Prova 765 AR

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  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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    É trabalho pioneiro.Prestação de serviços com tradição de confiabilidade.Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadorasem sua tarefa árdua de não cometer injustiças.Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante

    no processo de aprendizagem, graças a seu formato: reproduçãode cada questão, seguida da resolução elaborada pelos profes-

    sores do Anglo.No final, um comentário sobre as disciplinas.

    A 2ª- fase da Unicamp é igual para todos os candidatos e rea-liza-se em quatro dias consecutivos. A cada dia são dadas

    quatro horas para a resolução de provas analítico-expositivasassim distribuídas:1º- dia: Língua Portuguesa, Literaturas de Língua Portuguesae Ciências Biológicas.2º- dia: Química e História.3º- dia: Física e Geografia.4º- dia: Matemática e Língua Estrangeira (Inglês).

    As provas de cada disciplina são compostas por 12 questõesque totalizam 48 pontos.

    Cada questão vale 4 pontos, que são divididos igualmenteentre os itens a e b que as constituem.Esse exame, como o da 1ª- fase, avalia também os candidatos àsvagas de Medicina e Enfermagem da FAMERP — Faculdade de

    Medicina de São José do Rio Preto (entidade pública estadual).

    Além dessas provas, para os cursos de Arquitetura e Urbanismo,Artes Cênicas, Dança, Artes Visuais e Música, realizam-se ava-liações de Habilidades Específicas, valendo 48 pontos. Oscandidatos que tiverem nota zero nas provas de aptidão esta-

    rão desclassificados da opção.

    A ausência ou a nota zero em qualquer uma das provas elimi-

    na o candidato.

    oanglo

    resolve

    a prova daUnicamp

    2ª- fase2009

    Código: 835021009

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    3UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

    Leia os seguintes artigos do Capítulo VIII do novo Código Civil (Lei nº- 10.406, de 10 de janeiro de 2002): Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:

    I — pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil;II —por infringência de impedimento.

    (...)

     Art. 1.550. É anulável o casamento:

    I — de quem não completou a idade mínima para casar;

    (...)

    VI —por incompetência da autoridade celebrante.

    a) Os enunciados que introduzem os artigos 1.548 e 1.550 têm sentido diferente. Explique essa diferença, com- parando, do ponto de vista morfológico, as palavras nulo e anulável.

    b) Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001), infringência vem de infringir (violar, transgre-dir, desrespeitar) + ência. Compare o processo de formação dessa palavra com o de incompetência , indicandoeventuais diferenças e semelhanças.

    a) Segundo o artigo 1.548, é “nulo” o casamento em duas situações, descritas nos incisos I e II: respectiva-

    mente, quando uma das partes tiver enfermidade mental que a torne incapaz para realizar os atos da vidacivil (como, no caso, contrair matrimônio), ou quando violar algum impedimento legal, ou seja, incidirnuma cláusula que impossibilite a união (por exemplo, se uma das partes já estiver casada). Isso significaque o casamento, nesses casos, não tem validade, reconhecimento jurídico. “Nulo”, assim, quer dizer “semefeito legal”.

    Conforme o artigo 1.550, é “anulável” o casamento daquele que não tem a idade mínima estipuladapor lei para casar, ou quando a autoridade que celebrar o matrimônio não for legalmente competente pararealizar esse ato (se não for, por exemplo, juiz de paz). Considerando que “anulável” é uma palavra for-mada por derivação sufixal a partir de “anular”, por sua vez formada por derivação parassintética de“nulo”, significa “que se pode ou deve anular”.

    Assim, se no primeiro caso o casamento sequer é reconhecido, uma vez que é considerado “nulo” já nomomento em que é contraído, como se não tivesse ocorrido; no segundo fica pressuposto que é inicialmente re-conhecido, podendo tornar-se nulo.

    b) A palavra “infringência” é um substantivo formado a partir do verbo “infringir” por derivação sufixal, ou seja,com a anexação do sufixo “-ência” à palavra base. O substantivo “incompetência” é formado por derivaçãoprefixal do substantivo “competência”, com a anexação do prefixo “-in” (com idéia de negação) à palavra base.Em “infringência”, o “in” não é prefixo, já que faz parte do radical da primitiva “infringir”, não podendo ser des-membrado, como no caso de “incompetência”.

    Resolução

    Questão 1     ▼

    U U NÍ L G  A

     U  RET I E

     AL    RT   A

    UUP 

     ORR   T UU G   ESS  ASS  DD  E L

     

    L.   UUP  ORR   T UU G   ESS  A

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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    Reportagem da Folha de São Paulo informa que o presidente do Brasil assinou decreto estabelecendo prazos para o país colocar em prática o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que unifica a ortografia nos países de língua portuguesa. Na matéria, o seguinte quadro comparativo mostra alterações na ortografia esta-belecidas em diferentes datas:

    Sobre o acordo, a reportagem ainda informa:

    As regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que entram em vigor no Brasil a partir de janeirode 2009, vão afetar principalmente o uso dos acentos agudo e circunflexo, do trema e do hífen. Cuidado: se-gundo elas, você não poderá mais dizer que foi mordido por uma jibóia, e sim por uma jiboia. (...)

    (Adaptado de E. Simões, “Que língua é essa?”. Folha de S.Paulo , Ilustrada, p. 1, 28/09/2008.)

    a) O excerto acima supõe que alterações ortográficas modifiquem o modo de falar uma língua. Mostre a pa-lavra utilizada que permite essa interpretação. Levando-se em consideração o quadro comparativo das mu-danças ortográficas e a suposição expressa no excerto, explique o equívoco dessa suposição.

     Ainda sobre a reforma ortográfica, Diogo Mainardi escreveu o seguinte:

    Eu sou um ardoroso defensor da reforma ortográfica. A perspectiva de ser lido em Bafatá, no interior daGuiné-Bissau, da mesma maneira que sou lido em Carinhanha, no interior da Bahia, me enche de entusiasmo.Eu sempre soube que a maior barreira para o meu sucesso em Bafatá era o C mudo [como em facto na orto-grafia de Portugal] (...)

    (D. Mainardi, “Uma reforma mais radical”. Revista VEJA , p. 129, 8/10/2008.)

    b) O excerto acima apresenta uma ironia. Em que consiste essa ironia? Justifique.

    a) A palavra que permite essa interpretação é o verbo “dizer”, na frase “você não poderá mais dizerque...”, pois esse verbo é aí tomado da acepção de “exprimir-se por palavras”, “falar”. Ora, alterações orto-gráficas não modificam o modo de falar uma língua, mas apenas a forma do registro gráfico das palavras.

