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REUNIÃO PLENÁRIA DE 31 DE JULHO Presidente: Exmo. Sr. José Miguel Jardim de Olival Mendonça Secretários: Exmos. Srs. Rui Miguel Moura Coelho Ana Mafalda Figueira da Costa Sumário O Sr. Presidente declarou aberta a Sessão às 9 horas e 23 minutos. PERÍODO DA ORDEM DO DIA:- Na I.ª Parte procedeu-se à eleição dos representantes da Assembleia Legislativa da Madeira no Conselho Regional dos Assuntos Sociais, tendo sido eleitos os candidatos propostos pelo Grupo Parlamentar do PSD, as Sras. Deputadas Rafaela Fernandes e Nivalda Gonçalves, com 24 votos a favor. - Entrou-se na II.ª Parte, com a apreciação do projeto de Decreto Legislativo Regional (apresentado nos termos do disposto no artigo 12.º alínea e) e artigo 66.º do Regimento da Assembleia), da autoria do CDS/PP, intitulado “Primeira Alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 3/2012, de 16 de março”, no qual usaram da palavra, a diverso título, os Srs. Deputados Mário Pereira (CDS/PP), Maximiano Martins (PS), José Manuel Coelho (PTP), Rui Almeida (PAN), Carlos Pereira (PS), Roberto Vieira (MPT), Raquel Coelho (PTP), Rafaela Fernandes (PSD), Edgar Silva (PCP) e Isabel Torres (CDS/PP). Submetido à votação, foi rejeitado. - Foi depois apreciado o projeto de Decreto Legislativo Regional (apresentado nos termos do disposto no artigo 12.º alínea e) e artigo 66.º do Regimento da Assembleia), da autoria do CDS/PP, intitulado “Regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos com exercício de funções em cargos públicos da Região Autónoma da Madeira”. Após o uso da palavra pelos Srs. Deputados Lopes da Fonseca (CDS/PP), Coito Pita (PSD), José Manuel Coelho (PTP), Rui Almeida (PAN), Roberto Vieira (MPT), Edgar Silva (PCP) e Carlos Pereira (PS), este diploma, a requerimento do Grupo Parlamentar do PSD, baixou à 1.ª Comissão Especializada. - Seguiu-se a apreciação do processo de urgência relativo ao projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do PCP, intitulado “Criação do Eco-Parque Marinho de Gaula”, o qual foi rejeitado, depois de terem intervindo os Srs. Deputados Roberto Vieira (MPT), Edgar Silva (PCP), José Manuel Coelho (PTP), Carina Ferro (PS), Roberto Rodrigues (CDS/PP) e Vicente Pestana (PSD). - Foi também rejeitado, após apreciação, o processo de urgência referente ao projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do PCP, intitulado “Criação do Sistema Específico de Apoio aos Doentes deslocados do Porto Santo para a Madeira”. Intervieram os Srs. Deputados Roberto Vieira (MPT), Edgar Silva (PCP), José Manuel Coelho (PTP), Carlos Pereira (PS), Martinho Câmara (CDS/PP) e Roberto Silva (PSD). - Por fim, foi igualmente rejeitado o processo de urgência para apreciação do Decreto Legislativo Regional, da autoria do CDS/PP, intitulado “Regulamentação da Estratégia Marinha para a subdivisão da Região Autónoma da Madeira pelo Governo Regional, de acordo com o Decreto-lei n.º 108/2101, de 13 de outubro, alterado pelo Decreto-lei n.º 201/2012, de 27 de agosto”, após as intervenções dos Srs. Deputados Roberto Vieira (MPT), Edgar Silva (PCP), José Manuel Coelho (PTP), Carina Ferro (PS), Isabel Torres (CDS/PP) e Vicente Pestana (PSD). O Sr. Presidente encerrou a Sessão às 13 horas e 03 minutos. X Legislatura Número: 58 II Sessão Legislativa (2012/2013) Quarta-feira, 31 de julho de 2013 Região Autónoma da Madeira Diário Assembleia Legislativa

Região Autónoma da Madeira Diário - alram.pt · Madeira no Conselho Regional dos Assuntos Sociais, ... portador do Bilhete de Identidade n.º 5538687, nascido a 13 de março de

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REUNIÃO PLENÁRIA DE 31 DE JULHO

Presidente: Exmo. Sr. José Miguel Jardim de Olival Mendonça

Secretários: Exmos. Srs. Rui Miguel Moura Coelho

Ana Mafalda Figueira da Costa

Sumário

O Sr. Presidente declarou aberta a Sessão às 9 horas e 23 minutos. PERÍODO DA ORDEM DO DIA:- Na I.ª Parte procedeu-se à eleição dos representantes da Assembleia Legislativa da

Madeira no Conselho Regional dos Assuntos Sociais, tendo sido eleitos os candidatos propostos pelo Grupo Parlamentar do PSD, as Sras. Deputadas Rafaela Fernandes e Nivalda Gonçalves, com 24 votos a favor.

- Entrou-se na II.ª Parte, com a apreciação do projeto de Decreto Legislativo Regional (apresentado nos termos do disposto no artigo 12.º alínea e) e artigo 66.º do Regimento da Assembleia), da autoria do CDS/PP, intitulado “Primeira Alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 3/2012, de 16 de março”, no qual usaram da palavra, a diverso título, os Srs. Deputados Mário Pereira (CDS/PP), Maximiano Martins (PS), José Manuel Coelho (PTP), Rui Almeida (PAN), Carlos Pereira (PS), Roberto Vieira (MPT), Raquel Coelho (PTP), Rafaela Fernandes (PSD), Edgar Silva (PCP) e Isabel Torres (CDS/PP). Submetido à votação, foi rejeitado.

- Foi depois apreciado o projeto de Decreto Legislativo Regional (apresentado nos termos do disposto no artigo 12.º alínea e) e artigo 66.º do Regimento da Assembleia), da autoria do CDS/PP, intitulado “Regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos com exercício de funções em cargos públicos da Região Autónoma da Madeira”. Após o uso da palavra pelos Srs. Deputados Lopes da Fonseca (CDS/PP), Coito Pita (PSD), José Manuel Coelho (PTP), Rui Almeida (PAN), Roberto Vieira (MPT), Edgar Silva (PCP) e Carlos Pereira (PS), este diploma, a requerimento do Grupo Parlamentar do PSD, baixou à 1.ª Comissão Especializada.

- Seguiu-se a apreciação do processo de urgência relativo ao projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do PCP, intitulado “Criação do Eco-Parque Marinho de Gaula”, o qual foi rejeitado, depois de terem intervindo os Srs. Deputados Roberto Vieira (MPT), Edgar Silva (PCP), José Manuel Coelho (PTP), Carina Ferro (PS), Roberto Rodrigues (CDS/PP) e Vicente Pestana (PSD).

- Foi também rejeitado, após apreciação, o processo de urgência referente ao projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do PCP, intitulado “Criação do Sistema Específico de Apoio aos Doentes deslocados do Porto Santo para a Madeira”. Intervieram os Srs. Deputados Roberto Vieira (MPT), Edgar Silva (PCP), José Manuel Coelho (PTP), Carlos Pereira (PS), Martinho Câmara (CDS/PP) e Roberto Silva (PSD).

- Por fim, foi igualmente rejeitado o processo de urgência para apreciação do Decreto Legislativo Regional, da autoria do CDS/PP, intitulado “Regulamentação da Estratégia Marinha para a subdivisão da Região Autónoma da Madeira pelo Governo Regional, de acordo com o Decreto-lei n.º 108/2101, de 13 de outubro, alterado pelo Decreto-lei n.º 201/2012, de 27 de agosto”, após as intervenções dos Srs. Deputados Roberto Vieira (MPT), Edgar Silva (PCP), José Manuel Coelho (PTP), Carina Ferro (PS), Isabel Torres (CDS/PP) e Vicente Pestana (PSD).

O Sr. Presidente encerrou a Sessão às 13 horas e 03 minutos.

X Legislatura Número: 58

II Sessão Legislativa (2012/2013) Quarta-feira, 31 de julho de 2013

Região Autónoma da Madeira

Diário Assembleia Legislativa

Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 58 X Legislatura, II Sessão Legislativa (2012/2013) Quarta-feira, 31 de julho de 2013

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito bom dia, Sras. e Srs. Deputados.

Estavam presentes os seguintes Srs. Deputados: PARTIDO SOCIAL-DEMOCRATA (PSD) Agostinho Ramos de Gouveia Ana Mafalda Figueira da Costa Ana Maria de Gouveia Serralha Edgar Alexandre Garrido Gouveia Emanuel Sabino Vieira Gomes Jaime Ernesto Nunes Vieira Ramos Jaime Filipe Gil Ramos José António Coito Pita José Gualberto Mendonça Fernandes José Jardim Mendonça Prada José Lino Tranquada Gomes José Luís Medeiros Gaspar José Miguel Jardim Olival Mendonça José Paulo Baptista Fontes José Pedro Correia Pereira José Savino dos Santos Correia Maria João França Monte Maria Rafaela Rodrigues Fernandes Miguel José Luís de Sousa Nivalda Nunes Silva Gonçalves Pedro Emanuel Abreu Coelho Roberto Paulo Cardoso da Silva Rui Miguel Moura Coelho Vânia Andrea de Castro Jesus Vicente Estevão Pestana

CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL/PP (CDS/PP) António Manuel Lopes da Fonseca José Manuel de Sousa Rodrigues José Roberto Ribeiro Rodrigues Lino Ricardo Silva de Abreu Luísa Isabel Henriques Gouveia Maria Isabel Vieira Carvalho de Melo Torres Mário Jorge de Sousa Pereira Martinho Gouveia da Câmara Teófilo Alírio Reis Cunha

PARTIDO SOCIALISTA (PS) Ana Carina Santos Ferro Fernandes Avelino Perestrelo da Conceição Carlos João Pereira Maria Luísa de Sousa Menezes Gonçalves Mendonça Maximiano Alberto Rodrigues Martins Vítor Sérgio Spínola de Freitas

PARTIDO TRABALHISTA PORTUGUÊS (PTP) José Manuel da Mata Vieira Coelho José Luís Gonçalves Rocha Raquel da Conceição Vieira Coelho

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (PCP) Edgar Freitas Gomes Silva

PARTIDO PELOS ANIMAIS E PELA NATUREZA (PAN) Rui Manuel dos Santos Almeida

MOVIMENTO PARTIDO DA TERRA (MPT) Roberto Paulo Ferreira Vieira

Srs. Deputados, dispomos de quórum, declaro aberta a Sessão.

Eram 09 horas e 23 minutos.

E como ponto único da I.ª Parte, temos a eleição dos representantes da Assembleia Legislativa da Madeira, no Conselho Regional dos Assuntos Sociais, tendo sido apresentadas quatro candidaturas, subscritas pelos Grupos

Parlamentares do PSD, do CDS/PP, do PTP e do PS.

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Constam do seguinte: Candidatura do PSD:

Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia legislativa da Madeira Assunto: Representantes da ALRAM no Conselho Regional dos Assuntos Sociais Em resposta ao V/ofício n.º 957 – p.º 7.2/P, datado de 3 de julho de 2013 e referente ao assunto supracitado, vem

este Grupo Parlamentar informar V. Exa. os nomes dos candidatos a representantes da Assembleia Legislativa da Madeira para o Conselho Regional dos Assuntos Sociais:

- Dra. Maria Rafaela Rodrigues Fernandes - Dra. Nivalda Nunes Silva Gonçalves. Com respeitosos cumprimentos. Funchal, 4 de julho de 2013. O Líder do Grupo Parlamentar do PPD/PSD, Ass.: Jaime Ernesto Nunes Vieira Ramos.-

Declaração de aceitação de candidatura

Eu, abaixo assinada Maria Rafaela Rodrigues Fernandes, licenciada em Direito, natural da Freguesia de S. Pedro, Concelho do Funchal e residente na Freguesia de S. Roque, desta Cidade, declaro aceitar a candidatura a representante da Assembleia Legislativa da Madeira, no Concelho Regional dos Assuntos Sociais.

Funchal, 4 de julho de 2013. Ass.: Maria Rafaela Rodrigues Fernandes.-

Declaração de aceitação de candidatura

Eu, abaixo assinada, Nivalda Nunes da Silva Gonçalves, licenciada em Gestão Financeira, casada, natural da Freguesia do Campanário, Concelho da Ribeira Brava, nascida a 1 de janeiro de 1978, residente à Rua Comandante Camacho de Freitas n.º 558-9350-077 – Freguesia do Campanário – Concelho da Ribeira Brava, declaro aceitar a candidatura a representante da Assembleia Legislativa da Madeira, no Concelho Regional dos Assuntos Sociais.

Funchal, 4 de julho de 2013. Ass.: Nivalda Nunes da Silva Gonçalves.-

Candidatura do CDS/PP:

Exmo. Senhor Dr. Hugo Miguel Gonçalves Chefe de Gabinete de S. Excelência O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira Excelentíssimo Senhor, Em resposta ao V. ofício n.º 957 de 3 de julho de 2013, intitulado “Representantes da ALRAM no Conselho Regional

dos Assuntos Sociais”, cumpre-me informar que esse Grupo Parlamentar indica em representação do CDS/PP o deputado Martinho Câmara e a deputada Luísa Gouveia.

Com os melhores cumprimentos, Funchal, 5 de julho de 2013. O Presidente do Grupo Parlamentar, Ass.: António Lopes da Fonseca.-

Declaração de Aceitação

Eu, abaixo assinado, Martinho Gouveia da Câmara, licenciado em Ciências Farmacêuticas, casado, natural da Freguesia do Arco da Calheta, Concelho da Calheta, nascido a 23 de setembro de 1971, residente à Rua Dr. Rocha de Gouveia, n.º 206 – 9370-075 – Freguesia do Arco da Calheta, declaro aceitar a candidatura a representante da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, no Conselho Regional dos Assuntos Sociais.

Funchal, 9 de julho de 2013. Ass.: Martino Gouveia da Câmara.-

Declaração de Aceitação

Eu, abaixo assinada, Luísa Isabel Henriques Gouveia, Mestre em Psicologia, casada, natural da Freguesia de Santa Maria Maior, Concelho do Funchal, nascida a 20 de maio de 1986, residente à Rua Encosta do Pilar, Bloco A4, 3.ºD – 9000-776 – Freguesia de Santo António – Concelho do Funchal, declaro aceitar a candidatura a representante da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, no Conselho Regional dos Assuntos Socais.

Funchal, 9 de julho de 2013. Ass.: Luísa Isabel Henriques Gouveia.-

Candidatura do PTP:

Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira Assunto: Representantes da ALRAM no Conselho Regional dos Assuntos Sociais. Excelentíssimo Senhor, O Grupo Parlamentar do PTP, vem, por este meio, dar resposta ao ofício número 957 – p.º 7.2/P, de 3 de julho, com

o assunto mencionado em epigrafe e indicar os nomes dos candidatos a representantes da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira para o Conselho Regional dos Assuntos Sociais.

- Dra. Raquel da Conceição Vieira Coelho; - José Edgar Marques da Silva. Com os melhores cumprimentos,

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Funchal, 10 de julho de 2013. A Líder do Grupo Parlamentar do Partido Trabalhista Português, Ass.: Raquel da Conceição Vieira Coelho.-

Declaração de Aceitação de Candidatura

Eu, abaixo assinada Raquel da Conceição Vieira Coelho, portadora do Bilhete de Identidade n.º 13370416, nascida a 02 de julho de 1988, solteira, licenciada em Gestão de Empresas, natural da Freguesia de Santa Cruz – Concelho de Santa Cruz e residente na Rua das Regadinhas, n.º 4, Freguesia de Santa Cruz – Concelho de Santa Cruz, declaro aceitar a candidatura a representante da Assembleia Legislativa da Madeira, no Conselho Regional dos Assuntos Sociais.

Funchal, 10 de julho de 2013. Ass.: Raquel da Conceição Vieira Coelho.-

Declaração de Aceitação de Candidatura

Eu, abaixo assinado José Edgar Marques da Silva, portador do Bilhete de Identidade n.º 5538687, nascido a 13 de março de 1961, casado, licenciado em Enfermagem, natural da Freguesia de Santo António – Concelho de Funchal e residente na Freguesia de Santo António – Concelho do Funchal, declaro aceitar a candidatura a representante da Assembleia Legislativa da Madeira, no Conselho Regional dos assuntos Sociais.

Funchal, 10 de julho de 2013. Ass.: José Edgar Marques da Silva.- Candidatura do PS:

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira Funchal, 9 de julho de 2013 Assunto: Representantes da ALRAM no Conselho Regional dos Assuntos Sociais Em resposta ao V/Ofício n.º 957 – p.º 7.2/P, datado de 3 de julho de 2013 vem o Grupo Parlamentar do PS-M,

informar V. Exa. dos nomes dos candidatos a representantes no Conselho Regional dos Assuntos Sociais: - Maximiano Alberto Rodrigues Martins; - Ana Carina Santos Ferro Fernandes. Com os melhores cumprimentos, O Presidente do Grupo Parlamentar do PS-M, Ass.: Carlos Pereira.-

Declaração de Aceitação

Eu, abaixo assinado Maximiano Alberto Rodrigues Martins, casado, Licenciado em Economia, natural de São Pedro, Concelho do Funchal e residente em Trav. do Papagaio Verde, 31, Freguesia de São Martinho, Concelho do Funchal, declaro aceitar a candidatura a representante da Assembleia Legislativa da Madeira no Conselho Regional dos Assuntos Sociais.

Funchal, 9 de julho de 2013. Ass.: Maximiano Alberto Rodrigues Martins.-

Declaração de Aceitação

Eu, abaixo assinada Ana Carina Santos Ferro Fernandes, casada, Licenciado em Estudos Europeus, natural de São Pedro, Concelho do Funchal e residente em Sítio do Lombinho, Freguesia do Seixal, Conselho do Porto do Moniz, declaro aceitar a candidatura a representante da Assembleia Legislativa da Madeira no Conselho Regional dos Assuntos Sociais.

Funchal, 9 de julho de 2013 Ass.: Ana Carina Santos Ferro Fernandes.- Srs. Deputados, eu pedia o favor da vossa atenção. Os Srs. Deputados receberam um boletim de voto, em branco. E aquilo que eu queria propor, caso concordem,

obviamente, é de que, a fim de se obviar a que tenhamos que fazer 4 eleições, que no boletim de voto, cada um dos Srs. Deputados inscrevia os partidos concorrentes, e sublinhava, por baixo, o partido da sua escolha.

Sr. Deputado Jaime Ramos, tem a palavra.

O SR. JAIME RAMOS (PSD):- Sr. Presidente, se realmente todos aceitassem seguir o raciocínio de Sua Excelência,

de não haver 4 votações, os Srs. Deputados, livremente, e de voto secreto, escreveriam o nome do partido e não o nome dos 4 partidos, mas o nome de cada partido. Era mais fácil!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Bem! É uma modalidade mais simplificada. Aceito-a, perfeitamente, se

os Srs. Deputados aceitarem. Os Srs. Deputados aceitam? Bom, parecendo haver concordância de todos os Srs. Deputados, vamos então proceder à eleição. E pedia às Sras. Deputadas Maria João Monte e Luísa Gouveia o favor de ajudarem no escrutínio. E, Sra. Secretária, fazia o favor de proceder à chamada dos Srs. Deputados, para efeitos de votação.

Procedeu-se à chamada à qual responderam 41 Deputados: PARTIDO SOCIAL-DEMOCRATA (PSD) Agostinho Ramos de Gouveia Ana Mafalda Figueira da Costa Ana Maria de Gouveia Serralha

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Edgar Alexandre Garrido Gouveia Emanuel Sabino Vieira Gomes Jaime Ernesto Nunes Vieira Ramos Jaime Filipe Gil Ramos José António Coito Pita José Gualberto Mendonça Fernandes José Jardim Mendonça Prada José Lino Tranquada Gomes José Luís Medeiros Gaspar José Miguel Jardim Olival Mendonça José Paulo Baptista Fontes José Savino dos Santos Correia Maria João França Monte Maria Rafaela Rodrigues Fernandes Miguel José Luís de Sousa Nivalda Nunes Silva Gonçalves Pedro Emanuel Abreu Coelho Roberto Paulo Cardoso da Silva Rui Miguel Moura Coelho Vânia Andrea de Castro Jesus Vicente Estevão Pestana

CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL/PP (CDS/PP) António Manuel Lopes da Fonseca José Roberto Ribeiro Rodrigues Lino Ricardo Silva de Abreu Luísa Isabel Henriques Gouveia Maria Isabel Vieira Carvalho de Melo Torres Mário Jorge de Sousa Pereira Martinho Gouveia da Câmara Teófilo Alírio Reis Cunha

PARTIDO SOCIALISTA (PS) Avelino Perestrelo da Conceição Carlos João Pereira Maximiano Alberto Rodrigues Martins Vítor Sérgio Spínola de Freitas

PARTIDO TRABALHISTA PORTUGUÊS (PTP) José Manuel da Mata Vieira Coelho José Luís Gonçalves Rocha

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (PCP) Edgar Freitas Gomes Silva

PARTIDO PELOS ANIMAIS E PELA NATUREZA (PAN) Rui Manuel dos Santos Almeida

MOVIMENTO PARTIDO DA TERRA (MPT) Roberto Paulo Ferreira Vieira

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Obrigado, Sra. Secretária.

