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João Pires Redes de Telecomunicações 165
Redes de Telecomunicações
Redes Ópticas
João Pires Redes de Telecomunicações 166
Fibras Ópticas
• As fibras ópticas dividem-se em fibras monomodais e fibras multimodais. Nas redes WDM só se usam fibras monomodais.
• Os principais fenómenos limitativos são a atenuação e a dispersão. O primeira é responsável por reduzir a amplitude dos pulsos e a segunda por alargá-los.
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5
0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7
Comprimento Onda (µµµµm)
Coe
ficie
nte
de a
tenu
ação
(dB
/km
)
0
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5
0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7
Comprimento Onda (µµµµm)
nm dB/km
850 1.811300 0.35
1310 0.34
1383 0.291550 0.19
1625 0.21
nm dB/km
850 1.811300 0.35
1310 0.34
1383 0.51550 0.19
1625 0.21
Fibra óptica monomodal normal Fibra óptica monomodal “AllWave”
Coe
ficie
nte
de a
tenu
ação
(dB
/km
)
1330-1625 nm
0.35 dB/km0.35 dB/km
1440-1625 nm
A fibra óptica monomodal normal apresenta um pico de atenuação devido à absorção OH em 1385 nm. A fibra “AllWave” elimina este pico.
A banda disponível para WDM (atenuação ≤ 0.35 dB/km) situa-se entre os 1440 e 1625 nm, o que corresponde a 370 canais para um espaçamento de 0.5 nm.
Fibra Normal
A banda disponível para WDM (atenuação ≤ 0.35 dB/km) situa-se entre os 1330 e 1625 nm, o que corresponde a 590 canais para um espaçamento de 0.5 nm.
Fibra “AllWave”
João Pires Redes de Telecomunicações 167
Bandas de utilização das fibras
WDM e LANMonomodal(G.652)
1450-1528SSexta
WDMMonomodal(All Wave)
1350-1450EQuinta
WDMMonomodal(G.653)
1561-1620LQuarta
Mono –λe WDM
Monomodal(G.655)
1528-1561CTerceira
Mono –λMonomodal(G.652)
1280-1350OSegunda
Tipo LANMultimodal820-900__Primeira
AplicaçõesTipo de fibraBanda (nm)DesignaçãoJanela
João Pires Redes de Telecomunicações 168
Transmissão digital óptica
• Considera-se um sistema de transmissão digital óptico com compensação da dispersão, através de uma fibra compensadora de dispersão (DCF):
• As fontes ópticas podem ser de três tipos: LED, Laser modulado directamente e laser+modulador externo.
Filtro
v(t)Fonte óptica
Fibra Óptica
Juntas
Ps(0)
Ps(1)Pr(0)
Pr(1)
DCF
Corrente I
t
t
P0
t
t
V
P0
P0
Modulador externo
Laser modulado directamente
Laser + modulador
externo
Receptor óptico
RegeneradorPré-amplificador
Fotodíodo
BER
01
0001 )()(σσ +
−= tVtVQ
=2
erfc21BER Q
No receptor o sinal recebido é corrompido pelo ruído quântico e pelo ruído de circuito. O ruído total é caracterizado pelas variâncias σ1
2 (símbolo 1) e σ02 (símbolo 0).
João Pires Redes de Telecomunicações 169
Sistemas com cadeias de amplificadores ópticos
• No estudo de sistemas com cadeias de amplificadores ópticos admite-se que quando o sistema não opera em saturação o ganho de cada amplificador compensa exactamente a atenuação do troço de fibra anterior.
• Cada amplificador óptico para além de amplificar o sinal também vai introduzir ruído, designado por ruído de emissão espontânea.
• Os amplificadores ópticos mais usados usam como elemento de amplificação um troço de fibra dopada com érbio e como fonte energética um laser.
Fonte óptica
Fibra ÓpticaReceptor
óptico
Amplificador ópticoPs(0)
Ps(1)
Ps(0)
Ps(1)
G GG
Laser bomba
Fibra dopada com érbio Isolador
Emite nos comprimentos de onda de 980 nm e 1480 nm
EDFA (Erbium Doped Fiber Amplifier)
Os EDFAs normais só amplificam na banda C, enquanto os EDFAs de banda ulta-larga amplificam nas bandas C e L.
