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C NT EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT ANO XX NÚMERO 227 AGOSTO 2014 TRANSPORTE ATUAL Quase R$ 1 trilhão Plano CNT de Transporte e Logística 2014 indica mais de 2.000 projetos prioritários para o Brasil ENTREVISTA COM MAURICIO BORGES, PRESIDENTE DA APEX-BRASIL

Quase R$ 1 trilhão

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Plano CNT de Transporte e Logística 2014 indica mais de 2.000 projetos prioritários para o Brasil

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CNTEDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

ANO XX NÚMERO 227AGOSTO 2014

T R A N S P O R T E A T U A L

Quase R$ 1 trilhãoPlano CNT de Transporte e Logística 2014 indica mais de 2.000 projetos prioritários para o Brasil

ENTREVISTA COM MAURICIO BORGES, PRESIDENTE DA APEX-BRASIL

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 20144

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XX | NÚMERO 227 | AGOSTO 2014

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2014

Mauricio Borgesfala dos negóciosgerados na Copa

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Combustível podeimpactar em até40% nas empresas

PÁGINA 38

MANUTENÇÃO

Proposta parareduzir acidentesnos cruzamentos

PÁGINA 44

FERROVIAS

BRASIL E CHINA • Empresários chinesesparticipam de seminário em Brasília e conhecemáreas para se investir em infraestrutura

PÁGINA 28

Plano CNT de Transporte e Logística 2014 indica mais de 2.000 projetos prioritários para o Brasil e a necessidade deinvestimentos de quase R$ 1 trilhão; as propostas elencadas no levantamento têm foco em planejamento sistêmico

Página 18

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Tereza PantojaVirgílio CoelhoWesley Passaglia

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

[[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

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Governo estudasubsídio para a aviação regional

PÁGINA 56

AÉREO

As consequências dafalta de chuvas paraa navegação interior

PÁGINA 58

HIDROVIAS

Sest Senat comemoranas unidades o diados caminhoneiros

PÁGINA 62

COMEMORAÇÃO

O Circuito Sest Senatde Caminhada eCorrida de Rua

PÁGINA 66

SEST SENAT

Alexandre Garcia 6

Duke 7

Mais Transporte 12

Balanço 42

Boletins 70

Tema do mês 78

Opinião 81

Cartas 82

Seções

AQUAVIÁRIO • Moradores do interior, às margens dos rios da Amazônia, sofrem com precariedade dos terminais, passagens caras e viagens longas

PÁGINA 48

www.cnt.org.br

CNT lança site em madarim para atrair investimentos chineses

Com o objetivo de aproximar as relações entre Brasil e China, aCNT lançou uma versão do seu site em mandarim. A página trazuma seleção das principais notícias e produtos da entidade, queinaugurou um escritório na capital chinesa, Pequim, em abrildeste ano. Por meio do portal, os empresários chineses podemacompanhar as oportunidades de investimento no Brasil e tam-bém a cobertura dos principais eventos de integração entre osdois países. Para acessar, basta entrar em www.cnt.org.br e clicarna bandeira da China, no canto superior direito.

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ai a Copa, entra a eleição. O que mu-da para o Brasil real? Os impostos sãoos mesmos, as estradas as mesmas,os portos os mesmos, os aeroportosmelhoraram e o PIB piorou com as pa-ralisações futebolísticas, os feriados

improvisados, a queda no movimento do co-mércio, o despencar da indústria e da pou-pança, e a ousadia está cada vez maior dosladrões de cargas – mais organizados que aseleção nacional. Não vamos aprender nadacom a goleada da Alemanha; não vamos des-cobrir que com planejamento e organizaçãose tem resultados. As empresas podem estarfazendo a sua parte, mas se a cultura nacio-nal não acompanha, as próprias empresas seperdem em suas ações isoladas. Será esse onosso destino de Tropicália?

Agora que a campanha eleitoral começou,nossa ausência de censura mental vai encon-trar outro narcótico para substituir bolas echuteiras: as promessas fantásticas dos candi-datos, as utopias bem disfarçadas pelos mar-queteiros, as chaves da felicidade em troca devoto. Vivemos de ilusão em ilusão; a frustraçãopassada é substituída pela nova esperança. Osalemães tiveram uma guerra que os deixou ar-rasados, literalmente no chão, e isso serviu pa-ra se erguerem como uma fênix que virou po-tência econômica e social, uma pátria de bem-estar. Aqui, a catástrofe no Mineirão só tem fei-to que continuemos a discutir porque perde-mos no campo de futebol, enquanto o Brasilreal vai continuar esperando fora do estádio.

O eclipse da Copa ainda piorou nossa es-

curidão e vamos fechar mal este ano. E deve-mos nos preparar porque o ano que vem se-rá pior, já que as mazelas e suas dolorosassoluções foram empurradas para baixo dotapete verde. Que candidato vai ter coragemde dizer que é preciso rever o Bolsa Família?Quem vai mostrar a dura realidade da humi-lhação de viver de esmola, do estímulo aonão trabalho e à fertilidade dos úteros?Quem vai ter a audácia de mostrar que au-mento de salário precisa guardar relaçãocom a produtividade, e não com a demago-gia? O salário-mínimo está inchando o deficitda Previdência. Quem vai demonstrar quenão se pode continuar segurando os preçosde combustíveis e eletricidade? E a distribui-ção dos impostos? Quem vai ter a sensatezde falar no óbvio - que é preciso menos paraa União e mais para os municípios?

Saímos do canto das sereias do futebol,e não haverá Ulisses capaz de nos encheros ouvidos de cera para que as novas se-reias dos palanques nos seduzam com seusacordes sedativos. A opção da maioria vaicontinuar imperando no resultado das elei-ções. Na fórmula do pão e circo, é bom lem-brar que até a indústria da panificação estáem crise. “Estuda e trabalha” – quando seráque vamos nos dar conta disso? Sem preci-sar estudar, o país doente gera famosos emilionários. Sem trabalhar, milhões vivemdo trabalho alheio. Ainda não recebemoscartão vermelho no concerto das naçõesporque há os que estudam, trabalham, pla-nejam e pagam impostos.

S

“Não vamos aprender nada com a goleada da Alemanha; não vamosdescobrir que com planejamento e organização se tem resultados”

O Brasil espera lá fora

ALEXANDRE GARCIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2014 7

Duke

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ENTREVISTA

Durante a realização daCopa do Mundo, aApex-Brasil (AgênciaBrasileira de Promoção

de Exportações e Investimen-tos) promoveu no país cerca de850 agendas de negócios, mobi-lizando mais de 700 empresas eentidades setoriais brasileiras emais de 2.000 empresários, in-vestidores e formadores de opi-nião de diferentes países. Issoresultou em negócios para qua-se 80 setores da economia bra-sileira, o que reforça a necessi-dade de o país oferecer uma in-fraestrutura de transporte cadavez mais adequada ao seu de-senvolvimento econômico. Naentrevista a seguir, o presiden-te da agência, Mauricio Borges,fala sobre a realização dessesnegócios durante o Mundial deFutebol, sobre o potencial brasi-leiro para se desenvolver mais e

também sobre a importânciado fortalecimento do comércioe dos investimentos entre Chi-na e Brasil. Na opinião de Bor-ges, nessa relação sino-brasi-leira, há oportunidades em di-versos setores que contribuempara diversificar e agregar va-lor à pauta de exportações doBrasil para a China, como nosetor aéreo e de autopeças.

Qual é hoje o foco principaldo trabalho da Apex-Brasil?

Em 2014, a Apex-Brasil di-vidiu em dois momentos asua frente de ação: o ProjetoCopa do Mundo e o lançamen-to da nova marca: BrasilBeyond (Brasil que vai além),mostrando o país que vaialém dos conceitos já estabe-lecidos (exuberância, biodi-versidade, alegria, calor hu-mano, futebol, Carnaval, en-

tre outros). Queremos mos-trar o Brasil que inova em di-versos setores econômicos eque entrega negócios rele-vantes para o mundo. No Pro-jeto Copa, realizado ao longodo torneio, foi cumprida ameta de trazer 2.300 compra-dores, investidores e forma-dores de opinião estrangei-ros de mais de cem países aoBrasil para realizar agendasde negócios e acompanhar osjogos do Mundial. Em relaçãoà nova marca, a Apex-Brasilcontratou a empresa Tátil pa-ra ajudar na tarefa de encon-trar os atributos que deve-riam ser trabalhados pelaagência em projetos realiza-dos em parceria com quase80 setores da indústria. AApex-Brasil também ampliouo seu trabalho de capacita-ção a empresas exportadoras

ao iniciar uma parceria com oCentro Brasil de Design. O ob-jetivo é oferecer suporte pa-ra o desenvolvimento de pro-dutos e serviços inovadores emais atraentes. O programaprojeta o lançamento de 70novos itens para exportaçãoaté o fim deste ano, comoequipamentos médicos e hos-pitalares, confecções e calça-dos, móveis, softwares, má-quinas e equipamentos e ilu-minação.

A Copa do Mundo no Brasilfoi, então, positiva para arealização de negócios entrediferentes países?

Sim. Tivemos representantesde mais de 700 empresas e enti-dades setoriais brasileiras sereunindo com 2.300 empresá-rios, investidores e formadoresde opinião de 104 países. Isso re-

“Na Copa, tivemos representantes de mais de 700 empresas ese reunindo com 2.300 empresários, investidores e formadores

Possibilidade dePOR CYNTHIA CASTRO

MAURICIO BORGES - PRESIDENTE DA APEX-BRASIL

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entidades setoriais brasileirasde opinião de 104 países”

sultou em negócios para quase80 setores da economia brasilei-ra – muitos contratos de expor-tação e investimentos estran-geiros que deverão ser aplica-dos no Brasil. Alguns dos princi-pais ganhos foram o reforço e aconsolidação do relacionamen-to entre essas empresas e seusparceiros de negócios nos maisdiversos mercados.

É possível falar no volumede negócios gerados duranteo Mundial de Futebol e das ca-racterísticas dos principaisnegócios?

Os números ainda estãosendo contabilizados. A esti-mativa é superar o resultadoobtido durante a Copa dasConfederações da Fifa, que to-talizou US$ 3 bilhões entre ex-portações e atração de investi-mento estrangeiro direto.

Foram quantas rodadas?Elas aconteciam nas cida-des-sede?

Foram realizadas cerca de850 agendas de negócios,que incluem visitas a fábri-cas, feiras, showrooms e pon-tos de venda, degustação deprodutos, treinamentos, pa-lestras e algumas rodadas denegócios. As reuniões acon-teceram em cidades diversasde 18 Estados.

Houve alguma oportunida-de importante para o trans-porte?

Tivemos participação dealgumas empresas dos seto-res de veículos automotores,componentes e indústria na-val. Os convidados vieramprincipalmente de países daAmérica Latina, mas tambémda África e da Europa.

O senhor considera que osrepresentantes dos outros paí-ses que participaram das roda-das de negócios durante a Copase surpreenderam com o Brasil?

Sim. Recebemos vários rela-tos dos convidados que se dis-seram surpreendidos com aqualidade dos produtos brasi-leiros, com o profissionalismo,com o talento desses profissio-nais e com as oportunidades denegócios no Brasil.

O turismo no Brasil podealavancar negócios em outrasáreas?

O turismo movimenta res-

taurantes, bares, hotéis, agên-cias de turismo e de eventos,estrutura de transporte, par-ques, comércio em geral, entreoutros serviços. Isso significanegócios, pois reflete a geraçãode oportunidades de emprego ede empreendedorismo, além doincentivo à inovação e ao co-nhecimento. Isso sem falar nabusca pela eficiência e qualida-de nos serviços, uma vez queconveniências são identificadaspor meio de críticas, elogios,troca de ideias. O Brasil rece-beu, em 2014, mais de 6 milhõesde visitantes, segundo dados doMinistério do Turismo, a negó-

APEX-BRASIL/DIVULGAÇÃO

negócios

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cios ou a lazer. Na Copa, levan-tamento realizado também peloministério indica que tivemosturistas de 203 nacionalidades.A maioria (61%) ainda não co-nhecia o país e elogiou os servi-ços. Isso significa que grandeseventos podem funcionar comoimpulsionadores de negócios.Foi exatamente o que fizemosna Copa e o que fazemos noCarnaval. Usamos momentosculturais ou esportivos relevan-tes para trazer empresários einvestidores, além de formado-res de opinião, que podem verde perto como é o Brasil.

Quais dificuldades o se-nhor observou durante a Co-pa que precisam ser melhora-das para que os negócios comdiferentes países sejam esti-mulados?

Os convidados do nosso pro-jeto eram tomadores de deci-são das empresas convidadas apartir de uma rigorosa seleção,e vieram ao Brasil muito foca-dos na realização de negócios.Cada setor tem suas particula-ridades, mas não identificamosproblemas que pudessem difi-cultar a concretização de ne-gócios. Ao contrário, o queidentificamos foi o fortaleci-mento da relação comercialentre as empresas a partir deum conhecimento mais profun-do do setor produtivo e do re-lacionamento pessoal.

No âmbito de atuação daApex, qual foi a importância

do encontro dos Brics serrealizado no Brasil e do paísreceber a visita do presiden-te da China, Xi Jinping, e deempresários chineses?

Em relação ao trabalho daagência, são dois os resultadospositivos. O primeiro deles refe-re-se a um memorando de en-tendimento que assinamos coma Agência de DesenvolvimentoComercial do Ministério do Co-mércio da China (TDB – sigla eminglês). A intenção é aumentaros esforços para termos maiorparticipação das empresas bra-sileiras em feiras e semináriosempresariais na China. Estabe-lecemos um plano de trabalhoconjunto que prevê a troca deinformações e a facilitação deentendimento dos empresáriossobre os marcos regulatóriosbilaterais. Também vamos com-partilhar dados a respeito doambiente de negócios brasilei-ro. Essas informações são im-portantes para, por exemplo,produzir estudos de viabilidadeeconômica para a decisão e arealização de aportes estran-geiros. O outro resultado refe-re-se à assinatura de um memo-rando entre os presidentes doBrasil e da China que prevê in-vestimento de R$ 920 milhõesda empresa chinesa BYD para ainstalação de uma fábrica noBrasil até 2015. A ação faz partedo portfólio de atração de in-vestimentos estrangeiros dire-tos trabalhados pela Apex-Bra-sil. O memorando prevê investi-mentos para a instalação de

uma unidade de montagem deônibus elétricos e de baterias defosfato de ferro e a implantaçãode um centro de pesquisa e de-senvolvimento em Campinas(SP). E também para a constru-ção de fábrica de células de ba-terias de fosfato de ferro e paraa montagem de ônibus híbridos,que poderá chegar a 5.000 chas-sis de ônibus.

Como a Apex avalia a rela-ção de Brasil e China, hoje, emrelação a comércio bilateral e ainvestimentos? De que formaessa relação pode crescer?

Conforme a presidente DilmaRousseff citou ao se reunir com opresidente chinês, Xi Jinping, emBrasília, o Brasil e a China cele-

COPA Mundial foi atrativo para que empresários

“Os convidadosse disseram

surpreendidoscom a

qualidade dosprodutos

brasileiros”

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trabalho conjunto em que noscomprometemos em trocar in-formações e facilitar o entendi-mento dos empresários sobre osmarcos regulatórios bilaterais. Aagência chinesa também vai en-corajar a importação de produ-tos brasileiros de alto valor agre-gado, promovendo o fechamentode acordos entre setores estraté-gicos para ambos os países.

Na área de transporte e lo-gística, quais as oportunida-des o senhor enxerga no Bra-sil para que os empresárioschineses invistam?

O que posso dizer é que Chi-na é mercado-alvo prioritáriode 17 diferentes projetos seto-riais de promoção comercial

que a Apex-Brasil mantém comentidades representativas dediferentes áreas da economia.Entre os setores que atuam emparceria com a agência no mer-cado chinês, destacam-se carnede frango, carne bovina, carnesuína, vinhos, mel, frutas, insu-mos para ração animal, calça-dos, couro e outros. No entanto,há oportunidades em outros se-tores também, que contribuempara diversificar e agregar va-lor à pauta de exportações bra-sileiras para a China, comoaviões e autopeças. A Embraer,por exemplo, é a empresa commaior valor de exportação deprodutos industrializados paraa China. Vislumbram-se tam-bém oportunidades para o au-

mento das exportações brasilei-ras de partes e peças de aviões,que ainda são incipientes.

E como está hoje a atua-ção dos empresários brasilei-ros na China? Há espaço e in-teresse de crescer mais? Emquais áreas?

A China é o principal parceirocomercial brasileiro. Entretanto,a pauta de exportações brasilei-ras para o mercado chinês aindaé muito concentrada em commo-dities. Durante o encontro dospresidentes Dilma Rousseff e XiJinping, um dos assuntos da pau-ta foi a abertura do mercado chi-nês para a exportação de carnebovina. Atualmente, o Brasil ébastante presente no mercadochinês de carne de aves, sendoque mais da metade da importa-ção chinesa desse tipo de produ-to é oriunda do Brasil. O suco delaranja nacional também é umproduto bastante encontrado nomercado chinês. Estudos daApex-Brasil apontam que háoportunidades para as exporta-ções de café, mel e própolis, vi-nho e produtos orgânicos. A Chi-na também é um promissor mer-cado de luxo. No ano passado, asexportações de gemas e joias so-maram US$ 72 milhões. A China éo maior fabricante de calçadosdo mundo. Entretanto, o Brasilexporta para lá as peças classifi-cadas no segmento high end. Es-ses calçados têm alta qualidade,design e preço médio mais baixoque de calçados de luxo de grifeseuropeias e americanas. l

estrangeiros viessem ao Brasil e participassem também de rodadas de negócio

CYNTHIA CASTRO

bram 40 anos de relações diplo-máticas. Desde o governo Lula,tais relações têm se estreitado,inclusive com a ampliação decooperação em áreas diversas epelo fato de o Brasil ter se torna-do o principal destino de investi-mentos chineses na América Lati-na. Em relação à Apex-Brasil, oque posso dizer é que aproveita-mos essa oportunidade para for-malizar, por meio do memorandode entendimento, uma parceriacom a Agência de Desenvolvi-mento Comercial do Ministério doComércio da China. A meta é rea-lizar esforços conjuntos para in-centivar a maior participação dasempresas brasileiras em feiras eseminários empresariais na Chi-na. Estabelecemos um plano de

“Queremosmostrar oBrasil queinova emdiversossetores

econômicos”

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201412

MAIS TRANSPORTE

TECNOLOGIA

ARucker venceu licita-ção do governo federale vai fornecer 65 uni-

dades de ambulifts para osaeroportos brasileiros admi-nistrados pela rede Infraero. Oveículo é usado para embar-que e desembarque de passa-

geiros com mobilidade reduzi-da nos aeroportos. Segundo aRucker, o modelo piloto estápronto, e as entregas vão seriniciadas ainda este ano.

O ambulift é fabricado sobuma plataforma similar ao dosveículos usados para abaste-

cer as aeronaves com utensí-lios, alimentos e bebidas servi-dos a bordo. A Rucker fabricadois modelos diferentes deambulift, o VPMR 3.70, queatinge a altura de até 3,7 me-tros, podendo embarcar passa-geiros de mobilidade reduzida

até em um Airbus A320; e oVPMR 5.80, que chega a 5,8metros de altura, sendo ade-quado, por exemplo, para ope-rar com um Boeing 747 ou atécom o Airbus A380 (no piso in-ferior), previsto para desem-barcar no Brasil em 2016.

CONTRATO Rucker fornecerá 65 unidades para os aeroportos administrados pela Infraero

Infraero adquire novos ambulifts

AMBULIFIT RUCKER/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2014 13

Fenacargo 2014 O Fenacargo (Fórum EspecialNacional do Transporte deCarga) deste ano aconteceentre os dias 26 e 28 desetembro, no Centro deConvenções Riocentro, no Rio de Janeiro. Voltado aosempresários e operadores

logísticos, o evento tem o objetivo de promover negócios e propiciar análise e debate de grandesquestões que envolvem otransporte rodoviário de cargas. Entre as temáticasestão a busca de soluções

para a gestão da cadeialogística (supply chain),entraves jurídicos e segurança, entre outras. De acordo com os promotores, a expectativa é receber mais de 10 mil visitantes, de todo o país,

entre empresários, diretores, gerentes e administradores de empresas, transportadoras,associações, prestadoras de serviços, empresas de frotas, além de profissionaisautônomos do setor.

Congresso debate a mobilidade urbanaA Aeamesp (Associação dosEngenheiros e Arquitetos deMetrô) promove, entre osdias 9 e 12 de setembro, a20ª Semana de TecnologiaMetroferroviária, no Centrode Convenções Frei Caneca,em São Paulo (SP). O evento

é considerado um dos maisimportantes congressos técnicos de transportemetroferroviário do país. Durante os quatro dias, técnicos das operadoras, dirigentes empresariais eprofissionais do setor

debaterão questões importantesrelacionadas à mobilidade urbana nas grandes cidades. Na ocasião, serão apresentados44 trabalhos e 12 painéis queabordarão temas voltados aosdeslocamentos de pessoas.Paralelamente ao congresso

será realizada a Metrofer, feiraque reúne empresas, fabricantesde equipamentos, fornecedoresde peças e serviços e mídiasespecializadas que levam as inovações oferecidas ao mercado. Mais informações:www.aeamesp.org.br.

MET

RÔ S

P/DI

VULG

AÇÃO

OPORTUNIDADE Congresso debate temas relacionados à mobilidade urbana nas grandes cidades

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MAIS TRANSPORTE

A Embraer entregou 29 jatos comerciais e outras 29 aeronaves para a aviação executiva no segundo trimestre de 2014. Os 58 aviõessuperam a marca da fabricante no mesmo período de 2013, quando a companhia entregou 51 aeronaves. À aviação comercial foramentregues pela Embraer os modelos E170, E175, E190 e E195. O setor executivo recebeu 22 jatos leves e sete unidades de jatos grandes.

