55
1 QUESTÕES SOBRE AGROTÓXICOS NILTON KASCTIN DOS SANTOS Promotor de Justiça e Professor

QUESTÕES SOBRE AGROTÓXICOS - cerestijui.comcerestijui.com/arquivos/V_Jornada_ST_CEREST_pm_09set15_Nilton_K... · século) é a maneira mais eficaz de o fabricante e o comerciante

  • Upload
    dodien

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1

QUESTÕES SOBRE

AGROTÓXICOS

NILTON KASCTIN DOS SANTOS Promotor de Justiça e Professor

2

A ÉTICA SUICIDA / ANTROPOFÁGICA

Modo de vida que busca a

“satisfação” das necessidades

humanas, ilimitadas, através da

exploração dos recursos naturais.

Caracteriza a forma atual de

desenvolvimento econômico.

3

EXPERIÊNCIAS CIENTÍFICAS COM ANIMAIS

Teste de toxicidade dos agrotóxicos. Antes da colocação no

mercado.

Teste DRAIZE: consiste em aplicar produto químico nos

olhos ou na pele de animais para medir a toxicidade.

Método LD50 (Lethal Dose): AGROTÓXICOS, corantes,

estabilizantes, conservantes, acidulantes etc. são ministrados

aos poucos até encontrar-se a dose letal. Os animais sofrem

longo processo de doença, definhando lentamente até à morte

(SINGER 2006, p 76).

4

5

6

7

9

10

11

Testes de laboratório tornam os agrotóxicos

menos perigosos e inseguros para a saúde e o

meio ambiente?

NÃO. Nenhuma experiência científica feita com

agrotóxico consegue identificar o real espectro

de ação dos venenos. Pelas seguintes razões:

a) Os testes de laboratório são de regra feitos

em animais, que jamais representam todo o

complexo ecossistema. E animais possuem

metabolismo e sistema imunológico diferentes

dos seres humanos.

12

b) Os testes de laboratório são feitos com um

tipo de agrotóxico por vez, apenas, não

levando em conta que nas plantações são

aplicados vários tipos de venenos diferentes,

misturados ou uns após os outros, em

intervalos curtos ou médios, de maneira que

resíduos de vários tipos de venenos interagem

entre si e com o solo, com o ar, com a água e

no corpo dos organismos vivos.

Portanto, é completamente impossível

identificar em laboratório as consequências da

ação conjunta de diferentes tipos de

agrotóxicos para o meio ambiente e a saúde

humana.

13

c) Esses testes em animais são concluídos

em períodos curtos, impossibilitando

qualquer certeza sobre efeitos crônicos

derivados de exposições ou contatos

prolongados com agrotóxicos.

A cada evento de ataque intenso de pragas

ou doenças aparecem no mercado, de uma

hora para outra, dezenas de agrotóxicos

novos.

14

d) As conclusões dessas experiências não

apontam antídotos para casos de

intoxicação acidental.

e) Quem realiza esses testes é o próprio

fabricante do veneno, cujo interesse único

e exclusivo é lucrar com a venda do

produto.

15

Qual a utilidade das experiências em

animais para a proteção da saúde

humana?

NENHUMA. Afirma o Dr. Christopher Smith,

médico respeitado na área de intoxicação

acidental:

“Em 17 anos de experiência, não conheço

nenhum exemplo em que um médico

socorrista tenha utilizado os dados de testes

Draize. Nunca usei os resultados de testes

em animais para tratar de casos de

envenenamento acidental” (SINGER, 2010,

p. 83).

Os médicos se orientam por experiências

de casos reais com seres humanos.

16

Então, por que ainda se faz esse tipo de

experiência?

PARA DEFESA DOS INTERESSES ECONÔMICOS

DO FABRICANTE. A lei não obriga a utilização de

animais para testes científicos. Mas essa

metodologia ultrapassada (inventada há quase um

século) é a maneira mais eficaz de o fabricante e o

comerciante serem inocentados em processos

judiciais por intoxicação humana ou dano ambiental.

É só provar que o veneno foi testado antes da

colocação no mercado, que a Justiça sempre julga

em favor das empresas que fabricam e

comercializam o agrotóxico. A “culpa” passa a ser de

quem aplica o veneno.

17

Os resíduos de agrotóxicos permitidos

nos alimentos oferecem garantia quanto

aos riscos de contaminação?

NÃO. Os resíduos de agrotóxicos

cientificamente aceitos nos alimentos no

Brasil são estipulados considerando o

consumidor como um indivíduo médio de 60

kg, em condições normais de saúde. Disso se

conclui que:

a) São desprezados os impactos dessas

substâncias sobre grupos vulneráveis como

idosos, crianças e adolescentes, doentes e

obesos.