    A presença ou ausência dos acentos em “êles / eles”, “provàvelmente / provavelmente” e “crêem / creem” em nada afeta a pronúncia dessas palavras. A ausência do trema em “tranqüilo” não significa quea palavra deva ser pronunciada como “trankilo”. Com a reforma agora em vigor, simplesmente se deter-mina que não se indique mais por meio do trema a pronúncia do “u” nos contextos gue, gui, que, qui .

    b) A afirmação inicial “Eu sou um ardoroso defensor da reforma ortográfica” passa a ter um significado exata-

    mente oposto ao que de início parecia, devido à absoluta inconsistência e à evidente improbabilidade dos fatosque são apresentados como argumento. É improvável que o autor seja lido em Carinhanha, no interior da Ba-hia, e menos provável ainda que a razão de não ser lido em Bafatá, no interior da Guiné-Bissau, seja o C mudo,tão presente na grafia de Portugal e de suas ex-colônias, e comparativamente quase ausente na nossa.

    Ora, constitui ironia um texto dizer, intencionalmente, o contrário daquilo que de fato pretende sig-nificar. E é isso que ocorre no excerto de Diogo Mainardi.

    Resolução

     Após as reformas de 1931 e 1943:Êles estão tranqüilos, porque provàvelmente não crêem emfantasmas.

     Após as alterações de 1971:Eles estão tranqüilos, porque provavelmente não crêem emfantasmas.

     Após o novo acordo, a vigorar a partir de janeiro de 2009

    Eles estão tranquilos, porque provavelmente não creem emfantasmas.

    Questão 2     ▼

    4UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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    É sabido que as histórias de Chico Bento são situadas no universo rural brasileiro.

    a) Explique o recurso utilizado para caracterizar o modo de falar das personagens na tira.b) É possível afirmar que esse modo de falar caracterizado na tira é exclusivo do universo rural brasileiro? 

     Justifique.

    a) Para caracterizar o modo de falar das personagens da tira, foi empregado mais de um recurso:• a substituição da letra “l” por “r” (“prantando” em vez de “plantando”);• a omissão da vogal na sílaba medial, com transformação da proparoxítona em paroxítona (“árvre” em

    vez de “árvore”);• a substituição da vogal átona “e” por “i” (“di” por “de”, “isperança” por “esperança”).

    b) Tomando-se o termo “exclusivo” no sentido frouxo de característico ou típico, pode-se dizer que o pri-meiro e o segundo recurso são comumente associados ao universo caipira. De fato, é bastante comum naspopulações do interior de São Paulo a pronúncia “craro” em vez de “claro” ou “crima” em vez de “clima”,e de “corgo” em vez de “córrego” ou “porva” em vez de “pólvora”.

    Quanto ao terceiro, trata-se de uso bastante generalizado na linguagem falada brasileira, verificadoigualmente nas populações urbanas ou rurais. É generalizada a pronúncia de “isperto”, em vez de “esperto”;de “iscola”, em vez de “escola”.

    Observação: A imprecisão dos enunciados merece reparo nesta questão. No item a, a banca faz referência aum único recurso característico da linguagem falada pelos personagens, quando há três, o que, sem dúvidaprejudicaria o candidato que fizesse uma leitura mais rigorosa do enunciado, confundindo-o no momento deresponder ao item seguinte.

    Neste item b, a eleição do termo “exclusivo” também é inadequada. A afirmação de que a pronúncia“prantando” em lugar de “plantando” seja exclusiva do falar caipira pode ser considerada, no máximo,uma hipótese teórica razoável. No atual estágio dos estudos da sociolingüística brasileira, não há a divul-gação de dados conclusivos que a sustentem. Por sinal, o dicionário Houaiss registra “frecha” ao lado de“flecha”, “frechar” ao lado de “flechar” e “aluguer” ao lado de “aluguel”, todos como equivalentes.

    Há, ademais, uma simplificação considerável em se empregar o termo “universo rural brasileiro” parafazer referência à cultura caipira, que as personagens de Chico Bento pretendem representar. Seria bas-tante questionável pleitear uma homogeneidade da linguagem falada no universo rural das regiões norte,nordeste e sul, tomando o uso lingüístico caipira como representativo do “universo rural brasileiro”.

    Em transmissão de um jornal noturno televisivo (RedeTV, 7/10/2008), um jornalista afirmou: “Não há uma sómedida que o governo possa tomar.”a) Considerando que há duas possibilidades de interpretação do enunciado acima, construa uma paráfrase

     para cada sentido possível de modo a explicitá-los.b) Compare o enunciado citado com: Não há uma medida que só o governo possa tomar. O termo ‘só’ tem

     papel fundamental na interpretação de um e outro enunciado. Descreva como funciona o termo em cadaum dos enunciados. Explique.

    Questão 4     ▼

    Resolução

    OBA, OBA!PRANTANDO UMA

    ÁRVRE NOVA.CHICO?!

    Copyright © 2000 Mauricio de Sousa Produções Ltda. Todos os direitos reservados. 6966

    ESSA AÍÉ DI QUÊ?

    DI GOIABA?DI JACA? DI

    MANGA?

    NÃO!DI

    ISPERANÇA...

    Questão 3     ▼

    5UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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    a) Duas paráfrases que explicitam os sentidos possíveis seriam:

    Não há apenas uma medida que o governo possa tomar, ou seja, existe mais de uma medida queo governo possa tomar.

    Não há nenhuma medida que o governo possa tomar, ou seja, não há medida alguma que o gover-no possa tomar.

    b) No primeiro enunciado, a ambigüidade advém da dupla possibilidade de combinação da palavra “só”,

    bem como do duplo escopo da negação. Num sentido, a palavra “só” associa-se ao numeral “uma” e anegação incide sobre “há uma só”: não [há uma só], há duas ou mais medidas. No outro sentido, a palavra“só” associa-se ao substantivo “medida” e a negação tem como escopo a expressão “há uma só medida”:não [há uma só medida], ou seja, não há uma única medida, nega-se a existência (há) de qualquer medida(nem uma sequer).

    No segundo enunciado — “Não há uma medida que só o governo possa tomar” — pode-se observar que,primeiramente, por ter sido deslocada para a segunda oração, a palavra “só” foge ao escopo da negação;em segundo lugar, não há dupla possibilidade de combinação, isto é, a palavra “só” está associada univoca-mente à palavra “governo”, indicando que não há uma medida que apenas o governo possa tomar.

    Calvin é personagem de uma conhecida tirinha americana traduzida para várias línguas.

    a) A primeira tira é uma tradução portuguesa e a segunda, uma tradução brasileira. Dê um exemplo de uma dife-rença sintática entre a tradução do português europeu e a do português brasileiro. Descreva essa diferença.

    b) Explique a diferença de sentido entre os verbos ter e haver em “Tem que haver um jeito melhor de fazer elecomer!”, na segunda tirinha.

    NÃO VOU COMER ESTA BOA IDÉIA, CALVIN. É UM PRATODE LIXO TÓXICO QUE TETRANSFORMARÁ NUM MUTANTE

    SE O COMERES. DIISPERANÇA...

    MISTELA VERDE,IERRR!

    TEM DE HAVER UMA MANEIRAMELHOR DE O PÔR A

    COMER!

    AHHH...JÁ SINTO OSEFEITOS...

    !

    !