Embraer supera marca de aviões entregues

EMBRAER/DIVULGAÇÃO

Os aeroportos de Irecê,Barreiras, Lençóis e Teixeirade Freitas (BA) vão recebermelhorias por meio do PILAeroportos (Programa de

Investimentos em Logística:Aeroportos). De acordo com a SAC (Secretaria de AviaçãoCivil), 20 municípios baianosvão ser beneficiados com as

obras. O investimento será de, aproximadamente, R$ 548 milhões na ampliação, construção ou melhoria dos terminais

aéreos. Ainda segundo a SAC,ao todo, o PIL aeroportosdeve investir R$ 7,3 bilhõesem 270 aeroportos regionais no Brasil.

Melhorias para aeroportos baianos

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RODONAVES/DIVULGACAO

Certificação por eficiência A Renault do Brasil foi contemplada com a certificação do Conpet(Programa Nacional daRacionalização do Uso dosDerivados do Petróleo e doGás Natural) pelos resultadosobtidos no desenvolvimentode motores mais eficientes. O Selo Conpet de EficiênciaEnergética Veicular destaca

para o consumidor os automóveis mais bem avaliados no consumo decombustível, confrontadoscom modelos semelhantes,como também quando comparados com todos osdemais modelos participantesdo PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular), coordenado pelo Inmetro.

MRS lança loja virtualA concessionária ferroviáriaMRS lançou uma loja virtualcom peças de ferromodelismo,vestuário, brindes e acessórios licenciados pelamarca MRS. Os produtosestão disponíveis no sitehttp://www.lojamrs.com.br, e opagamento pode ser feito ematé 18 vezes, via PagSeguro.As entregas serão efetuadas

pelos Correios (padrão e-commerce). Com a iniciativa,a MRS espera fortalecer a suamarca. A concessionária,desde 2010, mantém uma lojafísica em Juiz de Fora (MG),voltada para os seus colaboradores. Com a lojavirtual, os produtos passam a ser acessíveis também ao público em geral.

Rodonaves renova frota A RTE Rodonaves ampliou sua parceria com a montadora Iveco,adquirindo um lote de 80 caminhões da marca. Entre as novidades, há veículos de variados portes: Vertis HD 90V18,Tector 6x2, Stralis 6x2 e mais da metade do pacote, 45 unidades, do modelo Iveco Stralis, de 360 e 400 cavalos depotência. A negociação teve início em outubro de 2013. E, hoje,mais de 50% da frota da empresa contam com veículos Iveco.A empresa não informou o valor investido.

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MAIS TRANSPORTECOOPERCARGA/DIVULGAÇÃO

Cargas consolidadas em Itajaí A Asia Shipping, empresa brasileira especializada em agenciamento de carga global, iniciou a entrega de cargas LCL (less than container load), consolidadas a partir doporto de Itajaí (SC). O novo serviço está sendo oferecido em parceria com a transportadora DMX e a APM Terminais. Depois da descarga do

contêiner em Itajaí, a mercadoria passa pelo processo de desembaraçoaduaneiro e segue diretamente aos clientes por meio rodoviário. Na modalidade LCL, o exportador não possui cargasuficiente para preencher o container inteiro e por isso embarca sua carga com outros exportadores, sendo cada um responsávelpela sua mercadoria.

Recorde de passageirosO Aeroporto Internacional

de Viracopos, em Campinas(SP), registrou a segunda maior movimentação de sua história. A marca foi alcançada em julho, com860.080 passageiros transportados, 10,68% a mais que o mesmo período ano passado. O número, conforme a assessoria deimprensa do aeroporto, também é o maior para o mêsem toda a história do terminal.

Com o resultado, julho de 2014se consolida como o segundomaior mês em número de passageiros movimentados noterminal, ficando atrás somentede janeiro de 2014, quando867.279 pessoas viajaram peloaeroporto. No acumulado doano, o movimento foi 5,6%maior, se comparado a 2013.Foram 5.615.445 passageirosmovimentados este ano, contra5.317.667 nos sete primeirosmeses do ano anterior.

Caminhãomovido a GNVO caminhão movido 100% a GNV(gás natural), desenvolvido pelaMAN Latin America, que fabrica oscaminhões para a Ambev, entrouem operação. O veículo vai passaros próximos seis meses em testede rua e vai realizar a distribuiçãodos produtos da Ambev em bares erestaurantes do estádio Maracanã,de seu entorno e também no bairroda Tijuca (RJ). A operação é daCoopercarga e o abastecimento éfeito com combustível da GásNatural Fenosa. De acordo com aCoopercarga, o caminhão consegueuma redução de 20% de emissãode CO2 e tem autonomia de 200 km.O sistema de armazenagem de gás natural não altera a capacidade de carga útil do caminhão, que é a mesma da versão a diesel (aproximadamente, 9.400 garrafas).

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FORD/DIVULGAÇÃO

A Ford desenvolveu um novo sistema de airbag. Além deaumentar a segurança do passageiro, ele é menor, maisleve, amplia o espaço interno e oconforto na cabine. A tecnologiapermite que os airbags sejam instalados em novos locais dentro do veículo. A primeira aplicação do sistema será no airbag de joelho para o novoMustang, com lançamento previstopara o fim deste ano. A bolsainflável foi produzida com um

novo tipo de plástico e fica integrada à tampa do porta-luvas. Ela protege o joelho do passageiroda frente, como um airbag de joelho convencional, montadosob o painel de instrumentos.Segundo a Ford, o novo acessórioé 65% mais leve e a bolsa é 75%menor que a convencional, com o mesmo nível de proteção para o passageiro. O sistemaconta também com acabamentomais discreto, sem costuras ou cobertura visíveis.

Sistema inovador

AIRBAG Novo acessório é 65% mais leve, segundo a Ford

DIVULGAÇÃO

Terminaisinvestem em novas tecnologias O Grupo Wilson Sons investiu em novastecnologias para os Tecons (Terminais de Contêineres) de Salvador (BA) e RioGrande (RS), atendendo à Portaria daAlfândega da Receita Federal do Brasil,que determina o escaneamento digital detodas as unidades de carga de exportaçãoe importação. Para o Tecon de Salvador, acompanhia investiu R$ 7,4 milhões em umscanner (equipamento de inspeção nãoinvasiva) e no software OCR (OpticalCharacter Recognition; em português,Reconhecimento Óptico de Caracteres). Oscanner contribui para redução do tempode desembaraço aduaneiro e evita omanuseio das cargas, diminuindo o riscode incidentes e avarias. A tecnologia OCR,instalada nos portões de entrada e saída,converte os dados dos veículos diretamente para o sistema do terminalde forma ágil e automatizada. Em RioGrande, o investimento na aquisição e instalação do scanner óptico foi de, aproximadamente, R$ 4,5 milhões.

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REPORTAGEM DE CAPA

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Quase R$ 1 trilhão é ovalor que o Brasilprecisa investir emsua infraestrutura de

transporte para conseguir, as-sim, alavancar a economia, re-duzir os custos, aumentar acompetitividade e oferecermais segurança e conforto aostransportadores e à popula-ção. O Plano CNT de Transpor-te e Logística 2014 elenca2.045 projetos.

São intervenções condizen-tes com o desenvolvimentoeconômico e social atual e fu-turo do país, abrangendo a mo-dernização e a ampliação derodovias, aeroportos, portos,hidrovias, ferrovias e termi-nais. Os investimentos neces-sários somam R$ 987 bilhões,em projetos que propõem umavisão sistêmica do transporte.

O Plano CNT de Transportee Logística, já em sua quintaedição, é dividido entre proje-tos de integração nacional,que incluem obras ao longo deeixos estruturantes multimo-dais (englobando os modaisaéreo, aquaviário, ferroviário,rodoviário e terminais), e tam-bém projetos urbanos – volta-dos principalmente para otransporte público. Esse se-

gundo bloco inclui projetos re-levantes nos contextos urbanoe metropolitano, com o objeti-vo de oferecer respostas àsdemandas de transporte dapopulação nas diversas ativi-dades cotidianas.

Para que ocorra o estímulo aodesenvolvimento, o Brasil preci-sa de um sistema de transporteeficiente e integrado. Com isso, oPlano da CNT identifica e propõeum conjunto de intervençõesprioritárias na infraestrutura detransportes, visando promover,da forma mais conveniente, e

com os menores tempo e custo,o deslocamento de pessoas e debens. Contribuir para melhorar onível de serviço para os opera-dores de transporte e para au-mentar a qualidade do serviçoprestado aos usuários tambémsão objetivos do estudo da CNT.

Dentro das propostas de inte-gração nacional, foram avaliadosnove eixos estruturantes. Nosprojetos urbanos, estão 18 regiõesmetropolitanas. O plano tambémdivide as propostas de investi-mento por Estados do país, e ain-da pelos diferentes modais.

Foram elencados

2.045projetos

em todos osmodais detransporte

PROPOSTAS Intervenções indicadas condizem com o desenvolvimento atual e futuro do país

POR CYNTHIA CASTRO

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Os projetos são agrupadospara cada uma das regiões,por eixo e por tipo de infraes-trutura. A apresentação des-sas propostas permite que seavalie o impacto dessas obras,assim como a sua potenciali-dade para a diminuição dasdisparidades regionais.

GestãoNa avaliação da CNT, o país

passou por décadas sem dis-por da atenção necessária pa-ra a infraestrutura de trans-porte, e a dificuldade geren-

cial dos governos para inves-tir da forma que o país preci-sa agravou o quadro atual,que é desfavorável.

“O país não consegue sedesenvolver economicamentecom uma infraestrutura detransporte de cargas e depassageiros ruim. É precisoinvestir no maior equilíbrio damatriz, com mais utilizaçãodos modos ferroviário e aqua-viário. As rodovias e os aero-portos também precisam ofe-recer mais qualidade aosusuários”, disse o diretor exe-

cutivo da CNT, Bruno Batista.A oferta inadequada de in-

fraestrutura no Brasil é um fa-tor problemático para a reali-zação de negócios, inibindo acompetitividade global dopaís. O Plano CNT de Transpor-te e Logística cita um rankingdo Fórum Econômico Mundialcom 148 países, no qual a qua-lidade da infraestrutura detransporte no Brasil ocupa po-sições desfavoráveis.

Em qualidade de rodovias,o Brasil alcançou a posição120. Os portos ficaram em 131º

lugar; os aeroportos em 123ºe as ferrovias em 103º. Em re-lação aos demais países daAmérica Latina (para os quaishá dados disponíveis), a quali-dade geral da infraestruturano Brasil situa-se em 13º lugarno ranking de competitivida-de de 19 países.

Conforme destaca o diretorexecutivo da CNT, a infraestru-tura de transporte no Brasilnão tem acompanhado o cres-cimento da economia. A faltade planejamento e o excessode burocracia também contri-

MATRIZ Estudo sugere mais equilíbrio entre os modais

RECURSOSVeja quais são os valores indicados por infraestrutura de transporte

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PROJETOS DE INTEGRAÇÃO NACIONALVeja quais são as principais intervenções propostas em cada um dos 9 eixos estruturantes e qual a estimativa de investimento. No total, os projetos

Atravessa o país, com extremidades no acesso ferroviário do Porto de Rio Grande (RS) e no acesso rodoviário do Porto de Fortaleza (CE). No itinerário, o município de Salgueiro (PE) será um ponto logístico estratégico com a conclusão da Ferrovia Transnordestina. Também se destaca Belo Horizonte (MG), importante centro logístico

· Projetos fundamentais correspondem principalmente a intervenções rodoviárias,tais como as duplicações da BR-116, do Sul ao Nordeste

· Conclusão da duplicação da BR-381, em Minas Gerais, entre Belo Horizonte e Governador Valadares

· Obras de recuperação do pavimento e de construção de ferrovia

Eixo Nordeste-Sul (E1)R$ 167,8 bilhões

Desenvolve-se ao longo da costa oceânica, com extremidades em Belém (PA) e Porto Alegre (RS). Suas infraestruturas conectam algumas das principais capitais e centros urbanos, provendo acessibilidade à maior parte dos portos marítimos

· Duplicação de 1.712 km da BR-101 (trechos mais extensos são entre Mucuri e Jandaíra - BA, e Porto Real do Colégio e Novo Lino - AL)

· Construções de contornos rodoviários na região metropolitana de Florianópolis (SC), no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP)

· Implantação da Ferrovia Transnordestina, interligando Piauí, Ceará e Pernambuco e adequações dos terminais intermodais desse eixo

Eixo Litorâneo (E2)R$ 178,2 bilhões

Atravessa o território nacional em sua porção central, com extremidades em Belém (PA) e Uruguaiana (RS). Passa pelas capitais de Tocantins e Goiás e por áreas de expressiva produção agrícola do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Tocantins

· No Paraná, duplicações da BR-163, da BR-277 e do acesso a Foz do Iguaçu até a fronteira Brasil/Paraguai

· Intervenções nas hidrovias dos rios Tocantins e Paraná· Ampliação e construção de terminais rodoviários, hidroviários e intermodais· Construção do trecho da Ferrovia Norte-Sul (FNS), entre Estrela D’Oeste (SP)

e Araguaína (TO), com 1.765 km

Eixo Norte-Sul (E3)R$ 123,6 bilhões

Diretriz exclusivamente aquaviária e ligações formadas por infraestruturasrodoviária, aeroportuária, portuária e complementar. Extremidades no Porto deSantana, em Macapá (AP), e em Tabatinga (AM), na fronteira Brasil-Peru

· Ampliação de terminais existentes e construção de novos terminais no Amazonas e no Pará· Ampliação das áreas retroportuária e portuária no Porto de Manaus e ampliação

do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes· Construção de terminal e ampliação de profundidade para as infraestruturas

hidroviárias· Construção e recuperação do pavimento de rodovias, como a BR-174

Eixo Amazônico (E4)R$ 15,3 bilhões

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somam cerca de R$ 747,4 bilhões

Tem suas extremidades em Santarém (PA) e Mundo Novo (MS), sendo constituído pela hidrovia Teles Pires-Tapajós (de Santarém a Itaituba -PA) – e pela BR-163. O perfil de carga é formado, sobretudo, por commodities agrícolas, principalmente do Norte e do Sul mato-grossenses

· Expansão da hidrovia Teles Pires-Tapajós, entre Itaituba (PA) e Jacareacanga (PA), com dragagens e derrocamentos

· No âmbito rodoviário, destacam-se a recuperação do pavimento da BR-163, de Campo Verde(MT) a Itiquira (MT), e a duplicação dessa rodovia, de Campo Grande (MS) até Mundo Novo (MS)

Eixo Centro-Norte (E5)R$ 48,2 bilhões

As extremidades estão no encontro dos rios Madeira e Amazonas e em Santos (SP), pas-sando por Porto Velho (RO), Cuiabá (MT) e São Paulo (SP). Os investimentos permitirão omelhor escoamento de produtos químicos, açúcar, álcool, suco de laranja e commoditiesagrícolas

· Expansão da hidrovia do rio Madeira, incluindo a abertura de canal navegável, o que proporcionará uma ligação com a Bolívia

· Recuperação de pavimento da BR-364, da BR-317 e da BR-319· Sinalização de passagens em nível da malha ferroviária operada pela América Latina

Logística (ALL Malha Paulista), entre Minas Gerais e São Paulo

Eixo Norte-Sudeste (E6)R$ 54,1 bilhões

Tem extremidades em Cruzeiro do Sul (AC) e em Salvador (BA), fazendo a conexão entre as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Trata-se de um eixorodo-hidroviário de grande relevância para a otimização do transporte de cargas para o complexo portuário da Bahia

· Pavimentação da BR-364 (Campo Novo do Parecis e Diamantino - MT) e da BR-135 (Cocos –BA – a Itacarambi -MG)

· Duplicação da BR-242· Construção e ampliação de aeroportos· Construção da Ferrovia de Integração Leste-Oeste, na Bahia: Ilhéus a Barreiras

Eixo Leste-Oeste (E7)R$ 77,1 bilhões

Consiste na ligação de São Luís (MA) ao Rio de Janeiro (RJ). Abrange acessos ferroviários dos portos de Itaqui (MA) e do Rio de Janeiro (RJ) e passa por capitais importantes: Belém (PA), Teresina (PI), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ)

· Qualificação da hidrovia do São Francisco, incluindo dragagem, balizamento e sinalização· Recuperação do trecho ferroviário entre Corinto e Pirapora (MG)· Recuperação do pavimento da BR-222, melhorando o acesso à EFC (Estrada de Ferro Carajás)· Ampliação de aeroportos de aviação regional em Minas Gerais e Pernambuco

Eixo Nordeste-Sudeste (E8)R$ 25,9 bilhões

Interligação dos principais portos da costa brasileira por meio de rotas comerciais, desde o Amapá até o Rio Grande do Sul. Operações de cabotagem e de comércio exterior para cargas conteinerizadas, a granel, roll on-roll off e carga geral

· Dragagem e derrocamento nos portos de Santos (SP), São Sebastião (SP) e Itaguaí (RJ)· Adequações portuárias e retroportuárias e dragagem no Porto de Itaqui (MA)· Ampliação de terminais especializados – frigoríficos, contêineres, granéis,

petroquímicos e agrícolas

Eixo Cabotagem (E9)R$ 57,2 bilhões

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PROJETOS URBANOSVeja qual o valor sugerido para projetos urbanos em 18 regiões metropolitanas do Brasil

As obras propostas incluem, entre outras:· Implantação de corredor expresso ou BRT· Construção e adequação de terminal de passageiros· Construção de infraestrutura para VLT, monotrilho, metrô, trem urbano· Construção e adequação de vias urbanas· Construção de plataformas de ônibus e de terminais de passageiros

Região Metropolitanade Aracaju (SE)R$ 150,9 milhões

Região Metropolitanade Vitória (ES)R$ 1,6 bilhão

Região Metropolitanade Salvador (BA)R$ 11,0 bilhões

Região Metropolitana daBaixada Santista (SP)R$ 7,9 bilhões

Região Metropolitana deBelo Horizonte (MG)R$ 53,6 bilhões

Região Metropolitana de São Paulo (SP)R$ 78,4 bilhões

Região Metropolitana doVale do Rio Cuiabá (MT)R$ 1,6 bilhão

Região Metropolitana de Curitiba (PR)R$ 10,1 bilhões

Região Metropolitana de Goiânia (GO)R$ 2,0 bilhão

Região Metropolitana de Florianópolis (SC)R$ 744,0 milhões

Região Metropolitanade Porto Alegre (RS)R$ 7,4 bilhões

Região Integrada de Desenvolvimento – Ride,do Distrito Federal e Entorno (DF)R$ 6,5 bilhões

Região Metropolitana de Belém (PA)R$ 1,3 bilhão

Região Metropolitanade Fortaleza (CE)R$ 8,9 bilhões

Região Metropolitanade Natal (RN)R$ 1,1 bilhão

RegiãoMetropolitanade Recife (PE)R$ 7,8 bilhões

Região Metropolitanade Manaus (AM)R$ 4,0 bilhões

Outros centros urbanosR$ 10,0 bilhões

Região Metropolitana doRio de Janeiro (RJ)R$ 25,8 bilhões

ções finais do estudo, “a retoma-da dos investimentos públicosem infraestrutura de transporte,em anos recentes, apesar de as-sinalável, não tem sido suficien-te para ajustar a oferta de trans-porte às demandas existentes eprevistas. A execução dos inves-timentos, por outro lado, tem es-

buem para essa situação críti-ca que afeta e compromete odesempenho do transporte decargas e de passageiros.

“O governo tem dificuldade deinvestir os recursos disponíveis. OBrasil tem espaço para novos in-vestimentos, e as oportunidadesestão surgindo. Hoje estamos

desperdiçando recursos pela nos-sa ineficiência”, diz Bruno Batista.Em 2003, 0,07% do PIB (ProdutoInterno Bruto) era destinado à in-fraestrutura de transporte noBrasil. Em 2013, o percentual pas-sou para 0,3%, mas ainda podeaumentar, na avaliação da CNT.

De acordo com as considera-

TRILHOS Estudo da

“O governotem dificuldade

de investir”BRUNO BATISTA,

DIRETOR CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2014 25

tado aquém dos valores que têmsido planejados e autorizados”.

IntervençõesOs projetos indicados no

Plano CNT de Transporte e Lo-gística se mostram viáveis, e aimplementação pode contarcom recursos da iniciativa pri-

vada brasileira e também de in-vestidores estrangeiros. Muitasdessas ações sugeridas pelaCNT estão contempladas no PIL(Programa de Investimentos emLogística), do governo federal,que tem como base a participa-ção de empresas privadas.

No mês de julho, empresários

chineses estiveram no Brasil e de-monstraram interesse em investirem infraestrutura de transportesem diferentes modais (leia sobre oassunto e conheça alguns proje-tos indicados pela CNT em repor-tagem entre as páginas 28 e 37).

No caso do modo ferroviário, oPlano CNT de Transporte e Logísti-

CNT sugere construção e ampliação de redes de trem, metrô, VLT, monotrilho

Mais de 300 projetos sugeridosREGIÕES METROPOLITANAS

Do total de 2.045 proje-tos elencados no Plano CNTde Transporte e Logística2014, mais de 300 são urba-nos, incluindo corredoresexclusivos para ônibus, in-fraestrutura para o trans-porte sobre trilhos e cons-trução de terminais.

Conforme o estudo daCNT, os sistemas de mobili-dade em contexto urbanotêm uma importância fun-damental para a economiado país e para a qualidadede vida dos seus cidadãos.São as cidades que con-centram a maior parte dapopulação e onde acontecea maioria das atividadescotidianas.

“A ausência de planeja-mento adequado e de in-vestimento continuadonas redes de transportedas cidades brasileiras, aolongo dos anos, tem-se re-fletido, em particular, nadiminuição do número de

passageiros do transportepúblico e nos frequentesc o n g e s t i o n a m e n t o s ” ,aponta o estudo.

De uma maneira geral,as ineficiências no trans-porte levam à perda decompetitividade dos mu-nicípios e da capacidadeem atrair investimentos,de acordo com o PlanoCNT de Transporte e Lo-gística. Os projetos urba-nos propostos abrangemos diferentes modais, comfoco na integração.

O maior montante sugeri-do, R$ 78,4 bilhões, é para aregião metropolitana de SãoPaulo, que tem 39 municípios.Em seguida, está a região me-tropolitana de Belo Horizonte,em Minas Gerais. São R$ 53,6bilhões para projetos em dezmunicípios. Entre as obrasprevistas, está a ampliaçãoda linha 1, entre Eldorado/No-vo Eldorado e a construçãodas linhas 2 e 3.

