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PROMOÇÃO DO USO DA BICICLETA EM BRAGA Vamos fazer de Braga uma cidade mais amiga dos ciclistas! PROPOSTA PARA UMA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL Braga Ciclável Encontros com Pedal Associação de Cicloturismo do Minho Clube de Cicloturismo de Braga Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) ASPA Associação Comercial de Braga A s s o c i a ç ã o d e F u t e b o l d e B r a g a A s s o c i a ç ã o d e P ro f i s s i o n a i s d e E d u c a ç ã o F í s i c a d e B r a g a ( A P E F B ) Associação dos Antigos Estudantes da Universidade do Minho Associação Os Amigos de S.Domingos/S.Victor Braga+ BragaOn Braga POP Hostel ecoSpot JovemCoop J u n t a d e F r e g u e s i a d e S . J o s é d e S . L á z a r o Junta de Freguesia de S.Vicente Junta de Freguesia de S. Victor Paróquia de S.Vítor Pioneiros da U.M. Projeto Bracarae

Proposta Para Uma Mobilidade Sustentável

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Promoção do Uso da Bicicleta em Braga ----------------------------------------------- Documento elaborado por um movimento de ciclistas, que fez parte de um dossiê dirigido à Câmara Municipal de Braga e às várias forças políticas com assento na Assembleia Municipal. Contou com o apoio público do Braga Ciclável, dos Encontros com pedal e de várias outras instituições da cidade.

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PROMOÇÃO DO USO DA BICICLETA EM BRAGA

Vamos fazer de Braga uma cidade mais amiga dos ciclistas!

P R O P O S T A P A R A U M A M O B I L I D A D E S U S T E N T Á V E L

B r a g a C i c l á v e l • E n c o n t r o s c o m P e d a l • A s s o c i a ç ã o d e C i c l o t u r i s m o d o M i n h o • C l u b e d e C i c l o t u r i s m o d e B r a g a

F e d e r a ç ã o P o r t u g u e s a d e C i c l o t u r i s m o e U t i l i z a d o r e s d e B i c i c l e t a ( F P C U B ) • A S PA • A s s o c i a ç ã o C o m e r c i a l d e B r a g a

A s s o c i a ç ã o d e F u t e b o l d e B r a g a • A s s o c i a ç ã o d e P r o f i s s i o n a i s d e E d u c a ç ã o F í s i c a d e B r a g a ( A P E F B ) • A s s o c i a ç ã o d o s

A n t i g o s E s t u d a n t e s d a U n i v e r s i d a d e d o M i n h o • A s s o c i a ç ã o O s A m i g o s d e S . D o m i n g o s / S . Vi c t o r • B r a g a + • B r a g a O n

• B r a g a P O P H o s t e l • e c o S p o t • J o v e m C o o p • J u n t a d e F r e g u e s i a d e S . J o s é d e S . L á z a r o • J u n t a d e F r e g u e s i a d e

S . Vi c e n t e • J u n t a d e F r e g u e s i a d e S . Vi c t o r • P a r ó q u i a d e S . V í t o r • P i o n e i r o s  d a  U . M . • P r o j e t o B r a c a r a e

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Proposta

IntroduçãoA bicicleta é um meio de transporte não poluente, silencioso, económico e acessível a praticamente todos os cidadãos. A sua utilização contribui para manter um estilo de vida saudável, ajudando a combater problemas como a obesidade e os problemas de saúde a ela associados. Além disso, a bicicleta é muitas vezes, e sobretudo na cidade, bem mais rápida que o automóvel. As suas vantagens no contexto da mobilidade urbana incluem também, e de forma não menos importante, um valioso contributo para a criação e manutenção de interações sociais, que se traduzem, em última análise, numa me-lhoria significativa da qualidade de vida para os cidadãos.

Em Braga, temos o privilégio de poder beneficiar de uma cidade com condições excecionalmente favoráveis à utilização da bicicleta como meio de transporte: durante a maior parte do ano, o clima é bastante ameno; o acesso aos principais pontos da cidade pode ser feito com pouquíssimos desníveis; existe já uma forte cultura da bicicleta, associada a ativida-des de lazer e à prática de desporto; e uma parte significativa das deslocações pendulares dos cidadãos são feitas em distâncias curtas.

