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A ÉTICA SUICIDA / ANTROPOFÁGICA
Modo de vida que busca a
“satisfação” das necessidades
humanas, ilimitadas, através da
exploração dos recursos naturais.
Caracteriza a forma atual de
desenvolvimento econômico.
3
EXPERIÊNCIAS CIENTÍFICAS COM ANIMAIS
Teste de toxicidade dos agrotóxicos. Antes da colocação no
mercado.
Teste DRAIZE: consiste em aplicar produto químico nos
olhos ou na pele de animais para medir a toxicidade.
Método LD50 (Lethal Dose): AGROTÓXICOS, corantes,
estabilizantes, conservantes, acidulantes etc. são ministrados
aos poucos até encontrar-se a dose letal. Os animais sofrem
longo processo de doença, definhando lentamente até à morte
(SINGER 2006, p 76).
11
Testes de laboratório tornam os agrotóxicos
menos perigosos e inseguros para a saúde e o
meio ambiente?
NÃO. Nenhuma experiência científica feita com
agrotóxico consegue identificar o real espectro
de ação dos venenos. Pelas seguintes razões:
a) Os testes de laboratório são de regra feitos
em animais, que jamais representam todo o
complexo ecossistema. E animais possuem
metabolismo e sistema imunológico diferentes
dos seres humanos.
12
b) Os testes de laboratório são feitos com um
tipo de agrotóxico por vez, apenas, não
levando em conta que nas plantações são
aplicados vários tipos de venenos diferentes,
misturados ou uns após os outros, em
intervalos curtos ou médios, de maneira que
resíduos de vários tipos de venenos interagem
entre si e com o solo, com o ar, com a água e
no corpo dos organismos vivos.
Portanto, é completamente impossível
identificar em laboratório as consequências da
ação conjunta de diferentes tipos de
agrotóxicos para o meio ambiente e a saúde
humana.
13
c) Esses testes em animais são concluídos
em períodos curtos, impossibilitando
qualquer certeza sobre efeitos crônicos
derivados de exposições ou contatos
prolongados com agrotóxicos.
A cada evento de ataque intenso de pragas
ou doenças aparecem no mercado, de uma
hora para outra, dezenas de agrotóxicos
novos.
14
d) As conclusões dessas experiências não
apontam antídotos para casos de
intoxicação acidental.
e) Quem realiza esses testes é o próprio
fabricante do veneno, cujo interesse único
e exclusivo é lucrar com a venda do
produto.
15
Qual a utilidade das experiências em
animais para a proteção da saúde
humana?
NENHUMA. Afirma o Dr. Christopher Smith,
médico respeitado na área de intoxicação
acidental:
“Em 17 anos de experiência, não conheço
nenhum exemplo em que um médico
socorrista tenha utilizado os dados de testes
Draize. Nunca usei os resultados de testes
em animais para tratar de casos de
envenenamento acidental” (SINGER, 2010,
p. 83).
Os médicos se orientam por experiências
de casos reais com seres humanos.
16
Então, por que ainda se faz esse tipo de
experiência?
PARA DEFESA DOS INTERESSES ECONÔMICOS
DO FABRICANTE. A lei não obriga a utilização de
animais para testes científicos. Mas essa
metodologia ultrapassada (inventada há quase um
século) é a maneira mais eficaz de o fabricante e o
comerciante serem inocentados em processos
judiciais por intoxicação humana ou dano ambiental.
É só provar que o veneno foi testado antes da
colocação no mercado, que a Justiça sempre julga
em favor das empresas que fabricam e
comercializam o agrotóxico. A “culpa” passa a ser de
quem aplica o veneno.
17
Os resíduos de agrotóxicos permitidos
nos alimentos oferecem garantia quanto
aos riscos de contaminação?
NÃO. Os resíduos de agrotóxicos
cientificamente aceitos nos alimentos no
Brasil são estipulados considerando o
consumidor como um indivíduo médio de 60
kg, em condições normais de saúde. Disso se
conclui que:
a) São desprezados os impactos dessas
substâncias sobre grupos vulneráveis como
idosos, crianças e adolescentes, doentes e
obesos.