Em 2013,

0,3%do PIB foi para

transporte

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201426

ca indica construção, duplicação erecuperação de trechos ferroviá-rios; ampliação e construção da re-de de metrôs, trens urbanos, VLTs(veículos leves sobre trilhos), mo-notrilhos; TAVs (trens de alta velo-cidade). E também aquisição e me-lhoria de material rodante, recupe-ração de infraestrutura de passa-geiros e a eliminação de gargalos.

A CNT sugere quais são as neces-sidades do país em relação à amplia-ção e à construção de aeroportos,melhoria das pistas, ampliação dasestruturas de carga e de passagei-ros. Para o modo rodoviário, são pro-postas adequação, duplicação econstrução de rodovias e vias urba-nas, recuperação do pavimento, im-plantação de corredores expressos esistemas de BRTs (Bus Rapid Transit).

O estudo indica quais portosdevem ser construídos, recupera-dos e também terem os acessosmelhorados e a profundidade doscanais ampliada. Na navegação in-terior, há a indicação sobre abertu-ra de canais, adequação de hidro-vias, construção de dispositivos detransposição, aquisição e melhoriade embarcações de passageiros.

O plano mostra também a ne-cessidade de adequação e de cons-trução dos terminais de carga, dospátios de estacionamento, das es-tações metroviárias e terminais depassageiros e a construção de pla-taformas de ônibus.

ContribuiçãoO Plano CNT de Transporte e

Logística é mais uma contribuição

da Confederação Nacional doTransporte para auxiliar os gover-nos e a iniciativa privada na iden-tificação das prioridades de inves-timentos em relação a projetos deinfraestrutura de transporte.

O estudo também é umafonte de informação para omeio acadêmico e para a so-ciedade em geral sobre as ne-cessidades do setor. Com ele,é possível identificar o cami-nho a seguir para um sistemade transporte condizentecom o desenvolvimento dese-jado para o Brasil. l

A íntegra do Plano CNTde Transporte e Logística2014 pode ser acessada nosite da CNT: www.cnt.org.br

CUSTOSFatores que contribuem para a baixa competitividade e para o aumento do Custo Brasil

INVESTIMENTOPOR REGIÃOConfira o valor que o Plano CNTde Transporte e Logística indicapara cada região do país

Norte R$ 116,4 bilhões

Nordeste R$ 159,6 bilhões

Sudeste R$ 418,7 bilhões

Sul R$ 160,7 bilhões

Centro-Oeste RS 111,0 bilhões

(A soma dos valores apresentados não corresponde ao total de investimentos do Plano CNT de Transporte e Logística 2014, pois não contempla os projetos integrados -que passam por mais de uma UF - que totalizam R$ 20,8 bilhões)

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201428

As oportunidades de in-vestimentos estrangei-ros em projetos de in-fraestrutura de trans-

porte no Brasil, em todos os mo-dais, foram apresentadas aoschineses no Seminário Empresa-rial em Brasília (DF), durante a vi-sita do presidente da China, XiJinping, ao Brasil, no mês de ju-lho. O encontro celebrou tam-bém os 40 anos de parceria en-tre os dois países e debateu ou-tras áreas, como indústria,agronegócios e serviços. Em2013, o comércio bilateral che-gou a US$ 83 bilhões, e os chi-neses estão aumentando e di-

versificando cada vez mais osinvestimentos no Brasil. O semi-nário foi promovido pelo CEBC(Conselho Empresarial Brasil-China) em parceria com a CNT eoutras entidades. A realizaçãofoi na sede da CNI (Confedera-ção Nacional da Indústria).

O diretor-geral de Desenvol-vimento Comercial do Ministé-rio do Comércio da China, SunChenghai, destacou o aumentoda cooperação entre as duasnações nos últimos anos. Atual-mente, a China é o principal par-ceiro comercial do Brasil. E oBrasil está entre os dez princi-pais da China. Ainda há um pre-

BRASIL E CHINA

POR CYNTHIA CASTRO

Empresários chineses participam de seminárioem Brasília e conhecem áreas para aplicarrecursos em infraestrutura de transporte

Oportunidadesde investimentos

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2014 29FOTOS FRAME PRODUÇÕES

domínio de exportações de pro-dutos do agronegócios e da mi-neração para o país asiático,mas os participantes do eventoenfatizaram que o caminho éseguir também para coopera-ção na área de infraestrutura.

“O comércio é um motor pa-ra os investimentos. A parceriaem agricultura e infraestrutura,por exemplo, ainda tem muitopotencial para crescer. É umaparceria que traz benefícios pa-ra os dois povos e tem o apoiodo governo chinês. A importa-ção chinesa dos produtos brasi-leiros também tem crescido nosúltimos anos”, disse Chenghai.Segundo ele, há um ambientepolítico seguro para a atuaçãode empresários dos dois países.

O ministro dos Transportes,Paulo Passos, afirmou que osdois países têm aspectos decomplementaridade e algumassemelhanças, citando a dimen-são continental e a populaçãoexpressiva. “A China tem a ca-racterística de grande importa-dora de matéria-prima e temuma infraestrutura já estrutura-da. O Brasil tem desempenhadoum papel importante comogrande exportador de commo-dities agrícolas e minérios – se-ja o minério de ferro ou outrosprodutos, como alumínio, man-ganês e estanho. E tem o desa-fio de aprimorar sua infraestru-tura”, disse o ministro.

INTERCÂMBIO Seminário Empresarial em Brasília mostrou que parceria pode ser positiva para os dois países

PARTICIPAÇÃO Empresários chineses e brasileiros e representantes do poder público de Brasil e China estiveram no evento

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201430

os projetos essenciais de infra-estrutura de transportes.

Plano CNT de Transporte eLogística

Além da área ferroviária, o dire-tor executivo da CNT, Bruno Batista,também destacou propostas paraportos, rodovias, terminais de car-gas e soluções urbanas (veja nas pá-ginas 32 e 33). A confederação apre-sentou propostas contidas no PlanoCNT de Transporte e Logística 2014.Há mais de 2.000 projetos descritos,

Paulo Passos afirmou queo governo precisa da iniciati-va privada para conseguirmelhorar o escoamento desua produção. “Mesmo comtodo o esforço que temos fei-to, ainda foi insuficiente paradar resposta às necessidadesque se colocam em relação àinfraestrutura nacional. Leva-mos duas décadas com bai-xíssimos investimentos e pre-cisamos recuperar”, afirmouPassos. Ele reforçou que o PIL(Programa de Investimentosem Logística), lançado pelogoverno federal há dois anos,busca basicamente o setorprivado para estar junto dogoverno. Segundo o ministro,o programa “se apoia na atra-ção de parceiros e de capitaisinternos e externos”.

De acordo com os partici-pantes do Seminário Empresa-rial, a área de ferrovias – tantode cargas como de passagei-ros – é possivelmente a queoferece maiores possibilidadespara os investimentos chine-ses. No PIL, estão previstosmelhoramentos e construçãode 11 mil quilômetros de linhasférreas. Durante o SeminárioEmpresarial, iniciativa privadae poder público apresentaram

PROPOSTAS Chineses conheceram os projetos de infraestrutura de transporte que podem receber investimentos

INTERESSE Participantes disseram que China quer aproximar mais do Brasil

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que podem atrair o interesse doschineses. Muitas dessas propostasestão contempladas também no PIL,programa do governo federal.

Na opinião de Bruno Batista, oSeminário Empresarial aconteceuem um momento oportuno. Ele ci-tou que o Brasil está aberto aos in-vestimentos da iniciativa privadana área de infraestrutura, há umplano atual da CNT sobre as ne-cessidades prioritárias, e os chine-ses têm interesse em se aproxi-mar ainda mais do Brasil.

“Sabe-se da importância do se-tor de transporte como mola pro-pulsora para qualquer ação de de-senvolvimento. Os projetos do Pla-no CNT de Transporte e Logísticasão importantes para modernizare ampliar a infraestrutura detransporte no Brasil. Os chinesesvão precisar conhecer as caracte-rísticas desses projetos prioritá-rios, o nível de investimento e aimportância que eles terão tantopara a integração da malha doBrasil em todas as modalidades

como para a obtenção de poten-ciais ganhos que os chineses te-rão no escoamento dos produtosque eles compram do Brasil”, afir-mou Bruno Batista (leia reporta-gem completa sobre o plano daCNT na página 18).

O diretor de Planejamento doMinistério dos Transportes, Fran-cisco Costa, destacou que a com-plementaridade das economiaschinesa e brasileira está crescen-do e afirmou que “os investidoreschineses são muito bem-vindos”.

Costa apresentou algumas obrasde transporte abertas à iniciativaprivada. Entre os projetos ferro-viários previstos, ele citou propos-tas que vão do Centro-Oeste paraa saída Norte do Brasil, em direçãoa Porto Velho (RO) e ao rio Amazo-nas, e também o prolongamentoda Ferrovia Norte-Sul até Belém(PA). Segundo Costa, são de funda-mental interesse sob o ponto devista do escoamento da produçãoagrícola para a China. "É a conti-nuação da Ferrovia Norte-Sul, do

INFRAESTRUTURAValores de investimentos sugeridos pelo Plano CNT de Transporte e Logística 2014 em todos os Estados brasileiros, incluindo os diferentes modais (em R$ bilhões)

São Paulo192,9

Santa Catarina43,3

Paraná63,6

Amazonas20,9

Tocantins19,7

Roraima3,7

Mato Grosso47,2

Rondônia16,9

Acre8,2

Mato Grosso do Sul17,9

Distrito Federal7,6

Goiás38,3

Pará46,2

Amapá2,1

Rio Grande do Sul53,8

Minas Gerais148,4

Espírito Santo11,8

Bahia61,9

Alagoas6,3

Paraíba4,7

Sergipe2,8

Pernambuco22,3

Rio Grande do Norte

7,5

Maranhão17,4

Piauí9,9

Ceará25,4

Rio de Janeiro65,7

A soma dos valores apresentados não corresponde ao total de investimentos do Plano CNT de Transporte e Logística 2014, pois não contempla os projetos integrados (que passam por mais de uma UF) que totalizam R$ 20,8 bilhões

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POTENCIAL DE INVESTIMENTOConfira alguns projetos de infraestrutura, sugeridos no Plano CNT de Transporte e Logística, que podem ser realizados em parceria com a China

PROJETOS DE INTEGRAÇÃO NACIONAL

CONSTRUÇÃO DE TERMINAL DE CARGAProjeto Unidade da Federação Investimento mínimo (RS)Construção de terminal hidroviário em Pedras de Maria da Cruz – rio São Francisco Minas Gerais 2,2 bilhõesConstrução de terminal rodo-ferro-hidro-aeroviário em Araquari Santa Catarina 1,5 bilhãoConstrução de terminal rodo-ferro-aeroviário em Anápolis: plataforma logística multimodal Goiás 682 milhõesConstrução de terminal rodo-ferroviário em Cascavel Paraná 236 milhõesConstrução de terminal de carga rodo-hidroviário em Santarém Pará 128 milhõesConstrução de terminal rodo-ferro-hidroviário em Imperatriz: hidrovia Araguaia-Tocantins Maranhão 117 milhões

DUPLICAÇÃO E CONSTRUÇÃO RODOVIÁRIARodovia/Projeto Dimensão Unidade da Federação inicial Unidade da Federação final Investimento mínimo (RS)

BR-116 Duplicação da BR-116: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul

2.762 km Ceará Rio Grande do Sul 25,7 bilhões

BR-153 Duplicação da BR-153: Tocantins, Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

2.043 km Tocantins Rio Grande do Sul 19,0 bilhões

BR-101 Duplicação da rodovia BR-101: Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo

1.712 km Pernambuco São Paulo 16,2 bilhões

BR-070 Duplicação da rodovia BR-070: Goiás e Mato Grosso, de Cuiabá aÁguas Lindas

874 km Mato Grosso Goiás 8,1 bilhões

BR-242 Construção da rodovia BR-242/Mato Grosso e Tocantins

523 km Mato Grosso Tocantins 2,3 bilhões

BR-242 Duplicação da rodovia BR-242/Bahia,de Barreiras a Rafael Jambeiro

680 km Bahia Bahia 6,3 bilhões

BR-262 Duplicação da rodovia BR-262: Espírito Santo e Minas Gerais

633 km Espírito Santo Minas Gerais 5,9 bilhões

INFRAESTRUTURA FERROVIÁRIA DE PASSAGEIROS

Categoria Título

PROJETOS URBANOS

Construção de Metrô ou Trem Urbano Construção de metrô na Região Metropolitana de Porto Alegre: 1ª e 2ª partes

Recuperação de Infraestrutura Ferroviária de PassageirosRecuperação de infraestrutura ferroviária de passageiros na Ride do DF: construção de VLT entre Luziânia (GO) e Brasília (DF)

Construção de VLT ou Monotrilho Construção de monotrilho na Região Metropolitana de Manaus: linha Norte-Centro

Construção de VLT ou MonotrilhoConstrução de VLT na Região Metropolitana do Rio de Janeiro: área central e portuária

Construção de VLT ou Monotrilho Construção de VLT na Região Metropolitana de Fortaleza: Caucaia–Pecém

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Fonte: CNT

CONSTRUÇÃO DE FERROVIAProjeto Dimensão Unidade da Federação inicial Unidade da Federação final Investimento mínimo (RS)Construção da Ferrovia Uruaçu – Campos

1.706 km Goiás Rio de Janeiro 20,3 bilhões

Construção da Ferrovia Norte-Sul

3.746 km Pará Rio Grande do Sul 18,4 bilhões

Construção da Ferrovia Transcontinental

2.307 km Rondônia Acre 14,2 bilhões

Construção da Ferrovia Cuiabá – Santarém

1.800 km Mato Grosso Pará 11,9 bilhões

Construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste

1.630 km Mato Grosso Goiás 10,1 bilhões

Construção do Corredor Ferroviário de Santa Catarina

862 km Santa Catarina Santa Catarina 7,6 bilhões

Construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol)

1.527 km Bahia Tocantins 8,5 bilhões

CONSTRUÇÃO DE PORTO OU AMPLIAÇÃO DE ÁREA PORTUÁRIAProjeto Dimensão (unidades) Unidade da Federação Município Investimento mínimo (RS)

Construção de novo terminal portuáriona margem esquerda de Santos

1 São Paulo Santos 3,7 bilhões

Construção de novo terminal portuário no porto de Imbituba

1 Santa Catarina Imbituba 2,2 bilhões

Construção do porto de Coruripe 1 Alagoas Coruripe 2,0 bilhões

Construção do porto do Mercosul 1 Paraná Pontal do Paraná 1,4 bilhão

Área portuária do porto de Itaqui: construção da retroárea dosberços 98 e 99

2 Maranhão São Luís 1,0 bilhão

Dimensão Município Investimento mínimo (RS)

42,3 km Porto Alegre (RS) 3,4 bilhões

60,0 km Brasília (DF) 2,5 bilhões

20,3 km Manaus (AM) 2,2 bilhões

30,0 km Rio de Janeiro (RJ) 1,4 bilhão

52,0 km Fortaleza a São Gonçalo do Amarante (CE) 213,8 milhões

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201434

município de Açailândia a Barcare-na (no Maranhão e Pará); a cons-trução de uma nova ferrovia, doCentro-Oeste a Miritituba; e aconstrução de outra ferrovia atéPorto Velho, fazendo a conecçãocom a hidrovia do rio Madeira, di-reto para o rio Amazonas."

De acordo com o representan-te do governo federal, o melhorcaminho para os chineses que seinteressarem em investir no Bra-

TRILHOS Setor ferroviário oferece opor

Governos assinam acordos em BrasíliaAPROXIMAÇÃO

Os governos do Brasil e daChina assinaram 32 acordosno dia 17 de julho, no Paláciodo Planalto, em Brasília (DF),em uma cerimônia com a pre-sença da presidente DilmaRousseff; do presidente daChina, Xi Jinping, entre outrosrepresentantes dos dois paí-ses. Os acordos incluem os se-tores de transporte, energia,comércio, infraestrutura eeducação.

Na área de transporte so-bre trilhos, foi assinado ummemorando de entendimentosobre cooperação ferroviáriaentre o Ministério dos Trans-portes do Brasil e a ComissãoNacional de Desenvolvimentoe Reforma da China. A propos-ta é que haja uma ajuda mú-tua para a elaboração de pro-jetos ferroviários e capacita-ção de recursos humanos.

Em relação à aviação, a fa-bricante brasileira Embraervenderá 40 aeronaves (20 E-190 e 20 E-190E-2) à Tianjin Air-lines, companhia aérea daHainan Airlines. Também se-rão comercializados 20 jatosE-190, da Embraer, em um ne-gócio feito com o ICBC (siglaem inglês do Banco Industriale Comercial da China).

A SAC (Secretaria deAviação Civil da Presidênciada República) do Brasil e aCAAC (Administração Nacio-nal de Aviação Civil) chinesaassinaram uma cooperação

nas áreas de infraestruturaaeroviária, transporte aé-reo, navegação aérea, com-bustíveis ambientais e sus-tentáveis, indústria aero-náutica e capacitação de re-cursos humanos.

O BNDES (Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômi-co e Social) e o CDB (sigla eminglês para o Banco de Desen-volvimento da China) tambémfirmaram uma cooperação naárea de infraestrutura, comfoco em projetos no Brasil ena América Latina. A propostaé diversificar e ampliar os ca-nais de financiamento ao de-senvolvimento.

Os outros acordos entre osdois países incluem, porexemplo, a promoção de in-vestimento industrial, a facili-tação de vistos de negócios, oincentivo à tecnologia da in-formação e telecomunicaçãoe também o aprendizado emmandarim no Brasil.

A presidente Dilma Rous-seff destacou a importân-cia da proximidade das re-lações comerciais entre osdois países e do incentivoaos investimentos. “China eBrasil são as maiores eco-nomias em desenvolvimen-to nos respectivos hemisfé-rios. E estão cada vez maisintegradas. Partimos deuma corrente de comérciode US$ 3 bilhões para a ci-fra recorde de quase US$

90 bilhões, em 2013”, desta-cou Dilma Rousseff.

Durante a cerimônia noPalácio do Planalto, a presi-dente disse que apresentoua Xi Jinping as oportunida-des que se abrem no Brasilem licitações nos setoresferroviário, portuário, aero-viário e rodoviário. “Aqui,as empresas chinesas en-contrarão segurança jurídi-ca e marco regulatório es-tável e também serão muitobem-vindas”, garantiu Dil-ma Rousseff.

Xi Jinping enfatizou que avisita dele ao Brasil “constituiuma viagem para intensificar acooperação e para consolidara confiança”. Segundo ele, aChina irá estreitar ainda mais ointercâmbio com o Brasil, emtodos os níveis, para que ocor-ra maior aprofundamento doconhecimento mútuo.

“A China está disposta aconduzir com o Brasil umacooperação estratégica naconstrução de ferrovias eoutras infraestruturas”, dis-se Xi Jinping, que participouno Brasil da sexta Cúpula doBrics (grupo formado porBrasil, Rússia, Índia, China eÁfrica do Sul). O presidenteda China afirmou tambémque serão estimuladas asparcerias com o Brasil nasáreas de petróleo, energiaelétrica, minério de ferro,agricultura e outras.

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2014 35

sil é procurar, inicialmente, algu-ma entidade que represente o se-tor privado, como a CNT ou oCEBC, entre outras. “O que ficouclaro nas discussões desse semi-nário é que, até mesmo pelas di-ferenças culturais, é muito me-lhor e mais prático que os chine-ses se associem aos parceirosbrasileiros. A legislação brasileiranão veda a participação deles so-zinhos, mas essa ideia de se asso-

ciar aos brasileiros é mais poruma questão de praticidade e deagilidade na elaboração de pro-postas”, afirmou Costa.

ParceriaO presidente do CEBC, Sergio

Amaral, também afirmou queBrasil e China entram agora emuma nova fase de cooperação eparcerias, especialmente naárea de infraestrutura. Confor-

me levantamento do CEBC, em2012 e 2013, foram anunciadospelo menos 31 projetos chinesesno Brasil, totalizando US$ 8,43bilhões. São projetos nos seto-res automotivo, energia, bancá-rio, agronegócios, eletrônicos,entre outros.

Sergio Amaral também desta-cou as possibilidades que seabrem em relação às ferrovias.“Esse é o modal mais atrativo

porque não se trata apenas dasempresas que constroem ferro-vias e que serão parceiras dasconstrutoras brasileiras, mastambém porque atrás delas vemum grande número de empresasfornecedoras de equipamentos ede tecnologias, que poderão seassociar a empresas brasileiras.”

O presidente do BNDES (Ban-co Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social), LucianoCoutinho, afirmou que há umabase sólida para o crescimentodos investimentos privados noBrasil. “A parceria entre as duasnações é de mútuo interesse ede alta complementaridade”.

ApoioAlguns empresários chineses

se mostraram favoráveis à ideiade investir no Brasil. Um deles,Li Dongfang, é presidente daEmpresa de Recursos Energéti-cos e Transportes do NordesteAsiático. Ele ressaltou que en-contros como o seminário sãoimportantes para que os doispaíses possam se conhecer mu-tuamente e, assim, estabelecerparcerias e projetos.

“Nesse seminário, os empresá-rios chineses puderam se familia-rizar mais com a economia do Bra-sil, com a conjuntura atual. A Chi-na tem um grande volume de capi-

tunidades para os chineses investirem

CPTM/ANPTRILHOS/DIVULGAÇÃO

WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL

VISITA O presidente da China, Xi Jinping, esteve no Brasil

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201436

CNT tem Escritório em PequimESTÍMULO

Atenta ao quadro favorávelpara os investimentos estran-geiros no Brasil, a CNT (Confe-deração Nacional do Transpor-te) abriu o Escritório em Pe-quim no último mês de abril. Aconfederação vai atuar fazen-do a ponte entre empresáriosdos dois países para estimulare atrair os investimentos chine-ses. Desde 1954, a CNT repre-senta o setor transportador,tanto na área de cargas comona de passageiros. São mais de70 mil empresas e quase 2 mi-lhões de trabalhadores.

