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Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes | Grupo Lusófona Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa Dissertação conducente à obtenção do grau de Mestre em Arquitectura do Mestrado Integrado em Arquitectura Aluno: Ricardo Jorge das Neves André Número: 20090296 Orientação: Professor Doutor Luiz Filipe Pires Conceição Portimão 2015

Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa · pela disponibilidade, partilha do saber, as opiniões críticas e as valiosas ... Resumo Esta dissertação tem como

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Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes | Grupo Lusófona

Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

Dissertação conducente à obtenção

do grau de Mestre em Arquitectura do

Mestrado Integrado em Arquitectura

Aluno: Ricardo Jorge das Neves André

Número: 20090296

Orientação: Professor Doutor Luiz Filipe Pires Conceição

Portimão

2015

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RICARDO JORGE DAS NEVES ANDRÉ

REABILITAÇÃO E AMPLIAÇÃO DA ADEGACOOPERATIVA DE LAGOA.

Dissertação defendida em provas públicas noInstituto Superior Manuel Teixeira Gomes, no dia16/03/2015 perante o júri nomeado pelo Despacho deNomeação nº. 02/2015, com a seguinte composição:

Presidente:Prof. Doutor Hugo Philipe H. NazarethFernandes de Cerqueira

Vogais:Prof.ª Doutora Ana Paula Parreira CorreiaRainha (Arguente)

Orientador:Prof. Doutor Luiz Filipe Pires Conceição

Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes

Portimão

2015

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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i

Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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ii

Agradecimentos

Dedico o meu sincero agradecimento a todos os que de alguma

forma acompanharam o meu percurso académico e contribuíram para a

realização desta dissertação.

Ao meu orientador, Professor Doutor Arquitecto Luís Conceição,

pela disponibilidade, partilha do saber, as opiniões críticas e as valiosas

contribuições que permitiram alcançar o presente trabalho.

À Professora Doutora Clara Gonçalves pela motivação, sugestões e

críticas ao longo da elaboração desta dissertação.

Aos docentes do curso de arquitectura que me acompanharam e

transmitiram conhecimento para prosseguir profissionalmente.

À direcção da adega Cooperativa do Algarve pela disponibilização

da documentação e dos projectos de arquitectura licenciados da adega.

Ao meu tio José Manuel Cabrita pela disponibilidade na partilha de

conhecimento, transmitindo as melhores soluções construtivas da

actualidade do processo de produção vinícola.

Agradeço também à minha família. Aos meus sogros que sempre

apoiaram e estiveram presentes em todos os momentos.

Um agradecimento especial à minha mãe, por todo o apoio,

incentivo e carinho, que jamais esquecerei, por tudo isto, e muito

mais…obrigada mãe.

À minha querida esposa, Andreia André, pelo apoio incondicional,

incentivo, carinho, compreensão, e transmissão de confiança, força, e

pensamentos positivos ao longo de todo o meu percurso académico.

Aos meus filhos, Diana e Simão, pelas brincadeiras, gargalhadas,

que foram a fonte da recarga das minhas energias, e que me deram

alento para superar e vencer todos os dias da minha formação.

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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iii

Resumo

Esta dissertação tem como objecto de estudo a Adega Cooperativa

de Lagoa.

O objectivo traçado foi a rentabilização do espaço, transformação

num lugar de produção de vinho aliando a vertente turística.

Nos dias que correm, a arquitectura das adegas contemporâneas

procura satisfazer as necessidades de produção, com espaço de lazer,

adoptando um conceito de divisão de sector de produção e visita.

A motivação deste caso de estudo concentra-se na afectividade da

população de Lagoa a este espaço.

A presente dissertação está dividida em três capítulos, que

descrevem o percurso do estudo efectuado e, primeiramente, trata-se do

enquadramento no meio envolvente. O estudo de alguns exemplos de

adegas e, posteriormente, o culminar do projecto de reabilitação e

ampliação da Adega.

Palavras-chave: Adega, Arquitectura, arquitectura do vinho, Processo de

vinificação.

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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iv

Abstract

This dissertation has as its subject, the study of the Cooperative

Wine Cellar of Lagoa.

The objective pursued was the space optimization and its

transformation in a wine production facility combining a tourist perspective.

Nowadays, the architecture of contemporary wine cellars tries to

satisfy the production needs, with a leisure space, adopting a concept of

division between the production sector and the visitation sector.

The motivation of this case study concentrates in the affection that

the people of Lagoa have in regard this space.

The present dissertation is divided in tree chapters which describe

the course of the accomplished study and, firstly, it manages the

surroundings framework. Then, it shows the study of some examples of

wine cellars, and then, it culminates in the Wine Cellar’s rehabilitation and

enlargement project.

Keywords: Cellar; Architecture; Architecture of wine; vinification process

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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1

Índice

Índice …………………………………………………………………………………….. 1

Introdução .............................................................................................................. 3

Tema ................................................................................................................... 3

Localização ......................................................................................................... 3

Objectivo ............................................................................................................. 4

Estrutura ............................................................................................................. 5

Estado da arte ..................................................................................................... 6

A arquitectura nas adegas ............................................................................... 6

1. Local de intervenção .......................................................................................... 9

1.1. A Razão .................................................................................................... 9

1.2. A Caracterização ..................................................................................... 10

1.2.1. Localização ....................................................................................... 10

1.2.2. Contextualização da Adega .............................................................. 11

1.2.3. Caracterização Física Geral ............................................................. 12

1.2.4. Caracterização dos Edifícios existentes ........................................... 13

2 - Casos de Estudo ............................................................................................. 19

2.1. Adega Mayor / Adega Quinta da Vinha ...................................................... 19

2.1.1. Adega Mayor ....................................................................................... 19

2.1.1.1. Contextualização ........................................................................... 20

2.1.1.2. Programa Funcional ....................................................................... 22

2.1.1.3. Característica ................................................................................. 27

2.1.1.4. Relevância ..................................................................................... 31

2.1.2 Adega Quinta da Vinha – Cabrita .......................................................... 32

2.1.2.1 Contextualização ............................................................................ 32

2.1.2.2 Enquadramento .............................................................................. 35

2.1.2.3. Programa Funcional ....................................................................... 36

2.1.2.3. Característica / Descrição .............................................................. 40

2.1.2.3. Relevância ..................................................................................... 42

2.1.3. Comparação: Adega Mayor e Adega Quinta da Vinha ..................... 43

2.2. Adegas ....................................................................................................... 44

2.2.1. Adega O. Fournier ............................................................................... 44

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2

2.2.1. Adega Protos ....................................................................................... 48

2.2.2. Adega Vinícola 14 Vinhas .................................................................... 49

2.2.3. Adega Brotherhood Winery .................................................................. 50

3. Projecto .......................................................................................................... 52

3.1. Memória descritiva e justificativa ............................................................. 52

3.1.1. Enquadramento e adequabilidade da proposta com o Plano Director

Municipal de Lagoa ........................................................................................ 55

3.1.2. Composição e Imagem ..................................................................... 57

3.1.3. Legislação ........................................................................................ 75

3.1.4. Construção – Características Técnicas Construtivas ....................... 76

Conclusão ............................................................................................................ 78

Bibliografia............................................................................................................ 80

Índice de Imagens ................................................................................................ 82

Anexos ................................................................................................................. 86

Desenhos Técnicos ........................................................................................... 86

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3

Introdução

Tema

Esta dissertação de mestrado foi elaborada com vista à reabilitação

e ampliação da adega Cooperativa de Lagoa, mais recentemente

designada por ÚNICA1.

Localização

O edifício objecto da proposta de reabilitação da presente

dissertação de Mestrado é a antiga adega Cooperativa de Lagoa (SCRL).

A escolha do local para a execução deste projecto foi o lote onde está

inserida a adega de Lagoa, apresentando-se com história e elevada

importância económica, entre os anos 1947 e 1990, contribuindo para o

êxodo rural para a localidade de Lagoa.

A adega em questão situa-se na cidade e Concelho de Lagoa com

cerca de “24000 habitantes dividido por 4 Freguesias e cobre uma área

de 55,50 Km²”2.

Fig. 1. Planta de localização3

1 ÚNICA – Adega Cooperativa do Algarve, CRL

2 Fonte: http://www.algarve123.com/pt/O_Algarve/0806/Lagoa - efectuada a 30-09-2014 às 22:27

3 Fonte: http://geo.algarvedigital.pt/index.aspx# - consulta efectuada em 18/01/2013 às 15:10

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4

Objectivo

A reabilitação e ampliação da antiga adega de Lagoa, situada na

cidade de Lagoa, pretende dinamizar o espaço da adega que se encontra

actualmente desaproveitado.

Foi realizada uma análise técnica e social ao objecto de estudo, para

isso, foi tida em linha de conta a rentabilização e optimização do espaço

necessário ao processo produtivo e o respectivo armazenamento.

Relativamente à vertente social, o objectivo foi perceber como se

pode acrescer valor à cidade de Lagoa.

Espera-se, ao obter uma nova forma do espaço reabilitado, com o

cuidado de o tornar num ambiente descontraído e apelativo, irá contribuir,

certamente, para o desenvolvimento local.

A proposta passa por introduzir no edifício a reabilitar um museu e

uma nova adega, atraindo mais pessoas à cidade: Recorreu-se à

utilização de novas formas volumétricas, de forma a despertar no

indivíduo sensação de bem-estar.

Por outro lado, esta reabilitação pretende dar uma nova imagem ao

edifício e ao espaço envolvente, tornando-o mais agradável e, ao mesmo

tempo, valorizando a imagem histórica.

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Estrutura

A presente dissertação é composta por 3 capítulos.

O primeiro capítulo é composto pela caracterização do local e do

edifício e o motivo pelo qual foi escolhido.

No segundo capítulo, apresentam-se os casos de estudo, onde são

estudadas duas tipologias de arquitectura de adegas, nomeadamente a

adega Mayor, projectada pelo Arquitecto Álvaro Siza Vieira e a Adega

Quinta da Vinha, projectada pelo engenheiro Rui Manuel da Conceição

Rochato. No fim desse capítulo, são apresentados, de uma forma

sintetizada, os prós e os contras destes dois tipos de adegas.

Segue-se o terceiro capítulo com a apresentação do projecto. Este

capítulo é composto pela vertente prática, com a apresentação das

plantas, cortes, alçados, projecto em 3D e acompanhado ao longo do

capítulo pelo enquadramento tanto legal como arquitectónico.

Primeiramente, apresenta-se a memória descritiva do projecto e o

seu conceito, depois segue-se uma apresentação e caracterização do

projecto.

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Estado da arte

A arquitectura nas adegas

A necessidade de adaptação das adegas às tecnologias de

produção e a importância das condições técnicas implica uma redefinição

estrutural.

A logística da indústria vinícola requer alguns preceitos, tanto a nível

técnico, como a nível de volumetria e de higienização na escolha dos

materiais.

A zona mais sensível da adega contemporânea é, sem sombra de

dúvida, a zona de estágio do vinho em barricas, tornando-a no núcleo da

organização e na zona protegida e acessível.

