13
Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com as questões morais, especialmente ligadas às relações sociais, os urbanistas culturalistas fizeram propostas de cidades de menor escala e mais humanas. Para eles, a cidade não deveria se sobrepropor aos seus moradores, assim como aspectos relacionados ao trânsito ou à indústria, defendendo a integração com a natureza e o sentido de comunidade; inspirando-se portanto em Ruskin, Morris e Howard, entre outros.

Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Urbanismo Culturalista

Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com as questões morais, especialmente ligadas às relações sociais, os urbanistas culturalistas fizeram propostas de cidades de menor escala e mais humanas.

Para eles, a cidade não deveria se sobrepropor aos seus moradores, assim como aspectos

relacionados ao trânsito ou à indústria, defendendo a integração com a natureza e o

sentido de comunidade; inspirando-se portanto em Ruskin, Morris e Howard, entre outros.

Page 2: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Os textos de Camillo Sitte (1843-1903), dos quais se

destacou A construção das cidades segundo seus

princípios artísticos (1889), censuravam a falta de

criatividade, a austeridade, a monotonia dos traçados

retilíneos; o isolamento dos monumentos em vastos

espaços abertos; e, principalmente, a ausência de continuidade entre as

malhas existentes e aquelas que eram propostas pelos

progressistas.

Page 3: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Sitte fez a ANÁLISE MORFOLÓGICA de setores

das cidades antigas, objetivando uma definição

consciente, tanto dos princípios como do método

mais adequado para a elaboração de um plano

urbanístico.

Para ele, questões como zoneamento funcional, infra-

estrutura, densidades ou índices urbanísticos, não

deveriam ser prioritárias no traçado das cidades

contemporâneas.

Page 4: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Já Clarence A. Perry (1872-1944) foi o sociólogo norte-americano que

idealizou, entre 1923 e 1929, em Nova York

EUA, a noção de Neighborhood Unit ou

UNIDADE DE VIZINHANÇA – UV , a qual tinha como

preocupação central o resgate das relações

sociais entre vizinhos, que para ele estavam

cada vez menos intensas na cidade

moderna.

Page 5: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Profundamente influenciado pelos escritos de Charles H. Cooley (1864-1929), que acentuava a

importância do “grupo primário” para a associação e cooperação íntimas de uma comunidade, Perry

partiu do pressuposto que a escola poderia desempenhar a função de elemento centralizador da

vida comunitária, elaborando os princípios da UV.

Forest Hills (Chicago Ill.) Vista aérea

Neighborhood Unit

Page 6: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Em 1928, Clarence Stein (1882-1975) & Henry Wright (1878-1936)

criaram RADBURN, em Nova Jersey EUA,

seguindo a tradição das garden-cities e

incorporando o conceito da UV, além de inovarem

através da separação sistemática da circulação de veículos e pedestres,

da “superquadra” suburbana formada por

blocos habitacionais e da ampla utilização do verde

e de cul-de-sac.

Radburn (1928, New Jersey EUA)

Page 7: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Radburn(1928, New Jersey EUA)

Stein & Wright

Page 8: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Além disso, as iniciativas urbanísticas promovidas no quadro do New Deal –

pós-Crise de 1929 –expressaram igualmente a influência howardiana,

em especial nas propostas dos GREENBELTS

(“cinturões-verdes”), realizados a partir de

1936 nos EUA e que se propunham a circundar

as comunidades urbanas.

Greenbelt (1938, Maryland EUA)

Page 9: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Os exemplos mais notáveis dessa integração entre cidade e verde foram aqueles realizados pelo órgão federal norte-americano através das Resettlement

Administration Communities of Greenbelt, Maryland; Greendale, Wisconsin; e Greenhills, Ohio (1938/40).

Greendale(1939, Wisconsin EUA)

Greenhills(1939, Ohio EUA)

Page 10: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Conclusão

As rápidas transformações pelas quais passou a CIDADE INDUSTRIAL resultaram em

problemas de transporte, habitação, serviços e salubridade, reivindicando medidas urgentes de saneamento, de modo a não agravar ainda mais

os conflitos sociais e as disputas políticas.

Vários governos tomaram providências a fim de resolver essa situação, primeiro na Inglaterra e depois nos demais países, os quais puderam

dar os primeiros passos em direção ao PLANEJAMENTO URBANO moderno.

Page 11: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

LEIS SANITÁRIAS passaram a vigorar, as quais não

somente se preocupavam com a higiene e a saúde dos moradores, como cuidavam

da questão habitacional, que passou a ser

subvencionada pelo Estado.

Ao mesmo tempo, grandes REFORMAS URBANAS em

capitais importantes e a proliferação de MODELOS

UTÓPICOS marcaram todo o século XIX.

Falanstério (1829)Charles Fourier (1772-1837)

Vista aérea de ParisTour Eiffel (1889)

Page 12: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Na passagem do século, assentavam-se as bases da CIDADE MODERNA,

através tanto de propostas progressistas

(racionalistas) como culturalistas

(organicistas), as quais apontavam o caminho para toda TEORIA DO

URBANISMO do século passado.

Greendale(1939, Wisconsin EUA)

Plano de Saint-Dié-des-Voges(1945, França)Le Corbusier (1887-1965)

Page 13: Urbanismo Culturalistaistoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_aula12c.pdf · Urbanismo Culturalista Com uma abordagem urbana mais nostálgica e preocupando-se mais com

Bibliografia BENÉVOLO, L. História da arquitetura moderna. 3a.

ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.

CHOAY, F. O urbanismo: utopias e realidade. São Paulo: Perspectiva, Col. Estudos, n. 67, 1998.

GUIMARÃES, P. P. Configuração urbana: evolução, avaliação, planejamento e urbanização. São Paulo: ProLivros, 2004.

LE CORBUSIER. Planejamento urbano. 3a. ed. São Paulo: Perspectiva, Col. Debates, n. 34, 2000.

SEGAWA, H. Prelúdio da metrópole: arquitetura e urbanismo em São Paulo na passagem do século XIX ao XX. Cotia SP: Ateliê Editorial, 2000.

TAFURI, M. Projecto e utopia: arquitectura e desenvolvimento do capitalismo. Lisboa: Presença, Col. Dimensões, 1997.