4
-. PROPRIEDADE DE JOSÉ DA SILVA CASCAES --------. :----e�,-..-, .-----:. PUBLICA-SE UMA VEZ POR SEMANA ASSIGNATURA (CAPITAL) ASSIGNATUHA (PELO CORREIO) Por anno 4$000 Avulso 40 rs. Por anno '" 5$000 Por seis meze,;. . . . . . 2$000 Por seis mezes. . . . . . . . . . .. 3$000 Num. 2t:; EXTERIOR , o primeiro d' esses decretos ordenava a todas as ordens religiosas não autor isados que soli citassem o seu reconhecimento legal sob pena de dissolução, e para esse fim concedia-lhes um prazo de trez mezes. O segundo decreto ordenava a dissolução da sociedade de Jesus dentro do lapso de 90 dias. A 30 ele Junho expirava tal prazo, e, á mesma hora, forão os decretos executados em toda a extensão do territorio francez. Em todas as cidades adoptou o governo o mesmo proceder. Ao despontar do dia (e n'esta es tação, o sal nasce antes das 4 horas da ma drugada), as commissarios de policia apresen tarão-se à porta dos conventos de jesuítas. Intimàrão ordem de abrir. Quasi nenhuma porta se abria. Os commissarios chamarão serralheiros e fizerão saltar a fechadura. 0:3 superiores pro testarão, e os seus protestos ião lavrados nos autos. Cercados dos seus amigos legitimistas e orleanistas, os jesuitas erão para os seus cubiculos, que era mister arrombar. Novos protestos e novos autos. Por fi m, declararão q ue ceder-ião á força. Os cornmissar ios ardenarao aos gentes que os pu zessern fora, e desde que estes, tocavão n'um d'elles, rendia-se, e sahia, ele braços dados com algum homem politico notavel do par tido conservador, emq uanto, na rua, os seus p u-tidarios e antigos alumnos os victoriarão com gritos de: Vivão os jesuitas l Vivão as victimas! Morte aos oppressores! Fora os decretos! Os liberaes retorquião, bradando: Viva a republ ica. Por vezes, trocavão-se al gum::os bengaladas; a policia prendia os mais turbulentos! e tudo cifrou-se n'isso. Afim de impedir qualquer profanação, a policia mandou trançar, desde a noute do dia 29, as portas elas capel las, contiguas aos conventos, sellando as ditas portas, tanto ex teriores como interiores. Desde o dia 1 de Julho foi licito aos padres tirarem as hóstias consag-radas, que el l es quer-ião levar em pro cissão, causa que o governo não quiz perrnit til' receando manifestações. Foi em Pariz que os jesuítas mais resisti rão. Rodeados de deputados e senadores ca tholicos, cederão à força. Os seus parti elarios ajoelha vão-se desde que sahia um d' el Ies, e ped ião-Ihes a benção. Mas, em sum ma não se teve que deplorar nenhuma desor dem grave. Por toda parte osjesuitas estão processando '0 prefeito de policia ou ó prefeito do departa menta (presidente de província) que es man dou expulsar. Apezar dos esforços do gover no, o tribunal de Lil la impor-tante cidade do norte da França, declarou-se competente para conhecer da violação de domicilio de que forão victimas os jesui tas, que são cidadãos e eleitores. Mais de 60 magistrados já. pedirão demissão não querendo proceder contra os jcsuitas, e cerca ele 1200 advogados assigna- FOLHET1M 25 movido! Acabava ele sair alferes e era esperado em V ittel, q uando a guerra di), Italia o obrigou a marchar novamente contra o ini migo, obstando desta arte, embora com grande jubilo do joven official a que este viesse mostrar a Vittel a sua dragona. Em Palestro ganhou o habito de Legião ele Honra. Em Magenta, novo feito d'armas brilhante. Em Solferino, um ferimento glorioso. Quando voltou vinha tenente. Era um esbelto rapaz de vinte e cinco annos, physionomia marcial, li 111 q uasi nada tostado pelo sol dos campos' de batalha. Em seu porte revelava-se a vi vacidatle, a tina crânerie que distingue o offí cial francez. O seu rosto era aba tido, o seu ar ele convalescente tornavam-no ainda mais interes sante. Precisava ele arrimar-se a uma bengala ; todavia não affecta va de ferido nem ele vencedor. Era simples, meigo e ás vezes ale gre como uma criança, qualidades i uhsren tes á verdadeira corauern. Apenas abraçou os paes correu à casa elo capitão. Que recepção! que abraços! que expansões! Que fino sorriso nos labias ele Delphina, e que dôces Iagrimas em seus olhos! -Anda! dá-lhe um abraço! ex clamou o pae; não é ella sua .noi va! não és tu em breve meu filho? -Falta-me um posto! res pondeu o tenente. Para o conquistar mais depres sa requereu passagem para a in fanteria de marinha, onde as pro moções são rapielas, e embarcou, em melado elo outomno, para a Cochinchina. No fim da campanha o regimento de que fazia parte foi mandado para a Nova Calodonia Era la que se achava quando o pai foi preso. Este repetia muitas vezes na cadeia: Permita Deus que o Justino não soffra por minha causa! é ca paz de_ abandonar tudo, pôr em ris co o seu futuro. Felizmente a imprensa depar tamental tinha-se mostrado dis creta, e a de Pariz, incluindo a Gazeta elos 'I'ribunaes não tinha feito mais que reproduzir na sum ma a noticia inserta. no Correio dos Vosges. Isto com as simples iniciaes. Antes da pronuncia o nome de J oão Ma thias não foi da do a estampa em parte nenhuma. O advogado assim o tinha promet tido. D' esta sorte, Justino não tinha sabido nada, nada lhe tinham es cripto; e mais tarde, quando este processo despertou a attenção ge ral, quando todos os jornaes publi caram a noticia do julgamento, foi ao mesmo tempo para procla marem a innocencia do accusado. Depois a Nova Oaledonia fica tão longe! Quem sabe se os jornaes chegavam! Por ultimo podia succeder que o regimento viesse em viagem. Tinha-se recebido em Vittel uma carta de Justino em que eUe di zia: «Meus queridos j.aes, vamos partir, regressar à patria! Se qui zerem dar-me noticias suas deve rão fazel-o pa.ra Saiut-Nazaire. Tenho a promessa, quasi a certe za, ds receber a minha patente de capitão ... e a minha guia de mar cha. Até breve.» N'uma extensa carta em res posta a esta, Magdalena referia o julgamento e a absolvição. O que se tinha passado depois devia Jus tino ignoral-o. ./ CORRESPONDENCIA UNIVERSAL Pariz, :2 ele J ullio ele 1880. La se vão dois anuos, em plena paz, o "r. Leão Gambcttu, n'um discurso famoso: levan tara este ,.geito ele guerra: «O inimigo, é o elericalisnio» A democracia Ir anceza, ar voraudo esse elido do tribuno como uma ban deira arr-ojou-se, desde esse dia, a unia guer ra som trégoa nem mercê contra o clerica l ismo. O sr. Julio Ferrv.rninistro da instruo ção publica, apresentou o seu famigerado projecto cujo artigo 7 excluía de todos os ra mos da instrucção - primaria, secundaria e superior- aos jssuitas e demais congrega ções rel.igiosus não a.utor isadas por lei elo Es tado. A carnara adoptou esse artigo por .im iuensa maioria; mas o senado derradeiro e Iragil refugio dos conservadores rejeitou-o. De bal le a sr. de Frsycmet, presideuto do conse lho ele ministro", declarou que tal artigo era uma trunsacção, que seria inipossivel poupar ati ordens religiosa se a lei não fosse votada. Trabalho perdido: O senado mostrou-se sur (10. O gabinete derrotado perante acamara alta tinha um recurso para salvar-se: era lançar mão das armas que dorrnião no arsenal da monarchiu contra os religiosos. Foi o que fez, proiu ulgando os decretos ele 29 de Março. CHARLES DESLYS o JURAMENTO DE MAGDALENA x No momento da par-tida, t1'OC:1- ram um olhal' em que fal lava o coraç�o, um casto beijo, um tre mulo aperto de mão. Elle confia va nel la, el Ia confiava neUe. João Math ias tinha apenas uma vaga suspeita destes amores. Ma gdalena era a confidente do se gredo. 'I'res aunos se passarnru assim. Labarthc e a mulher amavam-se como no primeiro dia; a farnil ia Ma thias crescia em prosper'idarle e em estima: Del pliina vivia feliz .._ em companhia elo pae que não era o menos venturoso de todos. Respeito de Justino, ninguem G mais o tinha tornado a ver em I França. Não podia uma Licença fazel-o perder o ensejo de ser pro- - Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