E muito obrigado à Sra. Deputada Maria João Monte e à Sra. Deputada Luísa Gouveia. Foi o seguinte o resultado da votação: num total de 41 Srs. Deputados, o PSD – 24 votos; o CDS/PP – 8 votos; o PS

– 4 votos; o PTP – 3 votos; e 2 votos em branco. Passamos à II.ª Parte da nossa ordem de trabalhos, com o ponto 1, que é a apreciação e votação na generalidade

do projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do CDS/PP, intitulado “Primeira Alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 3/2012, de 16 de Março”, apresentado nos termos do disposto no artigo 12.º alínea e) e

artigo 66.º do Regimento da Assembleia Legislativa. Está à discussão, o diploma, na generalidade. E dou a palavra ao Sr. Deputado Mário Pereira, para uma intervenção. O SR. MÁRIO PEREIRA (CDS/PP):- Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, A 15 de fevereiro de 2002, a Assembleia da Madeira aprovou um conjunto de Legislação sobre o fornecimento da

“unidose” aos utentes do SESARAM. A “unidose” é definida como o fornecimento de medicamentos em dose unitária, de acordo com a necessidade de cada doente e de acordo com a necessidade clínica da situação, permitindo, portanto, evitar desperdícios de unidades redundantes e permitindo poupar recursos financeiros.

Com base nestes pressupostos, o CDS considera extremamente importante a “unidose” e quer a sua total

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implementação. Contudo, aquando da aprovação da legislação sobre a “unidose”, foram introduzidas cláusulas que merecem da

parte do CDS-PP Madeira os maiores reparos, pois já na altura considerávamos que essas mesmas cláusulas poderiam um dia mais tarde transformar-se numa forma de racionamento da medicação restringindo o acesso aos medicamentos mais indicados de acordo com a melhor prática clínica.

Esta forma de racionamento não está em vigor em nenhuma outra região do país, nem sequer é prevista na Constituição.

O CDS/PP Madeira não concordou na altura com tais cláusulas e alertou para o perigo que constituíam. Assim sendo, o CDS/PP Madeira não votou favoravelmente a essas cláusulas, na qual já na altura alertou para as suas consequências.

Na declaração de voto efetuada na altura, referimos que “A legislação abre a possibilidade do formulário aplicado à Região ser diferente do formulário nacional e ser eventualmente mais restritivo, não possibilitando a prescrição de alguns medicamentos mais eficazes se bem que mais dispendiosos".

Assim acontecia pelo facto dos medicamentos a disponibilizar pelo SESARAM constarem de uma lista "Ad hoc" definida pelos Srs. Diretores Hospitalares e não pelo formulário nacional certificado pelo INFARMED.

Acontece que as nossas suspeitas vieram infelizmente a confirmar-se, e o Conselho de Administração do SESARAM, através de uma Circular Normativa, a Circular n.º 7, do passado mês de maio, veio dar razão ao CDS/PP Madeira. A circular informativa refere e passo a citar:

“Sempre que haja necessidade de uma prescrição, os médicos do Serviço de Urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça terão de prescrever (...) exclusivamente de acordo com o formulário hospitalar aprovado e só para aquele processo de urgência”.

Mais refere, "Na eventualidade de existirem situações que não encontrem resposta no formulário hospitalar, a situação deverá ser reportada ao Diretor do Serviço para propor uma eventual alteração", mas até à data infelizmente nenhuma alteração foi aprovada!

O CDS/PP Madeira constata que o formulário de medicamentos disponíveis ao serem passíveis de serem prescritos no Serviço de Urgência é neste momento altamente restritivo, mais ainda do que aquele existente dos doentes internados no hospital.

Tal formulário deixa de fora a maioria dos medicamentos mais eficazes, com menos efeitos laterais, com maiores margens de segurança, o que é manifestamente ilegal à luz da lei do medicamento.

Entre eles encontram-se muitos medicamentos, mais novos como sejam anti-hipertensores, antibióticos, antifúngicos, medicamentos para o tratamento da asma, para o tratamento da diabetes, para o tratamento da dor aguda, como sejam os analgésicos e anti-inflamatórios, medicamentos de aplicação cutânea ou medicamentos injetáveis, bem como muitos medicamentos de controlo de situações agudas do foro reumatológico, bem como outros do foro urológico, ginecológico, otorrino, do uso cardíaco, bem como usados em situações pós cirúrgicas.

Neste formulário não existem sequer xaropes para a tosse, o que não deixa de ser curioso, sendo este um serviço de urgência, mas também não há alguns medicamentos usados no tratamento das cólicas renais e não há sequer gotas oftálmicas.

A simples Penicilina G, que é um dos antibióticos mais conhecidos e com uma eficácia comprovada, deixou de se poder ser prescrita na urgência do hospital. Esta situação caricata não existe nos hospitais do Continente, dos Açores, das Canárias nem sequer nos hospitais marroquinos!

Desculpem-me o desabafo, mas esta triste realidade, em que a nossa Autonomia gerida há 35 anos pelo PSD-Madeira…

Apartes inaudíveis.

Burburinho. …em vez de defender os Madeirenses, restringe a sua saúde a uma qualidade inferior ao desejável. Mais, nos outros hospitais, os médicos prescrevem medicamentos da forma mais segura, da forma de uma receita

eletrónica, segundo o formulário do INFARMED. Esta receita eletrónica por concessão não tem estas restrições. Na Madeira ainda não há receitas eletrónicas, Srs. Deputados é o único hospital do País, o Hospital Nélio

Mendonça, que não tem receitas eletrónicas, e aguardamos acerca de 3 anos por elas! Apartes inaudíveis.

Eu mesmo testei o sistema em vigor no Continente e posso perfeitamente demonstrar que ao prescrever uma receita

eletrónica pelo sistema informático do Ministério da Saúde, não existe nenhuma destas restrições. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, O CDS/PP Madeira teve conhecimento de queixas às ordens profissionais, em que o Sr. Diretor do SESARAM, Dr.

Miguel Ferreira, coagiu sob ameaças, médicos de prescreverem contra sua vontade, violando o entendimento das corretas práticas clínicas.

Burburinho na bancada social-democrática As queixas estendem-se ao modo também como os medicamentos são fornecidos no hospital, pois os

medicamentos nem sempre são acompanhados da respetiva informação adicional, conhecida como “bula” e por vezes não tem a data de validade legível, nem a imprescindível referência ao lote do medicamento, indispensáveis em caso de alerta de retirada de medicamentos.

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Existem igualmente reparos em relação à forma como os medicamentos são manuseados, como são recortadas as tabletes com uso de tesouras, uma situação sob ideal, como são fornecidos em embalagem não opaca, na verdade um simples saco plástico manuseado manualmente, sem obviamente a rotulagem certificada.

Pior é mesmo não constar a origem do medicamento, sabendo que muitos dos medicamentos que são comercializados na Europa sofrem um processo de contrafação, cuja origem e deteção muitas vezes não é fácil.

Tendo por base todos estes constrangimentos, o CDS apresentou à Comissão de Saúde um Projeto de Resolução que solicitava ao Governo Regional:

1. A aplicação imediata do formulário nacional dos medicamentos, certificado pelo INFARMED; 2. Que permitisse a prescrição médica fora da farmácia hospitalar, tal como no Serviço Nacional de Saúde; 3. Que fizesse o SESARAM cumprir as normas obrigatórias de fornecimento de medicação “unidose”. O que aconteceu, como sabemos, o PSD rejeitou sem sequer discutir ou dar razões para tal. A posição do CDS estava correta, pois o Conselho Nacional e o Conselho Regional da Ordem dos Médicos pediram

a suspensão obrigatória do formulário limitado existente na Região, que fosse evitada rutura de Stocks, cada vez mais frequentes, uma vez que põe em causa a normal prescrição e os direitos dos doentes.

Um sistema similar já existe para os doentes internados a nível hospitalar, que passam receitas aos familiares dos doentes para estes familiares irem comprar nas farmácias e entrega-los no hospital, o que não deixa de ser em si, também, uma forma de racionamento.

O comunicado emitido pelo Sr. Presidente do Conselho de Administração do SESARAM, no dia 15 de março, diz o seguinte: “O doente mantém a liberdade de aviar a medicação com fins de tratamento e tem sempre a possibilidade de lhe ser apresentada, pelo profissional, a possibilidade dessa receita ser aviada onde quiser”.

Nada mais falso, Srs. Deputados, quando os próprios médicos que o fizeram são alvo de procedimentos disciplinares.

Apartes inaudíveis. Por tudo isto, o CDS apresenta hoje, aqui, um projeto de Decreto Legislativo que visa alterar o Decreto Legislativo

Regional para que seja respeitado o princípio de liberdade do ato médico, nomeadamente a prescrição de medicamentos e o princípio da livre escolha da parte do doente relativamente à adoção dos medicamentos mais eficazes e aconselhados segundo a prática clinica.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Com base na avaliação de todas estas estratégias de gestão hospitalar erradas, o CDS não se revê nas declarações

efetuadas, nesta mesma Assembleia, pelo responsável do Partido Socialista, aquando do debate recente da saúde, nas quais “tinha a maior consideração pela gestão do SESARAM".

Apartes inaudíveis. Nós não temos essa consideração. Mas não temos mesmo! Esta gestão transformou um bom projeto da “unidose” na triste realidade da “Microdose”! Na triste realidade do racionamento dos medicamentos e dos cuidados de saúde! No CDS Madeira, temos uma visão da saúde mais humana e mais integrada e lanço aqui um desafio ao novo

candidato do PSD, o Sr. Vice-Presidente, Miguel de Sousa, para propor dentro de portas uma mudança radical da política de saúde do seu partido. E que comece essa mudança da saúde substituindo o verdadeiro administrador do SESARAM, o Sr. Deputado Jaime Ramos, e que faça um novo paradigma da saúde, em que em vez de obras de reparação hospitalar possamos fazer uma política dirigida ao aumento da qualidade e ao aumento da acessibilidade dos cuidados de saúde!

Fica aqui o desafio. Obrigado. Transcrito do original.

Vozes do CDS/PP:- Muito bem!

Aplausos do CDS/PP.

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Maximiano Martins para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. O SR. MAXIMIANO MARTINS (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Mário Pereira, eu ia

fazer o pedido num sentido, mas terei que fazer noutro sentido, corrigindo aquilo que o Sr. Deputado Mário Pereira, certamente por má interpretação, faz das minhas palavras.

Eu, quando aqui referi, a propósito de um debate sobre o SESARAM, eu tenho consideração e respeito por aqueles que estão na condução, na gestão das instituições. E isso é uma coisa. Outra, é a crítica, o elogio que possa fazer à forma como fazem a condução dessa gestão.

E, relativamente à gestão do SESARAM, na minha declaração de voto, feita em nome do Partido Socialista, está claro, e muito claro, e publicado, aquilo que eu penso da gestão do SESARAM. A gestão do SESARAM é uma gestão autoritária – foi o termo que eu utilizei –, uma gestão autoritária, tem um tique, com tiques de autoritarismo, é uma gestão não participada e não motivadora dos meios médicos, enfermeiros e de todos os profissionais de saúde.

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E, portanto, isto é o que eu penso daquela direção do SESARAM! E, de resto, foi bem visível, na forma, que eu recuso qualificar, como lidou com este processo de solidariedade para com a estudante de medicina, julgo eu, a Rubina, este assunto que foi feito através do Diário de Notícias, e que foi um tratamento, a todos os títulos, inqualificável, no sentido que não cuidou de nenhum aspeto humano daquilo que estava em causa, não cuidou…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …dos aspetos de precaução e prudência.

Com esta consideração, permita-me só 10, 20 segundos, para dizer o seguinte: o problema de confiança que existe no SESARAM, é também o problema que faz o CDS, e nós também, termos dúvidas sobre a aplicação da “unidose” e sobre a comissão “Ad hoc”. Porque uma comissão “Ad hoc”, que sai de um sistema no qual não confiamos, é evidente, é meio caminho andado para o desastre!

A segunda questão rápida, Sr. Presidente, se me é permitido, é se não deveria, a Assembleia Legislativa da Madeira, e a 5.ª Comissão, que o Deputado Mário Pereira preside, se não era a altura de fazer o balanço e a avaliação da situação da aplicação da “unidose”? Porque há opiniões sobre…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, eu peço o favor de concluir.

O ORADOR:- Termino.

…as vantagens e desvantagens da “unidose”, e designadamente sobre a redução, essa, sim, interessante, da dimensão dos equipamentos, das embalagens!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Mário Pereira para responder, tem a palavra. O SR. MÁRIO PEREIRA (CDS/PP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Srs. Deputados, Sr. Deputado Maximiano Martins, ainda ontem tive a possibilidade de rever as declarações efetuadas pelo Partido Socialista, e de facto não é claro essa sua afirmação, e aconselho a rever o que, de facto, foi dito!

Relativamente à comissão “Ad hoc”, essa comissão “Ad hoc” é constituída por diretores hospitalares que mantêm uma subordinação administrativa do próprio Conselho de Administração.

Por isso, não me parece correto que seja essa mesma comissão a definir! E a pergunta que deixo aqui aos Srs. Deputados, é: por que razão é que os madeirenses, que são portugueses

também, têm um regime de racionamento da medicação, quando mais nenhuma outra região do País o tem? O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado José Manuel Coelho para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, muito bom dia para todos. Eu, ao ouvir esta brilhante intervenção do Sr. Deputado Mário Pereira, lembrei-me da história dum grande

português, Aristides de Sousa Mendes, que foi cônsul de Portugal, em Bordéus, no tempo do Salazarismo e no tempo da Segunda Guerra Mundial. Portanto, era um homem justo, que estava ao serviço do fascismo, mas era um homem justo. E naturalmente que temos aqui um paralelo, a nível regional, que é um grande deputado que temos nesta Casa, um homem justo e sério, que no entanto está nas fileiras de um partido retrógrado, fascista e reacionário, como é o CDS. Mas o Sr. Mário Pereira é um humanista, é um homem bom. E, realmente, este projeto (que eu sei que é da autoria dele, não é da autoria do CDS, porque o CDS é demasiado mau, demasiado retrógrado para apresentar uma coisa destas, com esta qualidade), nós vamos apoiar este projeto, esta alteração ao Decreto Legislativo Regional, porque sabemos que é um trabalho feito por um humanista, que é o Sr. Deputado Mário Pereira, que não se confunde nada com o CDS.

E eu, já agora, queria perguntar a V. Exa., quando é que V. Exa. vem para o PTP, que é o verdadeiro partido de V. Exa, e não o CDS,.…

Burburinho.

…que é um partido, como sabemos, reacionário, que só tem feito mal aos madeirenses e aos portugueses? Muito obrigado. Apartes inaudíveis. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Mário Pereira para responder, tem a palavra. O SR. MÁRIO PEREIRA (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu tive a oportunidade de homenagear

o cônsul Aristides de Sousa Mendes, junto à homenagem que o povo israelita fez no Museu do Holocausto, em Jerusalém. Sei exatamente o que é sofrer, e sei exatamente o que é sentir orgulho, como português, desse tipo de atitudes.

O que está aqui em questão, não é uma questão de honra, nem nada disso, o que está em questão é uma questão muito prática: nós perguntamos, por que é que os madeirenses têm um regime de prescrição de medicamentos da

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urgência diferente do Continente, e diferente, para pior? Obrigado. Vozes do CDS/PP:- Muito bem!

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Almeida. O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, penso que esta proposta está devidamente defendida pelo seu proponente. E o PAN também quer tecer alguns comentários, que é, no reconhecimento da liberdade de escolha, não queremos

que, também, a vontade do médico se sobrepunha à vontade do paciente, o PAN quer, sim, que os pacientes se tratem de acordo com a sua vontade e que estejam criadas as condições para assim acontecer.

E o PAN faz também um apelo aos pacientes: é que reconheçam que, para a sua saúde, o seu alimento é o seu medicamento. E que reconheçam, também, que a saúde passa por, também, ter uma mente sã, que para reduzirmos, por exemplo, o elevado consumo de antidepressivos, muito contribui a maneira como pensamos o todo, e que está, para além de qualquer dúvida, que a maneira como pensamos, influi o nosso bem-estar físico, e, desta forma, muito podemos fazer em termos da maneira como pensamos para melhorar também o bem-estar de cada um!

Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Carlos Pereira para uma intervenção, tem a palavra. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu não podia deixar de fazer uma

intervenção, na sequência das intervenções do CDS, nomeadamente do Deputado Mário Pereira. E para dizer duas coisas, basicamente.

A primeira, é que o Partido Socialista tem uma posição muito clara sobre aquilo que é a saúde na Região, e não aceita, obviamente, lições de moral, ou de boa gestão, do Sr. Deputado Mário Pereira. Isto, a primeira questão!

A segunda questão, para dizer, que é lamentável que o Sr. Deputado Mário Pereira tenha subido à tribuna para desferir uma ofensa, digo eu, ao Sr. Deputado Maximiano Martins, que tem, por hábito,…

O SR. ROBERTO RODRIGUES (CDS/PP):- Oh! Sr. Deputado, qual ofensa?!

Apartes inaudíveis na bancada do CDS/PP.

O ORADOR:- …e que julgo que é conhecido nesta Casa, que tem por hábito tratar, com respeito e com elevação, os

outros deputados, os outros governantes, os diretores regionais, quem quer que seja, em qualquer partido que esteja! E, portanto, lamento esse oportunismo do Deputado Mário Pereira!

Aparte inaudível do Sr. Roberto Rodrigues (CDS/PP).

Finalmente, o CDS, o CDS devia de ter vergonha… O SR. ROBERTO RODRIGUES (CDS/PP):- O CDS é que devia ter vergonha?!

O ORADOR:- …de falar sobre a atuação dos partidos da aposição relativamente a posições do Governo Regional,

quando lançou uma candidatura à Câmara Municipal do Funchal, encavalado num partido social-democrata, designadamente no Dr. Miguel Albuquerque.

Vozes do PSD:- Aaaahhhh!

Protestos na bancada do CDS/PP.

O ORADOR:- Lembro-me perfeitamente o que disse o Sr. Deputado José Manuel Rodrigues, líder do CDS, que

anunciou a sua candidatura a dizer que era o herdeiro do legado do Dr. Miguel Albuquerque!

Protestos na bancada do CDS/PP.

Ora, quem é que pode ter a distinta lata de vir aqui, a esta Casa, acusar os partidos da oposição, nomeadamente o PS, sobre o que quer que seja, quando lançou uma candidatura, encavalado no PSD, e nomeadamente no Dr. Miguel Albuquerque, o próximo líder do PSD/Madeira?

Muito obrigado.

Aparte inaudível do Sr. Roberto Rodrigues (CDS/PP).

Protestos na bancada do CDS/PP.

Burburinho.

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Roberto Vieira, tem a palavra. O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vamos votar favoravelmente esta

proposta do CDS, porque nada temos contra a “unidose”, até pelo contrário. Mas, em relação a esta proposta, há algo nos preocupa: o formulário regional é restritivo. Todos nós sabemos que é

uma realidade, é restritivo, há medicação que é mais eficaz e que não é usada, porque não está no formulário da Região. E aqui há um tratamento desigual entre a Madeira e o Continente! Os doentes da Madeira têm de ser tratados da mesma forma que os doentes do Continente, não podemos continuar a ser de primeira e de segunda, o Continente de primeira, os madeirenses de segunda. E, aí, a vontade de votar favoravelmente esta proposta.

Mas, perante a intervenção do Deputado Mário Pereira, há algo que temos, também, de ter em conta, é que este Sr. Deputado é médico, e esta apresentação, aqui feita, e comparada com Marrocos, ainda me preocupou mais, porque o discurso do Dr. Mário Pereira, médico e deputado, falou em Marrocos,…

Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP). Burburinho. …falou em Marrocos, mas com um discurso mais assemelhado à Etiópia, à Somália, não Marrocos, que foi uma

comparação ainda fraca. E é isso que nos preocupa muito, quando há cortes na medicação, quando há restrições na medicação, num hospital onde falta a fruta, num hospital onde faltam lençóis, onde falta material, onde falta medicamentos! E, isto, preocupa-nos!

E preocupa-nos ainda mais com o agora, o agora anunciado pelo Governo Regional, talvez agachado novamente à troika, onde se vai cortar não sei mais quantos milhões na saúde, na Região. Se há falta de alimentos, se há falta de medicação, se há falta de roupa, onde é que vão cortar?! É deixar os doentes morrerem, deixar os doentes apodrecerem nas camas do hospital!

Apartes inaudíveis na bancada do PSD. Se houver mais cortes na saúde, é essa a intenção deste PSD Regional! O SR. JAIME RAMOS (PSD):- E quem é que trouxe a troika? Foi o PSD?

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sra. Deputada Raquel, faz favor, tem a palavra. Dispõe de 4 minutos. A SRA. RAQUEL COELHO (PTP):- Obrigada, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, muito bom dia para todos. Como tem sido várias vezes aqui mencionado, o SESARAM está a passar por um período de grandes dificuldades

financeiras, devido à má gestão do Governo Regional, que sempre teve outras prioridades, como o betão e o alcatrão, não conseguindo cumprir com o pagamento aos seus fornecedores, especialmente com a indústria farmacêutica, ficando muitas vezes sem medicação para dar aos utentes internados nas unidades hospitalares.

As carências hospitalares fazem-se sentir a vários níveis: para além da falta de medicamentos, faltam recursos humanos, nomeadamente médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar, falta ainda comida para os doentes, roupa hospitalar e produtos de higiene pessoal.

Com tanta falta no SESARAM, o Sr. Secretário Jardim Ramos, na altura em que se discutiu o debate potestativo, aqui apresentado pelo grupo parlamentar do PTP, sobre o estado da saúde pública na Região Autónoma da Madeira, este negou e ofendeu todos aqueles que o contradisseram, e chegou a negar que estas faltas eram recorrentes, dizendo que eram faltas pontuais. Mas isto não passou de uma monumental e vergonhosa mentira! Que o digam os utentes e os profissionais de saúde, que sabem da realidade e da verdade, em especial sabem da verdade aqueles que não podem reclamar, pois são doentes e confinados a uma cama de hospital!

Gostaríamos de saber, se o Sr. Secretário teria coragem de dizer, na cara desses doentes, que os medicamentos, a comida e a roupa, que lhes falta, são pontuais!?

