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regime disciplinar do pessoal não docente INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO Coordenação Inspecção-Geral da Educação Elaboração Direcção Regional de Educação do Norte Direcção Regional de Educação do Centro Direcção Regional de Educação de Lisboa Direcção Regional de Educação do Alentejo Direcção Regional de Educação do Algarve

regime disciplinar do pessoal não docente · instrução e decisão (com excepção da aplicação de penas expulsivas) dos processos disciplina-res do pessoal não docente das escolas

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Page 1: regime disciplinar do pessoal não docente · instrução e decisão (com excepção da aplicação de penas expulsivas) dos processos disciplina-res do pessoal não docente das escolas

regime discipl inardo pessoal não docente

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

CoordenaçãoInspecção-Geral da Educação

ElaboraçãoDirecção Regional de Educação do NorteDirecção Regional de Educação do CentroDirecção Regional de Educação de LisboaDirecção Regional de Educação do AlentejoDirecção Regional de Educação do Algarve

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

FICHA TÉCNICA

Título Regime Disciplinar do Pessoal não Docente Coordenação Inspecção-Geral da Educação (Alexandre Pereira e Carlos Reis Silva) Elaboração Inspecção-Geral da Educação (Alexandre Pereira e Carlos Reis Silva) Direcção Regional de Educação do Norte (Miguel João Queirós) Direcção Regional de Educação do Centro (Maria Lídia Teixeira Olhero) Direcção Regional de Educação de Lisboa (Isabel Pires Rodrigues) Direcção Regional de Educação do Alentejo (Margarida Félix) Direcção Regional de Educação do Algarve (Anatília Mascarenhas) Edição © Inspecção-Geral da Educação (IGE) Av. 24 de Julho, n.º 136 1350-346 LISBOA Tel.: 213 92 48 00/213 92 48 01 Fax: 213 92 49 50/213 92 49 60 e-mail: [email protected] URL: http://www.min-edu.pt/ige Coordenação editorial, copydesk, design gráfico, revisão tipográfica e divulgação IGE — Gabinete de Planeamento, Documentação e Formação (GPDF) Impressão e acabamento Reprografia da Secretaria-Geral do Ministério da Educação Av. 24 de Julho, n.º 136 – 1.º 1350-346 LISBOA Dezembro 2001 Tiragem 2500 exemplares Depósito-Legal 171800/01

ISBN 972-8429-31-2 Catalogação na publicação Portugal. Ministério da Educação. Inspecção-Geral da Educação, e outros Regime disciplinar do pessoal não docente / Inspecção-Geral da Educação ; Direcção Regional de Educação do Norte, do Centro, de Lisboa, do Alentejo e do Algarve ISBN 972-8429-31-2 I – Portugal. Ministério da Educação. Direcção Regional de Educação do Norte II – Portugal. Ministério da Educação. Direcção Regional de Educação do Centro III – Portugal. Ministério da Educação. Direcção Regional de Educação de Lisboa IV – Portugal. Ministério da Educação. Direcção Regional de Educação do Alentejo V – Portugal. Ministério da Educação. Direcção Regional de Educação do Algarve CDU 371.12(469)(094.5)

351.83(469) 349.2(469)

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

SUMÁRIO

Introdução ................................................................................................................... 5

1 Pessoal não docente ............................................................................................ 7

1.1 Noção ....................................................................................................... 7

1.2 Deveres ..................................................................................................... 7

2 A infracção disciplinar ......................................................................................... 7

2.1 Noção ....................................................................................................... 7

3 O procedimento disciplinar ................................................................................. 9

3.1 Noção ....................................................................................................... 9

3.2 Forma ....................................................................................................... 9

3.3 Natureza secreta ..................................................................................... 10

3.4 Constituição de advogado ...................................................................... 10

4 Penas disciplinares ............................................................................................ 10

5 Responsabilidade disciplinar ............................................................................ 11

5.1 Competência para instaurar o processo disciplinar ................................. 11

5.2 O caso especial do auto de notícia .......................................................... 12

6 A prescrição ....................................................................................................... 12

7 Nomeação do instrutor ..................................................................................... 13

8 A instrução ......................................................................................................... 13

9 A autuação ......................................................................................................... 14

10 As diligências instrutórias ................................................................................. 14

11 A acusação ......................................................................................................... 15

11.1 Notificação da acusação ......................................................................... 16

12 A defesa (princípio do contraditório) ............................................................... 16

13 Relatório final .................................................................................................... 18

14 Decisão ............................................................................................................... 19

14.1 Análise do processo e decisão ................................................................. 19

14.2 Fundamentação da decisão ..................................................................... 20

15 Notificação da decisão (artigo 69.º do Estatuto Disciplinar) .......................... 20

16 Recursos ............................................................................................................. 21

16.1 Noção ..................................................................................................... 21

16.2 Espécies .................................................................................................. 21

16.3 Tramitação .............................................................................................. 21

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

17 Incidentes da instância disciplinar ................................................................... 24

17.1 Noção ..................................................................................................... 24

17.2 Incapacidade física ou mental do arguido (artigo 60.º do Estatuto Disciplinar) ......................................................... 24

17.3 Suspensão preventiva do arguido ........................................................... 25

17.4 Suspeição do Instrutor (artigo 52.º do Estatuto Disciplinar)..................... 26

18 Processo por falta de assiduidade .................................................................... 27

18.1 Âmbito de aplicação ............................................................................... 27

18.2 Processo .................................................................................................. 27

19 Reabilitação (artigo 84.º do Estatuto Disciplinar) ........................................... 28

20 Processo de averiguações ................................................................................. 29

20.1 Noção ..................................................................................................... 29

21 O Código do Procedimento Administrativo aplicado ao procedimento disciplinar ............................................................................. 30

22 Especialidades relativas ao pessoal não docente contratado a termo certo pelo Ministério da Educação ............................................................................. 34

Minutas ..................................................................................................................... 37

Processo disciplinar ................................................................................................ 39 Autuação .............................................................................................................. 41 Auto de notícia ...................................................................................................... 43 Despacho de instauração ........................................................................................ 45 Ofício de comunicação à IGE ................................................................................... 47 Despacho de nomeação do instrutor ........................................................................ 49 Comunicação do início da instauração ao arguido e à entidade que nomeou o instrutor .......................................................................................... 51 Termo de compromisso de honra ............................................................................. 53 Auto de inquirição do participante ........................................................................... 55 Auto de declarações do arguido ............................................................................... 57 Notificação de testemunha para depor ..................................................................... 59 Auto de inquirição de testemunhas .......................................................................... 61 Acusação .............................................................................................................. 63 Notificação pessoal da acusação .............................................................................. 65 Carta registada com aviso de recepção ..................................................................... 67 Modelo de relatório final ......................................................................................... 69 Certidão de notificação pessoal de decisão ................................................................ 71 Carta registada com aviso de recepção ..................................................................... 73 Termo de conclusão e remessa ................................................................................. 75

Siglas e abreviaturas ................................................................................................. 77

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

Introdução

Antes da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro, que aprova o re-

gime jurídico do pessoal não docente, competia à Inspecção-Geral da Educação a instauração,

instrução e decisão (com excepção da aplicação de penas expulsivas) dos processos disciplina-

res do pessoal não docente das escolas.

Com a publicação do mencionado diploma e de acordo com os princípios que presidem à

organização da Administração Pública, passaram a ser atribuídas à cadeia hierárquica do

pessoal não docente (Presidente do Conselho Executivo / Director do Estabelecimento de

Ensino / Director Regional de Educação) aquelas competências disciplinares.

À Inspecção-Geral da Educação está apenas cometida, nos termos do disposto no n.º 4 do

artigo 56.º do mesmo diploma, a tarefa de fornecer às escolas, sempre que solicitado, o

necessário apoio técnico-jurídico na instrução dos processos disciplinares do pessoal não

docente, a qual será realizada por funcionários nomeados instrutores pelas entidades da

cadeia hierárquica acima referida.

A presente publicação insere-se, assim, nesse objectivo de apoiar técnica e juridicamente as

escolas disponibilizando a informação essencial para suporte da instrução dos processos e

decorre de um acordo estabelecido, em Março de 2000, entre a Inspecção-Geral da Educação

e o Conselho Restrito de Directores Regionais da Educação.

O grupo de trabalho constituído a partir desse acordo, que integrou elementos da Inspecção-

-Geral da Educação e das cinco Direcções Regionais da Educação, produziu o documento que

a seguir se apresenta e em que constam os aspectos essenciais do Código do Procedimento

Administrativo e do Estatuto Disciplinar da Função Pública necessários à instauração,

instrução e decisão dos processos disciplinares do pessoal não docente das escolas.

Procurou-se que o documento contivesse, de forma clara e concisa, a informação imprescindí-

vel, que sugerisse minutas de suporte e que, no decorrer do texto fizesse ressaltar, com o

recurso à utilização da escrita em versaletes, o que é mais relevante e importa acautelar.

Teve-se a preocupação de fazer um documento útil e operacional e espera-se ter levado a

bom termo a missão. Cabe aos seus destinatários julgá-lo e, sempre que o entenderem,

solicitar ou propor informação complementar.

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

1 Pessoal não docente

1.1 Noção

«Por pessoal não docente entende-se o conjunto de funcionários e agentes que, no âmbito

das respectivas funções, contribuem para apoiar a organização e a gestão, bem como a acti-

vidade socioeducativa das escolas, incluindo os serviços especializados de apoio socioeduca-

tivo» (art.º 2.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro).

1.2 Deveres

No exercício das suas funções o pessoal não docente está obrigado ao cumprimento dos

deveres gerais estabelecidos para os funcionários e agentes do Estado — cfr. Art.º 3.º n.os 2 a

12 do Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração Central Regional e

Local (ED), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/84, de 16 de Janeiro — e demais deveres decor-

rentes da aplicação do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro, designadamente os

previstos no n.º 2 do art.º 10.º deste diploma.

A violação de qualquer destes deveres constitui infracção disciplinar.

2 A infracção disciplinar

2.1 Noção

Atento o disposto no n.º 1 do art.º 3.º do Estatuto Disciplinar, «considera-se infracção disci-

plinar o facto, ainda que meramente culposo, praticado pelo funcionário ou agente com vio-

lação de algum dos deveres gerais ou especiais decorrentes da função que exerce».