18

b) A maioria das mulheres do Brasil não atingem o

peso de 60 kg, tornando também esse grande grupo

populacional vulnerável aos riscos de contaminação

por resíduos de agrotóxicos nos alimentos.

c) Além disso, os índices de Ingestão Diária

Aceitável (IDA) são estipulados sem considerar os

efeitos da combinação de vários tipos de agrotóxicos

presentes em um ou em vários tipos de alimentos

ingeridos em uma mesma refeição ou ao longo do

mesmo dia.

19

O advento dos alimentos transgênicos

provocou a diminuição do uso de

agrotóxicos?

NÃO. Além disso, a invenção da soja transgênica

Roundup Ready, por exemplo, desenvolvida para

tolerar a aplicação pós-emergente do herbicida

glifosato (dessecante), ocasionou a elevação do

índice de Ingestão Diária Aceitável (IDA), de 0,2 ppm

(partes por milhão) para 10 ppm. A possibilidade de

resíduo nos alimentos aumentou em 50 vezes!

20

21

BENEPLÁCITO DO ESTADO BRASILEIRO

Criação do Sistema Nacional de Crédito Rural (1965), que

condicionava os financiamentos agrícolas à aquisição de

todos os agrotóxicos sugeridos pelas empresas de venenos;

Isenções tributárias (IPI, ICMS, PIS/PASEP, COFINS) em

média de 60% de todos os tributos, inclusive em relação a

venenos proibidos em outros países.

O Decreto Federal 6.006/06 isenta totalmente o IPI de vários

tipos de agrotóxicos.

No Ceará, as isenções de IPI, ICMS, PIS/PASEP, COFINS

chegam a 100%.

22

HERBICIDAS E TRANSGÊNICOS

Soja Roundup Ready: desenvolvido para tolerar a aplicação

pós-emergente de glifosato (dessecante).

Antes dessa soja, os resíduos permitidos do veneno na soja

eram de 0,2 ppm. Por causa da soja transgênica, foi para 10

ppm (50 vezes mais!).

Para justificar a liberação da transgenia, afirmava-se que seria

uma tecnologia para inibir o uso de agrotóxicos.

Pior: as plantas daninhas já adquiriram resistência a

essas altas doses de glifosato, e os agricultores estão

aplicando cada vez mais, inclusive associando o glifosato

com outros herbicidas extremamente tóxicos, como o

Paraquat (Gramoxone), Diquate e 2,4 D.

23

INSETICIDAS E TRANSGÊNICOS

Milho e algodão Bt: desenvolvidos para

repelir uma espécie de lagarta.

Bt é a abreviatura de Bacillus thuringiensis,

uma bactéria do solo que age como pesticida

natural defendendo a planta do ataque da

chamada lagarta do cartucho (encontrada mais

em plantações de milho).

O gene da bactéria foi inserido nos DNAs do

milho e do algodão.

O plasmídio da bactéria pode interagir com os

microorganismos (bactérias, fungos, vírus etc.)

do corpo do homem ou do animal.

24

LEGISLAÇÃO

Fabricação, comercialização, aplicação

e destinação de embalagens.

Lei 7.802/89, alterada pela Lei 9.974/00.

Decreto federal 4.074/02.

Lei 9.605/98 (só para situações não

previstas na Lei 7.802,que é especial).

ASPECTOS PENAIS

Lei nº 7.802/89:

Art. 15 - Aquele que produzir, comercializar,

transportar, aplicar, prestar serviço, der

destinação a resíduos e embalagens vazias

de agrotóxicos, seus componentes e afins,

em descumprimento às exigências

estabelecidas na legislação pertinente

estará sujeito à pena de reclusão, de dois a

quatro anos, além de multa.

25

ASPECTOS PENAIS

Art. 16 - O empregador, profissional

responsável ou o prestador de serviço, que

deixar de promover as medidas necessárias

de proteção à saúde e ao meio ambiente,

estará sujeito à pena de reclusão de 2

(dois) a 4 (quatro) anos, além de multa de

100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. Em caso de

culpa, será punido com pena de reclusão de

1 (um) a 3 (três) anos, além de multa de 50

(cinqüenta) a 500 (quinhentos) MVR.

26

NORMA PENAL EM BRANCO

O texto do art. 15 é norma em branco.

Deve ser preenchida por outras

normas legais e administrativas.

