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I (Atos legislativos) REGULAMENTOS REGULAMENTO (UE) N. o 1215/2012 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO de 12 de dezembro de 2012 relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial (reformulação) O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 67. o , n. o 4, e o artigo 81. o , n. o 2, alíneas a), c) e e), Tendo em conta a proposta da Comissão Europeia, Após transmissão do projeto de ato legislativo aos parlamentos nacionais, Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu ( 1 ), Deliberando de acordo com o processo legislativo ordinário ( 2 ), Considerando o seguinte: (1) Em 21 de abril de 2009, a Comissão adotou um relatório sobre a aplicação do Regulamento (CE) n. o 44/2001 do Conselho, de 22 de dezembro de 2000, relativo à com petência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial ( 3 ). O relatório con cluía que, em geral, a aplicação daquele regulamento é satisfatória, mas que seria desejável aplicar melhor algu mas das suas disposições, facilitar mais a livre circulação de decisões e continuar a reforçar o acesso à justiça. Dada a necessidade de efetuar uma série de alterações ao refe rido regulamento, deverá o mesmo, por razões de clare za, ser reformulado. (2) O Conselho Europeu, reunido em Bruxelas em 10 e 11 de dezembro de 2009, adotou um novo programa pluria nual, intitulado «Programa de Estocolmo — Uma Europa aberta e segura que sirva e proteja os cidadãos» ( 4 ). No Programa de Estocolmo, o Conselho Europeu considerou que o processo de abolição de todas as medidas intermé dias (o exequatur) deverá continuar durante o período abrangido por aquele Programa. Ao mesmo tempo, a abolição do exequatur deve também ser acompanhada de uma série de salvaguardas. (3) A União atribuiu-se como objetivo manter e desenvolver um espaço de liberdade, de segurança e de justiça, no meadamente facilitando o acesso à justiça, em especial através do princípio do reconhecimento mútuo de deci sões judiciais e extrajudiciais em matéria civil. A fim de criar gradualmente esse espaço, a União deve adotar me didas no domínio da cooperação judiciária em matéria civil que tenham incidência transfronteiriça, nomeada mente quando tal seja necessário para o bom funciona mento do mercado interno. (4) Certas disparidades das regras nacionais em matéria de competência judiciária e de reconhecimento de decisões judiciais dificultam o bom funcionamento do mercado interno. São indispensáveis disposições destinadas a uni ficar as regras de conflito de jurisdição em matéria civil e comercial e a fim de garantir o reconhecimento e a execução rápidos e simples das decisões proferidas num dado Estado-Membro. (5) Tais disposições inserem-se no domínio da cooperação judiciária em matéria civil, na aceção do artigo 81. o do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE). PT 20.12.2012 Jornal Oficial da União Europeia L 351/1 ( 1 ) JO C 218 de 23.7.2011, p. 78. ( 2 ) Posição do Parlamento Europeu de 20 de novembro de 2012 (ainda não publicada no Jornal Oficial) e decisão do Conselho de 6 de dezembro de 2012. ( 3 ) JO L 12 de 16.1.2001, p. 1. ( 4 ) JO C 115 de 4.5.2010, p. 1.

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  • I

    (Atos legislativos)

    REGULAMENTOS

    REGULAMENTO (UE) N. o 1215/2012 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

    de 12 de dezembro de 2012

    relativo competncia judiciria, ao reconhecimento e execuo de decises em matria civil e comercial

    (reformulao)

    O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIO EUROPEIA,

    Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia, nomeadamente o artigo 67. o , n. o 4, e o artigo 81. o , n. o 2, alneas a), c) e e),

    Tendo em conta a proposta da Comisso Europeia,

    Aps transmisso do projeto de ato legislativo aos parlamentos nacionais,

    Tendo em conta o parecer do Comit Econmico e Social Europeu ( 1 ),

    Deliberando de acordo com o processo legislativo ordinrio ( 2 ),

    Considerando o seguinte:

    (1) Em 21 de abril de 2009, a Comisso adotou um relatrio sobre a aplicao do Regulamento (CE) n. o 44/2001 do Conselho, de 22 de dezembro de 2000, relativo competncia judiciria, ao reconhecimento e execuo de decises em matria civil e comercial ( 3 ). O relatrio conclua que, em geral, a aplicao daquele regulamento satisfatria, mas que seria desejvel aplicar melhor algumas das suas disposies, facilitar mais a livre circulao de decises e continuar a reforar o acesso justia. Dada

    a necessidade de efetuar uma srie de alteraes ao referido regulamento, dever o mesmo, por razes de clareza, ser reformulado.

    (2) O Conselho Europeu, reunido em Bruxelas em 10 e 11 de dezembro de 2009, adotou um novo programa plurianual, intitulado Programa de Estocolmo Uma Europa aberta e segura que sirva e proteja os cidados ( 4 ). No Programa de Estocolmo, o Conselho Europeu considerou que o processo de abolio de todas as medidas intermdias (o exequatur) dever continuar durante o perodo abrangido por aquele Programa. Ao mesmo tempo, a abolio do exequatur deve tambm ser acompanhada de uma srie de salvaguardas.

    (3) A Unio atribuiu-se como objetivo manter e desenvolver um espao de liberdade, de segurana e de justia, nomeadamente facilitando o acesso justia, em especial atravs do princpio do reconhecimento mtuo de decises judiciais e extrajudiciais em matria civil. A fim de criar gradualmente esse espao, a Unio deve adotar medidas no domnio da cooperao judiciria em matria civil que tenham incidncia transfronteiria, nomeadamente quando tal seja necessrio para o bom funcionamento do mercado interno.

    (4) Certas disparidades das regras nacionais em matria de competncia judiciria e de reconhecimento de decises judiciais dificultam o bom funcionamento do mercado interno. So indispensveis disposies destinadas a unificar as regras de conflito de jurisdio em matria civil e comercial e a fim de garantir o reconhecimento e a execuo rpidos e simples das decises proferidas num dado Estado-Membro.

    (5) Tais disposies inserem-se no domnio da cooperao judiciria em matria civil, na aceo do artigo 81. o do Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia (TFUE).

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/1

    ( 1 ) JO C 218 de 23.7.2011, p. 78. ( 2 ) Posio do Parlamento Europeu de 20 de novembro de 2012 (ainda

    no publicada no Jornal Oficial) e deciso do Conselho de 6 de dezembro de 2012.

    ( 3 ) JO L 12 de 16.1.2001, p. 1. ( 4 ) JO C 115 de 4.5.2010, p. 1.

  • (6) Para alcanar o objetivo da livre circulao das decises em matria civil e comercial, necessrio e adequado que as regras relativas competncia judiciria, ao reconhecimento e execuo das decises sejam determinadas por um instrumento legal da Unio vinculativo e diretamente aplicvel.

    (7) Os ento Estados-Membros das Comunidades Europeias celebraram, em 27 de setembro de 1968, no mbito do artigo 220. o , quarto travesso, do Tratado que institui a Comunidade Econmica Europeia, a Conveno de Bruxelas relativa competncia judiciria e execuo de decises em matria civil e comercial, que foi subsequentemente alterada pelas convenes de adeso a essa conveno de novos Estados-Membros ( 1 ) (a Conveno de Bruxelas de 1968). Em 16 de setembro de 1988, os ento Estados-Membros das Comunidades Europeias e alguns Estados da EFTA celebraram a Conveno de Lugano relativa competncia judiciria e execuo de decises em matria civil e comercial ( 2 ) (a Conveno de Lugano de 1988), que paralela Conveno de Bruxelas de 1968. A Conveno de Lugano de 1988 tornou-se aplicvel Polnia em 1 de fevereiro de 2000.

    (8) Em 22 de dezembro de 2000, o Conselho adotou o Regulamento (CE) n. o 44/2001, que substitui a Conveno de Bruxelas de 1968, no que se refere aos territrios dos Estados-Membros abrangidos pelo TFUE, nas relaes entre os Estados-Membros, com exceo da Dinamarca. Pela Deciso 2006/325/CE do Conselho ( 3 ), a Comunidade celebrou um acordo com a Dinamarca que assegura a aplicao do disposto no Regulamento (CE) n. o 44/2001 neste pas. A Conveno de Lugano de 1988 foi revista pela Conveno sobre a competncia judiciria, o reconhecimento e a execuo de decises em matria civil e comercial ( 4 ), assinada em Lugano em 30 de outubro de 2007 entre a Comunidade, a Dinamarca, a Islndia, a Noruega e a Sua (a Conveno de Lugano de 2007).

    (9) A Conveno de Bruxelas de 1968 dever continuar a aplicar-se aos territrios dos Estados-Membros que so abrangidos pelo mbito de aplicao territorial dessa conveno e que esto excludos do presente regulamento por fora do artigo 355. o do TFUE.

    (10) O mbito de aplicao material do presente regulamento dever incluir o essencial da matria civil e comercial, com exceo de certas matrias bem definidas, em particular as obrigaes de alimentos, que devero ser excludas do mbito de aplicao do presente regulamento na sequncia da adoo do Regulamento (CE) n. o 4/2009 do

    Conselho, de 18 de dezembro de 2008, relativo competncia, lei aplicvel, ao reconhecimento e execuo das decises e cooperao em matria de obrigaes alimentares ( 5 ).

    (11) Para efeitos do presente regulamento, os tribunais dos Estados-Membros incluem os tribunais comuns a vrios Estados-Membros, como o Tribunal de Justia do Benelux quando exerce a sua competncia sobre matrias abrangidas pelo presente regulamento. Por conseguinte, as decises proferidas por esses tribunais devem ser reconhecidas e executadas nos termos do presente regulamento.

    (12) O presente regulamento no dever aplicar-se arbitragem. Nada no presente regulamento dever impedir que os tribunais de um Estado-Membro, caso lhes seja submetida uma ao numa matria para a qual as partes celebraram um acordo de arbitragem, remetam as partes para a arbitragem, suspendam ou encerrem o processo ou examinem se a conveno de arbitragem nula, ineficaz ou insuscetvel de aplicao nos termos da lei nacional.

    As decises proferidas pelos tribunais dos Estados-Membros que determinam se uma conveno de arbitragem nula, ineficaz ou insuscetvel de aplicao no devero estar sujeitas s regras de reconhecimento e execuo estabelecidas no presente regulamento, independentemente de o tribunal ter decidido destes aspetos a ttulo principal ou incidental.

    Por outro lado, se um tribunal de um Estado-Membro, exercendo a sua competncia por fora do presente regulamento ou da lei nacional, determinar que uma conveno de arbitragem nula, ineficaz ou insuscetvel de aplicao, tal no dever impedir que a deciso do tribunal quanto ao mrito da questo seja reconhecida ou, consoante o caso, executada nos termos do presente regulamento. Tal no dever prejudicar a competncia dos tribunais dos Estados-Membros para decidirem do reconhecimento e execuo de sentenas arbitrais de acordo com a Conveno sobre o Reconhecimento e a Execuo de Decises Arbitrais Estrangeiras, celebrada em Nova Iorque em 10 de junho de 1958 (a Conveno de Nova Iorque de 1958), que prevalece sobre o presente regulamento.

    O presente regulamento no dever aplicar-se a aes ou processos conexos relativos, nomeadamente, criao de um tribunal arbitral, aos poderes dos rbitros, conduo do processo arbitral ou a quaisquer outros aspetos desse processo, nem a aes ou decises em matria de anulao, reviso, recurso, reconhecimento ou execuo de sentenas arbitrais.

    PT L 351/2 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

    ( 1 ) JO L 299 de 31.12.1972, p. 32, JO L 304 de 30.10.1978, p. 1, JO L 388 de 31.12.1982, p. 1, JO L 285 de 3.10.1989, p. 1, JO C 15 de 15.1.1997, p. 1. Para a verso consolidada, ver JO C 27 de 26.1.1998, p. 1.

