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Recursos Parte geral 627º - Espécie de recursos 1. O recurso constitui o principal instrumento de impugnação de decisões judiciais,  permitindo a sua re apreciação por u m tribunal hierarquicame nte superior. Outros instrumentos dirigidos ao próprio tribunal que proferiu a decisão: Reclamação – contra o despacho que identifica o objecto do litgio e enuncia os temas pro!a "#$%&'()* +rguição de nulidade ou reforma de sentença – quando esta não admita recurso "%#&'-)* Recurso de queia – relati!amente a despacho de não admissão "%-/&)* Retenção inde!ida de recurso – formalmente assume as !estes de reclamação  para o 0 ribunal 1uperior "% -&'%). O sistema de recursos !isa compatibili2ar di!ersos interesses em que assoma o da segurança jurdica, uma !e2 que a reapreciação de uma decisão por um tribunal superior confere maiores garantias de acerto quanto 3 solução do conflito. + maior eperi4ncia dos ju2es chamados a inter!ir em 5reas especiali2adas  potencia a redu ção do n6mero d e decisões e rradas ou injustas . 7or8m, atenta a natural escasse2 dos meios disponibili2ados para a administração da justiça, a jurisprud4ncia constitucional !em epressando o entendimento de que, em mat8ria c!el, o direito de acesso aos tribunais não integra forçosamente o direito ao recurso ou ao chamado grau de dupla jurisdição. 9m suma, o di re it o de recurso o se ap rese nt a co m na tu re2 a ab so luta, con!i!endo sempre com preceitos que fa2em depender a multiplicidade de graus de  jurisdição de dete rminadas condições. O legislador poder5; ampliar ou restringir os recursos ci!is, quer atra!8s da alteração dos pressupostos de admissibilidade, quer atra!8s da mera actuali2ação dos !a lo re s da s suas alç adas, mas te m de te r sem pr e em conta o pr inc pio da  proporcionalidade p ara não ir contra o (<& da =R7. 2. >os recursos se de!e distinguir a arguição de nulidades processuais "?%& e ss). + epressão usual segundo a qual das nulidades reclama@se, dos despachos recorre@se; aparente uma simplicidade que não condi2 com o que a pr5tica judici5ria re!ela. Impo rt a dist inguir as nulidades de procedimento da s nu li dades de  julgamento, uma !e2 que, nos te rmos do %#&' -, quand o as nulidad es se report em 3 sentença "oi a qualquer outros despacho nos termos do %/&'/) e decorram de qualquer dos !cios assinalados no %#&' b) a e), a sua in!ocação de!e ser feita em sede de 1

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Recursos

Parte geral

627º - Espécie de recursos

1. O recurso constitui o principal instrumento de impugnação de decisões judiciais,

 permitindo a sua reapreciação por um tribunal hierarquicamente superior.

Outros instrumentos dirigidos ao próprio tribunal que proferiu a decisão:

• Reclamação – contra o despacho que identifica o objecto do litgio e enuncia

os temas pro!a "#$%&'()*• +rguição de nulidade ou reforma de sentença – quando esta não admita

recurso "%#&'-)*• Recurso de queia – relati!amente a despacho de não admissão "%-/&)*• Retenção inde!ida de recurso – formalmente assume as !estes de reclamação

 para o 0ribunal 1uperior "%-&'%).

O sistema de recursos !isa compatibili2ar di!ersos interesses em que assoma oda segurança jurdica, uma !e2 que a reapreciação de uma decisão por um tribunalsuperior confere maiores garantias de acerto quanto 3 solução do conflito.

+ maior eperi4ncia dos ju2es chamados a inter!ir em 5reas especiali2adas potencia a redução do n6mero de decisões erradas ou injustas.

7or8m, atenta a natural escasse2 dos meios disponibili2ados para a administraçãoda justiça, a jurisprud4ncia constitucional !em epressando o entendimento de que, emmat8ria c!el, o direito de acesso aos tribunais não integra forçosamente o direito aorecurso ou ao chamado grau de dupla jurisdição.

9m suma, o direito de recurso não se apresenta com nature2a absoluta,con!i!endo sempre com preceitos que fa2em depender a multiplicidade de graus de

 jurisdição de determinadas condições.

O legislador poder5; ampliar ou restringir os recursos ci!is, quer atra!8s daalteração dos pressupostos de admissibilidade, quer atra!8s da mera actuali2ação dos!alores das suas alçadas, mas tem de ter sempre em conta o princpio da

 proporcionalidade para não ir contra o (<& da =R7.

2. >os recursos se de!e distinguir a arguição de nulidades processuais "?%& e ss).

+ epressão usual segundo a qual das nulidades reclama@se, dos despachosrecorre@se; aparente uma simplicidade que não condi2 com o que a pr5tica judici5riare!ela.

Importa distinguir as nulidades de procedimento das nulidades de julgamento, uma !e2 que, nos termos do %#&'-, quando as nulidades se reportem 3

sentença "oi a qualquer outros despacho nos termos do %/&'/) e decorram de qualquer dos !cios assinalados no %#&' b) a e), a sua in!ocação de!e ser feita em sede de

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recurso, restringindo@se a reclamação para o próprio jui2 quando se trate de decisãoirrecorr!el.

+ ocorr4ncia de nulidades processuais pode deri!ar da omissão de acto que alei prescre!a ou da pr5tica de acto que a lei não admita, ou admita sob uma forma

di!ersa daquela que foi eecutada. 1em embargo dos casos em que as nulidades são deconhecimento oficioso, de!em ser arguidas pelos interessados, perante o jui2 "$%& e$A&). B a decisão que !ier a ser proferida que poder5 ser impugnada por recurso, agoracom a s8ria limitação constante do %/<&'(.

0al solução de!e ser aplicada aos casos em que tenha sido praticada umanulidade processual que se projecte na sentença, mas que não se reporte a qualquer dasalneas do %#&'. 9emplo – não ti!er sido ponderada a eist4ncia de contestação nasentença por erro da secretaria e esta não foi registada ou integrada nos autos. 9mbora amesma afecte a sentença, de!e ser objecto de pr8!ia reclamação que permita ao próprio

 jui2 reparar as consequ4ncias que precipitadamente foram etradas, ainda que com preju2o da decisão que foi proferida. 9m tal situação não se de!e !erificar qualquer erro de julgamento, na medida em que a falha nem sequer poderia ser detectada pelo

 jui2.

Cuando seja cometida nulidade de conhecimento oficioso ou em que o próprio jui2, ao proferir a sentença, omita uma formalidade de cumprimento obrigatório"eist4ncia de contraditório), o 0R B!ora decidiu que era uma nulidade processual.

+D defende que parece ser mais seguro assentar em que sempre que o jui2, ao

 proferir a sentença, se abstenha de apreciar uma situação irregular ou omita umaformalidade imposta por lei, o meio de reação da parte !encia passa pela interposição derecurso fundada em nulidade da decisão, por omissão de pron6ncia, nos termos do%#&' d).

3. 0emos de distinguir entre recursos ordinários e recursos etraordinários.

+ distinção funda@se num crit8rio formal ligado ao trEnsito em julgado dadecisão recorrida. 9nquanto os recursos ordin5rios em mat8ria c!el pressupõem queainda não ocorreu o trEnsito em julgado, de!ol!endo@se ao tribunal de recurso a

 possibilidade de anular, re!ogar ou modificar a decisão, os recursos etraordin5rios sãointerpostos depois daquele trEnsito, recaindo o poder decisório sobre o mesmo tribunalque proferiu a decisão.

+inda que as normas gerais do %(A& e ss respeitem a ambas as categorias derecursos, algumas delas, pela sua nature2a, !isam apenas recursos ordin5rios comosucede com o %-<& sobre a impugnação da mat8ria de facto.

Outras aplicam@se apenas a recursos etraordin5rios, como decorre do %/&'/.

!. Os recursos ordin5rios destinam@se a permitir que o tribunal hierarquicamentesuperior proceda 3 reponderação das decisões recorridas, objecti!o que se

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reflecte na delimitação das pretensões que lhe podem ser dirigidas e no leque decompet4ncias suscept!eis de serem assumidas.

O 0ribunal 1uperior de!e partir do pressuposto de que a questão j5 foi objecto dedecisão, tratando@se apenas de apreciar a sua manutenção, alteração ou re!ogação. +

demanda do 0ribunal 1uperior est5 circunscrita 3s questões j5 submetidas ao tribunal decategoria inferior, sem preju2o da possibilidade de se suscitarem ou de seremapreciadas questões de conhecimento oficioso, relati!as 3s quais eistam nos autoselementos de facto.

". Fma outra distinção em relação aos regimes de recurso passa pela di!isão entreos sistemas em que domina a cassação e aqueles em que pre!alece asubstituição.

+ cassa#$o implica uma delimitação clara das funções atribudas a cada órgão

 judici5rio colocado na hierarquia dos tribunais. =ompetindo ao órgão dehierarquicamente inferior decidir o litgio ou regular o conflito de interesses, ainter!enção do tribunal superior fica essencialmente reser!ada 3 aferição da eist4nciade alguma nulidade ou 3 !erificação, maxime no que concerne 3 aplicação do direito,limitando@se a declarar essa situação e a remeter para o tribunal inferior a sua supressãonos termos assinalados.

%os regimes em &ue se encontra consagrada a cassa#$o, esta 8 assumida pelotribunal correspondente ao nosso 10G. =ompetindo@lhe fundamentalmente conhecer dodireito, a sua função fica plenamente satisfeita com a sinali2ação do erro de julgamento

e definição do regime jurdico aplic5!el ao caso ou da interpretação correcta das normas jurdicas, relegando para o tribunal recorrido a tarefa de earar no!a decisão de acordocom o regime jurdico definido.

%um regime de su'stitui#$o, o 0ribunal 1uperior, quando se encontre na possede todos os elementos rele!antes, não se limita a detectar a ocorr4ncia de nulidades ouerros de julgamento, isto 8, de cassar a decisão recorrida, podendo en!ol!er@se mais

 profundamente na lide, passando para o plano seguinte, ou seja, para a resolução doconcreto litgio nos termos que considere correctos sem necessitar da inter!enção do

tribunal a quo.6.  Ho Embito da 9F eistem tr4s modelos essenciais em mat8ria de recurso:

• Recurso de re!ista 8 tratado como o de apelação, podendo en!ol!er tanto

a mat8ria de facto como a de direito – FI, JRK e >H*•  Houtros ordenamentos predomina o !ector da cassação, competindo ao

01upermo apreciar questões de direito, de forma a confirmar ou are!ogar "cassar;) a decisão ilegal do tribunal a quo, com reen!io do

 processo para o tribunal recorrido, a fim de ser proferida no!a decisão*•  Houtros ainda, a re!ista destingue@se da apelação por en!ol!er 

essencialmente mat8ria de direito, podendo o 10G substituir@se deimediato ao tribunal da Relação "DR e 70)*

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 Ho modelo puro de cassação 8 pre!iligiada a defesa da lei e a uniformi2ação dodireito, porque o tribunal, quando re!oga a decisão recorrida não se substitui ao tribunala quo, alheando@se da concreta solução do litgio que implica a integração entre asnormas legais e o concreto factualismo.

7. O nosso sistema jurdico@processual assenta, fundamentalmente num modelo desubstituição.

=om a adopção, como regra, de um regime de substituição sai !alori2ada ainter!enção dos 01. 9m lugar de mera re!ogação da decisão, assumem a concretasolução do caso, atalhando o caminho e e!itando o arrastamento do processo e odesperdcio de meios.

Fm tal modelo corresponde, tamb8m, de forma mais racional 3s eig4nciasmetodológicas na resolução dos litgios, j5 que a natural incompletude ou imperfeição

do sistema normati!o e a di!ersidade dos factos em que os conflitos se tradu2em, nãodispensam, em regra, o contante balanceamento entre a mat8ria de facto e as normas

 jurdicas que regulam os conflitos de interesses.

O respeito pela lei, a igualdade de tratamento de situações id4nticas e acorrespondente segurança jurdica podem ser alcançados atra!8s da função deuniformi2ação atribuda ao 10G.

7odemos então !er que um modelo interm8dio como o que temos entre nóssatisfa2 a celeridade, a maimi2ação dos meios e a !alori2ação dos 01Ls.

62(º - %o#$o de tr)nsito em julgado

1. O preceito !isa determinar com rigor o momento a partir do qual seconsidera transitada em julgado uma decisão judicial.

Jmporta diferenciar os casos em que a decisão 8 ou não pass!el de recursoordin5rio:

a) *uando é suscept+,el de recurso ordinário, o trEnsito em julgado dependedo facto de se encontrarem esgotadas as possibilidade de interposição desse

recurso, em cujas alegações de!e ser integrada a arguição de nulidade dasentença ou a reforma quanto a custas e multas "%#&'- e %%&'/).

 b) *uando seja insuscept+,el de recurso ordinário, o trEnsito em julgadoocorre com o esgotamento do pra2o para a arguição da nulidade da sentençaou dedução do incidente de reforma, nos termos do %#&'- e %%& "e dos %%%&e %?#& quando estejam em causa acórdãos da Relação ou do 10Grespecti!amente).

O incidente de reforma da sentença, apenas pode abarcar, al8m da condenaçãoem custas e multas, a alegação do lapso manifesto na determinação da norma aplic5!el,

na qualificação jurdica dos factos ou na atendibilidade do documento ou outro meio de pro!a pleno "%%&'().

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+s decisões não includas no %--&' e (, obedecem a um regime especial. 1emque opere o respecti!o trEnsito em julgado, são impugn5!eis com o recurso que for interposto da decisão final nos termos do %--&'/, oi, em certos casos, depois detransitada em julgado a referida decisão "%--&'-).

2. 7odem ocorrer !icissitudes suscept!eis de determinar tanto a antecipaçãocomo o deferimento da data do trEnsito em julgado.

+ antecipa#$o pode coincidir com a apresentação, por ambas as partes, dedeclaração de ren6ncia ao pra2o para interposição de recurso ou de reclamação.

+inda que a lei não pre!eja epressamente tal possibilidade, aludindo o %/(&apenas 3 ren6ncia antecipada ao recurso, aquela solução emerge do princpio dodispositi!o e da necessidade ou utilidade "eemplos dos casos de desist4ncia, confissão,transacção).

Jsto ocorre de forma a dar segurança e certe2a 3 decisão homologatória.

Cuanto 3 dila#$o do trEnsito em julgado, h5 efeitos que forçosamente se produ2em, mesmo quando o recurso 8 rejeitado, tendo em conta a necessidade deaguardar a definiti!idade do despacho de não admissão, sujeito a reclamação para o 01nos termos do %-/&.

O mesmo ocorre nos casos em que a parte opte pela arguição da nulidade ouapresentação de requerimento, ainda que infundado, no sentido de obter a reforma da

decisão.+penas a interposição de recurso ordin5rio obsta ao trEnsito em julgado, o que

est5 em consonEncia com os preceitos que regulam os recursos etraordin5rios queobrigatoriamente dependem do trEnsito em julgado da decisão "%?$&' e %$%&).

3. B da ess4ncia do caso julgado a segurança jurdica que proporciona.

0oda!ia, o %A<&'# "tamb8m aplic5!el a M instEncia e !i %?&), ao regular adefesa contra demoras abusi!as, acaba por introdu2ir um entorse 3quele !alor,admitindo que se constitua caso julgado, apesar de a instEncia se manter pendente.

+ assunção do caso julgado, em tais circunstEncia não parece tecnicamente amais correcta, sendo prefer!el apelar ao caso julgado sob condição resoluti!a ousimplesmente 3 eequibilidade da decisão. =ontudo, a solução assumida cumpre oobjecti!o de contrariar o abuso de epedientes processuais destinados simplesmente ae!itar o trEnsito em julgado ou a remessa do processo para outro tribunal.

62º - ecis/es &ue admitem recurso

1. + possibilidade de um 01 se debruçar sobre o objecto do recurso tamb8m

depende da !erificação de determinados requisitos formais.

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Recorribilidade das decisões na intersecção entre o !alor da causa ou dasucumb4ncia e a alçada dos tribunais de primeira instEncia e relação.

1endo a  al#ada  o limite do !alor at8 ao qual o tribunal julga sem recursoordin5rio, em princpio, a parte !encida apenas poder5 recorrer da decisão, se o !alor do

respecti!o processo eceder a alçada do tribunal que a proferiu e se, al8m disso, se!erificar o seu decaimento em, pelo menos, metade dessa alçada.

2. Nalor da causa – ##(&' f) e /<#&'/, tem de eistir, mas quando não h5 possibilidade logo no princpio fa2@se o que consta do /<%&'( e /.

3.  Ha orgEnica dos tribunais judiciais, em que eistem tr4s n!eis hier5rquicos,não se !erificam obst5culos constitucionais 3 admissibilidade de alçadas quecondicionem o direito de interposição de recursos.

=ontudo, o legislador ordin5rio não pode arbitrariamente definir o seu !alor, se

da resultar uma dr5stica, desproporcionada ou injustificada redução do n6mero de processos em que 8 admiss!el a interposição de recursos ordin5rios.

Fma !e2 que a alçada da M instEncia est5 fiada nos #.<<<, em regra só 8admiss!el recurso para a Relação quando o !alor da causa seja superior a esses #.<<<e a sucumb4ncia seja superior a metade da alçada, neste caso de (.#<<. O 10G só se

 pode pronunciar se o !alor da causa for superior a /<.<<< e a sucumb4ncia for de, pelomenos #.<<<.

+ alçada do tribunal resulta da lei* o !alor do processo 8 o que decorre de

crit8rios legalmente fiados* ainda que nenhuma parte suscite a questão, cumpre ao jui2!erificar a sua correcta definição, nos molde definidos pelo /<%&, e!entuais di!erg4nciasquanto a esta questão de!em ser dirimidas pelos 01Ls nos termos do %($&'(.

+ sucum'0ncia eiste por ra2ões de economia processual e maimi2ação derecursos. Gulga@se ser perda de tempo e recursos julgar uma decisão num tribunalsuperior quando o decaimento não 8 significati!o.

 Hem sempre 8 f5cil quantificar a sucumb4ncia, designadamente quando secumulam pedidos di!ersificados, quando os pedidos não apresentam uma clara tradução

monet5ria ou quando se trata de pedidos gen8ricos. 7or isso, em situações de fundadad6!ida acerca do !alor da sucumb4ncia, !ale a solução pragm5tica que pri!ilegia o !alor do processo em cujo Embito a decisão foi proferida.

9stamos perante uma solução que opera nos casos em que se !erifique d6!idaobjecti!a que não possa ser sanada mediante o simples confronto entre o !alor derefer4ncia "metade da alçada) e o resultado declarado na sentença ou no acórdão.

!. O regime em an5lise compota ecepções estabelecidas em normas quetornam os recursos independentes daqueles factores de ordem puramente

quantitati!a, admitindo@os ainda que o !alor processual se situe dentro da

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alçada do tribunal a quo ou em que o !alor da sucumb4ncia não atinja aquela proporção.

Outras ecepções de sentido in!erso, restringem a recorribilidade, apesar de!erificadas aquelas duas condições.

ecis/es recorr+,eis apesar de n$o estar preencida a al#ada ou e asucum'0ncia

 Decisões em relação às quais se invoque violação de regras de competênciaem razão da nacionalidade, matéria ou hierarquia.

=om esta ressal!a o legislador pretendeu acautelar a obser!Encia das regras decompet4ncia absoluta, rele!ando o interesse p6blico inerente ao facto de o 9stado poder eercer a jurisdição, de o litgio se inscre!er na ordem jurisdicional dos tribunais

 judiciais, e dentro destes, de ser respeitada a compet4ncia em ra2ão da hierarquia e damat8ria.

+ compet4ncia absoluta constitui um pressuposto basilar cujo preenchimentolegitima o tribunal a incidir sobre o m8rito da causa, não podendo a !iolação dasrespecti!as regras ficar condicionada por aspectos secund5rios relacionados com o !alor da causa ou com o !alor do decaimento.

P admissibilidade ecepcional do recurso com aquele fundamento especfico 8indiferente o sentido da decisão que tenha sido proferida "se o tribunal se julgou

competente, se não, ou se não reconheceu a ecepção dilatória de conhecimentooficioso – (A?&' a) e #AA& a)).

9m qualquer dos casos, mas mais acentuadamente naqueles em que o pressuposto da compet4ncia absoluta não tenha sido epressamente afirmado nadecisão, o interessado de!e eplicitar nas conclusões das alegações o moti!o porquerecorre, nos termos e para efeitos do disposto no %/A&'(, deste modo facultando ao jui2 aquo e, depois ao tribunal ad quem, os elementos que permitam pronunciar@se sobre aadmissibilidade do recurso nos termos do %-&' e (.

0oda!ia, a norma que amplia a recorribilidade nesta mat8ria não pode ser!ir de preteto para confrontar o 01 com a discussão de outras questões cuja impugnaçãoesteja submetida 3 regra geral.

 Decisões às quais se invoque a ofensa do caso julgado

+ ampliação da recorribilidade da decisão justifica@se aqui pela necessidade de preser!ar os efeitos que decorrem da estabili2ação das decisões j5 transitadas em julgado, e!itando a sua incon!eniente contradição. Jndependentemente do !alor daacção, a decisão que, na prespecti!a do interessado, ofenda outra decisão j5 transitadaem julgado 8 sempre pass!el de impugnação por !ia de recurso.

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+ admissibilidade ecepcional de recurso não abarca todas as decisões queincidam sobre o caso julgado, mas apenas aquelas de que alegadamente resulte a suaofensa, ecluindo@se, por eemplo, as situações em que o jui2 afirme a eist4ncia de talecepção, declarando a absol!ição total ou parcial da instEncia "#AA&'i)), a que seaplicarão as regras gerais sobre a recorribilidade "%($&') e oportunidade de impugnação"%--&).

 Has conclusões do recurso sustentado em alegada ofensa ao caso julgado e emque a recorribilidade seja assegurada apenas pelo regime especial do %($'( a), orecorrente de!e in!ocar o especfico fundamento, nos termos e para os efeitos do

 preceituado no %/A&'(, facultando ao jui2 os elementos que lhe permitam pronunciar@sesobre a sua admissibilidade, nos termos do %-&' e (.

 Decisão respeitante ao valor da causa, do incidente ou do procedimentocautelar, invocando o recorrente que o mesmo ecede a alçada do tri!unal de que serecorre

1eja ou não suscitada pelas partes qualquer questão relacionada com o !alor do processo, o jui2 tem obrigatoriamente de se pronunciar, mais não seja para confirmar aquele que o autor indicoi na 7J ou sobre o qual se estabeleceu acordo epresso out5cito das partes "/<%&').

>e acordo com o que foi decidido relati!amente 3 questão do !alor, o processo pode ter uma e!olução !ari5!el:

• iando-se um ,alor superior ao da alçada do tribunal fica clara, al8mdo mais, a aus4ncia de impedimento aos recursos em função desserequisito, sendo admitidos e apreciados de acordo com as regras gerais*

• 1e o jui2 4iar um ,alor in4erior ao da alçada do tribunal, tal implicar5,

em regra, a não admissão de recurso. =ontudo, num afloramento do princpio da tutela pro!isória da apar4ncia, a decisão incidental ser5sempre recorr!el se ti!er por fundamento a alegação de que o !alor 

 processual ecede a alçada do tribunal a quo*• 1e antes do despacho saneador for interposto recurso de alguma decisão,

a lei impõe que o jui2 fie o !alor do processo na ocasião em que se pronuncia sobre o requerimento "/<%&'/).

 Decisão que, no dom"nio da mesma legislação e so!re a mesma questão fundamental de direito, contrarie jurisprudência uniformizada do #$% 

Nisa@se potenciar, de forma indirecta, a obedi4ncia aos acórdãos deuniformi2ação de jurisprud4ncia.

+ recorribilidade das decisões que contrariem, independentemente do !alor dacausa ou da sucumb4ncia, constitui um factor fortemente inibidor da adopção de

entendimentos desrespeitadores da jurisprud4ncia uniformi2ada.

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7ara que esta regra seja aplic5!el 8 necess5rio:

• >ecisão de M instEncia ou acórdão da Relação*• =ontradição relati!amente a um acórdão de uniformi2ação de

 jurisprud4ncia do 10G resultante da apreciação de recurso ampliado de

re!ista "%?%& e %?A&) ou de recurso etraordin5rio para uniformi2ação de jurisprud4ncia "%??& e ss)*

• >ecisão de!e tradu2ir uma oposição frontal e não apenas uma oposição

implcita ou pressuposta*• >i!erg4ncia jurisprudencial de!e !erificar@se relati!amente a questões de

direito*• >e!e !erificar@se uma relação de identidade entre a questão de direito

que foi objecto de uniformi2ação e a que foi objecto da decisão recorrida*•  Hão se mostra necess5ria a !erificação de uma identidade integral entre

os objectos de cada um dos processos em que foi proferido acórdão deuniformi2ação e a decisão recorrida* basta que em cada um dos processosseja tratada a mesma questão de direito*

• B necess5rio que na decisão recorrida se tenha optado por uma resposta

di!ersa da que foi assumida no acórdão de uniformi2ação, bastandoapenas que esta não tenha sido inteiramente acolhida.

• + questão de direito sob contro!8rsia de!e re!elar@se essencial para o

resultado numa e noutra das decisões, sendo irrele!antes respostas ouargumentos que não tenham !alor decisi!o*

• + di!erg4ncia de!e !erificar@se num quadro normati!o substancialmente

id4ntico, sendo que a mera alteração ou re!ogação da norma queconcretamente foi interpretada não afasta a possibilidade de adi!erg4ncia de respostas justificar a ecepcional interposição de recurso,desde que, na sua substEncia, o quadro normati!o se mantenhainalterado.

=omo requisitos de ordem formal, nas conclusões das alegações de recurso, orecorrente de!e aludir ao fundamento em que se baseia, nos termos e pra efeitos dodisposto no %/A&'( e %-&.

 &c'rdão da (elação que esteja em contradição com outro, dessa ou dediferente (elação, no dom"nio da mesma legislação e so!re a mesma questão

 fundamental de direito do qual não cai!a recurso ordin)rio por motivo estanho àalçada do tri!unal, salvo se tiver sido proferido ac'rdão de uniformização de

 jurisprudência.

>esta forma ampliam@se as possibilidades de serem dirimidas pelo 10Gcontradições jurisprudenciais que, de outro modo, poderiam persistir, pelo facto de, emregra, surgirem em acções em que, apesar de apresentarem !alor processual superior 3

alçada da Relação, não se admite recurso de re!ista nos termos gerais.

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=umpre ao recorrente in!ocar a contradição jurisprudencial moti!adora dorecurso de re!ista nos termos do %/A&'(, juntando cópia do acórdão@fundamento.

=onstitui obst5culo ao recurso de re!ista o facto de o acórdão recorrido ter acatado jurisprud4ncia de acórdão de uniformi2ação.

 Decisões proferidas em acções em que se pretenda a apreciação da validade,su!sistência ou cessação de contratos de arrendamento, com ecepção dearrendamentos para ha!itações não permanentes ou para fins especiais etransit'rios.

+ refer4ncia ampla aos contratos de arrendamento le!a a concluir que o Embitode aplicação do preceito etra!asa os limites do arrendamento urbano, ecluindo@seapenas os arrendamentos para habitação não permanente ou para fins especiais etransitórios.

 Hão são apenas as acções de despejo, m5ime as acções de resolução ouden6ncia de contratos de arrendamento que ficam sujeitas ao especial regime derecorribilidade, mas toda e qualquer cação em que, por iniciati!a do autor ou do r8u, nacontestação ou na recon!enção, seja suscitada a !alidade, a subsist4ncia ou a cessaçãode tais contratos.

+ssim, são abrangidas, entre outras acções:

• +cção de declaração de nulidade ou de anulabilidade de contrato de

arrendamento, ou qualquer acção em que o r8u, como fundamento da suadefesa in!oque alguma dessas formas de in!alidade*• +cção de rei!indicação fundada na caducidade do contrato de

arrendamento ou em que o r8u, como fundamento da defesa, in!oque aeist4ncia ou subsist4ncia de um contrato de arrendamento*

• +cção de resolução ou de den6ncia do contrato de arrendamento.

9m relação a outras ecepções, a norma apenas alarga a recorribilidade, nãointerferindo nas regras acerca da oportunidade da impugnação, nos termos do %--&.

+ norma apenas assegura o segundo grau de jurisdição. G5 o recurso para o 10Gdepender5 da !erificação dos requisitos gerais pre!istos, al8m do mais, no %($&'( e%A&.

 (ecurso de despacho de indeferimento liminar da *+ 

>e acordo com %($&'/ c), 8 sempre recorr!el o despacho de indeferimentoliminar, o qual est5 reser!ado para os casos pre!istos no #$<&'.

O recurso para a Relação 8 assegurado independentemente do !alor da causa. G5o recurso para o 10G estar5 condicionado, por um lado, pelo crit8rio geral do %($&'

"!alor) e, por outro lado, pelos requisitos especficos que rodeiam o recurso de re!ista,

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sendo !edado, em regra, em situações de dupla conforme "%A&'/), ou nos procedimentos cautelares "/A<&'/).

O regime especial da recorribilidade abarca mesmo os casos de indeferimentoliminar parcial, que este se reporte 3 eclusão de alguns sujeitos processuais, quer a um

dos di!ersos pedidos essenciais ou acessórios. Cuer ainda a uma parcela do pedido6nico.

 (ecorri!ilidade decorrente de normas avulsas

Relati!amente 3 decisão de condenação como litigante de m5 f8, arecorribilidade est5 pre!ista no #-(&'/, encontrando justificação no facto de talcondenação pressupor uma conduta gra!emente negligente ou dolosa, designadamenteligada 3 !iolação do princpio de cooperação ou do de!er de boa f8 processual.

utros preceitos• Jmpedimento de jui2 – %&'#*• >ecisão que retira a pala!ra ao mandat5rio judicial ou determina a sua

sada do local onde se reali2a o acto judicial – #<&'#*• =umprimento de carta rogatória – ?<&'/*• Jndeferimento de notificação judicial a!ulsa – (#A&'(*• >espacho que confirma o não recebimento pela secretaria da 7J – ##$&'(*• >espacho que concede a reforma de decisão irrecorr!el – %A&'%.

". Qas tamb8m eistem normas que restringem a recorribilidade, ou seja, queapesar de se encontrar !erificada a alçada e a sucumb4ncia, mesmo assim odireito de recurso 8 !edado.

9emplos:

• >espachos de mero epediente ou proferidos no uso legal do poder 

discricion5rio – %/<&*• >espachos de nature2a instrumental – %/<&'(*• >espacho que manda citar o r8u – ((%&'#*• >espacho que prorroga o pra2o para a apresentação da contestação – 

#%$&'%*• >espacho que con!ida as partes a suprirem irregularidades ou

insufici4ncias dos articulados – #$<&'A*• >espacho que, com fundamento na falta de elementos, relega para

momento ulterior a decisão – #$#&'-*• >espacho que indefere a arguição de nulidade da sentença ou pedido de

reforma – %A&'*•

>espacho que o jui2 a quo admite recurso, fia a sua esp8cie e determinao seu efeito – %-&'#*

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• >espacho sobre pedido de escusa – $&'#*• >espacho sobre incidente de suspeição – ($&c)*

9m regra, tamb8m não 8 admitido o recurso para o 10G de acórdão da Relação proferido em algum dos seguintes processos que se indicam a ttulo eemplificati!o:

•  Hos procedimentos cautelares – /A<&'/*• +córdãos proferidos sobre resoluções proferidas segundo crit8rios de

con!eni4ncia e oportunidade "jurisdição !olunt5ria) – $??&'(*• +córdãos proferidos no Embito do processo de insol!4ncia "-& =JR9).

(. 9m processo cujo !alor eceda a alçada do tribunal, ser5 recorr!el a decisão queobrigue ao pagamento de multas ou taa de justiça cujo !alor seja inferior 3

sucumb4ncia

O %($&' parece claro no sentido negati!o, j5 que não se distingue essa situaçãodas demais em que a admissibilidade do recurso fica dependente da conjugação entre!alor da alçada do tribunal e o !alor da sucumb4ncia.

=ontra uma resposta formal in!oca@se, por !e2es, que o que est5 em causa não 8tanto o !alor puramente económico da condenação, antes interesses de ordem imaterialou interesses paralelos aos que no processo respecti!o estão em discussão. Outras !e2es,relati!amente 3 taa de justiça, pretende@se obter apoio para a recorribilidade não

 propriamente nos efeitos económicos que a decisão implica, mas nos efeitos processuaisdecorrentes do seu não acatamento.

B uma tentati!a a que subja2, com frequ4ncia, a recusa em aceitar uma soluçãocom a qual o legislador pretendeu libertar os 01Ls de questões sem suficiente rele!o

 jurdico.

 Ha opinião de +D e do 0=, a não ser quando a lei estabelece ressal!as, como a pre!ista para a condenação como litigante de m5 f8, o simples facto de algu8m ser condenado em multa ou responsabili2ado pelo pagamento de uma determinada quantia

não obsta 3 aplicação da regra geral.7or isso, em qualquer dos referidos casos, a recorribilidade da decisão est5

dependente da !erificação do condicionalismo imposto pelo !alor do processo ou dasucumb4ncia.

9sta conclusão não 8 impedida sequer, quanto 3s multas, pelo %--&'( e), porqueesta norma apenas se limita a pre!er a admissibilidade de recuso autónomo quandoeista aplicação dessa sanção, sem se comprometer quanto ao pressuposto darecorribilidade em função do !alor da causa, questão regulada no %/$&'.

>iga@se, ainda que o sistema, na sua compleidade, apresenta outras sadas queatenuam o aparente rigor formal da referida solução. 7or um lado, a lei acautela a

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 possibilidade de ser pedida a reforma da decisão quanto a custas e multas "%%&'), por outro lado, as nulidades a que se reporta o %#&' b) a e), podem ser arguidas perante o

 próprio tribunal que proferiu a decisão, nos termos do %#&'-.

635º - espacos &ue n$o admitem recurso

1.  Hos termos do anterior %A$& =7=, a irrecorribilidade apenas abarca!a osdespachos de mero epediente e os proferidos no uso legal de poderesdiscricion5rios

9ste sistema acaba de ser contrariado pela opção que agora consta do %/<&'(, deonde resulta um reforça efecti!o dos poderes do jui2 relati!amente 3 condução do

 processo, especialmente no que concerne a decisões de nature2a instrumentalrelati!amente ao fim 6ltimo do processo que a justa e c8lere composição da lide.

>e facto, a eperi4ncia demonstra que uma tramitação do processo que obedeçasimplesmente aos impulsos das partes tem tend4ncia para ser arrastar, com perda deefic5cia e celeridade.

+ eperi4ncia tornou claro que a atribuição ao jui2 de poderes de direcção egestão do processo não 8 compat!el com a manutenção da possibilidade de impugnaçãode toda e qualquer decisão, ainda que de nature2a puramente instrumental. +o efecti!oreforço dos poderes do jui2 não basta!a acrescentar o poder ou de!er de tomar iniciati!as, j5 que me grande parte, a utilidade dessas e de outras medidas sairiafrustrada, como se !erificou, se não fossem introdu2idas modificações substanciais em

mat8ria de recursos.

Jmporta!a, pois, que se fi2essem opções claras entre os di!ersos !alores aacautelar: entre o ecessi!o garantismo que nos recondu2 praticamente 3 recorribilidadeilimitada de decisões secund5rias, ou a introdução de factores que, !isando a decisãoc8lere dos casos, sejam consequentes com a atribuição ao jui2 de poderes que, de formaefica2, permitam afastar factores de morosidade na resposta judici5ria.

 Ho sentido de se in!erter uma postura de desconfiança em relação ao eercciodos poderes de simplificação, agili2ação e adequação formal, prescre!e@se agora, como

regra, a irrecorribilidade das decisões proferidas ao abrigo desses poderes, sal!o quandoestejamos perante situação do %/<&'( in fine.

B uma opção que pretende !alori2ar efecti!amente a inter!enção do jui2, propiciando condições para que, acima de e!entuais interesses estrat8gicos das partes,se pri!ilegiem os !alores que o processo ci!il de!e prosseguir: apreciar com celeridadee efic5cia, litgios na esfera do direito pri!ado "(&).

2. >e acordo com o #(&'-, os despachos de mero epediente são os que sedestinam a pro!er ao andamento regular do processo, se interferir no conflito de

interesses entre as partes. Heles est5 en!ol!ida a actuação procedimental queencontra correspond4ncia na tramitação legalmente prescrita, da se afastando,

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 por eemplo, os despachos que não encontrem cobertura em tal tramitação ou osque de algum modo possa interferir no resultado da lide.

9m sede do próprio recurso, os despachos de epediente são da compet4ncia dorelator "%#(&'). 0amb8m o são os despachos que en!ol!am o eerccio de poderes

discricion5rios. 7or8m, só relati!amente a estes se pre!4 possibilidade de reclamar paraa confer4ncia "%#(&'/), de modo a que os despachos de mero epediente nem sequer admitem esta reclamação, ainda que naturalmente seja facultada a sua modificaçãomediante ponderação do relator.

3.  Ho #(&'- est5 contida a definição de acto discricion5rio, abarcando osdespachos que incidem sobre mat8rias confiadas ao prudente arbtrio do julgador ou que podem desembocar numa das alternati!as legalmente admiss!eis.

>espachos discricion5rios são os proferidos quando a lei atribui 3 entidadecompetente a li!re escolha quer da oportunidade da sua pr5tica, quer da solução a dar aocaso concreto.

=omo a discricionariedade resulta directa ou indirectamente da lei estão nestes poderes as situações em que a lei confere ao jui2 uma ou mais alternati!as de opção,entre as quais o jui2 de!e escolher em seu prudente arbtrio e em atenção a um certo fimgeral – a justa composição do litgio.

O uso legal do poder discricion5rio re!ela@se, por eemplo:• Requisição oficiosa de documentos "-/%&)*• >eterminação de percia colegial "-%?&' a))*• +dmissão de testemunhas suplementares "#&'-)*• 9tc.

 Hão basta que o jui2 considere que o seu despacho se inscre!e no Embito dos poderes discricion5rios. Qais importante 8 que essa discricionariedade seja realmentecompro!ada, designadamente por não se questionara a legalidade da actuação.

1em embargo da compatibili2ação com os reforçados poderes conferidos ao jui2no que concerne 3 simplificação e agili2ação processual "%&'), de!e submeter@se aoregime geral a impugnação da legalidade do uso de poderes discricion5rios, a in!ocaçãoda aus4ncia dos pressupostos definidos pela lei, ou a alegação de que o acto etra!asa oquadro das possibilidades legais ou que se !erifica des!io de poder.

>esignadamente a discricionariedade não se re!ela quanto 3 inquirição detestemunhas não oferecida s pelas partes "-A%&') ou 3 recusa de reali2ação de eames

 periciais.

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 Hão de!erão ser colocados entre!as 3 recorribilidade quando a interposição derecurso seja fundada, em termos epressos ou t5citos, na alegação de que o despachoecede os limites da discricionariedade.

O de!er de gestão processual atribudo ao jui2 "%&) implica uma postura de

acti!ismo judici5rio que, sem embargo de determinados ónus especficos que recaemsobre as partes, de!e orientar@se pelo objecti!o de alcançar a c8lere e justa composiçãoda lide em pra2o ra2o5!el "(&').

0al de!er de gestão implica a promoção oficiosa das dilig4ncias necess5rias aonormal prosseguimento da acção, assim como a recusa de trEmites ou de iniciati!as quese mostrem impertinentes ou meramente dilatórios.