A infracção disciplinar pode ser cometida por acção ou omissão e a título de dolo ou de

negligência.

Age com DOLO quem:

a) representando um facto que constitui um ilícito disciplinar, actuar com intenção de o

realizar;

b) representar a realização de um facto que preenche um ilícito disciplinar como

consequência necessária da sua conduta;

c) representando como consequência possível da sua conduta a realização de um facto

que preenche um ilícito disciplinar, actua conformando-se com essa realização.

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Age com NEGLIGÊNCIA quem, por não proceder com o cuidado a que, segundo as circunstân-

cias, está obrigado e de que é capaz:

a)

b)

a)

b)

c)

a)

b)

representar como possível a realização de um facto que preenche um ilícito discipli-

nar, mas actuar sem se conformar com essa realização;

não chegar sequer a representar a possibilidade de realização do facto.

A culpa do funcionário ou agente, traduzida no juízo de censura dirigido à sua conduta,

poderá ser afastada se existir uma CAUSA DE EXCLUSÃO. Constituem causas de exclusão da culpa:

a coacção física prevista na alínea a) do art.º 32.º do Estatuto Disciplinar. O agente é

compelido fisicamente à prática do facto não o conseguindo evitar;

a privação acidental e involuntária do exercício das faculdades intelectuais no

momento da prática do acto ilícito, prevista na alínea b) do art.º 32.º do Estatuto

Disciplinar e no art.º 20.º do Código de Processo Penal (CPP). Esta causa de exclusão

verifica-se quando o funcionário ou agente está incapaz de avaliar a sua conduta e de

se determinar de acordo com essa avaliação;

a não exigibilidade de conduta diversa prevista na alínea d) do art.º 32.º do Estatuto

Disciplinar. O agente não dispõe de liberdade para se comportar de modo diverso.

A ilicitude, traduzida no incumprimento de um dever imposto pela lei, ou consubstanciada

numa prática por ela proibida, pode ser afastada nos seguintes casos:

legítima defesa própria ou alheia, prevista na alínea c) do art.º 32.º do Estatuto

Disciplinar, consubstanciada no «facto praticado como meio necessário para repelir a

agressão actual e ilícita de interesses juridicamente protegidos do agente ou de

terceiro»;

exercício de um direito ou cumprimento de um dever, previsto na alínea e) do art.º

32.º do Estatuto Disciplinar.

A enumeração das circunstâncias dirimentes da responsabilidade disciplinar contida no art.º

32.º do Estatuto Disciplinar não é taxativa (cfr. Art.º 10.º do Estatuto Disciplinar e o art.º

271.º da Constituição da República Portuguesa), sendo certo que a verificação de alguma

delas afasta a possibilidade de responsabilizar o funcionário ou agente em termos

disciplinares.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

3 O procedimento disciplinar

3.1 Noção

O procedimento disciplinar constitui o meio através do qual se efectiva a responsabilidade

disciplinar do funcionário ou agente.

Trata-se essencialmente de um processo inquisitório. A Administração conduz a investigação

destinada a apurar se foi ou não praticado certo facto, em que circunstâncias e quem é o seu

autor. O arguido tem, contudo, direito a ser ouvido com todas as garantias de defesa.

O modelo que o procedimento deve seguir encontra-se traçado no Decreto-Lei n.º 24/84, de

16 de Janeiro, com as adaptações constantes dos art.os 54.º e seguintes do Decreto-Lei n.º

515/99, de 24 de Novembro. Devem, adicionalmente, ser consideradas algumas normas do

Código do Procedimento Administrativo (CPA).

3.2 Forma

O procedimento disciplinar pode ser COMUM ou ESPECIAL.

Sempre que a lei não mande observar um processo especial, emprega-se o processo comum

(art.º 35.º do Estatuto Disciplinar).

a) O PROCESSO COMUM

Tem uma regulamentação própria prevista nos art.os 45.º e seguintes do Estatuto

Disciplinar.

b) O PROCESSO ESPECIAL

Segue as disposições específicas e, nos casos omissos, as normas respeitantes ao

processo comum.

À excepção do processo por falta de assiduidade (art.º 71.º e seguintes do Estatuto Discipli-

nar), que o legislador denomina expressamente de processo especial, todos os processos pre-

vistos no Estatuto Disciplinar são comuns.

Existem, contudo, processos que não sendo especiais têm uma tramitação especializada. É o

caso do procedimento previsto no art.º 38.º, dos processos de revisão (art.º 78.º a 83.º), dos

processos de inquérito, de sindicância e de meras averiguações (art.os 85.º a 88.º). Estes

processos regem-se, na parte não prevista, pelas regras do processo comum.

Neste capítulo consideraremos apenas os trâmites do processo disciplinar comum.

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

3.3 Natureza secreta

O processo disciplinar é secreto até à acusação.

Ao arguido pode, porém, ser facultado o exame do processo, a seu requerimento, sob

condição de não divulgar o que dele conste. Caso o divulgue, ser-lhe-á, por esse facto,

instaurado novo processo disciplinar (n.os 1 e 5 do art.º 37.º do Estatuto Disciplinar).

3.4 Constituição de advogado

O arguido pode constituir advogado em qualquer fase do processo (n.º 6 do art.º 37.º do

Estatuto Disciplinar).

4 Penas disciplinares

Nos termos do n.º 1 do art.º 11.º do Estatuto Disciplinar, pelas infracções disciplinares come-

tidas, aos funcionários e agentes podem ser aplicadas as seguintes penas:

a)

b)

c)

d)

e)

f)

repreensão escrita;

multa;

suspensão;

inactividade;

aposentação compulsiva;

demissão.

As penas são sempre registadas no processo individual do funcionário ou agente (n.º 3 do

art.º 11.º do Estatuto Disciplinar).

A eventual publicação de uma lei de amnistia não destrói os efeitos já produzidos pela

aplicação da pena (n.º 4 do art.º 11.º do Estatuto Disciplinar).

Por cada infracção disciplinar ou por várias infracções apreciadas num só processo, NÃO PODE

ser aplicada ao funcionário ou agente mais do que uma medida disciplinar (n.º 1 do art.º 14.º

do Estatuto Disciplinar).

A possibilidade de aplicação de penas a APOSENTADOS encontra-se prevista no art.º 15.º do

Estatuto Disciplinar.

No que concerne à caracterização e aos efeitos das penas, estes constam dos art.os 12.º e 13.º

do Estatuto Disciplinar.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

5 Responsabilidade disciplinar

«O pessoal não docente é disciplinarmente responsável perante o presidente do conselho

executivo ou do director do estabelecimento de educação ou de ensino onde presta funções»

(art.º 55.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro).

5.1 Competência para instaurar o processo disciplinar

A competência para instaurar o processo disciplinar pertence, nos termos do n.º 1 do art.º

56.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro, ao presidente do conselho executivo ou

ao director do estabelecimento de educação ou de ensino.

Existem duas excepções a esta regra:

a) se o arguido for membro de um órgão de administração do estabelecimento de

educação ou de ensino, a competência para instaurar o processo disciplinar cabe ao

director regional de educação (n.º 2 do art.º 56.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de

Novembro);

b) a instauração de processo disciplinar em consequência de acção inspectiva realizada

pela Inspecção-Geral da Educação é da competência do inspector-geral da educação (n.º

3 do art.º 56.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro).

Atento o disposto no n.º 4 do art.º 56.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro, o

despacho de instauração do procedimento disciplinar, uma vez proferido, deve ser

imediatamente comunicado à respectiva Delegação Regional da Inspecção-Geral da Educação.

O despacho instaurador do processo disciplinar pode ter na sua origem, além do mais, uma

participação ou queixa (art.º 46.º do Estatuto Disciplinar).

As participações ou as queixas não revestem forma especial podendo ser verbais. Neste caso

devem ser reduzidas a auto pelo funcionário ou agente que as receber (n.º 4 do art.º 46.º do

Estatuto Disciplinar).

Constitui um dever do funcionário ou agente a participação, a qualquer superior hierárquico

do arguido, das infracções de que tenha conhecimento (n.os 1 e 2 do art.º 46.º do Estatuto

Disciplinar).

Recebido o auto, a participação ou a queixa, a entidade competente para instaurar o processo

disciplinar decidirá se deve ou não instaurá-lo. Se entender que os factos constantes do auto,

participação ou queixa são infundados mandará proceder ao seu arquivamento (n.º 2 do art.º

50.º do Estatuto Disciplinar). Caso entenda o contrário, instaura ou determina que se instaure

o processo disciplinar (n.º 3 do mesmo artigo).

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

5.2 O caso especial do auto de notícia

Se um dirigente presenciar ou verificar uma infracção praticada no serviço sob a sua direcção,

deve levantar ou mandar levantar um AUTO DE NOTÍCIA (n.º 1 do art.º 47.º do Estatuto

Disciplinar).

Este auto, nos termos do disposto no art.º 49.º do Estatuto Disciplinar, desde que contenha a

indicação de duas testemunhas, faz fé, até prova em contrário, relativamente aos factos

presenciados pela entidade que o levantou ou mandou levantar. Dele devem constar os factos

que integram a infracção, o dia, a hora, o local e as circunstâncias em que foi cometida, os

elementos de identificação do funcionário ou agente visado e os elementos de identificação

da entidade que a presenciou. Se existirem devem ser mencionadas as provas testemunhal e

documental (n.º 1 do art.º 47.º do Estatuto Disciplinar).

O auto deve ser assinado pela entidade que o levantou ou mandou levantar e, se possível,

pelas testemunhas e pelo funcionário ou agente visado, se este o quiser assinar.

O auto de notícia deve ser remetido imediatamente à entidade com competência para

instaurar o processo disciplinar (n.º 4 do art.º 47.º do Estatuto Disciplinar).

Quando esse auto de notícia serve de base ao processo disciplinar, desde que não tenham

sido ordenadas ou requeridas outras diligências nos termos do art.º 49.º do Estatuto

Disciplinar, deverá ser deduzida acusação ao arguido no prazo de 48 horas contadas a partir

da data do início da instrução (art.º 58.º do Estatuto Disciplinar).

6 A prescrição

Merecem aqui referência os prazos de prescrição do direito de instaurar o procedimento

disciplinar. Nos termos do disposto no n.º 1 e no n.º 2 do art.º 3.º do Estatuto Disciplinar, tal

direito prescreve:

a) decorridos três anos sobre a data em que a falta houver sido cometida;

b) decorridos três meses sobre a data em que o dirigente máximo do serviço teve

conhecimento da falta, não tendo sido instaurado o competente processo disciplinar.

