2

Click here to load reader

Que Fazer? s/d (Nº4) Fevereiro de 1999

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Editado pelo Luta Socialista, antecessor do Socialismo Revolucionário

Citation preview

Page 1: Que Fazer? s/d (Nº4) Fevereiro de 1999

O Pacote Laboral que o Governodo PS apresentou, correspondeaos desejos e interesses da clas-se dominante, dos representan-tes dos grandes económicos por-tugueses e europeus e significaum dos mais perigosos ataquesaos direitos e conquistas dos tra-balhadores em Portugal.Para a classe dominante é ne-cessário intensificar a exploraçãodos trabalhadores e garantir queos jovens cheguem aos mercadode trabalho sem direitos e conde-nados à precariedade. Só à custada exploração de quem trabalhaos patrões, especialmente osgrandes grupos económicos, po-dem continuar a garantir as altastaxas de lucro, a acumulação deriqueza.Nada de Ilusões!Os que esperam convencer o PSa ser de esquerda desenganem-se. A direcção do PS optou clara-mente por virar as costas aos tra-balhadores. No governo, o PSconseguiu que os mais represen-tativos membros da classe domi-nante sejam unânimes em consi-derar que este governo tem go-vernado bem segundo os seusinteresses.Também aqueles que pensamusar os trabalhadores como moe-da de troca para lugares no po-der podem tirar o “cavalinho da

chuva”. Pouco a pouco, muitostrabalhadores começam a per-guntar porque é que determina-dos senhores nos comícios enas campanhas são contra asprivatizações, mas nas câmarase juntas praticam essas mes-mas privatizações.Luta e SolidariedadeA derrota do pacote laboral sópode ser eficaz se for baseadana mobilização massiva dos tra-balhadores, na discussão am-pla, na participação activa decada trabalhador nesta batalha.E isso só se consegue nãoespartilhando as lutas que sevão travando um pouco por todoo país, mas construindo a soli-dariedade activa entre os traba-lhadores, seguindo o velho prin-cipio sindical de “trabalhadoresatacados têm de ser ajuda-dos”.A luta das operárias têxteis pelaimposição das 40 horas é a lutados trabalhadores da Siemens eoutras multinacionais pelo direi-to ao trabalho, é a luta dos ope-rários da construção civil contraa prática das subempreitadas ea falta de condições de seguran-ça, é a luta dos desemprega-dos, é a luta dos jovens pelodireito ao futuro.É urgente que os trabalhadorese as suas organizações organi-

zem a luta firme contra o PacoteLaboral.Greve Geral contra o PacoteLaboralEssa luta não pode ser feita ape-nas no sentido de sensibilizar”as instituições, - sejam elas oPresidente da República, aAssembleia, o Provedor ou osTribunais. Os que têm orientadoas lutas apenas e só para apressão destes orgãos do Esta-do é responsável pelas ilusõesque semeia no seio dos traba-lhadores. Está na hora de se darpassos na organização de umaGreve Geral, organizada a partirdos locais de trabalho, não parao dia em que os deputados apro-varem a lei mas uma Greve queque impeça o Pacote Laboral dese tornar e exiga melhores con-dições de vida e trabalho para osque produzem a riqueza comque os “tubarões” se enchem.

• Não ao Pacote Laboral!• Salário Minímo de 100.000$00• 35 horas sem cortes de salários!• Não à destruição da SegurançaSocial! Não às privatizações!

Fevereiro de 1999

Colectivo LUTA SOCILISTA

Editado por LUTA SOCIALISTA Comité por uma Internacional OperáriaFevereiro de 1999

ue Fazer?Q Luta, Solidariedade, Socialismo!

Con

tra

o P

acot

e La

bora

l

Page 2: Que Fazer? s/d (Nº4) Fevereiro de 1999

Alguns Pontos para umPrograma de Luta peloSocialismo

- Contra o desemprego, semana de trabalho de 35horas sem perca de salário; Salário Mínimo nacionalde pelo menos 500 Euros (100.000$00) para a todosos trabalhadores, incluindo desempregados epensionistas e reformados. Índice 100 daAdiminsitração Pública igual ao salário mínimonacional.- Congelamento da riqueza pessoal dos donos eadiministradores de empresas com salários ematraso e falências; prioritarização absoluta dopagamrento das dívidas aos trabalhadores em casode falência. Fim às leis de flexibilidade e polivalência.Fim à precariadade, aos recibos verdes e aoscontratos a prazo.- Os ricos que pagem a crise, não os trabalhadores:Impostos progressivos sobre a riqueza e os lucros;diminuição da carga fiscal dos trabalhadores porconta de outrém.

