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Questionário 1
1. Os elementos paratextuais (título, subtítulo, capa, contracapa,
prefácio, posfácio e epigrafe) fornecem informações importantes
para a compreensão do texto principal.
1.1 Atenta no título da obra – Memorial do Convento e:
Esclarece sentido do nome “Memorial”, consultando um
dicionário;
R: Exposição escrita, dirigida a autoridade pública, na qual se pleiteia alguma
coisa. Memória ou nota para a instrução de uma questão diplomática. Livro de
escrituração comercial. Obra literária na qual o autor (ou um dos personagens)
evoca fatos a que tenha assistido ou em que tenha tomado parte; memórias: o
"Memorial de Aires", de Machado de Assis.
Recolhe informações acerca o convento em questão.
R: Mandado construir por D. João V em 1711, é o mais deslumbrante convento
e monumento barroco português e as peripécias da sua construção inspiraram um
dos primeiros sucessos do Nobel das Literatura, José Saramago “Memorial do
Convento”. É o exemplo do reinado mais rico da história de Portugal, graças ao ouro
vindo do Brasil. Foi construído para cumprir a promessa do rei caso tivesse um
descendente para ocupar o trono. O projecto original é de João Frederico Ludovice,
também autor da basílica da Estrela, em Lisboa. O convento foi ocupado pelos
Franciscanos que desenvolveram a farmácia e a enfermaria, enquanto que os outros
ocupantes deste convento, os Dominicanos desenvolveram a biblioteca. Parte das
instalações está ocupada pela Escola Prática de Infantaria, sendo possível visitar, a
pedido, esta unidade militar e apreciar os monumentais corredores com centenas de
metros dedicados às batalhas de Portugal e onde cabe um camião. Integram este
conjunto monumental, o Palácio, o Museu, a Biblioteca conventual e a Tapada.
2. Na contracapa da obra pode ler-se o seguinte texto síntese: “Era
uma vez um Rei que fez promessa de levantar um convento em
Mafra. Era uma vez a gente que construiu esse convento. Era
uma vez um soldado maneta e a sua mulher que tinha poderes.
Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido. Era uma
vez.”
2.1 Comenta a repetição da fórmula inicial “Era uma vez”.
R.: A fórmula inicial “Era uma vez...” faz-nos evocar um mundo fictício, o da
infância associado aos contos de fadas. A repetição desta fórmula, intencional e
insistente, alerta-nos para o universo ficcional da obra, que, embora baseada num
facto histórico – a construção do convento de Mafra recorre ao imaginário para dar
vida e voz às personagens.
2.2 Sublinha a passagem em que se anuncia a intriga.
R.: “Era uma vez um Rei que fez promessa de levantar um convento em
Mafra.”
2.3 Identifica as personagens aqui referidas, nomeando-as.
R.: Rei D. João V, Soldado Baltasar Sete - Sóis e a mulher Blimunda Sete –
Luas, todo o Povo envolto na construção do convento e o padre Bartolumeu.
Questionário 2
1. Recorda agora a leitura que fizeste do “Memorial do Convento” e
explica:
Por que razão decidiu D. João V mandar construir um Convento em
Mafra;
R.: D. João V decidiu construir um convento em Mafra devido a um aviso dos padres
franciscanos, de que se ele o fizesse Deus o premiaria com um herdeiro.
Qual o local exacto escolhido pelo monarca para a edificação do
convento;
R.: A edificação do convento foi realizada no Alto da Vela em Mafra.
Quem é Ludovice?
R.: Ludovice foi o arquitecto alemão que projectou o convento de Mafra, foi também
autor da basílica da Estrela, em Lisboa.
Que razões estão por trás da decisão anunciada pelo Rei no primeiro
parágrafo;
R.: As razões que levam a esta decisão do Rei são que na data de 22 de Outubro
de 1730 (ou seja 2 anos depois) o seu aniversário calharia ao domingo coisa que só
aconteceria 10 anos depois e o Rei nessa altura poderia já estar morto.
2. Indica os traços de personalidade de D. João V, presentes no enxerto
que se pode induzir pela forma como dá as suas ordens.
R.: D. João V era autoritário, agressivo, egoísta, desumano, decidido, vaidoso e
prepotente como se pode comprovar nas ordens que dá para a construção do
convento.
3. Relê o segundo parágrafo e interpreta a reacção de Ludovice à
ordem do Rei.
R.: O movimento de cabeça de Ludovice manifesta o seu assentimento em relação
á atitude tomada pelo Rei, o que não é de estranhar, pois foi ele quem, no fundo,
induziu o Rei a tomá-la.
4. Transcreve do segundo parágrafo uma passagem marcada pela
ironia.