Existe, sim, falta de tudo, na saúde. A saúde trabalha no fio da navalha! Mas pior, são os comportamentos pidescos de quem julga que manda. Falta material e ânimo para trabalhar, num

sítio onde o mérito e as capacidades não são reconhecidos, nem tão pouco valorizadas! O sistema de saúde, na Madeira, atualmente, promove altas problemáticas, desconsidera a vertente humana e nem

valoriza o lucro social dum verdadeiro e eficaz sistema de saúde. No que diz respeito á medicação “unidose”, foi realmente uma boa medida para melhor servir os utentes,

proporcionado as quantidades necessárias ao tratamento individual, a um preço reduzido, no entanto, e mais uma vez, este negócio vai servir mais um lobby instalado. Como o betão já não gera grandes fortunas, procura-se novas oportunidades para esfolar ainda mais os contribuintes madeirenses, mas agora noutra vertente, na área da saúde!

Nós concordamos com a “unidose”, mas em todas as farmácias da Região. Se apenas esta acontece nas farmácias hospitalares, estamos perante uma situação de concorrência desleal, monopólio e violação do direito de escolha do cidadão. Esta é uma forma que o PSD encontrou de todos contribuírem para fazer crescer a fortuna dos barões deste regime em mais uns milhões!

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Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD). Os utentes do SESARAM têm de ter a possibilidade de escolher, se querem adquirir na farmácia hospitalar, ou

noutra qualquer farmácia. Só assim se pode assegurar que os seus direitos sejam respeitados! Muito obrigada. Burburinho. Vozes do PTP:- Muito bem!

Aplausos do PTP. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sra. Deputada Rafaela Fernandes, faz favor, tem a palavra. A SRA. RAFAELA FERNANDES (PSD):- Obrigada, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, se dúvidas houvessem relativamente ao sentido de voto do PSD, em relação a esta iniciativa, depois da intervenção do Deputado Mário Pereira, dúvidas não restam, porque nós votaremos contra esta mesma iniciativa.

E nós votaremos contra, por 4 ordens de razões, que eu passarei a elencar. Primeira questão. Aquilo que aconteceu em 2012, com a aprovação do Decreto Legislativo Regional n.º 3/2012, foi

precisamente a criação da possibilidade da existência da “unidose” aqui na Região Autónoma da Madeira. E, ao contrário daquilo que já foi afirmado anteriormente, este diploma consagra a possibilidade disso acontecer, não apenas na farmácia hospitalar, mas também nas farmácias de oficina, de resto, sistema, esse, que também existe, já, na Região Autónoma dos Açores.

Segunda questão. Naturalmente que, o facto de falarmos em “unidose”, há uma consequência direta, de resto, como foi reconhecido pelo Sr. Deputado Mário Pereira, que isso gera uma poupança de recursos a dois níveis: a um primeiro nível, que é o nível do utente que paga apenas pelos medicamentos que efetivamente precisa; e a um segundo nível, que é a redução da despesa a nível das comparticipações, porque as pessoas deixam que ter que levar para casa quantidades industriais de medicamentos, para arrumar nos armários, e isso significa duas despesas, quer para o bolso da pessoa, quer para o bolso do Estado, que assim se evitam!

Apartes inaudíveis.

Terceira questão, Sr. Deputado, tem a ver com aquilo que o senhor chama de lista “Ad hoc”. E importa fazermos

aqui uma ligeira retrospetiva relativamente àquilo que ocorreu na Região Autónoma da Madeira, estávamos em 2004, era então diretor clínico o Dr. Manuel Brito. E, nessa altura, o Dr. Manuel Brito teve a visão de, à semelhança do que havia a nível nacional, com o formulário nacional para o Serviço Nacional de Saúde, criar para o Serviço Regional de Saúde a mesma história.

E esse formulário veio permitir precisamente uma uniformização em termos de atuação, em termos da prescrição dos medicamentos, quer para os hospitais, quer para os centros de saúde, de resto aquilo que, a nível nacional, está a ser implementado, ou pretende-se implementar, com a criação desta comissão que atualmente o Ministério pretende, e já criou, precisamente para esse mesmo efeito.

E, portanto, aquilo que o Sr. Deputado chama de lista “Ad hoc”, é um formulário já do tempo do diretor clínico, Dr. Manuel Brito, que, depois, esta atual gestão do hospital do Funchal, o que fez, foi convidar os responsáveis de todos os serviços (e eu vou já elencar de que serviços é que estamos aqui a falar), para indicarem quais os medicamentos que fariam falta nessa tal lista “Ad hoc” que o Sr. Deputado aqui chama. Foram convidados os seguintes serviços: Ginecologia/Obstetrícia, Ortopedia, Medicina Interna, Neurocirurgia, Pediatria, Oftalmologia, Cirurgia Geral, as Infecto e Endocrinologia. Os responsáveis destas especialidades foram convidados a indicar quais os medicamentos que interessa aditar neste formulário do Serviço Regional, e, em resultado dessa colaboração, dos responsáveis desses serviços, foram indicados 285 medicamentos, sendo que alguns deles não eram novos para o formulário (à volta de 50% eram novos), mas os demais era apenas a introdução de dosagem. Porquê? Porque, para determinados doentes que precisavam apenas de 500 miligramas, não havia necessidade de termos um de uma grama. E ao contrário também.

E, portanto, aquilo que aconteceu, Sr. Deputado, é que o tal aditamento que ocorreu, foi precisamente pela participação ativa dos responsáveis destas especialidades que eu mencionei, para que este formulário, que o senhor chama de lista “Ad hoc”, mas que é o formulário criado pelo Dr. Manuel Brito, tivesse uma atualização em função daquilo que foi a evolução normal. E há que salientar que não há medicamento nenhum no mercado que não tenha sido validado pelo INFARMED.

E, portanto, aquilo que o Sr. Deputado aqui pretende, com esta alteração legislativa, misturando de alguma forma a fundamentação que aqui apresentou, é, nada mais, nada menos, do que qualquer defesa, ou uma defesa intransigente, por parte do CDS, relativamente à indústria farmacêutica, porque têm muito interesse em que as pessoas levem para casa caixas de medicamentos em detrimento…

Aparte inaudível do Sr. Mário Pereira (CDS/PP). …de ter aquilo que é a medicação necessária para fazer o seu tratamento.

Apartes inaudíveis na bancada do CDS/PP.

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E é isto que incomoda o CDS, e o PSD não percebe porquê e também não quer perceber! Aparte inaudível do Sr. Victor Freitas (PS). Burburinho. E, portanto, Sras. e Srs. Deputados, hoje, nós temos um diploma na Região Autónoma da Madeira que é idêntico ao

dos Açores. Quer a farmácia hospitalar, quer as farmácias de oficina, as farmácias da comunidade, podem ter o sistema “unidose”!

E há aqui uma outra falsidade que o Sr. Deputado Mário Pereira também mencionou, que é a inexistência das regras de segurança e do cumprimento do dever de informação ao utente. E isso é mentira também, Sr. Deputado Mário Pereira, porque o Sr. Deputado Mário Pereira deveria saber que, quando é dispensada a medicação ao utente, é entregue esta embalagem, que tem precisamente toda a indicação daquilo que o senhor mencionou: tem a dosagem, tem a forma, tem a posologia, tem o lote, tem a data de validade. Mas, mais! O sistema informático que existe no hospital permite, inclusivamente, ter a identificação dos doentes que, no caso de haver a necessidade de recolher do mercado alguma medicação por algum problema de algum lote, o que acontece, precisamente, é que a identificação da pessoa está lá e sabe-se precisamente quem é que levou aquela medicação daquele lote, situação que nas farmácias da comunidade, neste momento, ainda não acontece, porque não há lá, no registo da farmácia, a identidade (como o hospital, neste momento, tem, com o sistema informático de que dispõe) de quem é que levou aquele medicamento.

O SR. TEÓFILO CUNHA (CDS/PP):- Isso não é verdade!

Burburinho. O ORADOR:- Também é falso, Sr. Deputado, e o Sr. Deputado sabe, que não existe lista para quem está internado

e não existe lista para quem vai à urgência, não há lista especial a gosto de um ou de outro, há um formulário, e os médicos são independentes e autónomos na prescrição dos medicamentos que consideram mais correta para aquele utente. É isto que acontece! E quando o Sr. Deputado aqui apresenta uma alteração legislativa a dizer que é “preciso salvaguardar o princípio da liberdade do ato médico e da liberdade do utente escolher”, mas isso é o que acontece na prática. Os médicos, hoje, são completamente autónomos e independentes na prescrição do medicamento que entendem. De resto, Sr. Deputado Mário Pereira, se formos ver a estatística entre o número de pessoas que vão à urgência e o número de pessoas que vão à farmácia hospitalar, verá que não há coincidência entre esses dois números, o que significa que alguns vão à farmácia hospitalar, e outros, ou não precisam de medicamentos para levar para casa, ou vão à farmácia de oficina, ou vão á farmácia da comunidade!

E, portanto, Sr. Deputado, o senhor pretende atirar areia para os olhos, confundindo duas questões que são diferentes, que é o facto de haver restrições financeiras, como, de resto, todos os hospitais do País estão a viver, que leva à rotura de stocks e que leva à necessidade de: “temos este medicamento, que é tão bom como o outro, então prescrevam este, porque não temos o outro para já, por situação de rotura de stocks”, e o senhor confunde esta gestão, que é a mais adequada e que serve melhor o utente, porque garantimos que aquele utente leve a medicação e não tenha o encargo de ir procurar à rua, porque ali tem o medicamento às 4, ou às 5 da manhã, disponível, para poder levar apara casa, e confunde isso, Sr. Deputado, com uma situação de lista “Ad hoc”, de restrição, de falta de liberdade dos médicos, na prescrição dos medicamentos, quando, Sr. Deputado Mário Pereira, não é assim. Hoje, os médicos são, independentes, autónomos, livres de prescreverem aquilo que entendem, e a prova disso, Sr. Deputado Mário Pereira, é que o número de utentes que vai à farmácia hospitalar não coincide com o número de utentes que é atendido na urgência, o que prova que muitos deles continuam a ir à rua!

Apartes inaudíveis. O que é expetável, Sr. Deputado Mário Pereira, é que todos os médicos que trabalham na urgência do Funchal

tenham, de facto, esse cuidado de, ao verificar e ao preencherem o formulário que está disponível na rede informática, quando confirmam se há ou se não há stock daquele medicamento, tenham o cuidado de ver se encontram um medicamento semelhante que sirva os mesmos propósitos e evitar que a pessoa vá à rua e que faça a aquisição desse medicamento na farmácia hospitalar.

É isto que está aqui em causa, Sr. Deputado Mário Pereira, e por isso mesmo o PSD não vai votar favoravelmente esta iniciativa do CDS, por considerar que este diploma, sendo, até, de resto, igual ao que existe nos Açores, veio garantir uma poupança de recursos, quer ao utente, porque paga menos e só paga aquilo que precisa, quer ao erário publico ao nível da comparticipação.

Segunda razão. O que aqui se pretende, por parte do CDS, é instigação de um conflito permanente, que não é compatível com a serenidade que se exige ao nível da política de saúde. E para isso, Sr. Deputado Mário Pereira, não conte com o PSD, não conte com esta bancada para continuar a alimentar interesses, que não são interesses públicos, não são interesses da comunidade, são interesses pessoais, que eu não vou aqui discutir!

Vozes do PSD:- Muito bem!

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado Edgar Silva, tem a palavra para uma intervenção.

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O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, colocar aqui, de alguma forma, um reparo, um lamento, relativamente à forma como cada vez mais se vai impondo aquilo que chamaríamos um rasteiro discurso sobre a autonomia. E, no que diz respeito à matéria que estamos discutir, em relação à área da saúde, é também o mais rasteiro discurso relativamente às ambições autonómicas, e particularmente em relação ao sector da saúde.

Há uma ideia que é degenerativa, comparativamente a todo aquele que foi o discurso autonómico desde o nascimento da autonomia e na primeira década de implantação do Sistema Regional de Saúde. E V. Exa. (dirigindo-se ao Sr. Presidente, Miguel Mendonça) foi um desses fundadores, desse sistema, que foi pioneiro e de vanguarda para o

País, de tudo quanto foi feito na área da saúde na Região Autónoma da Madeira. E, hoje, nós assistimos, pela generalidade dos discursos, não direi todos, nós não nos identificamos com esse discurso, que é a ideia de que, na Madeira, não se faz, ou tem que se fazer, porque em Lisboa, ou nos Açores, já se faz, ou se pensa fazer.

Ora, na Madeira, do ponto de vista autonómico, e particularmente em relação à área da saúde, esta ideia de que, é feito em Lisboa, é feito nos Açores, e por isso tem que ser feito na Madeira, esta é uma ideia que é degenerativa, porque, na Madeira, em relação à saúde, nós sempre tivemos um discurso, que era: “Na Madeira, tem que se fazer (em relação à saúde, em particular) mais e melhor do que os outros”, em relação à área da saúde, a Madeira tem que estar na linha da frente. E por se aplicar no Continente determinado tipo de cortes, na saúde, determinado tipo de restrições, determinadas políticas restritivas de ataque a direitos sociais, na área da saúde, como noutros campos, não temos que transpor esse discurso para a Madeira.

Apartes inaudíveis. E, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós assistimos, hoje, a um discurso, que é um discurso do mais rasteiro

discurso político sobre a autonomia, sobre a ambição autonómica e sobre a saúde, porque a Madeira sempre se vangloriou de ter, no sector da saúde, a Joia da Coroa, de ter, na área da saúde, medidas pioneiras, medidas de vanguarda, no reconhecimento de direitos específicos para os seus cidadãos. E vão dizer: “Ah! Mas estamos num tempo de crise, estamos num tempo de dificuldades”. Mentira! Não é mentira que não estejamos, não quer dizer que seja falso que estejamos num tempo de dificuldades financeiras, mas quando nasceu o Sistema Regional de Saúde, na década de 70 e na década de 80, as dificuldades financeiras não eram inferiores àquelas que temos hoje em relação aos meios financeiros, mas havia a clara noção, então, não só pelos partidos da maioria, mas também por aqueles das oposições, que, na área da saúde, este era, inevitavelmente, era prioritariamente um sector estratégico, fundamental e de vanguarda. E nessa altura os meios financeiros escasseavam!

Mas, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em relação ao discurso autonómico, e particularmente em relação à saúde, nós temos que assumir, nas oposições, e na maioria que governa, naqueles que estão no poder, que, na área da saúde, nós temos que fazer muito mais e muito melhor do que no Continente e do que nos Açores. E, se a Madeira se habituou a esse discurso e teve uma prática importante na implantação do sistema de saúde (o atual Presidente esteve ligado a esses fundadores, a par de outros, que tiveram responsabilidade nesse processo), a Madeira não pode continuar a regredir, não pode continuar, diria,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …numa linguagem mais precisa, não pode abandalhar as suas ambições em relação a uma área tão

importante, não só no processo autonómico, mas particularmente em relação ao sector da saúde! Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Maximiano Martins, tem a palavra. Dispõe de 8 minutos.

O SR. MAXIMIANO MARTINS (PS):- Não ocuparei tantos.

Sr. Presidente, bom dia. E dirigindo-me sobre esta matéria, os problemas da saúde, na Madeira, são grandes. A comissão de inquérito ao

SESARAM, que correu nesta Casa, mostrou amplamente as posições das ordens dos médicos e enfermeiros, e as posições dos sindicatos foram também claras sobre as dificuldades, de vária ordem, no funcionamento do Sistema de Saúde Regional.

É muito contestável, isso, também, como elemento central deste debate sobre a saúde, é muito centrável a opção por ter abandonado o novo hospital. O novo hospital teria dado uma possibilidade, ao Sistema de Saúde da Madeira, extraordinária, não só de modernização, como de um ligar às necessidades do turismo, de um turismo sénior, de um ligar à universidade e à investigação, e, portanto, poder ser um polo, não um polo no tratamento dos doentes, mas também um polo de saber, e de conhecimento, e de negócio, no bom sentido, nestas matérias.

E, portanto, todos estes pontos, sabemos, são pontos frágeis das opções governativas, que não seguiram os caminhos adequados, não fizeram as opções necessárias!

Mas também é discutível um sistema de saúde centrado no hospital, hospital cêntrico, e que esquece tudo o resto, e um sistema de saúde centralista nas suas relações com os meios de medicina privada.

A Madeira tinha um sistema de partilha de riscos e de partilha de competências, com clínicas, com médicos, na privada, que funcionava de forma muito interessante, útil, e que, ao contrário de ser desenvolvido, muito embora com restrições de natureza financeira, que os tempos modernos não permitem outra coisa, em vez disso, foi tratado, entre aspas, “a pontapé”, se me é permitida essa expressão.

Portanto, as relações de partilha, de pareceria, foram destruídas!

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Um outro elemento do sistema de saúde que nos parece inegável, é a acumulação de dívidas. É um desastre a acumulação de dívidas que ocorre, e que ocorreu no SESARAM. Quando se começaram os trabalhos da comissão de inquérito, há um ano, e nos apercebemos de dívidas de 2007, 2008, então para um economista e para um gestor, é algo que choca, de forma brutal.

Portanto, algo de muito errado se passou na gestão deste sistema! Mas aquilo que está aqui em discussão, e que o CDS nos traz, é uma questão mais restrita, que é a questão da

“unidose”. E a questão da “unidose”, mesmo para um não especialista, como sou eu, naturalmente, mesmo para um não especialista, mas interessado e que lê sobre o assunto, é uma matéria que deve ser conduzida com muito cuidado, com muita atenção, porque, em torno da “unidose”, há uma leitura ideal, quase utópica, de cada doente ser providenciado exatamente com a intensidade de medicação necessária para o seu tratamento. Mas as condições para realizar isso são extremamente difíceis, de tal forma, que, hoje, gente progressista, e não propriamente reacionários, ligados a meios interessados, vêm dizer, a antiga Ministra Socialista, Ana Jorge e outros, falar dum caminho talvez mais interessante, que é a redução do tamanho das embalagens, porque se o problema que está é para um tratamento de curta duração termos que levar uma embalagem de 50, 100 comprimidos, ou qualquer outra fórmula, então, reduza-se as embalagens, mas sob controlo de todos os tipos que os medicamentos obrigam, necessariamente.

E, portanto, relativamente à “unidose” propriamente dita, acho que há, nesta Casa, um debate a fazer, a 5.ª Comissão poderia iniciar esse debate sobre a questão da “unidose”, poderia avançar para a avaliação do que está a ser feito na Madeira, no SESARAM, nesta matéria, e devo dizer que eu, próprio, proporei, na próxima reunião, em início de Sessão Legislativa, em setembro, ou outubro, em nome do grupo parlamentar do Partido Socialista, uma visita ao hospital, para apreciar a forma como esse processo está a ser conduzido. Porque nós não devemos viver, ou julgar, na base de informações que são contraditórias entre si, temos essa oportunidade como deputados, e, portanto, devemos usar essa prorrogativa, e eu proporei que essa visita ocorra logo no início da próxima Sessão Legislativa.

Muito obrigado.

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sra. Deputada Isabel Torres, tem a palavra.

A SRA. ISABEL TORRES (CDS/PP):- Muito obrigada, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, gostaria de deixar aqui muito claro, que o CDS não é contra a “unidose”, aliás, isso mesmo foi referido pelo meu colega deputado Mário Pereira. Até porque a “unidose”, que, como todos sabem, tem por objetivo dispensar os medicamentos em forma unitária, mas desde que seja de acordo com aquilo que está previsto na lei do medicamento.

E, portanto, que fique claro, que nós não somos contra a distribuição por “unidose”, o que nós somos contra, e fomos contra durante a discussão do diploma que aprovou a distribuição pela “unidose”, é a lista restritiva que se veio a verificar.

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Claro!

A ORADORA:- E, na altura da discussão do diploma, nós chamámos a atenção que era perigoso que fosse a

direção do hospital, e o diretor clínico, a definirem quais os medicamentos que iriam constar da lista. E o que nós defendemos, é que essa lista devia ser a mesma que é adotada pelo INFARMED e que é adotada por todos os hospitais do País.

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Muito bem!

A ORADORA:- E, nisso, nós não queríamos ser diferentes, porque tem que ficar aqui também muito claro, que nós

não temos qualquer ligação, conforme afirmou a Sra. Deputada Rafaela Fernandes, com a indústria farmacêutica, nem quaisquer interesses. Os nossos interesses, aqui, são os interesses…

Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD).

Burburinho.

…dos madeirenses e dos portosantenses, quando têm que ir ao serviço de urgência! E, portanto, nós não estamos aqui a defender quaisquer interesses, sejam eles de qualquer proveniência! O que

acontece, é que ainda não se explicou, e a Sra. Deputada ainda não percebeu, que a própria Ordem dos Médicos… Apartes inaudíveis. …a própria Ordem dos Médicos, quer a nível regional, quer a nível nacional, se manifestou e pediu a suspensão

imediata da prescrição através daquela lista, que é a lista que o hospital dispõe nas urgências. E precisamente, essa posição que foi tomada pelos médicos, que é quem pratica, quem prescreve e quem avalia a situação dos doentes, é que tem, é que sabe, do ponto de vista técnico, se aquela lista corresponde, ou não, às necessidades que esses mesmos profissionais de saúde têm para tratar os doentes. E, como se sabe, a posição da Ordem dos Médicos, quer a nível nacional, quer a nível regional, foi de pedir a suspensão imediata daquela lista, precisamente porque a lista não contemplava um conjunto de medicamentos mais recentes, com menos efeitos colaterais e efeito mais imediato.

A Sra. Rafaela Fernandes (PSD), abana a cabeça em sinal de negação.

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Sra. Deputada, não abane a cabeça…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sra. Deputada, terminou o tempo.

A ORADORA:- …porque, que eu saiba, não é farmacêutica e, portanto, eu sei do que estou a falar!

Aparte inaudível da Sra. Rafaela Fernandes (PSD).

E o que acontece, e o que se pretende, e o que nós ainda não percebemos, é porque é que nós não temos direito a uma lista igual àquela que é disponibilizada aos médicos nos hospitais do País!?

Muito obrigada, Sr. Presidente.

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Muito bem!

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

O Sr. Deputado Mário Pereira está inscrito, mas já não dispõe de tempo. Sra. Deputada Rafaela Fernandes, tem a palavra.

