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1 Centro Internacional de Formação da OIT Organização Internacional do Trabalho Programa Delnet de Desenvolvimento Local GP Edição 2006 – 2007 REDE DO DESENVOLVIMENTO LOCAL Uma contribuição para dinamizar as forças da sociedade local Lourdes Alves de Souza Rua Dona Rosa Iório, 501 – Freguesia do Ó – CEP 02964-060. São Paulo – SP – Brasil E-mail [email protected] Telefones: (5511) 2135-0349 (coml) (5511) 3975-4147 (res) (5511) 9639-6545 (cel) São Paulo 2007

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Centro Internacional de Formação da OIT Organização Internacional do Trabalho

Programa Delnet de Desenvolvimento Local GP Edição 2006 – 2007

REDE DO DESENVOLVIMENTO LOCAL Uma contribuição para dinamizar as forças da socied ade local

Lourdes Alves de Souza Rua Dona Rosa Iório, 501 – Freguesia do Ó – CEP 02964-060.

São Paulo – SP – Brasil E-mail [email protected]

Telefones: (5511) 2135-0349 (coml) (5511) 3975-4147 (res) (5511) 9639-6545 (cel)

São Paulo 2007

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Centro Internacional de Formação da OIT Organização Internacional do Trabalho

Programa Delnet de Desenvolvimento Local GP Edição 2006 – 2007

REDE DO DESENVOLVIMENTO LOCAL Uma contribuição para dinamizar as forças da socied ade local

Projeto apresentado ao Programa de Pós-Graduação – Especialização em Gestão do Desenvolvimento Local do Centro Internacional de Formação da OIT – Organização Internacional do trabalho – Agência Especializada das Nações Unidas.

Orientador: Serviço de Tutoria do Programa Delnet

São Paulo

2007

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AGRADECIMENTOS

Ao Senac São Paulo pelo incentivo e pela oportunidade de reflexão e

aprendizado.

Ao Programa Delnet, a compreensão e apoio dos tutores e especialistas pelas

orientações e sugestões de leitura facilitando o trabalho de pesquisa e

conclusão do curso.

Aos companheiros de equipe e a todas as pessoas que contribuíram para que

este projeto fosse construído e implementado.

A todas as organizações responsáveis pela oportunidade de participação e

aprendizagem.

Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo.

Mahatma Gandhi

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RESUMO

Este projeto de Desenvolvimento Local para o município de Monteiro Lobato, localizado no Estado de São Paulo – município de destaque nacional, principalmente porque ali viveu Monteiro Lobato, importante escritor brasileiro – aborda algumas contribuições para estabelecer e dinamizar parcerias intersetoriais, com a finalidade de promover iniciativas autônomas de geração de renda, estimular o empreendedorismo social, valorizar as pessoas e suas idéias, as micro e pequenas empresas, além de apoiar e fortalecer propostas de governo e as políticas públicas de desenvolvimento. Como diferencial, pretende dotar as pessoas e as organizações, que compõem a Rede do Desenvolvimento Local, de conhecimentos para a busca de estratégias que os levem a ver e tratar, de forma sistêmica, a localidade e seus recursos e identificar as relações e oportunidades possíveis, no momento, e descobrir outras, possibilitando analisar e avaliar os limites e o potencial das atividades que aquela comunidade oferece. Na análise do cenário local, com a participação da comunidade, elabora um diagnóstico com as lacunas e carências existentes e propõe um Plano de Ação, centrado na revisão e avaliação da realidade local e organizado, a partir de eixos temáticos, propostos pelo Instituto Cidadania, no Programa Nacional de Apoio ao Desenvolvimento Local. São eles: Articulação e Mobilização; Educação e Capacitação; Trabalho, Emprego e Renda; Tecnologia, Informação e Comunicação Financiamento e Comercialização; Desenvolvimento Institucional; Sustentabilidade Ambiental. Neste trabalho, esses eixos são considerados fundamentais para o enfrentamento e superação dos problemas, na busca do desenvolvimento humano, social, econômico, cultural e ambiental com sustentabilidade. As propostas de ação, sugeridas à Rede do Desenvolvimento Local, serão implementadas no curto, médio e longo prazos, de acordo com as prioridades da cidade e previstas para uma década.

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SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO DO PROPONENTE...................................................................... 6 2 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 6 3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 8 Diagnóstico........................................................................................................................ 9 3.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 10 3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 11 3.3 Público-Alvo.............................................................................................................. 11 4 CONTEXTO E MOTIVO DA ESCOLHA ............................................................. 11 5 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO E CARACTERIZAÇÃO DA CIDAD E ............ 12 6 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................................................. 15 6.1 Gestão do Projeto ...................................................................................................... 16 6.2 Eixos de Atuação:...................................................................................................... 16 6.2.1 Articulação e mobilização comunitária .................................................................. 16 6.2.2 Educação e capacitação .......................................................................................... 18 6.2.3 Trabalho, Emprego e Renda ................................................................................... 23 6.2.4 Tecnologia e Comunicação .................................................................................... 24 6.2.5 Financiamento e Comercialização.......................................................................... 26 6.2.6 Desenvolvimento Institucional ............................................................................... 26 6.2.7 Sustentabilidade Ambiental.................................................................................... 28 7 METODOLOGIA DO PROJETO ........................................................................... 29 8 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO .................................................................. 29 8.1 Indicadores de Processo ............................................................................................ 30 9 CONCLUSÃO............................................................................................................ 31 10 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 32 11 – ANEXO ................................................................................................................... 33

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1 APRESENTAÇÃO DO PROPONENTE Aluna do Curso de Especialização do Programa DELNET de Apoio ao Desenvolvimento Local, possui interesse acadêmico na aplicação e desenvolvimento deste projeto. Faz parte da equipe de Desenvolvimento Social do Senac São Paulo, na coordenação de Projetos de Indução ao Desenvolvimento Local, Fomento e Mediação de Redes Sociais. Capacitada pela AED – Agência de Educação para o Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, como Agente de Desenvolvimento Local, foi mediadora voluntária no fomento da Rede Social com vistas ao Desenvolvimento Local, na cidade de Monteiro Lobato, Estado de São Paulo, durante o ano de 2006, a convite de um conjunto de organizações sociais interessadas em conhecer os princípios da economia solidária e a organização em rede. 2 INTRODUÇÃO Cresce o número de experiências em Desenvolvimento Local no país, atingindo, aproximadamente 8.400 casos, segundo cadastro da Fundação Getúlio Vargas. Para melhor exemplificar, somente o Senac São Paulo é responsável pelo fomento de trinta e três desses processos no Estado, sendo vinte e oito experiências no interior e cinco na capital. Surgiram, a partir do investimento em capital social, que possibilitou a criação de uma estrutura gerencial e uma metodologia de indução ao desenvolvimento local. Vale ressaltar que outra importante contribuição é o Projeto Política Nacional de Apoio ao Desenvolvimento Local, do Instituto Cidadania, uma proposta elaborada por uma rede pluralista e suprapartidária, a qual reúne especialistas de 69 organizações reconhecidas nacionalmente. O documento, em fase, está baseado em oito eixos temáticos e pretende ser uma referência para todo o território nacional, como experiência inovadora de política social, depois de entregue à Presidência da República. Essas experiências serviram de inspiração para a elaboração deste projeto, cujo objetivo é dinamizar as forças criativas e empreendedoras da sociedade local, por meio da implementação de ações articulados, juntamente com recursos públicos e privados, organizações sociais e da comunidade em geral. Tendo em vista a extensão territorial e a diversidade regional do país, pensar o desenvolvimento, a partir da localidade, dos recursos endógenos, baseados nas parcerias intersetoriais e sustentados por princípios de horizontalidade, democracia, transparência, cooperação e trabalho conjunto, produz um processo inovador e de múltiplas aprendizagens, capaz de estabelecer uma