- Uma casa decente e acessível para todos.Por umprograma de construção de habitação social dequalidade e de rendas acessíveis.- Defesa e aprofundamento do Serviço Nacional deSaúde. Não às taxas moderadoras. Não à gestãoprivada da Saúde! Não aos lucros na Saúde!- Educação gratuita e de qualidade para todos.Abolição imediata das propinas. Bolsas de estudo eapoios sociais decentes para todos os estudantes.- Defender o Ambiente. Impedir que o lucro enveneneo planeta.-Definição de uma real politica de Juventude comapoio ao Associativismo Juvenil; constituição deCentros Juvenis geridos pelos próprios jovens e nãopor burocratas dos partidos- Completa oposição ao racismo, sexismo e todasas formas de descriminação. Legalização dosimigrantes; fim às medidas intimidatórias contra osimigrantes e minorias étnicas; não à EuropaFortaleza.- Combate às causas sociais da criminalidade; não àpoliciação da sociedade; fim à violência policialnomeadamente à violência policial racista e anti-juvenil; controlo democrático das policias;desmantelamento do SIS

- Os eleitos dos trabalhadores devem receber apenaso salário médio do operário industrial.-Fim a todas as privatizações! Defesa eaprofundamento da Segurança Social.- Nacionalização dos grandes monopólios semindeminizações a não ser com base em necessidadecomprovada. Por uma economia planeada econtrolada pelos trabalhadores.-Um Orçamento Geral do Estado baseado nasnecessidades dos trabalhadores. Se os patrões nãopodem pagar os serviços adequados- nós nãopodemos aguentar o sistema deles!- Não à Europa dos patrões! Não ao Euro dos patrões.Pela unidade internacional dos trabalhadores. Porum Portugal verdadeiramente Socialista, numaEurope e Mundo Socialistas

Em defesa de quem trabalha

Em defesa dos direitos sociais

Por uma nova sociedade

1999 vai ser um ano de intensas convulsões sociais e políticas em Portugal e no Mundo. Nonosso país a crise económica mundial e surgimento do Euro estão desde já a provocar oencerramento de fábricas e empresas e o aumento do desemprego. Crescem os sintomasde instabilidade social e no campo político anunciam-se grandes lutas eleitorais – Europeias,em Junho, e Legislativas no final do ano – e grandes realinhamentos políticos – com osurgimento da aliança PSD-PP, as vozes que propõem uma aliança PS/PC e a intenção daconstituição de um Bloco de Esquerda por parte da UDP, do PSR e de outros grupos àesquerda do PC.

A direita já apresentou o seu plano: usar a demagogiae a “defesa dos desfavorecidos” como alavanca parareganhar uma base eleitoral maioritária, uma vez queem termos de programa político tem uma extremadificuldade em se diferenciar da prática política eeconómica do PS.O PS, por seu lado, já entendeu que os tempos quese adivinham serão difíceis sem o controlo da pazsocial nas fábricas e nas empresas. Mário Soares, oprincipal responsável pela recuperação capitalista emPortugal, tem vindo a preparar terreno parasalvaguardar as tormentas que se adivinham: falaem combater os excessos do capitalismo e “defenderideais de Esquerda”. O “namoro” que mais uma veza ala soarista faz ao PC representa isso claramente.Para isso exigem ainda mais “sentido deresponsabilidade e realismo” isto é “o PC tem de semodernizar e adaptar aos dias de hoje” aceitando osataques aos trabalhadores mesmo que um poucoatenuados.Na prática, contra a vontade de milhares de militantesde bases, certos dirigentes do PC mostram o quesignifica o sentido de realismo e de responsabilidade:na Câmara de Lisboa, as privatizações têm vindo arealizar-se a um ritmo impressionante,nomeadamente nos pelouros da responsabilidade devereadores do PC, como por exemplo o Parque deCampismo de Monsanto. Exemplos semelhantesverificam-se em Câmaras de maioria PC/CDU.No plano sindical, o sistemático recurso “àsinstituições”, sejam elas o Presidente da República,os Tribunais, o Provedor sem a preparação depotentes a combativas acções de massas que forçemessas instituições das classes dominantes a ceder àrazão de quem trabalha está a condicionar mais emais a resposta dos trabalhadores à ofensivapatronal.O LUTA SOCIALISTA – Comité por uma InternacionalOperária defende a necessidade da constituição de

um novo Partido dos Trabalhadores queorganize eficazmente a resistência ao neo-liberalismo sem cair nas ilusões do reformismo.É neste contexto que o LUTA SOCIALISTA,considera positivo a disposição da UDP, do PSRe do Política XXI de discutirem a possibilidadeda constituição de uma nova formação política.Pensamos que esse partido poderá revitalizar odebate entre os trabalhadores e jovens queprocuram uma alternativa política, económica esocial ao Capitalismo.É imperioso explicar que os problemas sociaispolíticos e económicos com que nosdefrontamos hoje não encontram soluçãofavorável para a imensa maioria da populaçãono quadro do actual sistema baseado no lucro epor isso este novo Partido deve apontar semambiguidades para uma sociedade livre daexploração do homem pelo homem, com umaeconomia democraticamente controlada edirigida pelos trabalhadores para a satisfaçãodas necessidades de todos, numa palavra, oSocialismo.Este Partido deverá organizar-se de forma agarantir a mais livre e aberta discussão eparticipação, não só dos Partidos que o integremmas de outros grupos e correntes políticas.Este Partido não deverá cair na tentação deintervir apenas nas eleições. Deverá, a nossover, organizar-se nas empresas, nos bairros enas escolas e intervir nas lutas concretas.O LUTA SOCIALISTA – Comité por umaInternacional Operária reafirma a suadisponibilidade para contribuir para a edificaçãode um novo Partido dos Trabalhadores

Edição do Luta Socialista - Comité por umaInternacional OperáriaComité de Redacção:Francisco R., Mariana Rio, David H., Tiago Luis,Helena T.Contacto: Apartado 4273 1500 LISBOA PortugaleMail: [email protected]ág. Web http://membres.xoom.com/ls_cpio/

ue Fazer?Luta, Solidariedade, Socialismo!Q

Bloco de Esquerda:Por um novo Partidodos Trabalhadores