    ( 2 ) JO L 319 de 25.11.1988, p. 9. ( 3 ) JO L 120 de 5.5.2006, p. 22. ( 4 ) JO L 147 de 10.6.2009, p. 5. ( 5 ) JO L 7 de 10.1.2009, p. 1.

  • (13) Dever haver uma ligao entre os processos a que o presente regulamento se aplica e o territrio dos Estados-Membros. Devem, portanto, aplicar-se, em princpio, as regras comuns em matria de competncia sempre que o requerido esteja domiciliado num Estado-Membro.

    (14) Um requerido no domiciliado num Estado-Membro deve, em geral, ficar sujeito s regras de competncia judiciria aplicveis no territrio do Estado-Membro do tribunal a que a questo foi submetida.

    Todavia, a fim de assegurar a proteo de consumidores e trabalhadores, salvaguardar a competncia dos tribunais dos Estados-Membros em situaes em relao s quais tm competncia exclusiva e respeitar a autonomia das partes, algumas normas de competncia constantes do presente regulamento aplicam-se independentemente do domiclio do requerido.

    (15) As regras de competncia devem apresentar um elevado grau de certeza jurdica e fundar-se no princpio de que em geral a competncia tem por base o domiclio do requerido. Os tribunais devero estar sempre disponveis nesta base, exceto nalgumas situaes bem definidas em que a matria em litgio ou a autonomia das partes justificam um critrio de conexo diferente. No respeitante s pessoas coletivas, o domiclio deve ser definido de forma autnoma, de modo a aumentar a transparncia das regras comuns e evitar os conflitos de jurisdio.

    (16) O foro do domiclio do requerido deve ser completado pelos foros alternativos permitidos em razo do vnculo estreito entre a jurisdio e o litgio ou com vista a facilitar uma boa administrao da justia. A existncia de vnculo estreito dever assegurar a certeza jurdica e evitar a possibilidade de o requerido ser demandado no tribunal de um Estado-Membro que no seria razoavelmente previsvel para ele. Este elemento especialmente importante nos litgios relativos a obrigaes extracontratuais decorrentes de violaes da privacidade e de direitos de personalidade, incluindo a difamao.

    (17) O proprietrio de objetos culturais na aceo do artigo 1. o , n. o 1, da Diretiva 93/7/CEE do Conselho, de 15 de maro de 1993, relativa restituio de bens culturais que tenham sado ilicitamente do territrio de um Estado-Membro ( 1 ) dever estar habilitado, nos termos do presente regulamento, a intentar uma ao cvel visando a recuperao, fundada no direito de propriedade, de um objeto cultural no tribunal do local onde esteja situado o objeto na data em que o tribunal for demandado. Tais processos no prejudicam os processos intentados ao abrigo da Diretiva 93/7/CEE.

    (18) No respeitante aos contratos de seguro, de consumo e de trabalho, conveniente proteger a parte mais fraca por meio de regras de competncia mais favorveis aos seus interesses do que a regra geral.

    (19) A autonomia das partes num contrato que no seja de seguro, de consumo ou de trabalho quanto escolha do tribunal competente, no caso de apenas ser permitida uma autonomia limitada de escolha do tribunal, dever ser respeitada sem prejuzo das competncias exclusivas definidas pelo presente regulamento.

    (20) A questo de saber se o pacto atributivo de jurisdio a favor de um tribunal ou dos tribunais de um Estado- -Membro nulo quanto sua validade substantiva dever ser decidida segundo a lei do Estado-Membro do tribunal ou tribunais designados no pacto, incluindo as regras de conflitos de leis desse Estado-Membro.

    (21) O funcionamento harmonioso da justia obriga a minimizar a possibilidade de intentar processos concorrentes e a evitar que sejam proferidas decises inconciliveis em Estados-Membros diferentes. Importa prever um mecanismo claro e eficaz para resolver os casos de litispendncia e de conexo e para obviar aos problemas resultantes das divergncias nacionais quanto determinao do momento a partir do qual os processos so considerados pendentes. Para efeitos do presente regulamento, conveniente fixar esta data de forma autnoma.

    (22) Todavia, a fim de reforar a eficcia dos acordos exclusivos de eleio do foro competente e de evitar tticas de litigao abusivas, necessrio prever uma exceo regra geral de litispendncia, a fim de lidar de forma satisfatria com uma situao particular no mbito da qual podero ocorrer processos concorrentes. Trata-se da situao em que demandado um tribunal no designado num acordo exclusivo de eleio do foro competente, e o tribunal designado demandado subsequentemente num processo com a mesma causa de pedir e com as mesmas partes. Nesse caso, o tribunal demandado em primeiro lugar dever ser chamado a suspender a instncia logo que o tribunal designado seja demandado e at que este declare que no competente por fora do acordo exclusivo de eleio do foro competente. Isto destina-se a, numa tal situao, dar prioridade ao tribunal designado para decidir da validade do acordo e em que medida o acordo se aplica ao litgio pendente. O tribunal designado dever poder prosseguir a ao independentemente de o tribunal no designado j ter decidido da suspenso da instncia.

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/3

    ( 1 ) JO L 74 de 27.3.1993, p. 74.

  • Esta exceo no dever aplicar-se a situaes em que as partes tenham celebrado acordos exclusivos de eleio do foro competente incompatveis ou aos casos em que o tribunal designado num tal acordo tenha sido demandado em primeiro lugar. Nesses casos, dever aplicar-se a regra geral de litispendncia constante do presente regulamento.

    (23) O presente regulamento dever prever um mecanismo flexvel que permita aos tribunais dos Estados-Membros ter em conta as aes pendentes em tribunais de pases terceiros, atento sobretudo o facto de as decises judiciais de pases terceiros serem suscetveis de ser reconhecidas e executadas num dado Estado-Membro por fora da legislao desse Estado-Membro, e a correta administrao da justia.

    (24) Ao ter em conta a correta administrao da justia, o tribunal do Estado-Membro em causa dever avaliar todas as circunstncias do caso concreto. Estas circunstncias podem incluir os vnculos entre os factos do processo e as partes e o pas terceiro em questo, a fase em que se encontra o processo no pas terceiro no momento que intentado o processo no tribunal do Estado-Membro, e se previsvel que o tribunal do pas terceiro profira a sua deciso em prazo razovel.

    Essa avaliao poder ainda incluir a ponderao da questo de saber se o tribunal do pas terceiro tem competncia exclusiva no caso concreto nas mesmas circunstncias em que o tribunal de um Estado-Membro teria competncia exclusiva.

    (25) O conceito de medidas provisrias, incluindo medidas cautelares, dever abranger, por exemplo, as providncias cautelares para obteno de informaes ou preservao de provas a que se referem os artigos 6. o e 7. o da Diretiva 2004/48/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de abril de 2004, relativa ao respeito dos direitos de propriedade intelectual ( 1 ). Aquele conceito no dever abranger medidas cuja natureza no seja cautelar, como as medidas que ordenem a audio de testemunhas. Tal no dever prejudicar a aplicao do Regulamento (CE) n. o 1206/2001 do Conselho, de 28 de maio de 2001, relativo cooperao entre os tribunais dos Estados- -Membros no domnio da obteno de provas em matria civil ou comercial ( 2 ),

    (26) A confiana mtua na administrao da justia na Unio justifica o princpio de que as decises proferidas num Estado-Membro sejam reconhecidas em todos os outros

    Estados-Membros sem necessidade de qualquer procedimento especfico. Alm disso, o objetivo de tornar a litigncia transfronteiria menos morosa e dispendiosa justifica a supresso da declarao de executoriedade antes da execuo no Estado-Membro requerida. Assim, as decises proferidas pelos tribunais dos Estados-Membros devem ser tratadas como se se tratasse de decises proferidas no Estado-Membro requerido.

    (27) Para efeitos da livre circulao de decises, uma deciso proferida num Estado-Membro dever ser reconhecida e executada em qualquer outro Estado-Membro mesmo que seja tomada em relao a uma pessoa no domiciliada num Estado-Membro.

    (28) Se a deciso contiver uma medida ou injuno que no seja conhecida na lei do Estado-Membro requerido, essa medida ou injuno, incluindo qualquer direito que nela figure, dever, na medida do possvel, ser adaptada a uma medida ou injuno prevista na lei desse Estado-Membro que tenha efeitos equivalentes e vise objetivos semelhantes. Dever caber a cada Estado-Membro determinar como e por quem tal adaptao dever ser efetuada.

    (29) A execuo direta, no Estado-Membro requerido, de uma deciso proferida noutro Estado-Membro sem declarao de executoriedade no dever comprometer o respeito pelos direitos da defesa. Assim sendo, a pessoa relativamente qual a execuo requerida dever poder requerer a recusa de reconhecimento ou de execuo de uma deciso se considerar que se verifica um dos fundamentos de recusa do reconhecimento. Entre estes fundamentos dever figurar o facto de a pessoa no ter podido assegurar a sua defesa caso a deciso tenha sido proferida revelia numa ao cvel ligada a um procedimento penal. Devero igualmente incluir-se os fundamentos que poderiam ser invocados com base num acordo entre o Estado- -Membro requerido e um Estado terceiro celebrado ao abrigo do artigo 59. o da Conveno de Bruxelas de 1968.

    (30) A parte que conteste a execuo de uma deciso proferida noutro Estado-Membro dever, na medida do possvel, e de acordo com o sistema jurdico do Estado-Membro requerido, poder invocar no mesmo processo, alm dos fundamentos de recusa previstos no presente regulamento, tambm os fundamentos de recusa previstos na lei nacional e dentro dos prazos estabelecidos nessa lei.

    No entanto, o reconhecimento de uma deciso s dever ser recusado se se verificarem um ou mais dos fundamentos de recusa previstos no presente regulamento.

    PT L 351/4 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

    ( 1 ) JO L 157 de 30.4.2004, p. 45. ( 2 ) JO L 174 de 27.6.2001, p. 1.

  • (31) Em caso de contestao execuo de uma deciso, os tribunais do Estado-Membro requerido devero poder, durante todo o processo relativo contestao, incluindo um eventual recurso, permitir a execuo, embora restringindo-a ou impondo a constituio de uma garantia.

    (32) A fim de informar da execuo de uma deciso proferida noutro Estado-Membro a pessoa contra a qual tal execuo requerida, a certido passada ao abrigo do presente regulamento, se necessrio acompanhada da deciso, dever ser notificada a essa pessoa em tempo razovel antes da primeira medida de execuo. Neste contexto, dever entender-se por primeira medida de execuo a primeira medida de execuo aps aquela notificao.

    (33) Se medidas provisrias, incluindo medidas cautelares, forem decididas por um tribunal competente para conhecer do mrito da causa, a sua livre circulao dever ser garantida nos termos do presente regulamento. Todavia, as medidas provisrias, incluindo as medidas cautelares, impostas por esse tribunal sem que o requerido seja notificado para comparecer no devero ser reconhecidas ou executadas nos termos do presente regulamento, a menos que a deciso que contm a medida seja notificada ao requerido antes da execuo. Tal no dever obstar ao reconhecimento e execuo dessas medidas ao abrigo da lei nacional. Se medidas provisrias, incluindo medidas cautelares, forem decididas por um tribunal de um Estado-Membro que no seja competente para conhecer do mrito da causa, os seus efeitos devero confinar-se, nos termos do presente regulamento, ao territrio desse Estado-Membro.

    (34) Para assegurar a continuidade entre a Conveno de Bruxelas de 1968, o Regulamento (CE) n. o 44/2001 e o presente regulamento, h que prever disposies transitrias. A mesma continuidade dever ser assegurada no que diz respeito interpretao, pelo Tribunal de Justia da Unio Europeia, da Conveno de Bruxelas de 1968 e dos regulamentos que a substituem.