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estrutura de organização social, centrada nos princípios de justiça e de inclusão. O povo brasileiro é reconhecido por sua atitude solidária, descontração, criatividade e força de trabalho, elementos valiosos para construir o capital social e criar redes de solidariedade que incentivem parcerias compostas por todos os setores da sociedade. Entretanto, um dos principais desafios existentes na comunidade e a ser enfrentado pelos agentes do desenvolvimento, é a mudança do Modelo Mental, que consiste em mudar a forma de pensar, fazer e agir na sociedade. Atualmente, o Modelo Mental é sustentado por crenças e valores que favorecem mudanças, com a possibilidade de criar novas formas de ver e ser, uma vez que a era do conhecimento reconhece e destaca as pessoas como fator de mudança, inovação e desenvolvimento. Verifica-se, contudo, que ainda é grande o modelo de estrutura de organização social, baseado na hierarquia, submissão e controle. Isso tem gerado uma cultura de competição que impede o desenvolvimento, à medida que contribui para o surgimento de pessoas ou grupos, em confronto de forças e estabelecendo relações de poder autoritárias e antidemocráticas. Assim sendo, este projeto pretende incentivar e propor o estabelecimento de parcerias que tenham como base a cooperação, em torno de objetivos comuns, e mantenham uma relação de confiança e horizontalidade entre as pessoas, a Rede Social e a comunidade, a fim de que possam empreender coletivamente e acreditar na força conjunta como fator de mudança. Desobstruir barreiras e construir pontes entre as pessoas e as organizações de uma sociedade é a principal função das metodologias de Desenvolvimento Local, uma vez que, quando são criadas condições favoráveis de convivência, com respeito e tolerância às diferenças, eqüidade e democracia, elas encorajam e fortalecem as relações comunitárias, gerando uma cultura de não violência, colaborativa e de interdependência entre os atores sociais a favor de projetos de interesse comum. Desse modo, a gestão de pessoas e o papel das lideranças possuem importância significativa, cabendo-lhes a responsabilidade pela aplicação das tecnologias de convivência, ou seja, a comunicação dialógica, a mediação no enfrentamento de situações de conflito, a negociação na tomada de decisão, a aceitação do erro como fator de aprendizagem e a criação de relações de horizontalidade para reduzir as barreiras de poder e controle. Essas tecnologias propiciam o desenvolvimento de um clima recíproco de confiança e a definição clara dos papéis e funções dos participantes. Outro aspecto a considerar é a capacidade de construir objetivos, de forma compartilhada, contribuindo para o comprometimento e o compromisso, a responsabilidade e a participação dos atores, em vez de mera aceitação ou rejeição.

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Em vista do exposto, este projeto pretende construir, no município de Monteiro Lobato, parceiras com capacidade de mobilização dos recursos locais e que envolvam todos os segmentos da sociedade, incluindo empresas, organizações financeiras e de classe, associações sociais, bem como o poder público e seus representantes legais. Pretende, também, ao compor a Rede Social, desenvolver as suas potencialidades, suprir necessidades e criar oportunidades de inovação que melhorem a qualidade de vida e o convívio social da população, tendo a atuação em rede como referência de sustentabilidade. Desenvolvimento Local Sustentável é a Rede Social funcionando, com todas as forças interagindo em prol do desenvolvimento. O isolamento, a ausência de interdependência e de cooperação entre as pessoas e os setores não produz a sustentabilidade, nem promove o desenvolvimento. Poderá, talvez, haver crescimento econômico, mas isso não é suficiente e nem sustentável. A aplicação da metodologia para a composição da Rede do Desenvolvimento Local, além de permitir a uma comunidade descobrir-se e empreender em direção ao futuro, quando deseja construir esse futuro em conjunto, permite, também, avaliar o processo de implementação e realizar adaptações e reformulações das atividades e ações, a fim de conseguir melhores resultados. 3 JUSTIFICATIVA O Município de Monteiro Lobato foi, no ano 2000, alvo de experimentação da Metodologia DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, estratégia que adota a articulação de redes e a efetivação de processos democrático-participativos na localidade. A articulação da Rede Local criou no ano 2001, por meio do decreto Nº 846, o Fórum de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 do Município, resultando na criação da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e a Associação do Pequeno Produtor Rural. Segundo relato dos moradores, que participaram do processo, as divergências ideológicas e os conflitos não solucionados culminaram com a dissidência dos principais atores envolvidos e do próprio governo municipal, causando a interrupção do projeto. Além disso, há, também, a considerar o fato de os empreendimentos públicos, sociais e privados, em andamento, funcionarem isoladamente, não permitindo conexão entre eles para impulsionar e ampliar as possibilidades de complementaridade, inovação e desenvolvimento. Nas visitas recentes à cidade, foram feitas, também, consultas a documentos, contato com lideranças e observações locais, com a finalidade de analisar e levantar dados e informações. Foram identificadas lacunas e carências, além de interesse das pessoas em desenvolver-se, considerando este um fator positivo e um potencial que, com investimentos, produzirá outros e melhores resultados.

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O quadro, a seguir, explicita esse diagnóstico e propõe um Plano de Ação que construa uma Rede de Desenvolvimento Local democrática, articulada e voltada para a melhoria da qualidade de vida da população. Diagnóstico

Diagnóstico / Problema Focal Escolha - Plano de Ação (Eixos Temáticos)

Baixo capital social

Baixo nível de relação entre os setores e comunidade

• Articulação e mobilização de Redes • Educação e Capacitação

Necessidade de fortalecer a estrutura das

Áreas de Ecologia e Meio Ambiente

• Educação e Capacitação • Sustentabilidade Ambiental

Fragilidade na atividade econômica do

Turismo.

• Educação e Capacitação • Tecnologia e Comunicação

Alto índice de vulnerabilidade

• Educação e Capacitação • Trabalho, Emprego e Renda.

Fragilidade das atividades produtivas

Micro e pequenas empresas e Produção rural

• Educação e Capacitação • Financiamento e Comercialização

Insuficiente oferta de emprego

• Educação e Capacitação • Trabalho, Emprego e Renda.

Necessidade de fortalecer as iniciativas

governamentais

• Desenvolvimento Institucional

Prevê-se que a aplicação desse Plano de Ação apresente os seguintes resultados:

� Fortalecimento das estruturas de cooperação e promoção de mudanças significativas, rumo à transformação social.

� Fortalecimento da relação entre Meio Ambiente e Desenvolvimento. � Desenvolvimento de ações de preservação do meio ambiente. � Criação de um sistema de apoio ao ciclo produtivo das micro e

pequenas empresas e empreendimentos agrícolas. � Criação de elos entre a atividade econômica de turismo com a

sustentabilidade social e ambiental. � Aumento da oferta de emprego e renda nas ramificações e

oportunidades que a comunidade oferece. � Estabelecimento de parcerias de cooperação social com estruturas

sólidas, articuladas e democráticas. � Planificação e valorização dos recursos locais, humanos e físicos.

No momento de retomada das atividades, serão realizadas reuniões com as lideranças locais, a fim de aprofundar e analisar os acontecimentos passados, pois, segundo Franco (2007), o trabalho é escolher no passado o que pode

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ajudar a alcançar o futuro almejado, construindo, então, uma nova linha do tempo.1

Além disso, o início de um processo, que agrupa diversos segmentos sociais, com objetivos e interesses diversificados, independentemente, da escolha da metodologia, defronta-se com a cultura local, que deixa clara a forma de viver e conviver daquela sociedade. Morin (2000) afirma que

A cultura é constituída pelo conjunto dos saberes, fazeres, regras, normas, proibições, estratégias, crenças, idéias, valores, mitos, que se transmite de geração em geração, se reproduz em cada indivíduo, controla a existência da sociedade e mantém a complexidade psicológica e social.2

Portanto, a mudança em uma perspectiva colaborativa é a inversão da lógica da organização piramidal, para outra, orientada pela horizontalidade, valores de solidariedade e cooperação. É forjar, a partir da experiência e da vivência coletiva, uma nova forma de organização e de relações sociais, o que justifica sublinhar a necessidade de mudança na forma de sentir, pensar, falar e agir. A relação de horizontalidade produz um espaço de ensino-aprendizagem que humaniza o processo de desenvolvimento, derruba muros e constrói pontes, a partir do diálogo, do saber ouvir, da mediação, do processo decisório negociado e da visão compartilhada dos objetivos, criando oportunidades de aprendizagem efetiva e de oportunidades de transformação. A Rede do Desenvolvimento Local, envolvendo os diferentes atores sociais – prefeitura, autoridades locais, conselhos municipais, departamentos de administração local, parceiros públicos e privados e as organizações sociais – deverá contar com o suporte de consultores na implementação, avaliação e ajustes do projeto. Sugere-se, também, a composição de um Comitê Intersetorial do Desenvolvimento Local, tendo como suporte a assessoria técnica de consultores especializados na metodologia do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Local da OIT – Organização Internacional do Trabalho. 3.1 Objetivo Geral Contribuir com o Desenvolvimento Local Sustentável, do município de Monteiro Lobato, Estado de São Paulo, por meio de ações estratégicas interdependentes que favoreçam a inclusão produtiva e fomentem a geração de trabalho e renda, criando ambiente para a construção de parcerias intersetoriais, capazes de promover o desenvolvimento humano e social sustentável.

