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Revista Latino-Americana de História
Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014
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De Inácios e Antônios: práticas de nomeação e estratégias sociais
de duas famílias da elite do Rio Grande de São Pedro (C.1750-C.1820)
Rachel dos Santos Marques
RESUMO: Tem-se por objetivo analisar as práticas de nomeação estabelecidas por duas
famílias do Rio Grande de São Pedro no final do século XVIII e início do século XIX com
vistas a compreender as estratégias e a atuação das famílias no contexto em que viviam.
Trata-se, de um lado, dos descendentes de Antônio Furtado de Mendonça e Isabel da Silveira,
e, por, outro dos descendentes de Antônio Francisco dos Anjos e de Eugênia Maria de São
João, ambos os grupos tendo sido proeminentes nas localidades de Rio Grande e Pelotas. Para
a pesquisa foram utilizadas genealogias e registros paroquiais das localidades de Rio Grande,
Viamão e Pelotas. A partir dessas informações e baseando-se em estudos precedentes de
onomástica, as praticas de nomeação foram percebidas como parte de um esforço realizado
pelos atores em estabelecer marcadores de pertencimento, esse último elemento fundamental
em uma sociedade ainda regida por parâmetros de Antigo Regime.
Palavras-chave: Práticas de nomeação. Família. Estratégia.
ABSTRACT: This paper aims to analyze the naming practices established by two families of
the Rio Grande de São Pedro in the late eighteenth and early nineteenth century in order to
understandth strategies and procedure of those families in the context in which they lived. It
is, on the one hand, the descendants of Antônio Furtado de Mendonça and Isabel da Silveira,
and, on another, the descendants of Antônio Francisco dos Anjos and Eugenia Maria de São
João, both groups have been prominent in the localities of Rio Grande and Pelotas. To survey
the information reviewed here were used genealogies and a wide range of parish records,
especially those of baptism, from Rio Grande, Viamão and Pelotas. From these data and
based on previous studies of onomastics, the study naming practices were perceived as part of
an effort by the actors studied to establish markers of belonging, that last key element in a
society still governed by parameters of the Ancient Regime.
Keywords: Naming practices.Family.Strategy.
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação emHistória da Universidade Federal do Paraná, sob orientação
da Prof.ª Dr.ª Martha Daisson Hameister. Bolsista CAPES/REUNI.
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O ato de dar um nome às coisas e às pessoas é, provavelmente, um dos mais antigos
realizados por homens e mulheres no planeta em que vivemos. As motivações e objetivos
relacionadas com tal ato não são, no entanto, uniformes. Especialmente no que se refere à
nomeação de seres humanos, a necessidade de identificar foi acompanhada por motivações
que muito tem a ver com o tipo percepção de mundo trazidas por aqueles que fornecem os
nomes em cada momento.
Atualmente, buscamos dar a nossos recém nascidosnomes raros, diferentes, ou que
pareçam elegantes. Nomes, portanto, que os separem e distingam dos demais, que os
individualizem. Nas sociedades de Antigo Regime, por outro lado, nomes tinham a função
primordial de identificar seu portador ou portadora como pertencente a uma família, uma
linhagem. Eram utilizados para dar significado, para formar associações, e não para
singularizar (GÉLIS, 1984).
Ocorria, no interior das famílias, uma constante reiteração de alguns nomes, que
funcionavam como marcadores de parentesco (BURGUIÈRE, 1984). A necessidade e o
desejo de individualizar a criança se esvaíam diante dos imperativos da filiação, da
necessidade de transmitir segundo as regras o patrimônio real e simbólico da família, do qual
o nome constitui um dos elementos(SCHNAPPER, 1984).
Em se tratando de uma sociedade que não se percebia enquanto formada por
indivíduos, e sim por grupos, pertencimento é um elemento fundamental. Nas sociedades de
Antigo Regime, cada pessoa e cada grupo possuía uma posição determinada na hierarquia
social, e as diferenças entre elas eram constantemente marcadas, lembradas, reforçadas, como
forma de manutenção dessas mesmas diferenças.
Tendo essas questões em vista, analisaram-se práticas nominativas de duas famílias
proeminentes no Rio Grande de São Pedro, especialmente nas localidades de Rio Grande e
Pelotas na segunda metade do século XVIII e primeiras duas décadas do século XIX.Entende-
se que tais práticas desempenharam um papel importante nas estratégias sociais dos dois
grupos com vistas à manutenção de sua posição social, e como elemento de influência – ainda
que não diretamente – no sucesso dos negócios com os quais se envolviam.
