QUALIDADE EM SERVIÇOS: A PROFISSIONALIZAÇÃO DE …Palavras-chaves: Gestão de qualidade, ISO 9001, Inclusão, Moda e Desenvolvimento sustentável. ISSN 1984-9354 . X CONGRESSO NACIONAL

QUALIDADE EM SERVIÇOS: A PROFISSIONALIZAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E MODA SUSTENTÁVEL

Sonia Mendes Lopes

(FAETEC) Adriana Bessa

Carlos Lobo Carlos Alberto Lidizia

Resumo: A pesquisa visa compreender os desafios encontrados pelo prisma da gestão de qualidade na formação profissional de pessoas com deficiência intelectual em Unidade Escolar Pública certificada pela ISO 9001 integrada a uma unidade de formação técnica quando abordamos sobre desenvolvimento sustentável e moda. Viabilizou-se uma compreensão do fenômeno baseado nos princípios da eficiência, da legalidade, da filosofia da Inclusão Social e do conceito da Sustentabilidade como eixos condutores da discussão preeminente. A relevância da certificação da Norma ISO 9001 e dos princípios epistemológicos fundamentam a ação e visam uma mudança para o eixo de uma visão sistêmica na Gestão das Organizações.

Palavras-chaves: Gestão de qualidade, ISO 9001, Inclusão, Moda e Desenvolvimento

sustentável.

ISSN 1984-9354

X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014

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1. Introdução

O presente trabalho tem por objetivo descrever a experiência de um sistema de gestão, da

primeira Escola Especial Pública certificada pelo Sistema de Gestão Qualidade pela NBR ISO

9001:2008. Pensando no conceito de sustentabilidade e na prática da formação profissional de

pessoas com deficiência intelectual, cria-se a ação integrada com CVT Olavo Bilac, unidade

pública de ensino profissionalizante da Rede FAETEC, e voltada para área da moda, localizada

em Olavo Bilac, Duque de Caxias.

Com o olhar inovador e diferenciado pelos princípios da eficiência e da legalidade,

compreendendo as possibilidades e desafios da gestão educacional dentro de um Centro de Apoio

a Educação Profissional voltada ao atendimento de pessoas com deficiência intelectual, instituição

pública de ensino, da Fundação de Apoio a Escola Técnica - Faetec, a pesquisa aborda as

inúmeras ações possíveis criadas em prol do desenvolvimento sustentável e inclusão social de

duas unidades distantes geograficamente, mas agindo de forma sistêmica em ações que visam à

qualidade e melhoria de suas Comunidades.

Este relato torna-se singular por ser a primeira unidade educacional no Mundo certificada com o

escopo específico na área da deficiência intelectual em uma Fundação vinculada à Secretaria de

Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro (SECT), bem como o CVT Olavo Bilac, que

oferece educação profissional gratuita, em diversos níveis de ensino à população do Estado do Rio

de Janeiro, estando este em processo de certificação ISO 9001.

1.1. SITUAÇÃO–PROBLEMA

Como favorecer que clientes de uma Instituição Pública com duas unidades de ensino de

diferentes perfis possam ultrapassar os limites e proporcionar caminhos de gestão de qualidade

pelo viés da construção de uma Sociedade Inclusiva, produtiva e sustentável?

1.2. JUSTIFICATIVA

O interesse pelo tema justifica-se pela restrita produção científica voltada para ações

integrativas e de referencial teórico que aborde práticas e experiências de sistemas de gestão

pública e de qualidade que contemplem a questão da Sustentabilidade de um grupo segregado e

discriminado pela condição da deficiência intelectual ou pela questão social e financeira restrita de


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um bairro do Município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro.

Torna-se relevante abordar o conhecimento produzido e a práxis de gestão reconhecidas pela

certificação ISO 9001, da Fundação Apoio a Escola Técnica, que contempla uma rede

educacional, desde o ensino Infantil ao Profissionalizante.

Os resultados encontrados partindo de experiências de gestão bem sucedidas favorecem

reflexão e releitura de modelos ainda fragmentados, competitivos e não integrativos, que visam à

obtenção de lucros e resultados, esquecendo que na perspectiva da gestão de pessoas, os objetivos

serão atingidos se favorecemos a construção de uma Sociedade mais justa, inclusiva e igualitária,

proporcionando a oportunidade do conhecimento a todos sem discriminação, bem como da

formação de gestores atentos a necessidades do mundo contemporâneo, e na formação de modelos

de desenvolvimento de sistemas sustentáveis.