A este respeito, é de notar que, de acordo com o Estudo de Mobilidade da População Residente no Concelho de Braga (TUB/Universidade do Minho, 2007), cerca de 50% das deslocações pendulares são feitas dentro do perímetro urbano e em percursos inferiores a 5km, ou seja, precisamente o intervalo de distâncias em que a bicicleta se apresenta como a opção de transporte mais vantajosa. De um modo geral, neste tipo de trajetos, as deslocações em bicicleta são mais rápi-das que noutros meios de transporte, em parte porque a bicicleta permite o transporte direto porta a porta, sem os atra-sos relacionados com estacionamento ou congestionamento de trânsito automóvel.

Ainda segundo a mesma fonte, mais de 50% dos utilizadores de carro em Braga fazem-no sozinhos, na qualidade de condutor. É fácil de perceber que, nesses casos, a oportunidade de poupança associada ao uso regular da bicicleta como meio de transporte pode contribuir para incentivar ainda mais o seu uso em alternativa ao automóvel. O uso da bicicleta teria como uma importante vantagem para a cidade uma melhor utilização do espaço urbano: por exemplo, no espaço correspondente a único lugar de estacionamento automóvel poderão facilmente ser criados 8 a 10 lugares de estaciona-mento para bicicletas.

Tal como tem sido repetidamente afirmado pela Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores da Bicicleta (FPCUB), “uma cidade com muitas bicicletas, com bicicletas a serem usadas todos os dias, é uma cidade mais limpa, fluída, mais amável e mais bonita que uma cidade doente por um uso excessivo e desnecessário de veículos motoriza-dos”.

Nos últimos tempos, temos notado um gradual aumento do número de ciclistas na cidade de Braga e, a julgar por diver-sos sinais da conjuntura atual, tudo parece indicar que num futuro muito próximo o número de ciclistas poderá aumen-tar de forma ainda mais significativa. Essa mudança é positiva e desejável, dado que contribuirá para a melhoria da qua-lidade de vida dos bracarenses.

Ainda assim, e apesar das imensas vantagens que a bicicleta tem para oferecer aos cidadãos e à cidade de Braga, o poten-cial deste meio de transporte ainda parece ser frequentemente desvalorizado. Em larga medida, tal tende a acontecer sobretudo porque a cidade de Braga ainda não dispõe de condições de circulação em segurança nem de lugares de esta-cionamento para os potenciais utilizadores da bicicleta. Muitos cidadãos que gostariam de usar a bicicleta no seu dia a dia não o fazem ainda porque simplesmente não se sentem seguros nas nossas ruas. E os que já usam a bicicleta em Bra-ga lamentam a falta de estacionamento adequado, a má qualidade do piso e, de um modo geral, a ausência de vias ciclá-veis nos principais percursos.

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Consideramos, pois, que é urgente tomar medidas concretas de promoção do uso da bicicleta na nossa cidade. Ao enco-rajar o uso da bicicleta e ao proteger os ciclistas e os peões, estaremos a criar os alicerces de uma cidade mais segura, mais saudável e mais moderna.

É com este objetivo que vimos apresentar à consideração de V. Ex.ª a presente proposta, com algumas medidas que con-sideramos úteis e necessárias:

A) Medidas práticas que consideramos urgentes:

1) Instalação de parques de estacionamento para bicicletas.

• É prioritária neste aspeto a zona do centro da cidade (Avenida Central, Igreja dos Congregados/U.Minho, Avenida da Liberdade, Teatro Circo, Sé, Jardim de Santa Bárbara, Arcada, zona do Café da Brasileira, etc.).

• Exemplos de localizações desejáveis são: junto à entrada de jardins, edifícios públicos, escolas, praças, zonas de comércio, principais museus e monumentos, e estações de transportes públicos.

• Devem ficar em locais bem visíveis, se possível junto à entrada dos edifícios e devidamente sinalizados.

• Aconselhamos vivamente a adoção do modelo Sheffield (em “U” invertido), conforme as recomendações da FPCUB, que anexamos a este documento.

• Estes estacionamentos não só oferecem uma maior segurança aos ciclistas, como também apresentam uma vertente pedagógica, sensibilizando e incentivando as pessoas para o uso da bicicleta.

2) Criação de um eixo ciclável Estação - Centro - Gualtar

• As deslocações entre a zona da Estação de Braga, a Avenida Central e o Campus de Gualtar são atualmente das mais frequentemente utilizadas pelos nossos ciclistas, sobretudo entre a população universitária.

• É necessário um acesso rápido, direto e seguro para ciclistas entre esses três pontos da cidade.