João Pires Redes de Telecomunicações 170
Sistema WDM ponto-a-ponto
• Os elementos essenciais de um sistema de multiplexagem por divisão no comprimento de onda ou WDM (Wavelength Division Multiplexing) são os multiplexadores (MUX), responsáveis por agregar vários canais ópticos (comprimentos de onda) num único sinal multiplexer e os desmultiplexadores (DMUX) que realizam a operação inversa.
• Sistemas DWDM ( Dense WDM) ponto-a-ponto comerciais de ponta
MUX EDFA
λ1 Sinal multiplex ⇒ λ1, λ2
,λ3,..., λN
EDFA EDFA DMUX
Laser 1
Laser 2
Laser N
λ2
λN
Receptor Óptico 1
Receptor Óptico 2
Receptor Óptico N
λ1
λ2
λNFibra óptica monomodal
160 λs × 10 Gb/s 80 λs × 40 Gb/s
1.6 Tb/s 3.2Tb/s
TransXpress InfinitySiemens
160 λs × 40 Gb/s6.4 Tb/sOPTera Long Haul 5000Nortel
64 λs × 40 Gb/s 128 λs × 10 Gb/s
2.56 Tb/s 1.28 Tb/s
LambdaXtremeLucent
160 λs × 10 Gb/s 640 λs × 2.5 Gb/s
1.6 Tb/sCoreStream Ciena
Número de λλλλsCapacidadeEquipamentoFabricante
João Pires Redes de Telecomunicações 171
Normalização dos comprimentos de onda
• A normalização dos comprimentos de onda a usar nas redes WDM é importante para garantir a interligação de equipamentos de diferentes fabricantes e permitir aos fabricantes a redução dos custos de fabrico.
• A normalização de comprimento de onda é feita pela norma G.692 do ITU-T e usa um espaçamento idêntico na frequência para essa normalização. Os canais são colocados numa grelha de 50 GHz (≈≈≈≈ 0.4 nm), com a frequência central nominal de 193.1 THz (1552.52 nm).
• Outro parâmetro importante é o desvio máximo da frequência nominal de canal. Este desvio não deve ser muito elevado, caso contrário contribui para aumentar o crosstalk e as perdas. Para ∆∆∆∆f≥≥≥≥200 GHz o ITU-T especificou um desvio máximo de ±±±±∆∆∆∆f/5.
frequência
193.1 THz
50 GHz50 GHz50 GHz
João Pires Redes de Telecomunicações 172
O papel da rede de transporte WDM
ADM1
ADM2
ADM3
ADM4
Rede de Serviços
Rede de Transporte SDH
(Rede IP)
Router A
Router B
Router C
OADMOXC
Rede de Transporte WDM
OADM
OADM
OADM OADMOADM
OADM
OTM
Router D
Router ERouter F
Caminho Óptico ( router D→router F)
OADM: multiplexador de inserção/extracção óptico
OTM: multiplexador óptico terminal
OXC: comutador de cruzamento óptico
Caminho Óptico (ADM1 →ADM3)
João Pires Redes de Telecomunicações 173
Características das redes de transporte WDM
• Uma rede de transporte WDM é constituída por amplificadores ópticos (OA, optical amp.), multiplexadores terminais ópticos (OTM, optical terminal multiplexer), multiplexadores de inserção/extracção (OADM, optical add/drop multiplexers) e comutadores de cruzamento (OXC, optical crossconnects) ligados por fibras ópticas.
• Características mais salientes:Transparência: Os caminhos ópticos podem transportar informação com diferentes débitos binários, diferentes formatos e diferentes protocolos. Por exemplo, podem-se estabelecer caminhos ópticos entre pares de elementos de rede SDH, ou pares de routers IP.Sobrevivência: A rede é estruturada de modo que em presença de falhas, os caminhos ópticos são reencaminhados automaticamente por percursos alternativos.Reutilização de comprimentos de onda: O mesmo comprimento de onda pode ser usado em diferentes caminhos desde que estes não tenham nenhuma via óptica (link) em comum. Tal permite estabelecer um número elevado de caminhos, com um número limitado de λs.Topologia lógica: A topologia lógica consiste na topologia vista pelas camadas que fazem uso da camada óptica. Para uma rede de serviço IP, suportada pela rede de transporte WDM, os caminhos ópticos são vistos como ligações entre routers IP.Comutação de caminhos: Os caminhos ópticos oferecidos pela rede de transporte podem serestabelecidos ou terminados por pedido através do sistema de gestão da rede. Uma vez estabelecidos permanecem activos durante períodos longos (meses ou mesmo anos).