    (35) O respeito pelos compromissos internacionais subscritos pelos Estados-Membros implica que o presente regulamento no prejudique as convenes em que so parte os Estados-Membros e que incidam sobre matrias especficas.

    (36) Sem prejuzo das obrigaes dos Estados-Membros decorrentes dos Tratados, o presente regulamento no dever prejudicar a aplicao de convenes e acordos bilaterais entre Estados-Membros e pases terceiros celebrados antes da data de entrada em vigor do Regulamento (CE) n. o 44/2001 que abrangem matrias regidas pelo presente regulamento.

    (37) A fim de garantir que as certides a usar no quadro do reconhecimento ou da execuo de decises, os instrumentos autnticos e as transaes judiciais concludas ao abrigo do presente regulamento sejam atualizados, o poder de adotar atos nos termos do artigo 290. o do TFUE dever ser delegado na Comisso no que diz respeito s alteraes aos Anexos I e II do presente regulamento. particularmente importante que a Comisso proceda s consultas adequadas durante os trabalhos preparatrios, inclusive a nvel de peritos. A Comisso, quando preparar e redigir atos delegados, dever assegurar a transmisso simultnea, atempada e adequada dos documentos relevantes ao Parlamento Europeu e ao Conselho.

    (38) O presente regulamento respeita os direitos fundamentais e observa os princpios consagrados na Carta dos Direitos Fundamentais da Unio Europeia, sobretudo o direito ao e a um tribunal imparcial, previsto no artigo 47. o da Carta.

    (39) Atendendo a que o objetivo do presente regulamento no pode ser suficientemente alcanado pelos Estados- -Membros e pode ser mais bem alcanado a nvel da Unio, a Unio pode adotar medidas em conformidade com o princpio da subsidiariedade, consagrado no artigo 5. o do Tratado da Unio Europeia (TUE). Em conformidade com o princpio da proporcionalidade, consagrado no mesmo artigo, o presente regulamento no excede o necessrio para alcanar aquele objetivo.

    (40) O Reino Unido e a Irlanda, nos termos do artigo 3. o do Protocolo n. o 21 relativo posio do Reino Unido e da Irlanda, anexo ao TUE e ao ento Tratado que Institui a Comunidade Europeia, participaram na adoo e aplicao do Regulamento (CE) n. o 44/2001. Nos termos do artigo 3. o do Protocolo n. o 21 relativo posio do Reino Unido e da Irlanda em relao ao espao de liberdade, segurana e justia, anexo ao TUE e ao TFUE, o Reino Unido e a Irlanda notificaram a sua inteno de participar na aprovao e na aplicao do presente regulamento.

    (41) Nos termos dos artigos 1. o e 2. o do Protocolo n. o 22 sobre a posio da Dinamarca, anexo ao TUE e ao TFUE, a Dinamarca no participa na aprovao do presente regulamento, no fica por ele vinculada nem sujeita sua aplicao, sem prejuzo da possibilidade de a Dinamarca aplicar as alteraes ao Regulamento (CE) n. o 44/2001, de acordo com o disposto no artigo 3. o do Acordo de 19 de outubro de 2005 entre a Comunidade Europeia e o Reino da Dinamarca relativo competncia judiciria, ao reconhecimento e execuo de decises em matria civil e comercial ( 1 ),

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/5

    ( 1 ) JO L 299 de 16.11.2005, p. 62.

  • ADOTARAM O PRESENTE REGULAMENTO:

    CAPTULO I

    MBITO DE APLICAO E DEFINIES

    Artigo 1. o

    1. O presente regulamento aplica-se em matria civil e comercial, independentemente da natureza da jurisdio. No abrange, nomeadamente, as matrias fiscais, aduaneiras ou administrativas, nem a responsabilidade do Estado por atos ou omisses no exerccio da autoridade do Estado (acta jure imperii).

    2. O presente regulamento no se aplica:

    a) Ao estado e capacidade jurdica das pessoas singulares ou aos regimes de bens do casamento ou de relaes que, de acordo com a lei que lhes aplicvel, produzem efeitos comparveis ao casamento;

    b) s falncias, concordatas e processos anlogos;

    c) segurana social;

    d) arbitragem;

    e) s obrigaes de alimentos decorrentes de uma relao familiar, parentesco, casamento ou afinidade;

    f) Aos testamentos e sucesses, incluindo as obrigaes de alimentos resultantes do bito.

    Artigo 2. o

    Para efeitos do presente regulamento entende-se por:

    a) Deciso, qualquer deciso proferida por um tribunal de um Estado-Membro, independentemente da designao que lhe for dada, tal como acrdo, sentena, despacho judicial ou mandado de execuo, bem como as decises de fixao do montante das custas do processo pela secretaria do tribunal.

    Para efeitos do captulo III, o termo deciso abrange as medidas provisrias, incluindo as medidas cautelares, decididas por um tribunal que, por fora do presente regulamento, competente para conhecer do mrito da causa. No

    abrange as medidas provisrias, incluindo as medidas cautelares, impostas por esse tribunal sem que o requerido seja notificado para comparecer a menos que a deciso que contm a medida seja notificada ao requerido antes da execuo;

    b) Transao judicial, uma transao aprovada por um tribunal de um Estado-Membro ou celebrada perante o tribunal de um Estado-Membro no decurso do processo;

    c) Instrumento autntico, um documento exarado ou registado como instrumento autntico no Estado-Membro de origem e cuja autenticidade:

    i) se relacione com a assinatura e o contedo do instrumento, e

    ii) tenha sido confirmada por uma autoridade pblica ou outra autoridade habilitada para esse efeito;

    d) Estado-Membro de origem, o Estado-Membro em que, consoante o caso, a deciso tenha sido proferida, a transao judicial aprovada ou celebrada ou o instrumento autntico formalmente exarado ou registado;

    e) Estado-Membro requerido, o Estado-Membro em que invocado o reconhecimento da deciso ou em que requerida a execuo da deciso, da transao judicial ou do instrumento autntico;

    f) Tribunal de origem, o tribunal que tiver proferido a deciso cujo reconhecimento invocado ou, se for o caso, cuja execuo requerida.

    Artigo 3. o

    Para efeitos do presente regulamento, tribunal compreende as seguintes autoridades na medida em que tenham competncia em matrias abrangidas pelo presente regulamento:

    a) Na Hungria, em processos sumrios de injuno de pagamento (fizetsi meghagysos eljrs), o notrio (kzjegyz);

    b) Na Sucia, em processos sumrios de injuno de pagamento (betalningsfrelggande) e pedidos de assistncia (handrckning), a Autoridade de Execuo (Kronofogdemyndigheten).

    PT L 351/6 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

  • CAPTULO II

    COMPETNCIA

    SECO 1

    Disposies gerais

    Artigo 4. o

    1. Sem prejuzo do disposto no presente regulamento, as pessoas domiciliadas num Estado-Membro devem ser demandadas, independentemente da sua nacionalidade, nos tribunais desse Estado-Membro.

    2. As pessoas que no possuam a nacionalidade do Estado- -Membro em que esto domiciliadas ficam sujeitas, nesse Estado- -Membro, s regras de competncia aplicveis aos nacionais.

    Artigo 5. o

    1. As pessoas domiciliadas num Estado-Membro s podem ser demandadas nos tribunais de outro Estado-Membro nos termos das regras enunciadas nas seces 2 a 7 do presente captulo.

    2. Em especial, as regras de competncia nacionais notificadas pelos Estados-Membros Comisso nos termos do artigo 76. o , n. o 1, alnea a), no se aplicam s pessoas a que se refere o n. o 1.

    Artigo 6. o

    1. Se o requerido no tiver domiclio num Estado-Membro, a competncia dos tribunais de cada Estado-Membro , sem prejuzo do artigo 18. o , n. o 1, do artigo 21. o , n. o 2, e dos artigos 24. o e 25. o , regida pela lei desse Estado-Membro.

    2. Qualquer pessoa com domiclio num Estado-Membro pode, independentemente da sua nacionalidade, invocar contra um requerido que no tenha domiclio nesse Estado-Membro as regras de competncia que nele estejam em vigor, nomeadamente as notificadas pelos Estados-Membros Comisso nos termos do artigo 76. o , n. o 1, alnea a), do mesmo modo que os nacionais desse Estado-Membro.

    SECO 2

    Competncias especiais

    Artigo 7. o

    As pessoas domiciliadas num Estado-Membro podem ser demandadas noutro Estado-Membro:

    1) a) Em matria contratual, perante o tribunal do lugar onde foi ou deva ser cumprida a obrigao em questo;

    b) Para efeitos da presente disposio e salvo conveno em contrrio, o lugar de cumprimento da obrigao em questo ser:

    no caso da venda de bens, o lugar num Estado-Membro onde, nos termos do contrato, os bens foram ou devam ser entregues,

    no caso da prestao de servios, o lugar num Estado- -Membro onde, nos termos do contrato, os servios foram ou devam ser prestados;

    c) Se no se aplicar a alnea b), ser aplicvel a alnea a);

    2) Em matria extracontratual, perante o tribunal do lugar onde ocorreu ou poder ocorrer o facto danoso;

    3) Se se tratar de ao de indemnizao ou de ao de restituio fundadas em infrao penal, perante o tribunal em que foi intentada a ao pblica, na medida em que, de acordo com a sua lei, esse tribunal possa conhecer da ao cvel;

    4) Se se tratar de ao cvel, fundada no direito de propriedade, destinada recuperao de um objeto cultural na aceo do artigo 1. o , n. o 1, da Diretiva 93/7/CEE, intentada pela pessoa que reclama o direito de recuperar um tal objeto, no tribunal do lugar em que esteja situado o objeto no momento em que o tribunal for demandado;

    5) Se se tratar de um litgio relativo explorao de uma sucursal, de uma agncia ou de qualquer outro estabelecimento, perante o tribunal do lugar em que tal sucursal, agncia ou estabelecimento se encontram;

    6) Se se tratar de um litgio contra um fundador, trustee ou beneficirio de um trust constitudo, quer nos termos da lei, quer por escrito ou por acordo verbal confirmado por escrito, nos tribunais do Estado-Membro onde o trust tem o seu domiclio;

    7) Se se tratar de um litgio relativo a reclamao sobre remunerao devida por assistncia ou salvamento de que tenha beneficiado uma carga ou um frete, perante o tribunal em cuja jurisdio essa carga ou frete:

    a) Tenha sido arrestado para garantir esse pagamento; ou

    b) Poderia ter sido arrestado, para esse efeito, se no tivesse sido prestada cauo ou outra garantia,

    desde que a presente disposio s se aplique caso se alegue que o requerido tem direito sobre a carga ou frete ou que tinha tal direito no momento daquela assistncia ou salvamento.

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/7

  • Artigo 8. o

    Uma pessoa com domiclio no territrio de um Estado-Membro pode tambm ser demandada:

    1) Se houver vrios requeridos, perante o tribunal do domiclio de qualquer um deles, desde que os pedidos estejam ligados entre si por um nexo to estreito que haja interesse em que sejam instrudos e julgados simultaneamente para evitar decises que poderiam ser inconciliveis se as causas fossem julgadas separadamente;

    2) Se se tratar de chamamento de um garante ao ou de qualquer incidente de interveno de terceiros, no tribunal onde foi intentada a ao principal, salvo se esta tiver sido proposta apenas com o intuito de subtrair o terceiro jurisdio do tribunal que seria competente nesse caso;

    3) Se se tratar de um pedido reconvencional que derive do contrato ou do facto em que se fundamenta a ao principal, no tribunal onde esta ltima estiver pendente;

    4) Em matria contratual, se a ao puder ser apensada a uma ao em matria de direitos reais sobre imveis dirigida contra o mesmo requerido, no tribunal do Estado-Membro em cujo territrio est situado o imvel.