Suspendem o prazo de prescrição, designadamente, a instauração de processos de averigua-

ções ou de inquérito (n.º 5 do art.º 3.º do Estatuto Disciplinar).

No caso das infracções disciplinares que constituem simultaneamente infracções penais,

sendo o prazo prescricional da lei penal superior a três anos, aplicar-se-á ao processo

disciplinar o prazo estabelecido na lei penal.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

7 Nomeação do instrutor

Uma vez proferido o despacho de instauração do processo disciplinar, é necessário nomear

um instrutor que proceda à sua instrução.

A nomeação do instrutor é da competência da entidade que mandou instaurar o processo

disciplinar, nos termos do art.º 51.º do Estatuto Disciplinar e atento o disposto no n.º 1 do

art.º 57.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro.

Sendo o arguido membro do órgão de administração do estabelecimento de educação ou de

ensino ou tratando-se de processo disciplinar não respeitante a faltas leves ao serviço, a casos

de negligência e má compreensão dos deveres funcionais e a falta de assiduidade, a

competência para a nomeação do instrutor pertence ao director regional de educação (n.º 2

do art.º 56.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro, por remissão do n.º 3 do art.º

57.º deste diploma).

Se o processo disciplinar for instaurado ao arguido na sequência de acção inspectiva

efectuada pela Inspecção-Geral da Educação, a competência para a nomeação do instrutor é

sempre do inspector-geral da educação (n.º 3 do art.º 56.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24

de Novembro, por remissão do n.º 3 do art.º 57.º deste diploma).

8 A instrução

Uma vez nomeado, o instrutor deve iniciar a instrução no prazo máximo de dez dias, conta-

dos da data em que lhe foi notificado o despacho que mandou instaurar o processo discipli-

nar, e ultimá-la no prazo de quarenta e cinco dias (n.º 1 do art.º 45.º do Estatuto Disciplinar).

Estes prazos são contados nos termos do art.º 72.º do Código do Procedimento Administra-

tivo, ou seja, por dias úteis.

Nos casos de excepcional complexidade, o prazo de quarenta e cinco dias pode, sob proposta

fundamentada do instrutor e despacho da entidade que mandou instaurar o processo

disciplinar, ser excedido (n.º 1 do art.º 45.º do Estatuto Disciplinar).

Para o coadjuvar nas actividades instrutórias o instrutor pode escolher um secretário. A

competência para proceder à nomeação do secretário pertence à entidade que nomeou o

instrutor (n.º 5 do art.º 51.º do Estatuto Disciplinar).

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

9 A autuação

Como primeiro acto de instrução, a autuação marca o início do processo disciplinar (n.º 1 do

art.º 55.º do Estatuto Disciplinar).

O instrutor deve autuar, ou mandar autuar pelo secretário, o despacho de instauração, os

actos de nomeação do próprio e do secretário (se tiver escolhido secretário) e todos os

elementos referentes ao caso que lhe sejam fornecidos pelo serviços, designadamente, a

participação, a queixa ou o auto de notícia e outros documentos já existentes (n.º 1 do art.º

55.º do Estatuto Disciplinar).

Solicita também imediatamente, para juntar aos autos, a cópia do registo biográfico do

arguido (n.º 1 do art.º 55.º do Estatuto Disciplinar).

O instrutor deve comunicar ao arguido, ao participante e à entidade que o nomeou, a data do

início da instrução (n.º 3 do art.º 45.º do Estatuto Disciplinar).

10 As diligências instrutórias

Com o intuito de apurar se os factos imputados ao arguido constituem infracção disciplinar, o

instrutor procede à necessária investigação, ouvindo o participante, recolhendo o depoimento

das testemunhas por este indicadas e de outras que entender conveniente, ordenando, se for

caso disso, exames a realizar por peritos e reunindo documentos relevantes para a descoberta

da verdade (n.º 1 do art.º 55.º do Estatuto Disciplinar).

Deve ainda nesta fase anterior à acusação ouvir o arguido, a requerimento deste ou se o

julgar necessário. Pode também acareá-lo com testemunhas ou com o participante.

Nesta fase do procedimento o número de testemunhas é ilimitado (art.º 56.º do Estatuto

Disciplinar). Contudo, se for requerida a inquirição de determinada testemunha e o instrutor

entender que ela nada trará de novo, atenta a prova até então produzida, pode indeferir esse

requerimento, mediante despacho fundamentado (n.os 3 e 4 do art.º 42.º do Estatuto

Disciplinar).

Atento o disposto no n.º 1 do art.º 131.º do Código de Processo Penal e art.º 616.º do Código

do Processo Civil (CPC) tem capacidade para ser testemunha qualquer pessoa que não se

encontre interdita por anomalia psíquica. A recusa é legítima apenas nos casos previstos na

lei, designadamente no art.º 134.º do Código de Processo Penal.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

11 A acusação

Concluída a instrução, o instrutor analisa a prova reunida ajuizando se durante a investigação

foram recolhidos indícios suficientes de que foi praticada uma infracção e de quem foi o seu

autor.

Se este juízo for negativo, elabora o relatório, no prazo de cinco dias, e remete-o, acom-

panhado do respectivo processo, à entidade que o tiver mandado instaurar, propondo o seu

arquivamento (n.º 1 do art.º 57.º do Estatuto Disciplinar).

Se, pelo contrário, entende que existe matéria para o processo prosseguir, deduz, no prazo de

dez dias, a acusação contra o arguido.

Esta deve ser articulada e conter a discriminação das faltas averiguadas com referência aos

correspondentes preceitos legais e às penas aplicáveis (n.º 2 do art.º 57.º do Estatuto

Disciplinar), sob pena de nulidade nos termos do n.º 1 do art.º 42.º deste diploma legal.

Mais deverá conter a indicação de eventuais circunstâncias agravantes com referência aos

respectivos artigos de acusação.

ESTE MOMENTO REVESTE PARTICULAR IMPORTÂNCIA, UMA VEZ QUE OS ARTIGOS DE ACUSAÇÃO FIXAM A MATÉRIA

DE FACTO A SER DISCUTIDA E QUE SERVIRÁ DE BASE À DECISÃO FINAL.

É importante salientar que a dedução de acusação não significa que o arguido seja culpado.

Tal seria, aliás, inconstitucional por violação do princípio da presunção de inocência do ar-

guido, consagrado no n.º 2 do art.º 32.º da Constituição da República Portuguesa. Significa

apenas que no decurso da instrução foram recolhidos indícios factuais susceptíveis de respon-

sabilizar disciplinarmente o arguido, em relação aos quais se lhe deve dar a oportunidade de

defesa.

Para que o direito de defesa se efective nos termos em que a lei o concede, a acusação deve

ser formulada de tal modo que o arguido a possa cabalmente compreender e destruir. Deve-

-lhe ser garantido o perfeito conhecimento dos factos que se lhe pretendem imputar.

Está, portanto, vedado ao instrutor articular imputações vagas ou genéricas e factos impreci-

sos, isto é, que não contenham as respectivas circunstâncias conhecidas de tempo, modo e

lugar.

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

11.1 Notificação da acusação

A notificação da acusação poderá ser:

PESSOAL: no prazo de 48 horas (n.º 1 do art.º 59.º do Estatuto Disciplinar).

ATRAVÉS DE CARTA REGISTADA, COM AVISO DE RECEPÇÃO: se não for possível a notificação

pessoal (n.º 1 do art.º 59.º do Estatuto Disciplinar).

ATRAVÉS DE AVISO PUBLICADO NO DIÁRIO DA REPÚBLICA: quando não é possível nem a noti-

ficação pessoal nem a notificação por carta registada, designadamente por o arguido

se encontrar ausente em parte incerta, caso em que é citado para apresentar a sua

defesa em prazo não inferior a 30 nem superior a 60 dias, contados da data da

publicação (n.os 2 e 3 do art.º 59.º do Estatuto Disciplinar).

O instrutor deve juntar cópia da acusação, com indicação do prazo para apresentar a defesa

(entre 10 a 20 dias nos termos do n.º 1 do art.º 59.º do Estatuto Disciplinar) e do local e data

em que pode consultar o processo (art.º 61.º do Estatuto Disciplinar).

Nos processos complexos o prazo pode ser prorrogado até 60 dias por despacho de quem o

mandou instaurar (n.º 5 do art.º 59.º do Estatuto Disciplinar), nos termos do n.º 1 do art.º

45.º do Estatuto Disciplinar.

O indeferimento de pedido de prorrogação do prazo tem de ser fundamentado, nos termos

dos art.os 124.º e 125.º do Código do Procedimento Administrativo.

12 A defesa (princípio do contraditório)

Entende-se por defesa e princípio do contraditório a possibilidade do arguido provar que é

inocente (não cometeu os factos de que é acusado), que existe exclusão de ilicitude ou de

culpa (art.os 10.º e 32.º do Estatuto Disciplinar), que prescreveu o procedimento disciplinar

(art.º 4.º do Estatuto Disciplinar) ou que a infracção foi amnistiada.

A defesa deve ser apresentada no prazo estipulado na nota de culpa. Durante o prazo para a

defesa é facultado o exame do processo ao arguido, seu representante, curador ou advogado

constituído (n.º1 do art.º 61.º do Estatuto Disciplinar). Ao advogado legalmente constituído

pode ser confiado o processo (art.º 62.º do Estatuto Disciplinar).

O arguido deve expor com clareza e concisão os factos e as razões da sua defesa, a qual pode

ser assinada pelo arguido ou seu representante. Com a resposta deve o arguido apresentar o

rol de testemunhas, juntar documentos e requerer diligências necessárias à sua defesa. O pra-

zo para responder à acusação é peremptório. A resposta entregue fora de prazo não é aceite,

devendo mencionar-se esse facto nos autos (art.os 61.º e 63.º do Estatuto Disciplinar).

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

A produção de prova a oferecer pelo arguido deve ser feita no prazo de 20 dias a seguir à

apresentação da resposta ou de 40 dias quando há diligências a realizar fora do local (n.º 1

do art.º 64.º do Estatuto Disciplinar).

