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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEMProf°.Ms. Luiz Ernani Santos Braga
APOSTILA PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM - EAD
PREZADO ALUNO: Bem vindo ao conteúdo da disciplina Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. Nesta modalidade de ensino, pretende-se que você aprenda o teor desta disciplina com autonomia, ou seja, você deve estudar o material contido nesta apostila e direcionar os encontros presenciais com o professor para, prioritariamente, solucionar eventuais dúvidas que venham a surgir. Ocorrerão, para auxiliá-lo em seus estudos, 8 (oito) encontros presenciais com um professor tutor em datas que serão agendadas pelo Coordenador Auxiliar do curso, no âmbito do campus onde você estuda.
Como já foi mencionado acima, esses encontros têm por objetivo prioritário esclarecer suas dúvidas com relação aos conteúdos apresentados na apostila, no entanto, será também neste contexto que você realizará as avaliações (NP1, NP2, Prova Substitutiva e Exame). As provas serão presenciais e previamente agendadas pelo Coordenador Auxiliar. Para que você tenha um bom desempenho nesta modalidade de ensino, é necessário que haja de sua parte uma importante cooperação, no sentido do comprometimento para a realização das atividades propostas. Sendo assim, organize-se para dedicar algumas horas de sua semana para cumprir as tarefas de forma adequada.
O conteúdo da Apostila apresenta uma síntese do assunto tratado para que você tenha uma boa referência do ensino enfatizado na disciplina. Entretanto, esta síntese pode ser enriquecida com a leitura da bibliografia indicada, pois ela poderá, eventualmente, ajudá-lo na compreensão do assunto e facilitar sua atuação nas avaliações previstas.Estão disponibilizados três textos. O Texto I apresenta a Teoria Cognitiva de Jean Piaget e o Texto II apresenta um detalhamento dos estágios de desenvolvimento cognitivo segundo a teoria piagetiana. O Texto III contém informações acerca de diversos autores e suas valiosas contribuições para a Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. É importante que você estude os três textos na íntegra para que a aprendizagem seja significativa, portanto, mãos à obra e bom trabalho.
1
Psicologia do Desenvolvimento
e da Aprendizagem
1 INTRODUÇÃO
A psicologia da criança pretende realizar um estudo sobre o crescimento
mental ou o desenvolvimento das condutas, dos comportamentos, desde o
nascimento do indivíduo até a fase de transição constituída pela adolescência,
fase essa que marca sua inserção na sociedade adulta.
O crescimento mental vem associado ao crescimento físico, notadamente
a maturação dos sistemas nervoso e endócrino, que se estende até cerca dos
dezesseis anos de idade.
Na chegada do estado de equilíbrio relativo, constitui-se o nível adulto.
A aprendizagem é um processo que começa ao nascer e termina ao morrer.
2 JEAN PIAGET
Piaget nasceu em Neuchâtel no dia 9 de agosto de 1896 e morreu em
Genebra, no dia 16 de setembro de 1980, aos 84 anos.
Desde cedo demonstrou interesse por história natural. Aos onze anos
observou um melro albino em uma praça de sua cidade, gerando, assim, seu
primeiro trabalho científico.
Inicialmente, estudou biologia, na Suíça e, posteriormente, dedicou-se à
área de psicologia epistemológica e educação. Entre suas várias incursões no
círculo científico, salientam-se seus antecedentes intelectuais no campo da
filosofia, da psicologia, da matemática, da lógica, da física, da biologia, além da
experiência como professor de psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a
1954. Ficou conhecido, principalmente, por organizar o desenvolvimento cognitivo
em uma série de estágios.
2
Ele revolucionou as concepções de inteligência e de desenvolvimento
cognitivo partindo de pesquisas baseadas na observação e em entrevistas
realizadas com crianças.
Em seus estudos interdisciplinares, sempre pesquisando diversos
assuntos, Piaget abriu um novo campo de estudos: a epistemologia genética. Na
década de 1950, fundou o Centro Internacional de Epistemologia Genética da
Faculdade de Ciências da Universidade de Genebra.
Piaget interessou-se, fundamentalmente, pelas relações que se
estabelecem entre o sujeito que conhece e o mundo que tenta conhecer.
Piaget considerou-se um epistemólogo genético porque investigou a
natureza e a gênese do conhecimento nos seus processos e estágios de
desenvolvimento.
3 EPISTEMOLOGIA GENÉTICA
Piaget chamou sua estrutura teórica geral de epistemologia genética, pois
estava interessado em estudar como se processa o desenvolvimento cognitivo no
ser humano.
A epistemologia genética procura, por meio da experimentação, da
observação, desvendar os processos fundamentais da formação do
conhecimento. Piaget teve interesse em saber como o conhecimento se
desenvolve em organismos humanos. Centrou-se em saber como a criança
aprende, como o conhecimento progride dos aspectos mais inferiores aos mais
complexos e rigorosos. Defendeu que o indivíduo passa, ao longo de sua vida, por
várias etapas do desenvolvimento de sua inteligência. Daí o nome dado à sua
ciência de epistemologia genética[1], que é entendida como o estudo dos
mecanismos do aumento dos conhecimentos.
Epistemologia = saber, ciência, conhecimento.
Logia = estudo.
Gênese = início.
3
O objetivo da epistemologia genética é saber em quais condições se
desenvolve a inteligência.
4 TEORIA COGNITIVA DE JEAN PIAGET
Piaget usou a observação e o teste em suas investigações a respeito do
pensamento infantil, inferindo, por meio dos resultados, como a criança deve ter
experimentado o mundo de modo a comportar-se como o fez. Descobriu, assim, o
“lado escuro” da mente da criança que, até então, eram desconhecidos e
insuspeitados. Para ilustrar, Piaget descobriu que crianças acreditam que o sol e a
lua seguem-nas e que tudo o que se move está vivo. Em outros domínios,
descobriu que elas acreditam que há modificações em números, extensão,
quantidade e área quando há uma mudança em sua aparência.
Piaget considera que a inteligência, ou seja, o pensamento e a ação
adaptativos, apresenta em seu desenvolvimento uma sequência de estágios
relacionados com a idade, nos quais novas capacidades mentais são adquiridas
determinando limites, bem como o caráter do que pode ser aprendido nesse
período. A ordem em que os estágios surgem é a mesma para todas as crianças,
tendo, entretanto, influência da qualidade do meio físico e social em que é criada.
Assim, Piaget, em sua teoria, mostra como acontece o desenvolvimento
cognitivo, ou seja, o desenvolvimento do pensamento desde os estágios iniciais
até a formalização do conhecimento na adolescência.
Um conhecimento só poderá ser adquirido se o indivíduo estiver
preparado para recebê-lo, se puder agir sobre o objeto de conhecimento para
inseri-lo em um sistema de relações. Assim, se o organismo não tiver um
conhecimento anterior, não terá condições para assimilar e transformar um novo
conhecimento. Esse processo implica os dois polos da atividade inteligente:
assimilação e acomodação.
O desenvolvimento cognitivo não ocorre nos moldes do empirismo, vindos
unicamente da experiência, ou seja, de fora para dentro, o que implicaria um
sujeito passivo sofrendo somente as influências do meio. Tampouco é
considerado inato e já presente no sujeito, apesar da flexibilidade, primeiramente
neurônica e, depois, motora e semiótica, serem inatas.
4
Resumindo: o comportamento dos seres vivos não é inato nem resultado
de condicionamentos. Para Piaget, o comportamento é construído em uma
interação entre o meio e o indivíduo. Quanto mais complexa for essa interação,
mais “inteligente” será o indivíduo. É um processo dinâmico e dialético, uma vez
que o ser humano está sempre reformulando seu conhecimento e interagindo com
o mundo e sofrendo a influência da ação deste sobre si. O sujeito, interagindo com
o meio, ou seja, agindo sobre o mundo que está em constante processo de
adaptação, é capaz de transformar a realidade na qual interage e de transformar a
si mesmo. Dessa forma, constrói sua inteligência pela aquisição de
conhecimentos. Portanto, o desenvolvimento é um processo contínuo de
adaptação.
Para o desenvolvimento da inteligência, necessita-se do mecanismo de
adaptação do organismo a uma situação nova, e isso implica a construção
contínua de novas estruturas.
Para sua teoria, Piaget explorou todos os aspectos do desenvolvimento,
da cognição, inteligência e moral. Praticamente, explorou todas as categorias
cognitivas, desde as mais simples até as mais complexas. Ele incluiu observações
do desenvolvimento infantil na aprendizagem dos conceitos matemáticos e
lógicos. Averiguou a formação da cognição com relação aos conceitos de espaço,
de tempo, de causalidade, de número, das quantidades físicas etc. de
praticamente todas as categorias cognitivas, desde as mais simples até as mais
complexas, desde o nascimento até a adolescência.
Assim, por exemplo, para crianças pequenas, os professores devem tentar
fornecer um ambiente estimulante, com objetos amplos para que elas brinquem.
Já para as maiores, os problemas de classificação, ordenação, localização e
conservação podem ser apresentados, utilizando-se objetos concretos.
As descobertas piagetianas abrem campo de estudo para a psicologia do
desenvolvimento, para a sociologia e para a antropologia, entre outras, além de
permitir que os pedagogos tracem uma metodologia baseada em suas
descobertas.
Piaget acredita que, dependendo do estágio em que a criança está, ela
fornecerá explicações diferentes da realidade. Recomenda, inclusive, que as
atividades devem envolver um nível apropriado de operações motoras ou mentais
para uma criança de uma dada idade, não exigindo tarefas que estão além das
5
capacidades cognitivas atuais do indivíduo. Outra recomendação é envolver
ativamente os alunos apresentando desafios.
Por meio de seus estudos, Piaget deu origem à teoria cognitiva,demonstrando que existem quatro estágios de desenvolvimento
cognitivo no ser humano: sensório-motor, pré-operacional, operatório concreto e
operatório formal.
Piaget não só descreveu o processo de desenvolvimento da inteligência,
mas também, experimentalmente, comprovou suas teses. Assim, sua teoria tem
comprovação em bases científicas.
5 ESTRUTURA MENTAL
O ponto central para a teoria cognitiva é o conceito de estrutura cognitiva
ou estrutura mental. As estruturas cognitivas são formadas pela troca do
organismo com o meio, ou seja, é por meio da ação adaptativa que ocorre a
construção das estruturas mentais. São padrões de ação física e mental
subjacentes a atos específicos de inteligência e correspondem a estágios do
desenvolvimento infantil. Os estágios de desenvolvimento cognitivo são
sequenciais e obedecem a uma ordem, estando, assim, associados a faixas
etárias características, variando, entretanto, para cada indivíduo. Dessa forma,
podem-se encontrar duas crianças de seis anos em níveis diferentes de
desenvolvimento, pré-operacional ou operacional concreto.
Assim, cada estrutura cognitiva tem o seu momento próprio de aparecer.
É pela troca do organismo com o meio, ou seja, e, para tanto, é
necessária a interação adequada com o ambiente para que essa estrutura
manifeste-se e, dessa forma, possa ser utilizada em sua máxima capacidade.
O desenvolvimento cognitivo é regido por um processo sequencial em que
são respeitadas as etapas, caracterizadas por diferentes estruturas mentais. Os
estágios têm caráter integrativo. As estruturas construídas em determinado nível
são integradas nas estruturas do nível seguinte.
As estruturas cognitivas mudam por meio de processos de adaptação: assimilação
e acomodação. A assimilação envolve a interpretação de eventos em termos de
estruturas cognitivas existentes, enquanto que a acomodação se refere à
6
mudança cognitiva para compreender o meio. O desenvolvimento cognitivo
consiste de um esforço constante para se adaptar ao meio em termos de
assimilação e acomodação.[2]
5.1 Períodos do desenvolvimento cognitivo
Existem quatro estruturas cognitivas primárias, isto é, estágios de
desenvolvimento, de acordo com Piaget: sensório-motor, pré-operacional,
operações concretas e operações formais.
Cada estágio tem muitas formas estruturais detalhadas. Por exemplo, o período
operacional concreto tem mais de quarenta estruturas distintas, cobrindo
classificações e relações, relações espaciais, tempo, movimento, oportunidade,
número, conservação e medida.
(...)
No estágio sensório-motor (0-2), a inteligência assume a forma de ações motoras.
A inteligência no período pré-operacional (3-7 anos) é de natureza intuitiva. A
estrutura cognitiva durante o estágio de operações concretas (8-11 anos) é lógica,
mas depende de referências concretas. No estágio final de operações formais (12-
15 anos), pensar envolve abstrações.[3]
A pesquisadora Carla Beatris Valentini explica:
A criança pré-conceitual precisará de jogos e atividades que devem proceder ao
desenvolvimento conceitual – areia, água, recipientes diferentes – e necessitará
de atenção para que ocorra o desenvolvimento das funções direcionais da fala. Já
a criança operacional concreta será capaz de internalizar as ações e necessita de
prática no uso do repertório de conceitos que já domina.[4]
Portanto, para se propor uma atividade para a criança, é necessário
conhecer seu nível de desenvolvimento. Esse procedimento evitará propor
situações problemáticas em momento inoportuno ou de forma inadequada.
Períodos
7
1º período: sensório-motor (do nascimento até os dois anos de idade).
2º período: pré-operacional (dos dois anos até os sete anos de idade).
3º período: operações concretas (dos sete anos até os doze anos de idade).
4º Período: operações formais (dos doze anos até os quinze anos de idade).
Azenha (2006, p. 39) afirma:
À medida que se dá o processo do desenvolvimento, a assimilação e a
acomodação sofrem uma diferenciação crescente, passando de antagônicas a
complementares. Para exemplificar a mudança da relação entre essas invariantes
funcionais, nos dois primeiros anos de vida há um estado de profundo
egocentrismo, no qual assimilação e acomodação não se diferenciam. O objeto e
a atividade à qual o objeto é assimilado constituem para a criança uma
experiência única. A criança não tem, ainda, meios de distinguir suas ações da
realidade dos objetos aos quais elas são dirigidas. Não existe, ainda, o “eu” e o
mundo exterior, uma vez que o bebê não distingue a assimilação dos objetos ao
eu e a acomodação do eu aos objetos.
O ponto central para a teoria cognitiva é o conceito de estrutura cognitiva
ou estrutura mental.
6 EQUILIBRAÇÃO, ASSIMILAÇÃO E ACOMODAÇÃO
Para a elaboração de sua teoria, Piaget considerou fatores internos e
fatores provindos da interação do sujeito com a realidade. A hereditariedade, a
experiência física e a transmissão social são fatores influenciadores. O processo
da equilibração é, por sua vez, um fator determinante.
A hereditariedade, apesar de influenciar o desenvolvimento, não é
suficiente para explicar o desenvolvimento cognitivo da criança.
A experiência que resulta das ações realizadas materialmente é, também,
insuficiente, uma vez que a lógica da criança não se sustenta apenas com ela,
apesar de ser essencial ao desenvolvimento. Para que o processo do
8
desenvolvimento cognitivo ocorra adequadamente é necessária a coordenação
interna entre as ações que a criança exerce sobre os objetos.
6.1 Equilibração
O fator principal, essencial e determinante no desenvolvimento do
indivíduo perante o processo de se adaptar ao meio em que vive é a equilibração.
Perante o enfrentamento de um conflito cognitivo, o indivíduo necessita
atingir uma coerência entre o que já sabia com as novidades provocadoras desse
conflito. É necessário um jogo de regulações e de compensações. As leis da
equilibração vêm atuar nesse processo de regulação.
O processo interno de regulação e compensação se dá por mecanismos
internos de assimilação e acomodação. Assim, perante a aquisição de novos
conhecimentos, dois procedimentos ocorrem, o da assimilação e o da
acomodação, que buscam restabelecer um equilíbrio mental perturbado pelo
contato com o novo conhecimento a ser adquirido.
A construção das estruturas da inteligência é explicada pelo processo
contínuo da equilibração, no equilíbrio entre a assimilação e a acomodação.
Assim, é pela equilibração entre a assimilação e a acomodação que se
desenvolve a aprendizagem.
O equilíbrio entre a assimilação e a acomodação resulta em adaptação.
Na assimilação, os dados que se obtêm do exterior podem ser inseridos
em um esquema já existente que, então, amplia-se. No caso de o dado novo ser
incompatível com os esquemas já formulados, será necessária a criação de um
novo esquema acomodando, dessa forma, esse novo conhecimento, que irá, por
sua vez, ampliando-se cada vez que a pessoa estabelecer relações com seu
meio.
Nota-se, portanto, que os dados vindos do exterior sofrem alterações por
parte do indivíduo.
6.2 Assimilação
9
Como já visto, somente a educação e a transmissão social não são
suficientes para o desenvolvimento do indivíduo, embora sejam necessárias. É
preciso haver a assimilação dos dados vindos do meio, do exterior.
Portanto, todas as coisas, ideias dele ou de outras pessoas, retiradas de
dados do meio exterior, tendem a ser explicadas, ou mesmo interpretadas,
inicialmente, em função de seus esquemas ou estruturas cognitivas já construídas,
segundo suas concepções atuais. Nesse caso, não houve necessidade de
modificações interiores nas concepções dos sistemas cognitivos do sujeito. Este
se apropria do objeto de conhecimento e dá-lhe significado próprio, integrado às
possibilidades de seu entendimento, integrado às possibilidades da sua
inteligência até então construídas. Esse mecanismo é chamado de assimilação.
Por meio desse mecanismo, pode haver o entendimento dos dados,
podem-se emitir hipóteses possíveis de acordo com a inteligência do organismo
que o recebe. O indivíduo, ao agir e se apropriar do objeto de conhecimento,
atribui-lhe significado. Dessa forma, o indivíduo aplica, constantemente, esse
mecanismo para compreender o mundo.
Piaget (1973, p. 69) diz:
Pela assimilação, quando o sujeito age sobre o objeto, este não é absorvido pelo
objeto, mas o objeto é assimilado e compreendido como relativo às ações do
sujeito... desde as coordenações mais elementares encontramos na assimilação
uma espécie de esboço ou prefiguração do julgamento: o bebê que descobre que
um objeto pode ser sugado, balançado ou puxado se orienta para uma linha
ininterrupta de assimilação, que conduzem até as condutas superiores, que usa o
físico quando assimila o calor ao movimento ou uma balança a um sistema de
trabalhos virtuais.
Nessas condições, não há necessidade de modificação interior nas
concepções dos sistemas cognitivos do sujeito.
Entretanto, nem sempre isso ocorre, ou seja, nem sempre ocorre a
assimilação pura. Quando o sujeito enfrenta uma experiência nova ou se depara
com uma característica da experiência que contradiga as suas hipóteses possíveis
de interpretação, pode ocorrer uma perturbação cognitiva. Nesse caso, o sujeito
se lança em um movimento de acomodação.
10
O mecanismo da assimilação consiste na incorporação de dados em
função de esquemas ou estruturas cognitivas já construídas pelo sujeito.
6.3 Acomodação
Quando a informação do mundo exterior não pode ser incorporada pelas
estruturas já existentes no sujeito não sendo, assim, possível a sua apreensão, a
sua assimilação, surge a necessidade de modificação das hipóteses anteriores. A
esse mecanismo dá-se o nome de acomodação.
Assim, quando não é possível a apreensão de um objeto, pois o mesmo
impõe resistências, o sujeito se lança em um esforço de acomodação, em sentido
contrário ao da assimilação, modificando suas hipóteses anteriores e somente
então se torna possível a assimilação dessa “novidade”.
Portanto, ocorre a acomodação a partir das provocações oriundas das
situações novas vivenciadas pelo sujeito. Nessa situação, devido a um esforço do
sujeito no sentido de se transformar, surge o mecanismo de acomodação. O
sujeito inventa uma solução própria para uma situação conflitante. A estrutura
modifica-se em função do meio.
A construção da inteligência, a adaptação intelectual, acontece quando
ocorre um equilíbrio progressivo entre um mecanismo assimilador e uma
acomodação complementar. Um novo patamar de equilíbrio, melhor e superior
que os anteriores, foi conquistado. Se o sujeito tem consciência desse processo
de autossuperação, sente prazer e é esse prazer que deve estar presente nas
atividades pedagógicas, pois incentivam e impulsionam a ação além de
interagirem com a natureza afetiva do indivíduo.
O prazer e a necessidade devem estar presentes nas atividades
pedagógicas.
Devido ao fato de esse processo desenvolver-se em etapas sucessivas,
com complexidades crescentes e serem encadeadas entre si, Piaget o chamou de
“construtivismo sequencial”.
A experiência física e a experiência lógico-matemática são as duas formas
para se lidar com os materiais.
11
A experiência física diz respeito à concepção clássica do que seja
experiência, ou seja, agir sobre os objetos, descobrindo suas propriedades físicas
e, também, as propriedades observáveis das ações obtidas materialmente.
Para que isso ocorra, é necessária uma organização estruturada no nível
da inteligência.
Dito em outras palavras: é necessária a assimilação havendo, assim, uma
inter-relação entre experiência física e experiência lógico-matemática que envolve
não somente abstrações exercidas sobre os objetos, mas as abstrações das
coordenações que ligam essas ações.
As experiências lógico-matemáticas têm como característica a abstração
reflexiva e são construídas na mente do indivíduo. Relacionam-se com as
propriedades das ações e não apenas dos objetos.
6.4 Adaptação
Até aqui muito foi falado sobre a adaptação. Foi visto que na adaptação
ocorrem duas faces indissolúveis e continuamente ligadas: assimilação e
acomodação, embora sejam conceitualmente distintas, opostas e
complementares.
Azenha (2006, p. 32) explica que, em uma ação adaptativa, a assimilação
e a acomodação ocorrem como sendo faces da mesma moeda, continuamente
interligadas. Ilustra o processo por meio de um exemplo biológico. Diz o autor:
Um bom exemplo biológico do processo de adaptação é a alimentação dos seres
vivos. Ela pode ser usada como metáfora para o desenvolvimento mental. Ao
alimentar-se, todo ser vivo incorpora elementos do ambiente, produzindo, por meio
da digestão, transformações nas substâncias ingeridas. As alterações nos
elementos ingeridos são necessárias para que as substâncias possam vir a fazer
parte da estrutura do organismo, quando quase sempre guardam muito pouco de
sua estrutura original.
Portanto, o organismo também se altera para se adaptar aos elementos ingeridos,
tanto no momento de entrada do alimento como, também, nas estratégias e
adaptações que este deve fazer para dar conta das exigências necessárias à
transformação dos alimentos. Os ajustes do organismo em relação ao objeto
12
incorporado representariam a acomodação, no processo adaptativo, ao passo que
a incorporação e a transformação das substâncias seriam a face assimilativa do
mesmo processo.
Similarmente à alimentação, ratifica Piaget, a inteligência é uma
adaptação; é uma função que consiste em estruturar o universo tal como o
organismo estrutura o meio imediato, embora mais restrita e mais eficiente do que
a puramente biológica. É mais eficiente porque estabelece relação entre o
pensamento e as coisas e, assim, elabora formas disponíveis para serem
aplicadas às estruturas do meio.
