e mais próximo de algumas estações de trabalho apresenta um

tempo e espaço menores em relação ao marceneiro 2. Deste modo consegue terminar a

fabricação de um produto mais rápido que o marceneiro 2, por isso a sua produtividade é

maior.

7 CRIAÇÃO E SIMULAÇÃO DA PROPOSTA

Para o desenvolvimento e simulação das propostas, utilizará os mesmos

procedimentos de criação e configuração dos parâmetros atribuídos na simulação do cenário

atual da empresa. Entretanto, há restrições a serem seguidas na etapa inicial do processo.

Na criação dos layouts, as estações de Lixamento, Pintura, Secagem, Secagem Geral

e Estoque Final não podem ser modificados em relação ao seu posicionamento, pois segundo

a gerente de produção são locais que já se encontram adaptados para o desenvolvimento

dessas atividades.

Serão levadas em consideração as áreas ociosas da empresa através da análise do setor

produtivo para que sejam realizadas digitalmente as modificações desenvolvidas no software,

assim gerar as propostas de layouts para a escolha do mais otimizado.

Page 66: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

65

7.1 PRIMEIRA PROPOSTA

Na proposta em questão, foi criado um local para o estoque apenas dos painéis, já que

os mesmos encontram-se armazenados juntos com pedaços cortados de madeira que são

responsáveis pela sua montagem. A área deste estoque tem a dimensão de 5 metros de

comprimento por 4 metros de largura. Esta nova estação ficaria no lugar do marceneiro 2,

para ficar próximo do seu local de montagem, facilitando o seu transporte.

Os dois marceneiros foram posicionados na mesma direção, um do lado direito e outro

do esquerdo do layout para dividirem o espaço a sua frente. As estações, esquadrejadeira,

desengrosso, tupia e furações sofreram alterações em seu posicionamento, o objetivo desta

organização é equilibrar o espaço e o fluxo entre os dois marceneiros. Figura 46 e 47, Tabelas

14 e 15.

Figura 46 – Simulação proposta 1 – Marceneiro 1

Fonte: Produção do autor, 2012.

Tabela 14 – Resultados – Proposta 1 - Marceneiro 1

Analysis Results: Transportation Time: 05:07:59 hr Travel Distance: 103.609371 m

Fonte: Produção do autor, 2012.

Page 67: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

66

Figura 47 - Simulação da proposta 1- Marceneiro 2

Fonte: Produção do autor, 2012.

Tabela 15 – Resultados – Proposta 1 - Marceneiro 2

Analysis Results: Transportation Time: 05:01:39 hr Travel Distance: 93.779133 m

Fonte: Produção do autor, 2012.

7.2 SEGUNDA PROPOSTA

Nesta proposta estabeleceu-se que os dois marceneiros se concentrariam ao lado

direito do layout para ficarem mais próximas das áreas que não podem ser modificadas. As

estações esquadrejadeira, desengrosso, tupia e furações foram posicionadas em forma de U

com a intenção de amenizar os cruzamentos entre o fluxo.

Foi criado um novo local para armazenar os painéis, este estoque também possui 4

metros de comprimento e 5 metros de largura, o local estratégico entre os marceneiros é para

diminuir o espaço percorrido logo no início do processo. A proposta baseou-se no marceneiro

1, já que o mesmo obteve indicadores menores na simulação do cenário atual da empresa.

Figuras 48 e 49, Tabelas 16 e 17.

Page 68: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

67

Figura 48 - - Simulação da proposta 2- Marceneiro 1

Fonte: Produção do autor, 2012.

Tabela 16 - Resultados – Proposta 2 - Marceneiro 1

Analysis Results: Transportation Time: 05:01:33 hr Travel Distance: 93.738095 m

Fonte: Produção do autor, 2012.

Figura 49 - Simulação da proposta 2- Marceneiro 2

Fonte: Produção do autor, 2012.