 Ha medida em que o uso de tais poderes se re!ele atra!8s de despachos de meroepediente ou de nature2a discricion5ria, a irrecorribilidade est5 assegurada nos termos

do %/<&'. Ho %/<&'( inserem@se especificamente as decisões que !isem a concreti2açãoda adequação formal ou que se inscre!am na adopção de mecanismos de simplificação ede agili2ação processual "#-A& e #$&' e) audi4ncia pr8!ia* #$/&'( a) dispensa ou nãoh5 lugar a audi4ncia pr8!ia* #$A& d) acções de tramitação simplificada).

Relati!amente 3 arguição de nulidades processuais do $#&, sendo que estasapenas rele!am nos casos em que se possam antecipar implicações no eame da decisãoem causa, a sua apreciação pelo jui2 8, em regra, definiti!a.

O facto de se tratar de questões de nature2a instrumental relati!amente ao

objecti!o final da lide, permite que se confie no prudente crit8rio do jui2 no queconcerne 3 ponderação do rele!o negati!o de qualquer e!entual nulidade ouirregularidade processual.

9m relação a qualquer das aludidas decisões o legislador pre!iu uma cl5usula desal!aguarda, na pressuposição, que o quotidiano judici5rio demonstra, de quedeterminadas opções do jui2, conquanto não ecedam os limites da instrumentalidade,

 podem contender com outros princpios que o sistema de!e assegurar.

+ insidicabilidade dos poderes do jui2 neste campo 8 afastada sempre que se

 possa pro!ar !iolação do princpio da igualdade substancial das partes "-&) e que !eda a possibilidade de eistir um tratamento pri!ilegiado ou discriminatório a alguma das partes.

Cuando seja desrespeitado o princpio do contraditório, o que se afigura deespecial rele!o em mat8ria de produção de meios de pro!a "-#&), sendodesignadamente !edado ao jui2 que, acoberto de algum dos referidos poderes desimplificação ou de agili2ação, pondere determinados meios de pro!a sem que aqualquer das partes tenha sido dada a oportunidade de sobre os mesmos eercer os seusdireitos processuais.

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+ colisão com regras ligas 3 aquisição de factos remete@nos para o que prescre!eo #&, de!endo cada uma das partes alegar os factos essenciais, admite@se ainda quesejam ponderados os factos complementares e instrumentais pelo jui2 com o duplolimite: resultarem da discussão da causa e terem sido submetidos a contraditório.

+ ressal!a respeitante 3s regras sobre admissibilidade de meios de pro!a remete para dois campos di!ersos:

• 7ara a esfera do direito substanti!o que define que meios de pro!a

 podem ser utili2ados para demonstração de determinados factos,restringindo designadamente a utili2ação de pro!a testemunhal quando 8necess5ria pro!a documental*

• 7ara a esfera do direito adjecti!o que demarca, com efic5cia preclusi!a

os momentos adequados 3 apresentação de meios de pro!a.

>este modo, no que concerne a cada uma das decisões a que se reporta o %/<&'(,tanto importa a regra como as ecepções. 1e, em regra, tais decisões não sãoimpugn5!eis, estando en!ol!idas no poder'de!er de gestão processual, ainsidicabilidade 8 limitada pela alegação da concreta !iolação de algum dos princpiosou regras pre!istos na parte final do preceito.

Fma !e2 que o despacho que e!entualmente admita recurso não !incula otribunal ad quem, neste se far5 a reponderação dos fundamentos in!ocados, a fim deconfirmar o infirmar aquele despacho de admissão.

!. + questão da recorribilidade ou da irrecorribilidade não se confunde com aoportunidade de interposição de recurso. 7or isso, o facto de determinadadecisão não se inscre!er nos limites restriti!os do %/<& não significa,ob!iamente, que admita recurso imediato, temos de !er o que decorre do %--&em mat8ria de apelação e do %A&'( e - em mat8ria de re!ista.

631º - *uem pode recorrer

1. Regula este preceito um pressuposto subjecti!o dos recursos que de!e ser objecto de apreciação pelo jui2 a quo no despacho que incide sobre o

requerimento de interposição "%-&'( a)) e depois pelo relator, no tribunal adquem "%#(&' b)).

+ regra geral determina que só a parte principal que tenha ficado !encida poderecorrer.

 Hão de!e confundir@se o pressuposto da legitimidade com o interesse em agir. +legitimidade afere@se atra!8s do preju2o que a decisão determina na esfera jurdica dorecorrente. G5 o interesse em agir est5 ligado 3 utilidade pr5tica que emana da utili2açãode meios jurisdicionais e, concretamente, em sede de recursos, aos efeitos que decorrem

da inter!enção de um 01, o que permite ecluir casos em que, apesar de a parte ter 

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ficado objecti!amente !encida, nenhuma utilidade se pode etrair da e!entualre!ogação ou anulação da decisão.

2. O !encimento ou decaimento de!em ser aferidos em face da pretensãoformulada ou da posição assumida pela parte relati!amente 3 questão que tenha

sido objecto de decisão.

O autor 8 parte !encida se a sua pretensão foi recusada no todo ou em parte, por ra2ões de forma ou de fundo* o r8u quando, no todo ou em parte, seja prejudicado peladecisão.

 Hessa medida o que sobrele!a 8 o resultado final e não tanto o processo trilhado pelo tribunal para o atingir.

O mecanismo de recurso pressupõe que se aperceba a eist4ncia de uma

utilidade na posterior inter!enção do 01. Hão foi criado para satisfa2er interessesmeramente subjecti!os do recorrente, para dirimir questões puramente acad8micas ou para mero confronto moral, sem qualquer repercussão no resultado da lide, antes paraalterar ou re!ogar a decisão final, com o cortejo de efeitos que dela emanam.

+inda que a parte destinat5ria de uma decisão fa!or5!el seja confrontada comuma resposta negati!a a algum ou a todos os argumentos que usou, não fica legitimada ainterpor recurso. + atendibilidade de outros fundamentos, para al8m dos que foramconsiderados na decisão, 8 mat8ria que a parte !encedora e!entualmente de!e introdu2ir na contra@alegção do recurso que seja interposto pela parte !encida "%/%&').

0amb8m não de!e ser !alori2ada a conduta que a parte tenha adoptado no processo. +ssim, sem embargo do que, a respeito da ren6ncia ao recurso, emerge do%/(&, não deia de ser parte !encida, com legitimidade para interpor recurso, o r8u que,tendo sido pessoalmente citado para contestar, ficou em re!elia, terminando a acçãocom uma sentença que julgou total ou parcialmente procedente a pretensão dedu2ida

 pelo autor.

O mesmo se diga do r8u que, apesar de não ter in!ocado determinada ecepçãodilatória de conhecimento oficioso, pretenda recorrer da sentença final com fundamento

na sua !erificação.

3. S5 situações em que a aferição da sucumb4ncia não 8 ntida, como acontecequando o processo finda por absol!ição da instEncia, tendo o reu defendido aimproced4ncia do pedido.

 Hestas circunstEncias, 8 indiscut!el que o autor 8 dotado de legitimidade pararecorrer da decisão. Qas esta de!e ser igualmente reconhecida ao r8u, embora respostaafirmati!a não encontre apoio directo no direito positi!o, tornado necess5ria acon!ocação de regras ou princpios mais difusos.

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0udo depender5, afinal, da posição que ti!er sido assumida no processo. 1e sesuscitou a absol!ição da instEncia como questão prejudicial relati!amente 3 absol!içãodo pedido. B seguro que não eiste sucumb4ncia da sua parte.

G5 quando ti!er pugnado, em primeira linha pela improced4ncia da acção a

solução 8 in!ersa, porquanto a qualidade de parte no processo atribui@lhe a prerrogati!ade obter a declaração de improced4ncia da pretensão, com efeitos de caso julgadomaterial impediti!o da repetição da demanda. >este modo, confrontado o r8u com umamera decisão formal que se limita 3 absol!ição da instEncia, de!e considerar@se comlegitimidade para interpor recurso com fundamento em que se justificaria a declaraçãode improced4ncia da acção.

=onstitui uma solução que, por !ia indirecta se pode etrair do (?%&' ou do(A$&'. >ecorre ainda do facto de o caso julgado com efic5cia eterna apenas estar 

 pre!isto para as situações em que a decisão incide sobre o m8rito da causa "%$&), sendoque o caso julgado formal se cinge em regra ao próprio processo "%(<&).

O autor tamb8m de!e considerar@se parte !encida quando, tendo formulado um pedido principal e um subsidi5rio, aquele seja julgado improcedente e este procedente,na medida em que, de acordo com a ordenação por si epressa na 7J a decisão não deuacolhimento ao pedido principal.

!.  Hos processos marcados pela di!ersidade de partes em posição de contrariedade,a legitimidade directa pertence, em primeira linha, aos demandantes e aosdemandados. Houtros casos em que essa demarcação não se !erifica ou em que

nem sequer eiste !erdadeiro conflito de interesses, a legitimidade depende, em primeira linha, da afirmação da legitimidade ad causam, conjugada como preju2o que emana da decisão.

+o mesmo regime se sujeitam os que, de forma espontEnea ou pro!ocada,assumem a qualidade de inter!enientes principais a quem 8 reconhecida, para todos osefeitos, a qualidade de partes "/&).

 Ho caso de acção mo!ida contra incertos, a resposta 3 questão da legitimidadede!e obter@se a partir da conjugação do %/& com o ((&: os incertos são representados

 pelo Q7 a quem 8 reconhecida a legitimidade para a e!entual interposição de recurso, anão ser que aqueles se apresentem e sejam reconhecidos com legitimidade para a causa.

". O %/&'( confere legitimidade para recorrer 3s pessoas directa efecti!amente prejudicadas pela decisão, ainda que não sejam partes principais na causa ousejam partes acessórias.

O preceito abarca assim duas realidades diferentes:

• Kegitimidade conferida 3s partes acessóriaso

Cuanto ao assistente a legitimidade de!e buscar@se atra!8s do preju2o directo e efcti!o emanado da decisão "%/&'(), por8m, se

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ti!er a posição de substituto da parte re!el "/($&), a legitimidaderele!ante 8 a da parte assistida, sujeitando@se o assistente 3 regrageral*

o O Q7 tamb8m 8 reconhecido como parte acessória "#&'- 9Q7 e

/(#&'/), pode interpor recurso quando considere necess5rio 3defesa do interesse p6blico ou dos interesses da parte assistida.0al estatuto não prejudica os casos em que o Q7 inter!8m comorepresentante da parte ou em nome próprio, seja para a defesa dacolecti!idade ou de interesses difusos, seja para a tutela demenores ou incapa2es.

• Kegitimidade conferida a quem nem sequer 8 parte acessóriao 0erceiros directa e efecti!amente prejudicados pela decisão*o O preju2o directo 8 eigido porque tem subjacente a ideia de que

a decisão !isa directamente o recorrente, afastando os casos em

que o preju2o, ainda que efecti!o 8 indirecto, refleo ou mediatoou atinge unicamente a pessoa representada*

o 0odos os que !ejam a sua esfera pessoal ou patrimonial directa e

efecti!amente atingida pela decisão*o 7odem constar como estes terceiros, nomeadamente:

>eposit5rios, adquirentes e preferentes na acção

eecuti!a* +gente de eecução* 0estemunhas e peritos e todos os que não sendo partes

figuraram no processo*  Hotificado para entregar documento que tinha* Cuem le!ou multa por recusa de colaboração* +dquirente de coisa litigiosa que não tenha sido habilitado

"(%/&'/)

Outro caso relati!amente ao qual tem sido ponderado o interesse directo elegtimo de terceiros prende@se com a regulação das responsabilidades parentais,tamb8m t4m legitimidade os terceiros a quem o menor tenha sido confiado ou que, defacto, tenham a sua guarda.

0oda!ia não 8 !encido o terceiro que apenas indirecta o refleamente 8 atingido pela decisão, como sucede com o promitente@comprador dum pr8dio rei!indicado por outra pessoa em acção dirigida contra o promitente@!endedor, sem embargo de se poder constituir assistente, ficando assim legitimado.

O mesmo acontece com o sócio de uma sociedade condenada numa acção, aindaque tal condenação se reflicta nos di!idendos que pode auferir em função da reduçãodos lucros.

 Hos casos em que o recurso ad!enha de terceiro directamente prejudicado pode

re!elar@se necess5ria a demonstração dos factos onde assenta o alegado interesse, o que,

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sem embargo dos poderes de a!eriguação do tribunal, de!e ser feito pelo recorrente norequerimento de interposição de recurso "%/A&'( e %-&'( a)).

6. + norma especial do %/&'/ encontra justificação no facto de o recurso deoposição de terceiro ter sido integrado no Embito do recurso etraordin5rio de

re!isão, com !ista a atacar a decisão transitada em julgado, mas que tenha sidoobtida em acto simulado, sem que o tribunal tenha eerccio os poderes do %(&.

632º - Perda do direito de recorrer e renncia ao recurso

1. renncia ao recurso pode assumir estas modalidades:

8nilateral ou 'ilateral – consoante pro!enha de uma ou de ambas as partes*

ntecipada ou su'se&uente – de acordo com o momento em que a declaração 8dada a conhecer no processo, a ren6ncia antecipada 8 a declarada antes da decisão ser 

 publicada, só produ2 efeitos se pro!ier de ambas as partes.

Epressa ou tácia – consoante o modo como a !ontade se manifesta, a ren6nciat5cita tanto pode resultar da aceitação da aceitação epressa da decisão, como da pr5ticade actos inequi!ocamente a demonstrarem.

+ ren6ncia apenas abarca recursos ordin5rios.

2. O rele!o atribudo 3 aceitação t5cita tem um claro paralelismo com o (A&'==.

O mero sil4ncio da parte, depois de ser notificada da decisão, não de!econfundir@se com manifestação t5cita de ren6ncia ou aceitação.

+ des!alori2ação do silencia 8 ainda maior nos casos em que a decisão nemsequer 8 suscept!el de recurso autónomo e em que a impugnação 8 diferida para orecurso de decisão final "%--&'/).

+ conduta da parte apenas produ2ir5 efeitos decorrido que seja o pra2o deimpugnação, não podendo a in8rcia ser qualificada como ren6ncia.

3. O efeito pr5tico da ren6ncia ao recurso manifesta@se essencialmente atra!8sda antecipação do trEnsito em julgado da decisão, sem necessidade deesperar pelo decurso do pra2o pre!isto para impugnação ou reclamação.

9emplo: nos casos de transacção judicial, a ren6ncia permite a consolidaçãoimediata da decisão homologatória e impede que alguma das partes interponha recurso

 para e!itar o trEnsito em julgado.

7or8m, a não ser que eista declaração epressa em sentido contr5rio, os efeitosda ren6ncia declarada por uma das partes serão paralisados se a parte contr5ria

interpuser recurso nos termos do %//&'-. 9m tal e!entualidade, fica aberta a possibilidade de ser interposto recurso subordinado.

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!. + restrição que 8 feita ao Q7 tem a sua ra2ão de ser na especificidade dasfunções que lhe competem, quer na representação do 9stado, quer na tutelade interesses da comunidade ou de interesses difusos, quer ainda na defesados direitos dos menores ou de incapa2es.

". O %/(&'# respeita 3 desist4ncia relati!amente a recurso interposto.

9m !e2 se obrigar a parte 3 apresentação de documento aut4ntico ou 3necessidade de la!rar termo de desist4ncia de recurso nos autos, 3 semelhança do queocorre com a desist4ncia do pedido ou da instEncia "(<$&), foi atribudo rele!o aorequerimento subscrito pela parte "oi pelo seu mandat5rio), não se eigindo sequer acompro!ação da eist4ncia de poderes especiais que 8 imposta pelo -#&'(.

+ desist4ncia de recurso 8 apenas poss!el at8 3 prolação da decisão. Representauma medida que !alori2a o 01, e!itando que o recorrente accione o mecanismo da

desist4ncia depois de ter sido confrontado com o resultado do recurso. O momento querele!a para o efeito nem sequer 8 o da notificação da decisão.

+inda que seja admitida a desist4ncia, não fica prejudicada a apreciação daconduta processual das partes designadamente para efeitos de !erificação de umasituação de litigEncia de m5 f8.

633º - Recurso independente e recurso su'ordinado

1. Ticando !encidas ambas as partes quanto ao objecto do processo, o decaimento

de cada uma ser5 apreciado nos termos gerais, tendo em conta a posiçãoassumida e o resultado final da acção.

=onfrontado com uma decisão que, em parte, lhe seja desfa!or5!el, ointeressado tem o ónus de a impugnar, de!endo fa24@lo no pra2o normal. O seurequerimento ser5 apreciado de acordo com os pressupostos processuais aplic5!eis,desde a recorribilidade 3 legitimidade ao 3 tempesti!idade. 1e acaso a parte contr5riati!er regido nas mesmas circunstEncias o seu recurso ter5 o mesmo tratamento.

 Henhuma das !icissitudes por que !ier a passar um recurso afectar5 o outro, que

ser5 aparecido com total autonomia.2. 7or !e2es uma das partes fa2 depender a sua actuação da assumida pela parte

contr5ria: optando por se abster de recorrer na parte em que a decisão lhe 8desfa!or5!el, ainda que dela discorde, reser!a, contudo, o eerccio do direito nae!entualidade de a outra parte tamb8m !encida interpor recurso.

Outras !e2es, atento ao !alor da sucumb4ncia a lei impede a parte de interpor recuso autónomo "%($&'), casos em que esta apenas poder5 recorrer por !ia do recursosubordinado, relati!amente 3 parte que lhe foi desfa!or5!el.

7ode ha!er decaimento que respeite apenas a algum dos fundamentos da acçãoou da defesa, sem afectar o resultado epresso da decisão.

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 Hesta situação, a parte cujos argumentos não foram aceites, mas que, apesar disso, obte!e !encimento quando ao resultado final não pode considerar@se !encida. Hentanto, 8 admitida ampliação do objecto de recurso nos termos do %/%&, preca!endo@se,deste modo conta o e!entual acolhimento do tribunal ad quem dos argumentos de factoou de direito que sejam suscitados pelo recorrente.

+ssim, em função das circunstEncias a impugnação da decisão pode apresentar@se sobre alguma das seguintes formas:

• Recurso interposto pelo autor, por sucumb4ncia total ou parcial na acção*• Recurso interposto pelo r8u, por proced4ncia total ou parcial da acção*• Recursos independentes e paralelos interpostos pelo autor e pelo r8u por 

decaimento parcial na acção e na defesa respecti!amente*• Recurso principal interposto por uma das partes, por decaimento parcial

na ação ou na defesa, seguido de recurso subordinado interposto pelacontraparte que incide sobre o segmento decisório em que ficou !encida*

• Recurso interposto por ma das partes, em que a outra apro!eita as contra@

alegações para ampliar o seu objecto, suscitando, a ttulo subsidi5rio,questões de facto ou de direito relati!amente 3s quais sucumbiu ouarguindo nulidades da sentença.

3. Ra2ões de igualdade das partes e de justiça processual justificam a assunção deque, sal!o declaração epressa em sentido contr5rio "%//&'-), a ren6ncia aorecurso ou a aceitação epressa ou t5cita da decisão não obstam 3 interposiçãode recurso subordinado.

+ regra da admissibilidade do recuso em função da sucumb4ncia tamb8m sofreuma importante restrição: uma !e2 admitido o recurso dedu2ido em !ia principal,admite@se igualmente o recurso subordinado, ainda que o decaimento da parte sejainferior a metade da alçada do tribunal "%//&'#).

1endo o 01 chamado a pronunciar@se sobre recurso interposto por uma das partes, considerou@se apropriada a pre!isão da possibilidade de o alargar a questões queinteressem 3 contraparte, mas que esta não pode autonomamente impugnar.

9sta possibilidade apenas abarca as situações de irrecorribilidade em função do!alor.

G5 se decorrer da aus4ncia de outros requisitos "não pode ir ao supremo porqueh5 dupla conforme), a interposição do recurso principal não pode ser in!ocada comofundamento para interposição de recurso subordinado.

!. + apresentação do requerimento de interposição de recuso subordinado e dasrespecti!as alegações de!e ocorrer a partir da data em que a parte seja notificadada interposição do recurso pela pate contr5ria.

7ercurso:

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Recursos

• Recurso principal interposto pela parte + "%/A&')*•  Hotificação do requerimento e das alegações 3 parte U "((& e (##&)*• +presentação de contra@alegações da parte U em pra2o id4ntico ao das

alegações "%/?&'# e A), oi, sendo caso disso, interposição de recurso

subordinado, com apresentação das respecti!as alegações*•  Hotificação 3 parte + das contra@alegações e do recurso subordinado,

essa parte ter5 igual pra2o para apresentação de contra@alegações,respeitantes eclusi!amente a tal recurso "%/?&'#).

=ada uma das inter!enções ocorre 3 margem de qualquer decisão judicial sobre aadmissibilidade de qualquer dos recursos.

Qesmo que o recorrido entenda que o recurso principal nem sequer 8 de admitir,ra2ões de segurança poderão le!5@lo a interpor recurso subordinado ainda que sujeito acaducidade se caso o recurso principal !ier a ser rejeitado "%//&'/).

". + situação do recorrente subordinado 8 inst5!el, como o indicia a própriadesignação, na medida em que a sua apreciação fica na depend4ncia das!icissitudes por que !enha a passar o recurso principal "%//&'/).

1e o recorrente principal desistir do recurso, se este ficar sem efeito "e: situaçãode inutilidade super!eniente) ou se ocorrer qualquer outra circunstEncia de impeça otribunal de tomar conhecimento do mesmo "etemporaneidade, por eemplo), oobjecti!o projectado pelo recorrente subordinado acabar5 por ficar prejudicado pelacaducidade.

+penas uma facilidade 8 concedida ao recorrente subordinado, em qualquer doscasos, as custas de ambos os recursos recaem sobre o recorrente principal "aplicação do

 princpio da causalidade #/%&'/).

6. O tribunal ad quem confrontar@se@5, no momento da decisão, com ambas as pretensões recursórias, sem que o resultado decretado quanto a uma influanecessariamente no sucesso da outra.

7or eemplo: julgado improcedente o recurso principal, por ra2ões de m8rito ligadas

3 sua sustentação, nada obsta a que seja julgado procedente o recurso subordinado.

O 01 depois de assegurada a cognoscibilidade do objecto dos recursos a!erigua aordem em que de!em ser conhecidos.

1e o recurso subordinado se fundar numa ecepção dilatória determinati!a daabsol!ição da instEncia ter5 naturalmente, em regra, prioridade sobre o recurso principalque por!entura incida sobre o m8rito da causa.

O mesmo se diga quando no recuso subordinado for suscitada questão da nulidadedo contrato, enquanto o principal pressupõe a !alidade e retira de l5 uma consequ4ncia.

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Recursos

O facto do recurso principal se dirigir apenas ao modo como foi conhecido um dosdi!ersos pedidos formulados, não afasta a possibilidade de a contraparte recorrer subordinadamente da decisão relati!a aos demais.

7. B legtima a apresentação de recurso subsidi5rio Recurso interposto a ttulo

 principal mas cuja apreciação, por manifestação de !ontade do recorrente, fiquedependente do resultado de outro recurso principal instaurado pela outra parte.

+ resposta 8 afirmati!a, podendo sustentar@se um argumento de maioria dera2ão, o qual encontra suficiente sustentação no princpio do dispositi!o que domina emmat8ria de recursos e que, por eemplo, tamb8m aflora o %/%&, quando confere aorecorrido a possibilidade de ampliar o objecto de recurso interposto pelo recorrente,ainda que a ttulo subsidi5rio.

63!º - Etens$o do recurso a compartes n$o recorrentes

1. 9m princpio, o acto de interposição de recurso apenas apro!eita ao recorrente,solução a que preside o princpio da relati!idade por oposição ao da realidade.

9sta regra sofre uma limitação no segmento relati!o ao litisconsórcio necess5rioem que h5 uma 6nica acção com pluralidade de sujeitos. 9m tal situação, o facto de sediscutirem interesses incind!eis impede que se alcancem resultados di!ersos para cadaum dos litisconsortes "%/-&').

G5 na coligação e no litisconsórcio !olunt5rio admitem@se di!ersas cambiantes.

9m princpio, o recurso apenas se repercute na esfera do recorrente, de modo a que acomposição final do litgio pode tradu2ir@se em resultados di!ersos em função dossujeitos.

+inda assim, os efeitos do recurso interposto por algum dos compartes podemampliar@se subjecti!amente em tr4s situações:

• 1e os não recorrentes derem a sua adesão, na parte em que o interesse

seja comum*• 1e os não recorrentes ti!erem um interesse que dependa essencialmente

do interesse do recorrente*• 1e o recurso dor interposto de sentença que tenha condenado os

compartes em regime de solidariedade, a não ser que, pelo seufundamento o recurso respeite unicamente 3 pessoa do recorrente.

2. + adesão ao recurso interposto por outrem 8 restrita aos casos em que o interesseem discussão seja comum, não atinge a comunhão de interesses que caracteri2ao litisconsórcio necess5rio, mas apesar da autonomia de cada uma das acções,eiste um interesse total ou parcialmente comum, como ocorre nos casos deobrigações solid5rias ou conjuntas.

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9m tais circunstEncias os compartes podem aderir 3 iniciati!as daquele oudaqueles que interpuseram recuso, a fim de etrarem pro!eito do que !ier a ser decretado.

+ adesão 8 feita atra!8s de requerimento em que essa !ontade seja

epressamente re!elada oi, de modo t5cito, mediante a subscrição das alegações dorecorrente, at8 ao incio do pra2o do %#A&'.

=om tal actuação o aderente assume todos os efeitos projectados a partir datramitação anterior ou da actuação posterior do recorrente.

+ adesão 8 incondicional, não podendo o recorrente impedir que na sua esfera jurdica se repercutam os efeitos da tramitação futura. Ho entanto, nada impede queeista requerimento de desist4ncia, pois se esta 8 admiss!el relati!amente aorecorrente, de acordo com o %/(&'#, por maioria de ra2ão o ser5 em relação a um

interessado que se tenha limitado a aderir.

+ mera condição de aderente coloca@o numa posição mais fr5gil, j5 que est5condicionado pela actuação do recorrente. 7or isso, a fim de e!itar preju2os decorrentesda e!entual desist4ncia deste, a lei determina que o aderente seja notificado de talocorr4ncia.

O comparte que oportunamente tenha manifestado a sua adesão ao recurso de!eser notificado, a fim de se entender, passar a ocupar a posição do recorrente com oconte6do que ti!er nessa ocasião, não ha!endo reno!ação de qualquer pra2o.

+ lei marca um termo ad quem para a adesão correspondente ao incio do pra2o para a elaboração do projecto de acórdão "%#A&'). 9sse limite coincidir5, em princpiocom o momento em que o relator se debruçar sobre os pressupostos de admissibilidadedo recurso ou sobre o controlo do seu regime.

3. >e mero aderente em relação ao recurso encabeçado por outrem, o comparte"em litisconsórcio necess5rio ou na posição do %/-&'( b) e c)) pode assumir a

 posição de recorrente principal, bastando para o efeito que manifeste !ontade detal, mesmo depois de epirado o pra2o do %#A&.

 Ha posição e recorrente principal passa a estar sujeito 3s mesmas regrasaplic5!eis a qualquer recorrente, tanto no que concerne aos direitos como aos ónus,eercendo uma acti!idade própria, com a autonomia que for poss!el dentro dos limitesobjecti!os e subjecti!os do recurso interposto.

7ode acontecer que a posição jurdica de um comparte esteja dependente do quese decidir em relação a outro, assim, como decorre do %/-&'( b), em função do neo de

 prejudicialidade que apresente tais contornos, a lei determina que a interposição derecurso pela parte que pretende a tutela de interesse preponderante se repercute,

independentemente da sua !ontade, na esfera jurdica daquele cujo interesse depende.

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+ssim sucede quando o recurso 8 interposto pelo de!edor, sendo parte na acçãotamb8m o respecti!o fiador: a decisão que for proferida quanto ao primeiro acabar5 por se repercutir na esfera jurdica do fiador, ainda que este não tenha manifestado a suaadesão ao recurso. Hesta posição, o comparte pode em qualquer altura assumir a

 posição de recorrente principal.

 Has obrigações solid5rias, nos termos do %/-&'( c), a interposição de recurso por um dos compartes acaba poer se repercutir automaticamente na esfera dos demais, sal!ose o recurso, pelos seus fundamentos, respeitar apenas 3 pessoa do recorrente. Haquelasituação o comparte pode, em qualquer altura, assumir posição de parte principal.

+ lei apenas se reporta 3 solidariedade passi!a, o caso julgado formadorelati!amente a algum dos credores não pode ser afectado por decisão proferida emrecurso interposto par algum dos demais.

63"º - elimita#$o su'jecti,a e o'jecti,a do recurso

1. Tunciona, em regra, o princpio do dispositi!o, em consonEncia com a nature2adispon!el da maior parte das questões que integram o objecto dos processo denature2a ci!il e tamb8m na linha da nature2a e efeitos do caso julgado que seforma quando a parte não interpõe recurso.

2. + delimita#$o su'jecti,a do recurso, em situações em que haja di!ersos!encedores, pode ser feita pelo próprio recorrente no requerimento deinterposição, identificando qual ou quais os sujeitos "!encedores) cujos

interesses pretende por em causa.

1e o recorrente nada disser, entende@se que o recurso abarca todos os elementos da parte !encedora "este abarcamento 8 ob!io no litisconsórcio necess5rio). 9ntão, todosde!er ser notificados da interposição do recurso e correspondentes alegações, o que sedestina a permitir que qualquer dos !encedores possa inter!ir no processo como parte

 principal.

3. Qais complea 8 a delimita#$o o'jecti,a

1eja qual for o objecto do processo, a impugnação da decisão carece sempre dainiciati!a da parte a quem 8 conferida legitimidade.

 Ho requerimento de interposição de recurso se sentença que integre di!ersossegmentos decisórios a delimitação do objecto pode ser feita pelo isolamento de algumou alguns dos segmentos. Hão o fa2endo, o recurso abarca, por defeito, toda a partedispositi!a da sentença que se re!ele desfa!or5!el.

+ manifestação da !ontade de interposição de recurso que de!e ser dirigida 3decisão em si, e não 3 respecti!a moti!ação, sendo por aquela que se a!alia alegitimidade inerente 3 qualidade de parte !encida.

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=om efeito, a moti!ação da sentença, para efeitos de delimitação do objecto dorecurso, só ganha inequ!oco realce com o %/%& que permite 3 parte recorrida apesar dasua concordEncia com o resultado final, introdu2ir nas contra@alegações a reponderaçãodo momo como o tribunal resol!er determinadas questões cuja resolução pode interferir naquele resultado se, afinal, for dada ra2ão ao recorrente a partir das questões suscitadasnas suas alegações.

Jndependentemente do Embito definido pelo recorrente no requerimento deinterposição, 8 legtimo restringir o objecto do recurso nas alegações oi, maisconcretamente, nas respecti!as conclusões, indicando qual decisão "oi parte da decisão)!isada pela impugnação.

+ e!entual restrição do objecto do recurso em relação ao Embito resultante dorequerimento de interposição pode ser epressamente formulada pelo recorrente, nasconclusões, identificando os segmentos decisórios sobre os quais demonstrainconformismo. 0rata@se, na pr5tica, de uma solução que se encaia na possibilidade dedesist4ncia do recurso, nos termos do %/(&'#, com a especificidade de a etinção dainstEncia de recurso ser aqui parcial.

+ restrição pode ser t5cita, em resultado da falta de correspond4ncia entre amoti!ação e as alegações. Jn!ersamente, de!em ser desatendidas as conclusões que nãoencontrarem correspond4ncia com a moti!ação.

9m qualquer dos casos, h5 que obser!ar, no entanto, a possibilidade de asdefici4ncias serem corrigidas mediante a prolação de despacho de aperfeiçoamento

"%/$&'/), sem embargo de se poder concluir que a enunciação de uma delas nasconclusões re!ela, ainda que de modo implcito, a !ontade de obter a reapreciação daoutra.

!. Os podere do tribunal em sede de recurso encontram ainda outras limitações.

+ interposição de recurso impede que, pelo decurso do pra2o, de produ2am deimediato os efeitos de caso julgado em relação 3s decisões abarcadas. 7or8m, atento odisposto do %/#&'-, o caso julgado que se tenha estabelecido em relação a algumadecisão ou segmento decisório não pode ser perturbado por uma actuação posterior,

ainda que de um tribunal hierarquicamente superior.

9m mat8ria de qualificação jurdica dos factos ou relati!amente a questões deconhecimento oficioso o tribunal ad quem não est5 limitado pela iniciati!a das partes"#&'/), desde que estejam acess!eis os necess5rios elementos de facto.

 Ho que concerne a aspectos estritamente jurdicos, o tribunal 8 li!re deidentificar as normas que melhor se ajustem ao caso concreto, para qualificar as relações

 jurdicas ou para delas etrair os efeitos adequados.

Qas estes são poderes que apenas interferem a jusante, ou seja, na fase em que otribunal tem de preparar a decisão a proferir, não podendo, então ol!idar@se o efeito do

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caso julgado que por!entura se tenha formado a montante sobre qualquer decisão ousegmento decisório, o qual pre!alece sobre o e!entual interesse na melhor aplicação dodireito, nos termos claramente enunciados no %/#&'#. 0rata@se da manifestação do

 princpio da proibição da reformatio in peius.

=oncreti2ando e eemplificando:

• 1e apenas uma das partes interpuser recuso que abarque uma parcela da

decisão, não pode, sob preteto algum, ser re!ogado ou modificado ooutro segmento decisório em relação ao qual tenha sado !encedora a

 parte contr5ria*• 1e o recorrente, de forma epressa ou t5cita, restringiu o Embito do

recurso, o tribunal ad quem não pode interferir na parte da sentença quefoi ecluda da impugnação*

• +inda que, por algum moti!o, o tribunal ad quem determine a anulação

do processado, ficam sal!aguardados, em definiti!o, os efeitos dadecisão na parte que não ti!er sido objecto de recurso.

". + limitação do objecto, em termos gerais, apenas pode incidir sobre questõesque tenham sido anteriormente apreciadas, não podendo confrontar@se o tribunalad quem com questões no!as.

 Ha !erdade, os recursos constituem mecanismos destinados a reapreciar decisões proferidas e não a analisar questões no!as, sal!o quando, nos termos j5 referidos, estassejam de conhecimento oficioso e, al8m disso, o processo contenha os elementosimprescind!eis.

+ di!ersidade de graus de jurisdição determina que, em regra, os 01Ls apenasde!am ser confrontados com questões que as partes discutiram nos momentos próprios,quando respeitem 3 mat8ria de facto mais se impõe o escrupuloso respeito a tal regra, afim de ob!iar a que, numa etapa desajustada, se coloquem questões que nem sequer 

 puderam ser con!enientemente discutidas ou apreciadas.

=ontudo, 8 uma regra que comporta ecepções. 1endo admiss!el recurso da parte dispositi!a da sentença, 8 legtimo 3 parte confrontar o tribunal com questões deconhecimento oficioso, ainda que estas não tenham sido anteriormente suscitadas, desdeque a sua decisão não esteja coberta pelo caso julgado. >o mesmo modo, pode otribunal apreciar tais questões e officio, posto que sobre as mesmas não tenha eistidoanterior pron6ncia, ou ainda que não tenham sido suscitadas pelo recorrente ou pelorecorrido, embora se de!a acautelar o princpio do contraditório, a fim de e!itar decisões surpresa "/&'/).

6. Nerificados os requisitos do (%A&, ou seja, desde que se encontrem pendentesrecursos emanados de acções que re6nam os pressupostos do litisconsórcio, da

coligação, do incidente de oposição ou da recon!enção, qualquer das partes com

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interesse atend!el pode requerer a sua apensação só podendo ser recusada se oestado dos processos ou outros moti!os a tornarem incon!eniente.

Qais do que a coneão meramente formal, subja2 3 medida a ideia de e!itar,tanto quanto poss!el, que, relati!amente a questões que poderiam ter corrido a par,

dentro do mesmo processo, surjam decisões contraditórias ou escusadamenterepetiti!as, !isando@se tutelar fundamentalmente os interesses da segurança jurdica e daefic5cia dos mecanismos jurisdicionais.

 Ha economia do preceito apenas fa2 sentido a apensação quando, relati!amente aqualquer dos recursos ainda não tenha sido proferida decisão ou acórdão sobre orespecti!o m8rito. 1ó assim se pode afirmar que ainda se encontram pendentes nostermos e para efeitos do (%?&'(. G5 por outro lado, nada obsta a que a pend4ncia se!erifique em Relações diferentes que indi!idualmente tenham a compet4ncia para cadaum dos processos.

636º - mplia#$o do )m'ito do recurso a re&uerimento do recorrido

1. =onforme se referiu na anotação feita ao %/&, em tais circunstEncias a parte nãotem legitimidade para recorrer, uma !e2 que quando se estabelece o confrontoentre a decisão e a acção ou a defesa não 8 !encida. Ho entanto, pode não ser detodo indiferente para a manutenção do resultado epresso atra!8s da decisãorecorrida o modo como o tribunal a quo a fundamentou se acaso !ierem a ser acolhidas pelo tribunal ad quem questões suscitadas pelo recorrente. Heste caso,se pro !entura fosse !edada ao recorrido a possibilidade de promo!er a

ampliação do objecto do recurso, poderia !er@se definiti!amente prejudicadonum momento em que j5 não teria capacidade para reagir.

Cuando não ocorria, em tais circunstEncias, um efecti!o decaimento da parte nosegmento decisório que essencialmente ser!e para definir a legitimidade para recorrer,ad!oga!am que os interesses relacionados com a inatendibilidade de certosfundamentos da acção ou meios de defesa de!eriam ser !eiculados atra!8s de contra@alegações e foi esta solução que a lei plasmou.

B !erdade que, mais do que os fundamentos, o importante para que a parte que

dedu2 uma pretensão ou que a contradita 8 o resultado final que fica condensado naconclusão da sentença.

>a que, 8 indiferente para a parte !encedora a e!entual rejeição de algum oumesmo de todos os fundamentos que tenha in!ocado para sustentar a sua posição, talcomo lhe 8 indiferente a omissão de pron6ncia sobre os argumentos determinada pelainocuidade em face da concreta resposta judici5ria.

 Hão assim quando a parte !encida, na prespecti!a do resultado final da acçãointerponha recurso da decisão. Hessa e!entualidade j5 não 8 indiferente a resposta que o

tribunal a quo deu ou de!eria ter dado aos fundamentos de facto e de direito por siin!ocados. Ha !erdade, se acaso o tribunal ad quem reconhecer ra2ão aos fundamentos

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in!ocados pelo recorrente, pode re!elar@se importante para a defesa dos interesses dorecorrido que tamb8m se pronunciem sobre as questões que oportunamente emergiu eque foram objecto de resposta desfa!or5!el.

G5 se o decaimento se reportar a um pedido principal ou subsidi5rio que tenha

sido formulado, não 8 atra!8s da ampliação do Embito do recurso que o interessado poder5 promo!er a reapreciação da decisão no segmento em que saiu !encido, masmediante a impugnação autónoma ou recurso subordinado.

+ solução legal pre!ista proporciona 3 parte !encedora, com total ra2oabilidade,a possibilidade suscitar a reapreciação de questões em que tenha decado, esconjurandoos riscos deri!ados de uma total adesão do tribunal de recurso aos argumentos dorecorrente.