PROPRIEDADE JOSÉhemeroteca.ciasc.sc.gov.br/Jornal do Comercio/1880/JDC1880025.pdf · gum::os bengaladas;a policia prendia os mais turbulentos! etudocifrou-sen'isso. Afimde impedir

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PROPRIEDADE JOSÉhemeroteca.ciasc.sc.gov.br/Jornal do Comercio/1880/JDC1880025.pdf · gum::os bengaladas;a policia prendia os mais turbulentos! etudocifrou-sen'isso. Afimde impedir

-.

PROPRIEDADE DE JOSÉ DA SILVA CASCAES--------. :----e�,-..-, .-----:.

PUBLICA-SE UMA VEZ POR SEMANAASSIGNATURA (CAPITAL) ASSIGNATUHA (PELO CORREIO)

Por anno 4$000 Avulso 40 rs.Por anno '" 5$000

Por seis meze,;. . . . . . . . . . . . 2$000 Por seis mezes. . . . . . . . . . .. 3$000

Num. 2t:;

EXTERIOR ,o primeiro d'esses decretos ordenava a todasas ordens religiosas não autor isados que soli­citassem o seu reconhecimento legal sob penade dissolução, e para esse fim concedia-lhesum prazo de trez mezes. O segundo decretoordenava a dissolução da sociedade de Jesusdentro do lapso de 90 dias.A 30 ele Junho expirava tal prazo, e, á

mesma hora, forão os decretos executados emtoda a extensão do territorio francez. Emtodas as cidades adoptou o governo o mesmo

proceder. Ao despontar do dia (e n'esta es­

tação, o sal nasce antes das 4 horas da ma­

drugada), as commissarios de policia apresen­tarão-se à porta dos conventos de jesuítas.Intimàrão ordem de abrir. Quasi nenhumaporta se abria. Os commissarios chamarãoserralheiros e fizerão saltar a fechadura. 0:3superiores pro testarão, e os seus protestosião lavrados nos autos. Cercados dos seus

amigos legitimistas e orleanistas, os jesuitaserão para os seus cubiculos, que era misterarrombar. Novos protestos e novos autos.Por fim, declararão q ue só ceder-ião á força. Oscornmissar ios ardenarao aos gentes que os pu­zessern fora, e desde que estes, tocavão n'umd'elles, rendia-se, e sahia, ele braços dadoscom algum homem politico notavel do par­tido conservador, emquanto, na rua, os seus

pu-tidarios e antigos alumnos os victoriarãocom gritos de: Vivão os jesuitas l Vivãoas victimas! Morte aos oppressores! Fora os

decretos! Os liberaes retorquião, bradando:Viva a republ ica. Por vezes, trocavão-se al­

gum::os bengaladas; a policia prendia os maisturbulentos! e tudo cifrou-se n'isso.