O diretor de Assuntos In-ternacionais, Harley Andrade,afirmou que o Escritório emPequim realiza um trabalhopara mostrar o que precisa serfeito no Brasil na área de infra-estrutura de transporte. “ACNT vai estar em contato comos empresários chineses,apresentando esses projetosprioritários. Nosso Plano CNTde Transporte e Logística seráessencial porque ele descreveas necessidades prioritárias eestima o custo de cada umadelas, em todos os modais”,disse Harley Andrade.

A CNT se associou ao CEBC(Conselho Empresarial Brasil-China). De acordo com HarleyAndrade, o trabalho conjuntodas duas entidades será ain-da mais positivo para contri-buir para a melhoria da infra-estrutura de transporte noBrasil. “A CNT está associadaao CEBC, e vamos buscaratrair esses investidores.Precisamos melhorar nossainfraestrutura, reduzir o Cus-to Brasil e contribuir para omaior desenvolvimento eco-nômico e social.”

Em Pequim, o executivoJose Mario Antunes está àfrente do Escritório da CNT.Para auxiliar, três consultorestrabalham junto com a confe-deração. Um deles é o presi-dente do CEBC, Sergio Amaral,que foi embaixador em Lon-dres e Paris. Os outros tam-bém são grandes conhecedo-res sobre China: ClodoaldoHugueney Filho, que foi em-baixador do Brasil na China; eMarcos Caramuru de Paiva,que foi cônsul-geral do Brasilem Xangai e foi embaixadorna Malásia.

RODOVIAS Brasil precisa duplicar e construir novos trechos

PORTOS Dragagem e melhor acesso são necessidades urgentes

PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2013

CODESP/DIVULGAÇÃO

tal. Tenho certeza que haverá inte-resse em investir por aqui porquehá grandes possibilidades. No meucaso, temos interesse em investirespecialmente na infraestruturade portos e também em rodoviase no transporte aéreo”, disseDongfang.

Sobre a abertura do Escritórioda CNT em Pequim, Dongfang dis-se que considera a iniciativa im-portante para que ocorra maiordivulgação sobre as possibilida-des. “A escolha por Pequim tam-bém foi muito boa porque a cida-de tem a importância política por

ser a capital, mas também se des-taca pela questão econômica.”

Outro participante do seminá-rio, Wu Gang, atua na área de pro-dução de veículos, mas disse quetem interesse em diversificar osseus negócios. “Tenho interessena área ferroviária e também

achei muito interessante os proje-tos de transporte aquaviário”, dis-se Gang. Para ele, o mais impor-tante das discussões do SeminárioEmpresarial foi o foco na apresen-tação de soluções que contribuampara reduzir o Custo Brasil.

(Com Natália Pianegonda)

AQUAVIÁRIO Terminais de integração precisam ser ampliados

CYNTHIA CASTRO

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“Os chineses estão visando mais parcerias com o Brasil”WANG CHUNLEI - CENTRO DE INVESTIMENTO E COMÉRCIO BRASIL-CHINA

O diretor comercial e de in-vestimentos do Centro de Inves-timento e Comércio Brasil-Chi-na, Wang Chunlei, acredita que aárea de infraestrutura de trans-porte, especialmente ferroviá-ria, oferece grandes oportunida-des no Brasil. Ele considera tam-bém que, apesar das diferençasculturais entre os dois países,tem havido maior aproximaçãoe conhecimento mútuo nos últi-mos anos, o que favorece a rela-ção comercial e de investimen-tos. Chunlei participou do Semi-nário Empresarial em Brasília.

O senhor considera que ainfraestrutura é o principalcaminho para a parceria sino-brasileira nos próximos anos?

Os problemas na infraes-trutura vêm atrapalhando ocrescimento da economia bra-sileira. A China é o maior com-prador de minério, soja, des-ses produtos de commodities.Mas estamos enfrentando umcusto de logística muito alto.No próprio Brasil também temquestões de custos de logísti-ca muito altos. Isso atrapalhaa competitividade do produtobrasileiro. Temos o PAC (Pro-grama de Aceleração do Cres-cimento) e o PIL (Programa deInvestimentos em Logística)com foco em infraestrutura.Há uma necessidade de se in-vestir mais em ferrovias etambém nas rodovias. O portode Santos também está sobre-carregado e existe necessida-de de se investir mais para es-coar os produtos. Infraestru-tura é muito importante, e oschineses estão com foco nes-sa área, visando mais parce-rias com o Brasil.

Quais são as oportunida-des de investimentos daChina em infraestrutura detransporte no Brasil?

A China tem muitos gru-pos. São empresas tradicio-nais que focam na área deconstruções portuárias, fer-roviárias. O Banco de Desen-volvimento da China pode-ria ajudar, se houver neces-sidade de financiamento.Com a experiência de gru-pos chineses, na área deequipamentos, com o apoiode bancos e fundos, poderiaatender muito à necessida-de do mercado brasileiro.

Tem alguma área do trans-porte que pode ser mais atra-tiva para essa parceria?

Eu acho que a área ferro-viária é a mais avançada atéhoje. Claro que precisamostambém investir no portuário.Mas no ferroviário, há muitosanos, vejo vários grupos chi-neses conversando e estámais avançada.

Há uma diferença culturalentre os dois países. Comocontornar essa situação?

Realmente, hoje há umadificuldade que não é mais delinguagem. Mas há sim umadificuldade entre as culturas.Por exemplo, chineses, às ve-zes, confiam, fazem parceriae não precisam do contrato.Só com o olho no olho. NoBrasil, considera-se mais pro-tegido pelas legislações, con-tratos, acordos. Cria-se maisburocracia de análise, de as-sinar algum acordo. Existegrande diferença cultural sime precisa ter mais conversa e

mais entendimento. Em 2008(ano que foi realizada a Olim-píada em Pequim), os brasi-leiros conheceram mais aChina. Agora, com a Copa, oschineses conheceram mais oBrasil. E essa aproximaçãoajuda a resolver as diferen-ças culturais.

As diferenças entre legis-lações ambientais e traba-lhistas podem dificultar amaior aproximação entre osdois países?

Nós achamos que as legis-lações brasileiras, tanto asambientais como as traba-lhistas, são muito mais rigo-rosas que as da China. A Chi-na está começando a melho-rar muito essa parte ambien-tal e também está aumentan-

do as remunerações traba-lhistas. Nessa parte, o Brasilestá mais avançado. E, estan-do aqui no Brasil, torna-seobrigatório observar todasessas legislações e regula-mentos locais. Então, tere-mos que aprender mais.

De que forma o senhorconsidera que o Escritórioda CNT na China pode ajudarnesse trabalho de aproxima-ção dos empresários chine-ses e brasileiros?

Com a abertura do Escritó-rio da CNT na China, é possívelentender melhor o mercadochinês, o comportamento doempresário chinês. Isso pode-rá ajudar a criar mais oportu-nidades entre Brasil e Chinanessa área de transporte. l

CYNT

HIA

CAST

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201438

Oconsumo de combustí-vel é responsável porum gasto que podechegar a 40% do custo

total da operação de caminhõese ônibus. Para aliviar o ônus emanter a frota em boas condi-ções, empresas investem na re-novação dos veículos e em trei-namentos para que os motoris-tas consigam lidar de maneiraeficiente com as novas tecnolo-gias embarcadas que têm comofoco, entre outros benefícios,economizar o diesel.

Para especialistas do setor, acapacitação dos condutores, alémdos investimentos em novos veí-culos e manutenção eficiente, é o

ponto fundamental para o menorconsumo de combustível.

Daniel Lauri, do Cesvi Brasil(Centro de Experimentação e Se-gurança Viária), afirma que algu-mas empresas possuem departa-mentos de treinamento próprios,uma vez que perceberam que oinvestimento vale a pena. “Háaquelas que recorrem a compa-nhias terceirizadas. Por meio dostreinamentos, os motoristas pro-fissionais têm uma maior ciênciadas ações para minimizar o con-sumo de combustível.”

Lauri ressalta ainda que, alémda manutenção adequada da fro-ta ou do veículo, a utilização cor-reta do tacômetro, conhecido co-

mo “conta-giros”, também é umadica importante para reduzir oconsumo de combustível. “Geral-mente, ele possui uma faixa deRPM (rotações por minuto) verde,sendo que, para um melhor rendi-mento do motor e menor consu-mo do diesel, é importante o mo-torista trabalhar as acelerações eas trocas de marcha dentro dessafaixa verde específica.”

O engenheiro Wagner Fonseca,integrante do Comitê de Cami-nhões e Ônibus da SAE Brasil, des-taca que o treinamento é mesmoum dos investimentos mais efica-zes para a economia de combustí-vel, tanto para empresas comopara o motorista autônomo. “O

condutor capacitado se tornouartigo raro no mercado. O Brasilcomercializa, em média, 150 milcaminhões por ano. A atividaderodoviária aumentou bastante ehouve um apagão de profissio-nais da área. Estar preparado pa-ra lidar com as novas tecnologiasdisponíveis é um diferencial paraempresas e autônomos.”

Segundo Fonseca, a economiade combustível deve ser baseadaem dois pilares: treinamento e ge-renciamento. “Isso envolve, alémda capacitação, manutençãoconstante e auxílio aos motoristasem qualquer circunstância. Algu-mas empresas usam sistemas depremiação como reconhecimento

Economia aoalcance de todos

POR LETICIA SIMÕES

MANUTENÇÃO

Consumo de combustível pode representar até 40% do custo total de ônibus e caminhões

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2014 39

por metas alcançadas pelos pro-fissionais. Essa medida tambémincentiva o motorista a ter umacondução econômica.”

O condutor autônomo, segun-do ele, também deve buscar capa-citação. “Há cursos disponíveisem todo o Brasil, por meio das uni-dades do Sest Senat, além de ou-tras instituições. O autônomo temde conhecer a fundo o caminhãoque opera e o tipo de serviço queexecuta. Economizar combustívelé uma vantagem para todos.”

A empresa de ônibus urbanoTranskuba opera em São Paulo(SP) com 15 linhas regulares. A fro-ta é composta por 274 veículoscom idade média de 5,7 anos. São

551 motoristas na ativa, sendo que276 condutores são formados naprópria empresa. “Os motoristasforam capacitados por meio doprograma intensivo e ininterruptode formação, chamado Escoli-nha”, afirma Denise Monteiro Cos-ta, analista de RH da empresa.

Segundo Denise, o gasto comcombustível na Transkuba repre-senta 17,5% da planilha de custos.A empresa, desde 2008, contacom ações que visam a economiade combustível. “À época, foi rea-lizada uma campanha interna so-bre economia de combustível. Elaenvolveu todos os setores da em-presa, como abastecedores, fis-cais, inspetores, pessoal da área

de manutenção, entre outros. Oresultado foi muito positivo. Outraação integrante foi o treinamentoCondução Econômica, teórico eprático, realizado em sala de aulae em percurso preestabelecido.”

O treinamento contou comequipamentos instalados nos veí-culos para avaliar o desempenhodos motoristas antes e após asorientações. “Desde então, reali-zamos reciclagens anuais sobre otema”, diz a analista.

A empresa investe tambémem novas tecnologias para o con-trole do consumo de combustí-vel, como equipamentos eletrôni-cos montados nas bombas deabastecimento. Segundo Denise,

PANEX/DIVULGAÇÃO

os aparelhos tornam os dadosmais precisos para uma posterioranálise do desempenho da frota.“O maior ganho alcançado comas ações é cultural. Todos os co-laboradores, além das respecti-vas atribuições, têm suas açõesvoltadas para a importância daredução no consumo de combus-tível, que representa o segundomaior custo para a companhia.”

De acordo com Lauri, do Ces-vi, outra forma de se adquirir co-nhecimentos sobre como condu-zir o veículo de forma mais eco-nômica é ler o Manual de Instru-ção de Operação do Veículo. “Oestudo do manual é fundamen-tal não somente por informarcomo conduzir o veículo commelhor eficiência e menor con-sumo de combustível, mas tam-bém por informar como utilizartodas as funções e opções que oveículo pode fornecer.”

As fabricantes de motores pa-ra caminhões e ônibus tambémtêm focado seus produtos parauma direção cada vez mais econô-mica. Uma prática comum é a “en-trega técnica”. Os fornecedoresoferecem todas as informaçõesrelativas aos veículos adquiridosao cliente assim que são retiradosda concessionária.

Muitas delas também ofere-cem treinamentos periódicos,como a FPT Industrial AméricaLatina. A empresa produz pro-

PREVENÇÃO Panex realiza check-list antes e depois de qualquer viagem para reduzir os custos

Page 40: Quase R$ 1 trilhão

Os veículos da marca contamcom o sistema Opticruise, umtutor eletrônico, instalado nopainel, que auxilia o motoristacom dicas de melhorias na con-dução em tempo real.

Jorge Carrer, executivo deDesenvolvimento e AssistênciaTécnica da MAN Latin America,destaca que a fabricante ofere-ce treinamentos contínuos emsua planta em São José dosCampos (SP). As concessioná-rias da marca também contamcom instrutores capacitados pa-ra aplicar os treinos.

Segundo Carrer, as transmis-sões automáticas, além de ser

vez mais presentes no setor trans-portador, inclusive com relação aomotorista autônomo.

“Os programas de incentivopara aquisição de novos veículosfacilitam a compra para o autô-nomo, que também se preocupacom o consumo de diesel e querter o benefício de um caminhãomais econômico.”

Segundo Prado, o custo comcombustível em algumas fro-tas pode chegar a 40% do cus-to total. “Com consumo menor,por meio de treinamentos emanutenção, as vantagens sãomaiores, como a rentabilidadedo veículo.”

‘pelo ouvido’. Observar a faixaverde do conta-giros garanteque o motor entregue a me-lhor potência e torque de ma-neira econômica.”

A Scania, além da entrega téc-nica, oferece o treinamento cha-mado de Master Driver. Ele é mi-nistrado por instrutores capacita-dos e selecionados pela fabricantee auxilia na condução ideal e nomelhor desempenho do veículo.

Marcel do Prado, responsávelpelo portfólio de produtos da Sca-nia no Brasil, afirma que a preocu-pação pela capacitação adequadados motoristas e a busca por veí-culos mais econômicos estão cada

APRENDIZAGEM Motoristas são orientados sobre a con

Sest Senat oferece cursoPREPARAÇÃO

As técnicas a serem seguidaspara a economia de combustívelsão ensinadas no curso Condu-ção Econômica, oferecido peloSest Senat. O conteúdo está dis-ponível nas mais de 140 unida-des em funcionamento no Brasile tem como objetivo ensinar osmotoristas a utilizar toda a tec-nologia dos veículos para umacondução cada vez mais econô-mica e segura. A carga horáriado curso é de 20 horas/aula.

Durante as aulas, ministra-das para motoristas de veícu-los de cargas e de passageiros,são identificados os compo-nentes envolvidos com a ope-ração, o funcionamento com-pleto do veículo, os principaisganhos com a condução eco-nômica e como os novos equi-pamentos auxiliam na econo-mia do óleo diesel.

De acordo com IvanildoLody, instrutor do Sest Senatde Cariacica (ES), a tecnolo-gia existente hoje nos veícu-los facilita a redução no con-

sumo do combustível, porémé importante ter domínio doequipamento. “No curso, en-sinamos como fazer uma ar-rancada programada, comovencer a inércia ou usá-la demaneira favorável.”

As técnicas ensinadas nocurso, segundo o instrutor, po-dem, em até três meses, redu-zir em até 9% o gasto comcombustível, mas a economiavai além. “As técnicas repassa-das contribuem também paraa redução no consumo depneus, do sistema de freios, deóleo lubrificante e do própriomotor”, explica Lody.

Ele também ressalta que astécnicas utilizadas para a redu-ção do consumo do óleo dieselnos veículos de cargas e depassageiros mantêm os equi-pamentos em melhores condi-ções de uso, o que, consequen-temente, reduz o risco de aci-dentes nas vias urbanas e nasrodovias do país.

(Livia Cerezoli)

pulsores que equipam veículoscomerciais destinados a diver-sas aplicações, desde utilitáriosa caminhões pesados.

O diretor de engenharia HeltonLage afirma que a empresa dispo-nibiliza o Plano de ManutençãoProgramada, que prevê todas asmanutenções preventivas neces-sárias para o correto funciona-mento do motor.

Lage destaca que mudarvelhos hábitos também auxiliao motorista na redução decombustível. “É importanteque o profissional convivabem com as novidades. Existeo costume de trocar a marcha

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uma tendência para caminhões eônibus, não oferecem as penalida-des da troca de marchas manualque geram maior consumo. “Oscomandos são simples e, com umaorientação básica, os motoristasconseguem lidar com a tecnolo-gia. Empresas mais atentas às no-vas técnicas adquirem os veículosdotados com tais mecanismosmais rapidamente. Mas o mercadocomo um todo está cada vez maisaberto a essas novidades.” A MANinvestiu na tecnologia V-Tronic detransmissão automática para ca-minhões e ônibus.

A Panex, empresa especializa-da no transporte de carga seca,

com atuação nos mercados dasregiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, conta com umafrota de 380 veículos, sendo quea idade média dos caminhões pe-sados é de três anos.

O diretor operacional PauloBedin afirma que o gasto comcombustível representa 14% docusto total. “A empresa possuium check-list, realizado antes edepois de qualquer viagem. Aação permite identificar os pro-blemas com manutenção liga-dos ao gasto de combustível.Quando verificada alguma alte-ração, a manutenção preventivae corretiva é realizada.”

sa investe em ferramentas pa-ra o controle da velocidade,freada brusca, aceleração, mé-dia de consumo, tempo do veí-culo parado com o motor liga-do, entre outras medidas, in-cluindo treinamentos.”

A manutenção da frota, con-forme esclarece Daniel Lauri, doCesvi, depende da marca e do mo-delo. “Cada veículo possui um pla-no de manutenção específico, po-dendo variar de acordo com suautilização e ou aplicação, que po-de ser de uso severo, de uso mis-to (trajetos urbanos interligadoscom estradas e trechos de serras)e de uso rodoviário. Todos os pra-zos são especificados pela mon-tadora do veículo.”

Outra dica imprescindível,segundo ele, é utilizar com-bustíveis de procedência con-fiável. “Combustíveis adulte-rados podem gerar perda derendimento do motor, causardanos aos componentes dosistema de injeção Diesel eaumentar o consumo.”

Para Lauri, a manutenção,com trocas, ajustes e regula-gens, conforme os prazos equilometragens sugeridos pe-lo fabricante, e a capacitaçãoadequada são garantias demenor consumo de combustí-vel e de maior eficiência daoperação para empresas e au-tônomos. l

De acordo com Bedin, noprocesso, são verificadas a re-gulagem do veículo, a calibra-gem do pneu, a bomba injetora,a análise de ajuste do aerofóliodo veículo, bem como a trocados filtros, conforme determi-nação do fabricante.

Bedin ressalta ainda que osinvestimentos na renovação dafrota geram uma “economiaconsiderável em relação a veí-culos mais antigos”. “Contudo,o que determina se os veículosvão oferecer maior economianão é apenas o tempo de fabri-cação, e sim como são condu-zidos pelo motorista. A empre-

dução econômica nos cursos do Sest Senat

• Mantenha os pneus sempre com a pressão correta, de acordo

com o Manual do Fabricante, pois pneus descalibrados fazem com

que o veículo consuma mais combustível

• Procure não andar com os vidros abertos. Essa ação proporcionará

menor arrasto aerodinâmico do veículo, diminuindo sua perda de

velocidade e melhorando o consumo

• Procure reduzir o uso do ar-condicionado, deixando para ligá-lo

apenas nas horas mais quentes do dia e desligando-o minutos

antes de chegar ao seu destino

• Procure eliminar cargas desnecessárias no interior do veículo:

quanto maior o peso no interior, maior o consumo

• Procure aproveitar ao máximo a velocidade do veículo, reduzindo as

marchas em breves paradas, como em semáforos e faixas de segurança.

Quando menos o freio for usado, menor será o consumo de combustível

• Arranque suavemente. Os momentos de maior consumo são aqueles

quando o veículo é colocado em movimento a partir do repouso (inércia).

Desta maneira, quanto mais suave, mais econômica será a partida

• Procure desligar o veículo em paradas com tempo superior a 5 minutos

• Preste atenção na rotação do motor. Todo motor possui uma faixa de

rotação ideal em que o motor possui maior eficiência térmica e

volumétrica. Rotações abaixo ou acima da ideal fazem com que o motor

consuma mais que o necessário para a realização do mesmo trabalho

• Não conduza o veículo desengrenado. Os veículos com injeção eletrônica

de combustível possuem um dispositivo chamado cut-off, em que o

consumo é reduzido quando o veículo se encontra engrenado e com o

acelerador na posição de repouso. Caso o veículo ande “na banguela”,

haverá maior consumo para manter o motor em marcha lenta

• Esteja atento para a manutenção do veículo. Filtros de ar e combustível

obstruídos, válvulas injetoras sujas, velas de ignição desgastadas e

defeitos nos sensores e atuadores da injeção eletrônica poderão

aumentar consideravelmente o consumo

Fonte: Programa Despoluir/CNT

COMO ECONOMIZAR COMBUSTÍVEL

SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201442

Aprodutividade do setorde transporte urbanovem caindo nos últimosanos devido a fatores,

como a queda da velocidade ope-racional dos ônibus, o aumentodos insumos e a competição cres-cente com o transporte individual.

De acordo com dados do balan-ço divulgado pela NTU (AssociaçãoNacional das Empresas de Trans-portes Urbanos), no início de agos-to, no ano passado, 175 milhões depassageiros deixaram de usar ossistemas de ônibus coletivos emnove cidades brasileiras – Belo Ho-

rizonte (MG), Curitiba (PR), Fortale-za (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre(RS), Recife (PE), Rio de Janeiro(RJ), Salvador (BA) e São Paulo.Diariamente, são 560 mil passa-geiros a menos por dia. Os núme-ros contabilizam viagens únicasrealizadas por pessoa. Em 18 anos(1995-2013), a demanda de passa-geiros registrou queda de 30%.

Com a redução, as empresaspassaram a gastar mais paramanter o mesmo padrão dos ser-viços, o que impediu a economiade R$ 47 bilhões no período, valorque poderia estar sendo aplicado

em melhorias na infraestrutura ena prestação dos serviços, redu-zindo, inclusive, o custo para osusuários. “Hoje, a tarifa paga pe-los passageiros é mais alta do queem anos anteriores, justamente,por essa redução. Se a produtivi-dade de 1995 fosse mantida, aspassagens poderiam custar até30%”, afirma Otávio Vieira da Cu-nha, presidente da NTU.