Se houver necessidade de realizar outras diligências (n.º 2 do art.º 64.º) pode o instrutor

requerer a prorrogação do prazo nos termos do n.º 1 do art.º 45.º do Estatuto Disciplinar.

O instrutor pode recusar, por desnecessárias e manifestamente impertinentes, a realização de

diligências (n.º 3 do art.º 61.º do Estatuto Disciplinar).

O INSTRUTOR SÓ PODE OUVIR TRÊS TESTEMUNHAS POR CADA FACTO, PODENDO RECUSAR A INQUIRIÇÃO SE

CONSIDERAR PROVADOS OS FACTOS ALEGADOS (N.OS 4 E 5 DO ART.º 61.º DO ESTATUTO DISCIPLINAR).

A inquirição de testemunhas não é efectuada sob juramento, bastando que dos autos conste

que a testemunha «declara dizer toda a verdade».

A inquirição de testemunhas que residam fora do local onde corre o processo (n.os 4, 6 e 7 do

art.º 61.º do Estatuto Disciplinar) pode ser solicitada por carta precatória à competente

autoridade (cfr. Art.º 111.º do Código de Processo Penal).

Nada impede o instrutor de realizar essa diligência no local onde as testemunhas se encon-

trem ou residam.

As diligências para inquirição de testemunhas não residentes no local onde corre o processo

devem ser notificadas ao arguido.

O despacho que recusar diligências requeridas pelo arguido, nos termos do n.º 3 do art.º 61.º

do Estatuto Disciplinar, é susceptível de recurso hierárquico, nos termos dos n.os 3 e 4 do art.º

42.º, subindo imediatamente nos próprios autos.

Os prazos são contados nos termos das alíneas a), b) e c) do n.º 1 do art.º 73.º do CPA, ou

seja, em dias úteis.

A falta de resposta à acusação dentro do prazo equivale à efectiva audiência do arguido (n.º 9

do art.º 61.º do Estatuto Disciplinar).

A AUDIÊNCIA DO ARGUIDO compreende várias formalidades essenciais:

formulação clara e precisa dos artigos da acusação;

notificação da acusação ao arguido com a indicação de prazo razoável para a defesa;

acesso ao processo nesse período para exame;

recepção da defesa escrita com os documentos juntos;

inquirição das testemunhas e realização das diligências que sejam necessárias.

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

MANIFESTAÇÕES DE FALTA DE AUDIÊNCIA DO ARGUIDO (NULIDADE INSUPRÍVEL DO ART.º 42.º DO ESTATUTO

DISCIPLINAR):

acusação despida de qualquer expressão factual;

ausência de formalidades essenciais à acusação e à defesa (art.º 59.º do Estatuto

Disciplinar);

ausência de notificação da acusação (n.os 1 e 2 do art.º 59.º do Estatuto Disciplinar);

falta de nomeação de curador quando necessária (art.º 60.º);

não notificação ao arguido da junção de documentos e de depoimentos por ele não

requeridos efectuados após a apresentação da defesa;

falta de inquirição válida (n.os 3, 4 e 5 do art.º 61.º do Estatuto Disciplinar);

falta de inquirição de testemunhas oferecidas pelo arguido (art.º 59.º e n.os 3, 4 e 5 do

art.º 61.º do Estatuto Disciplinar) quando não fundamentada;

falta de realização de exames, peritagens ou quaisquer outras diligências indispensá-

veis à prova ou ao esclarecimento dos factos (por exemplo: exame de alienação mental

ao arguido — art.º 60.º do Estatuto Disciplinar).

13 Relatório final

Nos termos do previsto no art.º 65.º do Estatuto Disciplinar, o instrutor deverá elaborar o

relatório final no prazo de 5 dias, contados a partir do termo da instrução do processo. Caso a

complexidade do processo o exija, este prazo poderá ser prorrogado até 20 dias pela entidade

competente para decidir, por aplicação do disposto no n.º 2 do art.º 65.º conjugado com o

art.º 45.º do Estatuto Disciplinar.

O relatório deve referir, no essencial, a existência material das faltas por cuja prática o

arguido tenha sido acusado (e não outras), o seu enquadramento jurídico-disciplinar

(deveres violados e pena aplicável), as circunstâncias atenuantes e agravantes

consideradas na acusação e as importâncias a repor, se as houver.

Deve constituir um relato sumário da origem e da sequência do processo, e de qual-

quer outra indicação que se entender útil ou conveniente, nele se fazendo sempre uma

análise fundamentada da defesa quanto à procedência ou não dos argumentos ou

questões suscitadas.

Elaborado o relatório, deve o instrutor dar por concluído o processo e remetê-lo no

prazo de 24 horas à entidade que o mandou instaurar.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

A entidade que instaurou o processo se não for competente para decidir remete o processo à

entidade competente para decidir no prazo de 2 dias.

A competência para decidir em processo disciplinar a aplicação das diferentes penas ao

pessoal não docente encontra-se prevista no art.º 59.º do Decreto-Lei n.º 515/99.

NOS TERMOS DO ARTIGO 59.º DO DECRETO-LEI N.º 515/99

SÃO COMPETENTES PARA APLICAR AS DIFERENTES PENAS

Repreensão escrita Presidente do Conselho Executivo / Director se o arguido não é membro de órgão de gestão

Repreensão escrita Director Regional de Educação, se o arguido é membro de órgão de gestão

Multa, suspensão e inactividade Director Regional de Educação

Aposentação compulsiva e demissão Ministro da Educação ou Secretário de Estado com competência delegada para o efeito

14 Decisão

14.1 Análise do processo e decisão

A entidade competente para decidir analisa o processo. Se concordar com as conclusões do

relatório exara despacho decidindo aplicar a pena proposta pelo instrutor no prazo de 30 dias

a contar da data da recepção do processo. O relatório constitui o fundamento da decisão.

Se considerar necessária a realização de novas diligências exara despacho, no prazo de 30

dias, a contar da data da recepção do processo, ordenando a realização dessas diligências e

estabelecendo um prazo para o efeito.

Pode ainda exarar despacho, no prazo de 30 dias, ordenando a emissão de um parecer no

prazo de 10 dias, nos termos do n.º 3 do art.º 66.º do Estatuto Disciplinar.

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

A decisão, quando não concordante com a proposta do instrutor, deve ser fundamentada e

proferida no prazo de 30 dias contados:

A partir do termo do prazo marcado para realizar novas diligências complementares de

prova;

A partir do termo do prazo de 10 dias fixados para emissão de parecer.

14.2 Fundamentação da decisão

A fundamentação deve ser expressa através de sucinta exposição dos fundamentos de facto e

de direito da decisão, podendo consistir em declaração de concordância com pareceres,

informações ou propostas que constituirão parte integrante do respectivo acto, de acordo

com os artigos 124.º e 125.º do Código do Procedimento Administrativo.

Se a decisão for de exclusiva competência ministerial poderá ser ouvida a auditoria jurídica se

existir (n.º 5 do art.º 66.º do Estatuto Disciplinar).

15 Notificação da decisão (artigo 69.º do Estatuto Disciplinar)

Tal como se encontra estabelecido no artigo 69.º, a decisão será notificada ao arguido, nos

termos do art.º 59.º do Estatuto Disciplinar. A notificação deve ser pessoal ou, não sendo

possível, através de carta registada com aviso de recepção, e efectuada no prazo de 48 horas

após a decisão ou através de aviso publicado no Diário da República.

Com a NOTIFICAÇÃO devem ser entregues e deve ser comunicado ao arguido:

Os fundamentos da decisão (cópia do relatório no caso de decisão concordante ou do

parecer sobre o qual foi exarado o despacho);

A identificação do procedimento administrativo, com indicação do autor do acto e a

data deste;

O órgão competente para apreciar o recurso hierárquico e o prazo para o efeito, no

caso do acto não ser susceptível de recurso contencioso.

Na mesma data serão notificados o instrutor e o participante, caso este o tenha requerido.

A entidade competente para decidir poderá autorizar o adiamento da notificação, pelo prazo

máximo de 30 dias, no caso de penas de suspensão ou cessação do exercício de funções,

quando da execução da decisão resultem inconvenientes mais graves do que os resultantes da

permanência do arguido ao serviço.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

A aplicação de pena disciplinar produz os seus efeitos legais no dia seguinte ao da sua

notificação ou 15 dias após a publicação de aviso no Diário da República, quando não foi

possível utilizar outra forma de notificação.

As amnistias não destroem os efeitos já produzidos das penas (n.º 4 do art.º 11.º do Estatuto

Disciplinar).

16 Recursos

16.1 Noção

O recurso consiste num pedido de reapreciação da decisão proferida no âmbito do processo

disciplinar, pedido esse que pode ser apresentado perante o superior hierárquico (recurso

hierárquico) ou perante um órgão judiciário (recurso contencioso).

Trata-se pois de um expediente impugnatório que consiste em pedir a um superior

hierárquico de quem proferiu a decisão que revogue ou substitua essa decisão (recurso

hierárquico) ou em solicitar a intervenção dos tribunais para apreciar a legalidade ou

ilegalidade dessa decisão.

16.2 Espécies

RECURSO HIERÁRQUICO

Da decisão proferida no processo disciplinar pode caber recurso hierárquico para o membro

do Governo competente, nos termos do art.º 73.º do Estatuto Disciplinar dos Funcionários e

Agentes da Administração Central, Regional e Local, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/84, de

16 de Janeiro.

RECURSO CONTENCIOSO

Da decisão condenatória proferida pelo membro do Governo competente cabe recurso para

os tribunais, nos termos gerais, conforme resulta do art.º 74.º do Estatuto Disciplinar.

16.3 Tramitação

RECURSO HIERÁRQUICO

LEGITIMIDADE

Têm legitimidade para interpor recurso hierárquico o arguido e o participante — n.º 1 do art.º

75.º do Estatuto Disciplinar — sendo que, no caso deste último, deverá requerer a sua

notificação da decisão, nos termos do n.º 2 do art.º 69.º do Estatuto Disciplinar.

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

ACTOS PASSÍVEIS DE RECURSO HIERÁRQUICO

Despachos que não sejam de mero expediente proferidos pelos superiores hierárqui-

cos, nos termos do art.º 16.º do Estatuto Disciplinar — n.º 1 do art.º 75.º do Estatuto

Disciplinar.

Despacho que indefira o requerimento de quaisquer diligências probatórias — n.º 3 do

art.º 44.º do Estatuto Disciplinar.