1.3. DOS OBJETIVOS

Descrever uma experiência de gestão pública de qualidade visando ações sustentáveis

integrando o Centro de atendimento especializado para pessoas com deficiência intelectual e

Centro Vocacional Tecnológico Olavo Bilac, enfocando o diferencial da qualidade existente em

uma Rede de Ensino com certificação ISO 9001.

Podemos considerar os seguintes objetivos específicos:

Contextualizar a Inclusão e Educação Profissional de pessoas com deficiência intelectual;

Refletir sobre os itens da Norma da ISO 9001 da ABNT sobre Gestão de qualidade focada

nos princípios da Eficiência;

Apresentar os conceitos de Moda e Sustentabilidade em Unidade Educacional da Baixada

Fluminense;

Evidenciar a relevância de ações integrativas dirigidas por gestores públicos visando a

Inclusão, preservação do meio e a captação de renda através de moda sustentável.

1.4. METODOLOGIA

O trabalho versará a aplicabilidade pela Gestão Pública da Política Nacional da Educação

Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008), dos princípios legais voltados para a


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questão da Sustentabilidade, o sistema de qualidade baseado na norma da ABNT sobre Gestão de

qualidade focada nos princípios da Eficiência e o estudo de caso das ações integradas de duas

unidades de ensino profissionalizante da Rede Faetec.

Será desenvolvido pelo eixo da pesquisa descritiva e explicativa, pois, trata do relato de

experiência de ações de gestão realizadas por duas unidades de Educação profissional do Estado

do Rio de Janeiro. Pretende-se descrever estes fenômenos, realizado a partir da análise documental

através do estudo de caso.

Segundo os pressupostos de Vergara (2010), a esta pesquisa propõe uma apresentação das

características e peculiaridades de determinados fenômenos. É possível, também, realizar paralelos

com dois ou mais variáveis. Torna-se explicativa, pois vislumbra descrever os fatores e as

experiências em torno do tema.

Logo, será realizado um breve histórico da Inclusão e evolução histórica do mesmo, os

principais pressupostos de uma gestão de qualidade na Rede Faetec, a perspectiva da

Sustentabilidade e ações que envolverão duas unidades de ensino da própria Rede.

Verifica-se que nos dois modelos, tanto no Caep Favo de Mel quanto no CVT Olavo Bilac,

a ótica de um Centro de Atendimento especializado voltado para pessoas com deficiência

intelectual e uma Unidade voltada para promoção de cursos de formação inicial e continuada

voltada para Moda, o desafio é atender as diretrizes nacionais voltadas a Inclusão Social e a

política da qualidade das diferentes Organizações. Há a necessidade de uma gestão que tenha a

sensibilidade para entender a importância da aplicabilidade do conceito de sustentabilidade, com

pessoas com deficiência, visando além da conscientização ambiental o preceito de geração de

renda e qualidade de vida.

“... em processo de gestão, em busca de suas condições de legitimação ideológica, de concepção teórica e de objetivação prática. Este saber emerge de um processo transdisciplinar de problematização e transformação dos paradigmas dominantes do conhecimento (…) o saber ambiental não se forma e nem se esgota nos laboratórios nas aulas universitárias. É um saber que se constitui na aplicação das ciências aos problemas ambientais, num diálogo entre os conhecimentos acadêmicos e os saberes populares.” (LEFF 2001).

Percebemos com essas iniciativas uma quebra de paradigmas com um ramo tão

diferenciado que é o da Moda. Não mais considerados por alguns como “espaços exclusivos e

excludentes”, mas sim, como segmentos que se propõem implantar metodologias e ações de

inovação necessárias para a Inclusão de forma responsável, de qualidade e sustentável.

Complementando, parte-se do pensamento que as instituições são essencialmente formadas

por pessoas, logo precisamos verificar como podemos contribuir para a formação de organizações


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mais responsáveis e atentar a demanda de qualidade de vida e ao empoderamento de indivíduos

considerados a margem da Sociedade economicamente produtiva.

Segundo Chiavenato (2004), as organizações podem ser entendidas como entidades sociais

compostas por pessoas e recursos, deliberadamente organizadas e estruturadas de modo a

atingirem determinados objetivos comuns.

