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Regionalismo de 30 Regionalismo de 45 Realista – daí a visão fotográfica do real e a utilização de técnicas como a do documento, da reportagem, etc. Artística – desejo de imprimir à obra uma dimensão realmente estética. Daí a recriação da realidade regional, a busca e pesquisa de

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Regionalismo de 30

Regionalismo de 45

Realista – daí a visão fotográfica do real e a utilização de técnicas como a do documento, da reportagem, etc.

Artística – desejo de imprimir à obra uma dimensão realmente estética. Daí a recriação da realidade regional, a busca e pesquisa de novas técnicas narrativas.

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Mostragem da realidade sócio-econômico-política regional, vista e analisada numa perspectiva sócio-histórica.

Busca no regional de ambientes primitivos que são recriados e tomados como símbolo da própria realidade interior do homem. Há certa identidade entre ambiente e mundo interior do homem.

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Humano social. Daí o caráter de denúncia, de contestação da realidade regional, como anuladora e destruidora do homem. Isso leva ao apelo de mudanças na própria estrutura regional, leva à consciência da necessidade de luta por tais mudanças.

Humano-psicológica. Analisam-se os conflitos humanos. Busca-se investigar a própria “alma regional”, o mundo interior do homem.

Os aspectos sócio-político-econômicos aparecem quando são causas geradoras de tais conflitos interiores. Por exemplo, é possível estabelecer uma ligação entre a estrutura latifundiária e o sentimento de solidão e de desconfiança de nosso homem do interior.

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Em conseqüência dos itens anteriores, os temas básicos da

geração de 30 buscam evidenciar os aspectos

falsos da estrutura regional, os desníveis da

classe social, a exploração das classes

dominantes no plano político, social e

econômico.

Em conseqüência dos itens anteriores, focaliza-

se, sobretudo, a influência das estruturas regionais no psiquismo

humano: abordam-se os aspectos do ambiente e da estrutura social que geram e/ou simbolizam

os sentimentos interiores

do homem.

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Decorrente da “visão fotográfica”, utiliza-se a

linguagem oral, regional, a linguagem cotidiana,

explorando-se os aspectos mais expressivos e tentando

elevá-los à categoria literária.

Decorrente da preocupação artesanal e da busca de

imprimir à obra uma dimensão estética, recria-se a linguagem

regional. Há, de fato, uma linguagem nova. Vocabulário

(arcaísmos, latinismos, neologismos, alguns de sabor

nitidamente popular) e construção nova da frase e do

período revelam a profunda preocupação estilística dos

autores após 45. Há, em síntese, uma maior elaboração

da linguagem narrativa.

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MPQ - A MOÇA DOS PÃEZINHOS DE QUEIJO

LB - O LARGO DE BRANCO

AMV - AVÔ MUITO VELHO

CSN - UM CORPO SEM NOME

ENF - OS ENFORCADOS

PED - A PEDRA

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A ) Com exceção de CSN, que é narrada em primeira pessoa, todas as outras novelas são narradas em terceira pessoa.

Em CSN, temos um narrador que é testemunha dos fatos, participa deles, relata-os, mas que, em momento algum, se identifica.

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1. A Moça dos

Pãezinhos de Queijo

3ª pessoa, onisciente

Lírica Decurso Temporal, predominantemente cronológico

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2. O Largo de

Branco

Decurso Temporal Flash-Back – presente - passado - presente

3ª pessoa – ótica de um personagem: Eliane. O narrador deixa de ser onisciente

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Eutanásia

3. Um Avô Muito Velho

Flash-Back – O personagem já viveu todos

os fatos narrados

3ª pessoa – ótica de um personagem: O velho Loio. O narrador deixa de ser onisciente

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4. Um Corpo sem Nome

Decurso Temporal Flash - Back

Aspectos críticos mais acentuados: Crítica

Humano-social

1ª pessoa – O narrador é testemunha, participa, mas não se identifica enquanto pessoa.

