142
RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ADENILSON VIANA NERY-151 ADMAR JOSE CORREA-128 ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-5, 55 ALAN ROVETTA DA SILVA-5, 55 ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-157, 94 ALECIO JOCIMAR FAVARO-156 Alexandre Hideo Wenichi-93 ALEXANDRE PERON-34 ALFREDO ANGELO CREMASCHI-28 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-115, 161, 33, 71 Allan Titonelli Nunes-166 ANA CRISTINA DELACIO ABREU-48, 99 ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-25, 36, 62 ANA MERCEDES MILANEZ-12, 150, 24, 31 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-151 ANDRÉ DIAS IRIGON-5 ANDRE MIRANDA VICOSA-6 ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-20 ANDRÉA MARIA DOS SANTOS SANTANA-4 ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO-155 ANESIO OTTO FIEDLER-141 antenor vinicius caversan vieira-30 ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO-159 ANTÔNIO JUSTINO COSTA-35 ARMANDO VEIGA-139 AURELIO FABIO NOGUEIRA DA SILVA-111 BRUNO DE CASTRO QUEIROZ-92 Bruno Medeiros Bastos-125, 139, 147, 52 BRUNO MIRANDA COSTA-100, 101, 14, 142, 150, 163, 20, 36, 45, 53, 58, 66 BRUNO SANTOS ARRIGONI-126, 3 CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO-137 CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-131, 32, 53 CARLOS BERKENBROCK-49 CÁSSIO DRUMOND MAGALHÃES-119 CHRISTINNE ABOUMRAD R. AGUIAR LEITE-68 CLEBER ALVES TUMOLI-122 CLEBSON DA SILVEIRA-145, 21, 3, 31, 56 CLEMILSON RODRIGUES PEIXOTO-111 DANIEL BRIGE-64 Daniella Silva Machado-1 DEIJAYME TEIXEIRA VIANA-125, 26 Denise Fensterseifer Coimbra-123 DICK CASTELO LUCAS-67 DIOGO ASSAD BOECHAT-118 EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-61 EDUARDO THIEBAUT PEREIRA-153 EGISTO SILVA NICOLETTI-9 ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-102, 165, 72, 90, 92 EMERSON ENDLICH ARARIPE MELO-129 EMILENE ROVETTA DA SILVA-5, 55 ERICK TAVARES RIBEIRO-148 ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-15, 19, 23, 50, 57 ESDRAS ELIOENAI PEDRO PIRES-30

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ADENILSON VIANA NERY-151ADMAR JOSE CORREA-128ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-5, 55ALAN ROVETTA DA SILVA-5, 55ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-157, 94ALECIO JOCIMAR FAVARO-156Alexandre Hideo Wenichi-93ALEXANDRE PERON-34ALFREDO ANGELO CREMASCHI-28ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-115, 161, 33, 71Allan Titonelli Nunes-166ANA CRISTINA DELACIO ABREU-48, 99ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-25, 36, 62ANA MERCEDES MILANEZ-12, 150, 24, 31ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-151ANDRÉ DIAS IRIGON-5ANDRE MIRANDA VICOSA-6ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-20ANDRÉA MARIA DOS SANTOS SANTANA-4ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO-155ANESIO OTTO FIEDLER-141antenor vinicius caversan vieira-30ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO-159ANTÔNIO JUSTINO COSTA-35ARMANDO VEIGA-139AURELIO FABIO NOGUEIRA DA SILVA-111BRUNO DE CASTRO QUEIROZ-92Bruno Medeiros Bastos-125, 139, 147, 52BRUNO MIRANDA COSTA-100, 101, 14, 142, 150, 163, 20, 36, 45, 53, 58, 66BRUNO SANTOS ARRIGONI-126, 3CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO-137CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-131, 32, 53CARLOS BERKENBROCK-49CÁSSIO DRUMOND MAGALHÃES-119CHRISTINNE ABOUMRAD R. AGUIAR LEITE-68CLEBER ALVES TUMOLI-122CLEBSON DA SILVEIRA-145, 21, 3, 31, 56CLEMILSON RODRIGUES PEIXOTO-111DANIEL BRIGE-64Daniella Silva Machado-1DEIJAYME TEIXEIRA VIANA-125, 26Denise Fensterseifer Coimbra-123DICK CASTELO LUCAS-67DIOGO ASSAD BOECHAT-118EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-61EDUARDO THIEBAUT PEREIRA-153EGISTO SILVA NICOLETTI-9ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-102, 165, 72, 90, 92EMERSON ENDLICH ARARIPE MELO-129EMILENE ROVETTA DA SILVA-5, 55ERICK TAVARES RIBEIRO-148ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-15, 19, 23, 50, 57ESDRAS ELIOENAI PEDRO PIRES-30

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FABIANA GONÇALES COUTINHO VIEIRA-60FABRICIO CALEGARIO SENA-52FELIPE SARDENBERG MACHADO-74FERNANDO DA FONSECA RESENDE RIBEIRO-155FREDERICO AUGUSTO MACHADO-101, 136, 72, 85, 9, 93, 96, 97FREDERICO GUILHERME SIQUEIRA CAMPOS-157GILBERTO FERNANDO LOUBACK-144GISELA PAGUNG TOMAZINI-126GISELLE LEITE FRANKLIN-119GRASIELE MARCHESI BIANCHI-158, 160GRAZIELY VASCONCELOS ROCHA-4GUSTAVO CABRAL VIEIRA-133, 152, 155, 22, 71GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS-57HELTON TEIXEIRA RAMOS-48, 90, 99HENRIQUE SOARES MACEDO-126, 3Isabela Boechat B. B. de Oliveira-156IVAN DE ALMEIDA FERREIRA JÚNIOR-146IZAEL DE MELLO REZENDE-12, 150, 24, 31IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR-148JALINE IGLEZIAS VIANA-158JAMILSON SERRANO PORFIRIO-41JANAINA RODRIGUES LIMA-17JAQUES MARQUES PEREIRA-153JEANINE NUNES ROMANO-65JOANA D'ARC BASTOS LEITE-66JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-136, 64, 69, 70JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-102, 103, 105, 106, 107, 47, 70, 76, 80, 83, 86, 87, 98JOAO LUIZ DA SILVA JUNIOR-53, 56José Arteiro Vieira de Mello-130, 132JOSÉ DE OLIVEIRA GOMES-40JOSE EDUARDO DA CUNHA SOARES-123JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES-121, 16, 19JOSÉ NASCIMENTO-40JOSE OLIVEIRA DE SOUZA-51JULIANA PAES ANDRADE-142JULIO DE CASTILHOS-32Kleison Ferreira-123LARISSA FURTADO BAPTISTA-27LETICIA SEVERIANO ZOBOLI-130, 59LIDIANE DA PENHA SEGAL-145, 18, 43LILIAN BELISARIO DOS SANTOS-149, 38LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA-38, 52LUCIANO ANTONIO FIOROT-14, 37, 61, 69LUCIANO PEREIRA CHAGAS-153Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-82LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-122, 161LUIZ FERNANDO NOGUEIRA MOREIRA-54LUIZ MARIA BORGES DOS REIS-132MANOEL FELIX LEITE-146MANOELA MELLO SARCINELLI-68MARCELA REIS SILVA-135, 138, 143MARCELO CARVALHINHO VIEIRA-109, 127, 30MARCELO MOREIRA DUTRA-154Marcelo Paiva Pedra-128MARCELO PEREIRA MATTOS-119MARCIA ALESSANDRA CORREA-141

Page 3: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

MARCIA DALCIN LEMOS-52MARCIA RIBEIRO PAIVA-12, 127, 37, 68MARCOS ADRIANE MACHADO-1Marcos Figueredo Marçal-121, 2, 42MARCOS JOSÉ DE JESUS-95MARIA CRISTINA NOGUEIRA MOREIRA-54MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI-109, 127, 140, 29, 30, 54MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-13, 149, 26, 59, 75MARIA DAS GRACAS VARGAS-62MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-104, 108, 110, 112, 120, 162, 165, 44, 45, 46, 49, 50, 73, 77, 78, 79, 82, 88, 89, 91,MARIA DE FATIMA MONTEIRO-131, 133, 32, 53, 56MARIA DE LOURDES COIMBRA DE MACEDO-39MARIA REGINA COUTO ULIANA-8MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS-12, 150, 24, 31NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-126, 89NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA-135OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-1, 124ORONDINO JOSE MARTINS NETO-134PATRICIA NUNES ROMANO-65Paulo Henrique Vaz Fidalgo-9PAULO ROBERTO ASSAD-123RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS-118RAMON FERREIRA COUTINHO PETRONETTO-2RAMON RAIMUNDO BATISTA DOS SANTOS-34RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-111, 28, 35, 40, 55, 6, 7RICARDO CORREA DALLA-4RICARDO LEAO DE CALAIS ROLDAO-119ROBERTO F. DA CONCEICAO RIBEIRO-21ROBNEI BATISTA DE BARROS-159RODRIGO COSTA BUARQUE-159, 18, 54RODRIGO RABELLO VIEIRA-141RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-10, 144, 39, 51, 8ROGERIO LUIZ MACHADO-1ROGERIO SIMOES ALVES-48, 90, 99RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS-22ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-154, 158, 160, 27, 33, 62, 84SAMUEL ANHOLETE-130, 59SANDRA VILASTRE DE ARAUJO-13SARITA DO NASCIMENTO FREITAS-12, 150, 24, 31SAYLES RODRIGO SCHUTZ-49SEBASTIAO EDELCIO FARDIN-49SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR-147SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-103, 104, 105, 106, 107, 108, 110, 112, 113, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 120,SIDINÉIA DE FREITAS DIAS-138SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-109, 11, 129, 131, 134, 137, 140, 24, 25, 43, 60, 61, 63, 65, 67SIRO DA COSTA-124, 7TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO-10TAINÁ DA SILVA MOREIRA-153TAIS MARIA ZANONI-117, 81TATIANA MOURE DOS REIS VIEIRA-163TEREZINHA DE JESUS LIQUER-11THIAGO AARÃO DE MORAES-84THIAGO COSTA BOLZANI-126UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-16, 17, 32, 41URBANO LEAL PEREIRA-40VAGNER ANTONIO DE SOUZA-123

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VALDER COLARES VIEIRA-141VALMIR DE ARAUJO-143vanessa ribeiro fogos-109, 127, 140VERA LUCIA FAVARES BORBA-22WELLINGTON MARIN SANTOS-122

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2010.000274 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

06/10/2010Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL

1 - 2009.50.51.001786-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DEMELO.) x MARIA JUVERCINA DO NASCIMENTO DORIGHETO (ADVOGADO: ROGERIO LUIZ MACHADO, Daniella SilvaMachado, MARCOS ADRIANE MACHADO.).E M E N T A

RECURSO. MEDIDA DE URGÊNCIA. AUXÍLIO-DOENÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA ANTES DA REALIZAÇÃO DEPERÍCIA MÉDICA JUDICIAL. VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO DE INCAPACIDADE PARA O TRABALHO COM BASEEM ATESTADOS DE MÉDICO ASSISTENTE.A decisão recorrida, antecipando os efeitos da tutela, determinou a imediata implantação de auxílio-doença antes mesmoda realização de perícia judicial para avaliar a existência de incapacidade para o trabalho. O INSS interpôs recurso pedindoa reforma da decisão antecipatória.Para efeito de antecipação de tutela, a alegação de incapacidade temporária para o desempenho da atividade habitual dosegurado depende de “prova inequívoca”. Normalmente, apenas o laudo de perito designado pelo juízo pode ser qualificadocomo prova inequívoca, tendo em vista sua imparcialidade decorrente da completa falta de vínculo com a parte interessada.Os atestados médicos apresentados pelo segurado equiparam-se a parecer de assistente técnico, razão pela qual devemser recebidos com reservas.Não obstante, no presente caso concreto, ocorreu exagerada demora na realização da perícia judicial. A ação foi ajuizadaem setembro/2009, e somente em março/2010 foi deferida a prova pericial. Não pode o segurado ser ainda maisprejudicado pelo retardamento para o qual não concorreu. Os atestados que recomendam afastamento do trabalho estãosuficientemente fundamentados e subscritos por médicos diferentes e devidamente identificados. Ademais, os laudos maisrecentes da perícia médica do INSS não analisaram a incapacidade para o trabalho sob o ponto de vista psiquiátrico.Admissibilidade do conjunto de atestados emitidos por médicos assistentes como prova inequívoca da verossimilhança daafirmação. A concessão de medida antecipatória não contraria a lei, visto que o art. 427 do CPC permite que o juiz atédispense a produção de prova pericial quando as partes apresentarem pareceres técnicos suficientes para elucidar aquestão de fato.Recurso improvido.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

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91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

2 - 2008.50.50.003893-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.)x LAURINDA SPAMER BRANDT (ADVOGADO: RAMON FERREIRA COUTINHO PETRONETTO.).Processo nº 2008.50.50.3893-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : LAURINDA SPAMER BRANDT

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E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA –JUROS DE MORA – TERMO INICIAL – DATA DACITAÇÃO VÁLIDA - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS contra a r.sentença de fls. 78/80, que o condenou ao restabelecimento do auxílio-doença à autora desde a data do cancelamento dobenefício (13/02/2007, fl. 73) até 18/06/2009, data da perícia judicial.2. Em suas razões recursais, alega a autarquia previdenciária que o auxílio-doença foi concedido entre 10/01/2007 a12/02/2007 e cessado em decorrência de perícia administrativa que concluiu pela ausência de incapacidade da autora; quea conclusão administrativa do INSS foi a mesma a que chegou o perito judicial, ao afirmar a ausência de incapacidade dasegurada e a impossibilidade de afirmar se havia incapacidade na data da cessação do benefício; que, a despeito de taisconsiderações, a sentença determinou a concessão do benefício com base no laudo médico de fl. 08, subscrito pelo própriomédico da autora, ao qual não deveria ter sido atribuída eficácia probatória. Alega que pagamento dos valores atrasadospela via administrativa viola o art. 100 da Constituição Federal; que o termo inicial dos juros de mora é a data da citação eque deve haver aplicação imediata, à hipótese dos autos, da Lei n. 11.960/20009, fazendo incidir, a partir de 29/06/2009, osíndices oficiais de remuneração e juros de mora aplicáveis à caderneta de poupança.3. O objeto da presente ação é a concessão de aposentadoria por invalidez, ou, sucessivamente, o restabelecimento doauxílio-doença. A autora, trabalhadora rural nascida em 1967 (fls. 10/11), alegou ter sido submetida a uma cirurgia deretirada do rim esquerdo no início de 2007, ocasião em que o auxílio-doença lhe foi concedido por pouco mais de um mês(10/01 a 12/02/2007), apesar de permanecer inapta para o trabalho.4. O principal argumento adotado pelo juízo foi no sentido de que, não obstante a autarquia-ré ter concedido oauxílio-doença apenas no período de 10/01/2007 a 12/02/2007, em 20/06/2008 a autora ainda estava incapacitada para oseu labor rural, consoante laudo médico de fl. 08, destacando, por fim, que o tipo de trabalho realizado pela demandante édesgastante, prejudicando-lhe a manutenção de seu próprio sustento.5. A perícia judicial constante dos autos afirmou que, embora não tenha constatado incapacidade para o trabalho, não seriapossível afirmar se em 12/02/2007 existia ou não incapacidade (fl. 67, item 7.1.).6. Considerando a intervenção cirúrgica à qual se submeteu a segurada (nefrectomia total esquerda); considerando otrabalho árduo inerente à sua profissão (trabalhadora rural, fl. 11); considerando que a perícia judicial afirmou não serpossível afirmar se em 12/02/2007 existia ou não incapacidade, nenhum reparo merece a r. sentença que deferiu orestabelecimento do auxílio-doença até 18/06/2009, data da perícia judicial.7. Cuidando-se de débito previdenciário decorrente de sentença judicial, a forma do seu adimplemento está disciplinada noart. 100 da CF/88, que estabelece que os pagamentos, mediante precatório ou RPV, serão consignados diretamente aoPoder Judiciário (CF, art. 100, § 2º).8. Os juros moratórios só começam a correr a partir do momento em que o devedor é constituído em mora. Não existe leique eleja o ato ilícito como instrumento de constituição em mora. De acordo com o art. 219 do CPC, é a citação válida queconstitui em mora o devedor. Aplicação da Súmula 204 do STJ, do seguinte teor: “Os juros de mora nas ações relativas abenefícios previdenciários incidem a partir da citação válida”.9. A modificação do art. 1º-F, introduzida pela Lei nº 11.960/2009, trata de regra que não pode ter imediata aplicação quantoàs causas já julgadas, que se basearam nos corretos preceitos legais vigentes e corroborados por maciça jurisprudência.Considerando, porém, que a r. sentença de fls. 79/81 foi prolatada em 09/02/2010, ou seja, posteriormente à edição dareferida Lei, devem ser observados os índices de correção nela previstos, a partir de sua edição.10. Recurso conhecido e parcialmente provido.11. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem honorários advocatícios, nos termos do art. 55 da Lein.º. 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº. 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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3 - 2006.50.54.000117-8/01 MARIA BONO BONFA (ADVOGADO: BRUNO SANTOS ARRIGONI, HENRIQUE SOARESMACEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.CONTRATAÇÃO DE MEEIROS. AUSÊNCIA DE PROVA DA EXTENSÃO DAS TERRAS OUTORGADAS EM PARCERIAAGRÍCOLA. MARIDO APOSENTADO COMO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL.Os documentos que comprovam a propriedade de imóvel rural equivalente a 57,5 hectares e 2,30 módulos fiscais (fl. 38)desde tempos remotos forma suficiente início de prova material de exercício de atividade rural. As testemunhas declararam

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que a recorrente sempre trabalhou na lavoura junto com o marido, em pequena propriedade rural, sem concurso deempregados ou diaristas.Em depoimento pessoal, a recorrente confessou que havia na propriedade dois meeiros. A sentença considerou que aexistência de meeiros não seria motivo suficiente para descaracterizar a condição de segurada especial. Ressalvou, porém,que era ônus da parte autora comprovar que os meeiros não ocupavam mais de 50% do imóvel. Sem essa prova, asentença não reconheceu o regime de economia familiar.Nas razões recursais, a recorrente alegou que a propriedade rural não pertencia exclusivamente ao marido, mas também avários irmãos dele em condomínio. Alegou que, na sua gleba, trabalhava apenas a família e que a mão-de-obra de meeirosera contratada por outros condôminos. A alegação não foi comprovada. Ademais, contraria a confissão em depoimentopessoal. Não obstante, a contratação de meeiros não impede o enquadramento como segurado especial. Somente autilização de “empregados permanentes” descaracteriza o regime de economia familiar (art. 195, § 8º, da ConstituiçãoFederal). O meeiro não é trabalhador com vínculo empregatício, uma vez que atua sem subordinação ao parceirooutorgante. Logo, a sua coadjuvação não interfere na definição do regime de economia familiar.O art. 11, § 8º, I, da Lei nº 8.213/91 (incluído pela Lei nº 11.718/2008) dispõe que “não descaracteriza a condição desegurado especial a outorga de até cinqüenta por cento de imóvel rural, cuja área total seja de no máximo quatro módulosfiscais, por meio de contrato de parceria ou meação, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectivaatividade individualmente ou em regime de economia familiar”. A contrario sensu, a cessão de parcela superior à metade doimóvel descaracteriza o regime de economia familiar. Essa norma, porém, somente entrou em vigor em 2008. A recorrentecompletou 55 anos de idade em 1994 e requereu a aposentadoria em 2001. A lei superveniente restritiva não pode retroagirpara regular o caso concreto.O marido da recorrente é beneficiário de aposentadoria por idade como contribuinte individual, com renda mensalequivalente a R$ 610,00 em 2007. Foi enquadrado pelo INSS como comerciário (fl. 166). O fato de o cônjuge ter recolhidocontribuições previdenciárias na qualidade de contribuinte individual não é suficiente para negar que ele tenha exercidoatividade rural em regime de economia familiar. A lei admite que o segurado especial recolha facultativamente contribuiçõespara a previdência social (art. 39, II, Lei nº 8.213/91) sob as mesmas condições previstas para o contribuinte individual. Oregime de economia familiar só ficaria descaracterizado se ficasse comprovado o efetivo exercício de atividade não-ruralpelo marido, fato que não pode ser presumido tão-somente com base na iniciativa em recolher facultativamente ascontribuições para a previdência social como forma de ampliar a cobertura previdenciária. A classificação formal dacategoria de segurado por ocasião da inscrição na previdência social não pode prevalecer sobre os fatos concretosrevelados na instrução do processo. As testemunhas confirmaram que o marido da recorrente nunca trabalhou no comércioe somente recolheu contribuições previdenciárias para conseguir a aposentadoria com mais facilidade e com renda maior.Aplicação do princípio da primazia da realidade.O trabalhador rural tem direito à aposentadoria por idade mesmo sem recolher contribuições, desde que complete a idademínima e comprove o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, no período imediatamente anterior aorequerimento do benefício, em número de meses idênticos à carência do referido benefício (art. 143 da Lei nº 8.213/91).Recurso provido para reformar a sentença, condenando o INSS a conceder aposentadoria por idade NB 120.666.213-9 comefeitos financeiros retroativos à data de entrada do requerimento administrativo. Aplicam-se, até 30/06/2009, correçãomonetária e juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da citação. A partir de 30/06/2009, para efeito de correçãomonetária e de juros de mora, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta depoupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).Antecipados os efeitos da tutela, tendo em vista a idade avançada da recorrente e o risco de dano de difícil reparaçãoimanente ao caráter alimentar das prestações previdenciárias.Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo, por maioria, dar provimento ao recurso.

4 - 2008.50.50.002514-4/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDRÉA MARIA DOS SANTOS SANTANA.) x LIDIABRECIANI (ADVOGADO: GRAZIELY VASCONCELOS ROCHA, RICARDO CORREA DALLA.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL EM ABERTO. ANGÚSTIA.RECURSO PROVIDO.A recorrida foi investigada pela Delegacia da Receita Federal em 2003. Foi intimada, por via de mandado de procedimentofiscal, para justificar a movimentação financeira em contas bancárias incompatível com os rendimentos declarados, sobpena de lançamento tributário (fl. 15). A recorrida prestou depoimento e alegou que se prestava como “laranja” de umcontrolador do jogo do bicho. Passados os anos, nenhuma autuação fiscal contra a recorrida foi lançada. A sentençaconsiderou ato ilícito a omissão do órgão fiscal em encerrar formalmente o processo administrativo. Considerou tambémque, embora a recorrente não tenha sido afetada a emissão de certidão negativa, a “ausência de um ponto final na questão”depois de quase três anos causou angústia à recorrida. Assim, condenou a União a pagar indenização por dano moral,arbitrada em R$ 2.300,00, e a fazer constar na internet o registro de término do mandado de procedimento fiscal.A Procuradoria da União tem legitimidade para representar a União em processos que versem sobre responsabilidade civil.É impertinente a argüição, formulada pela recorria, de que tal competência caberia à Procuradoria da Fazenda Nacional.A recorrida foi apenas intimada para prestar esclarecimentos. Não foi lavrada autuação fiscal nem lhe foi imputada qualquer

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responsabilidade pessoal por dívida tributária. Somente na eventualidade de a investigação desencadeada pelo mandadode procedimento fiscal culminar com a autuação fiscal é que se instaura processo administrativo. Sem isso, aAdministração não estava obrigada a proferir decisão justificando encerramento da investigação. A extinção do mandado deprocedimento fiscal é automática, decorre do mero decurso de prazo, não havendo necessidade de cientificação docontribuinte investigado. Inaplicáveis os artigos 48 e 49 da Lei nº 9.784/99. Necessidade de decisão motivada só haveria sea investigação tivesse resultado na imputação de responsabilidade tributária à recorrida.Não há fato objetivo que justifique a alegada angústia, desde que a própria recorrida reconhece que em nenhum momentohouve registro negativo lançado contra si. Considera-se dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindoà normalidade do dia-a-dia do homem médio, interfira intensamente no seu equilíbrio psíquico. No caso, se algum dissaborhouve, não configurou mais que mero aborrecimento.Recurso provido para reformar a sentença, julgando improcedentes os pedidos na petição inicial. A recorrente, emborasucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso

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5 - 2007.50.51.002671-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.) xMARIA DA PENHA FIORESI PARTELI (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA,ALAN ROVETTA DA SILVA.).Processo nº 2007.50.51.002671-2/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : MARIA DA PENHA FIORESI PARTELI

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS contra a r.sentença de fls. 76/79, que o condenou a implantar o benefício de aposentadoria por invalidez em nome do Sr. Jair SerafimParteli, desde a data do segundo requerimento administrativo, efetuado em 03/01/2007 (fl. 69), até a data do seu óbito,ocorrido em 09/04/2008 (fl. 59), bem como implantar o benefício de pensão por morte em nome de sua esposa, Maria daPenha Fioresi Parteli, desde a data do óbito de seu esposo, ou seja, a partir de 10/04/2008.2. Segundo o juízo de origem, o INSS negou o benefício ao autor, sob a alegação de que o mesmo havia perdido aqualidade de segurado, sendo que, conforme constatado pelo próprio órgão, o autor informou, na entrevista (fls. 15/16) quedeixou de trabalhar cerca de dois anos antes, em razão de problemas de saúde. Concluiu que a incapacidade do autorencontrava-se demonstrada, tendo em vista que o mesmo era portador de adenocarcinoma de colon direito, com metástasehepática (fl. 32), tendo falecido em razão da doença, com neoplasia maligna de reto, conforme consta da certidão de óbito(fl. 59). Considerou que, nesta hipótese, o benefício independe de carência, tendo em vista que a doença da qual o autorera portador – neoplasia maligna – está relacionada no art. 151, da Lei nº 8.213/91. Argumentou, por fim, que o início deprova material trazido aos autos foi corroborado pela prova testemunhal colhida na audiência, conforme CD-ROM de áudio,com depoimentos coerentes e coesos com as alegações da parte autora.3. Em suas razões recursais, alega o recorrente não prosperar a alegação de que o marido da autora vivia exclusivamentedo plantio de sua propriedade, em regime de economia familiar, vez que, quando questionada a autora sobre a renda anualdecorrente da lavoura, respondeu colher 50 sacas, vendidas a R$ 200,00 cada, totalizando renda anual de R$ 10.000,00,incompatível com o pagamento do plano de saúde Unimed, custeado pelo marido da autora para seu tratamento de saúde,cuja mensalidade, consoante indagado em audiência, era de R$ 130,00. Afirma existir mais evidências de que o marido daautora possuía outras rendas, descaracterizando sua condição de segurado especial: a autora e seu marido possuíam doisveículos automotores, uma para o plantio e outro para passeio; muito embora trabalhassem na terra do sogro, os pais daautora não moravam no local, tudo indicando que não desempenhavam, a autora e seu marido, atividade de meeiros comos pais da autora, já que estes moravam na cidade de Castelo, zona urbana; não seria verossímil a alegação prestada pelatestemunha de que o marido da autora cultivasse de 10 a 12 mil pés de café sozinho, vez que, “como sabido, é natural queuma pessoa consiga tratar de aproximadamente 3 mil pés de café, mas quantia quatro vezes superior a esta é impossível”,autorizando concluir que a parte autora valia-se da contratação de mão-de-obra terceirizada, desconfigurando, assim, acondição de segurado especial.4. Para o deferimento do benefício da aposentadoria por idade, é imprescindível que se comprove o exercício de atividadespor período equivalente à carência estabelecida, sendo que o art. 142 da Lei n. 8.213/1991 dispõe a respeito do número demeses necessários para que o trabalhador implemente a condição. Esse diploma legal considera segurado especial o

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produtor, parceiro, meeiro, comodatário ou arrendatário que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime deeconomia familiar (art. 11, inciso VII), sendo certo que se exige, pelo menos, um início de prova material para acomprovação do tempo de serviço do rurícola (art. 55, § 3º).5. No caso dos autos, andou bem o juízo de origem ao concluir pelo deferimento do benefício, vez que, não obstante assupostas evidências alegadas pelo recorrente, nenhuma prova concreta há nos autos que afaste a conclusão de que o Sr.Jair Serafim Parteli efetivamente exercia atividade rural em regime de economia familiar.6. Note-se que os autores juntaram aos autos início de prova material suficiente à comprovação do exercício da atividaderural no período de carência: a) Inscrição no CNIS como segurado especial em 11/10/2006 (fl. 12); b) Termo dehomologação da atividade rural, expedido pelo INSS, relativamente ao período de 20/02/1992 a 13/10/2004 (fl. 14); c)Declaração de exercício de atividade rural, emitida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vargem Alta (fl. 18); d)Contrato de Comodato, firmado em 26/05/206, constando o autor como comodatário, mencionando a existência de contratoverbal desde 1992 (fl. 19); e) Fichas do Sindicato, com admissão em 02/06/1977 e 24/05/2006 (fls. 20/21); f) Certificado deDispensa de Incorporação, emitido em 01/10/1970, constando a profissão do autor como lavrador (fl. 22); g) Fichas dematrícula de filhos, emitidas pela Secretaria de Educação, constando a profissão do autor como lavrador (fls. 23/24); h)Ficha de Cadastro da família, emitida pela Secretaria Municipal de Saúde, constando a profissão do autor como lavrador (fl.25); i) Ficha de Internação Hospitalar, emitida pela Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim, mencionando oautor como agricultor (fl. 37).7. Ademais, os depoimentos das testemunhas foram claros e coerentes com as alegações da parte autora, significandodizer que o início de prova material foi suficientemente complementado pela prova testemunhal.8. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão dedecidir.9. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.10. Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pelo INSS, que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais),com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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6 - 2006.50.51.002407-3/01 AURECY DE OLIVEIRA LIMA (ADVOGADO: ANDRE MIRANDA VICOSA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL DEMONSTRA LABORRURAL NO PERÍODO DE CARÊNCIA. PROVA TESTEMUNHAL CORROBORA. INDISPENSABILIDADE DA RENDARURAL AO SUSTENTO DA FAMÍLIA. RECURSO DA AUTORA PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido deaposentadoria rural por idade pelo seguinte fundamento: não comprovação do exercício do labor rural pelo tempo decarência necessário, no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo. Sustenta o recorrente, em suasalegações recursais, que tem direito a aposentadoria rural, uma vez que já preencheu os requisitos previstos em lei parasua concessão e comprovou o exercício de atividade rural no período de carência. Contrarrazões às fls. 115/117.2. Existem nos presentes autos início de prova material do exercício da atividade rural da autora: certidão de casamento,datada de 04.11.1957, em que o marido da autora é qualificado como lavrador (fl. 09); escritura de transmissão de terra,datada 11.12.1978, em que a autora e seu marido são qualificados como lavradores (fl. 17); ITR’s de 1992/1995 em nomedo marido da autora (fl. 33). Como a autora nasceu em 10.10.1940 (fl. 05) e completou 55 anos em 1995, deve comprovar78 meses (seis anos e meio) de atividade rural, pois havendo atividade rural anterior ao advento da Lei 8213 / 91, aplica-sea tabela transitória do art. 142. O fato de a autora ter parado de trabalhar na roça desde 1996 não impede a concessão dobenefício, uma vez que o prazo de carência deve ser aferido levando-se em conta o ano em que a autora implementou ascondições para a obtenção do benefício. Em sendo assim, a autora deveria provar o exercício do labor rural no período de1988 a 1995. As testemunhas confirmaram que a autora trabalhou na roça há mais de 20 anos, o que coincide com operíodo de carência a ser provado. Portanto, entendo que a autora demonstrou o exercício do labor rural no prazo decarência exigida em lei, fato este que foi corroborado pela prova testemunhal.

3. Mesmo se a autora se dedicasse apenas aos afazeres domésticos, tal fato não impede a concessão do benefício, issoporque, se entende como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família éindispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização deempregados (§ 1º do art. 11 da Lei 8213 / 91). É natural que, tratando-se de família trabalhando no meio rural em regime deeconomia familiar, a mulher exerça as tarefas domésticas, enquanto os filhos cuidam dos serviços rurais. Isto significa,

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justamente, mútua dependência e colaboração – o que é bem diferente de dizer que todos os integrantes do grupo tenhamque exercer as mesmas atividades na roça.4. O INSS alegou, ainda, em sede de contestação que as provas documentais apresentadas pela autora não demonstram aatividade rural por todo o período exigido. A tese do INSS de fixar o tempo rural pelo critério do ano do documento em nomedo autor vai de encontro ao critério da contemporaneidade afirmado na súmula 34 da TNU e na Lei 8.213/91. Ademais, aprova testemunhal pode ampliar a eficácia temporal da prova material produzida, a qual não precisa, necessariamente,abranger o início e o final do período a ser comprovado. A TNU pacificou entendimento no sentido de que não se exige queo início de prova material corresponda a todo o período a ser reconhecido. Nesse sentido: Enunciado 14. Para a concessãode aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente àcarência do benefício.Portanto, esta alegação não merece prosperar.5. O fato do marido da recorrente estar aposentado por invalidez e receber um salário mínimo não descaracteriza, por si só,o regime de economia familiar. De fato, tenho adotado como parâmetro que a renda urbana de 1 salário-mínimo nãodescaracteriza o regime de economia familiar. Tanto o é, que a autora afirmou que o marido está aposentado por invalidezhá 16 anos, mas mesmo assim, continuou trabalhando na roça juntamente com os seus filhos, o que confirma aindispensabilidade da renda rural obtida pela autora para o sustento da família. Nesse sentido, convém a seguintereferência à jurisprudência da TNU:PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. ALEGADA DESCARACTERIZAÇÃO DOTRABALHO RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR, DIANTE DA EXISTÊNCIA DE RENDA URBANA RECEBIDAPELO CÔNJUGE DA AUTORA. JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE FIRMADA NO MESMO SENTIDO DO ACÓRDÃORECORRIDO. QUESTÃO DE ORDEM N.º 13. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVA. PEDIDO DEUNIFORMIZAÇÃO NÃO CONHECIDO. I - No acórdão recorrido firmou-se entendimento no sentido de que os vínculosurbanos do cônjuge não são hábeis a descaracterizar a qualidade de segurada especial da autora. II - Esta Corte temdecidido que o regime de economia familiar somente restará descaracterizado se a renda obtida com a atividade urbana oucom o benefício urbano for suficiente para a manutenção da família, de modo a tornar dispensável a atividade rural, ou,noutros termos, se a renda auferida com a atividade rural não for indispensável à manutenção da família. (...) (TNU -PEDILEF 200840007028291 – Juiz Federal Ivori Luis da Silva Scheffer - DJ 08/01/2010).

6. Finalmente, o fato de a autora possuir residência na cidade não descaracteriza a qualidade de segurada especial. Aresidência na propriedade rural não é indispensável, especialmente tratando-se de município pequeno onde, geralmente, azona urbana fica próxima à zona rural.7. Recurso da parte autora conhecido e provido para conceder a aposentadoria rural por idade desde o requerimentoadministrativo do benefício (13.06.1996 – fl. 14), bem como, pagar as parcelas vencidas, observada a prescriçãoqüinqüenal, acrescidas de correção monetária desde o momento em que deveriam ter sido pagas, conforme tabela do CJF,e juros de mora de 1 % ao mês a contar da citação até a edição da Lei 11960 / 2009, a partir de quando deverá serobservada sua sistemática. Sem condenação em custas e honorários advocatícios.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, nostermos da ementa – parte integrante deste julgado.

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7 - 2008.50.51.000075-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DEMORAES SENTO-SÉ REIS.) x SEVERINO PETERLE (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. TRABALHADOR RURAL. POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃOPROFISSIONAL.O laudo pericial reconheceu incapacidade total para trabalho rural e admitiu a possibilidade de reabilitação profissional paraatividades que não requeiram esforço físico em membros inferiores.A possibilidade de reabilitação profissional não deve ser analisada exclusivamente sob o ponto de vista clínico e físico. Ascondições pessoais do segurado, tais como idade, grau de instrução e histórico de atividades, também são relevantes paraefeito de definir a real possibilidade de reingresso no mercado de trabalho.Em se tratando de trabalhador rural, residente em zona rural, com 59 anos de idade e com inaptidão para empreenderesforço físico, é improvável a recolocação profissional em qualquer atividade.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

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8 - 2008.50.52.000337-3/01 ANITA SOARES PINHEIRO (ADVOGADO: MARIA REGINA COUTO ULIANA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).E M E N T APREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA EM RAZÃO DAINEXISTÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL CONTEMPORÂNEA ACERCA DO TRABALHO RURAL. AUDIÊNCIADE INSTRUÇÃO NÃO REALIZADA. CERCEAMENTO DE DEFESA. SENTENÇA ANULADA. RECURSO INTERPOSTOPELA PARTE AUTORA PROVIDO.01. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente pedido deaposentadoria por idade rural, dispensando a realização da audiência de instrução e julgamento, sob o fundamento da“inexistência de início de prova material contemporânea e idônea acerca do trabalho rural”.02. A recorrente alega cerceamento de defesa, uma vez que não foi oportunizada a produção de prova testemunhal.Requer a anulação da sentença, ou, subsidiariamente, a sua reforma, sustentando que os documentos apresentadosconstituem suficiente início de prova material. Contrarrazões às fls. 77/79.03. O recurso da autora merece ser provido, reconhecendo-se a nulidade da sentença, por cerceamento de defesa.04. Existem nos presentes autos documentos que podem ser considerados como início de prova material do exercício daatividade rural da autora: contrato de comodato (fls. 17/18), ficha de matrícula (fl. 20), ficha de atendimento médicoambulatorial e hospitalar (fls. 23 e 28), em ambos a autora é qualificada como trabalhadora rural. Como a autora nasceu em09.06.1948 (fl. 09) e completou 55 anos em 2003, deve comprovar 132 meses (11 anos) de atividade rural, pois havendoatividade rural anterior ao advento da Lei 8213 / 91, aplica-se a tabela transitória do art. 142.05. A sentença recorrida considerou, ainda, que a prova material não era contemporânea aos períodos de atividade ruralque a autora pretendia provar. A exigência de contemporaneidade do início de prova material prevista no art.55, §3º da Lei8.213/91 e na súmula nº3 4 da TNU já correspondem a uma limitação temporal, não sendo cabível estabelecer outra aoarrepio da lei. Nesse sentido:EMENTA. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. TEMPO DE SERVIÇO RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.CONTEMPORANEIDADE. EXTENSÃO DA EFICÁCIA PROBATÓRIA PELA PROVA TESTEMUNHAL. 1. Para fins decontemporaneidade, o início de prova material não precisa, necessariamente, abranger todo o período de tempo de serviçoque se pretende reconhecer. 2. Considera-se contemporâneo o documento que estiver datado dentro do período de tempode serviço que se pretende reconhecer, dada à possibilidade de extensão no tempo da eficácia probatória do início de provamaterial apresentado pela prova testemunhal para fins de abrangência de todo o período, desde que não haja contradição,imprecisão ou inconsistência entre as declarações prestadas pela parte autora e as testemunhas e/ou entre estas e a provamaterial apresentada. 3. Pedido de uniformização provido. (TNU - PU 2006.72.59.00.0860-0 - Relator Juiz Federal Derivaldode Figueiredo Bezerra Filho – DJ 29/09/2009)06. Portanto, fixar o tempo rural pelo critério do ano do documento em nome do autor vai de encontro ao critério dacontemporaneidade afirmado na súmula 34 da TNU e na Lei 8.213/91. Ademais, a prova testemunhal pode ampliar aeficácia temporal da prova material produzida, a qual não precisa, necessariamente, abranger o início e o final do período aser comprovado. A TNU pacificou entendimento no sentido de que não se exige que o início de prova material correspondaa todo o período a ser reconhecido. Nesse sentido: Enunciado 14. Para a concessão de aposentadoria rural por idade, nãose exige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício.07. Conclui-se, assim, que os fundamentos adotados pela sentença não autorizam, por si sós, a descaracterização dacondição de segurado especial. Apresentada documentação referente à atividade rural, a autora tem direito à produção deprova testemunhal, a fim de corroborar a prova documental produzida e até ampliar a sua eficácia temporal, bem como,comprovar o regime de economia familiar. Assim, resta evidenciado o cerceamento de defesa, pois a sentença dispensou arealização da audiência de instrução, apenas considerando a “inexistência de início de prova material contemporânea eidônea acerca do trabalho rural”.08. Recurso interposto pela autora provido. Sentença anulada em razão do cerceamento de defesa. Remessa dos autos aojuízo de origem, para realização de audiência de instrução e novo julgamento. Sem custas e honorários advocatícios.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE AUTORA e ANULAR A SENTENÇA RECORRIDA, nostermos da ementa que integra este julgado.

