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Psicologia da Criança I Professora Luciana Castoldi CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE GÊNERO Andressa Cyrre Introdução A construção de identidade de gênero nos meninos e meninas implica na apropriação dos elementos do universo masculino ou feminino a que fazem parte, designado pelo sexo a que pertence¹. Este trabalho apresenta um estudo que irá abordar algumas causas do distúrbio que acontece nesse processo nos meninos, que os fazem se identificar com coisas do universo feminino, afetando seu comportamento. Baseado na compreensão psicanalítica, este trabalho dará ênfase na relação entre pais e filho, e as implicações disso no surgimento no distúrbio de gênero. Desenvolvimento A conduta e impulsos femininos apresentados por meninos na infância são considerados como um distúrbio de identidade de gênero, por não serem comportamentos adequados ao sexo que pertencem. Isso geralmente ocorre quando o menino, durante o processo de construção de identidade de gênero, não encontra nenhum modelo masculino consistente para se identificar, devido a forte simbiose estabelecida entre ele e sua mãe, que não dá espaço para isso acontecer¹. Na maioria das vezes, as mães desses meninos tiveram sua condição de mulher desvalorizada desde a infância, e tentam compensar sua feminilidade inferiorizada com o desejo inconsciente de ser homem, que se realizará com o nascimento do filho, vendo neste a masculinidade tanto almejada, e estabelecendo uma ligação muito forte com a criança. Esta mãe desvalorizará a imagem paterna, não dando espaço para o filho buscar um modelo masculino no pai, o único modelo que irá encontrar é o materno ¹ ². Os pais desses meninos dificilmente serão uma imagem presente significativa em suas vidas, até porque a mãe dominadora não permitirá sua interferência. Possuem uma atitude masculina fraca e passiva, permitindo-se dominar e assim de alguma forma compensar a inferioridade feminina de suas parceiras¹. Essa simbiose mãe/bebê intensa e sem interrupção impedirá que ele passe pelos conflitos edípicos necessários para a formação de sua identidade de gênero. Sem a interferência do objeto paterno, o filho não passará a competir pela mãe com o pai, ao invés de desejar tê-la, passará a querer ser ela ¹ ³. Conclusão Apesar de estudos comprovarem as citações feitas, seria simplista demais tomar essas considerações como a explicação conclusiva para questões tão complexas que envolvem a construção da identidade de gênero e orientação sexual. Sobre a responsabilidade dos pais nesse distúrbio, suas atitudes não são intencionais, na sua concepção estão oferecendo o que há melhor para a criação dos filhos, e não esperam que isso possa gerar algo que vá trazer sofrimento e culpa para os envolvidos. Referências (1)STOLLER, Robert J. Masculinidade e feminilidade : apresentações do gênero. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. (2)BOWLBY , John. Uma base segura : Aplicações clínicas da teoria do apego. 1. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. (3)KUSNETZOFF, Juan Carlos. Introdução à psicopatologia psicanalítica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982-1997. Contato: [email protected] . Universidade do Vale do Rio dos Sinos -UNISINOS Reflexões sobre um Projeto de Formação Continuada de Professores de Língua Portuguesa: Trabalho Interdisciplinar entre Psicologia e Linguística Aplicada Orientadoras: Ana Maria Mattos Guimarães e Sílvia P. C. Benetti Autoras: Andressa Cyrre - UFCSPA ; Tanise de Oliveira Fernandes - UNISINOS Introdução O presente trabalho pretende apontar possibilidades de inserção da Psicologia em pesquisa da área de Linguística Aplicada no âmbito do projeto “ Por uma Formação Continuada Cooperativa para o Desenvolvimento do Processo Educativo de Leitura e Produção Textual Escrita no Ensino Fundamental”. O processo de ensino-aprendizagem está permeado por questões sociais, institucionais e individuais que influenciam diretamente esta dinâmica. Nesse sentido, é importante para um projeto de grande porte o envolvimento de estudantes de Psicologia, que podem colaborar com seu saber psi no enriquecimento do olhar sobre a escola, seus alunos e suas relações. Objetivo Geral: Compreender e problematizar os aspectos que se configuram no contexto escolar. Objetivos Específicos: Observar o desenvolvimento de aulas de Língua Portuguesa, com a finalidade de verificar situações em que a ajuda psicológica possa se fazer necessária; •Identificar situações de inclusão escolar no processo de educação de forma a verificar possíveis situações conflitantes; Analisar como se configuram as relações entre alunos/alunos em processo de inclusão e professores no contexto de sala de aula. • Estudar possibilidades que ajudem a mediação dessas relações. Metodologia Trata-se de uma pesquisa-ação. Etapas a percorrer: Observação de 4 horas-aula; filmagem de 8 horas-aula sequenciais; entrevista com roteiro com os professores, alunos com foco em questões de inclusão. Discussão A Psicologia Escolar atua nos contextos que envolvem o processo de desenvolvimento de educandos, e nas questões que influenciam este processo, como as de inclusão ¹. Partimos do princípio de que a escola se apresenta como um contexto de diversidade, pluralidade e, fundamentalmente, de relações humanas. Ao nos inserirmos nas escolas procuraremos percebê-las como um sistema social complexo, onde sujeitos e grupos se articulam de diferentes maneiras e níveis para alcançar o que o ensino objetiva ². Considerações Finais O trabalho das bolsistas de Psicologia neste projeto ainda está se configurando pelas observações em processo nas escolas e com o desvelar de suas realidades. A partir do desenvolvimento deste trabalho, acreditamos que, nas diferentes realidades escolares que se apresentam, podemos, a partir do diálogo e parceria entre a Linguística Aplicada e Psicologia, construir intervenções que venham a colaborar conjuntamente na melhora do ensino e do aprendizado da língua portuguesa e nas questões psicológicas neles implicadas. Referências (1) Joly, M. C. R. A. (2000) Formação do psicólogo escolar e a educação no terceiro milênio. Revista Psicologia Escolar e Educacional, 4(2), pp. 51-55. Recuperado em 1 de maio de 2011. Obtido em http:// www.scielo.br/pdf/pee/v4n2/v4n2a06.pdf (2) Martínez, A. M. (2007). Inclusão Escolar: Desafios para o Psicólogo. Em: Martínez, A. M. Psicologia escolar e compromisso social: novos discursos, novas práticas, pp. 95-114. (2ª.ed.). Campinas, SP: Editora Alínea. Contato: [email protected] [email protected] Tuesday, August 21, 12