    EU NÃO VOU COMERESSA COISA VERDE,

    YECCHH!

    BOA IDÉIA, CALVIN. ISSOÉ UMA PASTA TÓXICA QUEIRÁ TE TRANSFORMAR EMMUTANTE SE VOCÊ COMER.

    TEM DE HAVER UMJEITO MELHOR DE FAZER

    ELE COMER!AHHH...

    EU SINTO, ESTÁDANDO CERTO...

    Questão 5     ▼

    Resolução

    6UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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    a) O enunciado solicita que se dê um exemplo de diferença sintática entre as duas traduções. Assim, tal diver-gência deve envolver concordância, regência, uso e colocação de pronomes ou função sintática. Enfim, a formade organizar e combinar as palavras no período.

    Abaixo, uma tabela registra as oposições sintáticas detectadas. Com asterisco, estão indicadas as maisrelevantes para usar como exemplo.

    b) Na locução tem que haver , o verbo tem é um auxiliar que acrescenta ao verbo principal haver a noção depossibilidade. Haver , no caso, significa existir . Uma paráfrase possível seria deve existir .

    QUADRINHO TRADUÇÃO PORTUGUESA TRADUÇÃO BRASILEIRA

    2º-“É um prato (...)”(omissão do sujeito do verbo é)

    “Isso é uma pasta (...)”(explicitação do sujeito do verbo é, por meiodo uso do dêitico isso)

    2º-

    *

    “(...) que te transformará (...)”(uso do pronome te logo após o prono-me relativo que — o qual é fator de pró-clise obrigatória — e antes do único ver-bo da oração)

    “(...) que irá te transformar (...)”(uso do pronome te entre os verbos auxiliare principal da locução, mesmo com o verboauxiliar no futuro, o que é uma colocaçãomenos ortodoxa no Português europeu.Nessa variante, haveria duas opções para aconstrução da frase: “que te irá transformar”ou “que irá transformar-te”)

    2º-

    *

    “(...) te transformará (...) se o comeres.”(uniformidade no tratamento: a segundapessoa do singular se verifica no pronomeoblíquo te e na flexão do verbo comeres)

    “(...) irá te transformar (...) se você comer.”(falta de tal uniformidade: ora se usa a se-gunda pessoa do singular (te), ora você, queexige o verbo (comer ) conjugado na terceirapessoa do singular)

    2º-“(...) se o comeres.”(uso do pronome oblíquo o como comple-mento do verbo, para retomar lixo tóxico)

    “(...) se você comer.”(nenhuma palavra explícita que remeta a

     pasta tóxica para funcionar como comple-mento do verbo)

    4º-“(...) tem de haver (...)”(uso da preposição de como conectivoentre o auxiliar ter e o principal haver )

    “(...) tem que haver (...)”(uso da palavra que como conectivo entreos verbos, também com valor prepositivo)

    4º-

    *

    “(...) o pôr a comer.”(uso do pronome átono o como comple-mento do verbo)

    “(...) fazer ele comer.”(uso do pronome reto ele, que, apesar de de-sempenhar papel de sujeito do verbo comer ,deveria ter-se apresentado na forma oblí-qua (fazê-lo comer ), conforme estabelece anorma padrão quando há verbo causativo— no caso, fazer .

    Resolução

    7UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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    Encontram-se, abaixo, a transcrição de parte de uma transmissão de jogo de futebol, trecho de uma canção euma manchete de notícia.

    a) Nos três textos ocorrem verbos no tempo presente. Entretanto, seu uso descreve as ações de formas diferentes.Compare o uso do presente nos textos 1 e 2 , e mostre a diferença. Faça o mesmo com os textos 2 e 3. Explique.

    b) O encadeamento narrativo do texto 1 é construído pela alternância entre verbos no presente e no passado. Justifique a presença exclusiva do passado no último parágrafo, considerando que se trata de uma trans-missão de jogo de futebol.

    a) Os tempos verbais podem ser empregados, em sentido literal, para indicar o momento da ocorrência deuma ação, respeitando a linearidade da passagem do tempo (o futuro do presente, por exemplo, exprimeum processo posterior ao momento da fala). É possível, porém, em certos contextos, operar com os temposverbais para obter efeitos expressivos (por exemplo, dar ordens usando o infinitivo em vez do imperativo:“Esquerda, volver!”). Os três textos exploram essas características dos tempos verbais.

    No texto 1, uma transmissão de jogo de futebol, o presente do indicativo sinaliza que as ações aconte-cem simultaneamente ao momento em que são narradas pelo locutor esportivo. Em “Faz festa a torcida”,por exemplo, o emprego desse tempo verbal sugere que a festa está ocorrendo no instante em que é enun-ciada.

    No texto 2, o presente é empregado em sentido não-literal: em vez de concomitância em sentido estrito,indica ações costumeiras, que se repetem no dia-a-dia do casal (noção construída por expressões como Coti-diano, todo dia, sempre igual).

    No texto 3, como no 2, ocorre emprego metafórico do tempo verbal, desta vez no lugar do futuro do pre-sente (tempo requerido pelo advérbio amanhã), produzindo efeito de mais certeza ao enunciado.

    b) Na transmissão de uma partida de futebol, é comum o locutor narrar os lances à medida que acontecem,fazer comentários sobre eles e retomar eventos já narrados. No último parágrafo, o locutor reconta com maisdetalhes o gol de Anderson Conceição narrado no parágrafo anterior. A presença exclusiva do pretérito per-feito, portanto, é um recurso que organiza o discurso oral: ela indica, literalmente, que as ações ( subiu, des-viou, cutucou) se inscrevem no passado, não são simultâneas à fala. É a forma lingüística de indicar o replay na transmissão falada da partida.

    Resolução

    TEXTO 2

    “Cotidiano” (Chico Buarque)

    Todo dia ela fazTudo sempre igualMe sacodeÀs seis horas da manhãMe sorri um sorriso pontualE me beija com a bocaDe hortelã (...)

    TEXTO 3

    “Presidente visita amanhã a Estação Antártica”( Imprensa Nacional , em www.in.gov.br, 15/02/2008)

    TEXTO 1

    Na marca de 36 minutos do primeiro tempo do jogo, pode abrir o marcador o time da Itapirense. AEsportiva precisa da vitória. Tomando posição o ca-

    misa 9 Juary. É a batida de penalidade máxima. Fazfesta a torcida. Fica no centro do gol o goleiro Cléber.Partiu Juary com a bola para a esquerda, tocou, é gol.Gol da Esportiva! E o Mogi Mirim tem posse de bolaagora, escanteio pela direita. 39 minutos, Juan na co-brança do escanteio para o Mogi Mirim, chutou, cru-zou, cabeceia Anderson Conceição e é gol.

    Foi aos 39 minutos do primeiro tempo, Juan pracobrança do lado direito, subiu, desviou de cabeçao zagueiro Anderson Conceição, bola pro fundo darede do goleiro Brás da Itapirense. Cutucou profundo da rede Anderson Conceição, camisa 4.