7ara o efeito, essa parte tem o ónus de suscitar as questões de facto ou de direito

que foram resol!idas a seu desfa!or na decisão recorrida, tendo o recorrente, por seulado, a possibilidade de eercer o contraditório "%/?&'?).

2. Outra das possibilidades abertas pelo %/%&'( 8 a da arguição de nulidade dasentença.

=ontinuando a dar prioridade ao resultado final, e não ao caminho que tenhasido trilhado para o conseguir, pode re!elar@se indiferente para a parte !encedora ae!entual ocorr4ncia de nulidades que afectam a sentença. 0oda!ia, j5 poderão ser 

 pertinentes se hoi!er interposição de recurso pela parte !encida, justificando@se, então, a

iniciati!a do recorrido no sentido de confrontar o tribunal ad quem com as mesmas.

+qui se incluem as nulidades da sentença pre!istas no %#&' b), c) e d), desdeque, apesar da sua ocorr4ncia, a parte seja considerada !encedora quanto ao resultadofinal.

9emplo:

Cuando o r8u 8 absol!ido do pedido, sem que, por8m, tenha sido apreciada a prescrição do direito do autor que oportunamente in!ocara e que de!eria ter sido posteriormente conhecida. O interesse do r8 na apreciação da questão suscitada comomeio de defesa renasce com a e!entual interposição de recurso pelo autor.

>o Embito deste preceito de!em ecluir@se as nulidades de sentença que tenhaminfludo no resultado da acção "condenação em mais do que o pedido). O r8u 8 parte!encida, pelo que a impugnação da sentença de!er5 ser feita atra!8s da interposição derecurso, ainda que subordinado "%//&) e não atra!8s ada ampliação do seu objecto que,em tais circunstEncias, jamais poderia afectar o caso julgado formado relati!amente aoresultado final.

3. 9m qualquer das situações referidas pode acontecer que o processo contenha j5

todos os elementos que permitam decidir não apena as questões suscitadas pelo

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Recursos

recorrente mas tamb8m as aditadas pelo recorrido, casos em que o tribunal derecurso proceder5 3 sua apreciação global, pronunciando o resultado.

7or8m, nem sempre tal se torna !i5!el. + prioridade que por!entura tenha sidodada pelo tribunal a quo a determinada questão prejudicial relati!amente 3s restantes ou

a fundamentação da decisão em questões de conhecimento oficioso pode ter determinado a omissão de pron6ncia quanto a factos carecidos de pro!a. 9m tale!entualidade, senão for !i5!el decidir as questões com base nos elementos que estejamimediatamente acess!eis ao 0ribunal 1uperior, não poder5 deiar de ser determinar asua baia para efeitos de julgamento "%/%&'/).

!. Outra das possibilidades de ampliação do Embito do recurso respeita 3 mat8riade facto considerada pro!ada ou não pro!ada e que se mostre rele!ante para adefesa dos interesses do recorrido caso sejam acolhidos os argumentos de factoou de direito apresentados pelo recorrente para sustentar o seu recurso.

=om efeito, apesar de a parte ter conseguido !encimento na acção, pode ter interesse em acautelar@se contra a e!entual proced4ncia das questões suscitadas pelorecorrente, mediante a modificação da decisão da mat8ria de facto no sentido

 pretendido, a fim de continuar a beneficiar do mesmo resultado fa!or5!el.

P semelhança do que ocorre quanto ao recurso principal, cumprir5 ao recorrido,em ampliação do objecto, impugnar nas contra@alegações a decisão de mat8ria de facto,nos termos do %/?&'#, dando ao tribunal da Relação a possibilidade de introdu2ir asmodificações. 1e os autos não conti!erem os elementos indispens5!eis 3 completa

integração jurdica da causa, restar5 ao tribunal aqu8m decretar a re!ogação da sentençaou anulação do julgamento com !ista 3 ampliação da mat8ria de facto.

".  Ha configuração legal, não estamos perante um !erdadeiro recurso. +finalsempre falta ao recorrido a qualidade de parte !encida relati!amente aoresultado final do processo "%/&' e %//&'/).

O tribunal apenas ter5 de se pronunciar sobre a ampliação se, acolhendo osargumentos suscitados pelo recorrente ou de que oficiosamente puder conhecer, aquelase repercutir na modificação do resultado declarado na decisão impugnada em termos de

 prejudicar o recorrido.

+ iniciati!a do recorrido pode surgir a ttulo principal ou a ttulo subsidi5rio,neste caso para a e!entualidade de não ser acolhida a tese que, em !ia principal,apresente para que seja confirmada decisão recorrida.

9m qualquer das situações, sempre ser5 poss!el 3 recorrente eercer ocontraditório quanto 3s questões de facto ou de direito que sejam suscitadas ou at8quanto 3 admissibilidade da ampliação do objecto d recurso nos termos do %/?&'?.

O facto de a lei fa2er depender a ampliação do objecto do recurso derequerimento; da parte !encedora não significa que a pretensão tenha de se apresentar 

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Recursos

formalmente como tal, bastando que essa !ontade resulte de forma inequ!oca decontra@alegações, m5ime das respecti!as conclusões.

6. + letra da lei alude apenas aos casos em que eista pluralidade de fundamentosda acção ou da defesa. +pesar disso, tamb8m encontram sustentação no preceito

os casos em que na acção ou na defesa tenha sido apresentado um 6nicofundamento que foi julgado improcedente, sendo, ainda assim, a acção decididafa!ora!elmente a essa parte com argumentos oficiosamente apreciados.

 Heste caso, na e!entualidade de ser interposto recurso, a parte a quem a decisãofinal foi fa!or5!el tem legitimidade para recorrer. Qas não pode ser negada a

 possibilidade de enertar no recurso e!entualmente interposto pela parte o 6nicofundamento em que sustentoi a sua pretensão ou a defesa, a fim de se proteger contrauma e!entual resposta contr5ria dada pelo tribunal a quem 3 argumentaçãooficiosamente aplicada na fundamentação da decisão recorrida.

637º - 9odo de interposi#$o do recurso

1.  Ho requerimento de interposição recorrente de!e identificar a esp8cie, oefeito e o modo de subida do recurso, ainda que tais menções não !inculem otribunal ad quem "%-&'#).

 Hos casos que constituem ecepções 3 recorribilidade das decisões "%($&'( a), c)e d)), na re!ista de decisões interlocutórias "%A&'(), no recurso de re!ista ecepcional"%A(&) e no recurso etraordin5rio para u de j "%??&), de!erão ser indicados, nas

conclusões os moti!os que le!aram o tribunal a admiti@lo.

+ indicação da esp8cie fa2ia mais sentido num sistema dualista, no qualeistiam, para al8m da apelação e da re!ista, os agra!os "agra!o e agra!o em (MinstEncia), no actual sistema monista isto perde o interesse, só fa2endo sentido paraqualificar recurso per saltum para o 10G "%A?&) ou algum dos recursos etraordin5rios.

Qaior pertin4ncia tem a indicação do efeito e do modo de subida "%-#& e ss, %A#&e %A%&). +inda assim, o e!entual erro na indicação dos efeitos ou do regime de subidade!e ser oficiosamente corrigido pelo tribunal a quo "%-&) ou pelo 01 "%#(&' a), %#/& e

%#-&).

>e!e admitir@se a sempre a correcção de !cios ou omissões puramente formaisquando os mesmos não sejam imput5!eis a dolo ou culpa gra!e e sempre que acorrecção não implique preju2o para o regular andamento da causa "-%&'().

O requerimento de interposição 8 apresentado no tribunal recorrido, onde ser5integralmente tramitada a fase preparatória. 9 se a parte contr5ria ti!er mandat5rio, estede!er5 ser directamente notificado "((& e (##&).

2. 1ituações em relação 3s quais se eige a indicação do fundamento especfico

 para recurso:

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a) -uando o recorrente invoque a violação de regras so!re competênciaa!soluta em acção cujo valor seja inferior ao da alçada do tri!unal ou emque a sucum!ência seja menos de metade desta /01230 a445 a certificaçãoda eist4ncia ou da falta do pressuposto de recorribilidade bastar5, se for e!idente a aus4ncia deste o jui2 a quo de!e rejeitar logo o recurso "%-&'(a))*

 b) -uando se invoca ofensa de caso julgado em acções cuja sucum!êncianão admita recurso /01230 a445

• =asos em que a decisão est5 em contrariedade com decisão proferida

no próprio processo – basta a alegação disto que ser5 sujeita 3imediata !erificação pelo jui2*

• =asos em que o caso julgado tem por refer4ncia decisão proferida

noutro processo – tem de ser ter certidão da decisão que permita

estabelecer de imediato o confronto para efeitos de admissibilidadedo recurso*

c) 6asos em que nem a alçada nem a sucum!ência permitem a ida a recurso,mas se invoque a contradição entre a decisão tomada pelo tri!unal a quo e

 jurisprudência uniformizada do #$% /01230 c4458 requisito formal dorequerimento a enunciação da questão e a alusão 3 jurisprud4nciauniformi2adora, sendo necess5rio ainda que se junte cópia, mesmo que nãocertificada, do acórdão@fundamento transitado em julgado*

d)  (ecurso de revista a que alude o /01230 d4 ou o recurso de revistaecepcional do /70238 c4, sustentados em contradição entre o ac'rdãorecorrido da (elação e outro ac'rdão dessa ou de outra (elação oi do

 #upremo45 necess5ria a indicação da questão jurdica que foi resol!idacontraditoriamente e imprescind!el a apresentação de cópia, ainda que nãocertificada, do acórdão@fundamento transitado em julgado, sem a qual orecurso de!e ser rejeitado "o mesmo acontece nos casos do %A(&' a) e b)).

3. +lgumas situações não cobertas por lei epressa aconselham que orecorrente apresente justificações de outra nature2a "e. %/&'(), podem

ainda justificar@se eplicações e elementos adicionais quando decorra dosautos que se encontra esgotado o pra2o para a interposição de recurso,dependendo a sua admissibilidade de uma situação de justo impedimento ouda enunciação dos e!entos que eplicam a tempesti!idade "só recebi anotificação da decisão no dia ).

!. =om o requerimento de interposição de recurso de!em ser juntas asrespecti!as alegações, sendo o pra2o de /< dias "redu2ido para # nos casosdo %--&'( e %AA&), acrescido de < dias, quando no recurso de apelação, se

impugne a decisão de mat8ria de facto assente em pro!a gra!ada.

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9ssa necessidade de inserção das alegações no requerimento de recurso !eiofa2er diferença, redu2indo os recursos infundados, promo!endo@se assim, sem custos

 para a segurança jurdica, a redução de duração m8dia dos processos entre o momentoda interposição da acção e aquele em que a decisão final transita em julgado.

". O requerimento e as alegações poderão re!elar os seguintes elementos:

• Jndicação da esp8cie, efeito e modo de subida "%/A&')*• 9nunciação do fundamente especfico de recorribilidade quando este não

dependa do !alor da causa ou da sucumb4ncia "%/A&'()*• Restrição subjecti!a ou objecti!a do recurso no requerimento "%/#&' e ()

ou nas alegações "%/#&'/)*• Requerimento para a atribuição de efeitos suspensi!o 3 apelação

"%-A&'-)*• Gustificação da legitimidade etraordin5ria para recorrer "%/&'()*• Jn!ocação de algum moti!o que impeça o conhecimento imediato do

recurso*• Requerimento para que se proceda ao julgamento ampliado de re!ista

"%?%&)*• 1ubscrição das alegações pelo comparte não recorrente "%/-&'/)*• 0ranscrição facultati!a dos depoimentos gra!ados, na apelação "%-<&'(

a))*• Gunção de documentos e pareceres "%#&)*• Jndicação das peças que de!em instruir o apenso quando o recurso suba

em separado "%-%&)*• Jmpugnação de decisões interlocutórias que não admitam recurso

autónomo "%--&'/)*• Requerimento de recurso per saltum para o 10G "%A?&')*• =ompro!ação do pagamento da taa de justiça "%-(&)*• =ompro!ação da notificação 3 parte contr5ria do requerimento e das

alegações ou declaração da sua efecti!ação por meios electrónicos*• 1ubscrição das alegações por ad!ogado.

63(º - Pra:os

1. + ampliação do pra2o geral de interposição para /< dias justifica@se pelofacto de ter sido concentrada a apresentação do requerimento e dasrespecti!as alegações.

 (ecurso de decisões de 89 inst:ncia5

a) 7ra2o geral de /< dias, aplic5!el a recursos das decisões que ponham termoao processoi o incidente processado autonomamente e dos despachossaneadores que, sem porem termo ao processo, decidam do m8rito da causa

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ou absol!am da instEncia um r8u ou alguns dos r8us quanto a algum oualguns dos pedidos "%/?&' e %--&')*

 b) # dias nos recursos intercalares pre!isto no %--&'(*

c) O pra2o 8 de # dias nos recursos de apelação interpostos no Embito de processos urgentes "como as pro!id4ncia cautelares /%/&)*

d) Cuando tenha por objecto a impugnação de pro!a gra!ada, acrescem < dias"%/?&'A)*

e) O recorrido beneficia de id4ntico pra2o concedido ao requerente para contra@alegar "%/?&'#)*

f) 9iste ainda a possibilidade de acrescer ao pra2o / dias "/$&'#), mediante o

 pagamento de multa*

g) 1endo !5rios os recorridos ou os recorrentes, o pra2o para apresentação dasrespecti!as alegações ou contra@alegações 8 o mesmo "%/?&'$)*

 (ecursos em 09 inst:ncia5

a) 7ra2o normal 8 de /< dias quando estamos perante recursos de re!istainterpostos dos acórdãos da Relação que conheçam do m8rito ou que

 ponham termo total ou parcial ao processo, absol!endo da instEncia o r8 oualgum dos r8us quanto ao pedido ou recon!enção "%/?&')*

 b) O pra2o 8 redu2ido para # dias nos recursos de re!ista interpostos no Embitode processos urgentes e nos interpostos de acórdãos intercalares pre!istos no%AA& "%/?&'), a que acrescem os recursos de acórdão interlocutórios quemantenham interesse para o recorrente, apesar de não ser interposto recursodo acórdão final da Relação "%A&'-).

2. + contagem do pra2o inicia@se com a notificação da decisão, seja esta

comunicada por escrito ou oralmente proferida perante a parte que est5 presente, sem embargo das situações particulares em que a parte re!el tenhafeito cessar a re!elia antes do terminus do pra2o para interposição dorecurso, caso em que ser5 notificada da decisão, contando@se, a partir deentão o pra2o por inteiro "%/?&'().

=asos em que a decisão 8 oralmente proferida no Embito de dilig4ncia para aqual a parte foi notificada, iniciando@se o pra2o a partir da publicação da decisão, semnecessidade de notificação. 0rata@se de co@responsabili2ar a parte, le!ando@a a tomar a

iniciati!a de aceder a uma decisão que lhe di2 respeito e que foi proferida em acto deque antecipadamente te!e conhecimento.

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7ara todos os casos em que não tenha de fa2er@se a notificação, o pra2o parainterposição de recurso inicia@se a partir do conhecimento da decisão.

3. + interposição de recurso de!e ser directamente notificada 3 contra parte, beneficiando esta do mesmo pra2o para a apresentação de contra@alegações,

a partir dessa notificação.

O conte6do das contra@alegações pode !ariar. 1ão apropriadas a integrar quaisquer objecções ligadas a pressupostos processuais do recurso, tais como, por eemplo, a etemporaneidade, sem embargo dos poderes oficiosos que sobre asreferidas questões de!e eercer o jui2 a quo ou o tribunal ad quem.

0amb8m podem l5 constar aspectos de nature2a formal ligados ao requerimentode interposição de recurso ou 3s alegações, maime 3s respecti!as conclusões, ou ainda

 para o recorrido objectar quanto 3 esp8cie de recurso ou quanto ao respecti!o regime de

subida.

+s contra@alegações ligam@se 3 substEncia do recurso, assumindo o recorrido posição sobre as questões de facto ou de direito suscitadas e sobre a argumentaçãoapresentada pelo recorrente. 7odem ainda ser!ir para ampliar o recurso "%/%&), quer noque respeita 3 mat8ria de direito, quer 3 de facto ou ainda a in!ocação de nulidades dasentença.

 Hesta e!entualidade 8 concedida ao recorrente a possibilidade de responder 3mat8ria da ampliação no pra2o de # dias "%/?&'?).

+ falta de alegações determina o indeferimento do recurso, a falta deapresentação de contra@alegações não produ2 qualquer efeito processual imediato. Hãoh5, sem sede de recurso re!elia operante.

9m qualquer caso, haja ou não contra@alegações, cumprir5 ao 01 decidir com base nos argumentos de facto e de direito suscitados pelo recorrente e naqueles quesejam de apreciação oficiosa, sem que, por eemplo, seja legtimo atribuir 3 falta decontra@alegações o significado de concordEncia com a argumentação ou com a

 pretensão do requerente.

Relati!amente 3 integração jurdica o tribunal não est5 condicionado pelasalegações das partes, nem pelas posições que concretamente assumiram.

!. =om a contra alegações podem ou de!em ser juntos os seguintes elementos:

• Jmpugnação da admissibilidade ou da tempesti!idade do recurso, bem

como da legitimidade ou de qualquer outro pressuposto especfico dosrecursos "%/?&'%)*

• Jn!ocação de algum impedimento a que se conheça do m8rito do recurso

"%##&)*

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Recursos

• Jn!ocação de fundamentos da acção ou meios de defesa em que o

recorrido decaiu para acautelar a sua e!entual reapreciação "%/%&')*• +rguição de nulidades da decisão, pre!enindo a possibilidade da sua

 proced4ncia, com refleos no resultado do recurso "%/%&'()*• Jmpugnação de decisões intercalares em que o recorrido tenha ficado

!encido e de que não era admiss!el recurso autónomo "%--&'/)*• +presentação facultati!a da transcrição dos depoimentos gra!ados

"%-<&'( b))*• Gunção de documentos e de pareceres "%#&)*• Jndicação de pecas que de!em instruir o apenso quando a apelação suba

em separado "%-%&')*• 7ron6ncia quanto ao regime de subida do recurso e quanto aos seus

efeitos "%-&')*• Resposta ao requerimento de fiação de efeito suspensi!o apresentado

 pelo recorrente "%-?&'()*• 7edido de traslado para efeitos de instauração da eecução "%-$&' e

%#-&'-)*• Requerimento no sentido do recorrente prestar caução "%-$&'()*• =ompro!ação da notificação feita 3 parte contr5ria*• =ompro!ação do pagamento da taa de justiça "%-(&)*• Requerimento no sentido de o recurso de apelação ser apreciado per 

saltum pelo 10G "%A?&') ou de a re!ista ser julgada na forma ampliada"%?%&'().

". 1e ambas as partes interpuserem recursos independentes, por ambas teremdecado, a tramitação de cada recurso 8 autónoma.

0anto nesses casos como nos de interposição de recurso subordinado, não eistequalquer obst5culo a que se juntem numa 6nica peça processual di!ersos actos, desdeque relati!amente a qualquer deles se respeite o prao premptório fiado para a sua

 pr5tica.

 Ho caso de recurso subordinado, cujo pra2o de interposição e de apresentação dealegações se conta a partir da notificação da interposição do recurso principal "%//&'(),

 pode justificar@se a apresentação conjunta deste requerimento e das respecti!asalegações com as contra@alegações opostas ao recurso principal.

6. 7retendendo o recorrente impugnar a decisão de mat8ria de facto comin!ocação de meios de pro!a gra!ados, resulta do %/?&'A um acr8scimo de <dias ao pra2o geral fiado para apresentação das alegações e das contra@alegações.

O recorrente apenas poder5 beneficiar deste pra2o alargado se integrar norecurso conclusões que en!ol!am efecti!amente a impugnação da mat8ria de facto

tendo por base depoimentos gra!ados "%-<&'( a)). =aso contr5rio, ter5 de se sujeitar ao pra2o geral.

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Recursos

1e, apesar de eistir pro!a gra!ada, o recurso for apresentado al8m do pra2onormal sem ser inserida no seu objecto a impugnação da decisão de mat8ria de factocom base na reapreciação daquela pro!a, !erificar@se@5 a etemporaneidade e le!ar5 3sua rejeição.

7. 9m relação a qualquer decisão, o 6nico mecanismo que permite antecipar adata do trEnsito em julgado e estabili2ar a decisão recorrida 8 a declaração deren6ncia ao recurso "%/(&'), a eigir a colaboração da parte !encida nacausa.

63º- ;nus de alegar e 4ormular conclus/es

1. Os recursos para a Relação tanto podem en!ol!er mat8ria de direito comomat8ria de facto, sendo que os para o 10G t4m o seu objecto essencialmentedelimitado pela mat8ria de direito, sem embargo do %A-&'/ e do %?(&'/.

 Hos termos do %/$&'(, incidido o recurso sobre matéria de direito, o recorrentetem de enunciar nas alegações e sinteti2ar nas respecti!as conclusões di!ersos aspectos:

• Jndicação da norma jurdicas !ioladas*• Jndicação do sentido que de!e ser atribudo 3s normas cuja aplicação e

interpretação determinoi o resultado que pretende impugnar*• 7erante e!entual erro na determinação das normas aplic5!eis, indicar as que

de!iam ter sido aplicadas.

0amb8m se de!e aditar a estes elementos:• +rguição de nulidades da sentença pre!istas no %#&' b) a e), quando as

haja*• >elimitação do objecto do recurso "%/#&'-)*• Jndicação do especfico fundamento de recorribilidade "%/A&'().

2. >eterminados !cios que afectam a decisão da matéria de 4acto acabam muitas!e2es por reflectir !erdadeiros erros de direito que de!em ser sanados pelaRelação "oi at8 pelo 10G), mesmo oficiosamente, sem necessidade de uma

epressa declaração da parte interessada, desde que tenha acesso aos meios de pro!a enunciados pelo tribunal a quo a respeito de cada facto.

9emplos disto:

• >esconsideração de um meio de pro!a a que a lei atribui força probatória

 plena, decidindo o tribunal considerar não pro!ado o respecti!o facto:•  ou in!ersamente, quando foi considerado pro!ado um facto com recurso

eclusi!o a um meio de pro!a que a lei considere insuficiente "factos queeigem pro!a documental – /%-&' ==).

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B ainda legtimo etrair do próprio processo factos que se mosntrem pro!adosem consequ4ncia de re!elia "#%A&') ou de acordo epresso ou t5cito das partes que sejalegalmente rele!ante, o que pode decorrer do confronto entre a 7J e a contestação"#A-&).

9sta possibilidade encontra apoio no %<A&'- e #, sobre a elaboração da sentença,a qual 8 aplic5!el 3 Relação "%%/&'() e ao 10G "%A$&).

3. Cuando estejamos perante aspectos em que domina o princpio do dispositi!o,que não possa ser contornado pela !ia da oficiosidade, o ónus do recorrentedi!ide@se na apresentação tempesti!a de alegação e na formulação deconclusões.

+ moti,a#$o do recurso depende tanto do teor da decisão recorrida como doobjecti!o procurado pelo recorrente.

9m termos formais não se eige que a eposição dos fundamentos surja emforma de artigos, ainda assim 8 o correte e aconselh5!el, porque facilita ao 01 aapreensão dos reais moti!os porque de!e ser re!ogada, modificada ou anulada a decisãorecorrida.

+ falta absoluta de alegações se de conclusões le!a ao indeferimento do recursoa declarar pelo jui2 a quo "%-&'( b)).

Cuanto ao conte6do mnimo que de!e ser respeitado, a lei apenas cont8m

solução epressa relati!amente ao segmento das conclusões, sendo poss!el a emissãode despacho de aperfeiçoamento pelo relator, cujo não acatamento pode determinar arejeição do recurso.

!. Cuando haja omiss$o de conclus/es, sendo estas obrigatórias e logicamentecondicionadas pelos argumentos utili2ados nas alegações, estas são ineptas;,determinando a rejeição do recurso "%-&'( b)), sem que se justifique a prolaçãode qualquer despache de con!ite 3 sua apresentação.

O %/$&'/ em conjugação com o %-&'( b) mostra que o indeferimento do recurso 8assumido logo no tribunal a quo, sem embargo de oportuna inter!enção do tribunal adquem "%#(&' a) e %##&'.

". 7ode tamb8m acontecer que hajam conclusões deficientes, obscuras, compleaou com omissão das especificações do %/$&'(.

<onclus/es de4icientes=

• Jnsuficientes – quando não retratem todas as questões sugeridas pela

moti!ação*• =ontraditórias – quando re!elem incompatibilidades com as moti!ações*

• 9cessi!as – quando não encontrem apoio na moti!ação*

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Recursos

• Jncongruentes – quando não correspondam a proposições logicamente

adequadas 3s premissas, ou quando não haja discriminação entre amat8ria de direito e de facto.

<onclus/es o'scuras: quando se re!elem inintelig!eis, de difcil

inteligibilidade ou que não permitam ao recorrido ou ao tribunal percepcionar o que foi percorrido para atingir o resultado em !ista.

<onclus/es compleas=

• 7roliidade – quando não cumpram as eig4ncias de sinteti2ação

"%/$&')*• Jnocuidade – quando a par das !erdadeiras questões que interferem na

decisão do caso, surjam outras sem qualquer interesse ou que sejam merarepetição de argumentos anteriormente apresentados*

• 0amb8m h5 compleidade quando são tra2idas questões doitrinais e jurisprudenciais para esta parte ou quando não se respeite a regra queaponta para a necessidade de a cada conclusão corresponder uma

 proposição.

%$o indicar o re4erido no 63º>2= pode ser uma omissão total ou parcial quegera a defici4ncia.

6. +s defici4ncias !erificam@se nas moti!ações mas são mais frequentes nasconclusões.

+s conclusões de!em corresponder a fundamentos que justifiquem a alteraçãoou a anulação da decisão recorrida, fundamentos esses tradu2ido na enunciação de!erdadeiras questões de direito ou de facto, cujas respostas interfiram com o teor dadecisão recorrida, sem que se possam confundir com os argumentos de ordem

 jurisprudencial ou doitrin5ria que não de!em ultrapassas a moti!ação.

+s conclusões t4m ainda como 4un#$o delimitar o o'jecto do recurso "%/#&'/),de!endo corresponder 3 identificação clara e rigorosa daquilo que se pretende obter do01, em contraposição com aquilo que foi obtido do tribunal a quo, incluindo na parte

final o que se quer mesmo: re!ogação, anulação ou modificação da decisão recorrida.

1e para atingir o resultado declarado o tribunal a quo assentoi em determinadamoti!ação, dando respostas 3s di!ersas questões, as conclusões de!em elencar os passosfundamentais que, na prespecti!a do recorrente, de!eriam ter sido dados para atingir osobjecti!os pretendidos.

7. +inda que algumas situações eemplificadas justificassem efeitos maisgra!osos, foi adoptada uma solução que possibilita a supressão das defici4nciasatra!8s de despacho de con!ite a aperfeiçoamento "%/$&'/ e %#(&'/ a)).

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Recursos

O relator a quem o recurso seja distribudo de!e actuar por iniciati!a própria,mediante sugestão de algum dos adjuntos oi, em 6ltimo caso, em resultado dodeliberamento em confer4ncia nos termos do %#?&.

O relator de!e identificar todos os !cios que, no seu entender, ser !erificam, por 

forma a permitir que, sem margem para d6!idas, o recorrente fique ciente dos mesmos edas consequ4ncias que poderão decorrer da sua in8rcia ou do deficiente acatamento docon!ite.

+ prolação do despacho de aperfeiçoamento fica dependente do ju2o que for feito acerca da maior ou menor gra!idade das irregularidades ou incorrecções emconjugação com a efecti!a necessidade de uma no!a peça processual que respeite osrequisitos legais.

7arece adequado ainda que o jui2 atente na reacção do recorrido manifestada nas

contra@alegações, de forma a ponderar se alguma irregularidade !erificada perturboi oeerccio do contraditório.

+ correcção de!e ser apresentada no pra2o de # dias, sendo directamentenotificada ao recorrido que poder5 responder em igual pra2o "%/$&'- e #).

O conte6do do aperfeiçoamento de!e respeitar o objecto de recurso que ficoudefinido nas alegações originais, não sendo legtimo apro!eitar o con!ite aoaperfeiçoamento para alargar o seu Embito "%/#&'- V princpio da preclusão), sendo quese isto acontecer o relator de!er5 emitir um despacho de rejeição da secção que seja

ilegalmente adicionada.

(. 9antendo-se as de4ici0ncias identi4icadas, não se conhece do recurso, na parteafectada, ou seja, o !cio não se repercute necessariamente em todo o recurso.

Jsto implica tamb8m que apenas podem ser etradas consequ4ncias do nãoacatamento do con!ite se antes ti!er sido dado ao recorrente oportunidade de suprir asirregularidades e apenas com fundamento em tais irregularidades. + prolação dodespacho de aperfeiçoamento constitui para esse efeito um efecti!o de!er e não umamera faculdade para o relator.

O facto de o relator ter assinalado no despacho de con!ite a aperfeiçoamentodeterminadas irregularidade e, at8 ter indicado os efeitos da sua não supressão, nãoimplica que de!a retirar do incumprimento do despacho tais consequ4ncias.

O despacho não est5 coberto pelo efeito de caso julgado, nem se esgotam com asua prolação os poderes do jui2 na apreciação da situação e dos efeitos que de!em ser determinados.

+ssim, ao relator, se se ti!er precipitado na identificação de um determinado!cio de!e abster@se de declarar a rejeição total ou parcial do recurso.

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>epois de proferir o despacho de con!ite ao aperfeiçoamento e de analisar aactuação do recorrente e a e!entual resposta do recorrido, o relator de!e ponderar deno!o, dentro do seu prudente crit8rio e com o recurso aos princpios gerais de processoci!il, qual a solução que mais se ajusta 3 concreta situação.

. Fm e!entual despacho de aperfeiçoamento no que concerne ao recorrido podeencontrar justificação quando tenha ampliado o objecto de recurso "%/%&), paraal8m dos casos em que assuma a posição de recorrente subordinado.

9sta possibilidade decorre dos poderes conferidos ao jui2 e ainda do princpio daigualdade.

15. %/$&'# em relação ao Q7, este só recorre por imposição da lei "A(&'/) ou noscasos pre!istos na Kei OrgEnica sobre a Organi2ação, Tuncionamento e 7rocessodo 0=, não lhe sendo aplicado o %/$&, a não ser quando recorra em

representação do 9stado ou de outras pessoas ou em função de interesses dacolecti!idade.

6!5º - ;nus a cargo do recorrente &ue impugne a decis$o relati,a ? matéria de4acto

1. O preceituado no %-<& em conjugação com o que se dispõe no %%(&, permiteapreender, em traços largos, as funções atribudas 3 Relação em sede deinter!enção na decisão de mat8ria de facto.

+ possibilidade de alteração da mat8ria de facto, que antes era indicada a ttuloecepcional, acaboi por ser assumida como função normal da Relação, !erificados osrequisitos que a lei consagra.

2. Regime que agora !igora, relati!amente 3 impugnação de mat8ria de facto:

a) O recorrente de!e indicar sempre, os concretos pontos de facto que consideraincorrectamente julgados, com enunciação na moti!ação do recurso e sntese nasconclusões*

 b) Cuando a impugnação se fundar em meios de pro!a constantes do processo ou

que nele tenham sido registados, o recorrente de!e especificar aqueles que, emseu entender, determinam uma decisão di!ersa quanto a cada um dos factos*

c) Relati!amente a pontos da decisão da meteria de facto cuja impugnação sefunde, no todo ou em parte, em pro!as gra!adas, para al8m da especificaçãoobrigatória dos meios de pro!a em que o recorrente de baseie, cumpre@lheindicar com eactidão as passagens de gra!ação rele!antes e proceder, se assimo entender, 3 transcrição dos ecertos que considere oportunos*

d) Hada obsta a que o recorrente sugira 3 Relação a reno!ação da produção decertos meios de pro!a "%%(&'( a)), ou mesmo a produção de no!os meios de

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 pro!a nas situações referidas no %%(&'( b), por8m, não estamos perante umdireito potestati!o do recorrente, mas sim em face de um poder@de!er daRelação que de!e usar de acordo com a precepção que obti!er dos autos*

e) O recorrente deiar5 epressa a decisão que, no seu entender, de!e ser proferida

sobre as questões de facto impugnadas, como corol5rio da moti!açãoapresentada, tendo em conta a apreciação crtica dos meios de pro!a produ2idos*

f) +o recorrido incumbe o ónus de contra@alegar, sendo os efeitos doincumprimento disto menos acentuados dos que face ao recorrente. O facto deineistir efeito cominatório para a falta de apresentação de contra@alegações ou

 para o incumprimento das regas de forma e de substEncia e o facto de a Relaçãoter poderes de in!estigação oficiosa, determinam que sejam menos !is!eis osefeitos da sua deficiente actuação.

a. +inda assim, 8 con!eniente que o recorrido instrua as suas contra@alegações com os argumentos pertinentes etrados do modo como a!aliaos meios de pro!a produ2idos, tanto os que ficaram gra!ados, como osdemais, de!endo agir de modo semelhante ao recorrente em relação 3apresentação desses argumentos.

Cuando o recorrido tem simultaneamente a posição de recorrente, ainda que por !ia subordinada, tudo quanto se disse a respeito deste lhe 8 aplic5!el, inclusi!e no querespeita 3 rejeição parcial do recurso.

1e o recorrido pretender ampliar o Embito do recurso, no que concerne 3 decisãoda mat8ria de facto "%/%&'(), tamb8m est5 sujeito, nessa parte, aos mesmos ónus e 3smesmas consequ4ncias que anteriormente referimos quanto ao recorrente.

3. + comparação que necessariamente tem que ser feita com o disposto no %/$& ecom a obser!ação dos antecedentes legislati!os, le!am a concluir que não eiste,quanto ao recurso da decisão de mat8ria de facto, despacho de aperfeiçoamento.

B !erdade que no %-<&' se pre!4 a rejeição do recurso e no %-<&'( a) a imediatarejeição, e isto poderia suscitar d6!idas sobre uma e!entual duplicidade de situações

que se pretende regular. 0oda!ia, as mesmas significam que o efeito de rejeição não 8 precedido de qualquer despacho de aperfeiçoamento.

9sta solução 8 compreens!el e tem a sustent5@la a pressão que foi feita para quese modificasse o regime da impugnação da mat8ria de facto e se ampliassem os poderesda Relação.

+l8m disso, pretendendo o recorrente a modificação da decisão da M instEncia edirigindo uma tal pretensão ai um tribunal que nem sequer intermedioi a produção da

 pro!a, 8 compreens!el uma maior eig4ncia no que concerne 3 impugnação de mat8ria

de facto, impondo regras muito precisas.

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!. + rejeição total ou parcial de recurso respeitante 3 impugnação da decisão damat8ria de facto de!e acontecer quando:

• S5 falta de conclusões sobre a impugnação da decisão*• S5 falta da especificação nas conclusões dos concretos pontos de facto

que o recorrente considera incorrectamente julgados*• S5 falta de especificação dos concretos meios probatórios constantes do

 processo ou nele registados*• Talta de indicação eacta das passagens da gra!ação em que o recorrente

se funda*• Talta de posição epressa sobre o resultado pretendido relati!amente a

cada segmento da impugnação*• +presentação de conclusões deficientes, obscura ou compleas a tal

 ponto que a an5lise não permita concluir que se encontram preenchidos

os requisitos mnimos que tradu2am algum dos elementos referidos.

=ontudo, insista@se, quando hoi!er moti!o para rejeição do recurso, esta apenas poder5 abarcar o segmento relati!o 3 mat8ria de facto, restringindo@se, al8m disso, aos pontos em relação aos quais tenham sido desrespeitadas as referidas regras.

". 4alta de apresenta#$o de contra-alega#/es não produ2 efeitos cominatórios,de!endo a R apreciar o recurso de mat8ria de facto de acordo com os elementosque dispuser para formar a sua con!icção. 7ara tal nem sequer est5 condicionada

 pelas posições que as partes assumiram, de!endo eercer poderes de

in!estigação oficiosa que le!em, por eemplo, a considerar e ponderar outrosmeios de pro!a.

9m mat8ria de direito, nada obsta que se !alori2e processualmente a actuação dorecorrido que se manifeste atra!8s da concordEncia quanto ao que foi in!ocado pelorecorrente. 1em embargo do que se pre!4 em mat8ria de direitos indispon!eis,!erificando@se acordo das partes quanto a determinado ponto da mat8ria de facto.

6. Cuando eistirem de4ici0ncias de gra,a#$o dos depoimentos, a parte tem oónus de in!ocação da irregularidade no pra2o de < dias a contar da data em que

lhe tenha sido disponibili2ada a gra!ação "##&'-).0ratando@se de uma nulidade processual, ter5 que ser arguida autonomamente,

sendo submetida a posterior decisão do jui2 a quo, não sendo admitida a sua inserçãoimediata nas alegações de recurso.

6!1º - espaco so're o re&uerimento

1. O jui2 a quo apenas tem inter!enção depois de apresentadas as alegações econtra@alegações e, por !entura, a resposta ao e!entual recurso subordinado queseja interposto pela outra parte.

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O jui2 a quo de!e emitir despacho sobre o requerimento de interposição derecurso, admitindo@o ou rejeitando@o. 7ara o efeito cumpre conhecer, oficiosamente oumediante a iniciati!a do recorrido das questões ligadas 3 admissibilidade,designadamente a recorribilidade, a tempesti!idade, a legitimidade, a compet4ncia ou o

 patrocnio judici5rio e as circunstEncias ecepcionais do %($&'( a), c) e d).

O facto de a pron6ncia se concreti2ar quando a parte contr5ria j5 te!e a possibilidade de contra@alegar, amplia as possibilidades de uma decisão mais concreta ecompleta.

1e nada obstar 3 admissibilidade do recurso, o jui2 de!e fiar o seu efeito eordenar a subida de acordo com o respecti!o regime.

0ratando@se de recurso com subida em separado, nos termos do %-%&'(, o jui2de!e ainda !erificar se as peças que cada uma das partes indicoi para instruir o recurso

se mostram suficientes para que o 01 possa reapreciar a decisão recorrida.

1endo arguidas nulidades ou requerida a reforma da sentença, cumpre ao jui2 aoquo pronunciar@se sobre essas questões "%A&).

2. B frequente a enuncia#$o nas alega#/es de recurso de nulidades da senten#a.=om não menos frequ4ncia a arguição destas acaba por ser indeferida, e comtodo a juste2a, dado que 8 corrente confundir@se o inconformismo quanto ao teor da sentença com algum dos !cios que determinam tais nulidades. Ora:

4alta de especi4ica#$o dos 4undamentos de 4acto   – jamais podeconfundir@se com a falta de pro!a ou mesmo com a falta de consideraçãode determinados factos*

• contradi#$o entre os 4undamentos e a conclus$o e a in,oca#$o de

alegadas am'iguidades e o'scuridades da senten#a – não pode ser!ir  para justificar a discordEncia quanto ao que foi decidido*

• omiss$o de pronncia – de!e limitar@se a questões que tenham sido

alegadas ou que sejam de conhecimento oficiosa, não ser!indo asalegações para introdu2ir no!as questões que não foram submetidas aotribunal a quo*

• @ ecesso de pronncia – ao in!8s ter5 de considerar se as questões

foram ou não alegadas ou se são ou não de conhecimento oficioso*

• <ondena#$o em &uantidade ou o'jecto di,erso do pedido – de!e ser 

resultado de uma s8ria comparação entre o que consta da 7J e dasentença.