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9 - 2006.50.52.000376-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Paulo Henrique VazFidalgo.) x TERNIRA DUTRA ROMANO (ADVOGADO: EGISTO SILVA NICOLETTI.) x ERENI ROSA ROMANO

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(ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CONCORRÊNCIA ENTRE ESPOSA SEPARADA DE FATO ECOMPANHEIRA.RECURSO DA ESPOSA. CÔNJUGE SEPARADO DE FATO. INEXISTÊNCIA DE DEPENDÊNCIA FINANCEIRA.AUSÊNCIA DE QUALIDADE DE DEPENDENTE PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. O segurado era casado com Ternira, dequem se separou para passar a viver em união estável com Ereni. Está comprovado que o segurado e a esposa sesepararam de fato muitos anos antes de ele falecer. Em depoimento pessoal, a esposa, Ternira, declarou: que o marido e aoutra família chegaram a morar em Rondônia; que depois que o ex-marido voltou de Rondônia, foi poucas vezes à casa daesposa; que não acompanhou os últimos dias de vida do ex-marido, tampouco compareceu ao seu velório.O art. 76, § 2º, da Lei nº 8.213/91 condiciona a manutenção da qualidade de dependente do cônjuge separado de fato àcomprovação de que auferia pensão alimentícia do segurado. A esposa Ternira, porém, confessou em depoimento pessoalque não dependia financeiramente do ex-marido. Logo, ainda que o casamento não tenha sido formalmente desconstituído,a esposa perdeu a qualidade de dependente para fins previdenciários.RECURSO DO INSS. RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO COM EFEITOS FINANCEIROS RETROATIVOS À DATADA CESSAÇÃO DO PAGAMENTO. Em sede administrativa, foi inicialmente concedida pensão por morte a Ereni, que sesupunha, então, esposa do segurado. Posteriormente, o INSS descobriu a falsidade da certidão de casamento apresentadae cancelou o benefício concedido a Ereni. A pensão por morte passou a ser integralmente paga à esposa Ternira. Asentença, porém, condenou o INSS a excluir Ternira do rol de beneficiários e a conceder o benefício exclusivamente emfavor de Ereni, com efeitos retroativos à data da cessação do benefício. O INSS interpôs recurso a fim de eximir-se de arcarcom os efeitos financeiros anteriores à prolação da sentença, alegando que não cometeu erro ao cancelar o benefício deEreni, uma vez que essa pensionista havia apresentado certidão de casamento falsa.O fato de a certidão de casamento ser falsa desqualificava Ereni como dependente na qualidade de esposa, mas nãoafastava a possibilidade de enquadrá-la como dependente na condição de companheira. Embora essa possibilidade tenhasido cogitada em parecer de Procurador Federal incidentalmente ao processo administrativo (fl. 60), nenhuma providênciafoi tomada pelo INSS. O recorrente, portanto, está obrigado, com base na responsabilidade objetiva da AdministraçãoPública, a pagar à companheira os proventos da pensão por morte retroativos à data do cancelamento do benefício.Recursos improvidos. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do INSS a pagar à autorahonorários advocatícios arbitrados em cinco por cento do valor da condenação, conforme art. 20, § 4º, do CPC. Arecorrente Ternira, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiária daassistência judiciária gratuita.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento aos recursos.

10 - 2008.50.52.000107-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.) x ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS (ADVOGADO: TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO. EXERCÍCIO DE ATIVIDADEREMUNERADA NO PERÍODO POSTERIOR À DATA DE ENTRADA DO REQUERIMENTO.A sentença recorrida condenou o INSS a conceder aposentadoria por invalidez desde a data de entrada do requerimento,07/12/2004. Entretanto, extrato do CNIS relata que o recorrido exerceu atividade remunerada nos seguintes períodos:18/04/2005 a 18/07/2005; 04/05/2006 a 31/07/2006; 21/05/2007 a 30/07/2007. O recorrido não negou ter exercido atividaderemunerada durante os sucessivos períodos. O exercício de atividade remunerada é incompatível com a concomitantepercepção de benefício por incapacidade. Os efeitos financeiros da aposentadoria só podem retroagir ao instante posteriorà cessação definitiva do exercício de atividade remunerada.Recurso provido para reformar a sentença, alterando a data de início do benefício para 31/07/2007.Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

11 - 2008.50.50.005056-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x VANILDO ROCHA JARDIM (ADVOGADO: TEREZINHA DE JESUS LIQUER.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. ESTIMATIVA DE RECUPERAÇÃO DA CAPACIDADE PARA O TRABALHO FEITA

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PELO PERITO. NECESSIDADE DE CONFIRMAÇÃO DA RECUPERAÇÃO EM NOVO EXAME PESSOAL. JUROS DEMORA. TERMO INICIAL. DATA DA CITAÇÃO.A sentença condenou o INSS a pagar os proventos de auxílio-doença desde 30/04/2008. O INSS interpôs recurso alegandoque, segundo laudo pericial complementar, o recorrido já deveria estar apto para o trabalho noventa dias após o examepericial.O exame pericial foi realizado em 03/11/2008. O perito atestou que o recorrido estava incapacitado para o trabalho desde11/06/2006 e que a incapacidade era temporária. Em laudo complementar apresentado em outubro/2009, o perito avaliouque a previsão para tratamento da lesão incapacitante seria de noventa dias, contados do exame pericial. Estimou, assim,que o recorrido já poderia estar apto a retornar para o trabalho. Trata-se, porém, de mera estimativa. Somente novo examepericial pessoal do recorrido poderia confirmar a previsão de recuperação da aptidão física para o trabalho ao cabo doprazo estimado para tratamento. Persistindo a dúvida sobre a recuperação da capacidade laboral, o auxílio-doença deve sermantido até que o segurado seja reexaminado em perícia médica administrativa.A sentença fixou o termo inicial dos juros de mora na data da cessação do benefício. Os juros moratórios, porém, sócomeçam a correr a partir do momento em que o devedor é constituído em mora. Não existe lei que eleja o requerimentoadministrativo como instrumento de constituição em mora. De acordo com o art. 219 do CPC, é a citação válida queconstitui em mora o devedor. Aplicação da Súmula 204 do STJ: “Os juros de mora nas ações relativas a benefíciosprevidenciários incidem a partir da citação válida”.Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, fixando o termo inicial dos juros de mora na data da citação.Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.

12 - 2008.50.50.008359-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIROPAIVA.) x ELVIRA LEITE RODRIGUES (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE, SARITA DO NASCIMENTOFREITAS, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANA MERCEDES MILANEZ.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. MANUTENÇÃO TEMPORÁRIA DO VÍNCULO DE EMPREGO NO PERÍODOPOSTERIOR À CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. LIMITAÇÃO DA RETROAÇÃO DOS EFEITOSFINANCEIROS. MANUTENÇÃO DO BENEFÍCIO ATÉ CONCLUSÃO DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL.A sentença condenou o INSS a restabelecer o auxílio-doença com efeitos financeiros retroativos à data da cessação dopagamento, 03/03/2008. O extrato do CNIS, porém, comprova que a recorrida manteve vínculo de emprego até 03/03/2009(fl. 50). A perícia judicial, realizada em agosto/2009, não confirmou incapacidade para o trabalho no período anterior amarço/2009. Os efeitos financeiros do restabelecimento do auxílio-doença, portanto, só podem retroagir até o dia posteriorà rescisão do contrato de emprego.Embora o laudo pericial tenha avaliado que a incapacidade para o trabalho seria temporária, a sentença corretamenteconsiderou tratar-se de hipótese de incapacidade definitiva, uma vez que a recuperação física depende de sujeição atratamento cirúrgico, que, segundo art. 101 da Lei nº 8.213/91, não é obrigatório. Presume-se, assim, que a recorrida nãopode voltar a exercer a atividade habitual de cozinheira, devendo o INSS manter o auxílio-doença até que seja concluídoprocesso de reabilitação profissional. Naturalmente, caso a recorrida facultativamente se submeta à cirurgia e consiga, comisso, efetivamente recuperar a plena aptidão física para a atividade habitual, a questão pertinente à reabilitação profissionalficará prejudicada.Recurso parcialmente provido para limitar a retroação dos efeitos financeiros do restabelecimento do auxílio-doença a partirdo dia 04/03/2009. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

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13 - 2009.50.51.001523-1/01 ILMA MARIA MAURA DAVEL (ADVOGADO: SANDRA VILASTRE DE ARAUJO.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. FALTADE COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO.A recorrente alegou ser portadora de seqüelas que a incapacitam para o trabalho na lavoura. A alegação não tem suportena prova pericial. O perito relatou que a recorrente se queixava de limitação de movimentos no membro superior esquerdodesde a realização de mastectomia, mas avaliou que eram mínimas as alterações de funcionalidade do braço e que não foiobservada limitação de movimentos. A incapacidade para o trabalho não foi comprovada.Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

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14 - 2009.50.50.000522-8/01 ELIDELMA RIBEIRO DO ROZARIO CONSTANTINO (DEF.PUB: LUCIANO ANTONIOFIOROT.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. LAUDO PERICIAL. CONTRADIÇÃO.FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO.A recorrente alegou: que doenças na coluna lombar a incapacitam para o exercício da profissão de empregada doméstica,ante a inaptidão física para exercer grande esforço físico; que as condições pessoais a tornam insuscetível de reabilitaçãoprofissional; que a incapacidade para o trabalho que a acometia na data da cessação do benefício (31/07/2007) era amesma reconhecida pela perícia médica do INSS no período de manutenção em que foi mantido outro auxílio-doença(13/06/2008 a 30/06/2008); que está impossibilitada de realizar a limpeza da sua própria casa; que o laudo pericial écontraditório, pois diagnostica lombalgia/cervicalgia, mas nega existência de incapacidade para o trabalho; que o laudopericial é excessivamente objetivo e sem embasamento suficiente.O laudo pericial é sucinto ao responder aos quesitos e concluir pela inexistência de incapacidade para o trabalho, mas, nasua parte introdutória, descreveu com detalhes suficientes o quadro clínico apurado no exame pessoal da recorrente. Operito atestou que os movimentos eram livres, não havia contratura muscular paravertebral e registrou sinal de Laseguenegativo. O laudo pericial está suficientemente fundamentado e é conclusivo.O laudo pericial não é contraditório. Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta aosegurado comprovar estar doente: é preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alteraçõesmorfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação.O fato de o INSS ter supervenientemente concedido novo auxílio-doença durante curto período de dezoito dias não bastapara assegurar que o estado de incapacidade para o trabalho tenha persistido antes e depois do tempo de manutenção dobenefício.Não há prova de que a recorrente estivesse incapacitada para o trabalho no momento do exame pericial. Também não háprova de que o estado de incapacidade para o trabalho tenha persistido sem solução de continuidade durante o lapsotemporal transcorrido entre os dois auxílios-doença concedidos pelo INSS.Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

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15 - 2008.50.53.000396-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.) x ROSALIA BANDEIRA RIBEIRO.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. PERITO. ATENDIMENTO ANTERIOR PELO SUS. EXAME PRÉ-OPERATÓRIO.AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO.O INSS argüiu a nulidade da perícia, porque o fato de ter anteriormente atuado como médico particular da recorridaprovocou o impedimento do perito.Antes do ajuizamento da demanda, o perito havia atendido a recorrida pelo SUS, limitando-se a atestar que ela não eraportadora de doença cardiovascular e que, por isso, estava apta a ser submetida a intervenção cirúrgica sob qualquerprocedimento anestésico (fl. 15). O médico, portanto, não assumiu o tratamento clínico da recorrida. Limitou-se a fazerexame pré-operatório. Esse fato circunstancial não estabeleceu entre a recorrida e o médico qualquer relacionamento queretirasse deste último a necessária isenção para proceder à perícia judicial.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Se, condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, porque a recorrida não está representada por advogado.

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16 - 2009.50.53.000239-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.) x TEREZA MARIA FORESTI PAXIÇO (ADVOGADO: JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES.).E M E N T A

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PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. QUALIDADE DE SEGURADO. VÍNCULO DE EMPREGO. SENTENÇATRABALHISTA E FICHA DE EMPREGADO. DATA DA CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE. PROVA TESTEMUNHAL.O requerimento de auxílio-doença foi formulado em 03/06/2005. Antes disso, a última contribuição previdenciária registradano CNIS referia-se à competência 09/2001. Assim, a recorrida teria perdido a qualidade de segurada na data de início daincapacidade. Ocorre que a recorrida possuía CTPS com anotação de vínculo de emprego iniciado em 20/04/2004 (fl. 12).O acordo homologado em reclamação trabalhista abrangeu apenas o registro de baixa contratual em 18/05/2005 (fl. 45).Daí infere-se que a anotação de contrato de trabalho pré-existia à reclamação trabalhista, não tendo, pois, resultado doacordo.O reconhecimento do vínculo de emprego não tem suporte apenas na sentença trabalhista homologatória de acordo. Noprocesso administrativo, foi exibido documento apto a formar início de prova material: a cópia da ficha de registro deempregado com o nome da recorrida e a data de admissão em 20/04/2004 (fl. 27).Com base na prova testemunhal, a sentença recorrida admitiu que o estado de incapacidade para o trabalho perdurou porseis meses. Por isso, fixou a data da cessação do auxílio-doença em 03/12/2005. O recorrente alegou que a perícia médicaadministrativa fixou o fim da incapacidade laboral em 15/08/2005 e pediu para estabelecer nesse dia o termo final dobenefício. Ocorre que o exame pericial foi realizado em 15/06/2005 e a fixação da data-limite para cessação do benefício sebaseou em mera estimativa (fl. 65). Logo, não comprova que a incapacidade para o trabalho tenha realmente cessado nadata prevista pelo médico perito do INSS. Diante da falta de prova técnica, é admissível a prova testemunhal para efeito dedelimitar o momento da cessação da incapacidade laboral.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

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17 - 2009.50.53.000136-5/01 MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS MARTINELLI (ADVOGADO: JANAINA RODRIGUESLIMA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO DOENÇA. ESTADO DE INCAPACIDADE ANTERIOR À FILIAÇÃO.A recorrente se filiou à previdência social, na condição de contribuinte individual, somente a partir da competênciaoutubro/2007. A sentença recorrida considerou que a recorrente estava incapacitada para o trabalho desde antes dafiliação, porque se submetia a sessões de hemodiálise desde janeiro/2006 e já estava acometida por doença crônica. Arecorrente admitiu que estava doente desde antes da filiação, mas afirmou que a doença se agravou e culminou com aincapacidade para o trabalho quando já possuía a qualidade de segurada.Atestado de médico assistente avaliou que, em 11/2008, a doença encontrava-se em estado terminal. Não há evidência deque a doença já havia atingido nível tão grave antes da filiação à previdência social. Entretanto, ainda que a patologia tenhasofrido agravamento progressivo, o fato de a recorrente precisar se submeter a sessões de hemodiálise desde mais de umano antes da filiação previdenciária indica que o estado de incapacidade para o trabalho, ainda que em intensidade maisbranda, já estava configurado,Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação da recorrente em honoráriosadvocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas ede honorários advocatícios por ser beneficiária da assistência judiciária gratuita.Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

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18 - 2009.50.50.002020-5/01 GETULIO GOMES CHIABAI (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. NULIDADE DA SENTENÇA.CERCEAMENTO DE DEFESA. OMISSÃO DO JUÍZO A QUO EM DEFERIR REQUERIMENTO DE PRODUÇÃO DEPROVA PERICIAL COM MÉDICO ESPECIALISTA.Antes da citação do réu e antes da apresentação do laudo pericial pelo médico especialista em ortopedia, o autor emendoua petição inicial e requereu a realização de perícia com médico cardiologista (fl. 107). Atestado de médico assistente relatoupatologia cardíaca, que restringia a aptidão física a atividades leves e sem stress (fl. 37). O requerimento não foi analisadopelo juízo a quo, importando cerceamento de defesa.Recurso parcialmente provido para anular a sentença, para que seja realizada perícia com médico especialista emcardiologia.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso para anular a sentença.

19 - 2008.50.53.000587-1/01 JOSÉ CARLOS BAZONI (ADVOGADO: JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. SINAL DE LASÈGUE. CALOSIDADE NASMÃOS. RECURSO PROVIDO.O laudo pericial diagnosticou lesão degenerativa na coluna lombar e avaliou que a doença causa dor intensa com irradiaçãopara membros inferiores. Concluiu que, no momento do exame pericial, o recorrente não conseguia trabalhar, pois as doreseram insuportáveis. Atestou incapacidade temporária para o trabalho. Não obstante, em resposta a quesitoscomplementares, o perito atestou que o sinal de Lasègue foi negativo e que as calosidades nas mãos do recorrentedemonstravam aptidão para o trabalho. Com base no laudo pericial complementar, a sentença julgou improcedente opedido de concessão de auxílio-doença.O sinal de Lasègue é examinado da seguinte forma. O paciente fica deitado, relaxado e com o pescoço em posição neutra.Com uma das mãos, é imobilizado o osso ilíaco e com a outra, segurando o tornozelo, levanta-se a perna com o joelhoestendido. O sinal é considerado positivo quando há exacerbação da dor em um ângulo entre 5º e 45º entre o membroinferior afetado e o plano horizontal.� O sinal de Lasègue negativo significa que o recorrente suporta a manobra dosmembros inferiores até 45 graus (quesito complementar nº 4). Entretanto, ainda assim o perito ressalvou que o recorrentesofreu dores lombares de intensidade moderada durante o exame (quesito complementar nº 3). O sinal de Lasègueconstitui apenas um dos vários critérios admitidos na prática médica para diagnosticar lombalgia. O resultado negativo nãodescarta de forma absoluta a possibilidade de lombalgia incapacitante.A presença de calosidades nas mãos serve de indício de que o trabalhador rural exerceu trabalho pesado recente, mas nãodesmente a queixa de dor lombar. Ainda que o recorrente tenha trabalhado, deve ter se sujeitado a sentir dores para darcabo de suas tarefas. Ninguém pode ser obrigado a trabalhar sentindo dores, sob pena de contrariar o princípioconstitucional da dignidade da pessoa humana.As ressalvas expostas no laudo pericial complementar não afastam a conclusão constante do laudo principal. Atestados demédico assistente contemporâneos e convergentes com a conclusão do laudo pericial principal comprovam incapacidadepara o trabalho desde a data de entrada do requerimento administrativo, em 07/10/2008.Recurso provido para reformar a sentença, condenando o INSS a conceder o auxílio-doença NB 532.500.579-7 com efeitosfinanceiros retroativos à data de entrada do requerimento administrativo. Sobre as prestações vencidas incidem, até30/06/2009, correção monetária e juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da citação. A partir de 30/06/2009, para efeitode correção monetária e de juros de mora, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios dacaderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

20 - 2008.50.50.007655-3/01 ANA DIVA FREIRE FELIZARDO (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES.)x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DIVERGÊNCIA ENTRE LAUDO PERICIAL E ATESTADOS DE MÉDICOASSISTENTE.A divergência com atestados de médicos assistentes não invalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a meroparecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer doperito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.A emissão de carteira de passe livre no sistema de transporte coletivo não constitui prova de incapacidade para o trabalho.Não há prova de que a perícia médica do INSS tenha reconhecido, em qualquer momento, a existência de incapacidadepara o trabalho. Ainda que o tenha feito, esse fato não garante a perpetuação do auxílio-doença, ante a possibilidade derecuperação da aptidão para o trabalho.

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Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

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21 - 2008.50.50.007142-7/01 DALVA ROCHA FERREIRA (ADVOGADO: ROBERTO F. DA CONCEICAO RIBEIRO.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DIVERGÊNCIA ENTRE LAUDO PERICIAL E ATESTADOS DE MÉDICOASSISTENTE.A divergência com atestados de médicos assistentes não invalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a meroparecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer doperito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

22 - 2008.50.50.007513-5/01 ROSILDA PEREIRA (ADVOGADO: RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS, VERA LUCIAFAVARES BORBA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO DOENÇA. LAUDO PERICIAL. AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE.O laudo pericial concluiu que a recorrente não estava incapacitada para o trabalho, mas atestou que ela possuía limitaçãoao final da flexão do punho esquerdo. Para esclarecer a aparente contradição, o julgamento do recurso foi convertido emdiligência, instando-se o perito a responder quesitos complementares. O perito esclareceu que a limitação do movimento deflexão não impede a recorrente de realizar tarefas da vida cotidiana e de sua função habitual, não impede a realização demovimentos repetitivos nem compromete a realização de esforço físico. Ficou fundamentadamente ratificada a conclusãopela aptidão física para exercício da atividade de faxineira.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. A recorrente, embora sucumbente, está isentade custas e de honorários advocatícios por ser beneficiária da assistência judiciária gratuita.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

23 - 2008.50.53.000534-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.) x VALTER BONDI FIALHO.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL DEFINITIVA. FACULTATIVIDADEDE TRATAMENTO CIRÚRGICO.O recorrente impugnou a condenação a conceder aposentadoria por invalidez alegando que a incapacidade para o trabalhonão é definitiva, porque o laudo pericial atestou que o segurado estava aguardando marcação de cirurgia.O art. 101 da Lei nº 8.213/91 dispõe que “o segurado em gozo de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e opensionista inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo daPrevidência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado

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gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos”. Assim, o segurado não é obrigado a sesubmeter a intervenção cirúrgica. Por conseguinte, nos casos em que ela constituir o único meio conhecido para arecuperação da capacidade para o trabalho, a incapacidade laboral deve ser considerada definitiva, ou, pelo menos, deduração indefinida. Consideram-se, então, existentes a incapacidade laboral definitiva e a insuscetibilidade de reabilitaçãoprofissional.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

24 - 2008.50.50.007476-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x SONIA MARIA DE ARAUJO (ADVOGADO: MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANAMERCEDES MILANEZ, IZAEL DE MELLO REZENDE, SARITA DO NASCIMENTO FREITAS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DATA DE INÍCIO DA INCAPACIDADE. OMISSÃO DO LAUDO PERICIAL.ADMISSIBILIDADE DE ATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE COMO FONTE DE PROVA COMPLEMENTAR NOPERÍODO ANTERIOR AO EXAME PERICIAL JUDICIAL.A sentença condenou o INSS a conceder auxílio-doença com efeitos financeiros retroativos à data da cessação dopagamento do benefício. O INSS interpôs recurso alegando a falta de comprovação da incapacidade laboral em momentoanterior à perícia judicial. Pediu para que os efeitos financeiros da decisão judicial retroajam somente até a data do examepericial judicial.O laudo pericial se eximiu de confirmar a existência de incapacidade para o trabalho em momento anterior à perícia. Olaudo não afastou a possibilidade de que a doença incapacitante já estivesse consolidada no passado, apenas restringiu-sea não emitir parecer conclusivo por falta de substrato documental sobre o estado pretérito.A lacuna deixada pelo laudo pericial é suprida por atestado subscrito por médico de unidade de saúde pública, quecertificou que a recorrida continuava em tratamento psiquiátrico alguns meses após a cessação do auxílio-doença. Sãoadmissíveis como fonte de prova complementar os atestados de médico assistente que sejam contemporâneos aomomento do cancelamento do benefício e que revelem dados convergentes com o laudo pericial.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

25 - 2008.50.50.007256-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x JACIRA SCHWAMBACH KALKE (ADVOGADO: ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. ACIDENTE DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA.AUSÊNCIA DE CERTEZA SOBRE O NEXO ETIOLÓGICO.O laudo pericial diagnosticou leucemia e atestou que havia relação entre a doença incapacitante e o trabalho, em razão daexposição a agrotóxicos. Entretanto, o perito deixou claro que se tratava de opinião baseada em regra de probabilidade eque não era possível ter certeza da configuração de evento infortunístico laborativo (quesito 6). Logo, não estáinequivocamente caracterizado o acidente do trabalho. Afastada a arguição de incompetência do Juizado Especial Federalem razão da matéria.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

26 - 2009.50.51.002431-1/01 JOSE ROBERTO GOMES (ADVOGADO: DEIJAYME TEIXEIRA VIANA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. RECURSO NÃO IMPUGNOU MOTIVO ELEITO PELA SENTENÇA PARAJULGAR IMPROCEDENTE O PEDIDO.

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A sentença recorrida reconheceu, na fundamentação, a existência de incapacidade para o trabalho, mas afastou o direito aoauxílio-doença por causa da perda da qualidade de segurado. No recurso, o autor limitou-se a alegar ter direito aoauxílio-doença por causa da existência de incapacidade para o trabalho.O recurso não impugnou a verdadeira causa da improcedência do pedido, uma vez que não questionou a perda daqualidade de segurado. A concessão de auxílio-doença depende não só da comprovação da incapacidade para o trabalho,mas também da manutenção da qualidade de segurado na data de início da incapacidade.Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

27 - 2008.50.50.005737-6/01 IUMARA ROSA VIANNA NEVES (ADVOGADO: LARISSA FURTADO BAPTISTA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DIVERGÊNCIA ENTRE LAUDO PERICIAL E ATESTADOS DE MÉDICOASSISTENTE.A divergência com atestados de médicos assistentes não invalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a meroparecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer doperito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

28 - 2008.50.51.001147-6/01 ENILDO FARIA MASSAFRA (ADVOGADO: ALFREDO ANGELO CREMASCHI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. LAUDO PERICIAL NÃO VINCULA JUIZ. RISCO DE AGRAVAMENTO DADOENÇA CARACTERIZA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder benefício previdenciário, porque o laudopericial judicial afastou a existência de incapacidade para o trabalho.O perito do juízo atestou que o recorrente é portador de espondilodiscoartrose lombar. Informou que se trata de doençadegenerativa que pode ocasionar crises dolorosas em situações de sobrecarga laboral ou postura inadequada. Mesmoassim, concluiu pela inexistência de incapacidade para o trabalho.A conclusão do laudo pericial não vincula o juiz (art. 436 do CPC). Os subsídios contidos no laudo dão respaldo a conclusãoem sentido diverso. O risco de sobrecarga física causar crises de dor prejudica a aptidão física plena para desempenho daatividade habitual de trabalhador rural, que exige grande vigor físico. Está incluído no conceito de incapacidade para otrabalho o risco de agravamento da doença. O fato de as doenças diagnosticadas serem crônicas reforça a ideia de que orisco é permanente.Se, para exercer uma profissão, o segurado precisa, em razão das suas condições pessoais, sacrificar-se de formaextraordinária em relação à a média dos trabalhadores da mesma categoria profissional, configura-se incapacidade parcialpara o trabalho. Entendimento em sentido contrário implica desrespeito ao princípio constitucional da dignidade da pessoahumana (art. 1º, III, da Constituição Federal).É prematura a concessão de aposentadoria por invalidez, porque não está comprovado tratar-se de lesão definitiva.A data de início do benefício deve ser fixada no dia do exame pericial judicial que revelou os fatos caracterizadores daincapacidade para o trabalho. Não há subsídios materiais seguros que permitam inferir que o estado de incapacidade parao trabalho já estivesse consolidado na data de entrada do requerimento administrativo, formulado quatro anos antes daperícia.Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, condenando o INSS a conceder auxílio-doença com efeitos

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financeiros retroativos 03/04/2009. Sobre as prestações vencidas incidem, até 30/06/2009, correção monetária e juros demora à taxa de 1% ao mês. A partir de 30/06/2009, para efeito de correção monetária e de juros de mora, aplicam-se osíndices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).Tutela antecipada. O risco de dano de difícil reparação é imanente ao caráter alimentar das prestações previdenciárias.Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

29 - 2008.50.50.009135-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x CARLOS ANTONIO COZER (ADVOGADO: MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI.).EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO INOMINADO INTERPOSTO PELO INSS NÃO PROVIDO. VERBAHONORÁRIA. OMISSÃO CONFIGURADA. EMBARGOS ACOLHIDOS.1. Embargos de declaração opostos pela parte autora contra acórdão que negou provimento a recurso inominado interpostopelo INSS, mantendo sentença que julgou procedente pedido de revisão da renda mensal inicial de benefício previdenciário,mediante a aplicação do art. 29, §5º. da Lei 8.213/91.2. Sustenta o embargante que, embora o recurso interposto pelo INSS tenha sido desprovido, não houve condenação dorecorrente ao pagamento de honorários advocatícios. Alega, nesses termos, ocorrência de omissão passível de ser sanadavia embargos.3. Assiste razão ao recorrente. A decisão embargada negou provimento ao recurso inominado interposto pelo INSS,mantendo a sentença por seus próprios fundamentos. Silenciou, todavia, quanto à fixação dos honorários advocatíciosdevidos pela parte recorrente – integralmente vencida – nos termos do art. 55, segunda parte, da Lei 9.099/95.4. Constatada a omissão apontada, deve ser a mesma sanada, fixando-se os honorários advocatícios no percentual de10% sobre o valor da condenação.5. Embargos de declaração acolhidos, para condenar o INSS ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em 10%sobre o valor da condenação. Sem custas e honorários nestes embargos.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo ACOLHER os embargos de declaração opostos pela parte autora,nos termos da ementa que integra o presente julgado.

30 - 2008.50.50.008320-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x MARIA LUCIA SARTI LARA (ADVOGADO: MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI,MARCELO CARVALHINHO VIEIRA, ESDRAS ELIOENAI PEDRO PIRES, antenor vinicius caversan vieira.).EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO INOMINADO INTERPOSTO PELO INSS NÃO PROVIDO. VERBAHONORÁRIA. OMISSÃO CONFIGURADA. EMBARGOS ACOLHIDOS.1. Embargos de declaração opostos pela parte autora contra acórdão que negou provimento a recurso inominado interpostopelo INSS, mantendo sentença que julgou procedente pedido de revisão da renda mensal inicial de benefício previdenciário,mediante a aplicação do art. 29, §5º. da Lei 8.213/91.2. Sustenta a embargante que, embora o recurso interposto pelo INSS tenha sido desprovido, não houve condenação dorecorrente ao pagamento de honorários advocatícios. Alega, nesses termos, ocorrência de omissão passível de ser sanadavia embargos.3. Assiste razão à recorrente. A decisão embargada negou provimento ao recurso inominado interposto pelo INSS,mantendo a sentença por seus próprios fundamentos. Silenciou, todavia, quanto à fixação dos honorários advocatíciosdevidos pela parte recorrente – integralmente vencida – nos termos do art. 55, segunda parte, da Lei 9.099/95.4. Constatada a omissão apontada, deve ser a mesma sanada, fixando-se os honorários advocatícios no percentual de10% sobre o valor da condenação.5. Embargos de declaração acolhidos, para condenar o INSS ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em 10%sobre o valor da condenação. Sem custas e honorários nestes embargos.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo ACOLHER os embargos de declaração opostos pela parte autora,nos termos da ementa que integra o presente julgado.

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31 - 2007.50.50.010364-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DASILVEIRA.) x JOELMA MARTINS (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE, SARITA DO NASCIMENTO FREITAS,MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANA MERCEDES MILANEZ.).EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE NO JULGADO –INCONFORMISMO – EMBARGOS REJEITADOS.1. O acórdão embargado rejeitou o recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedentepedido de benefício assistencial. Sustenta o embargante que a Turma Recursal não se manifestou acerca da violação aoart. 203, V, da CF.2. Consta, na decisão recorrida, entendimento jurisprudencial consolidado no sentido de que o limite de ¼ do salário mínimonão é absoluto, podendo ser constatada a miserabilidade a partir de outros elementos. Ademais, o acórdão em telaexpressamente consignou que não há “que se falar em qualquer ofensa aos princípios da separação dos poderes ou daprecedência de fonte de custeio. Além disso, ainda que houvesse violação aos princípios constitucionais invocados (art. 1º;art. 2º, art. 195, §5º; art. 203, V), essa violação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso extraordinário – maspor via reflexa”.3. Inexistência de qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. Embargos para fins exclusivos depré-questionamento. A via dos embargos não é adequada para a manifestação de inconformismo com o que restoudecidido pela Turma Recursal.4. Embargos rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.5. O benefício assistencial deverá ser implantando imediatamente, independentemente do trânsito em julgado do acórdão,conforme requerido à fl. 110.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

32 - 2007.50.53.000737-1/01 EVA FERREIRA DA SILVA (ADVOGADO: MARIA DE FATIMA MONTEIRO, CARLOSAUGUSTO MENDES PEREIRA.) x MINISTERIO PUBLICO FEDERAL (PROCDOR: JULIO DE CASTILHOS.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE NO JULGADO –INCONFORMISMO – EMBARGOS REJEITADOS.1. O acórdão embargado reformou sentença de improcedência de pedido de benefício assistencial. Sustenta o INSS que aTurma Recursal não se manifestou acerca da violação ao art. 203, V, da CF.2. A decisão do STF proferida na Adin 1232-1/DF apenas afirmou a constitucionalidade da norma que prevê o limite legal de¼ do salário mínimo. Este efeito vinculante não veda a possibilidade do processo de interpretação judicial integrar oconceito legal de necessidade econômica (limite objetivo de ¼ do salário mínimo), sem declará-lo inconstitucional, comoutros critérios.3. Inexistência de qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. Embargos para fins exclusivos depré-questionamento. A via dos embargos não é adequada para a manifestação de inconformismo com o que restoudecidido pela Turma Recursal.4. Embargos rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

33 - 2007.50.50.009147-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIODA SILVA.) x ADELINA MARIA CALLOT BARDT (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x OS MESMOS.EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE NO JULGADO –INCONFORMISMO – EMBARGOS REJEITADOS.1. O acórdão embargado – que rejeitou o recurso interposto pelo INSS e deu parcial provimento ao recurso apresentadopela parte autora, apenas para alterar a data de início do benefício assistencial – foi fundamentado na jurisprudênciaamplamente dominante. Sustenta o INSS que a Turma Recursal não abordou questão crucial para o deslinde da causa,uma vez que não se manifestou acerca da violação ao art. 203, V, da CF.2. Consta expressamente, na decisão recorrida, entendimento jurisprudencial consolidado no sentido de que o limite de ¼do salário mínimo não é absoluto, podendo ser constatada a miserabilidade a partir de outros elementos. A decisão do STFproferida na Adin 1232-1/DF apenas afirmou a constitucionalidade da norma que prevê o limite legal de ¼ do saláriomínimo. Este efeito vinculante não veda a possibilidade do processo de interpretação judicial integrar o conceito legal denecessidade econômica (limite objetivo de ¼ do salário mínimo), sem declará-lo inconstitucional, com outros critérios.3. Inexistência de qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. Embargos para fins exclusivos depré-questionamento. A via dos embargos não é adequada para a manifestação de inconformismo com o que restoudecidido pela Turma Recursal.4. Embargos rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados

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Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

34 - 2006.50.01.011924-1/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ALEXANDRE PERON.) x RAMON RAIMUNDO BATISTADOS SANTOS (ADVOGADO: RAMON RAIMUNDO BATISTA DOS SANTOS.).EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE NO JULGADO –INCONFORMISMO – PRÉ-QUESTIONAMENTO – EMBARGOS REJEITADOS.1. A sentença condenou a União Federal a restituir os valores recolhidos a título de contribuição previdenciária incidentesobre os subsídios recebidos pelo autor, entre dez/2001 e dez/2004, na condição de vereador. O acórdão embargadoreformou a sentença somente para limitar a condenação à restituição das contribuições previdenciárias recolhidas até19.09.2004.2. Sustenta a União Federal que não foram explicitados os motivos pelos quais: a) se afastou a incidência da normaconstitucional que determina que norma complementar regulamente normas gerais sobre prescrição tributária; b) foiafastada a disposição contida no art. 4º da Lei Complementar nº 118/2005.3. Inexistência de qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. A via dos embargos não é adequada para amanifestação de inconformismo com o que restou decidido pela Turma Recursal.4. De todo modo, a simples oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequestionamento da matéria. Nessesentido:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA PORINVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO.AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DEDECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS.1. O acórdão decidiu a questão de forma clara e bem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente.Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquer dos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração,uma vez que o julgador não está obrigado a analisar cada um dos argumentos expendidos pelas partes, com o específicofim de satisfazer ao prequestionamento.2. O Supremo Tribunal Federal, prestigiando sua Súmula n. 356, firmou posição no sentido de considerar prequestionada amatéria constitucional objeto do recurso extraordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo aquo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em11/02/2003).3. Embargos de Declaração rejeitados.(TNU, Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal 200663050009638, Relator Juiz Federal Otávio HenriqueMartins Port, Fonte DJ 08/01/2010).5. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

35 - 2009.50.51.000670-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DEMORAES SENTO-SÉ REIS.) x JAIR ZAVA (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.) x OS MESMOS.E M E N T APREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DIB A PARTIR DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE DEREABILITAÇÃO. CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

1. Recurso interposto pela parte autora e pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de concessão deauxilio-doença desde o requerimento administrativo. Sustenta o INSS, em suas razões recursais, que a DIB deve ser fixadaa partir da juntada do laudo pericial aos autos, visto que o perito não soube precisar a data do início da incapacidade. Aparte autora, por sua vez, alegou, ter direito à aposentadoria por invalidez, pois está incapacitada em caráter irreversível enão está obrigada a se submeter a processo cirúrgico, além de suas condições pessoais impossibilitarem sua reabilitação.Contrarrazões do autor às fls. 82/84 e do INSS às fls. 88/92.

2. O autor está incapacitado parcial e temporariamente para o exercício de sua atividade habitual (lavrador), em virtude deartrose na lombar e no joelho, conforme laudo de fl. 48. Embora o perito do juízo não tenha precisado a data de início daincapacidade, os documentos juntados à fl. 18, datados em setembro, outubro e novembro de 2008, permitem constatarque à época do requerimento administrativo (11/11/2008 - fl. 17) o autor já se encontrava incapacitado para o exercício desua atividade habitual, devendo ser mantido o entendimento proferido pelo juízo a quo.