    (Transcrição adaptada de trecho da transmissão da partida

    entre Mogi Mirim Esporte Clube e Itapirense em 04/10/2008.Disponível no Podcast “Mogi Mirim Esporte Clube”,

    em www. mogimirim.com.br)

    Questão 6     ▼

    8UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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    Na seguinte cena do Auto da Barca do Inferno , o Corregedor e o Procurador dirigem-se à Barca da Glória, de- pois de se recusarem a entrar na Barca do Inferno.

    (Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno. São Paulo: Ateliê Editorial, 1996, p. 107-109.)

    a) De que pecado o Parvo acusa o homem de leis (Corregedor)? Este é o único pecado de que ele é acusadona peça? 

    b) Com que propósito o latim é empregado pelo Corregedor? E pelo Parvo? 

    a) O Parvo acusa o Corregedor de aceitar suborno — ao mencionar que este recebia coelhos e pernas deperdizes como propina, para definir o resultado dos processos — e também de heresia, ao dizer que ele uri-nava nos campanários. Além disso, o Corregedor é acusado de não zelar pelos interesses legais dos menosfavorecidos socialmente (como os camponeses).

    b) O latim é empregado pelo Corregedor como forma de demonstrar poder e superioridade social, espe-rando com isso influenciar a seu favor o julgamento do Anjo. O Parvo, por sua vez, utiliza o registro macar-rônico ou estropiado do latim com o propósito de destruir, por meio da sátira, a presunção do Corregedor.

    Leia, abaixo, a letra de uma canção de Chico Buarque inspirada no romance de José de Alencar, Iracema —uma lenda do Ceará:

    (Chico Buarque, As Cidades. Rio de Janeiro: Marola Edições Musicais Ltda.,1998.)

    Tem saído ao luar Com um mímico

     Ambiciona estudar Canto líricoNão dá mole pra políciaSe puder, vai ficando por láTem saudade do CearáMas não muitaUns dias, afoitaMe liga a cobrar:— É Iracema da América

    Iracema voou

    Iracema voouPara a AméricaLeva roupa de lãE anda lépidaVê um filme de quando em vez Não domina o idioma inglêsLava chão numa casa de chá

    Questão 8     ▼

    Resolução

     pera: para

    habeatis: tende

    homens dos breviairos: homens de leisRapinastis coelhorum/Et perniz perdiguitorum:Recebem coelhos e pernas de perdiz como suborno

    Beleguinis ubi sunt?: Onde estão os oficiais de justiça? Ego latinus macairos: Eu falo latim macarrônico

    Corregedor Ó arrais dos gloriosos, passai-nos neste batel!

     Anjo Ó pragas pera papel, pera as almas odiosos!

    Como vindes preciosos, sendo filhos da ciência!

    Corregedor Ó! habeatis clemênciae passai-nos como vossos!

     Joane (Parvo) Hou, homens dos breviairos,rapinastis coelhorumet perniz perdiguitorume mijais nos campanairos!

    Corregedor Ó! Não nos sejais contrairos,Pois nom temos outra ponte!

     Joane (Parvo) Beleguinis ubi sunt?Ego latinus macairos.

    Questão 7     ▼

    9UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

    10/21

    a) Que papel desempenha Iracema no romance de José de Alencar? E na canção de Chico Buarque? b) Uma das interpretações para o nome da heroína do romance de José de Alencar é de que seja um anagrama

    de América. Isto é, o nome da heroína possui as mesmas letras de América dispostas em outra ordem. Par-tindo dessa interpretação, explique o que distingue a referência à América no romance daquela que é feitana canção

    a) Embora sejam protagonistas, a Iracema de José de Alencar e a homônima da canção de Chico Buarque

    desempenham papéis radicalmente distintos. Na narrativa romântica, a personagem se integra intima-mente aos elementos da natureza americana; experimenta a força de um amor inabalável; apresenta umquadro moral irrepreensível e desempenha função social de relevo (por ser a filha do pajé e destinada aoculto de Tupã). Na canção de Chico Buarque, em contrapartida, Iracema se configura pelo desenraizamen-to cultural (emigra para os Estados Unidos, mas “Não domina o idioma inglês”) e pelo subemprego (“Lavachão numa casa de chá”); vive uma relação amorosa descompromissada (“Tem saído (...) / Com um mími-co”); reside de forma clandestina no estrangeiro (“Se puder, vai ficando por lá”) e se encontra socialmentemarginalizada (“Não dá mole pra polícia” e “Me liga a cobrar”).

    b) No romance, a América conota o continente americano, simbolicamente apreendido como a terra daliberdade, das virtudes morais e da exuberância natural. Na canção “Iracema voou”, o termo alude aosEstados Unidos da América, lugar definido como o centro da economia mundial e da modernidade. Cumprenotar que há uma clara oposição entre o ambiente receptivo da narrativa, associado aos índios hospita-

    leiros, e a hostilidade norte-americana aos imigrantes, sugerida na canção.

    Leia o seguinte capítulo do romance Dom Casmurro , de Machado de Assis

    ( Dom Casmurro , em Machado de Assis, Obra Completa em quatro volumes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008: p. 975.)

    a) Explique a metáfora empregada pelo narrador, neste capítulo, para caracterizar sua imaginação.

    b) De que maneira a imaginação de Bentinho, assim caracterizada, se relaciona com a temática amorosa nestecapítulo? E no romance? 

    a) O narrador estabelece uma relação de semelhança entre a sua imaginação e as éguas referidas porTácito — ou por algum outro autor antigo — ao empregar a metáfora “a minha imaginação era uma gran-de égua ibera”. Da mesma forma que aquelas éguas eram fecundadas pelo vento, a imaginação do nar-

    Resolução

    Capítulo XL

    Uma égua

    Ficando só, refleti algum tempo, e tive uma fantasia. Já conheceis as minhas fantasias. Contei-vos a da visitaimperial; disse-vos a desta casa do Engenho Novo, reproduzindo a de Matacavalos... A imaginação foi a compa-

    nheira de toda a minha existência, viva, rápida, inquieta, alguma vez tímida e amiga de empacar, as mais delascapaz de engolir campanhas e campanhas, correndo. Creio haver lido em Tácito que as éguas iberas concebi-am pelo vento; se não foi nele, foi noutro autor antigo, que entendeu guardar essa crendice nos seus livros.Neste particular, a minha imaginação era uma grande égua ibera; a menor brisa lhe dava um potro, que saíalogo cavalo de Alexandre; mas deixemos de metáforas atrevidas e impróprias dos meus quinze anos. Digamoso caso simplesmente. A fantasia daquela hora foi confessar a minha mãe os meus amores para lhe dizer quenão tinha vocação eclesiástica. A conversa sobre vocação tornava-me agora toda inteira, e, ao passo que meassustava, abria-me uma porta de saída. «Sim, é isto, pensei; vou dizer a mamãe que não tenho vocação, e con-fesso o nosso namoro; se ela duvidar, conto-lhe o que se passou outro dia, o penteado e o resto...»