Page 69: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

68

Tabela 17 - Resultados – Proposta 2 - Marceneiro 2

Analysis Results: Transportation Time: 05:10:23 hr Travel Distance: 107.111948 m

Fonte: Produção do autor, 2012.

7.3 TERCEIRA PROPOSTA

Esta proposta estabeleceu um fluxo mais limpo ao sistema, sem cruzamentos nas

estações que realizam o processo bruto do produto, ou seja, a esquadrejadeira, desengrosso,

tupia e furações. Só as operações que não podem ser modificadas apresentam cruzamento,

devido esta restrição. A localização dos marceneiros também foi baseada através dos

indicadores da análise do cenário atual da empresa, assim os dois foram posicionados um ao

lado do outro.

Na terceira proposta também houve a criação de um novo local para estocagem

somente dos painéis, a localização é a mesma que foi determinada na proposta 1, próxima da

área de sua montagem que facilitará o seu manuseio, além de possuir as mesmas dimensões.

Figuras 50 e 51, Tabelas 18 e 19.

Figura 50 - Simulação da proposta 3- Marceneiro 1

Fonte: Produção do autor, 2012.

Page 70: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

69

Tabela 18 - Resultados – Proposta 3 - Marceneiro 1

Analysis Results: Transportation Time: 04:59:15 hr Travel Distance: 89.374411 m

Fonte: Produção do autor, 2012.

Figura 51 - Simulação da proposta 3- Marceneiro 2

Fonte: Produção do autor, 2012.

Tabela 19 - Resultados – Proposta 3 - Marceneiro 2

Analysis Results: Transportation Time: 05:01:25 hr Travel Distance: 96.925661 m

Fonte: Produção do autor, 2012.

8 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Após realizar a simulação das propostas que possibilitou o encontro dos indicadores de

tempo e espaço de cada uma, podem ser calculadas as produtividades pela metodologia da

regra de três simples, apresentada na análise anterior.

A seguir, são tabelados os indicadores de tempo, espaço e produtividade de cada

proposta, permitindo fazer a avaliação e a comparação dos resultados em relação à simulação

do cenário atual da indústria.

Page 71: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

70

Indicador: Tempo

Tabela 20 - Proposta 1 - Tempo

Tempo Layout atual Proposta 1 Redução

Marceneiro 1 05h20min 05h08min 12min

Marceneiro 2 05h40min 05h02min 38min

Diferença 20min 6min 14min

Fonte: Produção do autor, 2012.

A proposta mostrou a redução de 12 minutos no tempo do marceneiro 1 e 38 minutos

no marceneiro 2, em relação a diferença entre os funcionários teve uma diminuição de 14

minutos ao processo.

Tabela 21 - Proposta 2 - Tempo

Tempo Layout atual Proposta 2 Redução

Marceneiro 1 05h20min 05h01min 19min

Marceneiro 2 05h40min 05h10min 30min

Diferença 20min 9min 11min

Fonte: Produção do autor, 2012.

A segunda proposta apresentou a redução de 19 minutos na execução do fluxo ao

marceneiro 1 e 30 minutos ao marceneiro 2. Sua diferença caiu 11 minutos.

Tabela 22 - Proposta 3 - Tempo

Tempo Layout atual Proposta 3 Redução

Marceneiro 1 05h20min 04h59min 21min

Marceneiro 2 05h40min 05h01min 39min

Diferença 20min 2min 18min

Fonte: Produção do autor, 2012.

Esta proposta reduziu o tempo do marceneiro 1 em 21 minutos e do marceneiro 2 em

39 minutos. A diferença entre o tempo de execução diminuiu 18 minutos.

Page 72: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

71

Indicador: Espaço

Tabela 23 - Proposta 1 - Espaço

Espaço Layout atual Proposta 1 Redução

Marceneiro 1 122m 102m 20m

Marceneiro 2 153m 94m 59m

Diferença 31m 8m 23

Fonte: Produção do autor, 2012.