João Pires Redes de Telecomunicações 174
Amplificadores ópticos de linha
• Os amplificadores ópticos de linha são colocados no meio das vias ópticas, a intervalos periódicos, tipicamente entre 80-120 km.
• Este amplificadores normalmente incluem dois blocos de amplificação EDFA, e um compensador de dispersão situado entre esses blocos. No caso dos amplificadores usados nas banda C e L, essas bandas são separadas na entrada e usam-se diferentes EDFAs para cada banda.
• O canal de supervisão óptica é extraído e terminado na entrada do amplificador e é adicionado na saída. Este canal é usado para controlar e monitorizar o desempenho dos amplificadores ópticos. É transportado num comprimento de onda diferente do usado para o tráfico.
Receptor Laser
λso
λ1, λ2,... λN
λsoCompensaçãode dispersão
EDFA EDFA
Terminação do canal de supervisão óptica
Adição do canal de supervisão óptica
João Pires Redes de Telecomunicações 175
Multiplexador óptico terminal (OTM)
• O multiplexador óptico terminal é usado nas extremidades das ligações ponto-a-ponto para multiplexar e desmultiplexar diferentes comprimentos de onda. Inclui três elementos funcionais: transponder, multiplexador WDM e amplificador óptico.
• A adaptação realizada pelos transponder corresponde às seguintes funções:- Alteração dos comprimentos de onda, de modo a ter na saída λλλλs ITU-T;- Adição de cabeçalhos para funções de gestão;- Adição de códigos FEC (forward error correction);- Monitorização do BER (bit error rate).
MUX EDFA
Laser
λsoAdição do canal de supervisão óptica
O/E/O
Multiplexador óptico terminal
O/E/OITU λ2
ITU λ3
Router IP
ADM SDH
ADM SDH
ITU λ1Não é ITU λ
Não é ITU λλ1, λ2
,λ3, λso
Transponder
Função de adaptação
João Pires Redes de Telecomunicações 176
Arquitecturas de OADMs• Arquitectura em paralelo
Todos os λλλλs são desmultiplexados, sendo alguns extraídos e outros transmitidos através do OADM. A perdas introduzidas pelo OADM são constantes e independentes do número de canais extraídos. Usa-se quando o número de canais a extrair é elevado.
• Arquitectura em sérieNesta arquitectura cada OADM (OADM-SC) é usado para extrair/inserir um único canal. Para extrair vários canais é necessário usar vários OADM em série. As perdas aumentam com o número de canais. Usa-se quando o número de canais a extrair é reduzido.
λN
λ2λ2
λ1
DMUX
λ1
MUX
Extracção/Inserção
λ1, λ2,.. λN λ1, λ2,.. λN
Banda 4
DMUX
λ1 λ2
MUXλ1, λ2,.. λN λ1, λ2,.. λN
Banda 3
Banda 2
λ1 λ2
Banda 1
Desmultiplexer de bandas
Arquitectura em Paralelo Arquitectura em Paralelo Modular
λ1, λ2,.. λNOADM
SCOADM
SCOADM
SC
Extracção Inserçãoλ1 λ1
λ1, λ2,.. λN
OADM-SC: OADM-single channel
λ2λ2
João Pires Redes de Telecomunicações 177
Comutadores de cruzamento
• Os comutadores de cruzamento ou OXC ( optical cross-connects) são elementos de rede usados em topologias físicas em malha, enquanto os OADMs são usados normalmente em topologias em anel ou em cadeia.
• Os OXC também têm capacidades para processar um número muito elevado de λλλλs e permitem uma reconfiguração rápida da rede. Outras funções:Provisão de serviços: Permite estabelecer e terminal caminhos ópticos de modo automático.Protecção: Permite detectar falhas na rede e reencaminhar os caminhos de modo a ultrapassar essas falhas.Monitorização e processamento de cabeçalhos: Permite monitorizar certos parâmetros dos sinais transmitidos com vista a medir o desempenho e detectar falhas e processar cabeçalhos associados a diferentes camadas de rede.Comutação espacial: Permite comutar sinais de portos ( fibras) de entrada para portos (fibras) de saída. Conversão de comprimentos de onda: Permite comutar sinais de λλλλs de entrada para λλλλs de saída.Funções adicionais: Compensação de dispersão, controlo do nível de potência, etc.
João Pires Redes de Telecomunicações 178
Configurações de OXCs
• A configuração de um OXC pode ser opaca ou transparente. Nas configurações opacas há conversões O/E ou E/O dentro do OXC,enquanto nas transparentes a configuração é totalmente óptica.
• Um OXC é constituído por vários OTMs, que realizem entre outras as funções de multiplexagem/desmultiplexagem, e por uma matriz de comutação. A matriz de comutação pode ser óptica ou eléctrica.
Matriz de comutação
óptica
λ1, λ2, λ3λ1
λ2
λ3
λ1, λ2, λ3
λ1, λ2, λ3
λ1, λ2, λ3
λ1, λ2, λ3
λ1, λ2, λ3
λ1
λ2
λ3
λ1
λ2
λ3
λ1
λ2
λ3
λ1
λ2
λ3
λ1
λ2
λ3
OTM
OTM
OTM
OTM
OTM
OTM
Matriz de comutação
eléctrica
λ1, λ2, λ3λ1
λ2
λ3
λ1, λ2, λ3
λ1, λ2, λ3
λ1, λ2, λ3
λ1, λ2, λ3
λ1, λ2, λ3
λ1
λ2
λ3
λ1
λ2
λ3
λ1
λ2
λ3
λ1
λ2
λ3
λ1
λ2
λ3
OTM
OTM
OTM
OTM
OTM
OTM
OXC com comutação óptica OXC com comutação eléctrica
Conversão O/E Conversão E/OGera λs ITU- não usa transponders
João Pires Redes de Telecomunicações 179
Transparência das redes ópticas
• Uma das grandes vantagens da redes ópticas é ser transparente aos serviços. O utilizador pode enviar informação digital a qualquer débito (dentro de certos limites), usando qualquer formato, ou qualquer tipo de protocolo. Pode também transmitir informação analógica.
• Associada à transparência está o conceito de rede totalmente óptica. Nesta rede a informação é transmitida da fonte para o destino num formato óptico, sem qualquer conversão O/E, ou E/O dentro da rede. Estas redes designam-se por totalmente transparentes.
• Estas rede totalmente transparentes não usam regeneração e por isso comportam-se como rede analógicas onde os factores degradadores (ruído, distorção, interferência,etc )são acumulados, o que limita a sua extensão. Enquanto não for possível dispor de regeneradores ópticos será de esperar a existência de alguma conversão opto-electrónica dentro das redes.
OADM
OADM
OADM
OADM OADMOADM
OADM
Processamento opto-electrónico (regeneração)
OXC
Cliente da rede ópticaCliente da
rede óptica
Sub-rede óptica totalmente transparente
Sub-rede óptica totalmente transparente
João Pires Redes de Telecomunicações 180
Modelo de camadas da rede de transporte WDM
• A rede de transporte óptica é composta por três camadas, situadas por baixo da camada de secção de regeneração do SDH. Essas camadas são: camada de canal óptico (OCh, optical channel layer), camada de secção de multiplexagem óptica (OMS, optical multiplex section layer) e camada de secção de transmissão óptica (OTS, optical transmission section layer) .
• Funcionalidades das camadas:Camada de canal óptico:Verificação da integridade do canal (traço do canal), comutação de protecção de canal, monitorização de desempenho e gestão de falhas (FDI, forward defect indicator e BDI, backward defect indicator).Camada de secção de multiplexagem óptica:Multiplexagem óptica, atribuição de comprimento de onda, identificação do comprimento de onda, comutação de protecção de multiplexagem, e gestão de falhas.Camada de secção de transmissão óptica:Controlo dos amplificadores ópticos, compensação de dispersão através dos amplificadores de linha, verificação da integridade da secção e gestão de falhas.
João Pires Redes de Telecomunicações 181
Camadas nas redes totalmente transparentes
• O canal óptico (OCh) corresponde a uma ligação extremo a extremo, também designada por caminho óptico. Cada via entre um OTM e um OADM (ou OXC) corresponde à secção de multiplexagem óptica (OMS). Cada via OMS é constituída por vários segmentos (OTS), sendo cada segmento delimitado por um estágio de amplificação.
S. Transmissão S. Transmissão S. Transmissão
Secção de Multiplexagem S. de Multiplexagem
Canal óptico (OCh)
Amplificador de linhaOTM
OXCTransponder
OXCTransponder
OADM OADM
AL
AL
OTM S. Transmissão S. Transmissão S. Transmissão
Secção de Multiplexagem S. de Multiplexagem
Canal óptico (OCh)
Caminho Óptico
Caminho Óptico (usa dois λs)
λ1 λ2
João Pires Redes de Telecomunicações 182
Subdivisão da camada da canal óptico
• O canal óptico (OCh) por sua vez é subdividido em várias sub-camadas: sub-camada de secção ( OCh-S ), sub-camada de ligação em cascata (OCh-TC, Tandem Connection) e sub-camada de caminho (OCH-P, Path).
OXC
Caminho Óptico
OADMOTMOTMOTM
OCh-S OCh-S OCh-SOCh-TC OCh-TC
OCh-P
Transponders/regeneradores
Secção de canal óptico (OCh-S)Representa uma secção do caminho óptico dentro de uma su-rede óptica totalmente transparente. Dentro desta secção não há conversão para o domínio eléctrico, mas há regeneração nas suas fronteiras. O seu cabeçalho suporta FEC.
Ligação em cascata OCh (OCh-TC)É necessária para suportar ligações em cascata entre diferentes sub-redes. O NE que termina esta camada processa os cabeçalhos OCh-S e OCh-TC.
Caminho de canal óptico (Och-P)Corresponde ao transporte extremo-a-extremo de um canal óptico através de vários regeneradores. O NE que termina esta sub-camada processa todos os cabeçalhos.
OTMOTM
OTM
João Pires Redes de Telecomunicações 183
Transmissão de cabeçalhos
• Os cabeçalhos associados às camadas OTM e OMS são transmitidos no canal de supervisão óptica (OSC, optical supervisory channel), normalizado pelo ITU-T para ser transmitido no comprimento de onda de 1510 nm.
• Os cabeçalhos do canal óptico podem ser transmitidos em modo associado ao canal. Há duas técnicas para transmissão em modo associado: modulação de sub-portadora e envoltório digital.
• Por exemplo para transmitir o identificador de canal óptico (traço de canal OCh-S), usando a primeira técnica adiciona-se uma sub-portadora, designado por piloto, ao sinal que modula o laser. Esse piloto tem uma frequência, normalmente na banda entre 1 e 2 MHz. O piloto pode ser também usado para monitorizar a potência óptica do canal.
OXC
Transponder
AL OADM
Inserção do piloto
Monitorização do piloto
Monitorização do piloto
Terminação do piloto
OSC OSC
O canal de supervisão óptica é extraído, processado e inserido em todos os elementos de rede
OTM OTM OTM
OSCOSC
Inserção do piloto
Terminação do piloto
OTM
Cabeçalho do envoltório digital é inserido
Cabeçalho monitorizado/ modificado
Cabeçalho extraído
João Pires Redes de Telecomunicações 184
Equipamento versus camadas ópticas
• Exemplo da relação entre algumas funções das camadas ópticas e oequipamento terminal WDM.
• Função dos cabeçalhos:OCh: Fixação da potência emitida e monitorização da recebida, alarmes (perda de sinal).OMS: Monitorização e configuração de equipamento (nível de sinal, frequência dos canais demux, selecção dos canais inseridos/extraídos,etc), alarmes, informação de protecção.OTS: Identificação do amplificador, controlo do amplificador (ganho, potência da bomba), controlo da compensação de dispersão e dos comutadores de protecção, alarmes,etc.
