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Televisão digital
Redes de Difusão Digital Terrestre
Nuno Dantas - [email protected] Pássaro - [email protected]
10 de Dezembro de 2006
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Televisão Digital 2006/07Redes de Difusão Digital Terrestre
Índice1. Introdução.......................................................3
1.1. Objectivos..................................................................... 32. Redes de Difusão Digital Terrestre...................3
2.1 Introdução..................................................................... 32.2 Normas e Acordos Internacionais.................................. 42.3 Sistema DVB-T, ATSC e ISDB-T...................................... 5
2.3.1 O Sistema ATSC............................................................................ 52.3.2 O Sistema DVB-T.......................................................................... 62.3.3 O Sistema ISDB-T......................................................................... 7
2.4 DVB-T face ao ATSC....................................................... 82.4.1 Comparação da Performance do sistema...........................................9
2.4.1.1 DTTB signal peak to average power ratios....................................................................... 92.4.1.2 Limtes C/N......................................................................................................................... 92.4.1.3 Distorção Multipath.......................................................................................................... 102.4.1.4 Eficiência Espectral......................................................................................................... 102.4.1.5 Capacidade HDTV...........................................................................................................102.4.1.6 Resoluções utilizadas...................................................................................................... 11
2.5 DVB-T face ao ISDB-T.................................................. 112.6 Análise do Mercado...................................................... 122.7 Propostas para implementação de interacção em redes de transmissão Terrestre................................................... 16
3. Bibliografia.................................................... 17
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Televisão Digital 2006/07Redes de Difusão Digital Terrestre
1. Introdução
1.1. Objectivos
Pretendeu-se com este trabalho estudar a transmissão do sinal digital de televisão até casa
do assinante usando difusão terrestre, comparando diferentes processos de transmissão e
fazendo uma apreciação sobre as suas prestações.
Numa primeira fase, falaremos sobre o processo de difusão terrestre, analisando o processo
de “switch over”, isto é, a transição para o digital ,analisando e tecendo considerações
relativamente a vantagens e inconvenientes do "switch-over"do ponto de vista do
broadcaster e do consumidor (problemas relacionados com o mercado que não se
concretizou conforme previsto).
Numa segunda fase, pretende-se efectuar uma análise pormenorizada às normas de difusão
terrestre digital em vigor na Europa (DVB-T), nos Estados Unidos (ATSC) e no Japão (ISDB-
T) , referindo as suas principais características técnicas e compara-las entre si, evidenciando
os prós e contras de cada solução, bem como a oferta de equipamento e produtos pelos
diferentes fabricantes. Nesta fase ,serão também implementadas soluções/alternativas para
implementar o canal de retorno para permitir interacção remota em redes de transmissão
terrestre.
2. Redes de Difusão Digital Terrestre
2.1 Introdução
O desenvolvimento tecnológico veio proporcionar novos meios mais eficazes para o registo,
armazenamento e processamento de sinais eléctricos e a sua possibilidade de transmissão
sob uma forma digital em vez da analógica. A aplicação deste conceito à transmissão dos
sinais televisivos passou a ser designada como televisão digital.
A transmissão do sinal digital de televisão até casa do assinante pode fazer-se de diferentes
modos: via satélite, via rede cabo e por difusão atmosférica (a designada difusão
terrestre). Mais recentemente têm surgido, entre outros, sistemas baseados quer em linhas
de assinantes digitais assimétricas (assymetric digital subscriber lines - ADSL) como em
fibra-até-casa (fibre-to-the-home- FTTH), assentes respectivamente em linhas de pares de
cobre do serviço telefónico e em fibra óptica até à habitação, que se deverão perfilar, a curto
e médio prazo, como potenciais alternativas.
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Televisão Digital 2006/07Redes de Difusão Digital Terrestre
A Comissão Europeia tem vindo a impulsionar a introdução da televisão digital,
nomeadamente, por via da transição da radiodifusão analógica para a digital. Neste sentido,
e de acordo com o Plano de Acção eEurope, os Estados-membros tiveram de publicar, até ao
final de 2003, as suas intenções no tocante à política de “switchover” (desactivação do
sistema analógico).