Um dos principais fatores queexplicam a fuga dos passageirosnos sistemas é a baixa velocidadealcançada pelos ônibus nos gran-des centros urbanos. Os números

mostram que a velocidade comer-cial desses veículos teve reduçãode 50% nos últimos dez anos,passando de 25 km/h para 12km/h, em média. “Infelizmente,estamos andando na contramãodaquilo que existe no restante domundo. Em vez de incentivar otransporte coletivo, atrair novasdemandas e baratear o custo doserviço, verificamos queda no nú-mero de passageiros transporta-dos, aumentando o custo do ser-viço e a tarifa, fazendo com quehaja uma migração para outro ti-po de transporte”, destaca Cunha.

Produtividadeem baixa

POR LIVIA CEREZOLI

PASSAGEIROS

Balanço divulgado pela NTU mostra que, em 2013, 560 milpassagens de ônibus urbano deixaram de ser vendidas por dia

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2014 43

Outro fator que tem provoca-do impacto nas empresas do se-tor de transporte urbano é o rea-juste no preço do óleo diesel. So-mente nos meses de novembro edezembro do ano passado, o com-bustível registrou alta de 16,9%. Oóleo diesel representa 25% doscustos operacionais das empre-sas e é o segundo insumo demaior peso, perdendo apenas pa-ra a mão de obra.

Além disso, as empresas pas-saram a conviver nos últimosanos com atos criminosos, comoa queima de ônibus, que também

impactam nos serviços prestadospelas empresas. De acordo comos dados da NTU, em dez anos (de2004 a junho de 2014), 965 veícu-los foram incendiados em 52 cida-des brasileiras. Só nos primeirosseis meses deste, ano foram 429casos, uma alta de 230% em rela-ção a 2013, quando foram regis-tradas 130 ocorrências.

O artigo nº 250 do Código Pe-nal prevê pena de três a seis anosde prisão e multa a quem causarincêndio, expondo a perigo a vida,a integridade física ou o patrimô-nio de outrem. Quando o incêndio

é causado em veículo de trans-porte coletivo, a pena aumentaem um terço.

Para solucionar o problemada produtividade no setor, a NTUapresentou oito medidas funda-mentais para que em médio pra-zo o transporte público no Brasilseja mais eficiente e tenha maisqualidade. Entre as propostas daassociação estão a priorizaçãode circulação para o transportecoletivo sobre o individual, acontinuidade dos investimentosfederais, estaduais e municipaisna infraestrutura, a implantação

de redes de transporte integra-das, multimodais e de alto de-sempenho, a implantação deuma política de mobilidade cons-truída com a participação efeti-va da sociedade. Também com-põem a lista de propostas a ne-cessidade de elaboração imedia-ta de planos diretores e de mo-bilidade em cumprimento à leinº 12.587, a desoneração dos tri-butos municipais, estaduais e fe-derais, a criação de subsídio comrecursos públicos às gratuidadese o subsídio ao serviço, a ser pa-go por meio de fundo com recur-sos dos combustíveis.

No fim deste mês, a NTU reali-za mais uma edição do seu semi-nário nacional onde serão discu-tidas as necessidades e as pro-postas de melhoria dos serviçosde transporte no país. l

EVENTOSeminário Nacional NTU 2014

Transporte Público Urbano:Como atender as demandas sociais?Data: 27 e 28 de agostoOnde: Hotel Royal Tulip –Brasília (DF)Maiores informações:www.ntu.org.br

ELZA FIÚZA/AGÊNCIA BRASIL

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de Santo André, com uma pla-ca de Pare, Olhe, Escute oumesmo com uma barreira bas-culante? Todos são elementosde sinalização utilizados noscruzamentos rodoferroviários,chamados de passagens emnível, e servem para alertarmotoristas e pedestres dapresença de uma linha ferro-viária ativa. Porém, como nemtodo mundo conhece esses si-nais, eles acabam sendo igno-

rados em várias localidades, oque resulta na ocorrência deacidentes nos cruzamentosentre ruas e ferrovias.

Para solucionar esse pro-blema, a ANTF (AssociaçãoNacional dos TransportadoresFerroviários) encaminhou aoContran (Conselho Nacionalde Trânsito), em abril, umaproposta de alteração da re-solução nº 160/04, que dispõesobre os sinais de trânsito. O

objetivo é incluir a sinaliza-ção ferroviária dentro do Có-digo de Trânsito Brasileiro, fa-zendo com que ela seja de co-nhecimento obrigatório eobedecida por motoristas epedestres para reduzir o nú-mero de acidentes que aindaocorrem nos cruzamentos.

“Nem toda a sinalizaçãoferroviária está incluída nocódigo brasileiro de sinais detrânsito. E, por isso, falta co-nhecimento sobre ela. Quemtrabalha no setor identifica asplacas de alerta, mas motoris-tas e pedestres não. Isso fazcom que haja muito desres-peito à sinalização”, explicaAloysio Libano Paula, especia-lista em análise de risco daMRS Logística.

De acordo com Paula,atualmente, o Código de Trân-sito Brasileiro apenas instituicomo infração gravíssima, su-jeita à multa e perda de setepontos na CNH (Carteira Na-cional de Habilitação), deixarde parar o veículo antes detranspor linha férrea. “Preci-samos incluir também nas in-frações o avanço da linhaquando houver um trem nocampo de visão do motorista,independente da distância em

Proposta quer incluir a sinalização ferroviária noCódigo de Trânsito Brasileiro para reduzir aindamais o número de acidentes nos cruzamentos

POR LIVIA CEREZOLI

Segurançanos trilhos

FERROVIAS

As placas de ParadaObrigatória, Dê aPreferência e Proibi-do Parar e Estacio-

nar já são de conhecimentoobrigatório de todos os moto-ristas, profissionais ou não. Eno dia a dia, pedestres, quemuitas vezes também são mo-toristas, acabam entendendoo significado delas.

Mas o que fazer quandonos deparamos com uma Cruz

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que ele esteja, o não respeitoaos sinais de alerta e a ultra-passagem das barreiras quan-do essas estão abaixadas”,destaca ele.

A sinalização ferroviária édefinida pela norma 15.942 daABNT (Associação Brasileira deNormas Técnicas) e pode serpassiva ou ativa, dependendodas características do cruza-mento, como volume de trân-sito e movimentação de trens

no cruzamento. Entende-sepor sinalização passiva aquelaque permanece estática, anun-ciando apenas a existência docruzamento e, normalmente,constituída de placas.

Entre os elementos quecompõem a sinalização ferro-viária passiva estão placa deadvertência no formato deCruz de Santo André, exibindoem um dos braços a mensa-gem Via Férrea e no outro,

Cruzamento, placa de regula-mentação transmitindo a or-dem Pare, Olhe, Escute, comcada uma das palavras emuma linha horizontal, placa deindicação informando o nú-mero de linhas componentesda passagem em nível e placacom a palavra Trem, alçada aocentro da pista de rolamento.

A sinalização ativa é aque-la que muda de aspecto devi-do à aproximação de uma

composição, podendo ser umsinal sonoro ou luminoso, eaté mesmo, quando necessá-rio, uma cancela, que impeçaa invasão da linha durante apassagem do trem. Os conjun-tos da sinalização devem sercompostos de um ou maisdesses elementos, de acordocom as necessidades específi-cas de cada local (veja deta-lhes na figura da página 46).

“Os cruzamentos têm ca-

FTC/DIVULGAÇÃO

VARIAÇÃO Os modelos de placas e sinais de alerta levam em conta a movimentação de trens e veículos nas passagens em nível

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racterísticas e necessidadesdiferentes, que variam deacordo com a movimentaçãoferroviária e de veículos e depedestres. Existem situaçõesem que apenas a Cruz de San-to André é suficiente. Em ou-tras, deve-se acrescentar umsinal sonoro e luminoso, atéchegar a implantação de can-celas”, explica Abel Passagno-lo Sergio, coordenador do Co-mitê Operacional da ANTF e

ALERTA Sinalização de

SINALIZAÇÃO FERROVIÁRIAVeja exemplos

Os conjuntos devem ser compostos de um ou mais dos elementos apresentados na figura, de acordo com as necessidades específicas de cada local:

Obs.: Em casos extremos, é necessária também a utilização de cancelas que impedem temporariamente o acesso à linha férrea

Fonte: ANTF

• Placa de indicação informando o número de linhas componentes da passagem em nível

• Sinal sonoro

• Sinal luminoso com um ou mais pares de focos luminosos, com emissão de luzna cor vermelha, de funcionamento intermitente e em alternância entre osintegrantes de um mesmo par

• Placa de advertência no formato de Cruzde Santo André, exibindo em um dos braços a mensagem “Via Férrea” e no outro, “Cruzamento”

• Placa de regulamentação transmitindo aordem “Pare, olhe, escute”, com cada umadas palavras em uma linha horizontal

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gerente da divisão de manu-tenção e transporte da FTC(Ferrovia Teresa Cristina).

O decreto presidencial nº1.832/96 afirma que a respon-sabilidade pela implantação emanutenção da sinalização naspassagens em nível é do enteque se instalou por último nolocal e, portanto, criou o cruza-mento (prefeituras em viasmunicipais; Estado em vias es-taduais e o governo federal em

vias federais). “Na maioria doscasos, as ferrovias são anterio-res aos cruzamentos, mas asconcessionárias, para garantira segurança das comunidadesonde atuam, assumiram o con-trole da sinalização nas passa-gens em nível”, explica EllenCapistrano Martins, superin-tendente da ANTF. De acordocom ela, a implantação de no-vos cruzamentos está sendoanalisada com mais rigor.

Atualmente, a malha ferroviá-ria brasileira de transporte decargas operada pela iniciativaprivada possui 27.782 km, sendo23.053 km com densidade de trá-fego. Ao todo, são 12 concessõessob a responsabilidade de 11 con-cessionárias. Em toda a extensão,existem 12.289 passagens em ní-vel, sendo 2.659 consideradascríticas e 276 prioritárias, segun-do levantamento realizado peloProsefer (Programa Nacional de

Segurança Ferroviária em ÁreasUrbanas), de responsabilidade doDnit (Departamento Nacional deInfraestrutura de Transportes).

Além de aumentar o risco deacidentes, as passagens em ní-vel, com as invasões de faixade domínio reduzem a veloci-dade e dificultam as manobrasdos trens em áreas densamen-te povoadas. Nesses locais, avelocidade passa de 40 km/hpara até 5 km/h. l

ve ser respeitada por motoristas e pedestres nos cruzamentos rodoferroviários

MRS/DIVULGAÇÃO

Acidentes caem a cada ano

SEGURANÇA

Os investimentos realiza-dos pelas concessionárias naimplantação e na manuten-ção da sinalização ferroviáriatêm contribuído para a redu-ção do número de acidentesnos cruzamentos.

Segundo o balanço divul-gado pela ANTF (AssociaçãoNacional dos TransportadoresFerroviários), em maio, no anopassado, foram registrados864 acidentes, contra 952 em2012, o que corresponde a umaqueda de 9,2%. Desde que ainiciativa privada assumiu amalha ferroviária, o númerode ocorrências de acidentescaiu de 3.703 em 1997 para 864em 2013, uma queda de 77%.Essa redução, em grande par-te, é resultado dos investimen-tos realizados pelas conces-sionárias em modernizaçãotecnológica, em treinamentose em manutenção, de acordocom a entidade.

No que se refere ao índicede acidentes, de 2012 para 2013,a redução no número de ocor-rência envolvendo trens decarga passou de 12,96 para12,05 por milhão de trens porquilômetro. Com o resultado de

2013, o índice de acidentes dasferrovias de cargas concessio-nadas permanece dentro dospatamares dos níveis de refe-rência internacional, que va-riam de 8 a 13 ocorrências pormilhão de trens por quilômetro.

De acordo com a ANTF,além da implantação e da ma-nutenção da sinalização, a rea-lização permanente de campa-nhas educativas, preventivas ede conscientização nas comu-nidades por onde as ferroviaspassam também contribuírampara a redução no número deacidentes. Nas ações realiza-das pelas concessionárias, sãodistribuídos panfletos, gibis, li-vretos e material escolar con-tendo orientações sobre oscuidados necesários. Tambémsão realizadas palestras, blitzenas passagens em nível, colo-cação de cartazes em pontoscríticos e divulgação nas mí-dias locais.

Agora, a ANTF tambémtrabalha com o Contran paraque seja realizada uma cam-panha nacional de conscien-tização sobre a importânciade se respeitar a sinalizaçãoferroviária.

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nessas regiões alagadas. A vi-da dessa população ribeirinhadepende totalmente das viasfluviais, e o transporte regio-nal ocorre em embarcaçõesmistas que compartilham pas-sageiros e cargas. Mas, muitasvezes, as passagens são carase as condições de muitos bar-cos e dos terminais hidroviá-rios são precárias, necessitan-

Para milhares de pes-soas que moram naregião amazônica, oacesso às suas casas

só é possível pela água ou pe-lo ar. Até mesmo no entornode Manaus, capital do Amazo-nas, há famílias vivendo emmoradias flutuantes ou cons-truídas sobre palafitas: siste-ma que usa pilares e é útil

do de maior atenção do poderpúblico.

A reportagem da CNTTransporte Atual esteve emManaus e Iranduba, no Amazo-nas, e conheceu um pouco arealidade dessas pessoas. Porano, são 9 milhões de passa-geiros no transporte regionalda Amazônia e cerca de 4 mi-lhões de toneladas de cargas

Moradores do interior, às margens dos riosda Amazônia, sofrem com precariedade dos terminais, passagens caras e viagens longas

POR CYNTHIA CASTRO

Mais atençãoaos ribeirinhos

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

VIAGEM

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FOTOS CYNTHIA CASTRO

COSTUME Casas construídas sobre a água, no rio Negro; vida das pessoas depende do transporte fluvial

ENSINO Alunos em escola flutuante na Comunidade Lago do CatalãoFamília de Juruá e Codajás em barco que irá para o interior

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era legalizado. Mas, de avião,cada trecho custaria o dobro,uns R$ 600”, disse Maria. Elatrabalha revendendo roupa e,apesar das dificuldades vivi-das no município ribeirinho,não sente vontade de sair delá. “A vida é muito melhor doque na correria da cidadegrande. Tem natureza e tran-quilidade onde eu moro. EmManaus, há muita violência.”Maria e sua família passaram a

ração.” O caminho até Manausfoi longo e caro, conforme re-latou a mãe, Maria. Ela e o fi-lho moram em uma cidade di-ferente de Angenina, Juruá.São cerca de três dias de via-gem até a capital, e as passa-gens custam R$ 300 por pes-soa, apenas um trecho.

“É muito caro e só venho aManaus uma vez por ano. Oaeroporto da região onde mo-ro está interditado porque não

movimentadas, conforme da-dos de uma pesquisa da Antaq(Agência Nacional de Trans-portes Aquaviários), incluindoo transporte misto nos Esta-dos do Amazonas, Pará, Amapáe Rondônia. Dos 106 terminaisavaliados na região, 81% têmbaixo padrão de qualidade.

Grande parte das embarca-ções analisadas pela Antaqapresenta problemas, comomá qualidade da água a bor-do, lançamento de dejetos norio, condições ruins de equi-pamentos de refrigeração econgelamento e ambiente nãoadequado nas cozinhas. Mas,mesmo nos barcos que ofere-cem melhores condições, háproblemas, como o elevadopreço das passagens.

Essa foi a principal queixada família da amazonense An-genina Gomes da Silva, 44.Moradora de Codajás, ela es-tava em Manaus com as filhasMaria, 22, e Valeska, 8, e como neto, Eduardo, 5. Foram àcapital para a consulta do me-nino a um cardiologista. “Eleestava sentindo falta de ar, edescobriram um sopro no co-

ABASTECIMENTO Balsas com produtos diversos para cidades ribeirinhas

TRANSPORTE REGIONAL Muitos barcos saem de Manaus com passageiros e cargas

“É muito caroe só venho aManaus umavez por ano”

MARIA SILVA, MORADORA DE JURUÁ

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noite na embarcação. Assimcomo os outros passageiros,elas levaram suas redes paradormir no barco e iniciar a via-gem no dia seguinte.

A dificuldade de acesso e avontade de conseguir um me-lhor emprego levam muitosmoradores do interior a quere-rem viver nas capitais. Foi as-sim com Antônio Edmar, 32. Aoconversar com a reportagemdentro da embarcação onde

trabalha, uma das mais estru-turadas que operam em Ma-naus, ele fez um apelo: “o Brasilprecisa olhar mais para essapopulação ribeirinha da regiãoNorte. Tem que haver um incen-tivo do governo para melhoraresse transporte por aqui”.

Antônio Edmar nasceu emBenjamin Constant, a uma dis-tância de 1.100 km da capital,em linha reta, e a pouco maisde 1.600 km, na rota pelos

rios. No Amazonas, é assim. OEstado banhado pela baciaamazônica tem referências di-ferentes de outras regiões doBrasil. A estrada, na maioriadas vezes, é o rio. Na cidadenatal de Antônio Edmar não épossível ter acesso via terres-tre. Ele viveu lá até os 15 anose foi para Manaus. Hoje, traba-lha como gerente de uma em-barcação que leva passagei-ros, mantimentos, medica-

EQUILÍBRIO Carregamento de balsa que abastece o interior

ALTERNATIVA Antônio se mudou para Manaus para trabalhar

“As perspectivas

são pequenas.Falta emprego,

falta tudo”ANTÔNIO EDMAR,

GERENTE DE EMBARCAÇÃO

Pesquisador defende subsídio

QUALIDADE

O estudo Caracterizaçãoda Oferta e da Demanda doTransporte Fluvial de Passa-geiros na Região Amazônicafoi desenvolvido pela Antaq(Agência Nacional de Trans-portes Aquaviários) por meiode um termo de cooperaçãocom a UFPA (Universidade Fe-deral do Pará). A pesquisaanalisou 600 embarcaçõesregulares. Mas estima-se queo número, incluindo as quenão são oficialmente registra-das, seja bem maior. A maio-ria (63,5%) é construída comcascos de madeira.

Segundo o coordenador dapesquisa, o engenheiro e dou-tor naval Hito Braga, é neces-sária uma ação governamen-tal para que os problemas dotransporte regional de passa-geiros possam ser soluciona-dos na região. “Essa realidadesó mudará se o governo inter-

vir de alguma forma. Pode seruma ação federal, mas com oenvolvimento de todas as es-feras, já que são linhas inte-restaduais”, disse Braga, que édiretor da Faculdade de Enge-nharia Naval da UFPA.

O pesquisador ressalta quea população da região amazô-nica tem pouco recurso e queo transporte deveria ser subsi-diado. “Há muitas embarca-ções de madeira, antigas. Mui-tos desses proprietários debarcos que operam o trans-porte de passageiros não têmcondições de bancar uma em-barcação nova, e a populaçãonão teria como pagar passa-gens ainda mais caras. Paraque o serviço tenha mais qua-lidade, falta o governo investirmais.” De acordo com Braga,esse transporte regional mistoé de fundamental importânciapara a economia local.

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mentos e todos os outros ti-pos de produtos para as popu-lações ribeirinhas. “Deixei pai,mãe e seis irmãos. Era neces-sário sair porque as perspec-tivas são pequenas. Falta em-prego, falta tudo.”

O morador da região cita anecessidade urgente de me-lhoria de acesso a muitos ter-minais hidroviários das cida-des às margens dos rios etambém a importância de ogoverno criar incentivos ao

Mais de cem famílias vivem em casas flutuantes

LAGO DO CATALÃO

Na comunidade de Lago doCatalão, que pertence ao mu-nicípio de Iranduba (AM), asruas são feitas de água. Parair à escola, à igreja, ao comér-cio ou à casa de um amigo, otransporte fluvial é impres-cindível. Mais de cem famíliasvivem em casas flutuantes,construídas com uma madei-ra chamada assacu. A repor-tagem da CNT TransporteAtual visitou essa comunida-de, que fica próximo da cida-de de Manaus e também doencontro das águas dos riosNegro e Solimões.

Saindo do porto da Ceasa,em Manaus, são cerca de 30minutos em uma pequenaembarcação muito comumna região, a voadeira. O tem-po do percurso pode demo-rar mais um pouco para quese possa apreciar o encontrodas águas e outras belezasda região amazônica. No tra-jeto, o piloto José RaimundoAraújo, 29, conta que moracom a mãe na comunidade ese acostumou a viver sobre aágua. Ele lembra que muitasembarcações foram evoluin-do com o tempo e que, geral-mente, cada morador tem asua própria para poder se lo-comover, seja ela uma canoaou um barco com motor.

Para quem vive longe des-ses rios enormes da Amazô-nia, em cidades onde o trans-porte fluvial não é usual, háum primeiro impacto de estarem um lugar em que a vida seconstrói totalmente sobre aságuas. O lazer das crianças gi-ra em torno do rio, mas elastambém arrumam espaços pa-ra jogar até mesmo futebol.

Aprender a nadar é uma dasprimeiras necessidades logona infância, conforme comen-ta o morador Raimundo Ferrei-ra Luiz, 66, que é agricultoraposentado. Ele e sua esposa,Sebastiana da Silva, 57, rece-beram a CNT TransporteAtual na casa flutuante ondeo casal mora com seis filhos eum neto. No tempo em que es-tivemos lá, não foi possívelsentir qualquer balanço.

“Esse é um primeiro cuida-do que precisamos ter: ensi-nar as crianças a nadar. Jáhouve caso de crianças mor-rerem afogadas. Então, temde aprender a nadar o quantoantes. Assim, todos ficammais tranquilos”, diz Raimun-do Ferreira. Ele é o pastor daigreja Mensageiro da Luz, quefunciona em uma construçãode madeira ao lado da casaonde mora com a família. Fer-reira e a esposa levaram a re-portagem para conhecer oquintal da casa onde vivem.Nos fundos da residência, háuma área de serviço aberta,com vista para o rio, onde fi-cam estacionadas as embar-cações da família. “Todo mun-do tem que ter um barco aqui.Senão, não dá para viver”, re-força Ferreira.