O marceneiro 1 teve uma redução de 20 metros e o marceneiro 2 de 59 metros em seu

espaço percorrido p realização do fluxo. A diferença entre eles diminui 23 metros.

Tabela 24 - Proposta 2 - Espaço

Espaço Layout atual Proposta 2 Redução

Marceneiro 1 122m 94m 28m

Marceneiro 2 153m 107m 46m

Diferença 31m 13m 18m

Fonte: Produção do autor, 2012.

A análise mostrou que o marceneiro 1 teve seu tempo reduzido em 28 metros e o

marceneiro 2 em 46 metros para a execução do processo. Sua diferença caiu 18 metros.

Tabela 25 - Proposta 3 - Espaço

Espaço Layout atual Proposta 3 Redução

Marceneiro 1 122m 89m 33m

Marceneiro 2 153m 96m 57m

Diferença 31m 7m 24m

Fonte: Produção do autor, 2012.

A proposta 3 exibiu uma queda de 33 metros em relação ao percurso do marceneiro 1

e 57 metros ao marceneiro 2. A diferença entre os funcionários reduziu 24 metros.

Page 73: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

72

Indicador: Produtividade

Tabela 26 - Proposta 1 - Produtividade

Produtividade (40hs) Layout atual Proposta 1 Aumento %

Marceneiro 1 7,5 7,8 0,75%

Marceneiro 2 7,1 7,9 2%

Diferença 0,4 0,1 -

Fonte: Produção do autor, 2012.

A primeira proposta apresentou um ganho na produtividade de 0,75% ao marceneiro 1

e 2% ao marceneiro 2. Diferença entre os dois funcionários caiu de 0,4 para 0,1.

Tabela 27 - Proposta 2 - Produtividade

Produtividade (40hs) Layout atual Proposta 2 Aumento

Marceneiro 1 7,5 8 1,25%

Marceneiro 2 7,1 7,7 1,5%

Diferença 0,4 0,3 -

Fonte: Produção do autor, 2012.

A proposta mostrou um aumento de 1,25% na produtividade do marceneiro 1 e de

1,5% ao marceneiro 2. E a diferença entre eles passou de 0,4 a 0,3.

Tabela 28 - Proposta 3 - Produtividade

Produtividade (40hs) Layout atual Proposta 3 Aumento

Marceneiro 1 7,5 8 1,25%

Marceneiro 2 7,1 8 2,25%

Diferença 0,4 0 -

Fonte: Produção do autor, 2012.

A terceira proposta revelou um aumento de 1,25% na produtividade do marceneiro 1 e

2,25% no marceneiro 2. A diferença caiu de 0,4 para 0.

Page 74: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

73

Com os resultados avaliados e comparados com o layout atual, a proposta 3 foi a

escolhida, pois obteve o menor tempo na realização dos fluxos do processo, no espaço

percorrido e aumento na produtividade.

Diminuiu o tempo do marceneiro 1 em 21 minutos e do marceneiro 2 em 39

minutos, deste modo a diferença entre os tempos produtivos caiu de 20 minutos para apenas 2

minutos. Em relação ao espaço, a diferença entre os fluxos diminuiu 24 metros, de 33 para 7

metros. O marceneiro 1 percorria 122 metros para a realização do processo com a diminuição

de 33 metros passa a percorrer apenas 89 metros e o marceneiro 2 de 153 metros para 96

metros, diferença de 57 metros.

A proposta foi à única que apresentou resultado significativo do aumento da

produtividade semanal, o marceneiro 1 em 1,25% e o marceneiro 2 de 2,25%, ou seja,

passaram de 7 a 8 produtos a serem fabricados semanalmente.

Figura 52 – Proposta de layout escolhida

Fonte: Produção do autor, 2012. Legenda: 1)Estoque Final; 2)Lixamento; 3)Pintura; 4)Administração; 5)Secagem; 6)Marceneiro 1; 7) Furação 1; 8) Marceneiro 2; 9) Furação 1; 10) Tupia; 11) Desengrosso; 12) Esquadrejadeira; 13) Estoque Painel; 14) Estoque Madeira; 15) Respigadeira 16) Destopadeira; 17) Estoque de Madeira cortada; 18) Montagem Painel.