Entre osdescendentesdas famílias estudadas encontram-se muitos donos de
estabelecimento de charqueada e, posteriormente, detentores de títulos de nobreza do império
brasileiro. Sendo o charque1 um produto de alta demanda (por ser elemento base na
1 Proteína desidratada por meio de salga e exposição ao sol.
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alimentação de escravos e de setores mais pobres da população) e sendo sua fabricação um
processo caro (era preciso ter acesso aos bois, por criação ou compra, o sal era extremamente
custoso,2 e, principalmente, a mão-de-obra escrava era dispendiosa), percebe-se que o
envolvimento com o comércio da proteína não estava disponível a todos, tendo maior sucesso
aqueles que já possuíam recursos econômicos e sociais para tanto.
Uma das famílias estudadas foi foco de pesquisa anterior (MARQUES, 2012) e
constituía-se em cinco irmãs, filhas do casal Antonio Furtado de Mendonça e Isabel da
Silveira, provenientes da Ilha do Faial, seus maridos e respectivos descendentes. Esse grupo
familiar teve grande influência na política e economia sulinas na segunda metade do século
XVIII, e alguns de seus descendentes não só foram capazes de manter a posição social
ocupada pela família nas gerações anteriores, como puderam ampliar seu destaque em termos
econômicos e políticos no ambiente em que viviam.
O segundo grupo familiar trabalhado constitui-se nos descendentes do contramestre
Antônio Francisco dos Anjos e de sua mulher Eugênia Maria de São João, entre os quais
encontra-se o Capitão-mor da vila de Rio Grande, homônimo do pai. Trata-se de uma das
mais antigas famílias do Continente, com raízes na Colônia do Sacramento. Também
envolveram-se fortemente com o comércio do charque, embora pareçam não ter tido tanta
proeminência nesse negócio quanto a família anterior. O motivo da escolha desse grupo para
análise reside na importância do mesmo na localidade de Pelotas e de se ter indícios da
existência de disputas de recursos sociais entre ele o grupo formado pelos Silveira e seus
associados.
Observa-se a legação de nomes como parte do panorama desenhado pela atuação
desses dois grupos. Os estudos acerca do nome3 e suas atribuições – a onomástica – ganharam
força a partir da década de 1980, especialmente na frança, onde foi publicada uma série de
trabalhos que tinham as práticas de nomeação como foco principal. Nascida da fusão dos
2 Existia um monopólio da comercialização de sal no Brasil, regulado pelo Contrato do Estanco do Sal, que era
arrematado por particulares. O produto, essencial para a fabricação de carnes e o curtimento dos couros, podia
atingir em função disso elevados valores.
3Diante da confusãoexistente, nosdiasatuais, entre o uso de “nome” como “nomepróprio”, ou “prenome” e
tambémcomoconjunto de “nomepróprio” e “sobrenome”, foibuscar-se no Dicionário de Raphael Bluteau as
definições de “nome”, “prenome” e “sobrenome”, sendoencontrado o que segue: “Nome:Palavraapropriada a
algumacoisa, oupessoa, para se conhecer, e distinguir de outra.”; “Prenome: É o nome, outítuloque precede
aonomepróprio: v.g.em Dom Pedro de Castros, onde o nomepróprio é Pedro, o Dom é o prenome.”;
“Sobrenome: O nome da casa, e família, acrescentadoaonome de Batismo, ouaonomepróprio. v.g. Pedro Viegas,
[...]. Pedro é o nomepróprio, e Viegas o sobrenome”.Assimsendo, serãoutilizadosostermos “nome” ao se
referiraonomeounomespróprios, sobrenomeao se referiraonomeounomes de família, de acordo com Bluteau
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interesses de várias disciplinas, tais como a história, a antropologia e as ciências sociais, a
onomástica tomou corpo no campo da história por meio do trabalho dos historiadores
demógrafos, uma vez que o nome era um elemento de identificação de pessoas indispensável
para cruzamento das fichas na reconstituição de famílias. A partir de então surgiram questões
que levaram a estudos mais sistemáticos dos nomes e das práticas de nomeação nas diversas
sociedades.
Dos muitos resultados dessas pesquisas, é importante ressaltar a identificação de um
grande modelo nominativo que teria vigorado na Europa entre o século XVII e o início do
século XIX, cujas características principais são a existência de um pequeno estoque de nomes
de origem majoritariamente cristã, o caráter excepcional dos nomes múltiplos, e o
prevalecimento da utilização de três ou quatro nomes por sexo (BOUTIER e PEROUAS, 1984).