• Propomos a criação de corredores “BUS + Bici” (vias partilhadas por bicicletas e transportes públicos), devi-damente sinalizados em ambos os sentidos, na Rua Nova de Santa Cruz e na Rua D. Pedro V, sendo que seria importante fornecer um acesso mais facilitado para ciclistas na ligação entre essas duas ruas.

• Sugerimos ainda a criação de ciclovias ao longo da Av. João Paulo II, Avenida João XXI e Av. 31 de Janeiro.

Tal como a FPCUB, também nós defendemos que as ciclovias não podem ser entendidas apenas como infraestruturas destinadas a atividades desportivas e de lazer – são também vias prioritárias para uma utilização diária, no acesso a lo-cais de trabalho, escolas, serviços e zonas comerciais. As ciclovias podem igualmente potenciar a mobilidade diária de deficientes que, atualmente, se veem muito limitados pelos inúmeros obstáculos da rede viária. Muitas das ligações não necessitam de grandes obras – muitas vezes basta apenas a libertação do espaço ocupado indevidamente por automó-veis, a instalação de sinalização vertical e horizontal e/ou o desnivelamento dos passeios.

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B) Sugestões de outras medidas que também seriam úteis:

• Campanha de visibilidade e prestígio da bicicleta, promovendo a bicicleta junto do público em geral.

• Campanha de sensibilização dos automobilistas para a segurança dos ciclistas.

• Criação de uma página web sobre Mobilidade em Bicicleta na Cidade de Braga que permita informar e formar a população para a utilização da bicicleta no concelho (percursos, conselhos de segurança, entrevistas a utilizado-res, percursos cicláveis, ciclovias, localização de estacionamentos, outra informação prática para potenciais/atu-ais utilizadores de bicicleta em Braga).

• Campanha destinada à população estudantil sobre as vantagens da bicicleta no lazer e na mobilidade e sobre a importância das regras de segurança rodoviária.

• Sensibilização de funcionários da autarquia para as vantagens de efetuarem deslocações em bicicleta. Incentivo aos trabalhadores que utilizem regularmente a bicicleta como meio de transporte.

• Disponibilização de bicicletas de utilização gratuita ou a custos reduzidos.

• A obrigatoriedade de inclusão de espaços cobertos para guardar bicicletas em todos os prédios novos, de habita-ção ou trabalho. Incentivos para o mesmo efeito em prédios já construídos.

• Assegurar que as zonas pedonais da cidade, já existentes ou as que venham a ser construídas, permitam a circu-lação em bicicleta em convivência pacífica com os peões.

• Estado/condição das vias e ciclovias. Reparar buracos e intervir nas tampas de esgoto que, com diversos asfalta-mentos, se tornaram em buracos. Limpar terras e pedras que se acumulam nas vias e ciclovias. Estas medidas que visam melhorar a segurança e conforto dos ciclistas.

• Gestão do tráfego automóvel. Apostar na necessidade de fazer cumprir limites legais de velocidade dentro da cidade, como forma de a bicicleta poder assim integrar-se melhor no restante trânsito. Sugerimos a implementa-ção efetiva de radares e semáforos para controlo de velocidade, bem como a colocação de bandas sonoras.

• Caixa de paragem para bicicletas. Criar caixas de paragem avançada para bicicletas (Bikes Boxes) nos semáforos, as quais permitem maior segurança para os ciclistas e visibilidade por parte dos restantes utentes da estrada. Ver exemplo em: http://bikeportland.org/cats/infrastructure/bike-boxes

• Rede de ciclovias e outras vias cicláveis, a ligar de forma rápida e segura os principais pontos da cidade, incluin-do a Estação, o Centro, polos universitários, principais monumentos, áreas comerciais, zonas residenciais e espa-ços de reunião (salas de espetáculos, igrejas, hospitais, centros de saúde, zonas de bares e restaurantes...).

Anexos:

- “Manual de Estacionamentos para Bicicletas” (FPCUB);

- Foto: Exemplo de bicicletário, recentemente instalado junto ao Mercado Municipal de Matosinhos;

- Brochura do IMTT: “Vias Cicláveis - Princípios de Planeamento e Desenho”;

- Brochura do IMTT: “Acalmia de Trânsito”;

- Resolução da Assembleia da República nº 14/2012 (Diário da República, 1ª série - Nº 29 - 9/2/2012).

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