É a necessidade de assimilação que conduz ao movimento que organiza
um esquema. Azenha (2006, p. 34) continua:
A criança olha por olhar, agarra por agarrar, suga para se alimentar ou suga
qualquer objeto que roce seus lábios, sem ainda coordenação das diversas ações
entre si. Cada sequência de ações usadas como exemplo constitui um esquema:
de olhar, de agarrar, de sugar, etc. Todos os elementos alcançados pelo esquema
são também “alimentos” para essa estrutura primitiva.
A repetição da ação perante outros objetos resulta no aumento da
assimilação, na diferenciação e na sua generalização.
A motivação pela repetição dos esquemas justifica a existência de uma
espécie de compulsão para a assimilação, favorecendo o dinamismo para o
desenvolvimento. A criança passa a sugar o próprio dedo e, também, o de outras
pessoas, bem como outros objetos, generalizando esse esquema. Repetição,
generalização e reconhecimento são as características funcionais de todos os
esquemas assimilativos.
O interesse de Piaget pela análise desses esquemas iniciais, provindos
dos reflexos de sucção deveu-se ao encontrar as regularidades que dão origem ao
funcionamento mental. A repetição cumulativa, a generalização da atividade com a
incorporação de novos objetos e o reconhecimento motor são processos iniciais
da formação dos esquemas intencionais e dos comportamentos propriamente
inteligentes. Assim, Piaget conseguiu postular as características e as leis que
regerão o desenvolvimento psíquico posterior.
13
Azenha (2006, p. 37) cita que Piaget exemplifica a organização e a
adaptação recíproca entre esquemas:
Pode-se dizer, assim, que, independentemente de toda coordenação entre a visão
e os demais esquemas (preensão, tato, etc.), os esquemas visuais estão
mutuamente organizados e constituem totalidades melhor ou pior coordenadas.
Mas o essencial [...] é a coordenação dos esquemas visuais, não entre eles, mas
com os outros esquemas. [...] Quando, por volta dos 7 a 8 meses de idade, a
criança olha pela primeira vez para objetos desconhecidos, antes de agarrá-los
para os balançar, atirar e agarrar de novo, etc., já não procura olhá-los por olhar
(assimilação visual pura, na qual o objeto é um simples alimento para o olhar) nem
mesmo olhá-los para ver (assimilação visual generalizadora ou recognitiva, na
qual o objeto é incorporado, sem mais, aos esquemas visuais já elaborados), mas
olhá-los agora para agir, quer dizer, para assimilar o objeto novo aos esquemas de
balanço, de fricção de queda, etc. Portanto, já não há apenas organização no
interior dos esquemas visuais, mas entre estes e todos os outros. É essa
organização progressiva que confere aos quadros visuais seus significados e os
consolida, inserindo-os em um esquema total.
Tendo em vista que o organismo somente é capaz de assimilar aquilo que
seus esquemas de assimilação conseguem conhecer, os quais são construídos
pela experiência passada, o conhecimento do real se dá gradualmente.
Por sua vez, como resultado da acomodação, o velho é transformado em
novo, não tendo, assim, saltos bruscos no desenvolvimento, o que quer dizer que
elementos novos, radicalmente bem diferentes não podem ser assimilados sem a
estrutura de uma determinada etapa do desenvolvimento. Caso contrário, o
organismo sofreria alterações drásticas. Esse procedimento, portanto, faz com que
cada nova estrutura construa-se a partir de pequenas mudanças na estrutura já
existente. O desenvolvimento cognitivo realiza-se, portanto, por meio de um
processo gradativo de avanços em direção a estruturas qualitativamente
superiores.
7 INTRODUÇÃO
14
Como visto na unidade anterior, a estrutura teórica geral de Jean Piaget
foi chamada de epistemologia genética, por desvendar os processos e os
mecanismos principais do desenvolvimento cognitivo do ser humano.
Ele preocupou-se em saber como o conhecimento progride desde o
nascimento até os aspectos mais complexos, até a formatização do conhecimento
na adolescência. Praticamente explorou todas as categorias cognitivas.
Concluiu que, ao longo da vida, o ser humano passa por uma série de
etapas sequenciais, relacionadas com a idade, podendo, entretanto, variar para
cada indivíduo. Explicou que cada estágio, ou etapas, tem muitas formas
estruturais detalhadas. A essas etapas deu o nome de estágios, explicando que
seus surgimentos, ou seja, sua ordem de aparecimento, são os mesmos para
todas as crianças. Considerou, ainda, a influência da qualidade do meio físico e
social nos quais a criança é criada.
Assim, dependendo do estágio em que a criança se encontra, fornecerá
explicações diferentes da realidade.
Piaget demonstrou que existem quatro estágios, quatro estruturas de
desenvolvimento cognitivo no ser humano: período sensório-motor, período pré-
operacional, período das operações concretas e período das operações formais.
Deu, assim, origem à teoria cognitiva.
A teoria cognitiva de Jean Piaget apresenta quatro estágios: sensório-motor, pré-operacional, operações concretas e operações formais.
8 PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR
O período sensório-motor vai do nascimento até os dois anos de idade,
aproximadamente.[5]
Refere-se ao período anterior à linguagem. A vida mental reduz-se ao
exercício de aparelhos reflexos, às coordenações sensoriais e motoras de fundo
hereditário que correspondem a tendências instintivas, como a nutrição. As
construções efetuam-se, exclusivamente, apoiadas em percepções e movimentos,
ou seja, por meio de uma coordenação sensório-motora das ações, sem que
intervenha a representação ou o pensamento.
15
Nesse período, predomina uma forma de inteligência empírica,
exploratória, não verbal. É uma inteligência iminentemente prática. A criança soma
conhecimentos pela experiência, examinando e experimentando com os objetos
ao seu alcance.
Devido à falta de função simbólica, o bebê ainda não apresenta
pensamento nem afetividade ligada a representações que permitam evocar
pessoas ou objetos na ausência deles.
Entretanto, um conjunto de subestruturas cognitivas é elaborado nesse
período que servirão de ponto de partida para as suas construções perceptivas e
intelectuais interiores, assim como certo número de reações afetivas elementares,
que lhe permitirão, em parte, a afetividade subsequente. Dos movimentos
espontâneos e do reflexo aos hábitos adquiridos e destes à inteligência, há
progressão contínua. Inclusive, o desenvolvimento mental no decorrer dos dezoito
primeiros meses da existência é particularmente rápido e importante.
A partir dos quatro meses e meio, em média, o bebê já tem a coordenação
entre a visão e a preensão. Por exemplo, o bebê tem a tendência a agarrar e
manipular tudo o que vê próximo a si. Pega em um cordão pendente do teto do
berço e sacode, dessa maneira, todos os chocalhos suspensos acima dele.
Depois, basta suspender um novo brinquedo ao teto do berço para que a criança
procure o cordão, o que já constitui princípio de diferenciação entre a finalidade e
o meio.
Está-se no limiar da inteligência.
Por volta dos onze ou doze meses, a criança já procura novos meios para
suas ações. Por exemplo, se um objeto distante está colocado em cima de um
tapete, a criança, depois de haver tentado, sem sucesso, pegá-lo, pode, talvez por
acaso, agarrar um canto do tapete, conseguindo, pouco a pouco, alcançar o
objeto.
No fim do período sensório-motor, a criança já é capaz de encontrar novos
meios para suas ações, diminuindo, para tanto, os tateios. Assim, a criança já é
capaz de reconstruir a posição do objeto que havia desaparecido de seu ângulo
de visão.
Elkind (1972) ilustra o desenvolvimento da criança no final desse período.
Se uma bola que estava à vista da criança é colocada sob uma colcha, a criança,
inicialmente, olha para a mão da pessoa que está à sua frente e depois levanta a
16
colcha para descobrir a bola. Enfatiza, assim, que essa ação se deu por meio de
imagens mentais da criança.
Piaget (1973) afirma que, se existe uma inteligência sensório-motora, é
dificílimo precisar o momento em que ela aparece.
Apesar de o bebê receber a ação do meio social, não o sente como
diferente do meio físico.
Durante esse período, a conduta social é de isolamento e indiferenciação.
O mundo é ele e é visto sob seu ponto de vista. Tampouco é possível haver
consciência do “eu”. É o egocentrismo radical do recém-nascido.
Somente por volta dos onze aos dezoito meses, a criança sofre alguma
modificação em relação ao meio social. Com a aquisição da linguagem, aparecem
novas relações sociais que enriquecem o pensamento do indivíduo.
9 PERÍODO PRÉ-OPERACIONAL
O período pré-operacional vai dos dois anos até os sete anos de idade,
aproximadamente.
Nesse período, devido à aquisição da linguagem, os objetos da percepção
ganham a representação por palavras, havendo, inclusive, uma verdadeira
explosão linguística.
Piaget (1952) salienta que, devido ao aparecimento da linguagem, as
condutas são muito modificadas, tanto no aspecto afetivo quanto no intelectual.
Assim, a criança torna-se, graças à linguagem, capaz de reconstruir suas ações
passadas sob forma de narrativas e de antecipar suas ações futuras pela
representação verbal.
O pensamento pré-operacional é lento e concreto. Desenvolve-se a partir
de imagens concretas e estáticas da realidade, e não com sinais abstratos. O
principal progresso desse período é o desenvolvimento da capacidade simbólica,
tendo início a interiorização dos esquemas de ação e representação.
A criança, entre os dois anos e os quatro anos de idade, começa a usar
símbolos mentais que representam objetos que não estão presentes.
Por sua vez, é o período da fantasia, podendo criar imagens mentais na
ausência do objeto ou da ação. Assim, pode transformar o objeto em uma
satisfação de seu prazer.
17
É o advento da brincadeira simbólica. Por exemplo, amarrar uma toalha no
pescoço e ser o Super-homem ou mesmo pegar uma caixa de fósforos e brincar
com ela como se fosse seu carrinho ou, ainda, pegar dois paus formando ângulos
retos e brincar com eles como se fossem um avião.
Nessa fase, o raciocínio vai do particular para o particular, ou seja, a
criança acredita que um bebê não tem nome porque não fala.
Com aproximadamente quatro anos, o raciocínio dominante, por ser pré-
lógico e fundamentado na percepção, é denominado intuição. O pensamento
intuitivo não compreende a reversibilidade e a conservação.
De acordo com Carla Beatris Valentini, por volta dos cinco anos e meio até
os sete anos de idade, a criança começa a entender a não conservação e a
conservação, ou seja, a criança já consegue acompanhar o movimento de se
transformar uma bola de massa de modelar em uma salsicha.
Entre as características desse período, salienta-se o pensamento
egocêntrico da criança devido à sua incapacidade de assumir o papel ou se
colocar sob o ponto de vista do outro. Seu pensamento continua centrado em seu
próprio ponto de vista.
Uma das consequências do egocentrismo, pelo fato de a criança não se
colocar sob o ponto de vista do outro, é a de não sentir a necessidade de justificar
seu raciocínio.
Por sua vez, a criança considera que tudo tem uma finalidade, que é servi-
la; o acaso não é considerado. A essa característica dá-se o nome de finalismo.
É comum para uma criança nesse estágio atribuir vida a todos os seres,
caracterizando o animismo. Assim, “dá alma” aos objetos. Por exemplo: “O carro
do papai foi ‘dormir’ na garagem”. A criança fica irritada se alguém tropeça na
pedra a que deu o nome de tartaruga.
Também acredita que o nome faz parte do objeto, assim como a cor e a
forma dos mesmos, ou seja, por exemplo, pensar que o nome da Lua sempre foi
esse e que é impossível chamá-la de outro modo.
Nesse período de vida, a criança também é incapaz de reconstruir uma
cadeia de raciocínios que acaba de seguir para resolver um problema.
Piaget (1973) explica que somente no final desse período e início do
próximo é que a criança começa a compreender que uma árvore vista à direita do
caminho na ida se encontra à esquerda na volta.
18
A linguagem, nesse período, caracteriza o monólogo. As conversas entre
duas crianças não têm relação com o que o outro está dizendo. Quando em grupo,
todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros.
É um monólogo coletivo. Prefere não manter uma conversação longa, mas já é
capaz de adaptar sua resposta às palavras do companheiro.
A socialização, embora dentro do coletivo, é vivida de forma isolada. Não
há liderança, e os pares são constantemente trocados.
A distinção clara entre palavras e símbolos e o que representam pode
começar a aparecer no final desse período. A criança reconhece, então, que os
nomes são designações arbitrárias. Essa descoberta manifesta-se, muitas vezes,
nos xingamentos que tanto prevalecem nos primeiros anos de escola.
Com seis/sete anos de idade, as crianças já são capazes de realizar
operações aritméticas elementares, tais como adição e subtração.
10 PERÍODO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS
O período das operações concretas vai dos sete anos até os doze anos de
idade, aproximadamente.
As operações desse período são chamadas de concretas porque se
baseiam diretamente nos objetos, e não ainda nas hipóteses enunciadas
verbalmente.
Nesse período, estabelecem-se as transições entre a ação e as estruturas
lógicas mais gerais.
Com o pensamento operatório, muda a forma de a criança compreender o
mundo. Já no início desse estágio, por volta dos sete anos de idade, as ações são
interiorizadas e passam a constituir as operações. Ela consegue resolver
problemas de conservação, consolidando as conservações de número,
substância, volume e peso.
Nesse estágio, as primeiras operações lógicas ocorrem possibilitando ao
indivíduo a capacidade de classificar objetos conforme suas semelhanças ou
diferenças. Ele já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho, grandeza,
incluindo conjuntos, organizando o mundo de forma lógica ou operatória.
19
A criança, nesse período, já compreende as formas de reversibilidade
sem, contudo, coordená-las. As operações são uma fase de transição entre as
ações e as estruturas lógicas mais gerais.
Evans (1980) declara:
As operações consistem, assim, em transformações reversíveis, podendo essa
reversibilidade consistir em inversões (A – A = 0) ou em reciprocidade (A
corresponde a B e reciprocamente). Ora, uma transformação reversível não
modifica tudo ao mesmo tempo, pois, do contrário, seria sem retorno. Uma
transformação operatória, portanto, é sempre relativa a uma invariante, e essa
invariante de um sistema de transformações constitui o que denominamos, até
aqui, noção ou esquema de conservação etc.: dessarte, o esquema do objeto
permanente é a invariante do grupo prático dos deslocamentos, etc. As noções de
conservação podem, portanto, servir de indícios psicológicos do remate de uma
estrutura operatória.
A criança com sete/oito anos de idade já começa a ter condições de
adquirir a noção de conservação da substância.
Uma experiência já clássica para sua demonstração é a passagem de
uma mesma quantidade de líquido de um copo para outro, copos esses com
diferentes larguras: uma determinada quantidade de líquido contido em um copo A
é passada para outro mais estreito, B, e para outro, mais largo, C.
A reação mais comum encontrada nas crianças menores, entre quatro e
seis anos de idade, foi a resposta de que o líquido aumentava ou diminuía de
quantidade, conforme o copo no qual o líquido estava contido. Ao que tudo indica,
essas crianças pareciam raciocinar apenas sobre os estados ou configurações,
desprezado as transformações: o líquido em B está mais alto do que em A,
portanto aumentou de quantidade, independentemente da circunstância de ser o
mesmo líquido, que foi apenas transvasado, etc.
Já no nível das operações concretas, as crianças com sete/oito anos de
idade, perante essa experiência, tendem a responder algo semelhante a: “é a
mesma água, ela só foi despejada em outro copo”. Ou mesmo: “não se tirou nem
se juntou nada”; “só é mais alto, mas é mais estreito, por isso é a mesma coisa”;
“não se tirou nem se acrescentou, continua a mesma quantidade”.
20
Essa clássica experiência demonstra, pois, que a criança descobrirá a
conservação da substância por volta dos sete/oito anos de idade.
Outras experiências sobre conservações foram apresentadas pelos
estudiosos.
Ao se esticar uma bola de massa de modelar, a criança no período das
operações concretas já tem a capacidade de responder algo semelhante a: “a
bolinha só foi esticada, agora pode-se fazer uma bolinha outra vez”. Neste
contexto, já se nota a reversibilidade na criança: “está esticada, parece mais
comprido, porém é mais fininha”. Esse raciocínio advém da compensação.
Nesse período observa-se, também, a seriação, ou seja, ordenar os
elementos segundo as grandezas crescentes ou decrescentes. A seriação
consiste em procurar qual dos elementos apresentados é menor que os demais.
Nesse caso, o método é operatório, porque um elemento qualquer E é
compreendido de antemão como simultaneamente maior do que os precedentes
(E > D, C, B, A) e menor do que os seguintes (E < F, G, etc.), o que é uma forma
de reversibilidade por reciprocidade.
Seu pensamento é menos egocêntrico conseguindo descentrar suas
percepções e acompanhar as transformações, assim como realizar operações
inversas.
Se aparecem conflitos entre a percepção e o raciocínio, a criança recorre
ao uso do raciocínio para fazer seus julgamentos. Ela compreende, respeita e é
fiel às regras estabelecendo, inclusive, compromissos.
Segundo Davidoff (2001), inicialmente, ou seja, por volta dos sete/oito
anos de idade, a criança oscila entre o egocentrismo e a aceitação passiva dos
fatos, não sendo ainda objeto de uma socialização da inteligência que possa
modificar profundamente esse mecanismo. Posteriormente, entretanto, sua
organização é a de grupo. Participam de grupos maiores, quer chefiando ou
admitindo chefia.
O jovem necessita participar de grupos para seu desenvolvimento
intelectual, mesmo porque, se a lógica deriva de um intercâmbio entre pessoas, o
pensamento somente chegará a seu nível mais alto de abstração se este for
facilitado.
Lima (1973, p. 153) cita Piaget:
21
A permuta intelectual entre os indivíduos é comparável a uma imensa partida de
xadrez, que se desenrola sem interrupção e de tal forma que cada ação realizada
sobre um ponto gera uma série de ações equivalentes ou complementares da
parte de seus companheiros.
Assim, a inter-relação humana, sob a ótica da inteligência, é analisada por
Piaget.
É no período das operações concretas que as intuições articulam-se e
agrupam-se operatoriamente levando a criança a ser cada vez mais apta à
cooperação.
Essas ações diferem da ação por constrangimento, mesmo porque a
cooperação supõe a existência de indivíduos capazes de reconhecer seu próprio
ponto de vista.
Assim, a cooperação aparece claramente como um elemento necessário à
constituição e desenvolvimento da lógica.
Inclusive, Piaget (1973) entende que a lógica não é apenas um sistema de
operações livres. Aparece como uma moral do pensamento, imposta e sancionada
pelos outros. Sendo assim, contém, também, um caráter social, visto que abrange
um conjunto de estados de consciência, sentimentos intelectuais e condutas
caracterizado por certas obrigações como, por exemplo, a objetividade, a
necessidade de certeza e de precisão e a contradição.
A cooperação leva ao equilíbrio das operações, sendo esse equilíbrio
subordinado a uma capacidade indefinida de trocar com outros e, portanto, a uma
reciprocidade bem definida. Para tanto, é necessária a vida social.
O intercâmbio de ideias e a cooperação entre pessoas contribuem para o
agrupamento de pensamento. Reforça-se a convivência social.
Piaget compara as trocas intelectuais a uma partida de xadrez na qual
todo ato gera uma série de ações equivalentes ou complementares da parte dos
que nela estão envolvidos. Dessa forma, a cooperação faz parte disso.
Desde que não haja ações sociais deformantes sobre o indivíduo, o
agrupamento é apenas uma forma de equilíbrio.
Esse intercâmbio deve animar e entreter o jogo livre das atividades
mentais. É necessário que cada pessoa seja capaz de, livremente, perceber os
22
fatos e as coisas sem deturpá-los e respeitar a reciprocidade das atividades
diversas.
Vê-se, portanto, que para esse equilíbrio não bastam o pensamento
individual nem uma atividade puramente social, mas a atividade operatória interna
e a cooperação externa, vistas como aspectos complementares de um só e
mesmo conjunto.
A linguagem por sua vez é socializada, tornando, assim, possível a
conversação, sem que, no entanto, tenham que se discutir diferentes pontos de
vista para que se chegue a uma conclusão comum.
O desenvolvimento dos esquemas que permitem a conservação não
acontece ao mesmo tempo em todas as áreas. Assim, de acordo com Valentini e
Evans (1980), a aquisição das estruturas de conservação costuma acompanhar a
seguinte sequência:
Conservação Idade
Número 5-6 anos
Substância 7-8 anos
Área 7-8 anos
Volume líquido 7-8 anos
Peso 9-10 anos
Volume (sólidos) 11-12 anos
11 PERÍODO DAS OPERAÇÕES FORMAIS
O período das operações formais vai dos doze anos até os quinze anos de
idade, aproximadamente.
É no período das operações formais que o jovem é capaz de raciocinar
prevendo as relações que poderiam ser válidas, procurando determinar qual
dessas relações possíveis tem, realmente, validade. Esse processo advém de
experimentação e análise.
23
O período das operações formais é o ápice do desenvolvimento da
inteligência.
A distinção entre o real e o possível é uma das características essenciais
desse período, o qual corresponde ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou
lógico-matemático. O jovem já tem estrutura para libertar-se do concreto em
proveito de interesses orientados para o futuro e, assim, calcular probabilidades.
O adolescente já é capaz de pensar sobre seus pensamentos, construir
ideais e raciocinar realisticamente sobre o futuro, bem como raciocinar sobre
proposições contrárias aos fatos. Por exemplo, se for colocada uma situação para
uma criança supor que o carvão é branco, ela provavelmente dirá: “Mas o carvão
é preto”. Entretanto, o adolescente pode aceitar a suposição contrária aos fatos e
raciocinar a partir dela.
A capacidade de simbolizar torna o pensamento do adolescente muito
mais flexível do que o da criança. Dessa forma, as palavras podem ter duplo
sentido, pois carregam mais significados, podendo significar duas coisas e outros
símbolos, inclusive, os adolescentes são capazes de fornecer muito mais
conceitos diante de estímulos verbais.
Com o desenvolvimento das capacidades atingidas nesse período, já é
possível a compreensão de metáforas. Assim, as caricaturas políticas, inclusive,
não são compreendidas antes dessa fase.
Piaget (1973) explica que a incapacidade da criança de entender
metáforas, duplos sentidos e caricaturas ajuda a explicar por que livros como Alice
no País das Maravilhas e Viagens de Gulliver são apreciados na infância de
maneira diferente do que na adolescência e na idade adulta, quando seu
significado social pode ser entendido.
Nesse período, atinge-se a capacidade de lidar com a lógica combinatória
e de considerar os fatores possíveis, ao procurar solucionar um determinado
problema. Esse fato pode explicar a razão de o adolescente apresentar uma série
de alternativas e, assim, uma tomada de decisão lhe ser um problema.
Piaget (1973) ilustra esse desenvolvimento ao comentar que o
adolescente vê, agora, muitas alternativas às diretivas paternas e repugna-lhe
aceitar estas sem discussão. Ele não se contenta em saber qual é a posição dos
pais, também quer saber o porquê dessa posição, e está pronto a debater as
24
virtudes da alternativa paterna em comparação com a escolhida por si e seus
companheiros.
Esses conflitos revelam, na verdade, a própria indecisão do adolescente.
Paradoxalmente, dificilmente aceita que outros tomem decisões por ele.