18
b) A maioria das mulheres do Brasil não atingem o
peso de 60 kg, tornando também esse grande grupo
populacional vulnerável aos riscos de contaminação
por resíduos de agrotóxicos nos alimentos.
c) Além disso, os índices de Ingestão Diária
Aceitável (IDA) são estipulados sem considerar os
efeitos da combinação de vários tipos de agrotóxicos
presentes em um ou em vários tipos de alimentos
ingeridos em uma mesma refeição ou ao longo do
mesmo dia.
19
O advento dos alimentos transgênicos
provocou a diminuição do uso de
agrotóxicos?
NÃO. Além disso, a invenção da soja transgênica
Roundup Ready, por exemplo, desenvolvida para
tolerar a aplicação pós-emergente do herbicida
glifosato (dessecante), ocasionou a elevação do
índice de Ingestão Diária Aceitável (IDA), de 0,2 ppm
(partes por milhão) para 10 ppm. A possibilidade de
resíduo nos alimentos aumentou em 50 vezes!
21
BENEPLÁCITO DO ESTADO BRASILEIRO
Criação do Sistema Nacional de Crédito Rural (1965), que
condicionava os financiamentos agrícolas à aquisição de
todos os agrotóxicos sugeridos pelas empresas de venenos;
Isenções tributárias (IPI, ICMS, PIS/PASEP, COFINS) em
média de 60% de todos os tributos, inclusive em relação a
venenos proibidos em outros países.
O Decreto Federal 6.006/06 isenta totalmente o IPI de vários
tipos de agrotóxicos.
No Ceará, as isenções de IPI, ICMS, PIS/PASEP, COFINS
chegam a 100%.
22
HERBICIDAS E TRANSGÊNICOS
Soja Roundup Ready: desenvolvido para tolerar a aplicação
pós-emergente de glifosato (dessecante).
Antes dessa soja, os resíduos permitidos do veneno na soja
eram de 0,2 ppm. Por causa da soja transgênica, foi para 10
ppm (50 vezes mais!).
Para justificar a liberação da transgenia, afirmava-se que seria
uma tecnologia para inibir o uso de agrotóxicos.
Pior: as plantas daninhas já adquiriram resistência a
essas altas doses de glifosato, e os agricultores estão
aplicando cada vez mais, inclusive associando o glifosato
com outros herbicidas extremamente tóxicos, como o
Paraquat (Gramoxone), Diquate e 2,4 D.
23
INSETICIDAS E TRANSGÊNICOS
Milho e algodão Bt: desenvolvidos para
repelir uma espécie de lagarta.
Bt é a abreviatura de Bacillus thuringiensis,
uma bactéria do solo que age como pesticida
natural defendendo a planta do ataque da
chamada lagarta do cartucho (encontrada mais
em plantações de milho).
O gene da bactéria foi inserido nos DNAs do
milho e do algodão.
O plasmídio da bactéria pode interagir com os
microorganismos (bactérias, fungos, vírus etc.)
do corpo do homem ou do animal.
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LEGISLAÇÃO
Fabricação, comercialização, aplicação
e destinação de embalagens.
Lei 7.802/89, alterada pela Lei 9.974/00.
Decreto federal 4.074/02.
Lei 9.605/98 (só para situações não
previstas na Lei 7.802,que é especial).
ASPECTOS PENAIS
Lei nº 7.802/89:
Art. 15 - Aquele que produzir, comercializar,
transportar, aplicar, prestar serviço, der
destinação a resíduos e embalagens vazias
de agrotóxicos, seus componentes e afins,
em descumprimento às exigências
estabelecidas na legislação pertinente
estará sujeito à pena de reclusão, de dois a
quatro anos, além de multa.
25
ASPECTOS PENAIS
Art. 16 - O empregador, profissional
responsável ou o prestador de serviço, que
deixar de promover as medidas necessárias
de proteção à saúde e ao meio ambiente,
estará sujeito à pena de reclusão de 2
(dois) a 4 (quatro) anos, além de multa de
100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. Em caso de
culpa, será punido com pena de reclusão de
1 (um) a 3 (três) anos, além de multa de 50
(cinqüenta) a 500 (quinhentos) MVR.
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NORMA PENAL EM BRANCO
O texto do art. 15 é norma em branco.
Deve ser preenchida por outras
normas legais e administrativas.
