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Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 1
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS DE MULTILETRAMENTO
NO CONTEXTO DAS TICs
BORGES, Andrea Barreto (IFBA)1
Resumo
Este artigo apresenta uma reflexão sobre as práticas de multiletramento da contemporaneidade, com ênfase para a leitura e escrita de textos em meio digital. Para tanto, questiona-se as estratégias utilizadas pelas escolas, especialmente pelos professores de Língua Portuguesa, que, na maioria das vezes, desenvolvem um trabalho distante das práticas efetivas do cotidiano do aluno. Atualmente, convive-se com uma diversidade de produções culturais letradas, composta por um conjunto de textos híbridos de diferentes letramentos. Tais textos representam a diversidade cultural da sociedade. Portanto, refletem as variações linguísticas determinadas por fatores históricos, geográficos, sociais, dentre outros. Aborda-se, neste trabalho, o conceito de letramento e multiletramento, baseando-se nos estudos de Kleyman (2010) e Rojo (2012). Além disso, socializa-se propostas de leitura e escrita desenvolvidas com alunos do curso técnico em Eletrotécnica, do IFBA – Campus Camaçari, que puderam ler e produzir textos multimodais, utilizando como suporte computadores com internet, favorecendo a aprendizagem de leitura de forma cooperativa e colaborativa. Conclui-se que, no contexto amplamente afetado por novas tecnologias da informação e comunicação, faz-se urgente rever as práticas de leitura e escrita, pensando-as como práticas de multiletramentos, nas quais inevitavelmente os alunos estão inseridos. Tais práticas constituem eixos estruturadores das atividades em sala de aula, que permitem repensar temas e conteúdos. Este trabalho constitui um estratégia de ressiginificação da aula, pois a reflexividade e interatividade passam a formar parte do conjunto de recursos do aluno para ler e escrever no âmbito escolar e em seu cotidiano.
Palavras-chave: Multiletramentos. Leitura. Escrita. Tecnologias.
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Refletir sobre a leitura e a escrita por meio de tecnologias digitais não é uma
questão de modismo. Antes, trata-se de uma urgência no contexto educacional
brasileiro. Não abordamos aqui a necessidade de adquirir novos suportes tecnológicos,
pois a ênfase deve ser em uma nova prática pedagógica, em que professores e alunos
possam interagir colaborativamente na leitura e na escrita de textos.
Como construir uma nova cultura de ensino / aprendizagem de português no
contexto educacional brasileiro? O que fazer diante de tanta informação que circula
cotidianamente na internet, especialmente nas redes sociais? Como modificar
substancialmente o ensino de língua portuguesa, que apesar das inovações, continua
tradicional e distante da realidade dos estudantes? Estes e tantos outros são os
questionamentos motivadores deste trabalho e da busca incessante por novas teorias
e práticas de ensino de língua portuguesa.
As mudanças ocorridas na sociedade ao longo do século XX e no início do
século XXI provocaram mudanças significativas nas formas de nos comunicarmos, de
aprendermos e de resolvermos os problemas. Para o professor de língua portuguesa,
essas modificações não podem passar despercebidas, pois a maneira de ler e escrever
por meio dos novos suportes digitais altera a relação com o texto (CHARTIER, 1998) e
os textos que os estudantes leem e produzem cotidianamente já não são os mesmos.
Se antes o contato maior era com textos impressos, hoje, na era das tecnologias, os
textos são produzidos com múltiplas linguagens, isto é, são híbridos, de diferentes
letramentos, representando a diversidade cultural da sociedade.
Os textos com os quais nossos alunos interagem caracterizam-se pela
multimodalidade ou multissemiose (ROJO, 2012). São textos formados por múltiplas
linguagens, com ênfase para os textos em meio digital, que exigem capacidades e
práticas de compreensão para que cada um deles possa significar.
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Esse fenômeno chama-nos a atenção para a necessidade de mudança e revisão
das práticas de leitura em sala de aula, especialmente aquelas que tomam como base
apostilas ou o livro didático. Os textos com os quais os alunos interagem atualmente
são multimodais, dinâmicos, exigem dos sujeitos leitores e escritores diversas
habilidades, além de serem atrativos. Sendo assim, não levar tais textos para o âmbito
educacional é negar a existência da multimodalidade, bem como “fechar a porta” para
o universo plural e concreto de letramento em que nossos alunos estão no universo
das novas tecnologias.
Diante desse desafio e da consciência de que não é suficiente apenas cumprir
currículos e aplicar técnicas, desenvolvemos um trabalho de pesquisa, leitura e escrita
por meio da rede social facebook, com alunos do primeiro ano do curso Técnico em
Eletrotécnica, na modalidade integrada, do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da
Bahia, campus Camaçari.