Esse conflito faz com que ele se lance em uma nova dependência, em particular
com relação ao seu grupo de amigos.
O adolescente exige que seus pais tomem uma decisão, ainda que seja
para que ele possa rebelar-se contra a mesma. Surgem, assim, os conflitos
característicos entre jovens e pais e a crescente dependência do grupo de amigos.
Outra característica marcante do pensamento do jovem, nesse período, é
a capacidade de ele “olhar” para dentro de si próprio, ou seja, pensar sobre o
pensamento.
O adolescente, pela primeira vez, avalia a si mesmo pela perspectiva de
terceiros, a partir do exterior. Avalia sua personalidade, inteligência e aparência. A
sua autoconsciência é, simplesmente, uma manifestação dessa introspecção.
Adota atitudes e ações tais como regimes alimentares, exercícios físicos ou
intelectuais por encontrar discrepâncias entre o que é e o que quer ser, entre o
seu eu real e o eu ideal.
Quando criança, essa discrepância nem sempre é consciente, mas, para o
adolescente, já tem mais força. Piaget (1973) evidencia essa atitude explicando
que, uma criança com certo defeito físico pode ser feliz e otimista na meninice,
mas, ao atingir a adolescência, pode apresentar depressões e vergonha, reações
essas que comprometem sua vida social e afetiva.
Outra consequência da introspecção da adolescência é a sua
preocupação com a privacidade de seus pensamentos, ou melhor, ele faz segredo
de seus pensamentos. Inclusive, reconhece “que pode dizer coisas que são
diametralmente opostas aos seus pensamentos”. Essa atitude diferencia-se de
uma invenção da criança, pois esta acredita na sua invenção defendendo-a como
sendo verdadeira.
O adolescente, por sua vez, pode se expressar de maneira muito
convincente, mas sabe, perfeitamente, que o que diz é diferente do que pensa e
não acredita em suas invenções. Para tanto, cria disfarces sociais, tais como tato
e polidez, de um lado, e falsidade e exploração de outro.
25
Por sua vez, “cria” famílias, religiões e sociedades ideais e as compara
com as que estão vigentes considerando-as deficitárias.
A construção de situações ideais, quase que inteiramente intelectuais,
pode explicar a rebelião dos adolescentes contra a sociedade adulta. Entretanto,
continua explicando Piaget (1953), o adolescente não tem muito interesse em
colocar em prática suas opiniões. Por exemplo, embora manifeste sua
preocupação pelas classes sociais menos favorecidas, gasta seu dinheiro na
compra de roupas de marca e não em caridade.
Talvez por se sentir superior aos adultos, apresenta uma não
complacência perante as falhas humanas, quer suas, quer de terceiros.
À medida que o jovem é forçado a adaptar-se às realidades da vida, por
meio do trabalho, por exemplo, seus exageros vão diminuindo, pois começa a
reavaliar o mundo adulto e, como consequência, apresenta maior plasticidade
perante as suas próprias limitações, bem como as dos outros.
O pensamento operacional formal torna igualmente possível a
compreensão das metáforas. É por essa razão que as caricaturas políticas não
são compreendidas antes da adolescência.
A estrutura de pensamento está apta à dialética, permitindo a discussão
para se chegar a uma conclusão.
Estabelece-se, nesse período, organização grupal e estabelecimento de
cooperação e reciprocidade.
O período das operações formais apresenta assimilação do real somente
em função dos desenvolvimentos imaginados ou deduzidos. Essa mudança de
perspectiva, em relação ao indivíduo do período das operações concretas, é
fundamental, tanto do ponto de vista afetivo, quanto do ponto de vista cognitivo.
Piaget esclarece (1973, p. 126):
Sendo a adolescência (15-18 anos) a idade da inserção do indivíduo na sociedade
adulta, muito mais ainda que a idade da puberdade (13 anos mais ou menos,
entre as meninas e 15 anos entre os meninos), a pré-adolescência caracteriza-se,
ao mesmo tempo, por uma aceleração do crescimento fisiológico e somático e por
esse abrir-se dos valores às possibilidades novas, para as quais já se prepara o
sujeito, porque consegue antecipá-las, mercê dos novos instrumentos dedutivos.
26
A autonomia moral, bem como a ideia de justiça social têm um alcance
muito maior do que nos grupinhos sociais do nível das operações concretas.
Os jovens desse período apresentam também a construção de ideias ou
de estruturação de valores ligados a projetos de futuro.
O período das operações formais é o terreno comum do pensamento
adulto e nenhum outro sistema mental acontece após esse.
O desenvolvimento mental segue, na vida adulta, por meio de um
aumento gradual em profundidade de compreensão.
12 CONCLUSÃO
O desenvolvimento mental da criança surge com a sucessão gradual de
quatro estágios, ou períodos, sendo que cada um é um prolongamento do anterior
e, ao mesmo tempo, conduz à construção do seguinte.
Apesar de haver variações nas idades médias que os caracterizam,
dependendo do grau de inteligência ou do meio social, a ordem de sucessão dos
períodos é constante.
Nota-se que, à medida que as aquisições se afastam das origens
sensório-motoras, tanto mais variável é a sua cronologia, ou seja, as datas de seu
aparecimento, não a ordem de sucessão dos estágios. Esse fato ocorre devido à
maior influência do meio físico e social que atinge a pessoa à medida que ela
cresce.
Segundo Evans (1980), a maturação orgânica constitui fator necessário e
indispensável na ordem de sucessão dos estágios, mas não explica todo o
desenvolvimento, e é somente mais um fator entre outros.
A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência
deve-se ao fato de que ficam evidenciadas, em cada uma dessas etapas, quais as
possibilidades de aquisições de novos conhecimentos, ou estratégias de
sobrevivência, de compreensão e interpretação da realidade.
A compreensão desse processo é fundamental para que os professores
possam, também, compreender com quem estão trabalhando, muito embora a
teoria cognitiva não ofereça uma didática específica sobre como desenvolver a
inteligência do aluno ou da criança.
27
Apresenta, sim, características e possibilidades de crescimento de
maturação ou de aquisições, favorecendo, portanto, aos educadores, um caminho
no que tange aos estímulos adequados para conseguirem um maior
desenvolvimento de seus alunos.
Lima (1980, p. 131) cita:
Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta
revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécie de
“técnico do time de futebol”, perdendo seu ar de ator no palco). (...) Quem quiser
segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados
milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia, começa a tornar-se
uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e
sociológicas). Onde houver um professor “ensinando”... aí não está havendo uma
escola piagetiana.
Referências bibliográficas
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Ática, 2006.
CASTRO, Amália Domingues de et. al. Didática para a escola de 1º e 2º graus.
São Paulo: Edibell, 1973.
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ELKIND, David. Crianças e adolescentes: ensaios interpretativos sobre Jean
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EVANS, Richard I. Jean Piaget: o homem e suas ideias. Rio de Janeiro: Forense
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FLAVELL, John H. A psicologia do desenvolvimento de Jean Piaget. São Paulo:
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novos e suas bases psicológicas: exame dos métodos novos.
Zahar/INL/MEC, 1975.
28
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____________. La psychologie de l’intelligence. Paris: Colin, 1952.
____________. O desenvolvimento do pensamento: equilibração das estruturas
cognitivas. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1977.
____________. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro:
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____________. Six études en psychologie. Genéve: Gonthier, 1964.
RAMOZZI-CHIAROTINO, Zélia. Psicologia e epistemologia genética de Jean
Piaget. São Paulo: EPU, 1988.
Psicologia do Desenvolvimento e da AprendizagemProf. Ms. Mário Destro Monteiro
1. INTRODUÇÃO
Para que os professores possam exercer sua atividade de ensino eles
precisam se situar sobre todas as variáveis envolvidas por esta atividade, como
por exemplo, a forma de se desenvolver e aprender do seu aluno.
A psicologia do desenvolvimento e aprendizagem preocupa-se em estudar
como os aspectos físico-motor, intelectual ou cognitivo, afetivo emocional e social,
desde o nascimento até a idade adulta, se desenvolvem e como estes aspectos
interferem na capacidade de aprender na pessoa do aluno, evitando uma atividade
desvinculada com as capacidades humanas e os limites das possibilidades de
cada pessoa.
O professor que negligencia alguns aspectos importantes das dinâmicas
de desenvolvimento e aprendizagem corre o risco de não apenas deixar de
ensinar, como também trazer problemas sérios à capacidade de aprender e se
desenvolver dos alunos.
2. O DESENVOLVIMENTO E A APRENDIZAGEM[6]
O termo desenvolvimento é utilizado aqui como mudanças, evolução. Há
uma dinâmica própria que provoca isso e é exatamente o que vamos estudar.
Devemos entender que os seres humanos se desenvolvem mentalmente e
organicamente. O desenvolvimento mental se caracteriza pelo aparecimento de
estruturas mentais, que vão se aperfeiçoando e se modificando ao longo de toda a
29
vida, mas tendo períodos de grandes modificações antes de atingir uma certa
estabilidade na idade adulta. São as que garantem o funcionamento harmônico da
inteligência, vida afetiva, habilidades em geral e as relações sociais.
Estudar o desenvolvimento humano é como conhecer as características
comuns de cada fase, permitindo o respeito a cada necessidade e interesse
próprio da faixa etária e não tratando a criança como um adulto em miniatura.
Segundo Bock e colaboradores, os fatores que influenciam o
desenvolvimento e aprendizagem são:
Hereditariedade: o potencial genético que trazemos conosco por herança
da espécie humana e nossa família.
Crescimento orgânico: refere-se a questões físico-motoras, biológicas que
envolvem como as crianças podem fazer contato com o contexto que
habitam e com qual aspecto. Ex: aumento da altura e peso, formação da
postura e esquema corporal, etc.
Maturação Neurofisiológica: é a que torna possível a ligação entre o
cérebro e o restante do corpo com o mundo, a vida e seus desafios.
Meio ou contexto ou ambiente: trata-se do conjunto de influências que vão
possibilitar uma estimulação desafiante, provocando certas manifestações
no sujeito e, em conjunto com seu potencial orgânico (hereditário), sua
condição de crescimento físico e seu grau de maturação neurofisiológica
vão moldando e configurando um ser humano. Trata-se de todo o conjunto
de condições oferecidas pelo meio, como alimentação, fatores favoráveis
ou desfavoráveis, problemas, dificuldades, facilidades, etc.
Segundo Bock e colaboradores, os aspectos do desenvolvimento humano são:
Aspecto Físico-Motor: trata-se do corpo, na sua capacidade de movimento ou não
movimento (postura), a tensão gerada pelos músculos, a manipulação de objetos
e a locomoção e toda a visibilidade das ações humanas.
Aspecto Intelectual (cognitivo): trata-se da racionalidade humana, tão estudado e
destacado por Jean Piaget. Aquilo que garante o pensamento, a identificação de
objetos, o nomear, separar, organizar, etc. Nossa comunicação e organização
mental estão vinculadas com uma organização cognitiva.
30
Aspecto Afetivo-emocional: refere-se as emoções, sentimentos, sensações, etc.
Aquilo que confere um valor, uma estima sobre o mundo, nós mesmos, outras
pessoas e que garante que possamos dizer de quem ou o quê gostamos, temos
medo, etc.
Algumas teorias ainda incluem o aspecto social como aspecto do
desenvolvimento humano. No entanto, podemos ver nos diversos textos como na
visão do Psicólogo do Desenvolvimento Henri Wallon, que menciona o aspecto
social como a razão e os limites dados para o desenvolvimento do sujeito, pois o
social estimula o aparecimento e desenvolvimento de uma série de funções e,
junto com o potencial genético vão determinar até que ponto cada sujeito se
desenvolve.
No que se refere a aprendizagem, podemos entendê-la como nos
aquisições no repertório de conhecimentos, habilidades e características
comportamentais. A partir do ponto que dizemos ser algo novo desses itens
mencionados podemos dizer que o sujeito APRENDEU.
3. TRÊS TEÓRICOS DO DESENVOLVIMENTO: PIAGET, VYGOTSKY E WALLON
Jean Piaget (1896-1980), Psicólogo Suíço, formou-se inicialmente em
Biologia. Aos vinte e quatro anos dedicou-se à Psicologia, ficando famoso por
suas pesquisas no campo da Psicologia do Desenvolvimento. A partir dos seus
estudos experimentais, elaborou uma teoria do desenvolvimento mental, que tem
grande influência nas correntes educacionais da atualidade. Piaget escreveu
muitos livros e sua vasta obra nos ajuda a compreender melhor o processo que o
indivíduo vivencia ao construir seu conhecimento. Seu campo de investigação é o
Conjunto Funcional Cognitivo, tendo este como foco e não desprezando os
Conjuntos Afetivo-Social e Motor. Para um texto mais aprofundado sobre sua
teoria consulte o texto 1; já sobre aprofundar suas fases de desenvolvimento
consultar texto 2.
TEORIA SÓCIO-INTERACIONISTA DE L. S. VYGOSTKY Lev S. Vygotsky[7] (1896-1934), professor e pesquisador foi
contemporâneo de Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em
31
17 de novembro de 1896, viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha
37 anos.
Vygotsky construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do
indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da
linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria
considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos
pela interaçãodo sujeito com o meio.
As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano
colocam que o cérebro é a base biológica, e suas peculiaridades definem limites e
possibilidades para o desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam
sua idéia de que as funções psicológicas superiores (por ex. linguagem, memória)
são construídas ao longo da história social do homem, em sua relação com o
mundo. Desse modo, as funções psicológicas superiores referem-se a processos
voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e dependem de
processos de aprendizagem.
Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos
de mediação, inclusive sua transformação para uma atividade mental.
Mediação é uma idéia central para a compreensão de suas concepções
sobre o desenvolvimento humano como processo sócio-histórico. Enquanto sujeito
do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso
mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de que
dispõe, portanto enfatiza a construção do conhecimento como uma interação
mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como
uma ação do sujeito sobre a realidade, mas sim, pela mediação feita por outros
sujeitos. O outro social pode apresentar-se por meio de objetos, da organização
do ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.
A interação social e a linguagem são decisivos para o desenvolvimento.As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de
conceitosremetem às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural
no processo de construção de significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimento, que é de
natureza diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana. Propõe uma visão de
formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada pela
cultura.
32
A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto
qualitativo na evolução da espécie. É ela que fornece os conceitos, as formas de
organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por
meio dela que as funções mentais superiores são socialmente formadas e
culturalmente transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem
estruturas diferenciadas.
A culturafornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da
realidade, ou seja, o universo de significações que permite construir a
interpretação do mundo real. Ela dá o local de negociações no qual seus membros
estão em constante processo de recriação e reinterpretação de informações,
conceitos e significações.
Usa o termo função mental para referir-se aos processos de: pensamento,
memória, percepção e atenção. Coloca que o pensamento tem origem na
motivação, interesse, necessidade, impulso, afeto e emoção.
Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por
Vygotsky: um real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é
capaz de fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender
com outra pessoa.
A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas
zonas de desenvolvimento proximal (distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto) nas
quais as interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos,
aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados. Assim, um conceito que se
pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre um grau de
experiência anterior para a criança.
Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na
troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando
conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de
conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha
do plano social - relações interpessoais - para o plano individual interno - relações
intrapessoais.
O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do
funcionamento psicológico humano. A internalização envolve uma atividade
33
externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna, é
interpessoal e se torna intrapessoal.
A escolaé o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o
processo ensino-aprendizagem. Para Vygotsky, o professor tem o papel explícito
de interferir no processo, diferentemente de situações informais nas quais a
criança aprende por imersão em um ambiente cultural. Portanto, é papel do
docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua
interferência na zona proximal. Não obstante, a atuação dos outros membros do
grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo torna-se também essencial,
pois uma intervenção deliberada desses membros da cultura, nessa perspectiva, é
fundamental no processo de desenvolvimento.
O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que
aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores,
linguagem e o próprio conhecimento.
A formação de conceitos espontâneos ou cotidianos desenvolvidos no
decorrer das interações sociaisdiferenciam-se dos conceitos científicos adquiridos
pelo ensino, parte de um sistema organizado de conhecimentos.
Ao observar a zona proximal, o educador pode orientar o aprendizado no
sentido de adiantar o desenvolvimento potencial de uma criança, tornando-o real.
Nesse contexto, o ensino deve passar do grupo para o indivíduo. Em outras
palavras, o ambiente influenciaria a internalização das atividades cognitivas no
indivíduo, de modo que, o aprendizado gere o desenvolvimento. Portanto, o
desenvolvimento mental só pode realizar-se por intermédio da aprendizagem.
HENRI WALLON[8] – PSICÓLOGO E EDUCADORHenri Wallon nasceu e se fixou por toda sua vida em Paris, no período de 1879 a
1962, ano de seu falecimento.
Sua vida social e profissional foi intensa, como professor, médico e
pesquisador, com ativa participação política: participou do movimento da
Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial e foi Deputado na
Assembléia Constituinte de Paris em 1946. Sua experiência e interesse voltados à
área pedagógica fez com que elaborasse juntamente com o físico Paul Langevin e
um grupo de educadores um projeto modelar para a Reforma do Sistema do
Ensino Francês, o projeto Langevin-Wallon. A justiça social era um dos pilares que
34
sustentavam as idéias desse plano, que carregava implicitamente grande parte da
teoria construída por Wallon, ao longo de sua vida profissional e acadêmica.
Alguns elementos da teoria de WallonNa teoria walloniana não há como compreender o ser humano longe de
suas condições de existência. Essas condições são fatores que implicam
diretamente no ritmo do desenvolvimento. A relação entre organismo e meio
constitui um par indissociavelmente complementar, colocando as disposições
genéticas como potencial; somente irão se desenvolver se encontrarem
possibilidades do meio que habita.
Para Wallon, portanto, o contexto é importante para se compreender o
desenvolvimento humano. O contexto pode propiciar o aparecimento ou extinção
de formas de ações, que modificam e são modificadas dialeticamente, ou seja,
como via de mão dupla, pelas condições que o meio oferece. Assim, o
desenvolvimento se dá pela união entre o orgânico e o social.
Nesse sentido, é importante compreender que no social, temos os meios e
os grupos, que a ele são inerentes. O ser humano é geneticamente social e
participa dos meios e grupos para se integrar à realidade concreta e se
desenvolver.
Assim, temos os meios que determinam as condições de interação do
indivíduo pelas circunstâncias que este oferece. Sobre os grupos, Wallon (1979)
diz serem indispensáveis à criança não apenas para a sua aprendizagem social,
mas para o desenvolvimento da personalidade e da consciência que possa tomar
dela. Ele define que o grupo é o veículo ou iniciador de práticas sociais.
Ultrapassa as relações puramente subjetivas de pessoa para pessoa. (p. 178)
O desenvolvimento está sujeito a algumas leis: a Lei da Alternância
Funcional, Lei da Alternância da Predominância e a Lei da Integração Funcional.
Na passagem dos estágios de desenvolvimento, descritos pelo autor, a
alternância funcional que orienta a direção do movimento predominante, em
sentidos opostos: ora alterna-se para o conhecimento de si, para a direção
centrípeta, ora alterna-se para o conhecimento do meio, do outro, para a direção
centrífuga. Por exemplo, no primeiro estágio de desenvolvimento descrito por
Wallon, impulsivo-emocional, o sujeito volta-se para conhecer a si próprio na maior
parte do tempo. Quando passa para o estágio seguinte, sensório-motor e
35
projetivo[9], o sujeito volta-se para conhecer as coisas exteriores a ele na maior
parte de seu tempo.
Outra lei reguladora do desenvolvimento, segundo Wallon, apontada por
Mahoney (2003) sugere: Alternância na predominância de conjuntos diferentes
a cada estágio: configuração das relações entre eles mostra qual deles fica mais
em evidência ou é o motor (impulsivo-emocional) ou o afetivo (personalismo,
puberdade e adolescência) ou o cognitivo (sensório-motor e projetivo, categorial).
Cada um deles predomina em um estágio, e se nutrem mutuamente; o exercício e
amadurecimento de um interfere no amadurecimento dos outros. É o que nos
mostra a lei da sucessão da predominância funcional. (p. 14)
Nos diferentes estágios, um dos conjuntos funcionais predomina sobre os
outros. No Estágio Categorial, por exemplo, o conjunto funcional predominante é o
cognitivo. Neste estágio a criança precisa organizar e melhorar sua compreensão
do mundo em que vive, e para isso, há uma predominância do conjunto cognitivo,
com o suporte dos conjuntos motor e afetivo, esses três integrados e se
expressando na pessoa. Nas aulas de Educação Física, por exemplo, temos a
pessoa completa (conjuntos motor, afetivo e cognitivo integrados), mas há uma
predominância do conjunto motor nesse tipo de situação.
Da mesma forma como Wallon integra o par organismo-meio como
complementares e interdependentes, os conjuntos funcionais também o são,
integrados e complementares um ao outro, divisíveis somente como artifício de
compreensão, mas somente verdadeiramente compreendidos no contexto de
integração funcional. (Wallon, 1995a)
O motor, o afetivo, o cognitivo, a pessoa, embora cada um desses
aspectos tenha identidade estrutural e funcional diferenciada, estão tão integrados
que cada um é parte constitutiva dos outros. Sua separação se faz necessária
apenas para descrição do processo. Uma das conseqüências dessa interpretação
é de que qualquer atividade humana sempre interfere em todos eles. Qualquer
atividade motora tem ressonâncias afetivas e cognitivas; toda disposição afetiva
tem ressonâncias motoras e cognitivas; toda operação mental tem ressonâncias
afetivas e motoras. E todas tem um impacto no quarto conjunto: a pessoa, que, ao
mesmo tempo em que garante essa integração, é resultado dela. (Mahoney, 2003
- p. 15)
36
É por meio dessa integração que ocorre o desenvolvimento humano, que
pode ser identificado em fases. Tais fases, coerentes com os princípios
estabelecidos pelo autor para construção de sua teoria, não buscam uma inflexível
fixação nas idades sugeridas, mas sim uma caracterização de similaridades
desenvolvidas na relação do sujeito com o meio em suas condições sócio-culturais
que possibilitam aflorar funções e instrumentos de interações do indivíduo
integrado em seu meio, como apresenta Wallon (1985):
O conjunto da vida mental não é mera sucessão de acontecimentos, de
etapas, de idades, mas sim integração e conquista. Conquista da personalidade
de cada um, através de si mesmo. Integração na pessoa das situações em que se
viu envolvida e arrastada em sua vida. Integração dos fatores biopsíquicos que
animam os objetivos de sua vida. A integração pode ser mais ou menos firme,
exclusiva e rigorosa. Mas é indispensável a existência e a consciência do adulto.
[10] (p. 231)
Os conjuntos funcionaisDevido à importância dos conjuntos funcionais para compreender a
dinâmica do ser humano contextualizado em seu meio de existência, abordaremos
os mesmos de forma mais detalhada.
Daremos um destaque ao conjunto funcional da afetividade que tem grande
aplicabilidade na área educacional como um todo. Na visão Walloniana
corresponde a um dos domínios funcionais. Reforçamos que olhá-la
separadamente para compreendê-la pode ser útil quando feito de maneira
apropriada, porém considerá-la como funcionamento isolado ou independente é
descaracterizar o pensamento na ótica desta teoria. Deve-se sempre pensá-la no
contexto da integração funcional e vinculada a seus motivos exteriores, às
circunstâncias do meio.