O projecto de uma adega contemporânea centra-se no

acondicionamento térmico, prevendo, simultaneamente, o equilíbrio entre

implantação e orientação solar com vista à sua interiorização.

A utilização das caves é um elemento preferível e, por isso, é dada

esta prioridade para o acondicionamento térmico, sendo utilizada na

maior parte das adegas nacionais. Contudo, por vezes, devido à

morfologia do terreno, este tipo de construções não é possível.

Na concepção dos compartimentos da recepção das uvas, produção

e armazenamento do vinho, é importante que o percurso da uva até às

barricas seja feito por gravidade, o qual é conseguido através do uso de

rampa, evitando o uso de sistemas de bombagem durante o percurso da

uva e do vinho, para minimizar custos de energia.

Outra característica das adegas contemporâneas é a criação de

lugares de lazer, que, por norma, ocupam os pisos superiores ou zonas

de entrada.

Outro facto tido em linha de conta é a componente social, que

consiste na abertura das adegas ao público e no seguimento deste

conceito surge o turismo rural, de forma a albergar o visitante.

Assim, tendo em consideração as necessidades da estrutura

tecnológica e expressão exterior, a “arquitectura é necessariamente

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complexa e contraditória na inclusão pura dos tradicionais elementos

vitruvianos de comodidade, firmeza e prazer”.4

Método

Em primeira linha, foram analisadas as acessibilidades exteriores à

adega e, depois de conhecido o Plano Director Municipal (PDM) e com

base no Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU), foi iniciado

o estudo da volumetria necessária para cada etapa da produção do vinho.

Verificada também as acessibilidades interiores, de acordo com a

legislação das acessibilidades (D.L. 163/2008), e em conformidade com a

legislação dos incêndios (D.L. 220/2008), o museu pertence à utilização

Tipo X (Museus e galerias de arte) e a adega à utilização tipo XII

(industriais, oficinas e armazéns).

Após este estudo inicial, foram desenhadas formas geométricas

adequando as suas características, desempenho e aptidão funcionais e

produção em relação à quantidade de uvas recebidas nos últimos anos.

4 Segundo os postulados Robert Venturi no texto “Complexity and Contradiction in Architecture”. Ver: Jencks, Charles;

Kropf, Karl – Theories and Manifestoes of Contemporary Architecture, 1997. p40

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CAPITULO 1 | LOCAL DE INTERVENÇÃO

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1. Local de intervenção

1.1. A Razão

A razão da escolha do local de reabilitação é reflexo da minha

ligação à cidade de Lagoa.

Cresci e vivi vendo a importância da adega para a cidade de Lagoa.

Para além do lugar ser um ponto de passagem para um grande número

de pessoas, é um enorme espaço urbano ao abandono.

Outra razão, e talvez a mais importante, é o facto de me recordar

que passei parte da minha infância a acompanhar o meu avô, nas férias,

altura em que se dava a apanha da uva (vindima). Onde essa era

apanhada e transportada, parte dessa uva era para o armazém do meu

avô e outra parte entregue na adega cooperativa de Lagoa.

Por outro lado, seria positivo aliar o grande potencial vinícola da

região do Algarve à capacidade produtiva disponível neste espaço para a

produção de grandes quantidades de vinho.

A construção desta adega dará hipótese a muitos vinicultores da

região de poderem entregar as uvas das suas colheitas, pois muitos

destes vinicultores não têm as condições mínimas exigidas para produzir

vinho e colocá-lo no mercado.

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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1.2. A Caracterização

1.2.1. Localização

Situa-se em zona urbana, denominada Única - Adega Cooperativa

do Algarve, em Lagoa na sua parte Norte, junto à Estrada Nacional 125,

“numa região demarcada da vinha e do vinho, com denominação de

origem controlada desde 1980.”5

Fig. 2. Enquadramento do local de intervenção face ao Concelho de Lagoa

6

Fig. 3. Imagem da Vista aérea do terreno de intervenção7

5 Gazeta de Lagoa, 2006,pp.21

6 Fonte: http://geo.algarvedigital.pt/index.aspx# - consulta efectuada em 18/01/2013 às 15:10

7 Fonte: Idem

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1.2.2. Contextualização da Adega

A vinha e o vinho na região do Algarve sempre tiveram grande

importância ao longo dos séculos, principalmente na região de Lagoa.

“A adega de Lagoa, apresenta-se, desde há anos, como expressivo

marco, definidor da economia deste maravilhoso concelho, de tão nobres

e ricas tradições agrícolas”8, mas, na última década, este sector tem vindo

a perder produtores devido à falta de apoios e investimentos e a uma

maior centralização na divulgação dos vinhos do Alentejo e Douro.

Na região do Algarve existem poucas Adegas, as quais estão

localizadas em maior número nos concelhos de Lagoa, Silves, Portimão e

Lagos.

Nos últimos cinco anos, verifica-se um ligeiro crescimento, devido ao

aumento de consumo de vinho nos países em desenvolvimento, levando

os empresários a acreditar nas potencialidades deste sector nesta região

e ao seu investimento na construção de novas adegas e à restauração

das existentes.

8 SANTOS, Rossel Monteiro. História do Concelho de Lagoa – Volume I, Edições Colibri – Câmara Municipal de Lagoa,

Julho de 2001.P14-16

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1.2.3. Caracterização Física Geral

O terreno apresenta uma configuração poligonal irregular com a área

total de 20.300,00 m² 9.

Altimetricamente, desenvolve-se entre as cotas 36,09 e 41,34 no

sentido este / oeste.

A parcela de terreno, onde se pretende implementar a reabilitação

do conjunto de edifícios que compõem a adega cooperativa, apenas

pretende demolir todo o resto ficando o corpo central da fachada principal,

que no momento actual é uma zona destinada ao armazenamento de

vinho em depósitos de betão armado, e passará a estar destinado ao

museu.

O terreno possuiu desnível do lado Poente para Nascente e

apresenta pouca cobertura vegetal e algumas árvores, que serão objecto

de manutenção e reformulação de acordo com o projecto de arranjos

exteriores.

9 Fonte: Do autor, Ricardo André

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1.2.4. Caracterização dos Edifícios existentes

O terreno, de acordo com a planta de implantação, apresenta vários

edifícios: a adega, o refeitório, armazéns, oficinas e recepção das uvas.

Foram planeadas duas entradas, uma a Norte, pela E.N. 125,

destinada ao público do museu e da adega e outra entrada para

descargas e cargas de vinho que se encontra a Nascente, pela estrada

Municipal 1272.

Junto à entrada Norte, estão projectados 50 lugares de

estacionamento para o público geral e dois para indivíduos com

mobilidade reduzida.

Na entrada Nascente, encontram-se 10 lugares de estacionamento

para camiões e 10 lugares para funcionários e 1 lugar para deficientes.

Fig. 4. Planta de implantação dos Edifícios existentes10

10

Fonte: Do autor, Ricardo André

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Fig. 5. Imagem da Planta de Implantação11

Fig. 6. Imagem da Fachada Principal | Norte12

11

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 14-03-2014 às 15:00 12

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 12-03-2014 às 11:00

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Fig. 7. Imagem da Oficina existente13

A envolvente é constituída por malha urbana, onde existe uma

urbanização a Sul e Poente, já com os lotes de edifícios construídos na

sua quase totalidade, apresenta-se em vias de consolidação rápida, em

conjunto com edifícios de habitação colectiva a Nascente e outros núcleos

da envolvente, assistindo-se a um aumento da população recente, não

acompanhado de equipamentos de apoio ao comércio e turismo de

proximidade dos locais de habitação.

Fig. 8. Imagem do Armazém, Creche e Refeitório14

13

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 12-03-2014 às 11:00 14

Fonte: Idem

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Fig. 9. Imagem da zona envolvente à adega – Vista da E.N. 12515

No que diz respeito à acessibilidade, o espaço envolvente à adega

possuiu bons acessos, quer para outras zonas da cidade, quer para o

exterior, com o nó de acesso à estrada E.N. 125 de acesso a Portimão,

Silves, Carvoeiro e Porches que fica a cerca de 20 m e mais

recentemente à Via do Infante, que permite uma ligação rápida, para além

dos arruamentos que circundam o lote de terreno de perfil alargado e de

malha viária ortogonal de características excelentes, privilegiando o

acesso ao lote em questão.

O lote terreno apresenta uma boa exposição solar e adequada ao

uso de adega, museu, SPA de vinoterapia, dez apartamentos turísticos,

duas lojas e um restaurante, perfazendo uma praça no centro destes

edifícios, abrigando o recinto de ventos mais fortes e de muito boa

salubridade, com acessos fáceis e de segurança para os peões, para

além de possuir todas as infra-estruturas necessária em virtude de se

integrar em espaço urbano.

15

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 12-03-2014 às 11:00

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17

Fig. 10. Imagem da Zona envolvente à adega – Vista da E.N. 125 16

No que diz respeito ao desenvolvimento sustentado, destas zonas

urbanas e da proximidade de outras zonas urbanas programadas, há que

ter em atenção o Plano Director Municipal. Esta criação de novos usos e

edifícios de apoio à adega permite uma adequação e uma resposta mais

objectiva do que existe actualmente no local, para este tipo de

equipamentos complementares às zonas urbanas de habitação,

respondendo de uma forma sustentada às necessidades das populações

e à proximidade destes estabelecimentos, neste caso de inexistência na

zona.

Fig. 11. Imagem da Zona envolvente à adega - Pingo Doce e E.M.127217

16

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 12-03-2014 às 11:00 17

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 05-05-2014 às 15.00

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CAPITULO 2 | CASOS DE ESTUDO

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2 - Casos de Estudo

2.1. Adega Mayor / Adega Quinta da Vinha

2.1.1. Adega Mayor

A adega Mayor surge da vontade do produtor Rui Nabeiro18 de

produzir vinho. Depois da experiência com a indústria cafezeira,

pretendeu iniciar-se na vinicultura, e para isso, solicitou a elaboração do

projecto da adega ao Arquitecto Álvaro Siza Vieira.

O que pretendia era uma concepção arrojada e com a intenção de

“elevar o património alentejano”19, utilizando a arquitectura como valor e

apelar à memória de uma cultura específica.

A adega abriu as portas ao público em Junho de 2007 e, desde

então, passou a ser a referência de uma adega contemporânea, que

apresenta uma arquitectura virada para os conceitos da vinicultura e

sofisticação tecnológica, acumulando as vivências e a cultura da região.

A adega situa-se próximo da localidade de Campo Maior, na

propriedade designada por Herdade das Argamassas.

Esta região é rica em agricultura, em sobreiros e herdades de vinha.

Cada monte20 tem o seu hectare de vinha ou agricultura, um espaço

marcado pela vegetação rasteira.

A herdade das Argamassas situa-se junto a um complexo industrial

existente no nível mais abaixo do terreno, que se destina à produção de

café.

Para o autor, o enquadramento espacial permite “uma boa

distribuição do programa e acessos, sendo conveniente e menos

dispendiosa em termos de comportamento térmico”21, uma vez que o

edifício encabeça o vinhedo que o envolve, que transmite o movimento

ascendente do terreno e está inserido perpendicularmente às curvas de

nível.