Afim de impedir qualquer profanação, a

policia mandou trançar, desde a noute dodia 29, as portas elas capel las, contiguas aos

conventos, sellando as ditas portas, tanto ex­

teriores como interiores. Desde o dia 1 deJulho foi licito aos padres tirarem as hóstiasconsag-radas, que el l es quer-ião levar em pro­cissão, causa que o governo não quiz perrnit­til' receando manifestações.Foi em Pariz que os jesuítas mais resisti­

rão. Rodeados de deputados e senadores ca­

tholicos, só cederão à força. Os seus parti­elarios ajoelha vão-se desde que sahia um d'el­Ies, e ped ião-Ihes a benção. Mas, em sum­

ma não se teve que deplorar nenhuma desor­dem grave.Por toda parte osjesuitas estão processando

'0 prefeito de policia ou ó prefeito do departa­menta (presidente de província) que es man­

dou expulsar. Apezar dos esforços do gover­no, o tribunal de Lil la impor-tante cidade donorte da França, declarou-se competente paraconhecer da violação de domicilio de queforão victimas os jesui tas, que são cidadãos e

eleitores. Mais de 60 magistrados já. pedirãodemissão não querendo proceder contra os

jcsuitas, e cerca ele 1200 advogados assigna-

FOLHET1M 25movido! Acabava ele sair alferese era esperado em V ittel, quandoa guerra di), Italia o obrigou a

marchar novamente contra o ini­migo, obstando desta arte, emboracom grande jubilo do joven officiala que este viesse mostrar a Vittela sua dragona.Em Palestro ganhou o habito de

Legião ele Honra. Em Magenta,novo feito d'armas brilhante. EmSolferino, um ferimento glorioso.Quando voltou vinha tenente.Era um esbelto rapaz de vinte e

cinco annos, physionomia marcial,li 111 quasi nada tostado pelo soldos campos' de batalha. Em seu

porte revelava-se a vi vacidatle, a

tina crânerie que distingue o offí­cial francez. O seu rosto era aba­tido, o seu ar ele convalescentetornavam-no ainda mais interes­sante. Precisava ele arrimar-se a

uma bengala ; todavia não affecta­va de ferido nem ele vencedor.Era simples, meigo e ás vezes ale­gre como uma criança, qualidadesiuhsren tes á verdadeira corauern.

Apenas abraçou os paes correuà casa elo capitão.Que recepção! que abraços! que

expansões! Que fino sorriso nos

labias ele Delphina, e que dôcesIagrimas em seus olhos!-Anda! dá-lhe um abraço! ex­

clamou o pae; não é ella sua .noi­va! não és tu em breve meu filho?-Falta-me só um posto! res­

pondeu o tenente.Para o conquistar mais depres­

sa requereu passagem para a in­fanteria de marinha, onde as pro­moções são rapielas, e embarcou,em melado elo outomno, para a

Cochinchina.No fim da campanha o regimento

de que fazia parte foi mandado

para a Nova CalodoniaEra la que se achava quando o

pai foi preso.Este repetia muitas vezes na

cadeia:- Permita Deus que o Justino

não soffra por minha causa! é ca­

paz de_ abandonar tudo,pôr em ris­co o seu futuro.

Felizmente a imprensa depar­tamental tinha-se mostrado dis­creta, e a de Pariz, incluindoa Gazeta elos 'I'ribunaes não tinhafeito mais que reproduzir na sum­ma a noticia inserta. no Correiodos Vosges. Isto com as simplesiniciaes. Antes da pronuncia o

nome de João Mathias não foi da­do a estampa em parte nenhuma.O advogado assim o tinha promet­tido.

D'esta sorte, Justino não tinhasabido nada, nada lhe tinham es­

cripto; e mais tarde, quando esteprocesso despertou a attenção ge­ral, quando todos os jornaes publi­caram a noticia do julgamento,foi ao mesmo tempo para procla­marem a innocencia do accusado.Depois a Nova Oaledonia fica tão

longe! Quem sabe se os jornaes láchegavam!Por ultimo podia succeder que

o regimento viesse jà em viagem.Tinha-se recebido em Vittel uma

carta de Justino em que eUe di­zia: «Meus queridos j.aes, vamospartir, regressar à patria! Se qui­zerem dar-me noticias suas deve­rão fazel-o pa.ra Saiut-Nazaire.Tenho a promessa, quasi a certe­za, ds receber a minha patente decapitão ... e a minha guia de mar­

cha. Até breve.»N'uma extensa carta em res­

posta a esta, Magdalena referia o

julgamento e a absolvição. O quese tinha passado depois devia Jus­tino ignoral-o.

./CORRESPONDENCIA UNIVERSAL

Pariz, :2 ele Jullio ele 1880.

La se vão dois anuos, em plena paz, o "r.

Leão Gambcttu, n'um discurso famoso: levan­tara este ,.geito ele guerra: «O inimigo, é o

elericalisnio» A democracia Iranceza, ar­

voraudo esse elido do tribuno como uma ban­

deira arr-ojou-se, desde esse dia, a unia guer­ra som trégoa nem mercê contra o clerica­l ismo. O sr. Julio Ferrv.rninistro da instruo­

ção publica, apresentou o seu famigeradoprojecto cujo artigo 7 excluía de todos os ra­

mos da instrucção - primaria, secundariae superior- aos jssuitas e demais congrega­ções rel.igiosus não a.utor isadas por lei elo Es­

tado. A carnara adoptou esse artigo por .im­iuensa maioria; mas o senado derradeiro e

Iragil refugio dos conservadores rejeitou-o. Debal le a sr. de Frsycmet, presideuto do conse­

lho ele ministro", declarou que tal artigo era

uma trunsacção, que seria inipossivel pouparati ordens religiosa se a lei não fosse votada.Trabalho perdido: O senado mostrou-se sur­

(10. O gabinete derrotado perante acamara

alta só tinha um recurso para salvar-se: era

lançar mão das armas que dorrnião no arsenalda monarchiu contra os religiosos. Foi o quefez, proiuulgando os decretos ele 29 de Março.