A SRA. RAFAELA FERNANDES (PSD):- Obrigada, Sr. Presidente.

Apenas e só para fazer uma segunda intervenção e uma rápida intervenção, para deixar duas coisas muito claras. E a primeira ideia que é preciso deixar muito clara, é que, ao PSD, a única coisa que interessa é que as pessoas

fiquem devidamente satisfeitas e devidamente protegidas. E isso significa que o que nós queremos, é que seja garantida a medicação que aquela pessoa precisa para tratar o seu problema de saúde, não nos interessa que as pessoas levem para casa caixas de medicamentos. Isso não nos interessa, Sras. e Srs. Deputados!

Apartes inaudíveis. Segundo, o que nos interessa, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é que o Serviço Regional de Saúde, hoje,

tem um formulário que, inclusivamente, é mais vasto do que aquele que é o formulário no Serviço Nacional de Saúde. Aparte inaudível da Sra. Isabel Torres (CDS/PP). E, portanto, é falso dizer-se que há uma lista “Ad hoc” restritiva e que os madeirenses e portosantenses são

prejudicados por comparação aos demais. Apartes inaudíveis do Sr. Lopes da Fonseca e da Sra. Isabel Torres (CDS/PP).

Isso não é verdade! E o que o CDS aqui quer fazer passar, é que o diploma deles iria resolver esta situação, quando a questão não está

a este nível, a questão está na gestão de stocks e na necessidade de regularizar a situação de pagamento às

farmácias, situação, essa, que está a ser resolvida, como é do conhecimento público, e não se pode confundir essa situação, de questões financeiras, com a tal situação que existe no Serviço Regional de Saúde, desde 2004, que é um formulário do Serviço Regional que, inclusivamente, tem medicamentos que é uma lista mais vasta do que aquela existente no Serviço Nacional de Saúde.

Protestos na bancada do CDS/PP. E o CDS, aquilo que aqui pretende, é instigar um conflito permanente e gerar desconfiança nas pessoas

relativamente àquilo que é a prestação do serviço de urgência do Funchal, quando no serviço de urgência do Funchal temos, aliás, uma pessoa com mérito reconhecido até em termos internacionais, que é o Dr. Pedro Ramos, e que eu tenho pena que os senhores ponham em causa, porque a qualidade do nosso serviço de urgência e dos médicos que lá trabalham, Sra. Deputada Isabel Torres, merecem mais respeito da vossa parte, porque o que fazem, diariamente, naquele serviço, é tratarem, com o maior empenho, as pessoas que lá precisam de ser atendidas!

Aparte inaudível da Sra. Isabel Torres (CDS/PP). Burburinho.

E, Sras. e Srs. Deputados, quanto, e termino, relativamente àquilo que o Sr. Deputado Edgar aqui falava, que é a colagem, ou o fazer o mesmo do serviço nacional, ou dos Açores, Sr. Deputado Edgar, as boas práticas devem ser implementadas. E o que está aqui em causa, Sr. Deputado Edgar, é que, face à regionalização da saúde na Madeira, foi possível atingir, hoje, patamares de resposta que de outra forma não seria possível na Madeira, porque hoje nós temos, na Madeira, uma resposta para o número de habitantes existentes na Região, que a nível nacional não existe para o mesmo número de habitantes, e que, de outra forma, eu tenho a certeza, não seria atingido, se não tivesse havido a regionalização e se não houvesse autonomia em relação à gestão do Serviço Regional de Saúde!

Burburinho.

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E, mais! Sr. Deputado Edgar, nós não temos que ser criativos em todos os níveis. Se há boas práticas, se há bons exemplos, nós devemos adotá-los, devemos ter essa humildade. E é isso que o PSD tem tido, que é aplicar os bons exemplos e deixar de parte aquilo que não são bons exemplos, em benefício, que é isso que importa, do utente que vai ao Serviço Regional de Saúde!

Muito obrigada. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Srs. Deputados, vou colocar à votação, na generalidade, o diploma que tem estado em debate. Submetido à votação, foi rejeitado com 25 votos contra do PSD, 14 votos a favor, sendo 8 do CDS/PP, 3 do PTP, 1

do PCP, 1 do PAN e 1 do MPT e 5 abstenções do PS. Passamos ao ponto 2 da nossa ordem de trabalhos, com a leitura do parecer da 7.ª Comissão Especializada e

apreciação e votação na generalidade do projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do CDS/PP, intitulado “Regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos com exercício de funções em cargos públicos da Região Autónoma da Madeira”, apresentado nos termos do disposto no artigo 12.º, alínea e), e artigo 66.º do

Regimento da Assembleia Legislativa. E eu pedia à Sra. Secretária o favor de proceder à leitura do parecer da 7.ª Comissão. Foi lido e consta do seguinte:

Projeto de Decreto Legislativo Regional “Regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos com exercício de funções em cargos públicos da Região

Autónoma da Madeira” PARECER

Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 136.º do Regimento da Assembleia Legislativa da Madeira, reuniu no dia 02 de novembro de 2012, pelas 11 horas, a 7.ª Comissão Especializada Permanente de Administração Pública, Trabalho e Emprego, para analisar o diploma em epígrafe da autoria do CDS/PP.

Após a verificação formal e material do diploma, a Comissão considerou por unanimidade estarem reunidos os pressupostos para remissão do Projeto de Decreto Legislativo Regional para discussão e apreciação em Plenário.

Este parecer foi aprovado por unanimidade. Funchal, 02 novembro de 2012. O Relator, Ass.: Rafaela Fernandes.-

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Secretária.

Está em discussão, na generalidade. E dou a palavra ao Sr. Deputado Lopes da Fonseca, para uma intervenção.

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, hoje, o último dia desta Sessão Legislativa, o último dia parlamentar desta Sessão Legislativa, poderá ficar na história do nosso Parlamento, se, como o CDS espera, houver um amplo entendimento, eventualmente, até, uma unanimidade, à volta deste projeto de decreto legislativo regional…

O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Ainda acredita no Pai Natal!?

O ORADOR:- …que é o regime jurídico das incompatibilidades e impedimentos com exercício de funções em cargos

públicos na Administração da Região Autónoma. O que significa, que nós temos aqui a possibilidade, nós, deputados, eleitos pelo povo, de desmistificarmos aquilo que, publicamente, muitas vezes ouvimos, de que os deputados, em matéria de incompatibilidades e de impedimentos, nada têm feito ao longo dos últimos anos para que a transparência e a clarificação dos interesses de quem exerce estes cargos possa vir a consubstanciar-se através de uma lei.

O CDS, através deste projeto que, hoje, aqui, apresenta, e para o qual, desde já, solicita que haja o maior consenso possível, para bem do desempenho da nossa atividade como parlamentares e para o interesse que tem a imagem deste Parlamento no âmbito da opinião pública, nós podemos dar, aqui, hoje, um passo que poderá ser histórico, no sentido de demonstrarmos que os deputados, ao contrário daquilo que muitos afirmam, os deputados são pessoas de bem e querem, obviamente, defender a transparência e a moralização da vida pública.

Neste sentido, temos o dever e a responsabilidade, enquanto eleitos pelos madeirenses e porto-santenses, de dar esse exemplo de transparência a todos aqueles que depositaram em nós a confiança para os representar ao longo de 4 anos.

O CDS está disposto a este diálogo, para encontrar o consenso neste diploma, estamos abertos a contribuições de todos os grupos parlamentares e deputados únicos desta Casa, para que, depois daquela aprovação que aqui solicitamos, possamos, eventualmente, conseguir uma unanimidade em sede de comissão.

Nesse sentido, o Grupo Parlamentar do CDS não tem nenhum complexo, nunca teve, em matéria legislativa relacionada com as incompatibilidades e os impedimentos do exercício de funções pelos titulares de cargos públicos na Região, de procurar as pontas de consenso com todos os partidos desta Casa. E por isso mesmo, nós estamos abertos a esse diálogo, e, desde já, concordamos, em sede de comissão, sendo aprovado este diploma, como esperamos, em aceitar as propostas da alteração. Aliás, estes cargos públicos da Região Autónoma da Madeira, dos quais estão explícitos, aí, na nossa proposta, se destacam, sobretudo os diretores regionais e equiparados e os presidentes ou

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membros dos órgãos diretores ou da administração de institutos públicos, aliás, como já aqui foi referido um deles, que é precisamente em relação ao SESARAM, que tivemos aqui a oportunidade de discutir no diploma anterior, todos estes cargos devem exercer a sua atividade em exclusividade. Esta é a base da proposta: todos os cargos elencados na nossa proposta devem exercer a sua atividade em exclusividade! Aliás, como já se verifica a nível nacional, depois da aprovação das leis, inicialmente a lei que consubstanciou estas incompatibilidades em relação aos membros representantes da República em cargos públicos, a Lei n.º 64/93, de 26 de agosto, assim como a Lei n.º 28/95, de 18 de agosto.

Portanto, estas leis consubstanciaram um conjunto de impedimentos e incompatibilidades ao nível da República, nomeadamente no que concerne aos titulares de cargos públicos.

Nesse sentido, a Região Autónoma da Madeira, hoje, no último dia desta sessão Plenária, da II Sessão Legislativa desta Legislatura, poderá ficar marcada como um dia histórico, que nós, deputados, poderemos demonstrar, mais uma vez, e repito, porque nunca é demais, que nós somos pessoas de bem, queremos a moralização da política, queremos a transparência na atividade política, e aqui, hoje, podemos conseguir, através desse consenso, através desse entendimento, de todos os partidos, que essa realidade é possível e que não há uns que são os bons e outros que são maus, e nós, todos, poderemos, e aqui fica o repto (e não me alongo mais, porque vamos ter discussão) para que todos nós, de todos os partidos, nos entendamos, no sentido de aprovarmos esta proposta e, eventualmente, a podermos melhorar em sede de comissão.

Muito obrigado. Vozes do CDS/PP:- Muito bem!

Aplausos do CDS/PP. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Coito Pita um pedido de esclarecimento, tem a palavra. O SR. COITO PITA (PSD):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a pergunta é simples, direta, e espero, da parte do Sr. Deputado, uma resposta também concreta. E, precisamente para se evitar fugas a respostas, eu releio o n.º 7 do artigo 231.º da Constituição: “O Estatuto dos titulares dos órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas é definido nos respetivos estatutos político-administrativos”.

Hoje estamos aqui a discutir um Decreto Legislativo Regional, e a pergunta que eu faço ao Sr. Deputado é esta: Imunidades, Incompatibilidades e impedimentos dos deputados, onde é que deve estar?

Apartes inaudíveis.

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Lopes da Fonseca para responder, tem a palavra. O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sr. Deputado Coito Pita, deve ter lido certamente o artigo

10.º do diploma, que diz: “Enquanto não for aprovado, em sede de Estatuto Político-Administrativo, o regime de incompatibilidades e impedimentos dos cargos políticos ou titulares nos órgãos do governo próprio da Região, aplicam-se as regras dos artigos 4.º, 7.º e 9.º do presente diploma”.

Sr. Deputado, enquanto não houver revisão do Estatuto Político-Administrativo, podemos perfeitamente. E a questão que se coloca é, Sr. Deputado, o CDS apresentou já nesta Sessão Legislativa uma proposta de alteração ao Estatuto Político-Administrativo. Enquanto não se alterar o Estatuto Político Administrativo, devem-se aplicar estes artigos, Sr. Deputado.

Apartes inaudíveis entre as bancadas do PSD e do CDS/PP.

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Coito Pita para uma intervenção, tem a palavra. O SR. COITO PITA (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, qualquer um deputado do PSD, qualquer um

deputado deste PSD, é contra o sistema atual e pela previsão clara na lei de imunidades, incompatibilidades e impedimentos. Isto é uma regra de ouro que qualquer deputado…

Apartes inaudíveis.

…e eu creio que qualquer um deputado desta Casa, independentemente do respetivo partido, se estiver de acordo com a sua consciência, é pela existência de um regime de incompatibilidades, impedimentos e imunidades, porque a incompatibilidade significa, e é um corolário do princípio constitucional da imparcialidade, que qualquer detentor de cargo político tem que ser imparcial, imune, independente, no exercício das suas funções políticas ou públicas!

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O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Muito bem!

O ORADOR:- Isto é pacífico!

Por isso é que eu diria que, qualquer um dos deputados aqui presentes, do PSD, é a favor dum regime de impedimentos e incompatibilidades, porque a incompatibilidade…

Aparte inaudível do Sr. José Manuel Coelho (PTP). …é a impossibilidade de acumular, simultaneamente, dois cargos, ou funções, por a lei considerar, em abstrato,

independentemente da pessoa em concreto que os acumula, que essa acumulação é suscetível de pôr em causa a isenção de imparcialidade exigida ao cargo.

O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Muito bem!

O ORADOR:- Só que, o que é que nós estamos aqui a discutir hoje? Nós estamos a discutir um projeto de Decreto

Legislativo Regional. E eu pergunto: quer-se atingir, quem e como? Quem e como? O SR. LOPES DA FONECA (CDS/PP):- Está na lei!

O ORADOR:- O meu colega de bancada já respondeu à resposta que o Sr. Deputado Lopes da Fonseca deu, que o

artigo 10.º é, e eu não acredito que tenha sido um jurista a fazê-lo,… O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Cá nada! O ORADOR:- …é uma aberração jurídica do ponto de vista constitucional!

Apartes inaudíveis. E eu vou desmontar que assim é. O artigo 10.º é uma aplicação provisória. Diz assim: “Enquanto não for aprovado, em sede de Estatuto Político-

Administrativo, o regime de incompatibilidades e impedimentos dos cargos políticos ou titulares nos órgãos de governo próprio da Região, aplicam-se as regras dos artigos 4.º, 7.º a 9.º do presente diploma”. Ou seja, os senhores estão a dizer que, através de um Decreto Legislativo Regional, o que viola a Constituição que diz que tem que ser o Estatuto, estão a aplicar um sistema provisório, transitório.

Ora, isto não é possível! Não é possível aplicar, transitoriamente, via Decreto Legislativo Regional, o que a Constituição diz que tem de ser no próprio Estatuto. E, como sabeis…

Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP).

Sr. Deputado, isto é elementar! Mas vamos chegar ao fim, deixe-me chegar ao fim! O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- É primário!

O ORADOR:- Isto é elementar!

Aparte inaudível do Sr. José Manuel Rodrigues (CDS/PP).

Sr. Deputado José Manuel, V. Exa. esteve na Assembleia da República, ainda pode ir e pode aproveitar para tirar o

curso de direito numa daquelas universidades de 3 anos…

Risos do Sr. José Prada (PSD).

Porque aí, tenho a certeza absoluta que o Sr. Deputado…

O SR. JOSÉ MANUEL RODRIGUES (CDS/PP):- Foi numa dessas que tirou o seu!?

O ORADOR:- Não, não foi, porque no meu tempo não havia essas, Sr. Deputado!

O Sr. Deputado não pode dizer que, porque isto é óbvio, qualquer pessoa que lê este artigo 10.º, que diz que o CDS está a dizer que vai aplicar, provisoriamente, através de Decreto Legislativo Regional, suspender o sistema e aplicar este sistema do Decreto Legislativo Regional, viola claramente a constituição. Isto para mim é ó-bvi-o!

Burburinho geral.

Mas, a verdade…

Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP).

Oh! Sr. Deputado, mas a verdade, a verdade…

Burburinho.

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Já vamos lá! Se eu disser, como eu estou dizendo, que é ilegal, que é inconstitucional, que viola o Estatuto, que viola a

Constituição, eu pergunto: o que é que vai ser transmitido para o exterior? Não vão dizer nada disso! O que é grave, nisto tudo, é que eu não tenho quaisquer dúvidas que o Grupo Parlamentar do PSD, com base nestes argumentos, tem 100% de razão, mas para o exterior vai ser dito o contrário! Como pelos vistos, parece que no dia de hoje terão dito que algo iria ser feito…

Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP).

Burburinho. Não sei! Bem! Mas o que é certo, é que, o que iria ser transmitido para o exterior, é que o PSD é contra o regime de

incompatibilidades. Mas eu já disse, todos nós, eu próprio já fiz afirmações e já fiz intervenções nesta Assembleia, dizendo claramente que sou claramente…

Aparte inaudível do Sr. José Manuel Rodrigues (CDS/PP). Burburinho. Mas não sou eu que mando, é o PSD! O SR. JOSÉ MANUEL RODRIGUES (CDS/PP):- Ah! Não quer?! O PSD não quer!

Burburinho.

O ORADOR:- Oh! Sr. Deputado José Manuel, tenho todo o prazer em dialogar consigo e discutir este assunto, aqui,

nesta Casa, e espero que o faça, para eu desmontar todos os vossos propósitos! Portanto, eu… Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). O ORADOR:- Exatamente! Está a ver? O Sr. Deputado ainda está um pouco equivocado, baralhado, porque a

verdade é esta! Bem! Eu já disse que sou a favor… Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP).

Olhe! Resolve-se o problema facilmente. Todo este Grupo Parlamentar do PSD é a favor deste diploma. O SR. TEÓFILO CUNHA (CDS/PP):- Não, não são todos! Não!

O ORADOR:- Estamos todos de acordo com este diploma!

Burburinho.

Estamos todos de acordo com este diploma, mas não é de agora que estamos de acordo, o PSD já apresentou,

anteriormente, um projeto de proposta de lei à Assembleia da Republica, em que previa, e isto foi em 2005, nesse projeto, um registo de interesses, junto do Tribunal Constitucional, dos membros dos órgãos de governo próprio da Região. Nós fizemos isto!

Bem! Por razões que não interessa para aqui discutir…

Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP). Exatamente, exatamente! Bem!… O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Porque é que a Constituição disse? O Tribunal Constitucional o que é que disse?

Burburinho entre as diversas bancadas. O ORADOR:- Eu deveria ter perguntado ao Sr. Deputado Lopes da Fonseca, há pouco, além da pergunta que lhe

fiz, uma outra questão, devia ter-lhe colocado outra questão. O que é que o Sr. Representante da República faria, se este diploma fosse, hoje, aprovado na generalidade e na especialidade, o que é que aconteceria?

Burburinho geral.

Bem! O n.º 5, do artigo 269.º da Constituição, “Regime da Função Pública”, diz: “A lei determina as incompatibilidades entre o exercício de empregos ou cargos públicos e o de outras atividades”. Se eu perguntar a

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qualquer Sr. Deputado, o que é que hoje estamos aqui a discutir, se eu perguntar hoje a qualquer pessoa o que é que nós estamos a discutir, a resposta é: Incompatibilidade dos deputados e impedimentos dos deputados! E o engraçado disto, é que este diploma não é isto, o que é engraçado é que o que nós estamos a discutir, é uma iniciativa legislativa deste Parlamento sobre…

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Diretores de cargos públicos!

O ORADOR:- …exercício de funções em cargos públicos na Região Autónoma da Madeira!

O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Muito bem!

Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD).

Burburinho.

O ORADOR:- Quer dizer, mas, o sui generis de todo este processo, é que, para o exterior, nós estamos a discutir o

regime das imunidades, impedimentos e incompatibilidades dos Srs. Deputados deste Parlamento!

O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Muito bem!

O ORADOR:- É para verem como é que as coisas se transmitem e como, de alguma forma, nós damos a volta às

coisas e transmitimos aquilo que não é!

Burburinho.

Este projeto tipo de diploma…

Diálogo entre as diversas bancadas.

Vamos entrar agora nos pormenores! A alínea m)…

Apartes inaudíveis dos Srs. José Manuel Rodrigues e Lopes da Fonseca (CDS/PP).

Sr. Deputado José Manuel, Sr. Deputado Lopes da Fonseca, a alínea m)…

Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP).

Oh! Sr. Deputado, depois, daqui a pouco, o Sr. Deputado não…

Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP).

Pois! Mas é que daqui a pouco, o Sr. Deputado não pode ripostar aquilo que lhe vou dizer! A alínea m) do artigo 40.º do Estatuto, invocado logo no preâmbulo, se pegarem no Estatuto, (portanto, há um lapso

qualquer, que eu não percebi, nem sei qual é a alínea que querem invocar), a alínea m) é “saúde e segurança social”, ou seja, os senhores do CDS…

Apartes inaudíveis. Por isso é que eu digo que isto não foi feito por um jurista. A alínea m), do artigo 40.º invocado, diz respeito à saúde e segurança social. Depois, a alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º, também invocado neste diploma, se pegarem na Constituição, diz respeito

a: ”Legislar,…em matérias…que não estejam reservadas à competência própria dos órgãos de soberania”. Daí voltarmos à primeira pergunta que eu fiz ao Sr. Deputado…

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- O artigo 1.º…

O ORADOR:- Oh! Sr. Deputado, não! Os senhores estão aqui a invocar a alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º, que é a

possibilidade da Assembleia Legislativa legislar em matérias que não sejam reservadas à competência própria dos órgãos de soberania. E, esta, o Sr. Deputado respondeu, e bem, também tem matéria de Estatuto. Logo, a matéria de Estatuto não pode ser a alínea c) do n.º 1, porque nós não temos competência legislativa.

A alínea m) do artigo 40.º também não é, é de certeza um lapso, e eu também cometo lapsos, porque é saúde e segurança social!

Mas vamos para o artigo 1.º. Bem! Os senhores…

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Às leis!

O ORADOR:- Vamos às leis!

Olhe! E para não dizerem que eu estou a dar voltas e a fazer afirmações incorretas, fui ao site da Procuradoria-Geral da República…

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Aparte inaudível do Sr. José Manuel Rodrigues (CDS/PP). Oh! Sr. Deputado José Manuel, ouça esta! …eu fui ao site da Procuradoria-Geral da República, que dá a resposta (porque eu já tinha apanhado e, de facto,

esta, os senhores já vão ver o que é que vai acontecer), e diz: “O regime jurídico de incompatibilidade e impedimentos de titulares de cargos políticos encontra-se, a-tu-al-men-te, consubstanciado nos seguintes diplomas legais: Lei n.º 64//93 (que os senhores estão a utilizar); depois falta a Lei n.º 2/2004 (que não está e que eu já vou dizer o que é que é); não está o Decreto-lei n.º 71? Não! É que os senhores só pegam na Lei n.º 64/93, e as alterações subsequentes da Lei n.º 64.