Reflexões sobre um Projeto de Formação Continuada de Professores de Língua Portuguesa: Trabalho Interdisciplinar entre Psicologia e Linguística Aplicada

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Page 1: Reflexões sobre um Projeto de Formação Continuada de Professores de Língua Portuguesa: Trabalho Interdisciplinar entre Psicologia e Linguística Aplicada

Psicologia da Criança I Professora Luciana Castoldi

CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE GÊNERO Andressa Cyrre

Introdução

A construção de identidade de gênero nos meninos e meninas implica na apropriação dos elementos do universo masculino ou feminino a que fazem parte, designado pelo sexo a que pertence¹. Este trabalho apresenta um estudo que irá abordar algumas causas do distúrbio que acontece nesse processo nos meninos, que os fazem se identificar com coisas do universo feminino, afetando seu comportamento. Baseado na compreensão psicanalítica, este trabalho dará ênfase na relação entre pais e filho, e as implicações disso no surgimento no distúrbio de gênero.

Desenvolvimento

A conduta e impulsos femininos apresentados por meninos na infância são considerados como um distúrbio de identidade de gênero, por não serem comportamentos adequados ao sexo que pertencem. Isso geralmente ocorre quando o menino, durante o processo de construção de identidade de gênero, não encont ra nenhum mode lo mascu l ino consistente para se identificar, devido a forte simbiose estabelecida entre ele e sua mãe, que não dá espaço para isso acontecer¹.Na maioria das vezes, as mães desses meninos tiveram sua condição de mulher desvalorizada desde a infância, e tentam compensar sua feminilidade inferiorizada com o desejo inconsciente de ser homem, que se realizará com o nascimento do filho, vendo neste a masculinidade tanto almejada, e estabelecendo uma ligação muito forte com a criança. Esta mãe desvalorizará a imagem paterna, não dando espaço para o filho buscar um modelo masculino no pai, o único modelo que irá encontrar é o materno ¹ ².Os pais desses meninos dificilmente serão uma imagem presente significativa em suas vidas, até porque a mãe dominadora não permitirá sua interferência.

Possuem uma atitude masculina fraca e passiva, permitindo-se dominar e assim de alguma forma compensar a inferioridade feminina de suas parceiras¹.Essa simbiose mãe/bebê intensa e sem interrupção impedirá que ele passe pelos conflitos edípicos necessários para a formação de sua identidade de gênero. Sem a interferência do objeto paterno, o filho não passará a competir pela mãe com o pai, ao invés de desejar tê-la, passará a querer ser ela ¹ ³.