    Questão 9     ▼

    Resolução

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  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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    rador criava situações e fantasias a partir do menor ensejo. Isso fez com que Bento imaginasse, por exem-plo, uma conversa com o imperador para que este o dispensasse da obrigação de entrar para o seminário;ou uma conversa com o coqueiro velho de seu quintal, logo depois de ouvir José Dias alertar D. Glória sobreseu possível namoro com Capitu.

    b) A fértil imaginação de Bentinho se relaciona com a temática amorosa do capítulo a partir do momen-to em que o narrador fantasia uma conversa melodramática com a sua mãe. Imagina-se então numa pos-tura romântica de mártir, confessando o seu amor e disposto a enfrentar todos os obstáculos sociais pararealizar sua determinação de não se tornar seminarista e de concretizar o seu amor com Capitu.

    Quanto à relação entre essa imaginação inventiva e a temática amorosa no romance como um todo,

    pode-se considerar que, se a questão do ciúme do narrador estrutura a retomada que ele faz de sua própriavida, todo o ponto de vista dessa retrospecção tenha sido determinado não por fatos e provas cabais, masapenas por conjecturas de uma imaginação quase alucinada.

    No poema abaixo, Alberto Caeiro compara o trabalho do poeta com o do carpinteiro:

    ( Poemas completos de Alberto Caeiro, em Fernando Pessoa. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983, p. 156.)

    a) Por que tal comparação é feita? Por que ela é rejeitada pelo eu lírico na segunda estrofe do poema? b) Identifique duas características próprias da visão de mundo de Alberto Caeiro presentes na terceira estrofe.

     Justifique sua resposta.

    a) Caeiro associa o trabalho do poeta com o do carpinteiro pelo seu caráter artesanal, isto é, por ambosoperarem a transformação de algo natural em produto artificial. O eu lírico rejeita o trabalho do carpin-teiro porque ele implica a destruição de árvores, que deixariam de florir para proporcionar o material usadona construção de coisas inanimadas (“muro”; “casa”). De modo análogo, o trabalho do poeta é rejeitado àmedida que pode resultar em construção desprovida de naturalidade.

    b) Caeiro recusa a cultura em favor da vida espontânea e natural. Sua visão de mundo se expressa numapoesia fundamentada no realismo ou no materialismo sensorial, que pode ser apontado na rejeição do pen-samento (“não como quem pensa”) em favor de funções vitais associadas aos sentidos (“como quem respira”;“E olho para as flores”). Para ele, a verdade está nas coisas em si, entendidas como exatamente aquilo queparecem ser, e não num sentido ou numa essência atribuídos a elas.

    Resolução

     XXXVI 

    E há poetas que são artistas

    E trabalham nos seus versosComo um carpinteiro nas tábuas! ...

    Que triste não saber florir!Ter que pôr verso sobre verso, como quem constrói ummuroE ver se está bem, e tirar se não está! ...Quando a única casa artística é a Terra todaQue varia e está sempre bem e é sempre a mesma.

    Penso nisto, não como quem pensa, mas comoquem respira,

    E olho para as flores e sorrio...Não sei se elas me compreendemNem se eu as compreendo a elas,Mas sei que a verdade está nelas e em mimE na nossa comum divindadeDe nos deixarmos ir e viver pela TerraE levar ao colo pelas Estações contentesE deixar que o vento cante para adormecermosE não termos sonhos no nosso sono.

    Questão 10     ▼

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  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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    Carlos Drummond de Andrade reescreve a famosa “Canção do exílio” de Gonçalves Dias, na qual o poetaromântico idealiza a terra natal distante.

    ( A rosa do povo , em Carlos Drummond de Andrade, Poesia e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988, p. 117.)

    a) Além de expatriação, a palavra exílio significa também “lugar longínquo” e “isolamento do convívio social”.Quais palavras expressam estes dois últimos significados no poema de Drummond? b) Como o eu lírico imagina o lugar para onde quer voltar? 

    a) No poema de Carlos Drummond de Andrade, as palavras que expressam os significados “lugar longín-quo” e “isolamento do convívio social” para a palavra exílio são, respectivamente, “longe” e “só”.

    b) O lugar para onde o eu lírico quer voltar é idealizado, de modo análogo ao que ocorre na “Canção doexílio” original, de Gonçalves Dias. Um lugar em que um sabiá canta na palmeira, em que “o céu cintilasobre flores úmidas”, em que se ouvem “vozes na mata” e “tudo é belo e fantástico”.

    Uma leitura possível para esse texto é a de que o eu lírico esteja se referindo ao Brasil num momentoanterior à ditadura de Getúlio Vargas (1937-1945), quando as pessoas podiam se expressar com maior liber-

    dade e simplicidade. A esperança de que o país sonhado ainda pudesse voltar a ser uma realidade possívelconcretiza-se no primeiro verso da última estrofe: “Ainda um grito de vida e voltar”.

    “Conversa de Bois”, de Guimarães Rosa, narra acontecimentos de uma viagem no carro-de-bois, em que estãoo carreador Agenor Soronho, Tiãozinho e o corpo de seu pai morto. O trecho abaixo reproduz um dos diálo-gos entre os bois:

    (“Conversa de Bois”, em João Guimarães Rosa, Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979, p. 317.)

    a) Explique o sentido das expressões “bezerro-de-homem” e “babando água dos olhos”. Relacione-as com oenredo.

    b) Explique a expressão “homem-do-pau-comprido-com-o-marimbondo-na-ponta”. Que característica do car-reador Agenor Soronho ela busca evidenciar? 

    — Que é que está fazendo o carro? — O carro vem andando, sempre atrás de nós.— Onde está o homem-do-pau-comprido? 

    — O homem-do-pau-comprido-com-o-marimbondo-na-ponta está trepado no chifre do carro...— E o bezerro-de-homem-que-caminha-sempre-na-frente-dos-bois? — O bezerro-de-homem-que-caminha-adiante vai caminhando devagar... Ele está babando água dos olhos...

    Questão 12     ▼

    Resolução

    Nova canção do exílioÀ Josué Montello

    Um sabiána palmeira, longe.Estas aves cantamum outro canto.

    O céu cintila sobre flores úmidas.Vozes na mata,e o maior amor.

    Só, na noite, seria feliz:um sabiá,na palmeira, longe.

    Onde tudo é beloe fantástico,

     só, na noite, seria feliz.(Um sabiá,na palmeira, longe.)

     Ainda um grito de vida evoltar 

     para onde tudo é beloe fantástico:a palmeira, o sabiá,o longe.