    Artigo 9. o

    Se, por fora do presente regulamento, um tribunal de um Estado-Membro for competente para conhecer das aes relativas a responsabilidade decorrente da utilizao ou da explorao de um navio, esse tribunal, ou qualquer outro que, segundo a lei interna do mesmo Estado-Membro, se lhe substitua, ser tambm competente para conhecer dos pedidos relativos limitao daquela responsabilidade.

    SECO 3

    Competncia em matria de seguros

    Artigo 10. o

    Em matria de seguros, a competncia determinada pela presente seco, sem prejuzo do disposto no artigo 6. o e no artigo 7. o , ponto 5.

    Artigo 11. o

    1. O segurador domiciliado no territrio de um Estado-Membro pode ser demandado:

    a) Nos tribunais do Estado-Membro em que tiver domiclio;

    b) Noutro Estado-Membro, em caso de aes intentadas pelo tomador de seguro, o segurado ou um beneficirio, no tribunal do lugar em que o requerente tiver o seu domiclio; ou

    c) Tratando-se de um cossegurador, no tribunal de um Estado- -Membro onde tiver sido intentada ao contra o segurador principal.

    2. O segurador que, no tendo domiclio num Estado-Membro, possua sucursal, agncia ou qualquer outro estabelecimento num Estado-Membro ser considerado, quanto aos litgios relativos explorao de tal sucursal, agncia ou estabelecimento, como tendo domiclio nesse Estado-Membro.

    Artigo 12. o

    O segurador pode tambm ser demandado no tribunal do lugar onde o facto danoso ocorreu quando se trate de um seguro de responsabilidade civil ou de um seguro que tenha por objeto bens imveis. Aplica-se a mesma regra caso se trate de um seguro que incida simultaneamente sobre bens mveis e imveis cobertos pela mesma aplice e atingidos pelo mesmo sinistro.

    Artigo 13. o

    1. Em matria de seguros de responsabilidade civil, o segurador pode tambm ser chamado ao no processo intentado pelo lesado contra o segurado, desde que a lei desse tribunal o permita.

    2. O disposto nos artigos 10. o , 11. o e 12. o aplica-se no caso de ao intentada pelo lesado diretamente contra o segurador, desde que tal ao direta seja possvel.

    3. Se o direito aplicvel a essa ao direta previr o incidente do chamamento do tomador do seguro ou do segurado, o mesmo tribunal ser igualmente competente quanto a eles.

    Artigo 14. o

    1. Sem prejuzo do disposto no artigo 13. o , n. o 3, o segurador s pode intentar uma ao nos tribunais do Estado-Membro em que estiver domiciliado o requerido, quer este seja tomador do seguro, segurado ou beneficirio.

    2. O disposto na presente seco no prejudica o direito de formular um pedido reconvencional no tribunal em que, nos termos da presente seco, tiver sido intentada a ao principal.

    Artigo 15. o

    As partes s podem derrogar ao disposto na presente seco por acordos que:

    1) Sejam posteriores ao surgimento do litgio;

    2) Permitam ao tomador do seguro, ao segurado ou ao beneficirio recorrer a tribunais que no sejam os indicados na presente seco;

    3) Sejam celebrados entre um tomador do seguro e um segurador, ambos com domiclio ou residncia habitual num mesmo Estado-Membro no momento da celebrao do contrato, e tenham por efeito atribuir competncia aos tribunais desse Estado-Membro, mesmo que o facto danoso ocorra no estrangeiro, salvo se a lei desse Estado-Membro no permitir tais acordos; ou

    PT L 351/8 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

  • 4) Sejam celebrados por um tomador do seguro que no tenha domiclio num Estado-Membro, salvo se se tratar de um seguro obrigatrio ou relativo a imvel sito num Estado- -Membro; ou

    5) Digam respeito a um contrato de seguro que cubra um ou mais dos riscos enumerados no artigo 16. o .

    Artigo 16. o

    Os riscos a que se refere o artigo 15. o , ponto 5, so os seguintes:

    1) Qualquer dano:

    a) Em navios de mar, em instalaes ao largo da costa ou no alto mar ou em aeronaves, causado por eventos relacionados com a sua utilizao para fins comerciais;

    b) Em mercadorias que no sejam bagagens dos passageiros, durante um transporte total ou parcialmente realizado por aqueles navios ou aeronaves.

    2) Qualquer responsabilidade, com exceo da relativa aos danos corporais dos passageiros ou perda ou aos danos nas suas bagagens:

    a) Resultante da utilizao ou da explorao dos navios, instalaes ou aeronaves a que se refere o ponto 1, alnea a), desde que, no que respeita a estas ltimas, a lei do Estado-Membro de matrcula da aeronave no proba as clusulas atributivas de jurisdio no seguro de tais riscos;

    b) Pela perda ou pelos danos causados em mercadorias durante um transporte nos termos do ponto 1, alnea b).

    3) Qualquer perda pecuniria relacionada com a utilizao ou a explorao dos navios, instalaes ou aeronaves a que se refere o ponto 1, alnea a), nomeadamente a perda do frete ou do benefcio do afretamento.

    4) Qualquer risco ou interesse relacionado com um dos indicados nos pontos 1 a 3.

    5) No obstante o disposto nos pontos 1 a 4, todos os grandes riscos definidos na Diretiva 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de novembro de 2009, relativa ao acesso atividade de seguros e resseguros e ao seu exerccio (Solvncia II) ( 1 ).

    SECO 4

    Competncia em matria de contratos de consumo

    Artigo 17. o

    1. Em matria de contrato celebrado por uma pessoa, o consumidor, para finalidade que possa ser considerada estranha sua atividade comercial ou profissional, a competncia determinada pela presente seco, sem prejuzo do disposto no artigo 6. o e no artigo 7. o , ponto 5, se se tratar de:

    a) Contrato de compra e venda, a prestaes, de bens mveis corpreos;

    b) Contrato de emprstimo reembolsvel em prestaes, ou outra forma de crdito concedido para financiamento da venda de tais bens; ou

    c) Em todos os outros casos, contrato celebrado com uma pessoa com atividade comercial ou profissional no Estado- -Membro do domiclio do consumidor ou que dirija essa atividade, por quaisquer meios, a esse Estado-Membro ou a vrios Estados incluindo esse Estado-Membro, desde que o contrato seja abrangido por essa atividade.

    2. Caso o consumidor celebre um contrato com uma contraparte que, no tendo domiclio no territrio de um Estado- -Membro, possua uma sucursal, agncia ou outro estabelecimento num Estado-Membro, essa contraparte considerada, quanto aos litgios relativos explorao de tal sucursal, agncia ou estabelecimento, como tendo domiclio no territrio desse Estado-Membro.

    3. A presente seco no se aplica ao contrato de transporte, com exceo dos contratos de fornecimento de uma combinao de viagem e alojamento por um preo global.

    Artigo 18. o

    1. O consumidor pode intentar uma ao contra a outra parte no contrato, quer nos tribunais do Estado-Membro onde estiver domiciliada essa parte, quer no tribunal do lugar onde o consumidor tiver domiclio, independentemente do domiclio da outra parte.

    2. A outra parte no contrato s pode intentar uma ao contra o consumidor nos tribunais do Estado-Membro em cujo territrio estiver domiciliado o consumidor.

    3. O presente artigo no prejudica o direito de formular um pedido reconvencional no tribunal em que, nos termos da presente seco, tiver sido intentada a ao principal.

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/9

    ( 1 ) JO L 335 de 17.12.2009, p. 1.

  • Artigo 19. o

    As partes s podem derrogar ao disposto na presente seco por acordos que:

    1. Sejam posteriores ao surgimento do litgio;

    2. Permitam ao consumidor recorrer a tribunais que no sejam os indicados na presente seco; ou

    3. Sejam celebrados entre o consumidor e o seu cocontratante, ambos com domiclio ou residncia habitual, no momento da celebrao do contrato, num mesmo Estado-Membro, e atribuam competncia aos tribunais desse Estado-Membro, salvo se a lei desse Estado-Membro no permitir tais acordos.

    SECO 5

    Competncia em matria de contratos individuais de trabalho

    Artigo 20. o

    1. Em matria de contrato individual de trabalho, a competncia determinada pela presente seco, sem prejuzo do disposto no artigo 6. o , no artigo 7. o , ponto 5, e, no caso de ao intentada contra a entidade patronal, no artigo 8. o , ponto 1.

    2. Se um trabalhador celebrar um contrato individual de trabalho com uma entidade patronal que no tenha domiclio num Estado-Membro mas tenha uma filial, agncia ou outro estabelecimento num Estado-Membro, considera-se, quanto aos litgios resultantes do funcionamento dessa filial, agncia ou estabelecimento, que a entidade patronal tem o seu domiclio nesse Estado-Membro.

    Artigo 21. o

    1. Uma entidade patronal domiciliada num Estado-Membro pode ser demandada:

    a) Nos tribunais do Estado-Membro em que tiver domiclio; ou

    b) Noutro Estado-Membro:

    i) no tribunal do lugar onde ou a partir do qual o trabalhador efetua habitualmente o seu trabalho, ou no tribunal do lugar onde efetuou mais recentemente o seu trabalho, ou

    ii) se o trabalhador no efetua ou no efetuava habitualmente o seu trabalho num nico pas, no tribunal do lugar onde se situa ou se situava o estabelecimento que contratou o trabalhador.

    2. Uma entidade patronal no domiciliada num Estado-Membro pode ser demandada nos tribunais de um Estado-Membro nos termos do n. o 1, alnea b).

    Artigo 22. o

    1. A entidade patronal s pode intentar uma ao nos tribunais do Estado-Membro em que o trabalhador tiver domiclio.

    2. O disposto na presente seco no prejudica o direito de formular um pedido reconvencional no tribunal em que, nos termos da presente seco, tiver sido intentada a ao principal.

    Artigo 23. o

    As partes s podem derrogar ao disposto na presente seco por acordos que:

    1) Sejam posteriores ao surgimento do litgio; ou

    2) Permitam ao trabalhador recorrer a tribunais que no sejam os indicados na presente seco.

    SECO 6

    Competncias exclusivas

    Artigo 24. o

    Tm competncia exclusiva os seguintes tribunais de um Estado-Membro, independentemente do domiclio das partes:

    1) Em matria de direitos reais sobre imveis e de arrendamento de imveis, os tribunais do Estado-Membro onde se situa o imvel.

    Todavia, em matria de contratos de arrendamento de imveis celebrados para uso pessoal temporrio por um perodo mximo de seis meses consecutivos, so igualmente competentes os tribunais do Estado-Membro onde o requerido tiver domiclio, desde que o arrendatrio seja uma pessoa singular e o proprietrio e o arrendatrio tenham domiclio no mesmo Estado-Membro.

    2) Em matria de validade da constituio, de nulidade ou de dissoluo de sociedades ou de outras pessoas coletivas ou associaes de pessoas singulares ou coletivas, ou de validade das decises dos seus rgos, os tribunais do Estado-Membro em que a sociedade, pessoa coletiva ou associao tiverem a sua sede. Para determinar essa sede, o tribunal aplica as suas regras de direito internacional privado.

    3) Em matria de validade de inscries em registos pblicos, os tribunais do Estado-Membro em que esses registos sejam conservados.

    PT L 351/10 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

  • 4) Em matria de registo ou validade de patentes, marcas, desenhos e modelos e outros direitos anlogos sujeitos a depsito ou a registo, independentemente de a questo ser suscitada por via de ao ou por via de exceo, os tribunais do Estado-Membro onde o depsito ou o registo tiver sido requerido, efetuado ou considerado efetuado nos termos de um instrumento da Unio ou de uma conveno internacional.