Embora tal modelo tenha sido identificado para o contexto europeu, tudo indica que na
América portuguesa as práticas de nomeação fossem muito próximas das características
elencadas.
De qualquer forma, aidentificação da existência de modelos e padrões de nominação é
um indicativo de que o ato de dar nome a alguém envolve mais do que a simples identificação
e diferenciação entre pessoas. Trata-se de uma atitude permeada por regras que, com sorte,
algumas vezes podem ser percebidas pelos pesquisadores.
No caso do contexto pesquisado, a atribuição de um nome significava a admissão da
criança na família e na comunidade e, sendo essa comunidade católica, também integrava o
novo membro à comunidade cristã. Com relação a essa prática,existia um controle por parte
da Igreja, manifestado na determinação,presente nasConstituições Primeiras do Arcebispado
da Bahia, deque os párocos não deveriam consentir “que se ponha nome de Santo que não
seja canonizado, ou beatificado”. (DA VIDE, 1707).
Ainda que tal regra nem sempre fosse totalmente respeitada, os diversos trabalhos que
enfocam o tema da escolha de nomes em localidades da América Portuguesa apresentam uma
forte concentração das escolhas em um número reduzido de nomes – mesmo sendo o leque
possível de escolhas bem mais amplo. Assim, Ana Maria Burmester (2004),ao realizar um
levantamento dos batismos em Curitiba durante a segunda metade do século XVIII, encontrou
uma grande frequência de alguns poucos nomes, como Manoel, Francisco, José, Antonio, os
quais representavam a metade dos nomes escolhidos durante o período de análise da autora.
Aparecem também com grande frequência os nomes João, Joaquim, Salvador, Bento, Miguel
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e Inácio. Já os nomes femininos eram frequentemente Maria, Anna, Francisca, Izabel,
Gertrudes, Rosa, Quitéria, Joanna, Antonia e Joaquina, sendo que cerca de 40% da escolha de
nomes para as mulheres recaiu em Maria.
Outro trabalho que estuda as práticas de nomeação em Curitiba no século XVIII é o de
Antonio Sérgio Monteiro (2009). O autor recolheu dados sobre nomes atribuídos a batizandos
de um ano de cada década do século. Os principais nomes masculinos encontrados pelo autor
foram Manoel, José, Francisco, Antonio e João, que juntos somaram 50% do total dos nomes.
Já com relação aos nomes femininos tem-se Maria, Ana, Isabel, Joana, Francisca, que
fazem49%.
Sérgio Luis Ferreira (2006), estudando a freguesia de Nossa Senhora das Necessidades
da Praia Comprida (atual Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis, SC), observou as práticas
nominativas da população em três recortes temporais, sendo que o primeiro deles (1780 a
1825) coincide em parte com o período aqui estudado. Os nomes mais frequentes encontrados
pelo autor não constituem surpresa: Manoel, José, João, Antônio e Francisco, para os
meninos, e Maria, Ana, Luiza, Joaquina, Rita, para as meninas.
Quase os mesmos nomes foram encontrados por SCOTT, SCOTT e CAMILO
(2012)com relação à Freguesia da Madre de Deus de Porto Alegre, entre os anos de 1772 e 1835,
considerando sua população livre: Entre os meninos, as cinco primeiras posições são ocupadas por
José, Manuel Antônio, João e Francisco, e entre as meninas por Maria, Ana, Joaquina Francisca e
Rita.
Tem-se, ainda, o trabalho de Alysson Costa (2012), que estudou os nomes dados por
ocasião do batismo na freguesia de Rio Pardo entre 1755 e 1765. Neste caso, há uma
diferenciação com relação aos principais nomes encontrados nos trabalhos anteriormente
citados. Quando relacionados os nomes registrados no primeiro livro de batismo da
localidade, referente ao conjunto da população, os cinco nomes mais frequentes para cada
sexo são praticamente os mesmos já citados: José, Antônio, Manuel, João e Joaquim, para os
meninos, e Maria, Ana, Francisca, Joana e Teresa, para as meninas. No entanto, ao arrolar os
nomes presentes no segundo livro de batismos, posterior cronologicamente ao primeiro mas
referente apenas à população indígena, o autor encontrou, em primeiro lugar, para os meninos
os nomes Miguel e Inácio, seguidos pelos já comuns Antônio, Francisco e João. Já com
relação às meninas embora as duas maiores frequências fossem os imbatíveis nomes de Maria
e Ana, em seguida encontraram-se Inácia, Antônia e Madalena. A partir da constatação dessa
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diferença o autor aventa a possibilidade de que os nomes escolhidos pelos indígenas de Rio
Pardo podem ser entendidos como um demarcador de pertença étnica.