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Porque é a base!

O ORADOR:- Oh! Senhor, está bem, é a base! Mas a lei…

Apartes inaudíveis na bancada do CDS/PP. Estão a ver como os senhores não fizeram o trabalho de casa!? A Lei n.º 2/2004 não está prevista; o Decreto-lei n.º

71/2007 não está previsto; o Decreto Legislativo Regional (da Madeira) n.º 12/2010/M, de 5 de agosto, também não está previsto.

Bem! Vou ler, para não haver dúvidas, o que consta do site da Procuradoria-Geral da República: Lei n.º 64/93, de 26 de agosto: ”Por força da revogação das alíneas a) e b) do artigo 3.º (operada pelo Decreto-lei n.º 71/2002, de 27 de março), atualmente são fiscalizados ao abrigo do regime substantivo de incompatibilidades e impedimentos constante desta lei (e agora ouçam esta!) unicamente os membros em regime de permanência e a tempo inteiro de entidade pública independente prevista na Constituição ou na lei”.

Se eu lhe perguntar, se eu perguntar a qualquer um dos Srs. Deputados aqui presentes, quais são as pessoas, quais são os membros…

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Primeiro, leia, leia!

O ORADOR:- …em regime de permanência e a tempo inteiro de entidade pública independente prevista na

Constituição ou na lei, ninguém sabe dizer qual é! Ou seja, neste momento, Sr. Deputado, com base na Lei n.º 64… O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- O artigo 2.º!

O ORADOR:- Já vamos ao artigo 2.º.

Porque aquilo que os senhores fizeram, foi: aplicaram, nos casos omissos, a Lei n.º 64. Mas a Lei n.º 64 só se aplica, neste momento, a uma entidade, porque todas as outras já foram revogadas!

Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP). Sr. Deputado, é que já foram revogados! Os senhores… Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP). Olhe! A Lei n.º 64/93 já não inclui os representantes da República, por razões óbvias, e o governador e secretários

adjuntos de Macau; Burburinho. …já não prevê, também, por razões óbvias, o governador e o vice-governador civil… Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP). Oh! Sr. Deputado, mas eu sei quais são os que estão, os senhores é que não sabem! Apartes inaudíveis na bancada do CDS/PP. Não, porque os senhores não sabem, porque não pegaram nas leis. Os senhores só se basearam na Lei n.º 64/93,

esquecerem-se da Lei Orgânica n.º 1/2011, que falta e que era importante, esqueceram-se das situações concretas da Lei n.º 2/2004, esqueceram-se da situação concreta do Decreto-lei n.º 71/2007, como de decretos legislativos regionais. E para que não houvesse dúvidas, e não há dúvidas quanto a esta matéria, atualmente são fiscalizados, com base na Lei n.º 64/93, só um, porque o resto está tudo excluído!

Bem! Depois, o que é engraçado nisto, é que os senhores recolocaram, no diploma regional…

Burburinho. Sr. Deputado Lopes Fonseca, é que o senhor, assim, não consegue acompanhar!

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Eu estou a ouvir!

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O ORADOR:- É porque os senhores fizeram… É que não foi o Sr. Deputado. Oiça! O Sr. Deputado é líder e está a

defender, e bem, porque é o princípio, tal como eu, agora, o que está por detrás é que não está correto. Por exemplo, o que os senhores fizeram…

Aparte inaudível do Sr. José Manuel Rodrigues (CDS/PP).

Olhe! Nem foi à comissão correta, porque devia ter ido à 1.ª Comissão e não foi à 1.ª Comissão!

O SR. JOSÉ MANUEL RODRIGUES (CDS/PP):- Uma baralhada! Não devia ir!

O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Não devia ir?! Devia! E não foi, porquê?

O ORADOR:- Os senhores…

O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Não foi, porquê?

Aparte inaudível do Sr. José Manuel Rodrigues (CDS/PP).

O ORADOR:- Há uma série de situações que estavam, que já estiveram na Lei n.º 64/93, mas que foram revogadas.

Olhe! Estavam previstos: presidentes, vice-presidentes e vogais da direção de instituto público, fundação pública ou estabelecimento público, bem como os diretores gerais e subdiretores gerais, e aqueles cujo estatuto lhes seja equiparado, em razão da natureza das suas funções. Todas estas situações foram revogadas!

Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP).

A Lei n.º 12 /96, de 18 de abril…

Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP). Oh! Sr. Deputado, mas é que é verdade, foi revogado. E foi revogado, porque existe um regime específico para

estas situações concretas, para os presidentes, vice-presidentes e vogais de direção de instituto público, fundação pública ou estabelecimento púbico, bem como diretores gerais, mas os senhores, no Decreto Legislativo Regional, decidem incluir na alínea b) do n.º 2 do artigo 2.º. Ou seja, tudo aquilo que está previsto em leis deste País e que são aplicáveis à Madeira, e respondendo àquela sua pergunta de há pouco, veja o artigo 2.º. Pois é! É que o artigo 2.º, o que faz, é incluir entidades que têm um regime jurídico específico de impedimentos, incompatibilidades e imunidades, mas numa lei própria, cujo regime é aplicável também à Madeira e que foi excluído da Lei n.º 64/93. Os senhores já pensaram nisto?! Ou seja, num Decreto Legislativo Regional, estão a incluir, dizendo que aplicam a Lei n.º 64/93, quando a Lei n.º 64/93 já os excluiu, por remeter para legislação própria, e os senhores voltam a fazer o contrário!

Ora, isto, de facto, Sr. Deputado, e desculpar-me-á, mas isto de facto é uma grande baralhada! Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP). Os gestores públicos, está na linha c) do n.º 2 do artigo 2.º, Sr. Deputado, também foi revogado pelo Decreto-lei n.º

71/2007. Sabe porquê, Sr. Deputado? Porque os gestores públicos têm um regime próprio. Portanto, não está na Lei n.º 64/93. E o que os senhores estão a fazer é: estão repristinar, estão a chamar aquilo que a Assembleia da República deu sem efeito, quando…

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Mas, afinal, porque é que quiseram autonomia?

O ORADOR:- Desculpe!?

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Porque é que quiseram autonomia?!

O ORADOR:- Olhe! Está a ver como o senhor não sabe?! É porque, na Madeira, em relação aos gestores públicos,

nós temos um regime que foi aprovado nesta Casa! Nós temos… Risos na bancada social-democrata. Burburinho.

Nós temos um Decreto Legislativo Regional, que é o n.º 12/2010/M, de 5 de agosto… Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP).

Mas não pode, porque os gestores públicos… O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Tem regime de incompatibilidades?!

O ORADOR:- Tem, Sr. Deputado! É o Decreto Legislativo Regional n.º 12/2010/M. E, relativamente ao nacional, é o

Decreto-Lei, portanto, é uma lei…

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O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Mas não sabe!

O ORADOR:- Não, não sei! Não sei, mas, relativamente aos gestores executivos e não executivos da Região

Autónoma da Madeira… Burburinho. …em relação aos gestores executivos e não executivos da Região Autónoma da Madeira, “os respetivos titulares

estão obrigados a depositar, na Procuradoria-Geral da República, nos 60 dias posteriores à tomada de posse, a declaração de inexistência de incompatibilidades ou impedimentos que se rege pelo disposto nos artigos 11.º e 12.º da Lei n.º 64/93, de 26 de agosto!

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Aaaahhhh!

O ORADOR:- Mas, oh! Sr. Deputado…

Burburinho geral. O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Vá lá! Deu tanta volta para chegar lá!

O ORADOR:- Não, não foi, não foi!

Depois… Burburinho. Olhe! Sr. Deputado, vamos continuar! Depois, os senhores fazem uma coisa que é uma inovação, que é pôr, por exemplo, os chefes de gabinete e os

adjuntos passam a ser, pelos senhores, por vossa decisão, única neste País, porque no resto do País não existe, eles passam a ser titulares de cargos públicos ou equiparados.

Mas depois, o engraçado é que, por exemplo, no artigo 4.º, diz que o cargo de chefe de gabinete, ou de adjunto, “ficam impedidos, pelo período de 3 anos, a contar da data da cessação das respetivas funções, no sector por eles diretamente tutelado”.

Ora, eu não sabia que um chefe de gabinete tutelava o que quer que fosse! Apartes inaudíveis. Não, só se for nas vossas orgânicas. É porque, por lei, o chefe de gabinete não tutela nada! O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Tutela, e muito!

O ORADOR:- Mas depois, diz assim: que o chefe de gabinete, que tutela (que eu não sei como),…

O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Quem é que fez isto?

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Olhe! Foi você!

O ORADOR:- …”…desde que,…

O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Eu?!

Aparte inaudível do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP). O ORADOR:- …no período do respetivo mandato, tenham sido objeto de operações de privatização…

Burburinho. Os senhores estão a ouvir o que eu estou a dizer? Um chefe de gabinete, que não tutela o que quer que seja, mas é: “…desde que, no período do respetivo mandato,

tenham sido objeto de operações de privatização…”. Ora, eu não consigo perceber! Não consigo perceber onde é que os senhores querem chegar! Mas depois, isto é brilhante:… O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- É a transparência. A transparência!

Burburinho.

O ORADOR:- …“Excetua-se do disposto…

Burburinho.

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Oh! Srs. Deputados, isto é importante. Vejam o caso concreto do chefe de gabinete: “Excetua-se… o regresso à empresa ou atividade exercida à data da investidura do cargo”. Ou seja, um chefe de gabinete, que não tutela nada, que não tem nada a ver com operações de privatizações, se regressar à empresa que exercia, à data da investidura do cargo, já pode regressar. Está previsto no vosso diploma! Quer dizer, o chefe de gabinete fica impedido para o futuro, mas se veio de uma empresa, pode voltar, ou seja, os senhores estão a dizer que essa pessoa pode influenciar, já não tem problemas nenhuns!

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Onde é que está isso?

O ORADOR:- Está no n.º 2 do artigo 4.º!

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Não, não!

O ORADOR:- É isto!

Burburinho.

A SRA. RAFAELA FERNANDES (PSD):- Está lá escrito!

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Dê mais uma volta, mas chegue ao 64/93!

Burburinho.

O ORADOR:- O Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira prevê, no artigo 23.º, as

imunidades, prevê no artigo 34.º as incompatibilidades, e prevê no artigo 35.º os impedimentos. Este diploma, com o devido respeito que há pela iniciativa, e acho que isso é que é importante, esta iniciativa, e

sinceramente acho que a sua postura, na sua intervenção, está 100% correta, porque permitiu, pelo menos pela sua intervenção eu fiquei com essa ideia, e é bom que assim seja, porque ninguém é dono da verdade, há erros, eu cometo também os meus erros, os senhores, neste diploma, na minha opinião, cometem alguns erros que poderão ser melhorados e aperfeiçoados…

Aparte inaudível do Sr. Roberto Rodrigues (CDS/PP). …mas o que importa aqui, é nós termos, no Estatuto, e isso é pacífico, que deve ser no Estatuto que o regime dos

impedimentos, das imunidades e das incompatibilidades devem estar previstos. Penso que estamos todos de acordo com esta matéria. Depois, se houver coragem e vontade do CDS e do PS, que são os partidos que interessam, e do PSD, nós podemos trabalhar, como também já disse numa intervenção recente nesta Assembleia, nós podemos trabalhar, em conjunto, para alterar o Estatuto, no que respeita a esta matéria, mas com o compromisso, tem de haver o compromisso de todos os partidos, que não haverá, depois, quaisquer adulterações na Assembleia da República, porque é necessário que aquilo que sai daqui, que emana da vontade popular madeirense, seja respeitado na Assembleia da República!

O SR. JOSÉ PEDRO PEREIRA (PSD):- Muito bem! Nem mais!

Burburinho. O ORADOR:- Se houver este compromisso, do PS e do CDS, o Partido Social-Democrata está disposto a prever e a

alterar este regime jurídico! Mas, no que respeita ao que importa, que é este diploma, que não tem nada a ver com deputados, este diploma não

pode prever o que quer que seja sobre impedimentos, incompatibilidades e imunidades de deputados, porque isso, como os senhores concordam, como ninguém pode dizer o contrário, só pode estar previsto no Estatuto!

Portanto, o meu repto é este: Primeiro, o compromisso de todos estes 3 partidos de que trabalharemos, em conjunto, para elaborar,

eventualmente, numa alteração ao Estatuto, mas que a Assembleia da República não possa alterar uma vírgula daquilo que, em conjunto, trabalhamos e aprovamos!

Segundo, que, relativamente ao regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos com exercício de funções em cargos públicos da Região Autónoma da Madeira, Sr. Deputado, líder do grupo parlamentar do CDS/PP, seja alterado, porque tem, de facto, de ser alterado, atendendo à inúmera legislação que previa, ao longo dos tempos, uma adulteração do regime jurídico da Lei n.º 64/93.

Mas, Srs. Deputados, se se pretende ir mais longe, que se vá! O Partido Social-Democrata, e eu já fiz intervenções nesse sentido, o Dr. Alberto João já fez intervenções nesse sentido, o Dr. Manuel António já fez intervenções nesse sentido, outros não sei se fizeram,…

Aparte inaudível do Sr. Victor Freitas (PS). Burburinho.

…o líder do grupo parlamentar do PSD também já fez intervenções nesse sentido, porque é que não há coragem de alterarmos a Lei Eleitoral? Porque é que não há coragem de alterarmos a Lei Eleitoral? Nós estamos a 2 anos das eleições regionais!

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Apartes inaudíveis. Também lanço um repto ao CDS e ao PS para trabalharmos, em conjunto, para alterar a Lei Eleitoral, reduzindo o

número de deputados, porque isso é que é importante. Burburinho. Há outras leis mais importantes do que esta, aqui, que se mascarou, porque o que andamos aqui a fazer, foi

mascarar. Os senhores da comunicação social, que eu respeito, têm de saber ler o que nós estamos a discutir e, como o Sr. Deputado proponente, e bem, reconhece, nós não estamos aqui a discutir o regime jurídico de incompatibilidades, impedimentos e imunidades dos Srs. Deputados, falamos dos cargos públicos, e os cargos públicos, Sr. Deputado, e lendo isto em pormenor, estudando isto em pormenor, é, com o devido respeito, “zero”!

Portanto, fica o meu repto: vamos trabalhar para alterar a Lei Eleitoral, vamos trabalhar para alterar o Estatuto, e vamos melhorar a redação deste diploma. Como o Sr. Deputado referiu, pela parte do PSD, nós viabilizaremos este diploma, nesta base: nós aprovaremos este diploma, no pressuposto de que será trabalhado com convicção, com empenhamento, pela 1.ª Comissão, no sentido de melhorar a redação e o alcance dos propósitos apresentados pelo CDS!

Vozes do PSD:- Muito bem!

Aplausos do PSD.

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Vamos fazer o intervalo. Eram 11 horas.

INTERVALO

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, já dispomos de quórum, vamos retomar os nossos

trabalhos. Eram 11 horas e 43 minutos. E dou a palavra ao Sr. Deputado Lopes da Fonseca, para um pedido de esclarecimento ao Sr. Deputado Coito Pita. O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, é um pedido de esclarecimento, que acaba por ser uma resposta ao repto. Sr. Deputado, o CDS já o tinha anunciado, que estava disponível para, em sede de comissão, melhorarmos este

diploma. Portanto, o CDS congratula-se pelas indicações, que aqui, pelo menos, foram dados pelo Sr. Deputado Coito Pita,

que viabilizariam a nossa proposta, e em sede de comissão a melhoraríamos! Em relação ao repto que lançou, também, sobre a revisão do Estatuto Político-Administrativo, nós sempre estivemos

disponíveis para dialogar nessa matéria, porque, quanto a nós, acho que só com um diploma que tenha o peso de todos os partidos desta Assembleia é que poderemos conseguir que, na Assembleia da República, haja a disponibilidade, sobretudo dos 3 grandes partidos que fazem a maioria dos dois terços, para podermos alterar o projeto de revisão. Alterar, ou seja, que possam alterar, mas sem adulterar, como aqui foi dito, e bem, pelo Sr. Deputado, sem adulterar o projeto que for daqui.

O CDS está disponível para essa discussão, e está, desde já, disponível, também, para discutir a Lei Eleitoral, mas sempre, e quando, Sr. Deputado, a Lei Eleitoral não distorça o princípio da proporcionalidade, porque a redução de deputados também é concordata no seio do CDS, no entanto, o CDS não admitirá que a redução se faça sempre e quando haja exclusão de partidos desta Assembleia. Se uma redução de deputados for feita, por exemplo, ao número de 30, nós sabíamos o que é que isso iria acontecer, havia a exclusão de partidos que estão neste momento aqui representados, e o CDS concorda com a redução de deputados, deste, e quando, a proporcionalidade seja respeitada.

E é esse o princípio em que nós nos baseamos e, nesse sentido, nós estamos dispostos a esse entendimento!

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Coito Pita para responder, tem a palavra. O SR. COITO PITA (PSD):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Lopes da Fonseca, eu penso que está tudo dito. Pelo menos, relativamente ao CDS e ao PSD, julgo eu que estamos sintonizados, falta saber a posição do Partido Socialista.

Eu penso que o Partido Socialista terá um problema, que é compreensível, por não ser, hoje, o segundo partido mais votado na Região, é o terceiro partido, mas o Partido Socialista tem de pensar nos interesses da Região, não pode pensar nos seus interesses. E quando o PSD, há uns anos atrás, aceitou a alteração da Lei Eleitoral e a criação de um

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círculo único, estava a se prejudicar, beneficiou os partidos da oposição; hoje, quando nós falamos na alteração da Lei Eleitoral, e com a redução do número de deputados, penso que é pacífico, pelo menos é aquilo que eu sinto, porque a população em geral não aceita que nós tenhamos 47 deputados. Isto é pacífico! Falamos com qualquer pessoa, do mais humilde ao mais intelectual, e ninguém aceita que haja um parlamento com 47 deputados, e com as benesses e regalias que atrás de si tudo significa.

E, portanto, eu penso que chegou a hora do nós pensarmos nos interesses da Madeira e de encontrarmos algumas plataformas de entendimento, no sentido da redução do número de deputados, que o Partido Socialista tem que dizer, em vez de refugiar-se, ou de, com meias palavras, não dizer aquilo que realmente quer, porque uma coisa é dizer: “Vamos embora!”…

Apartes inaudíveis.

Eu até digo mais! Eu estou disposto, e vou dizer uma coisa que nem ouvi a direção do grupo parlamentar, eu até estou disposto, se eventualmente for eleito presidente da 1.ª Comissão na próxima Sessão Legislativa, a trabalhar de portas abertas, para saber a posição do Partido Socialista e do CDS em sede de comissão…

Apartes inaudíveis.

…que é para sabermos, para o povo da Madeira saber, o que é que realmente cada um de nós quer e pretende, porque, como habitualmente muitos dizem, acima de nós estão os interesses superiores da Madeira, e nós temos, nos tempos atuais, de grandes dificuldades e que os próximos tempos ainda serão mais difíceis, de dignificar o exercício da função pública e política!

Obrigado.

O SR. JOSÉ PEDRO PEREIRA (PSD):- Muito bem!

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Coelho. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, eu quero fazer uma breve intervençãozinha, cujo teor é o seguinte. Eu sempre aprendi, quando estive no Partido Comunista Português, e onde aprendi muita coisa no partido, que,

quando as propostas dos partidos burgueses, ou mesmo reacionários, são favoráveis à democracia e aos ideais de Abril, e dignificam a democracia, devem ter o apoio dos democratas. E esse ensinamento, eu nunca me esqueci e é isso que o nosso partido, que o nosso grupo parlamentar segue! O CDS é um partido reacionário, conservador, contra os ideais de Abril, mas aqui apresenta uma proposta que dignifica a democracia, dignifica os ideais de Abril, dignifica a função de deputado, tem o nosso apoio!

Apartes inaudíveis.

Quanto às afirmações do Sr. Coito Pita, que agora vem falar de reduzir o número de deputados, sabemos onde é

que ele quer chegar: quer atingir os deputados incómodos dos partidos mais pequenos, nomeadamente o PTP! Mas o que nós contrapropomos, é que a população não defende isso que V. Exa. diz, a população não se importa com o número de deputados, importam-se é com as benesses exageradas que eles têm. Nós propomos, é a redução do salário de deputado. Um deputado pode ganhar mil euros, que dá bastante, e o jackpot pode deixar de existir…

O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Oh!

O ORADOR:- …porque, quando eu estava no PCP, quando iniciei a minha carreira política, não havia o jackpot na

Assembleia…

Aparte inaudível do Sr. Roberto Vieira (MPT).

Não havia, e os militantes cobravam as quotas, davam contributos ao partido para sustentar o partido!

Burburinho.

Agora, continuando! Este é um regime, este regime jardinista é um regime que se alimentou e se perpetuou no poder, criando lobbies

económicos dentro do parlamento, recusando a Lei das Incompatibilidades. O nosso Parlamento é o único que não tem incompatibilidades, sempre se recusou incluí-las no Estatuto Político-Administrativo da Região, chegando ao cúmulo da presidência da Comissão de Economia nunca ter fugido das mãos dos barões do PSD. Lá, nas comissões, discutem-se os grandes negócios públicos que, muitas vezes, foram distribuídos às empresas dos presidentes das comissões, como no caso da SIRAM, da Tecnovia, das Obras da Frente-Mar, ou, agora, na “unidose” (que é onde está metido o Sr. Jaime Ramos, que ele até fugiu por causa disso). Este regime é tão vampiro pelos dinheiros públicos, que até o grupo parlamentar do PSD fez umas jornadas parlamentares no Porto Santo, para que ficasse garantido que os líderes das jornadas fechassem lá um negócio da pavimentação das pistas aeroportuárias da Região. Portanto, a empresa do filhote do Sr. Jaime Ramos!