1 Franco, Augusto. Nova Visão do Passado. In: A nova metodologia do desenvolvimento social. Julho 2007. http://www.augustodefranco.org - Consulta em 05/10/07. 2 Morin, Edgar. Os sete saberes. 8. ed., São Paulo: Cortez, 2003, p. 56.

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3.2 Objetivos Específicos

� Envolver até 10% da população local nas ações e parcerias intersetoriais em prol do Desenvolvimento Local Sustentável.

� Promover o aumento da geração de trabalho e renda nos setores da economia local em até 20% ao ano.

� Ampliar as estratégias para a descoberta do potencial das pessoas e da comunidade.

� Promover o aprendizado e a incorporação dos valores éticos e estético-ambientais da metodologia de formação de Redes Locais com Sustentabilidade.

� Fortalecer a consciência crítica sobre o papel e a função das organizações e membros da Rede Social e a interação com as parcerias.

� Desenvolver habilidades para o trabalho em equipe, cooperativo e participativo, centrado nos valores da democracia e justiça social.

� Adquirir condições para sugerir ações e estratégias na busca de parcerias para a realização dos projetos de desenvolvimento.

3.3 Público-Alvo Toda comunidade da Cidade de Monteiro Lobato, compreendendo, membros das organizações sociais, das organizações públicas e privadas e interessados em geral.

4 CONTEXTO E MOTIVO DA ESCOLHA No final de ano de 2005, atendendo a um convite para proferir palestra sobre Economia Solidária, em Monteiro Lobato, durante evento promovido pelo Grupo Ambientalista Ribeirão dos Pássaros, houve a possibilidade de conhecer as principais lideranças sociais da cidade. No ano seguinte, também, a convite do mesmo grupo, foi iniciado um trabalho voluntário de formação e articulação de uma Rede Social, com vistas ao desenvolvimento local. Os participantes organizaram-se para garantir o rodízio de tarefas e funções, os custos das viagens mensais e a presença de um facilitador da metodologia de articulação e fomento de redes e, assim, garantir a continuidade do trabalho. Cada encontro era feito na casa de um dos participantes, o que contribuiu para que o grupo conhecesse melhor uns aos outros e fossem tecendo o tecido social. Durante todo o ano de 2006, participaram, ativamente, da Rede Social de Monteiro Lobato cerca de 30 pessoas ligadas à educação, cultura, meio-ambiente e agricultura familiar e implementaram várias ações de interesse coletivo, a saber:

a) Sala de Vídeo – para suprir a falta de uma sala de cinema na cidade, o grupo organizou em espaço da prefeitura destinado à exibição de vídeos para a comunidade.

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b) Brinquedos de Madeira – 90 brinquedos de madeira foram fabricados de forma cooperativa, com recursos da comunidade, para distribuição às crianças, na Festa de Natal de 2006.

c) Capacitação Profissional – estimulado pela experiência de trabalho em grupo e pela produção em série de brinquedos, o marceneiro local iniciou um trabalho de capacitação de jovens.

d) Clube de Troca – para estimular maior participação na rede e promover a economia solidária, o grupo participou do programa de capacitação Clubes de Troca, com carga horária de 06 horas. Os resultados surpreenderam a comunidade e os participantes, que iniciaram trabalhos de troca de serviços, saberes e produtos. Uma das escolas, participante da rede, adotou a metodologia de clube de trocas entre os alunos com o objetivo de conscientizá-los sobre os benefícios da atividade e produzir resultados econômicos.

e) Geração de Renda – o Clube de Trocas acolheu e promoveu vendas diretas dos produtos dos participantes da Rede e da Comunidade.

f) Artesanato – mulheres da rede, com habilidades artesanais e artísticas reuniram-se para criar produtos e comercializar na comunidade. Isso trouxe benefícios em termos de auto-estima, ampliação da renda e relações afetivas.

g) Energia Solar – construção de equipamentos de captação de energia solar para casas populares na comunidade.

Por questões históricas e de relações políticas, nesse processo, não houve a participação do poder público, limitando as possibilidades de articulação da rede. No inicio de 2007, surgiram, na cidade, novas lideranças políticas, o que parece ter mudado a correlação de forças, criando espaço de diálogo entre sociedade civil e governo. Entretanto, nesse mesmo ano, a Rede Social esvazia-se e o Clube de Trocas, depois de alguns meses de atuação, deixa de existir. 5 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO E CARACTERIZAÇÃO DA CIDAD E Monteiro Lobato é um município brasileiro, situado no Vale do Paraíba Paulista, no Estado de São Paulo. Microrregião da cidade de Campos do Jordão, foi fundado em 26 de abril de 1880. No ano de 2000, possuía 3.615 habitantes e, em 2007, esse número sobe para 3.994 habitantes. O crescimento anual da população 2000 / 2006 é de 0,81%, segundo dados do IBGE.3 Possui uma área de 332,7 km², com densidade demográfica de 11,14 habitantes por km², em 2005. O município teve quatro diferentes nomes, destacando-se que, até 1949, era denominado Buquira, por causa do Rio Buquira que corta a cidade, nome tupi que significa Ribeirão dos Pássaros. A denominação atual é uma homenagem ao importante escritor brasileiro, José Bento Monteiro Lobato, que viveu na Fazenda do Visconde, depois Sítio do Pica-Pau Amarelo, situada no território

3 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. http://www.ibge.gov.br/ Consulta 18/10/07.

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do Município. Lá, ele escreveu muitos de seus livros e tornou-se personalidade literária de projeção nacional. José Bento Monteiro Lobato foi extremamente popular no Brasil, entre os anos de 1935 e 1948 – enquanto vivo – e a sua popularidade, principalmente como autor de livros infantis, estendeu-se até boa parte da década de 50. Foi o autor que mais escreveu para crianças em todo o mundo, sendo a sua obra considerada a mais extensa de literatura infantil de que se tem notícia. No período de 1925 a 1950, foram vendidos um milhão e meio de exemplares de seus livros. Nesse período de aproximadamente 20 anos, duas gerações de brasileiros leram a obra infantil de Monteiro Lobato e, atualmente a mídia televisiva, voltada para o público infantil, exibe o seriado Sítio do Pica-Pau-Amarelo, o mais famoso e premiado seriado brasileiro. 4 A atividade econômica e histórico-cultural do cidadão lobatense está estruturada a partir da memória e da obra literária do seu patrono, visivelmente presente no artesanato local, inspirado nas personagens do Sitio do Pica-Pau Amarelo. Em grande parte, é fonte de renda para os inúmeros artesões da cidade, organizados em associação. Um dos principais roteiros turísticos é a visitação ao Sitio, onde viveram o autor e sua avó. A vocação da cidade inclui o Turismo Rural, Ecológico, Histórico-Cultural e de Aventura. Monteiro Lobato é uma região montanhosa, com inúmeras cachoeiras, riachos de águas claras e potáveis. Há grande área preservada e de vegetação nativa, a qual abriga espécies selvagens de felinos, macacos e uma concentração variada de pássaros, o que faz do lugar, uma das mais encantadoras da região. Por um lado, a beleza natural é um dos principais ativos da cidade e, por outro, motivo de preocupação da população local, em termos de preservação da mata, da água e das condições de vida da população nativa, que sofre com a falta de oferta de emprego, trabalho e renda. O município é pequeno, se comparado à região. Entretanto, possui os mesmos entraves econômicos, políticos e de organização social dos seus vizinhos, apesar de contar com um capital humano expressivo, atuando nos setores da educação, cultura, governo e movimentos sociais, e percebido como um ativo importante para impulsionar mudanças sociais. Por questões políticas, a cidade parece ter sido dividida, por um longo período, em situação e oposição, com acirrados momentos de disputas e competição, inviabilizando a negociação e a participação popular. Recentemente, com a nova administração, na percepção de muitos moradores, há oportunidades de negociação e relação entre o poder público e o privado.