Logo, podemos considerar que as pessoas constituem o principal patrimônio das

organizações – o capital humano1.

Entende-se que os princípios da Norma ISO 9001 são reconhecidos internacionalmente e

pressupõe uma referencia na gestão de qualidade em organizações no mundo.

Os processos devem ser planejados e constantemente monitorados, de forma a assegurar sua

eficácia e adequação ao planejado. Eventuais desvios em relação aos procedimentos

estabelecidos, aos objetivos traçados ou aos requisitos da norma ISO 9001 constituem “não

conformidades”, e devem ser tratados mediante a tomada de ações corretivas. Constitui-se,

dessa forma, o chamado “Ciclo PDCA”, metodologia de gestão que influenciou

significativamente a constituição da norma.

2.0 INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

O tema da Inclusão social pode ser abordado em diferentes eixos significativos. Busca-se no

estudo um corte epistemológico a atenção e o cumprimento das Políticas públicas voltadas para

a Inclusão das pessoas com necessidades especiais. Elas representam o norte das nossas ações.

1 O Capital Humano consiste no patrimônio inestimável que uma organização pode reunir para alcançar competitividade e sucesso. È composto por dois aspectos principais: Talentos (dotados de conhecimentos, habilidades e atitudes) e Contexto (ambiente interno adequado para que os talentos floresçam e cresçam) (Chiavenato, 2004).


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Relevante sinalizar que a inclusão de pessoas com necessidades especiais e ou deficiências é

um processo histórico e complexo recente. Percebemos o quanto estes indivíduos eram tratados

e vistos de forma depreciativa e excluídos da Sociedade em que se encontravam.

Os grupos sociais, para manter sua coesão, buscavam a homogeneização, criando normas e

critérios determinando os atributos e condutas aceitáveis a serem seguidos por seus membros

(GLAT, 2006). O que se visualiza em nosso contexto social é que não havia políticas públicas

voltadas a estes indivíduos.

Até meados do século XX, os indivíduos considerados “anormais”, eram excluídos do convívio

social através de diferentes formas de instituições segregadas como hospícios, escolas

especializadas, asilos, etc. Nestas instituições, algumas com propostas de tratamento, onde

ficavam isolados dos demais, interditados, proibidos de participar do mundo dos “normais”.

O processo histórico de representação social destes indivíduos começa a modificar em acordo

com conferências e declarações voltadas para a temática de uma educação inclusiva como: a

Conferência Mundial sobre a Educação para Todos- satisfação das necessidades básicas de

aprendizagem, em 1990 em Jomtien, na Tailândia e Declaração de Salamanca (UNESCO,

1994) e com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

(BRASIL, 2008).

“...enquadramento da ação de Salamanca estabelece que os jovens com necessidades educativas especiais devem ser ajudados para fazerem um efetiva transição da escola para a vida adulta. As escolas devem apoiá-los a tornarem economicamente ativos e dotá-los com as competências necessárias a vida diária oferecendo formação em competências e as expectativas da vida adulta.” (UNESCO, 1994)


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Encontramos em outro trecho da Declaração de Salamanca aspectos importantes para legitimarmos estas ações de caráter fundamental para a construção da identidade e cidadania das pessoas com deficiência.

“...Jovens com necessidades educacionais especiais deveriam ser auxiliados no sentido de realizarem uma transição efetiva da escola para o trabalho. Escolas deveriam auxiliá-los a se tornarem economicamente ativos e provê-los com as habilidades necessárias ao cotidiano da vida, oferecendo treinamento em habilidades que correspondam às demandas sociais e de comunicação e às expectativas da vida adulta. (...) O currículo para estudantes mais maduros e com necessidade educacionais especiais deveria incluir programas específicos de transição, apoio de entrada para a educação superior sempre que possível e consequente treinamento vocacional que os prepare a funcionar independentemente enquanto membros contribuintes em suas comunidades e após o término da escolarização. Tais atividades deveriam ser levadas a cabo com o envolvimento ativo de aconselhadores vocacionais, oficinas de trabalho, associações de profissionais, autoridades locais e seus respectivos serviços e agências (UNESCO, 1994).