No domínio da televisão e da rádio (conjuntamente designadas “radiodifusão”), entende-se
por transição (“switchover”) o processo de migração da radiodifusão analógica para a digital,
que começa com a introdução da radiodifusão digital e termina com o fim (“switch-off”) da
radiodifusão analógica. O processo admite muitas vias em termos da sua própria velocidade
e duração, das partes envolvidas e do grau de intervenção.
O processamento e transmissão de sinais sob a forma digital apresenta diversas vantagens
em relação ao formato analógico, nomeadamente:
• Melhor qualidade da imagem para uma dada largura de banda;
• Melhor qualidade do som;
• Compatibilidade com os computadores e a Internet;
• Interactividade;
• Menor largura de banda para uma dada resolução da imagem;
• Menor potência dos emissores para a mesma área de cobertura analógica;
• Possibilidade da transmissão de um maior número de canais numa única portadora.
As vantagens mencionadas possibilitam aos operadores de televisão a disponibilização de
mais e melhores serviços aos seus clientes.
A transição da televisão analógica para o formato digital constitui, por conseguinte, uma
profunda transformação, que consubstancia, mais do que uma simples evolução tecnológica,
uma verdadeira revolução, com implicações a vários níveis e que representa um importante
passo na emergência da sociedade da informação, transformando o televisor num canal
privilegiado para o universo digital, acessível à generalidade dos cidadãos.
2.2 Normas e Acordos Internacionais
Para um desenvolvimento concertado e estratégico da televisão digital surgiu a necessidade de se estabelecerem acordos e normas.
Neste trabalho apenas serão abordadas as seguintes normas:
• DVB-T - Digital Video Broadcasting Terrestrial (Europa)
• ATSC - Advanced Television Systems Committee (América)
• ISDB-T- Transmission Systems for Digital Terrestrial Broadcasting(Japão)
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Televisão Digital 2006/07Redes de Difusão Digital Terrestre
O DVB-T é o sistema de televisão digital mais popular do mundo, adoptado em mais países
do que os sistemas ATSC (EUA, Canadá, México e Coréia do Sul) e ISDB-T (Japão). O DVB-T
é um dos vários standards da DVB(Digital Video Broadcasting).
DVB - Conhecido como padrão europeu de TV Digital, foi projectado a partir dos anos 80
pelo consórcio que hoje possui 250 integrantes de 15 países. Desde 1998, está em operação
no Reino-Unido, tendo chegado a outros quatro países da União Europeia e à Austrália. Está
previsto para ser implantado na Índia, na Nova Zelândia e cerca de outros 20 países. Detém
um mercado actual de 270 milhões de receptores.
Trabalha com conteúdo audiovisual nas três configurações de qualidade de imagem: HDTV
(1080 linhas), EDTV (480 linhas) e SDTV (480 linhas). Nas duas últimas configurações,
permite a transmissão simultânea de mais de um programa por canal, permitindo uma
média de 4. No início de sua implantação, apresentou dificuldades de recepção na Inglaterra,
sendo sujeito à interferência de ruídos de electrodomésticos ou motores.
É o padrão adoptado pelas principais operadoras privadas de TV por assinatura por satélite.
Em Portugal tem sido adoptado nos canais pay-per-view de televisão por cabo como
alternativa ao sistema analógico.
O padrão DVB é designado de acordo com o serviço ao qual está vinculado:
• DVB-T - Transmissões Terrestres (TV aberta em VHF ou UHF convencional)
• DVB-S - Transmissões por Satélite (TV por assinatura por satélite)
• DVB-C - Serviço de TV por Cabo
• DVB-MHP - Padrão de middleware Multimedia Home Plataform
2.3 Sistema DVB-T, ATSC e ISDB-T
2.3.1 O Sistema ATSC
O sistema ATSC foi desenvolvido para permitir a adição de um transmissor digital a cada
transmissor NTSC já existente, nos EUA, com cobertura comparável e com a mínima
interferência com o serviço NTSC, em termos de cobertura de área e população.