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Apartes inaudíveis.

A necessidade de sugar os dinheiros públicos, levou a que o vice-presidente do PSD, numa reunião da comissão política do seu partido, em vez de discutir os problemas que afetam a Região, quis exigir ao presidente do governo prazos para pagar às empresas de construção civil.

Mas as incompatibilidades não se ficam pelo betão. O que dizer de advogados deputados que despem a camisola de defensores do erário público, para defender os interesses pessoais contra a Região, como no caso da Sociedade de Advogados do senhor Tranquada Gomes, que livrou o senhor Marcelino de Andrade de devolver o dinheiro que recebeu indevidamente?

Um deputado não pode ser um defensor do bem público de manhã, até 11 horas, e, das 11 horas às 11 e meia, no intervalo do plenário, ir até à Rua do Esmeraldo, ou até à Cooperativa Agrícola, e sugar os dinheiros públicos.

É urgente a aprovação da Lei das Incompatibilidades, até para a credibilização da democracia e da autonomia. Ou este Parlamento aprova pelas suas mãos, ou um dia destes seremos ultrapassados pela Assembleia da República que, em sede da Revisão da Constituição, irá colocar esta questão na ordem dia e como obrigatória. Ainda bem que assim será! É necessário acabar com este conflito de interesses que existe neste regime e que levou a Região à bancarrota!

Tenho dito. Apartes inaudíveis. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Rui Almeida para uma intervenção, tem a palavra. O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Obrigado, Sr. Presidente.

Exmas Sras. e Srs. Deputados, portanto, eu vou supor que, tendo a Mesa da Assembleia aceite este Decreto Legislativo, não há nele nenhuma violação flagrante da Constituição.

E, com este Decreto Legislativo Regional, não estamos aqui a falar de pessoas que não têm emprego, ou de uma classe desfavorecida que tem de ser protegida, estamos a falar de deputados (e então que se emende e os inclua, ou que então que haja realmente este compromisso para alterar o Estatuto Político-Administrativo nesse sentido) e gestores públicos que têm a real possibilidade de servirem dois patrões: os seus interesses em escritórios e empresas e, simultaneamente, conseguirem, desinteressadamente, servirem a população como um todo. Convenhamos que isto não pode ser! Dita a prudência, para evitar abusos, e face à incomprovável ética dos detentores de cargos públicos, que tenhamos um regime de incompatibilidades e impedimentos apropriado!

As pessoas preocupam-se com as suas condições de vida, com a gestão do pouco dinheiro que têm, com os cortes, com os impostos, e, infelizmente, muitos não estão preocupados com a falta de um regime de incompatibilidades, muitos nem fazem sequer ideia do que isso é. E isto é mau, e esta discussão, um tanto ou quanto tecnocrática, que assistimos, não ajuda ao esclarecimento. Alguém me disse em tempos, e com razão, que a corrupção é o imposto mais pesado que os portugueses pagam. E aqui, esta situação de falta de incompatibilidades, propicia a corrupção. Só quem não tem ética, consegue defender a sua falta como sendo isenta e inofensiva. Mas parece que há, neste plenário, então, um consenso relativamente a alterar a situação. Agora, é juntar os atos às palavras, para que elas não sejam ocas e que surja então, de uma vez por todas, este regime!

Apesar de haver um regime de incompatibilidades mais restritivo no Continente, vemos, mesmo assim, secretários de estado e ministros a ocuparem cargos de destaque em empresas com que lidaram quando em funções.

Portanto, também julgo que, três anos de interregno entre a cessação de funções e ingresso naquelas empresas que terão beneficiado, é pouco tempo!

Esta proposta está longe de resolver o problema que subjaz a sua submissão, a solução tem que, a meu ver, passar por uma mudança mais profunda nas mentalidades.

Apesar disso o PAN votará a favor, na generalidade, esta proposta! E, numa nota final, queria expressar a minha preocupação, quando ouço falar, os partidos grandes, em reverem a lei

eleitoral, com certeza, se a motivação residir num incómodo que podem sentir como a diversidade de opinião no Plenário, ao surgirem partidos pequenos, eu creio que isso, então, é uma motivação muito má. O próprio PAN defendeu, publicamente, sim, que podemos ter uma redução de deputados, mas nunca por essa razão, a redução dos deputados tem a ver com, e ainda, mesmo assim, o PAN propôs 33, que penso que garante,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Termino já, Sr. Presidente.

…até certo ponto, a diversidade de opinião, mas nunca queremos voltar aos círculos multinominais! Obrigado. Apartes inaudíveis. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Roberto Vieira para uma intervenção, tem a palavra.

O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vamos votar favoravelmente esta

proposta, contudo não podemos deixar de referir que aqui, nesta proposta, existem erros que podem ser corrigidos na comissão.

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Mas estranhamos este convite, feito pelo PSD, ao CDS e ao PS. E aqui, eu quero alertar o PS, que isto é outra rasteira do PSD e o CDS, que é levar o PS a reboque, para depois sacudir a água do capote, aquilo que queriam fazer, a nível nacional, com o Sr. António Seguro!

Apartes inaudíveis. Burburinho. Há aqui uma armadilha. E, nisso, o PSD e o CDS são profissionais a fazer armadilhas! O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Ih!

Burburinho. O ORADOR:- Esta proposta devia ir mais longe, pois, quem lê esta proposta, e lê bem, sabe que os Srs. Deputados

não estão aqui incluídos nesta proposta. E esta proposta é aprovada, porque os Srs. Deputados estão protegidos, continuam a ter proteção com esta proposta apresentada pelo CDS, continuarão a ter as suas empresas, continuarão a fazer as leis aqui dentro, para encher o bolso!

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). Burburinho. Oh! Srs. Deputados, esta abertura do PSD não é mais do que aquela que o Sr. Deputado Coito Pita apresentou, e

bem, que é a favor, porque os Srs. Deputados não estão aqui incluídos. E isto é uma vergonha para esta Casa! Há aqui uma proteção aos deputados, e isso tem que acabar!

O Sr. Deputado Coelho dizia bem: deve haver uma redução nos salários! Mas aquela redução que o Sr. Deputado Coelho falou, para metade, V. Exas., no PSD, não estava um que fosse aí por mil euros. Um! Daí o facto da redução, e eu até ser a favor, mas acho que a gente ficava com a Casa vazia!

Aparte inaudível da Sra. Rafaela Fernandes (PSD).

Burburinho.

Há aqui, neste documento, e foi apresentado neste documento, falar em transparência!? Transparência? Quando o líder do CDS, do Continente, não teve transparência nenhuma quando comprou submarinos e encomendou torpedos!? Onde é que estava a transparência?

Burburinho na bancada do CDS/PP. Burburinho. Fala-se em incompatibilidades e impedimentos, que devia de ir mais longe. Há deputados no PSD, há deputados

aqui no CDS que acumulam reforma e salário. Aqui é que tem de haver uma incompatibilidade! O SR. ROBERTO RODRIGUES (CDS/PP):- E o PS?

O ORADOR:- Aqui é que tem que haver regras e leis, duras e pesadas!

Burburinho.

Salário e reforma, e os jovens, desempregados! Salário e reforma, e os madeirenses a passarem fome! Salário e reforma, e os desempregados a aumentarem todos os dias! É isto que deveria ser feito nesta Casa!

Aparte inaudível do Sr. Roberto Rodrigues (CDS/PP).

Agora, vergonhoso, é esta proposta. Falar em todos os cargos, no cargo de deputado, que só tem benesses, é o estacionamento pago, é salário acima da média, são viagens, nisto ninguém toca, nos Srs. Deputados! E aqui o CDS prova…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …o CDS prova, uma vez mais, que está feito com o poder e com o sistema do PSD!

Protestos nas bancadas do PSD e do CDS/PP.

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Medeiros Gaspar, tem a palavra.

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O SR. MEDEIROS GASPAR (PSD):- Prescindo, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Prescinde.

Sr. Deputado Edgar Silva, faz favor. O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, falar aqui dum aspeto que é o de haver, nalgumas intervenções, o vender gato por lebre, houve aqui intervenções, quase rendidas a uma coisa que não está no diploma.

O Sr. Deputado, aqui, do PTP, fez uma intervenção, pressupondo que este diploma acabaria com o regime de incompatibilidades e impedimentos que até agora tem vigorado para os deputados.

Ora, a proposta que está a ser analisada em nada toca o regime de incompatibilidades nos detentores de cargos políticos, incluindo, mesmo, do Governo, e incluindo os deputados do Parlamento Regional. Ou seja, há uma questão de fundo que aqui se coloca: a Madeira é um offshore político! A Madeira é o único território, à escala nacional, em que os detentores de cargos políticos, e sendo eles, nomeadamente, do primeiro órgão de governo próprio, do Parlamento Regional, têm uma situação de offshore político, é o único regime no território nacional que tem um regime de exceção. E nós, desde 1995, o primeiro projeto a entrar no Parlamento Regional foi pelo Padre Mário Tavares, enquanto deputado pela CDU, que trouxe ao Parlamento o primeiro projeto para um regime de impedimentos e incompatibilidades, para impedir que os deputados da Madeira tivessem um regime de exceção. Este projeto foi chumbado, em 1995!

Em 1996, o primeiro diploma que o grupo parlamentar da CDU, estava eu e o Deputado Leonel Nunes, que aqui trouxemos, em 15 de novembro de 1996, foi uma proposta para acabar com a situação do offshore político. E desde

então, desde 1996, todos os projetos de decreto legislativo regional têm sido, todos eles, chumbados aqui no Parlamento, para impedir o offshore político.

E vão dizer: “Ah! Mas isso não é matéria de decreto legislativo regional!”. Então, nós propusemos, no Estatuto Político-Administrativo, propusemos aqui tantas vezes, e propusemos em cada uma das revisões do Estatuto Político-Administrativo, desde 1996, e o Sr. Deputado Coito Pita, e todos os outros deputados do PSD, votaram contra, e votaram aqui e votaram em Lisboa, quando apresentámos propostas para que, no regime referente às incompatibilidades, a ser consagrado, como diz a Constituição, no Estatuto Político-Administrativo, para acabar com esta situação de offshore político, e o PSD votou sempre, sempre, sempre, sempre, contra!

E então, o que é que nós fizemos? Então, se não é no Estatuto Político-Administrativo, se não passa na Madeira, no Continente também não passa, porque o CDS e o PSD impediram que, em sede de revisão do Estatuto Político-Administrativo, essa alteração acontecesse. E os Srs. Deputados que aqui estão agora, e os que estiveram em todas as outras revisões, votaram sempre contra. E o Sr. Deputado agora está a dizer que está aberto para o diálogo!? Votou sempre contra, sempre, sempre, contra!

E, na revisão da Constituição, pensamos nós, então na Constituição é possível alterar isto. E então, pensamos, na Constituição, basta…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Termino já.

…vamos pôr um artigo onde se diz: “O regime de incompatibilidades e impedimentos para todos os deputados é igual em todo o País!”. E aqui e lá votaram sempre contra, contra, contra, sempre!

Não venham com conversas! A gente já conhece essa há muitos anos, há muitos anos a virar frango! Sr. Deputado não engana!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, faz favor de concluir.

O ORADOR:- Votaram sempre contra!

Aplausos do Sr. José Manuel Coelho (PTP). Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Carlos Pereira, tem a palavra. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, estamos hoje a discutir um assunto da mais

elevada seriedade, mas começamo-lo a discutir de forma errada. Havia uma sensação nesta Sala, provavelmente induzida pelo autor do projeto,…

Aparte inaudível do Sr. Roberto Rodrigues (CDS/PP). …de que estaríamos a discutir o regime de incompatibilidades para a Assembleia e para os titulares de cargos

políticos. Não estamos a discutir essa matéria. Não estamos a discutir essa matéria, essa é uma matéria que não está em

cima da mesa nesta altura, infelizmente, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, infelizmente não está em cima da mesa. E esta é a primeira clarificação que tem de ser feita nesta Assembleia.

O Partido Socialista tem, sobre esta matéria, uma história, e tem posições muito claras sobre esta questão, e tem, sobre a substância em si, ou seja, sobre as incompatibilidades em si, uma posição definitiva. Nós consideramos que,

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sem regimes de incompatibilidades, seja em que sector for e em que área for, nós estamos perante um mecanismo de aceleração da corrupção. E isto não pode existir, seja nas empresas, seja em empresas públicas, seja nas áreas políticas.

E, portanto, esta é a posição do Partido Socialista! E, perante esta posição, e tendo em conta este diploma que aqui está em cima da mesa, mesmo com todos os seus

vícios legais, mesmo tendo em conta os seus atropelos legais, as suas incorreções apresentadas na Assembleia, nós, obviamente, que votaremos a favor desta proposta, sendo que os vícios e as avaliações ficam, naturalmente, para os órgãos de soberania.

Quanto à intervenção do PSD e do Deputado Coito Pita, permitam-me dizer, de forma clara, que estivemos perante uma intervenção de uma enorme hipocrisia. De uma enorme hipocrisia! Porque, como já foi dito aqui, e de forma muito clara, esta é uma matéria que já veio à Assembleia carradas de vezes, “ene” vezes, pelo PCP, pelo PS, pelo CDS inclusive, no lugar certo, no Estatuo Político-Administrativo, e nessa altura, sempre nessa altura, o PSD não quis discutir o assunto.

Aparte inaudível do Sr. Agostinho Gouveia (PSD).

Não quis discutir o assunto, não esteve interessado em discutir o assunto. Aliás, Sr. Deputado Coito Pita, o Estatuto Político-Administrativo, hoje, atualmente, como está, é ele próprio inconstitucional, porque nem sequer verteu um conjunto de alterações da Constituição, feitas em 2004, continua em banho-maria, porque o PSD está à espera do momento certo para encontrar uma revisão que seja a favor da manutenção do status quo que os senhores têm mantido ao longo destes anos.

E esta é a verdade da história, Sr. Deputado Coito Pita, não vale a pena rescrever a história, para sair deste filme de forma saudável, porque isso não vai acontecer, Sr. Deputado, nós não vamos permitir que isso aconteça!

Apartes inaudíveis.

Quanto ao desafio do PSD, naturalmente que fica claro o seguinte: o Partido Socialista não se furta a nenhum diálogo, nem a nenhum acordo, sobretudo se esse diálogo e esse acordo tiverem em conta o interesse da Madeira, e sobretudo tiverem em conta a saúde da democracia da Madeira, que é algo muito importante, muito relevante, e que nós não temos deixado de batalhar ao longo destes anos e continuaremos a insistir. E esta matéria, do regime de incompatibilidades para os cargos políticos, é uma matéria relevante, é uma matéria essencial, e nós estamos, naturalmente, disponíveis para o diálogo e para o acordo!

Mas, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós não embarcamos em diálogos e em acordos viciados e inquinados, nós não estamos disponíveis para diálogos e acordos viciados e inquinados!

E fica um repto do Partido Socialista, fica um desafio do Partido Socialista: nós sentamo-nos à mesa para discutir um Estatuto Político-Administrativo como deve ser, nós sentamo-nos à mesa para discutir um regime de incompatibilidades como deve ser, mas é preciso que o PSD diga de forma clara. Nós só fazemos isto, se tivermos acordo e consenso, só com uma perspetiva de consenso, porque nós não mandamos para a Assembleia da República o nosso nome, o nome do PS-Madeira, com a imposição da maioria parlamentar do PSD. Isso, não admitimos! É preciso que o PSD diga, de forma clara, que um documento desta natureza será feito com o consenso generalizado entre os partidos. E, nesta matéria, tem o apoio do PS para poder discutir esta questão, que nos parece absolutamente relevante!

Quanto à questão da forma, estamos conversados! Quanto à questão da substância. A questão da substância, eu quero ler o que diz o preâmbulo do decreto legislativo

do CDS. O Preâmbulo do decreto Legislativo do CDS diz que, “é preciso que se deem exemplos, à comunidade, de desprendimento, de rigor e de trabalho em prol do bem comum, no quadro da crise em que vivemos!”.

Ora, é preciso dizer ao CDS, que os exemplos têm de ser alargados. Nós precisamos de ter mais entusiamo nestes exemplos e precisamos ser decididos nesses exemplos. E há coisas, neste Parlamento, que continuam a existir, e na vida política da Madeira que continuam a existir, que têm que ser retificados. E o CDS pode dar esse exemplo, o CDS pode, por exemplo, dar um exemplo para a sociedade madeirense, que no seu grupo parlamentar não tem deputados a acumular reforma com vencimento. Isso é absolutamente essencial!

O SR. ROBERTO RODRIGUES (CDS/PP):- O PS também tem!

O ORADOR:- O PS não tem, não senhor, Sr. Deputado!

O SR. ROBERTO RODRIGUES (CDS/PP):- Tem, sim senhor!

Burburinho.

O ORADOR:- O PS não tem, não, senhor, Sr. Deputado! O Partido Socialista deu uma indicação muito clara, que

está a ser cumprida pelos deputados, que é: os deputados que acumulam, transferem o dinheiro para questões que são, obviamente, de índole social e educativo. E isso está a acontecer!

Protestos do Sr. Roberto Rodrigues (CDS/PP).

Burburinho.

Isso é absolutamente essencial que se faça, isso é absolutamente essencial que se cumpra, e o CDS não está a fazê-lo, e, portanto, de certa forma perde a legitimidade de um documento tão importante e com esta relevância, e que tem em causa as questões da moralidade!

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Burburinho. Quanto à violação do Estatuto Político-Administrativo que o Sr. Deputado Coito Pita referiu. O SR. ROBERTO RODRIGUES (CDS/PP):- Que moral tem, para vir falar assim aqui?!

O ORADOR:- Oh! Sr. Deputado tenha calma, Sr. Deputado, tenha calma!

Burburinho. Quanto à questão da violação do Estatuto Político-Administrativo que o Sr. Deputado Coito Pita referiu, Sr.

Deputado, deixe-me dizer uma coisa: infelizmente, este Estatuto já foi violado milhares de vezes, milhares de vezes, infelizmente. Aliás, há pouco mais de 4 dias, na Assembleia da República, o PSD-Madeira e o CDS-Madeira votaram a Lei de Finanças Regionais, que viola claramente o Estatuto Político-Administrativo naquilo que é o artigo 138.º, que diz que “a adaptação fiscal na Madeira tem que ter uma diferença de 30%”, e os senhores votaram uma Lei das Finanças Regionais que diz que essa redução passa para 20%!

Ora, isto é uma violação clara do Estatuto Político-Administrativo, feita pelos deputados do PSD-Madeira e pelos deputados do CDS-Madeira.

Apartes inaudíveis. E, portanto, a matéria e o argumento de que estamos a violar o Estatuto, Sr. Deputado, peço desculpa, é um

argumento frágil. Já o fizeram “ene” vezes, continuam a fazê-lo, e já ninguém respeita aquele Estatuto, porventura por culpa do Partido Social-Democrata, que não tem sido capaz de rever o Estatuto à altura das nossas necessidades e à altura dos novos tempos e altura, até, da Constituição, que já foi alterada em 2004 e que não foram vertidas essas mesmas alterações.

E, portanto, em conclusão o PS, não tem nenhum problema em aceitar o desafio do PSD relativamente a um acordo, relativamente a uma negociação, mas isso tem que ser com condições muito claras à partida, porque nós não passamos cheques em branco ao PSD, porque a história do PSD sobre esta matéria de incompatibilidades, e sobretudo de questões morais da vida política, naturalmente que o PSD não pode dar lições a ninguém!

Muito obrigado. A SRA. LUÍSA MENDONÇA (PS):- Eles deviam de estar, era caladinhos!

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Srs. Deputados, foi presente na Mesa um requerimento da autoria do PSD. Consta do seguinte: Requerimento

O Grupo Parlamentar do PSD requer nos termos regimentais que o ponto da ordem de trabalhos n.º 2 da II.ª Parte baixe à comissão.

O Grupo Parlamentar do PSD. Ass.: Jaime Ramos.-

Sr. Deputado Lopes da Fonseca, é para que efeito? O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Para uma interpelação à Mesa, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sr. Deputado.

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, durante este discurso ficou claro a vinculação por parte do Partido Social-Democrata, através do Sr. Deputado Coito Pita, da viabilização deste diploma. Significa, da votação deste diploma e depois passaria à comissão. Foi esse o compromisso que ficou aqui, da parte do Sr. Deputado Coito Pita, que vincularia também o seu grupo parlamentar.

Este requerimento que aqui recebemos, é a antítese daquilo que aqui foi dito, da vinculação e do compromisso, da parte do Sr. Deputado Coito Pita, em relação ao documento.

Aparte inaudível do Sr. Coito Pita (PSD). Burburinho. Significa que isto é perverter, perverter pessoalmente, a questão da discussão do diploma. Sr. Presidente, nós, partido proponente, queremos que este diploma seja votado, porque há aqui o compromisso, da

parte do PSD, de o viabilizar, sobretudo em função das palavras que o Sr. Deputado Coito Pita aqui afirmou!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Coito Pita, tem a palavra.

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O SR. COITO PITA (PSD):- Sr. Presidente, é no seguimento da interpelação apresentada pelo Sr. Deputado, e para

dizer que, da parte do PSD, obviamente, que as minhas palavras serão respeitadas. Aquilo que eu disse, vincula o PSD, vincula a minha pessoa, e tudo farei para que, na 1.ª Comissão, haja um bom trabalho. Eu próprio disse que estaria disposto, e para que não haja quaisquer dúvidas, que trabalhássemos com as portas abertas, para que os partidos se responsabilizem e trabalhem, com afinco, no sentido de aperfeiçoar este diploma.

Mais do que isto eu não posso fazer, nem dizer! O SR. JOSÉ PEDRO PEREIRA (PSD):- Muito bem!