A Declaração de Salamanca, que norteia todas as ações legais, preconiza que os

administradores e diretores devem ser convidados a desenvolver uma administração com

procedimentos mais flexíveis, a reaplicar recursos instrucionais a oferecer apoio aos alunos

experimentando dificuldades e a desenvolver relações com pais e comunidades aborda que uma

administração escolar bem sucedida depende de um envolvimento ativo e reativo todos os

componentes da Organização e deve promover o desenvolvimento de cooperação efetiva e de

trabalho em grupo no sentido de atender as necessidades dos estudantes.

Logo, o foco do artigo compreende os indivíduos com deficiência intelectual. Para uma

maior compreensão, se parte do conceito da American Association on Intellectual and

Developmental Disabilities (2010)- Associação Americana da Deficiência Intelectual e

Desenvolvimento. Apresenta a deficiência intelectual por um funcionamento intelectual inferior à

média (QI), associado a limitações adaptativas em pelo menos duas áreas de habilidades

(comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da

comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho), que ocorre antes dos 18 anos de

idade.

A Deficiência Intelectual é resultado, quase sempre, de uma alteração no desempenho

cerebral, provocada por fatores genéticos, distúrbios na gestação, problemas no parto ou na vida

após o nascimento.

O conceito pressupõe uma análise constitutiva e operacional. A questão constitucional

aborda a situação da incapacidade e a questão operacional perpassa pelas funcionalidades e

habilidades. Entendendo que estes indivíduos poderão se tornar cidadãos ativos e produtivos

mediante a uma diversidade de oportunidades a serem oferecidas.


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A Deficiência intelectual é um conceito que vem avançando por estar ligado à evolução

histórica e social do Ser Humano.

2.1 SUSTENTABILIDADE

O Conceito de sustentabilidade segundo dicionário Michaelis, é a qualidade do que é

sustentável. Onde concluímos que, o desenvolvimento sustentável visa uma relação equilibrada

com o ambiente em um todo, levando em conta que tudo e todos são resultados das ações

humanas.

DELAMBRE (2014) defende a proposta da sustentabilidade como o novo paradigma

relacional em construção do século XXI. Ele pontua que, numa época de profundas transições, ela

provoca a humanidade a refletir sobre alguns valores fundamentais que se arrastam na história:

primeiro, o sentido de continuidade. Segundo, o sentido de unidade. Terceiro, o sentido de

finitude. Quarto, o sentido de preservação da vida. E quinto, o sentido de Transcendência.”

Ainda acrescenta no seu artigo, “Sobre ou Com?: Em Busca do Novo Paradigma

Sustentável” que: Três artigos da Constituição federal brasileira falam especificamente sobre a

questão ambiental e o desenvolvimento sustentável: Artigo 170 CF, Artigo 225 CF e Artigo 5 CF.

No entanto, é necessário um conjunto de ações para que a teoria influencie a prática de empresas,

universidades e de toda sociedade.

Portanto, em diálogo com o tópico introdutório do Artigo 225, eu destacaria um dado

típico do pensamento moderno: o ser humano está sobre as coisas e não com as coisas criadas. Por

isso, existe a urgência de um projeto de educação fundamentado em propor e construir outro

paradigma relacional, que recoloque o ser humano em seu devido lugar. Preservar o ‘meio

ambiente’ apenas para as gerações presentes e futuras mantém o ser humano como centro e

umbigo da criação. À luz do alarme do aquecimento global, da má distribuição dos alimentos e da

crise econômica atual, pede-se um novo paradigma, que em função da morte da biodiversidade,

discuta a dignidade intrínseca, não só do ser humano, mas principalmente da natureza, que fornece

os alimentos e as condições ideais para sua existência com arte e poesia.

Segundo LEFF (2010), Ela se revela não só na degradação das bases da sustentabilidade

ecológica do processo econômico, mas como uma crise de civilização que questiona a

racionalidade do sistema social, os valores, os modos de produção e os conhecimentos que os

sustentam.


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Atualmente constatamos que a degradação ambiental emerge do crescimento populacional

e da globalização econômica. Questões relacionadas ao meio ambiente ganham as mídias em todo

cenário mundial. O retrato dos diversos problemas ambientais relacionados ao homem e a natureza

evidenciam as necessidade de tomadas de ações preventivas visando assim minimizar esses

impactos. Imputando assim a necessidade de discussões no âmbito escolar sobre essas ações,

possibilitando ao aluno e professor uma reavaliação crítica com relação a estes acontecimentos e

ações.

Focalizamos assim a importância da eficácia na prática pedagógica a ser adotada, visando

o diálogo, a democracia e criatividade.