Começaremos falando sobre o conjunto funcional cognitivo. Podemos
entender esse domínio funcional por aquilo que os filósofos antigos chamavam (e
nós ainda utilizamos o termo) de razão. Trata-se do recurso de apreensão do
conhecimento e análise, recurso de explicação do mundo, das coisas e dos
fenômenos; material que pode compor a linguagem e a comunicação verbal e
escrita e outras formas de conhecimento.
Esse campo do conhecimento se desenvolve de acordo com as
possibilidades que a maturação orgânica e as determinações sociais permitem (da
37
mesma forma que os outros campos funcionais) e, assim, pelas características da
espécie humana, temos uma dada direção, que é possibilitada pela passagem de
uma inteligência prática para uma mais abstrata, a discursiva.
Para Wallon, a transição da inteligência prática à discursiva é possibilitada
pelos avanços nos quais o ato motor é o principal suporte para representação e
capacidade simbólica.
Desta forma, a inteligência evolui do gesto feito, a atividade mental parte da
ação do sujeito no mundo. Aparece, primeiramente, uma inteligência simbólica e
representativa, que evolui de um pensamento sincrético, quando a primeira
unidade é o par, para depois evoluir até um pensamento mais complexo e
explicativo, a inteligência discursiva. (Wallon, 1989)
Esse pensamento aos pares se forma tendo por referência a predominância
afetiva do estágio anterior ao Categorial (o Personalismo[11]), que se expressa
pela escolha explicativa que possa mais agradar, ou ter aproximação sonora com
um tom ou palavra semelhante, ou uma palavra que tenha ouvido há pouco tempo
e tenha chamado atenção, etc. Não há uma lógica formal e compreensível como a
do adulto nesta fase. Exemplos que possam ilustrar esse pensamento é o caso
das parlendas, rodas cantadas e outras brincadeiras infantis com jogo de palavras
observadas entre as crianças. (Wallon, 1989)
A contradição de estar em mundo falante e não se expressar de acordo
com o que é exigido pelo meio para manter as relações sociais gera um conflito. A
afetividade possui um importante papel para solucionar o conflito e usá-lo a favor
do desenvolvimento cognitivo.
A afetividade possibilita esta evolução intelectual e, ao mesmo tempo, neste
estagio, começa a ser expressa de uma forma mais cognitivizada, pois como nos
explica Dantas (1993), é a superação da afetividade da lambida[12], das
necessidades mais epidérmicas. Passa a ser este momento uma forma mais
elaborada de expressão afetiva com o progresso e as conquistas da linguagem
verbal, do campo cognitivo.
Wallon entende afetividade como a disposição ou capacidade de ser afetado pelo mundo interno e externo, por sensações agradáveis ou desagradáveis, prazerosas ou desprazerosas.
A afetividade ocupa um lugar central na teoria Walloniana. Ela é o primeiro
meio de sobrevivência, por ser responsável a conduzir as manifestações da
38
criança recém nascida, mobilizando os adultos para o atendimento de suas
necessidades. Nesse sentido é que Wallon coloca que a criança é geneticamente
social. (Wallon, 1995b)
Afetividade é considerada um conceito maior que engloba as emoções, sentimentos e a paixão. Na emoção há um predomínio da ativação fisiológica, de base orgânica; já o sentimento é representacional, pois a leitura e análise cognitiva das sensações é o que caracteriza o sentimento e, na paixão, é predominante o auto-controle que fornece os meios de adiar a satisfação, podendo ser pensada a maneira estratégica para o agir.
Quando faz a referência específica à emoção, Wallon destaca sua estreita
dependência frente a todo o sistema postural, reações tônicas dos músculos e das
vísceras, reações vegetativas e glandulares. Trata-se de uma forma de
comunicação primitiva e ancestral que foi conservada ao longo da evolução.
Porém, a cultura na qual se desenvolve a pessoa pode construir a maneira de
expressar a afetividade, podendo optar em exteriorizá-la ou reprimí-la, além de
selecionar a forma mais apropriada de manifestá-la, sendo indicativo do
desenvolvimento na direção de uma afetividade orgânica para uma de caráter
moral, ou social. (Wallon, 1995b)
A emoção garante a passagem do orgânico para o social e atrai as pessoas
para que possam participar, se integrarem mutuamente, interagirem e produzir em
sua cultura.
A emoção possui uma base tônica, ligada à questão muscular do corpo. É
ela a responsável pela expressão da afetividade, mas com um importante papel do
movimento. É importante que se diga o que representa para Wallon (1995b) a
relação entre tônus, afetividade e movimento:
... fonte de impressões agradáveis é o movimento. Pelas sensações que lhe
correspondem no aparelho muscular e articular, ele suscita uma excitação que se
traduz, como a ação de carícias íntimas, em uma exaltação de gestos (...) são
exatamente comparáveis a expressão de alegria. A alegria nasce com a facilidade
dos movimentos. (p. 120)
O movimento, como provocador de alegria é importante de ser ressaltado,
uma vez que para se fazer menção a área escolar, por exemplo, falamos
diretamente de uma educação que utilize o movimento como meio e/ou fim
educacional. Portanto, Wallon ajuda-nos a compreender a importância desse fator
39
(que predomina na postura pedagógica do professor) no processo de ensino-
aprendizagem.
Neste mesmo sentido, podemos utilizar uma metáfora para dizer que o
corpo pode ser compreendido como uma janela para as emoções, uma vez que
por meio dele é que se mostra o que sente. Conforme afirmam Mahoney e
Almeida (2005) embasadas na obra de Wallon as emoções são sistemas de
atitudes, reveladas pelo tônus. Atitude é a expressão da combinação entre tônus
(nível de tensão muscular) e intenção; cada atitude é associada a uma ou mais
situações. (p.20)
Atitudes são compreendidas como expressões corporais estruturadas na
integração de emoções, pensamentos e intenções, revelando uma predisposição
para alguma ação. É por meio das atitudes que, às vezes, podemos nos
comunicar. Ele nomeou essas comunicações não verbais, que acontece entre os
indivíduos como diálogo tônico. As emoções têm sua base tônica e são produtoras
de postura física, sendo assim expressivas. É essa uma base para o contágio
emocional. (Wallon, 1995b)
O contágio emocional é explicado por Wallon como possibilitador da
mobilização do adulto frente às manifestações da criança. O contágio garante a
sobrevivência desta última que, por ser geneticamente social se manifesta e tem
no adulto o suprimento de suas necessidades. (Wallon, 1995b)
Mas essa comunicação para os seres humanos, apenas envolvendo as
emoções e sua expressão por meio do corpo se faz insuficiente diante dos
avanços sociais e culturais. Há muito tempo temos a linguagem que dá base para
as nossas relações humanas. As emoções sob a influência da linguagem muda
suas características e passa a ter um domínio cognitivo e a possibilidade de ser
explicada ou ter um nome, como a tristeza, a alegria, o medo, etc. Já estamos
falando de sentimentos.
O sentimento caracteriza-se pela representação cognitiva da emoção. O
sentimento não possui a característica de arrebatamento como a emoção, mas
tende a reprimi-la e impor controles e obstáculos. Há um antagonismo entre a
emoção e a atividade intelectual, pois quando a atividade intelectual entra em
cena, a emoção tende a diminuir; assim, o sentimento pode ser visto como uma
emoção diminuída. (Wallon, 1995b)
40
Essa relação inversamente proporcional coloca o pensamento e a emoção
em embate constante, pois quando a emoção se intensifica, o pensamento se
confunde, se atrapalha, e quando a emoção abre espaço para uma representação
cognitiva, podendo transformar-se em sentimento e dar possibilidade de analisá-
lo, a emoção diminui em seus efeitos. Pode-se dizer que, desta forma, é possível
o controle a respeito de quando e onde expressar o que se sente. (Wallon, 1995b)
Já a paixão não aparece antes do estágio Personalista, pois necessita da
representação para seu auto-controle; tenta silenciar a emoção esperando um
momento para agir apropriadamente. Geralmente é vista nas manifestações de
ciúmes, exigências e exclusividade. Um bom exemplo é o caso de uma criança
que ganha um irmãozinho, e, este último passa a ter mais atenção de seus pais,
despertando um sentimento de ciúmes na primeira criança. Esta criança, para se
vingar do novo irmão, é capaz de esperar a saída de seus pais para dar um
beliscão ou fazer algo ruim a ele. Casos como este mostram o auto-controle do
seu sentimento de ciúmes que aguarda o momento apropriado para se manifestar.
Somente para retomar, a afetividade se manifesta pela emoção, sentimento
e paixão e se expressa tendo o suporte da base tônica no corpo, utilizando para
isso, o ato motor como via de acesso.
Neste lento desenvolvimento da atividade psíquica, portanto, o ato motor
representa um importante papel.
O ato motor é um conjunto que corresponde a questão muscular do corpo,
responsável pela postura física e pelo movimento e deslocamento dos
seguimentos, além de ser o recurso de expressão para as emoções. Wallon
(1995b; 1979) explica que o sentido humano do movimento é definido pela
capacidade de os músculos não apenas gerarem tensão para os deslocamentos
corporais, mas também por serem a base estrutural das atitudes dos seres
humanos. (Wallon, 1995b)
Nesse sentido, é importante pensarmos sobre como a imperícia (Wallon,
1979) pode estar relacionada às questões do ato motor e a movimentação
corporal para entender melhor o que acontece nas aulas que nós, professores,
pedimos ao aluno que faça algo e ficamos observando-o, de perto.
A imperícia é a imperfeição habitual dos movimentos. Dizemos que uma
pessoa é desajeitada quando não consegue executar o que desejaria fazer ou o
que nós gostaríamos de vê-la fazer. Assim, todos os fatores que intervêm na
41
execução de um movimento podem, pela sua insuficiência, tornar-se uma causa
de imperícia. (p. 124)
De posse do que seja a imperícia nesse aporte teórico, podemos refletir
sobre o assunto, e arriscar dizer que todos, de alguma ou de muitas maneiras, já
passamos por situações que provocaram a imperícia. Para nós professores, por
exemplo, a relação pedagógica é repleta de situações de imperícia, quer do aluno
ou do professor. Segundo as palavras do próprio Wallon (1979):
A imperícia – não existe nada que nos possa ser mais familiar. Conhecemo-
la por nós mesmos e como educadores. De cada vez que desejamos aprender um
movimento novo ou ensiná-lo, debatemo-nos com a nossa imperícia ou com a do
nosso aluno. (p. 123)
Não saber exatamente como fazer um determinado movimento, ou então,
para um educador não saber como ao certo deve ensiná-lo ao aluno pode se
tornar algo frustrante, provocador de sentimentos ou emoções negativas como a
própria frustração, a raiva, o medo de não saber fazê-lo, o receio do contato ou o
julgamento de terceiros, etc.
O sincretismo, termo usado por Wallon, é a situação confusa, inicial,
provocado por uma situação nova é algo, às vezes, inevitável, por reconhecer a
variabilidade e os diferentes níveis de interação dos indivíduos com seu meio,
alguns com mais ou menos dificuldades de interação com as tarefas ou desafios
que surgem na vida.
Wallon (1979) alerta ainda que certos casos de imperícia não se devem a
imperícia, mas aquelas situações reflexas que se desenvolvem em nós devido a
impressão de nos encontrarmos em presença ou sob o olhar do outro. Todo o
sistema de atitudes, nesses casos, é afetado e a mesma incontinência de reações
se manifesta no aparelho motor, como um estado de rigidez ou contratura
excessiva que normalmente nos acomete. Wallon (1979) diz ser perfeitamente
normal essas reações, e que diante da observação alheia, alguns indivíduos
perdem a cabeça e seus movimentos a executar são contrariados ou paralisados
pela rigidez ou por tremores intempestivos.
UM POUCO MAIS SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DAS FASES DO
DESENVOLVIMENTO POR WALLON
42
As fases de desenvolvimento devem respeitar a cultura a qual está
inserida, e assim não se trata do estabelecimento de idades rigidamente fixadas
por este teórico, mas fases descritas pelas características que possam ser
expressas com uma certa regularidade durante o desenvolvimento infantil. Foram
observadas e tratadas em suas minúcias, por meio do método já exposto e
explicado. Essas idades descritas são de sua cultura francesa e por algumas
décadas do século XX, sendo assim Wallon nos alerta para que sejam postas em
uma reavaliação crítica e no contexto que fornece suas condições para o
desenvolvimento.
Wallon diz que somos geneticamente sociais. Isto significa que desde o
nascimento estamos sujeitos as condições do meio social que nos inserimos.
A partir do nascimento até por volta de 1 ano de idade, encontra-se o
primeiro estágio, chamado de Impulsivo Emocional. Nesse estágio, foi
observado por Wallon alguns movimentos desordenados, cujos quais chamou de
descargas motoras que eram expressas pela criança, de maneira desordenada e
difusa, com o intuito de expressar dois estados do organismo: prazer ou desprazer
(mal estar ou bem estar). Essa impulsividade motora acontece por volta de 0 – 3
meses de vida. Por isso, geneticamente social significa que as manifestações da
criança afeta e mobiliza os adultos que o atendem para prover suas necessidades.
Assim, em oposição a Piaget, que coloca o desenvolvimento do egocentrismo
para a socialização, Wallon coloca uma fusão entre o indivíduo e o meio, para se
diferenciar dele ao longo do seu desenvolvimento.
Essas manifestações da criança se desenvolvem, e passam
gradativamente a constituição da intencionalidade voltando-se para a atividade de
relação afetiva. Por isso chama-se Emocional. Aparecem a primeiras
manifestações intencionais de emoção. Há uma importante ligação entre emoção
e tônus. Por meio do escoamento do tônus provocado pelos movimentos e gestos
(musculatura estriada) a criança pode manifestar a alegria, já movimentos
excessivos ou acumulação do tônus são sinais de sofrimento ou cólera.
O próximo estágio Sensório-Motor e Projetivo, por volta de 1-3 anos,
tem por base a exploração do mundo exterior. Os ganhos do estágio anterior
possibilitam que a criança tenha mais instrumentos de exploração dos locais nos
quais habita. O desenvolvimento neuro-motor alcançado até então possibilita mais
oportunidade de interação com os objetos exteriores e com estes, há uma relação
43
para um exercício das funções, onde movimentos e atividades da criança se
repetem para testar os efeitos e modular seus órgãos sensórios motores. Wallon
chama tais atividades de circulares.
Aparece a capacidade de locomoção, entre o engatinhar para algumas
crianças e a aquisição da marcha, oportunizando o contato e conhecimento dos
locais por si própria e com a ajuda dos adultos. A segunda etapa do estágio
chama-se projetiva, pois o pensamento projeta-se em atos motores, em gestos e
por ele se desenvolve. A criança se desenvolve tendo o movimento como base de
sustentação do pensamento antes da conquista do simbolismo e representação.
Utiliza a imitação como modelo da sua conduta motora e inicia manifestações do
simulacro, as suas atividades que manifestam a fantasia e são o prenúncio da
representação.
O estágio Personalista, por volta dos 3 aos 6 anos, a direção do
desenvolvimento inverte novamente, para o conhecimento de si própria. É o
estágio do enriquecimento da personalidade, da formação do eu. Personalidade
compreendida por Wallon “no sentido do ser total, físico-psíquico e tal como ele se
manifesta pelo conjunto do seu comportamento.” (Wallon, 1975 p. 131)
Três fases distintas mostram-se neste estágio, com o objetivo de ao final,
ter-se conseguido o desdobramento do eu psíquico, a individuação. São elas: a
oposição, a sedução e a imitação.
A oposição mostra-se pela necessidade de autoafirmar, de ganhar a
autonomia e se desdobrar do comportamento do adulto. É uma fase de recusa e
reivindicação. A segunda fase, da sedução, é também chamada de “idade da
graça”, onde a criança mostra necessidades de ser aceita e admirada. Acontece
nessa fase uma exuberância motora que precisa ser mostrada, onde a criança se
exibe na busca de reconhecimento. A última fase deste estágio, a fase de
imitação, distingue-se da imitação realizada no estágio anterior, pois naquele está
o interesse estava no gesto motor como modelo de aprendizagem, e formação do
eu-corporal; enquanto que neste estágio a imitação caracteriza-se pelo modelo de
pessoa, de personalidade a ser não apenas copiada, mas interiorizada e servindo
de exemplo daqueles cujos quais a criança admira e quer suplantar. A
necessidade é o desdobramento do eu-psíquico, da afirmação de que ela é
diferente dos outros.
44
O estágio Categorial vou explicar mais detalhadamente, pois o início deste
estágio se dá por volta dos seis anos de idade, coincidindo com a entrada na
escola em praticamente todos os países, e, graças ao amadurecimento da função
simbólica e a diferenciação da personalidade que acontecem no estágio anterior,
traz importantes avanços no plano da inteligência, como a direção do interesse da
criança para o conhecimento e conquista do mundo exterior, vertendo suas
relações com o meio à preponderância do aspecto cognitivo.
Com o aparecimento da função simbólica, é possível o surgimento do
pensamento discursivo, que Wallon estuda pormenorizadamente e publica no livro
“Origens do Pensamento na Criança”, (1941).
Nesta obra ele analisa o pensamento discursivo por meio de entrevistas
com crianças que se encontravam entre as idades de 5 a 9 anos, buscando
compreender como as crianças pensavam, e para isso abordou temas de seus
cotidianos com perguntas do tipo “o que é o sol, o vento, a lua, etc.
Wallon consegue perceber por meio deste estudo, que o pensamento se
processa no início desta fase de maneira sincrética, ou seja, inicialmente confuso
e global. No pensamento sincrético, são constantes as misturas de aspectos
fundamentais, como o sujeito e o objeto pensado, os objetos entre si, os vários
planos do conhecimento, ou seja, aquilo que só pode ser modificado no
pensamento com o progresso da inteligência, isto é, processos de diferenciação.
A menor unidade do pensamento é o par, ele é a base do raciocínio infantil.
Não se pode considerar uma palavra isoladamente, pois ainda não há essa
diferenciação. Wallon nos mostra que o pensamento sincrético mistura
aleatoriamente uma coisa à outra, sem uma lógica definida, por ainda ter uma
forte base afetiva desse pensamento. Essa base guia boa parte das escolhas no
uso dos termos empregados, sendo que uma palavra que sustenta a outra às
vezes se opõe, em outras o motivo desta ligação são as semelhanças nos sons,
ou na construção da palavra.
Mas este pensamento preso a contradições provoca um importante conflito
que mobiliza a criança a superar essa fase de confusões conceituais, porque a
condução deste pensamento é dispersiva e insustentável por não conseguir apoio
na representação e não ter desenvolvido a atenção, não podendo dar parâmetros
de análise e definição de um pensamento mais coerente e organizado. Nesta fase
o pensamento tenta se livrar de uma certa predominância afetiva.
45
Com o desenvolvimento da atenção, é possível a formação de um
pensamento mais estruturado, que acontece durante os 5 e os 9 anos com a
passagem do sincretismo para o que Wallon dá o nome de Pensamento
Categorial, pois a partir dele é possível organizar o real em categorias, em séries,
de formar classes, apoiada em um fundo simbólico estável. É uma diferenciação
que favorece a objetivação do real, ou ajustar gradativamente o pensamento a
realidade.
Isto também é possível, graças ao amadurecimento dos centros de
inibição, onde organicamente se dá a possibilidade de estabilizar o pensamento e
persistir em um foco definido, o que Wallon relata como um poder capaz de lhes
dar a eficácia desejada, o prolongamento e a perseverança no foco em questão.
Para Dantas, de todas as alterações processadas, esta é a mais
fundamental, pois ela diz que separando-se as qualidades do real produto,
possibilita-se um ganho verdadeiramente significativo na compreensão do real,
onde seria por exemplo compreensível para o pensamento da criança o porque do
barco (antes confundido com suas características grande e pesado) não afundar e
a faca (pequena e aparentemente leve) afundar; aceitar que outras mães possam
ter o mesmo nome da sua, etc.
A afetividade neste estagio, começa a ser expressa de uma forma mais
cognitivizada, pois como nos explica Dantas (1993), é a superação da afetividade
da lambida, das necessidades mais epidérmicas e voltando-se neste momento, a
uma forma mais elaborada de expressão com o progresso e as conquistas da
linguagem verbal, do campo cognitivo.
Este estágio termina aproximadamente aos 11 anos, com a chegada da
puberdade, momento em que a preponderância muda novamente para o campo
afetivo, dando uma nova gama de desafios e superação de grandes conflitos para
a edificação do indivíduo integrado às exigências da sociedade a qual está
inserido.
O estágio da Puberdade e Adolescência começa por volta dos 12 anos e
vai até a idade adulta. Novamente sujeito à mudança na preponderância funcional,
que assim como o estágio do Personalismo volta-se para o conhecimento do eu, o
conhecimento interior. Mas as semelhanças entre esses estágios são maiores,
pois como explica Wallon são as necessidades da personalidade que passam
novamente para primeiro plano. Sujeito a inúmeras crises, onde “os sentimentos
46
possuem a mais evidente ambivalência: timidez e arrogância, vaidade e gozo dos
outros alternam e muitas vezes combinam-se.”(Wallon. 1975, p. 139) Wallon
coloca que o mais absoluto egoísmo e o sacrifício pessoal andam a par; ele diz
que só as circunstâncias parecem as vezes decidir qual dos dois prevalecerá; isso
tudo provocando a sensação de que o sujeito mal se reconhece, e espanta-se
com si próprio, achando-se deslocado da sua própria pessoa ou de sua história
pessoal.
Sua necessidade de adquirir autonomia e fortalecer sua personalidade
guia esta etapa do desenvolvimento, tendo como suporte os progressos
anteriores, principalmente na linguagem.
“Assim, todas as etapas que conduzem a criança do nascimento à idade
adulta mostram uma ligação estreita entre a evolução da sua personalidade e a da
sua inteligência”.(Wallon, 1975 p. 140)
4. DOIS GRANDES AUTORES NA PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM: SKINNER E AUSUBEL
B. F. SKINNERSKINNER E O COMPORTAMENTALISMO [13]
Burrhus Frederic Skinner (Susquehanna, Pensilvânia, 20 de Março de 1904 — Cambridge, 18 de Agosto de 1990) foi um autor e psicólogo estadunidense.
Ele conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do Behaviorismo Radical, abordagem que busca entender o comportamento em função das inter-relações entre história filogenética e ambiental do indivíduo. Ele também escreveu trabalhos nos quais advoga o uso de técnicas para a modificação de comportamento (principalmente o condicionamento operante) com o intuito de melhorar a sociedade e tornar o homem mais feliz. Contudo, a maior originalidade de seu trabalho (pouco reconhecida) é o tratamento dado à subjetividade humana, analisada segundo fatores histórico-ambientais envolvidos com o chamado comportamento verbal.O Behaviorismo ou Ciência do Comportamento Humano
J.B.Watson (1878-1958), em oposição aos funcionalistas propõe uma
psicologia cujo objeto de estudo se desloca da mente e passa para o
comportamento e suas interações com o ambiente.