O sistema é eficiente e capaz de operar em várias situações, com canal disponível, ou como
o implementado nos EUA, limitado de forma a permitir 1600 canais adicionais num espectro
já de si muito ocupado, ou para a recepção no topo de edifícios ou ainda por antena portátil.
O sistema foi também desenvolvido para ser imune a “multipath”, para conseguir uma baixa
ocupação de espectro e facilidade no planeamento de frequências.
O modo ATSC 8-VSB é o utilizado para as transmissões radio, terrestres. O modo ATSC 16-
VSB é destinado para a transmissão por cabo já que consegue dobrar a capacidade de
transmissão neste meio. O ATSC não permite a variação da bit rate de forma a melhorar a
probabilidade de erro do sistema. O ATSC tem sido testado e provou ser capaz de trabalhar
eficazmente na transmissão por satélite com bit rates equivalentes às de transmissão por
cabo.
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Televisão Digital 2006/07Redes de Difusão Digital Terrestre
Variações da cobertura de área de transmissão podem ser conseguidas através dos formatos
dos programas (SD ou HD), e há grande potencial para serviços de dados utilizando a
capacidade de transmissão do sistema. O sistema pode acomodar recepção fixa ou portátil
sem perda relevante da capacidade.
2.3.2 O Sistema DVB-T
O sistema DVB-T foi desenvolvido para ser flexível, de forma a ser capaz de se adaptar a
todos os canais: canal desocupado, intercalado e single frequency networks (SFNs) canal
único.
Permite também flexibilidade de serviço, com a possibilidade de recepção em antena, topo
de edifícios, e também, se desejado, para recepção portátil. A recepção móvel é possível
para QPSK e para ordens de modulação mais altas.
O sistema foi também desenvolvido para ser robusto contra interferencia de sinais atrasados,
por ecos em terrenos ou edifícios ou por sinais vindos de um transmissor distante numa SFN,
uma nova ferramente que permite que o planeamento de TV seja melhore a eficiência do
espectro que é necessário no caso particular de espectro com grande taxa de ocupação que é
o caso da Europa.
O sinais compatíveis com DVB-T podem também ser transmitidos por cabo. No entanto a
norma DVB-T pertence a um conjunto de norma onde está também incluída a DVB-S
(transmissão por satélite) e DVB-C (transmissão por cabo). Todas usam codificação MPEG-2
para vídeo e áudio e o tipo de multiplexagem MPEG-2. Têm características comuns na
estratégia utilizada para a protecção contra erros. A principal diferença entre estas normas
está na modulação usada, que é especifica ao tipo de transmissão (satélite, cabo e
terrestre). A capacidade para a transmissão de dados também é diferente, dado que a
transmissão por satélite e por cabo oferece maiores “bit rates”. No entanto é possível a a
transferência de programas entre um meio e outro desde que a “bit rate” necessária esteja
disponível.
O sistema DVB-T inclui parâmetros seleccionáveis, o que lhe permite aceitar um vasto
conjunto de relações sinal ruído e comportamento de canal, permitindo a recepção fixa,
portátil ou móvel à custa da velocidade de transmissão. A tabela 1 sumariza as
possibilidades existentes no sistema. O numero de parâmetros permite aos “broadcasters”
seleccionar um modo apropriado à aplicação a ser desenvolvida. Por exemplo, um modo
muito robusto com uma velocidade, correspondentemente baixa é necessário assegurar uma
recepção móvel. Um modo moderadamente robusto com uma velocidade mais alta pode ser
usada onde o planeamento do serviço usa canais intercalados. Os modos menos robustos
com as velocidades mais altas podem ser usados se o canal está livre para a transmissão TV
digital.