3. A sentença merece reforma, entretanto, no tocante à conversão do benefício de auxílio-doença em aposentadoria porinvalidez. Levando-se em conta a idade do autor (55 anos – fl. 13), a experiência restrita ao exercício da profissão detrabalhador rural, a natureza da enfermidade (doença degenerativa – artrose em coluna lombar e joelhos, conforme quesito01 de fl. 48), inexistem condições razoáveis de reabilitação para o exercício de outra atividade. As regras da experiênciapermitem concluir, ainda, que a continuidade do labor rural pelo autor pode agravar sua situação clínica.

4. O perito do juízo concluiu, ainda, que a artrose no joelho do autor é de caráter irreversível, mas que eventualmentepoderia ser tratada com procedimento cirúrgico. Portanto, não há garantia de que esta melhora efetivamente ocorrerá.

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Ademais, o recorrente não é obrigado a se submeter a uma intervenção cirúrgica – art. 77 do Decreto 3.048/99. Ajurisprudência se posiciona nesse mesmo sentido. Precedente: TRF 1ª Região, AC 9101171151, Segunda Turma, DJ07.08.2000, p. 31. Não há dúvida, que o recorrente está incapacitado total e definitivamente para o trabalho, e que areabilitação é mera hipótese, o que autoriza a concessão de aposentadoria por invalidez. Como não houve requerimentoadministrativo de aposentadoria por invalidez, esta é devida a partir da citação (31/07/2009 – fl. 48, verso), nos termos doart. 219 do CPC.

5. Recurso interposto pelo INSS conhecido e não provido. Recurso interposto pela parte autora conhecido e provido paraconverter o benefício de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez a partir da citação (31.07.2009 – fl. 48, verso), bemcomo ao pagamento dos atrasados, autorizada a compensação entre os valores devidos a título de aposentadoria porinvalidez e os recebidos no mesmo período a título de auxílio – doença, acrescidos de correção monetária, conforme tabelado CJF, e juros moratórios de 1% ao mês a contar da citação e até 29.06.2009 (data do advento da Lei 11960 / 2009). Apósessa data, atualização na forma do art. 1º F da Lei 9494 / 97, com a redação que lhe foi dada pela Lei 11960 /2009. Semcustas e honorários (art. 55 da Lei nº. 9.099/95).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS e DAR PROVIMENTO ao recursointerposto pela autora, nos termos da ementa – parte integrante deste julgado.

36 - 2008.50.50.002675-6/01 NEUSA MARIA BRAZ FELÍCIO (ADVOGADO: ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.E M E N T A

AUXÍLIO-DOENÇA. ANULAÇÃO DO PROCESSO. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO. EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE EQUALIDADE DE SEGURADA À EPOCA DO INDEFERIMENTO ADMINISTRATIVO. PAGAMENTO DAS PARCELASATRASADAS. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedidoformulado na inicial. A autora alega, em suas razões recursais, que a própria perícia do INSS reconheceu a suaincapacidade laborativa e o perito judicial ratificou a existência da incapacidade à época da avaliação pericial. Requer,ainda, anulação do processo, por cerceamento de defesa, vez que não foi juntado aos autos o processo administrativo –diligência requerida e deferida pelo juízo, mas não efetivada. Contrarrazões as fls. 107/108.

2.O laudo pericial (fls. 60/61 e 65) atesta que a autora é portadora de artrose lombar com protusão discal, mas nãoapresenta restrições de movimentos. Concluiu que, apesar da existência de protusão discal associado ao estreitamentoparcial dos respectivos foramens, as lesões degenerativas são incipientes, não demonstrando quadro que impliqueincapacidade para o trabalho. Apenas, em face de exame de ressonância magnética realizado em 02.10.2007, ressaltouque naquela época poderia haver incapacidade por crise temporária causadora de dor.

3. A perícia do INSS constatou a incapacidade da autora para o exercício de sua atividade habitual (empregada doméstica).Contudo seu requerimento administrativo foi indeferido, pela constatação de que a incapacidade preexistia à época dafiliação, conforme documento de fl. 40. Compulsando os autos, verifico que a CTPS à fl. 28 demonstra que a autoramanteve vínculos trabalhistas no período de 2001 a 2008, ou seja, a recorrente não deixou de laborar e manteve a suaqualidade de segurada. Ocorre que seu empregador não cumpriu a sua obrigação de recolher as contribuiçõesprevidenciárias devidamente, nos termos do art. 24 da Lei 8.212/91, o que não pode prejudicar a parte autora, quecomprovou a existência do vínculo de trabalho.

4. Portanto, o pagamento do auxílio-doença durante o período de 03.10.2007 até a realização do laudo judicial (31.10.2008)é devido, pois (1) a incapacidade da autora foi reconhecida administrativamente pelo INSS e; (2) a perícia judicialreconheceu as lesões degenerativas alegadas e confirmou a possibilidade de que tenham gerado incapacidade nopassado, embora no momento da elaboração do laudo não tenha sido constatada incapacidade. A autora comprovou a suaqualidade de segurada durante a carência do benefício.

5. Finalmente, rejeito a alegação de nulidade do processo por ofensa ao princípio do contraditório. O reconhecimento dequalquer nulidade processual pressupõe a constatação de prejuízo à parte, o que não ocorreu, vez que qualquer vício doprocesso administrativo já foi superada pela existência do processo judicial, com realização de perícia médica quereconheceu a possibilidade de incapacidade no momento do processo administrativo.

6. Por fim, não é possível acolher a alegação de que o salário da autora era maior do que o registrado na CTPS, uma vezque prova alguma foi produzida nesse sentido.

7. Recurso interposto pela parte autora conhecido e parcialmente provido para reformar a sentença e condenar o INSS aopagamento das parcelas de auxílio-doença retroativas ao período compreendido entre 03/10/2007 e 31/10/2008, corrigidasmonetariamente, desde a data em que cada parcela foi devida, na forma da tabela para ações condenatórias do CJF, eacrescidos de juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação e até 29/06/2009 (data do advento da Lei 11960 / 2009).Após 30.06.2009, deve-se aplicar a correção prevista no art. 1º - F da Lei 9494 / 97 com a redação dada pela Lei 11960 /

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2009. Sem custas e honorários (art. 55 da Lei nº. 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO interposto PELAPARTE AUTORA, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

37 - 2006.50.50.005459-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIROPAIVA.) x GERALDO MAGELA PINTO (DEF.PUB: LUCIANO ANTONIO FIOROT.).E M E N T AAMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DO ESTATUTO DO IDOSO. MISERABILIDADEDEMONSTRADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face de sentença que, aplicando analogicamente o art. 34 – parágrafo únicoda Lei nº. 10.741/2003, excluiu do cálculo da renda familiar, o valor da aposentadoria recebida pela mãe idosa do autor, novalor de um salário mínimo, e julgou procedente o pedido de concessão do benefício de prestação continuada. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que: (1) o Poder Judiciário deve analisar o caso concreto a partir dos critériosobjetivos previstos em lei e, caso contrário, a sentença recorrida estaria declarando a inconstitucionalidade do artigo 20 daLei 8.742/93; (2) não cabe a aplicação do artigo 34, parágrafo único da Lei nº. 10.741/2003, porque não foi um idoso quemauferiu o benefício assistencial, conforme dispõe o referido artigo. Contrarrazões às fls. 163/175.2. O laudo sócio-econômico de fls. 105/118 revela que o grupo familiar em questão, com observância ao disposto no art. 20,§ 1º, da Lei 8742/93, é formado pelo autor (45 anos) e sua mãe dosa (84 anos), que aufere mensalmente a quantia de umsalário mínimo, provenientes de sua aposentadoria. O ponto controvertido restringe-se ao fato de a renda per capita sersuperior ao critério legal.3. O Estatuto do Idoso, em seu art. 34, parágrafo único, estabelece que o benefício assistencial já concedido a outromembro da família não será computado no cálculo da renda per capita do grupo familiar do idoso. A jurisprudência vemconferindo interpretação extensiva ao dispositivo, concebendo que eventual benefício previdenciário, no valor mínimo,também seja desconsiderado no referido cálculo (TNU - Pedido de Uniformização - processo 200543009040184 - DJU02/10/2007).4. Esta Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo firmou entendimento nesse sentido, consoanteos termos do enunciado 46 de sua súmula: A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimoconcedida a pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar percapita a que se refere o art. 20, §3º, da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34,parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (DIO – Boletim da Justiça Federal, 06/04/2009, p. 03).5. “O exame dos votos proferidos no julgamento revela que o Supremo Tribunal apenas declarou que a norma do art. 20 eseu § 3º da Lei n. 8.742/93 não apresentava inconstitucionalidade ao definir limites gerais para o pagamento do benefício aser assumido pelo INSS, ora Reclamante. Mas não afirmou que, no exame do caso concreto, o juiz não poderia fixar o quese fizesse mister para que a norma constitucional do art. 203, inc. V, e demais direitos fundamentais e princípiosconstitucionais se cumprissem rigorosa, prioritária e inescusavelmente. (...) De se concluir, portanto, que o SupremoTribunal teve por constitucional, em tese (cuidava-se de controle abstrato), a norma do art. 20 da Lei n. 8.742/93, mas nãoafirmou inexistirem outras situações concretas que impusessem atendimento constitucional e não subsunção àquelanorma” (STF, Rcl 3805/SP, Min. Carmen Lúcia, DJ 18/10/2006, p.00041).6. Nesses termos, a hipótese dos autos retrata aplicação da analogia ao caso concreto para integração do ordenamentojurídico, não havendo que se falar em qualquer ofensa aos princípios da separação dos poderes ou da precedência de fontede custeio. Além disso, ainda que houvesse violação aos princípios constitucionais invocados (art. 1º; art. 2º; art. 195, § 5º;art. 203, V), essa violação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso extraordinário – mas por via reflexa. Nessesentido: JEF - TRF1 -200535007224856 UF: GO - 1ª Turma Recursal - DJGO 28/06/2006.7. Por tais razões, bem como em face dos gastos retratados, com medicamentos para o autor, que está incapacitado total edefinitivamente para o trabalho, e sua mãe – que também possui saúde debilitada – devido à artrose, labirintite, artrite,osteoporose e pressão arterial baixa (fl. 107) –, além das despesas com manutenção da casa, verifico comprovada amiserabilidade que autoriza a concessão do benefício, conforme assentado na decisão recorrida.8. Recurso não provido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 1.000,00. Semcustas (art. 4º - I, Lei 9.289/96).A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementa, que integra o presente julgado.

38 - 2006.50.51.002085-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOSMALAFAIA COSTA.) x FRANCISCO DE ASSIS BRUNI REP POR JOSE ANTONIO BRUNI (ADVOGADO: LILIANBELISARIO DOS SANTOS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. RENDA SUPERIOR A ¼ POR

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PESSOA. MISERABILIDADE COMPROVADA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de beneficioassistencial ao deficiente. Sustenta o recorrente que a renda per capita do grupo familiar é superior a ¼ do salário mínimo,pois integram o grupo familiar apenas o autor e seus pais, razão pela qual o benefício não seria devido. Contrarrazões àsfls. 95/98.

O relatório social de fls. 48/49 revela que o autor reside com seu pai, sua mãe, seu sobrinho, e três irmãs. Entretanto, seinserem no grupo familiar, com observância ao disposto no art. 20, § 1°, da Lei 8742/93, apenas o auto r e seus pais, pois osdemais familiares não estão elencados no referido artigo.

A renda da família se resume à aposentadoria que a mãe do autor recebe – no valor de um salário mínimo –, e ao cultivo docafé, milho e feijão – com lucro em torno de R$ 37,50, uma vez que o valor total (R$ 150,00) deve ser rateado por quatro,pois o pai do autor e suas irmãs trabalham na lavoura. Há ainda, o valor de R$ 80,00 recebidos a título de bolsa-família.Assim, a renda per capita familiar supera ¼ do salário mínimo. No entanto, a jurisprudência é predominante no sentido deque o limite de ¼ do salário mínimo não é absoluto, podendo ser aferida a miserabilidade a partir de outros elementos,embora a renda per capita seja superior.

Conforme atesta a assistente social à fl. 49, o autor e sua família “moram em zona rural e de difícil acesso e as condiçõesde moradia por sua vez não são boas (casa de madeira e em péssimas condições de habitalidade). O que ganham mal dápra suprir as necessidades básicas da família com alimentação, medicamentos e tratamento de saúde.”. Ademais, o autor éportador de doença mental, apresentando crises e baixo rendimento intelectual, o que o impede se inserir no mercado detrabalho – fl. 62, quesito 07. Nesse sentido, está preenchido o requisito de miserabilidade.

O cancelamento do enunciado 11 da TNU não implica afirmação do contrário, ou seja, de que o limite legal de 1/4 do saláriomínimo é absoluto.

O STF, no julgamento de ação direta de inconstitucionalidade n° 1232, decidiu que deve ser aplicado o critério objetivofixado pela norma (art. 20, § 3º da Lei 8.742/93) não cabendo interpretação do citado dispositivo legal de forma diversa. Nopresente caso, não há que se falar em inconstitucionalidade da regra, mas de lhe conferir interpretação em consonânciacom o princípio da dignidade da pessoa, no sentido de se reconhecer a possibilidade de que esse parâmetro objetivo sejaconjugado, no caso concreto, com outros fatores indicativos do estado de penúria do cidadão. “O exame dos votosproferidos no julgamento revela que o Supremo Tribunal apenas declarou que a norma do art. 20 e seu § 3º da Lei n.8.742/93 não apresentava inconstitucionalidade ao definir limites gerais para o pagamento do benefício a ser assumido peloINSS, ora Reclamante. Mas não afirmou que, no exame do caso concreto, o juiz não poderia fixar o que se fizesse misterpara que a norma constitucional do art. 203, inc. V, e demais direitos fundamentais e princípios constitucionais secumprissem rigorosa, prioritária e inescusavelmente. (...) De se concluir, portanto, que o Supremo Tribunal teve porconstitucional, em tese (cuidava-se de controle abstrato), a norma do art. 20 da Lei n. 8.742/93, mas não afirmou inexistiremoutras situações concretas que impusessem atendimento constitucional e não subsunção àquela norma” (STF, Rcl3805/SP, Min. Carmen Lúcia, DJ 18/10/2006, p.00041).

Recurso conhecido e não provido. Sem custas. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios nomontante de 10 % sobre o valor da condenação, nos termos do art. 20, § 4º do CPC.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementa que integra o presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

39 - 2008.50.52.000786-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.) x DOLORES DOS SANTOS AMERICO (ADVOGADO: MARIA DE LOURDES COIMBRA DE MACEDO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. SENTENÇA EXTRA PETITA. EXCESSODE FORMALISMONa petição inicial, foi deduzido pedido de condenação do INSS a conceder aposentadoria por idade de trabalhador rural. Asentença, porém, considerou que a recorrida completou tempo de contribuição suficiente para preencher a carência daaposentadoria por idade na modalidade urbana.A sentença não extrapolou os limites da lide quanto ao pedido: condenou o INSS a conceder aposentadoria por idade, amesma espécie de benefício requerida na petição inicial. A aposentadoria por idade para o trabalhador urbano e para otrabalhador rural constitui a mesma espécie de benefício previdenciário (espécie 41), apesar da redução de idade com queo trabalhador rural é contemplado.A sentença, a rigor, extrapolou os limites da lide quanto à causa de pedir, desde que se baseou em fundamentos estranhos

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à causa de pedir deduzida na petição inicial: o recolhimento de contribuições previdenciárias na qualidade de seguradoempregado, para fins de preenchimento de carência, não foi alegado na peça exordial. Não obstante, o recolhimento dascontribuições previdenciárias constitui fato que não pode ser recusado pelo INSS, uma vez que os dados constantes doCadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS valem como prova de tempo de contribuição (fls. 48/49). Ademais, nadata de entrada do requerimento administrativo, a segurada já havia completado a idade mínima para a aposentadoria poridade mesmo sem a redução de limite etário prevista para o trabalhador rural. Nessas condições, constituiria desarrazoadoexcesso de formalismo anular a sentença.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em R$ 500,00.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo, por maioria, negar provimento ao recurso. Vitória, 30 de setembro de 2010.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

40 - 2008.50.51.001607-3/01 LALI RODRIGUES (ADVOGADO: URBANO LEAL PEREIRA, JOSÉ DE OLIVEIRA GOMES,JOSÉ NASCIMENTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DEMORAES SENTO-SÉ REIS.).EMENTA

APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL DA ATIVIDADE RURAL. CARÊNCIACOMPROVADA APÓS A SEPARAÇÃO. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pela autora em face de sentença que julgou improcedente pedido de concessão deaposentadoria rural por idade, considerando que: (1) não ficou provado o efetivo trabalho rural da autora pelo período de 12anos, conforme art. 142 da lei 8.213/91; (2) seu ex-marido não era trabalhador rural, (3) a autora não reside em zona rural enão tem aparência física de trabalhadora rural.2. Sustenta a recorrente que após ter se separado do marido, em 1983, sempre exerceu labor rural junto com a sua família.Contrarrazões às fls. 50/53.3. A autora trouxe aos autos início de prova material da atividade rural: ficha de matrícula do filho, datada em 09.02.1991,em que consta a sua profissão como lavradora (fl. 11), inscrição da autora como segurada especial rural junto ao INSS em13.02.2001 (fl. 13) e contrato de parceria agrícola em nome da autora, datado em 31.03.2003 (fls. 19/21).4. A autora afirmou em audiência que sempre trabalhou na roça, que só teve um vínculo urbano em uma lavanderia por 03anos, quando foi morar em Minas Gerais com seu marido. Ressaltou que está separada há mais de 20 anos e que, desdeentão, tira o seu sustento do plantio de café. A ficha de matrícula de seu filho ratifica que a autora é lavradora, desde pelomenos 1991. As testemunhas, que conhecem a autora há quarenta anos, confirmaram estas informações. Portanto,entendo que a autora demonstrou o labor rural durante o período de carência (12 anos), conforme tabela do art. 142 da Lei8.213/91.5. O fato da autora não residir em zona rural não a impede de ser considerada trabalhadora rural, pois esclareceu emaudiência, que trabalha como meeira na propriedade de seu irmão, que fica a uma distância de vinte minutos de caminhadade sua casa. A verificação judicial acerca da aparência da autora, por sua vez, não constitui elemento seguro de prova paraindeferir benefícios; no máximo, ante a informalidade do procedimento, pode corroborar a qualidade de rurícola..6. O INSS alega, ainda, em sede de contrarrazões, que consta na certidão de casamento da autora, juntada à fl. 07, a suaprofissão como doméstica e de seu ex-marido, operário; ocorre que estes dados referem-se à época do casamento(14.03.1970) e não à época da averbação da separação (25.04.1988). Mesmo que fosse assim, a atividade rural pode serdescontínua (art. 39 da Lei 8.213/91) e a autora demonstrou o exercício de atividade rural desde 1991, ou seja, em dataposterior à da referida certidão, razão pela qual a sentença de improcedência deve ser reformada.7. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada para conceder o benefício desde 13.06.2006, com correção monetáriae juros de mora de 1 % ao mês a contar da citação até a edição da Lei 11960 / 2009, a partir de quando deverá serobservada sua sistemática. Sem custas (art. 4° II – Lei 9.289/96) e honorários.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE AUTORA, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

41 - 2009.50.53.000468-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.) x ERVANDA TEREZINHA SARMENGHI MODENESE (ADVOGADO: JAMILSON SERRANO PORFIRIO.).E M E N T APREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. EXTENSÃO DA PROPRIEDADE. RECOLHIMENTO DECONTRIBUIÇÃO. FATOS QUE NÃO DESCARACTERIZAM A CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL E O REGIME DE

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ECONOMIA FAMILIAR. SENTENÇA MANTIDA.1.Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido deaposentadoria rural. Sustenta o recorrente em sede recursal que autora não pode ser considerada segurada especial, pelosseguintes motivos: (1) a parte autora e seu esposo possuem uma grande propriedade rural (56,5 hectares); (2) o cônjuge daautora é aposentado por invalidez como empresário comerciário e recolheu diversas contribuições como contribuinteindividual, o que descaracteriza o regime de economia familiar da autora. Contrarrazões às folhas 139/157.2. A sentença não merece reparos. A extensão da propriedade, por si só, não é fato que descaracterize o regime deeconomia familiar, uma vez que o conjunto dos fatos autoriza este reconhecimento. “Tratando-se de demandaprevidenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário comosegurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploração em regime de economia familiar” (Súmula 30TNU). Os depoimentos das testemunhas foram coerentes e uníssonos ao afirmarem que a autora e seu marido exercematividade rural em regime de economia familiar. A propriedade da autora tem 56,5 hectares. O módulo fiscal varia de acordocom a região onde está localizado o imóvel rural. Ocorre que, não há nos presentes autos, informação acerca de quanto émódulo fiscal em João Neiva. Contudo, não se pode afirmar, a priori, que a área de 56,5 hectares seja incompatível com oregime de economia familiar. Há regiões no Estado do Espírito Santo em que o módulo fiscal chega a 20 hectares. Registro,apenas, que o limite de 4 módulos fiscais previsto na Lei 11718 / 2008 não se aplica ao tempo de atividade rural anterior,sob pena de retirar do patrimônio jurídico do autor tempo já a ele incorporado. Faz-se a referência apenas a título de reforçode argumentação.3. O fato do cônjuge da recorrida recolher contribuições previdenciárias na qualidade de contribuinte individual, não afasta,por si só, a existência do regime de economia familiar. As três testemunhas confirmaram que o marido da recorrida, mesmoaposentado, continuou a laborar na terra e só parou há pouco tempo, pois sua saúde o privou. Ademais, as testemunhasafirmaram claramente que a recorrida nunca laborou em outra atividade a não ser a rural, além de criar seus filhos com osproventos obtidos no labor rural, o que configura o regime de economia familiar, vez que a renda advinda do trabalho ruralda recorrida era indispensável ao sustento da família. É comum as pessoas se filiarem como contribuinte individual a fim deresguardar benefícios.4. Recurso do INSS conhecido e não provido. Sentença mantida. Condenação da parte recorrente ao pagamento dehonorários advocatícios, fixados no montante de 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, atendendo ao dispostono art. 20, § 4º do CPC c/c art. 55 da Lei nº 9.099/95. Sem custas (art. 4. º, II da Lei 9.289/96).A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa queintegra o presente julgado.

42 - 2007.50.50.007639-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos FigueredoMarçal.) x JOSE DE SOUZA LIMA JUNIOR.EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ART. 29, § 5º DA LEI Nº. 8.213/91. PEDIDO DESOBRESTAMENTO DO PROCESSO INDEFERIDO. BENEFICIO COM DIB ANTERIOR A 29/11/99. RECURSOCONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido,condenando o recorrente a revisar a RMI de aposentadoria por invalidez precedida de auxílio-doença, nos termos do art. 29,§ 5º da Lei nº 8.213/91. Em suas razões, o INSS requer, preliminarmente, a suspensão do processo até o julgamento dapetição 7114-RJ, em cujo rosto o STJ deferiu o sobrestamento dos processos nos quais tenha sido estabelecida acontrovérsia acerca da aplicação do art. 29 §5º da Lei 8.213/91. Requer, ainda, a reforma da sentença, pugnando pelaimprocedência do pedido de revisão; e a incidência dos juros previstos no art. 1º-F da Lei 9494/97, com redação dada pelaLei 11960/09. Sem contrarrazões.

2. Indefiro, inicialmente, a suspensão do feito requerida pelo INSS. Não é o julgamento do recurso pelo tribunal de origemque fica suspenso na sistemática do art. 543-C do CPC, mas sim a remessa do recurso especial eventualmente interposto:o procedimento compreende a escolha de alguns recursos especiais “modelo”, dentre outros repetitivos e conexos, pararemessa ao STJ, e a suspensão dos demais, cuja apreciação fica condicionada ao julgamento do mérito do recursorepresentativo da controvérsia. Ademais, não existe previsão de recurso especial no microssistema dos juizados especiaisfederais, cabendo, tão-somente, incidente de uniformização dirigido ao STJ após o julgamento do pedido de uniformizaçãopela TNU (art. 14, §4º da Lei 10.259/01). Mesmo nesta última hipótese, contudo, são os pedidos de uniformização idênticosque ficam sobrestados na Turma Recursal de origem, aguardando o julgamento do incidente dirigido ao STJ (art. 14, §§ 6 e9 da Lei 10.259/01), não havendo que se falar em suspensão do julgamento do recurso inominado.

3. A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O § 5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivosalário de benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

4. O § 5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes daLei 9.876 / 99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, operíodo imediatamente anterior ao do afastamento (art. 29 caput). A hipótese do § 5º (ou seja, utilização, no período básico

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de cálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefícios por incapacidade intercalados com retorno à atividade. Isto se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

5. A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29caput da Lei 8213 / 91 pela Lei 9876 / 99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5ºfoi revogado. O art. 29 caput atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anterioresao do afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

6. Assim, considerando que o autor se aposentou em 06.07.1999 (fl. 08), isto é, antes da alteração determinada pela Lei9876 / 99, bem como que não houve percepção de benefícios por incapacidade intercalados com retornos à atividade (fls.31/ 33), assiste razão ao recorrente.

7. Recurso conhecido e provido, para reformar a sentença, para julgar improcedente o pleito da inicial. Sem condenação emcustas e honorários (art. 55 da Lei 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

43 - 2007.50.50.007436-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x SEBASTIAO RODRIGUES MOÇO (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. ART. 29, § 5º DA LEI Nº.8.213/91. BENEFICIO COM DIB ANTERIOR A 29/11/99. INEXISTÊNCIA, NO CASO DOS AUTOS, DE PERCEPÇÃO DEBENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE INTERCALADOS COM RETORNOS À ATIVIDADE. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido,condenando o recorrente a revisar a RMI de aposentadoria por invalidez precedida de auxílio-doença, nos termos do art. 29,§ 5º da Lei nº 8.213/91. Em suas razões, o INSS requer: (1) o reconhecimento da prescrição qüinqüenal; (2) a reforma dasentença, pugnando pela improcedência do pedido de revisão; e (3) a incidência dos juros previstos no art. 1º-F da Lei9494/97, com redação dada pela Lei 11960/09. Contrarrazões às fls. 81/89.

2. A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O § 5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivosalário de benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

3. O § 5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes daLei 9.876 / 99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, operíodo imediatamente anterior ao do afastamento (art. 29 caput). A hipótese do § 5º (ou seja, utilização, no período básicode cálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefícios por incapacidade intercalados com retorno à atividade. Isto se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

4. A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29caput da Lei 8213 / 91 pela Lei 9876 / 99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5ºfoi revogado. O art. 29 caput atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anterioresao do afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

5. Assim, considerando que o autor se aposentou em 01.01.97 (fl. 43), isto é, antes da alteração determinada pela Lei 9876/ 99, bem como que não houve percepção de benefícios por incapacidade intercalados com retornos à atividade, assisterazão ao recorrente.

6. Recurso conhecido e provido, para reformar a sentença e julgar improcedente o pleito da inicial. Sem custas (art. 4º - I,Lei 9289/96). Sem condenação ao pagamento de honorários (art. 55 da Lei 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados

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Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

44 - 2008.50.53.000734-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x NATANAEL BARRETO DA SILVA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. RMI. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. SOBRESTAMENTODO FEITO INDEFERIDO. ART. 29, § 5º DA LEI Nº. 8.213/91. BENEFICIO COM DIB POSTERIOR A 29/11/99. REVISÃODEVIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de revisão daRMI de aposentadoria por invalidez mediante a aplicação do art. 29, § 5º da Lei nº. 8.213/91. Em contrarrazões, requer aparte autora o sobrestamento do feito até o julgamento final do RE 583.834-0.Indefiro, inicialmente, o requerimento do recorrido. Não é o julgamento do recurso inominado pela Turma Recursal que ficasuspenso na sistemática da repercussão geral (art. 543-B do CPC), mas sim a remessa do recurso extraordinárioeventualmente interposto: o procedimento compreende a escolha de alguns recursos extraordinários “modelo”, dentreoutros repetitivos e conexos, para remessa ao STF, e o sobrestamento dos demais, cuja apreciação fica condicionada aojulgamento do mérito do recurso representativo da controvérsia.O § 5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876 / 99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29 caput). A hipótese do § 5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalados com retornos à atividade. Isto se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29 caputda Lei 8213 / 91 pela Lei 9876 / 99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29 caput atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3048 / 99, pela qualconsidera-se somente como RMI da aposentadoria por invalidez o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.Assim, considerando que o benefício da parte autora foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9876 / 99 (DIBem 25/04/2004), procede a revisão pleiteada.Com efeito, a aplicação do art. 29, § 5º da Lei 8.213/91 na espécie não afronta os princípios constitucionais aplicáveis àPrevidência Social (seletividade, o caráter contributivo do RGPS e a preservação do equilíbrio financeiro-atuarial),especialmente ao art. 201, caput e § 3º da CF/88, visto que o critério de cálculo utilizado está previsto na própria lei debenefícios. O acolhimento do pedido também não implica violação aos artigos 5º, XXXVI, 195, § 5º, e 201, § 1º, todos daConstituição Federal, pois não se trata de criar critério diferenciado para aposentadoria, mas tão-somente de aplicar a lei aocaso concreto. Ademais, sequer acarreta majoração indevida do benefício sem prévia fonte de custeio, porquanto apenasreflete a adequação do critério de apuração da RMI ao comando legal em vigor.A TNU, no julgamento de pedido de uniformização de interpretação de lei federal referente ao processo nº.2007.51.51.00.2296-4 (julgado em 21/11/2008), entendeu “não ter o decreto o poder de inovar no ordenamento jurídico, deforma que, produzindo tal efeito no artigo 36, § 7º, o Decreto n.º. 3.048/99 extrapolou, nesse ponto, sua funçãoregulamentar. De fato, analisando detidamente os dispositivos pertinentes, percebe-se a existência de afronta ao princípioda hierarquia das leis”.As decisões proferidas pelo STJ no julgamento dos recursos especiais de nº.1.017.520 / SC, 1.036.044 / MG, 1.016.678 /RS e 994.732 / SP cuidam de benefícios concedidos antes da edição da Lei nº. 9.876/99, referindo-se, portanto, à aplicaçãodo §5º. em consonância com a redação original do caput do art. 29 da Lei nº. 8.213 / 91. Sua hipótese, portanto, não seassemelha ao caso em tela, uma vez que a aposentadoria por invalidez da parte autor foi concedida já sob a égide da Lei9.876 / 99.Recurso conhecido e não provido. Sem custas (art. 4º-I, Lei 9.289/96). Condenação do recorrente ao pagamento dehonorários advocatícios fixados em 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO interposto pelo INSS, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

45 - 2008.50.50.003965-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.) x MARIA SOLANJA PAGEL DE AZEVEDO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. RMI. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. SOBRESTAMENTO

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DO FEITO INDEFERIDO. ART. 29, § 5º DA LEI Nº. 8.213/91. BENEFICIO COM DIB POSTERIOR A 29 / 11 / 99. REVISÃODEVIDA. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL JÁ RECONHECIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇAMANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de revisão daRMI de aposentadoria por invalidez mediante a aplicação do art. 29, § 5º da Lei nº. 8.213/91. Em suas razões, sustenta que:(1) a revisão é indevida, pois a sistemática de cálculo correta é a disposta no art. 36, §7º, do Decreto nº 3.048/1999; e (2) asentença violou os arts. 2º e 5º, XXXVI, 201, §1º, e 195, §5º da CR/88. Subsidiariamente, pleiteia o reconhecimento daprescrição qüinqüenal. Contrarrazões às fls. 76/89, requerendo o sobrestamento do feito até o julgamento final do RE583.834-0.

2. Indefiro, inicialmente, o requerimento da recorrida. Não é o julgamento do recurso inominado pela Turma Recursal quefica suspenso na sistemática da repercussão geral (art. 543-B do CPC), mas sim a remessa do recurso extraordinárioeventualmente interposto: o procedimento compreende a escolha de alguns recursos extraordinários “modelo”, dentreoutros repetitivos e conexos, para remessa ao STF, e o sobrestamento dos demais, cuja apreciação fica condicionada aojulgamento do mérito do recurso representativo da controvérsia.

3. Sentença mantida por seus próprios fundamentos (Lei 9099 / 95 – art. 46). Com efeito, a aplicação do art. 29, § 5º da Lei8.213/91 na espécie não afronta os princípios constitucionais aplicáveis à Previdência Social (seletividade, o carátercontributivo do RGPS e a preservação do equilíbrio financeiro-atuarial), especialmente ao art. 201, caput e § 3º da CF/88,visto que o critério de cálculo utilizado está previsto na própria lei de benefícios. O acolhimento do pedido também nãoimplica violação aos artigos 5º, XXXVI, 195, § 5º, e 201, § 1º, todos da Constituição Federal, pois não se trata de criarcritério diferenciado para aposentadoria, mas tão-somente de aplicar a lei ao caso concreto. Ademais, sequer acarretamajoração indevida do benefício sem prévia fonte de custeio, porquanto apenas reflete a adequação do critério de apuraçãoda RMI ao comando legal em vigor.

4. A TNU, no julgamento de pedido de uniformização de interpretação de lei federal referente ao processo nº.2007.51.51.00.2296-4 (julgado em 21/11/2008), entendeu “não ter o decreto o poder de inovar no ordenamento jurídico, deforma que, produzindo tal efeito no artigo 36, § 7º, o Decreto n.º. 3.048/99 extrapolou, nesse ponto, sua funçãoregulamentar. De fato, analisando detidamente os dispositivos pertinentes, percebe-se a existência de afronta ao princípioda hierarquia das leis”.

5. As decisões proferidas pelo STJ no julgamento dos recursos especiais de nº.1.017.520 / SC, 1.036.044 / MG, 1.016.678 /RS e 994.732 / SP cuidam de benefícios concedidos antes da edição da Lei nº. 9.876/99, referindo-se, portanto, à aplicaçãodo §5º. em consonância com a redação original do caput do art. 29 da Lei nº. 8.213 / 91. Sua hipótese, portanto, não seassemelha ao caso em tela, uma vez que a aposentadoria por invalidez da parte autor foi concedida já sob a égide da Lei9.876 / 99.

6. Quanto ao pedido de reconhecimento da prescrição quinquenal, inexiste interesse recursal, pois a sentença já ressalvoua prescrição quinquenal.

7. Recurso conhecido e não provido. Sem custas (art. 4º-I, Lei 9.289/96). Condenação do recorrente ao pagamento dehonorários advocatícios fixados em 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO interposto pelo INSS, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

46 - 2009.50.53.000504-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x OSMAR ANTONIO BERGAMASCHI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. RMI. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. SOBRESTAMENTODO FEITO INDEFERIDO. ART. 29, § 5º DA LEI Nº. 8.213/91. BENEFICIO COM DIB POSTERIOR A 29/11/99. REVISÃODEVIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de revisão daRMI de aposentadoria por invalidez mediante a aplicação do art. 29, § 5º da Lei nº. 8.213/91. Em contrarrazões, requer aparte autora o sobrestamento do feito até o julgamento final do RE 583.834-0.Indefiro, inicialmente, o requerimento do recorrido. Não é o julgamento do recurso inominado pela Turma Recursal que ficasuspenso na sistemática da repercussão geral (art. 543-B do CPC), mas sim a remessa do recurso extraordinárioeventualmente interposto: o procedimento compreende a escolha de alguns recursos extraordinários “modelo”, dentreoutros repetitivos e conexos, para remessa ao STF, e o sobrestamento dos demais, cuja apreciação fica condicionada aojulgamento do mérito do recurso representativo da controvérsia.O § 5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei

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9.876 / 99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29 caput). A hipótese do § 5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalados com retornos à atividade. Isto se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29 caputda Lei 8213 / 91 pela Lei 9876 / 99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29 caput atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3048 / 99, pela qualconsidera-se somente como RMI da aposentadoria por invalidez o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.Assim, considerando que o benefício da parte autora foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9876 / 99 (DIBem 03.06.2004), procede a revisão pleiteada.Com efeito, a aplicação do art. 29, § 5º da Lei 8.213/91 na espécie não afronta os princípios constitucionais aplicáveis àPrevidência Social (seletividade, o caráter contributivo do RGPS e a preservação do equilíbrio financeiro-atuarial),especialmente ao art. 201, caput e § 3º da CF/88, visto que o critério de cálculo utilizado está previsto na própria lei debenefícios. O acolhimento do pedido também não implica violação aos artigos 5º, XXXVI, 195, § 5º, e 201, § 1º, todos daConstituição Federal, pois não se trata de criar critério diferenciado para aposentadoria, mas tão-somente de aplicar a lei aocaso concreto. Ademais, sequer acarreta majoração indevida do benefício sem prévia fonte de custeio, porquanto apenasreflete a adequação do critério de apuração da RMI ao comando legal em vigor.A TNU, no julgamento de pedido de uniformização de interpretação de lei federal referente ao processo nº.2007.51.51.00.2296-4 (julgado em 21/11/2008), entendeu “não ter o decreto o poder de inovar no ordenamento jurídico, deforma que, produzindo tal efeito no artigo 36, § 7º, o Decreto n.º. 3.048/99 extrapolou, nesse ponto, sua funçãoregulamentar. De fato, analisando detidamente os dispositivos pertinentes, percebe-se a existência de afronta ao princípioda hierarquia das leis”.As decisões proferidas pelo STJ no julgamento dos recursos especiais de nº.1.017.520 / SC, 1.036.044 / MG, 1.016.678 /RS e 994.732 / SP cuidam de benefícios concedidos antes da edição da Lei nº. 9.876/99, referindo-se, portanto, à aplicaçãodo §5º. em consonância com a redação original do caput do art. 29 da Lei nº. 8.213 / 91. Sua hipótese, portanto, não seassemelha ao caso em tela, uma vez que a aposentadoria por invalidez da parte autor foi concedida já sob a égide da Lei9.876 / 99.Recurso conhecido e não provido. Sem custas (art. 4º-I, Lei 9.289/96). Condenação do recorrente ao pagamento dehonorários advocatícios fixados em 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO interposto pelo INSS, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

47 - 2007.50.50.008116-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x RUDNEIA RAMOS QUEIROZ DOS SANTOS (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMONHOLLIDAY.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA.NULIDADE PARCIAL RECONHECIDA DE OFÍCIO: SENTENÇA EXTRA-PETITA NA PARTE EM QUE ACOLHEU AAPLICAÇÃO DA REGRA DO ART. 29 – II DA LEI 8213 / 91. BENEFICIO COM DIB POSTERIOR A 29/11/99. REVISÃODEVIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido,para condenar o réu a recalcular a RMI do benefício de pensão por morte da parte autora, precedido de aposentadoria porinvalidez, na forma do § 5º do art. 29 da Lei 8.213/91. Contrarrazões fls. 91/95.