O método de estudo do comportamento “deve ser o de qualquer ciência:
observação e experimentação, mas sempre envolvendo comportamentos
publicamente observáveis e evitando a auto-observação”. (p.65)
47
Na tentativa de superar as posições de Titchener e dos funcionalistas,
apesar de tomar por base muitas das posições defendidas por eles, como por
exemplo, a psicologia como ciência da natureza; a adoção de métodos objetivos
no estudo do objeto de estudo, Watson redefine a psicologia como ciência do
comportamento, na qual a introspecção não tem lugar, pois o que se estuda nessa
ciência são os comportamentos observáveis, isto é, os movimentos do corpo e
suas relações com o ambiente.
Deste ponto de vista, Watson supunha não ser necessário dizer que mente
e corpo interagem ou caminham lado a lado, pois o sujeito que se comporta “não é
um sujeito que sente, pensa, decide, deseja e é responsável pelos seus atos: é
apenas um organismo” e, como tal, “o ser humano se assemelha a qualquer outro
animal...". (p.67)
Ø Watson (para uma Psicologia Observável) Psicologia Experimental
E RComportamentalismo = Estudo das Interações entre Indivíduo – Meio (Ambiente ou Contexto)
Watson e o Comportamento RespondenteWatson, pesquisando em continuidade aos seus precedentes, por exemplo
Pavlov, percebeu que quando estimulamos as pessoas ou animais de maneira não voluntária ou incondicionada (independe das condições) geramos reflexos de resposta chamados igualmente incondicionados.
Estímulos Não Voluntários = Incondicionados Significa que independentemente das condições as reações ou respostas aparecem como nos exemplos abaixo:
· Reação Pupilar quando estimulada pela luz a frente dos olhos;· Salivação quando apresentamos uma boa comida;· A experiência clássica do reflexo patelar (joelho) quando batemos um
martelinho com o joelho flexionado e, após a leve pancada o músculo contrai.Geram Respostas Incondicionadas = Involuntária, Reflexa; quando recebem
um estímulo apropriado.No entanto, Resposta Condicionada = Pareada = Aprendida foi descoberta
com uma experiência como esta:A experiência clássica de Pavlov é aquela do cão, a campainha e a
salivação à vista de um pedaço de carne. Sempre que apresentamos ao cão um pedaço de carne, a visão da carne e sua olfação provocam salivação no animal. Se tocarmos uma campainha, qual o efeito sobre o animal? uma reação de orientação. Ele simplesmente olha, vira a cabeça para ver de onde vem aquele estímulo sonoro. Se tocarmos a campainha e em seguida mostrarmos a carne, dando-a ao cão, e fizermos isso repetidamente, depois de certo número de vezes o simples tocarda campainha provoca salivação no animal, preparando o seu aparelho digestivo para receber a carne. A campainha torna-se um sinal da carne que virá depois. Todo o organismo do
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animal reage como se a carne já estivesse presente, com salivação, secreção digestiva, motricidade digestiva etc. Um estímulo que nada tem a ver com a alimentação, meramente sonoro, passa a ser capaz de provocar modificações digestivas. B. F. SKINNERO behaviorismo radical de Skinner
A proposta de B.F.Skinner (1904-1990), “embora se trate de um
comportamentalismo, (...) afasta-se imensamente do de Watson, sendo um erro
absurdo reuni-los numa mesma análise. Skinner deu enormes contribuições ao
estudo das interações entre organismos vivos e seus ambientes, adotando de
forma rigorosa os procedimentos experimentais”.
Skinner concorda com Watson quanto à questão da ciência do
comportamento; quanto ao objeto de estudo; quanto ao alocamento desta ciência
no rol das ciências naturais. Mas discorda frontalmente, principalmente, no que
tange ao banimento do “privado”, isto é, da subjetividade no estudo do
comportamento.
Para ele existe um “mundo privado” das sensações, dos pensamentos, das
imagens. “Skinner não rejeita a experiência imediata, mas trata de entender a sua
gênese e sua natureza. Ele não duvida que os homens sintam sem expressar
seus sentimentos, que os homens se iludam, alucinem, reflitam sobre as coisas e
sobre si mesmos, relatem temores, aspirações e desejos. Tudo isso é real, mas,
segundo Skinner, devemos investigar em que condições a vida subjetiva
privatizada se desenvolveu”.
Segundo Skinner, esse “mundo privado” é fruto das relações sociais. É uma
construção social. Desse modo, também a capacidade que o indivíduo tem para
falar de si mesmo é aprendida na convivência com os outros. “Toda linguagem é,
assim, social, mesmo quando se refere ao ‘mundo privado’”.
O conceito de “Condicionamento Operante” foi criado pelo psicólogo
Burrhus Frederic Skinner. Este refere-se ao procedimento através do qual é
modelada uma resposta (ação) no organismo através de reforço diferencial e
aproximações sucessivas. É onde a resposta gera uma consequência e esta
consequência afeta a sua probabilidade de ocorrer novamente; se a consequência
for reforçadora, aumenta a probabilidade, se for punitiva, além de diminuir a
probabilidade de sua ocorrência futura, gera outros efeitos colaterais. Este tipo de
49
comportamento que tem como consequência um estímulo que afete sua
frequência é chamado “Comportamento Operante”.
O conceito de Comportamento Operante difere do conceito de
comportamento respondente porque o primeiro ocorre em um determinado
contexto, chamado estímulo discriminativo, e gera um estímulo que afeta a
probabilidade dele ocorrer novamente; o segundo é diretamente eliciado por
algum estímulo e é uma reação fisiológica do organismo. Uma resposta fisiológica
a um estímulo, como fechar o olho diante de algo que se aproxima dele, retirar o
braço diante de uma agulhada, etc.
O comportamento operante é modelado a partir de nosso repertório inato.
As respostas que gerem mais reforço em média, tendem a aumentar de
frequência e se estabelecer no repertório, ou seja, em um contexto semelhante
tendem a ser novamente emitidas.
Comportamento Operante = Opera sobre o mundo quer direta ou indiretamente. Tem algum efeito sobre o mundo e abrange as conseqüências. (E = ESTÍMULO; R = RESPOSTA; C = CONSEQUÊNCIA)Contingências = Trata-se do mesmo que condições. Refere-se em geral ao que possa envolver o meio (contexto) do indivíduo e que possa modificar seu comportamento, quer direta ou indiretamente. Reforçamento
O tipo de consequência que aumenta a probabilidade de ocorrência da
mesma função de resposta em contextos semelhantes, chama-se reforço. O
reforço pode ser positivo, quando há a adição de um estímulo no ambiente que
resulte no aumento da frequência da resposta que o gerou; ou negativo, quando a
resposta emitida remove algum estímulo aversivo, ou seja, que a pessoa tende a
evitar, do ambiente.
É importante ressaltar, que reforço, ao contrário do que pode pensar o
senso comum, não é uma simples recompensa. Para B. F. Skinner, reforço, pode
ser qualquer evento que aumenta a frequência de uma reação precedente.Um
reforço pode ser uma recompensa tangível. Pode ser um elogio ou uma atenção.
Ou pode ser uma atividade, como poder usar o carro depois que a louça estiver
lavada, ou ter uma folga depois de uma hora de estudo.
Depois de uma resposta, altera a probabilidade futura de ocorrência desta resposta.
Ø Reforço Positivo = Aumenta a Probabilidade Futura da Resposta que o Produz. [OFERECE ALGO]
Ø Reforço Negativo = Aumenta a Probabilidade Futura da Resposta que o Remove ou Atenua. [PEDE A RETIRADA DE ALGO]
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Ø Só é definido por função sobre o Comportamento do Indivíduo. Ex: Família Adams considera um reforço positivo algum tipo de tortura e, apesar de ficção, representa uma relação como duas crianças que são repreendidas. Uma delas chora enquanto a outra ri diante do adulto.Generalidades da Espécie:
Os reforços primários - como receber alimento ou ser aliviado de um
choque elétrico - são intrinsecamente satisfatórios. Os reforços secundários são
aprendidos. Se um rato numa caixa de Skinner aprende que uma luz sinaliza de
maneira confiável que a comida está chegando, ele vai se empenhar em acender
a luz. Dinheiro, boas notas, são exemplos de reforços secundários, cada um das
quais está ligado a recompensas mais básicas.
Reforçadores Primários: Água, alimento, afeto, etc.Reforçadores Secundários = Pareados com Primários: dinheiro, aprovação social, etc.
Estímulos AversivosReforçamento Negativo, dois destaques: FUGA e ESQUIVA
Um reforço negativo também aumenta a probabilidade de um
comportamento pela ausência (retirada) de um estímulo aversivo (que cause
desprazer) após o organismo apresentar o comportamento pretendido.
A esquiva é um processo no qual os estímulos aversivos condicionados e
incondicionados estão separados por um intervalo de tempo, permitindo que o
indivíduo execute um comportamento que previna a ocorrência ou reduza a
magnitude do segundo. Como exemplo podemos falar da relação entre o motor do
dentista e a antecipação da dor. Desviar o rosto é esquivar-se dela. Quando os
estímulos ocorrem nessa ordem, o primeiro torna-se um reforçador negativo
condicionado (aprendido) e a ação que o reduz é reforçada pelo condicionamento
operante. As ocorrências passadas de reforçadores negativos condicionados são
responsáveis pela esquiva. Já a fuga é quando o comportamento reforçado é
aquele que termina com um estímulo aversivo já em andamento. A diferença é
sutil. Se eu posso colocar as mãos nos ouvidos para não escutar o estouro de um
rojão, este comportamento é de esquiva, pois estou evitando o segundo estímulo
antes que ele aconteça. Mas se o rojão começa a pipocar e só então reajo, pode-
se falar em fuga.
Ø ESQUIVA : Após o estímulo condicionado (aprendido) o indivíduo apresenta um comportamento que é reforçado pela necessidade de reduzir ou evitar o segundo Estímulo.
Ø FUGA : O comportamento reforçado é aquele que termina com um Estímulo Aversivo em andamento. Só há um Estímulo Aversivo incondicionado que,
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quando apresentado, será evitado pelo comportamento de fuga. Fujo dele depois de iniciado.Outros tópicos fundamentais decorrentes do reforçamento:
Ø EXTINÇÃO: É um procedimento no qual uma resposta deixa abruptamente de ser reforçada. Como conseqüência, a resposta diminuirá de freqüência e até mesmo poderá deixar de ser emitida. Na ausência de reforço, nosso comportamento deixa de existir.Ex: uma criança que deixa de fazer birra (extingue o comportamento) por não ser atendida quando o faz.
Ø PUNIÇÃO: Apresenta Estímulo Aversivo e gera Fuga ou Esquiva. Faz o sujeito fugir ou se esquivar do Estímulo Aversivo, mas deve-se pensar se reforça ou aumenta (ensina) a probabilidade de aparecer o comportamento esperado. Ex: Não se ensina a ler punindo quem não lê.
Ø MOTIVAÇÃO: Contingências que levam a prolongar ou repetir um comportamento, faz com que se mantenha. Quando a pessoa continua a manifestar um comportamento que está sendo reforçado pelas contingências.CONTROLE DE ESTÍMULOS:
• DISCRIMINAÇÃO: Permite diferenciar comportamentos de acordo com as contingências. Ex: Semáforo, Tipos de festas.
• GENERALIZAÇÃO: Permite aplicar os mesmos padrões de comportamentos para Estímulos Semelhantes. Ex: aprende algumas palavras na escola e leva para a vida.
CONTROLE E CONTRA –CONTROLE Sempre há e haverá controle em tudo e em todos sobre todos. No entanto, quando de certa maneira nos comportamos explicitamente e notoriamente controlando ou tentando controlar, podemos Estimular um comportamento de Contra-Controle.
A Educação Na Visão de SkinnerPara Skinner: “Educação é o estabelecimento de comportamento que seja vantajoso para o indivíduo e para os outros em um tempo futuro”. Para isso, devemos organizar as contingências para possibilitar uma formação de nossos alunos para o auto-governo intelectual. Isso só acontece quando eu me coloco a evidenciar os elementos de seu comportamento operante, que nada mais é do que: o estímulo, resposta e a conseqüência do seu comportamento. Fazer isso é muito fácil, pois se trata de mostrar ao meu aluno, as vantagens da aquisição de novos padrões de comportamento e programar as minhas aulas de maneira que eu possa capacitar o meu aluno a encontrar ou buscar suas próprias contingências por saber antecipar as conseqüências de seus comportamentos operantes.DAVID AUSUBEL E A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
David Paul Ausubel (1918, Nova Iorque), foi um grande psicólogo da
educação estadunidense, exatamente, em 1918, numa época em que a população
judaica sofria uma série de preconceitos e de conflitos religiosos.
É um psicólogo que, baseando-se nas teorias piagetianas do
desenvolvimento, pesquisou a fundo sobre a aprendizagem cognitiva e construiu
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uma teoria importante sobre como as pessoas se apropriam do conhecimento a
partir da aprendizagem.
Ausubel sabe bem que aprendemos em todos os conjuntos funcionais:
afetivo, motor e cognitivo. No entanto, restringiu suas pesquisas ao conjunto
funcional cognitivo.
Ele diz que temos duas vias de aprendizagem. Uma via acontece por
descoberta, quando por conta própria vamos constatando fatos, deduzindo coisas
e chegando a algum tipo de conhecimento. Neste caso o conhecimento vem a nós
de maneira desordenada, cabendo a nossa inteligência a capacidade de encaixar
as peças que possam tornar as coisas mais claras a nós. A segunda via de
aprendizagem acontece por recepção. Dessa maneira podemos dizer que a
aprendizagem vem pronta, organizada e sistematizada, cabendo a nós apenas um
esforço ativo de compreensão para tornar a aprendizagem mais consistente.
Temos dois tipos de aprendizagem, uma é a mecânica e a outra significativa.
Quando o que estamos aprendendo não tem relação direta com nossa estrutura
de conhecimento tentamos memorizar o novo conteúdo. Essa é a aprendizagem mecânica, tida como memorística e aleatória, pois não tem conexão com nosso
conhecimento prévio. Nesse caso a aprendizagem fica inconsistente, dando mais
chances de esquecermos o conteúdo aprendido e menos útil por não sabermos
dar significado lógico a ele de acordo com o que já conhecemos.
A Teoria de Ausubel prioriza a Aprendizagem Cognitiva, que é a integração
do conteúdo aprendido numa edificação mental ordenada, a Estrutura Cognitiva.
Essa Estrutura Cognitiva representa todo um conteúdo informacional armazenado
por um indivíduo, organizado de certa forma em qualquer modalidade do
conhecimento. O conteúdo previamente detido pelo indivíduo representa um forte
influenciador do processo de aprendizagem. Novos dados serão assimilados e
armazenados na razão direta da qualidade da Estrutura Cognitiva prévia do
aprendiz. Esse conhecimento anterior resultará num "ponto de ancoragem" onde
as novas informações irão encontrar um modo de se integrar a aquilo que o
indivíduo já conhece. Essa experiência cognitiva, porém, não se influencia apenas
unilateralmente. Apesar de a estrutura prévia orientar o modo de assimilação de
novos dados, estes também influenciam o conteúdo atributivo do conhecimento já
armazenado, resultando numa interação evolutiva entre "novos" e "velhos" dados.
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Esse processo de associação de informações inter-relacionadas denomina-se
Aprendizagem Significativa.Dessa forma a Aprendizagem Significativa é preferível a Aprendizagem
Mecânica, ou Arbitrária. Pois constituí um método mais simples, prático e eficiente.
Muitas vezes um indivíduo pode aprender algo mecanicamente e só mais tarde
percebe que este se relaciona com algum conhecimento anterior já dominado. No
caso ocorreu então um esforço e tempo demasiado para assimilar conceitos que
seriam mais facilmente compreendidos se encontrassem uma "âncora", ou um
conceito subsunçor, existente na Estrutura Cognitiva.
O subsunçor é uma estrutura específica ao qual uma nova informação pode se integrar ao cérebro humano, que é altamente organizado e detentor de uma hierarquia conceitual que armazena experiências prévias do aprendiz.
Uma grande questão levantada pela Teoria de Ausubel diz respeito a origem
dos subsunçores. Se eles não estiverem presentes para viabilizar a Aprendizagem
Significativa, como é possível criá-los?
Segundo Ausubel a Aprendizagem Mecânica é necessária e inevitável no
caso de conceitos inteiramente novos para o aprendiz, mas posteriormente ela
passará a se transformar em Significativa. Para acelerar esse processo Ausubel
propõe os Organizadores Prévios, âncoras criadas a fim de manipular a
Estrutura Cognitiva, interligando conceitos aparentemente não relacionáveis
através da abstração.
É importante dizer que, quando crianças, as pessoas aprendem
mecanicamente e, pouco a pouco, vão tornando suas aprendizagens mais e mais
significativas, pois vão estabelecendo o significado que as coisas possuem.
Para que ocorra uma Aprendizagem Significativa segundo Ausubel, é
necessário que:
- O material a ser assimilado seja Potencialmente Significativo, ou seja, não
arbitrário em si. Mesmo materiais arbitrários então, podem ser tornados
significativos através de Organizadores Prévios.
- Ocorra um conteúdo mínimo na Estrutura Cognitiva do indivíduo, com
subsunçores em suficiência para suprir as necessidades relacionais.
- O aprendiz apresente uma disposição para o relacionamento e não para
simplesmente memorizá-lo mecanicamente muitas vezes até simulando uma
54
associação. Muito comum em estudantes acostumados a métodos de ensino,
exercícios e avaliação repetitiva e rigidamente padronizada.
A Aprendizagem Significativa se divide em 3 tipos:
- A Aprendizagem Representacional é basicamente uma associação simbólica
primária. Atribuindo significados a símbolos como, por exemplo, valores sonoros
vocais a caracteres lingüísticos.
- A Aprendizagem de Conceitos é uma extensão da Representacional, mas num
nível mais abrangente e abstrato, como o significado de uma palavra, por
exemplo.
- A Aprendizagem Proposicional é o inverso da Representacional. Necessita é
claro do conhecimento prévio dos conceitos e símbolos, mas seu objetivo é
promover uma compreensão sobre uma proposição através da soma de conceitos
mais ou menos abstratos. Por exemplo, o entendimento sobre algum aspecto
social.
A Aprendizagem Significativa também pode possuir uma das seguintes
naturezas:
- Subordinada: Onde a informação nova é assimilada pelo subsunçor passando a
alterá-lo.
- Superordenada: Quando a informação nova é ampla demais para ser assimilada
por qualquer subsunçor existente, sendo mais abrangente que estes e então
passa a assimilá-los. Por exemplo: Se o indivíduo tem subsunçores para
Catolicismo, Protestantismo e Kardecismo, e depois aprende o conceito geral de
Cristianismo. Esse último conceito é que na realidade assimilará os três originais.
- Combinatória: Quando a informação nova não é suficientemente ampla para
absorver os subsunçores, mas em contrapartida é muito abrangente para ser
absorvida por estes. Assim para a se associar de forma mais independente aos
conceitos originais. Como exemplo podemos citar o conceito de "Arca de Noé".
Ele se relaciona com o conceito de embarcação, mas poderia não assimilá-los
nem ser assimilado por estes, pois possuí peculiaridades muito específicas que
desafiam as características de uma embarcação comum, dependendo do ponto de
vista e linhagem de raciocínio do aprendiz, mas é indiscutivelmente associável a
este conceito. Ao mesmo tempo associa-se também ao conceito Cristianismo por
fazer parte de sua crença, mas não de forma exclusiva a ponto de ser
55
definitivamente assimilado. Assim passa a se relacionar com ambos e quaisquer
outros conceitos associáveis, mas ainda mantém uma certa independência.
A categorização de Aprendizagem Significativa Subordinada,
Superordenada e Combinatória se ajustam a categorização em Representacional,
Conceitual e Proposicional.
Uma aprendizagem Representacional apresenta uma assimilação geralmente
Subordinada. Uma Conceitual pode ser Subordinada, mas tende mais a ser
Superordenada e menos freqüentemente Combinatória. Já uma Proposicional
tende mais a Superordenada ou Combinatória.
Da mesma forma na aprendizagem Representacional de característica
predominantemente Subordinada, ocorre a Diferenciação Progressiva, quando um
conceito original vai sendo progressivamente detalhado e especializado, evoluindo
através das assimilações subordinadas resultando num processo de Análise.
Já numa aprendizagem de característica Superordenada ou Combinatória tende a
ocorrer a Reconciliação Integrativa, onde os conceitos originais buscam
associações entre si, interligando-se de forma expansiva e Sintética.
"...o fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe; determine isso e ensine-o de acordo." (Ausubel)
Essa frase do próprio autor resume seu ponto de vista, sendo assim o
mesmo propõe que a Estrutura Cognitiva pode ser estimulada Substantivamente,
através de métodos de integração e unificação de conceitos. E
Programaticamente, por uma organização estruturada que use a formação
seqüencial de subsunçores. De forma que o papel pedagógico envolve ao menos
quatro partes:
- Determinação da estrutura da matéria de ensino e seu Potencial Significativo, de
modo a organizá-lo numa sucessão de melhor possibilidade de assimilação.
Organização Seqüencial.
- Identificação dos subsunçores do processo seqüencial de ensino que devem
possuir correlatos nas Estruturas Cognitivas do aprendiz.
- Identificação do Potencial Significante do aprendiz, isto é, a suas Estruturas
Cognitivas já consolidadas.
- Aplicação de um método de ensino que priorize a associação dos conceitos da
matéria com os subsunçores do aprendiz de forma a criar uma Aprendizagem
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Significativa, e possibilitar uma gama de opções de associação de conceitos de
modo a levar e uma Consolidação do aprendizado.
Podemos concluir que Ausubel então propõe a valorização da Estrutura
Cognitiva do aprendiz, subordinando o método de ensino a capacidade do aluno
de assimilar a informação.
5. Howard Gardner[14] e sua teoria das inteligências múltiplas[15]
Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista norte
americano Howard Gardner causou forte impacto na área educacional com sua
teoria das inteligências múltiplas, divulgada no início da década de 1980. Seu
interesse pelos processos de aprendizado já estava presente nos primeiros
estudos de pós-graduação, quando pesquisou as descobertas do suíço Jean
Piaget. Por outro lado, a dedicação à música e às artes, que começou na infância,
o levou a supor que as noções consagradas a respeito das aptidões intelectuais
humanas eram parciais e insuficientes.
No início do século XX, as autoridades francesas solicitaram a Alfredo Binet
que criasse um instrumento pelo qual se pudesse prever quais as crianças que
teriam sucesso nos liceus parisenses. O instrumento criado por Binet testava a
habilidade das crianças nas áreas verbal e lógica, já que os currículos acadêmicos
dos liceus enfatizavam, sobretudo o desenvolvimento da linguagem e da
matemática. Este instrumento deu origem ao primeiro teste de inteligência,
desenvolvido por Terman, na Universidade de Standford, na Califórnia: o
Standford-Binet Intelligence Scale.
Subseqüentes testes de inteligência e a comunidade de psicometria tiveram
enorme influência, durante este século, sobre a idéia que se tem de inteligência,
embora o próprio Binet (Binet & Simon, 1905 Apud Kornhaber & Gardner, 1989)
tenha declarado que um único número, derivado da performance de uma criança
em um teste, não poderia retratar uma questão tão complexa quanto a inteligência
humana. Neste artigo, pretendo apresentar uma visão de inteligência que aprecia
os processos mentais e o potencial humano a partir do desempenho das pessoas
em diferentes campos do saber.