Tudo isto salienta a flexibilidade do DVB-T, que permite ao utilizador que “acompanhe” o
sistema utilizando o modo de operação mais apropriado dentro dos vários modos possíveis.
Uma discussão completa do uso óptimo de todos os parâmetros é complexa e seria
extremamente longa. Mesmo assim, as seguintes características devem ser tidas em conta.
– os modo hierárquicos, quando aplicáveis, dividem o canal com dois requerimentos
diferentes e ajustáveis, em termos de C/N. Isto permite diferentes condições de recepção
para o mesmo ou para diferentes conteúdos de um programa.
– O numero de símbolos por segundo e o esquema de modulação pode ser seleccionados de
forma a diminuir o C/N requerido para o canal.
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Televisão Digital 2006/07Redes de Difusão Digital Terrestre
– A selecção do modo 2k em vez do modo 8k, facilita a recepção móvel. No entanto, só
permite a implementação de uma pequena rede de transmissores SFN.
Exemplo dos parâmetros DVB-T a serem usados para diferentes aplicações:
Bit rate Modulation Code rate Application
5 Mbit/s QPSK 1/2 Channel featuring a high
level of interference
15 Mbit/s 16 QAM 2/3 Wide area portable reception
26 Mbit/s 64 QAM 3/4 Maximize data rate in a
clear channel
2.3.3 O Sistema ISDB-T
O sistema ISDBT-T foi desenvolvido para ter flexibilidade suficiente de forma a ser capaz de
enviar, para além de sinais de vídeo e som de forma digital, serviços multimédia nos quais
uma grande variedade de de informação digital como vídeo, som, texto e programas de
computador podem ser integrados. O seu objectivo é tirar partido das vantagens oferecidas
pela transmissão de ondas rádio terrestres de forma a que uma recepção estável pode ser
fornecida a receptores móveis compactos, leves e baratos em conjunto com receptores
integrados para uso doméstico usando BST (Band Segmented Transmission) - esquema
OFDM.
Duas bandas de transmissão são atribuídas, 5.6MHz e 432kHz, cada uma orientada para
tipos particulares de serviços de “broadcasting”. A banda de 5.6MHz está reservada para a o
“broadcasting” digital de programas de televisão, enquanto que a banda 432kHz é
preferencialmente para os programas áudio. Estes dois modos partilham outros parâmetros
tais como o formato de codificação, multiplexagem e o intervalo da portadora OFDM e a
configuração da trama.
O ISDB-T fornece propriedades de transmissão hierárquica que usam diferentes esquemas
de modulação (DQPSK, QPSK, 16QAM, 64QAM) e velocidades de codificação interna (I /2,
2/3, 3/4, 5/6, 7/8). Isto permite que parte da banda seja dividida para sinais com recepção
estacionária e o resto para sinais com recepção móvel, o que significa que as emissões de
áudio e dados para carros e receptores portáteis pode ser efectuados simultaneamente com
as emissões televisivas domésticas. Cada nível hierárquico pode ser enviado para receptores
por sinal TMCC (Transmission and Multiplexing Configuration Control) e alocado a parte da
portadora OFDM.
Como a banda larga e a banda estreita, no ISDB-T, partilham os mesmos parâmetros OFDM,
os 5.6 MHz de banda larga podem incluir directamente os 432kHz de banda estreita.
Consequentemente, um receptor de 432kHz pode receber alguns dos serviços de 5.6MHz e
um receptor de 5.6MHz pode receber todos os serviços emitidos a 432kHz.
Na figura em baixo, podemos constatar como as normas anteriormente referidas se
encontram distribuídas pelo globo.
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Televisão Digital 2006/07Redes de Difusão Digital Terrestre
2.4 DVB-T face ao ATSC
Desde Novembro de 1998 que os serviços de televisão digital estão disponíveis tanto na
Europa como nos Estados Unidos. Muitos países anunciaram a sua escolha para um sistema
de DTTB (Digital Televison Terrestrial Broadcasting) e o seu plano de implementação.