“[...] é encontro de homens que pronunciam o mundo, não deve ser doação do pronunciar de uns a outros [...] A conquista implícita no diálogo é a do mundo pelos sujeitos dialógicos não a de um pelo outro”. Conquista do mundo para a libertação dos homens (FREIRE, 2005)

Sabendo que as reservas naturais podem ter fim, e que através novas tecnologias

direcionadas a preservação do meio ambiente, pode ser um fator importante pra diminuir ou

minimizar impactos ambientais, vemos que o princípio da reciclagem e do consumerismo

(consumo consciente), é um fator evidente, e só através da educação pode se conscientizar as

pessoas, fazendo com que haja mudanças comportamentais que elevaram o senso de cidadania no

meio em que vivem e atuam.

Segundo Reigota (1998), a educação ambiental aponta para propostas pedagógicas

centradas na conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências,

capacidade de avaliação e participação dos educandos.

Percebemos com tal afirmativa que o paradigma da sustentabilidade pode mudar valores e

aperfeiçoar habilidades dando assim condições básicas para que os indivíduos sejam estimulados a

captar renda através de reaproveitamento de materiais descartados no meio trazendo assim

infinitos benefícios para o meio e os que vivem nele.

2.2. GESTÃO DE QUALIDADE


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Inicialmente, é importante fazer menção à própria definição de “qualidade”. Há um intenso

debate no campo da administração de empresas acerca da definição que melhor apreende o

conceito abstrato de qualidade. Algumas das definições mais aceitas incluem:

a) Qualidade como atributo da percepção do cliente: segundo DEMING (1986), a

qualidade de um produto é definida por meio da percepção do cliente final daquele

produto. Um produto pode atender a todas as especificações técnicas e ser vendido a

um preço apropriado, mas se não for valorizado pelo cliente, não tem qualidade.

b) Qualidade como “adequação ao uso proposto”: para JURAN (1989), a qualidade de

um produto é definida a partir das expectativas colocadas pelas necessidades dos

usuários finais. Dessa forma, as necessidades dos clientes devem ser traduzidas em

especificações e incorporadas ao processo de produção.

c) Qualidade como dimensão relacional: “Qualidade é o processo contínuo de construir e

manter relacionamentos mediante a verificação, antecipação e realização de

necessidades explícitas e implícitas.” (WINDER, 1993).

d) Qualidade como atendimento a requisitos: para CROSBY (1979), o gestor não deve

se preocupar com percepções subjetivas de qualidade como “agradar o cliente”, mas sim

focar-se no atendimento aos requisitos e especificações do produto. A satisfação do

cliente seria consequência direta do atendimento a esses requisitos.

Portanto, Gestão da Qualidade significa um modo de organização das empresas para garantir

produtos e serviços com qualidade, que envolvem alta conformação às especificações,

aparência atrativa do produto, respostas rápidas às mudanças de especificações, baixas taxas de

defeitos, tempo curto de manufatura e aspectos tecnológicos tais como: tecnologia básica de


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processo, tecnologia dos materiais, tecnologia envolvida no processo de manuseio e tecnologia

de produção.

O uso destas tecnologias associadas ao processo da Gestão da Qualidade possibilita aumento da

produtividade e, por conseguinte, influencia a sua própria competitividade. Essas tecnologias

podem representar um fator estratégico e competitivo para o ambiente operacional, com relação

a grande variedade de opções de arranjos do fluxo de trabalho que refletirá no pronto

atendimento ao cliente.

Entende-se que os princípios da Norma ISO 9001 são reconhecidos internacionalmente e

pressupõe uma referencia na gestão de qualidade em organizações no mundo.

ISO é a sigla de uma organização internacional, não governamental, que elabora normas

internacionais que descrevem sistemas de qualidade. O Brasil participa da ISO através da

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que é uma sociedade privada, sem fins

lucrativos, onde participam pessoas físicas e jurídicas, sendo esta reconhecida pelo governo

brasileiro.

O padrão ISO 9001, criado pela International Organization for Standardization, organização

com sede em Genebra, estabelece critérios mínimos a serem atendidos pelas organizações na

implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade, visando à padronização e a garantia da

qualidade nas relações de fornecimento de mercadorias e serviços entre organizações.