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Cuando nas alegações ou contra@alegações tenham sido inseridas as taisnulidades "%#&'-) ou quando seja formulado pedido de reforma quanto a custas emultas "%%&'/), cumpre ao jui2 pronunciar@se sobre tais questões, nos termos queconstam do %A&.

0al pode redundar no seu indeferimento, caso em que o processo subir5 deimediato, sem que a decisão seja autonomamente impugn5!el.

1e acaso o jui2 suprir a nulidade ou reformar a sentença, o despacho ter5nature2a complementar, sem necessidade de modificação do objecto de recurso na partee que se mantenha a sua pertin4ncia.

Qas, em função do decidido, pode ocorrer que o recorrente pretenda alargar orestringir o seu Embito, o que de!e fa2er no pra2o de < dias, a que se segue a e!entualresposta do recorrido.

1e em !e2 disso, o recorrente manifestar !ontade de desistir do recurso, 8 orecorrido que pode usar da faculdade de requerer a subida dos autos para que sejaapreciada a admissibilidade da alteração introdu2ida na sentença, assumindo, a partir da, a posição de recorrente.

3. O despaco de rejei#$o imediata do recurso de!e ser reser!ado para casos emque a mera leitura do requerimento e das alegações torne manifesta a aus4nciado requisito de recorribilidade da decisão.

 Hão se encontra epressamente pre!ista a possibilidade de introdução dedespacho de aperfeiçoamento destinado a solicitar ao recorrente esclarecimentos sobreaspectos de recorribilidade, designadamente quando esta dependa de determinadascondições especiais.

=ontudo, a não ser que outra norma determine efeito di!erso, não de!e ser descartada a sua admissibilidade ancorada nos princpios gerais do processo ci!il e nofacto do indeferimento do recurso, nos termos do %-&'( a), pressupor a certe2a de que adecisão não admite recurso;, o que, por !e2es, nas prescinde daqueles esclarecimentos.

+ 4alta de alega#/es ou de conclus/es impõe a rejeição imediata do recursotendo em conta o pre!isto no %-&'( b).

!. 7ressupostos processuais em mat8ria de recursos ordin5rios:

a. Aempesti,idade  – o recurso est5 sujeito a um pra2o de nature2a peremptória, cujo decurso determina a definiti!idade da decisãodecorrente da formação de caso julgado "%/?&). >ecorrido o pra2o legal

 para a sua impugnação por !ia de recurso ordin5rio ou de reclamação, o01 fica impedido de a reapreciar, de!endo por isso, rejeitar o recurso.9sta rejeição de!e ser determinada assim que no tribunal recorrido se

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!erifique a etemporaneidade, sem embargo de esse poder@de!er ser eercido tamb8m pelo tribunal ad quem*

'. Recorri'ilidade  – !erificada a irrecorribilidade "%($& e %/<&) o jui2 oi,depois, o relator de!e determinar a rejeição do recurso, sem que isso

dependa da iniciati!a da parte contr5ria*

c. Begitimidade  – muito raramente a questão se colocar5, não podendool!idar@se que, a par da legitimidade acti!a, se de!e !erificar a passi!a, aqual ter5, em geral, correspond4ncia com a contraparte no processo.+inda assim, em casos de pluralidade de autores ou de r8us, com maisfrequ4ncia se poderão !erificar condições para uma não coincid4nciatotal entre a legitimidade para a acção e a legitimidade para o recurso*

d. Interesse processual  – o interesse em agir, na prespecti!a do direito 3interposição de recurso, não poder5 deiar de se !erificar, a fim de e!itar desperdcios da acti!idade jurisdicional com questões que nãoapresentam qualquer utilidade objecti!a para o recorrente. O interesse

 processual retira@se do %--&'-, do %%<& e do %A&'-, quando referem que o pro!imento da impugnação de decisões interlocutórias eige a!erificação de um efecti!o interesse para o recorrente. Taltando o estede!e ser indeferido o recurso "%-&'( a), %#(&' b) e %##&*

e. <ompet0ncia do tri'unal ad &uem  – compet4ncia internacional, em

ra2ão da hierarquia, da mat8ria e em função do território. Hageneralidade dos casos tudo se recondu2 3 compet4ncia hier5rquica. 1emembargo de normas a!ulsas que resulte um outro regime, apenas 8conceb!el recorrer para a R de decisão de M instEncia, tal como só se

 pode aceder ao 10G em recurso de acórdãos da R, a não ser o %A?&*

4. Patroc+nio judiciário  – nos termos do -<&' b) 8 obrigatória aconstituição de ad!ogado nos recursos. =onstatada a sua falta de!e fiar@se um pra2o para a constituição do mesmo, sob pena de o recurso não ter seguimento. 7or seu lado, se não for apesentada procuração forense

dentro do pro2o que for fiado, o recurso de!e tamb8m ser rejeitado. 1eo requerimento e as alegações forem subscritas por ad!ogado sem

 poderes forenses ou se for constatada insufici4ncia ou irregularidades nomandato, o jui2 a quo ou o relator ad quem de!e fiar um pra2o para queseja suprida a falta, sob pena de ficar sem efeito tudo o que tenha sido

 praticado pelo mandat5rio.

". Cuanto ao ,alor do processo, sempre que o recurso seja interposto antes do

momento processualmente adequado para a sua fiação, ou seja, antes do

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despacho saneador "/<%&'(), o jui2 de!e fi5@lo no despacho que incida sobre orequerimento de interposição do recurso "/<%&'/).

+dmitido o recurso com fundamento em que o !alor do processo ecede aalçada do tribunal, o recorrido poder5 inda impugnar essa admissão nas contra@

alegações "%-&'#). 0oda!ia não se encontra no teto legal resposta para os casos emque o jui2, !iolando o /<%&', omita qualquer decisão do !alor da causa.

9mitida pron6ncia sobre o !alor da causa e !erificando@se que o mesmo nãocolide com a admissibilidade do recurso, o processo subir5 3 R que apreciar5 a questãose esta lhe for suscitada pela parte !encida. "%-&'/).

1e o recurso for admitido e o processo subir 3 R sem que o jui2 a quo se tenha pronunciado sobre o !alor da causa, o relator não pode deiar de de!ol!er o processo para aquele efeito, independentemente da reacção dos interessados a tal respeito. B que

em tais circunstEncias, mostra@se omitida uma dilig4ncia fundamental para apurar umdos pressupostos do recurso "recorribilidade).

+ pron6ncia sobre o !alor da causa mostra@se prejudicial relati!amente aqualquer decisão sobre o requerimento de interposição.

1endo este o regime ajustado para a interposição de recurso de decisõesinterlocutórias "/<%&'/), nenhuma ra2ão se encontra para não sujeitar os demais recursosao mesmo regime. 1e o processo ti!er prosseguido, depois do despacho saneador, oudepois da sentença nos casos do /<%&'(, sem emissão de pron6ncia sobre o !alor, de!e o

 jui2 fi5@lo ao menos no momento em que seja chamado a pronunciar@se sobre o recursointerposto.

1e, apesar das oportunidades dadas ao jui2 de M instEncia para se pronunciar sobre !alor da causa, não o fi2er, limitando@se a admitir o recurso, caber5 3 R determinar que seja superada tal omissão.

6. 1ão poico frequentes as acções em que se mant8m a possibilidade deindeferimento liminar. +inda assim, o recurso que seja interposto do despachode indeferimento, al8m de ser sempre admiss!el para a R, independentemente

do !alor em causa, obedece a uma tramitação não inteiramente coincidente comos demais.

7. 1e não hoi!er qualquer impedimento 3 admissibilidade do recurso, o jui2 de!eordenar a respecti!a subida. Cuando o recurso tenha subida em separado "%-%& e%#A&), de!e ainda 2elar pela sua correcta instrução.

+nte a e!entualidade de o jui2 reter ilegalmente a subida do recurso, di2 o %-&'%que a recação do interessado passa por apresentação de reclamação junto do 01 "%-/&).

(.  Hos casos pre!istos no %-&'/ a actuação do jui2 8 cindida em dois momentosdestintos: pronuncia sobre a admissibilidade do recurso "caso seja afirmati!a

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solicita a nomeação de ad!ogado aos ausentes, incapa2es e incertos que não seencontrem representados pelo Q7) e recebendo a resposta do recorrido, procede3 indicação da esp8cie e fiação do efeito e ordena a subida.

. >o despacho que não admita recurso, seja qual for o fundamento, o interessado

 pode reclamar "%-/&). G5 as decisões de admissão ou de indicação do efeito dorecurso não são suscept!eis de impugnação, sem embargo da posição que sobretais aspectos tenha sido assumida nas contra@alegações.

6!2º - @miss$o do pagamento de taas de justi#a

1.  Hão sendo cumprida essa obrigação, a secretaria notificar5 o faltoso para em <dias efectuar o pagamento da taa e da multa. O decurso deste pra2o sem ser compro!ado o pagamento determina o desentranhamento da alegação e

consequentemente a deserção do recurso, ou o desentranhamento da contra@alegação.

6!3º - Reclama#$o contra o inde4erimento

1.  Hos termos do %-&'( 8 suscept!el de reclamação, o despacho de não admissãode recurso, com fundamento na intempesti!idade, ilegitimidade, irrecorribilidadeou falta de alegações ou de conclusões.

O mesmo mecanismo est5 ainda pre!isto para situações em que se !erifique aretenção inde!ida de recursos que tenham sido admitidos, mas que seja negada a suaremessa "%-&'% e %-/&'-).

2. =onquanto seja apresentada junto do tribunal a quo, a reclamação 8 dirigida ao01. 7odendo o seu fundamento !ariar consoante o moti!o da rejeição ou daretenção inde!ida.

O pra2o para a apresentação 8 de < dias contados da notificação do despacho denão admissão do recurso ou de rejeição da sua remessa.

=umpre ao reclamante notificar directamente a parte contr5ria que tenha

ad!ogado constitudo, contando@se a partir dessa notificação, < dias para a resposta.

3. 1e faltarem elementos para a decisão, o relator requisit5@lo@5 ao tribunal a quo,após o que profere decisão indi!idual de improced4ncia ou de proced4ncia dareclamação, com requisição do processo ou do traslado respecti!o.

+ decisão da reclamação importa a atribuição da responsabilidade pelasrespecti!as custas.

!. O #-/&'- e o %#(&'/ admitem a possibilidade de reclamação para a confer4ncia

da decisão do relator sobre a reclamação ad!inda do tribunal inferior.

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0al como outras decisões singulares, a decisão do relator que aprecia areclamação pode ser impugnada perante a confer4ncia. +ssim acontece, naturalmente,com a decisão confirmati!a do despacho reclamado, mas tamb8m aquela que defira areclamação.

G5 o acórdão que seja proferido pela R em sede de reclamação, não admiterecurso de re!ista, uma !e2 que não se insere no Embito do %A&.

7rocedimento para a reclamação da decisão do tribunal a quo que não admita orecurso:

Reclamação para a R – distribuição pelos ju2es@desembargadores – decisãosingular do jui2@desembargador – e!entual reclamação para a confer4ncia – elaboraçãodo projecto de acórdão – prolação do acórdão que em definiti!o decide a questão daadmissibilidade ou da subida do recurso de apelação – se deferida a reclamação,

remessa do processo.

7rocedimento da reclamação de despacho do desembargador que não admitarecurso para o 10G ou que retenha a subida de recurso interposto:

Reclamação para o 10G – distribuição pelos ju2es@conselheiros – decisãosingular do jui2@conselheiro – e!entual reclamação para a confer4ncia – elaboração do

 projecto de acórdão – prolação do acórdão que em definiti!o decide a questão deadmissibilidade ou da subida do recurso de re!ista – quando deferida, 8 determinada aremessa do processo.

". 1uscitam@se d6!idas quanto ao ,alor da decis$o indi,idual do relator &ue julgue procedente a reclama#$o sem posterior inter,en#$o da con4er0ncia.

9ntão, de!emos atribuir rele!o ao preceituado no %(<&' sobre o caso julgadoformal ou considerar que a decisão singular tem car5cter pro!isório podendo ser modificada pela confer4ncia

P semelhança do que decorre do #$#&'/, relati!amente ao despacho saneador,+D defende que o mais correcto 8 considerar que, na aus4ncia de impugnação dadecisão para a confer4ncia, a decisão do relator fa2 caso julgado formal, porque:

•  Hão h5 preceito semelhante ao %?$&'( (M parte +=7=*• O facto de a tramitação da reclamação permitir uma ampla discussão,

com inter!enção da parte contr5ria "%-/&'()*• O teor da norma do %-&'# que confere !alor pro!isório ao despacho de

admissão do recurso, apenas se reportar 3 decisão proferida no tribunal aquo*

• + necessidade de se operar uma distinção entre a decisão pro!isória do

relator quando, na fase liminar, se pronuncia genericamente sobre a

admissibilidade do recurso, da proferida no Embito da reclamação dotada

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Recursos

de contraditório e que incide sobre uma primiti!a decisão de nãoadmissão do recurso proferido pelo tribunal a quo*

• Re!elar@se incon!eniente a e!entual eist4ncia de decisões contraditórias

sobre uma questão cujos contornos f5cticos e jurdicos se mant4min!ari5!eis e que j5 foi objecto de pron6ncia especfica.

+ decisão que incide sobre a reclamação fica sujeita 3 regra geral do %(<&',sobre o caso julgado formal.

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pela#$o

Interposi#$o e e4eitos do recurso

6!!º - pela#/es autCnomas

1. Jndependentemente de a decisão incidir sobre o m8rito ou questões formais, asua impugnação segue as regras unit5rias pre!istas para a apelação "j5 não h5agra!o).

Toi estabelecido tamb8m um elenco de decisões intercalares que admitemrecurso imediato, relegando a impugnação das demais para momento ulterior.

 Decisões suscept"veis de recurso imediato – as que põem termo ao processo, procedimento cautelar ou incidente autónomo "%--&' a)), os despachos saneadoresreferidos na b) e as decisões tipificadas no %--&'(.

 Decisões não suscept"veis de recurso imediato ; as restantes decisões,independentemente da sua nature2a, sendo que apenas podem ser impugnadas

 juntamente com o recurso de decisão final "%--&'/), ou se este não eistir e se aimpugnação ti!er interesse autónomo para a partes, em recuso 6nico a interpor depoisde a mesma transitar em julgado "%--&'-).

 <ota5 O %--& apenas se limita a distinguir as decisões sujeitas a recurso imediatoou não, ser5 sempre necess5rio !erificar as outras normas que definem a recorribilidadede uma decisão "%($&' e %/<&'().

0. Decisões que ponham termo à causa

>ecisões cujo efeito seja a etinção total da instEncia "(AA&), como por eemplo:

• >espacho de indeferimento liminar*• >espacho a!ulso que declara a absol!ição da instEncia ou qualquer outra

forma de etinção da instEncia "deserção, homologação de confissão,desist4ncia ou transacção, declaração de inutilidade ou deimpossibilidade super!eniente da lide)*

• >espacho saneador que, por ra2ões de m8rito ou forma, põe termo ao processo*

• 1entença.

7ra2o – /< dias "%/?&'), ou # dias nos processos urgentes "pro!id4nciascautelares, insol!4ncia, tutela urgente da personalidade). 7odem acrescer@se mais <dias se ti!er por objecto impugnação da decisão de facto com base em pro!a gra!ada"%/?&'A).

1ubida – nos próprios autos "%-#&' a)).

9feito – meramente de!oluti!o "%-A&') em regra.

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Recursos

Guntamente com a decisão final podem ser impugnadas decisões interlocutóriasem relação Ps quais não esteja pre!ista a possibilidade de apelação autónoma "%--&'/).

1em embrago da sua inclusão no %--&' b) ou (, estão ecludas do Embito do%--&' a) as decisões de etinção de instEncia meramente parcial "absol!ição de uma só

comparte, absol!ição parcial da instEncia, rejeição de um pedido alternati!o, subsidi5rioou cumulati!o), uma !e2 que não se põe termo 3 causa.

3.  Decisões que ponham termo a procedimento cautelar 

>aqui se eclui as que tenham como efeito a etinção das pro!id4ncias j5decretadas que estão no %--&'( g).

• >espacho de indeferimento liminar:o 1empre recorr!el, independentemente do !alor da causa "%($&'/

c))*o 9st5 sujeito a despacho de admissão "%-&'A) para jui2 a!aliar se

h5 lugar a contraditório ou não*o  Hature2a urgente "/%/&), pra2o de # dias "%/?&')*o 1obe nos próprios autos "%-#&' d))*o 9feito suspensi!o "%-A&'/ d))*

• >ecisão que decreta a pro!id4ncia:o 1obe em separado "%-#&'()*o 9feito meramente de!oluti!o "%-A&'), em regra, o que permite

que a decisão cautelar produ2a de imediato efeitos*o + fiação de efeito suspensi!o depende da alegação e pro!a de

 preju2o consider5!el decorrente da eecução da medida cautelar e da prestação de caução "%-A&'-)*

• >ecisão que não decreta a pro!id4ncia:o Recurso sobe no próprio procedimento "%-#&' d))*o 9feito suspensi!o "%-A&'/ d))*o Cuando não h5 lugar a contraditório pr8!io ou quando haja

dispensa deste, o requerimento e as alegações de!em ser 

submetidas de imediato a apreciação judicial, em !e2 de seremdirectamente notificadas 3 parte contr5ria "para e!itar que orequerido saiba que decorre o processo cautelar)*

• >ecisão relati!a a in!ersão do contencioso:o >eferimento – impugnação de!e ser integrada no recurso da

decisão cautelar "/A<&' e /A(&'()*o Jndeferimento – irrecorr!el "/A<&').

7ara todas estas decisões !er os pressupostos gerais de recorribilidade.

7ra2o – # dias "%/?&') com acr8scimo de < no caso do %/?&'A.

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Recursos

7ra2o – /< dias "%/?&').

Qodo de subida – em separado "%-#&'().

9feito – em regra meramente de!oluti!o "%-A&'). Ner %--&'/.

7.  Despacho que aprecie o incidente de impedimento do juiz oposto por algumadas partes

>ecisão que indeferi o incidente admite sempre recurso para o tribunal superior "%&'#), sem depender de mais nada.

>ecisão que defira o incidente est5 sujeita ao condicionalismo geral darecorribilidade.

7ra2o – # dias "%/?&').

Qodo de subida – em separado "%-#&'().

9feito @ em regra meramente de!oluti!o "%-A&').

(.  Decisão que aprecie a competência a!soluta do tri!unal 

=ompet4ncia relati!a 8 apreciada pela reclamação para o presidente da Relação"<#&'-) ou do 10G "%#(&'#).

Jndiferente qual o sentido da decisão, se 8 competente ou não, 8 at8 abrangida,

 pelo preceito, a situação em que o jui2 omita decisão sobre a ecepção deincompet4ncia e quando a incompet4ncia 8 apenas em relação a uma parte do objecto ouimplica com apenas algum dos di!ersos compartes.

Tundamento da impugnação ser5 a !iolação de normas relati!amente 3nacionalidade, mat8ria ou hierarquia.

Recurso 8 sempre admiss!el, independentemente do !alor da causa ou dasucumb4ncia "%($&'( a)).

7ra2o – # dias "%/?&').

1ubida – sobe nos próprios autos se a decisão ti!er posto termo ao processo"%-#&'), subindo em separado nos demais casos "%-#&'().

9feito – em regra meramente de!oluti!o "%-A&').

.  Decisão que ordene a suspensão da inst:ncia

Cuando h5 suspensão ficam limitados os actos que se podem !alidamente praticar no processo "(A#&').

B recurso autónomo porque h5 necessidade de clarificar a questão quedeterminoi a suspensão, com nature2a prejudicial relati!amente ao prosseguimento

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Recursos

normal da tramitação, desde que se !erifiquem os demais pressupostos darecorribilidade.

7ra2o – # dias "%/?&').

1ubida – nos próprios autos "%-#&' b)).9feito – efeito suspensi!o do processo "%-A&'().

+ decisão que indefira a suspensão requerida 8 impugn5!el nos termos do%--&'/, a não ser que se re!ele absolutamente in6til nos termos do %--&'( h).

15. Despacho de admissão ou rejeição de articulados ou meios de prova

=asos em que o jui2 admita ou rejeite um rol de testemunhas ou a aditamento ousubstituição desse rol, defira ou indefira a reali2ação de uma percia ou inspecção

 judicial, admita ou manda desentranhar determinados documentos, ou defira ou indefiraa requisição de documentos ou a obtenção de informações em poder da outra parte oude terceiros e decisões que admitam ou rejeitem algum articulado.

B de recurso imediato uma !e2 que assim se pre!ine o risco de anulação do processado, para ponderação ou não ponderação dos meios de pro!a ou dos articuladosrejeitados ou admitidos.

7ra2o – # dias "%/?&').

1ubida – em separado "%-#&'().

9feito – em regra, meramente de!oluti!o "%-A&').

Os trEmites processuais ou dilig4ncias anteriores ficam sujeitos 3s !icissitudesdo que !ier a ser decidido: se for confirmada a decisão recorrida, serão integralmenterespeitados* sendo re!ogada, proceder@se@5, conforme os casos, 3 in!alidação edesconsideração dos actos de produção de pro!a inde!idamente eecutados, 3 produçãodois meios de pro!a prejudicados pela rejeição, 3 ponderação do articulado rejeitado ou3 eclusão do articulado admitido.

11. Decisão que aplique multa ou outra sanção processual 

 Hão pretende abarcar qualquer decisão que condene no cumprimento de umaobrigação pecuni5ria, só os casos de multa ou sanção processual.

+plica@se na condenação de indemni2ação por litigEncia de m5 f8.

 Hos casos que seja aplicada multa, 3 admissibilidade imediata do recurso presideo interesse na efecti!idade dessa decisão, como refleo do incumprimento de de!eres oude ónus processuais.

 Hos demais casos a interposição de recurso tem como objecti!o a reponderaçãodos efeitos sancionatórios declarados.

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Recursos

9m qualquer dos casos quando não haja interposição de recurso, determina adefiniti!idade da decisão.

O 6nico objecti!o deste preceito 8 o de tipificar as decisões que são impugn5!eisem recurso autónomo, reunidos que estejam os mais pressupostos objecti!os e

subjecti!os.

7or conseguinte, apenas se admite recurso das decisões que apliquem multa ousanção cujo !alor eceda metade do !alor da alçada do tribunal de M instEncia e que,al8m disso, sejam proferidas em processo cujo !alor eceda a alçada desse tribunal, comecepção das multas aplicadas ao abrigo da litigEncia de m5 f8, que o recurso 8independente do respecti!o !alor.

7ra2o – # dias "%/?&').

1ubida – separado "%-#&'().9feito – suspensi!o da decisão "%-A&'/ e)).

12. Decisão que ordene o cancelamento de qualquer registo

O recurso imediato !isa garantir a estabili2ação da decisão que ordene ocancelamento de registo, de modo a produ2ir efeitos internos ou eternos,designadamente os que decorrem das presunções associadas ao registo.

 Hecessidade da !erificação dos outros pressupostos de recorribilidade.

7ra2o de # dias "%/?&').

1ubida – separado "%-#&'().

9feito – suspensi!o da decisão "%-A&'/ e)).

13. Decisões proferidas depois da decisão final da acção, do procedimento ou doincidente

9ntre tais decisões conta@se a que determina o le!antamento da pro!id4ncia com

fundamento na sua caducidade ou etinção do procedimento cautelar "/A/&'/), ou a queadmita ou rejeite a substituição da pro!id4ncia por caução "/%?&'/ / /A/&'().

0amb8m re!ogação de pro!id4ncia ou redução dos seus limites na sequ4ncia deoposição "/A(&' b) e /).

Recurso sobe em separado "%-#&'() e em regra, tem efeito meramente de!oluti!o"%-A&'), o que significa que o le!antamento total ou parcial da pro!id4ncia se produ2de imediato, a não ser que seja paralisado pela e!entual atribuição de efeito suspensi!osolicitado pelo requerente da pro!id4ncia ao abrogo do %-A&'-. 7ra2o de # dias "%/?&')e j5 foi dito o resto.

1!. Decisão cuja impugnação com decisão final seja a!solutamente in=til 

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Recursos

7ossibilidade de interposição de recursos intercalares quando a sujeição 3 regrageral importe a absoluta inutilidade de uma decisão fa!or5!el que e!entualmente !enhaa ser obtida em sede de recurso.

O ad!8rbio absolutamente assinala bem o n!el de eig4ncia imposto pelo

legislador.

 Hão basta que a transfer4ncia da impugnação para um momento posterior comporte o risco de inutili2ação de uma parte do processado, ainda que nesta se inclua asentença final. Qais do que isso, 8 necess5rio que imediatamente se possa antecipar queo e!entual pro!imento do recurso não passar5 de uma !itória de 7irro;, sem qualquer refleo no resultado da acção ou na esfera jurdica do interessado.

Nerificada a inutilidade absoluta da impugnação que seja relegada para momentoulterior, de!e ser interposto recurso, a fim de e!itar a formação de caso julgado da

concreta decisão.

7ra2o 8 de # dias "%/?&').

1ubida em separado "%-#&'() e em regra, efeito meramente de!oluti!o "%-A&'),não estando por isso fechada a possibilidade de ser reclamado o efeito suspensi!o, casoa eecução da decisão dor causa de preju2o consider5!el nos termos do %-A&'-.

1". <os demais casos epressamente previstos na lei 

 Hormas dispersas no =7= ou em diplomas a!ulsos.

16. Decisões intercalares que, reunindo os pressupostos gerais da recorri!ilidade,não admitam recurso intercalar

1ó podem ser impugnadas no Embito do recurso que e!entualmente sejainterposto do despacho saneador o da decisão final do processo de acordo como o%--&'/ ou nas condições do %--&'-.

9emplos:

• >ecisão que indefira a suspensão da instEncia*• >espacho que defira ou indefira a arguição de nulidade da citação*• >ecisão que defira ou indefira requerimento de alteração do pedido ou

causa de pedir*• >espacho saneador que, fora dos casos do %--&' b), julgue alguma

ecepção dilatória, sem que dele resulte a absol!ição total ou parcial daisntEncia.

+ impugnação diferida pressupõe a !erificação, relati!amente 3 concretadecisão, de todos os pressupostos de recorribilidade. + 6nica especificidade tradu2@se na

falta de autonomia e no facto de o decurso do pra2o normal do recurso não determinar oefeito de trEnsito em julgado.

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Recursos

+ impugnação de decisão interlocutória pode constitui o 6nico mecanismo capa2de determinar a anulação ou re!ogação da decisão final, casos em que a impugnaçãodesta, em !e2 de se fundar em !cios intrnsecos, pode ser sustentada na impugnação dedecisão interlocutória com função instrumental e prejudicial relati!amente ao resultadofinal.

7ara efeitos do %--&'/, são insuscept!eis de integrar o recurso que !enha a ser interposto da decisão final as impugnações de despachos de mero epediente ou

 proferidas no eerccio legal de poderes discricion5rios "%/<&').

>espachos de nature2a instrumental proferidos ao abrigo dos poderes desimplificação e agili2ação processual e de adequação formal, a sua impugnação 8condicionada pela !iolação dos princpios mencionados no %/<&'(.

+s nulidades que não se recondu2am a alguma das situações do %#&' b) a e),

estão sujeitas a um regime de arguição que 8 incompat!el com a sua in!ocação apenasno recurso a interpor da decisão final. + impugnação que neste recurso se e!entualmentese possa enertar de!e restringir@se 3s decisões que tenham sido proferidas sobrearguições oportunamente dedu2idas com base na omissão de certo acto, na pr5tica deoutro que a lei não admita ou na pr5tica irregular de acto que a lei pre!ia.

7ara +D a instabilidade da instEncia 8 agora bem superior 3 que decorria doregime anterior a (<<A. Fma !e2 que sobre as decisões intercalares não includas no%--&'( não se forma caso julgado, a parte !encida pode suscitar no recurso de decisãofinal todo o g8nero de questões relati!amente 3s quais tenha ficado !encida, na tentati!a

de contrariar os efeitos da decisão substancial em que decaiu.

17. O %--&'- est5 a admitir num recurso autónomo a impugnação de todas asdecisões intercalares de que não foi poss!el recorrer anteriormente.

B condição b5sica para a apresentação de recurso a manutenção do interesse dorecorrente na referida impugnação, após ser confrontado com a decisão que põe termoao processo, o que supõe a !erificação de uma utilidade efecti!a da inter!enção do 01.

+ssim, sem embargo da ra2ão que por!entura assista 3 parte, relati!amente a

determinadas decisões interlocutórias, se for declarada !encedora na acção não se!erificar5, em regra, interesse na impugnação de tais decisões que, na pr5tica, eercemuma mera função instrumental. Taltando@lhe, nessa e!entualidade legitimidade paraimpugnar a decisão principal, carecer5 tamb8m de interesse processual quanto 3impugnação de anteriores decisões.

Qais frequentes são os casos de aus4ncia de interesse na impugnação dedecisões intercalares quando a parte !encida na acção nem sequer interponha recurso dadecisão final. Hão sendo impugnada esta decisão, !edado lhe estar5 a solicitar areapreciação de decisões que tenham sido consumidas pelo resultado fina, depois de

terem desempenhado para a decisão uma função meramente instrumental.

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Recursos

9m ambos os casos a impugnação autónoma carecer5, pois, da confirmação daeist4ncia de interesse efecti!o e objecti!o, nos termos anteriormente referidos.

 Houtros casos, certas decisões intercalares apresentam autonomia. >esde quealgum interesse legtimo ad!enha para a parte da re!ogação, alteração ou anulação da

decisão intercalar, estão reunidas as condições para a interposição de recurso autónomo,!erificados os mais requisitos legais.

Fma !e2 que não 8 especificamente assinalado no %/?&', o recurso que for interposto est5 submetido em regra ao pra2o geral de /< dias.

1obe em separado "%-#&'() e em princpio com efeito meramente de!oluti!o"%-A&').

1(. 9iste uma outra possibilidade de impugnação de decisões intercalares do %/%&

que trata da ampliação do objecto do recurso por iniciati!a do recorrido.1endo interposto recurso da decisão final, a parte !encedora poder5 suscitar nas

contra@alegações questões que tenha decado. 0al norma dirige@se especificamente aoscasos em que o decaimento emerge da própria decisão que 8 objecto de recurso.

Qas nenhuma ra2ão eiste para que fiquem afastadas do ónus de ampliaçãoconferido ao recorrido as decisões em que tenha ficado !encido e que hajam sido

 proferidas ao longo do processo, mas relati!amente 3s quais lhe este!e !edada ainterposição de recurso, por não se integrarem no elenco do %--&'(.

7ara al8m da !erificação dos moti!os de ordem racional, a possibilidade de orecorrido impugnar decisões intercalares em que tenha ficado !encido e cujo resultado

 pode concorrer para a manutenção da decisão final que lhe tenha sido fa!or5!elencontra ainda apoio no princpio da igualdade.

6!"º - 9odo de su'ida

1. Jndependentemente do conte6do formal ou substancial da decis$o que ponhatermo ao processo, o recurso so'e sempre nos prCprios autos.

9tinta a instEncia nenhum interesse eiste em que o processo se mantenha notribunal a quo, podendo ser remetido ao ad quem, sem necessidade de traslado.

O mesmo acontece quando a decisão determine a suspensão da instEncia, j5 quequando isto acontece apenas se podem praticar actos urgentes destinados a e!itar danoirrepar5!el "(A#&' e !er / situações que podem ser earadas nos autos remetidos para o01), tamb8m não se !4 qualquer interesse em cindir o processo, sendo mais efica2 asubida nos próprios autos.

 Ho que concerne aos incidentes processados por apenso "embargos de terceiro

ou habilitação) tamb8m se compreende a subida no próprio apenso do recursointerposto.

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Recursos

Relati!amente 3s decisões que indefiram liminarmente ou que não decretem pro!id4ncia cautelar, tamb8m sobem nos autos, ao in!8s dos demais recursos quesubirão separadamente atenta a necessidade de no tribunal a quo prosseguir a normaltramitação dos autos.

2. Cuanto 3s demais decisões – decisões que sejam imediatamente recorr!eis – os recursos sobem em separado "%-%&'(). 1e forem di!ersos recursos forma@se um 6nico apenso "%-%&'/).

Ticando o processo principal no tribunal a quo, ter5 de se instruir o apenso dorecurso com certidão de peças processuais cujo teor se re!ele fundamental para aapreciação.

+ssim, sem preju2o da e!entual junção de documentos com os limites do %#&,cada uma das partes de!e indicar no final das alegações ou contra@alegações as peças do

 processo de que pretende certidão ou que tenham id4ntico !alor nos termos do %-%&' e(.

O apenso 8 depois remetido ao 01 cujo relator poder5 ainda determinar a junçãode quaisquer outros que se tornem necess5rios "%#(&' d)).

3.  Hão eiste no actual regime recurso cuja subida fique retida.

+ decisão 8 ou não imediatamente recorr!el "%--&). Ocorrendo a e!entual eilegal retenção de algum recurso, cabe ao interessa a pertinente reclamação para o 0R 

"%-&'%, %-/&'-).6!6º - Instru#$o do recurso com su'ida em separado

1. O ónus de instrução do recurso com subida em separado recai, em primeira linhasobre o recorrente, mas o recorrido não pode ficar indiferente, porque lheinteressar5 a junção de certidão de outras peças processuais ou documentos.

+s partes de!em indicar nas alegações ou contra@alegações as peças cujacertidão pretendem.

O tribunal tamb8m não pode ficar alheio a isto, sendo que, apesar de não eistir uma norma epressa como anteriormente, tem o de!er de suprir lacunas de instrução"tanto o tribunal a quo como o ad quem – %#(&' d)).

 Ho despacho de admissão do recurso e de remessa do apenso ao 01 "%-&'), o jui2 de!e incluir as pertinentes certidões "!er %-%&'/).

Fma !e2 no 01, o relator de!e ordenar as dilig4ncias necess5rias nos termos do%#(&' d), sem embargo das sugestões dos adjuntos "%#?&), trata@se de um passofundamental para e!itar decisões precipitadas.

6!7º - E4eitos da apela#$o

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Recursos

1. + regra geral 8 de que a apelação tem efeito meramente de!oluti!o, permitindo a produção de efeitos jurdicos imediatos ou a eecução da decisão nos termos do"A<-&).

2. 9istem, no entanto ecepções e o que se pretendeu foi instituir um ra2o5!el

equilbrio entre os interesses da celeridade e da segurança jurdica.

 Hão se identificam agora de forma eplcita os casos em que a suspensão afectaa marcha processual. Referindo o %-A&'( que a suspensão do processo ocorre nos casos

 pre!istos na lei, não se encontra preceito algum que directamente d4 seguimento a tal pre!isão.

1er5 pois, pela an5lise casustica que de!er5 aferir@se quando a suspensãoimplica com a própria marcha do processo ou quando se limita a impedir a produção deefeitos da decisão recorrida.

O efeito suspensi!o da decisão est5 especialmente pre!isto para as situações do%-A&'/ "sem embargo do %-$&'().

3. + apelação tem efeito suspensi!o:

 Decisão que ponha termo ao processo em acções so!re o estado das pessoas

Jsto impede a produção de efeitos jurdicos enquanto a decisão não transitar em julgado.

9emplos: acções de di!órcio, impugnação ou reconhecimento da paternidadeou maternidade, adopção, tutela, interdição ou inabilitação.

Qas pode acontecer que uma acção desse tipo se cumule com outras, por eemplo, com atribuição da morada de famlia "A$/&) ou fiação de direito a alimento"###&'().

Cuando o recurso incida sobre as mat8rias que não t4m a !er com o estado das pessoas, em regra, o efeito ser5 meramente de!oluti!o, sendo as consequ4ncias:

• 7rodução de efeitos definiti!os do segmento decisório relati!o ao estado

das pessoas, por força do caso julgado*• 7ossibilidade de eecução pro!isória da decisão na parte em que o

recurso seja admitido, como mero efeito de!oluti!o nos termos do A<-&.

G5 se o recurso incidir sobre todos os segmentos decisórios da sentença, sendoin!i5!el atribuir uma duplicidade de efeitos, este seguir5 com efeito suspensi!o, semembargo do recorrido requerer a prestação de caução na parte respeitante ao segmentoque não implique directamente a questão de estado "%-$&'().

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Recursos

 Decisão que ponha termo ao processo em acção em que se aprecia a validade,su!sistência ou cessação de contrato de arrendamento ou que respeite à posse ou

 propriedade da casa de ha!itação

+ remissão feita para o %($&'/ apenas fa2 sentido no que concerne 3s acções a

que se alude na a).

O preceito não se dirige unicamente 3s acções de despejo, mas a toda e qualquer acção em que, por iniciati!a do autor ou do r8u, se discuta a !alidade, subsist4ncia oucessação do contrato de arrendamento.

+s apelações de decisões que ponham termo ao processo em acções respeitantes3 posse ou propriedade de casa de habitação, tamb8m t4m efeito suspensi!o – protecçãoreforçada dos interesses em causa.

G5 obedecem 3 regra geral, efeito meramente de!oluti!o, os recursos de decisõesfinais no Embito de acções a que esteja subjacente contrato de arrendamento parahabitação não permanente ou para fins transitórios "%($&'/ a)).

 Despacho de indeferimento do incidente processado por apenso

7or eemplo o caso dos embargos de terceiro "/--&) e a habilitação "/#(&'().

Relati!amente aos embargos de terceiro, se se tratar de indeferimento liminar "/-#&), ou de rejeição "/-%&), o efeito suspensi!o não apresenta qualquer utilidade, j5que não impede que prossigam as dilig4ncias judiciais em curso no processo principal.

Cuanto 3 decisão final, passa a obedecer ao regime aplic5!el ao processo comum"/-?&').

 Despacho que indefira liminarmente ou que não ordene a providênciacautelar 

+ suspensão do efeito da apelação interposta da decisão de indeferimentoliminar da pro!id4ncia cautelar não apresenta qualquer efeito pr5tico, j5 que se mant8minalterada a situação.

+ apelação do despacho que não ordene a pro!id4ncia, tamb8m tem efeitosuspensi!o, mas nenhum efeito pr5tico se etrai de tal regime, nem sequer no procedimento de suspensão de deliberações sociais.

Reportando@se a lei apenas ao despacho que não ordene a pro!id4ncia, ficamecludos os que determinem o le!antamento ou a redução de pro!id4ncia anteriormentedecretada sem contraditório pr8!io e bem assim a que decrete o le!antamento de

 pro!id4ncia anteriormente declarada em consequ4ncia da sua caducidade ou etinção,ou da substituição de pro!id4ncia por caução.

+ssim, o recurso interposto de alguma destas decisões ter5, em regra, efeitomeramente de!oluti!o "%-A&') o que !ai fa2er com que seja efecti!a a possibilidade de

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Recursos

se produ2irem de imediato os efeitos correspondentes ao le!antamento, re!ogaçãoredução ou substituição da pro!id4ncia.

 Decisões que apliquem multas ou sanções processuais

1ó multas e sanções processuais – litigEncia de m5 f8. Decisões que tenham ordenado o cancelamento de qualquer registo

+ norma tem subjacente o rele!o atribudo ao registo, se modo que, sendoordenado o cancelamento de qualquer registo, a sua concreti2ação apenas poder5ocorrer quando esti!er estabili2ada a decisão, ou seja, quando hoi!er trEnsito em

 julgado.

 (ecursos de decisões cuja eecução cause preju"zo consider)vel 

O facto de o preceituado no %-A&'- se reportar especificamente aos efeitosdecorrentes da eecução da decisão, não significa que esteja limitado 3s obrigações

 pass!eis de cumprimento coerci!o a obter atra!8s de processo eecuti!o.