SonhoDiariamente, ele leva e

busca o filho que trabalha emManaus. E costuma ir uma vezpor mês à capital do Amazo-nas para fazer compras oupara se consultar com algummédico. Em Catalão, há co-mércio local. Mas Ferreiraafirma que o preço é mais al-to, então, vale a pena ir a Ma-

naus. Ao comentar sobre oestilo de vida de se morar so-bre as águas de um rio, o pas-tor e agricultor aposentado éenfático, e não tem a menordúvida em dizer: “Eu não tro-caria nunca a vida que tenhoaqui pela vida na cidade.”

Ferreira lembra que sem-pre cultivou o sonho de morarem uma casa flutuante na re-gião amazônica. Ele vivia nomunicípio de Manaquiri, quan-do trabalhava como agricultor.Há poucos anos, conseguiujuntar dinheiro e comprar acasa flutuante. “Esse era omeu maior sonho. Não meacostumo a morar na cidade. Ésempre muito agitado. Aqui,temos mais tranquilidade. Éuma vida bem melhor, commuita paz e natureza.” Ferreiraconta que a casa - com trêsquartos, sala e cozinha - cus-tou R$ 6.000 e hoje deve valermais de R$ 40 mil.

Na Escola Municipal NossaSenhora Aparecida, estudamcerca de 130 alunos, crianças eadolescentes. Conforme o pro-fessor Gilson Amsterdã, 30, naépoca de cheia, eles chegam àescola sempre de barco. Masna seca é possível ir cami-nhando para algumas casasda comunidade, que deixamde ser flutuantes. Entretanto,o acesso a Manaus continuasendo de barco. Segundo osmoradores, a seca é pior por-que a região fica mais poluída,com mau cheiro – tanto pelamorte de peixes como pelo es-goto. O professor comenta quenão é difícil administrar osalunos em uma escola flutuan-te. “Eles já estão acostumadosa viver assim sobre as águas.”

HÁBITO Quintal

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transporte aquaviário paraque os preços das passagenspossam ser reduzidos. “Aspessoas ficam ilhadas na flo-resta. Tem gente que não vema Manaus há 60 anos. A popu-lação não tem muitas condi-ções de pagar, e muitas pas-sagens custam caro mesmo.”

DistribuiçãoPara que os produtos ne-

cessários cheguem à popula-ção ribeirinha da Amazônia,

há uma importante logísticaregional de distribuição. Umadas empresas que atuamnessa área, a HC TransportesRodofluvial, faz a ponte en-tre as grandes transportado-ras que trazem produtos dasdiversas regiões do Brasil eos barcos menores queatuam em Manaus fazendoessa distribuição regional. Aempresa contrata o serviçodas embarcações mistas decargas e passageiros.

Para algumas cidades ribei-rinhas, como Ipixuna, a viagemchega a demorar 22 dias. São1.367 km em linha reta e 2.936km de distância fluvial. O dire-tor-geral da empresa, JoséAraújo, comenta que os rios daregião amazônica são comoestradas com muitas curvas,aumentando a distância entreas cidades. Há problemas in-trínsecos à região. No períodode seca, são comuns as quei-madas que tiram a visibilidade

EDUCAÇÃO Escola municipal flutua na água

“É umavida bem

melhor, commuita paz enatureza”

RAIMUNDO FERREIRA LUIZ, PASTOR E MORADOR DE CATALÃO

da casa flutuante de Raimundo Ferreira Luiz; embarcação é necessidade

FAMÍLIA Sebastiana vive com marido, filhos e neto em Catalão

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te foi citado durante os deba-tes da 2ª TranspoAmazônia(Feira e Congresso Interna-cional de Transporte e Logís-tica), que aconteceu em Ma-naus no fim do mês de maio.O atual ministro dos Trans-portes, Paulo Passos, esteveem Manaus e ocupava na épo-ca o cargo de presidente daEPL (Empresa de Planejamen-to e Logística).

Na ocasião, Paulo Passos dis-se à reportagem da CNT Trans-

transportam as mercadorias.“Em alguns locais, não há nembalsa flutuante. O barco des-carrega em barrancos onde háuma escada de madeira. Háuma falta de infraestrutura ge-ral, e o poder público precisaolhar para a precariedade dascidades ribeirinhas e tomaratitudes. Há um certo descasodo país com essa região Nor-te”, afirmou José Araújo.

O problema do transportede passageiros na região Nor-

e atrasam ainda mais as via-gens. Também há ocorrênciade pedrais no caminho e riscode encalhamento. Na chuva, háinundações e outros proble-mas. Há também a ocorrênciade roubo de carga.

Mas, além desses proble-mas, o diretor-geral da HCTransportes Rodofluvial tam-bém cita a precariedade dosterminais hidroviários das ci-dades ribeirinhas e as condi-ções em que muitos barcos

SOBREVIVÊNCIA

“Há um certo descasodo país com aregião Norte”

JOSÉ ARAÚJO, DIRETOR-GERAL DA HC TRANSPORTES RODOFLUVIAL

TRANSPORTE MISTO

Veja alguns números do transporte regional de cargas e de passageiros na região amazônica pesquisada pela Antaq

Terminais hidrográficos (nível de atendimento)Baixo 81%Médio 15%Elevado 4%

Índices geraisMovimentação de passageiros 9 milhões por anoMovimentação de cargas 4 milhões de toneladas por anoAumento médio da demanda 12% até 2022

Frota (material utilizado no casco)Madeira 63,5%Aço 22%Alumínio 10,1%Fibra 4,5%

Fonte: Pesquisa Antaq

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porte Atual que o governo fe-deral está trabalhando para me-lhorar as condições dos termi-nais hidroviários da região ama-zônica. “Em relação às instala-ções nas cidades de pequenoporte, o Ministério dos Trans-portes já vem, há pelo menossete anos, investindo nos cha-mados terminais hidroviários dointerior. Isso tem significadocriar condições de chegada e desaída das populações e das car-gas, criando condições de digni-

dade que antes não existia”,afirmou Paulo Passos.

Mas apesar das melhoriasque o governo garante esta-rem acontecendo, para quemmora na região amazônica, asensação é de que ainda hámuito a se fazer. “A populaçãoribeirinha se sente esquecida.Os terminais são praticamen-te inexistentes em muitos lu-gares. É preciso aumentar aatenção”, disse o comandanteRaimundo Medeiros. Há 40

anos pilotando barcos nosrios Negro e Solimões, eleconta que ainda hoje se senteemocionado ao levar manti-mentos e outros produtos es-senciais às cidades do inte-rior. “É muito gratificante sa-ber que, de alguma forma,conseguimos ajudar essaspessoas que sofrem com tan-tos problemas.” l

Leia sobre subsídio à avia-ção regional na página 56

Comunidade Lago do Catalão precisa do transporte fluvial

TRABALHO José Raimundo Araújo, morador da comunidade e piloto de voadeira

RIO NEGRO Na região, é constante a ocorrência de casas sobre as águas

“A populaçãoribeirinhase sente

esquecida”

RAIMUNDO MEDEIROS, COMANDANTE DE EMBARCAÇÃO

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Oestímulo à aviação re-gional e a consequen-te melhoria do acessoa regiões do interior

do país fazem parte dos objeti-vos de uma ação proposta pelogoverno federal, que publicouuma medida provisória no “Diá-rio Oficial da União”, no fim dejulho. A partir de 2015, serãopromovidos subsídios a esse ti-po de transporte aéreo, o quepoderá permitir o aumento donúmero de passageiros e amaior integração nacional.

Com recursos do Fnac (FundoNacional da Aviação Civil), deveser liberado R$ 1 bilhão para ossubsídios no primeiro ano. E ou-

tros R$ 7,3 bilhões devem seraplicados na reforma, ampliaçãoe construção de 270 aeroportos.“O voo regional é muito caro.Queremos dar regularidade epontualidade. As pessoas preci-sam saber que em determinadodia e em horários definidos te-rão a possibilidade de voar. Tam-bém queremos criar condiçõesfísicas para isso”, disse o minis-tro da SAC (Secretaria de Avia-ção Civil), Moreira Franco.

Segundo o ministro, será fei-ta uma reavaliação, anualmenteou de dois em dois anos, sobreesse valor de R$ 1 bilhão. “Nossoobjetivo é garantir que ummaior número de brasileiros te-

nha possibilidade de usar a avia-ção na sua mobilidade. Mas fare-mos avaliações periódicas sobrea eficácia para diminuir ou au-mentar o volume de recursos.Quando o mercado estiver con-solidado, poderemos acabarcom essa ferramenta”, afirmouMoreira Franco.

A medida, que cria o Progra-ma de Desenvolvimento da Avia-ção Regional, ainda está sendoregulamentada. Mas a ideia éque o subsídio esteja vinculadoa até 50% dos assentos oferta-dos, sendo no máximo 60 poltro-nas por trecho de voos que le-vem ou tragam pessoas do inte-rior. Segundo informações da

SAC, 40 milhões de brasileirosvivem a mais de 100 km de umaeroporto com voos regulares.Há casos em que essa distânciachega a aumentar até oito ve-zes. Atualmente, há apenas cemaeroportos no interior.

O ministro disse ainda que,em 2013, a prioridade dos traba-lhos foram os leilões de conces-sões dos aeroportos do Galeão(RJ) e de Confins (MG). Depois,veio a Copa do Mundo. E, agora,a prioridade é o maior investi-mento nos aeroportos regionais.

Na região Norte, os valoresadicionais serão maiores, mastodos os detalhes ainda vão serregulamentados. “No Norte, as

Subsídio para aaviação regional

POR CYNTHIA CASTRO

AEROVIÁRIO

Voos para o interior devem receber R$ 1 bi em um ano pararedução de preços de passagens e estímulo à integração

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distâncias se medem por dias debalsas e horas de voo. Portanto,teremos um subsídio maior”,afirmou Moreira Franco.

De acordo com o secretáriode Políticas Regulatórias da SAC,Rogério Coimbra, esses valoresirão variar conforme os aero-portos. Aqueles que tiverem me-nor densidade de passageirosdeverão receber maior assistên-cia. Ele destacou que a medidavisa tanto a oferta de transpor-te para as pessoas que moramnessas regiões do interior quan-to o estímulo ao turismo.

Está prevista a isenção de ta-rifas aeroportuárias e aeronáu-ticas cobradas das empresas e

da taxa de embarque cobradados passageiros. “Queremosconstruir uma política de incen-tivo para que a população se be-neficie”, comentou Coimbra. Se-gundo ele, o preço médio porquilômetro é 31% mais alto nosvoos regionais em relação aosvoos que passam pelas capitais.

Com as medidas anunciadas,a proposta do governo é deixar96% dos brasileiros mais próxi-mos dos aeroportos. Conformeinformações da SAC, todas asmedidas irão refletir na diminui-ção dos custos operacionais e,consequentemente, na reduçãodo preço da passagem. A ideia éque isso possibilite a aproxima-

ção do preço cobrado pelos ôni-bus. Moreira Franco afirmou queas medidas não agridem a liber-dade tarifária no setor aéreo,considerada pelo ministro comoum grande avanço nessa área.

Moreira Franco reforçou tam-bém que, além do subsídio, otrabalho prevê outros dois eixosimportantes: o da infraestrutu-ra, com reforma e ampliação depistas, pátios e terminais, e o dagestão, com a definição de re-gras para as operadoras dosaeroportos regionais.

Dos 270 aeroportos que de-vem ser reformados, ampliadosou construídos, 40 receberammelhorias nos últimos anos. O

ministro não informou quandotodas essas intervenções de-vem ser concluídas nos 270aeroportos previstos no plano.Em relação à segurança, deacordo com a SAC, cerca de 30aeroportos receberam R$ 26,1milhões para aprimorar a estru-tura de navegação aérea. Ou-tros R$ 68,3 milhões foram des-tinados à compra de veículos decombate a incêndios.

GestãoA SAC informou ainda que

muitos aeroportos regionais sãohoje administrados por municí-pios pequenos, sem estrutura, oque reflete na manutenção ina-dequada e até mesmo na sus-pensão das operações. Paracriar regras mais rígidas, no pri-meiro semestre de 2014, foi colo-cado em consulta pública umnovo Plano Geral de Outorgas,que deve ser finalizado e publi-cado em breve.

De acordo com a SAC, pelasnovas regras, a prioridade para agestão dos aeroportos regionaisserá dos Estados, desde que te-nham estrutura. Somente os mu-nicípios com PIB (Produto Inter-no Bruto) acima de R$ 1 bilhãopoderão pleitear a gestão ou ou-torga. Os aeroportos de interes-se nacinal ficariam com a União,e o plano prevê a concessão des-ses à iniciativa privada. l

ACRE Aeroporto de Cruzeiro do Sul está entre os 270 regionais que serão ampliados, reformados ou construídos

INFRAERO/DIVULGAÇÃO

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drovias e Desenvolvimento Regio-nal da Cesp (Companhia Energéti-ca de São Paulo), explica que algu-mas hidrovias brasileiras, além decontar com as chuvas para opera-rem durante o período de seca,dependem também da operaçãodas hidrelétricas instaladas aolongo de seus cursos. “Esse é o ca-so atual do rio Tietê e também departe do rio São Francisco.”

No Brasil, 84,5% da energia elé-trica gerada é proveniente de hi-drelétricas, conforme o último Ba-lanço Energético Nacional, produzi-do pela EPE (Empresa de Pesquisa

Afalta de chuvas nos últi-mos meses, sobretudo noSudeste do país, trouxegraves consequências

para a navegação interior na re-gião. A Hidrovia Tietê-Paraná, viaque liga cinco dos maiores Estadosprodutores de soja do Brasil, teve otráfego de barcaças interrompidono fim de maio deste ano. Para es-pecialistas, o período de seca seve-ra tem sua contribuição para o ce-nário negativo, mas também sãounânimes em afirmar que a deci-são do poder público em direcionaro uso da água para a geração deenergia, em detrimento do trans-porte fluvial, auxiliou o quadro.

Além da Tietê-Paraná, trechosnavegáveis do rio São Franciscotambém sofreram com a estia-gem. A Tietê-Paraná, com 2.400km navegáveis, teve trecho de,aproximadamente, 10 km inter-rompido para a navegação. No lo-cal, há um afloramento de rochasque, segundo especialistas, deve-ria ter sido derrocado para evitarmedidas como a suspensão da na-vegação em épocas de estiagem.

O consultor de recursos hídri-cos e logística de transportes Joa-quim Carlos Riva, ex-diretor de Hi-

Energética), vinculada ao MME (Mi-nistério de Minas e Energia).

De acordo com Riva, o efeito dafalta de chuvas pode ser minimiza-do. “No caso do rio São Francisco,no trecho navegável que se esten-de de Ibotirama (BA) a Juazeiro(BA) e Petrolina (PE), a navegaçãopode ser feita por dragagens eaparatos de disciplinamento de flu-xo e controle de erosões.”

Ele cita como referência o rioMadeira, que durante o períodode estiagem tem suas embarca-ções operando aliviadas na capa-cidade de carga. “Com relação à

Hidrovia Tietê-Paraná, normal-mente, os períodos de secas nãoafetam a navegação. Especial-mente este ano ocorreram fatosimportantes, como o rebaixamen-to dos níveis dos reservatóriosdas usinas de Ilha Solteira e deTrês Irmãos. Essas reservas tive-ram seus volumes úteis zerados,impedindo que a navegação pros-seguisse nesse trecho, onde seestende uma formação rochosa.”

A Usina Hidrelétrica de IlhaSolteira é a maior usina da Cesp edo Estado de São Paulo e a tercei-ra maior usina hidrelétrica do

Falta de chuvas, especialmente no Sudeste, geraproblemas para a navegação interior

POR LETICIA SIMÕES

Impasse eprejuízos

HIDROVIA

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Brasil. Está localizada no rio Para-ná, entre os municípios de IlhaSolteira (SP) e Selvíria (MS). TrêsIrmãos é a maior usina construídano rio Tietê, localizada entre osmunicípios de Andradina e Perei-ra Barreto, (SP), a 28 km da con-fluência com o rio Paraná.

Segundo o consultor, países tra-dicionalmente hidroviários contamcom infraestrutura adequada à na-vegação durante todo o ano. “NosEstados Unidos e na Europa, foramexecutados investimentos no sen-tido de manter a navegação de for-ma contínua, sem sazonalidade.”

Riva afirma que durante as se-cas no rio Reno (via que atravessaa Europa de sul a norte), o caladodas embarcações pode ser menordo que nos períodos de cheia. “Masesses complexos hidroviários con-tam com regimes muito bem moni-torados e transparentes.”

O consultor Frederico Bussin-ger, do Idelt (Instituto de Desenvol-vimento, Logística, Transporte eMeio Ambiente), entidade associa-da à Abralog (Associação Brasileirade Logística), afirma que esse pa-norama vivenciado pelo transportehidroviário brasileiro na época de

seca é comum. “A falta de chuvas élocalizada. No exterior, procura-secompatibilizar melhor os diversosusos da água. O Brasil conta com aLei de Uso Múltiplo das Águas, masessa visão não se reflete ainda nogerenciamento dela.”

A Lei Federal n º 9.433, de 8 dejaneiro de 1997, institui a PolíticaNacional de Recursos Hídricos. Eladetermina que todos os setoresusuários da água têm igualdade deacesso aos recursos hídricos dopaís. Ela foi regulamentada com oobjetivo de evitar conflitos de inte-resses envolvendo o uso da água .

Para Luiz Fernando Horta, pre-sidente do Sindasp (Sindicato dosArmadores de Navegação Fluvialdo Estado de São Paulo), entidadefiliada à Fenavega (Federação Na-cional das Empresas de Navega-ção Aquaviária), a interrupção danavegação na Hidrovia Tietê-Para-ná se deve à priorização para ageração de energia em detrimen-to dos demais usos das águas.

“Ao analisar as informaçõesdo ONS (Operador Nacional doSistema Elétrico), pode-se verifi-car que houve um decréscimoacentuado dos volumes armaze-

FOTOS ANTAQ/DIVULGAÇÃO

HIDROVIA TIETÊ-PARANÁHIDROVIA TIETÊ-PARANÁ

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tê-Paraná poderia ter sido evitada.“É inegável a seca atípica para operíodo, contudo, com uma gestãoadequada do uso das águas, osefeitos poderiam ter sido minimi-zados. Desde fevereiro, a navega-ção vinha ocorrendo com restri-ções. No fim de maio, foi interrom-pida totalmente.”

O DH não informou os númerosdo transporte na Tietê-Paraná des-de que as medidas de restrição e,posteriormente, de suspensão danavegação foram adotados.

Bussinger, do Idelt, afirma que

nados nos reservatórios à mon-tante da hidrovia, no início doano. Isso foi acompanhado, a par-tir de março, com o depleciona-mento (redução no nível de água)anormal dos reservatórios de IlhaSolteira e Três Irmãos.”

Segundo o dirigente, a soluçãoviável para a Tietê-Paraná seriatransferir água dos reservatóriosdos rios Grande e Paranaíba (am-bos com nascentes em Minas Ge-rais) para as reservas de Ilha Soltei-ra e Três Irmãos. “Assim, os volu-mes de entrada e saída de água se-riam equacionados, sem prejudicara geração de energia, a navegaçãoe os demais usos das águas. Infeliz-mente, tal medida não foi adotadana ocasião devida, agravando ain-da mais a situação.”

O DH-SP (Departamento Hidro-viário do Estado de São Paulo), ór-gão vinculado à Secretaria Esta-dual de Logística e Transportes,afirma, por meio de sua assessoriade imprensa, que a navegação naHidrovia Tietê-Paraná foi suspensapor causa da redução do calado(distância entre a quilha do navio ea linha de flutuação da água) nocanal de Nova Avanhandava, nomunicípio de Buritama, a 542 kmda capital paulista.

Segundo o DH, a autarquiamantém entendimentos com oONS, com a ANA (Agência Nacionalde Águas) e com o Daee (Departa-mento de Águas e Energia Elétricade São Paulo) para encontrar uma

solução para que a navegação navia seja restabelecida.

O departamento confirma que amovimentação da hidrovia estárestrita desde fevereiro deste ano,em função da crise no setor ener-gético. O DH destaca ainda que, ca-so a seca persista, e os reservató-rios das usinas de Jupiá (Castilho-SP) e de Porto Primavera (Rosana-SP), localizados abaixo de Ilha Sol-teira, sofrerem reduções, pode ha-ver mortandade de peixes.

Horta, do Sindasp, acredita quea interrupção da navegação na Tie-

o agronegócio é o setor da eco-nomia mais afetado pela estia-gem que impacta o modal hidro-viário no Brasil.

Para o engenheiro Mário Cicare-li Pinheiro, professor da graduaçãoe pós-graduação da Escola de En-genharia da UFMG (UniversidadeFederal de Minas Gerais), em situa-ções de seca como a deste ano, to-dos os setores usuários da águasofrem impactos. “Além do proble-ma do setor elétrico, pode-se men-cionar a situação crítica do Siste-ma Cantareira, responsável por

REFLEXO Período de

Projetos em compasso de esperaPLANOS

Além de prejuízos à nave-gação interior, a seca e o bai-xo volume dos reservatóriosna Hidrovia Tietê-Paraná estáinviabilizando novos investi-mentos. A Antaq lamenta queos planos de incremento parao transporte na hidrovia te-nham de esperar por uma me-lhora do panorama atual.

O diretor da Antaq, Adal-berto Tokarski, afirma que ogoverno federal tem umaporte de R$ 1,1 bilhão paraser aplicado na Tietê-Para-ná. “Existe um Plano Hidro-viário Estratégico em fun-cionamento. Para a amplia-ção da navegabilidade do rioTietê estão previstos R$ 900milhões. Outros R$ 110 mi-lhões serão destinados paraampliar e melhorar a nave-gabilidade no rio Paraná.Mas, com o quadro recente,

os investimentos estão pa-ralisados.”

Tokarski destaca ainda quea Transpetro projeta a cons-trução de 80 embarcações e20 comboios para o transpor-te de etanol na Tietê-Paraná.Porém, com a falta de pers-pectiva, os planos da empresatambém vão ter de esperar.