A norma ISO 9001 é denominada “Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos”, e é a única

da chamada “série 9000” passível de certificação. Ela estabelece os diversos critérios que

devem ser atendidos para que a organização implemente um sistema de gestão da qualidade no

padrão estabelecido pela ISO.

Não se trata, portanto, de um processo de certificação dos bens ou serviços produzidos, mas

sim do próprio sistema de gestão implementado pela organização.


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As normas ISO são objeto de frequentes revisões. A versão atual da norma foi elaborada em

2008.

Os critérios estabelecidos pela ISO são denominados “requisitos” e estão baseados em

princípios gerenciais mais amplos, como “foco no cliente”, “liderança”, “abordagem de

processo” e “melhoria contínua”. Os requisitos determinam que a organização deve estabelecer

sua política e objetivos da qualidade, sendo esses últimos necessariamente mensuráveis. A

organização deve ainda estabelecer um conjunto de procedimentos documentados que

regulamentarão a condução das atividades que impactam a qualidade do produto ou serviço

prestados, bem como as próprias atividades de gestão.

WINDER (1993) Na questão conceitual , apresenta o termo qualidade como um “processo

contínuo de construir e manter relacionamentos mediante a verificação, antecipação e realização

de necessidades explícitas e implícitas.” . Esta dimensão relacional é de extrema relevância para as

ações voltadas ao cliente quando se trata da relação Escola- Comunidade.

Outro aspecto foi citado por CROSBY (1979) ao abordar a figura do gestor não como um

elemento focado nas percepções subjetivas de qualidade tais: como “agradar o cliente”, mas

sim focar-se no atendimento aos requisitos e especificações do produto. A satisfação do cliente

abrange a consequência direta do atendimento aos requisitos dos procedimentos.

O que se visualiza é o quanto este modelo de gestão favorece a perspectiva estratégica e

competitivo para o ambiente operacional, com relação a grande variedade de opções de arranjos

do fluxo de trabalho que refletirá no pronto atendimento ao cliente o maior interessado.

Ao se apresentar um Sistema de Gestão de qualidade e serviços na Educação, se contempla

a legislação, quando se depara ao texto da LDB 9394/96, quando afirma:

“Art. 4. º - O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: (...) IX – padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos com variedade e quantidade mínima, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem”.


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E contemplamos este foco com a qualidade no artigo 75:

“Art. 75 - A ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será exercida de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino. (...)”.

“§ 2º - A capacidade de atendimento de cada governo será definida pela razão entre os recursos de uso constitucional obrigatório na manutenção e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo ao padrão mínimo de qualidade”.

Neste trabalho utilizamos a ISO que é a sigla de uma organização internacional, não

governamental, que elabora normas internacionais que descrevem sistemas de qualidade. O

Brasil participa da ISO através da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que é

uma sociedade privada, sem fins lucrativos, onde participam pessoas físicas e jurídicas, sendo

esta reconhecida pelo governo brasileiro.

A norma ISO 9001 é denominada “Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos”. Ela afere os

diversos critérios que devem ser atendidos para que a organização implemente um sistema de

gestão da qualidade no padrão estabelecido pela ISO.

Trata-se, portanto, de um processo de certificação do próprio sistema de gestão implementado

pela organização.

Portanto, a Gestão da Qualidade na Educação significa um modo de organização das

instituições e a garantia de produtos e serviços com qualidade, que compreendam alta

conformação às especificações, aparência atrativa do produto e aspectos tecnológicos tais como:

tecnologia básica de processo, tecnologia dos materiais e tecnologia de produção. Levando em

consideração à satisfação das necessidades do cliente dos serviços oferecidos pela escola, a

opinião dos alunos, dos pais, dos professores, da sociedade e dos empregadores quando

abordamos a Inclusão Social através da Educação profissional oferecida a pessoas com deficiência

intelectual.


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2.3. CAEP FAVO DE MEL E A GESTÃO DE QUALIDADE

O Centro de Apoio a Educação Profissional – CAEP Favo de Mel representa o fruto do

processo de resignificação da Escola Especial Favo de Mel. Como cenário principal do trabalho,

pertencente a essa fundação, encontra-se subordinada à Diretoria de Desenvolvimento da

Educação Básica e Técnica - DDE que é vinculada a Vice-Presidência Educacional da rede

FAETEC.