Multiplexer WDM
Laser (OSC)
Laser Laser
PilotoTraço de
canal
Potência do canal
Atribuição de λ
Cabeçalho de OMS
Cabeçalho de OTS
OCh-S
OMS
OTS Amplificador
João Pires Redes de Telecomunicações 185
Indicadores de desempenho
• Os indicadores de desempenho usados a nível dos cabeçalhos OTS,OMS e OCh-S são os seguintes (ANSI T1X1.5/99-071):
Supervisão de continuidadeConjunto de processos usados para monitorizar continuidade da secção ou do caminho. Incluem: Perda de sinal ou LOS (Loss of Signal) corrente de polarização do laser; potência óptica transmitida e potência óptica recebida.
Supervisão de conectividadeConjunto de processos usados para monitorizar a integridade da ligação entre a fonte e a terminação: Correspondem ao traço da camada de secção de transmissão e ao traço da camada de caminho.
Supervisão de qualidade de sinalConjunto de processos usados para monitorizar a qualidade das ligações.As principais caracteristícas a analisar são a filtragem espectral (a sua forma mais simples é a monitorização da potência de todos os canais), crosstalk e o factor de qualidade ou factor Q.
Não é possível medir o BER
Indicação de manutençãoConjunto de processos usados para indicar defeitos nas ligações. Os defeitos são enviados nos dois sentidos de uma ligação bidireccional. Os defeitos usados são: FDI (ForwardDefect Indication) e BDI (Backward Defect Indication).
OCh, OMS e OTS
OCh, e OTS
OCh, e OTS
OCh, OMS e OTS
João Pires Redes de Telecomunicações 186
Envoltório Digital (ANSI T1X1.5/99-146)
• O envoltório digital ( digital Wrapper) consiste em adicionar um certo número de octetos de cabeçalho de OCh, quando o sinal entra na camada óptica e remover esses octetos quando o sinal é devolvido à camada de serviço. Alguns desse octetos são usados para proporcionar capacidade de correcção de erros usando FECs (Forward Error Correction).
Estrutura da trama básica OChOCh-S (Secção):- Enquadramento de trama -Traco de secção (OCh-S) - Correção de erros usando um FEC - Monitorização de desempenho- Canal de comunicação de dados.
OCh-TC (Ligações em cascata):- Monitorização de um canal em ligações em cascata - Sinalização para protecção OCh (APS) –OCh SPRING - Canal de comunicação de dados.
OCh-P (Caminho):- Traço de caminho (OCh-P) - Etiqueta do sinal - Monitorização da qualidade de sinal (BIP-8) - Sinalização para protecção OCh (APS) - Indicação de defeitos a nível do OCh (FDI e BDI) - Canal de comunicação de dados.
Cabeçalho de OCh
OCh-S
OCh-TC
OCh-P
Campo de informação do OCh
Dados
FEC
FEC Reed-Solomon Code
BER=10-4 s/FEC BER=5×10-15 c/FEC
João Pires Redes de Telecomunicações 187
Protecção e restauro ópticos
• A protecção óptica pode ser linear ou de anel. Qualquer uma destas protecções pode ser dedicada (1+1), ou partilhada (1:1).
• A protecção linear é aplicada em ligações ponto-a-ponto. Essa protecção pode ser realizada a nível de canal óptico (protecção OCh), ou a nível de secção de multiplexagem óptica (protecção OMS). A protecção OCh protege os canais ópticos (comprimentos de onda) individualmente, enquanto a protecção OMS protege o sinal WDM.
• A protecção de anel aplica-se a topologias físicas em anel e também pode ser realizada a nível OCh, ou OMS. Os anéis podem usar duas ou quatro fibras como no caso da protecção a nível da SDH.
• O restauro óptico aplica-se a redes com uma topologia física em malha e consiste em encontrar caminhos ópticos alternativos aos caminhos com falhas, sendo a operação coordenada pelo centro de gestão de rede.