“A paralisação de uma hi-drovia com o potencial daTietê-Paraná desmonta todaa estrutura planejada. Semnavegabilidade, a arrecada-ção dos municípios que rece-bem recursos das empresasque atuam na via também éafetada. A ausência de umapolítica pública de incentivoao uso equilibrado das águasfaz com que todo esse uni-verso de projetos e arreca-dações seja sempre impacta-do”, afirma o dirigente.

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parte do abastecimento de água daRegião Metropolitana de São Paulo(SP). A estiagem também piora ascondições de poluição dos rios.Além disso, as áreas de agriculturairrigadas devem ser restringidas.”

Pinheiro também aponta osprejuízos para o setor de turis-mo. “Com a seca, polos turísti-cos, como reservatório da Usinade Furnas, em Minas Gerais, tam-bém são afetados.”

Segundo ele, as medidas parasolucionar os problemas causa-dos pelas estiagens na operação

das hidrovias podem ser classifi-cadas como estruturais e institu-cionais. “A execução de obras di-versas de regularização de va-zões, de níveis de água e do leitofluvial, além de serviços rotinei-ros de dragagens e sinalização,são primordiais. Para isso, é pre-ciso implantar uma política go-vernamental de incentivos parao setor, pois, em geral, os investi-mentos são altos.”

A ANA, por meio de sua asses-soria de imprensa, afirma que aagência tem atuado para minimi-

zar os efeitos da seca. Conforme oórgão, trata-se de um dos períodosmais rigorosos de estiagem já re-gistrados no Sudeste. Nas regiõesNorte e Sul, não houve estiagem ea navegação não foi afetada.

Segundo a ANA, desde o se-gundo semestre do ano passado,foram realizadas reuniões com se-tores usuários da Hidrovia Tietê-Paraná buscando mediação parasituações que envolviam impactospara a navegação.

Ainda de acordo com a ANA, oDH-SP apresentou proposta paracontornar as dificuldades enfrenta-das pela navegação comercial naTietê-Paraná, por meio do aumentodas vazões afluentes ao reservató-rio de Ilha Solteira, provenientesdas bacias hidrográficas dos riosParanaíba e Grande.

A ANA afirma que a propostafoi encaminhada ao ONS, que semanifestou pela não utilizaçãodos estoques armazenados dosreservatórios das usinas dos riosParanaíba e Grande, para a recu-peração dos reservatórios de IlhaSolteira e Três Irmãos, sob a justi-ficativa de que tal ação pode com-prometer a estratégia delineadapara garantir o atendimento ener-gético do país até o fim de 2014.

Em virtude do agravamento dasituação na hidrovia, a ANA solici-tou ao ONS que, em articulaçãocom a Cesp, apresente uma pro-posta alternativa para a situação.

Para a Antaq (Agência Nacional

dos Transportes Aquaviários), aoperacionalização das águas noBrasil deve ser revista. “É necessá-rio maior equilíbrio. As águas nãopodem ser utilizadas com priorida-de total para a geração de energiaelétrica”, afirma Alberto Tokarski,diretor da Agência.

Segundo ele, é preciso dotar aANA com atribuições e poder pa-ra regular o uso múltiplo daságuas. “A ANA deve fazer a media-ção desse uso para que seja real-mente respeitado.”

O engenheiro Mário Pinheiroafirma que o problema não deveser debitado ao setor elétrico. “Ocenário reflete a falta de um pla-nejamento consistente, que pu-desse aportar recursos financei-ros necessários ao compartilha-mento dos custos de implanta-ção das obras.”

A previsão climática para a re-gião Sudeste, para o próximo tri-mestre (agosto, setembro e outu-bro), segundo o Cepetec/Inpe(Centro de Previsão de Tempo eEstudos Climáticos/Instituto Na-cional de Pesquisas Espaciais), éde que os volumes de chuva serãobaixos no período.

O Cepetec/Inpe ressalta que oinverno tem a característica deser um período mais seco e, nor-malmente, a estação chuvosa teminício a partir de outubro. No quese refere às temperaturas, a pre-visão é de valores acima do espe-rado para os três meses. l

seca também baixou o nível do rio São Francisco e influenciou na navegação

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Os caminhoneiros sãoessenciais para o de-senvolvimento da eco-nomia do país. São es-

ses profissionais que possibili-tam o escoamento da produçãonacional e garantem o abasteci-mento das cidades. Por isso, na-da mais justo do que um dia co-memorativo só para eles.

A data de 30 de junho foi ins-tituída como o Dia do Caminho-neiro. E para homenagear essesprofissionais, o Sest Senat reali-zou diversas atividades em suas

Homenagem aoscaminhoneiros

Unidades do Sest Senat realizam diversas ações para celebrar o dia dos profissionais que transportam as riquezas do país

POR LIVIA CEREZOLI

unidades, nas rodovias e em em-presas de transporte rodoviáriode cargas de todo o país.

Os motoristas de caminhão rece-beram orientações sobre a impor-tância de uma alimentação saudávele os cuidados com a coluna para obem-estar no trabalho, participaramde atividades de alongamentos erealizaram exames de saúde, comoaferição da pressão arterial, acuida-de visual e auditiva. Além disso, al-gumas unidades ofereceram vacina-ção gratuita e palestras sobre segu-rança nas rodovias e a importância

da função do caminhoneiro para ocrescimento do país. Os eventos in-tegram as comemorações dos 20anos do Sest Senat.

De acordo com dados do setor,os caminhoneiros são os responsá-veis por transportar, em média,60% das cargas do país. Mas elesainda têm participação especialnos outros sistemas de transporte,já que os caminhões também sãoutilizados para a movimentação deprodutos até os portos, os aeropor-tos e os terminais logísticos, quetêm integração com as ferrovias.

Em 2012, a profissão foi regu-lamentada pela lei nº 12.619, co-nhecida como Lei do Caminho-neiro. O texto, que dispõe sobre ajornada de trabalho e o tempo dedescanso dos motoristas nas ro-dovias, ainda passa por ajustesno Congresso Nacional para via-bilizar a aplicabilidade da norma.

Acompanhe a seguir como adata foi comemorada em algu-mas unidades. Veja também napágina do Sest Senat na inter-net (www.sestsenat.org.br) ou-tras ações realizadas pelo país.

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FOTOS SEST SENAT

BLUMENAU (SC)

Os caminhoneiros que passarampela unidade do Sest Senat duran-te todo o dia 30 de junho forampresenteados com um kit, conten-do camiseta, CD e lixeira para oveículo. Em parceria com a Trans-portadora MTR, os atendimentosde saúde também foram levadospara dentro da empresa pelos pro-fissionais da unidade. Foram reali-zados exames de aferição da pres-são arterial, orientação nutricio-nal com cálculos do IMC (Índice deMassa Corporal), teste de estressee orientação de saúde bucal.

DIVINÓPOLIS (MG)

Uma blitz educativa narodovia MG-050, realizadaem parceria com a PolíciaRodoviária de Minas Gerais,marcou o Dia do Caminho-neiro. Os motoristas foramabordados e receberambrindes e panfletos parabe-nizando-os pela data e pelaimportância do seu trabalhopara a sociedade. Eles tam-bém receberam orientaçõessobre direção segura e oscuidados necessários nasviagens pelas rodovias.

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PATOS DE MINAS (MG)

Os caminhoneiros que aguardavam ocarregamento do caminhão em algunspostos de abastecimento nas rodoviasque passam por Patos de Minas recebe-ram atenção especial no dia 30 de ju-nho. Pelo menos 130 motoristas passa-ram por avaliação odontológica e fisio-terápica, além de orientação nutricio-nal. Os atendimentos priorizaram asaúde e o bem-estar dos profissionaisque passam grande parte do dia nasestradas. Os motoristas também rece-beram instruções sobre exercícios dealongamentos que podem ser feitosdurante a jornada de trabalho.

PONTA GROSSA (PR)

Ações voltadas para a saúde e obem-estar dos motoristas estive-ram presentes nos eventos promo-vidos para comemorar o Dia do Ca-minhoneiro. No dia 25 de junho, umablitz da saúde, com a realização detestes de glicemia, aferição depressão, teste psicomotor, além deorientações nutricionais, foi reali-zada na empresa Buriti Transportes.No dia 30 de junho, os alunos de di-versos cursos do Sest Senat partici-param de uma aula de ginástica la-boral e assistiram à palestra “Direi-tos humanos nas estradas”.

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CAMPINA GRANDE (PB)

Na capital da Paraíba, o Dia do Ca-minhoneiro foi comemorado no postoMilênio. Mais de 200 motoristas par-ticiparam das ações de saúde realiza-das pela equipe do Sest Senat. Foramoferecidos diversos tipos de examese passadas orientações sobre a im-portância da alimentação saudável,da prevenção das DSTs (doenças se-xualmente transmissíveis), além deexercícios de alongamento que os ca-minhoneiros devem fazer para evitarproblemas na coluna, já que passamgrande parte do tempo sentados namesma posição. l

FOZ DO IGUAÇU (PR)

A comemoração do Dia do Caminho-neiro no Porto Seco Rodoviário teveinício com uma missa. Depois, os pro-fissionais passaram por vários examesde saúde, como cálculo do índice demassa corporal, aferição de acuidadevisual, aplicação de vacinas (duplabacteriana, influenza, febre amarela,hepatite B e tríplice viral) e testes rá-pidos de HIV, sífilis e glicemia. Profis-sionais do Sest Senat passaram orien-tações sobre a importância da alimen-tação saudável, e policiais rodoviáriosapresentaram palestras voltadas à se-gurança no trânsito.

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Apromoção da saúde edo bem-estar dos tra-balhadores do setor detransporte sempre es-

teve entre os objetivos dos ser-viços oferecidos pelo Sest Senatem todo o Brasil. Prova disso sãoos milhões de atendimentos desaúde, lazer e esporte ofereci-

dos nas mais de 140 unidades emfuncionamento nas cinco re-giões do país.

Agora, para melhorar aindamais a qualidade de vida dessaspessoas, a instituição vai reali-zar o Circuito Sest Senat de Ca-minhada e Corrida de Rua. Oevento faz parte das ações reali-

zadas para comemorar os seus20 anos de atuação em todo opaís, em prol do trabalhador emtransporte. Com o circuito, oSest Senat busca incentivar aprática de exercícios, fundamen-tal para a saúde e o bem-estar fí-sico e mental, prevenindo e con-trolando doenças, aliviando ou

combatendo o estresse, exercen-do efeitos no convívio social dostrabalhadores do setor de trans-porte e da população em geral.

A primeira etapa estava marca-da para o dia 17 de agosto, em Bra-sília (DF). No dia 31, é a vez de BeloHorizonte (MG) receber o circuito. Aprova será realizada na Lagoa da

Instituição realiza circuito de corrida e caminhada em oitocidades brasileiras para promover bem-estar e qualidade

de vida aos trabalhadores do setor e à comunidade POR LIVIA CEREZOLI

Valorizaçãoda saúde

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Pampulha. As demais etapas acon-tecem em Campo Grande (MS), Ri-beirão Preto (SP), Chapecó (SC),Campos dos Goytacazes (RJ), Reci-fe (PE) e Cariacica (ES) (veja na pá-gina 68 o calendário com as datasdos eventos). Todas as etapas terãoprovas de 5 km e 10 km para corri-da, e 2 km para caminhada.

As inscrições para a Etapade Belo Horizonte podem serfeitas até o dia 27 de agostonas unidades do Sest Senat deBelo Horizonte (Jardim Vitóriae Serra Verde) e de Contagemou pela internet (http://corri-da.sestsenat.org.br). As inscri-ções para as provas de corrida

são gratuitas para os trabalha-dores autônomos ou contrata-dos, aposentados e proprietá-rios de empresas do setor detransporte e funcionários doSest Senat. A taxa para o públi-co em geral é de R$ 25. A inscri-ção para a caminhada é gratui-ta para todos os públicos. Os

participantes do circuito decorrida receberão kit contendocamiseta de poliamida, toalha,squeeze, mochila, porta-celulare medalha de participação.

A entrega dos kits será reali-zada dia 29 de agosto (sexta-fei-ra), entre 9h e 17h, na sede daFetcemg (Federação das Empre-

ISTOCKPHOTO

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201468

lembra Vilanova. Para caminharou correr, é necessário um tênisconfortável que seja adequadopara esse tipo de exercício, evi-tando o aparecimento de lesõese problemas nas articulações. Aescolha das roupas também me-rece atenção. Segundo o educa-dor, o ideal são peças confortá-veis e justas ao corpo que nãofavoreçam o aparecimento deassaduras. “Um frequencímetro(aparelho que mede os batimen-tos cardíacos) também é impor-

sas de Transportes de Carga doEstado de Minas Gerais). A entre-ga do chip será feita no mesmodia da realização da prova, das6h30 às 7h30, e a largada serárealizada às 8h.

De acordo com o educador físi-co e responsável técnico pela as-sessoria esportiva do grupo Evo-lua Multisport de Brasília, ÉderFlávio Santos Vilanova, a práticafrequente de atividades físicas re-flete diretamente no bem-estardas pessoas, trazendo, inclusive,

melhorias no desenvolvimentoprofissional. Na visão do educa-dor, a caminhada pode ser o iníciopara quem está parado há algumtempo. “Esses exercícios trazeminúmeros benefícios. Melhoram acondição cardiorrespiratória, aju-dam na perda de peso e na redu-ção da gordura corporal e do co-lesterol, além de melhorarem apressão arterial e a glicemia.”

Porém, antes de começarqualquer atividade física, é pre-ciso observar alguns cuidados,

AGENDE-SEConfira mais informações sobre o Circuito

CATEGORIAS Prova de caminhada• Inscrições gratuitas: para todos os participantesProva de corrida • Inscrições gratuitas: beneficiários cadastrados (como aposentado de

empresa de transporte, proprietário de empresa de transporte, trabalhadorde empresa, autônomo) e funcionários do Sest Senat

• Inscrições no valor de R$ 25: público em geral

SERVIÇOEtapa Belo Horizonte*• Dia da prova: 31/8• Inscrições: até 27/8 pelo site http://corrida.sestsenat.org.br ou nas unidades do

Sest Senat de Belo Horizonte (Jardim Vitória e Serra Verde) e de Contagem • Entrega dos kits: 29/8, entre 9h e 17h, na sede da Fetcemg (Federação das

Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais)• Informações: [email protected]

*As informações detalhadas das demais etapas serão divulgadas posteriormente no site do projeto

PRÓXIMAS ETAPAS DO CIRCUITODia Etapa14/9 Campo Grande (MS)28/9 Chapecó (SC)9/11 Campos dos Goytacazes (RJ)23/11 Recife (PE)30/11 Ribeirão Preto (SP)7/12 Cariacica (ES)

Fonte: Sest Senat

Durante ostreinos éprecisoingerir

500 mlde água

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tante para que cada um acompa-nhe o ritmo do seu coração e as-sim obtenha os resultados espe-rados”, lembra. O educador ain-da destaca a importância de pro-curar um médico antes de iniciarqualquer atividade física paraverificar as condições de saúde.

E o exercício físico é possívelmesmo para quem tem poucotempo. Vilanova afirma que 30 a45 minutos de caminhada, duasvezes por semana, já traz bonsresultados. “Aos sábados e do-

mingos, esse tempo pode ser umpouco maior, chegando a 60 mi-nutos. O importante é começar eter persistência. O primeiro mêsé uma fase de adaptação, mas apartir do segundo, o corpo jásente os benefícios, e os resulta-dos são bem visíveis.”

E para que a atividade físicatraga resultados positivos, cui-dar da hidratação e da alimenta-ção é fundamental. Segundo anutricionista do Sest Senat deBelo Horizonte (MG), Joyce Valé-

ria de Oliveira, beber água antes,durante e depois dos exercíciosdeve ser uma prática adotadapor todas as pessoas, dos corre-dores amadores aos profissio-nais. “O correto é ingerir 1,5 litrode água antes e depois do traje-to. Além disso, durante o treinotambém é preciso tomar pelomenos 500 ml. Se o exercício du-rar mais de 1 hora, o ideal é quese faça o consumo de algum iso-tônico, como água de coco, nes-se período”, explica ela.

Em relação à alimentação, adica de Joyce é reduzir o con-sumo de gordura e investir emalimentos integrais, frutas, le-gumes e verduras. De acordocom a nutricionista, antes daprática de exercícios é impor-tante estar bem alimentado.“Essa história de que paraemagrecer é preciso não co-mer é um grande mito.”

Antes do treino, a sugestãodela é a ingestão de pães inte-grais com geleia de frutas semaçúcar ou uma tapioca, acompa-nhados de suco de laranja oumelancia. “Depois do exercício, épreciso comer proteína e carboi-drato, que pode ser um pão comfrango ou com atum, ou aindauma vitamina de fruta com leitedesnatado e um cereal.”

De maneira geral, a recomen-dação de Joyce é que a refeiçãoseja leve, em quantidade mode-rada e aconteça até no máximoduas horas após o término doexercício. Essas dicas devem serseguidas em todo o período daprática da atividade física, inclu-sive no dia da realização dasprovas competitivas de cami-nhada e de corrida.

O Sest Senat oferece orien-tação nutricional em 95 unida-des do Brasil com o objetivo deorientar os trabalhadores so-bre a importância de uma ali-mentação saudável. l

BEM-ESTAR Atividade física melhora a saúde e a qualidade de vida

“Esses exercícios

trazeminúmeros

benefícios eajudam na

perda de peso edo colesterol”

HMENON OLIVEIRA/AGÊNCIA BRASÍLIA/DIVULGAÇÃO

ÉDER FLÁVIO SANTOS VILANOVA, EDUCADOR FÍSICO

Page 70: Quase R$ 1 trilhão

Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

Page 71: Quase R$ 1 trilhão

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 66.275 12.793 79.068Estadual 110.842 111.334 222.176Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Rede Planejada - - 128.815Total 203.943 1.359.045 1.691.804

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.454Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.518.220Cavalo mecânico 553.180 Reboque 1.106.956Semi-reboque 807.171Ônibus interestaduais 17.340Ônibus intermunicipais 57.000Ônibus fretamento 25.852Ônibus urbanos 107.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 176

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Vias Navegáveis 41.635

Vias economicamente navegadas 20.956

Embarcações próprias 1.944

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 30.129Total Concedida 28.190Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.953FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 7.427MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.190

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 101.916Locomotivas 3.211

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AERÓDROMOS - UNIDADESAeroportos Internacionais 37Aeroportos Domésticos 29Outros aeródromos - públicos e privados 2.471

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 669 Transporte não regular: táxi aéreo 1.579Privado 8.825Outros 8.328Total 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

Page 72: Quase R$ 1 trilhão

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201472

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da União(Orçamento Fiscal)

(dados atualizados junho/2014)

Orçamento Fiscal da União eOrçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Total PagoValores Pagos do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

2015

R$

bilh

ões

1050

25

1,18

16,11

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE*

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE

Observações:(1) Expectativa de crescimento do PIB para 2014 e 2015 - O valor de crescimento do PIB 2013 foi revisado pelo IBGE de2,3% para 2,5%. (2) Taxa Selic conforme Copom 28/05/2014 e Boletim Focus. (3) Inflação acumulada no ano e em 12 meses até junho/2014 e expectativas segundo o Boletim Focus. (4) Posição Dezembro/2013 e Junho/2014 em US$ bilhões. (5) Câmbio de fim de período divulgado em 02/07/2014, média entre compra e venda. (6) Saldo da balança comercial em junho/2014.

* A taxa de crescimento do PIB para 2014 diz respeito ao desempenho econômico no primeiro trimestrede 2014 (jan-mar 2014).

Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado 04/07/14),Banco Central do Brasil.

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal); Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (Siga Brasil).

Investimentos em transporte da União por Modal (total pago acumulado - até junho/2014 (R$ 5,86 bilhões)

1,07(18,3%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - JULHO/2014

2013 Acumuladoem 2014

Expectativapara 2014

Expectativapara 2015

PIB (% cresc a.a.)1 2,50 1,92* 1,07 1,50

Selic (% a.a.)2 10,00 11,00 11,00 12,00

IPCA (%)3 5,91 3,75 6,46 6,10

Balança Comercial6 2,55 -2,49 2,70 9,90Reservas Internacionais4 375,79 380,52 - -

Câmbio (R$/US$)5 2,34 2,21 2,40 2,50

Restos a Pagar Pagos

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

Autorizado União 16.110,26Dotação das Estatais (Infraero e Cia Docas) 2.962,78Total de Recursos Disponíveis 19.073,04

Rodoviário 4.537,71Ferroviário 1.070,86Aquaviário (União + Cia Docas) 140,05Aéreo (União + Infraero) 570,29

Investimento Total (Total Pago) 6.318,92

Nota sobre a CIDE: Até o boletim econômico de março de 2013, a CNT realizava o acompanhamentoda arrecadação e do investimento com recursos da CIDE-combustíveis, Contribuição de Intervençãono Domínio Econômico, criada pela Lei 10.336, de 19/12/2001. Esse acompanhamento deixou de serrealizado, já que a alíquota da CIDE foi reduzida a zero pelo Decreto nº 7.764, de junho de 2012. Osrecursos da CIDE eram destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preços outransporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) aofinanciamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e (c) aofinanciamento de programas de infraestrutura de transportes.

Notas: (A) Dados atualizados até 30.06.2014 (SIGA BRASIL). (B) Para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro GND = 4 (investimento)

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERALORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(R$ milhões correntes - até junho de 2014)

5,864,68

8,06,0

R$ b

ilhõe

s co

rren

tes

4,02,0

10,0

16,014,012,0

Rodoviário Ferroviário Aquaviário AéreoInvestimento Total

2009 2010 2011 2012 2013

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal) e Orçamento de Investimentos dasEmpresas Estatais (DEST-MPOG).