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5. Os Enforcados

3ª pessoa – ótica de um personagem: o ceguinho da Palma. O narrador deixa de ser onisciente

Embasamento histórico. Sedição de 1798

Decurso Temporal:

predominantemente cronológico

Aspectos Críticos mais acentuados. Crítica: Histórico-social

Alegoria = personagem

central cego: o que melhor vê

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Pedra

3ª pessoa – onisciente

mais regionalista: o garimpo em Jacobina

Nova visão de ida para a capital

A única das narrativas que se centraliza em fatos externos

Referências Históricas

Decurso Temporal:

Presente – passado - presente

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B ) em LB, AMV e ENF, apesar de em terceira pessoa,a narrativa é desenvolvida pela ótica de

um personagem, ou como fatos que estão sendo vividos e fatos já

vividos ( LB e AVM ),ou como fatos que estão sendo

vividos ( ENF). Por isso, o narrador deixa de ser onisciente, é um narrador enquadrado

à perspectiva de um personagem central. São narrativas de terceira pessoa que se

aproximam das limitações de narrativas em primeira pessoa

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C) Em MPQ e PED, a narrativa em terceira pessoa tem um narrador onisciente.

D) ENF. têm um embasamento histórico: a sedição de 1798.

E) Em PED., a narrativa se centraliza nos fatos externos.

F) Em todas as novelas, mesmo em PED,onde a intensidade é menor,é constante a presença do DISCURSO INDIRETO LIVRE.

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G) Em MPQ e ENF, a narrativa tem um decurso temporal predominantemente

cronológico, isto é: define-se um fato como presente narrativo, que é desenvolvido até ao

final. Mas, mesmo nestas novelas, há algumas incursões sobre o passado. Em LB , AMV e

CSN, a narração é como um longo flash-back em que passado e presente se interpenetram

na vivência presente do personagem. Em CSN, menos que nas outras duas.

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Em CSN, define-se um fato presente que detona a re-vivência do passado, que se narra através das recordações do personagem. Em AMV, todos os fatos narrados já foram vividos. No presente narrativo, o personagem, “sempre calado em seu canto”, sofre relembrando-os. Em CSN, os fatos presentes têm uma duração de dois meses, mas se associam, identificando-se, aos fatos vividos no passado. Em PED, a narrativa define um presente, volta ao passado e retoma o presente, mas, como vimos, sem o caráter psicológico de LB e AMV.

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H ) As narrativas têm um caráter marcantemente lírico, mas, em CSN e

ENF., assumem um caráter crítico maior. Em AMV, após o caso de Terri Schiavvo,

discute-se um tema que se tornou bastante atual: a eutanásia.

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Há um ambiente comum em todas as novelas: o Largo da Palma, a Igreja da

Palma, que são tratados com qualidades, sentimentos e ações de ser vivo ( visão animista ). Esse ambiente, quase personagem, como que dá certa

unidade às novelas.

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Os ambientes diversos das várias novelas nos mostram personagens populares, que não pertencem às elites, nem num plano intelectual, nem no plano econômico-social. Faz exceção, a família de Gustavo, personagem de MPQ.

Cada novela conta com um número limitado de personagens.

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Como é característica de Adonias Filho, a linguagem é bem trabalhada. Predominam os períodos curtos, incisivos. Linguagem concisa. O que ressalta, em termos gerais, é sobretudo a adequação da linguagem aos fatos narrados, ao tipo de personagens que vivem os fatos, às posturas narrativas assumidas e aos ambientes onde se passa a ação. Assim a linguagem coloquial é bem mais presente em PED, pela influência da narrativa regionalista, dos ambientes e pelo caráter e situação sócio-cultural dos personagens.

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Recorrência de determinados recursos expressivos. A exploração de tais recursos expressivos revela o tom poético que o autor imprime às narrativas.

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b) São freqüentes as metáforas e comparações que exploram os aspectos sensoriais (lembrando o Barroco e o Simbolismo ), chegando mesmo a sensações sinestésicas.

a) Uso freqüente de metáforas e comparações, expressas em formas bem diversificadas.

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c) exploração do valor sugestivo da FRASE NOMINAL, em si mesma ou associada a outros recursos expressivos, como:

a antecipação que ressalta o valor significativo do adjetivo ;a inversão que ressalta o sentido do termo em posição especial;a enumeração nominal ou associada a uma enumeração verbal.

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d) Enumeração assindética, bimembre, trimembre ou polimembre, nominal ou verbal, que imprime uma cadência ao texto, marcando o ritmo, dando-lhe uma musicalidade.

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e) As metonímias são constantes, sobretudo aquelas que expressam o lugar para indicar as pessoas que nele vivem.

f) O uso significativo dos tempos verbais, dos advérbios ou adjuntos adverbiais de tempo e lugar como indicadores do tempo narrativo.

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g) ASSÍNDETO

h) A junção do concreto ao abstrato

i) O valor sugestivo-enfático da repetição