2. Na sentença, o magistrado entendeu que seria mais correto adotar inteiramente os cálculos apresentados pelaContadoria do Juízo (fls. 42/50), já que promoviam a adequação do benefício de aposentadoria por invalidez – queprecedeu a pensão por morte da autora – na forma do art. 29, II e §5º, da Lei 8.213/91. Pela leitura da inicial, todavia,depreende-se que a questão controvertida, se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do § 5º do art. 29 da Lei8213 / 99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversão de auxílio-doença, seno cálculo da RMI daquele devem ser considerados como salário-de-contribuição o salário-de-benefício deste. Agora, quala definição do salário-de-benefício, se a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes aoitenta por cento de todo o período contributivo (art. 29 – II da Lei 8213 / 99) ou a soma dos salários-de-contribuição divididopelo número de contribuições apurado para o caso de contar o segurado com menos de cento e quarenta e quatrocontribuições mensais no período contributivo, trata-se de questão estranha ao objeto da lide e não passível de resoluçãona sentença por ausência de pedido expresso. Por conseguinte, o tópico da sentença em que se determina a aplicação da

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regra do art. 29 – II da Lei 8213 / 91 com a redação dada pela Lei 9876 / 99, em relação à aposentadoria por invalidez, aofundamento de que o decreto extrapolou os limites do poder regulamentar, está nitidamente em descompasso com oslimites objetivos da lide. Nesse sentido, ocorreu julgamento extra-petita.

3. O § 5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes daLei 9.876 / 99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, operíodo imediatamente anterior ao do afastamento (art. 29 caput). A hipótese do § 5º (ou seja, utilização, no período básicode cálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalados com retornos à atividade. Isto se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

4. A tese do autor tem total aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29 caput daLei 8213 / 91 pela Lei 9876 / 99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29 caput atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

5. Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3048 / 99, pelaqual considera-se somente como RMI da aposentadoria por invalidez o equivalente a 100 % do salário-de-benefício queserviu de base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critériosgerais de atualização.

6. Assim, considerando que a aposentadoria por invalidez, a qual precedeu a pensão por morte percebida pela autora, foiconcedida em 17.12.2004 (fl. 37), isto é, após a alteração determinada pela Lei 9876 / 99, resta procedente a revisãopleiteada nos moldes do art. 29, §5º, da Lei 8.213/91.

7. A TNU, no julgamento de pedido de uniformização de interpretação de lei federal referente ao processo nº.2007.51.51.00.2296-4 (julgado em 21/11/2008), entendeu “não ter o decreto o poder de inovar no ordenamento jurídico, deforma que, produzindo tal efeito no artigo 36, § 7º, o Decreto n.º. 3.048/99 extrapolou, nesse ponto, sua funçãoregulamentadora. De fato, analisando detidamente os dispositivos pertinentes, percebe-se a existência de afronta aoprincípio da hierarquia das leis”.

8. As decisões proferidas pelo STJ no julgamento dos recursos especiais de nº.1.017.520 / SC, 1.036.044 / MG e 1.016.678/ RS e 994.732 / SP cuidam de benefícios concedidos antes da edição da Lei nº. 9.876/99, referindo-se, portanto, àaplicação do §5º. em consonância com a redação original do caput do art. 29 da Lei nº. 8.213 / 91. Sua hipótese, portanto,não se assemelha ao caso em tela, uma vez que a aposentadoria por invalidez do autor foi concedida já sob a égide da Lei9.876 / 99.

9. Sentença reformada de ofício, reconhecido o julgamento extra-petita, para excluir da condenação o comando deaplicação da regra do art. 29 – II da Lei 8213 / 91 presente nos cálculos apresentados pela Contadoria do Juízo às fls.42/50. Recurso do INSS conhecido e não provido. Sem custas (art. 4, I, Lei 9.289/96). Condenação em honorários nopercentual de 10% (dez por cento) do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, REFORMAR A SENTENÇA DE OFÍCIO, RECONHECENDONULIDADE PARCIAL E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, na forma da ementa constante dos autos, quefica fazendo parte integrante do presente julgado.

48 - 2008.50.50.006025-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x CLOVES GOMES DOS SANTOS (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS, ROGERIO SIMOESALVES, ANA CRISTINA DELACIO ABREU.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. BENEFICIO COM DIBPOSTERIOR A 29/11/99. REVISÃO DEVIDA. NULIDADE PARCIAL RECONHECIDA DE OFÍCIO: SENTENÇAEXTRA-PETITA NA PARTE EM QUE DETERMINOU A APLICAÇÃO DA REGRA DO ART. 29 – II DA LEI 8213 / 91 NORECÁLCULO DA RMI DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido, para condenaro réu a recalcular a RMI do benefício de aposentadoria por invalidez da parte autora na forma do § 5º do art. 29 da Lei8.213/91, bem como a revisar o salário-de-benefício do auxílio-doença/aposentadoria por invalidez de acordo com o inciso IIdo mesmo artigo antes citado. Em suas razões, a autarquia questionou somente a revisão na forma do art. 29, §5º, da Lei8.213/91. Contrarrazões fls. 65/69.

2. Pela leitura da inicial, depreende-se que o autor se limitou a requerer (1) a revisão do salário-de-benefício do

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auxílio-doença considerando a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta porcento de todo o período contributivo (art. 29 – II da Lei 8213 / 99) e (2) a elaboração de novo cálculo da RMI do benefício deaposentadoria por invalidez reputando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício do auxílio-doença(já recalculado) que serviu de base para a renda mensal (art. 29, §5º, Lei 8.213/91). Em sentença, o pleito foi julgadoprocedente, de modo a condenar o INSS a recalcular a RMI da aposentadoria por invalidez na forma do art. 29, §5º, da Lei8.213/91 e a revisar o salário-de-benefício do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez nos moldes do inc. II do art.29 da Lei 8.213/91. Logo, percebe-se que ocorreu julgamento extra-petita, pois o tópico da sentença que determinou orecálculo da aposentadoria por invalidez mediante a aplicação do art. 29, II, da Lei 8.213/91 está nitidamente emdescompasso com os limites objetivos da lide. Isso porque, pela leitura da inicial depreende-se que a questão controvertida,quanto à revisão da aposentadoria, se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do § 5º do art. 29 da Lei 8213 /99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversão de auxílio-doença, se nocálculo da RMI daquele devem ser considerados como salário-de-contribuição o salário-de-benefício deste. Agora, qual adefinição do salário-de-benefício, se a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes aoitenta por cento de todo o período contributivo (art. 29 – II da Lei 8213 / 99) ou a soma dos salários-de-contribuição divididopelo número de contribuições apurado para o caso de contar o segurado com menos de cento e quarenta e quatrocontribuições mensais no período contributivo, trata-se de questão estranha ao objeto da lide – quanto à aposentadoria porinvalidez - e não passível de resolução na sentença por ausência de pedido expresso. Por conseguinte, o tópico dasentença em que se determina a aplicação da regra do art. 29 – II da Lei 8213 / 91 com a redação dada pela Lei 9876 / 99,em relação à aposentadoria por invalidez, ao fundamento de que o decreto extrapolou os limites do poder regulamentar,está nitidamente em descompasso com os limites objetivos da lide. Nesse sentido, ocorreu julgamento extra-petita.

3. O § 5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes daLei 9.876 / 99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, operíodo imediatamente anterior ao do afastamento (art. 29 caput). A hipótese do § 5º (ou seja, utilização, no período básicode cálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalados com retornos à atividade. Isto se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

4. A tese do autor tem total aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29 caput daLei 8213 / 91 pela Lei 9876 / 99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29 caput atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

5. Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3048 / 99, pelaqual considera-se somente como RMI da aposentadoria por invalidez o equivalente a 100 % do salário-de-benefício queserviu de base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critériosgerais de atualização.

6. Assim, considerando que a aposentadoria por invalidez do autor foi concedida em 13.05.2003 (fl. 28), isto é, após aalteração determinada pela Lei 9876 / 99, resta procedente a revisão pleiteada, nos moldes do art. 29, §5º, da Lei 8.213/91.

7. A TNU, no julgamento de pedido de uniformização de interpretação de lei federal referente ao processo nº.2007.51.51.00.2296-4 (julgado em 21/11/2008), entendeu “não ter o decreto o poder de inovar no ordenamento jurídico, deforma que, produzindo tal efeito no artigo 36, § 7º, o Decreto n.º. 3.048/99 extrapolou, nesse ponto, sua funçãoregulamentadora. De fato, analisando detidamente os dispositivos pertinentes, percebe-se a existência de afronta aoprincípio da hierarquia das leis”.

8. As decisões proferidas pelo STJ no julgamento dos recursos especiais de nº.1.017.520 / SC, 1.036.044 / MG e 1.016.678/ RS e 994.732 / SP cuidam de benefícios concedidos antes da edição da Lei nº. 9.876/99, referindo-se, portanto, àaplicação do §5º. em consonância com a redação original do caput do art. 29 da Lei nº. 8.213 / 91. Sua hipótese, portanto,não se assemelha ao caso em tela, uma vez que a aposentadoria por invalidez do autor foi concedida já sob a égide da Lei9.876 / 99.

9. Sentença reformada de ofício, reconhecido o julgamento extra-petita, para excluir da condenação o comando deaplicação da regra do art. 29 – II da Lei 8213 / 99 ao cálculo da RMI da benefício de aposentadoria por invalidez do autor.Recurso do INSS conhecido e não provido. Sem custas (art. 4, I, Lei 9.289/96). Condenação em honorários fixados em 10%(dez por cento) sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, REFORMAR A SENTENÇA DE OFÍCIO, RECONHECENDONULIDADE PARCIAL E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, na forma da ementa constante dos autos, quefica fazendo parte integrante do presente julgado.

49 - 2007.50.54.000984-4/01 JOSE LUIZ DE ALMEIDA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI, CARLOS

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BERKENBROCK, SAYLES RODRIGO SCHUTZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SEBASTIAO EDELCIO FARDIN.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ART. 29 § 5º DA LEI Nº 8.213/91.BENEFICIO COM DIB ANTERIOR A 28/06/1997. AJUIZAMENTO DA AÇÃO POSTERIOR A 01/08/2007. DECADÊNCIAPRONUNCIADA DE OFÍCIO. RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA PREJUDICADO.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido derevisão de aposentadoria por invalidez pela aplicação do art. 29, § 5º da Lei nº. 8.213 / 91.A Turma Regional de Uniformização, em sessão realizada em 29.06.2009, editou o enunciado nº 8 de sua súmula, nosseguintes termos: “Em 01.08.2007 operou-se a decadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefícioprevidenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 daLei nº 8.213/91”. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0.No caso dos autos, a parte autora busca a revisão de RMI de benefício concedido em 01.11.1994 (fl. 26), mas só veio aajuizar a presente ação em 03/12/2007, configurando-se a decadência – matéria que deve ser conhecida de ofício.Sentença reformada. Extinção do processo com resolução de mérito, na forma do art. 269-IV CPC, em razão dadecadência do direito de revisão, pronunciada de ofício. Recurso interposto pela parte autora prejudicado. Sem condenaçãoem custas e honorários (Lei 9099/95 – art. 55).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, PRONUNCIAR A DECADÊNCIA DO DIREITO, extinguindo oprocesso com resolução de mérito, na forma do art. 269-IV do CPC e JULGAR PREJUDICADO O RECURSO DO AUTOR,na forma da ementa, parte integrante do presente julgado.

50 - 2008.50.53.000731-4/01 MARCOS ARCISO VESCOVI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ART. 29 § 5º DA LEI Nº 8.213/91.SOBRESTAMENTO DO FEITO INDEFERIDO. BENEFICIO COM DIB ANTERIOR ÀS ALTERAÇÕES DETERMINADASPELA LEI 9876/99. INEXISTÊNCIA, NO CASO DOS AUTOS, DE PERCEPÇÃO DE BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADEINTERCALADOS POR RETORNO À ATIVIDADE. PEDIDO IMPROCEDENTE. RECURSO NÃO PROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido derevisão de aposentadoria por invalidez pela aplicação do art. 29, § 5º da Lei nº. 8.213 / 91. Em suas razões, requer osobrestamento do feito até o julgamento final do RE 583.834-0, bem como a reforma da sentença, a fim de que seja julgadoprocedente o pedido da exordial. Por sua vez, o INSS, em contrarrazões (fls. 54/61), pleiteia a condenação do recorrente aopagamento de custas e honorários advocatícios, pelo fato de o autor receber benefício de aposentadoria por invalidez emvalor alto (R$ 2.238,72)Indefiro, inicialmente, o requerimento feito pela parte autora acerca da suspensão do processo. Não é o julgamento dorecurso inominado pela Turma Recursal que fica suspenso na sistemática da repercussão geral (art. 543-B do CPC), massim a remessa do recurso extraordinário eventualmente interposto: o procedimento compreende a escolha de algunsrecursos extraordinários “modelo”, dentre outros repetitivos e conexos, para remessa ao STF, e o sobrestamento dosdemais, cuja apreciação fica condicionada ao julgamento do mérito do recurso representativo da controvérsia.A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio – doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O § 5º permite que o período de gozo de auxílio – doença anterior (e seu respectivosalário de benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.O § 5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876 / 99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29 caput). A hipótese do § 5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefícios por incapacidade intercalados com retorno à atividade. Isto se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29 caputda Lei 8213 / 91 pela Lei 9876 / 99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29 caput atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Assim, considerando que o benefício da parte autora (DIB 01.06.1999 – fl. 11) foi concedido antes da alteração determinadapela Lei 9876 / 99, bem como que não houve percepção de benefícios por incapacidade intercalados com retornos àatividade (fl. 61), não assiste razão ao recorrente.Nas contrarrazões, o INSS requereu a condenação da parte autora ao pagamento de custas e honorários, ressaltando queo autor recebe benefício no valor de R$2.238,72. Na inicial, o autor requereu a concessão do benefício da gratuidade daJustiça, o que foi deferido à fl. 14. O INSS não contestou o benefício da gratuidade em si, cujo deferimento, aliás, de acordocom a jurisprudência, pressupõe a simples afirmação da parte autora de que não possui condições de arcar com as custase os honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família. Nesse sentido, em que pese obenefício do autor equivaler a mais de quatro salários mínimos, entendo que a revogação do benefício da gratuidade

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pressupõe a demonstração, pela parte adversa, da falsidade da declaração firmada pela autora, o que não se pode deduzir,por outro lado, tão-somente a partir da análise do valor da aposentadoria. Nesse sentido, mantenho o deferimento dagratuidade da Justiça, o que não obsta, todavia, a condenação do recorrente ao pagamento de honorários, apenasimpedindo sua imediata execução, nos termos do art. 12 da Lei 1.060/50.Recurso conhecido e não provido. Sem custas (art. 4º, II, da Lei 9289/96). Condeno a parte recorrente ao pagamento dehonorários de advogado, que fixo em R$ 100,00 (cem reais), com fundamento no art. 20 - §4º. CPC c/c art. 55 da Lei nº.9.099/95, ficando sua execução suspensa, na forma do art. 12, da Lei nº. 1.060/50.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

51 - 2008.50.52.000529-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.) x JOSE DIAS DO NASCIMENTO (ADVOGADO: JOSE OLIVEIRA DE SOUZA.).E M E N T AAMPARO SOCIAL. INAPLICABILIDADE DO ART. 34, § ÚNICO DO ESTATUTO DO IDOSO. RENDA MENSAL SUPERIORA ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. MISERABILIDADE NÃO DEMONSTRADA. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face de sentença que, aplicando analogicamente o art. 34 – parágrafo únicoda Lei nº. 10.741/2003, excluiu do cálculo da renda familiar, o valor do benefício assistencial recebido pela esposa do autoridoso, no valor de um salário mínimo, e julgou procedente o pedido de concessão do benefício de prestação continuada.Sustenta o recorrente, em síntese, que a Lei 8742/93 é clara ao fixar critérios objetivos para a concessão do LOAS, e comoa renda da família do autor ultrapassa os limites previstos em leis, a concessão do benefício assistencial não é devida.Afirma, ainda, que o autor recebe auxílio familiar, pois reside em imóvel cedido pelo filho. Contrarrazões às fls. 74/78.2. O laudo de visita domiciliar de fl. 31/34 revela que o autor idoso reside com sua esposa e neta. Seu grupo familiar, comobservância ao disposto no art. 20, § 1º, da Lei 8742/93, é formado pelo recorrido e sua esposa, que recebe benefícioassistencial no valor de um salário mínimo, ou seja, a renda per capita supera o limite legal3. Não se aplica analogicamente ao presente caso o artigo 34 § único do Estatuto do Idoso. O Estatuto do Idoso visaproteger o idoso e para tanto, exclui a renda recebida pelo mesmo, a título de LOAS ou benefício previdenciário, no valor deum salário mínimo, do cômputo da renda familiar. No caso dos autos, a sentença impugnada excluiu da renda familiar, obenefício assistencial recebido pela esposa do autor, em aplicação analógica do art. 34, § único do Estatuto do Idoso.Ocorre que a esposa do autor não é idosa e portanto, a proteção legal prevista no Estatuto do Idoso não pode ser estendidaa ela.4. Ademais, embora o limite de ¼ do salário mínimo não seja critério absoluto de miserabilidade, a qual pode serdemonstrada por outros elementos, mesmo em casos de renda per capita superior a ¼ do salário mínimo, entendo que estepressuposto não se encontra presente nos autos. A assistente social declarou que a residência do recorrido, que foi cedidapor seu filho, possui cinco cômodos, sala, cozinha, dois quartos e banheiro. Os gastos da família não excedem ao valor dobenefício assistencial recebido pela esposa do autor. Não restou configurada a miserabilidade no presente caso.5. Eventuais parcelas já recebidas em decorrência da tutela antecipada não serão repetidas em face da natureza alimentardo benefício. É verdade que, de acordo os arts. 273 e 475-O do CPC, a decisão que defere a tutela antecipatória érevogável e modificável a qualquer momento, restituindo-se as partes ao estado anterior. Contudo, nas demandas que têmpor objeto a concessão de benefícios assistenciais, a proteção legal ao hipossuficiente garante a flexibilização das normasprocessuais, para dispensar o autor, por exemplo, de prestar caução para a execução da tutela deferida. Nesses casos, arealidade fática demonstra que o aumento obtido é recebido pelo segurado como acréscimo legítimo, sem consciência daprovisoriedade da decisão e da possibilidade de repetição das parcelas. A importância é recebida, assim, de boa-fé, aoamparo de decisão judicial. Por outro lado, os benefícios assistenciais têm natureza nitidamente alimentar, seguindo,portanto, o princípio da irrepetibilidade dos alimentos.6. Recurso do INSS conhecido e provido para reformar a sentença, revogando-se a antecipação de tutela concedida – nãohavendo que se falar em repetição das parcelas já pagas por se tratar de verba de natureza alimentar, conforme jáexplicitado em item anterior. Sem condenação em custas e honorários.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

52 - 2007.50.51.002021-7/01 COSME DE OLIVEIRA (ADVOGADO: FABRICIO CALEGARIO SENA, MARCIA DALCINLEMOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA,Bruno Medeiros Bastos.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA – INTERVALO ENTRE CESSAÇÃO DEAUXÍLIO-DOENÇA E CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE MANTIDA – RECURSO

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CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.67/69, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício do auxílio-doença entre a data da cessação do mesmo (18/05/2005) e aconcessão da aposentadoria por invalidez (05/01/2006).2. O benefício concedido administrativamente ao autor, em 17/02/2004, foi o de auxílio-doença, de caráter transitório, dadaa possibilidade de recuperação para o desempenho de seu trabalho ou de sua reabilitação para o exercício de outraatividade laborativa que lhe garantisse o sustento. O auxílio-doença é diferente da aposentadoria por invalidez, concedidaapenas em 05/01/2006, de caráter permanente, dada a incapacidade definitiva para o exercício de qualquer atividadelaborativa.3. Verifica-se nos autos que o perito judicial não soube precisar a data de início da incapacidade definitiva do autor (quesitonº 7 – laudo de fl. 52), porém afirmou ser a doença de início insidioso e de caráter degenerativo. Neste sentido, se oauxílio-doença concedido administrativamente foi motivado pela mesma doença que levou a autarquia previdenciária aconceder a aposentadoria por invalidez, presume-se que, no intervalo entre a cessação do auxílio-doença e a concessão daaposentadoria por invalidez, o autor continuava incapacitado para o trabalho, tendo tido um agravamento progressivo desua doença, culminando com a incapacidade definitiva, poucos meses depois. Portanto, faz jus à percepção doauxílio-doença no período de 19/05/2005 a 04/01/2006.4. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.5. Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, naforma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO, reformando-se a sentença, naforma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

53 - 2008.50.50.006155-0/01 CELIA DA SILVA DAMIANI (ADVOGADO: MARIA DE FATIMA MONTEIRO, JOAO LUIZ DASILVA JUNIOR, CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – LAUDO MÉDICO PERICIAL – INCAPACIDADE PARCIAL E TEMPORÁRIA –NECESSIDADE DE REABILITAÇÃO – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇAREFORMADA.

Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls.49/58, que a autora éportadora de doença degenerativa da coluna cervical e lombar, e que, como trabalhava como empregada doméstica,atividade que demanda grande esforço físico, pode haver desenvolvimento precoce das doenças degenerativas da coluna.O médico perito afirmou, ainda, que há incapacidade parcial e temporária, para atividades laborais que exijam sobrecargada coluna vertebral (resposta ao quesito 17 – fl.55). Por fim, sugeriu a troca de função para alguma atividade laborativa queexija menos da coluna vertebral, como cozinheira, secretária, recepcionista ou telefonista (resposta ao quesito 16 – fl.55).Dessa maneira, restando comprovada a incapacidade temporária da parte autora para o desempenho de sua atividadehabitual, é devido à mesma o benefício de auxílio-doença até a sua reabilitação para o desempenho de outra atividadelaborativa que lhe garanta o sustento.A DIB deve ser fixada em 24/03/2009, data em que foi juntado aos autos o laudo médico pericial que constatou aincapacidade parcial e temporária da recorrente para o desempenho de sua atividade laborativa habitual e a necessidadede reabilitação para outra que lhe garanta o sustento.Recurso conhecido e parcialmente provido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do voto eementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

54 - 2009.50.50.002442-9/01 CARLOS FRANCISCO RAMOS (ADVOGADO: MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI,MARIA CRISTINA NOGUEIRA MOREIRA, LUIZ FERNANDO NOGUEIRA MOREIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONCESSÃO – LAUDO MÉDICOPERICIAL INDICANDO INCAPACIDADE PARCIAL E TEMPORÁRIA – INCAPACIDADE DEFINITIVA CONSTATADADEVIDO À NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE CIRURGIA – SENTENÇA REFORMADA.

1. Não há nenhuma discussão quanto ao preenchimento dos requisitos da carência e da qualidade de segurado. Acontrovérsia cinge-se à existência de incapacidade laboral do recorrente. Ao analisar os documentos acostados aos autos,

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observa-se que a perícia judicial (fls.48/50), reconheceu a incapacidade total e temporária para o exercício da atividadelaborativa do autor (operador de máquina), sendo que o mesmo deve ser submetido a tratamento cirúrgico para reverterseu quadro (quesito 09).2. Neste contexto, tendo em vista que a recuperação da parte autora só será possível mediante cirurgia, que não se podeobrigar a mesma a se submeter ao referido procedimento e que as suas atividades laborativas habituais podem agravar sualesão, conclui-se que a parte autora se encontra incapacitada de maneira total e definitiva, sendo-lhe devida aaposentadoria por invalidez, desde a data da cessação do último benefício de auxílio-doença, em 15/08/2008 (fl.13),considerando a afirmação do perito médico de que a incapacidade já acometia o autor há pelo menos doze meses (quesito11), sendo que essa perícia foi realizada em 01/09/2009 (fl.50).3. Recurso conhecido e provido para reformar a sentença e condenar o INSS a conceder aposentadoria por invalidez aorecorrente, desde a data da cessação do auxílio-doença. Antecipação dos efeitos da tutela concedida.4. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO, reformando-se a sentença, naforma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

55 - 2008.50.51.002317-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DEMORAES SENTO-SÉ REIS.) x MALVINO QUINELATO (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENEROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE LABORAL –CONDIÇÕES PESSOAIS E SOCIAIS QUE IMPOSSIBILITAM A REABILITAÇÃO – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.83/87, que julgou procedente o pedido derestabelecimento de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suasrazões recursais, que o recorrido não tem direito ao benefício concedido, pois o perito judicial não soube precisar a data deinício da incapacidade, e que, mesmo que se considere a data da perícia judicial como data de início da incapacidade, oautor teria perdido a qualidade de segurado. Em segundo plano, requer a alteração da DIB para a data da juntada do laudo,já que o perito não precisou a data de início da incapacidade.2. A concessão do benefício de auxílio-doença exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pelo art. 59da Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais e,ainda, estar incapacitado para o trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. E, para orecebimento da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art.42 da Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais e terconstatado a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta a subsistência, cominsuscetibilidade de reabilitação.3. In casu, a controvérsia cinge-se quanto à data de início da incapacidade. O laudo médico pericial (fls.69/71) constatouque o autor encontra-se incapacitado para a sua atividade habitual de armador (fl.27), pois o mesmo é portador deespondilodiscoartrose lombar e dorsal, hipertensão arterial, diabetes, gonartrose e artrose em punho direito. Entretanto, operito não conseguiu precisar quando se iniciou a incapacidade do autor, declarando somente que a artrose teve início em21/05/06 (fl.70). Mesmo sem uma definição pericial, é possível delimitar tal data a partir do SABI (Sistema de Administraçãode Benefícios por Incapacidade) de fl.58, em que a própria autarquia reconhece as doenças do autor, assim como a suaincapacidade para o trabalho. Portanto, o indeferimento do benefício de auxílio-doença em 25/07/2006 foi indevido, fazendojus o autor ao restabelecimento do mesmo.4. Diante disso, verifica-se que o autor possuía a qualidade de segurado quando do início de sua incapacidade,considerando sua última contribuição em 01/10/2004 (fl.28) e a prorrogação do “período de graça” para 24 meses, visto queo mesmo já havia efetuado mais de 120 contribuições mensais.5. Com relação à pretensão subsidiária do INSS, não há que se falar em alteração da data do início do benefício, por já tersido discutida e determinada a data do início da incapacidade.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

56 - 2008.50.50.005474-0/01 MARIA DAS GRAÇAS SILVA RODRIGUES (ADVOGADO: JOAO LUIZ DA SILVA JUNIOR,MARIA DE FATIMA MONTEIRO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DASILVEIRA.).E M E N T A

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PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – CONVERSÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – REQUISITOS NÃOPREENCHIDOS - DOENÇA PREEXISTENTE AO REINGRESSO AO RGPS - SENTENÇA MANTIDA – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 77/78, que julgou improcedente opedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez, porentender que o início da incapacidade foi anterior ao reingresso da autora na Previdência Social. A recorrente alega, emsíntese, que não há razão em falar que sua incapacidade laboral iniciou-se antes do reingresso, uma vez que a própriaautarquia constatou, em período posterior, que não havia incapacidade, e, consequentemente, sendo indeferido o seupedido. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Para o recebimento do auxílio doença, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 59,da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais, bemcomo estar incapacitado para o trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.3. Compulsando os autos, verifica-se que a autora ingressou na Previdência Social, como segurada obrigatória, em marçode 1979. Verteu contribuições até setembro de 1992 (fl. 54). Em seguida, permaneceu longo período sem contribuir,voltando a se filiar no RGPS somente em novembro de 2007. Com base nos documentos acostados, e na perícia médicajudicial, a autora teve deslocamento da retina do olho direito quando tinha 37 anos, perdendo a visão posteriormente, esofreu, em fevereiro de 2006, deslocamento da retina do olho esquerdo (quesito 7 - fl. 44), sendo submetida à cirurgia decatarata em agosto do mesmo ano, apresentando hoje visão subnormal.4. Diante disso, percebe-se que a autora não possuía qualidade de segurada quando teve início sua incapacidade. A lei8.213/91 somente confere o direito ao benefício previdenciário por incapacidade ao segurado que for considerado incapaz einsuscetível de reabilitação. Se, no momento da incapacidade, a autora não comprova que ostentava a qualidade desegurado, não faz jus ao recebimento do benefício.5. Ademais, a legislação previdenciária veda a concessão de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença àquele queingressar ou reingressar ao RGPS já portador da incapacidade. Apesar de ostentar a qualidade de segurado no momentodo requerimento administrativo (04/08/2008 – fl. 22), a comprovação da preexistência de incapacidade ao reingresso àPrevidência inviabiliza a concessão de benefício por incapacidade.6. Os efeitos atribuídos ao reingresso devem ser os mesmos atribuídos ao ingresso no RGPS.7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que a recorrente é beneficiária da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

57 - 2009.50.53.000812-8/01 ARILDO GRIFO CHAGAS (ADVOGADO: GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – DOENÇA PREEXISTENTE AOREINGRESSO AO RGPS – DESNECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA JUDICIAL – SENTENÇAMANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.42/44, que julgou improcedente opedido de condenação do INSS à concessão de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, por entender que o início daincapacidade foi anterior ao reingresso da parte autora na Previdência Social, com base em laudos particulares e relato daprópria parte autora. O recorrente alega, em síntese, que a data do início de sua doença é anterior ao seu reingresso aoRGPS, mas que se incapacitou posteriormente, devido a um agravamento em seu quadro de saúde. Diante desse motivo,requer anulação da sentença a quo e retorno dos autos para realização da perícia médica.2. Compulsando os autos, de acordo com o laudo médico particular de fl.13, que atestou que o autor sofreu um acidente porvolta de 1997/1998, no qual resultou em sequelas de força em membros inferiores e perda de controle esfincteriano, restoucomprovado que, no momento do reingresso na Previdência Social, o mesmo já se encontrava incapacitado. O autoringressou na Previdência Social, como segurado obrigatório, em dezembro de 1989. Verteu contribuições até abril de 1990.Em seguida, permaneceu longo período sem a qualidade de segurado, voltando a se filiar no RGPS somente em abril de2008. Em meados do ano seguinte requereu administrativamente o benefício de auxílio-doença, o qual foi indeferido. Nessesentido, constata-se que a incapacidade já acompanhava o autor desde o momento em que se acidentou, ou seja, em dataanterior ao reingresso do mesmo na Previdência e posterior a abril de 1990, incidindo a aplicação normativa do art. 59,parágrafo único, da Lei 8.213/91.3. Portanto, não há que se falar em anulação da sentença para realização de perícia médica, já que foi o próprio autor queconfirmou a data do acidente e anexou o laudo médico que atestou que o início de sua incapacidade se deu em momentoanterior ao seu reingresso.4. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.5. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo em conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

58 - 2009.50.50.000635-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.) x ESTER NETO TEIXEIRA.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – INCAPACIDADE LABORAL POR DOIS MESES – LAUDO MÉDICO PERICIAL –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.41/42, que condenou a autarquiaprevidenciária a conceder o benefício de auxílio-doença à parte autora. Alega o recorrente, em suas razões recursais, quenão se pode desconsiderar as perícias médicas administrativas realizadas. Pugna, por tal razão, pela reforma da sentença.Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls.41/42, que, na data dorequerimento administrativo, havia incapacidade laborativa. Afirma o perito que a parte autora começou o acompanhamentomédico em janeiro de 2009 (ocasião em que também requereu o benefício – fl.09), para tratamento de transtorno mistoansioso depressivo; que havia incapacidade na época; e que, após 02 meses de tratamento, houve remissão dos sintomas.Deste modo, resta comprovado que a parte autora faz jus ao benefício, nesse intervalo de 02 meses, conforme mencionadopelo perito judicial, já que acometida por doença incapacitante. Atualmente, inexiste limitação quanto ao exercício dasatividades habituais pela parte autora.Diante da comprovação da incapacidade por dois meses, não merecem guarida os argumentos expostos nas razõesrecursais.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre ovalor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

59 - 2009.50.51.000037-9/01 ALOIR SASSO (ADVOGADO: SAMUEL ANHOLETE, LETICIA SEVERIANO ZOBOLI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR - SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 164/166, que julgou improcedenteo seu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez.Alega o recorrente, em suas razões recursais, que se encontra incapacitado para o trabalho, por apresentar doenças queimpossibilitam o desempenho de sua atividade habitual. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção dasentença.2. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls. 133/136, que,mesmo sendo constatado diagnóstico de “espondilodiscoartrose lombar, hipertensão arterial e dislipidemia”, o autor não seencontra incapacitado para sua função de produtor rural, não apresenta atrofias ou qualquer restrição para movimentos, esua pressão arterial é controlada por uso de medicamentos (quesito 13 – fl. 134). Ademais, o perito judicial dispõe que oautor não exerce atividades braçais devido à presença de meeiro em sua propriedade (quesito 6 – fl. 135).3. Vale ressalvar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.4. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.5. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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60 - 2009.50.50.001466-7/01 VERA LUCIA MOREIRA DE SOUZA (ADVOGADO: FABIANA GONÇALES COUTINHOVIEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZROSSONI.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 44/45, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que seencontra incapacitada para o trabalho, por sofrer de transtorno psiquiátrico afetivo bipolar, e estar impossibilitada de exercersua atividade habitual, qual seja, a de merendeira. Afirma, ainda, que o laudo médico do perito judicial foi extremamenteobjetivo e que há nos autos laudos médicos particulares que atestam sua incapacidade. O INSS apresentou contrarrazões,pugnando pela manutenção da sentença.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante laudo pericial de fls. 29/33, que o peritoafirma que a autora não possui nenhuma alteração patológica, nem mesmo qualquer doença psíquica. Dessa forma, aautora não se encontra incapacitada para o trabalho, pois não foi constatado nenhum tipo de transtorno mental.4. Vale ressalvar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. Ademais,os laudos apresentados pela recorrente não foram suficientes para comprovar a existência de doença psíquica.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

61 - 2009.50.50.001386-9/01 DELVAIR CRUZ DOS SANTOS (DEF.PUB: LUCIANO ANTONIO FIOROT, EDUARDO JOSÉTEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 50/52, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Alegao recorrente, em suas razões recursais, que se encontra incapacitado para o trabalho, por ser portador de epilepsia, e estarimpossibilitado de exercer suas atividades habituais. Afirma, ainda, que o laudo do perito judicial é excessivamente objetivoe que há laudos médicos particulares nos autos que atestam sua incapacidade. O INSS apresentou contrarrazões,pugnando pela manutenção da sentença.2. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fl. 31, que o expertrelata que o autor sofre de crises convulsivas por aproximadamente 17 anos, não sendo possível informar qual o tipo daepilepsia, por falta de exames que comprovem a existência da patologia. Mesmo não podendo afirmar qual o grau dadoença, o médico perito informa que, diante da medicação receitada, é possível concluir que a epilepsia que afeta o autornão é difícil de ser controlada, e que os medicamentos são fornecidos pelo SUS. Dessa forma, entende-se que o autor nãose encontra incapaz para exercer sua atividade laboral, pois quando o tratamento é devidamente seguido, é raro sofrer comas crises epilépticas.3. Vale ressalvar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. No mesmosentido, quando analisados os laudos particulares acostados, verifica-se que, além de não haver exames que demonstrema presença da doença, as declarações médicas são datadas de 2006 e 2007 (fls. 16/17).4. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.5. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

62 - 2008.50.50.005947-6/01 ELZIRA LITTIG KLIPPEL (ADVOGADO: ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO, MARIA DASGRACAS VARGAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DASILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.94/95, que julgou improcedente oseu pedido de concessão de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez. Alega a recorrente, em suas razõesrecursais, que se encontra incapacitada para o trabalho, por apresentar doença que impossibilita o desempenho de suaatividade habitual de trabalhadora rural. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fl.76, que, mesmotendo sido submetida a uma cirurgia cística benigna, a autora não se encontra incapacitada para sua função habitual delavradora. Neste sentido, o perito afirma que não foi constatada nenhuma anormalidade que impeça a autora de exercerseu labor rurícola (resposta ao quesito 14).3. Vale ressalvar quanto aos laudos particulares, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.4. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.5. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

63 - 2008.50.50.000361-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x MARIEL ANTONIO BINDA.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – QUALIDADE DE SEGURADO – INDEPENDÊNCIA DECARÊNCIA – RETINOPATIA DIABÉTICA – AGRAVAMENTO DE DOENÇA LEVANDO À CEGUEIRA – SENTENÇAMANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença de fls.71/74, que julgou procedente o pedido deconcessão à parte autora do benefício de aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que oautor já se encontrava incapacitado quando se filiou à Previdência Social. Pugna, portanto, pela reforma da sentença.Para o recebimento da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditadospelo art. 42 da Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuiçõesmensais e ter constatado a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta asubsistência com insuscetibilidade de reabilitação.Inicialmente, verifica-se que a doença que acomete a parte autora, cegueira, o isenta de carência para o alcance daqualidade de segurado, como dispõe o art. 30, III, do Decreto n. 3.048/1999.Na questão em apreço, apesar de o autor ser portador de diabetes desde os 14 anos, foi apenas o agravamento da mesmaque culminou com a incapacidade total e definitiva da parte autora para suas atividades habituais, sendo portador,atualmente, de retinopatia diabética proliferativa de alto risco em ambos os olhos (CID H 36.0). Ademais, resta comprovadoque antes do início de sua incapacidade, o autor desempenhou atividade laborativa, qual seja, padeiro. Diante disso, faz jusao benefício de aposentadoria por invalidez.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios ante a inexistência de advogado constituído.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa

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constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

64 - 2008.50.50.004438-2/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) ANALIA MARIA LACERDA RODRIGUES (ADVOGADO:DANIEL BRIGE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIAFERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2008.50.50.004438-2/01E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE PROVAS DA INCAPACIDADE ANTES DO LAUDO PERICIAL –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença de fls.80/82, que julgou parcialmenteprocedente o pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Alega a recorrente, em suas razões recursais,que a enfermidade que a acomete já existe por um tempo considerável, portanto, foi indevida a suspensão do benefício.Ademais, alega ainda, que em razão da mesma enfermidade, em novembro de 2007 teve seu benefício negado e em junhode 2008 teve o mesmo benefício deferido. Pugna, por tais razões, pela parcial reforma da sentença. O INSS apresentoucontrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.Cabe destacar que a recorrente já auferiu o benefício de auxílio-doença por um determinado período, sendo este suspensopor algum tempo (21/11/2007 a 31/03/2008 - fl. 42). Após essa suspensão, a recorrente voltou a receber o benefício peloperíodo de 01/04/2008 a 20/06/2008, tendo seu benefício cessado logo após esse ínterim.Cabe ressalvar que, quando da concessão do auxílio-doença, o segurado precisa se submeter a perícias médicasperiódicas, a fim de se averiguar o agravamento ou a melhora do seu quadro clínico, podendo o benefício ser mantido oususpenso por parte do INSS. Ou seja, não há qualquer ilegalidade no ato da autarquia previdenciária de suspensão doauxílio-doença, quando verificada a recuperação ou a reabilitação do segurado.Nesse sentido, não há nos autos provas de que a autora permaneceu incapaz entre a data da cessação do auxílio-doença -21/11/2007 a 31/03/2008 (fl. 42), e após o período de 20/06/2008, última data de recebimento do benefício. Ademais, comoa perita não soube precisar a data de início da incapacidade, esta deverá ser mantida como a data do exame médicopericial. Por isso, não lhe é devido o benefício nestes intervalos.Por todo o exposto, não merece reforma a sentença.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios ante o deferimento da Assistência Judiciária Gratuita.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Dr. Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

65 - 2008.50.50.001056-6/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE CARLOS PEREIRA DA SILVA (ADVOGADO: PATRICIANUNES ROMANO, JEANINE NUNES ROMANO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2008.50.50.001056-6/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – PERÍODO DE CARÊNCIA NÃO CUMPRIDO – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença de fls.25/26, que julgou improcedente opedido de concessão do benefício de auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que preencheu orequisito de carência, uma vez que além das anotações em sua CTPS, trabalhou como pescador profissional e contribuiupara Previdência em 2006 e parte de 2007. Pugna, então, pela reforma da sentença. O INSS apresentou contrarrazõespugnando pela manutenção da sentença.Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se que a parte autora teve o seu penúltimo vínculotrabalhista em 1999, voltando a contribuir apenas entre os meses de fevereiro a abril de 2007. Cabe ressaltar que a parteautora deveria ter feito no mínimo 04 contribuições para que tivesse direito ao benefício de auxílio-doença, visto que ficouum longo tempo sem contribuir, perdendo assim, sua qualidade de segurado, conforme art. 24, Parágrafo Único, da Lei8.213/91. No caso em tela, cabe mencionar ainda, que o autor somente logrou comprovar ter realizado 03 contribuições.Diante disso, não faz jus ao benefício pleiteado.