Despacho que não admita a dedução da suspeição do instrutor ou não aceite os

fundamentos invocados — art.º 52.º e n.º 3 do art.º 77.º, do Estatuto Disciplinar.

PRAZOS PARA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO HIERÁRQUICO

Todos os prazos aqui referidos são contados nos termos do art.º 72.º do CPA.

PELO ARGUIDO:

Dos despachos que não sejam de mero expediente proferidos pelos superiores hierárquicos,

nos termos do art.º 16.º do Estatuto Disciplinar:

10 dias Se for notificado pessoalmente ou por via postal — n.º 3 do

art.º 75.º do Estatuto Disciplinar.

20 dias Se a notificação for efectuada por aviso publicado no Diário da

República — n.º 3 do art.º 75.º do Estatuto Disciplinar.

Do despacho que indefira o requerimento de quaisquer diligências probatórias: 10 dias após a

notificação — n.º 3 do art.º 75.º do Estatuto Disciplinar e n.º 2 do art.º 71.º do CPA.

Do despacho que não admita a dedução da suspeição do instrutor ou não aceite os

fundamentos invocados: 10 dias após a notificação — n.º 3 do art.º 75.º do Estatuto

Disciplinar e n.º 2 do art.º 71.º do CPA.

PELO PARTICIPANTE:

10 dias

Após a notificação da decisão, que terá de ser requerida, nos

termos do n.º 2 do art.º 69.º do Estatuto Disciplinar — n.º 3 do

art.º 75.º do Estatuto Disciplinar.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

ENTIDADE PERANTE A QUAL É INTERPOSTO O RECURSO

O recurso é interposto perante o membro do Governo competente — n.º 3 do art.º 75.º do

Estatuto Disciplinar.

Contudo, o requerimento de interposição do recurso pode ser apresentado perante o autor

do acto (que neste caso deverá proceder nos termos do art.º 77.º do CPA) ou perante a

autoridade a quem seja dirigido — art.º 169.º do CPA.

EFEITOS DA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO

Despachos que não sejam de mero expediente proferidos pelos superiores hierárquicos:

A interposição de recurso suspende a execução da decisão condenatória e devolve ao

membro do governo a competência para decidir definitivamente, podendo manter,

diminuir ou anular a pena (só poderá verificar-se agravação da pena no caso de o recurso

ser interposto pelo participante) — n.º 6 e n.º 7 do art.º 75.º do Estatuto Disciplinar;

Despacho que indefira o requerimento de quaisquer diligências probatórias:

A interposição do recurso tem efeito suspensivo, por aplicação do disposto no n.º 6 do

art.º 75.º e n.º 2 do art.º 77.º do Estatuto Disciplinar.

Despacho que não admita a dedução da suspeição do instrutor ou não aceite os funda-

mentos invocados:

A interposição do recurso tem efeito suspensivo, por aplicação do disposto no n.º 6 do

art.º 75.º e n.º 2 do art.º 77.º do Estatuto Disciplinar.

REGIME DE SUBIDA DO RECURSO

As decisões que não ponham termo ao processo só subirão com a decisão final, se dela se

recorrer — n.º 1 do art.º 77.º do Estatuto Disciplinar.

Contudo, sobem imediatamente e nos próprios autos, de modo geral, os recursos que,

ficando retidos, percam por esse facto o seu efeito útil (n.º 2 do art.º 77.º do ED), bem como

os recursos de despacho que não admita a dedução da suspeição do instrutor ou não aceite

os fundamentos invocados (n.º 3 do art.º 77.º do ED) e de despacho que indefira o

requerimento de quaisquer diligências probatórias (n.º 4 do art.º 42.º do ED).

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

17 Incidentes da instância disciplinar

17.1 Noção

Os incidentes da instância disciplinar, por analogia com o que se passa no processo civil,

podem definir-se como toda e qualquer circunstância ou ocorrência estranha ao desenrolar

normal do procedimento, que dão lugar a uma tramitação especial, com vista a alcançar fins

processuais específicos. Designa-se por «instância» a sucessão dos actos processuais.

17.2 Incapacidade física ou mental do arguido (artigo 60.º)

Normalmente, é ao arguido que incumbe, por si ou por advogado constituído no processo,

organizar a sua defesa. Não é assim nas situações previstas no art.º 60.º do Estatuto

Disciplinar. Há que distinguir duas situações diferentes: doença ou incapacidade física e

incapacidade ou anomalia mental.

DOENÇA OU INCAPACIDADE FÍSICA

No caso de o arguido estar impossibilitado de organizar a sua defesa, por motivo de doença

ou incapacidade física devidamente comprovadas, poderá nomear um representante

mandatado para o efeito. Se o arguido, em virtude da doença ou incapacidade física, estiver

impossibilitado de exercer esse direito — o direito de nomear um representante — o instrutor

deverá fazê-lo oficiosamente, de imediato. A nomeação deverá ser feita pela mesma ordem

de preferência estabelecida para a atribuição da tutela, de acordo com o disposto no art.º

143.º do Código do Processo Civil, ou seja:

cônjuge não separado judicialmente de pessoas e bens (excepto se ele próprio for

incapaz);

pessoa designada pelos pais ou progenitor que exerce o poder paternal, em

testamento ou documento autêntico ou autenticado;

qualquer dos progenitores;

filhos maiores, preferindo o mais velho.

A nomeação do curador é feita unicamente para o processo em causa.

INCAPACIDADE OU ANOMALIA MENTAL

No caso de anomalia mental devidamente comprovada, deverão seguir-se os termos do art.º

125.º e seguintes do Código de Processo Penal (actualmente, art.os 159.º e 160.º do CPP),

devidamente adaptados. Os exames médico-psiquiátricos em causa são realizados no Instituto

de Medicina Legal da área.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

No caso de resultar do exame clínico que o funcionário é, ou era, à data da prática dos factos,

mentalmente incapaz, o processo deverá ser arquivado, visto que o arguido, em tais

circunstâncias, não poderá ser responsabilizado disciplinarmente.

O incidente de alienação mental pode ser suscitado: pelo instrutor (oficiosamente),

pelo arguido ou por qualquer dos seus familiares.

É o instrutor quem determina a sujeição do arguido ao exame médico-legal. A lei

refere «sujeição» ao exame; este, uma vez determinado, torna-se obrigatório para o

arguido. A falta injustificada de comparência constitui infracção disciplinar e poderá

preencher, segundo o entendimento da Procuradoria Geral da República (cfr. Parecer

PGR n.º 87783, de 23 de Março), crime de desobediência.

A falta de nomeação de curador, quando devida, integra violação do direito de defesa,

geradora de nulidade (omissão de diligência essencial para a descoberta da verdade).

17.3 Suspensão preventiva do arguido

A suspensão preventiva consiste na possibilidade de suspender o arguido, ainda antes da

decisão final, quando a sua presença é inconveniente para o serviço ou para o apuramento

da verdade.

Quem pode propor a suspensão preventiva é o instrutor ou o presidente do conselho

executivo ou director (n.º 1 do art.º 58.º do DL n.º 515/99, de 24 de Novembro).

Quem pode autorizar a suspensão preventiva é o director regional de educação. Se o

arguido for membro de órgão de administração e gestão será competente para o

efeito o membro do Governo.

Prazo: a suspensão preventiva é determinada, regra geral, pelo prazo improrrogável de

90 dias (n.º 1 do art.º 54.º do Estatuto Disciplinar).

Este prazo pode ser prorrogado até ao final do ano escolar, sob proposta da entidade

que tiver instaurado o processo disciplinar (presidente do conselho directivo e ou

director), com os fundamentos previstos no art.º 54.º do Estatuto Disciplinar (n.º 2 do

art.º 58.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro).

Efeitos: a suspensão preventiva implica a proibição de presença no serviço, bem como

o desconto no vencimento de exercício (1/6). O desconto no vencimento será reparado

no caso de decisão absolutória. No caso de decisão condenatória, será levado em

conta nessa ocasião.

Requisitos da suspensão preventiva (cumulativos): ser a infracção abstractamente

punível com pena igual ou superior à da suspensão e a presença do arguido mostrar-se

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

prejudicial à descoberta da verdade (requisito processual) ou revelar-se inconveniente

para o serviço (requisito funcional).

O arguido suspenso preventivamente não perde o direito de ser admitido a concurso

(cfr. Art.º 44.º), aplicando-se a mesma doutrina a todas as mudanças funcionais.

A decisão de suspender preventivamente um funcionário necessita de ser fundamen-

tada. Assim, na proposta de suspensão, deverá levar-se, ao conhecimento da entidade

com competência para a decretar, a «matéria de facto» necessária para se poder

formar um correcto juízo sobre a verificação dos pressupostos. Nesta conformidade,

não basta alegar, de modo tabular, a «inconveniência para o serviço» ou a

«inconveniência para a descoberta da verdade». É necessário alegar factos que possam

suportar tais juízos conclusivos.

17.4 Suspeição do instrutor (artigo 52.º)

O instrutor deve actuar com isenção e imparcialidade no apuramento dos factos. Daí que a lei

admita, em certas circunstâncias, a possibilidade de o arguido e o participante deduzirem o

incidente da suspeição do instrutor.

A suspeição do instrutor pode deduzir-se, nos termos do art.º 52.º, com base num ou em

vários dos seguintes fundamentos:

interesse — o instrutor é directa ou indirectamente atingido pela infracção;

parentesco — o instrutor é parente na linha recta (em qualquer grau) ou na linha

colateral (até ao 3.º grau) do arguido, do participante, ou de qualquer funcionário,

agente ou particular ofendido, ou de alguém que com os referidos indivíduos viva em

economia comum (cfr. Lugar paralelo, art.º 44.º do Código do Procedimento Adminis-

trativo);

Nota: Como se contam os graus? Contam-se todos os parentes na linha recta das pessoas cujo

grau se quer determinar até ao progenitor comum, descontando-se um. Ex.: tio e sobrinho —

tio+pai (progenitor comum) + irmão + sobrinho (4 pessoas menos uma = 3; tio e sobrinho são

parentes no 3.º grau da linha colateral).

ligação processual — estar pendente em tribunal processo cível ou criminal em que o

instrutor e o arguido são partes;

dependência económica — o instrutor é credor ou devedor do arguido ou do partici-

pante ou de algum seu parente na linha recta ou até ao 3.º grau da linha colateral;

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

relações pessoais — há grave inimizade ou grande intimidade entre o arguido e o

instrutor, ou entre este e o participante ou ofendido.