CHARLES DESLYS

o JURAMENTO DE MAGDALENA

x

No momento da par-tida, t1'OC:1-ram um olhal' em que fal lava o

coraç�o, um casto beijo, um tre­mulo aperto de mão. Elle confia­va nel la, el Ia confiava neUe.

João Math ias tinha apenas uma

vaga suspeita destes amores. Ma­gdalena era a só confidente do se­

gredo.'I'res aunos se passarnru assim.

Labarthc e a mulher amavam-se

como no primeiro dia; a farnil iaMa thias crescia em prosper'idarlee em estima: Delpliina vivia feliz

.._ em companhia elo pae que não era

o menos venturoso de todos.Respeito de Justino, ninguem

G mais o tinha tornado a ver emI

_ França. Não podia uma Licençafazel-o perder o ensejo de ser pro-

- Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

Page 2: PROPRIEDADE JOSÉhemeroteca.ciasc.sc.gov.br/Jornal do Comercio/1880/JDC1880025.pdf · gum::os bengaladas;a policia prendia os mais turbulentos! etudocifrou-sen'isso. Afimde impedir

·,,]jornal do CO:!rnmercio

rão uma consultação juridica a fnvor dos je- um prtro.rvu, Llil'ig-itllln-';u ao thuulian«, nnde O maestro dirigio-se depois ao clul) ;,\10za1'1.suitas. Iorão l'ecebiüo; pelo maestro. onde Iallaram diversos cavalheiros,A agitação vai crescendo, o ()� jesu itas dis- A connnissào central acarlcmica e prepal'a- O préstito conclui» o seu itinerario o o

põem ele tanto poder-io que receia-se seja a sua tor iana abraçou a C'll'lo� Gomos, prouuncia n- mae stro recolheu-se á casa do Sr. Castcl lões,expulsão o signal de uma guerra aberta con- do discursos os oradores do curso de estudun- I No dia seguiute o maestro roi comprimen­tra a r-epublica. tes de preparutorios e elo Iyceu de artes e offi- tado por diversas commissões e pessoas gru-

O que é licito é que, no mesmo dia em que cios, aos quaes respondeu o maestro com pa� (las.são eUes expulsos o governo quer amnistiar lavras animadoras. A' noite houve musica em diversos lugaresaos communistas, como para provar que a Dir igio-se o maestro no mesmo oscalor para e gTande il.lumina ção.Internacional vermelha é menos perigosa que () tl'anSpdl'té Xl tuleira, onde f'li rocchi.l . c�- A união academica e preparatoriana e 1:--a Internacional negra. pleudidarucnte pelos estudantes. ceu de ade, e officios levantando -yivas ao

5 _WS4QSbM &Ed ª,"",� I Uheg�'llclo. o :sc�l�er ar? �1-Iaâeira soube-se maestro � às mesmas classes, fizeram grande.. que a comrmsao ]a havia tornado passagem passeata a noite aua: (tcanbeaux.

INTERIOR em uma lancha :L vapor 8 F'li' isto o maestro E assim finalizaram os festejos em honradeixou o transporto e dirigio-se p'1.ra terra do insigne maestro Carlos Gomes.

Correspondencia do "Joru;al acompanhado por crescido numero de ombar-'"""""""'" ' _mct? = H_i

cações, nas quaes tocavam varias bandas dello Commercio»

Rio (le Janeiro, '�5 de Julho dI' lx80

S,'. Iieâacu»:

:\ .ula de ce rto 1 he cou tal' ia se llÚ') fosse a

esplandid., e tr iumphal chegnd.i do nosso ln­

signe maestro Carlos Gomes,Soavam 4 horas ela manhã e já no caes do

arsenal de marinha se accumulava grandemultidão, composta por assim dizer de mom­

bros da classe acadsrnica e preparatoriana,em cujas physionomias se revelava jubilo e

enthusiasmo.É a essas infatigaveis alavancas que a bri­

lhante do maestro deve a suá principal parto.A's G horas da manhã embarcaram as com­

missões e dirigirão-se ao tr-anspor-te 111adeiraque ás 7, principiou, depois de suspender o

ferro, a cortar as aguas da linda e vnxt iss imaGuauabara em demauda da har ra. coin mv­riadas (le embarcações repletns ele ,tp,)kbioi.:l';do grande maestro.A's 8 foi visto o paquete Guadiaiw, ao nor­

te elo forte de Santa-Cruz. O ollthusia:,;nwattingio ao seu apogeu.O" passageiros do Guadiana s u]ji i'am ÚS on­

charcias e levantaram e,;trepitl)sos vivas ao

illustre viajante.Fundeando prorompeu o hymno nacional

no meio do mais puro e ardente enthusiasmo.l)o transporte 111aclei1'a parti0 entilo um

escaler tripolaoo por 13 aspirantes, elos quaes

·H

JORNAL DO COMMERCIOmusica. .

I udo-criP Livcl foi a sceua 110 desernbarque.Achava-se no arsenal íll:' mmin ha grande

numero de po"�()a,, elo todas ilS classes e todas81L.1�; :-:0 apprc�)sal',l111 eHl ��audal' o maestro,sendo unia (las ur imairas o maestro Henriquede '\fes(luita, (ll�e o recebeu no::; braços.Dahi orgnuisou-se o cortejo, ,eguinclo pela

rua Primeiro ele Março que :',e achava revés­

tid.i de galas.Nas jancl las, guarnecidas ele douairosas da­

mas, se viam ricas o vistosas colchas.

As senhoras lançavam flores sobre o corte­

jo e Ievantavam --vivas quo eram correspon­didos pela multidão compacta que rodeava o

maestro.