Page 75: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

74

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho foi propor um layout otimizado para uma indústria do setor

moveleiro no Estado do Pará, através do uso da simulação computacional, que a partir deste,

verificou-se a importância da ferramenta como apoio para tomada de decisão, pois chegou-se

a conclusão que tal mecanismo respondeu à questão da pesquisa.

A ferramenta permitiu a criação do modelo utilizado pela a indústria. Por meio das visitas

realizadas periodicamente foram coletadas as informações necessárias para o

desenvolvimento da simulação. Pôde-se concluir que o espaço físico da empresa apresentava

um layout deficiente, uma vez que sua elaboração foi baseada em métodos empíricos. Os

resultados foram obtidos pelos relatórios gerados no Excel. A análise possibilitou o encontro e

a comparação dos indicadores de tempo, espaço e produtividade dos dois funcionários que

executam o processo.

Com a definição do diagnóstico do modelo atual da empresa, foram desenvolvidas

propostas de layouts a serem avaliadas digitalmente pelo software Autocad Architecture.

Considerou-se a ociosidade de áreas observadas pela análise do setor produtivo. Foi

estabelecida a criação de três propostas que utilizaram os mesmos procedimentos da

construção e configuração dos parâmetros da simulação do modelo atual, porém houve

algumas restrições a serem seguidas em relação ao posicionamento de estações que não

poderiam ter o seu local modificado.

O modelo proposto pelo estudo foi elaborado visando à otimização do processo

produtivo. Os resultados da simulação diminuíram os tempos para a realização dos fluxos

executados pelos dois funcionários, a redução dos espaços percorridos durante o processo e o

aumento da produtividade semanal da indústria. Constatou-se que o estudo de simulação com

a utilização desta ferramenta proporciona grandes vantagens à medida que nos permite

analisar o processo sem interferir no mesmo.

Como forma de contribuir para o melhoramento da empresa da indústria, alguns pontos

importantes foram percebidos durante a análise do sistema, são aqui sugeridos:

Criar um plano de manutenção preventiva dos maquinários e equipamentos, pois a

maioria possuem mais de 8 anos de uso e a empresa somente apresenta um programa

de manutenção corretiva.

Implantar o plano de organização e limpeza no ambiente de trabalho criado pela

gerente de produção. Será necessário à colaboração dos funcionários para a limpeza e

organização diária de seu local de trabalho e o auxílio da gerência no sentido de

Page 76: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

75

motivar esse procedimento. Este plano auxiliará na desocupação dos corredores da

fábrica.

Criar um projeto de sinalização da fábrica, cujo sua principal função é indicar onde

ficam os setores para facilitar o acesso e a coordenação dos fluxos de pessoas e

matéria-prima.

Determinar um estudo da capacidade produtiva da empresa, já que a mesma é

realizada baseada na experiência do proprietário.

Criar um politica de gestão de estoque, assim a empresa vai ter conhecimento dos

produtos que mais geram custo e que precisam de maior atenção no controle da

produção.

Sugestões para trabalhos futuros:

Estudo dos fluxos dos processos para os outros produtos da empresa.

O uso da distribuições probabilística no parâmetro tempo.

O software estudado apresenta outras ferramentas que podem ser aplicadas para a

melhoria do layout da empresa. O Autocad Architecture também permite o calculo do

custo do processo produtivo e do transporte que pode ser utilizado pela empresa.

É sugerida a aplicação do método PSL para fazer a comparação entre as pesquisas.

Page 77: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

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ANEXO

1 – ORGANOGRAMA DA EMPRESA.

Page 78: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

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REFERÊNCIAS

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Page 79: Proposta de Melhoria de Layout Produtivo Utilizando Simulação Computacional

78

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