O trabalho cujo resultado apresentamos neste artigo objetivou construir uma
prática colaborativa, por meio da qual atentamos para não cair no erro da
unidirecionalidade do professor para o aluno, visto que é frequente discursos de
práticas inovadoras esconderem atuações tradicionais e autoritárias.
2. MULTILETRAMENTO E AS TICs
É consenso entre pesquisadores, educadores e estudantes que já não se lê nem
escreve como se fazia há alguns anos. Hoje, temos uma sociedade conectada, que
participa de práticas sociais diversificadas, mediadas pela leitura e pela escrita em
meio digital. De acordo com Souza, Corti e Mendonça, os jovens “têm familiaridade
com práticas de letramento variadas e significativas na constituição de si como
sujeitos, como cidadãos, como integrantes de grupos diversificados, nos quais atuam
em diferentes papéis sociais.” (2012, p. 15)
A interação com espaços de letramento certamente é favorecida pela vivência
no contexto das TICs, no qual, segundo Rojo (2012), há espaço para autoria, circulação
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de discurso polifônico, hipertexto e integração de semioses, isto é, novas práticas de
letramento na hipermídia.
Rojo (2012) defende que as novas práticas de letramento não são consequência
apenas dos avanços tecnológicos. Elas também são resultado do desenvolvimento de
uma nova mentalidade, de uma nova cultura que surge em uma sociedade cada vez
mais digital, com diferenças e identidades múltiplas.
Portanto, se temos uma nova sociedade, novos textos, que agora são
multimodais, e novas competências, as práticas de letramento não são as mesmas.
Hoje, é preciso tratar da hipertextualidade e das relação entre as diversas linguagens
que compõem um texto.
Os multiletramentos, segundo Rojo (2012), apontam para a diversidade cultural
e diversidade semiótica, denominadas, respectivamente, multiculturalidade e
multimodalidade. Tais diversidades contribuem para as práticas de multiletramentos,
nas quais há interação e colaboração, transgressão nas relações de poder
estabelecidas. Nesse contexto, os textos são híbridos, fronteiriços, mestiços - de
linguagens, modos, mídias e culturas.
Não é de hoje que os textos apresentam a característica da multimodalidade,
visto que esta não é exclusiva dos textos em meio digital. Porém, a escola sempre teve
dificuldade em lidar com esse fenômeno, restringindo-se, na maioria das vezes, ao
texto verbal. Se isso ocorria antes do acesso aos computadores e à internet, tais
dificuldades permaneceram e foram também estendidas para a compreensão dos
textos híbridos dentro do contexto da hipertextualidade, em que os alunos também
não sabem incluir, tampouco interpretar, na maioria das vezes, efeitos sonoros,
videoclipes, slides, animação, dentre outros.
De acordo com Souza, Corti e Mendonça,
“mudam os modos de ler ao longo do tempo, exatamente porque
mudam também os modos de vida das pessoas e, portanto, os modos
como interagem com os materiais escritos. Assim, junto com as
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práticas de letramento, mudam os gêneros discursivos e surgem
novos gêneros.” ( 2012, p. 33)
Sendo assim, o surgimento de novos gêneros relacionam-se intimamente com a
transformação das formas de letramento e o desenvolvimento das práticas de
multiletramentos. Os meios de comunicação digital, especialmente as redes sociais,
constituem um espaço favorável para a interação e escrita colaborativa em blogs, wiki,
fanfics, AVA, HQs, publicidade, podcasts, além de textos literários e de opinião, de
autoria dos próprios estudantes, charges, tiras, músicas, dentre outros textos em
gêneros diversos.
As práticas de multiletramento constituem eixos estruturadores das atividades
em sala de aula, que permitem ressignificar temas e conteúdos. Assim, os projetos de
multiletramento constituem um estratégia de ressginificação da aula, pois a
reflexividade e interatividade passam a formar parte do conjunto de recursos do aluno
para dar conta das tarefas nessa rede de atividades, que integra tanto as práticas de
multiletramento da esfera escolar quanto as práticas de outras esferas que o
desenvolvimento da atividades demandam. Nesse percurso, as práticas sociais não
escolares passam a ter existência no processo de ensino-aprendizagem
A influência das novas tecnologias no cotidiano dos alunos leva o professor a
perceber a riqueza cultural e o dinamismo das novas práticas multiletradas. Por
exemplo, ao ler um perfil de uma página no face, geralmente o leitor atenta para
outras postagens da página, navegando, clicando em vídeos, fotos, textos. Além de ler,
certamente irá postar mensagens, trechos de outros textos, em gêneros variados,
links, dentre outros.