Desterro, 4 de .-\..gvstoConforme as ordens recebidas do go\-erno

geral, embarcou ante-hontsm no paquete Riode Janeiro, o 17° batalhão diufantar-ia, com

destino ás plagas rio-grandenses.Havia quatro anuos que aquelle batalhão

conservava-se entre nós, tendo durante todoesse tempo angariado as sympathias e amiza­de dos Catharinenses, não só pelo cavalhei­rismo e urbanidade da sua brava offlcial.idade,como pelo exemplar comportamento das pra­ças que o compoern.A nossa. sociedade havia, por assim dizer,

"e identificado com uquel la distincta pleiadodo bra \'0:;, q 11 e já considerava como uma parteinLegrallte da farnllia CathariIwnse.Além da vida c nnimaçio que clava a este

he110 torrão, ora ellG um ::iustentaculo da 01'­

dom publica e um elemento ele viela do nosso

commo1'cio.

Aquelb atrophiante apathia das soliel.Qes,aquella esmagadora monotonia que se havia

apoclel'arlo cl'esta capital, já não fazia senLiro seu malefico imperio, desde quo aqui che­gou aquelle batalhão, trazendo ú sua frente a

harmoniosa banda (le mu�ica, que tantas ho­ras nos pl'dporciollou de agradavel p<Lssa-tem-

Retira(la do batalhão 17

o cortejo que tomou pela rua do Ouvidor,cainiuhav.i na seguinte ordem: na frente iam

os lê ,tan!hrt0s (h� escolns Poli toclmica, ::\Iil i­

h]', 1\1 vlicin», Direito, Prcparatnrianl):l, :t\r[a­i'iiilL.!, nLG.

Tentlo o c ,rtejo perc�,rc'i!l() a rua do Ouvi­dor, che::5oLl ao meiú dia llO largo de S. Fran­cisco elo P(l,nla, onde h<LvÍ't Ulli er)['eto mOllU­

lllent.:ll 0;11 llUU se aohavam 120 il1lLsicos soba llirecyilo do dlstincto llwe�tro M,\,-:CJ U ita.Ahi foi entregue ao escntYO Lino, natUl'al da

provincia do Geará, pelo Hiae�tr() UcUlo:; Ge­mes, a sua carta de liberdade, após um lindod i�cu 1'30 do cli;tincto 4° anni"ta ele mocl icinaPaula Ney.

-Que quer a l1laman! haviam IJustino tinha-se levantaclo. l-(,8u- ,-Nada receie, responcleu ol1e.

outros mais merecodores do que nillllo o.S dois n'Ulll se) al�ra(;o: E possivel que eu tenha sido vi­eu dessa ventura ... re,,;pollc1eu elle -SOl tudo, dlsse: o Jura,mento clima de uma fatal iní1uencia,esforçando-se por sorrir. de Magllalena e os seus Y:10S esfor- mas o que ella não pôde é durar

O joven tenente :,entar;t-�e n'll- ços para () cumprir, a injusta re- muito. 1'\0 exercito francez não se

ma cadeira. com a .To8.nninha no,; pl'oyaç,'io que llem siquer poupa fazem inj ustiça�;. Demais, estou

joelhos. e:>tes innOCe!ltillllOs... E quando quasi resolvido a dar a minha de-A f'aluilia do carpin- -Que pena! disse a pequenita :1final tambem me coubesse a mim missão.

t,eiro ,apontando para o canhão da far- um (luinhão dos vossos pezare,;... �Tll! Justino ... Pensas em si-da, mais um galão 11e oiro ficava que muito ... se son vosso filho. milhan,te cousa?

Em seguida as primeiras effll- tão bem aqui! Nada mai;) generoso e commOV8- -Penso em si, meu pae ... em

sões houve um momento de 8i1en- -E aqui! ajuntou o Po(lrinllO, dor do que estas maguas compar- Magdalena ... nestes pequenos! ...cio. Olhavam uns para os outros. que, trepal1cb ao re::;palclo da ca- tllhaclas ide tão IJ0111 grado, esta Que sorte 'os espera aqui? QueA magreza, o parecer palliclo e (leira, desigmwa o k6pi.

le,;pel'::lllçaill1lDolada quasi com sera das criancínhas? Os precoll-

abatido ele João Mathias sobresal- -Hade-se-te fRzer a youi:alle, jubilo no:> altal'os da familia. ceibs da gente do campo são ill1-taram ,) filho. mi '1h:1 pe�urTu;dla! res�ondeu J l1:,- J�es tal�e100ida a sere�i.'bde, Ma- 1)lacaYei�,... .Ea correntes cÚn1..ra-Como o meu querirlo pae es1a two acanCllilll0 a li'ma, A delllo- gClalena lllterr()g;ou JUS�lllO. �p.le é impossivel lutar ... 'por ul-

mudado! Deve ter soffrido llwito! ra uf(o �'8rá gi'a:lde", DL! CHina- -Encoutrei em �lil'ocourt o timo e pl'inGipalmente o meu po-O operario não respondou, olha- rada, ClljC regimento cnünrca em Dai'Iwbé, ex.pliGou o joyen tenen- bre pae parece-me doente ... e eu

va para os \Salões do uniforme de bl'eye para o Sellegal, com:ente te, Linha ieb f2lzer 0 fornecimento, venho de ullla região salubre, deJustino e parecia contal-os. em trocar comigo. [l:l.ra ,� hO";peclaria dos bJ.nhos e uma, terra magnifica, onde colo--Eutão que 8 isso, Justino, tu -O que! rospJllCleu \bgchlena devia regressar na mesma diHi- nos intelligentes e laboriosos po-

não vens ()'tpitão? constel'lladamellto, já qnero3 eloi- gencia, Fiz com que me acompa- dem grangear fartos cab�claes em- E' verdade ... ainda não pÔIle xar-no;:;? "l1êv;:.;e !lO CGD né. Como viessemos breve lapso de tempo. E a Nova-

ser des'ta vez! balbuci.ou o man- --Ahi Gxclamou o pae, illumi- so,inlio, cUilt�lU-mG tudo. É um Caledonia. Ella offerece asylo se­

cebo. lDelO a sulJitas pelo inslínck <lu exc8l1ento rüpaz que no::; estima gUI'O a todos os naufragos do ve-

E ) rosto dolorosamente contra- coracà.o, este mal(lict�) 1)Á'(Jce,�o deve!'as. lho mundo ... Reunamos os nossos

hielo cobrio-se-Ihe de. sllbita ver·· tinll,� tambom de te I)reJ\�Üic:lr a �I l' -I M t-j' toros e lmrtamos l)ara lá ... Sere--ü as, l'Gp lCOU 00110 I a lUS'melhidão. ti. Tambem tu, meu p,)uro moço, pl'eoccllpal!o pr11neiro quo tUllo m,jS yenerados, livres e felize:4 ...