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Por todo o exposto, não merece reforma a sentença.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, visto o recorrente ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Dr. Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

66 - 2007.50.50.010445-3/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) HILDA CONCEIÇÃO PEREIRA. (ADVOGADO: JOANA D'ARCBASTOS LEITE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2007.50.50.010445-3/01E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – PREVALÊNCIA SOBRE LAUDOS PARTICULARES – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl. 92, que julgou improcedente o seupedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. Alega a recorrente, em suasrazões recursais, que possui visão monocular, e, diante disso, sofre de grave insuficiência visual. Ademais, ressalta que járecebeu auxílio-doença por essa mesma enfermidade. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença. O INSSapresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls. 80/81, que a parteautora não se encontra incapacitada para o trabalho, estando apta a exercer sua atividade que exerce habitualmente, qualseja, cozinheira.Vale ressalvar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo:“O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Dr. Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

67 - 2008.50.50.007236-5/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x GILDO RODRIGUES DOS SANTOS (ADVOGADO: DICKCASTELO LUCAS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2008.50.50.007236-5/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL – INCAPACIDADEAFERIDA DO CONJUNTO PROBATÓRIO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 59/62, que julgou parcialmente procedente

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o pedido do autor de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que operito foi claro ao afirmar que a parte autora não está incapacitada para o labor habitual. Pugna, portanto, pela reforma dasentença. A parte autora apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.A parte autora foi submetida a perícia médica judicial (fls. 27/29), que constatou ser a mesma portadora de “hipertensãoarterial essencial e doença isquêmica crônica do coração”. O perito médico concluiu que as lesões não incapacitam a parteautora para trabalhos com cargas leves e moderadas, ponderando, ao final, que o autor está apto para realizar suasatividades habituais (resposta ao quesito nº10).Não obstante as conclusões do laudo pericial, a legislação processual permite ao juiz formular seu convencimento combase em outros elementos ou fatos provados, não estando adstrito tão somente à conclusão obtida pelo perito. Diante de talperspectiva, em que pese a perícia médica ter concluído que não há incapacidade, ao se cotejar o histórico clínico da parteautora, bem como os fatores de cunho pessoal, sua idade relativamente avançada (atualmente com 49 anos), o período emque recebeu benefício por incapacidade, que o deixou afastado do mercado de trabalho, e devido às atividades deeletricista que exerce, resta comprovada a incapacidade temporária para exercer suas atividades habituais.A deficiência que o acomete, somado ao fato de exercer atividades que necessitam de elevado esforço físico, dificultarão oretorno, nesse momento, ao seu local de trabalho, tornando recomendável a concessão do auxílio-doença.Deve, contudo, o INSS submeter o autor à nova perícia, para avaliar o restabelecimento da capacidade laborativa domesmo.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7) Custas ex lege. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% sobre o valor dacondenação, conforme o artigo 20, § 3º, do Código de Processo Civil.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Dr. Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

68 - 2009.50.50.006391-5/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x ANTÔNIO JOSÉ NEVES FILHO (ADVOGADO: MANOELA MELLOSARCINELLI, CHRISTINNE ABOUMRAD R. AGUIAR LEITE.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.006391-5/01

E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO DOESTATUTO DO IDOSO – APLICAÇÃO ANALÓGICA – REQUISITOS PREENCHIDOS – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença (fls. 63/66) que julgou procedente o pedidoinicial, condenando a autarquia a restabelecer o benefício assistencial de prestação continuada ao autor desde a data dacessação do benefício. Alega o INSS, em suas razões recursais, que não se verifica o requisito objetivo de miserabilidadeda recorrida, pois não é devida a aplicação analógica do art. 34, parágrafo único do Estatuto do Idoso, e, por isso, a rendade pensão por morte recebida pela companheira não deve ser excluída do cômputo para cálculo da renda per capita doautor.2. Os requisitos do benefício pleiteado encontram-se no art. 20 da Lei nº 8.742/93, o qual prevê que o benefício seráconcedido à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso que não possua meios de prover o próprio sustento. A condiçãode pessoa idosa do autor é fato incontroverso nos autos, possuindo atualmente 71 anos de idade.3. O art. 34 do Estatuto do Idoso, em seu parágrafo único, determinou que o benefício assistencial concedido a qualquermembro da família não deve ser computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita.4. Com efeito, deve ser adotada uma interpretação sistemática do apontado art. 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso,possibilitando a desconsideração de benefícios previdenciários, e não apenas os benefícios assistenciais percebidos poroutros membros da família do interessado, para fins de cálculo da renda per capita. O entendimento contrário, defendidopela autarquia previdenciária, de prevalecer a interpretação literal no sentido de que somente o benefício assistencial podeser excluído para fins de percepção do benefício previsto na LOAS, engendraria uma situação absolutamente paradoxal,haja vista que aquele que nunca contribuiu para a Previdência Social e recebe o benefício assistencial tem seu valorexcluído para fins de percepção do mesmo benefício por outro idoso da família, ao passo que aquele que contribuiu para oINSS e percebe, na velhice, aposentadoria de um salário mínimo, não teria tal possibilidade. Essa situação, além de violar oprincípio constitucional da igualdade, infringe, ainda, os limites da razoabilidade.5. Tal entendimento está em consonância com o Enunciado nº 46 da Turma Recursal do Espírito Santo, que aduz que “Arenda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo concedida a pessoa com mais de 65 anos deidade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per capita a que se refere o art. 20, § 3º, da Lei

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Orgânica de da Assistência Social - LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003”.6. O documento de fl. 18 comprova que a companheira do autor recebe a título de pensão por morte o valor de um saláriomínimo, o qual constitui a única fonte de renda da família. Deve, portanto, ser desconsiderado o benefício previdenciário damesma no cálculo da renda per capita. Resta, por conseguinte, preenchido o requisito objetivo para a concessão dobenefício de amparo assistencial.7. Desta sorte, houve o preenchimento dos requisitos para a percepção do benefício de prestação continuada.8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.9. Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o valor dacondenação.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Dr. Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

69 - 2009.50.50.003838-6/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x MARIA DAS GRAÇAS FURLAN (DEF.PUB:LUCIANO ANTONIO FIOROT.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.003838-6/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DA QUALIDADE DE SEGURADO NO MOMENTODA INCAPACIDADE – INCAPACIDADE PREEXISTENTE AO INGRESSO NO RGPS – BENEFÍCIO INDEVIDO –RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 45/46, que julgou procedente o pedidoda parte autora, condenando a autarquia previdenciária à concessão de aposentadoria por invalidez desde a data dorequerimento administrativo. Aduz o recorrente que a incapacidade da parte autora é preexistente ao seu ingresso aoRGPS. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. No caso em questão, a autora perdeu a visão do olho esquerdo em 2002, decorrente de um glaucoma agudo. Emseguida, submeteu-se à operação de catarata do olho direito em 2004, mas que não modificou muito a sua condição, poismesmo com a utilização de óculos, apresenta visão subnormal. A perícia médica realizada é clara quanto à incapacidade daautora, pois, como se verifica no laudo (fls. 27/34), a recorrida apresenta-se “amaurótica (cega) do olho esquerdo e temvisão subnormal no olho direito”, o que a incapacita definitivamente para o exercício de sua atividade habitual (respostasaos quesitos 01, 14 – fls.30 e 32).3. A lei 8.213/91 somente confere o direito ao benefício previdenciário por incapacidade ao segurado que for consideradoincapaz e insuscetível de reabilitação. Se, no momento da incapacidade, o autor não comprova que ostentava a qualidadede segurado, não faz jus ao recebimento de benefício por incapacidade. Ocorre que a autora somente se filiou ao RGPSem fevereiro de 2008 (fl. 55). Dessa forma, a recorrida não possuía qualidade de segurada quando do início de suaincapacidade.4. Ademais, a legislação previdenciária veda a concessão de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença àquele queingressar no RGPS já portador da incapacidade. Apesar de ostentar a qualidade de segurado no momento do requerimentoadministrativo, a comprovação da preexistência de incapacidade ao ingresso à Previdência inviabiliza a concessão debenefício por incapacidade.5. Seja porque a incapacidade laborativa atingiu a parte autora quando esta não mais ostentava a condição de segurada,seja porque o evento incapacitante é preexistente ao seu reingresso no RGPS, o pleito autoral deve ser julgadoimprocedente.6. Quanto à inexistência de contestação por parte do INSS, mesmo sendo a autarquia federal considerada revel nessaação, não haverá qualquer prejuízo para tal, pois não serão aplicados os efeitos da revelia pelo fato de a questão versarsobre direito indisponível de interesse de pessoa jurídica de direito público.7. Portanto, não é devido à parte autora o benefício de aposentadoria por invalidez, por não estarem preenchidos osrequisitos necessários à sua concessão, descritos na Lei 8.213/91, devendo a sentença de piso ser reformada em suaintegralidade.8. Recurso conhecido e, no mérito, provido. Antecipação dos efeitos da tutela revogada.9. Dado o caráter alimentar dos valores recebidos, os mesmos não deverão ser restituídos.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido.

A C Ó R D Ã O

Page 45: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Dr. Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

70 - 2009.50.50.001858-2/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) EMANUEL DOS SANTOS QUEIROZ (ADVOGADO: JOAOFELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAOCARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.001858-2/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – CONVERSÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADETEMPORÁRIA – POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO/READAPTAÇÃO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora contra a sentença de fls. 49/50, que julgou improcedente opedido autoral de conversão do benefício de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suasrazões recursais, que não pode mais exercer sua função de motorista, a qual sempre exerceu e que lhe garantia asubsistência.2. Para a concessão da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditadospelo art. 42 da Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuiçõesmensais e ter constatado a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta asubsistência com insuscetibilidade de reabilitação.3. O laudo médico pericial produzido em juízo (fls. 34/36) atestou que o autor possui transtornos psiquiátricos, o que gerauma incapacidade temporária para a sua função habitual, qual seja, a de motorista de caminhão. Contudo, afirmou o expert,ao responder os quesitos 02 e 04 do autor, que o mesmo está temporariamente incapacitado para exercer sua atividadeatual, pois há possibilidade de o recorrente se reabilitar para outra função, sendo que, para isso, necessita de tratamentopsicoterápico e psiquiátrico. O perito até mesmo conseguiu estabelecer um período de recuperação quando sugeriuafastamento por 3 meses de sua atividade habitual (quesito 03 – fl. 35).4. Outro destaque deve ser feito quando são analisados os laudos particulares trazidos pelo recorrente, pois, de fato, oslaudos determinam afastamento apenas por períodos temporários (fls. 13/14).5. Com efeito, à luz do art. 42 da Lei nº 8.213/91, vislumbro que a parte autora não faz jus ao recebimento de aposentadoriapor invalidez, uma vez que a mesma pode ser reabilitada para desempenhar outras atividades laborativas que secompatibilizem com sua enfermidade e sua realidade funcional. Desta forma, o recorrente tem direito apenas aorecebimento do auxílio-doença, benefício este que já obteve anteriormente.6. Ante o exposto, não lhe é devido o benefício de aposentadoria por invalidez, por não estarem preenchidos os requisitosnecessários à sua concessão.7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário de assistênciajudiciária.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Dr. Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

71 - 2009.50.50.004320-5/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DE FÁTIMA IZIDORO GUILHERME ROSA (DEF.PUB:ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVOCABRAL VIEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.004320-5/01

EMENTA

Page 46: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONTROVÉRSIA – DATA DE INÍCIODO BENEFÍCIO NA CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pela parte autora em face da sentença (fls. 106/107) de piso que julgou procedente o seupedido de concessão do benefício de aposentadoria por invalidez. A irresignação da recorrente se limita à fixação da DIB,visto que o primeiro requerimento administrativo ocorreu em 03/09/2008 (fl. 33), e por alegar que já portava a doença demal de Alzheimer, requer que seja concedido o beneficio a partir daquela data.2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/90, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. No caso concreto, vê-se que há controvérsia apenas no que tange à data de início do benefício de aposentadoria porinvalidez, não havendo discussão quanto a quaisquer dos requisitos necessários à percepção do benefício em questão.4. No laudo pericial, produzido em setembro de 2009 (fls. 74/82), o médico perito informa que a doença da autora existe hámais de seis meses (quesito 12 – fl. 80). Dessa forma, não é possível conceder o benefício de aposentadoria desdesetembro de 2008, pois o perito não afirma que a autora portava a doença desde quando foi feito o primeiro requerimentoadministrativo. Diante disso, a data de início do benefício deve ser correspondente ao dia posterior à data de cessação dobenefício de auxílio-doença, qual seja, 11/05/2009.5. Não procede a alegação da recorrente, por não ter sido possível a constatação de que havia incapacidade laboral àépoca do requerimento administrativo.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária de AssistênciaJudiciária Gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Dr. Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

72 - 2008.50.52.000007-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOESALEGRO OLIVEIRA.) x MARIA LUCIA VIEIRA DE LIMA (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.52.000007-4/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : MARIA LUCIA VIEIRA DE LIMA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 - PREQUESTIONAMENTO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Sustenta, em suas razões, que a sentença guerreada violou vários dispositivos constitucionais e requerque esta Turma se manifeste com a finalidade de prequestionar a matéria constitucional evidenciada. A seguir, rechaça aaplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Page 47: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício da autora foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 18.10.2003 (fl. 09), procede a revisão pleiteada.

Não existe, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.

Não se vislumbra atentado aos arts. 5º, caput e inciso XXXVI, 195, §5º, 201, caput e §§3º e 4º, todos estes insertos naCarta Magna.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, em respeito ao art. 4º, I, da Lei 9.289/96. Condeno o INSS ao pagamento de honorários advocatícios, que fixoem R$ 500,00, com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

73 - 2007.50.50.011338-7/01 ANTONIO STOCCO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.0011338-7/01

Recorrente : ANTONIO STOCCO

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Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, que pleiteava a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido antes da alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 19.08.1996 (fl. 15), não procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

74 - 2008.50.50.004389-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x JERUSA COMETTI DAS NEVES (ADVOGADO: FELIPE SARDENBERG MACHADO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Page 49: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Processo nº 2008.50.50.004389-4/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : JERUSA COMETTI DAS NEVES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Sustenta, em suas razões, que o valor do benefício previdenciário jamais poderá substituir osalário-de-contribuição, rechaçando a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese autoral somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício da autora foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 04/05/2006 (fl. 09), procede a revisão pleiteada.

Não existe, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, em respeito ao art. 4º, I, da Lei 9.289/96. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatíciosno valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), com fulcro no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de Mattos

Page 50: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Juiz Federal Relator

75 - 2008.50.51.001293-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHABARBOSA BRITO.) x REMY TIRELO.PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.51.001293-6/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : REMY TIRELO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 05.08.2002 (fl. 15), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixoem R$ 500,00, com fulcro no art. 55 da Lei n. 9.099/95 combinado com o art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na

Page 51: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

76 - 2006.50.50.006839-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x NORMA DETTMANN JARSKE (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2006.50.50.006839-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : NORMA DETTMANN JARSKE

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Sustenta, em suas razões, que o valor do benefício previdenciário jamais poderá substituir o salário decontribuição, rechaçando a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 15/08/2002 (fl. 37), procede a revisão pleiteada.

Não existe, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Page 52: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Sem custas, em respeito ao art. 4º, I, da Lei 9.289/96. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatíciosno valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), com fulcro no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

77 - 2008.50.50.001178-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x SEBASTIAO OLIMPIO PEREIRA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).Processo nº. 2008.50.50.001178-9/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : SEBASTIÃO OLIMPIO PEREIRA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI COMBASE NO ART. 29 § 5º – DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 28.06.1997 – INCIDÊNCIA DADECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADA EM 07/02/2008 - SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente, emparte, a pretensão externada na inicial, determinando a revisão da RMI do benefício previdenciário de aposentadoria porinvalidez e o pagamento das parcelas atrasadas. Sustenta, em suas razões, que o valor do benefício previdenciário jamaispoderá substituir o salário de contribuição, rechaçando a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese. Aparte recorrida, em sede de contrarrazões, pugna pelo sobrestamento do feito até decisão final do RE 583.834.Não obstante a tese recursal a respeito da aplicação do §5º do art. 29 da Lei n. 8.213/91, cumpre destacar que a TurmaRegional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da 2ª Região,responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questões de direitomaterial entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão de inúmerosprecedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 28.06.1997, ou seja, em 1995, e a ação foi ajuizada somente em07/02/2008. Assim, não há como afastar a incidência da decadência na hipótese, aqui declarada ex officio por se tratar dequestão de ordem pública.Pelo exposto, dever ser extinto o feito com base no art. 269, IV, do CPC.Decadência pronunciada de ofício. Sentença reformada.Sem custas e condenação em honorários advocatícios, por gozar o recorrido do benefício da assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, MASPRONUNCIAR A DECADÊNCIA EX OFFICIO, na forma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

Fernando Cesar Baptista de Mattos

Page 53: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Juiz Federal Relator

78 - 2008.50.50.003943-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x RAFAEL DIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.003943-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : RAFAEL DIAS DE OLIVEIRA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente, em parte, apretensão externada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento dasdiferenças correspondentes. Sustenta, em suas razões, que o valor do benefício previdenciário jamais poderá substituir osalário-de-contribuição, rechaçando a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 27/07/2004 (fl. 16), procede a revisão pleiteada.

Não existe, portanto, mácula na sentença guerreada, que merece ser mantida.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, em respeito ao art. 4º, I, da Lei 9.289/96. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatíciosno valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), com fulcro no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Page 54: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

79 - 2008.50.50.006306-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x MARIO LUIZ DA CRUZ (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.006306-6/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : MARIO LUIZ DA CRUZ

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou parcialmente procedentea pretensão externada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento dasdiferenças correspondentes. Sustenta, em suas razões, que o salário de benefício do auxílio-doença somente poderá sercomputado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez nos casos em que o período de incapacidade forintercalado com período de atividade, conforme o artigo 55, II, da Lei 8.213/91, sendo que o § 7º do artigo 36 do Decreto3.048/99 dispõe no mesmo sentido.Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere à aplicação da regra do § 5º do art. 29 da Lei8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversão de auxílio-doença, se,no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, o salário-de-benefício deste.A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade, o que ocorreu no caso concreto. Isso se percebefacilmente no emprego da palavra no plural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios porincapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 07.07.2005 (fl. 13), procede a revisão pleiteada.Recurso conhecido e, no mérito, improvido. Sentença mantida.Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dos honorários advocatícios no valor de R$ 500,00(quinhentos reais), conforme o artigo 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Page 55: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

80 - 2007.50.50.011493-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x ALONSO MARCIAL DE OLIVEIRA (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).

PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.011493-8/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : ALONSO MARCIAL DE OLIVEIRA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO E NOMÉRITO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Sustenta, em suas razões, que o salário de benefício do auxílio-doença somente poderá ser computadocomo salário de contribuição da aposentadoria por invalidez nos casos em que o período de incapacidade for intercaladocom período de atividade, conforme dispõe o inciso II do art. 55 da Lei nº 8.213/91.Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 03.12.2003 (fl. 11), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno o INSS ao pagamento de honorários advocatícios, que fixo em R$ 500,00(quinhentos reais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

Page 56: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

81 - 2008.50.50.006594-4/01 GLAUCE NELMA PEREIRA DA SILVA (ADVOGADO: TAIS MARIA ZANONI.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.006594-4/01

Recorrente : GLAUCE NELMA PEREIRA DA SILVA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou parcialmenteimprocedente a pretensão externada na inicial, que pleiteava a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e opagamento das diferenças correspondentes. Em suas razões, sustenta a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefíciosna hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido antes da alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 01.01.1998 (fl. 16), não procede a revisão pleiteada.

Page 57: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

82 - 2008.50.51.001384-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme NogueiraFreire Carneiro.) x ALARIDES DO NASCIMENTO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.51.001384-9/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : ALARIDES DO NASCIMENTO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO E NOMÉRITO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Sustenta, em suas razões, que o salário de benefício do auxílio-doença somente poderá ser computadocomo salário-de-contribuição da aposentadoria por invalidez nos casos em que o período de incapacidade for intercaladocom período de atividade, conforme dispõe o inciso II do art. 55 da Lei nº 8.213/91.Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 12.10.2000 (fl. 12), procede a revisão pleiteada.

Page 58: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.Sem custas, na forma da lei. Condeno o INSS ao pagamento de honorários advocatícios, que fixo em R$ 500,00(quinhentos reais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

83 - 2008.50.50.003043-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x GEANI VIEIRA ALBERTACCI SOUHAIT (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMONHOLLIDAY.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.003043-7/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : GEANI VIEIRA ALBERTACCI SOUHAIT

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviu

Page 59: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

de base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 07.06.2001 (fl. 13), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

84 - 2008.50.50.001277-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIODA SILVA.) x INACIO CAMILO (ADVOGADO: THIAGO AARÃO DE MORAES.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.001277-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : INACIO CAMILO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores ao

Page 60: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

do afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 21.03.2002 (fl. 18), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

85 - 2008.50.50.000483-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x CARLOS RODRIGUES (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.000483-9/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : CARLOS RODRIGUES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra no

Page 61: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

plural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 10.05.2000 (fl. 10), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

86 - 2006.50.50.006267-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x ROSEMARY ALMEIDA PEREIRA (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2006.50.50.0006267-3/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : ROSEMARY ALMEIDA PEREIRA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei

Page 62: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 16.01.2003 (fl. 32), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

87 - 2008.50.50.003386-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x LIDIA MARIA DE JESUS ELESBÃO (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMONHOLLIDAY.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.003386-41

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : LIDIA MARIA DE JESUS ELESBÃO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

Page 63: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 08.06.2006 (fl. 10), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

88 - 2008.50.50.003941-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x SILVANO DA COSTA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.003941-6/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : SILVANO DA COSTA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Page 64: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 04.02.2005 (fl. 11), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

89 - 2007.50.51.003258-0/01 ALVACY CARDOSO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.51.003258-0/01

Recorrente : AVALCY CARDOSO

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Page 65: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento dasdiferenças correspondentes. Em suas razões, sustenta a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido antes da alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 01.12.1994 (fl. 17), NÃO procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

90 - 2007.50.50.006687-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOESALEGRO OLIVEIRA.) x ESTER STOCO ALVES (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.).

PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.006687-7/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : ESTER STOCO ALVES

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E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – AUSÊNCIA DE DECISÃO EXTRAPETITA - NÃO HÁ VIOLAÇÃO DE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente em parte apretensão externada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento dasdiferenças correspondentes. Sustenta, em suas razões, que a sentença guerreada violou vários dispositivos constitucionaisrelativos à retroatividade das leis decorrente das garantias ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito, bem como aoprincípio contributivo, ao da igualdade, ao da fonte de custeio total, ao da preservação do valor real dos benefícios conformecritérios definidos em lei e ao da necessidade de correção dos salários-de-contribuição na forma da lei. Argumenta aindaque a decisão é extra petita, na medida que aplicou o art. 29, II, da Lei n. 8.213/91 e deixou de observar o art. 32, §20, e oart. 188-A, §4º, do D. 5.545/2005. A seguir, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 12.03.2002 (fl. 10), procede a revisão pleiteada.Registre-se que não se vislumbra, no caso, o julgamento extra petita, posto que a sentença guerreada decidiu a lideconforme o pedido autoral, ou seja, a revisão do RMI do benefício de aposentadoria por invalidez, com base no art. 29, §5º,da Lei n. 8.213/91.No mais, não se vislumbra, na hipótese, violação ao princípio da irretroatividade das leis decorrente das garantias ao direitoadquirido e ao ato jurídico perfeito (art. 5º, XXXVI, da CR/88), bem como ao princípio do custeio total (art. 195, §5º, CR/88),ao princípio contributivo (art. 201, caput, e art. 195), ao princípio da igualdade (art. 5º, caput, e 201, §1º, da CR/88), aoprincípio da preservação do valor real dos benefícios conforme critérios definidos em lei (art. 201, §4º, da CR/88) e ao danecessidade de correção dos salários-de-contribuição na forma da lei (art. 201, §3º, da CR/88).Recurso conhecido e, no mérito, imrovido.Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, que fixo em R$ 500,00, com fulcro noart. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO EMPARTE, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

91 - 2007.50.50.011335-1/01 AILSON CEZAR DA CRUZ (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERAL

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Seção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.011335-1/01

Recorrente : AILSON CEZAR DA CRUZ

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento dasdiferenças correspondentes. Em suas razões, sustenta a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido antes da alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 01.04.1994 (fl. 25), NÃO procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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92 - 2006.50.50.005388-0/01 ODINO CORREA (ADVOGADO: BRUNO DE CASTRO QUEIROZ.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2006.50.50.005388-0/01

Recorrente : ODINO CORREA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EPROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, que pleiteava a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, sustenta a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese. Em preliminar,alega que houve a interposição de recurso contra sentença terminativa, o que é vedado, conforme art. 5º da Lei n.10.259/2001.

Inicialmente, cumpre registrar que, embora o art. 5º da Lei nº 10.259/01, específica dos Juizados Especiais Federais,disponha que, com exceção das medidas cautelares, só caberá recurso de sentença definitiva, somente uma interpretaçãoliteral do dispositivo supracitado conduziria à conclusão de que não seria possível a interposição de recurso contra assentenças terminativas, ou seja, aquelas que extinguem o processo sem resolução de mérito (art. 267 do CPC); no entanto,é consenso na doutrina que é cabível o recurso inominado contra sentença, a independer se há resolução de mérito ou não.Assim, a Turma Recursal, ao apreciar recurso inominado interposto contra sentença terminativa, pode julgar desde logo alide se a causa versar questão exclusivamente de direito ou estiver em condições de imediato julgamento, nos termosdo art. 515, parágrafo 3º, do CPC. Superada a preliminar, passo à análise do mérito recursal.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 01.08.2000 (fl. 17), procede a revisão pleiteada.

Pelo exposto, condeno o INSS a rever o valor da renda mensal inicial do benefício previdenciário de aposentadoria por

Page 69: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

invalidez em questão, calculado com base nos salários-de-contribuição referentes ao período de fruição do auxílio-doençaoriginário, considerando que o valor de cada um desses salários-de-contribuição referentes ao período de fruição doauxílio-doença deve corresponder ao valor do salário-de-benefício desse mesmo auxílio-doença reajustado nas mesmasépocas e bases dos benefícios em geral. Remetam-se os autos à Contadoria do Juízo para os devidos cálculos.

Condeno ainda a autarquia previdenciária a pagar, ao autor, respeitada a prescrição quinquenal e o teto para este Juizado,as parcelas em atraso, corrigidas monetariamente, e juros de mora de 1% ao mês a contar da citação até 30/06/2009 e, apartir de então, conforme os termos da Lei 11.690/2009. Deverá o INSS informar a este Juízo os valores a seremrequisitados por RPV, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir do trânsito em julgado da presente decisão. Quanto ànão liquidez desta decisão, ressalto o fato de que o INSS possui maiores condições de elaborar os cálculos dos valores ematraso e que tal posicionamento coaduna-se com as disposições dos Enunciados nº 04 da Turma Recursal do EspíritoSanto e nº 22 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Após a apuração administrativa dos valores em comento, a serconsiderada como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei 10.259/2001, será então expedido o “Requisitório dePequeno Valor”.

Recurso conhecido e, no mérito, provido.

Sem custas, na forma da lei. Sem a condenação em honorários advocatícios, por força do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

93 - 2007.50.54.000269-2/01 ELIANA CREMA DA SILVA (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Alexandre Hideo Wenichi.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.54.000269-2/01

Recorrente : ELIANA CREMA DA SILVA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – INTERESSE PROCESSUAL -RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou extinto o processosem a resolução do mérito, por ausência de interesse processual, considerando que o provimento jurisdicional acarretariaredução na renda mensal inicial de seu benefício. . Em suas razões, sustenta a aplicação do §5º do art. 29 da Lei deBenefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

Page 70: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 01.10.2000 (fl. 46), procede a revisão pleiteada. Há, portanto, interesse processual napretensão externada na inicial da ação.

Pelo exposto, condeno o INSS a rever o valor da renda mensal inicial do benefício previdenciário de aposentadoria porinvalidez em questão, calculado com base nos salários-de-contribuição referentes ao período de fruição do auxílio-doençaoriginário, considerando que o valor de cada um desses salários-de-contribuição referentes ao período de fruição doauxílio-doença deve corresponder ao valor do salário-de-benefício desse mesmo auxílio-doença reajustado nas mesmasépocas e bases dos benefícios em geral. Remetam-se os autos à Contadoria do Juízo para os devidos cálculos.

Condeno ainda a autarquia previdenciária a pagar, ao autor, respeitada a prescrição quinquenal e o teto para este Juizado,as parcelas em atraso, corrigidas monetariamente, e os juros de mora de 1% ao mês a contar da citação até 30/06/2009 e,a partir de então, conforme os termos da Lei 11.690/2009. Deverá o INSS informar a este Juízo os valores a seremrequisitados por RPV, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir do trânsito em julgado da presente decisão. Quanto ànão liquidez desta decisão, ressalto o fato de que o INSS possui maiores condições de elaborar os cálculos dos valores ematraso e que tal posicionamento coaduna-se com as disposições dos Enunciados nº 04 da Turma Recursal do EspíritoSanto e nº 22 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Após a apuração administrativa dos valores em comento, a serconsiderada como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei 10.259/2001, será então expedido o “Requisitório dePequeno Valor”.

Recurso conhecido e, no mérito, provido.

Sem custas, na forma da lei. Sem a condenação em honorários advocatícios, por força do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

94 - 2007.50.53.000836-3/01 EGILEU ALVES MARTINS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.53.000836-3/01

Recorrente : EGILEU ALVES MARTINS

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Page 71: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento dasdiferenças correspondentes. Em suas razões, sustenta a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido antes da alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 01.01.1994 (fl. 25), NÃO procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

95 - 2007.50.53.000838-7/01 LUIZ FERNANDO TINTORI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS JOSÉ DE JESUS.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.53.000838-7/01

Page 72: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Recorrente : LUIZ FERNANDO TINTORI

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento dasdiferenças correspondentes. Em suas razões, sustenta a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido antes da alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 01.04.1996 (fl. 12), NÃO procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

96 - 2007.50.50.007810-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x JOAO DE DEUS PAULO SIQUEIRA (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito Santo

Page 73: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.007810-7/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : JOÃO DE DEUS PAULO SIQUEIRA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 18.12.2001 (fl. 08), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

Page 74: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

97 - 2007.50.50.007802-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x EVA HONORATO ALVES (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.007802-8/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : EVA HONORATO ALVES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Sustenta, em suas razões, que o salário de benefício do auxílio-doença somente poderá ser computadocomo salário de contribuição da aposentadoria por invalidez nos casos em que o período de incapacidade for intercaladocom período de atividade, conforme o artigo 55, II, da Lei 8.213/91, sendo que o § 7º do artigo 36 do Decreto 3.048/99dispõe no mesmo sentido.Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere à aplicação da regra do § 5º do art. 29 da Lei8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversão de auxílio-doença, se,no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, o salário-de-benefício deste.A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade, o que ocorreu no caso concreto. Isso se percebefacilmente no emprego da palavra no plural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios porincapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 14.11.2001 (fl. 10), procede a revisão pleiteada.Recurso conhecido e, no mérito, improvido. Sentença mantida.Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dos honorários advocatícios no valor de R$ 500,00(quinhentos reais), conforme o artigo 20, § 4º do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

98 - 2007.50.50.002920-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO

Page 75: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

LEAL DOS SANTOS.) x SEBASTIÃO MENDES DA SILVA (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.002920-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : SEBASTIÃO MENDES DA SILVA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou parcialmente procedentea pretensão externada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento dasdiferenças correspondentes. Sustenta, em suas razões, que o salário de benefício do auxílio-doença somente poderá sercomputado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez nos casos em que o período de incapacidade forintercalado com período de atividade, conforme o artigo 55, II, da Lei 8.213/91, sendo que o § 7º do artigo 36 do Decreto3.048/99 dispõe no mesmo sentido.Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere à aplicação da regra do § 5º do art. 29 da Lei8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversão de auxílio-doença, se,no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, o salário-de-benefício deste.A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade, o que ocorreu no caso concreto. Isso se percebefacilmente no emprego da palavra no plural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios porincapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 27.05.2003 (fl. 12), procede a revisão pleiteada.Recurso conhecido e, no mérito, improvido. Sentença mantida.Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dos honorários advocatícios no valor de R$ 500,00(quinhentos reais), conforme o artigo 20, § 4º do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

99 - 2008.50.50.009278-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x ANTONIO NOGUEIRA RAUTA (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS, ROGERIO SIMOES

Page 76: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

ALVES, ANA CRISTINA DELACIO ABREU.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.009278-9/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : ANTONIO NOGUEIRA RAUTA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Sustenta, em suas razões, que o valor do benefício previdenciário jamais poderá substituir o salário decontribuição, rechaçando a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 16/10/2004 (fl. 12), procede a revisão pleiteada.

Não reside, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, em respeito ao art. 4º, I, da Lei 9.289/96. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatíciosno valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), com fulcro no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado

Page 77: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

100 - 2007.50.50.007175-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.) x DIONIZIO ANTONIO PEREIRA.PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.007175-7/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : DIONIZIO ANTONIO PEREIRA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 - PREQUESTIONAMENTO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Sustenta, em suas razões, que a sentença guerreada violou vários dispositivos constitucionais relativosao princípio contributivo, ao da igualdade, ao da fonte de custeio total, ao da preservação do valor real dos benefíciosconforme critérios definidos em lei e ao da necessidade de correção dos salários-de-contribuição na forma da lei. Reguer,também, que se manifeste esta Turma Recursal com a finalidade de prequestionar a matéria constitucional evidenciada. Aseguir, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 20.07.2004 (fl. 09), procede a revisão pleiteada.

Page 78: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Não existe, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.

Não obstante, não se vislumbra atentado aos arts. 2º, 5º, caput e inciso XXXVI, 201, caput e §1º, da CRFB/88, vedatóriosdo uso de critérios não isonômicos para concessão de benefícios, bem como violação aos preceitos residentes nos arts. 29,44, 55, II, 63 e 195, todos estes insertos na Carta Magna.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, em respeito ao art. 4º, I, da Lei 9.289/96. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios, que fixo emR$ 500,00, com fulcro no art. 55 da Lei n. 9.099/95 combinado com o art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

101 - 2009.50.50.001825-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.) x PAULO SOUZA (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2009.50.50.001825-9/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : PAULO SOUZA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Sustenta, em suas razões, que a sentença guerreada violou vários dispositivos constitucionais relativosao princípio contributivo, ao da igualdade, ao da fonte de custeio total, ao da preservação do valor real dos benefíciosconforme critérios definidos em lei e ao da necessidade de correção dos salários-de-contribuição na forma da lei. Reguer,também, que se manifeste esta Turma Recursal com a finalidade de prequestionar a matéria constitucional evidenciada. Aseguir, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra no

Page 79: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

plural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 22/03/2006 (fl. 13), procede a revisão pleiteada.

Não existe, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.

Não obstante, não se vislumbra atentado aos arts. 2º, 5º, caput e inciso XXXVI, 201, caput e §1º, da CRFB/88, vedatóriosdo uso de critérios não isonômicos para concessão de benefícios, bem como violação aos preceitos residentes nos arts. 29,44, 55, II, 63 e 195, todos estes insertos na Carta Magna.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixoem R$ 500,00, com fulcro no art. 55 da Lei n. 9.099/95 combinado com o art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

102 - 2007.50.50.011257-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENABOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x CRISTOVÃO CARVALHO COSTA (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMONHOLLIDAY.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.011257-7/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : CRISTÓVÃO CARVALHO COSTA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 –- RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente em parte apretensão externada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento dasdiferenças correspondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.Suscita ainda violação às disposições constitucionais.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do

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§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 16.12.2003 (fl. 10), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

No mais, não se vislumbra, no caso, violação aos dispositivos constitucionais apontados (art. 5º, XXXVI, 195, §5°, art. 5º,caput, art. 201, §1º, art. 201, §4º, art. 201, §3º).

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

103 - 2007.50.50.006731-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x CELEDIR PECINI (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.006731-6/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : CELEDIR PECINI

E M E N T A

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RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 12.02.2000 (fl. 12), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

104 - 2008.50.53.000735-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x ADÃO LIMA DE SOUZA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.53.000735-1/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Page 82: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Recorrido : ADÃO LIMA DE SOUZA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Sustenta, em suas razões, que o valor do benefício previdenciário jamais poderá substituir o salário decontribuição, rechaçando a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 17/05/2004 (fl. 13), procede a revisão pleiteada.