Destacam-se o receituário

agronômico, a bula que acompanha

cada embalagem de veneno, portarias

IBAMA, FEPAM, Ministérios etc. 27

O RECEITUÁRIO

Art. 65, Decreto 4.074/2002:

A receita deve ser expedida em no

mínimo duas vias.

A primeira destina-se ao usuário.

A segunda, ao estabelecimento

comercial vendedor do veneno, que a

manterá à disposição dos órgãos

fiscalizadores por dois anos.

28

Art. 66. A receita deve conter: I - nome do usuário, da propriedade e sua

localização;

II - diagnóstico;

III - recomendação para que o usuário leia

atentamente o rótulo e a bula do produto;

IV - recomendação técnica com as seguintes

informações:

a) nome do(s) produto(s) comercial(ais) que

deverá(ão) ser utilizado(s) e de eventual(ais)

produto(s) equivalente(s);

b) cultura e áreas onde serão aplicados;

29

c) doses de aplicação e quantidades totais a serem

adquiridas;

d) modalidade de aplicação, com anotação de

instruções específicas, quando necessário, e,

obrigatoriamente, nos casos de aplicação aérea;

e) época de aplicação;

f) intervalo de segurança;

g) orientações quanto ao manejo integrado de

pragas e de resistência;

h) precauções de uso; e

i) orientação quanto à obrigatoriedade da utilização

de EPI.

30

A BULA

Classificação de toxicidade.

Reentrada.

Intervalo de segurança.

Bandeiras de advertência.

Condições climáticas adequadas.

Desrespeitar a bula é crime com pena

de 2 a 4 anos de reclusão (art. 15, Lei

7.082/89. 31

TRECHO DA BULA DO

VENENO 2,4-D AMINA 72

Classe toxicológica - I

EXTREMAMENTE TÓXICO

Classificação quanto ao potencial

de periculosidade ambiental:

PERIGOSO (Classe III).

32

TRECHO BULA 2,4-D AMINA 72

A DL50 aguda oral do 2,4-D Amina72 é 950 mg/kg e a

dérmica é acima de 2.000 mg/kg. Os principais efeitos agudos

que podem ocorrer são, mal-estar, vômitos, enfraquecimento

muscular, dificuldade respiratória, bradicardia...

Os estudos crônicos em animais de laboratório evidenciam

que níveis elevados de 2,4- D (aproximadamente 50

mg/kg/dia) administrados via oral a ratas grávidas não

causaram nenhum efeito adverso no peso dos recém

nascidos nem alteraram o seu tamanho. Em doses mais

elevadas (188 mg/kg/dia) resultaram em sangramento da

cavidade abdominal aumentando a mortalidade.... A evidência

sugere que se o 2,4-D causar efeitos reprodutivos nos

animais, este ocorre somente em doses muito elevadas.

Assim, os problemas reprodutivos associados com 2,4-D são

improváveis nos seres humanos sob circunstâncias normais.

33

O AGENTE LARANJA

O “Agente Laranja” nunca foi usado

em agricultura e era uma mistura de

50% de 2,4,5-T Éster + 50% de 2,4-D

Éster, utilizado dessa forma na Guerra

do Vietnã para desfolhar as florestas

locais.

34

DELAN (FUNGICIDA DA BASF)

Uva

35

Míldio: As aplicações devem ser iniciadas no começo do

enfolhamento, e repetidas em intervalos de 7 dias até um

número máximo de 4 (quatro) aplicações.

Antracnose: Iniciar as aplicações bem no início da brotação e

repetir a cada 7 dias enquanto as condições climáticas forem

favoráveis ao desenvolvimento da doença (baixa temperatura e

alta umidade relativa do ar) até um número máximo de 4

(quatro) aplicações.

CLASSE TOXICOLÓGICA I – EXTREMAMENTE TÓXICO

CLASSIFICAÇÃO DO POTENCIAL DE PERICULOSIDADE

AMBIENTAL II – PRODUTO MUITO PERIGOSO AO MEIO

AMBIENTE

.

PROPAGANDA DE

AGROTÓXICOS

Constituição Federal (art. 220)

Lei Federal n° 9.294/96

Decreto Federal n° 2.018/96

Decreto Federal n° 4.074/2002 (que

regulamenta a Lei n° 7.802/89)

Lei Federal n° 8.078/90 (Código de

Defesa do Consumidor)-publicidade

enganosa.

36

37

38

39

40

41

PROPAGANDA DE

AGROTÓXICOS

Art. 220, § 4º, CF: A propaganda

comercial de tabaco, bebidas

alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos

e terapias estará sujeita a restrições

legais, nos termos do inciso II do

parágrafo anterior, e conterá, sempre

que necessário, advertência sobre os

malefícios decorrentes de seu uso.