4 Fonte: Município de Monteiro Lobato. http://www.monteirolobato.sp.gov.br/ Consulta 18/10/07.

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Mais de 50% dos recursos públicos estão comprometidos com pessoal e encargos, além das porcentagens fixas estabelecidas para a educação e a saúde. Resta pouco para outros investimentos. O cenário das micro e pequenas empresas, incluindo as pousadas, o comércio varejista, produtores rurais e artesões, é de luta para sobreviver e manter ativos os seus empreendimentos. As dificuldades surgem, também, por desinformação e desconhecimento do potencial das áreas de atuação, gestão de negócio, formação e capacitação das pessoas, alternativas tecnológicas e de acesso a agencias de financiamento, havendo, também, a desarticulação e competição entre os setores. A proximidade de grandes centros urbanos, os recursos físicos e ambientais, a beleza natural, o valor monetário da terra, a percepção de segurança e outros importantes aspectos que compõem a qualidade de vida, vem atraindo, desde os anos 80, como opção de moradia e trabalho, migrantes intelectuais, artistas, empresários e profissionais liberais. Os antigos moradores e seus familiares, nascidos na cidade, têm identidade própria que os distingue dos novos moradores. Entre eles, é possível identificar dois grupos, os nativos e novos. Entre os antigos, há um grupo identificado como sábios, são os moradores que protagonizaram muitas mudanças e guardam na memória as melhores histórias da região. Quanto aos novos, são, em grande parte, educadores, profissionais liberais empreendedores, artistas e que desejam, igualmente, ver modificadas as condições de vida e convívio social da população. As iniciativas da sociedade civil contribuem para ampliar as vagas no ensino fundamental, fomentar ações de preservação do meio ambiente, por meio da educação ambiental e reciclagem do lixo, inclusão dos portadores de deficiência, geração de trabalho e renda e apoio aos trabalhadores rurais. A agricultura orgânica, apicultura e produtos de laticínios manufaturados são atividades que estão crescendo e são apoiadas por organizações sociais da região, na busca de investimento para formação e capacitação. Essas organizações estão em diálogo e negociação com a maior empresa de celulose do Brasil e que explora a região com o plantio de eucalipto. Em contrapartida, oferece recursos financeiros para ações sociais, em benefício dos pequenos agricultores. Esse empreendimento provoca acalorados debates sobre a preservação do meio ambiente, proteção às pequenas propriedades, que são arrendadas ou vendidas para a monocultura. A população jovem entre 15 e 25 anos de idade é expressiva, somando mais de 25% da população. Porém, ao mesmo tempo, é fator de preocupação pela baixa escolaridade e falta de emprego e qualificação para o trabalho, restando a informalidade, o desemprego e, em alguns casos, a marginalidade. Entidades sociais e lideranças comunitárias elegem-na como prioridade, sem aparente solução, no momento.

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Por outro lado, são escassas as opções de lazer, esporte e educação para esse público. O futebol, praticado nas quadras públicas, é a única e mais acessível alternativa. A partir dessas constatações, pressupõe-se que todos os empreendimentos, em andamento, buscam as mesmas realizações, com a perspectiva de manterem-se ativos. Porém, não trabalham de forma coletiva, inter-relacionada, sistêmica e organizada, não levando em conta o seu entorno, as possibilidades de complementaridade e outros mecanismos de apoio para avançar e inovar na maneira de pensar, fazer e viver comunitariamente. A intervenção, portanto, com ações interdependentes e baseadas na parceria intersetorial, parece ser uma contribuição eficaz ao processo existente e uma oportunidade de dinamizar o território, pela força de cada um, compondo o coletivo, no mesmo processo de desenvolvimento. Na identificação dos ativos existentes e observando os mecanismos de geração de riqueza, fica evidente que poderão ser potencializados com recursos endógenos e parcerias com os municípios vizinhos. O capital humano existente poderá alavancar o capital social, a partir de propostas e ações que tragam, na sua matriz e resolução, experiências de ganho coletivo, talvez ainda não experimentadas. O comportamento repetido de buscar, em outros municípios, oportunidades de emprego, acesso à escolaridade, lazer etc. pode ser alterado com soluções internas, pois, ao adotar a organização da comunidade em Rede de Desenvolvimento, na perspectiva de um futuro melhor, surge a possibilidade de criação de novos caminhos para o desenvolvimento local. 6 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO O homem, sendo fruto daquilo que vê e de suas experiências, compreende e interpreta o mundo a partir de suas vivências, criando a simbologia das relações humanas, herdada pela cultura transmitida de geração em geração. A cultura e suas manifestações, linguagens e alcance popular propiciam que as pessoas reconheçam-se a si próprias, reconheçam o outro e compreendam o mundo, a realidade que as cerca e as relações sociais que estabelecem. Essas manifestações agregam valores à experiência humana na construção da identidade coletiva de um povo e de sua comunidade. Assim sendo, este projeto visa a desenvolver habilidades que levem ao fortalecimento das ações da Rede Social e possibilitem a descoberta e adoção de estratégias fundamentadas em conceitos atualizados e inovadores. É norteado por uma política e prática de atuação centradas na ética e na responsabilidade social e elaborado com base nas seguintes ações de desenvolvimento:

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6.1 Gestão do Projeto O Comitê Intersetorial será o Gestor e Coordenador do Projeto na cidade e, para garantir que os objetivos sejam atingidos, deverá ser constituído, tendo em vista os seguintes requisitos:

� Ter representantes de todos os bairros e de todos os setores sociais públicos, governamentais e privados.

� Os representantes devem viver e trabalhar no local e estar dispostos a empreender.

� Preferencialmente, o trabalho deve ser voluntário e desvinculado de remuneração.

O Comitê Intersetorial será capacitado pelo proponente do projeto ou por assessoria técnica de consultores especializados, na Metodologia do Programa Delnet do Desenvolvimento Local e, utilizando esses conhecimentos, deverá criar mecanismos para ampliar a rede comunitária.

Ao Comitê Intersetorial caberá promover as seguintes ações:

Ação A � Coordenar e gerenciar o Projeto de Desenvolvimento Local. � Colocar em prática a Metodologia de DL, articulando parcerias com

institutos, universidades, organizações financeiras, sociais e particulares, Governo do Estado e Federal e outras.

� Criar instrumentos de validação, monitoramento e avaliação do processo e de resultados.

Ação B

� Articular e fomentar a Rede Comunitária. � Dinamizar as forças locais, estando atenta e preparada para criar

condições e envolver a população, de forma contínua e permanente, nas ações de Desenvolvimento Local. Incluir a comunidade, ao mesmo tempo, apresenta caráter educativo e político que fortalecem as iniciativas voluntárias, as parcerias e estimulam o comportamento cooperativo. A comunidade é um ativo e dessa maneira deve ser tratada.

Ação C

� Formar Comissões de Trabalho Intersetoriais para cada Eixo Temático do projeto.

� Garantir a implementação das ações estratégicas e a interdependência entre elas.

6.2 Eixos de Atuação: 6.2.1 Articulação e mobilização comunitária

Articular e mobilizar a comunidade para o desenvolvimento local, é uma atividade permanente que pretende abranger o maior número possível de

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pessoas, inclui-las no processo e mantê-las conectadas entre si. A participação é livre e voluntária. Para tanto, é necessário criar condições e estratégias de adesão e permanência na rede, estando atento que o fluxo de informação e comunicação entre as pessoas é prioridade estratégica e suas sugestões de articulação e mobilização devem ser valorizadas e discutidas. Este eixo apresenta três ações: Ação A

• Capacitar multiplicadores para utilizar a Metodologia do Museu da Pessoa para conhecer as pessoas e os valores da comunidade.

O Museu da Pessoa é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público e trabalha com o registro das histórias de vida das pessoas. É virtual e o trabalho consiste em coletar e organizar as histórias dos entrevistados e socializá-las, colocando-as à disposição dos interessados. Criado no Brasil, em 1991, na cidade de São Paulo, desenvolveu uma metodologia diferenciada de coleta e sistematização de depoimentos, a qual está baseada em uma tecnologia que tem por finalidade valorizar a historia de pessoas comuns e especiais, ao mesmo tempo. São histórias singulares e que compõem a realidade do local onde elas vivem. Essa metodologia, também, tem se mostrado eficaz para aproximar as pessoas e fortalecer o tecido social. O resgate e a socialização das historias de vida das pessoas são uma oportunidade para preservar e disseminar a memória de um povo e do local onde vive. As possibilidades são várias, destacando-se a transcrição de entrevistas, gravação de vídeos, fotos etc. Esse material compõe o acervo do Museu da Pessoa e pode ser socializado na própria comunidade, com a montagem de exposições, leitura das histórias, edição de livros, mostra de vídeo, consulta na internet - www.museudapessoa.net e outros.

• Estratégia e Investimento: Estabelecer parceria com o Museu da Pessoa para capacitação da Metodologia e formação de multiplicadores locais.

Ação B

• Programar Clube de Trocas na comunidade.

Clube de Trocas é uma atividade de Economia Solidária, já conhecida na cidade, conforme mencionado anteriormente. É uma ferramenta de mobilização que pode adquirir uma dimensão maior, neste processo, pois contribui para dinamizar recursos e criar um clima de solidariedade e cooperação, o qual fundamenta este projeto. O participante deve dispor de produtos, serviços ou saberes e efetuar as trocas. Produtos podem ser trocados por serviço, serviço por saberes e assim sucessivamente. As trocas acontecem entre pessoas, empresas, órgãos

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públicos etc. de tal forma que todos recebam o que precisam e tornem disponível aquilo que pode ser útil a alguém na localidade.

A troca como atividade social existe desde o princípio dos tempos e consiste numa atividade essencialmente baseada na negociação entre duas partes – pessoas ou grupos de pessoas – que chegam a um acordo acerca de que algo é equivalente a outro algo e passível de troca. Como tal, é anterior à própria existência da moeda. Mais ainda, com a complexidade dos intercâmbios, é a própria moeda que aparece para tornar as trocas mais ágeis e convenientes para ambas as partes: com ela, torna-se dispensável completar a transação no momento o que passa a ser feito de forma diferenciada, no tempo e no espaço. O equivalente ao que se está deixando é uma convenção estabelecida entre as partes ou no seio da comunidade, segundo o momento histórico que se considere.5

• Estratégia e investimento: Estabelecer parceria com os multiplicadores já

capacitados e residentes na cidade, no Bairro do Souza para repasse da metodologia e trabalho conjunto.

Ação C

• Criar Instrumento de Informação, Comunicação e Participação na comunidade e instalar Rádio Comunitária na cidade.

A Rádio Comunitária tem por finalidade democratizar e difundir a informação e permitir a comunicação entre as pessoas. Está baseada nos interesses locais e a programação oferece temas educativos, artísticos, culturais e informativos em benefício do desenvolvimento geral da comunidade. São 5.561 Municípios em todo o país que dispõem de solução regulamentada para prover acesso do cidadão à rede comunitária municipal de telecomunicações, com tecnologia sem fio, de baixo custo. O pedido de outorga para executar o serviço de radiodifusão comunitária deve ser formulado por associação comunitária ou fundação sem fins lucrativos, sediada na área da comunidade atendida. Informações na internet: www.viasatnet.com.br

• Estratégia e investimento: Estabelecer parceria entre as organizações sociais interessadas e o Poder Público.

6.2.2 Educação e capacitação Desenvolvimento de competências é um tema emergente no Brasil. Surge da necessidade de superação de um conjunto de problemas e carências na educação e no trabalho, verificados, por volta dos anos de 1980, a partir do processo desencadeado pela globalização da economia e a conseqüente transformação nas relações de produção e de trabalho. Passa, então, a ter ênfase e a ser prioridade nacional nas discussões sobre a escola – o ensino formal e profissional – e a formação das pessoas.

5 Primavera, Heloísa et al. Clube de Trocas (texto). S/data.

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A média de escolaridade no país, cerca de 4,5 anos de estudo, é baixa, quando comparada com outros países, e os currículos escolares, embora organizados, visando à aquisição e desenvolvimento de uma cultura geral que leve ao fortalecimento da cidadania e à compreensão e interpretação do mundo, por motivos históricos, a instituição escola não consegue estabelecer uma relação de ensino e aprendizagem que desperte a curiosidade nas pessoas e coloque-as conectadas com o planeta, rumo à transformação social. Apesar da diversidade cultural existente, em função da extensão territorial e a desigualdade regional, a base curricular é a mesma para todo o país, havendo dificuldades, salvo exceções, de adaptações locais. A formação dos professores, a estrutura física da escola, a situação de violência e a remuneração, também, são consideradas insatisfatórias, desestimulando as novas gerações para o ingresso no magistério. Atualmente, no país, 3,5% da população possuem formação superior e 1%, cursos de pós-graduação. Segundo fonte governamental, há mais de 50 milhões de analfabetos e semi-analfabetos. São dados alarmantes que poderão ser minimizados ou solucionados com a tomada de consciência do povo e sua organização em redes de desenvolvimento local. O relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI é uma referência para o estabelecimento de relações entre Educação e Desenvolvimento Social, destaca que

A Educação deve ser encarada no quadro de uma nova problemática, em que não apareça apenas como um meio de desenvolvimento, entre outros, mas como um dos elementos constitutivos e uma das finalidades essenciais desse desenvolvimento. 6

Enfatiza, também, quatro aprendizagens como fundamentais e combinadas entre si: � Aprender a conhecer – adquirir os instrumentos da compreensão. � Aprender a fazer – para poder agir sobre o meio envolvente. � Aprender a viver Juntos – a fim de participar e cooperar com os outros em

todas as atividades humanas. � Aprender a ser – via essencial que integra os três precedentes.

Esta concepção, que vai além de uma visão tradicionalista em que algumas aprendizagens são privilegiadas em detrimento de outras, parte da idéia de que o ser humano precisa aprender a ser um cidadão autônomo e solidário, a conviver com a diversidade e trabalhar em equipe, a conhecer o mundo e as coisas acessando criticamente as informações e meios de comunicação, além de aprender a fazer as mais variadas tarefas com qualidade e versatilidade.

6 Jacques Delors et al. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. 4. ed., São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 1996.

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Nesta perspectiva, é possível conceber a Educação com todas as áreas do conhecimento – o esporte, a arte, a cultura e o lazer – uma vez que compõem um meio de desenvolver competências, como sistema de saberes. Essas aprendizagens não se esgotam em si mesmas, pois, em seus conteúdos tradicionais, estão presentes outras aprendizagens, como os aspectos biológicos, históricos, éticos, políticos e econômicos e que, portanto, devem ser valorizados e estudados. O município conta com sete instituições de ensino municipal e uma escola mantida por organização social, segundo documento de Diagnóstico Participativo realizado em 2000. O Centro Pedagógico dos Pandavas, escola de ensino fundamental e filantrópica é, na região, uma referência no ensino por competência. A condição do esporte, da saúde e outras áreas do conhecimento padece a falta de profissionais. Segundo relatório RAIS 2006, na cidade, há um professor de educação física, um médico e assim é com a cultura e lazer. Outro aspecto preocupante é a subutilização da mão-de-obra, que, também, aqui se faz presente, como no resto do país. Na falta de empregos formais, as pessoas, em idade produtiva, estão na informalidade. De algum modo, elas obtêm renda, mas não possuem os benefícios assegurados pelas leis trabalhistas e são consideradas sem qualificação. Entretanto, o grande desafio para o município de Monteiro Lobato, como para todo o país, é dinamizar os recursos subutilizados, como explorar melhor os solos agrícolas e a área turística, as riquezas do subsolo, pesca, biodiversidade e outros.7 Enquanto o mundo globalizado discute o aquecimento global e o esgotamento de recursos naturais, a região possui: � abundância de água corrente e potável de fontes naturais � quantidade e variedade de pássaros, acima da média da região � mata nativa e rica em diversidade � região montanhosa e clima subtropical � atrativos turísticos.

A orientação é que a capacitação profissional ocorra de forma planejada, intencional e mediante análise da realidade local.

• Estratégia e investimento: para a capacitação podem ser parceiros os profissionais da região. Poderão ser gerados novos e diferentes negócios, postos de trabalho, parcerias e alianças de interesse tecnológico e de pesquisa.

Ação A

7 Instituto Cidadania. Política Nacional de Apoio ao Desenvolvimento Local (texto). 2007.

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Organizar o processo de capacitação e desenvolvimento de competências sobre os ativos locais e que possam ser potencializados pelo pessoal que vive e conhece a realidade e busca oportunidade profissional.

• Estratégia e investimento: identificar e propor novos cursos de capacitação profissional nas áreas de Turismo Receptivo, Eco-Turismo, Hotelaria, Gastronomia, Entretenimento e outros.

Ação B Desenvolver um Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos, utilizando a metodologia do Programa Alfabetização Solidária do Governo Federal, de preferência com professores voluntários e em espaços públicos de educação. Ação C Adaptar o currículo das escolas locais, incluindo conteúdos sobre a realidade local e regional e ampliar a carga horária com atividades esportivas, culturais e de lazer, complementando a formação das pessoas.

• Estratégias e investimento: propor investimentos em infra-estrutura dos aparelhos públicos e recursos humanos para potencializar a prática de esportes na cidade.

Realizar parcerias com a Secretaria de Educação e Secretaria de Esportes do município e Universidades da região.

Ação D Implementar um Programa de Educação para o Trabalho para jovens da região, com o objetivo de prepará-los para o primeiro emprego. O Programa Educação para o Trabalho é oferecido pelo Senac São Paulo em todo o Estado e atende ao público entre 14 a 21 anos de idade, com duração de, aproximadamente, cinco meses. É centrado no desenvolvimento de competências para o ingresso e permanência no mercado de trabalho.

• Estratégias e investimento: estabelecer contato e propor parceria com o Senac São José dos Campos, para a realização do programa.

a) A Prefeitura negocia o programa, com a condição de capacitar três ou

mais professores da rede pública para multiplicar a metodologia na cidade.

b) A Prefeitura e o Senac de São José dos Campos assumem os custos do programa como investimento e ação de responsabilidade social.

Ação E Implementar um Programa de Inclusão Digital em parceria com o Governo do Estado e o Governo Federal, a exemplo do Acessa São Paulo. Montar Laboratório de Informática, com gestão coletiva da comunidade, em locais de fácil acesso e que seja disponível para estudo, pesquisa e lazer.

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Ação F Criar uma Certificação de Excelência para hotéis, pousadas e restaurantes, com a finalidade de elevar o nível de qualidade dos serviços de atendimento ao cliente e do sistema de gestão na cidade.

• Estratégias e investimentos: realizar parcerias com as associações de classe, Prefeitura e universidades da região. Promover o aprimoramento profissional e da estrutura adequada para atendimento ao público. Estabelecer contato com Instituto de Hospitalidade para a certificação. Consultar www.institutodehospitalidade.com.br

Ação G Capacitação de Garçom e Auxiliar de Cozinha para jovens e adultos.

• Estratégias e investimentos: O Senac de Campos do Jordão oferece, gratuitamente, esses programas, com duração média de cinco meses. Realizar parcerias com organizações sociais e a mídia local para divulgar os programas, com estratégias de sensibilização da população-alvo.

a) Sensibilizar as empresas locais para encaminhar os funcionários que necessitem da qualificação, sem perder o vínculo empregatício. b) Estabelecer contato com a Prefeitura para mediar a negociação com as empresas e eleger um representante legal para acompanhar o processo.

Ação H Criar programa de Agentes de Desenvolvimento local, para a formação de Multiplicadores.

• Estratégia e investimento: realizar parcerias entre a Rede do Desenvolvimento Local e as universidades da região, Senac, Sebrae e Instituto da Cidadania para elaboração e realização de um programa-piloto, custeado pelo Governo Federal.

Ação I Organizar ciclos de seminários regionais, com temas sobre o enfoque integrado de desenvolvimento local, visando à formação de professores e à geração de uma cultura de desenvolvimento participativo.

• Estratégia e investimento: parceria entre a Rede do Desenvolvimento Local e as Redes Sociais da região, como as de Campos do Jordão e São José dos Campos, ambas fomentadas pelo Senac São Paulo.

Ação J Formação de Agentes Comunitários de Saúde – Ações de Prevenção e Promoção da Saúde; Agentes Comunitários de Educação Ambiental – Preservação e Proteção Ambiental; Agente Comunitário de Turismo – Formação de Guias Turísticos; Agente Comunitário de Cultura e Lazer – Organização de Eventos.

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• Estratégia e investimento: realizar parcerias entre o Governo Local, Governo do Estado e Prefeituras da região.

6.2.3 Trabalho, Emprego e Renda Analisando o contexto nacional, existe no país, desde o período colonial e mantém-se até os dias atuais, uma situação de privilégios que favorece pequena parcela da população. Essa realidade vem se repetindo, ao longo do tempo, desde os períodos agrícola e industrial e, atualmente, na chamada Era da Informação e do Conhecimento, talvez haja uma oportunidade de criar mecanismos de desenvolvimento e inclusão, invertendo ordem perversa da organização social. A percepção dessa desigualdade está presente em toda a sociedade e é verificada na formação, produção intelectual, acesso à informação e a bens de consumo, atividade produtiva, remuneração, entre outros. Atinge a grande maioria da população, criando diferentes realidades dentro do país – ricos e pobres; incluídos e excluídos – ficando a desigualdade ainda mais evidente, se acrescentados os componentes regional e étnico. Como já mencionado, a população brasileira tem 51% dos seus trabalhadores na informalidade, incluindo serviços domésticos, ambulantes, pequenas iniciativas empreendedoras, trabalhadores diversos em atividades sem carteira assinada etc., construindo um universo anônimo, nem sempre identificado como um segmento econômico. Crescem as atividades de Economia Solidária no país, realizadas de diferentes formas e funciona como alternativa de geração de trabalho e renda. A Secretaria Nacional de Economia Solidária, órgão ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego, é responsável por informar, dar suporte e estimular essas iniciativas. Monteiro Lobato identificou no Turismo Rural, Ecológico, Histórico-Cultural e de Aventura a sua vocação. Porém, carece de informação e pesquisa sobre essas áreas, como linhas de crédito e financiamento, comercialização, tecnologia de informação, comunicação e investimento em formação e aperfeiçoamento dos profissionais que abastecem o mercado de trabalho. Segundo dados da RAIS 2006 - Relação de Informações Sociais no quadro a seguir, há na cidade:

Estabelecimentos Quantidade Cargos ocupados Indústria de transformação 5 36 Serviço de utilidade publica 1 5 Construção civil 3 17 Comércio Varejista 36 206 Serviços diversos 56 44 Administração pública 2 170 Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca.

87 125

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Total 190 914 Ação A Mapear e Identificar as micro e pequenas e empresas e conhecer as suas forças e debilidades e a opinião e disposição dos proprietários para a capacitação e parcerias com outras micro e pequenas empresas da cidade e região. Ação B Criar, em parceria com o governo local, um Sistema Público de Informação, com o objetivo de coletar, organizar e utilizar as informações para analisar e relacionar o perfil das micro e pequenas empresas com o perfil dos desempregados, com perspectiva de criar alternativas de absorção no sistema, oportunidades de capacitação e encaminhamento para atividades produtivas.

• Estratégia e investimento: a informação organizada é uma ferramenta estratégica e eficaz para a tomada de decisão e proposição em âmbito local.

Ação C Conhecer estudos de especialistas e associações de classe da localidade e região que propiciem clarificar o cenário e as necessidades das micro e pequenas empresas e a mão-de-obra formal e informal do município. Ação D Estimular e promover o fortalecimento da economia Local.

• Estratégia e investimento: criar uma estrutura de apoio aos pequenos produtores autônomos, com o objetivo de desenvolver uma proposta local de apoio para todo o ciclo produtivo – produção, comercialização, financiamento, utilização de tecnologia etc. Estabelecer parceria entre a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sindicato Rural, Associação de Pequenos Produtores, Associação Socioambiental, Associação do Pequeno Produtor Rural, UNIVAP – Programa Universidade Solidária.

6.2.4 Tecnologia e Comunicação Buscar informação, tecnologia e comunicar localmente, potencializa a base de conexões necessárias para o desenvolvimento local. São ferramentas imprescindíveis para as ações que serão desenvolvidas na localidade e permite aumentar as possibilidades de acertos, no momento da tomada de decisão e interage com maior número de pessoas. Ação A Criar uma incubadora de Tecnologia Social na região, com o objetivo de produzir e disseminar conhecimento sobre os projetos de interesse da cidade.

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• Estratégia e investimento: realizar parcerias com Organizações de Ensino, Pesquisa e Tecnologia, Assessorias Técnicas, Universidades, Organizações Sociais e Secretarias Municipais que possam oferecer suporte tecnológico que permita o estudo de viabilidade das iniciativas, analise de custos e benefício.

Essas parcerias são necessárias para validar e mensurar o impacto das ações na localidade e criar instrumentos de avaliação e monitoramento e formas de compartilhar a aprendizagem entre os municípios envolvidos. Ação B Instalar, na cidade, um Ponto de Cultura – projeto do Ministério da Cultura que disponibiliza infra-estrutura e capacitação para montagem de laboratórios de informática, quando justificada a sua utilização. O objetivo é garantir a inclusão digital da sociedade e ampliar o acesso às informações sobre a localidade e conectar-se com o mundo. O recurso poderá organizar as informações sobre a localidade, subsidiar o processo em desenvolvimento e divulgar os resultados. Ação C Promover a generalização da conectividade internet, articulando infra-estrutura pública, software livre e sistema de crédito para compra de computadores básicos.

• Estratégia e investimento: dinamizar a liberação dos fundos previstos no FUST – Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações, assegurando co-financiamento com o Ministério das Comunicações, em caso de iniciativa da Prefeitura e das organizações comunitárias.

Ação D Criar e gerenciar programas educativos para as Rádios Comunitárias e para a TV Digital.

• Estratégia e investimento: firmar com a TV Cultura do Estado de São Paulo e com as universidades da região.

Ação E Criar infra-estrutura pública, software livre e sistema de crédito para compra de computadores básicos, com o objetivo de dinamizar a liberação dos fundos previstos no FUST – Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações, e assegurar o co-financiamento com o Ministério das Comunicações, em caso de iniciativas da Prefeitura das organizações comunitárias.

• Estratégias e investimentos: 1) criar um sítio interativo para a Cidade de Monteiro Lobato, a fim de estimular a interatividade entre o município e seus visitantes, a exemplo do criado em Porto Alegre – RS, o qual poderá ser uma referência. É a Rede de Participação Política do Empresariado e que permite a participação a

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distância para sugestões, observações e apoio. Consultar: http://www.fiepr.org.br/redeempresarial/

2) Assegurar infra-estrutura que rompa com o isolamento de comunicação e favoreça o acesso banda-larga, via rádio ou satélite e distribuição local via cabo (sistemas híbridos), inclusive Wi-Fi e Wi-Max.

Ação F Estimular, com apoio do Sebrae, a organização de uma Rede de Informação e Comunicação, composta com as micro e pequenas empresas, com conteúdos comerciais e tecnológicos e baseada em iniciativas já existentes.

• Estratégia e investimento: firmar parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, as iniciativas de Economia Solidária e a Rede de Tecnologias Sociais.

6.2.5 Financiamento e Comercialização Ampliar as possibilidades de financiamento do município, com o objetivo de aumentar e diversificar a capacidade de produção e variedade de ofertas. Ação A Capacitar lideranças comunitárias e pequenos empreendedores rurais e agrícolas sobre formas de tomada de crédito. Ação B Criar Cooperativas de Crédito de acordo com o marco legal. Ação C Disseminar o associativismo e o cooperativismo como estratégia de inserção produtiva. Ação D Criar Agência de Crédito Local, a exemplo de outras bem-sucedidas no país, buscando apoio e orientação junto ao Programa de Apoio ao Micro-Crédito Produtivo do BNDES para a formação de fundos de aval para Agências Locais de Garantia de Crédito. Ação E Criar campanhas de conscientização da retenção das rendas no local e políticas públicas de apoio às iniciativas empreendedoras. Ação F Criar Cooperativas de Compra e Comercialização de produtos. 6.2.6 Desenvolvimento Institucional No Brasil, as diversas instituições de apoio ao desenvolvimento local têm, hoje, necessidade de políticas integradas e planejadas por território de ação.

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São exemplos, os Estados de Santa Catarina, na formação dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento, que permitem à sociedade civil opinar sobre os recursos do Estado e o Paraná, ao inovar com a formação de agências locais de desenvolvimento. Em São Paulo, O CEPAM - Fundação Prefeito Faria Lima acompanha as experiências de consórcios intermunicipais, que permitem uma gestão racional de recursos, pela cooperação horizontal dos territórios.8 Observando o espaço local de Monteiro Lobato, como unidade de gestão e território que precisa racionalizar o uso dos recursos e melhorar a sua produtividade sistêmica, verifica-se que o setor público depende de um sistema jurídico complexo, rígido e funcionando na verticalidade e no controle burocrático, com pouca ou nenhuma sinergia com os movimentos que ocorrem na sociedade civil. Em outros termos, o espaço local como unidade territorial e como bloco da construção do país no seu conjunto, necessita de um choque de racionalidade administrativa.9 Sendo assim, propor à Prefeitura: Ação A Liderar o processo de Desenvolvimento Local, realizando parcerias entre as administrações públicas da região, organizações da sociedade civil, empresas e instituições científicas locais e regionais, com o propósito de capitalizar os conhecimentos e capacidades de apoio diversificado. Ação B Participar do Fórum Cidades Parceiras, promovido pelo CEPAM, do qual integra o município vizinho, São José dos Campos. Consultar www.cepam.gov.br Ação C Articular a formação de uma Agência Regional de Desenvolvimento Local, visando a reduzir a fragmentação e gerar sinergia entre as iniciativas e criar estrutura técnica e financeira. Ação D Buscar apoio estadual para fortalecer as iniciativas locais. Ação F Apoiar a formação de consórcios intermunicipais, como forma horizontal de articulação de ações entre cidades, racionalizando a prestação de serviços no plano micro-regional ou regional. Ação G Promover a articulação das políticas empresariais de responsabilidade social e ambiental com as necessidades do desenvolvimento local sustentável.

8Instituto Cidadania. Política Nacional de Apoio ao Desenvolvimento Local (texto) 9 idem.

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6.2.7 Sustentabilidade Ambiental A construção de uma consciência ambiental planetária é indispensável neste início do Século XXI. O aquecimento global, a destruição da vida dos mares, o esgotamento dos lençóis freáticos, a contaminação dos rios, a erosão dos solos, a poluição visual e sonora das cidades, a ampliação do buraco de ozônio, a agressão à biodiversidade, a liquidação das florestas, o desperdício do petróleo, os esgotos a céu aberto nas cidades – existe um leque de graves desafios que obrigam a uma revisão profunda da forma predatória e pouco inteligente como o ser humano tem utilizado os recursos naturais, bem como do processo absurdo de desperdício que preside o modelo vigente desenvolvimento em quase todo o planeta. A visão de que é preciso pensar globalmente e agir localmente não veio do vazio. Está diretamente vinculada ao fato que, em nível local, os problemas ambientais deixam de ser difusos e se tornam pontuais e pessoais.10 Por ser Monteiro Lobato região de mananciais, a tomada de consciência ambiental e a ação coerente necessitam de investimentos para a disseminação da informação, formação de agentes multiplicadores em políticas públicas preventivas e de recuperação ambiental e a criação de uma cultura de respeito ambiental. Ação A Promover a elaboração do Perfil Ambiental do Município com análise da situação e hierarquização das prioridades de ações locais, na linha da metodologia do Atlas Ambiental Local, da Agendas 21 Locais e semelhantes, com parcerias entre Prefeitura, Organizações Sociais Ambientais e Universidades. As pesquisas podem ser realizadas com a participação de empresas juniores e alunos de cursos técnicos da região. Ação B Apoiar tecnicamente as iniciativas locais ou regionais de saneamento ambiental, levando em conta as situações de maior impacto, observando e respeitando os diagnósticos do SUS – Sistema Único de Saúde, já que a contaminação das águas constitui um dos principais vetores de doenças no país. Ação C Inserir os problemas ambientais locais nos currículos escolares, de modo a gerar em cada local e micro-região um amplo conhecimento dos problemas e das soluções ambientais correspondentes. Ação D Estimular parcerias com as universidades para a elaboração de monografias regionais sobre a situação ambiental local, construção e generalização de indicadores ambientais locais, buscando formar um acervo de conhecimento ambiental básico para o município.

10 Instituto Cidadania. Política Nacional de Apoio ao Desenvolvimento Local (texto).

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Ação E Fortalecer e aperfeiçoar currículos e programas de formação na carreira de gestão ambiental integrada e relação com as atividades turísticas, permitindo a formação de técnicos na área da gestão e do processo decisório relativo aos problemas ambientais. 7 METODOLOGIA DO PROJETO A metodologia de elaboração deste projeto consistiu, primeiramente, na escolha do local, objeto deste estudo. Em seguida, conhecer e contextualizar o objeto de estudo, fazendo levantamento de informações, pesquisas em documentos oficiais e relatos e percepção da comunidade local, com o objetivo de conhecer a comunidade e as ações já realizadas. Assim, foi possível compor o cenário, analisar e identificar os problemas e, conseqüentemente, sugerir ações de melhoria. O terceiro passo permitiu a verificação das oportunidades de intervenção, a partir do fortalecimento do capital social, na organização horizontal dos setores e a ação conjunta para superação do problema. O quarto passo foi o aprofundamento do estudo das teorias e plano estratégico, seguido, da metodologia, o que consolidou a proposição da solução para o problema, com propostas de ação, estratégias e investimento. Além da estruturação das etapas da metodologia de implantação, definiram-se os indicadores de processo, avaliação e monitoramento, cronogramas de custo e de desenvolvimento da proposta.