. -:-Todavia,observoLl l\fagda,lena, i lamben: t.u cSlús cOllllomnadu! C0111 o futuro do filho, se a tua na companhia uns elos outros!diZias-me em tua carta ftUe tmhas I -C�tl1a-te! murmurou a mãe, carreira fica cortada, meu Justi-a certeza de ser promovldo... I eUe nao sabe... no?

Não obstante, quando o viram

apparecer, palliclo I) triste, �t por­ta da casa, comprehencleram logoque estava ao corrente de tudo.

XI

,--

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

Page 3: PROPRIEDADE JOSÉhemeroteca.ciasc.sc.gov.br/Jornal do Comercio/1880/JDC1880025.pdf · gum::os bengaladas;a policia prendia os mais turbulentos! etudocifrou-sen'isso. Afimde impedir

Jornal do Conunercio 3

Varias vezes t iuhã» encontrado pegalbselo dito animal, () quo o" confundia, poi» Jl un­

ca tinlião visto iguaes.Os sustos rla povoação chegarão a tal ex­

tremo que abandonárão aquel le domicilio,levando seus rebanhos para outros lugares,pois o monstro os tragava em grande quanti­dacle.Uns viajantes que chegarão a uma aldêa

proxima d 'aquel la que íôra abandonada,ouv irüo com interesse a narrativn llne lhesfez a gOlltO ILts innned iações, acerca domonstro liue a+terra v aalluel les pacíficos ha­bitantes.

O in teresse que se'l tirão os viajantes, não8'=' Iinritou a OllYÚ' a .rovidade, decidirão-se a

descobrir-o para fazer bem a tantos desvali­dos.Ajudados com os visinhos da povoação des­

amparada, armaram bem 10 homens e chega­ram ao lugar que o monstro devastou.Depois de deus ou tres dias que percorre­

rão os campos e atravessaram montes, conse­guiram enchergar o animal feroz.Sua pre�ença fez tremer seus perseguido­

res, que não tinham nunca visto tão estranhae medonha figura.

Suas dimensões excedião ás de um boi cor­

polento, sua cabeça estava armada ele douschifres do tamanho de metro e meio.

O couro e perfeitamente igual ao elo tigre,só com a differença que tinha em uma pernauma mancha branca como papel, da côr dacauda, que arrastava pela terra mais de meiometro.

Os caçadores desanimados à primeira vista

começaram a caça do phenomeno.Os 10 homens fizeram geral descarga, obe­

decendo ao chefe, porém nada consegmram.O monstro em vez ele fugir approxima-se

dos caçadores dando patadas e soltando terri­veis bramidos.

Emfim, depois ele repetidas descargas, quan­do julgavam impossível o bom exito da caça­da porque as muuições faltavam, uma mila­

gsosa bala lhe atravessou o craneo e cahiono solo morrendo instantaneamente.

O couro elo animal pertence a um indivi­duo, por nome Luoas Risso, que o offereceu a �������������������

um amigo de Buenos-Ayres e Ih'o vai man­

dar com o fim de ir para a exposição conti­nental, pois é digno del la.

E:m:nbarque.- Effectucu-se ante-hon­tem á uma hora da tarde o embarque do 17ele infantaria para bordo do paquete Rio deJaneiro, com destino a cidade do Rio Grande.

UnI t,igre cou'] chif'res.-Refereum di:wio de Tllcuman: •

Ha mais ele um al1no os visinhos de San­

tiago ouvião nos arredores da poYoaçãoestranhos bramido,,; que um pouco se pare­cião com os do tigre e com o ll1ugido das va­

cas.

Um ca§o êling!.:dar.-Umatão singuhtl, �lLle é quasi iricrivel:«H poucos dia�, n'uma tarde, tres

armados ate os dentes entrarão em

historia

um prussianno, que habita eni Constantino­

pla, e arneaçarão-u'o de morte se oppuzesse a

miníma resistencia.Constrangerão o desgraçado a deixar-se

amarrar, e, feito isto, exigirão que lhes en­

tregasse quantos objectos de valor e dinhei­ro tivesse.

O prussiano entregou immediatamsnte o

relogio e a quantia. de quatro libras, em moe­

da turca, que tinha comsigo. Mas este magrosaque não podia contentar os ladrões. Profe­rirão novamente as mais terríveis ameaças e

obtiverão assim do infeliz a entrega da chaveela sua caixa-forte.Estava essa caixa n'um aposento do ter­

reiro andar, onde forão sem demora os trez

homens, munidos da chave, e ameaçando demorte a victima se por ventura gritassequando elles voltassem costas.Assim que subirão para quarto elo cofre, a

mulher do prussiano, que de um quarto vi­sinho ouvira tudo, foi ter com o marido cau­

telosamente, e cortou as cordas que o amar­

ravão ,

Immediatamente armados ambos de rewol­vers, subirão juntos ao ierceiro andar, ondeos malfeitores estavão a ponto de dividir o

conteúdo elo cofre.Entrarão no quarto, e, sem proferir uma

palavra, estenderão mortos no mesmo ins­tante dois dos ladrões.