18

Representante do grupo Nabeiro 19

“Traço”. 2008. P.40 20

Nome atribuído à unidade de habitação da região alentejana 21

Siza, Álvaro – Memória descritiva. Adega Mayor. [2004] p.3

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20

2.1.1.1. Contextualização

No que concerne ao estudo das adegas, foram objecto de estudo a

Adega Mayor, desenhada pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira e pertença do

grupo Nabeiro, em Campo Mayor (Alentejo). Situada na Herdade das

Argamassas, começou a funcionar na vindima de 2006, sendo uma obra

«de concepção arrojada e diferente do habitual» conforme defendeu na

altura o presidente do grupo Rui Nabeiro, que investiu 8 milhões de euros

na construção do edifício.

A Adega Mayor foi inaugurada em 2007, mas iniciou a produção de

vinhos em 2002. Possui 65 hectares de vinha distribuídos por duas

herdades que dão origem às marcas Monte Mayor, Turiga Nacional,

Reserva do Comendador e garrafeira do Comendador.

Em contrapondo à Adega Mayor surge um outro estilo de adega,

cuja concepção não foi planeada, o que compromete a sua funcionalidade

a Adega Quinta da Vinha, que produz 300 mil litros em 8 hectares.

A Adega Mayor surge da vontade de lançar uma produção vinícola e

da paixão pelos vinhos pela parte de Rui Nabeiro. O projecto foi

concebido por Siza Vieira e do seu traço resultou a forma inconfundível

desta adega distinta, contemporânea e com alma.

Por forma a enquadrar a adega, apresentam-se nas figuras 12 e 13

as imagens da paisagem envolvente.

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21

Fig. 12. Imagem da Adega Mayor – Enquadramento com a paisagem envolvente22

Fig. 13. Imagem da Adega Mayor – Enquadramento com a paisagem envolvente23

22

Fonte:https://www.facebook.com/AdegaMayor/photos/a.385242938846.165467.95158163846/

10152115817663847/?type=1&theater – Pesquisa efectuada a 03-02-2014 às 15:33 23

Fonte: Idem

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22

2.1.1.2. Programa Funcional

O acesso à adega é feito através da entrada na herdade onde se

encontra a nova fábrica de café Delta e, posteriormente, já no interior da

propriedade, a entrada faz-se pelo pavimento em cubo granito.

O edifício caracteriza-se pela sua forma rectangular, com dimensão

de 120X40 metros. As paredes da Adega atingem os 9 metros o que

constitui um “volume paralelepipédico.”24

O projectista recorreu a uma pala na fachada Sudoeste de forma a

acentuar com o contraste da luz e sombra do conjunto volumétrico, e em

simultâneo transmite uma atitude vigilante.

Este projecto destaca-se pela componente e forma linear do edifício

que surge no meio de uma planície repleta de verde das vinhas.

Fig. 14. Adega Mayor – Planta de implantação25

24

Fonte: FERNANDEZ, Olga Cuevas, (2008). El Sentido de las Cosas. Madrid: El Croquis Editorial, n.º 140 Álvaro Siza

Vieira,2001/2008, p. 230. 25

Fonte: FERNANDEZ, Olga Cuevas, (2008). El Sentido de las Cosas. Madrid: El Croquis Editorial, n.º 140 Álvaro Siza

Vieira,2001/2008, p. 231.

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23

No piso 0, encontra-se a zona administrativa onde se insere a

recepeção e localização de acessos verticais (escadas e ascensores),

zona de venda, armazém e zona de carga de produto acabado, zona de

vinificação (pesagem, prensagem e armazenamento em silos de inox e

barricas e uma zona de engarrafamento).

Fig. 15. Adega Mayor – Planta do Piso 026

Relativamente ao piso 1, este é composto pela zona administrativa

além de uma sala de convivio, um laboratório, uma sala de reuniões e

instalações sanitarias.

Fig. 16. Adega Mayor – Planta do Piso 127

26

Fonte: Fonte: FERNANDEZ, Olga Cuevas, (2008). El Sentido de las Cosas. Madrid: El Croquis Editorial, n.º 140 Álvaro

Siza Vieira,2001/2008, p. 231. 27

Fonte: Idem

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24

Já no piso 2, encontra-se uma zona de distribuição onde está

exposta a maqueta da Adega Campo Mayor, a sala e prova de vinho, a

copa de apoio e uma arrecadação. No exterior, situa-se um terraço

descoberto composto por relva, espelho de água e bancos em pedra

mármore que na sua composição faz os olhos, bigode e a boca de Rui

Nabeiro.

Fig. 17. Adega Mayor – Planta do Piso 228

No corte longitudinal, é visível a volumetria desta adega marcada

pela sua extensão de 90m de comprimento.

Fig. 18. Adega Mayor – Corte longitudinal29

28

Fonte: FERNANDEZ, Olga Cuevas, (2008). El Sentido de las Cosas. Madrid: El Croquis Editorial, n.º 140 Álvaro Siza

Vieira,2001/2008, p. 231. 29

Fonte: FERNANDEZ, Olga Cuevas, (2008). El Sentido de las Cosas. Madrid: El Croquis Editorial, n.º 140 Álvaro Siza

Vieira,2001/2008, p. 232.

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25

Através do corte transversal, é notável a distribuição dos espaços e

da sua funcionalidade.

Fig. 19. Adega Mayor – Corte transversal30

Fig. 20. Adega Mayor – Alçado Sudoeste31

Fig. 21. Adega Mayor – Alçado Sudeste32

30

Fonte: FERNANDEZ, Olga Cuevas, (2008). El Sentido de las Cosas. Madrid: El Croquis Editorial, n.º 140 Álvaro Siza

Vieira,2001/2008, p. 232. 31

Fonte: Idem 32

Fonte: Idem

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26

Fig. 22. Adega Mayor – Alçado Noroeste33

Na figura a baixo, é notável o desnível acentuado do terreno onde

está sobterrada parte da adega, onde é realizada a vinificação e o

armazenamento do vinho.

Fig. 23. Adega Mayor – Alçado Nordeste34

33

Fonte: FERNANDEZ, Olga Cuevas, (2008). El Sentido de las Cosas. Madrid: El Croquis Editorial, n.º 140 Álvaro Siza

Vieira,2001/2008, p. 232. 34

Fonte: Idem

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27

2.1.1.3. Característica

A forma linear do edifício, enquadrada no verde das planícies

alentejanas, marca a sua presença através da simplicidade e brancura.

A adega tem uma forma rectangular com 120m x 40m, rodeada

pelos grandes muros de 9 metros.

O arquitecto tenta transmitir na sua arquitectura a “expressão da

existência humana sobre o território”35, transformando a natureza em

cultura.

O autor procura resolver os problemas técnicos através do desenho,

como é o caso da necessidade de sombra, e desenha uma pala, a

necessidade da rampa, e cria um vão.

Apresentam-se os esquiços da adega, ponto de partida para o

projecto. O projecto em fase de maquete onde não foram descuidadas as

curvas de nível do terreno.

Fig. 24. Adega Mayor – Esboços 36

35

Fonte: http://abarrigadeumarquitecto.blogspot.pt/2007/05/ltimasmag-01.html 36

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 04-02-2014

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28

Fig. 25. Adega Mayor – Maquete37

Fig. 26. Adega Mayor – Área de recepção e pesagem das uvas, esmagamento e

desengace38

Fig. 27. Adega Mayor – Vinificação (cubas de fermentação)

39

37

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 04-02-2014 38

Fonte: Idem 39

Fonte: Idem

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29

Fig. 28. Adega Mayor – Armazenamento (encubação)40

Fig. 29. Adega Mayor – Engarrafamento41

Fig. 30. Adega Mayor – Área administrativa42

40

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 04-02-2014 41

Fonte: Idem 42

Fonte: Idem

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30

Fig. 31. Adega Mayor – Área de recepção43

Fig. 32. Adega Mayor – Área administrativa44

Fig. 33. Adega Mayor – Área de prova de vinho45

43

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 04-02-2014 44

Fonte: Idem 45

Fonte: Idem

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31

2.1.1.4. Relevância

Do projecto da adega Mayor, retira-se o dinamismo de uma adega

contemporânea e a utilização de meios mecânicos de ponta.

O conceito utilizado neste projecto focaliza-se não só na produção

de vinho como também num lugar agradável de visita. A distribuição dos

espaços é pensada e rentabilizada, tornando esta adega um ponto de

referência nacional. A separação dos sectores administrativos, da

produção e armazenamento é apelativa aos visitantes, evitando também

qualquer transtorno na zona de produção, pois evita o incomodo de algum

cheiro.

É de retirar desta arquitectura o conceito de utilização da rampa

durante toda a produção até ao engarrafamento.

A mais valia da utilização da rampa é a não danificação do bago da

uva, pois na utilização dos meios mecânicos o bago rompe-se e esta

perde as suas qualidades e oxida.

Com a utilização da rampa, a uva desloca-se naturalmente através

da gravidade, mantendo todas as qualidades e assim obtém-se um

melhor vinho. Por outro lado, é de reter a utilização da cave para

armazenamento do vinho, onde a temperatura é constante, o recurso ao

chão em terra, na zona do armazenamento das barricas, permite a

absorção natural da humidade, reduzindo drasticamente o consumo de

energia. É de realçar a utilização das paredes grossas evitando a

variação de temperatura.

A nível da geometria, a sua forma, rentabiliza o espaço, transmitindo

em simultâneo modernidade e leveza. A pureza que se encontra

espelhada nas paredes também é um ponto a salientar.

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32

2.1.2 Adega Quinta da Vinha – Cabrita

Em análise a Adega Quinta da Vinha, como exemplo de adega com

várias lacunas na arquitectura utilizada.

2.1.2.1 Contextualização

A Quinta da Vinha, está localizada junto à estrada Municipal 529-

1,no Sitio do Sobral, na Freguesia de Porches e Concelho de Silves, é

propriedade de José Manuel Cabrita, tendo apenas 6,6 hectares46 de

extensão, que se pode caracterizar de uma produção familiar.

A produção de uva começou no final dos anos setenta, com o seu

pai. Mas, no início do milénio, sofreu uma renovação com enxertia e

plantação de novas castas.

A uva produzida na quinta era usada para vinho caseiro, mas

também para ser vendida à Adega Cooperativa de Lagoa.

Hoje em dia, a vinha produz as seguintes castas: Touriga-Nacional,

Trincadeira, Aragonez e Castelão.

46

Fonte: http://vinhosdoalgarve.blogspot.pt/2011/07/cabrita-quinta-da-vinha.html

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_______________________________________________

33

Fig. 34. Vista aérea do terreno da Adega Quinta da Vinha 47

Fig. 35. Vista aérea da Adega Quinta da Vinha

48

Em 2007, deu-se a primeira produção com uma marca própria, com

um tinto, um branco e um rosé. A produção do vinho Cabrita remonta a

1977, ano em que José André, outrora comerciante de frutas, adquiriu a

quinta e iniciou a produção com uvas tradicionais algarvias como Crato,

Manteúdo, Negra-Mole e Castelão, dando origem ao seu vinho ”caseiro”.