    Sem prejuzo da competncia do Instituto Europeu de Patentes ao abrigo da Conveno relativa Emisso de Patentes Europeias, assinada em Munique em 5 de outubro de 1973, os tribunais de cada Estado-Membro so os nicos competentes em matria de registo ou de validade das patentes europeias emitidas para esse Estado-Membro.

    5) Em matria de execuo de decises, os tribunais do Estado- -Membro do lugar da execuo.

    SECO 7

    Extenso de competncia

    Artigo 25. o

    1. Se as partes, independentemente do seu domiclio, tiverem convencionado que um tribunal ou os tribunais de um Estado- -Membro tm competncia para decidir quaisquer litgios que tenham surgido ou que possam surgir de uma determinada relao jurdica, esse tribunal ou esses tribunais tero competncia, a menos que o pacto seja, nos termos da lei desse Estado-Membro, substantivamente nulo. Essa competncia exclusiva, salvo acordo das partes em contrrio. O pacto atributivo de jurisdio deve ser celebrado:

    a) Por escrito ou verbalmente com confirmao escrita;

    b) De acordo com os usos que as partes tenham estabelecido entre si; ou

    c) No comrcio internacional, de acordo com os usos que as partes conheam ou devam conhecer e que, em tal comrcio, sejam amplamente conhecidos e regularmente observados pelas partes em contratos do mesmo tipo, no ramo comercial concreto em questo.

    2. Qualquer comunicao por via eletrnica que permita um registo duradouro do pacto equivale forma escrita.

    3. O tribunal ou os tribunais de um Estado-Membro a que o ato constitutivo de um trust atribuir competncia tm competncia exclusiva para conhecer da ao contra um fundador, um

    trustee ou um beneficirio do trust, se se tratar de relaes entre essas pessoas ou dos seus direitos ou obrigaes no mbito do trust.

    4. Os pactos atributivos de jurisdio bem como as estipulaes similares de atos constitutivos de trusts no produzem efeitos se forem contrrios ao disposto nos artigos 15. o , 19. o ou 23. o , ou se os tribunais cuja competncia pretendam afastar tiverem competncia exclusiva por fora do artigo 24. o .

    5. Os pactos atributivos de jurisdio que faam parte de um contrato so tratados como acordo independente dos outros termos do contrato.

    A validade dos pactos atributivos de jurisdio no pode ser contestada apenas com o fundamento de que o contrato no vlido.

    Artigo 26. o

    1. Para alm dos casos em que a competncia resulte de outras disposies do presente regulamento, competente o tribunal de um Estado-Membro no qual o requerido comparea. Esta regra no aplicvel se a comparncia tiver como nico objetivo arguir a incompetncia ou se existir outro tribunal com competncia exclusiva por fora do artigo 24. o .

    2. Nas matrias abrangidas pelas seces 3, 4 e 5, caso o requerido seja o tomador do seguro, o segurado, o beneficirio do contrato de seguro, o lesado, um consumidor ou um trabalhador, o tribunal, antes de se declarar competente ao abrigo do n. o 1, deve assegurar que o requerido seja informado do seu direito de contestar a competncia do tribunal e das consequncias de comparecer ou no em juzo.

    SECO 8

    Verificao da competncia e da admissibilidade

    Artigo 27. o

    O tribunal de um Estado-Membro no qual seja instaurada, a ttulo principal, uma ao relativamente qual tenha competncia exclusiva o tribunal de outro Estado-Membro por fora do artigo 24. o , deve declarar-se oficiosamente incompetente

    Artigo 28. o

    1. Caso o requerido domiciliado num Estado-Membro seja demandado no tribunal de outro Estado-Membro e no comparea em juzo, o juiz deve declarar-se oficiosamente incompetente, salvo se a sua competncia resultar do disposto no presente regulamento.

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/11

  • 2. O tribunal suspende a instncia enquanto no se verificar que foi dada ao requerido a oportunidade de receber o documento que iniciou a instncia, ou documento equivalente, em tempo til para providenciar pela sua defesa, ou enquanto no se verificar que foram efetuadas todas as diligncias necessrias para o efeito.

    3. aplicvel o artigo 19. o do Regulamento (CE) n. o 1393/2007 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de novembro de 2007, relativo citao e notificao dos atos judiciais e extrajudiciais em matrias civil e comercial nos Estados-Membros (citao e notificao de atos) ( 1 ), em vez do n. o 2 do presente artigo, se o documento que iniciou a instncia, ou documento equivalente, tiver sido transmitido por um Estado- -Membro a outro por fora daquele regulamento.

    4. Caso no seja aplicvel o Regulamento (CE) n. o 1393/2007, aplica-se o artigo 15. o da Conveno da Haia, de 15 de novembro de 1965, relativa citao e notificao no estrangeiro dos atos judiciais e extrajudiciais em matrias civil e comercial, se o documento que iniciou a instncia, ou documento equivalente, tiver sido transmitido ao estrangeiro por fora daquela conveno.

    SECO 9

    Litispendncia e conexo

    Artigo 29. o

    1. Sem prejuzo do disposto no artigo 31. o , n. o 2, quando aes com a mesma causa de pedir e entre as mesmas partes forem submetidas apreciao de tribunais de diferentes Estados-Membros, qualquer tribunal que no seja o tribunal demandado em primeiro lugar deve suspender oficiosamente a instncia at que seja estabelecida a competncia do tribunal demandado em primeiro lugar.

    2. Nos casos referidos no n. o 1, a pedido de um tribunal a que ao tenha sido submetida, qualquer outro tribunal demandado deve informar o primeiro tribunal, sem demora, da data em que ao lhe foi submetida nos termos do artigo 32. o .

    3. Caso seja estabelecida a competncia do tribunal demandado em primeiro lugar, o segundo tribunal deve declarar-se incompetente em favor daquele tribunal.

    Artigo 30. o

    1. Se estiverem pendentes aes conexas em tribunais de diferentes Estados-Membros, todos eles podem suspender a instncia, com exceo do tribunal demandado em primeiro lugar.

    2. Se a ao intentada no tribunal demandado em primeiro lugar estiver pendente em primeira instncia, qualquer outro tribunal pode igualmente declarar-se incompetente, a pedido

    de uma das partes, se o tribunal demandado em primeiro lugar for competente para as aes em questo e a sua lei permitir a respetiva apensao.

    3. Para efeitos do presente artigo, consideram-se conexas as aes ligadas entre si por um nexo to estreito que haja interesse em que sejam instrudas e julgadas em conjunto para evitar decises eventualmente inconciliveis se as causas fossem julgadas separadamente.

    Artigo 31. o

    1. Se as aes forem da competncia exclusiva de vrios tribunais, todos eles devem declarar-se incompetentes em favor do tribunal demandado em primeiro lugar.

    2. Sem prejuzo do artigo 26. o , se for demandado um tribunal de um Estado-Membro ao qual atribuda competncia exclusiva por um pacto referido no artigo 25. o , os tribunais dos outros Estados-Membros devem suspender a instncia at ao momento em que o tribunal demandado com base nesse pacto declare que no competente for fora do mesmo.

    3. Se o tribunal designado no pacto se atribuir competncia por fora desse pacto, os tribunais dos outros Estados-Membros devem declarar-se incompetentes a favor desse tribunal.

    4. Os n. os 2 e 3 no se aplicam s matrias regidas pelas seces 3, 4 e 5 caso o requerente seja o tomador do seguro, o segurado, um beneficirio do contrato de seguro, o lesado, um consumidor ou um trabalhador e o pacto no seja vlido nos termos de disposio constante daquelas seces.

    Artigo 32. o

    1. Para efeitos da presente seco, considera-se que a ao foi submetida apreciao do tribunal:

    a) No momento em que for apresentado ao tribunal o documento que d incio instncia, ou documento equivalente, desde que o requerente tenha tomado posteriormente as medidas que lhe incumbem para que o requerido seja citado; ou

    b) Se o documento tiver de ser notificado antes de ser apresentado a tribunal, no momento em que for recebido pela autoridade responsvel pela notificao, desde que o requerente tenha tomado posteriormente as medidas que lhe incumbem para que o documento seja junto ao processo.

    A autoridade responsvel pela notificao prevista na alnea b) a primeira autoridade a receber o documento a notificar.

    PT L 351/12 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

    ( 1 ) JO L 324 de 10.12.2007, p. 79.

  • 2. Os tribunais ou as autoridades responsveis pela notificao prevista no n. o 1 registam, respetivamente, a data de apresentao do documento que d incio instncia ou documento equivalente ou a data da receo dos documentos a notificar.

    Artigo 33. o

    1. Se a competncia se basear nos artigos 4. o , 7. o , 8. o ou 9. o e estiver pendente uma ao num tribunal de um pas terceiro no momento em que demandado o tribunal de um Estado- -Membro numa ao com a mesma causa de pedir e entre as mesmas partes que a ao no tribunal do pas terceiro, o tribunal do Estado-Membro pode suspender a instncia se:

    a) For previsvel que o tribunal do pas terceiro profira uma deciso passvel de ser reconhecida e, consoante os casos, executada no Estado-Membro em causa; e

    b) O tribunal do Estado-Membro estiver convencido de que a suspenso da instncia necessria para a correta administrao da justia.

    2. O tribunal do Estado-Membro pode dar continuao ao processo a qualquer momento se:

    a) A instncia no tribunal do pas terceiro tiver sido suspensa ou encerrada;

    b) O tribunal do Estado-Membro considerar improvvel que a ao no tribunal do pas terceiro se conclua num prazo razovel; ou

    c) For necessrio dar continuao ao processo para garantir a correta administrao da justia.

    3. O tribunal do Estado-Membro encerra a instncia se a ao no tribunal do pas terceiro tiver sido concluda e resultar numa deciso passvel de reconhecimento e, se for caso disso, de execuo nesse Estado-Membro.

    4. O tribunal do Estado-Membro aplica o presente artigo a pedido de qualquer das partes ou, caso a lei nacional o permita, oficiosamente.

    Artigo 34. o

    1. Se a competncia se basear nos artigos 4. o , 7. o , 8. o ou 9. o e estiver pendente uma ao no tribunal de um pas terceiro no momento em que demandado o tribunal de um Estado-Membro numa ao conexa com a ao intentada no tribunal do

    pas terceiro, o tribunal do Estado Membro pode suspender a instncia se:

    a) Houver interesse em que as aes conexas sejam instrudas e julgadas em conjunto para evitar decises que poderiam ser inconciliveis se as causas fossem julgadas separadamente;

    b) For previsvel que o tribunal do pas terceiro tome uma deciso passvel de reconhecimento e, se for caso disso, de execuo nesse Estado Membro; e

    c) O tribunal do Estado-Membro estiver convencido de que a suspenso da instncia necessria para uma correta administrao da justia.

    2. O tribunal do Estado-Membro pode dar continuao ao processo a qualquer momento se:

    a) Considerar que deixou de haver risco de decises inconciliveis;

    b) A instncia no tribunal do pas terceiro tiver sido suspensa ou encerrada;

    c) Considerar improvvel que a ao intentada no tribunal do pas terceiro se conclua num prazo razovel; ou

    d) For necessrio dar continuao ao processo para garantir a correta administrao da justia.

    3. O tribunal do Estado-Membro pode encerrar a instncia se a ao intentada no tribunal do pas terceiro tiver sido concluda e resultar numa deciso passvel de reconhecimento e, se for caso disso, de execuo nesse Estado-Membro.

    4. O tribunal do Estado-Membro aplica o presente artigo a pedido de qualquer das partes ou, caso a lei nacional o permita, oficiosamente.