O terceiro, a terrorisado e tornado inerte

pela sorpreza, implorou perdão de joelhos;mas o prussiano amarrou-o solidamente po.rsua vez,e, deixando-o sob a guarda da sua cora­josa mulher, correu a buscar os zaptiés da

policia municipal.Quando perguntou pelo commandante da

estação, responderão-lhe que estava ausente,assim como os subalternos. Pedio então o

prussiano a quatro homens que o acompanhas­sem, o que fízerão sem a minima difficuldade.Mas neste ponto e que o caso se torna singu­lar... Os soldados, examinando os cadaveresdos dois ladrões, reconheceram os Se11S doussubaldernos, e no preso o proprio offícial, a

quem levaram apezar do seu posto!. ..Si non e veí·O ...

po, oxhil.iudo com maa-üia a" o-colhidas pe­cas (lo seu conioso repertorio..

O largo (leJpalacio Pra. o ponto cru 11 \le ol l a.so fazia ouvir ás quintas-feiras e domingos anoite, sondo, por isso, aquelle o lugar osco­

lhido pelas llOS::lC1S famílias para, refazcudo-sedas lides domesticas elo dia, embevecer-se nas

suaves notas de suas harmonias.Privados, hoje, d'essa agradavel compa­

nliia, era justo quo o povo catharincnse désseuma prova solcmne e publica 110 quanto lhemerecião aquelles bravos defensores da pa tria.Foi o que snccedeu.Pelas ruas por anele desfilou a datalhão

rara era a casa em que não se vião Iagtirnas.losl isaro.a-so l;oh, faces ,LIli" 01las pessoasque com o coração confrangido assistião a

partida (le tão estimados patricios, entre os

qll:10f: se contao muitos catharinenses.Assistimos ao seu bota-fora e n'essa occa­

sião foi que presenciamos scenas commovedo­rus, pue bem revelarão a cruciante dôr queia no c.iração d'uquel les bravos, por verem-searrancados do seio ele uma população flue tão

hospitaleiamente os havia acolhido.Galemos ventos e bonançosos mares os con­

duzão a salvamento ao porto elo sou destino.

2#4*'

GAZETILHA

De IMJ:ont.evideo.-Entrou no dia 1o paquete Calderon, com datas até 27 (lomez passado:As noticias são ele pouco interesse.

Em consequencia de ter apparecido varias

embarcações elo piratas no Rio Paraguay,em Corr icntes achava-se a navegação quasiim Lerrol1lpicla, com receio ele SOl' assaltada.Em 'I'aquarernbo tinha apparecido a peste

no gado, com intensidade.Na Cordilheira dos Andes tiuhão cahido

grossas chuvas cõm UIll fortissimo temporale apparecido depois muita neve.

Com a elevação de direito na importaçãotinhão-se feito avultados despachos na alfan­

dega de Montevidéo.Por circulares tinhão-se pedido com ur­

goncia informações sobre a peste que se

desenvolvêra no gado.Houve em Buonos-Ayres um fortíssimo

temporal que causára bastantes sinistros ma­

rítimos e muitos prejuízos em carregamentos.Da Europa havia os seguintes telegram­

mas:

A�TUERPIA, 22 de Julho.Couros vacuns seccos muito firmes.

VARIAEDDEAntelia

I

BERLIM, 17 de Julho.O príncipe Hohenlope, presidente da confe­

rencia européa, notificou officialmente a Tur­

quia e a Grecia, as decisõe,) relativas à

questão das fronteiras.

HO�G KO?\G, 20 de Julho.Dizem de Filippinas ter havido um violen­

to tremor de terra Manilha, causando dam­llOS extraordinnrios.

§. Lourenço.- Amanheceu hontamno porto, procedente de Itajahy e escala, o

paquete costeiro S. Lourenço. Não recebemoscarta elo nosso correspondente.Fallecimento.-Por telegramma re­

cebido de Itajalty soubemos haver fallecidonessa cidade, ante-hontem ás quatro horas elatarde, a Exmtt. Sra. D. Malvina Miranda, ir­mã do nosso amigo Eduardo Dias de Miranda.

Out_ro.-Sepultou-se hontem a Exma.Sra. D. :JIaria Machado, que apena-s contava18 ou 20 annos de idaele, do Sr. Elyseu J <1,-

cintho ele Almeida..

Outro.- Tamboll1 sepultou-se hontem,victima (le longo soffrimento, o joven ArnaldoLopes, filho do Sr. José Joaquim Lopes Junior.A' todas as familias elos fallecidos enviamos

as nossas sinceras expressões de sentimento.

Pedro e Amelia encontrarão-se pela pri­meira vez em um passeio campestre; trocarãopromiscuamente duas ou tres olhadellas e 1'0-rão bastantes para que o deus travêsso os

prendesse em a sua corrente magnetica.Não descreverei Amelia como o typo da

belleza; basta dizer que era sympathica e

cheia de attratcivos.Morena, da olhos pretos e mui vivos, com

elegante andar a hespanhola, tornava-se um

diabinho de quinze annos, capaz de fazer ca·hir ein tentação o santo mais pudibundo quetenha sido canonisado.Pedro, diante da encantadora Amelia, ficou

todo atrapalhado; procurava posição, enioacha ,-a geito para tornar-se agradavel e

elegante.E' que o bichinho carpinteiro principiava

a abrir casa no coração do rapaz.Amelia, e Ullla senhora que ia em sua com­

panhia, sentarão-se em um banco de madeiraa sombra de uma arvore secular.Pedl'o, quazi em frente, porem mais distan­

te, conversando com um outro joven, tinhaassim occasião de contemplar Amelia, queprocurava igualmente: entreter �a sua com­

panheira, como que achasse prazer em ficarali por l.ais algum tempo.