8 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO Cada etapa do projeto será avaliada mediante questionário, distribuído ao maior número de pessoas envolvidas. Após tabulação, os dados servirão para orientar as ações no processo seguinte e tornar, cada vez mais pública, a ação empreendida pela Rede do Desenvolvimento. Por exemplo:

a) Formação do Comitê Interdisciplinar – Saber quantas pessoas fazem parte do comitê e quantas são do poder público, da iniciativa privada, das organizações sociais e das comunidades rurais etc.

b) Elas foram capacitadas para exercer a função? Quantas horas de capacitação? Foram definidas as atividades e quais os prazos?

c) As Comissões temáticas foram constituídas? São intersetorias? Estão atuando em todo o território? Os representantes de cada bairro estão mobilizando a sua comunidade? As ações sugeridas estão sendo implementadas? Quais os resultados?

d) As pessoas conhecem o projeto e estão envolvendo-se no processo?

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Para cada uma das Etapas de organização e depois de implementação terão questionários específicos de avaliação e monitoramento. 8.1 Indicadores de Processo São instrumentos de medida e verificam se os resultados propostos foram alcançados, ou o que pode indicar alcance dos resultados. Dois sistemas serão aqui utilizados: Indicadores Quantitativos: (numericamente represent ados) � Porcentagem de pessoas envolvidas no processo de Desenvolvimento

Local; � Formação de Redes Comunitárias nos bairros � Porcentagem do aumento de emprego, trabalho e renda no município por

ano, a partir do início do projeto; � Número de Ações desenvolvidas pelo projeto; � Número de Ações realizadas na Comunidade; � Número de parcerias realizadas; � Quantidade de parceiros do projeto; � Número de jovens beneficiados � Número de Cursos de capacitação realizados � Maior número de relacionamentos; � Maior número de oportunidades de negócios;

Maior número de informações para o desenvolvimento de produtos; Indicadores Qualitativos: (sensorialmente perceptív eis) � Nível de satisfação das pessoas envolvidas no processo � Qualidade da participação; � Envolvimento com a realização do projeto � Horizontalidade nas relações de trabalho, de informação e processo

decisório; � Aumento do Clima de Confiança; � Fortalecimento das estruturas sociais de cooperação; � Aprendizado e a incorporação dos valores e princípios do trabalho em rede;

Quadro – Detalhamento do Orçamento / Custo (por ano ):

RECURSOS VALOR Equipe de Assessoria e Consultoria Técnica (4) R$ 60.000,00 Assessoria de imprensa (1) R$ 7.000,00 Elaboração, Manutenção do SITE R$ 15.000,00 Comunicação – Eventos de Mobilização, Divulgação e Folhetos, folders e banners

R$ 20.000,00

Recursos para Capacitação: Comitê Intersetorial – 80 horas Etapa de Articulação e Mobilização – 60 horas

R$ 28.000,00

Etapas Educação e Capacitação / Trabalho e Renda / Informação e Comunicação / Financiamento e Comercialização, Desenvolvimento Institucional e Desenvolvimento Ambiental. Contrapartida do Município nas parcerias.

R$ 72.000,00

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(pessoal, infra-estrutura física, equipamento, material didático, transporte) Espaço físico para realização das atividades R$ 6.200,00 Despesas de transporte e deslocamentos do Comitê Intersetorial R$ 5.800,00 Total: R$ 214.000,00 Quadro – Cronograma Geral de Execução: Atividades Eixos

REDE DO DESENVOLVIMENTO LOCAL Uma Década de atividades ininterruptas

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Preparação e implantação do Projeto - Comitê Intersetorial

100%

80%

70%

70%

70%

70%

70%

70%

70%

70%

70%

Articulação e Mobilização 100% 90% 80% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70%

Educação e Capacitação 100% 80% 80% 80% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70%

Trabalho e Renda 100% 80% 80% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70%

Tecnologia e Comunicação 100% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 0%

Financiamento e Comercialização 100% 80% 80% 80% 80% 70% 70% 70% 70% 70% 70%

Desenvolvimento institucional

100% 100% 100% 80% 100% 80% 100% 70% 70% 70% 70%

Sustentabilidade Ambiental

100% 100% 80% 80% 80% 80% 80% 70% 70% 70% 70%

Notas: Como todas essas atividades ocorrem durante todo o processo e de forma ininterrupta, variando apenas na intensidade é possível distinguir em porcentagem quanto está mais ou menos intensa. Intenso – até 100% / Semi Intenso – até 70%. / Médio – até 50%. / Fraco – até 0% 9 CONCLUSÃO A escolha de trabalhar com eixos temáticos, a partir de uma análise da realidade nacional, na elaboração da proposta de Desenvolvimento Local, tem a intenção exclusiva de que o trabalho sirva e atenda aos interesses da cidade objeto de estudo. A intenção e o propósito estão voltados na confiança de que esse modelo seja adotado em todo o território nacional e que as experiências contribuam para a construção de outras redes do desenvolvimento, com poder para influenciar e subsidiar a formulação de políticas pública. A elaboração do projeto para além do conhecimento técnico é uma experiência protagonista, produz envolvimento com a realidade, possibilita a sua transformação, a reflexão e reformulação de valores e a compreensão dos fatores que favorecem e os que dificultam o processo desenvolvimento. Participar dessa capacitação tem significativa importância para o proponente em termos do seu desenvolvimento pessoal e profissional, agrega valor às

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contribuições como membro de uma equipe que atua na promoção do desenvolvimento local com uma metodologia própria. 10 BIBLIOGRAFIA INSTITUTO CIDADANIA. Projeto Política Nacional de Apoio ao Desenvolvimento Local (texto). 2007. ___________. A Nova Metodologia do Desenvolvimento Local (texto). Julho de 2007. ___________. Programas e Projetos. Plano Estratégico I. Plano Estratégico II – Metodologia do Quadro Lógico. Franco, Augusto. Nova Visão do Passado. In: A nova metodologia do desenvolvimento social. Julho 2007. http://www.augustodefranco.org. Consulta em 05/10/07. MORIN, Edgard. Os Sete Saberes. 8. ed., São Paulo: Cortez, 2003. PRIMAVERA, Heloísa et al. Clube de Trocas de São Paulo (texto). S/data. PROGRAMA DELNET DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO LOCAL. O Desenvolvimento Local como Dinamizador da Mudança. Descentralização e Participação da Sociedade Civil em Nível Local. Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Técnicas de Investigação Social. TOSCANO, Idalvo. Bancos Populares de Desenvolvimento Solidário (texto). 03 de junho de 2004. VAZ, José Carlos. Políticas Territoriais e Desenvolvimento Econômico Local. São Paulo: Instituto Polis, 2004.

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11 – ANEXO Figura 1 Representação Gráfica do Problema – Atividades – Resultados

ANEXO Figura 2 – Quadro de Parceiros

Prefeitura Municipal (Secretarias)

Instituições Privadas Associações de Classe

Empresarial

Instituições Financeiras Banco do Brasil e outros

Organizações Sociais Fundações Institutos

Sistema “S” Senac, Sebrae..

Redes Sociais da Região

Conselho s CMDCA Tutelar Conseg

Câmera de Vereadores Sindicatos de Classe

E Patronal

Universidades da Região Instituto Cidadania e outros

(Parceiros) Rede do

Desenvolvimento Local

Projeto DL

PROBLEMA

ATIVIDADES RESULTADOS

Baixo capital social

Insuficiente oferta De emprego

Economia Frágil No Turismo Carecimento de Políticas

Públicas Fragilidade Empresarial

Oferta de Emprego

Cooperação Intersetorial

Preservação Ambiental

Valorizar Recursos locais

Participação Comunitária

Ciclo produtivo MPE Informação

Desenvolvimento Institucional

Educação e Capacitação

Trabalho E Renda

Tecnologia Comunicação

Sustentabi lidade Ambiental

Combina a qualificação técnica profissional, o comportamento Profissional, a aptidão para empreender

Problemas Estruturais do Município

Capacidade de apreender e conectar os fatos e as possibilidades do local