    SECO 10

    Medidas provisrias e cautelares

    Artigo 35. o

    As medidas provisrias, incluindo as medidas cautelares, previstas na lei de um Estado-Membro podem ser requeridas s autoridades judiciais desse Estado-Membro, mesmo que os tribunais de outro Estado-Membro sejam competentes para conhecer do mrito da causa.

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/13

  • CAPTULO III

    RECONHECIMENTO E EXECUO

    SECO 1

    Reconhecimento

    Artigo 36. o

    1. As decises proferidas num Estado-Membro so reconhecidas nos outros Estados-Membros sem quaisquer formalidades.

    2. Quaisquer partes interessadas podem, nos termos da Subseco 2 da Seco 3, requerer uma deciso que declare no haver motivos para recusar o reconhecimento, nos termos do artigo 45. o .

    3. Se o resultado de uma ao intentada no tribunal de um Estado-Membro depender da deciso de um incidente de recusa de reconhecimento, ser o mesmo tribunal competente para conhecer do incidente.

    Artigo 37. o

    1. As partes que pretendam invocar num Estado-Membro uma deciso proferida noutro Estado-Membro devem apresentar:

    a) Uma cpia da deciso que satisfaa as condies necessrias para atestar a sua autenticidade; e

    b) Uma certido emitida nos termos do artigo 53. o .

    2. O tribunal ou autoridade perante a qual seja invocada uma deciso proferida noutro Estado-Membro pode, se necessrio, requerer que a parte que a invoca lhe fornea, nos termos do artigo 57. o , uma traduo ou transliterao do contedo da certido referida no n. o 1, alnea b). Se o tribunal ou autoridade em causa no puder dar seguimento ao processo sem que a prpria deciso seja traduzida, poder exigir da parte essa traduo, em vez da traduo do contedo da certido.

    Artigo 38. o

    O tribunal ou autoridade perante a qual seja invocada uma deciso proferida noutro Estado-Membro pode suspender total ou parcialmente a instncia se:

    a) A deciso for impugnada no Estado-Membro de origem; ou

    b) For apresentado um pedido de deciso que determine no haver fundamentos para recusar o reconhecimento nos termos do artigo 45. o , ou de deciso que determine a recusa do reconhecimento com base num desses fundamentos.

    SECO 2

    Execuo

    Artigo 39. o

    Uma deciso proferida num Estado-Membro que a tenha fora executria pode ser executada noutro Estado-Membro sem que seja necessria qualquer declarao de executoriedade.

    Artigo 40. o

    As decises executrias implicam, de pleno direito, o poder de tomar quaisquer medidas cautelares que existam nos termos da lei do Estado-Membro requerido.

    Artigo 41. o

    1. Sem prejuzo do disposto na presente seco, o processo de execuo de decises proferidas noutro Estado-Membro rege- -se pela lei do Estado-Membro requerido. Uma deciso proferida num Estado-Membro que seja executria no Estado-Membro requerido deve nele ser executada em condies iguais s de uma deciso proferida nesse Estado-Membro.

    2. No obstante o disposto no n. o 1, os fundamentos de recusa ou suspenso da execuo previstos na lei do Estado- -Membro requerido so aplicveis desde que no sejam incompatveis com os fundamentos referidos no artigo 45. o .

    3. A parte que requer a execuo de uma deciso proferida noutro Estado-Membro no obrigada a ter um endereo postal no Estado-Membro requerido. Essa parte tambm no obrigada a ter um representante autorizado no Estado-Membro requerido, salvo se a existncia de um tal representante for obrigatria independentemente da nacionalidade ou do domiclio das partes.

    Artigo 42. o

    1. Para efeitos da execuo num Estado-Membro de uma deciso proferida noutro Estado-Membro, o requerente deve facultar s autoridades de execuo competentes:

    a) Uma cpia da deciso que satisfaa as condies necessrias para atestar a sua autenticidade; e

    b) Uma certido emitida nos termos do artigo 53. o que comprove que a deciso executria e inclua um extrato da deciso, bem como, se for caso disso, informaes relevantes sobre os custos processuais reembolsveis e o clculo dos juros.

    PT L 351/14 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

  • 2. Para efeitos da execuo num Estado-Membro de uma deciso proferida noutro Estado-Membro que decrete medidas provisrias, incluindo medidas cautelares, o requerente deve facultar s autoridades de execuo competentes:

    a) Uma cpia da deciso que satisfaa as condies necessrias para atestar a sua autenticidade;

    b) Uma certido emitida nos termos do artigo 53. o que contenha uma descrio da medida e ateste que:

    i) o tribunal competente para conhecer do mrito da causa,

    ii) a deciso executria no Estado-Membro de origem; e

    c) Se a medida tiver sido decretada sem que o requerido tenha sido notificado para comparecer, o comprovativo da notificao da deciso.

    3. A autoridade de execuo competente pode, se necessrio, exigir que o requerente apresente, nos termos do artigo 57. o , uma traduo ou transliterao do contedo da certido.

    4. A autoridade de execuo competente s pode exigir ao requerente uma traduo da prpria deciso se sem ela no puder dar seguimento ao processo.

    Artigo 43. o

    1. Se for requerida a execuo de uma deciso proferida noutro Estado-Membro, a certido emitida nos termos do artigo 53. o notificada pessoa contra a qual a execuo requerida antes da primeira medida de execuo. A certido deve ser acompanhada da deciso se esta ainda no tiver sido notificada a essa pessoa.

    2. Se a pessoa contra a qual requerida a execuo tiver domiclio num Estado-Membro que no seja o Estado-Membro de origem, pode requerer a traduo da deciso, a fim de contestar a execuo, se esta no estiver escrita ou acompanhada de uma traduo numa das seguintes lnguas:

    a) Uma lngua que a pessoa contra a qual requerida a execuo entenda; ou

    b) A lngua oficial do Estado-Membro em que essa pessoa est domiciliada ou, caso existam vrias lnguas oficiais nesse Estado-Membro, a lngua oficial ou as lnguas oficiais do lugar onde a pessoa tem domiclio.

    Se a traduo da deciso for requerida nos termos do primeiro pargrafo, no podero ser tomadas medidas de execuo que

    no sejam medidas cautelares enquanto essa traduo no tiver sido facultada pessoa contra a qual requerida a execuo.

    O presente nmero no se aplica caso a deciso j tenha sido notificada pessoa contra a qual requerida a execuo numa das lnguas a que se refere o primeiro pargrafo ou acompanhada de uma traduo para uma dessas lnguas.

    3. O presente artigo no se aplica execuo de medidas cautelares no mbito de uma deciso ou quando a pessoa que requer a execuo requer igualmente medidas cautelares ao abrigo do artigo 40. o .

    Artigo 44. o

    1. Caso seja apresentado um pedido de recusa da execuo de uma deciso nos termos da Subseco 2 da Seco 3, o tribunal do Estado-Membro requerido pode, a pedido da pessoa contra a qual requerida a execuo:

    a) Limitar o processo de execuo a medidas cautelares;

    b) Subordinar a execuo constituio de uma garantia que determinar; ou

    c) Suspender total ou parcialmente o processo de execuo.

    2. A pedido da pessoa contra a qual requerida a execuo, a autoridade competente do Estado-Membro requerido suspende o processo de execuo se a executoriedade da deciso for suspensa no Estado-Membro de origem.

    SECO 3

    Recusa de reconhecimento e execuo

    S u b s e c o 1

    R e c u s a d e r e c o n h e c i m e n t o

    Artigo 45. o

    1. A pedido de qualquer interessado, o reconhecimento de uma deciso recusado se:

    a) Esse reconhecimento for manifestamente contrrio ordem pblica do Estado-Membro requerido;

    b) Caso a deciso tenha sido proferida revelia, o documento que iniciou a instncia ou documento equivalente no tiver sido citado ou notificado ao requerido revele, em tempo til e de modo a permitir-lhe deduzir a sua defesa, a menos que o requerido no tenha interposto recurso contra a deciso tendo embora a possibilidade de o fazer;

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/15

  • c) A deciso for inconcilivel com uma deciso proferida no Estado-Membro requerido entre as mesmas partes;

    d) A deciso for inconcilivel com uma deciso anteriormente proferida noutro Estado-Membro ou num Estado terceiro entre as mesmas partes, em ao com a mesma causa de pedir, desde que a deciso proferida anteriormente rena as condies necessrias para ser reconhecida no Estado-Membro requerido;

    e) A deciso desrespeitar:

    i) o disposto no Captulo II, Seces 3, 4 ou 5, caso o requerido seja o tomador do seguro, o segurado, um beneficirio do contrato de seguro, o lesado, um consumidor ou um trabalhador, ou

    ii) o disposto no Captulo II, Seco 6.

    2. Na sua apreciao dos critrios de competncia referidos no n. o 1, alnea e), o tribunal a quem foi apresentado o pedido fica vinculado matria de facto em que o tribunal de origem fundamentou a sua competncia.

    3. Sem prejuzo do disposto no n. o 1, alnea e), no pode proceder-se reviso da competncia do tribunal de origem. O critrio da ordem pblica referido no n. o 1, alnea a), no pode ser aplicado s regras de competncia.

    4. O pedido de recusa de reconhecimento deve ser apresentado nos termos da Subseco 2, e, se for caso disso, da Seco 4.

    S u b s e c o 2

    R e c u s a d e e x e c u o

    Artigo 46. o

    A pedido da pessoa contra a qual requerida a execuo, a execuo de uma deciso recusada por qualquer dos fundamentos referidos no artigo 45. o .

    Artigo 47. o

    1. O pedido de recusa de execuo deve ser apresentado ao tribunal do Estado-Membro que por este tenha sido comunicado Comisso, nos termos do artigo 75. o , alnea a), como sendo o tribunal em que o pedido deve ser apresentado.

    2. Na medida em que no seja abrangido pelo presente regulamento, o processo de recusa de execuo regido pela lei do Estado-Membro requerido.

    3. O requerente deve apresentar ao tribunal uma cpia da deciso e, se necessrio, uma traduo ou transliterao da mesma.

    O tribunal pode dispensar a apresentao dos documentos referidos no primeiro pargrafo se j os tiver na sua posse ou se considerar que no razovel exigir que o requerente os apresente. Neste ltimo caso, o tribunal pode exigir que a outra parte apresente os referidos documentos.

    4. A parte que requer a recusa de execuo de uma deciso proferida noutro Estado-Membro no obrigada a ter um endereo postal no Estado-Membro requerido. Essa parte tambm no obrigada a ter um representante autorizado no Estado- -Membro requerido, salvo se tal representante for obrigatrio independentemente da nacionalidade ou do domiclio das partes.

    Artigo 48. o

    O tribunal decide sem demora do pedido de recusa de execuo.

    Artigo 49. o

    1. Qualquer das partes pode interpor recurso da deciso sobre o pedido de recusa de execuo.

    2. O recurso deve ser interposto no tribunal do Estado-Membro que por este tenha sido comunicado Comisso, nos termos do artigo 75. o , alnea b), como sendo o tribunal no qual o recurso deve ser interposto.

    Artigo 50. o

    A deciso proferida no recurso s pode ser contestada por novo recurso se o tribunal para o qual deva ser interposto o recurso subsequente tiver sido comunicado Comisso pelo Estado- -Membro em causa nos termos do artigo 75. o , alnea c).

    Artigo 51. o

    1. O tribunal a que apresentado um pedido de recusa de execuo ou que conhece de um recurso interposto nos termos dos artigos 49. o ou 50. o pode suspender a instncia, se tiver sido interposto recurso ordinrio contra a deciso no Estado- -Membro de origem ou se o prazo para o interpor no tiver expirado. Neste ltimo caso, o tribunal pode fixar um prazo para a interposio do recurso.

    2. Caso a deciso tenha sido proferida na Irlanda, em Chipre ou no Reino Unido, qualquer tipo de recurso existente no Estado-Membro de origem ser tratado como recurso ordinrio para efeitos do n. o 1.