Existem duas técnicas muito diferentes de sistemas de modulação o: 8-Level Vestigial Side-
Band (8-VSB) com codificação Trellis desenvolvido pelo Advanced Television Systems
Committee (ATSC); e a modulação Coded Orthogonal Frequency Division Multiplexing
(COFDM) adoptada na norma Digital Video Terrestrial Broadcasting (DVB-T). A escolha que
cada país faz relativamente ao sistema de DTTB depende de que forma cada um dos
sistemas de modulação consegue ir de encontro às condições especificas que imperam em
cada país, tais como espectro disponível e normas de ocupação do mesmo, requerimentos de
cobertura e estrutura da rede, já existente, tipo de serviços necessários e o custo para os
consumidores e “broadcasters”.
Cada sistema tem as suas vantagens e desvantagens. O ATSC 8-VSB é mais robusto num
canal afectado por AWGN, consegue uma maior eficiente na ocupação de espectro, um PAR
(Peak-to-Average power Ratio) menor e é mais imune a ruído impulsional e desfasamentos
provocados por ruído. Tem também uma performance comparável ao DVB-T quando na
presença de interferência de um sinal analógico de TV num sinal DTV. Desta forma é de
notar que o ATSC 8-VSB é mais vantajoso para a implementação de redes MFN (Multi-
Frequency Network) e para providenciar um serviço HDTV na banda de 6MHz.
O DVB-T COFDM tem vantagens de performance na presença de estática de alto nível (até
0dB) e de atraso longo e distorção dinâmica por “multipath”. É um sistema que mostra ser
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Televisão Digital 2006/07Redes de Difusão Digital Terrestre
virado para a implementação de SFNs (Single Frequency Networks)de grande escala em
qualquer banda, 6, 7 ou 8 Mhz. Parâmetros específicos do sistema devem ser implementados
para cada caso particular.
2.4.1 Comparação da Performance do sistema
2.4.1.1 DTTB signal peak to average power ratios
Para o mesmo nível de interferência inter-canal, o DVB-T necessita de mais (2.5dB ou 1.8
vezes mais potência) para compensar a perda de 2.5dB devido ao PAR ou um filtro com
melhor atenuação dos lobos secundários. Este PAR alto não implica uma perda efectiva de
performace do sistema, apenas aumenta o custo inicial para quem emite.
2.4.1.2 Limtes C/N
C/N (AWGN) Teórico Pratico
ATSC 14.8dB 15.2dB
DVB-T 16.5dB 19.2dB
Tabela 1
A tabela acima descreve as diferenças entre os limites de C/N, em dB, o limite é definido
para um BER de 2E-4 antes da descodificação R-S e para um BER de 1E-11 ou transmissão
QEF (Quasi Error Free) antes da descodificação R-S.
Como se pode ver pela tabela 1 o sistema ATSC tem uma melhor resposta na presença de
ruído branco gaussiano. Apesar de util esta tabela não é completamente fiável, pois os
sistemas tem diferentes velocidades de transmissão de dados. Logo é mais justo a verificar a
superioridade do ATSC, na presença de ruído branco (Eb/N0), tabela abaixo:
Eb/N0 Teórico Pratico
ATSC 6/7/8 Mhz
R=2/3
Rb=19.4/21.6/27.5 Mbps
10.6 dB 11.0 dB
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Eb/N0 Teórico Pratico
DVB-T 6/7/8 Mhz
R=2/3, GI=1/16
Rb=17.4/20.5/23.4 Mbps
11.9 dB 14.6 dB
DVB-T 6/7/8 Mhz
R=3/4, GI=1/16
Rb=19.6/23.1/26.4 Mbps
12.9 dB 15.6 dB
Tabela 2
2.4.1.3 Distorção Multipath
O DVB-T tem maior imunidade contra a distorção “multipath”. Consegue funcionar
eficazmente com ecos até 0dB. A implementação de um intervalo de guarda, no envio das
tramas, pode evitar a interferência inter-simbólica, mas interferência destrutiva entre bandas
persiste. O intervalo de guarda do DVB-T pode ser usado para lidar com distorções
“multipath” em avanço ou em atraso. Isto é importante para a operação em SFN. O ATSC
não conseguir lidar com ecos com grande avanço, pois foi desenvolvido para trabalhar em
MFN onde estes ecos raramente acontecem.