Mais tarde, em 1980, o seu filho José Manuel Cabrita deu seguimento ao

negócio. Iniciou então uma nova etapa desta produção, procurando inovar

as tecnologias utilizadas, por isso, recorreu a uma empresa de

consultores vitivinícolas, a Wineld. Conjuntamente com a empresa

Wineld, replantou o terreno com castas que mostrassem o potencial

algarvio.

No ano 2000/2001 enxertou a vinha com Touriga-Nacional,

Trincadeira, Aragonez e Castelão. Em 2007, nasce o vinho Cabrita tinto e

rosé, com uma produção de 11 300 e 3000 garrafas, respectivamente.

De forma a transmitir esta nova etapa de imóveis, apresentou uma

imagem mais arrojada nas suas garrafas, despertando o interesse de

jovens consumidores e dos bons apreciadores de um vinho de qualidade.

“Hoje, a família Cabrita espera um vinho que segue na melhor

tradição dos seus antepassados, e com tão grandes ambições.”49 47

Fonte: Google – Pesquisa efectuada em 08-06-2014 às 19:20 48

Fonte: Google – Pesquisa efectuada em 08-06-2014 às 19:20

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34

Fig. 36. Imagem da Adega Quinta da Vinha – Entrada Adega50

Fig. 37. Imagem – Enquadramento com a paisagem envolvente51

Fig. 38. Imagem – Enquadramento com a paisagem envolvente52

49

Fonte: http://vinhosdoalgarve.blogspot.pt/2011/07/cabrita-quinta-da-vinha.html 50

Fonte: Google – Pesquisa efectuada em 08-06-2014 às 19:20 51

Fonte: Idem 52

Fonte: Idem

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_______________________________________________

35

2.1.2.2 Enquadramento

Os dois casos de estudo apresentados são opostos no conceito da

arquitectura. Na Adega Quinta da Vinha, é visível que o conceito inicial

não era a expansão do negócio, mas apenas uma pequena produção do

tipo caseiro.

Neste tipo de projecto, identificam-se várias lacunas na arquitectura

utilizada, fruto da tipologia do terreno e da inexistência de um estudo

prévio realizado pelo projectista, e devido também à falta de recursos

económicos.

A reabilitação a executar pode ser suportada com o conceito de

economização de custo, entende-se que, desta forma, o investimento

inicial é maior, mas a longo prazo é compensador, tal como se verifica na

adega de Campo Mayor.

Relativamente ao projecto a executar, propõe-se paredes de 60 cm,

tal como na Adega Mayor, cria-se uma semi-cave, abrindo-se poucos

vãos para o exterior de forma a manter uma temperatura interior

constante.

Na produção do vinho, não será utilizado o meio mecânico no

transporte da uva, para que conserve o bago de uva até à produção do

vinho.

Assim, optou-se por usar a gravidade em todo o processo de

vinificação, desde a chegada da uva até ao engarrafamento do vinho,

aproveitando-se o desnível do terreno.

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36

2.1.2.3. Programa Funcional

O programa da adega é caracterizado por todo o processo de

vinificação até ao engarrafamento do vinho é feito pelo piso térreo.

Piso 0 – É composto por uma zona de recepção da uva

(desengaçador e esmagador), laboratório “tratamento recomendado

durante o processo de fermentação”53, dois armazéns: um para estágio de

vinho em barricas de carvalho Francês com 225 litros cada e outro para

armazenamento de garrafas vazias e cheias e uma recepção para

público, laboratório, instalações sanitárias para o pessoal e visitantes e

uma escada de acesso ao piso 1.

O edifício contiguo é composto por sala de provas, escritório e uma

instalação sanitária simples.

Fig. 39. Adega Quinta da Vinha – Planta do Piso 054

53

Fonte: http://www.pinalta.com/pt/winery.html 54

Fonte: Rochato – Engenharia Civil, Lda.

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_______________________________________________

37

Piso 1 – É composto por sala de prova e venda de vinho e uma

instalação sanitária para visitantes.

Fig. 40. Adega Quinta da Vinha – Planta do Piso 155

Fig. 41. Adega Quinta da Vinha – Planta da Cobertura56

55

Fonte: Rochato – Engenharia Civil, Lda. 56

Fonte: Idem

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38

Nos cortes AA e BB é possível visualizar a volumetria marcada pela

sua altura variável de 7,50m e 9m.

Fig. 42. Adega Quinta da Vinha – Corte AA

57

Fig. 43. Adega Quinta da Vinha – Corte BB

58

Fig. 44. Adega Quinta da Vinha – Alçado Principal

59

57

Fonte: Rochato – Engenharia Civil, Lda. 58

Fonte: Idem 59

Fonte: Idem

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39

Fig. 45. Adega Quinta da Vinha – Alçado Posterior

60

Fig. 46. Adega Quinta da Vinha – Alçado Lateral Direito61

60

Fonte: Rochato – Engenharia Civil, Lda. 61

Fonte: Idem

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40

2.1.2.3. Característica / Descrição

O edifício da adega, está implantado numa planície rodeada de

vinhas e pomares de laranja.

A adega, confina a sul com o edifício de habitação e armazém e a

envolvente destinada a acessos e estacionamentos. A forma é

rectangular com 45,00m x 22,50m, com uma cércea de 7,50m.

Fig. 47. Vista da fachada principal da parte da recepção e armazenamento62

Fig. 48. Vista da fachada posterior da parte da produção vinícola63

62

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 10-01-2015 63

Fonte: Idem

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41

Fig. 49. Adega Quinta da Vinha – Vista interior da parte de produção vinícola64

Fig. 50. Adega Quinta da vinha – Vista interior do armazenamento65

64

Fonte: Do autor, Ricardo André – Fotografia tirada a 10-01-2015 65

Fonte: Idem

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42

2.1.2.3. Relevância

O conceito utilizado nesta adega não se adequa ao projecto que

pretendo realizar.

A construção inicial era reduzida e tem vindo a ser ampliada de

acordo com as necessidades e adequabilidade do terreno onde a mesma

está inserido.

Nesta adega, não existe a utilização da cave, o que torna mais

dispendioso manter a temperatura constante nos 16 graus na zona de

armazenamento.

A produção do vinho é toda feita através de meios mecânicos, não é

utilizado o método da gravidade da uva. O próprio pavimento é em

cimento, não permitindo a absorção da humidade. Assim, esta tipologia

de adega é demasiado dispendiosa na produção do vinho.

A projecção desta adega não tem um conceito volumétrico ou

geométrico, porque foi desenhada de acordo com as necessidades e

ambição da produção vinícola.

A arquitectura utilizada é contemporânea, sem recurso a entradas

luz através de clarabóias ou um estilo próprio.

A reabilitação a efectuar na Adega Nova não se enquadra neste tipo

de Adega familiar, nem em termos de volumetria, nem em termos de

arquitectura de interiores.

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43

2.1.3. Comparação: Adega Mayor e Adega Quinta da Vinha

No que toca à Quinta da Vinha, a produção do vinho, desde da

prensa ao armazenamento, é feita com meios mecânicos.

É uma adega apenas de um piso e sem caves. Na zona de

armazenamento dos vinhos que estão em estágio, é necessário manter a

temperatura sempre constante e, por isso, visto que não tem nenhuma

cave onde a temperatura seja mais baixa e fácil de estabilizar, existe um

grande investimento em equipamentos de avac.

Esta adega ainda está em crescimento, continuam obras de

aperfeiçoamento por forma a ampliar o espaço para ter maior capacidade

de produção.

A Adega Campo Mayor é uma adega recente, mas pensada com o

conceito de economização de custos. Este foi o conceito utilizado no

projecto proposto.

Entende-se que, desta forma, o investimento inicial é maior, mas a

longo prazo é compensador, tal como se verifica na adega de Campo

Mayor.

No presente, projecto propõem-se também paredes de 60 cm, cria-

se uma semi-cave, abrindo-se poucos vãos para o exterior de forma a

manter uma temperatura interior constante.

Na produção do vinho, não é utilizado o meio mecânico no

transporte da uva, pois está comprovado que estraga o vinho.

Assim, optou-se por usar a gravidade em todo o processo de

vinificação, desde a chegada da uva até ao engarrafamento do vinho,

aproveitando-se o desnível do terreno.

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44

2.2. Adegas

2.2.1. Adega O. Fournier

A adega O. Fournier localiza-se numa propriedade de 263 hectares

em San Carlos, na Argentina.

Esta adega foi projectada pelos arquitectos Eliana Bórmida e Mário

Yanzón.

A propriedade é da família Ortega Gil Fournier, de Burgos, em

Espanha, tendo adquirido este terreno em 2000 que logo iniciou a

produção vinícola.

Fig. 51. arquitectos Eliana Bórmida e Mario Yanzón, Adega O. Fournier, Argentina66

O local tem uma grande atractividade turística, devido à paisagem

natural da cordilheira dos Andes. É um planalto com vistas magníficas dos

66

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-150321/bodegas-o-fournier-bormida-e-yanzon-pesquisa efectuada a 10-01-

2015

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45

pisos, tem neve durante a maior parte do ano, e uma paisagem cultural

típica de um oásis de Mendoza, com ruas repletas de álamos, vinhedos,

pomares e oliveiras67.

A arquitectura desta Adega é articulada em diversas edificações, de

forma a separar o processo de fabricação e os usos complementares em

unidades autónomas, mas interligadas.

A produção começa com a entrada dos cestos de uva em camiões

através de vias de serviço para alcançar o estacionamento do edifício

onde se situam a balança e a prensa.

Na recepção, situam-se duas rampas que se abrem para permitir o

acesso dos camiões até ao nivel da balança e começa o processo de

vinificação por gravidade.

Posteriormente, as uvas são selecionadas, para se dar início ao

processo de fermentação onde estes são depositadas através de

aberturas na laje, em cubas de aço inox localizadas no nível inferior.

Fig. 52. Perspectivas – Rampa para descarga da uva nos silos de fermentação68

Essas tarefas são realizadas sob uma cobertura aberta de metal,

côncava para cima e para baixo, com uma borda de extremidades finas.

A cobertura é em forma de um grande guarda-sol, evoca as galerias

tradicionais de Mendoza, onde os apanhadores despejam as uvas

protegidos do sol forte do verão.

67

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-150321/bodegas-o-fournier-bormida-e-yanzon-pesquisa efectuada a 10-01-

2015 68

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-150321/bodegas-o-fournier-bormida-e-yanzon

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46

“Adega O. Fournier junta-se ao antigo amor da vinha, com todas as

comodidades modernas. O Fournier é um conceito arquitectónico

inovador que se destina a transmitir a essência dos vinhos do século XXI,

o Novo Mundo, promovendo uma imagem corporativa forte.”69

O conceito desta adega é o valor ambiental da construção, de forma

a minimizar a utilização de bombas.

A Adega foi projectada pelos arquitectos Eliana Bórmida e Mário

Yanzón.