    Questão 11     ▼

    12UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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    a) O conto “Conversa de bois” é narrado a partir do testemunho da irara Risoleta. Caminhando na beira deuma estrada, ela acompanha a viagem do carro de bois que tem Agenor Soronho como carreiro (que fica “trepa-do no chifre do carro”) e o garoto Tiãozinho como guia (já que ele é o “bezerro-de-homem-que-caminha-sem-pre-na-frente-dos-bois”). O diálogo entre os animais é um dos meios utilizados por Risoleta para inteirar-se dealguns dados do drama que aflige as personagens. Em sua conversa, os bois se utilizam de expressões por inter-médio das quais traduzem elementos do universo humano. Assim, “bezerro-de-homem” significa “menino”,sendo uma referência a Tiãozinho, submetido precocemente a uma considerável carga de sofrimento, com a

    doença e a morte do pai e o envolvimento da mãe com o violento Agenor. Os bois se referem exatamente à tris-teza do menino, causada por essas circunstâncias, quando se utilizam da expressão “babando água dos olhos”— que indica que ele está “chorando”.

    b) A expressão “homem-do-pau-comprido-com-o-marimbondo-na-ponta” qualifica o carreiro Agenor So-ronho. Ele é “homem” por ser adulto, diferenciando-se, assim, do menino Tiãozinho, indicado como “be-zerro-de-homem”; o “pau-comprido” é a vara utilizada por Agenor no controle dos animais que puxam o carro;o “marimbondo-na-ponta” refere-se ao metal pontiagudo que guarnece a ponta da vara, com o qual o car-reiro suplicia os animais. Esses dados caracterizam Agenor Soronho como um homem autoritário, violento eprepotente — o que se confirma no tratamento que dedica aos bois e a Tiãozinho.

    Resolução

    13UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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  • 8/18/2019 Prova 765 AR

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    15UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

    Horas depois de uma pequena farpa de madeira ter espetado o dedo e se instalado debaixo da pele de uma pessoa, nota-se que o tecido ao redor desse corpo estranho fica intumescido, avermelhado e dolorido, emrazão dos processos desencadeados pelos agentes que penetraram na pele juntamente com a farpa.

    a) Indique quais células participam diretamente do combate a esses agentes externos. Explique o mecanismoutilizado por essas células para iniciar o processo de combate aos agentes externos.

    b) Ao final do processo de combate forma-se muitas vezes uma substância espessa e amarelada conhecidacomo pus. Como essa substância é formada? 

    a) As células que participam diretamente do combate aos agentes externos são os leucócitos (glóbulos brancos),do tipo neutrófilo. O mecanismo utilizado é a fagocitose, na qual o leucócito engloba os agentes por meio da

    formação de pseudópodes.b) O pus é formado por leucócitos e bactérias mortas no processo da fagocitose, além de restos de tecido.

     A figura abaixo mostra um corte histológico de um tecido vegetal em que estão assinaladas células em dife-rentes momentos do ciclo celular.

    a) Em algumas das células mostradas na figura é esperado encontrar atividades de síntese de RNA mensageiro.Em qual das células, numeradas de 1 a 3, deve ocorrer maior atividade de síntese desse ácido nucléico? Jus-tifique indicando a característica da célula que permitiu a identificação.

    b) O que faz com que, em mitose, ocorra a separação das cromátides-irmãs de forma equitativa para os pólos

    das células? Indique em qual das células numeradas na figura está ocorrendo essa separação.

    a) Na célula 3. A célula está em interfase, fase em que há grande atividade metabólica, com a maior parte dasíntese de RNA mensageiro. Essa fase é reconhecida por um núcleo evidente, sem cromossomos visíveis ecom nucléolo presente.

    b) Cada cromossomo mitótico é constituído por duas cromátides unidas pelo centrômero. Cada cromátide seprende a uma fibra do fuso e é movida em direção a um dos pólos da célula quando essa fibra encurta. Acélula em que esse fenômeno é visível é a de número 1.

    Resolução

    1

    3

    2

    Questão 14     ▼

    Resolução

    Questão 13     ▼

     B   OI  L  GO  

    I   A

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

    16/21

    Recentemente pesquisadores brasileiros conseguiram produzir a primeira linhagem de células-tronco a partir de embrião humano. As células-tronco foram obtidas de um embrião em fase de blástula, de onde foram obti-das as células que posteriormente foram colocadas em meio de cultura para se multiplicarem.

    a) As células-tronco embrionárias podem solucionar problemas de saúde atualmente incuráveis. Quais carac-terísticas dessas células-tronco permitem que os pesquisadores possam utilizá-las no futuro para este fim? 

    b) Blástula é uma etapa do desenvolvimento embrionário de todos os animais. Identifique entre as figurasabaixo qual delas corresponde à fase de blástula e indique uma característica que a diferencia da fase ante-

    rior e da posterior do desenvolvimento embrionário.

    a) A característica principal dessas células é sua indiferenciação, ou seja, sua capacidade de se transformar em

    qualquer tipo celular do organismo. Outra característica dessas células é sua alta capacidade de multipli-cação.

    b) A figura E corresponde à fase de blástula. A fase anterior (mórula) é um aglomerado celular sem cavidadeinterna; a fase posterior (gástrula) tem duas camadas de células e uma cavidade que se comunica com o meioexterno.

    Com a manchete “O Vôo de Maurren”, O Estado de São Paulo noticiou, no dia 23 de agosto de 2008, que a saltadora Maurren Maggi ganhou a segunda medalha de ouro para o Brasil nos últimos Jogos Olímpicos. No salto de 7,04m de distância, Maurren utilizou a força originada da contração do tecido muscular estriadoesquelético. Para que pudesse chegar a essa marca, foi preciso contração muscular e coordenação dos movi-

    mentos por meio de impulsos nervosos.a) Explique como o neurônio transmite o impulso nervoso ao músculo.b) Para saltar, é necessária a integração das estruturas ósseas (esqueleto) com os tendões e os músculos.

    Explique como ocorre a integração dessas três estruturas para propiciar à atleta a execução do salto.

    a) O neurônio transmite o impulso nervoso ao músculo por meio de um mediador químico, a aceticolina, libe-rado na região da sinapse neuromuscular, ou placa motora.

    b) Tendões são estruturas muito pouco elásticas que ligam os músculos aos ossos. A contração muscular move osossos por um sistema de alavanca.

    Na Olimpíada de Pequim ocorreram competições de tiro ao alvo e de arco-e-flecha. O desempenho dos atle-tas nessas modalidades esportivas requer extrema acuidade visual, além de outros mecanismos fisiológicos.

    a) A constituição do olho humano permite ao atleta focar de maneira precisa o objeto alvo. Como a imagemé formada? Quais componentes do olho participam dessa formação? 

    b) Os defeitos mais comuns na acomodação visual são miopia e hipermetropia. Por que as imagens não sãonítidas no olho de uma pessoa míope e de uma pessoa hipermétrope? Como os óculos podem corrigir essesdois problemas? 

    Questão 17     ▼

    Resolução

    Questão 16     ▼

    Resolução

    A B C D E F

    Questão 15     ▼

    16UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

    17/21

    a) A imagem se forma de modo invertido, sobre a retina. Os raios luminosos que partem do objeto atraves-sam a córnea, o humor aquoso, a pupila (orifício da íris), o cristalino, o humor vítreo, chegando finalmenteà retina.

    b) No caso da miopia, a imagem é focalizada antes de chegar à retina; na hipermetropia, a imagem focaliza-da se formaria posteriormente à retina. A miopia é corrigida por lentes divergentes; a hipermetropia, porlentes convergentes.

