3 UFSC/CEPE-Redao-Tarde
PROPOSTA DE REDAO
Leia o texto.
A re-volta da poltica
O movimento estudantil brasileiro tem uma histria de luta e
resistncia, em defesa da democracia e de um projeto de
desenvol-vimento para o Brasil, que combine crescimento, combate
pobreza e justia social. Foram os estudantes que, na poca da
ditadura militar, assumiram a linha de frente contra um regime
autoritrio, implantado no pas a ferro e fogo, com o apoio das
elites que cons-piraram para derrubar o governo constitucional de
Joo Goulart. Foram os estudantes que doaram sua energia, sua paixo
e, muitas vezes, sua vida, para iniciar um movimento de resistncia
que durou vrios anos e que culminou com a redemocratizao do pas.
Foram os estudantes que criaram, em 1961, atravs da Unio Nacional
de Estudantes (UNE), o Centro Popular de Cultura, reunindo artistas
e intelectuais de diferentes reas com o objetivo de construir uma
cultura nacional, popular e democrtica. A histria de mo-bilizaes
dos estudantes brasileiros , portanto, uma histria de luta em
defesa da justia, da liberdade, da democracia e da melhoria de vida
de um povo sofrido.
Agora, em 2007, foi preciso a teimosia de um grupo de estudantes
que ocupou e sentou praa na reitoria da principal universidade
brasileira, a USP, para que a opinio pblica tivesse conhecimento do
bolor germinado no ambiente acadmico.
H uma lista de mais de 800 alunos na fila de espera por uma vaga
na residncia universitria do campus da elite do pas. H um grupo que
se cansou de esperar e mora num cortio debaixo da arquibancada do
centro esportivo universitrio. H meninas que tomam banho no
chuveiro do estdio espiadas por seguranas, porque os vidros esto
quebrados e ningum nunca vai consertar. Fica-mos sabendo que a luz
das arquibancadas se apaga s 20 horas e que preciso arrastar mesas
e cadeiras para debaixo de um holofote externo para poder estudar.
Que h classes com mais de 50 e at 60 alunos na Geografia e na
Histria; que o concreto do prdio da FFLCH est caindo aos pedaos h
anos e no h verbas para reforma, assim como no h e no haver verbas
para contratar mais professores no futuro, e que a situao vai
piorar, segundo o prognstico do diretor da faculdade, o socilogo
Gabriel Cohn.
Autonomia, dizem as faixas e os ocupantes de reitorias pelo
Estado afora. A autonomia est garantida, respondem, nervosos,
assessores do governador, enquanto a massa acossa as vizinhanas do
palcio. Que pas, afinal, ou melhor, que projeto de sociedade
finalmente pulsa outra vez sob essa palavra-nibus que os robticos
editorialistas conservadores querem circunscrever numa
cabe-a-de-alfinete jurdico-burocrtica ou acomodar num patinete
infantil? Eis a pergunta que a partir de agora estudantes,
professores e funcionrios tero que encarar. Depois de ressuscitarem
as ruas e os campi, chegou a hora de decifrar esse enigma que
sacode as maanetas e fora os trincos do ambiente embolorado de
pragmatismo e da preguia intelectual no qual florescem os cogumelos
da irrelevncia partidria brasileira. Bem-vinda re-volta da ao
poltica, que mais uma vez na histria brasileira renasceu das
universi-dades, das lutas de estudantes, professores e funcionrios
e que ela venha para invadir outros ambientes, crescer e
multiplicar-se.
(www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14271,
acessado em 05.06.07. Adaptado)
Com base nas idias apresentadas no texto e em outras de seu
conhecimento, elabore um texto dissertativo em prosa sobre o
tema:
O PAPEL DAS MANIFESTAES ESTUDANTIS NO PROCESSO DE DEMOCRATIZAO
SOCIAL.