O DVB-T 2k consegue funcionar com ecos em movimento até várias centenas de Hz,
enquanto que o ATSC apenas consegue funcionar com algumas dezenas de Hz. Por esta
razão o DVB-T é preferível para aplicações moveis.
2.4.1.4 Eficiência Espectral
Apesar da modulação OFDM (utilizada em DVB) ter uma eficiência espectral superior ao VSB
(utilizada em ATSC) o intervalo de guarda necessário para minimizar as distorções
“multipath” e as frequências piloto introduzidas na banda para efeitos de sincronismo
reduzem a capacidade de transmissão (bit rate) do sinal. Logo, para a mesma banda
ocupada, o sistema ATSC consegue uma maior velocidade, ou seja melhor aproveitamento
da banda utilizada. A aplicação do sistema DVB em SFN aumenta a eficiência espectral do
mesmo.
2.4.1.5 Capacidade HDTV
Pesquisa no campo da compressão mostrou que, baseado na tecnologia disponível, é
necessário uma velocidade de transmissão de pelo menos 18Mbps para um serviço HDTV
satisfatório em programas televisivos de acção rápida, como desporto e filmes.
O DVB-T standard com um esquema de codificação equivalente ao ATSC 8-VSB não é capaz
de atingir esse valor, para o canal de 6MHz a velocidade atingida fica entre 14.7MHz e os
17.9MHz. Logo é dificil para o sistema DVB-T conseguir um serviço HDTV num canal de
6MHz, a não ser que seja utilizado um código de correcção de erros mais fraco para além de
um aumento de potência de 1.5dB.
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Televisão Digital 2006/07Redes de Difusão Digital Terrestre
2.4.1.6 Resoluções utilizadas
O DVB-T utiliza MPEG2 com perfil MP@ML (Main Profile at Main Level) e em contrapartida o
sistema ATSC utiliza também MPEG2 mas com os perfis MP@ML e MP@HL ( Main Profile at
Main Level e Main Profile at High Level).
O DVB-T utiliza uma resolução máxima de 2048x1152, píxeis não quadrados com
entrelaçamento, enquanto que o ATSC utiliza 1920x1080, píxeis quadrados e ainda incorpora
vários tipo de formatos de SD para ter compatibilidade com sistemas mais antigos.
2.5 DVB-T face ao ISDB-T
Visto que o sistema ISDB-T foi uma evolução do DVB-T, já existente, as características
referidas a acima são válidas também para o ISDB-T, sendo necessário ter em conta os
melhoramentos efectuados:
– Foi acrescentado um “Interleaver” temporal para melhorar o desempenho na presença de
interferências concentradas, tais como o ruído impulsivo.
– A banda de RF 6MHz foi subdividida em 13 segmentos independentes, com a possibilidade
de serem enviadas 3 programações diferentes ao mesmo tempo, por exemplo: uma em
QPSK, outra em 16QAM e ou em 64QAM;
– Foi acrescentado o modo 4k;
– Foi acrescentado o método de modulação DQPSK.
Globalmente os melhoramentos efectuados, no DVB, que deram origem ao ISDB foram de
encontro à melhoria do serviço móvel prestado pelo DVB-T. A introdução da modulação
DQPSK é um exemplo disso.
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2.6 Análise do Mercado
Após uma análise no mercado com tecnologia DBV-T , são apresentados os seguintes modelos:
PDP-427XD
TV Plasma de 42’ com Sintonizador Digital :
• Com processamento vídeo integrado e sintonizador digital (DVB-T), e colunas de
instalação inferior, o PDP-427XD dispõe ainda de 2 entradas HDMI e uma
entrada para PC.