+barca@se aqui toda e qualquer decisão suscept!el de produ2ir efeitosimediatos, caso não seja atribudo ao recurso efeito suspensi!o.

+ possibilidade de ser atribudo este efeito est5 condicionada pela !erificação defactores de ordem formal e material. 0rata@se de procurar con!encer o tribunal de que asuspensão do processo ou da decisão recorrida e!itar5 o preju2o consider5!el.

O recorrente, ao requerer a suspensão, ter5 de, nas suas alegações, mostrar osfactos cuja apreciação permita a conclusão por esse tal preju2o, sendo quesimultaneamente de!e dedu2ir o incidente de prestação de caução, indicando o !alor que oferece e o modo de efecti!ação "$/& e !i $#&).

+ nature2a urgente do incidente "$#&'() e a celeridade que se quis imprimir nãosão compat!eis com a produção de outros meios de pro!a al8m dos documentais, sendoque só se admite um perito para a fiação do !alor a caucionar "%#<&').

7reju2o 8 material, mas 8 ainda necess5rio que a caução de mostre idónea, em

termos qualitati!os e quantitati!os, para compensar a paralisação dos efeitos queimediatamente poderiam ser etrados.

9m determinadas situações, como as que en!ol!em a concessão de medidas denature2a cautelar, a urg4ncia e a perman4ncia de medidas imediatamente eequ!eisnem sempre são compat!eis com a dilação que o recorrente pretende atra!8s da

 prestação de caução. Hestes casos, pode facilmente concluir@se que a prestação decaução, ainda que por!entura e!ite preju2os consider5!eis para o recorrente, não tutelasuficientemente os interesses do recorrido, que assim de!erão pre!alecer.

6!(º - Aermos a seguir no pedido de atri'ui#$o do e4eito suspensi,o

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Recursos

1. =om a etinção do efeito suspensi!o o legislador pretendeu e!itar que, a cobertoda prestação de caução, entretanto deferida, o recorrente deiasse arrastar oandamento do recurso, por isso se hoi!er paralisação da instEncia por mais de /<dias, de!e ser declarada a etinção desse efeito.

O facto de o preceito apelar a um ju2o subjecti!o de imputação da paralisação,le!a +D a crer que a etinção do efeito suspensi!o não 8 autom5tica, tendo o recorrido oónus de suscitar e in!ocar os moti!os em que funda a actuação negligente, alegação essaque ter5 de ser contraditada.

2. O que consta do %-?&'( corresponde 3 reafirmação da necessidade de ser cumprido o contraditório. "/&'/).

6!º - Araslado e eig0ncia de cau#$o

1. O traslado justifica@se nos casos em que o apelado pretenda etrair consequ4ncias imediatas da decisão pendente em recurso a que foi atribudoefeito meramente de!oluti!o.

9ssa eequibilidade est5 pre!ista no A<-&', quando a sentença condene nareali2ação de uma prestação. Qas a norma não se restringe apenas a sesses casos, j5 quea produção imediata de efeitos jurdicos pode justificar@se noutros, como ocorre comdeterminadas acções de nature2a constituti!a que en!ol!am questões patrimoniais"eecução especfica de cp de c!, acção de prefer4ncia, impugnação pauliana).

2. G5 no que respeita 3 aplicabilidade do %-$&'(, est5 em !ista unicamente asdecisões que condenem na reali2ação de uma prestação cujo incumprimento possa ser coerci!amente efecti!ado atra!8s do processo de eecução.

+ssim o indica o segmento que alude 3 eecução pro!isória da sentença "remete para o A<-&) e, mais ainda a refer4ncia a um factor ecludente na eist4ncia de hipoteca judicial que apernas pode abarcar situações que en!ol!am cr8ditos pass!eis de talgarantia real "A<& do ==).

 Hão !emos que se possa aplicar tal preceito 3s demais situações em que asentença apenas produ2a efeitos jurdicos "estado das pessoas ou nature2a constituti!a).

7or conseguinte, nos casos em que a apelação da sentença suscept!el deconstituir ttulo eecuti!o for recebida com efeito suspensi!o ou em que, apesar de lheter sido atribudo efeito meramente de!oluti!o, o recorrido não pretenda a!ançar comeecução pro!isória, para não suportar os efeitos da instabilidade deste mecanismo

 processual, pode dedu2ir nas contra alegações o incidente de prestação de caução,indicando o !alor a caucionar "$<%& e $#&).

O jui2 decidir5 o incidente depois de respeitado o contraditório.

6"5º- <au#$o

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Recursos

1. 9m sede de recurso, 8 legtimo 3s partes juntar documentos com as alegaçõesquando a sua apresentação não ti!er sido poss!el at8 esse momento"super!eni4ncia objecti!a ou subjecti!a),

7odem ainda ser apresentados documentos quando a sua junção apenas se tenha

re!elado necess5ria pro !irtude do julgamento proferido, maime, quando este se re!elede todo surpreendente relati!amente a que seria epect5!el em face dos elementos j5constantes do processo.

+ junção de documentos pode ainda justificar@se quando se re!ele necess5ria para justificar a oportunidade de recurso ou a legitimidade etraordin5ria de que go2e orecorrente. 9 8 claro que de!e sempre considerar@se a oportunidade e a necessidade de

 junção do acórdão fundamento nos casos a que ser reporta o %/A&'(.

2. + junção de pareceres de jurisconsultos pode ocorrer at8 ao incio do pra2o para

a elaboração do projecto de acórdão "%#&'( e %#A&').

6"2º - un#$o do relator

1.  Hos termos do %-& o jui2 a quo determina a remessa do processo "oi dotraslado) ao 0R competente "?/&), onde se opera a distribuição "(-&).

+ tarefa principal do relator 8 a de elaborar o projecto de acórdão queapresentar5 aos respecti!os adjuntos.

+crescem@se outras funções complementares:

• >irecção do processo*o 7rolação das decisões preparatórias*o >eterminação das dilig4ncias com função instrumental.

+qui se insere a reali2ação de dilig4ncias tendentes a sanar ecepções dilatórias.

2. + apreciação gen8rica e tabelar dos aspectos formais relacionados com aadmissibilidade ou com o regime do recurso não produ2 efeito de caso julgadoformal, não precludindo a possibilidade de posterior pron6ncia de sentido

di!erso, seja por iniciati!a do próprio relator, seja por sugestão dos adjuntos.G5 nos casos em que o relator tenha incidido especificamente sobre alguma

questão, a ttulo oficioso ou a requerimento de alguma das partes, sem reclamação paraa confer4ncia, estar5 impedida a posterior modificação, na medida em que por aquela!ia se esgotoi o poder jurisdicional.

3. + enunciação dos poderes do relator 8 feita a ttulo eemplificati!o, de!endo ser confrontada com outros preceitos "%&).

+lguns dos poderes são:

6orrigir o efeito atri!u"do ao recurso e o respectivo modo de su!ida

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Recursos

+s indicações feitas pelo recorrente quanto ao recurso, os seus efeitos e regimede subida não !inculam o jui2 a quo, que sobre tais aspectos ter5 de se pronunciar "%-&'), no entanto esse despacho não 8 !inculati!o para o 01 "%-&'#).

Cuanto ao regime de subida do recurso e os seus efeitos, o preceito limita@se a

enunciar aquilo que !em desen!ol!ido no %#/& e %#-&.

1e o recurso ti!er subido em separado, quando de!ia ter subido nos própriosautos, requisita@se o processo ao tribunal a quo, na situação in!ersa, notificam@se as

 partes para indicarem as peças que, em seu entender, de!erão ficar a constar do apensoque relati!amente ao recurso se formar.

9m qualquer dos casos de!e ser pre!enida a necessidade de cumprir ocontraditório.

6onvidar as partes a aperfeiçoarem as conclusões das respectivas alegaçõesnos termos do />123>

G5 foi !isto no artigo.

?erificar se alguma circunst:ncia o!sta ao conhecimento total ou parcial dorecurso

1em embargo da anterior pron6ncia do tribunal a quo e sem preju2o docontraditório, cabe ao relator inter!ir designadamente em algumas das seguintescircunstEncias:

• +us4ncia de pressupostos processuais em mat8ria de recurso "trEnsito em

 julgado, !alor da causa, sucumb4ncia, legitimidade)*• =onstatação de que a decisão recorrida não 8 pass!el de recurso

autónomo "%--&'/)*• Talta de patrocnio judici5rio ou irregularidades de mandato "-& e -?&)*• Talta de alegações ou conclusões "%-&'( b))*• Jncumprimento do anterior despacho de aperfeiçoamento "%/$&'/)*• 9tcW

>e!e ter@se em conta que as circunstEncias impediti!as do conhecimento dorecurso tanto podem en!ol!er todo o seu objecto, como restringir@se a uma parcela, ouafectar apenas algum dos compartes.

 %ulgamento sum)rio do recurso nos termos do /@/2 

O que a norma pre!4 8 a decisão indi!idual do relator sobre o objecto do processo, sem sujeitar ao ju2o imediato dos adjuntos.

rdenar a realização das diligências que considere necess)rias

7receito que concreti2a o poder de direcção genericamente pre!isto no %&.

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Recursos

Nerificada a insufici4ncia de elementos para conhecer do recurso que subiu emseparado, de!e o relator requisitar a certidão das peças processuais que reputar necess5rias para a decisão.

7ode achar necess5ria a reno!ação ou produção de meios de pro!a nos termos do

%%(&' ( a) e b).

Os poderes de indagação do relator permitem que con!ide a parte a esclarecer determinados aspectos considerados pertinentes "A&'().

>o recurso aos princpios gerais do %& e A&, podemos etrair que compete ao jui2 pro!idenciar pelo andamento regular e c8lere do processo, promo!er as dilig4nciasnecess5rias ao normal prosseguimento do recurso e recusar o que for impertinente oumeramente dilatório.

7ode ainda formular pedidos de esclarecimento 3s partes e aos mandat5rios"A&'() e ainda confrontar o recorrente com a falta de juste2a da sua pretensão, tendo emconta como a doitrina e a jurisprud4ncia t4m resol!ido as questões, preparando umae!entual condenação por litigEncia de m5 f8 "#-(&), ou a aplicação de taa sancionatóriaecepcional "#/&).

 &utorizar ou recusar a junção de documentos ou pareceres

O relator de!e consentir apenas a junção dos documentos de satisfaçam osrequisitos legais do %#&.

 %ulgar os incidentes suscitados

9mbora não sejam frequentes os incidentes que possam ser suscitados emrecurso, o da habilitação "/#A&') e o relati!o a documentos apresentados "-#<&'/), são

 julgados pelo relator.

Qais frequentes são os incidentes especficos da fase recursória como a prestação de caução "%A%&'().

 Declarar a suspensão da inst:ncia

7or moti!o de falecimento de alguma das partes "(%$&' a)) ou de mandat5rio"(A&), ou por qualquer outro moti!o.

 Ha fase de recurso, a suspensão da instEncia com aquele moti!o de!e ser determinada de imediato, a não ser que o processo j5 esteja inscrito em tabela, caso emque 8 transferida para momento posterior "(A<&').

 %ulgar etinta a inst:ncia por causa diversa do julgamento ou julgar findo orecurso pelo não conhecimento do seu o!jecto

9st5 pre!ista no (?&'(, em ra2ão da paralisação do recurso por mais de % meses.Qas esta etinção tamb8m pode dar@se por outros moti!os como os que estão no (AA&:

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inutilidade ou impossibilidade super!eniente da lide ou do recurso, a desist4ncia do pedido ou da instEncia, a desist4ncia do recurso "%/(&'#), a confissão do pedido ou atransacção. 0amb8m a situação em que não tenha sido sanada a irregularidade nomandato "-& e -?&).

+ etinção por inutilidade super!eniente do recurso encontra moti!os deocorr4ncia ligados 3 perda do interesse em agir, relati!amente aos recursos que tenhamsubido autonomamente, nos termos do %--&'( e %-#&'(. 9m relação a alguns recursosque tenham subido imediatamente pode !erificar@se a perda de interesse na suaapreciação se acaso a decisão final se mostrar fa!or5!el ao recorrente e a parte contr5rianão impugnar.

Cuanto ao segundo segmento, j5 decorre da b) que o relator de!e !erificar ase!entuais circunstEncias que podem obstar ao seu conhecimento. 1ituações de, por eemplo, caducidade do recurso subordinado "%//&'/).

!. Outros poderes que não constam do artigo em questão, por ser uma listaeemplificati!a:

a. 7roferir despachos com !ista a clarificar aspectos rele!antes para aadmissibilidade dos recursos "%/A&'()*

 b. >eterminar a baia do processo para que seja efectuada a citação dorecorrido que tenha sido omitida "%-&'A)*

c. >eterminar a apensação de processos nos termos do (%?&, etcW

". 7ode ordenar a reno!ação de depoimentos j5 anteriormente produ2idos ou a

 produção de no!os meios de pro!a "%#(&'( a) e b)).

7ara o efeito, sem embargo das sugestões dos adjuntos, ao abrigo do %#?&, 8 aorelator que compete essencialmente apreciar, em primeira linha, a oportunidade ou acon!eni4ncia em que se efecti!e a reno!ação de depoimento anteriormente prestado,mas que, atentas as circunstEncias, suscitem d6!idas s8rias.

7ode ha!er a possibilidade dessa reno!ação ser oficiosa, sem ser a coberto dainiciati!a das partes, porque a lei não !eda isto.

1endo o relator quem, em termos objecti!os, estar5 em melhores condições para!erificar o preenchimento dos pressupostos legais de tal dilig4ncia probatória denature2a complementar.

O mesmo se pode afirmar relati!amente 3 produção de no!os meios de pro!a.

Os procedimentos a adoptar nos termos do %%(&'/ a) de!erão resultar de daadaptação de formalismo que est5 pre!isto para a instrução, discussão e julgamento dacausa em M instEncia.

6. Fm lugar especial de!e ser reser!ado 3 função do relator no sentido de assegurar 

o contraditório "/&'/) com !ista a e!itar decisões surpresa.

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Recursos

+ contraditoriedade encontra@se especialmente pre!ista nos: %#/&'(, %#-&',%<#&', %##&'/ ou %?A&'(.

Qas outras questões poderão suscitar@se e que imponham a audi4ncia das partesantes de ser proferida a decisão.

O contraditório de!e ser especificamente assegurado nas seguintes situações:

• Cuando relati!amente aos factos pro!ados se pretenda assumir uma

qualificação jurdica di!erda daquela que as partes alegaram e contra@alegaram e de que resulte um efeito jurdico que as partes não podiamra2oa!elmente contar*

• +preciação oficiosa de ecepções dilatórias sobre as quais as partes não

se tenham pronunciado*• 7rojectada condenação como litigante de m5 f8 quando nenhuma das

 partes suscitou isso nas alegações.

7. >e entre as inter!enções a!ulsas pode@se reportar o controlo do !alor do processo.

 Hos termos do /<%&'/, quando 8 interposto recurso antes de ser fiado o !alor do processo, o jui2 a quo de!e pronunciar@se sobre tal questão.

1e não o fi2er, remetendo o processo para a R o relator não pode deiar deordenar a baia do epediente para o efeito, ao menos nos casos em que a

recorribilidade da decisão suscite d6!idas em face do !alor da causa ou da sucumb4ncia.+ superação da alçada do tribunal a quo constitui um pressuposto geral de

admissibilidade do recurso, pelo que não poder5 a R deiar de o controlar, como medidacapa2 de e!itar a admissão inde!ida de recursos, tanto mais que nos termos do %-&'#, odespacho de admissão não !incula o tribunal ad quem.

Fma !e2 que a omissão de pron6ncia sobre o !alor processual deioi de produ2ir efeitos preclusi!os, naqueles casos em que seja e!idente que a omissão de pron6ncia serepercute na admissibilidade do recurso, o relator não poder5 deiar de ordenar a baia

do processo.0amb8m nestes casos se mostra omitida uma dilig4ncia fundamental para apurar 

um dos pressupostos do recurso, de!endo o relator 2elar por que apenas sejam admitidose julgados os recursos que satisfaçam as condições legais.

(. >as decisões do relator podem as partes, em regra, reclamar para a confer4ncia,sendo ecepcionados desta reclamação: os despachos de mero epediente, odespacho de não admissão de recurso interposto do +córdão da R para o 10G,

 por estar sujeito ao regime do %-/&.

+ reclamação para a confer4ncia de!e ser apresentada no pra2o de < dias"-$&'), sendo directamente notificada 3 parte contr5ria "((& e (##&) para responder,

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Recursos

após o que se cumprir5 o disposto no %#A&'( a -, antes de proferido o acórdão sobre aquestão suscitada.

+ deliberação em confer4ncia pode assumir uma de duas modalidades:

• Jnserida no acórdão que !ier a incidir sobre o objecto de recurso – seguindo a tramitação que foi ajustada ao seu julgamento*

• +utonomi2ada – quando se impuser uma decisão imediata ou quando o

recurso j5 tenha sido decidido.

9m qualquer dos casos, 8 sobre o projecto elaborado pelo relator que o colecti!oir5 incidir.

Jmporta ainda reter que a decisão indi!idual do relator, seja qual for o seuobjecto, não 8 directamente recorr!el para o 10G, tendo de ser sempre precedida por 

reclamação para a confer4ncia "%A&'().0oda!ia, se em !e2 da parte reclamar interpuser recurso, de!e efectuar@se

con!ersão oficiosa, desde que não eista qualquer impedimento legal, designadamente oligado ao pra2o legal para a dedução da reclamação.

=omo se dispõe no $/&'/, de!em considerar@se superadas quaisquer d6!idas, namedida em que quando se trate de um mero erro de qualificação do meio processual omesmo de!e ser oficiosamente corrigido pelo relator, se não se !erificarem obst5culoslegais.

. O %#(&'#, para al8m de e!idenciar a necessidade de inter!enção ca confer4nciaantes que seja interpelado o 10G, !em pre!er que, tratando@se de decisão sobrecompet4ncia relati!a da R, em lugar do recurso de re!ista, passa a ser submetidaa reclamação dirigida ao 7residente do 10G.

6"3º - Erro no modo de su'ida do recurso

0al como ocorre relati!amente aos demais aspectos relacionados com a admissãodo recurso ou fiação do seu efeito "%-&'#), a decisão que en!ol!a o regime de subidanão !incula o 01.

=onsoante as circunstEncias, o relator de!e solicitar o processo no qual o recursode!eria ter subido ou fa24@lo baiar 3 M instEncia, ficando na R o traslado com as peçasessenciais.

 Heste 6ltimo caso, antes de determinar a remessa dos autos, de!e notificar@se 3s partes para indicarem as peças que consideram necess5rias 3 instrução do recurso quecom o requerimento e as alegações formarão o epediente que ficar5 na relação.

6"!º - Erro &uanto ao e4eito do recurso

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Recursos

1.  Ho requerimento de interposição do recurso o recorrente de!e indicar o efeitoquando este corra directamente da lei "%/A&'), sem embrago de poder solicitar oefeito suspensi!o "%-A&'-).

O recorrido poder5 impugnar o efeito indicado "%//&'# e %), ou responder 3

 pretensão de efeito suspensi!o "%-?&'().

Cuando o processo 8 apresentado ao jui2 a quo este dispor5 dos elementosnecess5rios 3 decisão "%-&' e #), de!endo fiar o efeito legal. 9sta decisão não formacaso julgado nem 8 !inculati!a para o 01.

1e o relator projectar a modificação de efeito atribudo !erificar5 se de!em ounão ser oi!idas as partes.

2. 1e a apelação ti!er sido com efeito meramente de!oluti!o e de!e ter efeito

suspensi!o, o apelante pode requerer que se epeça oficiosamente, a fim de sesuspender a eecução que por!entura tenha sido instaurada "A<-&).

 Ha situação in!ersa 8 o recorrido que ter5 interesse em que se passe traslado, afim de e!entualmente requerer a instauração da eecução ou promo!er a ponderação deoutros efeitos jurdicos.

6""º - %$o conecimento do o'jecto de recurso

1. Os moti!os que podem justificar uma decisão formal impediti!a doconhecimento da totalidade ou de parte do recurso se relacionam com:

a. Talta de pressupostos gerais e especficos do recurso*'. Nerificação da etemporaneidade – porque a decisão j5 transitoi em

 julgado ou de!ido ao do %--&'/)*c. Talta de elementos formas necess5rios*d. Nerificação da inutilidade ou impossibilidade super!eniente do recurso

ou caducidade do recurso subordinado.

2. 7ode tamb8m ocorrer que o impedimento não seja absoluto, sendo opostoapenas 3 apreciação imediata do recurso, como sucede quando se !erifiquemalguma circunstEncia que implique o deferimento do seu conhecimento,

designadamente para quando for apreciado outro recurso pendente e que seja prejudicial.

3. 1empre que o relator, por si ou por sugestão dos adjuntos, ou por iniciati!a dealguma das partes, constatar a !erificação de circunstEncias impediti!as daapreciação de!e assegurar@se o cumprimento do contraditório "%##&'(). +ssimsuceder5 quando a decisão da M instEncia não admite recurso, seja qual for omoti!o, o quando se !erificar a aus4ncia de pressuposto processual especfico oude requisitos formais, designadamente falta de conclusões "%-&'( b)).

6"6º - ecis$o liminar do o'jecto do recurso

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Recursos

1. + prolação da decisão singular !eio potenciar uma forte aceleração do processado em situações em que as questões suscitadas não re!elem especialdificuldade ou em que se torne e!idente que o recurso foi apresentado com oobjecti!o de protelar o trEnsito em julgado da decisão.

+s epressões empregues pelo legislador para delimitar o campo de inter!ençãoindi!idual do relator sobre o m8rito do recurso re!elam a sua nature2a inequi!ocamenteeemplificati!a.

9m primeiro ligar, justifica@se a decisão indi!idual quando a questão sejarodeada de simplicidade da resposta. +inda que a questão en!ol!a operações jurdicascompleas, não est5 !edada a opção pela decisão indi!idual, desde que, por eemplo, a

 jurisprud4ncia dos 01 apresente para as mesmas respostas uniformes ou reiteradas.

7ode tamb8m justificar@se quando, pelo modo como a mesma foi colocada ou

 pela en!ol!ente factual em que se sustenta, se !erifique que o recurso 8 manifestamenteinfundado. Hestes casos, o uso daquela opção est5 ligada 3 consist4ncia do própriorecurso que 8 !is!el não apenas atra!8s da moti!ação e das conclusões, como ainda doconfronto que objecti!amente se estabeleça entre a pretensão do recorrente e a respostado ordenamento jurdico.

 Hada obstar5 a que se opte pela decisão indi!idual quando, independentementedo grau de compleidade, a questão j5 tenha sido decidida reiteradamente pelo relator e

 pelos adjuntos num determinado sentido. O car5cter eemplificati!o do preceito deiaaberta esta oportunidade.

+ possibilidade de optar pela decisão indi!idual não est5 reser!ada aos casos emque se suscitem apenas questões de direito, podendo ser eercitada mesmo quando seimpugne a decisão da mat8ria de facto, desde que tamb8m relati!amente a estesegmento se !erifiquem os referidos pressupostos objecti!os.

9stamos perante uma mera faculdade que o relator far5 ou não uso, ponderandotanto as circunstEncias que rodeiam o recurso como outros factores de ordem

 pragm5tica ligados 3 maior ou menor efic5cia.

2. 1e o jui2 optar pela prolação de decisão indi!idual limitar@se@5 a subscre!4@la,remetendo o processo para a secção, a fim de serem efectuadas as notificações.

+ lei qualifica como decisão sum5ria;, nada obstando a que, em termosestruturais, se sigam as regras por que normalmente se orienta a elaboração dosacórdãos "%%/&'().

+ outra opção ainda mais simples pode consistir na mera remessão para precedentes decisões de que se juntar5 cópia, com elaboração de relatório singelo que praticamente se limite a identificar as partes e o objecto do processo.

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Recursos

7onto comum 8 que em todas as situações se mostre adequada uma decisãosum5ria, opção desaconselhada quando não preencha os requisitos da fundamentação.

3. + reacção da parte que se sinta prejudicada passa pela con!ocação daconfer4ncia, com inter!enção do órgão colegial, cuja opinião maiorit5ria se

tradu2ir5, de acordo com as circunstEncias, na confirmação, re!ogação ousubstituição da decisão sum5ria.

!. + opção pela decisão indi!idual e sum5ria do relator 8 aplicada menos !e2es doque aquelas que a realidade tornaria poss!el.

 Huns casos, a resist4ncia do uso de tal opção parece ter subjacente a ideia de quea singularidade da decisão cont8m em si um facto de des!alori2ação, como se ainter!enção de um órgão colegial determinasse, por si, uma mais@!alia que naquelaesteja ausente.

 Houtros casos, a recusa pela decisão indi!idual funda@se em ra2ões mais profundas ligadas a factores de efici4ncia e de celeridade. +nte a possibilidade de ser dedu2ida reclamação para a confer4ncia tendo por objecto a decisão indi!idual, podere!elar@se mas efica2 e segura a inter!enção do colecti!o em termos normais.

0rata@se então de fa2er um ju2o de prognose, que temos como inteiramentelegtimo, assente na regularidade com que 8 solicitada a inter!enção da confer4ncia e nofacto de um e!entual recurso para o 10G não prescindir da prolação de um acórdão"%A&).

Cuando as circunstEncias permitam antecipar que da decisão indi!idual ser5 pro!a!elmente apresentada reclamação para a confer4ncia pode re!elar@se prefer!el aopção pela inter!enção imediata do colecti!o, por!entura com dispensa de !istos"%#A&'-).

+inda que a decisão indi!idual introdu2a mais celeridade numa primeira fase, ae!entual reclamação para a confer4ncia, al8m de impedir o trEnsito em julgado dadecisão, acaba por le!ar a uma duplicação do trabalho do relator e 3 demora decorrenteda tramitação processual que en!ol!e outros ju2es.

6"7º - Prepara#$o da decis$o

1. Fltimada a fase liminar, se não dor caso para se optar pela decisão sum5ria pr8!ia "%#%&), cumpre ao relator elaborar o projecto de acórdão, para o dispõe de/< dias.

 Ho sistema anterior a (<<A, a não ser que fossem dispensados os !istos, esta!a prescrita a apresentação do processo aos adjuntos para sua an5lise e só depois o processo era concluso pelo relator.

O actual regime acaboi por integrar esta forma mais racional de colocar ocolecti!o a par do objecto do recurso, dando o legislador, sem hipocrisias e com

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Recursos

 pragmatismo, um contributo para fa2er corresponder os m8todos de trabalho 3scircunstEncias da !ida real.

2. >ecorrido o pra2o de /< dias o processo 8 inscrito em tabela "%#$&'), sendo queesta inscrição de!e ser sempre antecedida de despacho do relator que 8 quem se

encontra em posição de aferir se e em que condições o julgamento se far5.

Cuem dirige o processo 8 o relator, e não a secretaria, de!endo esta esperar pelaindicação daquele para inscre!er o processo em tabela. +inda que o respeito pelos

 pra2os de!e ser preocupação do relator, a especial compleidade do caso, associada 3necessidade de preser!ar o corerecto julgamento 8 que de!em comandar a tramitação

 procedimental.

 Houtra prespecti!a, nada obriga a que a inscrição em tabela tenha de aguardar tal pra2o, podendo o relator promo!er a inscrição logo que disponha do projecto de

acórdão.

 Ha sessão anterior 3 agendada para o julgamento do recurso cumprir@se@ão os!istos, mediante entrega de cópia das peças processuais rele!antes ou para os casos emque se mostre morosa a etracção de cópias, apresentação fsica dos autos, pelo pra2o de# dias.

+tenta a nature2a das questões podem ser dispensados os !istos, desde que osadjuntos manifestem de forma epressa ou t5cia a sua concordEncia.

3. 0ramitação:a. >istribuição do processo e autuação* b. Jnter!enção liminar do relator com !ista ao saneamento e controlo dos

aspectos fundamentais*c. Opção pela decisão sum5ria indi!idua ou incio do pra2o de /< dias para

o projecto de acórdão*d. Jnscrição no processo em tabela logo que o relator o determine "%#$&')*e. >ispensa de !istos preenchidos os requisitos do %#A&'-*f. Nista dos adjuntos no pra2o de # dias.

!.  Hão !emos obst5culos a que o relator adopte a tramitação que se re!ele mais

efica2 e c8lere em face das circunstEncias que se !erifiquem no caso concreto.+final, o objecto fundamental da tramitação 8 permitir que os demais ju2escooperam da acti!idade decisória.

+ssim, atenta a função instrumental da tramitação processual e o efecti!oconhecimento do objecto do recurso, não est5 afastada a possibilidade de continuar a!erificar@se o sistema de !istos no próprio processo, o que, em certos casos, pode ser mais eficiente do que a obedi4ncia estrita ao que a lei determina.

O facto de o julgamento de!er ser ajustado com data em que termina o pra2o

 para a elaboração do projecto não tem de ser encarado com total rigide2. +

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Recursos

compleidade das questões pode re!elar@se incompat!el com a discussão do projectono perodo legalmente pre!isto para a reali2ação dos !istos.

6"(º - ugest/es dos adjuntos

1. + direcção do processo compete ao relator.Qas a colegialidade não se !erifica apenas no momento da discussão e

subscrição do projecto de acórdão. +o in!8s, de!e influir no desenrolar dos actos processuais, de forma a que o resultado alcançado seja fruto de cooperação de todo ocolecti!o.

0al colaboração 8 crucial no que concerne ao objecto do recurso, com indicaçãodos caminhos que não foram considerados pelo relator ou sugerindo o aperfeiçoamentode determinadas de determinados aspectos formais ou substanciais.

+ssem, ante alguma sugestão dos adjuntos, acaba por ser a maioria a decidir, ou por adesão do relator ou em resultado das opiniões epressas na confer4ncia.

2. + norma apenas trata de actos que ficam formali2ados no processo.

B isso que permite ao relator, assumindo a sugestão de algum dos adjuntos,ordenar a pr5tica dos actos que se re!elem pertinentes ou epressar a sua discordEncia,remetendo o processo 3 confer4ncia para decisão colegial.

7or detr5s de acórdãos formalmente escorreitos e com unanimidade dos ju2es

 podem esconder@se frequentes modificações de aspectos estruturais ou substanciais, oudo sentido da decisão, fruto da conjugação de esforços entre os membros do colecti!o.

6"º - Dulgamento do o'jecto do recurso

1. + singela leitura do preceito deia a impressão de um certo desajustamento entrea pre!isão abstracta e a realidade.

O sistema não 8 compat!el com uma opção que deie para a sessão do julgamento a discussão do caso. Konge disso, o debate j5 de!e ter ocorrido.

>este modo, na generalidade dos casos, o dia da sessão acaba por ser!ir apenas para formali2ar a subscrição do acórdão cujo teor j5 foi pre!iamente discutido oumodificado.

O interesse essencial que pode eistir na apresentação do projecto pelo relator nasessão de julgamento !erifica@se ao n!el de ampliação da discussão dentro de cadasecção. =om efeito, um dos aspectos que não de!e ser posto de lado 8 a potenciação deentendimentos uniformes que transmitam ao sistema e as que a ele recorrem garantiasde segurança e de certe2a.

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Recursos

2. Relati!amente ao colecti!o que ir5 inter!ir, a antecipada apresentação do projecto, seguida da e!entual introdução de modificações, fa2 supor o plenoconhecimento do objecto do recurso e o acesso aos elementos pertinentes.

+ sessão de julgamento 8 feita consoante o pre!isto no %#$&' e (.

665º - E4eitos da impugna#$o de decis/es interlocutCrias

1. + apreciação de decisões interlocutórias fica, desde logo, prejudicada quando setrate de decisões irrecorr!eis "%/<&) ou de outras normas a!ulsas. Hão rele!andoas decisões proferidas ao abrigo dos poderes de simplificação, agili2ação ouadequação formal "se não colidirem com os princpios da igualdade,contraditório ou da aquisição processual de factos ou admissibilidade de meiosde pro!a).

Cuanto a outras decisões interlocutórias pre!istas no %--&'(, a sua impugnaçãode!e ser imediatamente accionada, sob pena de ocorrer o trEnsito em julgado e, comisso, a sua definiti!idade, que impede a posterior in!ocação de algum !cio que asafecte.

O preceito restringe@se, pois, 3s decisões interlocutórias que, sendo impugn5!eis,não admitam recurso imediato.

Ocorre frequentemente que tais decisões acabam por se mostrar irrele!antes paraa parte, designadamente quando obt8m o !encimento da acção.

 Houtros casos, o desinteresse objecti!o na re!ogação ou anulação não 8absoluto, mas não atinge o n!el ajustado 3 integração do pressuposto processual dointeresse em agir que tamb8m est5 presente em mat8ria recursória.

+penas fa2 sentido conceder pro!imento 3 impugnação de qualquer decisãointerlocutória se tal interferir na decisão final ou se for !is!el um interesse processualautónomo no pro!imento que não se confunde com um mero interesse subjecti!o, deordem moral ou acad8mica.

2. O mesmo tratamento de!e ser dado a decisões interlocutórias que sejam objecto

de recurso interposto depois de transitar em julgado a decisão final "%--&'-).7or8m, mais do que aguardar pela apreciação deste interesse pelo tribunal adquem, em tais circunstEncias, pode justificar@se que sejam etradas de imediatoconsequ4ncias pelo jui2 a quo. =om efeito se se !erificar que nenhum interesseobjecti!o pode ad!ir da e!entual re!ogação ou anulação da referida decisão, orecurso de!e ser rejeitado "%-&'( a)).

661º - alta ou impedimento dos ju+:es

1. Tora dos casos em que o impedimento dos ju2es se !erifica logo aquando da

distribuição inicial, ocorre segunda distribuição quando o relator fica impedidoou deia de pertencer a tribunal nos termos do (A&' (M parte.

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Qant8m@se a possibilidade de impugnar a decisão de mat8ria de facto quando oselementos fornecidos pelo processo impuserem decisão di!ersa insuscept!el de ser destruda por quaisquer outras pro!as, como sucede quando, para pro!a dedeterminados factos tenha sido apresentado documento aut4ntico cuja falsidade não foisuscitada ou quando eista acordo das partes ou confissão rele!ante cuja força !inculadatenha sido desrespeitada.

0amb8m quando seja apresentado documento super!eniente e que, por si só, sejasuficiente para destruir toda a restante pro!a produ2ida "%%(&').

Jgualmente se mant8m a possibilidade de sindicar a decisão quando assente em pro!a que foi oralmente produ2ida e tenha ficado gra!ada.

!. +tra!8s do %%(&' e ( a) e b), fica claro que a R te, autonomia decisória,competindo@lhe formar e formular a sua própria con!icção, mediante a

reapreciação dos meios de pro!a indicados pelas partes ou daqueles que semostrem acess!eis.

B consagrada a possibilidade de reno!ação da produção de certos meios de pro!a quando hoi!er d6!idas s8rias sobre a credibilidade de algum depoente ou sobre osentido do depoimento que não sejam ultrapassadas por outras !ias.

9 admite@se ainda a produção de no!os meios de pro!a em caso de d6!idafundada sobre a pro!a reali2ada em M instEncia.

". =om a no!a formulação deioi de se pre!er especificamente a modificação damat8ria de facto quando os elementos fornecidos pelo processo impuseremdecisão di!ersa insuscept!el de ser destruda por quaisquer outras pro!as,

 possibilidade que agora est5 no %%(&' de modo mais gen8rico.

+ modificação continuar5 a justificar@se quando o tribunal recorrido tenhadesrespeitado a força plena de certo meio de pro!a, o que ocorre quando, apesar de ter sido junto ao processo um documento com !alor probatório pleno, relati!amente adeterminado facto "/A&' e /A%&' ==), o considere não pro!ado, rele!ando para oefeito pro!a testemunhal produ2ida.

O mesmo de!e acontecer quando tenha sido desatendida determinada declaraçãoconfessória constante de documento ou resultante do processo "/#?& == e -?-&' e -%/&=7=) ou o acordo estabelecido entre as partes nos articulados quanto a determinadofacto "#A-&'(), optando por se atribuir pre!al4ncia 3 li!re con!icção formada a partir deoutros elementos probatórios.

Oi ainda nos casos em que tenha sido considerado pro!ado certo facto com baseem meio de pro!a legalmente insuficiente, situação em que a modificação da decisão damat8ria de facto passa pela aplicação ao caso da regra de direito probatório material

"/%-&' ==).

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 Hos termos do %%/&'(, aplicam@se ao acórdão da R as regras prescritas para aelaboração da sentença, entre as quais se insere o %<A&'-, norma segundo a qual o jui2de!e tomar em consideração na fundamentação da sentença, os factos admitidos por acordo e os pro!ados por documento ou por confissão redu2ida a escrito.

=ontinua a ser impedido que sejam considerados pro!ados factos relati!amenteaos quais foram !ioladas regras de pro!a !inculada como aqueles que impõem aapresentação de pro!a documental.

6. 0amb8m não oferece d6!idas a possibilidade de se modificar a decisão damat8ria de facto quando for apresentado pelo recorrente documentosuper!eniente que imponha decisão di!ersa.

+ fase de recuso não 8 naturalmente ajustada 3 apresentação ou produção deno!os meios de pro!a. +inda assim, pre!4em@se algumas ecepções quanto 3 produção

de pro!a documental nos estritos limites do %#&'.

>e!er5 a R a jusante etrair deles as consequ4ncias, recolhendo para a decisãoos respeti!os factos.

7. 1endo a decisão do tribunal a quo o resultado da !aloração de meios de pro!asujeita 3 li!re apreciação desde que a parte interessada cumpra o ónus deimpugnação prescrito pelo %-<&, a R, assumindo@se como !erdadeiro tribunal deinstEncia est5 em posição de proceder 3 sua rea!aliação, epressando a partir deles, a sua con!icção com total autonomia.

Ta2endo incidir sobre tais meios probatórios os de!eres e os poderes legalmenteconsagrados e que designadamente emanam dos princpios da li!re apreciação "%<A&'#)ou da aquisição processual "-/&), de!e reponderar a questão de facto em discussão eepressar de modo autónomo o seu resultado: confirmar a decisão, decidir em sentidooposto oi, num plano interm8dio, alterar a decisão no sentido restriti!o ou aplicati!o.

7odem utili2ar@se presunções judiciais "/-$& ==), sendo estas ilações que a leiou o julgador tira de facto um conhecido para afirmar um desconhecido.

O recurso a estas pode ser especialmente rele!ante nos casos em que sejaimpugnada a decisão de mat8ria de facto, caso em que tendo a R acesso a todos oselementos que puderam ser ponderados pelo jui2 de M instEncia, pode não apenassindicar o uso que este fe2 das presunções judiciais como ainda fa2er uso autónomodesde meio de formação da con!icção, reflectindo@o na decisão da mat8ria de facto queconsidere em definiti!o pro!ada e não pro!ada.

9ssa mesma possibilidade pode ser eercida quando se tratar etrair dos factosapurados presunções legais impostas pelas regras de eperi4ncia, nos termos do %<A&'-e !i %%/&'(, ainda que nestes casos a R não possa contrariar outros factos que, tendo

sido considerados pro!ados pela M instEncia, não formam objecto de impugnação.

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Recursos

+s presunções judiciais tanto podem assentar em factos essenciais como emfactos de nature2a puramente instrumental.

Relati!amente aos factos que apenas sir!am de suporte 3 afirmação de outrosfactos por !ia de presunções judiciais, para al8m de não se mostrar necess5ria a sua

alegação "#&'( a)) e de poderem ser li!remente discutidos na audi4ncia final "-<& e#%&), nem sequer terão de ser objecto de um ju2o probatório especfico na M instEncia.