42

Lei Federal n° 9.294/96

“Art. 17. A propaganda de defensivos agrícolas que

contenham produtos de efeito tóxico, mediato ou

imediato, para ser humano, deverá restringir-se a

programas de rádio ou TV e publicações

dirigidas aos agricultores e pecuaristas,

contendo completa explicação sobre a sua

aplicação, precaução no emprego, consumo ou

utilização, segundo o que dispuser o órgão

competente do Ministério da Agricultura e do

Abastecimento, sem prejuízo das normas

estabelecidas pelo Ministério da Saúde ou outro

órgão do Sistema Único de Saúde.

43

Lei Federal n° 9.294/96

Art. 18. A citação de danos eventuais à saúde e ao

meio ambiente será feita com dizeres, sons e

imagens na mesma proporção e tamanho do

produto anunciado.

Art. 19. A propaganda comercial de agrotóxicos e

afins, comercializáveis mediante prescrição de

receita, deverá mencionar expressa referência a

esta exigência.

44

Lei Federal n° 9.294/96

Art. 20. A propaganda comercial de agrotóxicos,

componentes e afins, em qualquer meio de

comunicação, conterá, obrigatoriamente, clara

advertência sobre os riscos do produto à saúde dos

homens, animais e ao meio ambiente, e observará

o seguinte:

I - estimulará os compradores e usuários a ler

atentamente o rótulo e, se for o caso, o folheto, ou

a pedir que alguém os leia para eles, se não

souberem ler;

45

Lei Federal n° 9.294/96

II - não conterá:

a) representação visual de práticas potencialmente perigosas,

tais como a manipulação ou aplicação sem equipamento

protetor, o uso em proximidade de alimentos ou presença de

crianças;

b) afirmações ou imagens que possam induzir o usuário a

erro quanto à natureza, composição, segurança e eficácia

do produto, e sua adequação ao uso;

c) comparações falsas ou equívocas com outros produtos;

d) indicações que contradigam as informações obrigatórias do

rótulo;

e) declarações de propriedades relativas à inoqüidade,

tais como "seguro", "não venenoso" "não tóxico", com

ou sem uma frase complementar, como: "quando

utilizado segundo as instruções";

46

Lei Federal n° 9.294/96

f) afirmações de que o produto é recomendado por

qualquer órgão do Governo.

III - conterá clara orientação para que o usuário

consulte profissional habilitado e siga corretamente

as instruções recebidas;

IV - destacará a importância do manejo integrado

de pragas;

V - restringir-se-á, na paisagem de fundo, a

imagens de culturas ou ambientes para os quais se

destine o produto.

47

Lei Federal n° 9.294/96

Art. 21. A propaganda deverá sempre, em

qualquer meio de comunicação, chamar a

atenção para o destino correto das

embalagens vazias e dos restos ou sobras

dos produtos.

48

CÓDIGO DO CONSUMIDOR

“Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor,

nacional ou estrangeiro, e o importador respondem

independentemente da existência de culpa, pela

reparação dos danos causados aos consumidores

por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,

construção, montagem, fórmulas, manipulação,

apresentação ou acondicionamento de seus

produtos, bem como por informações insuficientes

ou inadequadas sobre sua utilização e

riscos.”(BRASIL, 2011: 573)

49

CÓDIGO DO CONSUMIDOR

Art. 13. O comerciante é igualmente responsável,

nos termos do artigo anterior, quando:

I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o

importador não puderem ser identificados;

II - o produto for fornecido sem identificação clara

do seu fabricante, produtor, construtor ou

importador;

III - não conservar adequadamente os produtos

perecíveis.

Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento

ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso

contra os demais responsáveis, segundo sua

participação na causação do evento danoso.

50

CÓDIGO DO CONSUMIDOR

Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir

informação relevante sobre a natureza, característica,

qualidade, quantidade, segurança, desempenho,

durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.

§ 2º Se o crime é culposo;

Pena Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria

saber ser enganosa ou abusiva:

Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria

saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de

forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:

51

ÁREA DE DOMÍNIO PÚBLICO

DE RODOVIAS

20 metros de cada lado da estrada

(conforme decreto).

Proibida a aplicação de agrotóxicos.

Crime (art. 15, Lei 7.802/89), pois não

há possibilidade de intervalo de

reentrada . 52

ÁREA DE DOMÍNIO

PÚBLICO DE RODOVIAS

53

ÁREA DE DOMÍNIO

PÚBLICO DE RODOVIAS

54

ÁREA DE DOMÍNIO

PÚBLICO DE RODOVIAS

55