    O aumento na taxa de transpiração das plantas, levando-as a um maior consumo de água, torna-as mais sen- síveis à deficiência hídrica no solo.

    a) Explique o mecanismo de reposição da água perdida pela planta com o aumento da taxa de transpiração.b) Explique o(s) caminho(s) que pode(m) ser percorrido(s) pela água nas plantas, desde sua entrada nos pêlos

    absorventes até a sua chegada no xilema da raiz.

    a) A transpiração remove moléculas de água, resultando numa “sucção” que movimenta a coluna de água nosvasos do xilema; essa coluna se mantém íntegra graças a forças de coesão existentes entre as moléculas. Na

    raiz, a zona pilífera absorve água da solução do solo, por osmose.b) A água caminha dentro das células ou pelas suas paredes, percorrendo o seguinte trajeto: pêlo absorvente;

    epiderme; córtex. Na endoderme, a água obrigatoriamente atravessa as células, devido às estrias de Caspary.Em seguida atravessa o periciclo e atinge o xilema da raiz.

    Nos Jogos Olímpicos de Pequim, pouco antes do início das regatas, ocorreu grande proliferação de uma algaverde do gênero Enteromorpha na região costeira, levando à necessidade de sua retirada antes das com-

     petições. Essa alga apresenta ciclo de vida com alternância de gerações (abaixo esquematizado), no qual ocor-rem indivíduos adultos haplóides e diplóides.

    a) Os diplóides são chamados esporófitos e os haplóides são denominados gametófitos. Indique o número dafigura que corresponde a cada um desses indivíduos e explique como cada um deles é originado.

    b) Que vantagens resultam do fato de a alga apresentar geração gametofítica e geração esporofítica? 

    1

    2

    6

    3

    45

    Questão 19     ▼

    Resolução

    Questão 18     ▼

    Resolução

    17UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

    18/21

    a) O esporófito é indicado pelo número 5 e os gametófitos pelo número 1. O esporófito é formado a partir do zigo-to (4), resultante da fusão de gametas (3). Os gametófitos são gerados pela germinação dos esporos (6).

    b) A produção de esporos ocorre por meiose, que gera variabilidade genética. A fusão gamética, na fecun-dação, também gera variabilidade genética.

    Pesquisadores vinham estudando a variação do número de indivíduos das espécies de peixes A e B em uma lagoa

    estável. Em um determinado momento (indicado pela seta), foi introduzida acidentalmente a espécie C. Os pesquisadores continuaram acompanhando o número de indivíduos das três espécies e apresentaram os dados nafigura abaixo.

    a) Que relações ecológicas poderiam explicar a variação do número de indivíduos das espécies A e B a partir daintrodução da espécie C? Justifique a sua resposta.

    b) Os pesquisadores também observaram que uma espécie de ave que visitava a lagoa diariamente para se ali-mentar não foi mais vista algum tempo depois da introdução da espécie C. Explique o que pode ter provo-cado esse fato. Que nível(is) trófico(s) essa ave ocupa? 

    a) A introdução da espécie C levou a um decréscimo do número de indivíduos de B, seja porque C competecom B ou por C ser predador de B. O decréscimo do número de indivíduos de B leva a um aumento dos indi-víduos de A. Isso permite concluir que a relação ecológica entre A e B é de competição.

    b) A ave se alimentava dos peixes da espécie B. A diminuição desses peixes pode ter levado essas aves a migra-rem, à procura de outro tipo de alimento. A ave pode ser consumidora secundária ou de ordem mais ele-vada, dependendo do nível trófico ocupado pelos peixes da espécie B.

    Várias evidências científicas comprovam que as aves são descendentes diretas de espécies de dinossauros que sobre-viveram ao evento de extinção em massa que assolou o planeta 65 milhões de anos atrás. O achado mais recente,um dinossauro emplumado chamado Epidexipteryx hui , foi apresentado na revista Nature. Alguns dinossaurosmenores adquiriram a capacidade de voar, e foram eles, provavelmente, que sobreviveram ao cataclismo e deram

    origem às aves modernas. (Adaptado de Herton Escobar, Curiosidades e maravilhas científicas do mundo em que vivemos.http://www.estadao.com.br/vidae/imagineso_265208,0.htm. Acessado em 27/10/2008.)

    a) Conforme o texto, as aves provavelmente seriam descendentes de um grupo de dinossauros, relação cadavez mais evidenciada pelo estudo dos fósseis. Contudo, as aves modernas diferem dos répteis quanto ao sis-tema respiratório, diferença essa que pode ser considerada uma adaptação ao vôo. Que diferença é essa ecomo ela está relacionada ao vôo? 

    b) A capacidade de voar ocorre não só em aves mas também em mamíferos, como os morcegos, e em insetos.Os pesquisadores explicam que as asas podem ser órgãos homólogos, em alguns casos, e órgãos análogos,em outros. Indique em quais dos animais citados as asas são órgãos homólogos e em quais são órgãos aná-logos. Em que diferem esses dois tipos de órgãos? 

    Questão 21     ▼

    Resolução

    Espécie A Espécie B Espécie C

       N   ú

      m  e  r  o   d  e   I  n   d   i  v   í   d  u  o  s

    Tempo

    Questão 20     ▼

    Resolução

    18UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

    19/21

    a) As aves têm pulmões com maior superfície para as trocas gasosas, o que permite uma captação mais eficazdo oxigênio e, por conseguinte, um intenso trabalho muscular durante o vôo. Além disso, os sacos aéreos (pro-

     jeções membranosas dos pulmões) penetram nos ossos pneumáticos, levando a uma diminuição da densidade doanimal, além de contribuírem para a refrigeração, importantes adaptações para o vôo.

    b) No morcego e nas aves as asas são órgãos homólogos (mesma origem embrionária). As asas dos insetos sãosomente análogas (mesma função e diferente origem embrionária) às dos morcegos e das aves.