O importante 8 que se eponham com clare2a os moti!os essenciais que odeterminarem a decidir de certa forma a mat8ria de facto contro!ertida contida nostemas de pro!a, garantindo que a parte prejudicada pela decisão possa sindicar, perantea R, o ju2o probatório formulado relati!amente a tal factualidade, designadamente namedida em que foi sustentada em factos instrumentais e nas regras e eperi4ncia queforma epostas.

(. + possibilidade de aceder a todos os meios de pro!a que foram produ2idos est5agora praticamente garantida em todas as circunstEncias na medida em que o##& prescre!e a gra!ação de todas as audi4ncias finais.

1em embargo das modificações que podem ser oficiosamente operadasrelati!amente a determinados factos cuja decisão esteja ei!ada de erro de direito, por !otação de regras imperati!as, 3 R não 8 eigido que se confronte com a generalidadedos meios de pro!a que estão sujeitos a li!re apreciação e que, ao abrigo desse princpioforam !alorados pela M instEncia, para deles etrair, como se se tratasse de um no!o

 julgamento, uma decisão inteiramente no!a.

7elo contr5rio, as modificações a operar de!em respeitar, em primeiro lugar, oque o recorrente indicoi nas respecti!as alegações "princpio do dispositi!o edelimitação do objecto do recurso pelas alegações e mais concretamente conclusões).

7osto que, em tais circunstEncias, a modificação da decisão da mat8ria de factoesteja dependente da iniciati!a da parte interessada e de!a limitar@se aos pontos de factoespecificamente indicados, desde que se mostrem cumpridos os requisitos formais do%/$&, a R j5 não est5 limitada 3 reapreciação dos meios de pro!a indicados pelas partes,de!endo atender a todos quantos constem do processo, independentemente da sua

 pro!eni4ncia "-/&).

. O reforço dos poderes da R e!oluiu em termos de admitir a possibilidade areno!ação da produção de meios de pro!a quando hoi!er d6!idas s8rias sobre acredibilidade do dependente ou sobre o sentido do seu depoimento.

+ reno!ação est5 limitada 3 pro!a que se tenha tradu2ido na prestação dedepoimentos, maime de depoimentos de testemunhas ou de declarações de parte.

1endo !erdade que a reno!ação da produção comporta o risco de ser modificado

o teor do depoimento anteriormente prestado, o facto de o mesmo ter ficado registadoconstituir5 um forte obst5culo ao perj6rio, de!endo ser!ir fundamentalmente para

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clarificar pontos essenciais quando se suscitem s8rias d6!idas sobre a credibilidade dodepoente ou sobre o sentido do depoimento.

+ reno!ação de meios de pro!a não corresponde a um direito potestati!o dorecorrente a que a R de!e corresponder necessariamente, 8 um poder'de!er da R que

esta de!e eercer, mesmo oficiosamente, sempre que no seu prudente crit8rio e emtermos objecti!os, considerar preenchido o condicionalismo legal.

+ iniciati!a do recorrente ou do recorrido ser!irão para criticamente demonstraraa con!eni4ncia e, que se produ2a a dilig4ncia suplementar, tendo em !ista a sanação dee!entuais d6!idas fundadas sobre os aspectos em causa.

9ntre as circunstEncias que de!em ser ponderadas pela R, quando sejaconfrontada com uma tal iniciati!a das partes, não pode deiar de se integrar tamb8m omodo como, nos momentos processualmente adequados, foram accionados os

mecanismos destinados precisamente a assinalar factores de descredibili2ação dodeponete. Ob!iamente que o não acionamento oportuno, por parte do recorrente, de taisinstrumentos, quando eram conhecidos ou cognosc!eis os referidos factores, não pode

 justificar a sua transposição para um momento posterior.

O mesmo poder5 adiantar@se relati!amente a e!entuais d6!idas sobre o sentidodo depoimento, j5 que quer o interrogatório efectuado pela parte que arroloi o depoente"#%&), quer o contra@interrogatório eercem a função de permitir recolher do depoentedeclarações inequ!ocas sobre a mat8ria de facto contro!ertida.

Os depoimentos reno!ados, circunscritos aos aspectos que suscitam as d6!idasque justificaram a sua repetição, em conjugação com os depoimentos iniciais permitirão3 R formar a sua con!icção de modo sustentado, etraindo de todos os elementosdisponibili2ados.

15. 7rescre!e@se ainda a faculdade de a R, mesmo oficiosamente ordenar a produçãode no!os meios de pro!a quando haja fundada d6!ida sobre a pro!a reali2ada.

0rata@se de uma dilig4ncia podendo incidir sobre quaisquer meios de pro!a,desde que se re!ele a eist4ncia de d6!ida fundada sobre a pro!a reali2ada suscept!el

de sanação mediante a produção de no!os meios de pro!a.

9ste poder'de!er conferido 3 R e que esta usar5 de acordo com os crit8rios deobjecti!idade, quando precepcione que determinadas d6!idas sobre pro!a ou falta de

 pro!a de factos essenciais poderão ser superandas mediante a reali2ação de dilig4ncias probatórias suplementares.

+ alteração legislati!a não modificou as regras de distribuição do ónus da pro!aque se colhem do direito material, nem aboliu os efeitos que emanam de um sistema emque ainda predomina o princpio do dispositi!o.

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 Heste conteto, como cit8rio orientador, pode ser!ir a apreciação crtica daactuação que o jui2 de M instEncia te!e ou de!eria ter tido aquando da reali2ação daaudi4ncia final, ponderando casuisticamente a amplitude dos poderes de a!eriguaçãoque a lei lhe confere "-&) e que podem ser transpostos naquelas circunstEncias para aR quando se lhe deparem as aludidas du!idas s8rias suscept!eis de serem dirimidas.

 Hão significa isto que a abertura da possibilidade de reali2ação de um no!o julgamento pela R, antes uma medida paliati!a destinada a resol!er situações patológicas que emergem simplesmente de uma nublosa que en!ol!a a pro!a que foi produ2ida e que não foi con!enientemente resol!ida segundo o ju2o crtico da R.

=om esta abertura legal cede, de certo modo, a regra preclusi!a do %#& quecondiciona a produção de pro!a documental em sede de recurso. Qas contra uma talobjecção poder5 replicar@se que, como se disse, não se trata !erdadeiramente decorresponder a um direito potestati!o accionado pela parte, de!endo ser encarado comodilig4ncia complementar que se inscre!e nos poderes da R, ser!indo a sugestão das

 partes penas como elemento impulsionador de uma apreciação crtica e autónoma dasituação.

>e todo o modo, o uso deste mecanismo não pode deiar de ser moderado aindaatra!8s da interfer4ncia dos factores situados na fase de instrução e na audi4ncia de

 julgamento ou em sede de alegações e contra@alegações de recurso.

7ara al8m do esforço das partes no sentido de identificarem uma efecti!anecessidade de produção de pro!a complementar suscept!el de sanas d6!idas fundadas,

objecti!as, s8rias que emergem da pro!a que foi reali2ada, importa que não sedesconsidere tamb8m o modo como eercem os respecti!os ónus da pro!a e decontrapro!a nos momentos processualmente ajustados, para que não se sub!ertam, por !ia de um mecanismo que de!e ser ecepcional, as boas regras processuais coneas comos princpios do dispositi!o ou do contraditório.

Qais do que atender mecanicamente aos apelos, por !e2es a destempo, das partes, parece mais con!eniente que tamb8m a respeito da produção de no!os meios de pro!a; a R se confronte com a pro!a que foi ou de!eria ter sido produ2ida, orientando@

se por um crit8rio objecti!o que, atentas a circunstEncias, rele!e a imprescindibilidadeou não reali2ação de uma tal dilig4ncia complementar destinada a superar d6!idasfundadas sobre o alcance da pro!a j5 reali2ada.

11. 7ara negar a admissibilidade da modificação da decisão da mat8ria de facto,designadamente quando esta esteja sustentada em meios de pro!a gra!ados, não

 pode ser!ir de justificação o facto de eistirem elementos não !erbali2adossuscept!eis de serem recolhidos pela gra!ação 5udio ou !deo.

+ R poder5 modificar a decisão da mat8ria de facto se puder etrair dos meios de pro!a, com ponderação de todas as circunstEncias e se ocultar tamb8m a li!reapreciação da pro!a, um resultado diferente que seja racionalmente sustentado.

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e. + R go2a dos mesmos poderes atribudos ao tribunal a quo, sem eclusãodos que decorrem do princpio da li!re apreciação genericamenteconsagrada no %<A&'# e a que se especificamente alude no == e =7=*

f. 9st5 arredada em definiti!o a defesa de que a modificação na decisão demat8ria de facto apenas de!a operar em caso de erros manifestos. +oin!8s, desde que a R acabe por formar uma di!ersa con!icção sobre os

 pontos de facto impugnados de!e reflectir em no!a decisão esseresultado.

13. 0anto a reno!ação da produção da pro!a como a produção de no!os meios de pro!a serão determinados pelo relator, ainda que por sugestão dos adjuntos,sendo aquele que presidir5 aos actos necess5rios "%%(&'/ a)). Hem sequer est5afastada a gra!ação de e!entuais depoimentos nos termos do ##&.

+ !aloração da pro!a far@se@5 de acordo com as regras que !igoram para a MinstEncia.

O projecto do relator de!e permitir aproimar os adjuntos do real objecto dorecurso, de forma a !erificarem não apenas a solide2 da fundamentação como o n!elargumentati!o das partes nas alegações e contra@alegações "as pro!as tamb8m estãodispon!eis para o eame e formação da con!icção por partes dos adjuntos).

1!. + decisão da mat8ria de facto pode apresentar patologias que não correspondem!erdadeiramente a erros de apreciação ou de julgamento. Fmas poderão ede!erão ser solucionadas de imediato pela relação, outras poderão determinar a

anulação total ou parcial do julgamento.

O conte6do da decisão pode re!elar@se ecessi!o por en!ol!er a consideração defactos essenciais para a integração da causa de pedir ou das ecepções "#&') ou mesmode factos complementares ou concreti2adores fora das condições de admissibilidade

 pre!istas no #&'( a).

Nerificado algum dos referidos !cios, para al8m de serem sujeitos a apreciaçãooficiosa da R, esta poder5 supri@los, desde que constem do processo os elementos emque o tribunal a quo se fundoi, situação que se re!elar5 agora mais frequente, atenta a

obrigatoriedade de gra!ação das audi4ncias.

7ode ainda re!elar@se uma situação que eija a ampliação da mat8ria de facto, por terem sido omitidos dos temas de pro!a factos alegados pelas partes que se re!elamessenciais para a resolução do litgio, na medida em que assegurem enquadramento

 jurdico di!erso do suposto pelo tribunal a quo. 0rata@se de uma faculdade que nemsequer est5 dependente da iniciati!a do recorrente, basta que a R se confronte com umobjecti!a omissão de factos rele!antes.

0oda!ia, considerando que a rea!aliação da pertin4ncia 8 feita agora pela R, a

 possibilidade de anulação do julgamento para ampliação da decisão da mat8ria de facto

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de!e ser encarada com rigor acrescido e reser!ada para os casos em que se re!eleindispens5!el.

 Hão basta que os factos tenham coneão com alguma das soluções plaus!eisda questão de direito;. =onsiderando a fase em que agora nos encontramos, a R de!e

 ponderar o enquadramento jurdico face ao objecto do recurso ou de outros elementos aque oficiosamente possa atender, contando tamb8m com o que se possa esperar de umae!entual inter!enção do 10G ao abrigo do %(?&.

+ anulação da decisão de primeira instEncia apenas de!e ser decretada, se do processo não constarem todos os elementos probatórios rele!antes. +o in!8s, se estesesti!erem acess!eis a R de!e proceder 3 sua apreciação e introdu2ir na decisão demat8ria de facto as modificações que forem consideradas oportunas.

+ anulação do julgamento de!e ser sempre uma medida de 6ltimo recurso.

Cuando seja decretada, de!e incidir sobre os pontos determinados que sejamidentificados na decisão, ainda que o tribunal a quo, na ocasião em que proceder 3repetição parcial do julgamento, possa interferir noutros pontos de facto cujo conte6dose rele!e afectado pelas resposta s que forem dadas 3s questões referenciadas pela R.

1empre que a R anule a sentença ou determine a ampliação da decisão dameteria de facto, o recurso que e!entualmente !enha a ser interposto da sentença que for de no!o proferida ser5 apresentado directamente ao mesmo relatos do anterior acórdão"(?&).

1". Kigado ao poder de reapreciação da decisão sobre a mat8ria de facto est5 o de!er de fundamentação.

+ eig4ncia legal impõem que se estabeleça o fio condutor ente a decisão sore osfactos pro!ados e não pro!ados e os meios de pro!a usados na aquisição da con!icção,fa2endo a respecti!a apreciação crtica os seus aspectos mais rele!antes. 7or conseguinte, quer relati!amente aos factos pro!ados quer aos não pro!ados, o jui2 de!e

 justificar os moti!os da sua decisão, declarando por que ra2ão, sem perda da liberdadede julgamento garantida pela manutenção do princpio de li!re apreciação das pro!as"%<A&'#), deu mais credibilidade a uns depoimentos e não a outros, julgou rele!antes ou

irrele!antes certas conclusões dos peritos ou achoi satisfatória ou não a pro!a resultantede documentos.

B na moti!ação que agora de!em ser inequi!ocamente integradas as presunções judiciais e correspondentes factos instrumentais em que se apoiam "%<A&'-).

1e na decisão proferida sobre algum facto essencial não esti!er de!idamentefundamentada, a R de!e determinar a remessa dos autos ao tribunal a quo, a fim de

 preencher essa falha com base nas gra!ações efectuadas ou atra!8s de repetição da produção de pro!a para efeitos de inserção sobre a fundamentação da decisão sobre a

mat8ria de facto.

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16. + R actua como tribunal de substituição quando o recurso se funda na erradaapreciação dos meios de pro!a produ2idos.

=onfrontada com os mesmos elementos com que o tribunal a quo se defrontoiest5 em posição de formular sobre os mesmos um ju2o !alorati!o de confirmação ou de

alteração da decisão requerida.

B ainda em sede de substituição que a R actua quando os elementos fornecidos pelo processo impliquem uma resposta di!ersa "%%(&'), como acontece, por eemplo,quando o tribunal a quo tenha desrespeitado o !alor probatório pleno de documentos.

9ssa função 8 eponenciada com os no!os poderes que foram atribudos 3 R noque concerne 3 reno!ação de meios de pro!a ou 3 produção de no!os meios de pro!a.

G5 8 como tribunal de cassação que a R se assume quando determina a anulação

com fundamento na necessidade de ampliar o julgamento a factos rele!antes para adecisão da causa "%%(&'( c)).

 Ho que concerne 3s demais situações, a opção pela substituição ou pela cassaçãodepende das concretas circunstEncias. >eparando@se a R com respostas que sejam dereputar deficientes, obscuras ou contraditórias, se a reapreciação dos meios de pro!a

 permitir sanar a defici4ncia, a obscuridade ou a contradição a R f5@lo@5 sem necessidadede reen!iar o processo ao tribunal recorrido, após o que prosseguir5 com a apreciaçãodas demais questões que o recurso suscite. Ho caso do in!erso cabe@lhe assinalar asreferidas nulidades, determinar a anulação "parcial) do julgamento e ordenar que o

tribunal a quo as supere.

17. >etermina o %%(&'- que as decisões da R proferidas ao abrigo dos e ( sãoirrecorr!eis para o 10G, tendo este compet4ncia pri!ilegiada para apreciar asquestões de direito.

0oda!ia esta delimitação não 8 totalmente rgida. =om efeito, se foremdesconsiderados factos que se mostrem necess5rios para constituir base suficiente para adecisão de direito o 10G pode determinar a baia do processo para o efeito "%?(&'/).Cuando na circunscrição dos factos pro!ados ou não pro!ados as instEncias tenham

desatendido disposição epressa na lei que eija certa esp8cie de pro!a ou tenhamdesconsiderado disposição igualmente epressa que defina a força de determinado meiode pro!a "%A-&'/).

O 10G reiteradamente !em assumindo o entendimento de que, embora não possacensurar o uso feito pela R dos poderes conferidos pelo %%(&' e (, j5 pode !erificar se aR, ao usar tais poderes, agiu dentro dos limites traçados pela lei para os eercer. 7or issose constate o incumprimento dos de!eres legais nessa 5rea o processo de!e ser remetido3 R, a fim de lhes ser dado o cumprimento.

663º - Ela'ora#$o do acCrd$o

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1. + estrutura do acórdão 8 semelhante 3 da sentença como decorre da remissão do%<A& a %(&. Hum e noutro caso estamos perante o facto fundamental atra!8s doqual se dirimem litgios.

Fma !e2 que o objecto da sentença 8 integrado fundamentalmente pelo pedido e

 pela causa de pedir, sendo complementado pelos factos integrantes da defesa, poicodifere do circunstancialismo que rodeia a elaboração de decisão em sede de recurso cujoconte6do 8 o que consta das alegações e contra@alegações.

+pesar do relatório não estar sujeito a regras precisas, 8 con!eniente que nele seidentifiquem as partes e o objecto do recurso, em grande parte dependente do objecto do

 próprio processo. + dimensão deste e as caractersticas do mesmo de!em orientar@seessencialmente pela necessidade de se compreender com ra2o5!el facilidade o moti!oda disputa.

7ara o efeito, sem embargo de algumas situações de maior compleidade ser5suficiente a identificação singela dos sujeitos e uma bre!e menção do objecto da acção eda decisão recorrida, passando rapidamente 3 enunciação das questões que no recurso sesuscitam.

+ delimitação do objecto do recurso atra!8s da enunciação das seria tarefa def5cil eecução se acaso as partes nas suas alegações cumprissem sempre o ónus dealegação "%/$& e %-<&), isto 8, se formulassem efecti!as conclusões no que respeita aimpugnação da decisão da mat8ria de facto ou da mat8ria de direito. =omo raramenteesse ónus 8 rigorosamente compreendido e cumprido se o relator não optar pelo

despacho de aperfeiçoamento "%/$&'/) de!er5 isolar as questões que importa discutir.

B importante que se faça o elenco das questões, enunciando as que sãosuscitadas pelo recorrente ou pelo recorrido e as que, não estando precludidas, sejam deconhecimento oficioso.

2. Cuanto 3 fundamentação h5 que distinguir, em primeiro lugar, as situações queimpliquem a alteração da decisão da mat8ria de facto daquelas em que apenas sesuscitam questões de direito.

Cuanto 3s de facto, importa reapreciar os meios de pro!a identificados pelorecorrente e pelo recorrido, ou outros que se re!elem pertinentes e estejam acess!eis, eapreciar os refleos determinados pela reno!ação de meios de pro!a ou pela produçãode no!os meios de pro!a.

>e tal !aloração não se eclui ob!iamente a possibilidade de introdu2ir modificações que sejam o resultado da !aloração dos factos instrumentais 3 lu2 dasregras da eperi4ncia, ou seja, de aplicar, quando tal seja !i5!el, presunções judiciais.

+crescem ainda as e!entuais modificações que sejam o resultado da !erificação

de acordo das partes, de confissão rele!ante ou de documentos integrados nos autos eque ainda não tenham sido total ou parcialmente !alorados nos termos do %<A&'-.

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 Ho que concerne 3 descrição dos factos sobre que incidir5 a integração jurdica o%%/&'% dispensa essa enunciação quando o segmento da mat8ria de facto não tenha sidoimpugnado e quando a R entenda que não de!em ser introdu2idas alterações. Uastar5então que remeta para a decisão recorrida na qual obrigatoriamente ter5 sidoespecificada a mat8ria de facto pro!ada "%<A&'/).

+inda assim, não pode !er@se no %%/&'% uma !erdadeira injunção, antes umafaculdade de que o jui2 far5 uso ou não de acordo com crit8rios de oportunidade.

7ode re!elar@se mais !antajoso a discriminação dos factos pro!ados, com que osadjuntos, na ocasião dos !istos, poderão mais facilmente apreender o objecto do recursoe formar opinião sobre o pretendido pelas partes que 8 o proposto pelo relator.

G5 se a mat8ria de facto ti!er sido impugnada fica !edada a remissão para ostermos da decisão de M instEncia, de!endo a R discriminar os factos que considerou

 pro!ados.

Fma !e2 que, em caos de recurso de re!ista compete ao 10G aplicar definiti!amente o regime jurdico que julgue adequado aos factos materiais fiados pelotribunal recorrido, faltando a indicação destes, não poder5 conhecer de direito, o que

 pode determinar a baia do processo 3 R para que discrimine a factualidade pro!ada.

+penas fa2 sentido importar para a fundamentação do acórdão os factos quesejam !erdadeiramente rele!antes para a resolução do caso, de!endo ecluir@se aquelesque, embora tenham sido considerados pro!ados pela M instEncia, não interfiram de

modo algum na apreciação das questões que se suscitam.

3. +o enunciar os factos que considera pro!ados o jui2 não tem de atender simplesmente aos que emergiram dos temas da pro!a em redor dos quais se

 processoi a audi4ncia de julgamento, de!endo ainda etrair dos autos outrosfactos rele!antes.

O %<A&'- (M parte e !i %%/&'(, mant8m a necessidade de serem inseridos nafundamentação da sentença os factos que sejam pro!ados por acordo das partes, por confissão etrajudicial ou judicial redu2ida a escrito ou por pro!a documental dotada de

força plena.

Regras que igualmente justificam que, mesmo oficiosamente, tanto a R como o10G, de!am interferir na mat8ria de facto pro!ado e não pro!ado quando, no Embito daapelação ou da re!ista, se !erificar que a mesma est5 afectada por erro de direito

 probatório material, quer na !ertente da atribuição de força probatória plena a meios quedela são destitudos, quer na !ertente do desrespeito da força probatória.

O acórdão de!e ser elaborado com base em princpio de racionalidade, em que amat8ria de facto apurada re!ele, de forma correcta e segundo uma enunciação lógica ou

cronológica, a realidade que ser5 juridicamente integrada no segmento posterior.

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!. + separação entre o que constitui mat8ria de facto e mat8ria de direito 8 questãoque percorre toda a instEncia processual.

Qas pese embora o rele!o que essa delimitação apresente, jamais se conseguiuou conseguir5 a enunciação de um crit8rio uni!ersal que responda a todas as questões

suscitadas.

=ontinuando a lei a pre!er tal delimitação, os respecti!os contornos poderãosofrer !ariações em função de concretas circunstEncias, designadamente em ra2ão do!erdadeiro objecto do processo, de tal modo que uma mesma proposição pode assumir,num determinado conteto uma questão de facto e, noutro conteto, uma de direito.

+ manutenção a todo o custo de uma linha de separação re!ela@sefrequentemente artificial e prejudicial 3 justa resolução da lide, sendo, por isso,admiss!el e desej5!el uma maior concentração da factualidade considerada pro!ada,

ainda que com aulio de formulações de pendor mais gen8rico, mas que permitam umacorrecta e intelig!el compreensão da realidade que o tribunal conseguiu isolar.

+o in!8s dos temas de pro!a que se destinam fundamentalmente a enunciar ostraços gerias do conflito na fundamentação da sentença de!em ser relatados os factosque o jui2 considerou pro!ados e não pro!ados.

 Hessa enunciação de!e ha!er um ajustamento 3s circunstEncias e eig4ncias docaso, tendo em conta designadamente as !irtualidades que decorrem de uma maior concentração da factualidade apurada ou de uma maior descriminação ou

 pormenori2ação.

". + respeito do conte6do dos acórdãos no que concerne 3 fundamentação dasdecisões judiciais, inter!enções di!ersificadas de entidades ou membros que nosistema judici5rio t4m responsabilidade ainda não permitem di!isar com rigor qual o n!el adequado em termos de argumentação jurdica.

 Ho sistema debate@se uma opção que apregoa a eausti!a argumentação jurdicaou uma outra que pri!ilegie a produti!idade e a celeridade na resposta judici5ria.

 Hão de!endo assumir@se teses fundamentalistas, parece mais crucial deiar que amaior ou menor argumentação se ajuste 3s concretas situações que en!ol!em, al8mdisso, os estilos indi!iduais, o grau de dificuldade das questões que se suscitam, a maior ou menor frequ4ncia com que surgem nos tribunais, o facto de constiturem ou nãoquestões jurdicas no!as ou o maior ou menor rele!o social ou jurdico das questõesen!ol!idas.

Relati!amente a todas as questões jurdicas o acórdão de!e identificar,interpretar e aplicar as normas jurdicas que se ajustem ao caso em concreto.

B perante as eig4ncias do caso concreto e do seu n!el de compleidade que

de!e buscar@se o ponto de equilbrio entre a deficiente e ecessi!a fundamentação,

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apreciando a necessidade ou con!eni4ncia de corroborar as soluções propugnadas comargumentos doitrin5rios ou jurisprudenciais, sem que se in!ertam os termos do acto

 judicati!o.

>e!em enfrentar@se as questões enunciadas pelas partes, confrontando@os com os

inseridos na decisão recorrida, sem embargo do conhecimento oficioso do que constituamat8ria de direito "#&'/).

 Ho que respeita 3 estrutura da fundamentação de direito, com as !ariações que ascircunstEncias determinarem, cumpre ter em atenção os seguintes aspectos:

a) 9stabelecimento de prioridade na apreciação das questões a decidir,rele!ando nomeadamente a impugnação de decisões intercalares que sere!elem prejudiciais em relação ao objecto central do recurso "%--&'() ou ae!entual eist4ncia de recursos entrepostos por ambas as partes, de recurso

subordinado, cujo resultado possa colidir com o objecto do recurso principal"%//&), ou de uma situação de ampliação do Embito do recurso*

 b) +preciação de questões de conhecimento oficioso, designadamente asligadas aos pressupostos processuais, respeitando o contraditório "/&'/). +fata de certos pressupostos são questões que o tribunal de recurso não de!eficar alheio, a tal apenas obsta o facto de ter transitado em julgado umaanterior decisão que se tenha pronunciado sobre a questão ou de ter 

 precludido a possibilidade de apreciação. 0er em atenção o objecto dorecurso "%/#&'-)*

c) +preciação das condições de admissibilidade ou de persist4ncia de recursos"%##&) que não tenham sido ainda apreciadas ou cuja apreciação ainda seja

 poss!el ou apenas se justifique nesta fase, designadamente, por sugestão dosadjuntos "%#?&)*

d) +preciação da reclamação de despacho do relator que não tenha sido objectode anterior acórdão "%#(&'-)*

e) 7ron6ncia sobre cada uma das questões suscitadas pelas partes nas alegações

e contra alegações e sem preju2o da apreciação de conhecimento oficiosoligado ao m8rito do recurso.

>esde que o recorrente, ao abrigo do %/$& se tenha limitado a in!ocar erro nadeterminação do regime aplic5!el, erro de aplicação das normas ou erro deinterpretação, perante um quando de facto que não sofra contestação ou que possa ser definiti!amente estabelecido pela Relação, uma !e2 detectado e declarado o erro, a R 

 passa para o plano subsequente da correcta integração jurdica do caso, dentro doslimites do objecto do recurso, substituindo@se ao tribunal a quo.

9sta substituição abarca mesmo os casos em que o tribunal a quo se tenhaabstido de apreciar certas questões, desde que todos os elementos de facto rele!antes

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estejam acess!eis, a R se ti!er de re!ogar a decisão recorrida, passa a apreciar asdemais questões suscitadas pelas partes "%%#&'().

+ substituição pode at8 associar@se 3 decisão da mat8ria de facto. 1e a mat8ria defacto rele!ante não esti!er sujeita a outras pro!as, isto 8, se a actuação das partes ou dos

elementos carreados para o processo, permitirem uma pron6ncia definiti!a sobre amat8ria de facto rele!ante, bastar5 3 R emitir essa pron6ncia, passando, acto contnuo,

 para a respecti!a integração jurdica.

7or8m, a R para acautelar decisões@surpresa, de!e ponderar a necessidade deaudição pr8!ia das partes "%%#&'/).

 Hem sempre a substituição 8 poss!el.

B in!i5!el seguir por esse atalho processual quando a apreciação da lide em toda

a sua etensão depende ainda do apuramento de determinados factos contro!ertidos,como ocorre quando a acção tenha findado no despacho saneador com decisão deabsol!ição da instEncia ou com apreciação de ecepção peremptória de nulidade ou decaducidade, mantendo@se a contro!8rsia sobre a mat8ria de facto rele!ante.

6. Relati!amente 3 conclusão que acaba por delimitar o caso julgado sobre oacórdão se poder5 formar.

+ conclusão de!e ser o resultado lógico das premissas, de!endo primar pelaclare2a.

Rele!am as regras do %<$& em conjugação com o que decorre do %/#& quanto 3delimitação do objecto do recurso. =om efeito, o poder decisório do tribunal ad quemest5 limitado não só pelo objecto do processo e pelo do recurso, como ainda pelareacção das partes 3 decisão recorrida.

7. + questão da litigEncia de m5 f8 pode ser suscitada pela parte interessada a partir do que a tal respeito tenha sido decidido em M instEncia. Qas sendo deconhecimento oficioso, nada obsta a que seja apreciada pela R qualificado aactuação das partes no Embito do recurso e na fase anterior.

Cuando hoi!er elementos re!eladores de algum comportamento integrante dalitigEncia de m5 f8 de!e acautelar@se o respeito pelo contraditório "/&'() se acaso aquestão não foi suscitada por alguma das partes nas alegações e contra@alegações.

Relati!amente 3 taa sancionatória ecepcional, foram abre!iados os pressupostos da sua aplicação "#/&), justificando@se tal medida sempre que o recursoseja manifestamente improcedente e o recorrente não tenha agido com a prud4ncia ou adilig4ncia de!ida.

=ompete ainda decidir sobre a responsabilidade pelas custas do recurso

"#(A&''). 1al!o quando eistam regras especiais, !ale o principio geral da causalidade,suportando as custas a parte que ficar !encida na apelação. 1e o decaimento for parcial,

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a responsabilidade pelas custas de!e ser repartida de acordo com a proporção dodecaimento.

7ode utili2ar@se a taa de justiça agra!ada "#/<&'A) quando se !erifique que a parte apresentoi articulados escusadamente longos, quando as questões debatidas tinham

ele!ada compleidade ou quando tenham sido compleas ou morosas as dilig4ncias de pro!a.

O resultado obtido no recurso de apelação pode determinar ainda umamodificação da decisão sobre custas. +ssim, tendo o r8u sido condenado nas custas, por se considerar parte !encida, se a sentença for re!ogada, tal implicar5 a modificação dadecisão no que respeita a custas, que serão integralmente atribudas ao autor e recorrido.

(. + lei admite que o acórdão seja proferido com fundamentação sum5ria ou comremissão para jurisprud4ncia que se tenha debruçado sobre a mesma questão

"%#%&). Jsto pode acontecer desde que a decisão seja confirmada inteiramente e por unanimidade. 7or isso não h5 omissão de pron6ncia quando o acórdão selimitar a negar pro!imento ao recurso, remetendo os fundamentos da decisãoimpugnada, sem qualquer declaração de !oto.

. + !ontade que pre!alece para efeitos de decisão final 8 a que resultar da maioriaque for obtida no colecti!o, se necess5rio com inter!enção do presidente dasecção nos termos do %#$&'/. 9ssa maioria de!e obser!ar@se não apenas noresultado final como ainda nos respecti!os fundamentos.

Jndependentemente da metodologia empregue relati!amente aos !istos ou 3discussão do caso, uma !e2 inscrito o processo na tabela para julgamentos cabe aos tr4s

 ju2es que integram o colecti!o decidir, sendo o acórdão elaborado de acordo com amaioria obtida. 7or isso, se acaso o relator ficar !encido relati!amente 3 decisão final oua todos os fundamentos, o relato do acórdão que se fi2er !encimento ser5 feito pelo

 primeiro adjunto, assinando aquele o !oto de !encido. G5 se o !encimento se re!elar relati!amente a questão acessória ou a algum dos fundamentos ser5 o presidente dasecção que indicar5 o relator.

Cuem ficar !encido relati!amente 3 decisão ou a algum ou todos os

fundamentos de!er5 la!rar o respecti!o !oto que a lei qualifica como sucinto "%%/&')mas cujo conte6do ou etensão de!e ser deiado ao crit8rio do jui2 tendo em conta anature2a e compleidade das questões.

7ersiste uma certa tend4ncia para e!itar a eist4ncia de !otos de !encido,surgindo os acórdãos com um aparente unanimismo.

+D defende que a falta de unanimidade não fragili2a a decisão e de!e ser encarada como sinal seguro de que o acórdão subscrito foi efecti!amente resultado deuma conjugação de esforços e de !ontades e não uma mera adesão ao projecto do

relator.

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+li5s, no actual conteto normati!o, a epressão de uma justificada discordEnciarelati!amente 3 decisão final pode ser o quid necess5rio para que numa questãodiscut!el seja chamado a inter!ir o 10G, ficando assim afastada a barreira da duplaconforme "%A&'/).

15. Ho que concerne 3 elaboração do projecto de acórdão suscitam@se por !e2esquestões acerca dos limites do relator e da amplitude da !inculação dosrespecti!os adjuntos.

+ !inculação dos adjuntos, designadamente pare efeitos de resolução de casosfuturos, afere@se pelo conte6do substancial do projecto, não de!endo dar@se ecessi!orele!o 3quilo que, no conteto do mesmo, não passe de obter dictum. >ito de outromodo, o facto de os adjuntos subscre!erem determinado projecto não significa que daem diante se sintam !inculados a todo o g8nero de afirmações nele produ2idas, da seecluindo os argumentos, que sendo circunstanciais e perif8ricos, não constituam o!erdadeiro cerne do acórdão.

11. Relati!amente ao sum5rio do acórdão, este nem fa2 parte da decisão, consistindotão só uma sntese daquilo que fundamentalmente foi apreciado, com o simplesobjecti!o de promo!er e facilitar a di!ulgação jurisprudencial. 7or tais moti!os,de!e de ser destacado do próprio acórdão, sendo de eclusi!a responsabilidadedo relator.

66!º - Pu'lica#$o do resultado da ,ota#$o

1. + discussão pr8!ia estabelecida entre os elementos do colecti!o, permitindorecolher a posição de cada um dos adjuntos relati!amente ao projectoapresentado, possibilita que, em regra, no dia designado para o julgamento j5 seconheça o resultado.

0oda!ia, em termos formais, os !otos a considerar são dados no Embito dadiscussão a que se reporta o %#$&'/. 7or isso, !erificada uma situação que en!ol!aalteração de relator, natural 8 que a formali2ação do acórdão seja guardada para a sessãoseguinte.

2. =ontinua a lei a pre!er que naquelas circunstEncias o resultado da !otação fiqueregistado num li!ro de lembranças, por forma a permitir a reformulação do

 projecto na parte decisória ou na fundamentação, quando a discussão eijamodificações que o relator aceite, ou a proporcionar ao no!o relator o temponecess5rio para elaborar um no!o teto de acordo com a posição que fe2!encimento.

66"º - Regras de su'stitui#$o ao tri'unal recorrido

1.  Ho sistema dualista, em que coeistam os recursos de apelação e de agra!o, a

admissibilidade de recurso da generalidade das decisões intercalares le!a!a a

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 parte interessada, a fim de e!itar o caso julgado formal, a interpor recurso, aindaque este fosse admitido com subida diferida.

+ opção pela abolição dos agra!os, relegando a impugnação da generalidade dasdecisões intercalares para o recurso da decisão final, potencia a instrumentali2ação de

mecanismos processuais tendo em !ista perturbar a manutenção de decisão que tenhaapreciado o m8rito da causa. B, pois, caso para que a R, na apreciação de questõesintegradas na apelação adopte um crit8rio de maior rigor, de tal modo que a anulação dadecisão final apenas seja determinada quando se mostrem infringidas na tramitação

 pregressa normas processuais que efecti!amente interferem nos direitos das partes,ob!iando a que se atribua rele!o a infracções menores e cuja in!ocação deie claro omero inconformismo perante a decisão que tenha posto termos ao processo.

7ara o efeito, no que respeita 3 impugnação das decisões intercalares, quer aosdespachos de pendor instrumental, quer 3s decisões que tenham incidido sobrenulidades processuais "quando impugn5!eis %/<&), apenas de!em ser !aloradas se e namedida em que, de acordo com os crit8rios de ra2oabilidade, se !erificar uma efecti!a enegati!a interfer4ncia no eame da decisão em causa "%%<&).

2. O %%#& abarca outro tipo de nulidades, as nulidades de sentença que semanifestam essencialmente atra!8s da falta de especificação dos fundamentos defacto ou de direito, !erificação de oposição entre os fundamentos de facto e dedireitos e a decisão, omissão de pron6ncia ou condenação em quantidadesuperior ou em objecto di!erso do pedido "%#&').

Cuando a decisão seja recorr!el, tais nulidades são arguidas em sede de recurso"%#&'-). 1atisfeito o contraditório, o jui2 de!e pronunciar@se no despacho que admite orecurso e ordena a sua subida "%-&').

+inda que a R confirme a arguição de alguma das referidas nulidades dasentença, não se limita a reen!iar o processo para o tribunal a quo, ao in!8s de!e

 prosseguir com a apreciação das demais questões que tenham sido suscitadas,conhecendo o m8rito da apelação "%%#&'().

>este modo, a anulação da decisão não tem como efeito in!ari5!el a remessa

 para o tribunal a quo, de!endo a R proceder 3 apreciação do objecto do recurso, sal!o senão dispuser dos elementos necess5rios. 1ó nesta e!entualidade se justifica a de!oluçãodo processo para o tribunal a quo.

O mesmo ocorre nos casos em que, apesar de não se !erificar uma situação denulidade da sentença, o tribunal a quo tenha deiado de apreciar determinada questãoconsiderada prejudicada pela solução dada a outra. Hestes casos, se eistirem elementos

 para conhecer das questões que ficaram ecludas da primiti!a decisão a R apreci5@las@5tamb8m, sem necessidade sequer de epressa iniciati!a da parte.

7ara e!itar decisões@surpresa o relator de!e auscultar as partes para se pronunciarem sobre as questões "%%#&'/).

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3. 9emplos:a. Ho despacho saneador o jui2 conheceu de uma ecepção dilatória e por 

isso absol!eu o r8u da instEncia. 1e a R epressar um entendimentooposto de!e determinar a baia do processo para que se conheça dom8rito se acaso eistirem factos contro!ertidos que de!em ser objecto de

 pro!a, no entanto, se da an5lise dos autos e pela posição adoptada pelas partes !erificam@se que l5 estão todos os elementos para determinar om8rito da causa, este de!e ser determinado pela R*

 b. O jui2 omitiu na sentença uma questão essencial que as partes suscitaramou ignorou um dos pedidos formulados. 1e a nulidade não for sanada nodespacho que admitir o recurso e a R entender que foi cometida anulidade arguida pelo recorrente, cumpre declar5@la imediatamente e

 prosseguir com a correcção do !cio*

c. Ha sentença o jui2 declarou a nulidade de um contrato e por isso a MinstEncia não apreciou a prescrição. 1e a R contrariar aquela decisão,

 pode conhecer das demais questões, se dispuser de todos os factos que semostrarem necess5rios*

d. O jui2 não conheceu do pedido recon!encional que considerou prejudicado pelo resultado declarado quanto ao pedido do autor. +indaque o recon!inte não tenha apresentado recurso, se a R re!ogar asentença e decretar o resultado que le!aria a que o pedido recon!encional

fosse atendido, não poder5 deiar de apreciar o pedido recon!encional,desde que toda a mat8ria de facto pertinente tenha sido apurada ou possaconsiderar@se apurada pelo confronto que se estabeleça entre as posiçõesdas partes ou dos documentos apresentados.