Recursos Disponíveis

Investimento Realizado

0,19(3,3%)

0,06(0,9%)

4,54(77,5%)

Investimento Total

2009

10,6 14,8 15,0 12,7 13,1

Rodoviário 7,8 10,3 11,2 9,4 8,4Ferroviário 1,0 2,5 1,6 1,1 2,3

Aquaviário (União + Cia Docas) 1,3 1,3 1,0 0,8 0,6Aéreo (União + Infraero) 0,5 0,7 1,2 1,4 1,8

2010 2011 2012 2013

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTODAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(valores em R$ bilhões correntes)

0

Page 73: Quase R$ 1 trilhão

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURADE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES

(valores em R$ milhões correntes)1

Orçamento Fiscal (total pago2 por modal de transporte)

Notas:(1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção 781(aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União).(2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos.(3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais deum estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional. (4) As obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (Valor Pago + Restos a Pagar Pagos) em 2014.(5) Ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do Orçamento Fiscal da União no acumulado de janeiro a junho de 2014.(6) Os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total pago pela União no período em análise. Não foram incluídos os desembolsos realizados pelas EmpresasEstatais.(7) As ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programa segundoo Manual de Técnico de Orçamento 2015.

REGI

ÕES3

Rank

ing

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx

Ordem R$ milhões6

1º2º3º4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Elaboração: Confederação Nacional do TransporteDados atualizados até 30.06.2014 (SIGA BRASIL).

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo TotalAcre 29,19 0,00 0,00 0,67 29,86Alagoas 151,83 0,00 0,00 0,02 151,84Amazonas 19,99 0,00 14,75 3,02 37,76Amapá 49,98 0,00 0,00 0,30 50,28Bahia 227,43 394,24 0,00 0,83 622,50Ceará 137,26 0,00 2,00 0,14 139,40Distrito Federal 17,57 0,00 0,00 0,00 17,57Espírito Santo 38,60 0,00 11,51 0,05 50,15Goiás 246,88 441,60 0,00 0,12 688,59Maranhão 219,75 0,00 0,00 0,80 220,55Minas Gerais 494,90 73,42 2,03 1,08 571,43Mato Grosso do Sul 91,68 0,18 0,00 0,14 92,01Mato Grosso 248,00 0,00 0,00 2,36 250,35Pará 228,11 0,00 0,20 5,23 233,54Paraíba 57,02 0,00 0,00 0,09 57,11Pernambuco 184,40 0,00 0,00 0,62 185,02Piauí 90,97 0,00 0,00 0,55 91,51Paraná 201,89 0,03 0,00 0,55 202,47Rio de Janeiro 155,74 3,71 0,00 1,23 160,68Rio Grande do Norte 56,36 0,00 0,00 0,02 56,38Rondônia 167,71 0,00 0,00 0,99 168,70Roraima 82,53 0,00 0,00 0,18 82,70Rio Grande do Sul 601,75 0,91 1,09 0,31 604,05Santa Catarina 411,85 0,00 0,19 0,31 412,35Sergipe 66,21 0,00 0,00 0,00 66,21São Paulo 143,74 71,10 9,89 0,92 225,64Tocantins 67,60 4,47 0,00 0,27 72,33Centro Oeste 0,00 0,00 0,00 1,66 1,66Nordeste 0,00 0,21 0,00 0,15 0,36Norte 0,00 0,00 0,00 5,55 5,55Sudeste 0,00 0,00 0,43 7,04 7,47Sul 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Nacional 48,79 81,01 14,06 157,89 301,75Total 4.537,71 1.070,86 56,13 193,07 5.857,78

Esta

dos

Manutenção de trechos rodoviários na região Nordeste 489,82Manutenção de trechos rodoviários na região Sudeste 418,29Manutenção de trechos rodoviários na região Norte 350,57Manutenção de trechos rodoviários na região Centro-Oeste 248,89Adequação de trecho rodoviário - Porto Alegre - Pelotas - na BR-116 - no estado do Rio Grande do Sul 220,31Adequação de trecho rodoviário - Palhoça - divisa SC/RS - na BR-101 - no estado de Santa Catarina 215,53Manutenção de trechos rodoviários na região Sul 197,10Construção da ferrovia de integração Oeste-Leste - Ilhéus - Caetité - no estado da Bahia 193,31Construção da ferrovia Norte-Sul - Ouroverde de Goiás - São Simão - go 176,75construção da ferrovia de integração Oeste-Leste - Ilhéus - Caetité - BA 167,86Total 2.678,43Part. (%) no total pago do orçamento fiscal da união até junho 45,7%

Ações orçamentárias7

Maiores Desembolsos4 (total pago acumulado até junho - 2014)5

Page 74: Quase R$ 1 trilhão

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201474

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR,com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

1.033.455JUNHOATÉ MAIO

20142007 A 2013 TOTAL

Aprovação no período

85.904 14.998 1.134.357

88,87% 90,91% 91,84% 88,97%

Federações participantes 21

Unidades de atendimento 73

Empresas atendidas 11.014

Caminhoneiros autônomos atendidos 12.678

O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional de Pro-dução e Uso de Biodiesel e da aprovaçãoda Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleodiesel veicular comercializado ao consu-midor final possui biodiesel. Essa mistu-ra é denominada óleo diesel B e apresen-ta uma série de benefícios ambientais,estratégicos e qualitativos. O objetivodesta publicação é auxiliar na rotinaoperacional dos transportadores, apre-sentando subsídios para a efetiva ado-ção de procedimentos que garantam aqualidade do óleo diesel B, trazendo be-nefícios ao transportador e, sobretudo,ao meio ambiente.

A pesquisa “Caminhoneiros noBrasil - Relatório Síntese de Infor-mações Ambientais” apresenta arealidade e as necessidades de umdos principais agentes do setor detransporte. Informações econômi-cas, financeiras, sociais e ambien-tais, além de dados relacionados àfrota, como distribuição e idademédia; características dos veícu-los e dos deslocamentos; intensi-dade de uso e autonomia (km/l) dafrota permitem aprofundar os co-nhecimentos relativos ao setor detransporte rodoviário.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Carga

(empresas)

FETRAMAZ

FETRACAN

FETRABASE

FENATAC

FETRANSPORTES

FETCEMG

FETRANSPAR

FETRANSCARGA

FETRANSUL

FETRANCESC

FETCESP

FETRANORTEFETRONORFETRABASECEPIMARFETRASULFETRANSPORTESFETRAMFETRAMARFEPASCFETRANSPORFETERGS

AC, AM, AP, PA, RO e RR

AL, CE, MA, PB, PE, PI e RN

BA e SE

DF, GO, MS, MT e TO

ES

MG

PR

RJ

RS

SC

SP

AC, AM, AP, PA e RRAL, PB, PE e RN

BA e SECE, MA e PI

DF, GO, SP e TOESMG

MS, MT e ROPR e SC

RJRS

92.3658-6080

81.3441-3614

71.3341-6238

61.3361-5295

27.2125-7643

31.3490-0330

41.3333-2900

21.3869-8073

51.3374-8080

48.3248-1104

11.2632-1010

92.3584-650484.3234-249371.3341-623885.3261-706662.3233-097727.2125-764331.3274-272765.3027-297841.3244-684421.3221-630051.3228-0622

Passageiros

Carga(autônomos)

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

BOLETIM DO DESPOLUIR

FECAM-SP SP 19.3585-3345

Page 75: Quase R$ 1 trilhão

CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2014 75

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - MAIO 2014

Corante 5,1%

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto 32,5%

Pt. Fulgor 21,8%

Enxofre 8,1%

Teor de Biodiesel 23,4%Outros 9,1%

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S )*

Japão 10EUA 15Europa 10 a 50

Brasil 10**

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista,Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São Josédos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão daSerra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

2,80,0

5,43,7

0,9 0,0 1,2 0,82,0 2,0 2,3

AC4,9 8,7 2 1,4 2,9 2,2 1,7 5,4 1,5 2,8 0 6,2 2,2 7,2 3,7 0,9 0,7 2,4 1,7 0 8,8 1,2 0,8 2 2 0 2,304,6 9,5 2,1 1,6 2,7 1,3 0 0,8 2,6 0 10,4 1,8 5,9 2,4 1,9 0,6 2,3 1,6 0 8,1 1,5 0,3 4,1 2,3 0 2,40

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

2,2 1,5 2,21,42,04,9

0,00

12108

22

161820

14

642 1,7 0,0

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

2,9 2,4

6,2

0,7

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - MAIO 2014

8,7

Diesel 44,29 49,23 52,26 55,90 58,49 23,96

Gasolina 25,40 29,84 35,49 39,69 41,36 18,06

Etanol 16,47 15,07 10,89 9,85 11,75 5,08

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** Dados atualizados em 30 de junho de 2014.

Rodoviário 38,49 34,46 36,38 38,60 40,61

Ferroviário 0,83 1,08 1,18 1,21 1,20

Hidroviário 0,49 0,14 0,14 0,16 0,18

Total 39,81 35,68 37,7 39,97 41,99

2009VOLUME

MODALVOLUME VOLUME VOLUME

2010 2011 2012

VOLUME

2013

* Em partes por milhão de S - ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br*** A partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR:

www.cntdespoluir.org.br

Demais estados e cidades 500***

TIPO 2009 2010 2011 2012 2013 2014**

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNVDados de 2009 fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA,2011.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL

7,2

3

BOLETIM AMBIEN TAL

(maio)

21,8%

1,7

23,4%

9,1% 5,1%

32,5%

8,8

8,1%

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Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA1 MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e processos industriais4.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida5.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua naturezacorrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e processos industriais4.

Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida5, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel comosubstância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro.

2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

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O projeto apresentado aogoverno tem como meta retirarde circulação esses veículos,reduzindo, gradativamente, aidade-alvo, ao longo de, aproxi-madamente, 10 anos, com a re-ciclagem de mais de 30 mil ca-minhões por ano. Inicialmente,o programa previa retirar decirculação uma média de milunidades em 2014, 5.000 no anoseguinte, 15 mil em 2016 e, apartir dali, reciclar 30 milanualmente, ou seja, o progra-ma só traz benefícios.

Independente de qualquerprograma, no entanto, o mo-mento atual oferece oportuni-dades importantes de financia-mento para quem pretende re-novar ou incrementar sua frota.O BNDES oferece, por exemplo,o PSI, que disponibiliza créditocom taxas subsidiadas paraaqueles que desejarem finan-ciar perante aos agentes finan-ceiros credenciados ao banco.

É certo que a economia bra-sileira não vem obtendo o cres-cimento esperado, e a demoraque ocorreu no início do ano naregulamentação do PSI e do PSISimplificado pelo BNDES impac-tou, negativamente, nas vendase perspectivas do mercado de

caminhões este ano, que apon-ta para uma possível queda de15% até o fim de 2014.

Com a demora na regulamen-tação do PSI, talvez tenhamosperdido boa parte das demandasadvindas com a safra agrícoladeste ano, que ocorreu até ju-nho, assim como os feriados e aredução de dias de vendas, emfunção da Copa do Mundo, tam-bém refletiram na redução decomercialização de caminhões.

No entanto, temos perspecti-vas positivas para o agronegó-cio nos próximos anos, o quenos garante um mercado efetivopara o setor de caminhões nopaís. E, considerando as taxas eoportunidades facilitadas de fi-nanciamento, oferecidas atual-mente, consideramos o momen-to altamente favorável paraaqueles que desejarem se pla-nejar para o futuro, adquirindoagora veículos de última gera-ção, em condições vantajosas.

Estamos certos de que o Bra-sil continuará se movimentandosobre rodas. Que a economia doagronegócio caminha bem e ge-ra frete, e que, a despeito dequalquer adversidade momentâ-nea, devemos investir no futurode nossos negócios e deste país.

TEMA DO MÊS É hora de aproveitar as vendas fracas e comprar caminhão

ALARICO ASSUMPÇÃO JÚNIORPresidente executivo da Fenabrave(Federação Nacional da Distribuiçãode Veículos Automotores)

“O momento é altamente favorável para aqueles que desejaremadquirir veículos de última geração, em condições vantajosas”

Momento oferece oportunidadesimportantes de financiamento

Anecessidade de reno-vação da frota de ca-minhões é latente eimportante para o

Brasil. O assunto vem sendomote de discussão entre a Fe-nabrave e outras entidades dosetor junto ao governo federalpara que um programa eficien-te seja aprovado para que osveículos, que hoje transitampelas estradas e vias públicas,com mais de 30 anos de fabri-cação, e que geram transtornose acidentes, sejam retirados decirculação, cedendo espaço pa-ra caminhões novos, com maistecnologia e segurança.

Esses caminhões com maisde três décadas de atividadescorrespondem a quase 230 milunidades em circulação pelopaís, sendo mais de 200 mil empoder de motoristas autôno-mos e o restante como pro-priedade de empresas trans-portadoras e cooperativas. Ge-ralmente, os donos desses veí-culos são motoristas autôno-mos que não têm condições detrocar o caminhão. E o progra-ma é uma forma de atendê-los,pois esses caminhoneiros te-rão acesso a veículos mais mo-dernos e seguros.

ALARICO ASSUMPÇÃO JÚNIOR

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para renovar a frota?

Nos seis primeiros me-ses deste ano, as ven-das de caminhões nomercado brasileiro en-

colheram 13% em relação a igualperíodo de 2013, em função dacontração da produção industriale do menor dinamismo das ativi-dades de comércio e serviços,provocados, em boa medida, pelavigência de juros reais superele-vados desde meados de 2013.

Por outro lado, o desempe-nho favorável do agronegócionos últimos dois anos impediuque a comercialização de cami-nhões no país registrasse declí-nio mais drástico em 2014.

O encolhimento das vendasprejudicou diretamente asmontadoras nacionais, que res-pondem por 98% da oferta in-terna de caminhões, trazendoapreensão quanto ao futuro desua cadeia produtiva.

Quando se afirma que o mer-cado de caminhões se enfraque-ce em resposta à contração daprodução industrial e ao fôlegomais curto de varejo e serviços,pode-se dizer que sua dinâmicaespelha a tendência declinantedo investimento nacional. Tal en-fraquecimento, portanto, não éobra do acaso. Reflete o compor-

me, porém, é ainda inferior ao ve-rificado em 2011 e 2010.

Além desses fatores, pode-seadicionar outro, de naturezamais pontual: a demora não ape-nas na definição de novas regrasdo PSI/Finame, mas também norepasse dos recursos.

Cabe acrescentar a realizaçãodas eleições, cujos desfechos e pri-meiros desdobramentos são mui-tas vezes anteriores às decisões deinvestimento das empresas.

A impressão imediata é deque a compra de caminhões paraa renovação de frota poderia serpostergada, tendo em vista queos estoques da cadeia produtivadevem continuar crescendo, le-vando o varejo a promover novasrodadas de desconto de preços.Trata-se de uma alternativa comboa chance de sucesso.

Mas existe outra hipótese,cuja possibilidade de ocorrêncianão é pequena. A de que a taxade câmbio se desvalorize no fimdeste ano ou início de 2015, atin-gindo o patamar de R$ 2,35 ouR$ 2,40 por dólar, em virtude dodesequilíbrio das contas exter-nas brasileiras. Caso isso se ma-terialize, será inevitável o enca-recimento dos caminhões nomercado doméstico.

FABIO SILVEIRADiretor de Pesquisa Econômica daGO Associados

ARTHUR NICULITCCHEFGraduando em Economia da PUC-SP

Comprar ou não comprarcaminhão: eis a questão!

“A comercialização de caminhões mostra-se relativamente estagnada desde 2011, quando as vendas aumentaram 9,6% frente a 2010”

tamento da taxa de formaçãobruta de capital fixo da economiabrasileira, que evolui negativa-mente há um ano.

O investimento nacional per-deu ímpeto, em decorrência nãoapenas do que “aconteceu an-tes”, mas também do que pode“acontecer amanhã”. A falta deconfiança do setor privado tam-bém desestimulou o comércio decaminhões. Tanto o Índice deConfiança da Indústria da FGVquanto o Índice de Confiança doEmpresariado Industrial da CNIestão em seus níveis mais baixosdesde a crise de 2009.

Se formos rigorosos, a co-mercialização de caminhões semostra relativamente estagnadadesde 2011, quando as vendas au-mentaram 9,6% frente a 2010,em virtude da grande antecipa-ção de compra provocada pelofato de que, em 2012, as monta-doras cumpririam a decisão delançar caminhões com motoresmenos poluentes, porém maiscaros, e pelo IPI reduzido, compossibilidade de majoração tam-bém no ano seguinte.

Como reflexo, em 2012, as ven-das diminuíram 19,5% ante 2011. Éverdade que, no ano passado,elas cresceram 11,1%. Esse volu-

FABIO SILVEIRA E ARTHUR NICULITCCHEF

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 2014 81

JOSÉ FIORAVANTIOPINIÃO

s dimensões continentais de nosso país indi-cam a necessidade de dotar a nação de logísti-ca que contemple a multimodalidade e integreo país de norte a sul, de leste a oeste, que dêeficiência aos deslocamentos de cargas e depessoas, que reduza os custos de transporte,

que potencialize os diferentes modos de transpor-te e que equilibre a matriz nacional de transporte.

A realidade, no entanto, está longe dessemundo ideal em que investimentos em infraes-trutura de transportes e em logística integradasão priorizados. Em que governos sabem da im-portância disso para a economia nacional e pa-ra o comércio exterior.

Nosso país, tantas vezes mencionado como anação do futuro, com potencial para se destacarno cenário internacional, com a representativida-de que possui no continente sul-americano, comum enorme mercado interno, investe menos de1% do seu PIB em infraestrutura. Evidentementeque essa cifra é insuficiente para apoiar o cresci-mento e o desenvolvimento econômico e social.

Ao lado de tão inexpressivo investimento ain-da temos a dificuldade em aplicar esses poucosrecursos disponíveis, revelando que o país nãorealiza uma adequada gestão, a nação peca porexcesso de burocracia, por lentidão em seus pro-cessos licitatórios e a execução dos orçamentosde investimento apresentam o realizado abaixodaquilo que tinha sido planejado e aprovado.

Acorda, Brasil! Até quando vamos ficar nessecompasso lento enquanto o mundo se organiza eos países recuperam suas economias a passos lar-gos. Será que vamos, mais uma vez, ficar a rebo-que e gerando insignificantes resultados de PIB?

O setor produtivo e os transportadores pos-suem visão sistêmica do transporte e estão fa-zendo sua parte investindo em logística empre-

sarial, que tem dinamizado os processos deprodução, reduzido os custos, agregado efi-ciência e eficácia a toda cadeia de distribuiçãoda riqueza produzida. Um esforço colossal parase manter produtivo em um Brasil que insisteem não realizar suas reformas estruturais defi-nitivas que contemplem um sistema tributárioque não penalize a produção, leis trabalhistasmenos onerosas para o empregador e um siste-ma político contemporâneo adequado ao forta-lecimento da democracia.

Para o fim da apatia do setor público em reali-zar planejamento e romper sua inércia em cons-truir a melhor infraestrutura de transporte para opaís, a Confederação Nacional do Transporte estálançando o Plano CNT de Transporte e Logística2014, um estudo completo com indicações de pro-jetos e seus custos para dotar o Brasil de logísti-ca e transporte condizentes com os nossos an-seios de desenvolvimento.

O Plano CNT de Transporte e Logística apre-senta, detalhadamente, orçados em R$ 987 bi-lhões, 2.045 projetos, nos quais as autoridadesgovernamentais podem nortear-se para realizar atransformação definitiva da infraestrutura dopaís, capaz de atender à demanda atual e futurados setores produtivos e da população.

A CNT propõe, com seu levantamento, a moder-nização e ampliação de rodovias, ferrovias, portos,aeroportos, hidrovias e terminais, de tal maneiraque possamos adequar todas as característicasregionais à multimodalidade do transporte, que-brando isolamentos de populações, unindo econo-micamente mercados nacionais e globais, em prolda verdadeira e completa integração do Brasil.

José Fioravanti é presidente em exercí-cio da CNT

AAcorda, Brasil!

“O setor produtivo e os transportadores possuem visão sistêmica dotransporte e estão fazendo sua parte investindo em logística empresarial”

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CNT TRANSPORTE ATUAL AGOSTO 201482

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE EM EXERCÍCIOJosé Fioravanti

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

Júlio Fontana Neto

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

Eduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

José Severiano Chaves

Eudo Laranjeiras Costa

Antônio Carlos Melgaço Knitell

Eurico Galhardi

Francisco Saldanha Bezerra

Jerson Antonio Picoli

João Rezende Filho

Mário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

Diumar Deléo Cunha Bueno

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Bratz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

ATUAÇÃO DO SEST SENAT

O Sest Senat merece todo o nosso reconhecimento por esses 20 anos dedicados aos trabalhadores do setor de transporte. Os atendimentos na área de saúde e os cursos garantem uma vida melhor a quemtransporta esse país dia e noite. Eu e minha família já utilizamos vários dos serviços oferecidos. Só tenho a agradecer. Depois que participei de vários cursos detransporte de cargas, hoje consigoter um bom emprego e criar meus filhos com tranquilidade. Parabéns ao Sest Senat!

Juarez Antonio MoreiraMossoró/RN

TRANSPOAMAZÔNIA

A reportagem sobre a TranspoAmazônia, realizada em junho, em Manaus (AM), mostra como o transporte aqui na regiãoNorte ainda carece de melhoriaspara ter seu pleno desenvolvimento.Temos um potencial enorme para crescer e até solucionaralguns gargalos logísticos existentes no Sul e no Sudeste do país, mas, para isso, precisamos de investimentossérios nas nossas hidrovias e nos nossos portos. Os nossos rios são poderosos aliados na redução do custo do transporte e da emissão de poluentes.

Maurício AlcântaraBelém/AM

PASSARELAS NAS RODOVIAS

A matéria da edição nº 226 da CNTTransporte Atual faz um alertaimportante sobre a necessidade do uso das passarelas na travessiadas rodovias. Infelizmente, ainda vemos pedestres morrendo atropelados embaixo dessas passagens. O poder público e asconcessionárias precisam investirna instalação de mais equipamentosdesse tipo, mas também na educaçãodas pessoas. É como diz a reportagem:“atravessar a rodovia sem utilizar a passarela é ameaçar a própria vida e a dos outros”.

Arlete GomesBelo Horizonte/MG

VOO VERDE

Excelente a iniciativa da Gol em passara utilizar biocombustível em seusvoos. Mesmo que ainda seja em umaproporção pequena, o ganho ambientalé grande. Que nos próximos anos, agente possa ver o crescimento douso de combustíveis cada vez maislimpos e eficientes em todos os setoresdo transporte. A popularização douso contribui para a redução do preçodo produto, que ainda é um problema a ser vencido.

Roberto TeixeiraJundiaí/SP

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected] motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

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