Conclusão

Apesar de estudos comprovarem as citações feitas, seria simplista demais tomar essas considerações como a explicação conclusiva para questões tão complexas que envolvem a construção da identidade de gênero e orientação sexual. Sobre a responsabilidade dos pais nesse distúrbio, suas atitudes não são intencionais, na sua concepção estão oferecendo o que há melhor para a criação dos filhos, e não esperam que isso possa gerar algo que vá trazer sofrimento e culpa para os envolvidos.

Referências

(1)STOLLER, Robert J. Masculinidade e feminilidade : apresentações do gênero. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.(2)BOWLBY, John. Uma base segura : Aplicações clínicas da teoria do apego. 1. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.(3)KUSNETZOFF, Juan Carlos. Introdução à psicopatologia psicanalítica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982-1997.

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Universidade do Vale do Rio dos Sinos -UNISINOS

Reflexões sobre um Projeto de Formação Continuada de Professores de Língua Portuguesa: Trabalho

Interdisciplinar entre Psicologia e Linguística AplicadaOrientadoras: Ana Maria Mattos Guimarães e Sílvia P. C. Benetti

Autoras: Andressa Cyrre - UFCSPA ; Tanise de Oliveira Fernandes - UNISINOS

Introdução

O presen te t raba lho p re tende apon ta r possibilidades de inserção da Psicologia em pesquisa da área de Linguística Aplicada no âmbito do projeto “Por uma Formação C o n t i n u a d a C o o p e r a t i v a p a r a o Desenvolvimento do Processo Educativo de Leitura e Produção Textual Escrita no Ensino Fundamental”. O processo de ensino-aprendizagem está permeado por questões sociais, institucionais e individuais que influenciam diretamente esta dinâmica. Nesse sentido, é importante para um projeto de grande porte o envolvimento de estudantes de Psicologia, que podem colaborar com seu saber psi no enriquecimento do olhar sobre a escola, seus alunos e suas relações.

Objetivo Geral:

• Compreender e problematizar os aspectos que se configuram no contexto escolar.

Objetivos Específicos:

• Observar o desenvolvimento de aulas de Língua Portuguesa, com a finalidade de verificar situações em que a ajuda psicológica possa se fazer necessária;•Identificar situações de inclusão escolar no processo de educação de forma a verificar possíveis situações conflitantes;• Analisar como se configuram as relações entre alunos/alunos em processo de inclusão e professores no contexto de sala de aula.• Estudar possibilidades que ajudem a mediação dessas relações.

Metodologia

Trata-se de uma pesquisa-ação.Etapas a percorrer: Observação de 4 horas-aula; filmagem de 8 horas-aula sequenciais; entrevista com roteiro com os professores, alunos com foco em questões de inclusão.

Discussão

A Psicologia Escolar atua nos contextos que envolvem o processo de desenvolvimento de educandos, e nas questões que influenciam este processo, como as de inclusão ¹. Partimos do princípio de que a escola se apresenta como um contexto de diversidade, pluralidade e, fundamentalmente, de relações humanas. Ao nos inserirmos nas escolas procuraremos percebê-las como um sistema social complexo, onde sujeitos e grupos se articulam de diferentes maneiras e níveis para alcançar o que o ensino objetiva ².

Considerações Finais

O trabalho das bolsistas de Psicologia neste projeto ainda está se configurando pelas observações em processo nas escolas e com o desvelar de suas realidades. A partir do desenvolvimento deste trabalho, acreditamos que, nas diferentes realidades escolares que se apresentam, podemos, a partir do diálogo e parceria entre a Linguística Aplicada e Psicologia, construir intervenções que venham a colaborar conjuntamente na melhora do ensino e do aprendizado da língua portuguesa e nas questões psicológicas neles implicadas.

Referências

(1) Joly, M. C. R. A. (2000) Formação do psicólogo escolar e a educação no terceiro milênio. Revista Psicologia Escolar e Educacional, 4(2), pp. 51-55. Recuperado em 1 de maio de 2011. Obtido em http://www.scielo.br/pdf/pee/v4n2/v4n2a06.pdf (2) Martínez, A. M. (2007). Inclusão Escolar: Desafios para o Psicólogo. Em: Martínez, A. M. Psicologia escolar e compromisso social: novos discursos, novas práticas, pp. 95-114. (2ª.ed.). Campinas, SP: Editora Alínea.

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