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, vou colocar à votação o requerimento, embora o texto

solicite que o requerimento baixe automaticamente sem votação. Mas um requerimento tem que ser votado. Submetido à votação, foi aprovado com 33 votos a favor, sendo 24 do PSD, 6 do PS e 3 do PTP, 10 votos contra,

sendo 8 do CDS/PP, 1 do PCP e 1 do MPT e 1 abstenção do PAN. Passamos ao ponto 3… Sr. Deputado José Manuel Coelho, é para que efeito? O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Para uma interpelação à Mesa, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, tem a palavra.

O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu queria interpelar a Mesa e

apelar para o Plenário, porque eu tinha uma intervenção para fazer, e queria fazê-la, para explicar o porquê de eu ter votado favoravelmente a proposta do PSD.

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Não pode!

Protestos da Sra. Raquel Coelho (PTP).

O ORADOR:- Eu estava inscrito e apelo para o Plenário, se faz favor.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, o Sr. Deputado pode fazer um requerimento ao Plenário,

mas… Apartes inaudíveis. O ORADOR:- Eu quero fazer uma intervenção. Eu estou inscrito para uma intervenção!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Mas que não pode, Sr. Deputado.

Sr. Deputado, faz favor de ler o artigo 88.º do Regimento. Leia o artigo 88.º do Regimento, e vê que isso não é uma interpelação.

Aparte inaudível do Sr. José Manuel Coelho (PTP).

Não pode, Sr. Deputado. Faz favor de ler o Regimento. Burburinho. Srs. Deputados, passamos ao ponto 3, com a apreciação do projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do

PCP, intitulado “Criação do Eco-Parque Marinho de Gaula”, apresentado com processo de urgência.

Consta do seguinte: Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira N/Ref.ª 0216/13-RPPCO/X-2.ª Funchal, 11 de julho de 2013 Exmo. Senhor A Representação Parlamentar do PCP na ALRAM, através do seu deputado único vem, ao abrigo das disposições

regimentais, requerer a V. Exa. Processo de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo Regional, intitulado “Criação do Eco-Parque Marinho de Gaula”, da autoria desta Representação Parlamentar, e que se anexa, com os seguintes requisitos:

a) Redução do prazo previsto no artigo 145.º; b) Dispensa de exame em Comissão (artigo 235.º, alínea b)); c) Dispensa do envio à Comissão para redação final (artigo 235.º, alínea d)).

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Com os melhores cumprimentos, Pel’A Representação Parlamentar do PCP na ALRAM, O deputado único, Ass.: Edgar Silva.- Está à discussão a deliberação da urgência. E pergunto ao MPT se deseja intervir? O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Tem a palavra, Sr. Deputado Roberto Vieira. O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vamos votar favoravelmente esta

proposta, contudo, achamos que há coisas muito mais urgentes a discutir nesta Casa, que é falar do Eco-Parque Marinho de Gaula, especificamente de Gaula!

E vamos votar favoravelmente, porque a proposta pretende contribuir para uma melhor gestão do Oceano (e isto deveria acontecer, não em Gaula, mas em toda a Madeira);…

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). …promover uma intervenção mais responsável na gestão de recursos; contribuir para o melhoramento de qualidade,

quer na prática desportiva, turística, lúdica e etc., mas há aqui uma especificidade, que é de ser em Gaula, e, como tal, é importante, e é usado o mecanismo da urgência um pouco para discutir esta proposta, porque senão ela seria discutida daqui a um ano.

Vamos votar favoravelmente, mas não posso deixar de dizer, e repetir, que aqui há uma problemática que é regional. O Sr. Representante da República, já ouvi da sua boca dizer, que nós, madeirenses, não apostamos no mar, que não vemos o mar como um recurso, que não vemos o mar como uma mais-valia na nossa Região!

O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Quem é que disse isso?!

O ORADOR:- O Sr. Representante República já disse, e pergunte-lhe se disse, ou se não disse?

Apartes inaudíveis.

E é por essa razão que nós achamos pertinente votar favoravelmente esta, mas entendemos que deveria ser

estendida, sim, a toda a Região e não apenas a uma freguesia, neste caso Gaula, em Santa Cruz! O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PAN, deseja intervir? O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sr. Deputado, tem a palavra.

O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, intervenho, porque muitas vezes, quando os interesses ficam situados numa ponta oposta, convém falarmos sobre aqueles temas que não têm, que não acolhem aquela atenção que, segundo o PAN, deviam merecer.

E, como já fiz referência em ocasiões anteriores, esta proposta vai ao encontro de uma preocupação que o PAN tem com a natureza e, nesse sentido, importa nós olharmos para a natureza, não só como um recurso a explorar e vermos qual é a potencialidade de nós agora conseguirmos explorar aquilo ao máximo e para benefício dos humanos, mas visarmos, também, defender e falar sobre outro tipo de abordagem e relacionamento que nós podemos ter com a natureza e, bem assim, para que ela se possa preservar em condições para os seres que habitam nos ecossistemas, nesta caso, na orla costeira, à frente de Gaula, em Santa Cruz.

Portanto, o PAN vai votar favoravelmente a urgência desta proposta do PCP. Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PCP, deseja intervir?

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sr. Deputado, tem a palavra.

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a proposta de “Criação do Eco-Parque Marinho de Gaula” é uma proposta que visa criar um regime especial de proteção marinha a toda uma zona do litoral que está descaracterizada, que está a ser degradada, e que tem, apesar de tudo, grandes potencialidades para a fruição daquele recurso, fundamental para a atratividade turística, que poderia ser importante pela sua apetência que tem para um conjunto de atividades de acesso

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direto das populações, não só na atratividade turística, das populações, em relação a toda aquela zona, que tem uma linha de costa com potencialidades tremendas, mas que a irresponsabilidade e a incúria, sobretudo dos governantes, tem vindo a fazer daquela área costeira, e particularmente da sua zona marinha, uma zona a ser cada vez mais descaracterizada e em degradação.

Alguns dirão, o Sr. Deputado Roberto Vieira disse: “Ah! Mas isto é uma questão, isto devia ser extenso, devíamos estender a toda a Região e aos mares da Região”. Isso acaba por ser uma ideia generosa, mas não pode ser. E porquê? Porque um regime de proteção especial, neste caso numa zona de eco-parque marinho, impõe um conjunto de restrições no acesso e no uso dessa zona, que, desde logo, iria criar conflitualidades, sobretudo com os pescadores, com aqueles que têm interesse na atividade de pesca.

E porque é que se circunscreve a uma determinada zona? É que, por exemplo, ali, naquela zona que nós definimos como zona de Eco-Parque Marinho, a pesca tem restrições, há determinado tipo de embarcações que não podem circular de qualquer maneira naquela zona, há determinado tipo de atividades que estão profundamente condicionadas caso viesse a ser aprovado este projeto, tal como defendemos que o Eco-Parque Marinho, no Funchal, há muito que deveria estar criado e há muito foi anunciado pelo Governo Regional. O Governo Regional, e o Sr. Deputado Rui Coelho aqui anunciou a possibilidade…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …de haver uma outra zona de proteção marinha, na zona de Câmara de Lobos.

Nós o que dizemos é que, naquela zona, na frente-mar de Gaula, é possível e existem todas as condições para uma intervenção de reabilitação e de valorização de toda aquela zona, que tem potencialidades e recursos específicos, e a criação de um Eco-Parque Marinho tem todas as condições para ser ali viabilizada como grande fator da atratividade e de valorização do território!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PTP, deseja intervir? O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sr. Deputado. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como não podia deixar de ser, o nosso grupo parlamentar, o nosso partido, como amigo da natureza e amigo do ambiente, vai naturalmente apoiar a urgência desta proposta apresentada aqui pelo PCP.

E eu, já agora, aproveitava os escassos minutos, para esclarecer o porquê do voto do nosso grupo parlamentar ao requerimento apresentado pelo PSD, para que o assunto que discutimos anteriormente baixasse à comissão. Porque, na realidade, era importante aquele documento ser melhorado e incluir, de facto, os deputados desta Casa nesse regime de incompatibilidades, porque, neste caso, o documento ficaria enriquecido, porque este que é aqui apresentado pelo CDS, apesar de ser um avanço, ainda é muito pobrezinho, na medida em que não inclui os deputados. Embora saibamos que os Srs. Deputados, depois, contornam isto, como é o caso do Sr. Jaime Ramos e do filho, porque eles, uma vez que isto fosse aprovado, que não vai ser, mas uma vez que isto fosse aprovado, eles arranjavam logo testas de ferro para as empresas deles, e as empresas funcionavam em roda livre, e eles não apareciam como ligados às empresas e aos concursos públicos das suas empresas, porque arranjavam testas de ferro para as empresas deles, que a gente sabe disso!

Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD). Mas, pronto!, é um assunto que achamos que deve ser melhorado, sim senhor, de incluir os deputados, e impedir

que, por exemplo, o Sr. Coito Pita seja advogado da empresa AFA, quando ele é deputado regional e devia defender os madeirenses no caso em apreço, aqueles malogrados trabalhadores que morreram no túnel do Curral das Freiras e que o Sr. Deputado Coito Pita, na qualidade de deputado, devia defender as vítimas e o povo da Região e não defender uma empresa do regime, que trabalha para o regime!

Tenho dito.

Apartes inaudíveis.

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PS, deseja intervir? A SRA. CARINA FERRO (PS):- Sim, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sra. Deputada Carina. A SRA. CARINA FERRO (PS):- Muito obrigada, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, o grupo parlamentar do Partido Socialista tem algumas recomendações e algumas dúvidas em relação a este diploma em específico.

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Sr. Deputado Edgar, nós gostaríamos de saber quando é que estará disponível o estudo que fundamenta este diploma? Parece-nos uma matéria demasiado importante para ser apresentada sem o estudo que fundamenta esta proposta em concreto.

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (CDS/PP). E gostaria de saber, Sr. Deputado, porventura, quando tiver essa possibilidade, se nos pode dizer se teve em

consideração o Decreto Legislativo Regional n.º 142/2008, que fala precisamente sobre as áreas protegidas da Região, e em que diz e constata claramente que não se pode construir um Eco-Parque Marinho em zonas de atividade económica de relevância para a Região?

Ora, eu olhando para o diploma e para a proposta, vejo que existem aqui algumas áreas. Gostaria de saber se porventura isso também foi considerado na hora da concretização deste diploma?

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). A recomendação, creio que temos que ser sérios nesta matéria, em concreto temos que ser bastante sérios, e em

vez de estarmos a apresentar propostas, uma a uma, para cada zona da Região, conforme surge a oportunidade, por que não apresentar uma proposta, Sr. Deputado, uma proposta para que se faça o estudo regional sobre as áreas que efetivamente podem ser áreas para criação de eco-parques marinhos, ou áreas com mais condições para que existam precisamente estes eco-parques?

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). Burburinho. Acho importante que, a fazer propostas, ou apresentar propostas nesta matéria, ou deste género, seria mais valioso

e mais interessante, e até mais bem estruturado, que se propusesse, efetivamente, um estudo regional global para identificarmos quais são as zonas de toda a Região, com mais condições para a criação de eco-parques marinhos, e aí fazemos um trabalho sério naquela que deve ser a proteção…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sra. Deputada.

A ORADORA:- …dos animais marinhos nas áreas protegidas da costa da Região Autónoma da Madeira.

Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

O CDS/PP, deseja intervir? O SR. ROBERTO RODRIGUES (CDS/PP):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, faz favor.

O SR. ROBERTO RODRIGUES (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos agora a discutir um

projeto de Decreto Legislativo Regional semelhante a um outro debatido no passado dia 4 de junho, denominado “Criação do Eco-Parque Marinho do Funchal – Paisagem Protegida”.

E tal como referiu, nessa altura, a minha colega de bancada, a Sra. Deputada Isabel Torres, para o CDS importa discutir a importância estratégica do mar na economia madeirense e da correlação importante que existe entre o ambiente e a natureza, onde o mar ganha uma importância que potenciaria o turismo nesta Região, pois, como é do conhecimento geral, a Madeira, enquanto destino turístico de excelência, tem de preservar a natureza que a torna uma paisagem humanizada única, que possui um mar também único, associado, e que infelizmente não tem sido tratado da melhor forma, como sabemos, bastando ver as imagens que estão disponíveis na net, do fundo do mar, dos nossos mares,…

Apartes inaudíveis. Burburinho.

…para ver o tão turva que está a política de conversação, proteção e de betonização da orla costeira da Região,

seguida por este governo do PSD-Madeira, que contradiz o que nessa altura o Deputado Rui Coelho disse quanto à excelência das políticas seguidas pelo seu partido nesta matéria.

Apartes inaudíveis. E, de facto, o PSD, por autismo político, não recebe lições de moral de ninguém (isso, todos nós sabemos), mas

também não tem, nesta, como noutras áreas, moral, nem sucesso, para dar lições de moral a ninguém. E a anunciada nova reserva para Câmara de Lobos, feita também no dia 4 de junho, pelo Sr. Deputado Rui Coelho, é demonstrativa do desnorte que, nesta matéria, existe no PSD sobre esta questão das reservas!

O SR. TEÓFILO CUNHA (CDS/PP):- Promessas!

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O ORADOR:- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a ligeireza de propor uma reserva na Zona dos Regos, na foz

da Ribeira do Vigário, numa zona onde foram lançadas lamas recolhidas… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Já termino.

…após os temporais de 2010, a que se juntam os problemas da ETAR existente no concelho, é demonstrativo que este partido quer ser, na prática, mais uma máquina de vender ilusões e promessas, como tem sido até agora, e deixar por resolver problemas, esses, sim, importantes e sérios existentes, neste, como noutros concelhos da Madeira, que, não resolvidos, condicionam a existência de todas as possíveis reservas que se queiram criar, e com isto se coloca em causa…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, agradeço que conclua.

O ORADOR:- …a sustentabilidade da Região para o futuro, como é óbvio!

Tenho dito! Obrigado. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PSD, deseja intervir? O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sr. Deputado.

O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos perante mais um número do Partido Comunista Português. É caso para dizer que, uma ação, uma iniciativa política do PCP, deu origem a uma resolução, um pedido de audição e um projeto de decreto legislativo, ou seja, se o PC fosse uma planta, ou um animal, seria de certeza uma infestante no âmbito daqui da Região Autónoma da Madeira.

Apartes inaudíveis.

Esta iniciativa não tem o mínimo cabimento. E, como a Sra. Deputada Carina Ferro disse, e muito bem, a criação de

espaços protegidos requer estudos e requer que estejam enquadrados e em consonância com outros instrumentos de gestão do território.

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). Esta iniciativa não foi objeto de consulta, nem de parecer do Parque Natural, não foi ouvido o conselho consultivo,

nem foi ouvido o conselho científico, está em elaboração a estratégia marinha para a subdivisão daqui da Região Autónoma da Madeira, e, portanto, não faz sentido nenhum estarmos a aprovar agora um diploma nestas condições, sem ter obedecido às normas básicas de elaboração e de gestão do território, como aqui se pretende.

Portanto, este diploma não pode, até nem devia ser discutido, porque não faz o mínimo sentido! Por outro lado, eu, mais uma vez, registo e reafirmo, que é preciso ter muito cuidado… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Já termino, Sr. Presidente.

…com este tipo de iniciativas. A banalização e a classificação de determinados sítios, sem o mínimo de estudos, sem fundamento, sem o devido enquadramento, apenas serve para banalizar estas situações, que em nada contribuem para levarmos a sério a proteção do património natural no nosso território. É preciso muito cuidado quando se criam zonas de reserva, ou zonas de proteção especial, porque temos que fundamentar muito bem, temos que legislar conforme as regras e as normas para este efeito, e não banalizar e não instrumentalizar, até de uma forma escandalosamente aproveitadora, ou em benefício apenas partidário e político, em detrimento…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, agradeço que conclua.

O ORADOR:- …da real defesa do património natural!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Srs. Deputados, vou colocar à votação a deliberação da urgência.

Submetida à votação, foi rejeitada com 23 votos contra do PSD e 18 votos a favor, sendo 7 do CDS/PP, 5 do PS, 3 do PTP, 1 do PCP, 1 do PAN e 1 do MPT.

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Passamos ao ponto 4, com a apreciação do projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do PCP, intitulado “Criação do sistema específico de apoio aos doentes deslocados do Porto Santo para a Madeira”, apresentado

com processo de urgência.

Consta do seguinte: Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira N/Ref.ª 0223/13-RPPCO/X-2.ª Funchal, 22 de julho de 2013 Exmo. Senhor A Representação Parlamentar do PCP na ALRAM, através de seu deputado único vem, ao abrigo das disposições

regimentais, requerer a V. Exa. Processo de Urgência para o Projeto de Decreto Legislativo Regional, intitulado “Criação do sistema específico de apoio aos doentes deslocados do Porto Santo para a Madeira”, da autoria desta

Representação Parlamentar, e que se anexa, com os seguintes requisitos: a) Redução do prazo previsto no artigo 145.º; b) Dispensa de exame em Comissão (artigo 235.º, alínea b)); c) Dispensa do envio à Comissão para redação final (artigo 235.º, alínea d)). Com os melhores cumprimentos, Pel’A Representação Parlamentar do PCP na ALRAM, O deputado único, Ass.: Edgar Silva.-

Está à discussão a deliberação da urgência. E pergunto ao MPT se deseja intervir?

O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Tem a palavra, Sr. Deputado Roberto Vieira.

O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vou votar favoravelmente esta proposta e

esta urgência, e isto, porque todos nós sabemos que o Porto Santo, no que diz respeito às especialidades em certas áreas na saúde, não tem os respetivos técnicos e, como tal, os porto-santenses têm que recorrer à Madeira.

Há que haver um acompanhamento destes utentes, há que haver modalidades de apoio a estes utentes, o que não existe na Região Autónoma da Madeira.

Temos que ter presente a dupla insularidade de quem vive no Porto Santo. Há situações, na saúde, que não se resolvem com a areia amarela, há situações que não se resolvem com uma Ilha onde se pode descansar, com descanso, com o bem-estar…

O SR. TEÓFILO CUNHA (CDS/PP):- Muito bem! Muito bem!

Apartes inaudíveis.

O ORADOR:- …mas temos que recorrer muitas vezes à medicina, e a especialidade, ou as especialidades, na sua

maior parte estão na Ilha da Madeira. Daí o facto de votarmos favoravelmente. E votarmos favoravelmente, e aí volto a bater nos Srs. Deputados (também sou deputado, mas volto a bater),

porque, se for para um Sr. Deputado ir ao Porto Santo, tem a passagem paga,… Aparte inaudível do Sr. Teófilo Cunha (CDS/PP). …se for para um Sr. Deputado ir a Lisboa, tem a passagem paga, mas um utente do Serviço Regional de Saúde não

tem passagem paga, não tem os apoios que deveria ter!

Protestos na bancada social-democrata.

Burburinho. Poderá ter o apoio na passagem, mas já não tem apoio para quem o acompanha, se estiver limitado! Apartes inaudíveis na bancada social-democrata.

Poderá ter alguns apoios…

Protestos na bancada social-democrata.

O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Mas vais de férias, não?!

O ORADOR:- Vou de férias, e vocês podem crer que, contra a vossa vontade, estarei aqui já em outubro, de certeza

absoluta!

Apartes inaudíveis.

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Setembro, outubro! Contra a vossa vontade, estarei aqui em setembro, outubro, possivelmente em outubro, porque, como os Srs. Deputados sabem, nós temos umas férias longas!

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- As atividades, as eleições autárquicas, farão com que o trabalho no terreno seja talvez mais frutuoso

do que aquele que se faz aqui dentro, mas V. Exas. contem com a minha presença aqui outra vez. E, volto a repetir: eu só saio daqui antes de 2015, se houver eleições antecipadas, ou se for da minha vontade!

Protestos na bancada social-democrata.

Ponham isso muito clarinho! Só em 2015, ou se for da minha vontade!

Protestos na bancada social-democrata.

Por isso, se incómodo ou não, V. Exas. que esperem sentados!

Protestos na bancada social-democrata.

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PAN, deseja intervir? O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Não, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- O PCP, deseja intervir?

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Edgar Silva, faz favor, tem a palavra.

Burburinho. O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós apresentamos, com processo de urgência, esta proposta de decreto legislativo regional que visa criar um regime especial de apoio aos doentes que, residindo no Porto Santo, quando se justifique e sempre que devidamente prescrito, com a correspondente credencial, têm que se deslocar para cuidados médicos, ou para exames, na Ilha da Madeira.

E esta é uma questão que, em nosso entender, é importante e é urgente! Já há alguns anos, num contexto diferente, nós apresentámos um projeto que visava a criação dum regime especial

de apoio e de reconhecimento de direitos aos doentes residentes no Porto Santo. Neste momento, a situação ganha novos contornos que justificam a apresentação, com carácter de urgência, deste regime especial.

E quais são as situações? Por exemplo, uma mulher em situação de gravidez. Numa situação normal de parto, vem para a Madeira, se ela reside no Porto Santo, vem para a Madeira 15 dias antes, 2 semanas antes do parto acontecer, do parto programado acontecer. Essa mulher, a parturiente, para se deslocar para a Madeira, não tem direito a um acompanhamento devidamente apoiado, os acompanhantes dessa mulher, que vem numa situação de gravidez, que tem que estar durante 15 dias na unidade hospitalar, aqui, com acompanhamento na Madeira, durante esses 15 dias o seu acompanhamento não está garantido de forma a ser comparticipado, se vem com o marido, com o companheiro, ou se vem com outro familiar, tem de ser pago do próprio bolso, porque o acompanhamento só é pago a partir do momento em que o parto acontece.

Apartes inaudíveis. Ora, Sr. Presidente, essa mulher fica, durante 15 dias, sem apoio, sem acompanhamento. Sem um

acompanhamento, no caso… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …de não ter meios financeiros, senão tem de pagar do próprio bolso! Os doentes que são evacuados,

vêm no AVIOCAR, não têm direito a acompanhamento, e o acompanhamento não é remunerado, não é apoiado, para poder garantir o apoio ao doente que é evacuado numa situação qualquer de urgência; os doentes oncológicos, também no acompanhamento é insuficiente o apoio garantido ao acompanhante em relação aos doentes oncológicos, e há doentes oncológicos que vêm de barco duas vezes na semana à Madeira para fazer tratamento oncológico!