Foram projectados quatro módulos separados em diferentes níveis

para facilitar um sistema de fluxo por gravidade e também para que seja

possível a construção em etapas, integrando o turismo do vinho e atender

às necessidades dos clientes.

Os diferentes volumes coexistem em harmonia com o contexto da

envolvente, recorrendo a uma abordagem inovadora.

Foram criados dois circuitos, um de indústria e outro turístico “Cada

um dos quatro volumes, construídos em betão armado, vidro e aço

inoxidável, correspondem a uma função específica e são perfeitamente

adaptadas ao ambiente em mudança e as condições meteorológicas.”70

Fig. 53. Perspectivas – Clarabóia para entrada de luz natural na zona de armazenamento de barricas

71

69

Fonte: http://www.mendozainforma.com.ar/pt/bodega-o-fournier/ 70

Fonte: http://www.mendozainforma.com.ar/pt/bodega-o-fournier/ 71

Fonte: Idem

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47

O edifício é composto por quatro volumes, nomeadamente o volume

de recepção e pesagem da uva, fermentação e armazenamento, onde a

preocupação reside na utilização de rampas e de uma clarabóia por cima

da laje para entrada de luz natural.

Outro volume é do engarrafamento, o qual é constituído por uma

estrutura quadrada com 50 metros de cada lado, com uma cruz de luz

natural no centro.

O módulo de barris e zona de armazenamento de vinho, é composto

por um metro de betão armado com uma estrutura quadrada, de 50

metros de cada lado, formando uma cruz de luz natural no seu centro.

Este volume é dedicado aos visitantes, existem vários corredores

que vão até à cave que se situa a 10 metros de profundidade.

No interior deste módulo, a decoração é feita com recurso a caixas e

barricas. O ambiente é pouco iluminado e a luz solar avista-se apenas no

centro da zona de armazenamento das barricas através das janelas.

Fig. 54. Perspectivas – passadiços para visitantes e zona de armazenamento de barricas

72

O terceiro volume é o do armazenamento de vinho e escritório. É um

módulo semi-subterrâneo com uma varanda envidraçada.

O quarto volume é o destinado ao turismo, composto por uma

estrutura cúbica de vidro, tem uma sala subterrânea, onde se encontra a

adega privada do restaurante. Esta estrutura de vidro situa-se sobre um

espelho de água, onde os turistas podem apreciar todo o ambiente

envolvente.

72

Fonte: http://www.mendozainforma.com.ar/pt/bodega-o-fournier/

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2.2.1. Adega Protos

A Adega Protos, situada nos arredores de Penafiel, projectada pelos

arquitectos Richard Rogers e Alonso Balaguer, foi concebida com a

intenção de economizar energia.

Localizada sobre a montanha do histórico Castelo de Penafiel, tem

conexão com as antigas adegas através de um túnel construído sobre a

estrada.

Fig. 55. Arquitectos Richard Rogers e Alonso Balaguer, Adega Protos, Penafiel

73

O edifício está subterrado de forma a aproveitar a inércia térmica

para as áreas de produção e de maturação do vinho.

A cobertura leve é formada por uma estrutura de arcos de madeira

laminada, com o conceito da forma de navio.

As formas volumétricas estão em equilíbrio com as formas do

ambiente envolvente.

73

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/623433/bodegas-protos-richard-rogers-mais-alonso-y-balaguer

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49

2.2.2. Adega Vinícola 14 Vinhas

Esta adega adopta um estilo de arquitectura de baixo impacto

ambiental. Foi projectada pelos arquitectos Sol Madridejos e Juan Carlos

Sancho e está localizada no topo de uma suave colina, subterrada

parcialmente, diferencia-se entre a fachada norte e sul.

Na fachada sul, predominam os espaços abertos. Por outro lado, na

fachada norte, encontra-se a produção, é, por isso, uma fachada mais

fechada e protegida.

Fig. 56. Arquitectos Sol Madridejos e Juan Carlos Sancho, Adega Vinícola 14 Vinhas, Castille La Mancha, Espanha

74

“Desta forma, o projecto, sendo um edifício industrial, combina

harmoniosamente com os elementos que cercam a vinícola.”75

O edifício tem uma implantação 85,5x23,10m, formando um volume

rectangular. O edifício é revestido por placas metálicas que transmitem

um efeito de harmonia com a envolvente.

74

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/759497/vinicola-14-vinas-smao 75

Fonte: Idem

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50

2.2.3. Adega Brotherhood Winery

Este tipo de projecto é contemporâneo e foi projectado pelos

arquitectos Victor e Ricardo Legorreta. Transborda modernidade e

elegância e inclui um hotel e um restaurante.

É um exemplo de adega contemporânea com atractividade turística.

Fig. 57. Arquitectos Victor e Ricardor arquitetos Legorreta, Adega Brotherhood Winery,

Valle de Guadalupe, Baja California 76

76

Fonte: http://www.esquirelat.com/estilo-de-vida/14/11/18/bodegas-de-vino-de-diseno-arquitectura/

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CAPITULO 3 | PROJECTO

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3. Projecto

3.1. Memória descritiva e justificativa

O presente projecto de reabilitação passa por reabilitar o edifício que

nos dias de hoje é utilizado para armazenamento do vinho, repartindo

esse espaço em duas zonas. Sendo uma delas para museu e o restante

do edifício será um módulo novo. Assim, cria-se um novo edifício

destinado a adega.

No sentido de adaptar o edifício da adega às necessidades actuais,

foi criada uma nova adega, adequando as suas características,

desempenho, aptidões funcionais, produção em relação à quantidade de

uvas recebidas nos últimos anos.

A distribuição funcional, o organigrama, as áreas e a composição

geométrica da nova adega foram ajustados às novas circunstâncias

físicas da forma do lote.

A forma do novo edifício foi estabelecida por um eixo que parte do

centro do museu onde se criou um percurso com 56m ao longo de uma

estrutura de betão armado revestido a ripado de madeira.

Fig. 58. Eixo de alinhamento entre edifício pré-existente, adega e edifício administrativo 77

77

Fonte: Do Autor, Ricardo André

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53

Fig. 59. Eixos de alinhamento entre edifício pré-existente e os edifícios78

A volumetria da adega surge da adição de três volumes do edifício

pré-existente, seguindo-se de uma sub-tracção de dois terços. A criação

da praça e dos polígonos de implantação, foi sucessivamente o conceito

da adição e sub-tracção, com vista à futura implementação de SPA de

Vinoterapia, dez apartamentos turísticos, recepção, restaurante, lojas e

uma passadeira com pérgola a interligar todos os edifícios referidos

anteriormente, criando uma praça.

Fig. 60. Modelação da Adega, praça e polígonos 79

78

Fonte: Do Autor, Ricardo André 79

Fonte: Idem

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54

Fig. 61. Planta de localização - Acessos 80

Os acessos ao terreno foram analisados de modo a criar dois

acessos independentes, um destinado ao público e outro a serviços para

descarga de uva e carga de vinho engarrafado. A criação do acesso a

Norte (na imagem a azul), permite acesso ao museu, apartamentos

turísticos, restaurante e lojas, perfazendo uma área descoberta de 2.500

m² e a Este existirá uma entrada de serviços (na imagem a amarelo)

destinada à descarga da uva e carga de garrafas de vinho com uma área

descoberta de 1.700,00 m².

80

Fonte: Do Autor, Ricardo André

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55

3.1.1. Enquadramento e adequabilidade da proposta com o

Plano Director Municipal de Lagoa

O lote de terreno para a reabilitação do edifício adega possui uma

área de 20.300 m², tal como descrito na Planta de implantação.

A construção proposta terá 2.700 m² de implantação e de área de

construção encerrada 3.100 m², com cerca de 800 m² de zonas exteriores

cobertas no piso de uso do estabelecimento.

A cota de soleira, apresentada no edifício destinado ao museu, é de

42,15; o edifício destinado à adega apresenta duas cotas distintas devido

à rampa destinada à deslocação da uva e do vinho através da gravidade,

não havendo uso de maquinaria.

O programa funcional para o edifício da adega aponta para uma

utilização e um organigrama num só piso com duplo pé-direito e de dois

pisos para a área administrativa composta por uma recepção para

profissionais, uma terraço coberto para entrada e saída de garrafas, um

laboratório, um gabinete administrativo, um escritório de contabilidade e

um salão de prova e venda de vinho. Esta distribuição foi organizada de

uma forma lógica e racional para uma utilização de produção e

armazenamento de vinho, devido à topografia do terreno ter um desnível

de cerca de 4 m, sendo inevitável na zona inferior uma área que permite

espaço vazado para estacionamento e manobramento de veículos

pesados.

O afastamento às moradias existentes a Sul é de 10m, com

excepção do edifício Pingo Doce que continua com o mesmo afastamento

de 7m.

Quanto aos estacionamentos, existem três zonas de parqueamento,

duas superiores, destinadas ao público do museu, adega, restaurante e

SPA de vinoterapia e para os utentes com mobilidade condicionada com

50 lugares para veículos ligeiros, um lugar de estacionamento para

autocarros, um estacionamento para cargas e descargas de produtos

para o restaurante e lojas e dois lugares de estacionamentos para

pessoas com mobilidade reduzida, considerada a zona de entrada

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56

principal e uma zona de parque destinado aos utentes dos apartamentos

turísticos.

A zona de parqueamento inferior é destinada à carga e descarga de

vinho possuindo dez lugares para veículos pesados.

O acesso aos veículos pesados para o local de descarga da uva é

efectuado por rampa para a zona superior e com passagem pedonal

lateral, permitindo o uso fácil a pessoas com mobilidade condicionada,

sendo as suas inclinações não superiores a 8%.

Assim, a localização da carga e descarga na zona de menor cota

vem melhorar significativamente as condições de eficácia deste

equipamento, quer no local em zona de melhor espaço de manobra, quer

pelo lote, destinado a um uso deste tipo, e à maior amplitude de relação

funcional entre o terreno e o edifício e suas zonas exteriores, para além

de uma inserção urbana mais correcta.

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57

3.1.2. Composição e Imagem

A composição e geometria construtiva adoptada para a nova adega

e edifícios de apoio é resultante do programa funcional de ocupação, para

além de o lote possuir forma irregular, permitindo desenvolver o edifício

da nova adega utilizando a forma e proporção do edifício a instalar o

museu.

A forma do novo edifício foi estabelecida por um eixo que parte do

centro do museu onde se criou um percurso com 56m ao longo de uma

estrutura de betão armado, revestido a ripado de madeira.

A implantação da adega estabelece uma boa relação com os

arruamentos existentes e de acesso, protecção aos ventos dominantes, e

a outras condicionantes, quer do organigrama funcional, quer de outros

factores intervenientes.

Para além disto, e também devido ao desnível do terreno, é suposto

o edifício adaptar-se a essa morfologia, e às diferenças de cotas, tirando

partido das mesmas, permitindo uma racionalização de custos de

construção e uma relação correcta da ocupação com as condições físicas

existentes, promovendo uma imagem exterior de integração adequada ao

local, mas com referência, quer pela função, quer ao imaginário de

espaço para apreciadores de vinho.