666º - F+cios e re4ormas do acCrd$o

1. =om a prolação do acórdão ou decisão indi!idual do relator se esgota o poder  jurisdicional, aplicando@se as mesmas ecepções ligadas 3 correcção de errosmateriais e arguição de nulidades "%#& e %%&).

2. 0ranspondo para o acórdão da R ou para a decisão indi!idual estes artigos, parae!itar nulidades que afectem estas decisões importa ter presente o seguinte:

a. =onsiderar, quanto 3 especificação dos fundamentos de facto do %#&' b), a admissibilidade de decisão sum5ria nos termos do %#%&, aadmissibilidade de acórdão sum5rios nos termos do %%/&'- ou a dispensade enunciação dos factos pro!ados nos termos do %%/&'#*

 b. 9mitir pron6ncia quanto 3s questões suscitadas pelo recorrente nasalegações "%/$& e %-<&) e pelo recorrido nas contra@alegações, emoposição 3quelas, pu por ampliação "%/%&), sem embargo de se atentar na

e!entual eist4ncia de recurso subordinado "%//&)*

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c. Respeitar o objecto do recurso que 8 delimitado pelo requerimento deinterposição "%/#&'(), pelas conclusões "%/$& e %-<&) e pelas questões deconhecimento oficioso cujo conhecimento ainda não tenha sido

 precludido*d. +catar o caso julgado anteriormente formado "%/#&'-)*e. Obedecer ao pedido formulado na acção, de tal modo que a R não possa

!iolar o que a esse respeito decorre do %<$& e %<&*f. Respeitar o resultado da deliberação do colecti!o, sob pena de nulidade

quando o acórdão seja la!rado contra a posição maiorit5ria "%%A&).

3. Cuando a nulidade seja in!ocada, a sua apreciação não fica apenas a cargo dorelator, de!endo reunir, para esse feito, a confer4ncia.

667º - cCrd$o la,rado conta o ,encido

1. + !iolação do preceito corresponde a uma nulidade especfica dos acórdãos"%%%&').

66(º - Re4orma do acCrd$o

1. Os casos em que o 10G, em !e2 de eercer poderes de substituição, se limita 3sfunções de cassação "%?-&), ou seja, quando a R não especifique os fundamentosde facto, ainda que por remissão ara a decisão da M instEncia "%%/&'#), quandodeie de se pronunciar sobre questões que de!esse apreciar ou quando o acórdãoseja la!rado contra a posição eu fe2 !encimento.

 Hesses casos, anulado o acórdão, o processo baia 3 R, a fim de serem supridasas nulidades, inter!indo, se poss!el, os mesmos desembargadores.

66º - Gaia do processo

1. Remetido o processo ao tribunal a quo, compete@lhe dar seguimento ao que ti!er sido ordenado, sem que seja legtima a recusa de cumprimento.

675º - e4esa contra as demoras a'usi,as

1. =om frequ4ncia a interposição de recursos persegue o objecti!o fundamental dee!itar o trEnsito em julgado da decisão.

7ara estas situações eiste a possibilidade de sancionar o recorrente comolitigante de m5 f8, contudo, o seu acionamento continua a ser marcado pela difciloperabilidade condicionada por requisitos legais bastante eigentes e pressupõe, noscasos de aplicação oficiosa, a audição pr8!ia da parte.

2. O instituto da litigEncia de m5 f8 permite accionar tais procedimentos, re!eladoque fosse o objecti!o da parte conseguir atrasar o trEnsito em julgado. 0oda!ia,tratando das consequ4ncias decorrentes do incumprimento de de!eres

 processuais ou estatut5rios, tal instituto não tinha força para impedir ou atenuar os efeitos negati!os na esfera da contraparte, na medida em que a actuação

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afectasse o princpio segundo o qual o processo não de!e causar preju2os 3 parte que tem ra2ão.

3.  Ho actual regime o legislador pretendeu repercutir imediatamente norespons5!el os efeitos da sua conduta. +ssim, uma !e2 qualificado pelaconfer4ncia o incidente como manifestamente infundado, sem embargo daaplicação da litigEncia de m5 f8, de!e ser ordenada a etracção do traslado quecontenha a decisão e as peças processuais que interessem, determinado aremessa do processo principal ao seu adequado destino. +l8m disso, a tramitaçãodo incidente apenas prosseguir5 se a parte efectuar o pagamento das custas,multas e e!entuais indemni2ações que tenham sido fiadas.

+ prolação da decisão que !isa contrariar demoras abusi!as na tramitação,atribuindo formalmente 3 decisão recorrida efeito de caso julgado sob condiçãoresoluti!a, não etingue por si a instEncia de recurso. 9sta apenas ocorrer5 quando o

incidente for julgado ou quando, por in8rcia da parte relati!amente ao cumprimento daobrigação de pagamento das quantias liquidadas, a tramitação no traslado esti!er  paralisada por mais de % meses "(?&'(), por !ia da deserção de recurso.

G5 a assercção de que o facto de a parte suscitar incidentes não afecta o trEnsitoem julgado da decisão parece menos correcta, pois do que se trata 8 efecti!amente dasujeição desse trEnsito a uma condição resoluti!a.

Recurso de Re,ista

671º - ecis/es &ue comportam re,ista

1. =om o H=7= encontra@se consolidada a ideia de que o triplo grau de jurisdiçãoem mat8ria c!el não constitui uma garantia generali2ada. +inda que aolegislador ordin5rio esteja !edada a possibilidade de eliminar em absoluto aadmissibilidade de interposição de recurso para o 10G, ou de ele!ar o !alor daalçada da relação a um n!el irra2o5!el e desproporcionada, não eistemobst5culos absolutos 3 pre!isão de determinados condicionalismos a tal recurso.

+ questão j5 foi colocada por di!ersas !e2es ao 0= que !em uniformementeentendendo que as normas que, em concreto, restringem o recurso para o 10G não estão

feridas de inconstitucionalidade.

2. +tento o regime do =7= as regras essenciais respeitam 3 admissibilidade dorecurso de re!ista dos acórdãos da relação são as seguintes:

 A admitida revista dos ac'rdãos que, incidindo so!re decisões de 89 inst:ncia,conheçam do mérito da causa.

O ponto de refer4ncia para a admissibilidade da re!ista deiou de ser a decisãode M instEncia, sendo agora inequ!oco que importa sobretudo o conte6do do acórdão

da R que sobre aquela incidiu.

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=omo j5 se referiu no %--&, a ponderação do elemento histórico associado a talconceito permite concluir que ficam abarcados os acórdãos em que a R se tenhaen!ol!ido efecti!amente na resolução material do litgio, em todo ou em parte, mesmoquando para o efeito aprecie a proced4ncia ou improced4ncia de ecepção premptória.

Jn!ersamente, não conhece do m8rito da causa o acórdão da R que tenharedundado na apreciação de uma ecepção dilatória ou qualquer outro aspecto denature2a puramente formal ou adjecti!a.

Ob!iamente que teremos de !erificar os outros pressupostos processuais: !alor,sucumb4ncia "%($&), legitimidade, e ainda normas impediti!as do recurso, como a do%A(&.

O pra2o 8 de /< dias "%/?&'), sobe nos próprios autos "%A#&') e, em regra, temefeito meramente de!oluti!o "%A%&).

 &dmitem revista os ac'rdãos que, incidindo so!re decisões de 89 inst:ncia ponham termo ao processo, a!solvendo da inst:ncia o réu ou algum dos réus quantoa pedido ou pedido reconvencional.

+ absol!ição da instEncia "(A?&) d5@se nos casos do #AA&, entre outros, por eemplo o do ?%&' e (.

7ara aferição da amissibilidade de re!ista 8 atribudo rele!o ao efeito processualque emana dos acórdãos que se tradu2am na absol!ição da instEncia,

independentemente daquele que produ2iria a decisão de M instEncia.>aqui deri!a, por eemplo, a irrecorribilidade do acórdão da R que,

independentemente do teor da decisão de M instEncia, julgue improcedente a ecepçãode legitimidade, determinando o prosseguimento dos autos para o conhecimento dom8rito. Ou do acórdão que, ao re!ogar a decisão que julgou inadmiss!el a recon!enção"e que etingui a instEncia recon!encional), determine a sua admissão, prosseguindo osautos na M instEncia para apuramento de factos que rele!em e que ainda sãocontro!ertidos.

9mbora o preceito apenas se reporte tetualmente 3 absol!ição do r8u ou dosr8us em relação 3 instEncia a algum ou alguns dos pedidos, +D defende que temsuficiente latitude para abarcar outras formas de etinção da instEncia, por eemplo,circunstEncia re!eladora da impossibilidade ou inutilidade super!eniente da lide, ouquando se tradu2a, por eemplo, no decretamento da deserção do recurso ou na suarejeição por falta de !erificação dos respecti!os pressupostos ou de requisitos formais.

B indispens5!el que se atente ainda nas regras gerais que restringem ou limitamo terceiro grau de jurisdição.

O recurso de!e ser interposto, em regra no pra2o de /< dias "%/?&'), sobe nos

 próprios autos "%A#&') e em princpio tem efeito meramente de!oluti!o "%A%&).

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Relati!amente 3 acção eecuti!a, o recurso de re!ista encontra@se delimitado pelo ?#-&.

9st5 afastada, em regra, a recorribilidade dos acórdãos da R sobre a oposiçãodedu2ida contra a penhora e sobre a generalidade das decisões interlocutórias, quer as

impugnadas juntamente com o recurso de apelação da decisão final, quer autonomamente.

Obsta 3 recorribilidade para o 10G a !erificação de uma situação de duplaconforme, sem embargo da interposição de re!ista ecepcional nos termos do %A(& oudos casos do %($&'(.

3. 9stão ecludos do Embito da re!ista acórdãos da relação que:a. Re!ogando a sentença que absol!e o r8u da instEncia, determinem o

 prosseguimento dos autos*

 b. Jncidiram sobre decisões intercalares de M instEncia e que foramautonomamente interpostos "%--&'(), a não ser quando o recurso sejasempre admiss!el "%($&'(), ou eista contradição jurisprudencial aindanão superada "%A&'()*

c. 1ão proferidos no Embito de procedimentos cautelares "/A<&'(), semembargo dos casos em que o recurso seja sempre admiss!el, em face do%($&'(*

d. 9m que seja !edado o recurso para o 10G em normas especficas.

!. Relati!amente 3 dupla conforme. 9sta medida foi objecto de larga discussão.

O regime que foi consagrado acabou por resultar de um compromisso entre asduas tend4ncias, le!ando 3 consagração, como regra geral, da inadmissibilidade derecurso em situações de dupla conforme, com ecepção das tr4s situações particularesdo %A(&'.

 Ha sua !ersão inicial, introdu2ida em (<<A, a !erificação de uma situação dedupla conforme era totalmente independente da fundamentação de cada uma dasdecisão: eistia dupla conforme quando a R confirmasse, sem !oto de !encido, e mesmocom fundamentação di!ersa, a decisão da primeira instEncia.

=om o H=7= deia de eistir dupla conforme, seguindo a re!ista as regrasgerais, quando a R tenha empregue fundamentação essencialmente diferente paraconfirmação da decisão de M instEncia.

 Ho hori2onte desta modificação legal esti!eram as situações em que aconfirmação da decisão de M instEncia se processa a partir de um quadro normati!osubstancialmente di!erso, como sucede nos casos em que uma determinada qualificação

 jurdica contratual se sucede uma outra destinta, quem implica um di!ersoenquadramento jurdico.

 Ha realidade, posto que o resultado final seja id4ntico, a di!ersidade do percursoacaba por nos re!elar dias decisões substancialmente di!ersas.

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+ epressão fundamentação essencialmente diferente; pode, por!entura,confrontar@nos com o rele!o a atribuir a uma e!entual modificação da decisão damat8ria de facto empreendida pela R "%%(&). 0oda!ia tal e!ento não apresenta!erdadeira autonomia, na medida em que, uma modificação essencial da mat8ria defacto pro!ada ou não pro!ada apenas ser5 rele!ante para aquele efeito quando impliqueuma modificação tamb8m essencial da moti!ação jurdica, sendo portanto, esta queser!ir5 de elemento aferidor da di!ersidade ou da conformidade das decisões.

+ alusão 3 nature2a essencial da di!ersidade da fundamentação claramente nosindu2 a desconsiderar, para o mesmo efeito, discrepEncias marginais, secund5rias,

 perif8ricas que não representam um efecti!o percurso jurdico diferente. O mesmo sediga quando a di!ersidade de fundamentação se tradu2 apenas na não aceitação, pela R,de uma das !ia trilhadas para atingir o mesmo resultado ou, do lado in!erso, noaditamento de outro fundamento jurdico que não tenha sido considerado ou que não

tenha sido admitido.7odendo eistir d6!idas sobre o cari2 essencial da fundamentação que em

concreto foi empregue numa e noutra decisão, ou at8 sobre a eist4ncia deconformidade dos segmentos decisórios, pode re!elar@se importante para o recorrente ainterposição de recurso em que surja, em alternati!a, a apresentação de re!ista normal,no pressuposto de que a fundamentação 8 essencialmente di!ersa, e de re!istaecepcional, se acaso o entendimento que !ier a ser adoptado pelo relator for no sentidooposto.

Cuando a confirmação da decisão da M instEncia assente numa fundamentaçãoessencialmente id4ntica, só a eist4ncia de !oto !encido justifica a desobstrução deacesso geral ao terceiro grau de jurisdição, atra!8s de re!ista normal;.

7or conseguinte, desde que o !alor do processo e da sucumb4ncia o permitam"%($&'), para que se mantenha aberta a porta a re!ista normal basta a eig4ncia de !oto!encido. G5 ser5 insuficiente a eist4ncia de declaração na qual o adjunto pretenda tão sóepressar as ra2ões por que !otou o acórdão ou a sua posição quanto a algum aspectoque não colida nem com os fundamentos essenciais, nem com o resultado.

Jmporta ainda destrinçar os casos em que a parte conclusi!a seja integrada por di!ersos segmentos decisórios, uns fa!or5!eis, outros não. Hestas circunstEncias, aadmissibilidade do recurso normal de re!ista de!e fa2er@se mediante o confronto decada um deles. Hão 8 a mera di!erg4ncia !erificada num segmento decisório que podedespoletar a re!ista normal relati!amente a todo o acórdão, de!endo circunscre!er@seeste recurso ao segmento re!elador de uma dissensão entre a M instEncia e a R ou umadeclaração de discordEncia de um dos tr4s ju2es do colecti!o.

". O preceituado quanto 3 dupla conforme não deia de eigir algum esfoçointerpretati!o em determinadas situações de desconformidades; entre a decisão

da M instEncia e a da R seja meramente literal ou aparente.

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que mantenham interesse para o recorrente, apesar de não ser interpostorecurso do acórdão final da R "%A&'-).

=om ecepção dos recursos de re!ista interpostos de decisões abarcadas pelo%A&', que sobem nos próprios autos, os demais sobem em separado "%A#&'(), todos,

em regra, com efeito meramente de!oluti!o "%A%&).

672º - Re,ista ecepcional

1. O preceito !em atenuar os efeitos da regra geral do %A&'/, da inadmissibilidadedo recurso de re!ista quando haja dupla conforme.

=om uma opção assente, em larga medida, na plasticidade de conceitosindeterminados, a lei atribui ao 10G a tarefa de proceder 3 densificação.

+li5s, considerando a especial compet4ncia que foi atribuda a essa formação na

orgEnica do 10G e o facto de as decisões concretamente adoptadas terem cari2 definiti!o"%A(&'-), torna@se e!idente a necessidade de os interessados, ponderarem, acima de tudoa jurisprud4ncia especfica.

2. + re!ista ecepcional est5 pre!ista para situações de dupla conforme nos termosem que esta 8 delimitada pelo %A&'/, desde que, 8 claro, se !erifiquem tamb8mos pressupostos gerais de acesso ao terceiro grau de jurisdição.

Qas, ao in!8s do que ocorre com a generalidade dos recursos de re!ista, aadmissibilidade da re!ista ecepcional de!e ser, por um lado, fundamentada e, por 

outro, filtrada pela formação do %A(&'/.

+ circunscrição do objecto da re!ista ecepcional a questões de direito resultatamb8m da an5lise de cada uma das pre!isões constantes do %A(&: rele!Encia jurdica;,social; da questão, identidade da questão fundamental de direito; apreciada noacórdão sob recurso e noutro aresto do 10G ou das RLs.

1ob a apar4ncia de uma forte restrição ao /& grau de jurisdição, tal obst5culo 8eliminado, nos termos do %A(&' c), em face da eist4ncia de uma contradição entre oacórdão da R e o de qualquer R ou do supremo, sobre a mesma questão.

>aqui decorre que enquanto não eistir uma malha significati!a de acórdãos deuniformi2ação de jurisprud4ncia aos quais a R, confirmando a decisão de M instEncia,epresse a sua adesão, aquela restrição acaba por ceder perante a demonstração deeist4ncia de outro acórdão que tenha resol!ido em sentido di!erso a mesma questão

 jurdica.

>este modo, não encontram justificação os alegados receios de redução degarantias processuais. +final, quando a R confirma a decisão de M instEncia por adesão3 jurisprud4ncia uniformi2ada do 10G, fechando uma das aberturas da re!ista

ecepcional, antecipa o resultado que pro!a!elmente seria obtido se acaso fossedesobstruda a !ia normal do recurso de re!ista. +cresce que, em certas situações

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 pre!istas no %A?&, a inter!enção do 10G pode ser assegurada atra!8s da interposição derecurso de re!ista per saltum.

=umpre ao interessado na admissão do recurso con!encer o 10G, no Embito dare!ista ecepcional da necessidade da sua inter!enção.

3. + primeira ecepção 3 regra da irrecorribilidade quando h5 dupla conforme!erifica@se quando no recurso esteja em causa uma questão cuja apreciação, e

 pela sua rele!Encia jurdica, seja claramente necess5ria para uma melhor aplicação do direito.

B uma cl5usula geral assente em conceitos indeterminados, cuja integração est5fundamentalmente dependente do labor jurisprudencial.

9m geral, surge a eig4ncia de que a questão jurdica em causa tenha um

car5cter paradigm5tico e eemplar, transpon!el para outras situações, assumindorele!Encia autónoma e independente em relação 3s partes en!ol!idas.

Outra linha de força aponta para a recusa da pretensão quando a decisãorecorrida se enquadrar numa corrente jurisprudencial consolidada, denotando ainterposição de recurso mero inconformismo perante a decisão recorrida.

+s epressões ad!erbiais empregues na formulação não consentem que sein!oque como fundamento e re!ista ecepcional a mera discordEncia quanto a decidido

 pela R. tão pouco bastar5 a !erificação de uma qualquer di!erg4ncia interpretati!a, sob

 pena de !ulgari2ação do recurso em causa.+ inter!enção do 10G apenas se justifica em face de uma questão cujo rele!o

 jurdico seja indiscut!el, o que pode decorrer, por eemplo, da eist4ncia de legislaçãono!a cuja interpretação seja pass!el de s8rias di!erg4ncias, tendo em !ista atalhar decisões contraditórias ou do facto de as instEncias terem decidido a questão ao arrepiodo entendimento uniforme da jurisprud4ncia.

 Hesta prespecti!a, importar5 ter em especial atenção as regras proclamadas pelolegislador no que concerne 3 aplicação e interpretação da lei "?&'/ ==, $&'( == e <&==).

+ lei não estabelece distinções a partir da nature2a adjecti!a ou substanti!a dasnormas.

9mbora a apreciação das circunstEncias rele!antes para efeitos de admissão oude rejeição da re!ista ecepcional não esteja dependente em eclusi!o dos argumentosesgrimidos pelas partes, estas não deiarão de apresentar os moti!os por que, emconcreto, a par do seu interesse subjecti!o na outorga do terceiro grau de jurisdição, se

 justifica a inter!enção do 10G, depois de percorridas j5 duas instEncias a fim de seassegurar a melhor aplicação do direito para a resolução de questões com rele!o

indiscut!el.

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!. + segunda ecepção 3 regra da irrecorribilidade me situações de dupla conforme!erifica@se quando estejam em causa interesses de particular rele!Encia social.

Qais uma !e2 estamos perante um conceito o determinado, cuja !erificação de!eser feita na apreciação preliminar referida no %A(&'/, depois de o recorrente epor os

moti!os por que, em seu entender, o acórdão da R, al8m de prejudicar os seus interesses, põe em causa interesses mais !astos de particular rele!o social.

B um segmento cuja integração se re!ela bem mais difcil do que o anterior.

1eguramente que não 8 o mero !alor económico dos interesses presente no processo que, por sim justifica a concessão da re!ista ecepcional, ainda que não estejaafastada a possibilidade, que casuisticamente de!e ser ponderada, de atender a essefactor quando simultaneamente rele!em interesses sociais.

 Hum plano di!erso, 8 manifestamente insuficiente atender ao rele!o que por!entura seja atribudo pela comunicação social a certas situações onde só eisteminteresses particulares.

Jnteresses de particulares que tenham rele!Encia social pode ser acções cujoobjecto respeite: 3 estrutura familiar, aos direitos dos consumidores, aos ambiente, 3qualidade de !ida, ao património histórico e cultural ou quando se discutam interessesimportantes da comunidade.

". + terceira ecepção est5 ligada ao !ector da uniformidade jurisprudencial e da

certe2a da aplicação do direito.+ coer4ncia interpretati!a 8 promo!ida pela !erificação de costumes

 jurisprudenciais ou de jurisprud4ncia constante ou consolidada, o que determina quecertos impulsos em sentido di!ergente sejam naturalmente atenuados pela pre!is!elre!ogação em dado de interposição de recurso.

+ uniformi2ação jurisprudencial 8 impulsionada pela eist4ncia de acórdãos deuniformi2ação de jurisprud4ncia. =onquanto estes não tenham força !inculati!a, o factode o seu não acatamento suscitar sempre a abertura de recurso at8 ao supremo "%($&'(c)), constitui um fortssimo factor de redução da margem de incerte2a e de insegurançaquanto 3 resposta a determinadas questões jurdicas em face da pro!5!el re!ogação dadecisão, se acaso for interposto recurso.

=om a solução consagrada no %A(&' c), o objecti!o da uniformi2ação jurisprudencial 8 prosseguido de forma ainda mais lata, na medida em que, para efeitosde acesso ao 10G, se !alori2a a mera contradição entre acórdão da R de que se pretendeinterpor e qualquer acórdão da R ou do 10G.

 Ho actual conteto marcado pela enorme di!ersidade jurisprudencial 8 f5cil aorecorrente descobrir uma decisão que esteja em contradição com o acórdão da R.

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 Ha discussão que foi feita em redor dos limites de acesso ao supremo, ter@se@5entendido que se trata!a de uma !5l!ula de escape que poderia le!ar esse órgão a optar 

 pelo julgamento ampliado de re!ista quando confrontado com questões ainda nãoestabili2adas por acórdãos e uniformi2ação.

7ode !er@se na solução adoptada uma pressão indirectamente eercida sobre o10G no sentido de um maior empenhamento na eecução da uniformi2ação

 jurisprudencial.

O acesso 3 re!ista ecepcional nos termos do %A(&' c), depende da !erificaçãodos seguintes requisitos:

• Jncid4ncia de ambos os acórdão sobre a mesma questão fundamental de

direito, sendo ignoradas e!entuais di!erg4ncias relati!amente a questõesde facto*

• =ontradição entre a resposta dada pelo acórdão recorrido e por outroacórdão das RLs ou do 10G, j5 transitado em julgado, bastando, contudo,que na decisão recorrida se tenha optado por uma resposta di!ersa e nãonecessariamente contr5ria*

• + oposição frontal e não apenas implcita ou pressuposta*• + questão de direito sobre a qual se !erifica a contro!8rsia tem d ser 

essencial para determinar o resultado numa e noutra decisões*• + di!erg4ncia de!e !erificar@se num quadro normati!o substancialmente

id4ntico, posto que a mera alteração ou re!ogação da norma que

concretamente for interpretada não constitua impedimento 3 re!istaecepcional, desde que, na sua substEncia, o quadro normati!o semantenha inalterado*

• Jneist4ncia de acórdão de uniformi2ação sobre a questão jurdica em

causa a que o acórdão recorrido tenha aderido.

+ formação a que se refere o %A(&'/ relati!amente 3 moti!ação da re!istaecepcional em casos de contradição jurisprudencial tem feito do %A(&' c), umainterpretação restriti!a, por forma a obstar 3 admissão da re!ista ecepcional em casosem que 8 apresentado como fundamento uma acórdão da R ou do 10G que, pela sua

data, se encontra flagrantemente desactuali2ado.

=omo requisito especfico de ordem formal, nas alegações de recurso orecorrente de!e enunciar os aspectos de identidade que estão na g8nese da interposiçãoecepcional do recurso, apresentando cópia, ainda que não certificada, do acórdão@fundamento, nos termos e para efeitos do disposto no %/A&'( e %-&. 9mbora a lei nãoeija a certidão de tal acórdão 8 indispens5!el a demonstração do respecti!o trEnsito em

 julgado.

G5 não se mostra necess5ria a !erificação de uma identidade integral entre os

objectos de cada um dos processos no Embito dos quais foram proferidos os acórdãos,

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 bastando que seja comum a ambos a questão sobre que incidiram as respostasdi!ergentes.

+ sustentação a admissibilidade de re!ista ecepcional de!e fa2er@se a partir daapresentação e apreciação de um 6nico acórdão não sendo de tolerar a apresentação de

di!ersos, deiando para o 10G o ónus de proceder 3 sua destrinça.

+ necessidade de serem cumpridos com rigor, os requisitos de um recurso que,nos termos legais, depende da !erificação de condições ecepcionais. Rigor que ali5s,resulta bem eplcito do facto de, tanto a norma geral do %/A&'(, como a regra especficado %A(&'(, cominarem com a rejeição do recurso a não demostração de tais requisitos.

1alienta@se ainda que, sendo por!entura defens5!eis outras soluções em face dostetos legais, a parte interessada na interposição do recurso de re!ista ecepcional de!e

 prestar uma especial atenção 3s eig4ncias que emanam da jurisprud4ncia emitida pela

formação especfica a que se refere o %A(&'/, tanto mais que a decisão que for proferidasobre qualquer dos aspectos atinentes 3 admissibilidade do recuso de re!ista temcar5cter definiti!o.

6. O acesso 3 re!ista ecepcional depende da !erificação dos pressupostos dorecurso de re!ista normal, designadamente os que respeitam 3 nature2a ouconte6do da decisão em face do %A&, ao !alor da causa e da sucumb4ncia"%($&') ou 3 legitimidade "%/&).

=onstitui factor impediti!o de qualquer recurso de re!ista a eist4ncia de norma

que !ede o acesso ao 10G. G5 o estabelecimento das ecepções prelistas no %($&'(,re!ela que o recurso de re!ista, com tais fundamentos, 8 independente quer dos factoresde ordem geral, quer da dupla conforme "%A(&'( a)).

9m todos os casos a que se reporta o %A(&', constitui ónus do recorrente alegar as ra2ões que, em seu entender, reclamam a admissão do recurso ecepcional de re!ista.

+ssim, consoante as circunstEncias, e sob pena de rejeição, de!e o recorrentefa2er o que consta do %A(&'(.

9m qualquer das situações, mas com especial destaque para < %A(&'( a) e b$,mais do que a mera reprodução de tetos legais, eige@se um esforço no sentido deconcreti2ação dos moti!os por que se justifica a submissão do caso a um terceiro graude justificação.

7. O requerimento de interposição de recurso, com respecti!as alegações comindicação das ra2ões de re!ista ecepcional, 8 directamente notificado 3 partecontr5ria que, em contra@alegações, poder5 responder a tudo quanto se relacionecom os pressupostos gerais e especficos do recurso especfico de re!ista.

Qas uma !e2 que o recurso 8 interposto na R, a apreciação dos pressupostos

especficos da re!ista ecepcional do %A&', ser5 relegada para momento posterior, no

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Embito da formação especfica pre!ista no %A(&'/. Ha R, cumpre ao relator proceder tãosó a uma primeira apreciação dos aspectos gerais referidos no %-&, de!endo rejeitar orecurso se acosso !erificar a falta de pressupostos gerais, tais como a tempesti!idade, alegitimidade ou a recorribilidade face ao %($&' e %A&', se faltarem as alegações ou senestas ti!erem sido omitidas as respecti!as conclusões "%-&'( b)).

>a rejeição liminar do recurso com fundamento na in!erificação dos requisitosgerais poder5 o recorrente reclamar para o 10G "%-/&' e %#(&'/), não ha!endointer!enções da confer4ncia na R.

>eterminada a subida do recurso, por despacho do relator ou depois dodeferimento da oportuna reclamação dirigida ao 10G, procede@se 3 sua distribuição.

Ordenação doa actos:

>istribuição de todos os recursos de re!ista em termos normais*• Jdentificado o relator, cabe@lhe sanear o processo, pronunciando@se sobre

todos os pressupostos do recurso, incluindo a definição dos casos em queeista ou não dupla conforme, com e!entual reclamação para a respecti!aconfer4ncia nos termos normais*

• >etectada uma situação de dupla conforme, o recurso de!er5 ser 

rejeitado a não ser que o recorrente pretenda assegurar uma re!istaecepcional nos casos do %A(&'*

•  Hesta e!entualidade o recurso de!eria então ser distribudo a um dos

 ju2es da formação que incidira eclusi!amente sobre a !erificação ounão dos requisitos especficos da re!ista ecepcional*

• +dmitido o recurso de re!ista ecepcional, por acórdão definiti!o da

formação, o processo regressaria ao relator a quem foi inicialmentedistribudo.

7or8m, a !erdade 8 que se encontra estabili2ada no 10G uma metodologia que passa pela distribuição imediata dos recursos de re!ista ecepcional, submetendo@se 3formação especfica, procedendo@se a no!a distribuição se a re!ista ecepcional for admitida.

0al como agora epressamente se pre!4 no %A(&'#, se, apesar dainadmissibilidade da re!ista ecepcional, por ineist4ncia de dupla conforme, nãohou!er obst5culos 3 admissibilidade da re!ista nos termos gerais, a formaçãodeterminar5 a sua apresentação 3 distribuição normal.

 Ha apreciação de cada um dos requisitos constantes do %A(&' eistem poderesoficiosos que nem sequer dependem da actuação do recorrente. 0oda!ia, no que respeita3s indicações referidas %A(&'(, a sua falta implica a rejeição do recurso.

O recurso 8 rejeitado ou admitido consoante a apreciação que a maioria faça dos

elementos dispon!eis.

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Recursos

Nerificada alguma circunstEncia de que a lei fa2 depender a re!ista ecepcional,cumprir5 3 referida formação de ju2es delimitar o objecto dessa re!ista.

+ decisão 8 definiti!a tanto na !ertente positi!a como negati!a, como decorre do%A(&'-. 9, por !ia da epressa consagração legal, nem sequer pode ser objecto de

reclamação ou de recurso.

9m caso de admissão do recurso, uma !e2 destrudo e atribudo ao respecti!orelator, 8 !edado a este ou 3 respecti!a confer4ncia rejeit5@lo, sob o preteto de que nãoestão reunidos os condicionalismos especficos da re!ista ecepcional.

(.  Hão est5 afasta da possibilidade de se proceder ao julgamento ampliado dare!istas, desde que se mostrem preenchidos os requisitos para tal "%?%& e %?A&).

0endo em conta os objecti!os que presidiram 3 reforma do regime de recursos,

 pretendendo@se !alori2ar a função do 10G ao n!el da elaboração jurisprudencial, orecurso de re!ista ecepcional pode constituir um bom preteto para a promoção deuniformi2ação jurisprudencial. 7or um lado, porque assim o podem demandar osinteresses em presença, tendo em conta os pressupostos da re!ista ecepcional ligados 3melhor aplicação do direito ou 3 atenção de!ida a interesses de particular rele!Enciasocial. 7or outro lado, porque resol!idas di!erg4ncias interpretati!as atra!8s deacórdãos uniformi2adores, para al8m de se transmitir ao sistema maior confiança, o 10Gconsegue e!itar, para o futuro, a in!ocação de contradições jurisprudenciais comomoti!o de re!ista ecepcional.

673º - Recursos interpostos de decis/es interlocutCrias

1. +o preceito subja2 a ideia de limitar a possibilidade de interposição de recursosde re!ista intercalares, consagrando@se como regra geral, o deferimento daimpugnação dos acórdãos interlocutórios para o recurso do acórdão da decisãofinal ou para recurso autónomo a interpor depois do trEnsito em julgado deste.+ssim, a regar aplic5!el aos acórdãos proferidos na pend4ncia do recurso na R 8a da sua irrecorribilidade autónoma.

+ e!entual impugnação apenas pode en!ol!er acórdãos da R e não decisões

indi!iduas do relator, de!e ser primeiro suscitada a inter!enção da confer4ncia "%#(&'/)sob pena de preclusão da faculdade de dedu2ir a impugnação no momento oportuno.

+ impugnação apenas ser5 admiss!el se da re!ogação ou anulação do acórdãointerlocutório resultar algum efeito 6til re!elador do interesse em agir que tamb8m de!eestar presente em sede de impugnação "%<%& e !i %A$&).

 Hão ha!endo ou não sendo admiss!el o recurso do acórdão da R a que possaacoplar@se a impugnação dos acórdãos intercalares, a parte interessada pode interpor recurso autónomo, no pra2o de # dias, depois daquele transitar em julgado "%A&'-).

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Recursos

0amb8m em relação 3 impugnação super!eniente dos acórdãos intercalares seeige a !erificação de um efecti!o interesse na anulação ou na re!ogação da decisão dotribunal a quo, eig4ncia que de!e ser interpretada objecti!amente, de modo a afastar oconfronto do 10G com meros academismos ou com pretensões cuja resolução nãodetermina qualquer benefcio directo e efecti!o.

(. + regra da impugnação diferida comporta ecepções:a. +córdãos cuja impugnação com o recurso de re!ista seria absolutamente

in6til* b. Hos demais casos pre!istos na lei, maime quando seja in!ocada uma

das situações do "%($&'().

9m qualquer dos casos o recurso de!e ser interposto no pra2o de # dias "%AA&),sobe em separado e com efeito meramente de!oluti!o "%A#&'( e %A%&).

67!º - undamentos de re,ista1. O recurso ser5 processado de acordo com o regime unit5rio da re!ista que

essencialmente se distingue da apelação pela menor latitude do seu objecto noque respeita 3 mat8ria de facto, nos termos do %A-& e %?(.

2. Q01 di2 que em 70 na função atribuda ao 10G pre!alecem interesses gerais deharmoni2ação na aplicação do direito sobre a a!eriguação dos factores relati!osao caso concreto e a concentração dos seus esforços na determinação de normaaplic5!el e no controlo da sua interpretação e aplicação pelas instEncias.

+inda que na sua matri2 essencial o recurso de re!ista siga o modelo da cassaçãoo %?(& e %?-& e!idenciam que o 10G não se limita a confirmar, anular ou re!ogar odecidido. 1endo genericamente correcta a asserção de que a mat8ria de facto 8 daeclusi!a compet4ncia das instEncias, tamb8m se !erifica, atra!8s da apreciação do%A-&'/ que o 10G não fica totalmente paralisado no que concerne 3 decisão da mat8riade facto.

O fundamento principal do recurso de re!ista e que directamente se integra nasfunções essenciais do supremo 8 a !iolação de lei substanti!a "erro na determinação danorma aplic5!el, erro de interpretação e erro de aplicação).

Qas a re!ista tamb8m pode fundar@se, isolada ou cumulati!amente, na !iolaçãoou errada aplicação da lei de processo, ou integrar, a ttulo principal ou acessório, aarguição de nulidades do acórdão.

3. B corrente a afirmação de que o 10G como tribunal de re!ista apenas conhece amat8ria de direito. 0rata@se de uma asserção que, integrando a regra geral,comporta ecepções que decorrem do %A-&''/ e %?(&.

0ais ecepções nãos constituem limites absolutos 3 interfer4ncia do 10G no queconcerne 3 delimitação dos factos pro!ados ou não. Outras situações, a que estão

subjacentes !erdadeiros erros de aplicação do direito, pode justificar a intromissão do10G na delimitação da realidade que ser5 objecto de qualificação jurdica.

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Recursos

+ssim acontece quando o confronto com os articulados re!elar que eiste acordodas partes quanto a determinados factos, que o facto alegado foi objecto de umadeclaração confessória com força probatória plena que não foi atendida, ou que encontrademonstração plena em documento junto aos autos, naquilo que dele emerge com força

 probatória plena, incluindo e!entual confissão nele manifestada.

!. + integração e delimitação dos conceitos de mat8ria de facto e de direitoconstitui um dos mais tortuosos dilemas do processo ci!il.

0amb8m no Embito do recurso de re!ista se coloca a distinção entre o que 8questão de facto "da compet4ncia das instEncias) e o que 8 de direito "onde de!e actuar o10G).

B !ariada a jurisprud4ncia sobre a mat8ria, sem poss!el etrair da mesma e dadoutrina elementos que permitem delimitar positi!a e negati!amente o objecto da

re!ista quando ligada 3 interpretação ou aplicação das normas e, ainda com maisfacilidade, os casos em que est5 em causa a determinação do regime jurdico aplic5!el.

". Qais f5cil 8 a circunscrição da re!ista quando incide sobre !iolação de lei de processo.

Jmporta considerar essencialmente tudo quanto tenha ligação com os trEmites processuais ou outros factores que implicam com a regularidade da instEncia, a par deuma boa margem para o que decorra do direito probatório formal, isto 8, para as normas

 processuais que, em !e2 de regularem o !alor probatório atribudo a determinado meio

de pro!a ou proibição deste, regulam a sua admissibilidade formal ou o modo como são prestados.

6. 0al como ocorre com a !iolação ou errada aplicação da lei do processo, tamb8ma arguição de nulidades do acórdão 8 fundamento de recuso autónomo dere!ista.

 Ha anotação do %(A& j5 se e!idenciou o interesse na delimitação das nulidadesdos acórdãos relati!amente 3s nulidades processuais ou erros de procedimento.

1e a ocorr4ncia de nulidades processuais que afectam a tramitação do processona M instEncia não pode despoletar, por si, a interposição de recurso de apelação,

 paralelamente se pode afirmar que o mesmo ocorre na re!ista. >e!e tamb8m aquirespeitar@se a regra de que das nulidades reclama@se;, guardando a re!ista, quando sejaadmiss!el, para o acórdão que sobre as mesmas incida.

+ transposição do %#& e !i %%%&, implica que só poderão ser autonomamentearguidas as nulidades de acórdãos se acaso não for admiss!el o recurso de re!ista.1endo este admiss!el, 8 nas alegações de recurso que de!erão ser integradas, dando 3 R a possibilidade de, em confer4ncia, sobre as mesas se pronunciar "%-&').

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Recursos

7.  Ho captulo da apreciação das pro!as, a regra contida no A%-&'/, conea com asfunções priorit5rias do 10G, 8 a de não pode interferir na decisão de mat8ria defacto que 8 da compet4ncia das instEncias.

0oda!ia, sem embargo de outras inter!enções pre!istas no %?(& e %?/&,

considerou@se que o 10G não podia ficar indiferente a erros de apreciação da pro!aresultantes da !iolação de direito probatório material podendo constitui fundamento dere!ista a !iolação de disposição legal epressa que eija certe esp8cie de pro!a ou quefie a respecti!a força probatória, afinal, são !erdadeiros erros de direito.