João Pires Redes de Telecomunicações 188
Aspectos de gestão
• Os diferentes elementos a gerir (amplificadores ópticos, OTMs, OADMs e OXCs) designam-se por elementos de rede (NE). Cada elemento de rede é gerido pelo seu sistema de gestão de elemento ou EMS (element management system). A informação de gestão é processada em cada NE, pelo agente (software implementado num microprocessador), o qual comunica com o EMS. Um EMS pode gerir um ou mais elementos de rede.
• A comunicação do EMS com os elementos de rede é feita através da rede de comunicação de dados ou DCN (data communication network). O DCN pode ser transmitido pelo canal de supervisão óptica. Os diferentes EMS comunicam com o sistema de gestão de rede, através da rede de gestão ( rede IP).
OXCOADM OADMAL
OTM
Rede de comunicação de dados Rede de comunicação de dados
Sistema de gestão de elemento Sistema de gestão
de elementoSistema de gestão
de rede
Tem uma visão completa da rede, permitindo estabelecer caminhos ópticos
OSC OSC
João Pires Redes de Telecomunicações 189
IP sobre WDM
• O IP (Internet Protocol) pode ser transportado sobre uma grande variedade de protocolos da camada de ligação lógica (camada 2 do OSI) e de infraestruturas da camada física. Apresentam-se algumas configurações usadas para mapear o IP sobre o WDM.
IP
Rede de transporte WDM
Canal óptico/ Envoltório Digital OCh
SDH
ATMHDLC
GFP
Ethernet MAC
1/10 GbE PHY
AAL5PPPPPP, MPLS
PPP: Point-to-point protocol
HDLC: High-level Data Link control
PHY: Physical Layer Protocol
1/10 GbE: 1 ou 10 Gigabit Ethernet
MPLS: Multiprotocol Label switching
João Pires Redes de Telecomunicações 190
Generic Framing Procedure
• Generic Framming Procedure (GFP) é um protocolo usado para transportar tráfego de pacotes de débito fixo ou variável sobre um canal de comunicação genérico de alto débito ( ITU-T G7041/Y.1003, 2001). (Ref: E. Valencia et al, The Generic Framing Procedure: An Overview, IEEE Com. Magazine, Maio 2002.)
• As tramas GFP são delimitadas usando um procedimento baseado no HEC (header errorcontrol) semelhante ao usado no ATM, que é diferente do usado no HDLC que é baseado em flags.
• A trama GFP suporta o encapsulamento completo dos pacotes IP evitando a operação de segmentação /agregação do ATM.
• Os mecanismos de protecção de cabeçalho e do campo de informação são independentes.
Campo de Informação 0- 65531 octetos
FCS (opcional) 4 octectos
Indicador do comprimento do
campo de informação
Controlo de erros do
cabeçalho
Cabeçalho do campo de
informação 4 a 64 octetos
Cabeçalho Área do campo de informação
Frame check sequence ( CRC-32)
Trama GFP
2 octetos, CRC-16
2 octetos Indica o tipo de informação
216=65536
João Pires Redes de Telecomunicações 191
IP sobre SDH
• A primeira fase do processo de transmissão de IP sobre SDH consiste em encapsular os datagramas IP em pacotes PPP (Point-to-Point Protocol). Este protocolo é usado para transmitir vários protocolos (incluindo IP) sobre linhas alugadas ou linhas comutadas.
• Os datagramas IP encapsulados em PPP são em seguida estruturados numa trama usando HDLC (High-Level Data Link Control). A principal função do HDLC consiste em delimitar os pacotes PPP, usando para isso um padrão definido (flags). As tramas formadas são em seguida transmitidas num VC-4.
Informação (Datagrama IP)
FCS 16 bits
Flag 01111110
Protocolo 16 bits
Controlo 8 bits
Endereço 8 bits
Flag 01111110
Formato de um datagrama IP usando PPP/HDLC
O FCS (frame check sequence) usa o polinómio 1+x5+x12+x16 para detectar erros nos campos anteriores (informação, protocolo, controlo, endereço e flag).
Quando não há datagramas para transmitir usa-se o padrão da flag para preencher os espaço intertrama.
Por questões de segurançanca a trama HDCL é baralhada antes de ser inserida na trama SDH.
HDLC 1+x43 SDH
Baralhador