As pesquisas mais recentes em desenvolvimento cognitivo e
neuropsicologia sugerem que as habilidades cognitivas são bem mais
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diferenciadas e mais específicas do que se acreditava (Gardner, I985).
Neurologistas têm documentado que o sistema nervoso humano não é um órgão
com propósito único nem tão pouco é infinitamente plástico. Acredita-se, hoje, que
o sistema nervoso seja altamente diferenciado e que diferentes centros neurais
processem diferentes tipos de informação (Gardner, 1987).
Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Harvard, baseou-se nestas
pesquisas para questionar a tradicional visão da inteligência, uma visão que
enfatiza as habilidades lingüística e lógico-matemática. Segundo Gardner, todos
os indivíduos normais são capazes de uma atuação em pelo menos sete
diferentes e, até certo ponto, independentes áreas intelectuais. Ele sugere que
não existem habilidades gerais, duvida da possibilidade de se medir a inteligência
através de testes de papel e lápis e dá grande importância a diferentes atuações
valorizadas em culturas diversas. Finalmente, ele define inteligência como a
habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em
um ou mais ambientes culturais.
A teoriaA Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma
alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e
única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer
área de atuação. Sua insatisfação com a idéia de QI e com visões unitárias de
inteligência, que focalizam, sobretudo, as habilidades importantes para o sucesso
escolar, levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da
habilidade para resolver problemas. Através da avaliação das atuações de
diferentes profissionais em diversas culturas, e do repertório de habilidades dos
seres humanos na busca de soluções, culturalmente apropriadas, para os seus
problemas, Gardner trabalhou no sentido inverso ao desenvolvimento, retroagindo
para eventualmente chegar às inteligências que deram origem a tais realizações.
Na sua pesquisa, Gardner estudou também:
(a) o desenvolvimento de diferentes habilidades em crianças normais e crianças
superdotadas; (b) adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a
intensidade de sua produção intelectual, mas sim uma ou algumas habilidades,
sem que outras habilidades sejam sequer atingidas; (c) populações ditas
excepcionais, tais como idiot-savants e autistas, e como os primeiros podem
dispor de apenas uma competência, sendo bastante incapazes nas demais
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funções cerebrais, enquanto as crianças autistas apresentam ausências nas suas
habilidades intelectuais; (d) como se deu o desenvolvimento cognitivo através dos
milênios.
Psicólogo construtivista muito influenciado por Piaget, Gardner distingue-se
de seu colega de Genebra na medida em que Piaget acreditava que todos os
aspectos da simbolização partem de uma mesma função semiótica, enquanto que
ele acredita que processos psicológicos independentes são empregados quando o
indivíduo lida com símbolos lingüísticos, numéricos gestuais ou outros. Segundo
Gardner uma criança pode ter um desempenho precoce em uma área (o que
Piaget chamaria de pensamento formal) e estar na média ou mesmo abaixo da
média em outra (o equivalente, por exemplo, ao estágio sensório-motor). Gardner
descreve o desenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez maior de
entender e expressar significado em vários sistemas simbólicos utilizados num
contexto cultural, e sugere que não há uma ligação necessária entre a capacidade
ou estágio de desenvolvimento em uma área de desempenho e capacidades ou
estágios em outras áreas ou domínios (Malkus e col., 1988). Num plano de análise
psicológico, afirma Gardner (1982), cada área ou domínio tem seu sistema
simbólico próprio; num plano sociológico de estudo, cada domínio se caracteriza
pelo desenvolvimento de competências valorizadas em culturas específicas.
Gardner sugere, ainda, que as habilidades humanas não são organizadas
de forma horizontal; ele propõe que se pense nessas habilidades como
organizadas verticalmente, e que, ao invés de haver uma faculdade mental geral,
como a memória, talvez existam formas independentes de percepção, memória e
aprendizado, em cada área ou domínio, com possíveis semelhanças entre as
áreas, mas não necessariamente uma relação direta.
As inteligências múltiplasGardner identificou as inteligências lingüística, lógica-matemática, espacial,
musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Atualmente surge a naturalista
também acompanhando este grupo. Postula que essas competências intelectuais
são relativamente independentes, têm sua origem e limites genéticos próprios e
substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos cognitivos
próprios. Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus variados de cada
uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e
organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas
59
e criar produtos. Gardner ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo
ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente.
Embora algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos
casos as ocupações ilustram bem a necessidade de uma combinação de
inteligências. Por exemplo, um cirurgião necessita da acuidade da inteligência
espacial combinada com a destreza da cinestésica.
Inteligência lingüística - Os componentes centrais da inteligência lingüistica são
uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma
especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar
a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias. Gardner
indica que é a habilidade exibida na sua maior intensidade pelos poetas. Em
crianças, esta habilidade se manifesta através da capacidade para contar histórias
originais ou para relatar, com precisão, experiências vividas.
Inteligência musical - Esta inteligência se manifesta através de uma habilidade
para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui discriminação de
sons, habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas
e timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música. A criança pequena
com habilidade musical especial percebe desde cedo diferentes sons no seu
ambiente e, freqüentemente, canta para si mesma.
Inteligência lógico-matemática - Os componentes centrais desta inteligência são
descritos por Gardner como uma sensibilidade para padrões, ordem e
sistematização. É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões,
através da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma
controlada; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer
problemas e resolvê-los. É a inteligência característica de matemáticos e cientistas
Gardner, porém, explica que, embora o talento cientifico e o talento matemático
possam estar presentes num mesmo indivíduo, os motivos que movem as ações
dos cientistas e dos matemáticos não são os mesmos. Enquanto os matemáticos
desejam criar um mundo abstrato consistente, os cientistas pretendem explicar a
natureza. A criança com especial aptidão nesta inteligência demonstra facilidade
para contar e fazer cálculos matemáticos e para criar notações práticas de seu
raciocínio.
Inteligência espacial - Gardner descreve a inteligência espacial como a
capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a
60
habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das
percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação
visual ou espacial. É a inteligência dos artistas plásticos, dos engenheiros e dos
arquitetos. Em crianças pequenas, o potencial especial nessa inteligência é
percebido através da habilidade para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e a
atenção a detalhes visuais.
Inteligência cinestésica - Esta inteligência se refere à habilidade para resolver
problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. É a
habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou
plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com
destreza. A criança especialmente dotada na inteligência cinestésica se move com
graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais demonstra uma
grande habilidade atlética ou uma coordenação fina apurada.
Inteligência interpessoal - Esta inteligência pode ser descrita como uma
habilidade pare entender e responder adequadamente a humores, temperamentos
motivações e desejos de outras pessoas. Ela é melhor apreciada na observação
de psicoterapeutas, professores, políticos e vendedores bem sucedidos. Na sua
forma mais primitiva, a inteligência interpessoal se manifesta em crianças
pequenas como a habilidade para distinguir pessoas, e na sua forma mais
avançada, como a habilidade para perceber intenções e desejos de outras
pessoas e para reagir apropriadamente a partir dessa percepção. Crianças
especialmente dotadas demonstram muito cedo uma habilidade para liderar outras
crianças, uma vez que são extremamente sensíveis às necessidades e
sentimentos de outros.
Inteligência intrapessoal - Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência
interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos
e idéias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas
pessoais. É o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e
inteligências próprios, a capacidade para formular uma imagem precisa de si
próprio e a habilidade para usar essa imagem para funcionar de forma efetiva.
Como esta inteligência é a mais pessoal de todas, ela só é observável através dos
sistemas simbólicos das outras inteligências, ou seja, através de manifestações
lingüisticas, musicais ou cinestésicas.
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Inteligência Naturalista – Esta inteligência está voltada para o conhecimento dos
fenômenos naturais, a facilidade de análise e compreensão dos fenômenos
físicos, climáticos, astronômicos ou químicos podem denotar este tipo de
inteligência.
O desenvolvimento das inteligênciasNa sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a
habilidade de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências.
Todos os indivíduos possuem, como parte de sua bagagem genética, certas
habilidades básicas em todas as inteligências. A linha de desenvolvimento de
cada inteligência, no entanto, será determinada tanto por fatores genéticos e
neurobiológicos quanto por condições ambientais. Ele propõe, ainda, que cada
uma destas inteligências tem sua forma própria de pensamento, ou de
processamento de informações, além de seu sitema simbólico. Estes sistemas
simbólicos estabelecem o contato entre os aspectos básicos da cognição e a
variedade de papéis e funções culturais.
A noção de cultura é básica para a Teoria das Inteligências Múltiplas. Com
a sua definição de inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar
produtos que são significativos em um ou mais ambientes culturais, Gardner
sugere que alguns talentos só se desenvolvem porque são valorizados pelo
ambiente. Ele afirma que cada cultura valoriza certos talentos, que devem ser
dominados por uma quantidade de indivíduos e, depois, passados para a geração
seguinte.
Segundo Gardner, cada domínio, ou inteligência, pode ser visto em termos
de uma seqüência de estágios: enquanto todos os indivíduos normais possuem os
estágios mais básicos em todas as inteligências, os estágios mais sofisticados
dependem de maior trabalho ou aprendizado.
A seqüência de estágios se inicia com o que Gardner chama de habilidade
de padrão cru. O aparecimento da competência simbólica é visto em bebês
quando eles começam a perceber o mundo ao seu redor. Nesta fase, os bebês
apresentam capacidade de processar diferentes informações. Eles já possuem, no
entanto, o potencial para desenvolver sistemas de símbolos, ou simbólicos.
O segundo estágio, de simbolizações básicas, ocorre aproximadamente dos
dois aos cinco anos de idade. Neste estágio as inteligências se revelam através
dos sistemas simbólicos. Aqui, a criança demonstra sua habilidade em cada
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inteligência através da compreensão e uso de símbolos: a música através de
sons, a linguagem através de conversas ou histórias, a inteligência espacial
através de desenhos etc.
No estágio seguinte, a criança, depois de ter adquirido alguma competência
no uso das simbolizacões básicas, prossegue para adquirir níveis mais altos de
destreza em domínios valorizados em sua cultura. À medida que as crianças
progridem na sua compreensão dos sistemas simbólicos, elas aprendem os
sistemas que Gardner chama de sistemas de segunda ordem, ou seja, a grafia
dos sistemas (a escrita, os símbolos matemáticos, a música escrita etc.). Nesta
fase, os vários aspectos da cultura têm impacto considerável sobre o
desenvolvimento da criança, uma vez que ela aprimorará os sistemas simbólicos
que demonstrem ter maior eficácia no desempenho de atividades valorizadas pelo
grupo cultural. Assim, uma cultura que valoriza a música terá um maior número de
pessoas que atingirão uma produção musical de alto nível.
Finalmente, durante a adolescência e a idade adulta, as inteligências se
revelam através de ocupações vocacionais ou não-vocacionais. Nesta fase, o
indivíduo adota um campo específico e focalizado, e se realiza em papéis que são
significativos em sua cultura.
Teoria das inteligências múltiplas e a educaçãoAs implicações da teoria de Gardner para a educação são claras quando se
analisa a importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de
desenvolvimento das várias inteligências e à relação existente entre estes
estágios, a aquisição de conhecimento e a cultura.
A teoria de Gardner apresenta alternativas para algumas práticas
educacionais atuais, oferecendo uma base para:
(a) o desenvolvimento de avaliações que sejam adequadas às diversas
habilidades humanas (Gardner & Hatch, 1989; Blythe Gardner, 1 990) (b) uma
educação centrada na criança c com currículos específicos para cada área do
saber (Konhaber & Gardner, 1989); Blythe & Gardner, 1390) (c) um ambiente
educacional mais amplo e variado, e que dependa menos do desenvolvimento
exclusivo da linguagem e da lógica (Walters & Gardner, 1985; Blythe & Gardner,
1990)
Quanto à avaliação, Gardner faz uma distinção entre avaliação e testagem.
A avaliação, segundo ele, favorece métodos de levantamento de informações
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durante atividades do dia-a-dia, enquanto que testagens geralmente acontecem
fora do ambiente conhecido do indivíduo sendo testado. Segundo Gardner, é
importante que se tire o maior proveito das habilidades individuais, auxiliando os
estudantes a desenvolver suas capacidades intelectuais, e, para tanto, ao invés de
usar a avaliação apenas como uma maneira de classificar, aprovar ou reprovar os
alunos, esta deve ser usada para informar o aluno sobre a sua capacidade e
informar o professor sobre o quanto está sendo aprendido.
Gardner sugere que a avaliação deve fazer jus à inteligência, isto é, deve
dar crédito ao conteúdo da inteligência em teste. Se cada inteligência tem um
certo número de processos específicos, esses processos têm que ser medidos
com instrumento que permitam ver a inteligência em questão em funcionamento.
Para Gardner, a avaliação deve ser ainda ecologicamente válida, isto é, ela deve
ser feita em ambientes conhecidos e deve utilizar materiais conhecidos das
crianças sendo avaliadas. Este autor também enfatiza a necessidade de avaliar as
diferentes inteligências em termos de suas manifestações culturais e ocupações
adultas específicas. Assim, a habilidade verbal, mesmo na pré-escola, ao invés de
ser medida através de testes de vocabulário, definições ou semelhanças, deve ser
avaliada em manifestações tais como a habilidade para contar histórias ou relatar
acontecimentos. Ao invés de tentar avaliar a habilidade espacial isoladamente,
deve-se observar as crianças durante uma atividade de desenho ou enquanto
montam ou desmontam objetos. Finalmente, ele propõe a avaliação, ao invés de
ser um produto do processo educativo, seja parte do processo educativo, e do
currículo, informando a todo momento de que maneira o currículo deve se
desenvolver.
No que se refere à educação centrada na criança, Gardner levanta dois
pontos importantes que sugerem a necessidade da individualização. O primeiro
diz respeito ao fato de que, se os indivíduos têm perfis cognitivos tão diferentes
uns dos outros, as escolas deveriam, ao invés de oferecer uma educação
padronizada, tentar garantir que cada um recebesse a educação que favorecesse
o seu potencial individual. O segundo ponto levantado por Gardner é igualmente
importante: enquanto na Idade Média um indivíduo podia pretender tomar posse
de todo o saber universal, hoje em dia essa tarefa é totalmente impossível, sendo
mesmo bastante difícil o domínio de um só campo do saber.
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Assim, se há a necessidade de se limitar a ênfase e a variedade de
conteúdos, que essa limitação seja da escolha de cada um, favorecendo o perfil
intelectual individual.
Quanto ao ambiente educacional, Gardner chama a atenção para o fato de
que, embora as escolas declarem que preparam seus alunos pare a vida, a vida
certamente não se limita apenas a raciocínios verbais e lógicos. Ele propõe que as
escolas favoreçam o conhecimento de diversas disciplinas básicas; que
encoragem seus alunos a utilizar esse conhecimento para resolver problemas e
efetuar tarefas que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que
pertencem; e que favoreçam o desenvolvimento de combinações intelectuais
individuais, a partir da avaliação regular do potencial de cada um.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOCK, A. M. B., FURTADO, O. E TEXEIRA, M.L.T. Psicologias: Uma Introdução
ao estudo da Psicologia. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
LA TAILLE, Y.-. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão
Yves de La Taille, Marta Kohl de Oliveira, Heloysa Dantas. 15 ed.
São Paulo: Summus, 1992.
GARDNER, Howard Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Howard
Gardner; tradução de Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1995.
MAHONEY, A. A; ALMEIDA, L. R. de (org.) Henri Wallon: Psicologia e Educação.
3. ed. São Paulo: Loyola, 2003.
MONTEIRO, M. D. As manifestações afetivas nas aulas de educação física:
análise de uma classe de 3ª série do ensino fundamental na perspectiva de Henri
Wallon. 2006. Dissertação (Mestrado em Educação: Psicologia da Educação)
Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia da Educação, Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento Um processo Sócio-
Histórico. 3 ed. São Paulo, Scipione, 1995.
PIAGET, J. e INHELDER, B. A Psicologia da Criança. 10 ed.; Rio de Janeiro:
Bertrand, 1989.
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REGO, T. C. Vygotsky: uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação. 7ª ed.
Petrópolis: Vozes, 1999.
Exercícios para fixação de conteúdo 1. Leia atentamente as afirmativas e de acordo com a teoria piagetiana, assinale a alternativa correta: I. Sua teoria não apresenta base biológica.II. As capacidades de interpretar ou construir a realidade das crianças progridem por estágios, até que suas capacidades mentais assemelhem-se às dos adultos.III. Piaget concluiu que, ao nascer, as crianças eram dotadas apenas de uns poucos reflexos, como chupar e agarrar, e tendências a exercitar os reflexos e organizar suas ações. a) somente a alternativa I é correta. b) somente as alternativas I e II são corretas. c) somente a alternativa II é correta.d) somente a alternativa III é correta.e) somente as alternativas II e III são corretas. 2. De acordo com a Teoria do Conhecimento de Piaget, assinalar a alternativa correta:I. Sua teoria foi elaborada a partir de experimentos realizados em laboratórios.II. Sua teoria foi elaborada através de observação de como se desenvolve o ato de conhecer.III. Sua teoria foi elaborada através de entrevistas com crianças e adultos. a) somente a alternativa I está correta.b) somente as alternativas I e III estão corretas.c) somente a alternativa II está correta.d) somente as alternativas II e III estão corretas.e) somente a alternativa III está correta. 3. O que Piaget quis dizer com a palavra Genética no título de sua teoria: Epistemologia Genética?I. Que todos os comportamentos responsáveis pelo conhecimento são hereditários.II. A palavra Genética refere-se a estruturas herdadas pela genética.III. A palavra Genética refere-se à gênese, ou seja, à origem do conhecimento. a) somente a questão I está correta.b) somente a questão II está correta.c) somente as questões I e II estão corretas.d) somente a questão III está correta.e) somente as questões II e III estão corretas. 4. Epistemologia Genética significa:a) que a história das idéias não se faz por evolução ou continuísmo, mas por meio de rupturas ou revoluções, os chamados “cortes epistemológicos”.
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b) teoria do conhecimento dedicada ao estudo da origem e evolução do conhecimento humano. Seu expoente é Jean Piaget.c) considerar por números, as relações e formas matemáticas como a essência e a estrutura de todas as coisas.d) estudos lingüísticos numa reflexão geral sobre questões éticas, filosóficas e sociais.e) que o conhecimento científico decorre da experiência individual e, assim, não pode ser verificado por meio do raciocínio indutivo. 5. Piaget procurou estudar o processo de formação do conhecimento observando e estudando a evolução de crianças. Preocupou-se, portanto, com a gênese do conhecimento, em saber quais os processos mentais envolvidos numa situação problema e quais os processos que possibilitam a criança atuar na resolução. E, assim, nomeou sua teoria: a) Epistemologia genética.b) Inatismo.c) Desenvolvimento cognitivo.d) Construtivismo.e) Psicologia do Desenvolvimento. 6. Leia com atenção as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta: a) Piaget preocupou-se em estudar os processos inconscientes que poderiam explicar os transtornos mentais.b) Piaget ocupou-se em desenvolver uma teoria que estivesse de acordo com os esquemas vigentes da época.c) Piaget estudou como a criança desenvolve suas condições de desenvolvimento emocional.d) a preocupação de Piaget foi a de averiguar a adaptação da criança com a diversidade do meio ambiente.e) Piaget interessou-se pelas condições necessárias para a aquisição do conhecimento. 7. Leia as afirmativas e assinale a alternativa correta:I. A teoria piagetiana concluiu que são necessárias somente as trocas com o meio para a formação do conhecimento.II. A teoria piagetiana concluiu que é necessário somente que as crianças estejam inseridas no meio ambiente para que seus conhecimentos do mundo sejam adquiridos.III. A teoria piagetiana concluiu que as estruturas mentais e as trocas com o meio são necessárias para o ato de conhecer. a) somente a alternativa III está correta.b) somente a alternativa II está correta.c) somente a alternativa I está correta.d) somente as alternativas II e III estão corretas.e) somente as alternativas I e II estão corretas.
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8. Leia atentamente as afirmativas abaixo e de acordo com seus conhecimentos sobre Piaget, assinale a alternativa correta: a) Piaget interessava-se em estudar o nascimento das criançasb) Piaget interessava-se em estudar a família das crianças;c) Piaget interessava-se em estudar aspectos universais das crianças.d) Piaget interessava-se em estudar a educação das crianças;e) Piaget interessava-se em estudar características individuais das crianças. 9. Assinalar a alternativa correta: a) a capacidade de conhecer para Piaget advém somente das condições hereditárias.b) a capacidade de conhecer para Piaget advém, somente, dos conhecimentos provindos dos pais e mestres.c) a capacidade de conhecer, para Piaget, advém somente após a aquisição da linguagem.d) a capacidade de conhecer para Piaget advém das trocas entre o organismo e o meio ambiente, responsáveis pela construção das estruturas mentais.e) a capacidade de conhecer para Piaget, advém, somente, após a criança completar 4 anos de idade. 10. Segundo a teoria de Piaget, podemos concluir, sobre a inteligência humana: I. A inteligência é hereditária.II. A inteligência se desenvolve a partir da interação do indivíduo com o meio.III. A inteligência pode ser medida pelos testes de QI desenvolvidos por Piaget.IV. A inteligência não é herdada. Herdamos estruturas cognitivas que irão se desenvolver em contato com o ambiente – quando o indivíduo “resolve problemas”.V – O ambiente físico e social oferecem estímulos para o desenvolvimento da inteligência. a) somente a alternativa IV está correta.b) somente as alternativas II, IV e V estão corretas.c) somente as alternativas I, II, IV e V estão corretas.d). somente as alternativas II, III e IV estão corretas.e) somente as alternativas I, IV e V estão corretas. 11. Segundo Piaget, com relação ao desenvolvimento cognitivo da criança de 0 a 2 anos, podemos afirmar que: I. Esse estágio é denominado de sensório-motor.II. Ao final desse período, espera-se que a criança conquiste alguns comportamentos como, por exemplo, puxar o lençol para alcançar o brinquedo que está sobre a cama.III. Nesse estágio a criança apresenta linguagem socializada. a) somente a questão I está correta.b) somente as questões II e III estão corretas.