    PT L 351/16 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

  • SECO 4

    Disposies comuns

    Artigo 52. o

    As decises proferidas num Estado-Membro no podem em caso algum ser revistas quanto ao mrito da causa no Estado- -Membro requerido.

    Artigo 53. o

    A pedido de qualquer interessado, o tribunal de origem emite uma certido utilizando o formulrio que se reproduz no Anexo I.

    Artigo 54. o

    1. Se a deciso contiver uma medida ou injuno que no seja conhecida na lei do Estado-Membro requerido, essa medida ou injuno deve ser adaptada, na medida do possvel, a uma medida ou injuno conhecida na lei desse Estado-Membro que tenha efeitos equivalentes e vise objetivos e interesses semelhantes.

    Tal adaptao no pode ter efeitos que vo alm dos previstos na lei do Estado-Membro de origem.

    2. Qualquer das partes pode contestar em tribunal a adaptao da medida ou injuno.

    3. Se necessrio, pode exigir-se que a parte que invoca a deciso ou requer a respetiva execuo fornea uma traduo ou transliterao da deciso.

    Artigo 55. o

    Uma deciso proferida num Estado-Membro que condene em sano pecuniria compulsria s executria no Estado-Membro requerido se o montante do pagamento tiver sido definitivamente fixado pelo tribunal de origem.

    Artigo 56. o

    No pode ser exigida qualquer cauo ou depsito, seja qual for a sua designao, parte que num Estado-Membro requeira a execuo de uma deciso proferida noutro Estado-Membro com fundamento na sua qualidade de estrangeiro ou na falta de domiclio ou de residncia no Estado-Membro requerido.

    Artigo 57. o

    1. Se for exigida uma traduo ou transliterao nos termos do presente regulamento, essa traduo ou transliterao deve ser feita na lngua oficial do Estado-Membro em questo ou, se este tiver vrias lnguas oficiais, na lngua oficial ou numa das lnguas oficiais dos processos judiciais do lugar em que se in

    voca uma deciso proferida noutro Estado-Membro ou se apresenta um requerimento nos termos da lei desse Estado-Membro.

    2. Para efeitos dos formulrios referidos nos artigos 53. o e 60. o , as tradues ou transliteraes podem tambm ser feitas em qualquer outra das lnguas oficiais das instituies da Unio que o Estado-Membro em causa tenha declarado poder aceitar.

    3. As tradues feitas por fora do presente regulamento devem ser feitas por pessoas qualificadas para traduzir num dos Estados-Membros.

    CAPTULO IV

    INSTRUMENTOS AUTNTICOS E TRANSAES JUDICIAIS

    Artigo 58. o

    1. Os instrumentos autnticos que sejam executrios no Estado-Membro de origem so executrios nos outros Estados- -Membros. A execuo de um instrumento autntico s pode ser recusada se for manifestamente contrria ordem pblica do Estado-Membro requerido.

    Aplicam-se aos instrumentos autnticos, consoante os casos, a Seco 2, a Subseco 2 da Seco 3 ou a Seco 4 do Captulo III.

    2. O instrumento autntico apresentado deve satisfazer as condies necessrias para comprovar a sua autenticidade no Estado-Membro de origem.

    Artigo 59. o

    As transaes judiciais que tenham fora executiva no Estado- -Membro de origem devem ser executadas nos outros Estados- -Membros nas mesmas condies que os instrumentos autnticos.

    Artigo 60. o

    A pedido de qualquer interessado, o tribunal ou a autoridade competente do Estado-Membro de origem emite a certido cujo formulrio consta do Anexo II, que dever incluir um resumo da obrigao executria consignada no instrumento autntico ou do acordo entre as partes consignado na transao judicial.

    CAPTULO V

    DISPOSIES GERAIS

    Artigo 61. o

    No exigida legalizao ou outras formalidades anlogas para os documentos emitidos nos Estados-Membros no contexto do presente regulamento.

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/17

  • Artigo 62. o

    1. Para determinar se uma parte tem domiclio no Estado- -Membro a cujos tribunais submetida a questo, o juiz aplica a sua lei interna.

    2. Caso a parte no tenha domiclio no Estado-Membro a cujos tribunais foi submetida a questo, o juiz, para determinar se a parte tem domiclio noutro Estado-Membro, aplica a lei desse Estado-Membro.

    Artigo 63. o

    1. Para efeitos do presente regulamento, uma sociedade ou outra pessoa coletiva ou associao de pessoas singulares ou coletivas tem domiclio no lugar em que tiver:

    a) A sua sede social;

    b) A sua administrao central; ou

    c) O seu estabelecimento principal.

    2. No que respeita Irlanda, a Chipre e ao Reino Unido, sede social significa registered office ou, se este no existir, place of incorporation (lugar de constituio) ou, se este no existir, o lugar sob cuja lei ocorreu a formation (formao).

    3. Para determinar se um trust tem domiclio no Estado- -Membro a cujos tribunais tenha sido submetida a questo, o juiz aplica as normas do seu direito internacional privado.

    Artigo 64. o

    Sem prejuzo de disposies nacionais mais favorveis, as pessoas domiciliadas num Estado-Membro e contra quem decorre processo por infrao involuntria nos tribunais com competncia penal de outro Estado-Membro de que no sejam nacionais podem entregar a sua defesa a pessoas para tanto habilitadas, mesmo que no compaream pessoalmente. Todavia, o tribunal a que foi submetida a questo pode ordenar a comparncia pessoal; se tal no ocorrer, a deciso proferida na ao cvel sem que a pessoa em causa tenha tido a possibilidade de assegurar a sua defesa pode no ser reconhecida nem executada nos outros Estados-Membros.

    Artigo 65. o

    1. A competncia a que se referem o artigo 8. o , ponto 2, e o artigo 13. o em aes com chamamento de um garante ao ou em qualquer incidente de interveno de terceiros s pode

    ser invocada nos Estados-Membros constantes da lista estabelecida pela Comisso nos termos do artigo 76. o , n. o 1, alnea b), e n. o 2, nas condies previstas na lei nacional. As pessoas domiciliadas noutro Estado-Membro podem ser chamadas ao perante os tribunais desses Estados-Membros, nos termos das regras de interveno de terceiros indicadas nessa lista.

    2. As decises proferidas nos Estados-Membros por fora do artigo 8. o , ponto 2, e do artigo 13. o so reconhecidas e executadas nos termos do captulo III em qualquer outro Estado- -Membro. Quaisquer efeitos que as decises proferidas nos Estados-Membros constantes da lista referida no n. o 1 possam produzir, nos termos da lei desses Estados-Membros, em relao a terceiros por fora do n. o 1 so reconhecidos em todos os Estados-Membros.

    3. Os Estados-Membros constantes da lista referida no n. o 1 prestam, no mbito da Rede Judiciria Europeia em matria civil e comercial criada pela Deciso 2001/470/CE do Conselho ( 1 ) (Rede Judiciria Europeia), informaes sobre a forma de determinar, nos termos da respetiva lei nacional, os efeitos das decises referidas no segundo perodo do n. o 2.

    CAPTULO VI

    DISPOSIES TRANSITRIAS

    Artigo 66. o

    1. O presente regulamento aplica-se apenas s aes judiciais intentadas, aos instrumentos autnticos formalmente redigidos ou registados e s transaes judiciais aprovadas ou celebradas em 10 de janeiro de 2015 ou em data posterior.

    2. No obstante o artigo 80. o , o Regulamento (CE) n. o 44/2001 continua a aplicar-se s decises proferidas em aes judiciais intentadas, aos instrumentos autnticos formalmente redigidos ou registados e s transaes judiciais aprovadas ou celebradas antes de 10 de janeiro de 2015 e abrangidas pelo mbito de aplicao daquele regulamento.

    CAPTULO VII

    RELAO COM OUTROS INSTRUMENTOS

    Artigo 67. o

    O presente regulamento no prejudica a aplicao das disposies que, em matrias especficas, regulam a competncia judiciria, o reconhecimento e a execuo de decises, contidas nos atos da Unio ou nas leis nacionais harmonizadas nos termos desses atos.

    PT L 351/18 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

    ( 1 ) JO L 174 de 27.6.2001, p. 25.

  • Artigo 68. o

    1. O presente regulamento substitui, entre os Estados-Membros, a Conveno de Bruxelas de 1968, exceto no que se refere aos territrios dos Estados-Membros que so abrangidos pelo mbito de aplicao territorial daquela Conveno e que esto excludos do mbito de aplicao do presente regulamento por fora do artigo 355. o do TFUE.

    2. Na medida em que o presente regulamento substitui entre os Estados-Membros as disposies da Conveno de Bruxelas de 1968, as remisses feitas para esta conveno entendem-se como remisses para o presente regulamento.

    Artigo 69. o

    Sem prejuzo do disposto nos artigos 70. o e 71. o , o presente regulamento substitui, entre os Estados-Membros, as convenes que abrangem as mesmas matrias a que o presente regulamento se aplica. So substitudas, em especial, as convenes constantes da lista estabelecida pela Comisso nos termos do artigo 76. o , n. o 1, alnea c), e n. o 2.

    Artigo 70. o

    1. As convenes referidas no artigo 69. o continuam a produzir efeitos quanto s matrias a que o presente regulamento no se aplica.

    2. Essas convenes continuam a produzir efeitos relativamente s decises proferidas, aos instrumentos autnticos formalmente redigidos ou registados e s transaes judiciais aprovadas ou celebradas antes da data de entrada em vigor do Regulamento (CE) n. o 44/2001.

    Artigo 71. o

    1. O presente regulamento no prejudica as convenes em que os Estados-Membros so partes e que, em matrias especiais, regulem a competncia judiciria, o reconhecimento ou a execuo de decises.

    2. Para assegurar a sua interpretao uniforme, o n. o 1 deve ser aplicado do seguinte modo:

    a) O presente regulamento no impede que um tribunal de um Estado-Membro que seja parte numa conveno relativa a uma matria especial se declare competente, nos termos de tal conveno, mesmo que o requerido tenha domiclio no territrio de um Estado-Membro que no seja parte nessa conveno. Em qualquer caso, o tribunal chamado a pronunciar-se deve aplicar o artigo 28. o do presente regulamento;

    b) As decises proferidas num Estado-Membro por um tribunal cuja competncia se funde numa conveno relativa a uma

    matria especial so reconhecidas e executadas nos outros Estados-Membros nos termos do presente regulamento.

    Se uma conveno relativa a uma matria especial, de que sejam partes o Estado-Membro de origem e o Estado-Membro requerido, estabelecer as condies para o reconhecimento e execuo de decises, tais condies devem ser respeitadas. Em qualquer caso, pode aplicar-se o disposto no presente regulamento sobre reconhecimento e execuo de decises.

    Artigo 72. o

    O presente regulamento no prejudica os acordos por meio dos quais os Estados-Membros se comprometeram, antes da entrada em vigor do Regulamento (CE) n. o 44/2001, nos termos do artigo 59. o da Conveno de Bruxelas de 1968, a no reconhecer decises proferidas, nomeadamente noutro Estado contratante da referida conveno, contra requeridos com domiclio ou residncia habitual num Estado terceiro se, nos casos previstos no artigo 4. o da referida conveno, a deciso s possa fundar-se numa competncia referida no artigo 3. o , segundo pargrafo, da mesma conveno.

    Artigo 73. o

    1. O presente regulamento no prejudica a aplicao da Conveno de Lugano de 2007.

    2. O presente regulamento no prejudica a aplicao da Conveno de Nova Iorque de 1958.

    3. O presente regulamento no prejudica a aplicao das convenes e acordos bilaterais entre pases terceiros e Estados-Membros celebrados antes da data de entrada em vigor do Regulamento (CE) n. o 44/2001 que dizem respeito a matrias regidas pelo presente regulamento.