Destacam-se o receituário
agronômico, a bula que acompanha
cada embalagem de veneno, portarias
IBAMA, FEPAM, Ministérios etc. 27
O RECEITUÁRIO
Art. 65, Decreto 4.074/2002:
A receita deve ser expedida em no
mínimo duas vias.
A primeira destina-se ao usuário.
A segunda, ao estabelecimento
comercial vendedor do veneno, que a
manterá à disposição dos órgãos
fiscalizadores por dois anos.
28
Art. 66. A receita deve conter: I - nome do usuário, da propriedade e sua
localização;
II - diagnóstico;
III - recomendação para que o usuário leia
atentamente o rótulo e a bula do produto;
IV - recomendação técnica com as seguintes
informações:
a) nome do(s) produto(s) comercial(ais) que
deverá(ão) ser utilizado(s) e de eventual(ais)
produto(s) equivalente(s);
b) cultura e áreas onde serão aplicados;
29
c) doses de aplicação e quantidades totais a serem
adquiridas;
d) modalidade de aplicação, com anotação de
instruções específicas, quando necessário, e,
obrigatoriamente, nos casos de aplicação aérea;
e) época de aplicação;
f) intervalo de segurança;
g) orientações quanto ao manejo integrado de
pragas e de resistência;
h) precauções de uso; e
i) orientação quanto à obrigatoriedade da utilização
de EPI.
30
A BULA
Classificação de toxicidade.
Reentrada.
Intervalo de segurança.
Bandeiras de advertência.
Condições climáticas adequadas.
Desrespeitar a bula é crime com pena
de 2 a 4 anos de reclusão (art. 15, Lei
7.082/89. 31
TRECHO DA BULA DO
VENENO 2,4-D AMINA 72
Classe toxicológica - I
EXTREMAMENTE TÓXICO
Classificação quanto ao potencial
de periculosidade ambiental:
PERIGOSO (Classe III).
32
TRECHO BULA 2,4-D AMINA 72
A DL50 aguda oral do 2,4-D Amina72 é 950 mg/kg e a
dérmica é acima de 2.000 mg/kg. Os principais efeitos agudos
que podem ocorrer são, mal-estar, vômitos, enfraquecimento
muscular, dificuldade respiratória, bradicardia...
Os estudos crônicos em animais de laboratório evidenciam
que níveis elevados de 2,4- D (aproximadamente 50
mg/kg/dia) administrados via oral a ratas grávidas não
causaram nenhum efeito adverso no peso dos recém
nascidos nem alteraram o seu tamanho. Em doses mais
elevadas (188 mg/kg/dia) resultaram em sangramento da
cavidade abdominal aumentando a mortalidade.... A evidência
sugere que se o 2,4-D causar efeitos reprodutivos nos
animais, este ocorre somente em doses muito elevadas.
Assim, os problemas reprodutivos associados com 2,4-D são
improváveis nos seres humanos sob circunstâncias normais.
33
O AGENTE LARANJA
O “Agente Laranja” nunca foi usado
em agricultura e era uma mistura de
50% de 2,4,5-T Éster + 50% de 2,4-D
Éster, utilizado dessa forma na Guerra
do Vietnã para desfolhar as florestas
locais.
34
DELAN (FUNGICIDA DA BASF)
Uva
35
Míldio: As aplicações devem ser iniciadas no começo do
enfolhamento, e repetidas em intervalos de 7 dias até um
número máximo de 4 (quatro) aplicações.
Antracnose: Iniciar as aplicações bem no início da brotação e
repetir a cada 7 dias enquanto as condições climáticas forem
favoráveis ao desenvolvimento da doença (baixa temperatura e
alta umidade relativa do ar) até um número máximo de 4
(quatro) aplicações.
CLASSE TOXICOLÓGICA I – EXTREMAMENTE TÓXICO
CLASSIFICAÇÃO DO POTENCIAL DE PERICULOSIDADE
AMBIENTAL II – PRODUTO MUITO PERIGOSO AO MEIO
AMBIENTE
.
PROPAGANDA DE
AGROTÓXICOS
Constituição Federal (art. 220)
Lei Federal n° 9.294/96
Decreto Federal n° 2.018/96
Decreto Federal n° 4.074/2002 (que
regulamenta a Lei n° 7.802/89)
Lei Federal n° 8.078/90 (Código de
Defesa do Consumidor)-publicidade
enganosa.