Neste sentido, é importante atentar para a abordagem de Kleiman (2010) sobre
as práticas de letramento. Se os alunos leem e escrevem em seu cotidiano,
especialmente utilizando ferramentas digitais, uma perspectiva escolar de letramento
tem por foco atividades vinculadas a práticas em que a leitura e a escrita são
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ferramentas para agir socialmente. Neste sentido, a leitura e a escrita praticadas na
escola não podem ser parte de um processo fragmentado, com atividades mecânicas.
Para Kleiman, as práticas escolares de aprendizagem e uso da língua escrita,
ainda que ‘estritamente escolares’, são também práticas sociais, pois baseiam-se em
vivências concretas e, portanto, “recontextualizam as práticas com as quais os alunos
convivem fora da escola, tornando-as mais significativas para eles” (p. 380).
Se de fato, o que ocorre no momento em que se ensina a ler e escrever na
escola relaciona-se com o cotidiano dos alunos, estes passam a estabelecer sentido
para o ato de ler, e consequentemente de escrever, já que não se lê e escreve na
escola apenas para o professor ler – e avaliar. Para tanto, as práticas orientadas pelos
educadores devem ir além das habilidades técnicas de decodificação de palavras.
Após essas reflexões, apresentaremos uma proposta de atividade desenvolvida
com estudantes do IFBA, tomando como base a leitura de textos multimodais, em
ambiente digital, o que favoreceu a escrita, a interação, escrita colaborativa,
socialização dos estudantes e pesquisa. Citaremos, a seguir, os pontos positivos e
negativos do trabalho desenvolvido, os quais foram levantados por meio de um
processo de avaliação e autoavaliação desenvolvidos, no final da proposta, com os
sujeitos envolvidos.
3. PRÁTICA DE MULTILETRAMENTO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ao pesquisarmos as práticas de leitura e escrita nas escolas, verificamos que
anteriormente havia o predomínio do texto escrito, impresso, literário, especialmente
o canônico. Atualmente, há a possibilidade, na verdade a necessidade, da inserção de
textos multissemióticos ou multimodais, envolvendo diversas linguagens, mídias e
tecnologias.
É nesse novo contexto que se situa o projeto que ora apresentamos. Durante a
quarta unidade do ano letivo de 2014 – este encerrado ainda em 2015, devido ao
calendário modificado por conta da greve – realizamos um estudo dos movimentos
literários Barroco e Arcadismo. Para fazermos um trabalho mais próximo dos
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estudantes, que dialogasse com a sua realidade, a proposta foi “descolecionar os
monumentos patrimoniais escolares” (ROJO, 2012) e introduzir novos gêneros do
discurso, textos multimodais.
Como fazê-lo, então? Deslocamos o papel tradicional do professor de
transmissor de conteúdo, tornando-nos orientadores de um processo de pesquisa que
perdurou toda a unidade, de agosto a outubro de 2015. Assim, por meio de acesso às
TIC, os alunos iam pesquisando, compartilhando as pesquisas feitas na rede social
facebook, escrevendo de forma colaborativa os textos que iam sendo solicitados, bem
como avaliando e debatendo sobre os textos multimodais.
Para o desenvolvimento desta atividade, sem dúvida foi importante identificar
o que os alunos leem e escrevem fora da escola, para nos aproximarmos dos seus
interesses. Este conhecimento nos permitiu planejar atividades de leitura e escrita
relevantes para os estudantes. E hoje o face é uma das formas de comunicação mais
utilizadas pelos sujeitos que compõem a instituição escolar, motivo pelo qual
escolhemos essa rede social para a escrita e leitura de textos que compõem as práticas
de multiletramento.
A proposta foi desenvolvida em uma turma com 26 estudantes. Destacamos
que nesta turma houve um grande número de alunos e alunas evadidos desde o início
do ano letivo. Sendo assim, isso justifica a necessidade de atentarmos para uma
prática mais próxima do cotidiano dos estudantes, para que possam estar motivados,
diferente daqueles que não conseguiram ou não quiseram continuar no curso.
100% dos estudantes que participaram do trabalho possuem uma conta no
facebook. Desta forma, esta rede social pode favorecer um trabalho de leitura e
escrita, agregado às diversas áreas, visto que, cotidianamente, os alunos leem,
rompendo barreiras disciplinares. O face oferece oportunidade de leitura sobre
diversos assuntos em uma mesma página.
Para que os alunos aprendessem e, ao mesmo tempo, ensinassem sobre
Barroco e Arcadismo, iniciamos a unidade lendo poemas barrocos e árcades, refletindo
e orientando um processo de pesquisa a ser realizado nos meses de agosto e
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setembro, cujo resultado foi socializado no mês de outubro. Para tanto, elaboramos
um roteiro de trabalho, definindo a necessidade de interação, postagens, respeito,
valorização das postagens, fontes de busca, dentre outros critérios para participação
para os grupos de trabalho.