Estas são situações, que se tivesse mais tempo outros exemplos daria, mas estas situações requerem medidas especiais de apoio aos doentes que são deslocados do Porto Santo!

Apartes inaudíveis.

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PTP, deseja intervir? O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Sim, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sr. Deputado.

O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu notei a inquietação da bancada

laranja, do PSD, quando o Sr. Roberto Vieira disse que ia voltar em outubro. Naturalmente que o Sr. Deputado Roberto Vieira é um dos grandes deputados da oposição nesta Casa, porque é um homem corajoso, destemido, no combate à corrupção do regime jardinista.

Apartes inaudíveis. E o Sr. Jaime Ramos muito andou atrás do Sr. João Isidoro, mais conhecido pelo “salchicha Isidoro”, para afastar o

Sr. Roberto Vieira do Parlamento, mas não conseguiu, porque o Sr. Isidoro cometeu um pequeno erro, que foi: Renunciou ao mandato!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado…

O ORADOR:- E como renunciou ao mandato, já não pode vir mais para a Assembleia…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado não é isso que estamos a discutir!

O ORADOR:- …e ficou aqui o nosso querido amigo Deputado Roberto Vieira!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Não é isso que estamos a discutir.

O ORADOR:- Vamos voltar ao assunto, Sr. Presidente!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Ah! Muito bem, muito bem!

O ORADOR:- Vamos voltar ao assunto.

Naturalmente que o nosso partido, o nosso grupo parlamentar, apoia, sem reservas, esta proposta do PCP para os doentes do Porto Santo, da Ilha Dourada!

E, tanto que apoiamos, que nós temos o melhor candidato às autarquias locais, à Câmara do Porto Santo, porque temos, nem mais nem menos, uma ex-militante do PSD, a Sra. D. Paula Serra, que vai ganhar a Câmara Municipal do Porto Santo, vai ser a Presidente da Câmara do Porto Santo…

Apartes inaudíveis.

…para pôr em marcha todas estas medidas de discriminação positiva, para ajudar o povo do Porto, ajudar os doentes do Porto Santo, os doentes oncológicos, as grávidas, todas as pessoas que precisem de acompanhamento quando precisam de vir ao Funchal, ao hospital, para serem tratadas, porque nós temos a melhor candidata, a Sra. Paula Serra, que vai derrotar os seus antigos colegas do PSD, que apenas andaram no Porto Santo a tratar de negócios, a favorecer amigos e a tratar dos seus lobbies, dos seus negócios, e a fazer obras…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …que não trouxeram benéfico nenhum para a população. Vamos ter uma senhora presidente de

câmara que vai ajudar muito a população do Porto Santo, sobretudo os mais carenciados e aqueles que precisam! A SRA. RAQUEL COELHO (PTP):- Muito bem!

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado.

O PS, deseja intervir? O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Carlos Pereira, tem a palavra, faz favor.

O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o grupo parlamentar do Partido Socialista

considera que é indispensável que o Governo Regional se responsabilize por matérias desta natureza e que afetam os porto-santenses.

Nós, infelizmente, sabemos que os últimos anos são dramáticos para os porto-santenses. Apesar da fartura financeira que observámos e que foi, de alguma forma, derramada na região do Porto Santo, a verdade é que aquilo que era essencial fazer pelos porto-santenses, não foi feito. Passaram muitos anos, gastou-se muitos milhões de euros,

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mais de 100 milhões de euros, 120 milhões de euros, mas, infelizmente, por exemplo, não existe um sistema de saúde adequado no Porto Santo, que assegure, que se diminua, de forma significativa, as pessoas, os porto-santenses, que têm que se deslocar, por cuidados de saúde, à Região Autónoma da Madeira.

E, não tendo esse resultado, não tendo obtido esse objetivo, é absolutamente essencial que se criem mecanismos para não abandonar essas pessoas à sua sorte e assegurar que há complementos de apoio a essas pessoas, no sentido de curarem essas doenças, de forma adequada.

Aparte inaudível do Sr. Jaime Ramos (PSD).

Burburinho.

Aliás, se nós nos lembrarmos daquilo que é o custo significativo, e eu penso que isso é consensual entre todos, o custo significativo dos transportes, quer seja transporte marítimo, quer seja transporte aéreo, se juntarmos à circunstância de que, por exemplo, o transporte marítimo está desadequado àquilo que é a realidade do Porto Santo, porque obriga a que o porto-santense tenha que passar, pelo menos, uma noite aqui na Região Autónoma da Madeira, isto demonstra, de facto, que o sistema não está feito a favor dos porto-santenses, mas contra os porto-santenses e a favor dos madeirenses.

E, portanto, é preciso acrescentar aqui novos mecanismos, novos instrumentos, para garantir que esta questão é ultrapassada. E esta proposta que aqui está, podendo ser, obviamente, introduzidas alterações adequadas, é uma proposta que vai no sentido de encontrar um sistema próprio, um sistema de apoio próprio, para garantir que os doentes que saem do Porto Santo são acarinhados pelo Governo Regional, não são abandonados pelo Governo Regional…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …e que permite que os custos que têm, decorrentes da sua saída do Porto Santo, não são

excessivos, ou não são tão excessivos, que os leve a não saírem e a não curarem essas mesmas doenças, o que nos parece absolutamente essencial!

Muito obrigado.

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O CDS, deseja intervir?

O SR. MARTINHO CÂMARA (CDS/PP):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Martinho Câmara, faz favor, tem a palavra.

O SR. MARTINHO CÂMARA (CDS/PP):- Obrigado, Sr. Presidente.

O CDS entende que esta proposta, aqui apresentada pelo PCP, é da maior elementar justiça. Entendemos que os porto-santenses não podem ter no Porto Santo todas as especialidades, nem todos os atos médicos, mas deve de haver uma grande proteção para as pessoas que ali residem.

Entendemos que a gestão da saúde, na Madeira, tem divergido para o descalabro e tem ido por caminhos que os madeirenses não têm saudades, nem têm boa memória.

Entendemos que aquilo que hoje, aqui, é proposto, é da mais elementar justiça, como disse, pese embora muito se tenha feito no Porto Santo. E recordo aqui determinadas obras que representaram uma nítida inversão, como, por exemplo, o crematório, o canil, a construção da Ilha Porto Santo Verde, que foram, sem dúvida, alguns equipamentos importantes, mas não determinantes para as pessoas do Porto Santo, e o que nós entendemos, é que o SESARAM e a saúde na Madeira, quando apresenta como poupança na saúde, cerca de 1 milhão de euros nos transportes dos doentes da Madeira e do Porto Santo, aquilo que mais não fez, foi ir aos direitos dos madeirenses e retirar aquilo que são os mais elementares direitos, que é o direito à saúde e à proteção na doença.

Entendemos que isto não deverá ser o caminho e que, para esta área tão sensível, como a saúde, deve de haver toda atenção, não só do Governo, mas também daqueles que aqui estão no Parlamento Regional, e sobretudo por parte da maioria!

Apartes inaudíveis.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PSD, deseja intervir? O SR. ROBERTO SILVA (PSD):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Roberto Silva, faz favor, tem a palavra.

O SR. ROBERTO SILVA (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, se há área onde foi feito investimento no

Porto Santo é, sem dúvida, na área da saúde. Os porto-santenses reconhecem-no, sabem, e todos nós sabemos que foi sempre um sector que foi visto, pelo Governo Regional e pelo PSD, pelas sucessivas Câmaras e sucessivos deputados que passaram por esta Assembleia, como uma área prioritária.

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP).

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E eu gostaria de, antes de entrar concretamente na área da saúde, dizer, que os porto-santenses sabem qual é o partido e qual é o projeto político que resolve e está atento aos seus problemas. Ainda hoje, e há cerca de uma hora, foi apresentada, no Porto Santo, a maquete da nova escola secundária, obra, essa, fundamental e decisiva para o Porto Santo, e que espero que esteja no terreno até ao final do ano!

Apartes inaudíveis.

Mas, voltando a este assunto, eu queria dizer que, quem olha para este projeto, pode ficar com a ideia de que os doentes do Porto Santo estiveram abandonados até aqui, mas é a maior pura mentira que se pode, aqui, transmitir!

Burburinho

Sempre houve atenção, e há legislação que tem enquadrado o transporte dos doentes não urgentes do Porto Santo para a Madeira. É evidente que, hoje, e concretamente com o Decreto Legislativo Regional n.º 37/2013, houve um conjunto de restrições que não havia no passado, mas estas situações estão salvaguardadas.

E gostaria de dizer, Sr. Deputado Edgar Silva, que é falso que as grávidas venham para a Madeira e que não tenham acompanhante. Têm, sim senhor!

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Têm, mas não pagam!

O ORADOR:- Têm, sim senhor! E pagam, sim senhor! Tive essa garantia ainda agora.

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP).

Burburinho.

E nos doentes oncológicos, há esse cuidado, no Centro de Saúde, de trazer, efetivamente, o acompanhante, de forma a que a pessoa se sinta mais confortável nas suas vindas à Madeira!

E, portanto, espanta-me, realmente, esta proposta do PCP, porque em alguns pontos esta mesma proposta até é mais restritiva do que concretamente o Decreto Legislativo Regional n.º 37/2013. E veja-se concretamente, no artigo 5.º, que aqui fala no acompanhamento, diz, no ponto 2, que “as grávidas, ou doentes com idade igual ou superior a 65 anos, os menores de idade e os adultos, com incapacidade física ou mental, têm direito a acompanhante”.

Ora, no Decreto Legislativo Regional n.º 37/2013, diz claramente que, em relação ao acompanhamento, “o utente, a quem seja reconhecido o direito ao transporte, pode beneficiar da presença de acompanhante sempre que o médico justifique”.

Portanto, o próprio Decreto…

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP).

Tem a credencial, mas o seu também prevê a credencial!

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP).

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Já termino, Sr. Presidente.

E, portanto, este decreto legislativo que o PCP apresenta, em alguns casos, é mais restritivo, quer dar a ideia que não há, neste momento, um regulamento que enquadre os doentes do Porto Santo, o que é efetivamente falso, e, portanto, como é evidente, nós iremos votar contra esta proposta do PCP, que não tem outros motivos, que não sejam eleitorais, em vésperas de autárquicas!

Muito obrigado.

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP).

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Srs. Deputados, vamos proceder à votação da deliberação da urgência.

Submetida à votação, foi rejeitada com 23 votos contra do PSD e 19 votos a favor, sendo 8 do CDS/PP, 5 do PS, 3 do PTP, 1 do PCP, 1 do PAN e 1 do MPT.

Ponto 5. Apreciação do projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do CDS/PP, intitulado “Regulamentação da estratégia marinha para a subdivisão da Região Autónoma da Madeira pelo Governo Regional, de acordo com o Decreto-Lei n.º 108/2010, de 13 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 201/2012, de 27 de agosto”,

apresentado com processo de urgência.

Consta do seguinte: Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira Ao abrigo das disposições regimentais, o Grupo Parlamentar do CDS/PP apresenta com carácter de urgência o

Projeto de Decreto Legislativo Regional intitulado “Regulamentação da estratégia marinha para a subdivisão da Região

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Autónoma da Madeira pelo Governo Regional, de acordo com o Decreto-Lei n.º 108/2010, de 13 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 201/2012, de 27 de agosto”, que se anexa.

- Dispensa do prazo previsto no artigo 145.º; - Dispensa do exame em Comissão (artigo 235.º, alínea b)); - Dispensa do envio à Comissão para redação final (artigo 235.º, alínea d)). Com os melhores cumprimentos, Funchal, 23 de julho de 2013. O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS/PP, Ass.: António Manuel Lopes da Fonseca.-

Está à discussão a deliberação da urgência. E pergunto ao MPT se deseja intervir?

O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Tem a palavra, Sr. Deputado Roberto Vieira.

O SR. ROBERTO VIEIRA (MTP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,…

O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Vamos ouvir o salchicha!

Apartes inaudíveis.

O ORADOR:- Olha! Vocês estão a chamar nomes ao homem, e eles dizem que ele está feito com vocês! Eu não

percebo! Eu não percebo!

Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD).

Agora, falando no ponto 5. Esta é mais uma proposta do CDS que vai merecer o voto favorável, na urgência, porque é uma proposta que

aposta no mar, que faz com que se possa rentabilizar o mar. É verdade que a proposta n.º 3 era importante, porque era para proteger uma área, mas esta é para rentabilizar,

rentabilizar o mar e respeitar os acessos ao mar. Todos nós sabemos que na Madeira os acessos ao mar não são respeitados, nomeadamente dou exemplos: Quinta do Lorde, zonas hoteleiras que tomaram conta do mar, daquela que se chama de Domínio Público Marítimo, há aqui um desrespeito total pela orla costeira.

E por isso, vamos aprovar esta urgência, apostando realmente na rentabilização deste mar, deste potencial que a Madeira tem e que, no fundo, não rentabiliza, e é com esse propósito que votamos favoravelmente a proposta!

Apartes inaudíveis.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça).- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PAN, deseja intervir?

O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Não, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- O PCP, deseja intervir?

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- faz favor, Sr. Deputado Edgar Silva.

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta é uma matéria que é importante para o interesse económico, social, e também no quadro das políticas económicas, não só a chamada economia do mar ter outras condições de implementação e de desenvolvimento da Região, mas também por uma outra gestão responsável do oceano.

Dirá o PSD, relativamente a esta proposta, aquela que é a chapa 5. Tal como disse noutras situações, é certo e sabido, bem!, era preciso que eu jogasse no totoloto, e não jogo, mas, se eu jogasse e se apostasse naquilo que o deputado vai dizer, é certo e sabido que ele vai dizer isto: “Isto está em preparação, está tudo pronto, está tudo a ser ultimado, e esta proposta não se justifica!”. E o PSD vai votar contra, porque, tudo o que tem a ver com esta situação, já está tudo pronto, está a sair do forno e está aí a chegar!

Risos nas bancadas da oposição.

Apartes inaudíveis.

Por hábito, não jogo, nem no totobola, nem do totoloto… O SR. MEDEIROS GASPAR (PSD):- Ah! Mas então deve jogar!

O ORADOR:- …mas, tão certo como o sol ter nascido esta manhã, o Deputado Vicente Pestana, (que agora está a

dar a volta à cabeça, vira-se, a ver se diz outra coisa para não dizer isso), mas vai dizer isto, vai dizer!

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Risos. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PTP, deseja intervir? O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sr. Deputado José Manuel Coelho.

O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, o nosso partido, perante mais uma proposta do CDS/Partido Popular, onde essa proposta, apesar de vir de um partido que tem feito muito mal aos trabalhadores da nossa terra e do nosso País, no entanto tem uns hiatos no que toca realmente aos recursos marinhos, esta proposta é boa, e então nós vamos votar favoravelmente esta urgência, apesar de sabermos que o partido da maioria, do PSD, está interessado é no betão e no alcatrão e nos negócios do filho do Sr. Jaime Ramos e do Sr. Jaime Ramos, e nos negócios do escritório de advogados do Sr. Deputado Tranquada, sócio do Sr. Deputado Coito Pita. Eles não se interessam com nada disto!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Isso não tem nada a ver com o que estamos a falar!

O ORADOR:- Eles não se interessam com nada disto…

Burburinho na banca social-democrata. …o negócio deles é números, porque aqueles senhores não estão aqui, nesta Assembleia… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Não tem nada a ver, Sr. Deputado!

O ORADOR:- …para defender o povo madeirense, para defender os pobres, os necessitados e a economia da

Madeira… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, volte ao assunto!

O ORADOR:- …estão aqui, isso, sim, para defender os seus interesses, a sua carteira e a sua conta bancária. Não

é por acaso que aqui o filho do Sr. Jaime Ramos se irrita muito e por vezes insulta a nossa bancada, porque a verdade dói!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Se não volta ao assunto, eu retiro-lhe a palavra.

O ORADOR:- Estes senhores não são pessoas de bem…

Neste momento, é-lhe desligado o microfone. Burburinho.

Entretanto, volta a ser ligado o microfone. …todos os diplomas que favorecem o direito que os madeirenses e porto-santenses têm, do livre acesso ao mar,

nós apoiamos, porque tudo o que seja para valorizar a nossa Região, os nossos recursos marinhos, proteger a nossa costa, tem o apoio do nosso partido e do nosso grupo parlamentar!

Muito obrigado.

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- O PS, deseja intervir?

A SRA. CARINA FERRO (PS):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sra. Deputada Carina, faz favor.

A SRA. CARINA FERRO (PS):- Muito obrigada, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, esta proposta tem um objetivo que nos parece importante, até porque a diretiva data de 2008, e, como tal, têm que ser cumpridos, ou deveriam ser cumpridos os 5 anos para a transposição da diretiva para a Ordem Jurídica Interna da Região Autónoma da Madeira.

Mas, honestamente, olhando para o conteúdo do diploma em discussão, parece-me que este diploma adequa-se mais a um projeto de resolução e não a um projeto de decreto legislativo, até porque, pura e simplesmente, recomenda ao Governo Regional regulamentar a estratégia marinha para a subdivisão da Madeira, ou seja, fala sobre a coordenação da aplicação caber ao departamento da Administração Pública Regional, e ao Governo Regional

Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 58 X Legislatura, II Sessão Legislativa (2012/2013) Quarta-feira, 31 de julho de 2013

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regulamentar a estratégia marinha. Ou seja, as nossas dúvidas residem, única e exclusivamente, nas competências que esta Assembleia terá sobre este diploma, porque, basicamente, criar diplomas, para dar poder ao Governo Regional, já o Governo Regional faz, sem passar pela Assembleia Legislativa.

E, como tal, não nos parece que exista aqui o garante de que haverá efetivamente um seguimento, por parte desta Assembleia Legislativa, para a implementação e o cumprimento do objetivo aqui exposto, mas entendemos que é importante, efetivamente, transpor a diretiva para a ordem jurídica interna e, como tal, votaremos favoravelmente a urgência do diploma.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

O CDS/PP, deseja intervir? A SRA. ISABEL TORRES (CDS/PP):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sra. Deputada Isabel Torres, faz favor.

A SRA. ISABEL TORRES (CDS/PP):- Muito obrigada, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, Portugal tem uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas da Europa, que cobre uma área dezoito vezes superior à sua área territorial terrestre, sendo que este facto deve-se, essencialmente, às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. Aliás, não foi por acaso que ainda recentemente o Sr. Presidente da República visitou a Ilha, e mais concretamente fez uma visita às Ilhas Selvagens, e salientou, nessa mesma visita, a importância que o mar tem e a importância da nossa Zona Económica Exclusiva na economia do mar.

O Decreto Legislativo n.º 108/2010, de 13 de outubro, estabelece e transpõe, para o panorama, que é jurídico nacional, a Diretiva-Quadro da Estratégia Marinha da União Europeia.

Por sua vez, um outro Decreto, posterior, n.º 201/2012, de 27 de agosto, determina que a entidade responsável, a nível nacional, para fazer a gestão do mar, é a Direção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, e que é esta a entidade competente para implementar toda a política do mar em Portugal.

Por outro lado, igualmente estabelece que a coordenação, a nível das Regiões Autónomas, fica a cargo dos departamentos regionais que têm à sua responsabilidade os recursos marinhos.

Entendemos que, o CDS entende, neste caso, ser urgente que esta matéria seja discutida e que o Governo Regional regulamente a estratégia marinha para a subdivisão Madeira. E isto ainda está por fazer! Daí a necessidade e a pertinência de se considerar que esta é uma matéria que a Região se tem que debruçar, porque o mar, como já aqui foi dito na discussão de outros diplomas e noutros momentos, até por nós, CDS, o mar é um recurso infindável e que pode…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sra. Deputada.

A ORADORA:-Termino já, Sr. Presidente.

…proporcionar à economia da Madeira algumas situações que são benéficas para criar emprego! Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

O PSD, deseja intervir? O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sr. Deputado Vicente Pestana.

O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta iniciativa do CDS (e eu lembro que estamos a discutir a urgência) não é urgente, nem necessária.

A SRA. ISABEL TORRES (CDS/PP):- Ah! Pois não!

Apartes inaudíveis. O ORADOR:- Não é urgente…

O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- O Sr. Deputado Edgar já disse!

O ORADOR:- …porque a elaboração da estratégia marítima já está devidamente regulada…

Vozes da oposição:- Aaaahhhh!

O ORADOR:- …pela diretiva-quadro, já está regulada pela diretiva-quadro e pela legislação que a Sra. Deputada

referiu, que transpôs, para a Ordem Jurídica Interna Portuguesa, essa diretiva-quadro. Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP).

Burburinho.

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Por outro lado… Aparte inaudível da Sra. Isabel Torres (CDS/PP).

Oh! Sra. Deputada, por outro lado, como sabe, e a própria legislação estipula, a Região está, em colaboração com a Direção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, a elaborar exatamente essa estratégia…

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Olhem! Eu não disse?

A SRA. ISABEL TORRES (CDS/PP):- Ora, aí está!

Burburinho.

O ORADOR:- …essa estratégia, que, a seu tempo, será apresentada e aprovada, como sabem!

Portanto, oh! Sra. Deputada, eu não vejo,… Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). …eu não conheço caso nenhum em que haja um decreto legislativo a determinar que se regulamente. Só por isso!

Não há, isso não existe! Muito obrigado, Srs. Deputados. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Srs. Deputados, vou colocar à votação a deliberação da urgência. Submetida à votação, foi rejeitada com 23 votos contra do PSD, 16 votos a favor, sendo 7 do CDS/PP, 4 do PS, 3 do

PTP, 1 do PCP e 1 do MPT e 1 abstenção do PAN. Srs. Deputados, estão concluídos os nossos trabalhos. Desejo a todos, V. Exas., e às vossas famílias, umas muito boas férias. Muito boa tarde. Eram 13 horas e 03 minutos. Faltou à Sessão o seguinte Sr. Deputado: PARTIDO DA NOVA DEMOCRACIA (PND) Hélder Spínola de Freitas

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