Não tendo sido possível fazer um levantamento sistemático dos nomes mais utilizados
no Rio Grande de São Pedro no final do século XVIII, realizou-se uma contagem, a título de
amostragem, dos nomes ali escolhidos em batismos no período de 1750 a 1755. Do total de
802 batismos legíveis, encontrou-setrezentos e setenta nomes masculinos e trezentos e
noventa e um femininos. Os nomes e sua frequência estão organizados no quadro 1.
Quadro 1 –Nomes mais frequentes dados a batizandos em Rio Grande
entre 1750 e 1755
Nomes Femininos Nomes Masculinos
Nome Ocorrências Porcentagem Nome Ocorrências Porcentagem
Maria 84 21,5 José 63 17,0
Ana 47 12,0 Manoel 55 14,9
Rosa 21 5.4 Antônio 46 12,4
Antônia 15 3,8 João 33 8,9
Francisca 15 3,8 Francisco 32 8,6
Inácia 13 3,3 Joaquim 22 5,9
Josefa 10 2,5 Vicente 15 4,0
Joaquina 10 2,5 Domingos 07 1,9
Mariana 09 2,3 Luis 07 1,9
Joana 08 2,0 Inácio 06 1,6
Angélica 07 1,8 Pedro 06 1,6
Catarina 07 1,8 Alexandre 04 1,1
Teresa 07 1,8 Amaro 03 0,8
Luisa 06 1,5 Bernardo 03 0,8
Rita 06 1,5 Jacinto 03 0,8
Eufrasia 05 1,3 Miguel 03 0,8
Isabel 05 1,3 Nicolau 03 0,8
Outros 86 22,0 Outros 60 16,2
Total: 391 Total: 370
Fonte: 1º e 2º Livros de Batismos de Rio Grande
Como se pode perceber, os nomes mais utilizados não se diferenciam muito daqueles
encontrados nos trabalhos citados. Talvez origem cultural – portuguesa – seja um fator
importante nessa similaridade. É preciso estudar mais a fundo e por um período mais longo
para poder se dizer mais. Seria interessante também observar as práticas de nomeação por
categorias sociais, o que infelizmente não foi possível realizar até o momento.
Ainda que bastante parcial, esse levantamento dá uma ideia geral de quais eram os
nomes mais escolhidos em Rio Grande na segunda metade do século XVIII, quando os atores
analisados receberam seus nomes de batismo e adotaram outros nomes, complementares, ao
longo da vida.
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Nomes na família Silveira
A primeira família analisada constitui-se na parentela formada pelos descendentes do
casal Antonio Furtado de Mendonça e Isabel da Silveira, o qual migrou da Ilha do Faial e
estabeleceu-se, provavelmente no ano de 1752, na freguesia de São Pedro do Rio Grande. No
Continente as cinco filhas do casal casaram-se com homens proeminentes nessa sociedade,
pessoas que acumulavam as características de serem detentores de terras, comerciantes,
possuidores de patentes militares e cargos na administração Régia.
Dona Maria Antônia da Silveira casou-se com Mateus Inácio da Silveira, natural da
Freguesia de São Salvador na Ilha do Faial. Mateus Inácio foi capitão de Mar-e-guerra ad
honorem, Capitão de Ordenanças e juiz ordinário da câmara em Viamão. O casal teve sete
filhos.
Dona Ana Inácia da Silveira casou-se com Manuel Fernandes Vieira, natural da
Freguesia de Fonte da Arcada, Arcebispado de Braga. Fernandes Vieira foi Tabelião, Escrivão
de Órfãos, e Oficial da Câmara na Vila de Rio Grande. Em Viamão foi Juiz Ordinário e
Vereador. Teve também as patentes de Sargento-Supra e Capitão da Companhia de
Ordenança. Tiveram, até onde foi possível saber, seis filhos.
Dona Mariana Eufrásia da Silveira casou-se com Francisco Pires Casado, natural
Santa Luzia, Ilha do Pico. Pires Casado foi sucessivamente Capitão e Sargento-mor das
Ordenanças, chegando a ocupar o cargo de Capitão-Mor no final de sua vida. Tiveram dez
filhos.
Dona Isabel Francisca da Silveira casou-se com Manuel Bento da Rocha, natural da
Freguesia de São João Batista do Arcebispado de Braga. Bento da Rocha foi Capitão das
Ordenanças, Capitão-mor da Vila do Rio Grande e Capitão-mor de Ordenanças do Continente
do Rio Grande (1781). Também foi vereador em Viamão e contratador dos Açougues. O casal
não teve filhos.
Dona Joana Margarida da Silveira casou-se pela primeira vez em 1767 com Antônio
Moreira da Cruz, que era natural da Freguesia de São João Batista do Arcebispado de Braga.
Apesar de não ter recebido patentes, Antônio foi eleito vereador nos anos de 1767 e 1770.
Viúva, a mesma Dona Joana Margarida casou-se em 1779 com Domingos Gomes Ribeiro,
viúvo de Maria Gomes de Lima. Domingos era natural de Rio Grande, foi Capitão de
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Ordenanças e Sargento-mor do Continente. Também foi oficial da Câmara como juiz
ordinário como vereador. Joana Margarida não teve filhos com nenhum de seus maridos.
Esse grupo familiar conseguiu reunir um cabedal invejável, e uma posição de prestígio
ao longo da segunda metade do século XVIII no Continente do Rio Grande de São Pedro.
Acredita-se que seus descendentes tiveram algum sucesso na manutenção dessa posição, uma
vez que, em meados do século XIX, faziam parte do seleto grupo de charqueadores rio-
grandenses que possuíam títulos nobiliárquicos no império brasileiro.
Quadro 2 - Nomes na Família da Silveira (1754-1819)
Nomes Femininos Nomes Masculinos
Nome Ocorrências Nome Ocorrências
Maria 11 José 10
Ana 6 Manuel 9
Francisca 5 Francisco 7
Mariana 5 Alexandre 3
Isabel 4 Joaquim 3
Dorotéia 3 Antônio 2
Joana 3 Domingos 2
Clara 2 Inácio 2
Maurícia 2 João 2
Antônia 1 Mateus 2
Bernardina 1 Maurício 2
Cândida 1 Tomás 2
Cecília 1 Baltazar 1
Clemência 1 Bernardo 1
Evarista 1 Cipriano 1
Gertrudes 1 Duarte 1
Helena 1 Firmino 1
Inácia 1 Justiniano 1
Joaquina 1 Luis 1
Rita 1 Nicolau 1
Rosália 1 Pedro 1
Vicência 1 Teobaldo 1
Total 57 Total 56
Fontes: ADPRG: 1º a 5º Livros de Batismos de Rio Grande; NEUMANN e KÜHN: 2º a 4º Livros de
Batismos de Viamão; 1º e 2º Livros de Batismos de Porto Alegre. AMDP: 1º Livro de Batismos de São
Francisco de Paula; SIMOES LOPES FILHO, 2013.
Para a análise dos nomes atribuídos no interior da família Silveira, utilizaram-se
registros paroquiais das localidades de Rio Grande, Viamão, Porto Alegre e São Francisco de
Paula de Pelotas4, assim como o levantamento genealógico realizado por Simões Lopes Filho.
Somou-se um total de cento e treze nomes, incluindo-se nomes completos, compostos por
4 Os registros batismais trabalhados têm o seguinte recorte: Rio Grande: 1753-1763 e 1776-1806; Viamão: 1747-
1799; Porto Alegre: 1772-1799; São Francisco de Paula (Pelotas): 1812-1825.
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nome, segundo nome e sobrenome, encontrados principalmente em registros de casamento ou
de óbito, e também os nomes solitários que são encontrados nos registros de batismo e que
parecem permanecer nessa condição quando quem o porta não chega à idade adulta.
O levantamento realizado aponta para uma certa preferência pelos nomes Maria, Ana e
Francisca, para as mulheres, e José, Manuel e Francisco, para os homens o que está bastante
de acordo com o encontrado na amostra retirada dos batismos de Rio Grande, assim como o
encontrado por outros autores para outras localidades da América Portuguesa. Mesmo que
essa frequência de nomes aponte para uma reiteração de escolhas, a mesma acontece dentro
do que pode ser considerado padrão, ou mesmo moda, no período. No entanto, os nomes
seguintes na listagem dos mais frequentes (Mariana, Isabel, Alexandre e Joaquim), embora
não sejam incomuns, mostram uma concentração de escolhas já diferenciada do encontrado de
forma geral para a população católica.Parece improvável que se tratasse de escolhas
aleatórias, já que o ato da nomeação constitui um momento importante das estratégias sociais
daqueles que designam ou adotam um nome.
No momento do batismo os atores recebiam somente o nome. Apenas ao longo de suas
vidas eles iriam adotar um sobrenome, como era usual nas sociedades tradicionais de origem
portuguesa. Observou-se que além de um sobrenome muitas dessas pessoas adotaram também
um segundo nome.
Não é possível saber quando essas pessoas passavam a utilizar um segundo nome, ou
se ele já era usado desde tenra idade no contexto doméstico. As únicas pistas de que se dispõe
a esse respeito indicam que não, já que, nos casos de falecimento de inocentes ou de jovens,
em seus registro de óbito consta apenas o nome de batismo. Acredita-se que o segundo nome
era adotado quando essas pessoas começavam a atuar como adultos na sociedade, como, por
exemplo, ao serem chamados à pia batismal para apadrinharem alguém.
A adoção de um segundo nome, ainda que aparentemente tenha sido escolhido por
aquele que o porta – diferentemente do que acontece no batismo, quando o nome é escolhido
por seus pais e/ou padrinhos – não parece fugir a alguns padrões. Entre as intenções
associadas a esta adoção podem estar a reiteração de relações estabelecidas com o nome de
batismo – por exemplo, quando tomado o segundo nome de um avô de quem já se era
homônimo. Pode-se ainda intentar o afastamento simbólico de quem se era homônimo,
adotando um segundo nome que o diferenciasse dessa pessoa. Pode-se, ainda, estabelecer
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novas alianças, marcando novas aproximações. A adoção desse segundo nome pode assim
“atualizar” as estratégias associadas às práticas de nomeação.
Dos cento e trezenomes trabalhados anteriormente, foi possível conhecer o nome
completo de oitenta e três. Desses, vinte e quatro não adotaram um segundo nome, restando
cinquenta e nove segundos nomes, organizados no quadro 3.
Quadro 3 - Segundos Nomes na Família da Silveira (1754-1819)
Nomes Femininos Nomes Masculinos
Nome Ocorrências Nome Ocorrências
Inácia 5 Inácio 12
Eufrásia 5 Marcelino 4
Margarida 4 Antônio 3
Maria 4 José 3
Francisca 3 Gualberto 1
Cândida 2
Isabel 2
Joaquina 2
Regina 2
Alexandrina 1
Angélica 1
Antônia 1
Dorotéia 1
Felicíssima 1
Magna 1
Máxima 1
Total: 36 Total: 23
Fontes: ADPRG: 1º a 5º Livros de Batismos de Rio Grande; NEUMANN e KÜHN: 2º a 4º Livros de
Batismos de Viamão; 1º e 2º Livros de Batismos de Porto Alegre. AMDP: 1º Livro de Batismos de São
Francisco de Paula; SIMOES LOPES FILHO, 2013.
Entre os segundos nomes adotados, Inácio e Inácia se destacam, sendo 12 e 5 casos,
respectivamente. Se for desconsiderada a flexão de gênero, somam 17, ou seja, 29% das
escolhas. É importante salientar, aqui, que cinco dos seis filhos do Capitão Mateus Inácio da
Silveira, seguidamente referido na documentação apenas como “Capitão Mateus Inácio”,
adotaram o segundo nome Inácio.5 De seus outros dois filhos, um já foi batizado como Inácio
e adotou o nome completo “Inácio José da Silveira”, e sua filha, Dorotéia, adotou o segundo
nome “Isabel” – o nome de sua madrinha, Isabel Francisca da Silveira – e assim aparece nos
registros de batismo de dois de seus filhos, que nasceram na década de 1770. Entretanto, já
5 São filhos de Mateus Inácio da Silveira e Maria Antônia da Silveira, por ordem de nascimento: Nicolau Inácio
da Silveira, Francisco Inácio da Silveira, Alexandre Inácio da Silveira, Dorotéia Isabel da Silveira, Maurício
Inácio da Silveira, Inácio José da Silveira e José Inácio da Silveira.
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nos registros de batismo de seus netos, nascidos nas décadas de 1810 e 1820, aparece como
Dorotéia Inácia da Silveira. Dos outros sete Inácio listados, um refere-se ao próprio Capitão
Mateus Inácio, outros quatro são seus netos e os dois restantes são sobrinhos-netos
seus.Parece, portanto, que o nome “Inácio” funcionou como um lembrete, demarcando
claramente a filiação e o pertencimento ao grupo familiar.
Observou-se, então, que tanto os nomes recebidos no batismo pelos filhos e netos das
irmãs Silveira e seus maridos, quanto os nomes por eles adotados caem, na maioria das vezes,
em um rol bastante limitado de escolhas. Essa reiteração pode acabar funcionando, na
sociedade em que se encontravam, como um lembrete do pertencimento de cada um ao grupo
de origem.
Nomes na família dos Anjos
A família dos Anjos era uma das mais antigas do Continente do Rio Grande de São
Pedro, sendo provenientes da Colônia do Sacramento. O contramestre Antônio Francisco dos
Anjos e de sua mulher Eugênia Maria de São João, ela nascida na Colônia e ele natural da
Ilha de São Miguel, tiveram quatro filhos, sendo que de duas meninas. Luisa e Joaquina, não
constam maiores informações.
Dos demais, Ana Rosa do Carmo, nascida na Colônia, casou-se com o Alferes
Bernardo Bento Marques, também da Colônia. Nesse lugar nasceram os primeiros três filhos
do casal, sendo seguidos por dois irmãos nascidos no Rio de Janeiro, e por seis irmãos
nascidos na Vila do Rio Grande.
Por sua vez, Antônio Francisco dos Anjos casou-se em primeiras núpcias com Josefa
Soares,também natural da Colônia, com quem teve um filho. Sua segunda esposa foi Maria
das Candeias, natural de Maldonado, com quem teve treze filhos. Casou-se ainda com Maria
Micaela do Nascimento, nascida na Colônia, mas não teve filhos com sua última esposa.
Para análise das práticas de nomeação nessa família utilizou-se, nesse momento,
apenas a genealogia composta por Rheingantz (1979), uma vez que ainda não foi possível
fazer o levantamento dos registros paroquiais referentes aos dos Anjos. Os nomes encontrados
estão apresentados no quadro 4:
Quadro 4 - Nomes na Família dos Anjos (1751-1831)
Nomes Femininos Nomes Masculinos
Nome Ocorrências Nome Ocorrências
Maria 6 Antônio 6
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Ana 4 Domingos 3
Joaquina 4 José 3
Josefa 3 Miguel 3
Silvana 3 Francisco 2
Eugênia 2 Joaquim 2
Francisca 2 Pedro 2
Bernardina 1 Bernardino 1
Cândida 1 Bernardo 1
Carolina 1 Boaventura 1
Claudiana 1 Camilo 1
Evarista 1 Cipriano 1
Gabriela 1 Heleodoro 1
Juliana 1 João 1
Luisa 1 Lourenço 1
Perpétua 1 Luis 1
Teresa 1 Manuel 1
Rafael 1
Total 34 Total 32
Fonte: Rheingantz (1979)
Mais uma vez, Maria e Ana são, de longe, os nomes mais escolhidos. Assim como
Antônio, são dos nomes mais escolhidos na América portuguesa, mesmo diante de um vasto
estoque nominativo. Já Joaquina e Domingos, embora normalmente frequentes, aparecem na
família dos Anjos mais vezes, proporcionalmente, do que no encontrado para a localidade de
Rio Grande, por exemplo.
Das sessenta e seis pessoas que deram seus nomes de batismo a conhecer, vinte e
quatro não chegaram a formular para si um nome completo, ou o mesmo ainda não foi
identificado. Das quarenta e duas restantes, trinta e uma adotaram um segundo nome. Veja-se
o quadro 5:
Quadro 5 - Segundos Nomes na Família dos Anjos (1751-1831)
Nomes Femininos Nomes Masculinos
Nome Ocorrências Nome Ocorrências
Maria 3 Francisco 5
Angélica 2 José 2
Balbina 1 Benício 1
Bernardina 1 Germano 1
Clara 1 João 1
Claudia 1 Lizardo 1
Emerenciana 1 Oculto 1
Eulália 1
Francisca 1
Inácia 1
Inágera 1
Isabel 1
Joaquina 1
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Lizarda 1
Madalena 1
Micaela 1
Rosa 1
Total 19 Total 11
Fonte: Rheingantz (1979)
Embora a adoção de um mesmo segundo nome não salte aos olhos no caso da família
dos Anjos como ocorre com a família Silveira, é também no estabelecimento de relações de
pertença, ou aproximação entre pessoas específicas na família que se pode buscar explicações:
dos cinco Francisco como segundo nome, três tem por nome, exatamente, Antônio Francisco
dos Anjos, e dois chamavam-se Domingos Francisco dos Anjos.