Não existe, portanto, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, em respeito ao art. 4º, I, da Lei 9.289/96. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatíciosno valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), com fulcro no art. 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

105 - 2008.50.50.007295-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x JOÃO BARBOSA (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).PODER JUDICIÁRIO

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JUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.007295-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : JOÃO BARBOSA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 –- RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 06.12.2002 (fl. 15), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de Mattos

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Juiz Federal Relator

106 - 2007.50.50.001730-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x EDMILSON BARBOSA CEZAR (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.001730-1/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : EDMILSON BARBOSA CEZAR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 –- RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou parcialmente procedentea pretensão externada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento dasdiferenças correspondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 07.04.2005 (fl. 09), procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Sem custas, na forma da lei. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios que fixo em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na

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forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

107 - 2007.50.50.000785-0/01 MARILÂNDIA DE OLIVEIRA MENEZES E OUTROS (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELOCALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEALDOS SANTOS .).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.000785-0/01

Recorrentes : MARILÂNDIA DE OLIVEIRA MENEZES, JADI MENEZES MELO,PEDRO LUIZ MELO JUNIOR e GEISI MENEZES MELO(sucessores de PEDRO LUIZ DE MELO)

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial, negando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez. Em suas razões, sustenta aaplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo saláriode benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese autoral somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido antes da alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 01.05.1996 (fl. 25), não procede a revisão pleiteada.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Page 86: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Sem condenação em custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

108 - 2008.50.53.000739-9/01 IVANETE BARCELOS OLIVEIRA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.).Processo nº. 2008.50.53.000739-9/01

Recorrente : IVANETE BARCELOS DE OLIVEIRARecorrida : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI – DATADE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 26.06.1997 –OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADAEM 04.12.2008 - RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que pronunciou adecadência da pretensão externada na inicial e julgou extinto o feito com base no art. 269, IV, do CPC. Alega a recorrente,em suas razões recursais, que o direito autoral não foi alcançado pela decadência, apresentando tese nesse sentido.

2. Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federaisda 2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questõesde direito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão deinúmeros precedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.

3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.

4. No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997, ou seja, em 01.12.1993 (fl. 22), mas a ação somentefoi ajuizada em 04.12.2008. Assim, não há como negar a incidência da decadência na hipótese.

5. Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

6. Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do benefício da assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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109 - 2008.50.50.006818-0/01 VALTER ALVES (ADVOGADO: MARCELO CARVALHINHO VIEIRA, vanessa ribeiro fogos,MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo nº. 2008.50.50.006818-0/01

Recorrente : VALTER ALVEZRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI – DATADE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 26.06.1997 –OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADAEM 17.11.2008 - RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que pronunciou adecadência da pretensão externada na inicial desta ação. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o direitoautoral não foi alcançado pela decadência, apresentando tese nesse sentido.

2. Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federaisda 2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questõesde direito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão deinúmeros precedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.

3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.

4. No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997, mas a ação foi ajuizada somente em 17.11.2008.Assim, não há como negar a incidência da decadência na hipótese.

5. Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

6. Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

110 - 2007.50.50.011516-5/01 ROBERTO BARBOSA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.).Processo nº. 2007.50.50.011516-5/01

Recorrente : ROBERTO BARBOSARecorrida : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

Page 88: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI – DATADE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 26.06.1997 – OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADAEM 03.12.2007 - RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que pronunciou adecadência e extingui o feito com base no art. 269, IV, do CPC. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o direitoautoral não foi alcançado pela decadência, apresentando, para tanto, tese nesse sentido.

2. Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federaisda 2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questõesde direito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão deinúmeros precedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.

3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.

4. No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997, ou seja, em 01.12.1995 (fl. 23), mas a ação foiajuizada somente em 03.12.2007. Assim, não há como negar a incidência da decadência na hipótese.

5. Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

6. Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

111 - 2007.50.51.003197-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DEMORAES SENTO-SÉ REIS.) x JOSE DE ALMEIDA COSTA JUNIOR (ADVOGADO: AURELIO FABIO NOGUEIRA DASILVA, CLEMILSON RODRIGUES PEIXOTO.).Processo nº. 2007.50.51.003197-5/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : JOSE DE ALMEIDA COSTA JUNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI COMBASE NA VARIAÇÃO NOMINAL DA OTN/ORTN – DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 26.06.1997–OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADA EM 28.11.2007 - RECURSO PROVIDO – SENTENÇAREFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, em que se pleiteava revisão da renda mensal inicial do benefício originário.Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o direito autoral foi alcançado pela decadência, posto que o benefíciooriginário foi concedido antes de 28.06.1997.

2. Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federaisda 2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questões

Page 89: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

de direito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão deinúmeros precedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.

3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.

4. No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997, ou seja, em 02.07.1984 (fl. 11), mas a ação foiajuizada somente em 28.11.2007. Assim, não há como negar a incidência da decadência na hipótese.

5. Recurso conhecido e, no mérito, provido.

6. Defiro o pedido de assistência judiciária gratuita pleiteado na inicial.

7. Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento da assistência judiciária gratuita, bem como a incidência doart. 55 da Lei n. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formado voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

112 - 2008.50.50.000555-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS .) x EURIPEDES ALVARENGA DA SILVA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.000555-8/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : EURIPEDES ALVARENGA DA SILVA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – INCIDÊNCIA DA DECADÊNCIA – SÚMULA 8 DA TURMA REGIONAL DEUNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA DAS TURMAS RECURSAIS DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS -RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente em parte apretensão externada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento dasdiferenças correspondentes. Em suas razões, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.Suscita, na oportunidade, a incidência da decadência e da prescrição.

Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questões dedireito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão de inúmerosprecedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se a

Page 90: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

decadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.

Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.

No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997, em 01.01.1995, e a ação foi ajuizada somente em18.01.2008. Assim, não há dúvidas de que houve a incidência da decadência na hipótese.

Recurso conhecido e, no mérito, provido.

Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita, bem como aaplicação do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

113 - 2005.50.50.013701-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x ALMIR MORAES.Processo nº. 2005.50.50.013701-2/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : ALMIR MORAES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI – DATADE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 26.06.1997 – NÃO-OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃOAJUIZADA EM 2005 - RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, em que pleiteava revisão da renda mensal inicial do benefício originário. Alega orecorrente, em suas razões recursais, que o direito autoral foi alcançado pela decadência, posto que o benefício origináriofoi concedido antes de 28.06.1997.

2. Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federaisda 2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questõesde direito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão deinúmeros precedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.

3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.

4. No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997 e a ação foi ajuizada em 2005. Assim, não há comosustentar a incidência da decadência na hipótese.

5. Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Page 91: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

6. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios quefixo em R$ 500,00, com fulcro no art. 55 da Lei n. 9.099/95 combinado com o art. 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

114 - 2006.50.50.000407-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x OLGA SIQUEIRA DA SILVA.Processo nº. 2006.50.50.000407-7/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : OLGA SIQUEIRA DA SILVA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI COMBASE NO ARTIGO 1º DA LEI 6.423/77 – DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 26.06.1997 – NÃOOCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADA ANTES DE 01/08/2007 - RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, em que a parte recorrida pleiteava revisão da renda mensal inicial do benefíciooriginário. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o direito autoral foi alcançado pela decadência, posto que obenefício originário foi concedido antes de 28.06.1997.2. A Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da 2ªRegião, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questões dedireito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão de inúmerosprecedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.4. No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997 e a ação foi ajuizada em 21.02.2006 (fl. 03), ou seja,tempestivamente, de forma a não incidir a decadência para o caso concreto. Não procede a tese da autarquiaprevidenciária de que deve haver a incidência do Enunciado 63 das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio deJaneiro, equivalente à Súmula 08 das Turmas Recursais do Espírito Santo, para o presente caso, em virtude de o benefícioda parte recorrida ter sido concedido antes de 28.06.1997, posto que a análise da decadência também deve ser analisadalevando-se em consideração a data do ajuizamento da ação revisional. Como a parte recorrida ajuizou a ação antes de01.08.2007, não se operou a decadência.5. Recurso conhecido e, no mérito, improvido.6. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios quefixo em R$ 500,00, com fulcro no art. 55 da Lei n. 9.099/95 combinado com o art. 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Page 92: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

115 - 2007.50.50.010624-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x JOSÉ DE SOUZA REIS (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.).Processo nº. 2007.50.50.010624-3/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : JOSÉ DE SOUZA REIS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI – DATADE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 26.06.1997 – OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADADEPOIS DE 01/08/2007 - RECURSO PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou parcialmenteprocedente a pretensão externada na inicial desta ação, em que a parte recorrida pleiteava revisão da renda mensal inicialdo benefício originário. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o direito autoral foi alcançado pela decadência,posto que não há direito adquirido ao regime jurídico previdenciário, a contagem do lapso temporal de 10 anos para aincidência da decadência deve ser iniciado na data de promulgação da MP 1.523/97 e que o benefício originário foiconcedido antes de 28.06.1997.2. A Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da 2ªRegião, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questões dedireito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão de inúmerosprecedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP. Este é o entendimento que deve prevalecer, ante o entendimento de que a contagem desse lapso temporaldeve incidir a partir da data da promulgação da MP 1523/97.4. No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997 e a ação foi ajuizada somente em 06.12.2007 (fl. 04),ou seja, intempestivamente, de forma a incidir a decadência para o caso concreto. A análise da decadência deve se orientarnão somente pela data da concessão do benefício previdenciário, mas também pela data do ajuizamento da açãorevisional. Como a parte recorrida ajuizou a ação depois de 01.08.2007, operou-se a decadência.5. Conforme bem salientado nas razões recursais, não há direito adquirido a regime jurídico, de forma que, sendo a normaque instituiu a decadência para as demandas previdenciárias uma norma que visa regular o regime jurídico previdenciário,não há que falar em direito adquirido no caso concreto, com o intuito de afastar a aplicação da decadência em virtude danecessidade da aplicação da norma vigente na data da concessão do benefício, impedindo-se a retroatividade das leis.Esta aplicação procede, mas não para os casos de normas que alteram regime jurídico, as quais podem retroagir,presentes os requisitos para tanto, o que ocorre no caso concreto, conforme acima explanado.5. Recurso conhecido e, no mérito, provido.6. Sem custas e condenação em honorários advocatícios, haja vista ser a parte recorrida beneficiária da AssistênciaJurídica Gratuita (fl. 20).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formado voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

116 - 2006.50.50.004558-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x BRASILINA MARTINS DOS SANTOS.Processo nº. 2006.50.50.004558-4/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : BRASILINA MARTINS DOS SANTOS

E M E N T A

Page 93: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI COMBASE NO ARTIGO 29, § 5º DA LEI 8.213/91 – DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 26.06.1997 –NÃO OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADA ANTES DE 01/08/2007 - RECURSO IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, em que a parte recorrida pleiteava revisão da renda mensal inicial do benefíciooriginário. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o direito autoral foi alcançado pela decadência, posto que obenefício originário foi concedido antes de 28.06.1997.2. A Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da 2ªRegião, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questões dedireito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão de inúmerosprecedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.4. No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997 e a ação foi ajuizada em 16.10.2006 (fl. 03), ou seja,tempestivamente, de forma a não incidir a decadência para o caso concreto. Não procede a tese da autarquiaprevidenciária de que deve haver a incidência do Enunciado 63 das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio deJaneiro, equivalente à Súmula 08 das Turmas Recursais do Espírito Santo, para o presente caso, em virtude de o benefícioda parte recorrida ter sido concedido antes de 28.06.1997, posto que a análise da decadência também deve ser analisadalevando-se em consideração a data do ajuizamento da ação revisional. Como a parte recorrida ajuizou a ação antes de01.08.2007, não se operou a decadência.5. Recurso conhecido e, no mérito, improvido.6. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condeno a parte recorrente em honorários advocatícios quefixo em R$ 500,00, com fulcro no art. 55 da Lei n. 9.099/95 combinado com o art. 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

117 - 2008.50.50.000870-5/01 MARIA DE LOURDES FERREIRA CANDIDO (ADVOGADO: TAIS MARIA ZANONI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .).Processo nº. 2008.50.50.000870-5/01

Recorrente : MARIA DE LOURDES FERREIRA CANDIDO1Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI – DATADE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 28.06.1997 – INCIDÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADA EM08/04/2008 - RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que pronunciou adecadência da pretensão autoral, indeferindo a petição inicial. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que não háincidência de decadência no caso em tela, lançando mão de diversas jurisprudências nesse sentido.Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questões dedireito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão de inúmerosprecedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”

Page 94: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 28.06.1997 e a ação foi ajuizada somente em 08/04/2008. Assim,não há como afastar a incidência da decadência na hipótese.Não obstante, não se vislumbra atentado ao art. 105, III, “a”, inserto na Carta Magna.Defiro o pedido inicial de gratuidade de acesso à justiça.Recurso conhecido e, no mérito, improvido.Sem custas e condenação em honorários advocatícios, por gozar o recorrente do benefício da assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

118 - 2007.50.50.008420-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS.) x IRENE NUNES DA SILVA (ADVOGADO: RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, DIOGOASSAD BOECHAT.).Processo nº. 2007.50.50.008420-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : IRENE NUNES DA SILVA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI COMBASE NA VARIAÇÃO NOMINAL DA OTN/ORTN – DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 26.06.1997– NÃO-OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADA EM 01/08/2007 - RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, em que pleiteava revisão da renda mensal inicial do benefício originário. Alega orecorrente, em suas razões recursais, que o direito autoral foi alcançado pela decadência, posto que o benefício origináriofoi concedido antes de 28.06.1997.

2. Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federaisda 2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questõesde direito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão deinúmeros precedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.

3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.

4. No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997 e a ação foi ajuizada em 01.08.2007. Assim, não hácomo sustentar a incidência da decadência na hipótese.

5. Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

6. Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pelo INSS, que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais), comfulcro no art. 20, §4º, do CPC.

Page 95: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

119 - 2007.50.50.008184-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS .) x ADILIA RIBEIRO ROSA (ADVOGADO: RICARDO LEAO DE CALAIS ROLDAO, GISELLE LEITEFRANKLIN, MARCELO PEREIRA MATTOS, CÁSSIO DRUMOND MAGALHÃES.).Processo nº. 2007.50.50.008184-2/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : ADILIA RIBEIRO ROSA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI COMBASE NA VARIAÇÃO NOMINAL DA OTN/ORTN – DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 26.06.1997– NÃO OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADA ANTES DE 01/08/2007 - RECURSO IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, em que pleiteava revisão da renda mensal inicial do benefício originário. Alega orecorrente, em suas razões recursais, que o direito autoral foi alcançado pela decadência, posto que o benefício origináriofoi concedido antes de 28.06.1997.

2. Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federaisda 2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questõesde direito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão deinúmeros precedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.

3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.

4. No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997 e a ação foi ajuizada em 19.07.2007, ou seja,tempestivamente, não se falando, portanto, em decadência na hipótese.

5. Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

6. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente,arbitrados em R$ 500,00 (quinhentos reais), nos termos do art. 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na

Page 96: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

forma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

120 - 2008.50.50.000567-4/01 NATALINA DE MENDONÇA GASPARINI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOSSANTOS.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.000567-4/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL - INSS

Embargado : NATALINA DE MENDONÇA GASPARINI

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO - - INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO –RECONHECIMENTO DE OFÍCIO DA DECADÊNCIA ALEGADA – ACÓRDÃO REFORMADO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL - INSS em facedecisão que concedeu provimento total ao recurso inominado. Alega a embargante que a decisão seria omissa quanto àocorrência decadência do direito autoral.

Não assiste razão ao embargante. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades deinterposição dessa via recursal, assim já decidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fim de prequestionamento,devem-se observar os lindes traçados no art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construçãopretoriana integrativa, a hipótese de erro material). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - PrimeiraTurma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada. Ressalta-se que a parte embargante nem sequer mencionou a ocorrência da decadênciaem suas contrarrazões, logo, inexiste a omissão suscitada por simplesmente ter inexistido tal alegação.

Todavia, a alegação da decadência presente nos embargos de declaração em análise possui respaldo jurídico e, por setratar de matéria de ordem pública, pode ser conhecida e analisada a qualquer momento do curso processual, já que seconcatena intrinsecamente com a eficiência e a qualidade da prestação jurisdicional.

Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questões dedireito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão de inúmerosprecedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.

Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.

No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997, em 01.08.1996 (fl. 13), e a ação foi ajuizada somente em18.01.2008. Assim, não há como negar a incidência da decadência na hipótese.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

Decadência reconhecida de ofício.

A C Ó R D Ã O

Page 97: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO,RECONHECENDO, TODAVIA, DE OFÍCIO, A DECADÊNCIA NA HIPÓTESE, na forma da ementa constante dos autos,que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

121 - 2007.50.53.000447-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos FigueredoMarçal.) x ELENA MARCHETTE SCANDIAM (ADVOGADO: JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES.).Processo nº 2007.50.53.000447-3/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : ELENA MARCHETTE SCANDIAM

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CUMULAÇÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIOS – ERRO DAADMINISTRAÇÃO – RECEBIMENTO DE BOA-FÉ – RESTITUIÇÃO DE VALORES – DESCONTOS MENSAIS –IMPOSSIBILIDADE – PARCELA DE CARÁTER ALIMENTAR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS contra a r.sentença de fls. 100/105, que condenou o INSS a se abster de descontar do benefício de pensão por morte da autoraqualquer valor relativo à cumulação indevida, bem como a restituir à mesma o que já foi descontado até a presente data.2. Segundo o juízo de origem, embora a autora não devesse perceber simultaneamente a renda mensal vitalícia e a pensãopor morte de seu cônjuge, não haveria que se falar em devolução dos valores recebidos, pois se trata de verba de caráteralimentar, recebida de boa-fé e decorrente de erro administrativo, vez que, por ocasião da concessão do segundo benefício,caberia ao INSS a constatação da existência de benefício antecedente e a conseqüente vedação do recebimento cumulado.Argumentou o juízo que não poderia ser ignorado o princípio da segurança jurídica, a justificar a não devolução dos valoresrecebidos de boa-fé, máxima em se tratando de pessoa idosa, com 90 anos, para a qual são necessários maiores recursos,aptos a fazer frente às dificuldades e debilitação da saúde, próprias da idade avançada.3. Em suas razões recursais, alega o recorrente que os descontos de valores pagos indevidamente têm por fundamento odisposto no art. 115, II, da Lei n. 8.213/91, que estabelece que podem ser descontados dos benefícios “o pagamento debenefício além do devido”, havendo apenas a exigência de que os descontos sejam realizados de forma parcelada,consoante art. 154, §3º, do Decreto n. 3.048/99. Afirma que tais dispositivos legitimam a devolução de valores recebidosindevidamente, ainda que decorrentes de erro da autarquia, sustentando que a circunstância de a parte ter percebido osvalores de boa-fé não afasta a possibilidade de desconto, destacando, por fim, que entendimento diverso conduziria àpermissão de locupletamento por parte do administrado, em prejuízo de toda a sociedade.4. Os valores recebidos pela recorrente têm natureza alimentar, sendo insuscetíveis de repetição. Além disso, a recorrenterecebeu os valores de boa-fé, em nada concorrendo com a situação. A jurisprudência recente do Superior Tribunal deJustiça é firme sobre a impossibilidade de repetição de valores recebidos de boa-fé por servidor público, devendo seraplicado analogicamente tal entendimento ao beneficiário do RGPS, por não ser razoável tratá-los de forma diferente.5. Na esteira do entendimento acima, citem-se os seguintes julgados:“Uma vez reconhecida a natureza alimentar dos benefícios previdenciários é inadmissível a pretensão de restituição dosvalores pagos aos segurados, em razão do princípio da irrepetibilidade ou da não-devolução dos alimentos”. (AGRESP697397 - Data da decisão: 19/04/2005 – DJ 16/05/2005 PÁGINA:399).“Prestações alimentícias percebidas de boa-fé não estão sujeitas a repetição, máxime quando o pagamento indevidodecorre de erro da própria Administração. (RESP 392176 - Data da decisão: 15/04/2003 – DJ 13/06/2005 PÁGINA: 354) Éfirme o constructo doutrinário e jurisprudencial no sentido de que os benefícios previdenciários têm natureza alimentar,sendo, portanto, irrepetíveis. (AGRESP 709312 - Data da decisão: 17/03/2005 – DJ 01/07/2005 p. 690) Inadmissível o pleitode restituição dos valores pagos aos segurados por força da decisão rescindida, em razão do reconhecimento da naturezaalimentar dos benefícios previdenciários”. (AGRESP 722464 - Data da decisão: 26/04/2005 – DJ 23/05/2005 p. 345).“Consoante recente posicionamento desta Corte Superior de Justiça, é incabível o desconto das diferenças recebidasindevidamente pelo servidor, em decorrência de errônea interpretação ou má aplicação da lei pela Administração Pública,quando constatada a boa-fé do beneficiado. (RESP 645165 - Data da decisão: 01/03/2005 – DJ 28/03/2005 p. 307 –Relatora Laurita Vaz)“Firmou-se o entendimento, a partir do julgamento do REsp 488.905/RS por esta E. Quinta Turma, no sentido dainviabilidade de restituição dos valores pagos erroneamente pela Administração em virtude de desacerto na interpretaçãoou má aplicação da lei, quando verificada a boa-fé dos servidores beneficiados”. (RESP 598395 - Data da decisão:21/10/2004 – DJ 29/11/2004 p. 377 – Relator Felix Fischer)6. Destarte, por todos os motivos elencados, afasto a aplicação do inciso II do art. 115 da Lei nº 8.213/91 ao caso concreto.Confere ainda maior peculiaridade ao caso em tela o Estatuto do Idoso, Lei nº 10.471/03, que em seu artigo 10 estabeleceser “obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoahumana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis”.7. O Estatuto do Idoso, aliado ao art. 6º da Lei nº 9.099/95, que prevê o julgamento com base na eqüidade, autorizam aflexibilização da legislação previdenciária quando esta resultar em injustiça concreta para os idosos.8. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão de

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decidir.9. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.10. Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pelo INSS, que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais),com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

122 - 2007.50.50.011643-1/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI, LUIZ CLAUDIOSOBREIRA.) x MARCIO ZAMBORLINI BROMMONSCHENKEL (ADVOGADO: WELLINGTON MARIN SANTOS.) xJOELMA CRISTINA DE OLIVEIRA.EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL. INCLUSÃO INDEVIDA DO NOME DOS AUTORES NOS CADASTROS DE PROTEÇÃO AOCRÉDITO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. DANO CONSIDERADO LEVE. ERRO DA CEF CONSIDERADO GRAVE.REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. RECURSO DA CEF PARCIALMENTE PROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pela Caixa Econômica Federal contra sentença que julgou procedente pedidode indenização por dano moral, com a condenação da recorrente ao pagamento de R$ 16.600,00 a cada um dos autores.2. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que os autores não demonstraram a ocorrência de dano moral, bem comode sua responsabilidade civil. Requereu, subsidiariamente, em caso de manutenção da sentença, a redução dos valoresarbitrados. Contrarrazões às fls. 84/90.3. Em casos como o dos autos, consoante jurisprudência já consolidada, o dano moral emerge da própria inclusão indevidanos cadastros de restrição ao crédito, que traz consigo, além da restrição ao crédito, inevitáveis afetações à honra objetivae à honra subjetiva da pessoa. Prescindível, assim, a comprovação do dano, que decorre diretamente do fato. A existênciade outras inscrições também não afasta a responsabilidade da recorrente.4. Em relação ao quantum, entretanto, verifico que a sentença considerou que a hipótese dos autos é de dano leve, vistoque não foi narrado qualquer fato vexatório específico além da própria inclusão do nome dos recorridos em cadastros derestrição ao crédito. Por outro lado, a sentença reputou que a falha da CEF foi grave, o que determinou a quantificação daindenização em R$ 16.600,00 para cada autor.5. A fixação de R$ 16.600,00 para cada autor como forma de compensação revela-se desproporcional. Redução do valorda condenação para R$ 5.100,00 para cada autor – importância que se reputa suficiente para compensar a lesão à imageme à honra da recorrida e penalizar a recorrente.6. Recurso da CEF parcialmente provido apenas para reduzir o quantum indenizatório para R$ 5.100,00 para cada autor.Sem condenação em custas e honorários advocatícios (Lei 9099 / 95 – art. 55).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso interposto pela CEF, naforma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

123 - 2005.50.51.001119-0/01 ELIAS FERES PAIVA (ADVOGADO: VAGNER ANTONIO DE SOUZA, JOSE EDUARDO DACUNHA SOARES, PAULO ROBERTO ASSAD.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Kleison Ferreira, Denise FensterseiferCoimbra.).Processo nº. 2005.50.51.001119-0/01

Recorrente : ELIAS FERES PAIVARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

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RECURSO INOMINADO – AÇÃO DE COBRANÇA – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – PROVA DE QUITAÇÃO NOS AUTOS –RECURSO IMPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença que julgou improcedente a pretensãoexternada na inicial desta ação, em que se pretendia a indenização por recolhimento indevido de contribuiçãoprevidenciária. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que, ao contrário do que restou consignado pela decisãoguerreada, não se vislumbra, nos autos, o recebimento de quaisquer valores, aduzindo também que não há que se falar emprescrição no caso, posto que não houve decisão administrativa que pudesse ser tomada como marco para a contagem doprazo prescricional.

Na inicial, o autor aduz que, no ano de 1986, constatou a existência de pagamentos efetuados a maior no períodocompreendido nos meses de novembro/1980 a maio/1984, além do mês de outubro/1985. Destaca que a quantia paga amaior seria de CZ$ 577,72. O documento acostado à fl. 79 denota que a autarquia previdenciária, ora recorrida, comunicouao recorrente que seu pedido de restituição de valores fora deferido, sendo o documento datado em 03.02.1988 (carta n.06/88). À fl. 78, consta autorização de pagamento no valor de CZ$ 661,07, referente à restituição de recolhimentosindevidos nos meses de julho/1984, outubro/1981 e outubro/1985.

Ora, cruzando as informações acima, não há dúvidas de que a decisão impugnada decidiu o conflito de acordo com oselementos dos autos, de forma satisfatória e coerente, ao declarar que há prova inequívoca do pagamento administrativo doindébito pleiteado. Não obstante, conforme destacou o magistrado a quo, a pretensão já fui fulminada pela prescrição, vistoque a aludida repetição ocorreu em 1989, ou seja, há mais de vinte anos.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

5. Custas já recolhidas. Sem a condenação em honorários advocatícios, em razão do benefício da assistência judiciáriagratuita que ora defiro (Lei n. 1.060/50).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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124 - 2006.50.51.002061-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRADE MELO.) x AMILTON BENTO DA COSTA ROSA (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EMCOMUM.ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL NO PERÍODO DE 01/10/1980 A 06/09/1989. O formulário DSS-8030atesta que o recorrido exercia a função de auxiliar de recepção em uma fábrica de produtos de laticínio, expondo-se aosagentes nocivos hidróxido de sódio e umidade (fl. 86). Entretanto, o formulário não está assinado. Papel sem assinatura esem identificação do respectivo autor material não tem valor probatório. Falta suporte probatório válido para reconheceratividade sob condições especiais.ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL NOS PERÍODOS DE 01/07/1992 a 04/03/1997 e 18/11/2003 a 01/06/2005.O Perfil Profissiográfico Previdenciário atestou exposição a ruído em nível equivalente a 89,1 dB(A), mas ressalvouutilização de EPI eficaz (fl. 88). A mera disponibilidade de equipamento de proteção individual é irrelevante, porque,segundo a jurisprudência dominante, ainda que o EPI elimine a insalubridade no caso de exposição a ruído, não

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descaracteriza o enquadramento da atividade especial. Aplicação da Súmula nº 9 da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais Federais. Ressalvado ponto de vista pessoal do relator para acórdão em sentido contrário.CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM APÓS 28/05/1998. O art. 28 da Medida Provisória 1.663-10 revogouexpressamente a norma (art. 57, § 5º, da Lei nº 8.213/91) que previa que o tempo de atividade sob condições especiaisprejudiciais à saúde podia ser convertido em tempo comum. Não obstante, quando a 15ª edição (MP 1.663-15, de23/10/1998) foi finalmente convertida na Lei nº 9.711, de 20/11/1998, a disposição que previa a revogação expressa do art.57, § 5º, da Lei nº 8.213/91 não foi repetida. Como a revogação expressa não foi ratificada, o art. 57, § 5º, da Lei nº8.213/91 persistiu em vigor. Por isso, a conversão de tempo especial em comum continua possível mesmo depois de28/05/1998. Entendimento de acordo com atual jurisprudência do STJ (REsp 956.110/SP – Relator Ministro NapoleãoNunes Maia Filho - DJ 22.10.2007 p. 367; REsp 1.010.028/RN – Relatora Ministra Laurita Vaz - DJe 07/04/2008). A TurmaNacional de Uniformização, em sessão realizada em 27/03/2009, decidiu cancelar a Súmula nº 16, que limitava a conversãode tempo de atividade especial em tempo comum apenas à atividade exercida até 28/05/1998. Recurso improvido nesseponto.TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO POSTERIOR À DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO. O art. 18, § 2º, da Lei nº 8.213/91 dispõeque “o aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime,ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade,exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado” (redação dada pela Lei nº 9.528/97). Como osegurado considera-se aposentado a partir da data de início do benefício, o tempo de contribuição posterior à DIB não podeser computado no cálculo da aposentadoria. Recurso provido nesse ponto.TEMPO MÍNIMO DE CONTRIBUIÇÃO PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA. Com a exclusão do enquadramentode atividade especial e respectiva conversão em tempo comum no período de 01/10/1980 a 06/09/1989, o segurado nãocompletou tempo mínimo para aposentadoria por tempo de contribuição com proventos integrais. Recurso provido nesseponto.Recurso parcialmente provido para reformar a sentença quanto à condenação do INSS a averbar tempo especial noperíodo de 01/10/1980 a 06/09/1989 e a conceder aposentadoria por tempo de contribuição. Mantida a sentença quanto àaverbação de tempo especial no período de 18/11/2003 a 01/06/2005. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se oshonorários advocatícios (art. 21 do CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo, por maioria, dar parcial provimento ao recurso. Vitória, 30 de setembro de 2010.

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125 - 2006.50.51.001701-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Bruno MedeirosBastos.) x MARILENE GUIMARAES TANNURI (ADVOGADO: DEIJAYME TEIXEIRA VIANA.).Processo nº 2006.50.51.001701-9/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : MARILENE GUIMARÃES TANNURI

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE – CÔMPUTO DE DETERMINADOPERÍODO PARA A CONCESSÃO DE APOSENTADORIA EM OUTRO REGIME DE PREVIDÊNCIA – INEXISTÊNCIA -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.42/47, que condenou o INSS a instituir, em nome da autora, o benefício de aposentadoria por idade, sendo a data do iníciodo benefício o dia 12/01/2006 (data do requerimento administrativo – fl. 12).2. Em suas razões recursais, alega o recorrente que a controvérsia gira em torno dos períodos compreendidos entre02/03/1970 a 31/07/1972, 01/03/1972 a 31/07/1972 e 01/03/1972 a 30/07/1977, em que a autora alega que trabalhou para aSecretaria de Educação e Cultura do Espírito Santo. Afirma que a autarquia previdenciária negou-se a reconhecer taisperíodos em razão da autora já ter sido beneficiada por aposentadoria em regime próprio do Instituto de Previdência eAssistência dos Servidores do Estado do Espírito Santo (IPAJM), sem que se pudesse verificar se os períodos acima jáhaviam sido ou não contabilizados para esta aposentadoria, a fim de evitar a duplicidade de contagem de períodos. Aduzque, atendendo solicitação do INSS, a autora apresentou o documento de fl. 38, onde ficou consignado que o intervalo de06/06/1970 a 30/06/1974 e 09/05/1975 a 31/10/1979, prestados na Secretaria de Educação pelo regime celetista, foiutilizado para a concessão do benefício junto àquela instituição. Conclui que o juízo de origem considerou o mesmo períodojá utilizado pela autora, em outro benefício, para conceder o benefício ora postulado, pois a certidão emitida não foi clara osuficiente para discriminar os períodos, cabendo ao autor o ônus de suas alegações, do qual não se desincumbiu. Sustenta,por fim, que qualquer vínculo de emprego constante da CPTS, sem registro no CNIS, não pode ser considerado, a não serque seja comprovado documentalmente, devendo ser reformada a r. sentença.

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3. A presente ação objetiva a concessão de aposentadoria por idade, tendo a autora afirmado que requereuadministrativamente o benefício em 12/01/2006, mas que foi indeferido sob a alegação de que “(...) foi comprovado apenas93 contribuições mensais, número este inferior às 180 contribuições mensais exigíveis” (fl. 41).4. Ao contrário do que alega o recorrente, os períodos compreendidos entre 02/03/1970 a 31/07/1972, 01/03/1972 a31/07/1972 e 01/03/1972 a 30/07/1977, embora coincidam, em parte, com o período trabalhado pela autora para Secretariade Educação e Cultura do Espírito Santo, correspondem aos vínculos de emprego da autora com o Ginásio Jesus CristoRei (de 02/03/1970 a 31/07/1972, no cargo de professora, fl. 18); com o Científico Jesus Cristo Rei, no cargo de professora(de 01/03/1972 a 31/07/1972, fl. 18, mas não computado, em razão da duplicidade com o período anterior); e com aFaculdade de Filosofia, Ciências e Letras “Madre Gertrudes de S. José”, (de 01/03/1972 a 30/07/1977, no cargo deprofessora, fl. 18).5. Consoante destacou o juízo de origem, embora a autora já perceba o benefício de aposentadoria como professora, pagapelo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado do Espírito Santo (IPAJM), não foram utilizados para aconcessão deste benefício nenhum dos vínculos que integram o pedido desta ação.6. O CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais é elaborado pelas informações prestadas pelos empregadores,fugindo à alçada e à responsabilidade do empregado a verificação acerca do cumprimento dessa obrigação. Sendo assim,a ausência de registro no CNIS constitui presunção relativa que se revelou contrariada pelas anotações contidas na Carteirade Trabalho da segurada, hábeis a comprovar a existência dos contratos de trabalho nos períodos apontados na exordial.7. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão dedecidir.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pelo INSS, que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais), comfulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

126 - 2007.50.54.000670-3/01 LUCILIA PALASSI PANCIERI (ADVOGADO: BRUNO SANTOS ARRIGONI, HENRIQUESOARES MACEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDADOMINGUES CARVALHO, GISELA PAGUNG TOMAZINI, THIAGO COSTA BOLZANI.).Processo nº 2007.50.54.000670-3/01

Recorrente : LUCILIA PALASSI PANCIERIRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. AUSÊNCIA DE REQUISITOSLEGAIS. DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, contra sentença proferida pelo juiz a quo, quejulgou improcedente a pretensão externada na inicial desta ação. Em suas razões recursais, alega a recorrente que o fatode o tamanho da propriedade ser superior ao requisitado por lei não impede que se caracterize a condição de trabalhadorrural em regime de economia familiar. Requer a recorrente, assim, que se reforme a sentença de piso, concedendo aaposentadoria rural por idade.

2. O benefício da aposentadoria por idade é concedido mediante a comprovação da condição de trabalhador rural, ou deprodutor rural em regime de economia familiar, por prova material plena ou por prova testemunhal baseada em início deprova documental, na forma do art. 39, I, da Lei n. 8.213/91, bem como a idade superior a 60 anos para homem e 55 anospara mulher. É pacífica a jurisprudência no sentido de que o rol do art. 106 da Lei 8.213/91 é meramente exemplificativo,sendo admissíveis, portanto, outros documentos hábeis à comprovação do exercício de atividade rural, além dos aliprevistos. No caso dos segurados especiais, tem-se ainda que a prova de filiação é desnecessária, eis que esta decorre dopróprio exercício da atividade rural.

3. Na verdade, para comprovar a condição de trabalhador rural, não é necessária a apresentação de prova documentalrobusta. Basta que o segurado apresente início razoável de prova material, contemporânea aos fatos que se pretende

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provar, apta a ser corroborada por prova testemunhal, consoante o disposto no art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91. O que éinadmissível é que a comprovação do tempo de serviço seja por prova exclusivamente testemunhal.

4. A sentença guerreada consignou que não restou caracterizado, na hipótese, o regime de economia familiar, posto que ocônjuge da recorrente não é pequeno produtor rural, possuindo várias propriedades que totalizam área superior a 233,0 ha(duzentos e trinta e três hectares), sendo que a própria parte autora, em depoimento, revelou que havia a contratação dediaristas no período de colheita e capina de pasto. Apontou ainda que o cônjuge da recorrente percebe aposentadoria comoempresário rural, com renda mensal superior a um salário mínimo.

5. Deveras, o cônjuge da recorrente figura como aposentado na qualidade de empregador rural, o que, emprincípio, não seria óbice à concessão do benefício pleiteado. Conforme as disposições do Decreto-Lei n. 1.166/71,empregador rural é uma referência a quem, proprietário ou não, mesmo sem empregado, em regime de economia familiar,explore imóvel rural que lhe absorva toda a força de trabalho e lhe garanta a subsistência, em área não superior a doismódulos rurais da respectiva região. Não é a hipótese dos autos.

6. Todavia, os documentos acostados aos autos demonstram que o cônjuge da recorrente é proprietário de vários imóveisrurais, cuja área total ultrapassa a extensão de 230,0 ha, o que, por si só, descaracterizaria a noção de pequeno produtorrural.

7. Além disso, a própria recorrente, em depoimento pessoal, aduziu que havia a contratação de mão-de-obra assalariadaem períodos de colheita ou capinagem, sendo que o documento acostado às fls. 20/21 sinaliza o enquadramento docônjuge da recorrente como empregador rural, que inclusive recebe benefício de aposentadoria com renda mensal superiora um salário mínimo.

8. A prova testemunhal em nada contribuiu para ratificar a alegação autoral de trabalho rural sob o regime de economiafamiliar, considerando que os depoimentos foram insuficientes para tanto, posto que as testemunhas não sabiam sequer onome da propriedade da parte recorrente.

9. Dessa forma, conclui-se, pela documentação acostada aos autos, que se trata de produtora rural de porte médio paragrande, cuja realidade é bastante diferente do pequeno produtor em regime de economia familiar, este sim contempladocom o benefício ora pleiteado.