36
PROPAGANDA DE
AGROTÓXICOS
Art. 220, § 4º, CF: A propaganda
comercial de tabaco, bebidas
alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos
e terapias estará sujeita a restrições
legais, nos termos do inciso II do
parágrafo anterior, e conterá, sempre
que necessário, advertência sobre os
malefícios decorrentes de seu uso.
42
Lei Federal n° 9.294/96
“Art. 17. A propaganda de defensivos agrícolas que
contenham produtos de efeito tóxico, mediato ou
imediato, para ser humano, deverá restringir-se a
programas de rádio ou TV e publicações
dirigidas aos agricultores e pecuaristas,
contendo completa explicação sobre a sua
aplicação, precaução no emprego, consumo ou
utilização, segundo o que dispuser o órgão
competente do Ministério da Agricultura e do
Abastecimento, sem prejuízo das normas
estabelecidas pelo Ministério da Saúde ou outro
órgão do Sistema Único de Saúde.
43
Lei Federal n° 9.294/96
Art. 18. A citação de danos eventuais à saúde e ao
meio ambiente será feita com dizeres, sons e
imagens na mesma proporção e tamanho do
produto anunciado.
Art. 19. A propaganda comercial de agrotóxicos e
afins, comercializáveis mediante prescrição de
receita, deverá mencionar expressa referência a
esta exigência.
44
Lei Federal n° 9.294/96
Art. 20. A propaganda comercial de agrotóxicos,
componentes e afins, em qualquer meio de
comunicação, conterá, obrigatoriamente, clara
advertência sobre os riscos do produto à saúde dos
homens, animais e ao meio ambiente, e observará
o seguinte:
I - estimulará os compradores e usuários a ler
atentamente o rótulo e, se for o caso, o folheto, ou
a pedir que alguém os leia para eles, se não
souberem ler;
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Lei Federal n° 9.294/96
II - não conterá:
a) representação visual de práticas potencialmente perigosas,
tais como a manipulação ou aplicação sem equipamento
protetor, o uso em proximidade de alimentos ou presença de
crianças;
b) afirmações ou imagens que possam induzir o usuário a
erro quanto à natureza, composição, segurança e eficácia
do produto, e sua adequação ao uso;
c) comparações falsas ou equívocas com outros produtos;
d) indicações que contradigam as informações obrigatórias do
rótulo;
e) declarações de propriedades relativas à inoqüidade,
tais como "seguro", "não venenoso" "não tóxico", com
ou sem uma frase complementar, como: "quando
utilizado segundo as instruções";
46
Lei Federal n° 9.294/96
f) afirmações de que o produto é recomendado por
qualquer órgão do Governo.
III - conterá clara orientação para que o usuário
consulte profissional habilitado e siga corretamente
as instruções recebidas;
IV - destacará a importância do manejo integrado
de pragas;
V - restringir-se-á, na paisagem de fundo, a
imagens de culturas ou ambientes para os quais se
destine o produto.
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Lei Federal n° 9.294/96
Art. 21. A propaganda deverá sempre, em
qualquer meio de comunicação, chamar a
atenção para o destino correto das
embalagens vazias e dos restos ou sobras
dos produtos.
48
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
“Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor,
nacional ou estrangeiro, e o importador respondem
independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
construção, montagem, fórmulas, manipulação,
apresentação ou acondicionamento de seus
produtos, bem como por informações insuficientes
ou inadequadas sobre sua utilização e
riscos.”(BRASIL, 2011: 573)
49
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável,
nos termos do artigo anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o
importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara
do seu fabricante, produtor, construtor ou
importador;
III - não conservar adequadamente os produtos
perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento
ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso
contra os demais responsáveis, segundo sua
participação na causação do evento danoso.
50
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir
informação relevante sobre a natureza, característica,
qualidade, quantidade, segurança, desempenho,
durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
saber ser enganosa ou abusiva:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de
forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
51
ÁREA DE DOMÍNIO PÚBLICO
DE RODOVIAS
20 metros de cada lado da estrada
(conforme decreto).
Proibida a aplicação de agrotóxicos.
Crime (art. 15, Lei 7.802/89), pois não
há possibilidade de intervalo de
reentrada . 52