A questão dos homônimos já foi muito trabalhada, especialmente sob a perspectiva de
problema metodológico que se apresenta ao cruzamento nominativo. Uma outra perspectiva,
entretanto, é apresentada por Hameister (2006), quando a autora aponta que a prática tão
disseminada nos locais de domínio português de designar, por exemplo, pai e filho pelo
mesmo nome completo, sem acréscimo de partículas diferenciadoras, podendo revelar o
desejo de que as imagens de um e de outro sejam associadas:
Acreditando-se, dado a recorrência destes casos, que os homônimos não
acontecem por acaso, que são fruto da intenção de pais e filhos, há que se supor que esta fusão de identidades seja o objetivo das desinências
coincidentes destes homens. Assim, pensa-se aqui esses nomes em comum,
de pai e de filho, como sendo um “modelo” quase que perfeito para os outros
tipos de homônimos. Nessa perspectiva, no fundo de sua intenção, deseja também gerar uma espécie de “fusão” de duas pessoas distintas, padrinhos e
afilhados, avôs e netos ou ilustres desconhecidos. (HAMEISTER, 2006)
Parece, então, haver uma intencionalidade na existência desses homônimos perfeitos,
que tem a ver com o valor que o pertencimento a uma determinada família ou grupo possui
nessa sociedade. Reiterando o que já foi comentado, a intenção das práticas nominativas,
nesse contexto, não era individualizar os sujeitos ou diferenciá-los, mas associá-los a algo ou
alguém. A demarcação desse pertencimento, feita através do nome, faz parte das estratégias
do grupo.Assim, o nome, seja ele completoou não, pode se tornar um bem familiar, e como tal
pode ser legado a alguns membros e negado a outros, constituindo parte das estratégias de
uma família.
Pôde-se observar, na análise das práticasde nomeaçãodessas famílias, a preferência e
reiteração de alguns nomes que, embora fossem nomes comuns no estoque português,
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poderiam funcionar especificamente nesses grupos como marcadores do parentesco. Essas
repetições foram matizadas por algumas inovações, revelando algum desvio do padrão
familiar, ou mesmo a tentativa de buscar aproximar os novos membros a outras pessoas, que
poderiam ser parentes dos cônjuges, ou mesmo um padrinho ou madrinha que representasse
uma aliança nova no grupo.
À guisa de conclusão, reforça-se que, embora o papel das influências culturais –
portuguesa e católica – que envolviam as escolhas dos nome dados ou adotados não possa ser
ignorada, os ainda parcos resultados aqui apresentados apontam que outras intencionalidades
tampouco podem ser ignoradas. Intencionalidades essas que, ao que parece, fazem parte dos
muitos movimentos realizados pelos atores a fim de garantir a melhor existência social que
lhes parecia possível: de suas estratégias, portanto.
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Fontes manuscritas:
ADPRD - ARQUIVO DA DIOCESE PASTORAL DO RIO GRANDE: 1º a 5º Livros de
Batismos de Rio Grande;
AMDP - ARQUIVO DA MITRA DIOCESANA DE PELOTAS: 1º Livro de Batismos de São
Francisco de Paula
NEUMANN, Eduardo; KÜHN, Fábio. Resgate de Fontes Paroquiais - Porto Alegre e Viamão,
século XVIII: 2º a 4º Livros de Batismos de Viamão; 1º e 2º Livros de Batismos de Porto
Alegre.
Referências:
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segundo os registros paroquiais. Curitiba, 1974. 107 p. Dissertação, Mestrado. Universidade
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um diálogo. Campinas: ABEP, 2004.
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nominativas em Rio Pardo (1755-1765), Revista Vernáculo. Curitiba, n. 19, 2012, pp. 8-29.
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Colégio das Artes da Compahia de Jesus, 1707.
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Doutorado).
GÉLIS, Jacques. L'arbbre et le fruit, la naissance dans l'Occident moderne: XVIe –XIXe
siècle, Paris:Fayard, 1984.
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familiares na formação da Vila do Rio Grande através dos Registros Batismais (c.1738-
c.1763). Rio de Janeiro: UFRJ 2006 (Tese de Doutorado).
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no Rio Grande do Sul (c. 1750-1820). Curitiba: UFPR, 2012 (Dissertação de Mestrado).
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(Monografia de Conclusão de curso).
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Populacionais: transformações na população brasileira: complexidades, incertezas e
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em www.abep.nepo.unicamp.br/xvii/anais
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Malher 2 - 1980. Paris: Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales, 1984.