Quanto à imagem proposta dos edifícios, será uma imagem simples

e contemporânea, mas com pistas na edificabilidade da região,

nomeadamente na cor a aplicar, e integra uma referência, quer pela

actividade a desenvolver e pelo imaginário comum deste tipo de

equipamento, continuando a apresentar imagem de volumes numa

dinâmica de “traçado contemporâneo”, consequente do desnível do

terreno, que acrescentará, ainda mais, uma imagem diversificada de

referência e de adequação à função.

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58

Fig. 62. Vista geral do lote81

Fig. 63. Vista Norte

82

Fig. 64. Vista Sul83

81

Fonte: Do Autor, Ricardo André 82

Fonte: Idem 83

Fonte: Idem

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59

Fig. 65. Vista Este84

Fig. 66. Vista Oeste85

A altura dos novos edifícios foi estabelecida até às grelhas de

ventilação do edifício existente, medindo 6,70 m de altura.

A fachada a Nascente, parte do alinhamento do museu e através de

uma linha oblíqua com sentido Norte – Sul vai percorrer toda a fachada,

de modo a criar-se uma consola, permitindo um sombreamento, e

também vai servir de cobertura aos funcionários.

84

Fonte: Do Autor, Ricardo André 85

Fonte: Idem

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60

Tanto o programa como as circulações estão pensadas para que o

visitante tenha uma experiência ao longo de um circuito que começa no

Museu, onde pode visualizar os vários equipamentos utilizados durante o

processo de vinificação utilizados nos anos 1950 a 1990, e prolonga-se

num passadiço coberto com vãos abertos para o interior da adega,

podendo visualizar a descarga da uva e o processo de vinificação.

O percurso do visitante inicia-se no acesso norte, ao parque

automóvel à cota 41,02, com capacidade para trinta e oito lugares sendo

dois destinados a pessoas com mobilidade condicionada, onde acede ao

museu que é composto por 3 pisos, a cave, r/chão e mezzanine.

Fig. 67. Planta do r/chão do museu

86

Na entrada do edifício destinado a museu, encontra-se à cota 42,15

no interior, com um pé direito de 7m, o visitante depara-se com zona da

recepção e sala de exposição. É aqui que começa a visita guiada ao

circuito das máquinas expostas e aos depósitos de betão para o

armazenamento de vinho desactivados, onde o utilizador pode deslombar,

olhando para cima, visualizando o passadiço na mezzanine. A cobertura é

existente apresentando uma estrutura de madeira. As escadas

direccionam o visitante à cave, à cota 37,85, com um pé direito de 4m, e a

uma mezzanine.

86

Fonte: Do Autor, Ricardo André

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61

Fig. 68. Vista interior da zona do r/chão do museu87

Ao nível da cave, a continuação da exposição e os depósitos de

betão armado para armazenamento de vinho (desactivados) e que vão

servir apenas para o visitante saber onde o vinho ficava armazenado. Foi

implementado um elevador e criou-se um vão para o exterior, permitindo

melhorias na acessibilidade ao visitante.

Fig. 69. Planta da Semi-cave do Museu e zona de equipamento de apoio à adega 88

87

Fonte: Do Autor, Ricardo André 88

Fonte: Idem

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62

Fig. 70. Vista interior da zona da cave do museu89

Ao nível da mezzanine, encontra-se à cota 45,33, com um pé direito

de 3,5m. Neste espaço é composto por um passadiço localizado ao

centro e ao longo de todo o edifício, que permitirá ao visitante uma visão

de toda a exposição num ponto mais elevado.

Em todo o percurso o visitante adquire uma experiência única, pelo

contacto com a exposição, e a predominância de cheiro do vinho

proveniente dos depósitos de betão armado desactivados, retrocedendo-o

aos anos 1950.

Fig. 71. Vista interior da mezzanine do museu90

89

Fonte: Do Autor, Ricardo André 90

Fonte: Idem

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63

No centro do museu, ao nível do r/chão, cria-se um vão que

permitirá a ligação à zona de circulação, composta por vários vãos em

vidro que possibilitam a observação dos visitantes desde a recepção da

uva até ao seu armazenamento.

Com as exigências da legislação das acessibilidades, criaram-se

duas saídas de emergência para o exterior, que se situam a Este e Oeste

do edifício.

Fig. 72. Vista interior da zona de entrada no percurso para o visitante91

91

Fonte: Do Autor, Ricardo André

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A estrutura é em betão com ripado de madeira no exterior que se

desenvolve ao longo de toda a fachada Poente, estabelecendo um eixo

de ligação entre o museu, a adega e o edifício de exposição e prova de

vinho. No final do percurso, o visitante entra no edifício destinado à

exposição, venda e prova de vinho, podendo contemplar através de um

vão a oeste, onde será implantado uma zona verde, um edifício destinado

a SPA de Vinoterapia, dez apartamentos turísticos, restaurante e duas

lojas.

Fig. 73. Vista interior da zona do percurso para o visitante92

92

Fonte: Do Autor, Ricardo André

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65

A concepção de uma Adega integra três módulos diferentes, como

nas Adegas Mayor e O. Fournier; o primeiro módulo, área de produção, é

composto por recepção da uva, pesagem, esmagamento, desengace,

fermentação, engarrafamento, armazenamento, uma de garrafas vazias e

outra de garrafas cheias, simbolizado a azul na fig. 74; o segundo módulo

é composto por uma área de maturação do vinho, consiste no processo

de envelhecimento do vinho que ocorre em barricas de carvalho, ou em

cubas de aço inoxidável, simbolizado a vermelho nas figura 74 e o

terceiro módulo, área de administração, é composto por uma recepção

destinada a clientes, sala de reuniões, sala de contabilidade, laboratório,

sala composta por bar para exposição e venda de vinho, duas instalações

sanitárias públicas, duas instalações sanitárias para o pessoal e um

compartimento para arrumos, simbolizado a magenta na fig. 74.93

Fig. 74. Imagem representativa, da separação em módulos da adega

94

Fig. 75. Plantas, semi-cave à esquerda e r/chão à direita, identificação dos espaços95

93

Fonte: http://www.fecilcam.br/anais_iveepa/arquivos/5/5-02.pdf 94

Fonte: Do Autor, Ricardo André 95

Fonte: Idem

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A adega no seu interior tem um organigrama virado à funcionalidade,

com o objectivo da não utilização de máquinas durante a deslocação da

uva e do vinho até ao engarrafamento, o que neste caso será uma mais-

valia.

No módulo de produção, inicia-se a descarga da uva à cota 42,13,

para o interior do edifício designada por recepção da uva.

Fig. 76. Vista exterior da zona de descarga da uva96

A área de produção é composta pela balança, prensa e cubas de

fermentação. Este espaço irá encontrar-se à cota de soleira 37,79, com

um pé direito de 8,50 m.

O processo de produção pode ser visualizado pelos visitantes

através de um vão, conforme fig. 77.

Fig. 77. Vista interior da zona de recepção da uva97

96

Fonte: Do Autor, Ricardo André 97

Fonte: Idem

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Fig. 78. Vista interior da zona de engarrafamento do vinho98

O processo de recepção da uva até ao seu armazenamento é

realizado por meio de uma rampa com inclinação 8%, evitando o uso de

sistemas de bombagem que alteram as propriedades da uva.

Fig. 79. Planta da Semi-cave da adega – Edifício de produção de vinho99

98 Fonte: Do Autor, Ricardo André 99

Fonte: Idem

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68

Fig. 80. Vista interior da zona de engarrafamento do vinho100

O compartimento destinado ao engarrafamento está localizado a

uma cota de 36,94, a diferença de cotas da área de vinificação, do

engarrafamento é de 0,85m, permitindo o enchimento das garrafas por

gravidade. À esquerda, estão localizados dois compartimentos, um com

garrafas vazias e outro com garrafas cheias.

Fig. 81. Planta da Semi-cave da adega – Edifício de engarrafamento do vinho101

100

Fonte: Do Autor, Ricardo André 101

Fonte: Idem

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O módulo da maturação do vinho, inclui dois compartimentos

distintos, um destinado ao estágio do vinho em aço inox e uma área

isolada sem vãos para estágio do vinho em barricas de carvalho. Estes

espaços estão implantados numa rampa com 8% de inclinação, às cotas

de 37,79 e 36,94, com um pé direito variável de 4,60m a 8,50m.

Fig. 82. Vista interior da zona de estágio do vinho em cubas de inox102

O estágio do vinho em cubas inox apresenta vãos em toda a

extensão, permitindo a visualização de todo o processo de maturação do

vinho. No estágio do vinho em barricas, não existem vãos permitindo uma

temperatura constante ao longo do ano.

Fig. 83. Vista interior da zona de estágio do vinho em barricas de carvalho103

102

Fonte: Do Autor, Ricardo André 103

Fonte: Idem

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70

O módulo administrativo desenvolve-se em dois pisos, na semi-cave

e apresenta uma cota de soleira 36,94. O logradouro é composto por dois

parques de estacionamento, um destinado aos funcionários com dez

lugares, sendo um destinado a pessoas com mobilidade reduzida, e dez

estacionamentos destinados a veículos pesados, para descarga da uva e

carga de garrafas de vinho.

Fig. 84. Vista interior do hall de entrada de garrafas vazias e saída do vinho

104

O acesso ao edifício é efectuado pela recepção de vendas,

apresentando pé direito de 3m, corredor de acesso às descargas de

garrafas e cargas de vinho com pé direito de 4,70m, instalações sanitárias

para pessoal e um acesso vertical ao r/chão à cota 36,94.

Fig. 85. Vista interior do hall de entrada de garrafas vazias e saída do vinho

105

104

Fonte: Do Autor, Ricardo André 105

Fonte: Idem

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71

Durante o percurso da subida das escadas, o visitante depara-se

com generosos vãos envidraçados que permitem a iluminação da caixa

de escada e todo o salão. O r/chão é composto por um salão de provas e

um bar de apoio, onde é se efectua a venda de vinho. Tem ainda uma

sala de conferências e de Workshops, um laboratório, dois gabinetes, um

para o administrador e outro de contabilidade, instalações sanitárias para

público e um compartimento destinado a arrumos.

Fig. 86. Planta do R/Chão – Edifício Administrativo

106

Fig. 87. Vista interior – gabinetes e instalações sanitárias público

107

106

Fonte: Do Autor, Ricardo André 107

Fonte: Idem

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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72

Fig. 88. Vista interior – salão de provas, vendas e bar de apoio108

No salão de provas e venda de vinho o visitante depara-se com um

generoso vão envidraçado, que permite contemplar a pérgola e o jardim

que forma a praça.

Fig. 89. Vista exterior da entrada de luz na sala de provas, vendas e bar de apoio109

108

Fonte: Do Autor, Ricardo André 109

Fonte: Idem

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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73

Na envolvente à adega estão projectados a criação de um SPA de

Vinoterapia, dez apartamentos turísticos, a recepção para os

apartamentos turísticos, duas lojas, um bar e um restaurante.