Arguida a suspeição do instrutor, deve este enviar imediatamente o requerimento à entidade

que tiver mandado instaurar o processo disciplinar, que proferirá decisão, no prazo máximo

de 48 horas.

Do despacho que decidir a suspeição, cabe recurso hierárquico, a interpor perante o membro

do Governo competente. Nos termos do art.º 77.º, n.º 3, do Estatuto Disciplinar, o recurso

sobe imediatamente e nos próprios autos.

18 Processo por falta de assiduidade

18.1 Âmbito de aplicação

O processo por falta de assiduidade aplica-se quando o funcionário ou agente deixe de com-

parecer ao serviço, sem justificação, durante:

5 dias seguidos

10 dias interpolados

Relativamente ao tipo de faltas, prazo e forma da respectiva justificação, há que ter em conta

o disposto no Decreto-Lei n.º 100/99, de 31 de Março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 117/99,

de 11 de Agosto.

18.2 Processo

Verificada a ausência naquelas condições, o superior hierárquico imediato deverá levantar

AUTO POR FALTA DE ASSIDUIDADE.

O dirigente máximo do serviço pode, porém, considerar, do ponto de vista disciplinar,

justificada a ausência se o funcionário ou agente fizer prova de motivos atendíveis.

Esta justificação pode ser concedida já depois de instaurado o processo.

Sendo o PARADEIRO DO ARGUIDO DESCONHECIDO, a tramitação a observar é a seguinte (processo

especial por falta de assiduidade — n.º 2 do art.º 71.º e art.º 72.º do Estatuto Disciplinar):

acusação;

comunicação da acusação ao arguido por aviso publicado no Diário da República,

citando-o para apresentar a sua defesa num prazo entre 30 e 60 dias, contados da

data da publicação;

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

decisão [DEMISSÃO se se apurar que a falta de assiduidade constitui infracção discipli-

nar];

notificação da demissão ao arguido, por aviso publicado no Diário da República, se o

seu paradeiro continuar desconhecido;

possibilidade de o arguido, no prazo máximo de 60 dias após a notificação, impugnar

a decisão ou requerer a reabertura do processo;

vindo a ser conhecido o paradeiro do arguido, é-lhe notificada a decisão, podendo, no

prazo de 30 dias, recorrer dela ou requerer a reabertura do processo;

sendo o paradeiro do arguido conhecido aplica-se a tramitação do processo disciplinar

comum.

19 Reabilitação (artigo 84.º do Estatuto Disciplinar)

Entende-se por reabilitação a declaração de cessação de certas incapacidades e efeitos

resultantes da condenação, em razão do comportamento entretanto demonstrado pelo

infractor.

Tem legitimidade para a requerer o próprio interessado ou o seu representante.

A entidade competente para conceder a reabilitação é a entidade com poderes para aplicação

da pena.

PRAZOS

Repreensão escrita 1 ano

Multa 2 anos

Suspensão 3 anos

Comissão de serviço 3 anos

Inactividade 5 anos

Aposentação compulsiva 6 anos

A reabilitação só pode ser requerida decorridos os seguintes prazos, após a aplicação ou cumprimento da pena

Demissão 6 anos

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

CONDIÇÃO PARA A CONCESSÃO DA REABILITAÇÃO

A reabilitação só será concedida a quem a tenha merecido pela sua boa conduta. É ao

recorrente que cabe o ónus da prova desta boa conduta. Não basta, para a concessão da

reabilitação a prova do normal cumprimento, por parte do funcionário ou agente, das suas

obrigações funcionais. É necessário provar-se, sem margem para dúvidas, uma inflexão segura

no seu comportamento anterior que permita concluir, em função de critérios de avaliação do

homem médio, que o sancionado retomou uma situação de cumprimento normal dos seus

deveres profissionais.

EFEITOS

Cessação das incapacidades resultantes da condenação

Cessação dos demais efeitos ainda subsistentes

Concedida a reabilitação esta é registada no processo individual do arguido

Não atribui ao indivíduo a quem tenha sido aplicada a pena de aposentação

compulsiva ou demissão o direito de reocupar um lugar ou cargo na Administra-

ção sendo considerado, para todos os efeitos legais, como não vinculado à função

pública

TRAMITAÇÃO

Depois de a reabilitação ser requerida pelo interessado, é necessário comprovar, por qualquer

dos meios legais permitidos, a sua boa conduta. Assim, deverá ser instaurado processo de averi-

guações (e nomeado instrutor para o efeito) o qual segue a tramitação deste tipo de processo.

20 Processo de averiguações

20.1 Noção

O processo de averiguações é um processo de investigação sumário, isto é, inicia-se,

desenrola-se e conclui-se em prazos muito curtos. Com o processo de averiguações pretende-

-se recolher dados para uma qualificação de eventuais faltas ou irregularidades verificadas no

funcionamento dos serviços (n.º 5 do art.º 85.º do Estatuto Disciplinar). Trata-se, pois, de um

processo mais expedito e menos solene para situações ainda não definidas nem suficiente-

mente demarcadas.

TRAMITAÇÃO

As entidades previstas no n.º 5 do art.º 85.º do Estatuto Disciplinar, e por inerência o director

regional de educação, o presidente do conselho executivo ou o director executivo, poderão

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

instaurar processo de averiguações. Este inicia-se no prazo de 24 horas a contar da notifica-

ção ao instrutor (o qual é nomeado nos termos do art.º 51.º, tal como no processo discipli-

nar) e deve concluir-se no prazo improrrogável de 10 dias a contar da data em que se tiver

iniciado, com elaboração, no prazo de 3 dias a contar do termo daquele prazo, de um

relatório no qual poderá propor (art.º 88.º do Estatuto Disciplinar):

arquivamento do processo de averiguações (se considerar que não há lugar a

procedimento disciplinar);

instauração de processo de inquérito (se constatar a existência de infracção mas

não estiver determinado o seu autor);

instauração imediata de processo disciplinar.

21 O CPA aplicado ao procedimento disciplinar

CONTAGEM DE PRAZOS

REGRA GERAL

CÓDIGO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

(Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442/91 de 15 de Novembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 6/96 de 31 de Janeiro)

Artigo 72.º

Contagem de prazos

1 À contagem dos prazos são aplicáveis as seguintes regras:

a) não se inclui na contagem o dia em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo

começa a correr;

b) o prazo começa a correr independentemente de quaisquer formalidades e

suspende-se nos sábados, domingos e feriados;

c) o termo do prazo que caia em dia em que o serviço perante o qual deva ser

praticado o acto não esteja aberto ao público, ou não funcione durante o período

normal, transfere-se para o primeiro dia útil seguinte.

2 Na contagem dos prazos legalmente fixados em mais de seis meses incluem-se os

sábados, domingos e feriados.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

PRAZOS APLICÁVEIS AO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

I – DA INSTRUÇÃO (Artigo 45.º do Estatuto Disciplinar)

A CONTAR DA DATA DA NOTIFICAÇÃO AO INSTRUTOR DO DESPACHO QUE MANDOU INSTAURAR O PROCESSO DISCIPLINAR

10 dias Prazo máximo para o início da instrução

45 dias Prazo para a ultimação da instrução

Número indeterminado de dias

Prazo eventualmente prorrogado para a ultimação da instrução

II – DO ARQUIVAMENTO (Artigo 57.º do Estatuto Disciplinar)

5 dias A contar da última diligência instrutória

III – DA ACUSAÇÃO (Artigo 57.º e 58.º do Estatuto Disciplinar)

10 dias A contar do termo da instrução

48 horas No caso de infracção directamente constatada e sem diligências de instrução

IV – DA DEFESA (Artigo 59.º do Estatuto Disciplinar)

Entre 10 e 20 dias No caso de notificação pessoal ao arguido ou por carta registada com aviso de recepção

Entre 30 a 60 dias No caso de impossibilidade de notificação pessoal, com publicação de aviso no DR

Até 60 dias No caso de complexidade do processo e depois de autorização da entidade que o mandou instaurar

V – DO RELATÓRIO FINAL (Artigo 65.º do Estatuto Disciplinar)

5 dias A contar do termo da instrução do processo

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

VI – DA DECISÃO (Artigo 66.º do Estatuto Disciplinar)

Concordância com o relatório do instrutor

30 dias Para proferir a decisão a contar da data da recepção do processo

Não concordância com o relatório do instrutor, com necessidade de realização prévia de novas diligências

30 dias Para proferir o despacho que ordena as novas diligências

30 dias Para proferir a decisão final a contar do termo fixado para as novas diligências

NOTIFICAÇÕES

REGRA GERAL

Artigo 68.º

Conteúdo da notificação

1 Da notificação devem constar:

a) o texto integral do acto administrativo;

b) a identificação do procedimento administrativo, incluindo a indicação do autor do acto e a data deste;

c) o órgão competente para apreciar a impugnação do acto e o prazo para este efeito, no caso de o acto não ser susceptível de recurso contencioso.

2 O texto integral do acto pode ser substituído pela indicação resumida do seu conteúdo e objecto, quando o acto tiver deferido inteiramente a pretensão formulada pelo interessado ou respeite à prática de diligências processuais.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

DEVER DE FUNDAMENTAÇÃO

REGRA GERAL

Artigo 124.º

Dever de fundamentação

1 Para além dos casos em que a lei especialmente o exija, devem ser fundamentados os actos administrativos que, total ou parcialmente:

a) neguem, extingam, restrinjam ou afectem por qualquer modo direitos ou interesses legalmente protegidos, ou imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

b) decidam reclamação ou recurso;

c) decidam em contrário de pretensão ou oposição formulada por interessado, ou de parecer, informação ou proposta oficial;

d) decidam de modo diferente da prática habitualmente seguida na resolução de casos semelhantes, ou na interpretação e aplicação dos mesmos princípios ou preceitos legais;

e) impliquem revogação, modificação ou suspensão de acto administrativo anterior.

2 Salvo disposição da lei em contrário, não carecem de ser fundamentados os actos de homologação de deliberações tomadas por júris, bem como as ordens dadas pelos superiores hierárquicos aos seus subalternos em matéria de serviço e com a forma legal.