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c) somente as questões I e II estão corretas.d) somente as questões I e III estão corretas.e) somente a questão III está correta. 12. Com relação ao desenvolvimento cognitivo da criança de 0 a 2 anos, podemos afirmar: I. Um dos avanços cognitivos esperados nessa fase é a diferenciação entre objetos externos e o próprio corpo.II. O egocentrismo inconsciente e integral é característico deste estágio.III. O bebê, ao explorar o próprio corpo, irá formar uma noção do eu, distinguindo-se dos demais objetos.IV. O recém nascido é capaz de um pensamento que o possibilita atuar, posteriormente, para a lógica e raciocínio. a) somente as alternativas I e III estão corretas.b) somente a alternativa III está correta.c) somente as alternativas II e III estão corretas.d) somente as alternativas I, II e III estão corretas.e) somente as alternativas I e II estão corretas. 13. Assinale a alternativa correta: O ápice do desenvolvimento da inteligência ocorre no período: a) Da velhice.b) Das operações formais;c) Das operações concretas;d) Pré-operacional;e) Sensório motor; 14. Sobre o nível sensório-motor, pode-se afirmar que: I. Cada período do desenvolvimento anuncia, em parte, os períodos seguintes.II. No período sensório-motor, à falta de função simbólica, o bebê ainda não apresenta pensamento, nem afetividade ligada a representações que permitam evocar pessoas ou objetos na ausência deles.III. O desenvolvimento mental no decorrer dos dezoito primeiros meses da existência não é importante devido ao fato do bebê não ter funções simbólicas. a) somente as alternativas I e II estão corretasb) somente a alternativa II está correta.c) somente a alternativa III está correta.d) somente a alternativa I está correta.e) somente a alternativa II está correta. 15. Leia atentamente as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta:
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I. Segundo Piaget, sejam quais forem os critérios de inteligência que se adotarem (tacteio dirigido, segundo Claparède, compreensão súbita ou insight, segundo W. Köhler ou K. Bühler, coordenação dos meios e dos fins) admite-se a existência de uma inteligência antes da linguagem.II. Piaget não admite a existência de uma inteligência antes da linguagem.III. Para Piaget, a existência de uma inteligência antes da linguagem permite resolver um conjunto de problemas de ação, tais como alcançar objetos afastados ou escondidos. a) somente a alternativa I está correta.b) somente as alternativas I e II estão corretas está correta.c) somente as alternativas I e III estão corretas.d) somente a alternativa II está correta.e) somente a alternativa III está correta. 16. Assinalar a alternativa correta:No estágio pré-operacional: a) a criança, para entender suas experiências, orienta-se apenas pelos reflexos.b) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções intelectuais.c) a criança tem facilidade de lidar com versões abstratas.d) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções perceptivas.e) a criança guia-se fortemente pelas percepções da realidade. 17. Leia atentamente as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta:I. No estágio sensório-motor a criança adquire a capacidade para o raciocínio lógico.II. A façanha suprema no estágio pré-operacional é a capacidade de pensar sobre o ambiente pela manipulação dos símbolos, incluindo as palavras que o representam.III. A façanha suprema no estágio formal é a capacidade de pensar sobre o ambiente pela manipulação dos pais. a) somente a alternativa I é correta.b) somente as alternativas II e III são corretas.c) somente as alternativas I e III são corretas.d) somente a alternativa II é correta.e) somente a alternativa III é correta. 18. Leia atentamente as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta:I. No período pré-operacional a criança tem a capacidade da aquisição da linguagem.II. No período pré-operacional ainda não existe a noção da permanência de um objeto, ou seja, a criança ainda não adquiriu a noção de conservação.III. A criança, no período pré-operacional, é capaz de executar tarefas simples, mas fica confusa com as relações entre duas ou mais classes de objetos.
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a) somente a alternativa I é corretab) somente as alternativas I e III são corretas.c) somente a alternativa II é correta.d) somente as alternativas I e II são corretas.e) somente a alternativa III é correta 19. Quanto ao desenvolvimento cognitivo da criança por volta dos 4 anos, podemos afirmar que: I. No que se refere à linguagem, predomina a linguagem socializada.II. Nesse estágio, desenvolve-se a coordenação motora fina.III. O egocentrismo é substituído pela inteligência prática. a) somente a alternativa I está correta.b) somente as alternativas I e III estão corretas.c) somente a alternativa II está correta.d) somente as alternativas I e II estão corretas.e) somente as alternativas II e III estão corretas. 20. Quanto ao período dos 7 aos 12 anos, podemos afirmar: I. A criança já é capaz de organizar, mentalmente, varetas em ordem de tamanho – o que, na fase anterior, ela só faria comparando duas a duas, para, então, ordená-las em série.II. Observa-se um incremento do pensamento lógico – a criança passa a ter um conhecimento real e adequado dos objetos externos.III. Observam-se progressos significativos quanto aos aspectos da interação social, pois ocorre um declínio do egocentrismo.IV. Neste período, devido à falta da linguagem e da função simbólica, as percepções da criança baseiam-se exclusivamente nas coordenações sensório-motoras das ações. a) somente as alternativas II e III estão corretas.b) somente a alternativa II está correta.c) somente as alternativas I, II e III estão corretas.d) somente as alternativas I e IV estão corretas.e) somente as alternativas I e II estão corretas. 21. Assinalar a alternativa correta: Com relação às estruturas mentais, acredita Piaget: a) são processos que os adultos desenvolvem a partir da pré-adolescência.b) são condições para a ação, sendo que, todo conhecimento depende de uma estrutura e de um acontecimento.c) depende, para seu desenvolvimento, da aquisição da linguagem.d) o saber independe da formação de estruturas mentais.e) são processos que são desenvolvidos somente com a aquisição da leitura.
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22. Assinalar a alternativa correta:I. As estruturas mentais são condições para o conhecimento, segundo Piaget.II. Todo conhecimento depende de uma estrutura e de um acontecimento, segundo Piaget.III. Para a aquisição do conhecimento é necessário haver, somente, informação verbal sobre o mesmo.a) somente a alternativa I é correta.b) somente a alternativa II é correta.c) somente a alternativa III é correta.d) somente as alternativas I e II são corretas.e) somente as alternativas II e III estão corretas. 23. Com relação à assimilação e à acomodação, assinalar a alternativa correta:I. São processos de atividades inteligentes.II. Ocorrem contínua e simultaneamente, tanto para crianças como para adultos.III. A criança assimila experiências novas a esquemas existentes ou acomoda seus esquemas, estendendo-os ou combinando-os para atender a situações novas, ou para lidar com algum desafio.IV. Piaget não abordou, em seus estudos, os processos de assimilação e acomodação. a) somente a alternativa III está correta.b) somente as alternativas II e III estão corretas.c) somente as alternativas I e III estão corretas.d) somente as alternativas I, II e III estão corretas.e) somente a alternativa IV está correta. 24. Assinalar a alternativa correta:No estágio pré-operacional:a) a criança tem facilidade de lidar com versões abstratas.b) a criança guia-se fortemente pelas percepções da realidade.c) a criança, para entender suas experiências, orienta-se apenas pelos reflexos.d) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções perceptivas.e) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções intelectuais. 25. Assinalar a alternativa correta:I. No período pré-operacional a criança tem a capacidade da aquisição da linguagem.II. No período pré-operacional ainda não existe a noção da permanência de um objeto, ou seja, a criança ainda não adquiriu a noção de conservação.III. A criança, no período pré-operacional, é capaz de executar tarefas simples, mas fica confusa com as relações entre duas ou mais classes de objetos. a) somente a alternativa II é correta.b) somente as alternativas I e II são corretas.c) somente a alternativa I é corretad) somente as alternativas I e III são corretas.
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e) somente a alternativa III é correta 26. Com relação à criança de 2 a 6 anos, podemos afirmar:I. Essa criança está na chamada fase oral, isto é, desenvolvendo a linguagem.II. Já é capaz de simbolizar, ou seja, representar uma coisa por outra enquanto brinca.III. Ainda continua bastante egocêntrica, com dificuldade em perceber os desejos e necessidades do outro. a) somente a alternativa I está correta.b) somente as alternativas I e II estão corretas.c) somente as alternativas II e III estão corretas.d) somente as alternativas I e III estão corretas.e) somente a alternativa III está correta. 27. Assinalar em qual estágio a criança desenvolve a capacidade de usar a lógica, ou seja, adquire a habilidade de realizar operações mentais.a) estágio sensório-motorb) estágio das operações concretasc) estágio das operações formaisd) estágio das operações evolutivase) estágio das operações motoras. 28. Leia atentamente as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta: I. Os estágios do desenvolvimento cognitivo são: sensório motor, preparação para as operações concretas e o das operações formais.II. Uma estrutura não pode aparecer antes de outra, ou mesmo depois dela.III. Uma estrutura pode aparecer antes de outra, ou mesmo depois dela.IV. O ambiente não interfere no aparecimento de uma estrutura. a) somente as alternativas I e II estão corretas.b) somente as alternativas I e III estão corretas.c) somente as alternativas I e IV estão corretas.d) somente a alternativa II está correta.e) somente as alternativas II e IV estão corretas. 29. Leia as afirmativas abaixo e em seguida assinale a alternativa correta: I. De acordo com Piaget, a assimilação e a acomodação ocorrem separadamente.II. De acordo com Piaget, a assimilação e a acomodação ocorrem simultaneamente.III. De acordo com Piaget, a assimilação e a acomodação só ocorrem nas crianças.IV. De acordo com Piaget, a assimilação e a acomodação só ocorrem nos adultos. a) somente a alternativa I é correta.b) somente a alternativa IV é correta.c) somente a alternativa III é correta.d) somente a alternativa II é correta.
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e) somente as alternativas II e IV são corretas. 30. Com relação ao desenvolvimento cognitivo da criança de 0 a 2 anos, podemos afirmar: I. Segundo Piaget, este estágio é denominado de sensório-motor.II. Ao final desse período, espera-se que a criança conquiste alguns comportamentos como, por exemplo, puxar o lençol para alcançar o brinquedo que está sobre a cama.III. Nesse estágio desenvolve-se a coordenação motora fina. a) somente a alternativa I está correta.b) somente as alternativas I e III estão corretas.c) somente as alternativas II e III estão corretas.d) somente as alternativas I e II estão corretas.e) somente a alternativa III está correta. 31. Assinalar a alternativa correta: I. Segundo Piaget, sejam quais forem os critérios de inteligência que se adotarem (tacteio dirigido, segundo Claparède, compreensão súbita ou insight, segundo W. Köhler ou K. Bühler, coordenação dos meios e dos fins) admite-se a existência de uma inteligência antes da linguagem.II. Piaget não admite a existência de uma inteligência antes da linguagem.III. Para Piaget, a existência de uma inteligência antes da linguagem permite resolver um conjunto de problemas de ação, tais como alcançar objetos afastados ou escondidos. a) somente as alternativas I e III estão corretas.b) somente a alternativa I está correta.c) somente as alternativas I e II estão corretas está correta.d) somente a alternativa III está correta.e) somente a alternativa II está correta. 32. Assinalar a alternativa correta com relação ao estágio pré-operacional da criança:a) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções perceptivas.b) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções intelectuais.c) a criança, para entender suas experiências, orienta-se apenas pelos reflexos.d) a criança tem facilidade de lidar com versões abstratas.e) a criança guia-se fortemente pelas percepções da realidade. 33. Leia as afirmativas abaixo e em seguida assinale a alternativa correta: I. No estágio sensório-motor a criança adquire a capacidade para o raciocínio lógico.
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II. A façanha suprema no estágio pré-operacional é a capacidade de pensar sobre o ambiente pela manipulação dos símbolos, incluindo as palavras que o representam.III. A façanha suprema no estágio formal é a capacidade de pensar sobre o ambiente pela manipulação dos símbolos, incluindo as palavras que o representam. a) somente a alternativa I é correta.b) somente as alternativas II e III são corretas.c) somente a alternativa III é correta.d) somente a alternativa II é correta.e) somente as alternativas I e III são corretas. 34. Leia as afirmativas abaixo e em seguida assinale a alternativa correta: I. No período pré-operacional a criança tem a capacidade da aquisição da linguagem.II. No período pré-operacional ainda não existe a noção da permanência de um objeto, ou seja, a criança ainda não adquiriu a noção de conservação.III. A criança, no período pré-operacional, é capaz de executar tarefas simples, mas fica confusa com as relações entre duas ou mais classes de objetos. a) somente as alternativas I e III são corretas.b) somente a alternativa II é correta.c) somente a alternativa I é corretad) somente as alternativas I e II são corretas.e) somente a alternativa III é correta 35. Uma das características da criança pré-operatória – 2 a 6 anos, devido ao seu ________________, é a atribuição de características humanas aos objetos. Esse comportamento é chamado de __________________. I. EgocentrismoII. NaturalismoIII. AnimismoIV. ArtificialismoV. Simbolismo a) somente as questões I e II estão corretas.b) somente as questões II e IV estão corretas.c) somente as questões III e IV estão corretas.d) somente as questões I e III estão corretas.e) somente as questões I e IV estão corretas. 36. Uma criança X começa um diálogo com um interlocutor desconhecido, contando sobre um fato ocorrido perto da casa de sua avó:Criança X: então ... o gato pulou o muro e ficou na casa da minha avó, aquela cor-de-rosa, você sabe...Criança Y: não... não sei... nem sei que casa é essa...Essa cena revela, segundo os conceitos de Piaget:
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a) que a criança X é egoísta, demonstrando estar no período sensório-motor.b) que a criança X está no período sensório-motor, pois ainda não tem um pensamento sistemático sobre a realidade, preocupando-se mais com suas brincadeiras e jogos infantis.c) que a criança X é ainda muito egocêntrica, pois supõe que a criança Y sabe o que ela própria sabe.d) que a criança X busca socialização, mas não consegue socializar-se verdadeiramente, devido a seu egocentrismo.e) que a criança X ainda não estabeleceu uma discriminação entre o eu e o outro, confundindo a criança Y consigo própria. 37. Uma das características da criança de 2 a 6 anos, devido ao seu ________ é a atribuição de causas humanas aos fenômenos naturais. Esse comportamento é chamado de ____________: I. Egocentrismo.II. Naturismo.III. Animismo.IV. Artificialismo.V. Simbolismo. a) somente as alternativas II e IV estão corretas.b) somente as alternativas I e III estão corretasc) somente as alternativas III e IV estão corretas.d) somente as alternativas I e II estão corretase) somente as alternativas I e IV estão corretas 38. Com relação à criança de 2 a 6 anos, do ponto de vista cognitivo, podemos afirmar:I. Ela está no estágio pré-operatório.II. Já é capaz de simbolizar, ou seja, representar uma coisa por outra enquanto brinca.III. Ainda continua bastante egocêntrica, com dificuldade em perceber os desejos e necessidades do outro.IV. Ela está no período sensório-motor. a) somente as alternativas I e II estão corretas.b) somente as alternativas I, II e III estão corretas.c) somente a alternativa III está correta.d) somente a alternativa IV está correta.e) somente as alternativas II e III estão corretas. 39. Leia atentamente e responda:Uma criança X, de seis anos, briga com sua mãe porque acredita que seu irmão recebeu mais refrigerante do que ela. O copo do irmão é estreito e o seu é largo e mais baixo. No entanto, de fato, a mãe colocou a mesma quantidade para os dois, pois despejou o conteúdo inteiro de duas latinhas idênticas de refrigerante em cada um dos copos.É correto afirmar que, segundo os conceitos de Piaget:
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a) a criança X ainda pauta o seu raciocínio na percepção imediata, não raciocinando com lógica.b) a criança X tem noção de conservação de quantidade.c) a criança X tem problemas de atenção, pois não é esperado esse tipo de raciocínio para essa idade.d) a criança X está no período operacional-lógico.e) a criança X está no período operatório concreto.. Analise as afirmações abaixo sobre a relação entre desenvolvimento e aprendizagem, de acordo com Vygotsky: I. o desenvolvimento e a aprendizagem são processos diferentes e independentes, um não interfere no outro.II. o desenvolvimento e a aprendizagem são processos distintos e interligados, a aprendizagem interage com o desenvolvimento.III. o processo de desenvolvimento é seguido pelo processo de aprendizagem.IV. o processo de aprendizagem precede o processo de desenvolvimento, definindo seu rumo. Assinale a alternativa que contém as afirmações corretas: (a) I, II, III e IV(b) II, III e IV(c) I, II e III(d) I e III ,apenas(e) II e IV, apenas 2. Para Vygotsky, (a) a criança busca seu próprio conhecimento, assim como Piaget.(b) as verdades vão sendo reveladas muito lentamente, até que ela aprenda tudo que precisa.(c) não precisamos nos preocupar com a criança, ela própria se desenvolve.(d) o conhecimento tem gênese nas relações sociais, sendo produzido na intersubjetividade e marcado por condições culturais, sociais e históricas.(e) o carinho é tudo que necessitamos para o desenvolvimento. 3. Quando penso em ensinar, durante as aulas, vejo uma forte contribuição de Vygotsky no que concerne a importância do (...) no desenvolvimento do aluno. A (...) acontece no contato entre eles e principalmente pelo (...), que mutuamente aprendem e ensinam habilidades diferentes e novas formas de entendimento das coisas e do mundo. Portanto, parte do (...) para o (...). O simples fato de ensinar a saltar ou a se movimentar com inteligência pode acontecer quando se coloca algo que esteja dentro da (...) destes alunos, partindo sempre da (...) destes. (a) desafio; competência; entender; desequilibro; empenho; assimilação; acomodação.(b) amigo; amizade; desinibido; iniciático; recebedor; afetividade; sinceridade.
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(c) social; mediação; professor; interpsíquico; intrapsíquico; zona do desenvolvimento proximal; zona do desenvolvimento real.(d) grito; iniciativa; olhar; desinibido; inibido; visualização; amostragem.(e) carinho; afetividade; gesto; sincretismo; diferenciado; velocidade; execução. 4. Quando penso em uma aula que vou preparar para os meus alunos, tendo a influência Vygotskyana, se estabeleço, por exemplo, que hoje irei trabalhar o futebol, e que por isso ensinarei as regras, os fundamentos, a tática, etc; se, ao chegar à quadra com os alunos vou ensinando tudo e não olhando nada, nem previamente e tampouco no decorrer, eu nunca saberei qual a (...) que se mede por aquilo que ele já faz ou sabe, sem o auxilio ou dependência de outro. Da mesma forma, ficará quase impossível saber qual a (...) que se traduz pelo que eles (...) podem vir a (...) ou (...) com o (...) que tenha do (...) ou outros colegas. A distância entre os níveis se revela como (...), pois está mais próximo do pré-existente na estrutura atual destes alunos. (a) ignorância; imperícia; fatalmente; errar; não ver; erro; executor; uma barreira.(b) verdade; limitada; evidentemente; errar; se equivocar; movimento; simples; capacidade.(c) virtuosidade; relatividade; relatam; relatar; relatará algum dia; professor; sujeito; a maior neurose da relação didático pedagógica de todos os tempos.(d) zona de desenvolvimento real; zona de desenvolvimento potencial; potencialmente; aprender; desenvolver; auxílio; professor; zona de desenvolvimento proximal.(e) velocidade de reação à respostas; tentativa de execução prévia; tentam progredir ou; tentar um dia; ao menos pensar a respeito; interesse que lhe confere; sujeito em questão; a maior barreira entre eles. 5. Na teoria Walloniana as emoções, sentimentos e paixão integram: (a) autocontrole;(b) aprendizagem;(c) afetividade;(d) punição;(e) esquiva. 6. Na teoria walloniana não há como compreender o ser humano longe de suas condições de existência: I. essas condições são fatores que implicam diretamente no ritmo de desenvolvimento.I. a relação entre organismo e meio constitui um par indissociavelmente complementaresIII. o desenvolvimento se dá pela união entre o orgânico e o social.V. o desenvolvimento se dá se dá pela união do físico e o psíquico A alternativa que contém as afirmações corretas é:
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(a) I, II e III(b) II, III e IV(c) I, III e IV(d) I e III, apenas(e) II e IV, apenas 7. Para Wallon, o desenvolvimento está sujeito a algumas leis que são: I. da Alternância FuncionalII. da Alternância de PredominânciaIII. da Inteligência MúltiplaIV. da Integração Funcional A alternativa correta é: (a) I, II e III(b) II, III e IV(c) I, II e IV(d) I, II, III e IV(e) III e IV, apenas 8. Para Wallon, na emoção há o predomínio: (a) do auto-controle(b) do desequilíbrio emocional(c) do sentimento representacional(d) do conflito(e) da ativação fisiológica 9. A emoção garante a passagem do orgânico para o social e atrai as pessoas para que possam participar, interagir e produzir sua cultura, então: I. a emoção possui uma base tônica ligada à questão muscular do corpo.II. é responsável pela expressão da afetividade com um importante papel do movimento.III. há uma relação entre tônus, afetividade e movimento.IV. as emoções têm sua base tônica e são produtoras de postura física. A alternativa que contém as afirmações corretas é: (a) I, II, III e IV(b) I, II e III somente(c) II, III e IV somente(d) III e IV, apenas(e) I e II, apenas
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10. Analise as afirmações abaixo, de acordo com a teoria walloniana: I. o sentimento caracteriza-se pela representação cognitiva da emoção;II. há um antagonismo entre emoção e a atividade intelectual, pois quando a atividade intelectual entra em cena, a emoção tende a diminuirIII. o sentimento pode ser visto como uma emoção diminuída;IV. o sentimento pode ser visto como uma emoção visivelmente exacerbada. A alternativa que contém as afirmações corretas é: (a) I, II e IV(b) I, II e III(c) II, III e IV(d) I e II, apenas(e) II apenas 11. Wallon diz que somos geneticamente sociais. Isto significa que desde o nascimento estamos sujeitos às condições do meio social que nos inserimos. A partir do nascimento até por volta de 1 ano de idade, encontra-se o primeiro estágio, caracterizado por movimentos desordenados, expressando dois estados do organismo: prazer e desprazer , e essas manifestações afetam e mobilizam os adultos que o atendem para prover suas necessidades. O 1º estágio de desenvolvimento descrito por Wallon é: (a) projetivo(b) sensório-motor(c) impulsivo-emocional(d) operacional Concreto(e) cognitivo 12. Oposição, sedução e imitação são 3 fases distintas que aparecem com o objetivo de ao final, ter conseguido o desdobramento do eu psíquico, a individuação e que aparece no estágio: (a) impulsivo-emocional(b) sensório-motor e projetivo(c) personalista(d) categorial(e) puberdade e adolescência 13. Ao lidar com os alunos na sala de aula, o professor precisa estar atento ao que este aluno pode lhe oferecer como conhecimento prévio ou estágio de desenvolvimento. Os conjuntos funcionais citados por Wallon são os pilares das dimensões que constituem a (...) do indivíduo. Se, por exemplo, no momento do pedido de algum tipo de salto ao aluno o mesmo for acometido por uma corrente de medo, haverá impacto e será expresso nos (...) conjuntos funcionais. No (...)