As zonas verdes são amplas e estão projectadas de modo a permitir

uma permanência desafogada, onde se poderão desenvolver actividades

de lazer com equipamento de exterior, e uma zona de jardinagem,

promovendo na sua totalidade um uso global em segurança.

A zona envolvente apresenta volumetria com médias de 2 pisos, de

edifício habitacionais, e um piso, o edifício destinado a comércio (Pingo

Doce).

Fig. 90. Vista exterior da zona verde - praça110

Fig. 91. Fachada Norte111

110

Fonte: Do Autor, Ricardo André 111

Fonte: Idem

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74

Fig. 92. Fachada Sul112

Fig. 93. Fachada Nascente113

Fig. 94. Fachada Poente114

Foi mantida totalmente a carga de referência que um edifício deste

tipo possui, materializada numa geometria de composição de três corpos

com proporções e forma referentes ao 1º edifício, o museu, adaptando-se

por um lado ao terreno e sua topografia e, por outro lado, provocando

uma construção com o uso da proporção geométrica do existente, com a

mesma volumetria.

Para a execução do projecto seguiu-se a legislação das

acessibilidades para utentes de mobilidade condicionada, a contra riscos

de incêndio e outras.

112

Fonte: Do Autor, Ricardo André 113

Fonte: Idem 114

Fonte: Idem

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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75

3.1.3. Legislação

O projecto foi desenvolvido de acordo com a legislação e

regulamentos em vigor nomeadamente: Regulamento Geral das

Edificações Urbanas, PDM. Lagoa; Normas para o licenciamento

industrial, aprova o Regime de Exercício da Actividade Industrial (REAI) -

D.L. nº 169/2012 de 01/09; Regulamento de Acessibilidade das Pessoas

com Mobilidade Condicionada – D.L. nº 163/2006 de 08/08/2006;

Ventilação - DL 38382 de 7/8/51 e Incêndios – Regime Jurídico de SCIE:

nº 2 do Art. 17º e Anexo V. do D.L. nº 220/2008 DE 12/11 e Regulamento

Técnico de SCIE – Portaria nº 1532/2008, de 29/12.

Fig. 95. Vista da rampa para pessoas com mobilidade reduzida115

115

Fonte: Do Autor, Ricardo André

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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76

3.1.4. Construção – Características Técnicas Construtivas

O Sistema construtivo é em estrutura resistente, constituída por um

sistema de pilares, vigas e lajes de betão armado, de acordo com o

respectivo projecto de estabilidade.

As paredes em elevação serão de tijolo furado nas dimensões

indicadas nas peças desenhadas.

As paredes exteriores do módulo da área de administração serão

formadas por alvenaria de tijolo duplo de 30x20x11, com caixa de ar

preenchida com 0,10m de material isolante “cortiça” térmico e acústico e

serão pintadas a tinta de areia tipo robiflex, à cor branca.

As paredes da adega serão em betão armado com espessura 0,25m

protegidas por solução impermeabilizante e hidrorrepelente, alvenaria de

tijolo dupla de 30x20x11, entre estes a aplicação de material isolante

térmico e acústico poliestireno extrudido com 0,10m e serão pintadas a

tinta de areia tipo robiflex, à cor branca.

O revestimento de tectos será em estuque sintético projectado de

cor branca. Os tectos falsos dos escritórios e casas de banho serão em

gesso cartonado cor branca.

A cobertura será não visitável e executada com o sistema

construtivo de cobertura invertida, constituída por laje de betão, camada

de forma, com formação de pendente, weber.dry flex, sistema de

isolamento térmico, telas para barreira de vapor, geotêxtil e brita ou seixo

rolado.

As instalações sanitárias e balneários serão revestidos de mosaico

cerâmico formato 30x60 Roca, Stratos Orion Blanco até à altura de 2.00

metros.

Os pavimentos interiores das áreas administrativas serão em

pavimento flutuante laminado AC6, antiderrapante de cor carvalho claro

(réguas de 0,19x1,26x0,07m). Na área da vinificação, utilizar-se-á resina

epoxy com tratamento anti-fungos de cor cinza e no armazenamento de

barricas, o pavimento será em cubos de granito assentes em terra.

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77

No pavimento exterior, onde se fará a circulação automóvel será

aplicada calçada grada em calcário (0,11x0,11x0,11m). Os passadiços

pedonais exteriores, optou-se pela calçada à Portuguesa em vidraço de

calcário (0,05x0,05x0,05m). Na área industrial, o pavimento será em

grelha de enrelvamento cinzento (0,40x0,04x0,08m).

Os vãos interiores do módulo de administração, serão em madeira

encerada ou envernizada com aros do mesmo material. Procurou-se uma

uniformidade com os restantes elementos de madeira no seu interior. Na

zona de vinificação e armazenamento, as portas de correr serão em

chapa de aço inoxidável de cor cinza.

Os vãos exteriores, as portas e janelas serão em alumínio lacado de

cor castanha.

As guardas interiores e exteriores, são em aço inoxidável e painéis

de vidro com espessura de 10 mm e passa-mãos em Carvalho.

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78

Conclusão

O interesse deste trabalho concentra-se no facto do espaço em

questão ser um marco na história e entidade da cidade de Lagoa. Em

tempos, o espaço da Adega Única, anteriormente designada por Adega

Cooperativa de Lagoa, criou afectividade com os habitantes desta cidade

e arredores. Foi outrora o factor gerador de rendimento para muitas

famílias e uma atractividade para esta cidade.

O cerne deste estudo passa por tornar este espaço, agora

desaproveitado, um espaço agradável de visita e lazer. Sabendo de

antemão que a reabilitação de um edifício é um grande investimento, do

qual se espera retorno. Não se pode deixar nada ao acaso. A escolha

deste local para realizar este projecto foi motivada pela memória do lugar.

Também pela sua localização e amplitude.

Com a reabilitação, pretende-se dar utilidade a este espaço,

tornando-o num lugar obrigatório de visitas, atraindo turistas à cidade e

evitando a desactivação desta Cooperativa de vinho. O processo de

reabilitação envolveu trabalho de análise do contexto envolvente e de

algumas adegas. O projecto realizado procurou utilizar a arquitectura de

forma utilitária e sofisticada. A arquitectura é utilizada em prol de uma

produtividade de primeira linha.

Neste caso de estudo, foram seguidas algumas das opções

arquitectónicas da Adega Mayor, de forma a potencializar a produção de

vinho, nomeadamente, a utilização da gravidade, para descida da uva e

do vinho e a utilização da cave como opção técnica.

São propostos polígonos de implantação destinados a um SPA de

vinoterapia, dez apartamentos turísticos, um restaurante e uma loja.

Entre estes edifícios, é sugerida uma pérgola como elo de ligação

dos edifícios criando no centro uma praça.

Como conclusão, refere-se que a reabilitação do 1º edifício e a

construção de nova adega vem introduzir uma racionalidade e eficácia à

implementação do projecto e ao consequente uso destes equipamentos

de apoio à adega, num local carenciado e com uma abrangência de

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turistas, resultando numa mais valia, quer para a adega, SPA de

vinoterapia, Apartamentos turísticos, restaurante e lojas, quer para a

cidade e seu desenvolvimento urbano apoiado e sustentado.

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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80

Bibliografia

Livros

FERNANDEZ, Olga Cuevas, (2008). El Sentido de las Cosas. Madrid: El

Croquis Editorial, n.º 140 Álvaro Siza Vieira,2001/2008, (230-238).

ISBN:978-848-838-649-6

SANTOS, José Benvindo dos Reis. O Concelho de Lagoa as Vindimas e

o vinho, 1ª edição. Lagoa: Câmara Municipal de Lagoa, 11/11/2002.

SANTOS, Rossel Monteiro. História do Concelho de Lagoa – Volume I,

Edições Colibri – Câmara Municipal de Lagoa, Julho de 2001.

SANTOS, Rossel Monteiro. História do Concelho de Lagoa - Volume II,

Edições Colibri – Câmara Municipal de Lagoa, Julho de 2001.

BOTTA, Mario. Ética de Construir – Arte & Comunicação, Edições 70,

1996.

CHING, Francis D. K. Dicionário Visual de Arquitectura, 1ª edição. São

Paulo, Martins Fontes, 1999.

MASCARENHAS, Jorge. Sistemas de Construção: XIII – Reabilitação

Urbana, Livros Horizonte, 2012.

PIRRA, António José Duque. Boas Práticas Ambientais na Adega. UTAD,

2007.

RODRIGUES, Maria João Madeira; Sousa, Pedro Fialho e BONIFÁCIO,

Horácio Manuel Pereira. Vocabulário Técnico e Crítico de Arquitectura,

4ª edição. Quimera, 2005.

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Reabilitação e Ampliação da Adega Cooperativa de Lagoa

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Dissertações

MARGARIDO, Raquel Joana Freitas Gírio. Adegas Contemporâneas –

Um novo discurso na arquitectura vernacular ou o boom de Eno-

arquitecturismo? Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura,

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. 2009

Referência Electrónicas

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2014 Disponível em: http://www.jornal123.com/pt/O_Algarve/0806/Lagoa.

Adega Mayor, Consultado a 03 de Fevereiro de 2014 Disponível em:

https://www.facebook.com/AdegaMayor/photos/a.385242938846.165467.

95158163846/10152115817663847/?type=1&theater.

Adega Quinta da vinha, Consultado a 20 de Dezembro de 2014

Disponível em: http://vinhosdoalgarve.blogspot.pt/2011/07/cabrita-quinta-

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Adega O. Fournier, Consultado a 20 de Dezembro de 2014 Disponível

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Adega Protos, Consultado a 20 de Dezembro de 2014 Disponível em:

http://www.archdaily.com.br/br/623433/bodegas-protos-richard-rogers-

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Adega Vinícola 14 Vinhas, Consultado a 20 de Dezembro de 2014

Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/759497/vinicola-14-vinas-

smao.

Adega Brotherhood Winery, Consultado a 20 de Dezembro de 2014

Disponível em: http://www.esquirelat.com/estilo-de- vida/14/11/18/

bodegas-de-vino-de-diseno-arquitectura/.