LONDRES, 22 ele Julho.Segundo um telegrammit Vera}' da Inc!ia

10rd Ripon al'llluncia o formal reconhecimentode Abdiel Ranura corn o Emir de Afghanis­tino

ladrõescasa de

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

Page 4: PROPRIEDADE JOSÉhemeroteca.ciasc.sc.gov.br/Jornal do Comercio/1880/JDC1880025.pdf · gum::os bengaladas;a policia prendia os mais turbulentos! etudocifrou-sen'isso. Afimde impedir

o companheiro Ile Pedr» re.p,ll'OU casual-'

monto que tinha ein frente a "i uma moçabonita ,e conhecendo pelas distrações de Pe­dro qne clla não lhe ou indifforente, accres­centou com mal icia:- Pedro, tu és muito fino ...- Porque �-Nada, só te digo que pórles ir pentew"

mõnos !- Pois acreditas que ...- Não acredito nada, adeus sê muito feliz;

até ou tro dia.Pedro ficou só, e corou, vendo descoberta a

sua inclinação por Amelia; que el Ie a todo o

custo trataria de occultar, tanto mais quan­do não a conhecia.

O sol já se havia escondido, e Pedro aindas(' achava no campn, pensativo. S(:guiu rua­

chinalmente () caminho que tomou Amelia,o chegou ;'L casa perturbado e inquieto.Naturalmente passou a uoute a sonhar com

a imagem de seus encantos, p:lrque no dia

seguinte assim que concluio os trabalhos daofficina, tratou de saber fluem era a moça quelhe havia impressionado tão seriamente.

Sonhe então que Amelia era orphü, e 'luevivia honradamente em companhia de uma

sua tia e madrinha, a qual, posto não fosserica, esmerava-se em dar-lhe uma modestaeducação a par de seus recursos.

(Coniinúa]

ANNUNCIOS

VINHO MEYNETDE

EXTRACTO DE FIGADO DE BACALHÃO

Approoado pela A caâemia ele 111eclicinaParis e pela Junta ele Saucle

de S. Peiersburço

É mais activo e mais efflcaz do que o oleo­Uma unica colher do Vinho deMeyneltequivale à duas colheres do melhor oleo. Evi­tar as imitações numerosas posteriores à In­venção Meynet. Podem ellas ser mais agra­daveis ao paladar, porém não são um productode formação natural, recompensado como soe

o nosso, em todas as Exposições Universaes.

DEPOSITO GERAL EM PARIS

FOURNY, 44 RUA DE AMSTERDAMEncontra-se á venda nas pricipaes Phar­

macias

Nas mesmas boticas, achão-se os ConCei­tos Meynet, D'EXTRACTO i'íATURAL DE FI­

GADO DE BACALHÃO.

DEPOSITO NO RIO DE JANEIRO

A, MEYER, dro[uista, rua Nova do Guvidor�-- ------ "_"--_... - .. _.- ._ -.- _-_. ---- .. - .-.. - . ._-_

_---------.

NO ARMAZEM DE MADEIRASA' RUA DE JOÃO PINTO N, 20

Vend�:se madeiras de todas as qualidades,cal, tijol.los e-telhas, por preços muito razoa­

'veis, experimentem os compradores, que acha­rão grande vantagem.

..:Jornal do Conu:nercil!!>

Ha quasi vinte anHOS que o cole­

brc phannaceutico Meynet, cujos tra­

balhos forão laureados pelo congressomedico de Pisa e pelas exposições uni­versaes de Pariz, Lyâo e Bruxellas,apresentou á Acaelenruia, ele }!le­d.ici.n.a, ele PaT'iz os CO.:JFEI'L'OS }j o

YI�IIO DE l\bYKF.'f DF, XE'l'RAC'.l'O N.\'WHAL

1m FIGADO DR BACj._LI�,�9. A sua 111 ven­

cão foi saudada nelos maiores sabios> >

do mundo medico. O eh. P. r. <la

Costa Alvarenga, lente dfL e�c(jla de

Medicina üe I..isbÔa, o dl'. João de

Kaleniczenko, lente da, faculdade me­

dica da Russia, o celebre medico Cons­

tantino James de Pariz, e varias ou­

tras celebridades encarecerão a eífi­

cacia d'essa descoberta. A invençãoMeynet tornou-se tão conhecida queo gT'ande (Diccic.rca.rio Un7�VeT'­

s�L do XIX eecul.c, de Pierre

Larousse, não trepidou em 111enc1O­

nal-a. Todas as revistas e jomaes de

medicina, tanto de Pariz como do ex­

terior, tecerão-lhe merecidos enco­

mios.

O::; CONFEITOS E O VINHO DE Mj�YNE'l' DE

ele EXTRAC1'O NA'fUHAL DE FIGADO DE R'..C.I..­

LIL\O tem sido imitados; 11MB os medi­

cos e os enfermos hão ele sempre pre­feril-os a todos os productos n13,i8 ou

menos arranjados para aproveitaremo triumpho logrado por essas uteis in­

venções que achão-se a venda, hojeem dia em todas as bôas pharmacias.

DEPOSITO 1\'0 RIO DE JASEIRO

li, MEYER, dro[uista,RUA NOVA DO OUVIDOR

A rABRICA HYDRAULICAEM S. MI G UE l

tem seu deposito ú rua Augusta n. ,'27, onderecebe oncommendas ele qualquer quantidadedo arroz precisa, para di a determinado.

No mesmo deposito, vende-se

'I'itp, Cominerciai, rua sle João pú.to-i880.

44, Rua d'Amsterdain, 41PARJi.�

COlllDras em COllllllissão de to[los os Al'ti[os frallcezesMEDIANTE FIANÇA tJ! BANCO OU DE Ot:TRO JIODO

PHEÇO ;) �

TODAS AS DESPEZAS Á CUSH 00 PEDINTE

A Casa obruja-se absolutamente a [aser todosos descontos ate 1JleSi,W os descontos ele

dinheiro á vista a lavo?' elos seus[requezes.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina