3
Reflexão ao Modelo Culturalista de Jerome Bruner Numa sociedade em que a educação se está a desmoronar a uma celeridade perturbante, os docentes têm sentido uma maior necessidade de recorrer a modelos pedagógicos que os auxiliem a ultrapassar esta problemática, que por sua vez é gerada por diversos conflitos sociais, económicos e pessoais. Jerome Bruner apresenta no seu modelo, teorias que mais do que nunca devem ter aplicabilidade na educação da sociedade actual. A importância que este autor atribui à cultura (isto é o meio de onde provêm as crianças), é hoje em dia fundamental, já que a escola contem cada vez mais crianças com culturas divergentes. Desta forma, todas elas possuem predisposições e modos de acesso ao conhecimento discrepantes. Assim, cabe ao professor, preparar, facilitar e apoiar o aluno, tendo em conta que “ o conhecimento do novo ambiente e a adequação do tempo de transição às necessidades das crianças são dois aspectos fundamentais a considerar para facilitar a sua segurança e sucesso” (Abreu, 1990:21). A apresentação de estádios de desenvolvimento cognitivo, apresentados pelo autor, permitiu aos docentes compreender o desenvolvimento intelectual da criança através das etapas da prolificação do conhecimento e deste modo perceber que “cada criança tem o seu ritmo de

Reflexão ao Modelo Culturalista de Jerome Bruner

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Reflexão ao Modelo Culturalista de Jerome Bruner

Reflexão ao Modelo Culturalista de Jerome Bruner

Numa sociedade em que a educação se está a desmoronar a uma celeridade

perturbante, os docentes têm sentido uma maior necessidade de recorrer a modelos

pedagógicos que os auxiliem a ultrapassar esta problemática, que por sua vez é gerada

por diversos conflitos sociais, económicos e pessoais.

Jerome Bruner apresenta no seu modelo, teorias que mais do que nunca devem

ter aplicabilidade na educação da sociedade actual. A importância que este autor atribui

à cultura (isto é o meio de onde provêm as crianças), é hoje em dia fundamental, já que

a escola contem cada vez mais crianças com culturas divergentes. Desta forma, todas

elas possuem predisposições e modos de acesso ao conhecimento discrepantes.

Assim, cabe ao professor, preparar, facilitar e apoiar o aluno, tendo em conta

que “ o conhecimento do novo ambiente e a adequação do tempo de transição às

necessidades das crianças são dois aspectos fundamentais a considerar para facilitar a

sua segurança e sucesso” (Abreu, 1990:21).

A apresentação de estádios de desenvolvimento cognitivo, apresentados pelo

autor, permitiu aos docentes compreender o desenvolvimento intelectual da criança

através das etapas da prolificação do conhecimento e deste modo perceber que “cada

criança tem o seu ritmo de desenvolvimento próprio e uma das chaves do êxito

pedagógico reside na capacidade que o adulto, possa ter na descoberta das suas facetas,

das suas potencialidades e no respeito pelo seu ritmo.” (Pessanha, 2001:111)

É de relevar que para este autor, a motivação é o ponto fundamental para a

predisposição que o aluno possui na aquisição de conhecimentos, e por isso “ toda a

tarefa cuja motivação é clara ao espírito do aluno, faz nascer nele o desejo ou a

necessidade de a realizar” (Drottens, 1974: 47). A motivação desempenha, portanto, um

papel central na aprendizagem. Embora esta tarefa pareça elementar, é demasiado

complexa. Não é fácil criar uma motivação que vá ao encontro dos interesses

individuais de cada aluno daí que cabe ao professor, “utilizar uma variedade de

motivadores extrínsecos juntamente com a procura de material que é intrinsecamente

motivante. Assim aumentará a probabilidade de aumentar a atenção e o tempo de tarefa

dos alunos.” (Sprinthal, 1993:5209).

Page 2: Reflexão ao Modelo Culturalista de Jerome Bruner

O ensino actual apresenta uma grave escassez de valores sociais, que se reflecte

em todo o processo de ensino/aprendizagem, existindo uma carência do conhecimento

das posturas a tomar cada indivíduo que participa no processo ensino/aprendizagem. Por

este motivo, “ o modelo de pensamento e acção do professor implica que o docente

trace novas abordagens, proceda ou não a reformulações, (re)adeque o seu plano de

aula, em função de determinada situação ou contexto educativo que se criou.” (Jacinto,

2003:48).

Contudo, e apesar das dificuldades que os professores manifestam acreditamos

que este modelo pode e deve ser aplicado no processo de ensino já que acreditamos no

poder mobilizador das ideias em que “o essencial para o progresso da educação e do

ensino é uma ambição colectiva, devidamente cimentada no amplo estudo e debate de

ideias, na concertação de opiniões, na negociação de soluções e numa séria e

determinada execução das políticas”. (Azevedo citado por Rocha, 1996: 103).

.

Bibliografia

ABREU, I. (1990). Ideias e Histórias. Lisboa: Instituto de Inovação

Educacional.

DROTTENS, R. (1974). Educar e Instruir I. Lisboa: Editorial Estampa.

JACINTO, Manuela (2003). Formação inicial de professores. Lisboa:

Departamento de Educação Básica.

PESSANHA, Ana M.A. (2001). Actividade Lúdica Associada à Literacia,

Lisboa: Instituto de Inovação Educacional.

SPRINTHALL, R (1993) - Psicologia Educacional: McGraw-Hill.