10. Recurso ao qual se nega provimento.

11. Sem custas ou honorários advocatícios, por gozar a recorrente do benefício da assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER O RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

127 - 2006.50.50.006069-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIROPAIVA.) x SEBASTIAO ANTONIO DE OLIVEIRA FILHO (ADVOGADO: MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI,vanessa ribeiro fogos, MARCELO CARVALHINHO VIEIRA.).Processo nº 2006.50.50.006069-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : SEBASTIÃO ANTONIO DE OLIVEIRA FILHO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE APOSENTADORIA – RECONHECIMENTO DE PERÍODOTRABALHADO NO CAMPO – AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS contra a r.sentença de fls. 118/124, que julgou parcialmente procedente o pedido inicial, condenando o INSS a computar o tempo deserviço rural do autor, no período de 05/04/1959 a 27/03/1964, bem como a revisar a renda mensal inicial do benefício doautor.2. Segundo o juízo de origem, o tempo de atividade rural no período de 05/04/1959 a 27/03/1964 restou comprovado pelasprovas documentais trazidas às fls.78/84, quais sejam, declaração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais; declaração doproprietário rural, Sr. Manuel Anthero Ferreira, de que o autor trabalhou em sua propriedade no período requerido, e as

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declarações das testemunhas Geraldo Ribeiro de Abreu e Francisco Teixeira Lima, posteriormente corroboradas pela provaoral colhida em audiência (Sra. Leonilda Maria Zabin, fl.116).3. Em suas razões recursais, alega o recorrente que o juízo baseou-se em meras declarações, que, de acordo com ajurisprudência pacífica das cortes superiores, equivalem a simples prova testemunhal. Aduz que as provas consideradaspelo juízo não constituem início de prova material contemporânea, o que afronta a vedação contida no art. 55, §3º da Lei n.8.213/91, salientando, ainda, que a prova testemunhal foi precária, vez que, das três testemunhas ouvidas em audiência,apenas uma delas soube informar sobre o suposto trabalho rural do autor na propriedade do Sr. Manoel Ferreira, sendo quesuas declarações devem ser vistas com reserva, ante o vínculo familiar com a parte, já que a referida testemunha informouser ex-esposa do sobrinho do autor.4. Através da presente ação, o autor objetiva a condenação do réu à averbação do tempo de serviço rural prestado noperíodo de 05/04/1959 a 27/03/1964; à averbação do tempo de serviço especial na atividade de motorista de ambulância noperíodo de 19/07/1968 a 14/05/1973; a revisão da aposentadoria com os novos períodos reconhecidos, com majoração docoeficiente de cálculo de 82% para 100%.5. A Lei n. 8.213/1991 considera segurado especial o produtor, parceiro, meeiro, comodatário ou arrendatário que exerçamsuas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar (art. 11, inciso VII), sendo certo que se exige, pelomenos, um início de prova material para a comprovação do tempo de serviço do rurícola (art. 55, § 3º).6. A Turma Nacional de Uniformização fixou entendimento de que “para fins de comprovação do tempo de labor rural, oinício de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar”, de acordo com sua Súmula 34.7. No caso dos autos, os documentos apresentados não abrangem o período em que a parte autora afirma ter trabalhadono campo (de 05/04/1959 a 27/03/1964): a declaração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e sua respectivahomologação judicial (fls. 78/79) são de agosto de 1992, pouco antes da data de entrada do requerimento (05/10/1992, fl.93); a declaração do proprietário rural, Sr. Manuel Antero Ferreira (de que o autor trabalhou em sua propriedade no períodorequerido), bem como as declarações das testemunhas Geraldo Ribeiro de Abreu e Francisco Teixeira Lima também foramfirmadas em agosto de 1992 (fls. 80/82.8. As declarações e documentos constantes dos autos, portanto, fora da época dos fatos, não são consideradas comoprova material, pois extemporâneos, não tendo validade jurídica para os fins do benefício.9. Por sua vez, a prova exclusivamente testemunhal não se presta à comprovação do tempo de serviço rural, conformedispõe o art. 55, § 3º, da Lei n.º 8.213/91.10. Diante do que foi exposto e analisado, dou provimento ao recurso para julgar improcedente a ação.11. Recurso conhecido e provido.12. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem honorários advocatícios, nos termos do art. 55 da Lein.º. 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº. 10.259/01.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

128 - 2006.50.50.000868-0/01 LECY HENRIQUE CANDIDO (ADVOGADO: ADMAR JOSE CORREA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcelo Paiva Pedra.).Processo nº 2006.50.50.000868-0/01

Recorrente : LECY HENRIQUE CANDIDORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE – INEXISTÊNCIA DE TRABALHADORURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR ANTERIORMENTE AO PEDIDO DE APOSENTADORIA – AUSÊNCIA DEREQUISITOS LEGAIS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, contra sentença proferida pelo juiz a quo quejulgou improcedente a pretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de aposentadoria especial.Em suas razões recursais, alega a recorrente que, no bojo da ação, provou que trabalhou na zona rural no períodoapontado, colacionando provas nesse sentido, atendendo assim aos requisitos legais.

2. O benefício da aposentadoria por idade é concedido mediante a comprovação da condição de trabalhador rural, ou deprodutor rural em regime de economia familiar, por prova material plena ou por prova testemunhal baseada em início deprova documental, na forma do art. 39, I, da Lei n. 8.213/91, bem como a idade superior a 60 anos para homem e 55 anospara mulher. É pacífica a jurisprudência no sentido de que o rol do art. 106 da Lei 8.213/91 é meramente exemplificativo,sendo admissíveis, portanto, outros documentos hábeis à comprovação do exercício de atividade rural, além dos aliprevistos. No caso dos segurados especiais, tem-se ainda que a prova de filiação é desnecessária, eis que esta decorre dopróprio exercício da atividade rural.

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3. Na verdade, para comprovar a condição de trabalhador rural, não é necessária a apresentação de prova documentalrobusta. Basta que o segurado apresente início razoável de prova material, contemporânea aos fatos que se pretendeprovar, apta a ser corroborada por prova testemunhal, consoante o disposto no art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91. O que éinadmissível é que a comprovação do tempo de serviço seja por prova exclusivamente testemunhal.

4. Por certo, o art. 39, I, combinado com os arts. 25, II, e 26, da Lei n. 8.213/91, exige do trabalhador rural, para aconcessão do benefício de aposentadoria por idade, a comprovação da atividade rurícola no período imediatamente anteriorao requerimento administrativo, pelo prazo de carência em questão (quinze anos).

5. No caso, a própria parte recorrente aduziu, na inicial, que laborou no campo em 01.01.1973 a 31.12.1991, sendo que, apartir de 1996, passou a exercer a função de servente, ou seja, atividade urbana. Os documentos acostados aos autos e asprovas orais confirmaram tal fato. Ora, utilizando-se da regra anterior, não há como negar que a decisão impugnava nãomerece retoque.

6. Recurso a qual se nega provimento.

7. Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO,reformando-se a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

129 - 2007.50.50.008060-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x MIRTA BAUMGARTEN DE ALMEIDA (ADVOGADO: EMERSON ENDLICH ARARIPE MELO.).Processo nº 2007.50.50.008060-6/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : MIRTA BAUMGARTEN DE ALMEIDA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE (SEGURADO ESPECIAL) –TRABALHO RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR NÃO DESCARACTERIZADO – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, contra a sentença proferida pelo juiz a quo quejulgou procedente a pretensão externada na inicial desta ação, determinando a imediata implantação do benefício daaposentadoria rural por idade. Em suas razões recursais, alega o recorrente que não foram preenchidos os requisitos paratanto, posto que descaracterizado o regime de economia familiar na hipótese, vez que o cônjuge da autora se aposentoucomo comerciário, contribuinte individual.

De fato, para o deferimento do benefício da aposentadoria por idade, é imprescindível que se comprove o exercício deatividades por período equivalente à carência estabelecida, sendo que o art. 142 da Lei n. 8.213/1991 dispõe o número demeses necessários para que o trabalhador implemente a condição. Esse diploma legal considera segurado especial oprodutor, parceiro, meeiro, comodatário ou arrendatário que exerçam suas atividades, individualmente ou em regime deeconomia familiar (art. 11, inciso VII), sendo certo que se exige, pelo menos, um início de prova material para acomprovação do tempo de serviço do rurícola (art. 55, § 3º).

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A sentença guerreada destaca que é comum o fato de que muitos trabalhadores rurais se inscrevem e contribuem comocontribuinte individual apenas para assegurar a aposentadoria.

O fato de o cônjuge figurar como aposentado na qualidade de contribuinte individual não é óbice à concessão do benefíciopleiteado, seja por conta das provas produzidas (fls. 15, 22, 24), seja em virtude das disposições do Decreto-Lei n.1.166/71, segundo o qual a qualificação de empregador rural é uma referência a quem, proprietário ou não, mesmo semempregado, em regime de economia familiar, explore imóvel rural que lhe absorva toda a força de trabalho e lhe garanta asubsistência, em área não superior a dois módulos rurais da respectiva região. É a hipótese dos autos, mesmo porquerestou demonstrado que o cônjuge da recorrente não contratava empregados.

Não restou desqualificado, portanto, o regime de economia familiar no caso. Registre-se que a prova documental foicomplementada pela prova testemunhal. Ademais, é firme a jurisprudência no sentido de que o início razoável de provamaterial pode projetar efeitos para período de tempo anterior ou posterior ao nele retratado, desde que corroborado porsegura prova testemunhal.

A sentença não merece ser reformada.

Recurso ao qual se nega provimento.

No mais, com relação à manifestação acostada à fl. 150, cumpre registrar que deveras a acumulação do auxílio-acidentecom benefício de aposentadoria somente foi possível para os segurados que preencheram os requisitos necessários àconcessão desta antes da vigência da Lei nº 9.528/97. Inteligência da Súmula nº 359 do STF. In casu, uma vez que sereputou que a autora preencheu os requisitos para a aposentadoria por invalidez na data do requerimento administrativo,em 06.05.2005, não faz ela jus à acumulação do aludido benefício com o de auxílio-acidente que ela já percebe. Falece àJustiça Federal a competência para cancelar o auxílio-acidente da segurada, a despeito dos proventos mais vantajosos daaposentadoria por invalidez, devendo ela optar por um dos aludidos benefícios na via administrativa, em face daimpossibilidade de sua acumulação.

Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pelo INSS, que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais), comfulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

130 - 2006.50.51.001225-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: José Arteiro Vieira deMello.) x ADMIR PANETTO (ADVOGADO: SAMUEL ANHOLETE, LETICIA SEVERIANO ZOBOLI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2006.50.51.001225-3/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : ADMIR PANETTO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TRABALHORURAL NÃO COMPROVADO – ATIVIDADE ESPECIAL CONFIGURADA – EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS -RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia previdenciária contra sentença proferida pelo juiz a quo que julgou

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procedente a pretensão externada na inicial desta ação, concedendo aposentadoria por tempo de contribuição ao autor, orarecorrido. Em suas razões recursais, alega a recorrente que, quanto à atividade rurícola, não houve prova materialcontemporânea ao fato que se pretendeu provar, sendo que, com relação à tempo de serviço insalubre, o laudoapresentado não contém elementos para comprovação da efetiva exposição aos agentes nocivos informados.

Para o deferimento do benefício da aposentadoria por idade, é imprescindível que se comprove o exercício de atividadespor período equivalente à carência estabelecida, sendo que o art. 142 da Lei n. 8.213/1991 dispõe a respeito do número demeses necessários para que o trabalhador implemente a condição.

O art. 142 da Lei n. 8.213/91 dispõe ainda que não só o segurado inscrito na Previdência Social Urbana até 24.07.1991,mas também o trabalhador e o empregador rural cobertos pela Previdência Social Rural, deverão observar, para efeito decarência das aposentadorias por idade, por tempo de serviço e especial, a tabela prevista na lei, de acordo com o ano emque o segurado venha a implementar as condições para a obtenção do benefício.

Os documentos acostados às fls. 23/26 e 27 revelam que o autor, ora recorrido, exerceu atividade rural no período dejulho/1960 a fevereiro/1968, sendo tais provas materiais, todavia, conforme alega a parte recorrente, não hábeis acomprovar o trabalho no campo para fins de contagem do tempo de contribuição à Seguridade Social, posto que se exigeque a atividade rural deva ser comprovada por meio de início razoável de prova material contemporânea à época dos fatos,não obstante a prova testemunhal tenha corroborado o período consignado em tais documentos.

Por outro lado, o autor comprovou que, de 28.06.1968 a 02.11.1972, trabalhou na empresa VULCAN MATERIALPLÁSTICO S/A sob condições insalubres (exposição a agentes nocivos), conforme o laudo acostado às fls. 32/33 e asinformações da própria autarquia previdenciária às fls. 34/35. Ao contrário do que alega a parte recorrente, tais documentossão hábeis a tal intento.

Ora, a TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS editoua SÚMULA N. 32, em 26 de junho de 2006, trazendo o seguinte teor: “O tempo de trabalho laborado com exposição a ruídoé considerado especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência doDecreto n. 53.831/64 (1.1.6); superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97;superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003”. No caso, o autor comprovouque, de 28.06.1968 a 02.11.1972, estava exposto a ruído de 92 decibéis.

O STJ adota a tese de que o direito ao cômputo diferenciado do tempo de serviço prestado em condições especiais, porforça das normas vigentes à época da referida atividade, incorpora-se ao patrimônio jurídico do segurado. Assim, é lícita asua conversão em tempo de serviço comum, não podendo ela sofrer qualquer restrição imposta pela legislação posterior,em respeito ao princípio do direito adquirido. Até 05/03/1997, data da publicação do Decreto 2.172, que regulamentou a Leinº 9.032/95 e a MP 1.523/96 (convertida na Lei nº 9.528/97), a comprovação do tempo de serviço laborado em condiçõesespeciais, em virtude da exposição de agentes nocivos à saúde e à integridade física dos segurados, dava-se pelo simplesenquadramento da atividade exercida no rol dos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 e, posteriormente, do Decreto 611/92. Apartir da referida data, passou a ser necessária a demonstração, mediante laudo técnico, da efetiva exposição dotrabalhador a tais agentes nocivos, isso até 28/05/1998, quando restou vedada a conversão do tempo de serviço especialem comum pela Lei 9.711/98. A jurisprudência se pacificou no sentido de que as atividades insalubres previstas em lei sãomeramente explicativas, o que permite afirmar que, na análise das atividades especiais, deverá prevalecer o intuito protetivoao trabalhador.

Considerando que a autarquia previdenciária apurou o tempo de serviço de 27 anos, 07 meses e 16 dias, somando-se estetempo ao tempo de serviço de atividade especial, convertido pelo fator de 1,4, foi atingido, então, o período de 35 anos, nãomerecendo reforma a sentença guerreada.

Recurso conhecido e improvido.

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS ao pagamento de honoráriosadvocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos) reais, nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

131 - 2006.50.50.007006-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x EDSON GOLÇALVES DOS SANTOS (ADVOGADO: CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA,MARIA DE FATIMA MONTEIRO.).

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PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2006.50.50.007006-2/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : EDSON GONÇALVES DOS SANTOS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TRABALHORURAL COMPROVADO – ATIVIDADE ESPECIAL CONFIGURADA – RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia previdenciária contra sentença proferida pelo juiz a quo que julgouparcialmente procedente a pretensão externada na inicial desta ação, concedendo aposentadoria por tempo de contribuiçãoao autor, ora recorrido. Em suas razões recursais, alega a recorrente que, quanto à atividade rurícola, não houve provamaterial contemporânea ao fato que se pretendeu provar, sendo que, sendo que também não houve cumprimento dotrabalho rurícola em regime de economia familiar. Frisa que alguns períodos registrados na CTPS do autor não constam noCNIS.Para o deferimento do benefício da aposentadoria por idade, é imprescindível que se comprove o exercício de atividadespor período equivalente à carência estabelecida, sendo que o art. 142 da Lei n. 8.213/1991 dispõe a respeito do número demeses necessários para que o trabalhador implemente a condição.O art. 142 da Lei n. 8.213/91 dispõe ainda que não só o segurado inscrito na Previdência Social Urbana até 24.07.1991,mas também o trabalhador e o empregador rural cobertos pela Previdência Social Rural, deverão observar, para efeito decarência das aposentadorias por idade, por tempo de serviço e especial, a tabela prevista na lei, de acordo com o ano emque o segurado venha a implementar as condições para a obtenção do benefício.Os documentos acostados às fls. 14, 16/19 e 22 revelam que o autor, ora recorrido, exerceu atividade rural, sendo esteshábeis a comprovar o trabalho no campo para fins de contagem do tempo de contribuição à Seguridade Social, posto queconfiguram início razoável de prova material contemporânea à época dos fatos, não assistindo razão ao recorrente em tesecontrária. Registre-se que a prova testemunhal corroborou o período consignado em tais documentos.Vale apontar que, conforme já expôs a sentença guerreada, nos termos da Súmula 12 do TST, a mera consulta ao CNIS,sem a realização de qualquer outra diligência, não tem força suficiente para infirmar a presunção juris tantum de veracidadede que gozam as anotações constantes da CTPS, havendo assim necessidade de prova robusta que demonstre ainexistência dos vínculos empregatícios anotados na carteira de trabalho, o que não se verificou na hipótese.No mais, nem na exordial tampouco no julgado em questão se cogitou o trabalho rurícola em regime de economia familiar,não havendo, portanto, interesse de agir recursal em alegar a ausência de labor nessas condições. Além disso, essaquestão não foi abordada em contestação. O art. 515, caput e § 1º, do CPC, restringe a análise recursal ao que já foi objetode pedido quando da propositura da ação ou de sua contestação, restando, pois, preclusa a alusão a tema não debatidonos autos, sob pena de ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição.Recurso conhecido e improvido.Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS ao pagamento de honoráriosadvocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

132 - 2006.50.51.000865-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: José Arteiro Vieira deMello.) x SERGIO SEBASTIAO LAQUINI (ADVOGADO: LUIZ MARIA BORGES DOS REIS.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

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Processo nº 2006.50.51.000865-1/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

Recorrido : SÉRGIO SEBASTIÃO LAQUINI

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RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TRABALHORURAL COMPROVADO – NÃO DESCARACTERIZADO O TRABALHO RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR -DESNECESSIDADE DE INDENIZAÇÃO PARA O CASO CONCRETO - RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu contra a sentença proferida pelo juiz a quo que julgou procedente emparte a pretensão externada na inicial desta ação, condenando a autarquia previdenciária a instituir o benefício deaposentadoria por tempo de contribuição desde 18.05.2006. Em suas razões recursais, alega a autarquia previdenciária queos documentos acostados pela parte recorrida foram insuficientes à comprovação de tempo de trabalho rurícola, inclusiveem regime de economia familiar, não havendo, portanto, início de prova material. Frisa que o autor é proprietário de um bar,no qual trabalha, o que descaracteriza o regime de economia familiar. Subsidiariamente, aduz que o tempo rural comosegurado especial somente é passível de ser utilizado para fins de aposentadoria por tempo de serviço, se houverindenização. Também rechaça, na oportunidade, o percentual aplicado a título de juros de mora.

Para o deferimento do benefício da aposentadoria por idade, é imprescindível que se comprove o exercício de atividadespor período equivalente à carência estabelecida, sendo que o art. 142 da Lei n. 8.213/1991 dispõe a respeito do número demeses necessários para que o trabalhador implemente a condição.

O art. 142 da Lei n. 8.213/91 dispõe ainda que não só o segurado inscrito na Previdência Social Urbana até 24.07.1991,mas também o trabalhador e o empregador rural cobertos pela Previdência Social Rural, deverão observar, para efeito decarência das aposentadorias por idade, por tempo de serviço e especial, a tabela prevista na lei, de acordo com o ano emque o segurado venha a implementar as condições para a obtenção do benefício.

O documento acostado à fl. 17 demonstra que o INSS averbou, na carteira de trabalho do autor, em 14.09.1993, o períodode 20.01.1967 a 31.07.1980, em decorrência do processo administrativo de n. 35062003574/93, cuja decisão menciona queforam juntados, aos autos em questão, como início de prova material para a comprovação de tempo rural, os seguintesdocumentos: formal de partilha do avô do autor, que deixou a propriedade para o genitor deste, que já era lavrador, datadoem 1952; escritura de compra da propriedade em 1972; título de eleitor datado em 1974; e certificados de aprovaçãoescolar, datados de 1965 a 1970. As testemunhas ouvidas em Juízo confirmam o período laborado no campo.

Assim, não assiste razão ao recorrente, ao alegar que, no caso, não houve início de prova material para comprovar otrabalho rurícola.

Ora, para comprovar a condição de trabalhador rural, não é necessária a apresentação de prova documental robusta. Bastaque o segurado apresente início razoável de prova material, contemporânea aos fatos que se pretende provar, apta a sercorroborada por prova testemunhal, consoante o disposto no art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91. O que é inadmissível é que acomprovação do tempo de serviço seja por prova exclusivamente testemunhal, o que não é o caso dos autos.

Também não há que se falar em descaracterização do regime de economia familiar pelo fato de o autor possuir um bar enele também laborar, posto que, pelos elementos dos autos, se vê que tal atividade foi realizada de forma subsidiária àcomplementação da renda familiar, não sendo bastante, portanto, para que se descaracterize a condição de seguradoespecial. Ora, pelo conjunto probatório acostado aos autos, resta claro que o autor, na época em questão, era produtoragrícola que sobrevivia preponderantemente com as rendas de suas atividades rurais.

Quanto à alegação de necessidade de indenização (recolhimento de contribuições) para fins de concessão deaposentadoria por tempo de contribuição, no presente caso, trata-se de tempo de serviço rural exercido em data anterior àLei 8.213/91, período em que os trabalhadores rurais não eram filiados obrigatórios da Previdência Social e, portanto, nãoestavam obrigados ao recolhimento de contribuições.

No mais, no que tange aos juros de mora, cumpre registrar que os §§ 3º e 4º do art. 45, da Lei nº 8.212/91, determinamque, no pagamento da indenização referente às contribuições previdenciárias, para fins de contagem de tempo de serviço,incidirão juros moratórios de 1% ao mês, razão pela qual deve ser utilizado o mesmo coeficiente quanto ao pagamento dasparcelas do benefício devidas pela Autarquia Previdenciária, em respeito ao princípio da reciprocidade.

Recurso conhecido e improvido.

Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS ao pagamento de honorários

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advocatícios no montante de R$ 1.000,00 (um mil reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

133 - 2007.50.50.009793-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRALVIEIRA.) x ZILDA RODRIGUES TEIXEIRA (ADVOGADO: MARIA DE FATIMA MONTEIRO.).Processo nº. 2007.50.50.009793-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : ZILDA RODRIGUES TEIXEIRA

EMENTA

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – INCONTROVERSA A QUALIDADE DE SEGURADOE A INCAPACIDADE PARA O LABOR – CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 11.960/09 – INCIDÊNCIA DOS JUROS DEMORA A PARTIR DA CITAÇÃO VÁLIDA, CONFORME A SÚMULA 204 DO STJ – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO –SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 105/108, que julgouparcialmente procedente o pleito autoral, de restabelecimento do benefício de auxílio-doença cumulado com sua conversãoem aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que os juros de mora devem correr a partirda data da citação válida, conforme a Súmula 204 do STJ. Ademais, aduz que a Lei 11.960/09 deve ser aplicada aosprocessos em curso, por ter incidência imediata, e que a referida lei é constitucional.

2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos. Por sua vez, a aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/90, será devida aosegurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para oexercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Os requisitos pertinentes à qualidade de segurado e à incapacidade restam incontroversos nos autos em epígrafe. Oponto controverso reside na aplicação ou não dos juros de mora da Lei 11.960/09 aos presentes autos.

4. Quanto à alegação da autarquia previdenciária de que os juros de mora devem incidir a partir da citação válida, tem-seque a mesma procede, haja vista que o entendimento que prevalece é o da Súmula 204 do STJ, no sentido de que osreferidos juros devem incidir a partir da citação tida por válida. Este é o entendimento da seguinte jurisprudência:PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCONSTITUCIONALIDADEA PARTIR DA ENTRADA EM VIGOR DA EC Nº 20/98. JUROS DE MORA. CÔMPUTO. TERMO INICIAL. CITAÇÃO.DÍVIDA DE CARÁTER ALIMENTAR. PERCENTUAL DE 1% AO MÊS. ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97. 1. Nas dívidas denatureza previdenciária os juros de mora incidem a partir da citação, nos termos da Súmula nº 204 desta Corte. 2. Propostaa ação após a vigência da Medida Provisória nº 2.180-35, de 24 de agosto de 2001, que acrescentou o art. 1º-F ao texto daLei nº 9.494/97, os juros de mora devem ser fixados no percentual de 6% ao ano. Precedentes da Corte. 3. Agravoregimental a que se nega provimento. (AGRESP 200401624070�AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSOESPECIAL – 702314 – Superior Tribunal de Justiça – Sexta Turma – Ministro Paulo Medina – Data do julgamento:13-12-2005 – Data da publicação: 07/11/2005 [sic]).

5. Desse modo, os juros de mora devem correr a partir da citação válida, e não da data de início do benefício – DIB -,conforme aduzido na sentença, devendo a mesma ser reformada nesse sentido.

6. No mais, cumpre registrar que a modificação do art. 1º-F, introduzida pela Lei nº 11.960/2009, trata de regra que deve terimediata aplicação a partir da sua vigência, quanto às causas não julgadas, em que se prevê a incidência, de uma únicavez, dos juros e dos índices oficiais de remuneração da caderneta de poupança.

7. Por fim, com relação à constitucionalidade ou não da Lei 11.960/09, deve-se sedimentar que não há que falar nainconstitucionalidade da mencionada lei, tendo o Supremo Tribunal Federal pacificado que a mesma é constitucional.Conforme verificado na peça recursal do INSS, não há hierarquia entre as leis complementares e ordinárias, de forma que a

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Lei Complementar n. 95/98, apesar de ser uma diretriz em termos de técnicas legislativas, não tem o condão de fazer coma Lei 11.690/09 seja considerada inconstitucional.

8. Recurso conhecido e parcialmente provido, para reformar a sentença, fixando o termo inicial dos juros de mora na datada citação, sendo que, após a vigência da Lei n. 11.960/2009, as parcelas atrasadas deverão ser corrigidas de acordo comos índices estabelecidos em tal diploma legal.

9. Sem custas e condenação em honorários advocatícios, devido à sucumbência recíproca.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO,de forma a reformar parcialmente a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrantedo presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

134 - 2006.50.01.009978-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x JADIR FRANCISCO DA SILVA (ADVOGADO: ORONDINO JOSE MARTINS NETO.).Processo nº 2006.50.01.009978-3/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : JADIR FRANCISCO DA SILVA

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS –ESPECIFICAÇÕES CONTIDAS NOS FORMULÁRIOS SB-40- CONFORMIDADE COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.100/105, complementada pela r. decisão de fls. 136/137, que julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados naexordial, condenando o INSS a computar como tempo de contribuição todos os períodos constantes da tabela que integra afundamentação da sentença, computando como tempo especial (coeficiente de conversão 1,40, conforme tabela constantedo art. 70 do Decreto nº 3.048/99) o período de 12/03/79 a 29/01/96. Condenou o INSS, ainda, a conceder ao autor aaposentadoria por tempo de contribuição integral, fixando a DIB em 18/10/2006, data do ajuizamento da presente demanda.2. Em suas razões recursais, alega o recorrente que a forma de comprovação aos agentes nocivos ocorre obrigatoriamenteatravés de laudo pericial e que, no caso dos autos, embora os formulários SB e os laudos trazidos pelo autor sejamunânimes ao afirmar que o recorrido utilizou proteção auricular capaz de reduzir o nível de ruído, não especificaram qual onível de atenuação do equipamento, sendo, portanto, imprestáveis para a comprovação do desempenho de atividadeespecial. Afirma que os laudos não citam a distribuição do nível de pressão sonora por atividades no posto de trabalho - oque não permite a caracterização de habitualidade e permanência como atestado – e que não contêm os diferentes níveisde ruído a que o autor estava exposto, limitando-se a citar um só nível, autorizando concluir não haver direito à conversãorequerida. No aditamento de fls. 146/151, alega que os formulários SB-40 apresentados pelo autor encontram-seincompletos, pois não informaram quais os níveis de ruído variáveis de decibéis que resultaram nos níveis médiosinformados como superiores a 90 dB, à fl. 19. Afirma que o laudo técnico trazido pelo autor somente seria apto a comprovara exposição ao agente ruído, acima dos limites de tolerância, se contivesse, além do nível médio de ruído (LEQ), todos osníveis a que estava exposto o autor durante toda a jornada, com dados pontuais a cada local de trabalho3. Constitui inovação, porque não articulada na contestação de fls. 31/38, a alegação de que os formulários SB-40 nãoinformaram quais os níveis de ruído variáveis de decibéis que resultaram nos níveis médios informados à fl. 19 comosuperiores a 90 dB. O art. 515, caput e § 1º, do CPC, restringe a análise recursal ao que já foi objeto de pedido quando dapropositura da ação ou de sua contestação, restando, pois, preclusa a alusão a tema não debatido nos autos, sob pena deofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição.4. É prescindível a especificação do nível de atenuação dos equipamentos de proteção auricular, já que é pacífico oentendimento jurisprudencial de que o uso de equipamento de proteção individual, ainda que obrigatório, não desqualifica otempo de serviço especial do segurado, nem exclui o direito à aposentadoria especial. O equipamento de proteção, sejaindividual, seja coletivo, tem o escopo de proteger a saúde do trabalhador, a fim de que não sofra lesões, mas nãodescaracteriza a situação agressiva ou nociva. Nesse sentido, encontra-se o disposto na Súmula nº 09 da Turma Nacionalde Uniformização: “Ainda que o EPI elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo deserviço especial prestado.”5. Por fim, alega o recorrente que o laudo técnico trazido pelo autor somente seria apto a comprovar a exposição ao agenteruído, acima dos limites de tolerância, se contivesse, além do nível médio de ruído (LEQ), todos os níveis a que estava

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exposto o autor durante toda a jornada. Contudo, o documento de fl. 19, consoante observou o juízo de origem, jáapresenta os diferentes níveis de ruído a que estava exposto o autor, o que afasta a argumentação apresentada pelorecorrente.6. Recurso conhecido e improvido.7. Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do art. 20, § 4º do CPC.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

135 - 2007.50.51.000025-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REISSILVA.) x ELSON WICHELLO DOS SANTOS (ADVOGADO: NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA.).Processo nº 2007.50.51.000025-5/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : ELSON WICHELLO DOS SANTOSE M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONVERSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃOEM APOSENTADORIA ESPECIAL – EXIGÊNCIA DE LAUDO TÉCNICO COMPROVANDO O EXERCÍCIO DE ATIVIDADEEM CONDIÇÕES INSALUBRES - PERÍODO POSTERIOR À LEI N. 9.032/95 – INOVAÇÃO RECURSAL – FATO NÃODEDUZIDO PERANTE O JUÍZO DE ORIGEM - PRECLUSÃO - RECURSO NÃO CONHECIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.32/37, que julgou procedente o pedido inicial para transformar o benefício Aposentadoria por Tempo de Contribuiçãoconcedido ao Autor pelo benefício previdenciário de Aposentadoria Especial, NB 140.428.712-1, com DIB em 19/05/2006(DER – fl. 10) e DIP na data da intimação da presente sentença, bem como a pagar-lhe a diferença entre o valorefetivamente pago (relativo ao benefício de Aposentadoria por Tempo de Contribuição) e o valor devido (referente aobenefício Aposentadoria Especial), desde a data do requerimento administrativo (19/05/2006).2. Em suas razões recursais, alega o recorrente que, com relação aos períodos de 14/07/1980 a 31/12/1984 e de01/01/1985 a 19/05/2006, o autor apresentou apenas o Perfil Profissiográfico Previdenciário, sendo imprescindível aapresentação de laudo técnico contemporâneo que comprovasse o exercício em atividades insalubres. Afirma que o PPPde fl. 18 consigna que não houve exposição de ruídos durante o período de 06/03/1998 a 25/04/2006, motivo pelo qual nãofaz jus o autor à aposentadoria especial.3. As questões suscitadas pelo recorrente não foram abordadas em contestação. O art. 515, caput e § 1º, do CPC, restringea análise recursal ao que já foi objeto de pedido quando da propositura da ação ou de sua contestação, restando, pois,preclusa a alusão a tema não debatido nos autos, sob pena de ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição.4. Recurso não conhecido.5. Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do art. 20, § 4º do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NÃO CONHECER O RECURSO INOMINADO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

136 - 2008.50.50.000468-2/01 JONAS SIMMER (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).Processo nº 2008.50.50.00468-2/01

Recorrente : JONAS SIMMERRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – SERVIÇO DE HOTELARIA MARÍTIMA EALIMENTAÇÃO PRESTADO EM PLATAFORMAS DE PRETÓLEO – NÃO ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE COMOESPECIAL - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto por JONAS SIMMER contra a r. sentença de fls. 146/151, que julgouimprocedentes os pedidos formulados na inicial.2. Em suas razões, alega o recorrente que sempre trabalhou embarcado nas plataformas marítima da Petrobrás, prestandoserviços para empresas terceirizadas responsáveis pelos serviços de hotelaria e alimentação, sofrendo os mesmos riscosde quem se encontra na atividade de perfuração, conforme determina o item 2.3.5. do Decreto n. 83.080/79. Afirma que, emparte dos períodos apontados, também exercia atividades junto à cozinha das empresas terceirizadas, ficando exposto a

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ruídos e calor excessivo prejudiciais à saúde.3. O objeto da presente ação é a concessão de aposentadoria especial ou aposentadoria por tempo de contribuição aoautor, convertendo-se o tempo de serviço especial em comum, desde a data do requerimento administrativo (10/08/2007, fl.30). Sucessivamente, postulou o autor a averbação, como tempo de serviço especial, dos períodos de trabalho emplataformas de petróleo (serviço de hotelaria marítima).4. O item 2.3.5 do Decreto 83.080/79 enquadra como especial a categoria “trabalhadores em extração de petróleo”,especificando-os como “trabalhadores ocupados em caráter permanente na perfuração de poços petrolíferos e na extraçãode petróleo”.5. Consoante observou o juízo de origem, as atividades desenvolvidas pelo autor nas funções de auxiliar de escritório, rádiooperador e comissário, prestando serviços de hotelaria marítima, exercidas em plataforma de petróleo, não podem serconsideradas de caráter especial, tendo em vista a ausência de enquadramento da categoria. O mero desempenho deatividades em plataforma de petróleo não se mostra suficiente ao enquadramento da atividade como especial, visto que oreferido decreto é claro em referir-se unicamente aos trabalhadores ocupados diretamente nas atividades de perfuração depoços e extração de petróleo, atividade-fim da plataforma de petróleo.6. Não restou comprovada a exposição do autor aos agentes nocivos alegados na inicial (ruído, calor e frio). O únicoformulário que informa a exposição do autor a ruído de 90 decibéis e a calor de 35º, fornecido pela empresa Safo’sFornecedora de Navios Ltda, informa a inexistência de laudo técnico pericial, sendo oportuno observar que adesnecessidade de realização de laudo técnico pericial, até 27/04/1995, restringe-se aos agentes nocivos com relação aosquais a legislação não estabeleceu limites de tolerância, o que não é a hipótese dos autos.7. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão dedecidir.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Sem custas e condenação em honorários advocatícios, tendo em vista que a recorrente goza do benefício da assistênciajudiciária gratuita (fl. 45).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

137 - 2007.50.50.007586-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x ABRAZ BURINI (ADVOGADO: CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO.).Processo nº 2007.50.50.007586-6/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : ABRAZ BURINI

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL – EXPOSIÇÃO ARUÍDO ACIMA DO LIMITE DE TOLERÂNCIA – INTERMITÊNCIA ANTES EDIÇÃO LEI 9.032/1995 – NÃODESCARACTERIZAÇÃO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.78/83, que julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados na exordial.2. Em suas razões recursais, alega o recorrente que o laudo de fl. 27 não indica que o autor ficava exposto de formahabitual e permanente aos supostos agentes agressivos, comprovando apenas que, durante sua jornada de trabalho, oautor executava a tarefa de preencher formulário diversos no escritório, durante 02h30min, submetido a nível de ruídocorrespondente a 78 decibéis. Conclui inexistir exposição a agente agressivo de forma habitual e permanente, razão pelaqual pugna pela reforma do julgado.3. O objeto da presente ação é a conversão do tempo trabalhado em condições especiais na empresa Chocolates Garoto,no período de 01/08/1976 a 30/09/1979, e a consequente na revisão do benefício de aposentadoria por tempo decontribuição, bem como o pagamento das diferenças devidas desde o requerimento administrativo.4. O laudo de folhas 26/27, embora apresente somente os níveis mínimos e máximos de ruído, sem aferir o nívelequivalente (Leq), demonstra claramente que o autor estava exposto, por cerca de três horas e meia, a níveis de pressãosonora superiores a 80 decibéis.5. A exigência dos requisitos de habitualidade, permanência e não intermitência, para que as atividades exercidas emcondições insalubres, penosas ou perigosas fossem consideradas natureza especial, só passou a existir com a Lei n.9.032/95, que deu nova redação ao § 3º do art. 57 da Lei n. 8.213/91. Precedentes: STJ, RESP 144083, Relator MinistroGILSON DIPP, 5.ª Turma, DJU 02/09/2002, p. 230.6. Recurso conhecido e improvido.7. Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do art. 20, § 4º do CPC.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO

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INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

138 - 2007.50.51.002035-7/01 SEBASTIÃO ROCHA DA COSTA (ADVOGADO: SIDINÉIA DE FREITAS DIAS.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº. 2007.50.51.002035-7/01

Recorrente : SEBASTIÃO ROCHA DA COSTA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL - MUDANÇA DOSREQUISITOS PARA COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE ESPECIAL COM A LEI 9.032/95 – AUSÊNCIA DE AFERIMENTODE FATOR DE RISCO PELO INSS NO PPP – POSSIBILIDADE DE ADMISSÃO DE TAL PERÍODO COMO ESPECIAL –RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 121-129, queindeferiu o pedido de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição por não cumprimento do período requisitadoem lei. Sustenta o recorrente que as atividades laborais em que trabalhou foram sempre insalubres, restando devida aconcessão do benefício pleiteado. Requer, portanto, que se reforme a sentença, para dar provimento ao pedido autoral.O tempo de serviço especial é aquele decorrente de serviços prestados sob condições prejudiciais à saúde ou ematividades com riscos superiores aos normais para o segurado e, cumpridos os requisitos legais, dá direito à aposentadoriaespecial. As atividades consideradas prejudiciais à saúde foram definidas pela legislação previdenciária, especificamente,pelos Decretos 53.831/64, 83.080/79 e 2.172/97.A Medida Provisória nº 1.633-13/98, convertida na Lei nº 9.711/98, dispôs em seu art. 28, que é direito do trabalhadorconverter o tempo de serviço prestado em condições especiais em tempo de serviço comum, desde que exercido até28/05/98, não sendo relevante a data em que o trabalhador adquiriu o direito à aposentadoria. Dessa maneira, o tempo deserviço é disciplinado pela lei vigente na época em que efetivamente prestado, razão por que, ainda que haja eventualrestrição ao seu cômputo ou que não mais se reconheça a atividade como especial, ele deve ser contado na forma previstapela legislação anteriormente em vigor, não podendo haver aplicação retroativa de lei ou regulamento novo, sob pena deofensa ao direito adquirido (Cf. STJ, Resp. 386.717/PB, 5ª turma, Min. Jorge Scartezzini, DJ 02/12/2002).O reconhecimento do tempo de serviço prestado sob condições especiais, com base na categoria profissional a quepertence o trabalhador, era admissível até a edição da Lei 9.032/95, a partir de quando se passou a exigir a apresentaçãodos formulários SB-40 e DSS 8030. Posteriormente, com o advento do Decreto 2.172/97 – que regulamentou a MedidaProvisória 1.523/96, convertida na Lei 9.528/97 -, a prova passou a ser feita obrigatoriamente por meio de laudo técnico (Cf.STJ, AGRESP 493.458/RS, 5a Turma, Min. Gilson Dipp, DJ 23/06/2003).Nesse contexto, a comprovação de efetiva exposição a condições de trabalho insalubres, perigosas ou penosas édesnecessária, uma vez que decorre de presunção legal, razão por que deve ser assegurada a contagem do tempo deserviço especial, para efeitos de concessão de aposentadoria, aos eletricistas ou engenheiros eletricistas que tenhamexercido as atividades profissionais no período de vigência do Decreto 53.831/64 (Cf. STJ, Resp. 421.201/RS, 5a Turma,Min. Jorge Scartezzini, DJ 03/02/2003).Na verdade, antes da reforma promovida pela Lei 9.032/95, a Lei 8.213/91 determinava, em seu art. 57, que, para haver aconcessão de aposentadoria especial, fazia-se necessário trabalhar, conforme a atividade profissional, sujeito a condiçõesespeciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos,conforme dispunha a lei. Desta forma, para que se cumprisse o exigido pela legislação previdenciária, bastava oenquadramento da atividade laborativa nas tabelas por grupos profissionais, segundo determinava os Decretos nºs53.831/64 e 83.080/79.Saliente-se que, com o advento da reforma legislativa produzida pela vigência da Lei 9.032/95, todavia, inseriram-se os §§3º, 4º e 5º, surgindo a necessidade de comprovação pelo segurado, perante o INSS, além do período efetivamentetrabalhado, também a exposição aos agentes nocivos condicionadores da insalubridade. Além disso, houve, com a reforma,a revogação implícita do enquadramento pelo grupo profissional, ou seja, deixou-se de lado a mera necessidade de ter ogrupo funcional enquadrado no rol das atividades insalubres para se privilegiar a exigência de efetiva comprovação decondição trabalhista insalubre, nos moldes estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social.