    CAPTULO VIII

    DISPOSIES FINAIS

    Artigo 74. o

    Os Estados-Membros fornecem, no mbito da Rede Judiciria Europeia, para efeitos da sua divulgao ao pblico, uma descrio dos processos e normas de execuo nacionais, incluindo as autoridades competentes para a execuo, e informaes sobre eventuais restries neste domnio, em especial normas de proteo dos devedores e prazos de limitao ou prescrio.

    Os Estados-Membros devem manter estas informaes permanentemente atualizadas.

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/19

  • Artigo 75. o

    At 10 de janeiro de 2014, os Estados-Membros comunicam Comisso:

    a) Os tribunais aos quais deve ser submetido o pedido de recusa de execuo, nos termos do artigo 47. o , n. o 1;

    b) Os tribunais nos quais deve ser interposto recurso da deciso sobre o pedido de recusa de execuo, nos termos do artigo 49. o , n. o 2;

    c) Os tribunais nos quais devem ser interpostos quaisquer recursos subsequentes, nos termos do artigo 50. o ;

    d) As lnguas aceites para a traduo dos formulrios, nos termos do artigo 57. o , n. o 2.

    A Comisso divulga estas informaes ao pblico atravs de todos os meios adequados, sobretudo atravs da Rede Judiciria Europeia.

    Artigo 76. o

    1. Os Estados-Membros notificam Comisso:

    a) As regras de competncia referidas no artigo 5. o , n. o 2, e no artigo 6. o , n. o 2;

    b) As regras sobre interveno de terceiros referidas no artigo 65. o ; e

    c) As convenes referidas no artigo 69. o .

    2. Com base nas informaes notificadas pelos Estados- -Membros a que se refere o n. o 1, a Comisso estabelece as respetivas listas.

    3. Os Estados-Membros notificam Comisso qualquer alterao dessas listas que venha a ser requerida. A Comisso altera as listas em conformidade.

    4. A Comisso publica as listas e as eventuais alteraes posteriores s mesmas no Jornal Oficial da Unio Europeia.

    5. A Comisso divulga ao pblico todas as informaes notificadas por fora dos n. os 1 e 3 atravs de todos os meios adequados, em especial atravs da Rede Judiciria Europeia.

    Artigo 77. o

    A Comisso fica habilitada a adotar atos delegados, nos termos do artigo 78. o , no que diz respeito s alteraes aos anexos I e II.

    Artigo 78. o

    1. O poder de adotar atos delegados conferido Comisso nas condies estabelecidas no presente artigo.

    2. O poder de adotar atos delegados referido no artigo 77. o conferido Comisso por prazo indeterminado a partir de 9 de janeiro de 2013.

    3. A delegao de poderes referida no artigo 77. o pode ser revogada em qualquer momento pelo Parlamento Europeu ou pelo Conselho. A deciso de revogao pe termo delegao dos poderes nela especificados. A deciso de revogao produz efeitos a partir do dia seguinte ao da sua publicao no Jornal Oficial da Unio Europeia ou de uma data posterior nela especificada. A deciso de revogao no afeta os atos delegados j em vigor.

    4. Assim que adotar um ato delegado, a Comisso notifica-o simultaneamente ao Parlamento Europeu e ao Conselho.

    5. Os atos delegados adotados nos termos do artigo 77. o s entram em vigor se no tiverem sido formuladas objees pelo Parlamento Europeu ou pelo Conselho no prazo de dois meses a contar da notificao desse ato ao Parlamento Europeu e ao Conselho, ou se, antes do termo desse prazo, o Parlamento Europeu e o Conselho tiverem informado a Comisso de que no tm objees a formular. O referido prazo prorrogado por dois meses por iniciativa do Parlamento Europeu ou do Conselho.

    Artigo 79. o

    At 11 de janeiro de 2022, a Comisso apresenta ao Parlamento Europeu, ao Conselho e ao Comit Econmico e Social Europeu um relatrio sobre a aplicao do presente regulamento. Esse relatrio deve incluir uma avaliao da eventual necessidade de um novo alargamento das regras sobre competncia judiciria a requeridos que no estejam domiciliados num Estado-Membro, tendo em conta o funcionamento do presente regulamento e a possvel evoluo da situao a nvel internacional. O relatrio deve ser acompanhado, se for caso disso, de uma proposta de alterao do presente regulamento.

    Artigo 80. o

    O presente regulamento revoga o Regulamento (CE) n. o 44/2001. As referncias ao regulamento revogado devem entender-se como sendo feitas para o presente regulamento, e devem ser lidas de acordo com o quadro de correspondncia constante do Anexo III.

    PT L 351/20 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

  • Artigo 81. o

    O presente regulamento entra em vigor no vigsimo dia seguinte ao da sua publicao no Jornal Oficial da Unio Europeia.

    Aplica-se a partir de 10 de janeiro de 2015, com exceo dos artigos 75. o e 76. o , que se aplicam a partir de 10 de janeiro de 2014.

    O presente regulamento obrigatrio em todos os seus elementos e diretamente aplicvel nos Estados-Membros nos termos dos Tratados.

    Feito em Estrasburgo, em 12 de dezembro de 2012.

    Pelo Parlamento Europeu O Presidente M. SCHULZ

    Pelo Conselho O Presidente

    A. D. MAVROYIANNIS

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/21

  • ANEXO I

    PT L 351/22 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

  • PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/23

  • PT L 351/24 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

  • PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/25

  • ANEXO II

    PT L 351/26 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

  • PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/27

  • PT L 351/28 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

  • ANEXO III

    QUADRO DE CORRESPONDNCIAS

    Regulamento (CE) n. o 44/2001 Presente Regulamento

    Artigo 1. o , n. o 1 Artigo 1. o , n. o 1

    Artigo 1. o , n. o 2, promio Artigo 1. o , n. o 2, promio

    Artigo 1. o , n. o 2, alnea a) Artigo 1. o , n. o 2, alneas a) e f)

    Artigo 1. o , n. o 2, alneas b) a d) Artigo 1. o , n. o 2, alneas b) a d)

    Artigo 1. o , n. o 2, alnea e)

    Artigo 1. o , n. o 3

    Artigo 2. o

    Artigo 2. o Artigo 4. o

    Artigo 3. o Artigo 5. o

    Artigo 4. o Artigo 6. o

    Artigo 5. o , promio Artigo 7. o , promio

    Artigo 5. o , ponto 1 Artigo 7. o , ponto 1

    Artigo 5. o , ponto 2

    Artigo 5. o , pontos 3 e 4 Artigo 7. o , pontos 2 e 3

    Artigo 7, ponto 4

    Artigo 5. o , pontos 5 a 7 Artigo 7. o , pontos 5 a 7

    Artigo 6. o Artigo 8. o

    Artigo 7. o Artigo 9. o

    Artigo 8. o Artigo 10. o

    Artigo 9. o Artigo 11. o

    Artigo 10. o Artigo 12. o

    Artigo 11. o Artigo 13. o

    Artigo 12. o Artigo 14. o

    Artigo 13. o Artigo 15. o

    Artigo 14. o Artigo 16. o

    Artigo 15. o Artigo 17. o

    Artigo 16. o Artigo 18. o

    Artigo 17. o Artigo 19. o

    Artigo 18. o Artigo 20. o

    Artigo 19. o , pontos 1 e 2 Artigo 21. o , n. o 1

    Artigo 21. o , n. o 2

    Artigo 20. o Artigo 22. o

    Artigo 21. o Artigo 23. o

    Artigo 22. o Artigo 24. o

    Artigo 23. o , n. os 1 e 2 Artigo 25. o , n. os 1 e 2

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/29

  • Regulamento (CE) n. o 44/2001 Presente Regulamento

    Artigo 23. o , n. o 3

    Artigo 23. o , n. os 4 e 5 Artigo 25. o , n. os 3 e 4

    Artigo 25. o , n. o 5

    Artigo 24. o Artigo 26. o , n. o 1

    Artigo 26. o , n. o 2

    Artigo 25. o Artigo 27. o

    Artigo 26. o Artigo 28. o

    Artigo 27. o , n. o 1 Artigo 29. o , n. o 1

    Artigo 29. o , n. o 2

    Artigo 27. o , n. o 2 Artigo 29. o , n. o 3

    Artigo 28. o Artigo 30. o

    Artigo 29. o Artigo 31. o , n. o 1

    Artigo 31. o , n. o 2

    Artigo 31. o , n. o 3

    Artigo 31. o , n. o 4

    Artigo 30. o Artigo 32. o , n. o 1, alneas a) e b)

    Artigo 32. o , n. o 1, segundo pargrafo

    Artigo 32. o , n. o 2

    Artigo 33. o

    Artigo 34. o

    Artigo 31. o Artigo 35. o

    Artigo 32. o Artigo 2. o , alnea a)

    Artigo 33. o Artigo 36. o

    Artigo 37. o

    Artigo 39. o

    Artigo 40. o

    Artigo 41. o

    Artigo 42. o

    Artigo 43. o

    Artigo 44. o

    Artigo 34. o Artigo 45. o , n. o 1, alneas a) a d)

    Artigo 35. o , n. o 1 Artigo 45. o , n. o 1, alnea e)

    Artigo 35. o , n. o 2 Artigo 45. o , n. o 2

    Artigo 35. o , n. o 3 Artigo 45. o , n. o 3

    Artigo 45. o , n. o 4

    Artigo 36. o Artigo 52. o

    Artigo 37. o , n. o 1 Artigo 38. o , alnea a)

    Artigo 38. o

    PT L 351/30 Jornal Oficial da Unio Europeia 20.12.2012

  • Regulamento (CE) n. o 44/2001 Presente Regulamento

    Artigo 39. o

    Artigo 40. o

    Artigo 41. o

    Artigo 42. o

    Artigo 43. o

    Artigo 44. o

    Artigo 45. o

    Artigo 46. o

    Artigo 47. o

    Artigo 48. o

    Artigo 46. o

    Artigo 47. o

    Artigo 48. o

    Artigo 49. o

    Artigo 50. o

    Artigo 51. o

    Artigo 54. o

    Artigo 49. o Artigo 55. o

    Artigo 50. o

    Artigo 51. o Artigo 56. o

    Artigo 52. o

    Artigo 53. o

    Artigo 54. o Artigo 53. o

    Artigo 55. o , n. o 1

    Artigo 55. o , n. o 2 Artigo 37. o , n. o 2, artigo 47. o , n. o 3, e artigo 57. o

    Artigo 56. o Artigo 61. o

    Artigo 57. o , n. o 1 Artigo 58. o , n. o 1

    Artigo 57. o , n. o 2

    Artigo 57. o , n. o 3 Artigo 58. o , n. o 2

    Artigo 57. o , n. o 4 Artigo 60. o

    Artigo 58. o Artigos 59. o e 60. o

    Artigo 59. o Artigo 62. o

    Artigo 60. o Artigo 63. o

    Artigo 61. o Artigo 64. o

    Artigo 62. o Artigo 3. o

    Artigo 63. o

    Artigo 64. o

    Artigo 65. o Artigo 65. o , n. os 1 e 2

    PT 20.12.2012 Jornal Oficial da Unio Europeia L 351/31

  • Regulamento (CE) n. o 44/2001 Presente Regulamento

    Artigo 65. o , n. o 3

    Artigo 66. o Artigo 66. o

    Artigo 67. o Artigo 67. o

    Artigo 68. o Artigo 68. o

    Artigo 69. o Artigo 69. o

    Artigo 70. o Artigo 70. o

    Artigo 71. o Artigo 71. o

    Artigo 72. o Artigo 72. o

    Artigo 73. o

    A