• Ecrã de Plasma de 7ª Geração, que inclui componentes novos e únicos – tais como
o painel PUREBLACK Panel 2 e o filtro Direct Colour Filter 2.
• Suporta até ao vídeo1080/24p
• O sintonizador digital (DVB-T) integrado inclui uma entrada para cartãoCI.
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Televisor plano panorâmico digital com Pixel Plus 2 HD
Especificações :
• Visor WXGA LCD, 1366 x 768p
• Sint. de DVB-T Digital Integrado
• HD Ready
• Pixel Plus 2 HD melhora do detalhes em TV e HDTV normais
• Dolby Digital Virtual para uma experiência de som realista
• Entrada Dual HDMI para uma ligação digital de alta definição
Após uma análise no mercado com tecnologia ATSC , são apresentados os seguintes
modelos:
Plasma 42HP66 42 Syntax OLEVIA LT42HVi
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Televisão Digital 2006/07Redes de Difusão Digital Terrestre
Estes modelos apresentam no geral, as seguintes especificações:
• Écran com dimensões superiores a 34” e formato 16:9;
• Vem equipado com sintonizador digital(ATSC)
• Apresentam entradas DUAL Progressive Scan Component e HDMI para suportar toda
tecnologia de vídeo.
Após uma análise no mercado, com tecnologia ISDB-T , são apresentados os seguintes
modelos:
Toshiba Gigabeat V30T
Especificações:
● Dispõem de uma antena para a recepção de sinais ISDB-T.
● Dotado de um disco duro de 30GB e recepção DMB.
● 320 x 240 píxeis de resolução.
● Dispõem de um sistema operativo Windows Mobile e contém o conhecido gesto
musical da Microsoft, o Windows Media Player 10.
● MP3, WMA,WMA Lossless WAV são formatos compatíveis com este equipamento, tal
como o formato fotográfico JPEG e o formato audiovisual WMV.
Hitachi w43h
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Especificações:
● Apresenta um écran TFT de 2.6” com 240 x 400 de resolução.
● Câmera de 2,1 megapixels e autofocus.
● 512MB de memória interna.
● Reprodutor musical e vem equipado com aplicações responsáveis pelo manejo de
documentos
Vodafone 905SH/Sharp 905
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Especificações:
● É considerado um telefone de 3 Geração com um receptor de TV.
● Apresenta um écran de 2.6”(66mm) com 400 x 240 de resolução e formato 16:9.
● Câmera de 2 megapíxeis , suportados por um pequeno cartão de memória SD.
● Vem incorporado com bluetooth e todas as outras características que um telefone de
3 Geração apresenta.● A comunicação com um PC é feita por USB, PC Link ou IrDA.
A partir destas ofertas de equipamentos pelos diferentes fabricantes, podemos constatar que
a oferta de equipamentos na tecnologia ATSC está mais virada para recepção terrestre fixa.
Já o ISDB-T, como foi concebido para apresentar um bom serviço para sistemas móveis,
apresenta uma maior oferta nesse campo. O facto de existir no Japão um alto consumo
deste tipo de equipamentos , foi um factor preponderante para a aposta neste tipo de
receptores. No caso do DVB-T , nota-se uma aposta similar por parte dos fabricantes ,tanto
no campo de receptores fixos como no campo de receptores móveis. Isto deve-se pois o
DVB-T foi concebido tendo em vista uma aposta de futuro, por isso a sua flexibilidade, e
tendo em conta o ano em que foi decretada, uma vez que as tecnologias móveis ainda não
encontravam no ponto de desenvolvimento actual, ao contrario do ISDB-T, que foi
implementado numa altura em que as tecnologias móveis já apresentavam um grau de
desenvolvimento mais avançado.