Artigo 125.º

Requisitos da fundamentação

1 A fundamentação deve ser expressa, através de sucinta exposição dos fundamentos de facto e de direito da decisão, podendo consistir em mera declaração de concordância com os fundamentos de anteriores pareceres, informações ou propostas, que constituirão neste caso parte integrante do respectivo acto.

2 Equivale à falta de fundamentação a adopção de fundamentos que, por obscuridade, contradição ou insuficiência, não esclareçam concretamente a motivação do acto.

3 Na resolução de assuntos da mesma natureza, pode utilizar-se qualquer meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que tal não envolva diminuição das garantias dos interessados.

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

22 Especialidades relativas ao pessoal não docente contratado a termo certo pelo ME

22.1 A competência para instaurar o processo disciplinar encontra-se definida nos n.os 1 e 3

do art.º 56.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro (presidente do conselho

directivo/director do estabelecimento de educação ou de ensino/inspector-geral da educação).

22.2 O procedimento disciplinar deve exercer-se nos 60 dias subsequentes àquele em que a

entidade patronal, ou o superior hierárquico com competência disciplinar (entenda-se o

presidente do órgão de administração e gestão) teve conhecimento da infracção (n.º 1 do

art.º 31.º do Decreto-Lei n.º 49 408, de 24–11–69).

22.3 O prazo de 60 dias atrás referido suspende-se com a instauração de prévio processo

de inquérito (n.º 12 do art.º 10.º do Decreto-Lei n.º 64-A/89, de 27 de Fevereiro) e com a

comunicação da nota de culpa ao trabalhador (n.º 11 do art.º 10.º do mesmo diploma).

22.4 A simples instauração de processo disciplinar ao trabalhador não suspende o prazo de

prescrição de 60 dias, previsto no art.º 31.º do Decreto-Lei n.º 49 408, de 24–11–69.

22.5 Independentemente do momento do conhecimento da prática da infracção, o direito

de instaurar processo disciplinar prescreve decorrido um ano a contar do momento em que

essa infracção teve lugar.

22.6 Os deveres susceptíveis de serem violados por este pessoal estão previstos no art.º

20.º do Decreto-Lei n.º 49 408, de 24–11–69.

22.7 Ao invés do Estatuto Disciplinar onde se tipificam os comportamentos e sanções

aplicáveis (art.os 22.º a 26.º), relativamente a estes trabalhadores apenas estão tipificadas as

condutas que podem conduzir à aplicação da sanção de despedimento (art.º 9.º do Decreto-

-Lei n.º 64-A/89, de 27 de Fevereiro). Quanto às restantes sanções apenas existe norma de

carácter genérico (n.º 2 do art.º 27.º do Decreto-Lei n.º 49 408, de 24–11–69) onde se dispõe

que «a sanção disciplinar deve ser proporcionada à gravidade da infracção e à culpabilidade

do infractor».

22.8 O leque de sanções aplicáveis é o constante do art.º 27.º n.º 1 do Decreto-Lei n.º

49408, de 24–11–69, sujeitas aos limites previstos no art.º 28.º do mesmo diploma.

22.9 Relativamente à competência para a aplicação da pena dever-se-á seguir o disposto

no art.º 59.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro, com as necessárias adaptações

(o director regional de educação é também competente para a aplicação da pena de despedi-

mento).

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

22.10 A defesa deve ser apresentada no prazo de 5 dias úteis; não podem ser arroladas mais

de 3 testemunhas por cada facto com um limite máximo de 10 testemunhas, tudo ao abrigo

dos n.os 4 a 6 do art.º 10.º do Decreto-Lei n.º 64-A/89, de 27 de Fevereiro.

22.11 No que respeita a estes trabalhadores compete ao arguido assegurar a comparência

de todas as testemunhas arroladas na defesa, nos termos do n.º 6 do art.º 10.º do Decreto-Lei

n.º 64-A/89, de 27.02, pelo que lhe deve ser enviada cópia do ofício que lhes seja remetido

para esse efeito.

22.12 Se o enquadramento jurídico-disciplinar apontar para a aplicação da sanção de des-

pedimento deve obrigatoriamente fazer-se referência nesta peça processual à intenção de se

proceder ao despedimento do trabalhador (n.º 1 do art.º 10.º do Decreto-Lei n.º 64-A/89, de

27 de Fevereiro).

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M I N U TA S

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

PROCESSO DISCIPLINAR

Arguido(a): ................................................................................................................................

Escola: .......................................................................................................................................

Concelho: ..................................................................................................................................

Distrito: .....................................................................................................................................

Instrutor(a): ...............................................................................................................................

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

AUTUAÇÃO

Aos .......... dias do mês de ....................... de dois mil e ............., na ........................(identificar

o nome da escola), autuei ................................ (identificar o despacho que ordenou a

instauração do processo disciplinar, o despacho de nomeação do instrutor, o auto, a

participação ou a queixa sobre o qual foi proferido aquele despacho, assim como todos os

documentos entregues ao instrutor na data da sua nomeação) documentos que constituem

fls. .......... a fls. ............dos autos.

O instrutor

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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

AUTO DE NOTÍCIA

Aos .......... dias do mês de ................................ do ano de dois mil e .............., na

............................................ (nome da escola), .................................... (nome da entidade que

levanta ou manda levantar o auto de notícia), presidente do conselho executivo, no exercício

das funções do meu cargo, tomei conhecimento que .................................................... (nome

e categoria do funcionário visado), no exercício das suas funções ............................................

[…] (descrever os factos imputados).

Porque a conduta descrita constitui infracção disciplinar, levantei este auto nos termos do

art.º 47.º do Estatuto Disciplinar aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/84, de 16 de Janeiro, que

vai ser assinado por mim e pelo ............................ (nome das testemunhas e do funcionário

visado se este quiser assinar).

O Presidente do Conselho Executivo

A testemunha

A testemunha

O funcionário visado

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DESPACHO DE INSTAURAÇÃO

Aos ........... dias do mês de .............................. de dois mil e ........, na ........................(nome

da escola) é por mim, .......................... (nome e cargo), instaurado um processo disciplinar ao

funcionário ........................................ (nome e categoria).

O Presidente do Conselho Executivo

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

OFÍCIO DE COMUNICAÇÃO À IGE

Exm.º Senhor

Delegado Regional de ...............

da Inspecção-Geral da Educação

ASSUNTO: Instauração de processo disciplinar

Nos termos do n.º 4 do art.º 56.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro, comunico a

V. Ex.ª que, nesta data, instaurei um processo disciplinar ao funcionário (nome e categoria).

O Presidente do Conselho Executivo

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DESPACHO DE NOMEAÇÃO DO INSTRUTOR

Aos .......... dias do mês de ..................... de dois mil e ........... na ................... (nome da

escola), .................................... (nome e cargo), nomeia instrutor do processo disciplinar

instaurado ao funcionário ............................. (nome e categoria), ................................ (nome

e categoria do instrutor).

O Presidente do Conselho Executivo

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COMUNICAÇÃO DO INÍCIO DA INSTRUÇÃO AO

ARGUIDO* E À ENTIDADEQUE NOMEOU O INSTRUTOR

Exm.º Senhor

(nome do arguido, do participante ou da entidade que nomeou o

instrutor)

ASSUNTO: Início de processo disciplinar

Nos termos do n.º 3 do art.º 45.º do Estatuto Disciplinar, comunico a V. Ex.ª que, nesta data,

dei início ao processo disciplinar que lhe foi instaurado (ou que foi instaurado ao arguido F.)

por despacho do Senhor Presidente do Conselho Executivo da Escola / Director Regional de

Educação .............................., datado de ........................

O instrutor

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* A comunicação ao arguido deverá ser feita em correio registado com aviso de recepção.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

TERMO DE COMPROMISSO DE HONRA

Aos ....... dias do mês de ......................... de dois mil e ..........., encontrando-se presente o

instrutor ......................... (nome), comigo ........................... (nome), nomeado secretário

neste processo, perante ele prestei o competente compromisso de honra de bem e fielmente

desempenhar as funções do meu cargo, designadamente guardar absoluto sigilo sobre tudo o

que me for dado ver e ouvir no decurso das diligências deste processo disciplinar.

E por ser verdade e para constar lavrei este termo que vai ser assinado.

O instrutor

O secretário

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AUTO DE INQUIRIÇÃO DO PARTICIPANTE

Aos .......... dias do mês de ............................. de dois mil ................, na escola ......................

................................., estando presente o instrutor, ................................................., comigo

............................., secretário deste processo, compareceu ............................ (nome, profissão

e morada), que declarou dizer a verdade e só a verdade e aos costumes* disse ...................

(por exemplo: nada ou que é amigo/inimigo mas isso não o impede de dizer a verdade).

Perguntado à matéria da participação de fls. .......... disse: ........................................................

Para depor indica as seguintes testemunhas: (nomes, profissões e moradas).

E mais não disse, pelo que lido e achado conforme, vai este auto ser assinado.

O participante

O instrutor

O secretário

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* A propósito dos costumes consultar o art.º 635.º do Código do Processo Civil.

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AUTO DE DECLARAÇÕES DO ARGUIDO*

Aos ............ dias do mês de ....................... de dois mil e ........., na escola ....................(nome),

estando presente o instrutor ..................................... (nome), comigo ........................(nome),

secretário neste processo, compareceu o arguido ....................................... (o qual, se for caso

disso, foi assistido pelo seu advogado).

Perguntado à matéria dos autos (ou sobre os factos que lhe são imputados) respondeu:

[…]

E mais não disse pelo que lido e achado conforme vai o presente auto ser assinado.

O arguido

O instrutor

O secretário

(O advogado)

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* O arguido goza do direito de não responder às perguntas feitas sobre os factos que lhe forem imputados e acerca do conteúdo de declarações que acerca deles prestar. Tem direito ao silêncio o qual não pode ser valorado como indício ou presunção de culpa. Assim, as falsas declarações do arguido (a respeito dos factos que lhe são imputados), prestadas em sua defesa, não são sancionáveis mesmo no foro disciplinar.

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

NOTIFICAÇÃO DE TESTEMUNHA PARA DEPOR

Exm.º Senhor

ASSUNTO: Notificação de testemunha

Solicito a sua comparência no dia ........ pelas ............. horas, na escola ...................... a fim de

depor como testemunha no processo disciplinar instaurado a ...................................................

(nome do arguido).