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Índice de Imagens

Fig. 1. Planta de localização ……………………………………………………………4

Fig. 2. Enquadramento do local de intervenção face ao Concelho de Lagoa ..... 11

Fig. 3. Imagem da Vista aérea do terreno de intervenção ……...………………… 11

Fig. 4. Planta de implantação dos Edifícios existentes …………………………….14

Fig. 5. Imagem da Planta de Implantação ……………………………………….…. 15

Fig. 6. Imagem da Fachada Principal | Norte ………………………………………. 15

Fig. 7. Imagem da Oficina existente …………………………………...……………. 16

Fig. 8. Imagem do Armazém, Creche e Refeitório ………………………………… 16

Fig. 9. Imagem da zona envolvente à adega – Vista da E.N. 125 …………......... 17

Fig. 10. Imagem da Zona envolvente à adega – Vista da E.N. 125 ……….…..… 18

Fig. 11. Imagem da Zona envolvente à adega - Pingo Doce e E.M. 1272 ..…..... 18

Fig. 12. Imagem da Adega Mayor – Enquadramento com a paisagem

envolvente ……………………...………………………………..….....…….. 22

Fig. 13. Imagem da Adega Mayor – Enquadramento com a paisagem

envolvente …………………………….…………….....…………...……...... 22

Fig. 14. Adega Mayor – Planta de implantação ………...………………………..... 23

Fig. 15. Adega Mayor – Planta do Piso 0 ……………………...…………………… 24

Fig. 16. Adega Mayor – Planta do Piso 1 ……………………..……………………. 24

Fig. 17. Adega Mayor – Planta do Piso 2 ………………...………………………… 25

Fig. 18. Adega Mayor – Corte longitudinal ………...……………...……………...... 25

Fig. 19. Adega Mayor – Corte transversal …………………….........…………....... 26

Fig. 20. Adega Mayor – Alçado Sudoeste ……………………...………………...... 26

Fig. 21. Adega Mayor – Alçado Sudeste ……………………………...………........ 26

Fig. 22. Adega Mayor – Alçado Noroeste ………………………..…...……………. 27

Fig. 23. Adega Mayor – Alçado Nordeste …………………………....…………….. 27

Fig. 24. Adega Mayor – Esboços ……………..…………………...………………... 28

Fig. 25. Adega Mayor – Maquete …………………………….…...…...………….... 29

Fig. 26. Adega Mayor – Área de recepção e pesagem das uvas, esmagamento

e desengace ……………………………………..…...………...………...…. 29

Fig. 27. Adega Mayor – Vinificação (cubas de fermentação) …...…....……...….. 29

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Fig. 28. Adega Mayor – Armazenamento (encubação) ....…....…...…...…..……. 30

Fig. 29. Adega Mayor – Engarrafamento ……………………...…………………… 30

Fig. 30. Adega Mayor – Área administrativa ………….....….........……………….. 30

Fig. 31. Adega Mayor – Área de recepção ……………………...….……………… 31

Fig. 32. Adega Mayor – Área administrativa …...….................……......…………. 31

Fig. 33. Adega Mayor – Área de prova de vinho ......................…........................ 31

Fig. 34. Vista aérea do terreno da Adega Quinta da Vinha 33

Fig. 35. Vista aérea da Adega Quinta da Vinha …………......…...…...…….…….. 34

Fig. 36. Imagem da Adega Quinta da Vinha – Entrada Adega ……..................... 35

Fig. 37. Imagem – Enquadramento com a paisagem envolvente ........................ 35

Fig. 38. Imagem – Enquadramento com a paisagem envolvente ........................ 35

Fig. 39. Adega Quinta da Vinha – Planta do Piso 0 ……............….....…….......... 37

Fig. 40. Adega Quinta da Vinha – Planta do Piso 1 ...............…...…...…............. 38

Fig. 41. Adega Quinta da Vinha – Planta da Cobertura ………….……...……...... 38

Fig. 42. Adega Quinta da Vinha – Corte AA ….............………………………….... 39

Fig. 43. Adega Quinta da Vinha – Corte BB ……………………………....….……. 39

Fig. 44. Adega Quinta da Vinha – Alçado Principal ............................................. 39

Fig. 45. Adega Quinta da Vinha – Alçado Posterior …………………...……....….. 40

Fig. 46. Adega Quinta da Vinha – Alçado Lat. Direito ……………………….....…. 40

Fig. 47. Vista da fachada principal da parte da recepção e armazenamento ...... 41

Fig. 48. Vista da fachada posterior da parte da produção vinícola ………….…... 41

Fig. 49. Adega Quinta da Vinha – Vista interior da parte de produção vinícola . 42

Fig. 50. Adega Quinta da vinha – Vista interior do armazenamento ………........ 42

Fig. 51. arquitectos Eliana Bórmida e Mario Yanzón, Adega O. Fournier,

Argentina …..……………………….………...………………………............ 45

Fig. 52. Perspectivas – Rampa para descarga da uva nos silos de fermentação 46

Fig. 53. Perspectivas – Clarabóia para entrada de luz natural na zona

de armazenamento de barricas …………………………….……………… 47

Fig. 54. Perspectivas – passadiços para visitantes e zona de armazenamento

de barricas …..………………….....……………………………………........ 48

Fig. 55. Arquitectos Richard Rogers e Alonso Balaguer, Adega Protos,

Penafiel …………………………………………………….....…………….... 49

Fig. 56. Arquitectos Sol Madridejos e Juan Carlos Sancho, Adega Vinícola

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14 Vinhas, Castille La Mancha, Espanha …………...…………………………....... 50

Fig. 57. Arquitectos Victor e Ricardor arquitetos Legorreta, Adega

Brotherhood Winery, Valle de Guadalupe, Baja California ….………….. 51

Fig. 58. Eixo de alinhamento entre edifício pré-existente, adega e

edifício administrativo …….………….……….…………………………….. 53

Fig. 59. Eixos de alinhamento entre edifício pré-existente e os edifícios …......... 54

Fig. 60. Modelação da Adega, praça e polígonos …………………….……........... 54

Fig. 61. Planta de localização – Acessos ………….……………………………...... 55

Fig. 62. Vista geral do lote ………………………………………………………........ 59

Fig. 63. Vista Norte …...…….……………………………………………………........ 59

Fig. 64. Vista Sul …………….………………………………………………….......… 59

Fig. 65. Vista Este ……………………………………………………………….......... 60

Fig. 66. Vista Oeste …….………………………………………………....………...... 60

Fig. 67. Planta do r/chão do museu ……....……………………………………........ 61

Fig. 68. Vista interior da zona do r/chão do museu ……………………………...... 62

Fig. 69. Planta da Semi-cave do Museu e zona de equipamento de apoio

à adega ………………...……….…………………………………………..... 62

Fig. 70. Vista interior da zona da cave do museu …….............……...…….......... 63

Fig. 71. Vista interior da mezzanine do museu…………..........……....…….......... 63

Fig. 72. Vista interior da zona de entrada no percurso para o visitante …........... 64

Fig. 73. Vista interior da zona do percurso para o visitante …………………....… 65

Fig. 74. Imagem representativa, da separação em módulos da adega ……...…. 66

Fig. 75. Plantas, semi-cave à esquerda e r/chão à direita, identificação

dos espaços …………………………………………………………............. 66

Fig. 76. Vista exterior da zona de descarga da uva …………………………......... 67

Fig. 77. Vista interior da zona de recepção da uva …………...…………………… 67

Fig. 78. Vista interior da zona de engarrafamento do vinho …………...…………. 68

Fig. 79. Planta da Semi-cave da adega – Edifício de produção de vinho ….…… 68

Fig. 80. Vista interior da zona de engarrafamento do vinho ........………....…...... 69

Fig. 81. Planta da Semi-cave da adega – Edifício de engarrafamento do vinho . 69

Fig. 82. Vista interior da zona de estágio do vinho em cubas de inox ……..……. 70

Fig. 83. Vista interior da zona de estágio do vinho em barricas de carvalho ....... 70

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Fig. 84. Vista exterior da recepção e entrada de garrafas vazias e saída de

garrafas cheias de vinho …………….……………………………………… 71

Fig. 85. Vista interior do hall de entrada de garrafas vazias e saída do vinho ..... 71

Fig. 86. Planta do r/chão – Edifício administrativo ……………...…………………. 72

Fig. 87. Vista interior – gabinetes e instalações sanitárias público ……………… 72

Fig. 88. Vista interior – salão de provas, vendas e bar de apoio ………………… 73

Fig. 89. Vista exterior da entrada de luz na sala de provas, vendas e bar …...… 74

Fig. 90. Vista exterior da zona verde – praça ……...………………………………. 75

Fig. 91. Fachada Norte ………………………..……………………………………… 76

Fig. 92. Fachada Sul ………………………………………………………………….. 77

Fig. 93. Fachada Nascente …….…………………………………………………….. 77

Fig. 94. Fachada Poente …...………………………………………………………… 77

Fig. 95. Vista da rampa para pessoas com mobilidade reduzida ………..………. 78

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Anexos

Desenhos Técnicos

Índice Desenhos Técnicos

N.º 01 - Planta de Localização

Desenhos técnicos, estado actual

N.º 02 - Planta de Implantação - Escala 1:5000

N.º 03 - Planta da Cave - Escala 1:1000

N.º 04 - Planta do R/chão - Escala 1:500

N.º 05 - Planta do 1º andar - Escala 1:500

N.º 06 - Planta da Cobertura - Escala 1:500

N.º 07 - Alçados Norte / Oeste / Sul / Este - Escala 1:500

Desenhos técnicos, encarnados e amarelos

N.º 08 - Planta da Cave - Escala 1:500

N.º 09 - Planta do R/chão - Escala 1:500

N.º 10 - Planta do 1º andar - Escala 1:500

N.º 11 - Planta da Cobertura - Escala 1:500

N.º 12 - Alçados Norte / Oeste / Sul / Este - Escala 1:500

Desenhos técnicos, definitivos

N.º 13 - Planta de Implantação - Escala 1:500

N.º 14 - Planta de Implantação - Arranjos Exteriores - Escala 1:500

N.º 15 - Planta da Semi-Cave - Geral - Escala 1:500

N.º 16 - Planta da Semi-Cave - Museu - Escala 1:200

N.º 17 - Planta da Semi-Cave - Produção e Maturação do Vinho - Esc. 1:200

N.º 18 - Planta da Semi-Cave – Recepção de vendas, engarrafamento e

armazenamento - Escala 1:200

N.º 19 - Planta do R/chão – Geral - Escala 1:500

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87

N.º 20 - Planta do R/chão - Museu - Escala 1:200

N.º 21 - Planta do R/chão - Produção e Maturação do vinho - Escala 1:200

N.º 22 - Planta do R/chão – Sala de Provas e venda do vinho / Gabinetes /

Laboratório - Escala 1:200

N.º 23 - Planta do 1º Andar – Museu - Escala 1:200

N.º 24 - Planta da Cobertura - Geral - Escala 1:500

N.º 25 - Planta da Cobertura - Museu - Escala 1:200

N.º 26 - Planta da Cobertura - Produção e Maturação do Vinho – Esc. 1:200

N.º 27 - Planta da Cobertura – Sala de Provas e Venda do Vinho/ Gabinetes/

Laboratório - Escala 1:200

N.º 28 - Alçado Norte - Escala 1:200

N.º 29 - Alçados Este e Oeste - Escala 1:200

N.º 30 – Alçado Sul - Escala 1:200

N.º 31 – Corte A:B - Escala 1:200 e 1:500

N.º 32 – Corte C:D - Escala 1:200

N.º 33 – Corte E:F - Escala 1:200 e 1:500

N.º 34 – Corte G:H - Escala 1:200 e 1:500

N.º 35 – Cortes I:J e L:M - Escala 1:200

N.º 36 – Cortes N:O e P:Q - Escala 1:200

N.º 37 – Cortes R:S e T:U - Escala 1:200

N.º 38 – Corte V:X - Escala 1:200