2.7 Propostas para implementação de interacção em redes de transmissão Terrestre
A ideia de interactividade da televisão é na realidade a de uma falsa interactividade, na
medida em que essa deverá ser a apelidação para o tipo de comunicação que a internet
efectivamente possibilita. Podemos dizer que se caminha para a interactividade da televisão,
eventualmente uma miscigenação desta com a internet, acrescentando-lhe a mais-valia da
multimedia, sendo porém muito difícil dizer até que ponto tal acontecerá.
Como futuro mais anunciado e próximo, temos o leque de serviços que a televisão por cabo
nos propõe, como o pay-per-view e o home shopping, em que é dada ao espectador a
possibilidade de actuar directamente, enquanto emissor de uma ordem.
Embora seja de prever que a televisão não desaparecerá num futuro previsível, tal como o
teatro ou o cinema não desapareceram com o desenvolvimento da televisão, não podemos,
no entanto, fazer tal afirmação de um modo taxativo, visto a internet estar a ocupar espaços
que tradicionalmente cabiam a outros media.
Pesquisas efectuadas nos últimos dois anos mostram claramente que a utilização pessoal da
internet está a "descolar" da televisão: um estudo confirma que cada vez há menos
utilizadores desta, com um decréscimo de 54% durante este período.
Os membros da Geração Net vêem menos uma hora diária de televisão que a mesma faixa
etária há cinco anos atrás, e menos cinco horas do que os seus pais. O que caracteriza estas
crianças, mais que qualquer outra coisa, é a sua ligação a, e o permanente exercício da
escolha. Portanto, o declínio da televisão entre eles não é surpreendente. A internet permite
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Televisão Digital 2006/07Redes de Difusão Digital Terrestre
que as pessoas tomem decisões alargadas sobre onde querem despender o seu tempo, o
que leva a algum abandono da televisão.
A televisão continua a ser um meio unilateral, em que o espectador é um receptáculo
passivo para mensagens comerciais e homogéneas. Pelo contrário, a internet é um meio de
comunicação "de muitos para muitos", no qual o utilizador é activo e, acima de tudo,
interage com outros utilizadores.
Por isso, a prazo, a tendência deverá ser no sentido da incorporação da televisão na internet,
de uma lenta dissipação nesta.
Num outro sentido, e mantendo-se como um media independente, a televisão necessita de
fazer um esforço no sentido de escapar à facilidade e de se tornar ao mesmo tempo
envolvente e mais inteligente, afim de evitar o aumento da fuga maciça acima referida. O
conceito de que a programação na televisão reflecte os gostos do público é falacioso: com
poucas possibilidades de escolha, vemos o que há; mas perante diversas alternativas, o
sentido nem sempre é aquele que estamos habituados a considerar como o mais "popular".
Uma das opções viáveis para o canal de retorno numa rede terrestre de difusão de televisão
digital poderia passar pela capacidade do receptor de TVD enviar pacotes IP através da
internet, utilizando a rede telefónica já disponível e largamente espalhada, tendo em conta
que o numero de utilizadores da internet tem aumentado consideravelmente todos os anos,
qualquer pessoa com acesso à mesma poderia tirar proveito completo das potencialidades da
TVDI (Televisão Digital Interactiva).
Outra solução passaria por tornar o que antes era apenas um receptor de TVD num
receptor/emissor, esta solução faria com que o espectro ficasse mais sobrecarregado,
obrigaria o consumidor a gastar mais pelo seu equipamento e consumos do mesmo.
3. Bibliografia
[1] ATSC, “ATSC Digital Television Standard”, ATSC Doc A/53, Setembro 16, 1995[2] “Towards HDTV DVB vs ATSC”, Rita Brennan, Apple Advanced Technology Group, U.S.A.[3] “Performance Comparison of ATSC 8-VSB and DVB-T COFDM Transmission Systems for Digital Television Terrestrial Broadcasting”, Dr. Yiyan Wu, Communications Research Centre Canada[4] Sites diversos:
www.dvb.orgwww.wikipedia.orgwww.atsc.orgwww.studio-systems.com/Broadcasting/July2001/Comparisonwww.nhk.or.jp