Exemplificamos a seguir, alguns dos textos, em diferentes gêneros textuais,
identificados durante a pesquisa, que foram postados no facebook pelos estudantes.
Inicialmente, destacamos uma fotografia (dentre algumas que foram que foram
socializadas) sobre o contexto Barroco. As imagens das igrejas foram registradas pelos
próprios alunos e alunas, durante visita técnica para o centro histórico de Salvador.
Sendo assim, o estudo e análise destas tornou-se mais significativo.
As Orientações Curriculares para o Ensino Médio (BRASIL, 2006, p.25) abordam
a multimodalidade. No documento, o texto destaca que “vivemos em um mundo
culturalmente organizado por múltiplos sistemas semióticos – linguagens verbal e não-
verbal –, resultado de trabalho humano que foi sedimentado numa relação de
convencionalidade”. Portanto, trabalhar com as fotografias e demais textos com
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outras linguagens é algo que as Orientações e os PCNs já haviam apontado como
necessário.
Os alunos também compartilharam videoclips, a exemplo da música “O
quereres”, interpretado por Caetano Veloso e Maria Gadú. Este tipo de texto é
multissemiótico, utilizando-se de várias linguagens, integrando o material visual e
sonoro. Tais linguagens tornam o texto mais dinâmico e, consequentemente, dialogam
com a realidade dos sujeitos que participaram da atividade.
A linguagem verbal não poderia deixar de ser valorizada na atividade. Além de
tantos outros motivos que poderiam ser citados, salientamos a escrita permitiu a
interação, a expressão subjetiva e a interpretação do texto. Neste contexto da rede
social, não coibimos o uso da variante informal da língua, com o uso do chamado
“internetês”.
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Os textos citados são, em sua maioria, produzidos por autores diversos,
geralmente encontrados em pesquisas na internet. No entanto, houve produção de
textos multimodais pelos próprios alunos, com o uso de diversas linguagens: texto
verbal escrito e oral (voz), imagens e vídeos. Estes textos tiveram como característica o
humor, a utilização dos recursos multimodais de forma criativa e contextualizada com
os conteúdos trabalhados e com o cotidiano dos estudantes. A seguir, apresentamos
algumas imagens (print) de um vídeo compartilhado por uma equipe.
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Após a conclusão da atividade, realizamos um processo de avaliação com os
estudantes. Os principais pontos positivos destacados por eles foram os seguintes:
forma dinâmica e diferente de aprender os conteúdos, proporcionou interação com os
colegas, foi possível graças ao fácil acesso à rede social, puderam aproveitar de forma
produtiva o tempo que passam na rede social, tiveram autonomia para estudar.
Apesar de ter sido considerada uma proposta interessante, também foram
levantados alguns pontos frágeis: não acessam o facebook na escola (rede social
bloqueada), há certa dispersão no feed do face, há fontes nem sempre confiáveis de
acesso, ainda persiste a prática de CTRL+C + CTRL+V, algumas pessoas têm dificuldade
de acesso à internet e as redes sociais viciam.
Tais críticas foram importantes para buscarmos outras estratégias em novas
oportunidades que esta prática for novamente realizada.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há algumas décadas, boa parte dos educadores tratam da importância de letrar
os alunos. Como foi discutido neste artigo, a diversidade de linguagens que circulam
socialmente na contemporaneidade nos fazem pensar não apenas no letramento, mas
também nas práticas de multiletramento.
Por isso, consideramos que é fundamental que os educadores se apropriem dos
aspectos teóricos que envolvem esta nova realidade, pois não há como negar que
dentro e fora da escola os textos com os quais os alunos lidam são multimodais,
embora ainda há educadores que insistam em levar para a sala de aula apenas o texto
impresso.
Ler e produzir textos multimodais é uma forma de preparar o sujeito para o
mundo do trabalho, da arte e da cidadania. Acreditamos que este é um caminho sem
volta: cada vez mais os textos serão plurais em suas linguagens.
5. REFERÊNCIAS
BRASIL, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio –
Linguagens, Códigos e Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, 2006
CHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Editora UDUNESP, 1998.
KLEIMAN, Angela. Trajetórias de acesso ao mundo da escrita: relevância das práticas não
escolares de letramento para o letramento escolar. Perspectiva, Florianópolis, v. 28, n. 2, 375-
400, jul./dez. 2010.
ROJO, Roxane; Moura, Eduardo (orgs.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola
Editorial, 2012.
SOUZA, Ana Lúcia S.; CORTI, Ana Paula; MENDONÇA, Márcia. Letramentos no Ensino Médio.
São Paulo: Parábola, 2012.