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poderá aparecer neste aluno certa fraqueza nas pernas, uma postura de quem quer se esconder, uma expressão facial de dor, ou a clareza de ver o medo estampado no rosto desse aluno, no (...) poderíamos talvez perceber a falta de clareza se ele tentasse explicar o que está acontecendo com ele e o (...) é prejudicado quando o nível (...) prepondera. O (...) se expressa no (...) e tem reflexo no (...). Mas, só podemos separar na tentativa de compreensão, pois na prática esses conjuntos se misturam e se expressam no quarto conjunto, que é a (...). Quando dizemos sobre a manifestação de um conjunto estamos ao mesmo tempo sabendo que os outros também estão presentes e que a interação entre eles acontece dinamicamente. Por isso, esse aluno deve ser compreendido nesse contexto, com o entendimento de que para aprender, ele deve transformar seu (...) em (...), e que quanto menos preparado ele estiver, mais seu conjunto (...) poderá preponderar e desmotivá-lo ou possibilitá-lo de continuar batalhando para se (...). (a) verdade; seus; caso; mencionado; que; de estresse; raivoso; sujeito; professor; mostra de conhecimento; medo; raiva; funcional; compreender.(b) constituição; inúmeros; presente momento; medroso; medo; de endorfina; aluno; professor; ambiente; tentativa de fazer; aluno; cidadão; de emoções; indagar.(c) capacidade; tais; devido; momento; sujeito; verborrágico; melhor; pior; em tudo; vergonha; potencial; realização; de dúvidas; compreender.(d) visão; possíveis; complexo caso; mínimo; sujeito; confuso; confuso; claro; escuro; clareza; receio; certeza; de dúvidas; esclarecer.(e) integralidade; quatro; motor; cognitivo; cognitivo; afetivo; afetivo; motor; cognitivo; pessoa; sincretismo; diferenciação; afetivo; desenvolver. 14. Um profissional da Educação pode dar aulas em qualquer lugar, desde que respeitando a coerência e aplicabilidade de suas funções na prática profissional de mercado. Trabalha-se predominantemente com o corpo em movimento, tanto de quem leciona, quanto de quem participa das aulas como aluno. O relacionamento é uma importante ferramenta, pois segundo Wallon, a (...) entra em jogo, possibilitando o aparecimento de (...), (...) e até a (...) em manifestações que podem ser expressas e algumas vezes observadas pelo corpo. Isso se refere a capacidade ou predisposição de ser (...) por fatores (...) ou (...). Significa que uma palavra do professor pode alavancar progressos, ou provocar (...) na ação do (...). O professor deve estar atento aos sinais que o (...) oferece e com isso saber atingir uma boa relação com seu aluno, além de tentar flexibilizar a sua conduta para dar mais (...) ao aluno durante o processo de ensino-aprendizagem. (a) afetividade; sentimentos; emoções; paixão; afetado; internos; externos; fracasso; professor; corpo; motivação.(b) vertente; antipatia; inveja; macumba; macumbado; existentes; produzidos artificialmente; ódio; aluno; sujeito; presentes.(c) tendência ao alcoolismo; mau hálito; odores pelo corpo; um coma alcoólico; alcoolizado; de problemas pessoais; profissionais; dependência; sujeito; sujeito; amparo.(d) verdade; pobres; miseráveis; moribundos; enganado; sociológicos; alienação; mais problemas; indivíduo; governo; carinho.
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(e) cidadania; consciência política; sentimento de patriotismo; apegos materiais; envolvido; nunca antes mencionados; governo; ministro; incentivo. 15. Skinner conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do Behaviorismo Radical. Segundo, este autor um estímulo aversivo pode provocar: (a) medo(b) fuga ou esquiva(c) vômito e náuseas(d) pavor(e) fixação de um comportamento. 16. O que diz Skinner sobre um ideal Comportamentalista para a educação? (a) deve-se formar alunos para um auto-governo intelectual.(b) professores devem saber punir e reforçar pelos conceitos de estímulo e resposta.(c) professores devem ser mais pacientes e esforçados.(d) a escola não seria necessária no caso de os pais aprenderem a entender e modelar o comportamento de seus filhos.(e) uma sociedade deve ser controlada pelos governantes. 17. O Comportamentalismo de Skinner entende aprendizagem como: (a) os ganhos de um processo mental no decorrer da infância.(b) capacidade de Linguagem a ser desenvolvida ao longo dos anos.(c) o desenvolvimento sócio-afetivo-comportamental.(d) o processo pelo qual o comportamento é modificado como resultado da experiência, dada em função dos estímulos que reforçaram positiva ou negativamente seus comportamentos.(e) a vitória do processo de desenvolvimento, tendo em vista um trabalho árduo e constante oferecido pelo professor. 18. O comportamento operante é modelado a partir de nosso repertório inato. As respostas que gerem mais reforço em média tendem a aumentar de freqüência e se estabelecer no repertório, ou seja, em um contexto semelhante tendem a ser novamente emitidas. Assinale a alternativa que apresenta os elementos importantes para a teoria de Skinner. (a) bom comportamento e gratificação.(b) mau comportamento e punição severa.(c) prevenção, comportamento e observação.(d) não prestar atenção aos detalhes dos comportamentos dos alunos.(e) estímulo, resposta e conseqüência.
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19. Ao fazer referência a Educação, Skinner afirma que “Educação é o estabelecimento de comportamento que seja vantajoso para o indivíduo e para os outros em um tempo futuro”. Para isso, devemos organizar as (...) para possibilitar uma formação de nossos alunos para o (...). Isso só acontece quando o professor se coloca a evidenciar os elementos de seu (...), que nada mais é do que: o (...), (...) e a (...) do seu (...). Fazer isso é muito fácil, pois se trata de mostrar ao meu aluno, as (...) da aquisição de novos padrões de (...) e programar as aulas de maneira que possa capacitar o aluno a encontrar ou buscar suas próprias (...) por saber antecipar as (...) de seus (...). (a) contingências; auto-governo intelectual; comportamento operante; estímulo; resposta; conseqüência; comportamento; vantagens; comportamento; contingências; conseqüências; comportamentos operantes.(b) pessoas; futuro; inconsciente; id; ego; superego; caráter; certezas; jovens; teorias; leituras; livros.(c) aulas; mercado de trabalho; potencial; esforço; capacidade; inteligência; padrão de estrutura; facetas; ações; virtudes; festas; proventos.(d) festas; sucesso; manuseio; amigo; irmão; mãe; avô; lamúrias; titularidade; itinerâncias; etnografias; escritos.(e) verdades; percalço; intelecto; cognitivo; motor; afeição; ser social; virtualidades; incertezas; constatações; etapas; projetos. 20. Um professor que, por desconhecer os efeitos colaterais da (...), faz uso generalizado de (...), torna sua sala de aula e a interação com seus alunos uma condição pouco propícia à (...). É importante que o professor saiba que (...) não são nem adequadas, nem eficientes para ensinar. O professor pode gastar uma grande parcela de seu tempo estabelecendo (...) desgastantes (do ponto de vista emocional) com seus alunos e que, a rigor, são pouco eficientes e produtivas no sentido de levar os alunos a apresentarem os (...) esperados. O recurso a (...), seja de (...) ou (...), gera subprodutos bastante sérios que tornam ainda mais questionável o seu uso pelo professor. (a) premiação; doces; emagrecimento; balas; exercícios; pesos; emagrecimento; um; mais kg.(b) coerção; contingências aversivas; aprendizagem; contingências aversivas; interações; comportamentos; contingências aversivas; reforçamento negativo; punição.(c) aspirina; AAS; gripes; essas terapias; terapias; efeitos; gripes; aspirinas; AAS.(d) bajulação; adjetivos; apelidos; conjunções adjetivas; apelidos; efeitos; nomeação; um; mais.(e) teoria; palestras; leituras; palestras; palestras; textos; palestrante; teoria; prática. 21. Ausubel, psicólogo que, baseando-se nas teorias piagetianas do desenvolvimento, pesquisou a fundo sobre aprendizagem cognitiva e construiu uma teoria sobre como as pessoas se apropriam do conhecimento a partir da aprendizagem. Segundo Ausubel, aprendizagem mecânica é:
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(a) aquela que encontra muito pouca ou nenhuma informação prévia na Estrutura Cognitiva a qual possa se relacionar, sendo então armazenada de maneira arbitrária.(b) uma aprendizagem feita por meio de objetos tidos como mecânicos no meio ambiente que se envolve a criança numa aula.(c) uma aprendizagem feita sobre objetos que compõe um motor de um carro, por exemplo.(d) a tendência de usar a mecanização das palavras para designar o conhecimento extra-sensorial que se coloca a prova no momento de atenção do aluno.(e) a vivência da mecânica motora. 22. Qual dessas frases expressa a idéia central de David Ausubel? (a) “Não tema por não saber o que ensinar, mas tema pelo não ter o que ensinar.”(b) “... o aluno já possui seu ponto de ancoragem, e por isso tudo se torna fácil e significante.”(c) “...o fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe; determine isso e ensine-o de acordo.”(d) " A escola precisa proporcionar espaço para que o aluno separe entre o que é significativo e não significativo." (e) “A verdadeira forma de aprender é tornada significativa a medida que o aluno goste do professor.” 23. Segundo Ausubel, temos dois tipos de aprendizagem, uma é a mecânica e a outra significativa. Aprendizagem Significativa é: (a) quando tudo se torna harmônico e racional, segundo o autor.(b) aprendizagem por recepção significativa é aquilo que torna o assunto tratado como forma de ser aprendido integralmente e por padrão estabelecido.(c) quando um novo conteúdo é incorporado às estruturas de conhecimento de um aluno, adquirindo significado para ele a partir da relação com seu conhecimento prévio.(d) aprendizagem significativa é o termo empregado para formar um ensino mais real, nas condições estabelecidas pelo professor.(e) a capacidade de significar o que é insignificante. 24. O termo subsunçor significa: (a) uma capacidade cognitiva e afetiva do sujeito.(b) a notável vontade de aprender um conteúdo novo e significativo.(c) um termo técnico que define toda a capacidade de um aluno que possa vir a interferir no processo ensino- aprendizagem da questão psicomotora.(d) é uma estrutura específica ao qual uma nova informação pode se integrar ao cérebro humano, que é altamente organizado e detentor de uma hierarquia conceitual que armazena experiências prévias do aprendiz.
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(e) o mesmo que organização hierárquica de armazenamento do conhecimento recepcionado ou descoberto. 25. Para que ocorra uma Aprendizagem Significativa, segundo Ausubel, é necessário que:I. o material a ser assimilado seja potencialmente significativo.II. ocorra um conteúdo mínimo na estrutura cognitiva do indivíduo, com subsunçores em suficiência para suprir as necessidades relacionais.III. o material a ser assimilado tenha exercícios repetitivos e padronizados, para que o aluno possa realizar e gravar em sua memória.IV. o aluno apresente uma disposição para o relacionamento e não simplesmente memorizá-lo mecanicamente. A alternativa que contém as afirmações corretas é: (a) I, II, III e IV(b) I, II e III(c) I, III e IV(d) I, II e IV(e) I e III, apenas 26. "... o fator isolado mais importante influenciando a (...) é aquilo que o aluno já (...); determine isso e (...) de acordo”. Essa frase significa que devemos partir do que o aluno já (...) enquanto (...). Por isso, o professor pode tornar a (...) de seus alunos (...), caso ele possibilite a ligação aos seus (...). Isso acontece, pois o armazenamento de informações no cérebro é altamente (...), formando uma hierarquia na qual elementos mais (...) de conhecimentos são ligados ou (...) a conceitos mais gerais, (...). (a) motivação; vê; mostre; vê; forma de olhar; visão; aguçada; métodos; visual; visuais; visualizados; mais visíveis.(b) aprendizagem; sabe; ensine-o; adquiriu; conhecimento; aprendizagem; significativa; conhecimentos prévios; organizado; específicos; assimilados; mais inclusivos.(c) habilidade; diz; limite-o; mostra; confiança; aula; melhor; princípios; rápido; lentos; desligados; mais verdadeiros.(d) leitura; lê; leia; lê; leitor; leitura; mais fácil; leitores; ordenado; legíveis; lidos; mais generalizáveis.(e) atenção; atendeu; atenda-o; atendeu; quietude; atenção; mais plena; pensamentos; focada; aguçáveis; atentáveis; mais especuláveis. 27. A aprendizagem (...) e (...) são processos contínuos. Quando um indivíduo adquire informações em uma área completamente nova ocorre a (...) até que alguns elementos de conhecimento, relevantes a novas informações na mesma área, existam na estrutura cognitiva e possam servir de (...) ainda que pouco elaborados. À medida que a aprendizagem vai se tornando (...) os (...) se tornam mais elaborados e prontos para (...) novos conhecimentos.
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Em crianças pequenas, a "(...)" acontece através de um processo conhecido com esse mesmo nome, envolvendo generalizações de instâncias específicas. Em idade escolar, a maioria das crianças já têm desenvolvido um conjunto de conceitos que permite a aprendizagem (...). A partir daí, os novos (...) são adquiridos através de (...), (...) e (...) de conceitos. Ausubel recomenda o uso de (...) que sirvam de âncora para a nova aprendizagem e levem ao desenvolvimento de (...) que facilitem a aprendizagem subseqüente. (a) normal; anormal; confusão; molde; menos confusa; elementos; todos os; segregação; segregada; alunos; uni; duplo; pluri; inúmeros; alunos.(b) real; ilusória; ilusão; margem; fantástica; métodos; executar; reprodução; reprodutivista; reprodutores; fala; escuta; observação; cadernos; textos.(c) amistosa; conflitiva; inibição; desinibidores; extrovertida; mais ousados; receber; recepção; lingüística; elementos; hermenêutica; sintaxe; gramática; leituras; verbalizações.(d) individual; coletiva; aprendizagem; efetivação; melhor; melhores; mostrar; especificação; verbal; elementos; um, dois; mais fatores; muitos; pluralidades.(e) mecânica; significativa; aprendizagem mecânica; subsunçores; significativa; subsunçores; ancorar; formação de conceitos; significativa; conceitos; assimilação; diferenciação progressiva; reconciliação integrativa; organizadores prévios; conceitos subsunçores. 28. Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista norte americano Howard Gardner causou forte impacto na área educacional com sua teoria das inteligências múltiplas, divulgada no início da década de 1980. Seu interesse pelos processos de aprendizado já estava presente nos primeiros estudos de pós-graduação, quando pesquisou as descobertas do suíço Jean Piaget. Com relação aos estudos de Gardner, são feitas abaixo três afirmativas: I – o sistema nervoso humano não é um órgão com propósito único nem tão pouco é infinitamente plástico, mas sim um órgão altamente diferenciado e diferentes centros neurais processam diferentes tipos de informação;II - todos os indivíduos normais são capazes de uma atuação em pelo menos sete diferentes e, até certo ponto, independentes áreas intelectuais. A inteligência é definida como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais.III - Gardner acreditava na possibilidade de se medir a inteligência através de testes de papel e lápis, como afirmava Alfredo Binet em seus testes de inteligência. Assinale: (a) se somente I for correta;(b) se somente II for correta;(c) se somente III for correta;(d) se somente I e II forem corretas;(e) se I, II e III forem corretas.
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29. A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Com relação à teoria das inteligências múltiplas, são feitas abaixo três afirmativas. I - Psicólogo construtivista muito influenciado por Piaget, Gardner distingue-se de seu colega de Genebra na medida em que Piaget acreditava que todos os aspectos da simbolização partem de uma mesma função semiótica, enquanto que ele acredita que processos psicológicos independentes são empregados quando o indivíduo lida com símbolos lingüísticos, numéricos gestuais ou outros.II - Gardner sugere que as habilidades humanas não são organizadas de forma horizontal; ele propõe que se pense nessas habilidades como organizadas verticalmente, e que, ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a memória, talvez existam formas independentes de percepção, memória e aprendizado, em cada área ou domínio, com possíveis semelhanças entre as áreas, mas não necessariamente uma relação direta.III – Gardner descreve o desenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez maior de entender e expressar significado em vários sistemas simbólicos utilizados num contexto cultural, e sugere que não há uma ligação necessária entre a capacidade ou estágio de desenvolvimento em um área de desempenho e capacidades ou estágios em outras áreas ou domínios. Assinale: (a) se somente I for correta;(b) se somente II for correta;(c) se somente III for correta;(d) se somente I e II forem corretas;(e) se I, II e III forem corretas. 30. Gardner identificou sete inteligências. Atualmente surge a naturalista também acompanhando este grupo. Postula que essas competências intelectuais são relativamente independentes, têm sua origem e limites genéticos próprios e substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos cognitivos próprios. Assinale a alternativa que contém apenas as inteligências identificadas por Gardner. (a) lingüística, lógica-matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal.(b) lingüística, lógica-matemática, emocional, psicossocial, interpessoal e intrapessoal.(c) espacial, musical, cinestésica, emocional, psicossocial, interpessoal e intrapessoal.(d) emocional, psicossocial, espacial, musical, cinestésica, lingüística e lógica-matemática.
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(e) Intelectual, emocional, lógica-matemática, musical, cinestésica, psicossocial e lingüística. 31. Howard Gardner define inteligência como: (a) a capacidade de diferenciar crianças retardadas e crianças normais nos mais diferentes graus.(b) a entrada e validação de dados sobre o desenvolvimento na educação infantil.(c) o relato que se dá por meio de uma pesquisa científica que visa coletar dados para promover teorização educativa.(d) a capacidade de análise e compreensão das emoções.(e) a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais. 32. Na sua pesquisa, Gardner estudou também: I- a distância entre o nível de desenvolvimento potencial e nível de desenvolvimento real. II- o desenvolvimento de diferentes habilidades em crianças normais e crianças superdotadas.III-adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a intensidade de sua produção intelectual, mas sim uma ou algumas habilidades, sem que outras habilidades sejam sequer atingidas.IV-os idiot-savants e autistas, e como os primeiros podem dispor de apenas uma competência, sendo bastante incapazes nas demais funções cerebrais, enquanto as crianças autistas apresentam ausências nas suas habilidades intelectuais.V- como se deu o desenvolvimento cognitivo através dos milênios Das afirmações acima estão corretas: (a) apenas uma(b) duas somente(c) três somente(d) quatro somente(e) as cinco estão corretas 33. Inteligência Lingüística, segundo Gardner, significa: (a) sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias.(b) uma estrutura específica ao qual uma nova informação pode se integrar ao cérebro humano, que é altamente organizado e detentor de uma hierarquia conceitual que armazena experiências prévias do aprendiz.(c) um termo técnico que define toda a capacidade de um aluno que possa vir a interferir no processo ensino- aprendizagem da questão psicomotora.(d) notável vontade de aprender um conteúdo novo e significativo.
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(e) organização hierárquica de armazenamento do conhecimento recepcionado ou descoberto. 34. A Inteligência Musical, segundo Howard Gardner, se manifesta através: I- do estímulo ao aluno da prática de esportes competitivos.II- da participação do aluno em olimpíadas de matemática.III- da habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical e perceber temas musicais.IV- da sensibilidade para ritmos, texturas e timbre. A alternativa correta é: (a) I, II, III e IV(b) I, II e III(c) II, III e IV(d) III e IV somente(e) I e III somente 35. A habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada, a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los, são características, segundo Gardner, da Inteligência: (a) corporal- cinestésica(b) espacial(c) interpessoal(d) intrapessoal(e) lógico-matemática 36. Como reconhecer as habilidades da Inteligência Espacial, conforme Gardner a descreve? (a) como capacidade de manifestação no uso a linguagem e no significado das palavras.(b) como a expressão dos sentimentos, por meio de manifestações verbais, de riso, de choro ou de agressividade.(c) como a capacidade para perceber o mundo visual e espacial e manipular formas ou objetos mentalmente e compor, numa representação visual ou espacial.(e) como a capacidade de formar um conceito verídico sobre si mesmo através da auto-reflexão. 37. A habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo, para usar a coordenação grossa ou fina em esportes,
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artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza, são características, segundo Gardner da Inteligência: (a) musical(b) corporal-cinestésica(c) lógico-matemática(d) espacial(e) intrapessoal 38. Inteligência Intrapessoal para Gardner significa: (a) compreender o funcionamento do organismo humano, de forma a reconhecer e modificar as atividades corporais, valorizando-as como recurso para melhoria de suas aptidões físicas.(b) fazer com que nossos alunos utilizem-se das linguagens como meio de expressão, informação e comunicação em situações intersubjetivas.(c) perceber alterações de humor, temperamento, motivações e intenções de outras pessoas.(d) ter múltiplas relações de interdependência do ecossistema, oportunizando uma leitura mais clara do dinamismo dos vários elementos do meio físico, químico e biológico, bem como da ação do homem nesse contexto.(e) reconhecer habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprios, a capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio. 39. A Inteligência Interpessoal significa, para Gardner: (a) a capacidade de todos compreenderem a afetividade, a relação professor e aluno e a escolha dos conteúdos.(b) a capacidade de formar modelos mentais.(c) a capacidade de entender e preservar o mundo, compreendendo os fenômenos físicos.(d) a capacidade de perceber e analisar as especificidades, sem perder a visão do todo em que elas estão inseridas.(e) a capacidade de entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e desejos de outras pessoas. 40. A Inteligência Naturalista, segundo Gardner, se caracteriza por: (a) fazer com que os alunos aprendam a participar de Feiras de Ciências.(b) capacitar os alunos para a distinção entre a violência simbólica e a representacional.(c) desenvolver atitudes revolucionárias e inovadoras, a fim de transformar o mundo.(d) conhecer os fenômenos naturais, a facilidade de análise e compreensão dos fenômenos físicos, climáticos, astronômicos ou químicos.(e) compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
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[1]Já na segunda metade do século XIX, a palavra “genética” foi utilizada na
expressão “psicologia genética” pelos psicólogos antes que os biólogos a
empregassem em sentido mais restrito. Na linguagem atual dos biólogos, a
“genética” refere-se, exclusivamente, aos mecanismos da hereditariedade, em
oposição aos processos embriogenéticos ou ontogenéticos. Pelo contrário, a
expressão “psicologia genética” refere-se ao desenvolvimento individual, ou seja,
da ontogenia.
[2]Disponível em
<http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicacoes/trabalhos/RenatoMaterial/psicologia.htm>.
[3]Idem. [4]Disponível em <http://www.terezinhamachado.com/artigos.php?id=201>.[5]Cada uma das idades indicadas nesta obra é, sempre, uma idade média,
aproximativa.[6] Para mais sobre este assunto, consultar o livro BOCK, A. M. B., FURTADO, O. E TEXEIRA, M.L.T. Psicologias: Uma Introdução ao estudo da Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2000.[7] Para conhecer mais sobre este autor assista o vídeo de Martha Kohl de Oliveira no Youtube.com procurando pelo nome: Marta Kohl – Vygotsky (são 6 partes).Há também um livro desta autora com o título tendo o nome de Vygotsky.[8] Para mais informações sobre este autor ler os livros de MAHONEY, A. A;
ALMEIDA, L. R. de (org.) Henri Wallon: Psicologia e Educação. 3. ed. São Paulo:
Loyola, 2003; A constituição da pessoa na proposta de Henri Wallon. São Paulo:
Loyola, 2004.
[9] Vamos explicar todos os estágios mais à frente, neste texto.[10] Tradução livre do autor. [11] Estágio que tem a função da formação da personalidade na criança, a afirmação do eu psíquico. Ele vai dos 3 aos 6 anos em média e possui três fases distintas e complementares: a oposição, a sedução e imitação, para que possa dar condições para o desdobramento psíquico da criança. (Wallon, 1956)[12] Termo utilizado por Heloísa Dantas, referindo-se a uma primeira forma de manifestação da afetividade.[13] Para conhecer mais sobre este autor, procure no Youtube.com um vídeo com o nome de: A Psicologia de B. F. Skinner (São 9 partes)[14] Para conhecer mais sobre esse autor, procurar no youtube.com com o seguinte nome: A Psicologia de Howard Gardner (são 4 partes)[15] Texto adaptado de Maria Clara S. Salgado Gama
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