A Favo de Mel é uma unidade que demarca um capítulo importante no investimento a

pessoas com deficiência, pois é reconhecida por sua gestão de qualidade desde 1996 com um

atendimento especializado e diferenciado para alunos com deficiência intelectual. No ano de 1998,

a Escola Especial Favo de Mel, foi certificada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), com o Selo de Qualidade ISO 9.002 e premiada pelo Programa Qualidade Rio/ Gestão

Rumo a Excelência. Em 1999, 2000 e 2001 manteve a certificação pela ABNT. Em 2000 recebeu

o Prêmio Qualidade Rio, categoria Bronze e em 2001 o Certificado de Reconhecimento em

Qualidade do Serviço Público, do Governo Federal. A certificação proferida pela ABNT é

legítima até a presente data, tornando a Favo a primeira e única escola pública de atendimento

especializado para pessoas com deficiência intelectual do Mundo com ISO 9001. No ano de 2013

recebeu a Moção de Reconhecimento da Câmara dos Vereadores do Município do Rio de Janeiro,

pelos serviços prestados a Sociedade.

O Caep possui um total de 223 alunos matriculados: turmas de Ciclo II (entre 12 e 18

anos), turma de Ciclo III (a partir dos 18 anos) – Bem Viver e turmas de Ciclo III – Formação

Inicial e Continuada (FIC), nos cursos: Auxiliar de Serviços Gerais, Auxiliar de Garçom –

Cumim, Auxiliar de Escritório – Contínuo, Auxiliar de Aderecista e Auxiliar de Cozinha. As

turmas FIC são atendidas nos laboratórios dos respectivos cursos e as turmas dos Ciclos II e III –

Bem Viver, em salas de aula que compõem o Corredor Pedagógico da Unidade.

O processo de transformação em um Centro de referência para atendimento de pessoas

com deficiência intelectual vem acontecendo aliançado com várias instituições de ensino e

pesquisas do Estado do Rio de Janeiro: iniciou com o trabalho de pesquisa da Academia Brasileira

de Ciências (ABC), por meio do Projeto Integrando e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro

(UERJ), por meio do seu Programa de Pós-graduação em Educação (PROPED). Atualmente se

une a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a Fundação de Amparo à Pesquisa


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do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), a Faculdade de Turismo da Universidade Federal

Fluminense e FIOCRUZ.

2.4 O CVT OLAVO BILAC E SUAS PERSPECTIVAS SOCIAIS

O Centro de Vocação Tecnológico (CVT) é um conceito de escola técnica que foca os

arranjos produtivos locais, formando mão de obra qualificada para atender as demandas regionais,

ao mesmo tempo em que fortalece a difusão e a transferência de tecnologia nessas regiões. Com o

apoio do Mistério da Ciência e Tecnologia, o programa CVT tem sido um instrumento de

transformação social, à medida que possibilita a qualificação profissional daqueles que não têm

mais tempo de frequentar a escola regular. O Centro Vocacional Tecnológico Olavo Bilac,

unidade pública de ensino profissionalizante, voltado para área da moda localizado em Olavo

Bilac, Duque de Caxias.

Fundado em 28 de outubro de 2008, se destina a oferecer cursos subseqüentes ao ensino

médio, em Técnico em Modelagem do Vestuário, além de cursos de formação inicial e continuada

de: Costureiro, modelagem, bordado e customização, Inglês, Espanhol e Informática.

Localizado em um bairro onde a mão de obra em sua maioria é voltada para a área de

moda, por possuir uma expressiva demanda na área de confecções. Fora detectado que as famílias

possuem renda a partir de costura e artefatos ligados ao ramo. Por ser uma área dita carente,

passam por dificuldades financeiras e não tem renda fixa, sendo uma opção o trabalho autônomo

no ramo de moda, o aperfeiçoamento e a oportunidade de melhorar suas habilidades e conceitos, a

unidade tem sido uma opção para os moradores da região. Visando a melhoria continua em sua

vocação e oportunizar aos seus alunos adequação e necessidades do mundo atual, o CVT Olavo

Bilac, junto a sua equipe iniciou um trabalho dentro de seus cursos de formação diferenciando

assim a qualidade dos mesmos com a proposta de moda sustentável.

Cientes de que no mercado da moda existem mudanças são frequentes e o ciclo de vida dos

produtos por ela utilizados aumenta, percebe- se a necessidade de inovação e melhoria contínua no

ramo, sem esquecer a preservação com o meio visando minimizar desperdícios.