O instrutor

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REGIME D ISCIPL INAR DO PESSOAL NÃO DOCENTE

AUTO DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS*

Aos ......... dias do mês de ............ de dois mil e ..........., na escola ................., estando presente o instrutor, .................. (nome), comigo, ................................... (nome), secretário, compareceram as testemunhas a seguir indicadas que vão depor neste processo. Depois de recolhidas, foram ouvidas, separadamente, da forma seguinte: 1.ª TESTEMUNHA ..................................... (nome, profissão e morada), que declarou dizer a verdade e só a verdade e aos costumes disse ............................. (por exemplo: nada ou que é amigo/inimigo mas isso não o impede de dizer a verdade). Perguntado à matéria dos autos disse: ....................................................................................... […] E mais não disse. Lidas as suas declarações em voz alta, achou-as conformes pelo que vai assinar. A testemunha O instrutor O secretário 2.ª TESTEMUNHA ........................................ (nome, profissão e morada) E não havendo mais testemunhas a ouvir no dia de hoje, encerra-se este auto que, depois de lido, vai ser devidamente assinado. A testemunha O instrutor O secretário

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* A capacidade para depor como testemunha encontra-se estabelecida no art.º 131.º do Código de Processo Penal. Do auto de inquirição deve constar a identificação e a assinatura das pessoas que intervêm no acto. As folhas que não contiverem assinaturas devem ser rubricadas pelos que tiverem assinado. No caso de algum dos intervenientes não poder ou se recusar a assinar, deve ficar consignado no auto essa ocorrência e os motivos da mesma.

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ACUSAÇÃO

.................................. na qualidade de instrutor do processo disciplinar mandado instaurar

por despacho do senhor ................................ e para o qual fui nomeado por despacho do

senhor .................................., datado de ......................., deduzo, nos termos e ao abrigo dos

art.os 57.º/2 e 59.º do Estatuto Disciplinar, contra ................................ a seguinte acusação:

Artigo 1.º

«................................................................................................................................................»

Com este procedimento o arguido violou os deveres gerais de .............................. e de

....................................... estabelecidos no art.º ........... alíneas ........ e .......... do Estatuto

Disciplinar, e ainda os deveres específicos estabelecidos nas alíneas ..........do n.º 2 do art.º

10.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro, com o que praticou a infracção prevista

no art.º ................(art.º 21.º e art.º 26.º do Estatuto Disciplinar) e punida nos termos do

mesmo artigo com a pena de ..........................................

Contra o arguido milita a circunstância agravante ...................................(premeditação, por

exemplo) prevista na alínea ........ do art.º 31.º;

Artigo 2.º

«................................................................................................................................................»

Os factos descritos, por violação dos deveres gerais de ....................... e .............................

estabelecidos no art.º ........... alíneas ............e ........... do Estatuto Disciplinar e ainda os

deveres específicos estabelecidos nas alíneas ........... do n.º 2 do art.º 10.º do Decreto-Lei n.º

515/99, de 24.11, integram a previsão do art.º .......... alínea ........... do Estatuto Disciplinar a

que corresponde a pena de ........................................................................................................

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A favor do arguido milita a circunstância atenuante especial .....................(por exemplo, a

confissão espontânea) prevista na alínea ............do art..º 29.º do Estatuto Disciplinar;

Contra o arguido militam ainda as circunstâncias agravantes da reincidência e de acumulação

de infracções (se for caso disso).

A competência para aplicação da pena é do senhor ..............................................nos termos

do art.º 59.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro.

Fixo ao arguido o prazo de ......... dias úteis a contar do dia útil seguinte àquele em que

receber cópia desta acusação para, querendo, por si ou por advogado constituído, consultar o

processo e deduzir a defesa que entender, oferecendo a prova testemunhal e documental

que julgar necessária, tudo nos termos dos art.os 61.º, 62.º e 63.º do Estatuto Disciplinar,

aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/84, de 16 de Janeiro.

O processo encontra-se à guarda de .................................., onde pode ser consultado em

qualquer dia útil e dentro das horas normais de expediente.

Data

O instrutor

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NOTIFICAÇÃO PESSOAL DA ACUSAÇÃO*

Aos ......... dias do mês de ............................ de .................. nesta (local de entrega) fiz

entrega ao arguido, F. ...................................., da cópia dos artigos de acusação contra ele

deduzidos no processo disciplinar n.º / Escola / Ano, pelo que vai assinar comigo.

O arguido

O instrutor ou secretário

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* Na eventualidade de o arguido se recusar a ser notificado da cópia da acusação, a minuta acima referida deverá ser adaptada nesse sentido e ser assinada por duas testemunhas que atestem a recusa por parte do arguido.

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CARTA REGISTADA COM AVISO DE RECEPÇÃO

Exm.º Senhor

ASSUNTO: Processo Disciplinar / Notificação de Acusação

Junto envio a V.ª Ex.ª o duplicado da acusação extraída do processo disciplinar em que é

arguido, mandado instaurar por despacho do Senhor .................., datado de ........................,

para apresentar defesa escrita no prazo de ............ dias úteis a contar da sua recepção,

devendo ter em consideração a informação seguinte:

A resposta deve ser clara e precisa, expondo os factos e as razões da sua defesa;

Durante o prazo para apresentar a sua defesa pode o arguido, seu representante, curador ou

advogado legalmente constituído, examinar o processo que se encontra na Escola

............................................... à guarda de ..............................................................................;

O processo poderá ser confiado ao advogado do arguido, nos termos e sob cominação do

disposto nos art.os 169.º a 171º do Código do Processo Civil;

A resposta pode ser assinada pelo próprio ou por qualquer dos representantes acima referidos

e deverá ser apresentada a .......................................................................................................;

Com a resposta pode o arguido apresentar o rol de testemunhas com indicação dos artigos

ou factos da defesa a que deve responder cada uma;

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Não podem ser ouvidas mais de três testemunhas por cada facto;

As testemunhas residentes no local onde corre o processo serão notificadas directamente pelo

instrutor do processo;

Se o arguido não se comprometer a apresentar as testemunhas residentes fora do local onde

corre o processo, poderá o instrutor ouvi-las por solicitação a entidade competente,

notificando o arguido das diligências que realizar;

A falta de apresentação da resposta dentro do prazo marcado equivale, para todos os efeitos

legais, a efectiva audiência disciplinar.

Com os melhores cumprimentos,

O instrutor

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MODELO DE RELATÓRIO FINAL

Introdução — relatar de forma sumária a origem e sequência do processo.

Diligências Efectuadas e Factos Apurados.

Acusação — reprodução da acusação efectuada no processo.

Defesa — indicação dos argumentos apresentados pela defesa.

Análise da Defesa — analisar os argumentos da defesa.

Conclusões — infracções consideradas provadas, a sua gravidade (face às circunstâncias

previstas no art.º 28º do Estatuto Disciplinar, ao grau de culpa e à existência ou não de

atenuantes e / ou agravantes), a sua qualificação e enquadramento jurídico-disciplinar.

Proposta

Exemplo: Em face das conclusões e do enquadramento das infracções proponho que ao

arguido seja aplicada a pena de .............., prevista na alínea ........... do art.º 11.º e art.º

.......... (22.º a 26.º), todos do Estatuto Disciplinar, suspensa de execução pelo período de

........... anos, nos termos do art.º 33.º do mesmo Estatuto, face às circunstâncias atenuantes

referidas e ao grau de culpa do arguido.

Data

O instrutor

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CERTIDÃO DE NOTIFICAÇÃO

PESSOAL DE DECISÃO

Aos ............ dias do mês de ................................, de ....................., compareceu perante mim,

........................................... (identificação do notificante) no ....................................... (local)

F. (identificação do notificado), tendo sido notificado de que, em sede do processo disciplinar

em que era arguido, lhe fora aplicada, por despacho de ............... do Exmº Sr.

............................., no uso da competência que lhe é conferida pelo n.º ........... do art.º 59.º

do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24 de Novembro, a pena de ...................., prevista na alínea

............... do n.º 4 do art.º 11.º do Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da

Administração Central, Regional e Local, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/84, de 16 de

Janeiro, graduada em ........................., e suspensa por um período de ............ anos, nos

termos dos artigos n.os ............... do mesmo Estatuto, fazendo-lhe entrega de cópia integral

da decisão e seus fundamentos. Foi ainda o arguido informado de que da decisão cabia

recurso (hierárquico necessário ou contencioso) a interpor nos termos do art.º ........ do

Estatuto Disciplinar.

O arguido

O notificante

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CARTA REGISTADA COM AVISO DE RECEPÇÃO*

Exm.º Senhor

ASSUNTO: Notificação de decisão disciplinar através de carta registada

Informo V.ª Ex.ª de que em sede do processo disciplinar em que é arguido, o Exm.º Sr.

................................................................, por despacho exarado em ......................, no uso da

competência que lhe é conferida pelo n.º ........ do art.º 59.º do Decreto-Lei n.º 515/99, de 24

de Novembro, lhe aplicou a pena de .................. prevista na alínea .......... do n.º 4 do art.º

11.º do Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração Central Regional e

Local, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/84, de 16 de Janeiro, graduada em .................... e

suspensa por um período de .......... anos, nos termos dos artigos .................... do mesmo

Estatuto.

Informa-se ainda V.ª Ex.ª de que da decisão cabe recurso (hierárquico necessário a interpor no

prazo de 10 dias úteis) ou (contencioso a interpor no prazo previsto no art.º 28.º da Lei do

Processo nos Tribunais Administrativos), contado a partir da data da recepção desta

notificação.

Com os melhores cumprimentos.

O notificante

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* Anexo deverá seguir cópia integral da decisão e dos seus fundamentos.

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TERMO DE CONCLUSÃO E REMESSA

Aos .......... do mês de ........................, de .................. dei por concluso o processo disciplinar,

constituído por ........... folhas devidamente ordenadas e numeradas e rubricadas, que remeto,

nesta data, a ...................................................... (entidade que instaurou o processo).

O instrutor

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Siglas e Abreviaturas

cfr. Confrontar

CPA Código do Procedimento Administrativo

CPC Código do Processo Civil

CPP Código de Processo Penal

ED / Estatuto Disciplinar Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes

da Administração Central Regional e Local

F. Fulano

Fls. Folhas

IGE Inspecção-Geral da Educação

ME Ministério da Educação

PGR Procuradoria Geral da República

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