R.: “Os camaristas entreolharam-se e sorriam isto é que é um Rei”
5. No terceiro e quatro parágrafos, assinala quatro recursos estilísticos
que acentuam a violência e a urgência com que os homens foram
arrebanhados.
R.: Paralelismo anafórico, comparação, construção assindética e enumeração.
6. Assinala no quatro parágrafo, o momento em que o narrador crítica a
corrupção instalada no país.
R.: “
7. Relê a passagem que vai da linha “Ó doce e amado esposo… ò pátria
sem justiça”.
7.1Identifica os episódios de os Lusíadas que são aí
invocados.
R.: Despedidas em Belém, velho do Restelo.
7.2Levanta hipóteses sobre a intencionalidade do narrador
ao fazer esta aproximação intertextual.
R.: O narrador tenta comparar a epopeia da descoberta do caminho marítimo para a
Índia com a epopeia da viagem da passarola, também ela de descoberta como há
aventura. Assim, toda a descrição da viagem de Lisboa a Mafra mantêm estreitas
semelhança com a viagem marítima, enumerando as dificuldades que ambos
tiveram.
8. Partindo da análise deste excerto e relembrando outros momentos
em que esta temática da construção do convento é abordada, explica
a simbologia do convento no contexto da obra.
R.: O convento simboliza, no contexto da obra, o esforço hercúleo dos trabalhadores
que os construíram, exploração de que foi alvo um povo humilde e ignorante
perpetrada pelo poder dominante (o Rei e a Igreja). Esta simbologia ganha particular
relevo no episodio da epopeia da pedra.
Questionário 3
1. Os excertos centram-se na relação conjugal do Rei e da Rainha.
1.1. Sublinha as expressões que conferem ao tratamento do problema
de infertilidade depreciativo e irónico.
R.: “D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa e até hoje ainda não emprenhou.” e “Já se murmura na corte, dentro e fora dopalácio, que a rainha, provavelmente, tem a madre seca.”
1.2. Prova que a responsabilidade da falta de sucessão é atribuída
inteiramente á Rainha.
R.: No seguinte excerto podemos ver a frieza com que o assunto era tratado e como só às mulheres cabia a culpa da infertilidade, podemos também referir que neste caso a culpa era só e apenas da Rainha pois o reino estava cheio de bastardos do Rei: “Que caiba a culpa ao rei, nem pensar, primeiro porque a esterilidade não é mal dos homens, das mulheres sim, por isso são repudiadas tantas vezes, e segundo, material prova, se necessária ela fosse, porque abundam no reino bastardos da real semente e ainda agora a procissão vai na praça.”
1.3. Explica a mentalidade da época, expressa pelo narrador, em
relação ao papel da mulher na relação conjugal.
R.: Naquela época o papel da mulher na relação conjugal estava definido como
sendo apenas uma geradora de filhos, o narrador entoa esta forma de pensar com
expressões tais como “emprenhou”, “inchar até hoje a barriga”, “madre seca” e “vaso
de receber” este forma de pensar só mostra o machismo e ignorância da época.
Questionário (Capítulo V - pág. 54 – 57)
1. Neste excerto do memorial de convento dá – se inicio a relação entre Baltazar e Blimunda.1.1. Descreve o contexto em que as personagens se conhecem.
R: As personagens conhecessem no auto de fé onde na procissão vai
a mãe de Blimunda – Sebastiana de Jesus – que vai ser deportada para
Angola deportada pelo Santo oficio “fingimento”, “presunção insuportável e
orgulho monstruoso, desafio a Deus”, “blasfema” e “herética” pois ouve vozes
do céu e tem “visões, revelações”. É Sebastiana quem vai “induzir” o
encontro entre Blimunda e Baltazar e que é também ela quem apresenta
Blimunda ao narratário, dando desde logo, a conhecer os seus poderes
especiais: “olha só com esses teus olhos que tudo são capazes de ver”. Será
também oportuno lembrar que é num outro auto-de-fé que as personagens se
encontram pela última vez – aquele em que Baltazar vai ser “supliciado”. E é
ainda durante este primeiro auto-de-fé que Baltazar e Blimunda encontram o
padre Bartolomeu de Gusmão estando formada assim a tríade que dará asas
ao sonho de voar.
1.2. Explica a atitude de Blimunda fase a situação da mãe, primeiro durante o auto de fé e depois em sua casa.
R: Em público, Blimunda não pode dar asso as suas emoções, pois
corria sérios ricos de sendo identificada com sua mãe, vir a sofrer também as
perseguições da inquisição.
1.3. Clarifica o simbolismo da atitude de Blimunda descrita em “… e quando Blimunda chegou a casa deixou a porta para que Baltazar entrasse”
R: A porta que Blimunda deixa aberta é um convite, para que Baltazar
entre não só na sua casa, mas também na sua vida.