9m concreti2ação de cada uma destas ecepções, o 10G pode cassar uma decisãosustententada em determinado facto cuja pro!a, dependente de um documento escrito,foi declarara a partir de depoimento testemunhal, de documento de !alor inferior, deconfissão inefica2 ou de presunção judicial. 7or seu lado, de!er5 tamb8m introdu2ir asmodificações na decisão de mat8ria de facto que se rele!em ajustadas quando, por eemplo, tenham sido desatendidos os efeitos legais de uma declaração confessória ouacordo das partes.

67"º - 9odo de su'ida

1. 1obe nos próprios autos o recurso de re!ista interposto de acórdão que tenhaincidido sobre o m8rito da causa ou que tenha posto termo total ou parcial ao

 processo "%A&').

2. Cuanto 3s re!istas interpostas de acórdãos interlocutórios nos casos do %A&'( e

- e %A/&, sobem em separado. +plica@se o disposto no %-%& quanto 3 suainstrução.

676º - E4eitos do recurso

1. + regra do %A%&' 8 de que a re!ista tem efeito meramente de!oluti!o, ou seja, asua interposição não colide com a produção imediata de efeitos decorrentes doacórdão da R. nos casos em que se tenha iniciado a eecução do julgado "A<-&),tais efeitos de!erão repercutir@se na eecução "%A%&'().

+ 6nica ecepção 8 relati!a 3s acções que incidem sobre o estado das pessoas.1endo que o efeito da re!ista nestes casos ser5 suspensi!o, ou seja, ficam impedidos osefeitos do acórdão da R, de!endo aguardar@se pelo trEnsito em julgado.

Qas pode acontecer que com a acção sobre os estados se cumulem outras pretensões de nature2a di!ersa. Hestes casos impõe@se uma distinção.

1e o recurso de re!ista abarcar tamb8m a parte do acórdão da R que apreciou aquestão relati!a aos estados das pessoas, segue necessariamente com efeito suspensi!oque en!ol!er5 toda a decisão.

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1e a re!ista ti!er por objecto eclusi!o questões de conte6do patrimonial quetenham sido apreciadas no acórdão da R, não h5 moti!o para estender o regimeecepcional, o recurso ter5 efeito meramente de!oluti!o.

2. 1endo o recurso admitido com efeito suspensi!o, a lei alude 3 possibilidade de

ser requerida a prestação de caução por parte do recorrente.

0al preceito apenas pode ter aplicação quando em tais acções sejam formuladostamb8m pedidos de nature2a patrimonial. B este o sentido 6til do preceito.

O requerimento relati!o 3 prestação de caução de!e integrar@se na alegação derecurso "%-$&'().

3. O preceituado no %A%&'/ est5 em plena coneão com o efeito de!oluti!o.

+ etracção do traslado apresenta@se, assim, como dilig4ncia, suscept!el de

 proporcionar ao recorrido a eecução pro!isória da sentença "A<-&), ou a promoção deoutros efeitos jurdicos que decorram do acórdão da R.

 Hão querendo promo!er a eecução pro!isória do acórdão o recorrido podequerer a prestação de caução por parte do recorrente "analogia ao %-$&).

677º - Regime aplicá,el ? interposi#$o epedita da re,ista

1. =ontrariando a regra geral do %/?&' M parte "/< dias), pre!4@se a redução desse pra2o para metade quando a re!ista se reporte a decisões interlocutórias da R, de

que seja admiss!el recurso autónomo "%A/&) ou respeite a processos de nature2aurgente.

O mesmo pra2o de # dias est5 pre!isto para as decisões da R de que não sejaadmiss!el recurso autónomo. + não ser que a sua impugnação se integre no recurso doacórdão final, o pra2o 8 de # dias e conta@se a partir do trEnsito em julgado daqueleacórdão "%A&'-).

67(º - Recurso per saltum para o AD

1. + admissibilidade deste recurso est5 circunscrita aos recursos das decisões de M

instEncia pre!istas no %--&'. 0oda!ia, a remissão para tal preceito de!e aindacompatibili2ar@se com outros preceitos que bali2am o acesso ao 10G, como nocaso das limitações de recursos entrepostos no Embito dos procedimentoscautelares "/A<&). 

>emarcado assim o terreno, a concreti2ação daquela possibilidade de saltar umgrau de jurisdição fica ainda condicionada 3 !erificação cumulati!a dos seguintesrequisitos:

• Nalor da causa superior 3 alçada da R*• Nalor da sucumb4ncia superior a metade da alçada da R*

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Recursos

• 1uscitarem@se nas alegações e contra@alegações apenas mat8ria de

direito*•  Hão h5 impugnação de quaisquer decisões interlocutórias*• Requerimento de alguma das partes.

2. 1endo o requerimento apresentado pelo recorrente, o recorrido poder5 pronunciar@se nas contra@alegações.

1e a iniciati!a deste recurso !ier do recorrido atra!8s das contra@alegações, anotificação disto ao recorrente d5@lhe a faculdade de se pronunciar no pra2o de < dias"%A?&'().

3. 1obre o requerimento e e!entual oposição da contraparte ter5 de se pronunciar,em primeiro lugar, o jui2 do tribunal a quo. 1e entender que não estão

 preenchidos os pressupostos legais para este tipo de recurso, cumpre@lhe receb4@

lo como apelação e remeter 3 R, onde o relator poder5 igualmente pronunciar@se"%-&'( e %#(&'). 1e a R entender que estão reunidos os requisitos ordenaremessa para o 10G, decisão esta que não 8 !inculati!a.

G5 a decisão do relator que no 10G rejeite o recurso 8 definiti!a, não admitindosequer reclamação para a confer4ncia.

 Ha situação de admissão pode a parte interessada suscitar a inter!enção daconfer4ncia "%A?&'#).

!. Fma !e2 admitido em definiti!o o recurso, ser5 tramitado como o seria o recursode re!ista, com ecepção do efeito a que se aplicam as regras da apelação nostermos do %-A& e ss.

7ode ha!er julgamento ampliado de re!ista no Embito deste recurso !erificado ocondicionalismo do %?%&.

67º - plica#$o do regime da apela#$o

1. 7or decorr4ncia da aplicação das disposições gerais sobre recursos ordin5rios"%(A& a %-(&), tudo quanto a se referiu ser5 adaptado 3 re!ista.

P tramitação inicial do recurso de re!ista pode re!elar@se importante a an5lisedos preceitos que integram as disposições gerais e que sumariamente enunciam:

• O %(?& sobre o trEnsito em julgado*• O %/?&' que fia o pra2o geral de /< dias, sem preju2o do de # dias do

%AA&*• O %/& sobre legitimidade*• O %/(& ren6ncia e desist4ncia*• O %//& possibilidade de apresentação de recursos independentes ou

subordinados*• O %/-& etensão do recurso a compartes não recorrentes*

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Recursos

• O %/#& quanto 3 delimitação subjecti!a e objecti!a do recurso*• O %/%& de ampliação do objecto do recurso, com ecepção do que a se

refere sobre a mat8ria de facto*• O %/A& V %($&'( a), b) e c) V %A(&*• O %/$& ónus de alegação e de formulação de conclusões, com limitação

do %A-&*• O %-& prolação de despacho liminar.

G5 no que concerne 3s normas da apelação do %--& a %#&, por regra não terãoaplicação na re!ista, a não ser para cobrir e!entuais lacunas.

+ aplicação subsidi5ria abarca o %-%& relati!a 3 instrução de recursos com subidaem separado "%A#&'().

O mesmo se diga quanto 3 possibilidade de ser requerida a prestação de caução

quando o recurso de re!ista suba com efeito meramente de!oluti!o e o recorrido não pretenda a eecução pro!isória "%-$&'( e %A%&'().

2. =om ecepção do requerimento de interposição de recurso per saltum que d5entrada em M instEncia, os demais, acompanhados das respecti!as alegações, sãoapresentados na R.

0anto as alegações como as contra@alegações onde as partes epõem osargumentos ligados 3 admissibilidade ou o regime do recurso ou ao respecti!o objecto,são mutuamente notificadas pelas partes.

1egue@se o despacho do relator na R "%-&') podendo rejeit5@lo quando nãoforem !erificados os pressupostos processuais essenciais ou requisitos formais.

>o e!entual despacho de rejeição não 8 admiss!el reclamação para aconfer4ncia, mas sim de reclamação para o 10G "%#(&'/ e %-/&').

Fma !e2 remetido o processo, 8 feita a distribuição e determinado o relator e eleter5 que proferir despacho liminar "%#(& a %##&).

+tribuições especficas do relator no Embito do recurso de re!ista

"complementado e aplicando 3 re!ista o que se encontra no %#(&):

• +preciar reclamação dedu2ida contra o despacho de não admissão da

re!ista "%#(&'/ e %-/&')*• >ecidir sobre a possibilidade de re!ista per saltum, sem possibilidade de

reclamação para a confer4ncia quando haja rejeição "%A?&'- e #)*• >eterminar oficiosamente ou mediante iniciati!a das partes a reali2ação

de audi4ncia de discussão do objecto de recurso "%?&')*• 7ropor ao presidente do 10G julgamento ampliado de re!ista "%?%&'( e /)*• +udição das partes se o recurso ampliado ir5 contrariar jurisprud4ncia

uniformi2ada "%?A&'/).

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Recursos

 Ha generalidade dos despachos do relator que não sejam de mero epediente 8admiss!el reclamação para a confer4ncia "%#(&'/).

3. + preparação do julgamento segue de par a par as regras pre!istas para aapelação "%#A& a %%&), com a 6nica diferença de que 8 poss!el deri!ar a meio

do percurso para um julgamento ampliado de re!ista "%?%& e %?A&).

0amb8m 3 re!ista 8 aplic5!el, naquilo que for compat!el, o que se dispõe no%%/&.

 Ho que respeita ao conte6do do acórdão qualquer decisão ter5 de respeitar osefeitos do caso julgado na parte em que não tenha sido objecto de recurso, quer dadecisão de M instEncia, quer da da R "%/#&'-).

O %A$& determina a aplicação remissi!a dos preceitos que regulam o julgamento

de apelação e que correspondem ao %#(& a %A<&.>e tal remissão de!em considerar@se ecludos os aspectos que encontrarem

regulamentação especfica d julgamento da re!ista especfica regulação.

0amb8m 8 ecluda do julgamento da re!ista a aplicação do %%(&, sobreimpugnação da decisão de mat8ria de facto com incid4ncia sobre questões de direito nostermos do %A-&, sendo que certos aspectos ligados 3 delimitação da mat8ria de factorele!ante encontram na regulamentação da re!ista pre!isão especfica "%A-&'/ e %?(&).

 Hão h5 aplicação do %%#&, o %A$& eclui essa aplicação.

0al significa que foi retirada a possibilidade de o 10G se substituir de imediato 3R. de!endo agir do seguinte modo:

• >etectada alguma nulidade decisória que afecte o acórdão recorrido, o

10G de acordo com o %?-&, nos casos da c) e ) e (M parte d) do %#&,decidir5 em regime de substituição, noutros casos, maime nulidade quecorresponder a omissão de pron6ncia, limitar@se@5 a cassar a decisão,remetendo aos autos para a R*

• Cuando o acórdão da R não ti!er nulidade, mas não apreciou

determinada questão, por considera@la prejudicada pela solução entãoencontrada, se tal acórdão for re!ogado, impõe@se a remessa dos autos 3R, para que sejam apreciadas as questões omitidas.

6(5º - Dun#$o de documentos e pareceres

1. B mais restrita a possibilidade de apresentação de documentos em comparaçãocom o regime da apelação "%#&), porque o supremo tem inter!enção

 pri!ilegiada em questões de direito.

Fma !e2 que est5 praticamente !edado ao 10G alterar a decisão da mat8ria defacto pro!ada, a aplicabilidade do preceito estar5 reser!ada aos casos em que as

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Recursos

instEncias tenham considerado pro!ado um facto para o qual a lei eija pro!adocumental, com !iolação do direito probatório material, sustentando@o apenas pro!atestemunhal ou em confissão, situação que pode ser regulari2ada, sem prejudicar oresultado, mediante a junção do documento que seja super!eniente.

2.  Ho que concerne aos pareceres de jurisconsultos, o aditamento do %?<&'( mostraclaramente a faculdade de junção at8 ao incio do pra2o para elaboração do

 projecto de acórdão pelo relator.

6(1º - lega#/es orais

1.  Hum sistema em que se pre!4 a apresentação de alegações escritas, nas quaiscada uma das partes tem a possibilidade de argumentar no sentido dasrespecti!as posições, não se descobre justificação plaus!el para a introdução dealegações orais.

O 6nico aspecto que sal!a a solução 8 que tal dilig4ncia não tem car5cter obrigatório, o relator apenas designar5 quando descobrir algum interesse, sem que tenhanecessariamente de aderir ao requerimento da parte.

2. 7rocurando alguma !irtualidade, 3 pre!isão de tal dilig4ncia pode ser creditadoum efeito pre!enti!o relati!amente a recursos cuja ra2ão de ser seja a de protelar o trEnsito em julgado da decisão. + mera possibilidade de o recorrente ser con!ocado para apresentar, frente aos ju2es do 10G a moti!ação do seu recurso

 poder5 constituir um tra!ão 3 interposição de recursos sem solide2.

7ode ainda !aler como ocasião para que o recorrente possa ser confrontado comuma projectada condenação como litigante de m5 f8, ou para cumprir o contraditóriodestinado a e!itar decisões@surpresa, nos casos em que o 10G pretenda pronunciar@sesobre uma questão que, sendo de conhecimento ofcios, não tenha sido objecto de

 pron6ncia anterior.

3. + audi4ncia para apresentar alegações orais poder ser oficiosamente determinada pelo relator, com ou sem sugestão dos adjuntos, ou pode ser requerida pelas partes.

+ audi4ncia 8 presidida pelo jui2 da secção que far5 o que consta do %?&'/.

0erão de seguida a pala!ra os mandat5rios das partes que tenham comparecido emesmo que faltem, não h5 adiamento.

6(2º H Aermos em &ue julga o tri'unal de re,ista

1. + tramitação inicial do recurso de re!ista !ai recolher o seu apoio nas normasgerais sobre recursos. G5 quanto ao julgamento, a lei determina o recursosubsidi5rio ao regime prescrito para a apelação, com eclusão do %%(& e %%#&.

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Recursos

>a aplicação subsidi5ria do regime do julgamento da apelação decorre que, al8mdo relator ser permitido proferir decisão singular "%#%&). +dmite@se ainda que seja

 proferido acórdão sum5rio, quando a questão seja re!estida de simplicidade, ou que sejafeita remissão para o acórdão da R quando incida sobre questão j5 jurisdicionalmenteapreciada "%%/&'#).

+D não !4 qualquer incon!eniente na admissão de decisão singular, nem deacórdão por remissão em casos em que a mesma questão j5 tenha sido objecto desucessi!as decisões com estabili2ação de jurisprud4ncia.

Qas +D coloca reser!as 3 admissão de acórdão sum5rio por ser dificilmentecompat!el com a função do 10G.

2. O preceito assenta numa distinção fundamental entre questão de facto e dedireito, fiando para o 10G a regra segundo a qual a sua compet4ncia 8

circunscrita 3 aplicação do direito aos factos que as instEncias fiarem.

0oda!ia, a lei ecepciona os casos pre!istos no %A-&'/: ofensa a lei epressa queeija certa esp8cie de pro!a para a eist4ncia do facto ou que fie força de determinadomeio de pro!a.

O 10G, por iniciati!a própria ou do recorrente, de!e modificar a decisão e ajust5@la ao preceito imperati!o que se mostre !iolado.

1ituação diferente 8 aquela em que foi desrespeitado o comando legal sobre o

!alor de determinado meio probatório.9m qualquer destes casos os erros cometidos recondu2em@se a erros de direito,

inscre!endo@se a sua correcção nas atribuições do supremo que não se fica pela suafunção cassatória, de!endo proceder 3s modificações que o direito probatório materialimpuser.

>iferente 8 a situação do %?(&'(. Nerificada a necessidade de ser ampliada amat8ria de facto, por forma a permitir a correcta aplicação do direito, o 10G determina aremessa dos autos para a R para que se apreciem os factos que, tendo sidooportunamente alegados, não foram objecto de decisão negati!a ou positi!a.

Outra ecepção liga@se 3 necessidade de sanar contradição na decisão sobremat8ria de facto que, atenta a sua essencialidade, in!iabili2e a correcta aplicação dodireito.

3. 9m função das questões que se suscitem o 10G ou actua em regime de cassaçãoou de substituição.

1ubstituição:

Cuando se tratam apenas de questões de direito, sobrepondo@se aoacórdão da R o acórdão confirmatório ou re!ogatório do 10G*

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Recursos

•  Hos casos em que seja determinado o julgamento ampliado de re!ista,

 pois que, em lugar de o acórdão produ2ir efeitos limitados ao casoconcreto, alarga o seu campo de actuação atra!8s da figura dauniformi2ação de jurisprud4ncia*

 Hos casos ecepcionais do %A-&'/, quando considere que eistiu ofensaepressa 3 norma legal que eija determinada esp8cie de pro!a ou queatribua !alor tarifado a determinado meio de pro!a.

=assação:

• =asos em que os elementos de facto ainda não estão nem podem ser 

definiti!amente consolidados, sal!o nos casos ecepcionais do %?/&'(*• =om efeito 8 residual a incid4ncia do 10G sobre questões de facto, a não

ser os casos do %A-&' b)*•  Hos casos em que a R se cinja a meras considerações gen8ricas em lugar 

de proceder 3 efecti!a reapreciação dos meios de pro!a indicados pelas partes – o 10G não pode reapreciar esses meios de pro!a porque estafunção 8 das instEncias, logo só fa2 cassação e remete 3 R para proceder 3 reapreciação*

•  Hos casos em que a correcta decisão da causa est5 prejudicada pela

omissão de factos tidos por rele!antes ou pela constatação de que adecisão de mat8ria de facto fiada pela R tem contradições "%?(&'/)*

• 9m tais circunstEncias o 10G não se limita a ordenar a remessa dos autos,

toma desde logo posição sobre o direito aplic5!el ao caso, a qual de!e ser 

acatada pela R:o  Hem sempre esta pr8!ia definição do direito aplic5!el ser5 !i5!el*o 1e o 10G não puder fiar com precisão o regime jurdico aplic5!el

"falta de elementos de facto ou contradição) limitar@se@5 a remeter o processo para a R "%?/&'()*

o O desempenho da R poder5 ficar prejudicado se acaso a

ampliação da mat8ria de facto não puder ser feita directa eimediatamente como ocorre quando os temas de pro!a nãotenham abarcado mat8ria contro!ertida rele!ante, nestes casos

de!e remeter o processo 3 M instEncia.!. +lgumas das ecepções referidas quanto 3s questões de facto parecem estar em

contradição como o que se dispõe no %%(&'-, quando nele se prescre!e airrecorribilidade de acórdão da R que tenha incidido sobre alguma das questõesdo e (.

7or8m, a interpretação que sede preceito tem sido feita pelo 10G reser!a aindauma margem de inter!enção para situações em que o resultado final ao n!el da decisãode mat8ria e facto foi prejudicada por errada aplicação da lei do processo.

>ecisões de acórdãos do 10G:

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9mbora esteja !edada ao 10G a possibilidade de anular, por defici4ncia ouobscuridade, qualquer resposta dada aos quesitos pelo tribunal de M instEncia, podeeercer censura sobre o uso que a R fa2 dos seus poderes de anulação.

9mbora só a R tenha compet4ncia para anular as respostas do tribunal de M

instEncia, o 10G pode !erificar se agiu dentro dos limites legais.

 Huma outra !ertente, tamb8m o 10G !em decidindo que não pode censurar o nãouso pela R dos poderes que lhe são conferidos pelo %%(&' e que o erro na apreciaçãodas pro!as e fiação dos factos materiais da causa não pode ser objecto de re!ista, sal!onos termos do %A-&'/.

=onclui@se que, !erificada uma contradição insan5!el sobre a mat8ria de factoque in!iabili2a a decisão jurdica, o processo de!e !oltar 3 R a fim de suprir talcontradição.

+ inter!enção do 10G tem ainda sido rele!ada em situações em que a R tenhafeito dos poderes conferidos em sede de impugnação da decisão de mat8ria de facto umuso meramente formal, deiando de apreciar os fundamentos e de efectuar uma efecti!areapreciação dos meios de pro!a oralmente produ2idos.

+ reapreciação das pro!as, no caso de terem disso gra!ados os depoimentos e deser impugnada a decisão com base nestes, implica que o tribunal de recurso ouça e !ejaos depoimentos gra!ados, não bastando para o efeito di2er que se a decisão do julgador,de!idamente fundamentada, for uma das soluções plaus!eis, segundo as regras da

eperi4ncia, ela ser5 inatac5!el, !isto ser proferida em obedi4ncia 3 lei que impõe o julgamento segundo a li!re con!icção.

6(3º - %o,o julgamento do tri'unal a &uo

1. =onfrontando@se o 10G com uma situação em que a aplicação do direito ao casoconcreto se mostre prejudicada pela deficiente selecção dos factos, em lugar damera anulação do acórdão e da ampliação da mat8ria de facto que podem ser determinadas em sede de apelação "%%(&'( c)), cumpre pronunciar@se sobre odireito aplic5!el, antes de anular o acórdão e de ordenar a repetição do

 julgamento.

Ticando definiti!amente resol!ida a aplicação ou interpretação do direito ou adeterminação do direito aplic5!el, cumprir5 3 R pronunciar@se sobre os factos cuja faltafoi decretada, substituindo@os, de modo !inculati!o, ao regime jurdico predeterminado

 pelo 10G. Ho julgamento inter!irão os mesmos ju2es se ainda tal for preciso.

=om este regime se e!ita que, uma !e2 proferido o acórdão pela R, com respeitoao que foi determinado pelo 10G, se interponha no!o recurso de re!ista.

2. Qas pode acontecer que a falha no que concerne 3 mat8ria de facto seja de tal

modo gra!e que impossibilite a fiação do regime jurdico a aplicar.

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 Hestes casos resta anular a decisão e ordenar a repetição do julgamento, cujoresultado ser5 pass!el de re!ista nos termos gerais.

6(!º - Re4orma do acCrd$o no caso de nulidades

1. +rguidas no recuso de re!ista nulidades do acórdão da R, estas de!em ser objecto de pron6ncia nos termos do %A&' e %-&'. 0ratando@se de arguição queincide sobre acórdão, a compet4ncia para a sua apreciação recai sobre aconfer4ncia, a qual de!e decidir antes de o recurso ser remetido ao 10G.

1e a R reformar o acórdão, deferindo a reclamação, a no!a decisão complementae integra a anterior, podendo o requerido recorrer a subida dos autos nos termos do%A&'-.

2.  + substituição em relação ao tribunal recorrido est5 prescrita para os casos do

%#&' c), d) (M parte e e).3. G5 quando as nulidades decorrem da falta de especificação dos fundamentos de

facto ou de direito, de omissão de pron6ncia ou quando hou!er falta de!encimento nos termos do %%%&' in fine, !igora o regime da cassação.

9m todos estes casos o 10G determina o reen!io dos autos para a R, a fim deefectuar o suprimento se poss!el pelos mesmos ju2es "%?-&'().

!. Outra situação que implica a remessa dos autos est5 ligada aos casos em que a R não tenha apreciado certas questões por considera@las prejudicadas pela resposta

dada a outras. +inda que não se trate propriamente de uma nulidade do acórdão,o paralelismo relati!amente 3s nulidades enunciadas no ponto anterior justificaque, mais uma !e2 se acentue o que j5 foi referido na anotação do %A$&.

+gora tendo sido epressamente ecluda a aplicação remissi!a do %%#&,incluindo o ( que trata das aludidas situações, tal impede que o 10G aja como tribunalde substituição, de!endo determinar a remessa dos autos.

". + recorribilidade do no!o acórdão que !enha a ser proferido na sequ4ncia dadeclaração de nulidades ficar5 condicionado pela !erificação dos pressupostos

gerais do recurso de re!ista, podendo receber a influ4ncia negati!a de no!ascircunstEncias que por!entura se !erifiquem, em face da segunda decisão e dosrequisitos prescritos pelo %A& e %A(&, maime da dupla conforme.

6("º - %ulidades dos acCrd$os

1. >o acórdão do 10G não 8 admiss!el recurso ordin5rio.

Cualquer nulidade do acórdão que se !erifique de!e ser arguida nos termos do%#&'-, sendo apreciada pela confer4ncia "%%%&'().

6(6º - 8ni4ormi:a#$o de jurisprud0ncia

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1. O sistema de recursos ordin5rios tem dois objecti!os fundamentais:a. 1atisfa2er o duplo ou triplo grau de jurisdição "nesta !ertente sobrele!am

os interesses de ordem particular dos sujeitos processuais)*'. 0utela de interesses de ordem p6blica, na medida em que a possibilidade

de solicitar a inter!enção de tribunais de categoria superior 8

instrumental relati!amente 3 boa administração da justiça.

O julgamento ampliado de re!ista 8 uma forma mais solene de apreciar umdeterminado caso, con!ocando para a decisão, não apenas a formação que normalmenteintegra o colecti!o, mas todos os ju2es que desempenham funções nas secções c!eis do10G.

 Hão perdendo a re!ista a nature2a de recurso ordin5rio, a sua regulamentação!isa resol!er o caso concreto, mas de uma forma que se pretende generali2adora, capa2de influir no modo como a mesma questão jurdica focada no recurso ser5 apreciada

dora!ante pelo mesmo ou pelos demais tribunais.

B uma forma de tramitação especial do recurso de re!ista que !isa a reapreciaçãocom força de caso julgado do acórdão recorrido, mas que se destina a declarar ainterpretação que se pretende uniforme.

=om o recurso etraordin5rio para efeitos de uniformi2ação de jurisprud4nciacomunga de se projectar nos casos futuramente apreciados, dele se distinguindo pelofacto de tal recurso pressupor o trEnsito em julgado da decisão, ao passo que o

 julgamento ampliado de re!ista corresponde ao 6ltimo segmento da instEncia processual

aberta com a instauração da acção, numa fase em que a decisão recorrida ainda não fe2caso julgado.

9nquanto no recurso etraordin5rio para uniformi2ação de jurisprud4nciaregulado no %??& e ss 8 sobre as partes que recai o ónus de promo!er a fiação de

 jurisprud4ncia, o regime da re!ista ampliada não depende dessa iniciati!a, embora não aafaste.

=onstitui uma modalidade especfica de se operar o julgamento com a participação de um n6mero de ju2es nunca inferior a X dos que compõem as secções

c!eis "%?A&'/).

2. + interpretação uniforme do direito constitui um dos !ectores da tutela dacerte2a e da segurança jurdica.

9m sede de aplicação judici5ria do direito eistem duas realidades comumenteapelidadas de costume jurisprudencial; e de jurisprud4ncia constante;.

+s !antagens apontadas quanto 3 uniformi2ação da jurisprud4ncia tenderão aaconselhar, não da mesma forma que a jurisprud4ncia uniformi2ada, 3 adopção das tesesconstante ou persistentemente assumidas pelo 10G.

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7ersiste e de!e manter@se o princpio da liberdade de julgamento como um dos pilares do nosso ordenamento jurdico, do mesmo modo que na aplicação do direito aoscasos concretos o jui2 tem o de!er de ponderar todo o circunstancialismo apurado,constatando a eist4ncia de cambiantes em relação ao paradigma que este!e na mentedo legislador quando formulou a pre!isão geral e abstracta, ou em relação 3 realidadeconcretamente apreciada na decisão jurisprudencial uniformi2adora.

+ aplicação judici5ria do direito impõe, por !e2es, uma !erdadeira inter!ençãocriadora no que respeita 3 integração de lacunas da lei, preenchimento de conceitosindeterminados ou sanação de contradições do próprio sistema normati!o, para al8m daconstante adaptação da lei 3s no!as realidades geradas no tecido social. Qas isso não

 prescinde da ponderação s8ria da repercussão eterna das decisões e da necessidade dese atentar tamb8m noutros !alores fundamentais, como a segurança jurdica, a certe2a, a

 justiça material, etc.

3. + di!erg4ncia de entendimentos não constitui necessariamente um mal. 7or !e2es constitui at8 um passo essencial para que o >ireito possa adaptar@se 3realidade social.

0oda!ia, as !antagens proporcionadas pela li!re epressão do modo como cadaórgão jurisdicional identifica e aplica aos casos concretos não podem ser!ir para

 branquear o problema da dispersão jurisprudencial que realmente se justifica, nem para justificar todo e qualquer resultado di!ergente da resposta que seria epect5!el. +liberdade decisória não constitui um fim em si mesmo, apenas um instrumento de

obtenção de melhor justiça.B pois neste conteto que se insere o julgamento ampliado de re!ista.

!. 9ste julgamento est5 prescrito para situações em que se re!ele necess5rio oucon!eniente; para assegurar a uniformidade de jurisprud4ncia.

+ opção entre o julgamento da re!ista nos termos normais ou pelo 7leno dassecções c!eis 8 da eclusi!a compet4ncia do 7residente do 10G.

>e acordo com cada uma das moti!ações da re!ista ampliada assim ser5 maior 

ou menor a liberdade de decisão. 0ratando@se em qualquer dos casos, do eerccio deum poder !inculado, a liberdade de decisão 8 limitada aos casos em que seja necess5riaou con!eniente a uniformi2ação de jurisprud4ncia. =onfrontado com a probabilidade deno colecti!o que se propõe o processo !encer uma solução di!ergente ada anterior resposta uniformi2adora sobre a mesma questão fundamental de direito, não deiar5 desujeitar o recurso ao regime mãos solene do julgamento ampliado.

O presidente do 10G 8 chamado a inter!ir no sentido de determinar, ou não amodalidade de julgamento ampliado de re!ista, pela !erificação de uma situação em quetal modalidade judicati!a se re!ele necess5ria ou con!eniente para assegurar a

uniformidade da jurisprud4ncia.

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 Hada impede que seja dele a iniciati!a de submeter o julgamento 3 referidamodalidade, designadamente quando, apesar de na in8rcia de qualquer dos referidosinter!enientes, esti!er cinete da di!erg4ncia jurisprudencial e dos benefcios que podemdecorrer da sua resolução pelo 10G.

=onhecendo a di!erg4ncia jurisprudencial e considerando necess5ria auniformi2ação, de!er5, at8 3 prolação do acórdão, pro!ocar a discussão da questão ouquestões contro!ertidas, nos termos do %?A&' e (, e con!ocar a posterior reunião dos

 ju2es das secções c!eis.

B um poder@de!er que se destina a conferir 3 jurisprud4ncia do 10G auniformidade capa2 de assegurar rele!antes !alores na 5rea de influ4ncia dos tribunaisna sociedade.

". O julgamento ampliado de re!ista ser5 necess5rio quando seja pro!5!el o

!encimento de uma solução jurdica que esteja em oposição com jurisprud4nciauniformi2ada no domnio da mesma legislação e sobre a mesma questãofundamental de direito.

0rata@se de uma pre!isão que 8 decorr4ncia da abolição da figura do +ssento.

G5 e relação aso acórdão de uniformi2ação de jurisprud4ncia não foi reconhecidaa mesma dimensão legal quer aos assentos, não estando afastada a possibilidade de o

 próprio 10G assumir um di!erso entendimento daquele que numa determinadaconjuntura obte!e a adesão maiorit5ria.

+!entando@se esta hipótese torna@se necess5rio submeter a questão jurdica aocolecti!o alargado, permitindo que 3 interpretação da minoria correspondente 3formação normal que inter!iria do julgamento da re!ista se sobreponha a assumida pelamaioria dos elementos das secções c!eis.

0al situação eige a !erificação dos seguintes requisitos:

• Jdentidade ente a questão de direito que est5 em discussão no recurso de

re!ista e a que foi objecto de acórdão de uniformi2ação de

 jurisprud4ncia*• >i!ersidade entre a resposta projectada e aquela que foi dada em tal

acórdão de uniformi2ação*• =ar5cter essencial da questão para a resolução do recurso de re!ista*• Jdentidade substanti!a do quadro normati!o em que se insere a questão.

+tenta a tramitação do recurso de re!ista a precepção daquela possibilidade comefeito 6til na posterior tramitação processual ser5 eclusi!a do relator e dos respecti!osadjuntos a quem incumbir5 propor ao 7residente do 10G que determine a modificaçãodo plano em que se far5 o julgamento da re!ista.

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1endo acolhida a proposta e con!ocado o 7leno das secções c!eis, alcançar@se@5o objecti!o prosseguido pelo legislador.

Qas tal como est5 arqitectado o sistema não est5 integralmente afastada a possibilidade se ser proferido acórdão em sentido di!erso da jurisprud4ncia

uniformi2ada. Uasta que, contra o que s lei determina, seja ignorado o de!er do relator edos adjuntos de proporem ao presidente o julgamento ampliado de re!ista o que omesmo negue a sujeição da re!ista a esse julgamento.

 Hestes casos restar5 ao interessado esperar pelo trEnsito em julgado do acórdão einterpor recurso etraordin5rio para uniformi2ação de jurisprud4ncia nos termos do %??&e ss e no pra2o de /< dias.

6. + submissão da re!ista a julgamento ampliado pode ainda !erificar@se quandotal se mostre con!eniente.

0rata@se de uma situação bem di!ersa e que apela 3 inter!enção de elementossubjecti!os.

O objecti!o 8 o de assegurar a uniformidade da jurisprud4ncia. =ontudo,enquanto al8m esse objecti!o j5 est5 formalmente garantido pela anterior publicitaçãode acórdão de uniformi2ação, no julgamento ampliado por ra2oes de con!eni4ncia acon!ocação do mesmo órgão decisor !isa e!itar ou superar a situação de indesej5!eldi!ersidade interpretati!a, mediante o pronunciamento de um acórdão com objecti!osuniformi2adores.

7or certo não basta a eist4ncia de interpretações di!ergentes sobre umadeterminada questão.

7rocurando aproimarmo@nos do real objecti!o do legislador, +D defende quena pre!isão legal poderão integra@se as situações em que se mostre indesej5!el ouincon!eniente para o sistema a consumação de jurisprud4ncia contraditória ao n!el do10G ou a persist4ncia de uma di!erg4ncia jurisprudencial j5 efecti!a aos n!el das RYs edo 10G e quando o ordenamento jurdico tenha sido sujeito a modificações ou seja!is!el uma modificação substancial da realidade presente no momento em que foi

assumida a anterior jurisprud4ncia uniformi2ada.

+ mera di!erg4ncia jurisprudencial nas instEncias ou mesmo no 10G, não justificar5 que mecanicamente se determine o julgamento ampliado de re!ista. =ontudo,não est5 de todo afastada a possibilidade de o julgamento ampliado de re!ista, pelasreferidas ra2ões de con!eni4ncia, ser determinado relati!amente a questões que aindanem sequer foram apreciadas pelo 10G, mas cuja solução seja contro!ersa.

7ara al8m de pressupor que as respostas di!ergentes ocorreram noa Embito dadiscussão da mesma questão fundamental de direito, ser5 adequado ponderar ainda os

riscos de uma inter!enção imediata do 10G, ou seja, a!aliar se o imediato julgamentoampliado da re!ista correr os riscos de ser considerado precipitado.

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Recursos

7or isso, essa ser5 uma solução que apenas poder5 ser utili2ada em casosetremos em que, no prudente e desinteressado crit8rio do 7residente, as !antagens deuma actuação imediata de nature2a pre!enti!a, superem largamente as de uma maisampla discussão do problema, de forma que, atra!8s de uma multiplicidade deinter!enções dos tribunais se consiga estabili2ar um determinado entendimento.

9m qualquer dos casos, de!em ter@se me especial atenção a di!erg4ncias que, pelos seus efeitos, causem maior perturbação nos princpios da segurança e da certe2ado ordenamento jurdico, designadamente pelos danos que para os interessadosad!enham da instabilidade interpretati!a.

7. =om natural circunscrição aos casos em que o julgamento ampliado possaencontrar justificação em ra2ões de oportunidade ou de con!eni4ncia, essa formade julgamento pode ser requerida por qualquer das partes, para sustentar amanutenção da jurisprud4ncia uniformi2ada, suscitar a sua reapreciação ouconseguir do 10G uma orientação uniformi2ada com repercussão directa nolitgio.

O requerimento de!e ser apresentado com a interposição do recurso "%/A&'quando fala em esp8cie).

1emelhante iniciati!a do recorrido de!e ser integrada nas contra@alegações"%/?&'#).

O facto de no se pre!er a possibilidade do 7residente do 10G determinar o

 processamento do julgamento na modalidade de re!ista ampliada at8 3 prolação doacórdão não significa que 3s partes seja legtimo apresentar o requerimento foradaqueles momentos.

O requerimento de!e ser fundamentado, designadamente com a alusão aosentendimentos jurisprudenciais ou doutrinais di!ergentes e ao rele!o que uma decisãocom !alor de jurisprud4ncia uniformi2ada possa determinar. +inda assim, tendo emconta a necess5ria comparação com o %A(&'( e %$(&', a falta ou a deficientefundamentação não constitui moti!o de recusa imediata, cabendo ao 7residente decidir,de acordo com os restantes elementos de que dispuser.

9m qualquer caso, o requerimento ser5 sujeito ao princpio do contraditórioeercido por ocasião da apresentação das contra@alegações ou em acto a!ulso se ainiciati!a for do recorrido "/&).

+ não submissão da re!ista a julgamento ampliado, apesar de ser requerida pelas partes, não 8 pass!el de impugnação, restando 3 parte !encida a interposição de recursoetraordin5rio para uniformi2ação de jurisprud4ncia "%??& e ss).

(.  Hos casos em que o Q7 inter!8m como representante de uma das partes a

legitimação para promo!er o julgamento ampliado 8 inerente a tal qualidade, ouquando o recurso seja interposto com fundamento na !iolação de lei epressa.

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+ lei confere@lhe o poder@de!er de tomar essa iniciati!a em todos os demaiscasos, ainda que, como 8 e!idente, tal possibilidade esteja condicionada pela anterior interposição de recurso pela parte !encida. + proposta pode ser apresentada em qualquer etapa do percurso posterior, desde que anterior 3 prolação do acórdão.

+inda que esta iniciati!a se inscre!a no interesse da lei, os seus efeitosrepercutir@se@ão necessariamente tamb8m na resolução do caso concreto.

>ecorr4ncia ser5 a sustação do julgamento de outros processos em que sediscuta questão id4ntica que suportarão os efeitos do que for decidido no processo emque seja determinado o julgamento ampliado.

. + lei não pre!4 qualquer consequ4ncia para a e!entualidade de, apesar ad!erificação de todos os pressupostos nãos ser ordenado o julgamento ampliado.

+ atribuição 3 decisão de car5cter definiti!o constitui uma opção inteiramente justificada e que a parte da ideia de que, atenta a posição institucional do 7residente,este não deiar5 de agir em conformidade com a que a lei determina, dando sequ4nciaao julgamento ampliado de re!ista nos casos em que considere que tal se justifica.

 Ha construção do sistema normati!o cumpre realçar que nos casos em que nãohaja então esse julgamento ampliado e tenha sido produ2ido acórdão contraditório coma jurisprud4ncia uniformi2ada, o recurso etraordin5rio para uniformi2ação de

 jurisprud4ncia "%??& e ss) constitui paliati!o ajustado a atenuar os efeitos daqueladecisão.