Iniciando com o projeto em moda conceitual para a conscientização da população que possui

como hábito descartar diversos materiais que podem se tornar objetos de grande utilidade no

conceito da moda sustentável.

[...] nos últimos anos a sociedade passou a entender melhor os conceitos do “sustentável” e os criadores, por sua vez, passaram a compreender que nada pode ser 100% sustentável


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e que qualquer prática de sustentabilidade é bem-vinda na produção de um produto (BERLIM, 2012).

Assim, os professores iniciaram a coleção produzindo ainda de forma bem artesanal, com o foco

na conscientização ambiental e na produção para captação de renda. Resgatou-se a história de

alguns bairros da baixada e seus lixões, onde muitos sobreviviam da coleta de lixo, acontecendo

um incentivo direto ao artesanato local com matérias primas acessíveis, utilizando materiais

reaproveitáveis e através de ações em conjunto proporcionando a cada membro da Comunidade

criar e recriar com materiais que antes eram descartados. Tais como: embalagens plásticas , chapas

de raios-X, CDs, tecidos de guarda chuva, e outros.

Focando na captação de renda, inclusão social e moda sustentável iniciou-se a parceria do

CVT Olavo Bilac e o CAEP Favo de Mel, com seus cursos de costureiro e aderecista

respectivamente, devido a criação da coleção raio X na moda, visando o baixo custo para as

fantasias e adereços para o carnaval.

Após a exposição da coleção a aceitação e aptidão para o desenvolvimento do trabalho dos

alunos com deficiência, solidificou se ainda mais a parceria. Nesses encontros, os alunos das

Unidades, realizaram oficinas através do conhecimento adquirido ao longo de seus cursos,

priorizando o reaproveitamento de materiais, para captação de renda e focado em datas de impacto

no mercado, para comercialização de produtos por eles confeccionados.


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Diante de tais resultados e visando a permanência da parceria entre as Unidades, fora

proposto que as oficinas sejam estendidas ao longo do ano com frequência periódica, sendo pré -

agendado com os respectivos gestores o melhor dia e horário, para realização das mesmas, que

poderão ser ampliadas de acordo com a necessidade.


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CONCLUSÃO

Sendo assim, pretende-se descrever uma das várias experiências de formação profissional

realizadas na fundação e que estão vinculadas ao processo de ressignificação de uma escola

especial a um centro de atendimento especializado, entendendo que para a vivência da superação

destes indivíduos, há de se reconstruir o fenômeno e conceito de gestão pública e o seu papel na

ótica da sustentabilidade. Refletindo e refletida nos conceitos de “D- Eficiência”, Moda e

Sustentabilidade, dando ênfase ao paradigma da Gestão da Qualidade.

Mas, que através dos encontros da formação profissional de pessoas com deficiência

intelectual, e pelo prisma da gestão, uma proposta integral de sustentabilidade e moda; poderemos

favorecer clientes de uma Instituição Publica com duas unidades de ensino de diferentes perfis.

Para que possam ultrapassar limites e superar desafios, a fim de proporcionar caminhos de

formação profissional pelo viés de uma Sociedade Inclusiva e sustentável.


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Evidenciou-se com tais parcerias a necessidade de aprimorarmos ainda mais a mesma,

almejando um aumento do acesso a alunos com deficiência intelectual ao mundo laboral, para que

possam participar das oficinas de reaproveitamento e moda sustentável, tornando estas uma

constante entre as Unidades fazendo parte do calendário de cada uma das unidades citadas.


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Entendendo ser um espaço complementar aos cursos profissionalizantes oferecidos pela Escola a

população.

Logo, por estarmos atentos e focados a necessidade deste público, na primícia da Inclusão

de pessoas com deficiência intelectual com responsabilidade social e de qualidade, estamos

voltados à urgência de sistematizar a produção no espaço escolar, de um despertar em cada cliente

da comunidade escolar o paradigma e a construção da sustentabilidade como um fenômeno, de

sobrevivência do Ser e do Universo em que vivemos e convivemos.


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REFERENCIAS

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QUALIDADE EM SERVIÇOS: A PROFISSIONALIZAÇÃO DE …Palavras-chaves: Gestão de qualidade, ISO 9001, Inclusão, Moda e Desenvolvimento sustentável. ISSN 1984-9354 . X CONGRESSO NACIONAL