1.4. O olhar assume um papel central na relação entre estas personagens.
1.4.1. Sublinhas as passagens do texto que comprovam a veracidade desta afirmação.
R: “Baltasar Mateus, o Sete-Sóis, está calado, apenas olha fixamente Blimunda, e de cada vez que ela o olha a ele sente um aperto na boca do estômago, porque olhos como estes nunca se viram, claros de cinzento, ou verde, ou azul, que com a luz de fora variam ou o pensamento de dentro, e às vezes tornam-se negros nocturnos ou brancos brilhantes como lascado carvão de pedra.”
“mas agora só tem olhos para os olhos de Blimunda, ou para o corpo dela, que é alto e delgado como a inglesa”
“Olhaste-me por dentro, Juro que nunca te olharei por dentro”“Quando, de manhã, Baltasar acordou, viu Blimunda deitada ao seu
lado, a comer pão, de olhos fechados. Só os abriu, cinzentos àquela hora, depois de ter acabado de comer, E disse, Nunca te olharei por dentro.”
1.4.2. Explica o sentido da afirmação final de Blimunda “ Nunca te olharei por dentro”
R: Esta recusa de Blimunda, terá a ver com o facto de
Blimunda amar Baltazar e de recear o que pode encontrar se o
“Olhar por dentro”.
1.5. Relê o 3º parágrafo e evidencia as razões apontadas por Blimunda para que Baltazar permaneça em sua casa.
R: Para que Baltazar fique em sua casa Blimunda invoca razoes,
quase triviais como o facto de Baltazar não ter “onde viver melhor” e
outras premonitórias como “porque é preciso”
Justificar a utilização do marcador discursivo “porem”
Este marcador Porem marca o contraste entre a atitude de
Blimunda quando vê passar a sua mãe “nenhum suspiro”, lágrima
nenhuma, nem sequer o rosto compadecido, e mais tarde, quando já está
em casa choram os olhos de Blimunda com duas fontes de água.
Identificar a sequência narrativa
Trata-se de uma sequência onde está presente a narração, em
que os verbos encontram-se predominantemente do perfeito perfeito do
indicativo, indicando as acções das três personagens intervenientes.
Temos ainda a localização do tempo “terminado o auto de fé”
Questionário (1º Capítulo)
1. Os excertos centram-se na relação conjugal do Rei e da Rainha?1.1. Sublinha as expressões que conferem ao tratamento do problema
de fertilidade de um tom depreciativo e irónico.
R: “… e até hoje ainda não emprenhou”
“… que a Rainha, provavelmente, tem a madre seca…”
“… nem isto aquilo fizeram inchar até hoje a barriga de D. Maria Ana”.
1.2. Prova que a responsabilidade de falta de sucessão é atribuída inteiramente a rainha.
R: Todos os reis culpam a Rainha ao dizer que a esterilidade não é culpa dos homens mas sim das mulheres: “ porque a esterilidade não é mal dos homens, das mulheres sim, …”, e que se a rainha deseja-se tanto um filho pedia a Deus, tal como nos diz no texto: “Além disso, quem se extenua a implorar ao céu um filho não é o rei, mas a rainha,…”, “porque sendo a mulher, naturalmente, vaso de receber”.
1.3. Explica a mentalidade da época, expressa pelo narrador, em relação ao papel da mulher na relação conjugal.
R: Segundo o narrador, a relação de homem, mulher naquela época era
algo muito convencional. A mulher servia apenas para satisfazer o homem, salvo o
tempo da quaresma e no tempo que a mulher se encontrava com a menstruação.
Não existia uma comunicação do casal, “ depois de se retira-se de si e da cama o
esposo, para que se não perturbem em seu gerativo acomodamento os líquidos
comuns…”, a única coisa que eles tinham em comum era apenas aquele acto.
1.4. Sublinha no texto, as passagens, que demonstra que o poder regulador da igreja se estende a intimidade do casal.6533
R: “ salvo dificultação canónica…”
“… escassos os seus por falta de tempo, e cristianíssima retenção moral…”
1.5. Salienta os facto que comprovam que este encontro conjugal esta rodeado de um ambiente pouco propício a intimidade do casal.
R: Vestem roupas até aos pés aos pés, a rainha não pode mostrar as
pontas dos pés.
A presença dos camarários e das damas que estão a espera que o acto
real acabe.
1.6. Comenta, a partir dos excertos, a relação entre o Rei e a Rainha.
R: Entre o Rei e a Rainha não há a amor nem envolvimento afectivo. O
único objectivo “ é dar infantas a coroa portuguesa. É uma relação meramente
contratual. Por isso o rei beija a mão da rainha “ como a rainha e futura mãe.