    Um reality show americano mostra seis membros da família Roloff, na qual cada um dos pais sofre de um tipodiferente de nanismo. Matt, o pai, tem displasia distrófica, doença autossômica recessiva (dd). Amy, a mãe,tem acondroplasia, doença autossômica dominante (A_), a forma mais comum de nanismo, que ocorre em umde cada 15.000 recém-nascidos. Matt e Amy têm quatro filhos: Jeremy, Zachary, Molly e Jacob.

    a) Jeremy e Zachary são gêmeos, porém apenas Zachary sofre do mesmo problema que a mãe. Qual a proba-bilidade de Amy e Matt terem outro filho ou filha com acondroplasia? Qual a probabilidade de o casal ter filho ou filha com displasia distrófica? Explique.

    b) Os outros dois filhos, Molly e Jacob, não apresentam nanismo. Se eles se casarem com pessoas normais homo- zigotas, qual a probabilidade de eles terem filhos distróficos? E com acondroplasia? Dê o genótipo dos filhos.

    a) A probabilidade de Amy e Matt terem outro filho ou filha com acondroplasia é de 1/2. Isso porque Matt é segu-ramente aa (não tendo acondroplasia) e Amy é certamente Aa, já que Jeremy, Molly e Jacob são normais quan-to à referida característica. A probabilidade de o casal ter uma criança com displasia distrófica é zero, admitin-do-se que Amy é DD (é dado do problema que esse tipo de nanismo é ainda mais raro do que a acondroplasia).Neste caso, não haveria a possibilidade de o casal gerar um filho dd.

    b) A probabilidade de Molly e Jacob terem filhos distróficos ou acondroplásicos, em casamentos com pessoasnormais, é zero. O genótipo de ambos é aaDd, o dos cônjuges normais é aaDD, e os dos possíveis filhos serãoaaDD ou aaDd, sempre normais.

    Notícias recentes informam que, no Brasil, há mais de quatro milhões de pessoas contaminadas pela esquis-tossomose. A doença, que no século passado era comum apenas nas zonas rurais do país, já atinge mais de80% das áreas urbanas, sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde uma das doenças mais negli-genciadas no mundo. A esquistossomose é causada pelo Schistosoma mansoni.

    Ovo

    Verme adulto

    Verme adulto

    Ovo

    Miracídeo

       F  a  s  e 

       1

       F  a  s  e 

       2

       F  a  s  e 

       3

          

            

         Esporocisto

    Cercária

    Questão 23     ▼

    Resolução

    Questão 22     ▼

    Resolução

    19UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

    20/21

    a) O ciclo do Schistosoma mansoni , anteriormente esquematizado, está dividido em três fases. Em qual das trêsfases ocorre a infestação do homem? Explique como ocorre a infestação.

    b) O Schistosoma mansoni pertence ao Filo Platyhelminthes, assim como outros parasitas, como Taenia saginata ,Taenia solium e Fasciola hepatica. Esses parasitas apresentam características relacionadas com o endoparasitismo.Indique duas dessas características e dê a sua função.

    a) A infestação ocorre na fase 2. As cercárias são larvas aquáticas que penetram na pele dos indivíduos em con-

    tato com águas contaminadas.b) Entre as características relacionadas ao endoparasitismo dos vermes da questão, temos:— existência de estruturas de fixação ao corpo do hospedeiro, como ventosas e ganchos;— grande capacidade de reprodução, com produção de enorme quantidade de ovos resistentes às condições

    externas, aumentando as probabilidades de sobrevivência das espécies.

    Testes de paternidade comparando o DNA presente em amostras biológicas são cada vez mais comuns e sãoconsiderados praticamente infalíveis, já que apresentam 99,99% de acerto. Nesses testes podem ser compara-dos fragmentos do DNA do pai e da mãe com o do filho. Um teste de DNA foi solicitado por uma mulher quequeria confirmar a paternidade dos filhos. Ela levou ao laboratório amostras de cabelos dela, do marido, dosdois filhos e de um outro homem que poderia ser o pai. Os resultados obtidos estão mostrados na figura

    abaixo.

    a) Que resultado a análise mostrou em relação à paternidade do Filho 1? E do Filho 2? Justifique.b) Num teste de paternidade, poderia ser utilizado apenas o DNA mitocondrial? Por quê? 

    a) O Filho 1 não é filho do marido, e sim do outro homem; o Filho 2 é filho do marido. Tanto no Filho 1 comono 2 encontramos duas bandas também existentes na mãe. No entanto, o Filho 1 apresenta duas bandascoincidentes com as do outro homem, que não existem no marido. Já o Filho 2 tem duas bandas que coinci-dem com as do marido.

    b) Não. Isso porque as mitocôndrias provêm exclusivamente da mãe.

    Resolução

    Mãe MaridoOutro

    homemFilho 1 Filho 2

    Questão 24     ▼

    Resolução

    20UNICAMP/2009 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

  • 8/18/2019 Prova 765 AR

    21/21

    Gramática e Texto

    Itens de gramática e interpretação de texto foram abordados nas questões de 1 a 6, com base em textosde vários gêneros (desde artigos dos Código Civil até tirinha de Chico Bento).

    Foi uma prova trabalhosa, não tanto pela complexidade dos textos ou pela sutileza da matéria questionada,mas principalmente por certo grau de imprecisão na elaboração dos enunciados.

    Quando não se define sob que aspecto se pede uma análise, uma descrição ou um comentário, exige-se umesforço desnecessário de interpretação que desestabiliza o candidato e o deixa sem saber qual é o foco da questão.

    Além disso, há certos itens das argüições cujos problemas não se sabe se foram provocados intencional-mente ou por descuido. No item a da questão 3, por exemplo, pede-se que se explique o recurso (no singu-lar) utilizado para caracterizar o modo de falar das personagens na tira. Por que o recurso e não um recurso,se há mais de um?

    O item b da mesma questão peca pelo caráter de indeterminação: não se pode falar do universo rural 

    brasileiro como se esse conceito fosse unívoco e existisse uniformidade entre o universo rural das várias regiões dopaís. Como saber se um modo de falar é exclusivo de um segmento tão amplo quanto “o universo rural bra-sileiro”?

    Por essas razões, esta prova da UNICAMP fica devendo às da sua tradição e às do vestibular da FUVEST.

    Literatura

    No que diz respeito à Literatura, pode-se dizer que exame conseqüente é aquele no qual o candidato con-segue demonstrar capacidade tanto de leitura quanto de reflexão e estabelecimento de relações a partir doque foi lido. Esta prova da UNICAMP cumpre plenamente esses princípios, na medida em que a abordagemdos livros da lista de leitura obrigatória foi feita de maneira a privilegiar o candidato que entrou em contatodireto com as obras, apreendendo não só dados explícitos de enredo e de significado mais imediato, comotambém sentidos implícitos dos textos.

    Das seis questões de Literatura, cinco exigiram conhecimento das obras de leitura obrigatória: as de nú-mero 7 (sobre Auto da Barca do Inferno), 8 (Iracema), 9 (Dom Casmurro), 10 (Poemas completos de AlbertoCaeiro) e 12 (Sagarana). A questão 11, baseada num poema extraído de A Rosa do Povo, não requereu a leitu-ra da obra toda, no entanto, mesmo nesse caso, o aluno que tenha lido o livro certamente encontrou maior faci-lidade para elaborar sua resposta, por ter desenvolvido intimidade com o estilo do autor, ao longo do períodode preparação.

    Prova bem distribuída pelos assuntos da Biologia. Questões adequadamente formuladas que, no entanto,exigiam respostas com certo grau de elaboração. Muito possivelmente, a disponibilidade média de apenas dezminutos por questão — cada um com dois itens que às vezes se desdobravam em três ou quatro — deve ter

    sido o maior problema dos candidatos.

    Biologia

    Português

       TN E 

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