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No caso dos autos, segundo se extrai da farta documentação juntada nos autos (cópia de CTPS – fls. 14-38; e PPP –PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – fls. 39-65, entre outros), a parte recorrente manteve vínculostrabalhistas, de forma intermitente, com a empregadora USINA PAINEIRAS S/A. Registre-se que o recorrente, porém, nemsempre desempenhou a mesma função, visto que trabalhara inicialmente com o cargo profissional de TRABALHADORRURAL e posteriormente de SERVENTE DE CALDEIRA.A sentença impugnada dividiu os períodos de contribuição do recorrente em quatro grupos distintos, embasada nosrelatórios de instrução normativa que continham o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), exarado às fls. 39-43. Taisgrupos serão agora detidamente analisados.O primeiro grupo era referente ao período em que o recorrente trabalhou com o cargo de “trabalhador rural”, em períodosnão contínuos, que vão de 17/02/1963 a 30/01/1992. Tal atividade, segundo alega o pleiteante, se enquadraria comoespecial, argumento que merece rechaço. Isso porque, para que o cargo de “trabalhador rural” fosse consideradoefetivamente atividade especial, seria necessário constar tal atividade laboral nas tabelas por grupos profissionais segundoregimento dos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, o que não ocorreu. As atividades rurícolas devem ser, pois, consideradascomo trabalho comum.

Irretocável, destarte, o entendimento do juiz a quo sobre o período de contribuição em questão.O segundo grupo elencado pelo decisum impugnado trata do período em que o recorrente trabalhou como “servente decaldeira” em data anterior à reforma promovida pela Lei 9.032/95. O trabalho exercido nessa época foi consideradoespecial, o que, com base no que já foi exposto, é o parecer correto.Os outros dois grupos referiam-se aos períodos de contribuição posteriores à citada reforma previdenciária, e apresentamaspectos merecedores de mais minuciosa explanação.Em conformidade com o já aduzido sobre a Lei 9.032/95, a partir de sua vigência, não houve mais abertura para apresunção de que a atividade que se queira provar especial seja insalubre, como antes ocorria. De modo contrário, restou anecessidade de prova da efetiva exposição aos agentes agressivos durante a jornada de trabalho.Quanto a esse novo critério, o Juízo a quo entendeu não ter sido satisfeito em parte dos períodos contributivos posteriores àvigência da referida lei. Isso porque, no relatório de Perfil Profissiográfico (fls. 39-43), não foi aferida a intensidade deexposição aos fatores de riscos de calor e ruído para as atividades laborativas exercidas entre 22/05/1995 e 28/10/1998(com o cargo de Servente de Caldeira). Essa indeterminação, todavia, foi suprida para os períodos de contribuição entre10/05/1999 e 11/08/2005, motivo pelo qual a atividade laboral, dessa última época, foi considerada especial.Tal conclusão jurisdicional, contudo, é digna de ressalvas, conforme exponho: ora, percebe-se uma relação de paridade decondição entre os períodos de trabalho em questão, haja vista que os elementos probatórios trazem à luz o fato de setratarem de vínculos empregatícios muito semelhantes entre si, posto que, por serem contratos de trabalhos firmados como mesmo empregador, para o mesmo cargo funcional, e por ser idêntica a descrição do PPP para as atividades exercidasnestes cargos, parece claro que, nos períodos em questão, o recorrente exerceu a mesma atividade, se sujeitando àsmesmas condições de trabalho. Se houve aferição detalhada da exposição a fator de risco pelo órgão previdenciário paraum período (fls. 42-43), mas não para outro (fls. 40-41), foi por ação indevida exclusiva da entidade administrativa, ou seja,caberia à fiscalização da autarquia recorrida verificar a exatidão da condição de trabalho do recorrente, e não a este, quenão pode ser assim prejudicado pela ineficiência do órgão arrecadador, dada a dúvida causada no PPP.A partir de tais apontamentos, resta cristalina a obrigação de se reconhecerem as atividades exercidas entre 22/05/1995 e28/10/1998 como especiais, assim como já o foram as posteriores a esse lapso temporal.Cumpre ressaltar que, mesmo com a conversão desse período (658 dias) para o tempo comum (921 dias), o aumento nãooportunizará cumprimento do período requisitado para aposentadoria por tempo de contribuição (35 anos), restandoindevida a concessão do benefício previdenciário pleiteado.Destarte, deve-se reformar a sentença impugnada, somente para confirmar os períodos de 22/05/1995 a 02/10/1995,03/06/1996 a 24/12/1996, 08/05/1997 a 20/10/1997 e 13/05/1998 a 28/10/1998 como de atividade laborativa especial,conforme o exposto.

Recurso ao qual se dá provimento em parte. Sentença parcialmente reformada.Sem condenação da parte recorrente em custas ou honorários advocatícios, por gozar do benefício da assistência judiciáriagratuita. Sem condenação do INSS em honorários advocatícios, por ser a sucumbência mínima (art. 21 do CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

139 - 2005.50.51.001001-0/01 VALDIR CHAGAS (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Bruno Medeiros Bastos.).Processo nº 2005.50.51.001001-0/01

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Recorrente : VALDIR CHAGASRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO –RECONHECIMENTO DE PERÍODO TRABALHADO EM ATIVIDADE RURAL - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto por VALDIR CHAGAS contra a r. sentença de fls. 176/181, que julgouimprocedente o pedido de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição.2. Segundo o juízo de origem, o autor requereu a concessão do benefício previdenciário de Aposentadoria por Tempo deContribuição, com o reconhecimento do período trabalhado em atividade rural, de 01/01/1961 a 31/12/1975, sendo que, emaudiência, as testemunhas ouvidas confirmaram que o autor trabalhou em suas propriedades, em regime de economiafamiliar, de 1961 a 1976. Consignou que, ainda que não tenham sido efetuados os recolhimentos relativos ao período detrabalho desempenhado em atividade rural, todo o período compreendido entre 01/01/1961 a 31/12/1975 deveria sercomputado como tempo de serviço. Ressaltou que os períodos 01/01/1961 a 31/12/1961, 01/01/1967 a 31/12/1967 e01/01/1972 a 31/12/1975, já foram, inclusive, averbados na carteira de trabalho do autor pelo INSS. Passou, então, à somado tempo trabalhado pelo autor (rural e comum), assim discriminado: 1)de 01/01/1961 a 31/12/1975 – 15 anos; 2) de01/09/1976 a 18/03/1977 – 06 meses e 18 dias; 3) de 01/04/1977 a 22/09/1980 – 03 anos, 05 meses e 22 dias; 4) de23/09/1980 a 31/01/1981 – 04 meses e 09 dias; 5) de 19/03/1981 a 05/07/1981 – 03 meses e 17 dias; 6) de 01/02/1982 a30/08/1983 – 01 ano e 07 meses; 7) de 15/10/1984 a 04/04/1985 – 05 meses e 20 dias; 8) de 01/06/1985 a 30/01/1986 – 08meses; 9) de 18/04/1989 a 31/08/1989 – 04 meses e 14 dias; 10) de 11/12/1989 a 28/02/1990 – 02 meses e 20 dias; 11) de01/10/2001 a 18/06/2002 – 08 meses e 18 dias. Constatou o juízo que o tempo total de trabalho do autor em atividadesomava 23 anos, 08 meses e 18 dias, ao passo que a Lei assegura ao segurado o direito de aposentar-se integralmente,por tempo de contribuição, após 35 (trinta e cinco) anos, razão pela qual concluiu não fazer jus o autor à concessão dobenefício pleiteado na inicial.3. Em suas razões recursais, alega o autor que o juízo deixou de considerar o período de maio de 1987 a setembro de2001, trabalhado pelo autor na condição de pedreiro autônomo, conforme faz prova os documentos de fls. 98 a 103 dosautos.4. A discriminação de tempo de serviço elaborada pelo juízo de origem nos itens 1,2 e 3 da fl. 177 baseou-se no tempo decontribuição reconhecido pelo INSS (à fl. 52). Já os itens 4 a 13, às fls. 177/178, tiveram como base as anotações contidasna Carteira de Trabalho do autor, às fls. 149/153. Posteriormente, todos estes itens foram transportados para a fl. 180 da r.sentença, a fim de servir de parâmetro para a soma total do tempo de serviço do autor.5. Não obstante, o documento intitulado Consulta de Recolhimentos, constante às fls. 99/103 dos autos e emitido pelaprópria Previdência Social - tanto assim que não impugnado pelo réu em contestação – demonstram o recolhimento decontribuições previdenciárias em quase todos os meses compreendidos entre janeiro/1991 a setembro de 2001, períodonão considerado pelo juízo de origem como tempo de contribuição.6. Observe-se que o próprio “Resumo de Documentos para Cálculo de Tempo de Contribuição”, juntado pelo INSS às fls.86/88, considera apenas o tempo de serviço prestado após 1977. E concluiu que o recorrente possuía 20 anos, 10 meses e18 dias de contribuição, bem como que teria o mesmo que cumprir 14 anos, 1 mês e 29 dias (fl. 88).7. Note-se também que, neste mesmo documento de fls. 86/88, foram considerados os períodos de 01/05/1987 a30/11/1988; 01/01/1991 a 30/10/1991; 01/11/1991 a 30/09/1995 (últimos três registros de fl. 87) e 01/10/1995 a 30/07/1996;01/08/1996 a 31/10/1996 e 01/12/1996 a 30/09/2001 (três primeiros registros da fl. 88), que totalizam aproximadamente 12anos e 03 meses e que não foram considerados pela r. sentença recorrida.8. Vale a pena frisar que, para chegar ao resultado contido no documento de fls. 86/88 (20 anos, 10 meses e 18 dias decontribuição) não foi considerado o período de 15 anos reconhecido na sentença recorrida (de 01/01/1961 a 31/12/1975).9. Sendo assim, somando-se os 23 anos, 08 meses e 18 dias reconhecidos na r. sentença recorrida, com os 12 anos e 03meses reconhecidos pelo próprio INSS às fls. 87/88 (e que não foram considerados pelo juízo a quo), constata-se que taisperíodos ultrapassam os 35 anos de contribuição necessários à aposentadoria integral, por tempo de contribuição.10. Em face do exposto, deve ser deferido o pedido formulado na inicial da ação, condenando o réu, ora recorrido, aconceder o benefício de aposentadoria integral por tempo de contribuição à parte autora, ora recorrente, com DIB e DIP apartir de 09/10/2002, data do requerimento administrativo (fl. 86), devendo o benefício ser implementado no prazo de 30(trinta) dias, sendo que a autarquia previdenciária deverá comprovar, nos autos, o atendimento da presente determinaçãojudicial no mesmo prazo.11. Deverá o INSS, ainda, pagar as parcelas vencidas, corrigidas monetariamente, respeitado o teto fixado para esteJuizado, acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, desde a citação até 30/06/2009 (data da vigência da Lei11.960/2009), e, a partir dessa data, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta depoupança.

12. Destaca-se, quanto à não liquidez deste decisum, o fato de que o réu possui maiores condições e facilidades naelaboração dos discriminativos dos valores em questão, já detentor dos elementos de cálculos. Tal posicionamentocoaduna-se com o entendimento consubstanciado no Enunciado nº 04 da Turma Recursal do Espírito Santo e 22 dasTurmas Recursais do Rio de Janeiro. Desta feita, após a apuração administrativa dos valores em comento, a serconsiderada como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei 10.259/2001, será então expedido o requisitório adequado.

13. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem a condenação em honorários advocatícios, por forçado art. 55 da Lei n. 9.099/95.

Page 116: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

140 - 2005.50.50.112536-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.) x CARLOS ELIDIO GONCALVES (ADVOGADO: vanessa ribeiro fogos, MARIA DA CONCEICAOSARLO BORTOLINI.).Processo nº 2005.50.50.112536-4/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : CARLOS ELIDIO GONÇALVES

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONVERSÃO DE PERÍODO TRABALHADO EM CONDIÇÕESESPECIAIS - EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS – ESPECIFICAÇÕES CONTIDAS NOS FORMULÁRIOS SB-40 -CONFORMIDADE COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDAPOR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.240/245, que julgou procedente o pedido formulado na exordial, condenando o INSS à obrigação de computar comoespecial o tempo de serviço prestado pelo autor sob condições agressivas à saúde nos períodos apontados na inicial, bemcomo à revisão da RMI da aposentadoria por tempo de contribuição concedida ao autor, mediante o acréscimo de 2 anos, 4meses e 8 dias no tempo de serviço.2. Em suas razões recursais, alega o recorrente que a forma de comprovação aos agentes nocivos ocorre obrigatoriamenteatravés de laudo pericial e que, no caso dos autos, os formulários SB-40 apresentados pelo autor encontram-seincompletos, pois não informaram quais os níveis de ruído variáveis de decibéis que resultaram nos níveis médiosinformados como superiores a 90 dB. Aduz que os formulários SB e os laudos trazidos pelo autor são unânimes ao afirmarque o recorrido utilizou proteção auricular capaz de reduzir, em média, de 20% a 30% o nível de ruído, autorizando aconclusão de que o autor não estava exposto a níveis de ruído que fizesse jus à contagem especial daqueles períodos delabor.3. É pacífico o entendimento jurisprudencial de que o uso de equipamento de proteção individual, ainda que obrigatório, nãodesqualifica o tempo de serviço especial do segurado, nem exclui o direito à aposentadoria especial. O equipamento deproteção, seja individual, seja coletivo, tem o escopo de proteger a saúde do trabalhador, a fim de que não sofra lesões,mas não descaracteriza a situação agressiva ou nociva. Nesse sentido, encontra-se o disposto na Súmula nº 09 da TurmaNacional de Uniformização: “Ainda que o EPI elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza otempo de serviço especial prestado.”4. Os formulários e os laudos de fls. 47/52 demonstram que, no período de 01/01/97 a 15/12/98, o autor exerceu suasatividades sob ruído ao nível médio de 91,69 dB(A), comprovando, conseqüentemente, a natureza especial da atividade,nos termos da Súmula nº 32 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais.5. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão dedecidir.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do art. 20, § 4º do CPC.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

141 - 2005.50.54.000091-1/01 ELIANE SILVEIRA DA SILVA (ADVOGADO: RODRIGO RABELLO VIEIRA, MARCIAALESSANDRA CORREA, VALDER COLARES VIEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANESIO OTTO FIEDLER.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº. 2005.50.54.000091-1/01

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Recorrente : ELIANE SILVEIRA DA SILVA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM COMUM – CONTAGEMRECÍPROCA – POSSIBILIDADE – ENTENDIMENTO CONSOLIDADO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES – INEXISTÊNCIADE ANÁLISE DAS PROVAS NO JUÍZO A QUO – SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA – IMPOSSIBILIDADE – RECURSOCONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA ANULADA DE OFÍCIO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fl. 165-166, que julgouimprocedente a pretensão externada na inicial, em que se pleiteava a conversão de período laborado no período celetista,quando desempenhou atividade em condição especial (insalubre). Alega a recorrente, em suas razões recursais, que asentença proferida deve ser reformada, tendo em vista que a posição jurisprudencial acerca da possibilidade de conversãorequerida seria favorável à sua pretensão.

A questão principal, posta em discussão nos autos, cinge-se em aferir a possibilidade de conversão do tempo de serviçoespecial em comum para fins de contagem recíproca, ou seja, quando se soma o tempo de serviço de atividade privada,seja ela urbana ou rural, ao serviço público.

Há entendimento consolidado dos Tribunais Superiores no sentido de que “o servidor público ex-celetista tem direito a queseja averbado em sua ficha funcional o tempo de serviço que prestara no regime anterior, em condições nocivas à saúde,com o acréscimo legal decorrente da insalubridade.” (Resp 404.270/RS, Rel. Ministro Feliz Fischer, Quinta Turma, DJ22/04/2002 p. 252).

Na medida em que o direito à aposentadoria é regido pela norma vigente no momento em que são atingidos todos osrequisitos legais para sua concessão, o direito à conversão do tempo de serviço é adquirido pelo trabalhador no momentoda prestação do respectivo serviço considerado especial ou insalubre, de acordo com a legislação vigente à época daprestação. Assim, afigura-se evidente o direito adquirido do servidor em ter convertido para comum o tempo de serviçolaborado sob condições especiais ou insalubres.

Todavia, não há como a Turma prosseguir no julgamento da demanda, seja para determinar ou não a conversão emcomum do período supostamente laborado pela recorrente sob condições especiais, uma vez que o juízo monocrático nãoexaminou, em momento algum, as provas produzidas e eventualmente requeridas pela parte, sob pena de se incorrer emsupressão de instância e violação do devido processo legal.

Inaplicável o art. 515, § 3º, do CPC, notadamente levando-se em conta que o feito não foi extinto sem a resolução domérito, que a matéria é eminentemente de fato e que a ação não se encontra em condições de imediato julgamento.

Recurso conhecido e, no mérito, provido, para reconhecer-se o direito adquirido do servidor em ter convertido para comumo tempo de serviço laborado sob condições especiais ou insalubres.

Sentença anulada de ofício.

Sem condenação em custas ou honorários, ante a sucumbência recíproca, nos termos do art. 21 do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, masANULANDO DE OFÍCIO A SENTENÇA, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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142 - 2007.50.50.003925-4/01 ALDAMIR ROBERTO TEIXEIRA CEREJA (ADVOGADO: JULIANA PAES ANDRADE.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).Processo nº 2007.50.50.003925-4/01

Recorrente : ALDAMIR ROBERTO TEIXEIRA CEREJARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL –RECURSO QUE NÃO IMPUGNA OSFUNDAMENTOS ADOTADOS PARA O INDEFERIMENTO DO PEDIDO – SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOSFUNDAMENTOS – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto por ALDAMIR ROBERTO TEIXEIRA CEREJA contra a r. sentença de fls.319/322, que julgou improcedentes os pedidos formulados na exordial.2. Segundo o juízo de origem, o INSS procedeu à revisão da concessão da aposentadoria por tempo de serviçoproporcional, pois desconsiderou o caráter especial anteriormente verificado nas atividades do autor em determinadosperíodos. Concluiu, porém, que a autarquia previdenciária agiu com acerto, pois realmente não poderiam ser consideradasespeciais as atividades desenvolvidas pelo autor nos referidos períodos, pelas seguintes razões: 1) o DSS-8030 à fl. 21informa que o autor exerceu suas atividades de caixa, no período de 87 a 91, nas plataformas marítimas da Petrobrás emFortaleza/CE; enquanto o laudo à fl. 20 informa que a medição ocorreu na Refinaria Gabriel Passos, em Betim/MG; 2) oDSS-8030 à fl. 23 informa que o autor exerceu suas atividades de caixa, nos períodos de 78 a 77, 77 a 79 e 79 a 80, naRefinaria Duque de Caxias, em Duque de Caxias/RJ; enquanto o laudo à fl. 22 informa que a medição ocorreu na RefinariaGabriel Passos, em Betim/MG; 3) o DSS-8030 à fl. 97 informa que o autor exerceu suas atividades de auxiliaradministrativo, no período de 84 a 85, na Plataforma Marítima de Produção Pampo I, em Ilha do Fundão, Rio de Janeiro/RJ;enquanto o laudo à fl. 114 informa que a medição ocorreu na Refinaria Gabriel Passos, em Betim/MG; 4) o DSS-8030 à fl.98 informa que o autor exerceu suas atividades de auxiliar administrativo, no período de 86 a 86, na Estação deCompressoras Atalaia Velha, em Aracajú/SE; informando a inexistência de laudo pericial; 5) o DSS-8030 à fl. 99 informaque o autor exerceu suas atividades de caixa, no período de 87 a 91, nas Plataformas Marítimas de da Petrobrás, emFortaleza/CE; enquanto o laudo à fl. 116 informa que a medição ocorreu na Refinaria Gabriel Passos, em Betim/MG; 6) oDSS-8030 à fl. 100 informa que o autor exerceu suas atividades de assistente administrativo sênior, no período de 93 a 99,nas Plataformas Marítimas da Petrobrás em Macaé/RJ; informando a inexistência de laudo pericial.3. Em suas razões recursais, sustenta o recorrente que, em que pese o exercício da função contratual de caixa ou deauxiliar administrativo, os laudos são enfáticos ao afirmar que o recorrente esteve submetido a níveis de ruídos superioresao permitido pela norma, fazendo jus ao recebimento de adicional de insalubridade e, ainda, à contagem de tempodiferenciada para aposentadoria; que a nomenclatura atribuída à função exercida pelo obreiro nem sempre é condizentecom a atividade realmente exercida, devendo prevalecer a realidade do contrato de trabalho, e, principalmente, ascondições e o meio ambiente de trabalho; que os laudos técnicos indicam claramente as atividades desempenhadas pelorecorrente, o que por si afasta qualquer dúvida sobre o uso de terminologia adversa para a função contratada; os laudosapresentam fortes indícios que o recorrente exerceu suas atividades em ambiente de trabalho nocivo; o comprovante depagamento de salário do mês de outubro de 1994, juntado à fl. 89, demonstra que o recorrente exercia atividade perigosa,sendo-lhe pago o respectivo adicional; a exigência de laudo pra comprovar o exercício de atividade em condição especialde trabalho passou a ser regulamentada após a edição da Lei n. 9.032/95; o DSS 8030 de fls. 98/100 indica que orecorrente esteve sujeito a agentes nocivos, dentre eles ruídos, gases, vapores e poeiras, sendo suficiente para comprovarque exerceu atividades que o submetiam a níveis de ruídos superiores a 90 dB, de forma habitual e permanente, o que geradireito à contagem diferenciada para a aposentadoria especial.4. A presente ação objetiva a condenação do réu ao restabelecimento da aposentadoria por tempo de serviço do autor,desde a data da cessação do benefício (01/07/2006, fl. 318), convertendo-se os períodos de trabalho em atividade especialem tempo de serviço comum; bem como ao pagamento das parcelas vencidas, afcrescidas de juros e correção monetária.5. Em suas razões recursais, o recorrente não impugna os fundamentos adotados pela r. sentença, quais sejam: a mediçãodo ruído informado pelos laudos periciais apresentados não foram realizadas no local de trabalho do autor; como asatividades exercidas pelo autor eram de natureza administrativa (caixa, auxiliar administrativo, assistente administrativo),não seria possível verificar a exposição do trabalhador ao ruído através de medição em local diverso do local da atividade,pois a presença de ruído, nesse caso, não provém da atividade em si, mas sim do ambiente de trabalho.6. Configurado o descompasso entre as alegações da parte recorrente e os fundamentos que orientaram a decisãorecorrida, impõe-se a manutenção da r. sentença, cujos argumentos utilizo como razão de decidir.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas recolhidas à fl. 333. Honorários advocatícios devidos pelo recorrente, que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais),com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

143 - 2007.50.51.002357-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REISSILVA.) x CARLOS ALBERTO FANELI LAURINDO (ADVOGADO: VALMIR DE ARAUJO.).Processo nº 2007.50.51.002357-7/01

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Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : CARLOS ALBERTO FANELI LAURINDO

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO- AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO – ALUNO APRENDIZ –AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA OU EQUIVALENTE – NÃO CONFIGURAÇÃO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO- RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.128/132, que julgou procedente o pedido inicial, condenando o INSS a averbar o tempo de serviço prestado pelo autor, nacondição de aluno-aprendiz, à Escola Agrotécnica Federal de Alegre, no período de 21/02/1973 a 06/12/1975, consoantecertidão de fl. 20, para fins de benefícios previdenciários, especialmente, aposentadoria.2. Em suas razões recursais, alega o recorrente que somente em casos de comprovado desvirtuamento das característicasda relação jurídica entre aluno-aprendiz e a empresa é que seria possível o reconhecimento do período como tempo deserviço. Afirma que a própria certidão emitida pela Escola Agrotécnica Federal não aponta registro de qualquer retribuiçãopecuniária por conta da União, salientando, ainda, que o fornecimento de alimentação, vestuário, pousada e tratamentomédico-odontológico não caracteriza retribuição pecuniária por conta da União.3. O aluno-aprendiz faz jus à contagem ao tempo respectivo apenas quando há vínculo empregatício com escola da redeoficial de ensino ou reconhecida, o que não restou comprovado na hipótese em apreço.4. Precedentes do C. STJ: "PREVIDENCIÁRIO. COMPROVAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. ALUNO-APRENDIZ.ESCOLA TÉCNICA. 1. O tempo de estudante prestado como aluno-aprendiz em escola técnica pode ser computado parafins de complementação de tempo de serviço, objetivando fins previdenciários, em face da remuneração percebida e daexistência do vínculo empregatício. 2. Inteligência do artigo 58, inciso XXI, do Decreto 611/92. 3. Recurso não conhecido."(REsp 207.382-RS, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO, DJU de 05/06/2000).5. Diante do que foi exposto e analisado, merece reforma a sentença para julgar improcedente o pleito formulado na inicial.6. Recurso conhecido e provido.7. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem honorários advocatícios, nos termos do art. 55 da Lei n.º.9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº. 10.259/01.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

144 - 2006.50.52.000778-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHANDE ALMEIDA.) x SYLVINA MARIA FERRARI BENEVIDES (ADVOGADO: GILBERTO FERNANDO LOUBACK.).Processo nº 2006.50.52.000778-3/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : SYLVINA MARIA FERRARI BENEVIDES

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE – INÍCIO DE PROVA MATERIAL - ART.55 , PARÁGRAFO 3º , DA LEI Nº 8.213 /91 – AVISO PRÉVIO RELATIVO AO EXTINTO VÍNCULO DE EMPREGO –VALIDADE - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença defls.143/147, que condenou o INSS a conceder à parte autora a aposentadoria por idade, devendo pagar as parcelas devidasa partir da DER, em 06/11/2003 (fl. 08), corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de mora contados da data dacitação, observada a prescrição qüinqüenal.2. Segundo o juízo de origem, a parte autora alegou que laborou como auxiliar de escritório para o Sr. Irênio José Perine, noperíodo de 01/03/1963 a outubro de 1968; que, em contestação, o INSS alegou que não havia nos autos início de provamaterial deste suposto labor; que, após o extravio da CTPS da autora, foi emitida nova carteira e anotado o referido vínculo,além de constar nos autos o “aviso prévio do empregado” datado de 31 de agosto de 1968 (fl. 79), e o “Aviso de férias”datado de 30 de setembro de 1996; que, pelos documentos acostados aos autos e pelos depoimentos colhidos emaudiência, constatou-se que a autora laborou de fato na serraria do Sr. Irênio, razão pela qual reconheceu o período de 01de março de 1963 a 01 de outubro de 1968 (data do término do aviso prévio – fl. 11) para cômputo no cálculo daaposentadoria pleiteada.3. Em suas razões recursais, alega o recorrente que o juízo a quo entendeu que a prova testemunhal não poderia serdesprezada e, por reputar muito remoto o período a que se pretende provar, dispensou a exigência do início de provamaterial; que, não obstante o respeitável entendimento exposto na decisão recorrida, não seria crível presumir aimpossibilidade de produzir qualquer tipo de início de prova material durante o longo lapso temporal entre o período

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reconhecido na sentença; que a parte autora possui um único documento, materializado no aviso prévio de fl. 11, e nenhumoutro, não sendo razoável a conclusão a que chegou o juízo de origem, pois fere o disposto no art. 55, §3º, da Lei n.8.213/91; que a única hipótese em que a legislação dispensa o início de prova material é o caso de infortúnios decorrentesde caso fortuito ou força maior, o que não é o caso dos autos; que, diante da fragilidade da prova documental quedemonstre ter a parte autora laborado no período apontado na inicial, deve ser reformada a r. sentença de fls. 143/147.4. O início de prova material, de acordo com a interpretação sistemática da lei, é aquele feito mediante documentos quecomprovem o exercício da atividade nos períodos a serem contados, devendo ser contemporâneos dos fatos a comprovar,indicando, ainda, o período e a função exercida pelo trabalhador.5. O art. 55, §3º, da Lei n. 8.213/91 enuncia que “A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusivemediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando baseada eminício de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de forçamaior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento”.6. Na hipótese em apreço, ao contrário do que alega o recorrente, o juízo a quo não dispensou a exigência do início deprova material, tendo considerado, como tanto, o “Aviso prévio do empregado” datado de 31 de agosto de 1968 (fl. 79), oque é suficiente para atender os termos do art. 55, §3º, do diploma legal acima mencionado.7. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão dedecidir.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pelo INSS, que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais), comfulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

145 - 2006.50.50.000447-8/01 MIGUEL GOMES DO NASCIMENTO (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).Processo nº 2006.50.50.000447-8/01

Recorrente : MIGUEL GOMES DO NASCIMENTORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO- AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO – ALUNO APRENDIZ –AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA OU EQUIVALENTE – NÃO CONFIGURAÇÃO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO- RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto por MIGUEL GOMES DO NASCIMENTO contra a r. sentença de fls. 64/72, quejulgou improcedente o pedido de averbação de tempo de serviço relativo ao período de 17/02/1969 a 20/12/1969, no qual oautor trabalhou como aluno aprendiz (função de aprendiz de torneiro mecânico) junto à extinta empresa Companhia deFerro e Aço de Vitória – COFAVI, através do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, onde estudava.2. Em suas razões recursais, alega o recorrente que, embora não tenha comprovado a percepção de remuneração direta,comprovou que percebia outras formas de remuneração pelo trabalho, como alimentação e moradia, apta a configurar acondição de trabalho como menor aprendiz e, em conseqüência, a averbação do respectivo período junto à PrevidênciaSocial.3. A mera hospedagem e alimentação não se confundem com o conceito de remuneração. O aluno-aprendiz faz jus àcontagem ao tempo respectivo apenas quando há vínculo empregatício com escola da rede oficial de ensino oureconhecida, o que não restou comprovado na hipótese em apreço.4. Precedentes do C. STJ: "PREVIDENCIÁRIO. COMPROVAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. ALUNO-APRENDIZ.ESCOLA TÉCNICA. 1. O tempo de estudante prestado como aluno-aprendiz em escola técnica pode ser computado parafins de complementação de tempo de serviço, objetivando fins previdenciários, em face da remuneração percebida e daexistência do vínculo empregatício. 2. Inteligência do artigo 58, inciso XXI, do Decreto 611/92. 3. Recurso não conhecido."(REsp 207.382-RS, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO, DJU de 05/06/2000).5. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão dedecidir.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Sem custas e condenação em honorários advocatícios, tendo em vista que a recorrente goza do benefício da assistênciajudiciária gratuita (fl. 72).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO

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INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

146 - 2006.50.50.005214-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: IVAN DE ALMEIDAFERREIRA JÚNIOR.) x CARLOS LOPES DA ROCHA (ADVOGADO: MANOEL FELIX LEITE.).Processo nº 2006.50.50.005214-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : CARLOS LOPES DA ROCHA

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – CONVERSÃODE PERÍODO TRABALHADO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS – LAUDO PERICIAL – CRITÉRIOS TÉCNICOS EXIGIDOSDO LAUDO PERICIAL - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOSFUNDAMENTOS1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.116/120, que julgou procedente o pedido formulado na exordial, condenando o INSS a conceder ao autor aposentadoria portempo de contribuição integral, fixando a DIB em 28/04/2006, data do requerimento administrativo NB 140.577.092-6.2. Em suas razões recursais, alega o recorrente o juízo cerceou seu direito de defesa ao afirmar que não foi apontado,oportunamente, o embasamento normativo para que fossem apresentados dados essenciais aos laudos técnicos juntadosaos autos. Afirma que a delimitação do tempo especial segue a norma de regência vigente no momento do labor do obreiro,mas que o regramento da confecção do laudo técnico segue o teor da normatização vigente ao tempo de sua realização.Alega que, ao tempo da confecção dos laudos técnicos anexados à peça vestibular, estava então vigente a instruçãonormativa INSS/DC n. 84, que expressamente exigia certos documentos e dados essenciais dos laudos técnicos. Aduz querealmente não apontou expressamente tal instrução normativa, mas que não precisaria fazer, pois a autoridadesentenciante deve conhecer os melindres normativos atinentes à matéria posa em julgamento, nos termos do verbete “iuranovit cúria”3. Inexiste cerceio ao direito de defesa do recorrente, vez que, ainda que o juízo de origem tenha salientado que a autarquiaprevidenciária não indicou o fundamento legal que exigia tais informações como requisitos para que os laudoscomprovassem a exposição ao agente ruído, justificou, ainda assim, que o Decreto nº 53.831/64 estabeleceu, até março de1997, o nível de ruído para fins de contagem do tempo especial, sendo aplicável, portanto, aos períodos de 01/03/71 a31/07/71, 01/08/71 a 03/01/74, 11/09/76 a 21/05/81, 23/12/81 a 21/01/82 e 01/02/82 a 01/03/88 laborados pelo autor.4. Frisou o juízo, ainda, que tal decreto não exige, para comprovação da exposição a ruído, que o laudo contenha os itensreferidos pelo réu, tampouco que o referido decreto exige que o laudo técnico seja contemporâneo ao período a que serefere, motivo pelo qual os laudos de fls. 76, 78, 82 e 87 (relativos a períodos laborados na empresa Braspérola Indústria eComércio S/A), apesar de confeccionados no ano de 2002, são hábeis à comprovação de exercício de atividade especialem períodos pretéritos.5. Ressalte-se que foi somente com a edição da Medida Provisória 1.523/1996 que o MPAS passou a ter poderes paraestabelecer critérios técnicos a serem exigidos dos laudos técnicos de condições ambientais do trabalho.6. Os laudos técnicos referentes aos períodos de trabalho anteriores a edição da MP 1.523/1996, ainda que emitidosposteriormente à referida medida provisória, não precisam atender aos requisitos de forma e substância da nova legislação.Isso porque exigir do autor, com relação a tais períodos, prova técnica que contenha elementos não previstos na legislaçãoanterior é a mesma coisa que criar novos requisitos para a contagem do tempo de serviço já trabalhado. Não há diferençaalguma entre um fato e outro, e ambos atentam contra o direito adquirido do segurado de ter seu tempo de serviço contadoconforme a legislação vigente à época em que prestado.7. A primeira ordem de serviço que dispôs sobre o tema, logo após a edição da referida medida provisória, foi a OSINSS/DSS 564, de 09/05/1997.8. No caso dos autos, a sentença de mérito limitou a conversão do tempo de serviço especial até março de 1997, motivopelo qual não caberia sequer o atendimento ao disposto nessa ordem de serviço. Sendo assim, não prosperava realmente aalegação de falta de requisitos técnicos dos laudos apresentados, que inclusive são hábeis a provar a exposição dosegurado aos agentes nocivos.9. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão dedecidir.10. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.11. Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de R$500,00 (quinhentos reais), nos termos do art. 20, § 4º do CPC.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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147 - 2006.50.51.001496-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Bruno MedeirosBastos.) x EMILSA RAMOS DE JESUS (ADVOGADO: SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR.).Processo nº 2006.50.51.001496-1/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : EMILSA RAMOS DE JESUS

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE – AUSÊNCIA DE REGISTRO DOVÍNCULO DE EMPREGO NO CNIS – ANOTAÇÕES NA CTPS HÁBEIS A COMPROVAR OS CONTRATOS DETRABALHO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.172/177, que julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados na exordial, deferindo à autora o benefício deaposentadoria por idade.2. Em suas razões recursais, alega o recorrente que diversos períodos supostamente trabalhados pela autora, e registradosem sua CTPS, não estão incluídos no cadastro do CNIS, motivo pelo qual não os pode reconhecer. Afirma que qualquervínculo que apareça na CPTS e não conste do referido cadastro não pode ser considerado, a não ser que comprovadodocumentalmente, devendo ser reformada a r. sentença.3. O CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais é elaborado pelas informações prestadas pelos empregadores,fugindo à alçada e à responsabilidade do empregado a verificação acerca do cumprimento dessa obrigação. Sendo assim,a ausência de registro no CNIS constitui presunção relativa que se revelou contrariada pelas anotações contidas na Carteirade Trabalho da segurada, hábeis a comprovar a existência dos contratos de trabalho nos períodos apontados na exordial7. Recurso conhecido e improvido.8. Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do art. 20, § 4º do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

148 - 2006.50.51.002297-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERICK TAVARESRIBEIRO.) x ROSEMARY ISMAEL GOMES (ADVOGADO: IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR.).Processo nº 2006.50.51.002297-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : ROSEMARY ISMAEL GOMES

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – CONVERSÃO TEMPO ESPECIAL EMCOMUM – LAUDO PERICIAL PRODUZIDO NA JUSTIÇA DO TRABALHO – VALIDADE – SENTENÇA MANTIDA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.97/102, que condenou o INSS a averbar o período trabalhado em atividade especial e a instituir, em nome da autora, obenefício de aposentadoria especial, no prazo de 30 (trinta) dias, sendo a data de início de benefício (DIB) o dia 13 deoutubro de 2003, data do requerimento administrativo (fl. 17).2. Segundo o juízo de origem, nos períodos em que a autora desempenhou as atividades de atendente e auxiliar deenfermagem, na Clínica Santa Isabel Ltda., foram anexados aos autos os Formulários que afirmavam a ausência deexposição a agente nocivo (fls. 23/27), mas tais informações ensejaram o ajuizamento de uma Reclamação Trabalhista,pretendendo o reconhecimento da insalubridade a que a autora esteve exposta, bem como a condenação da ré nopagamento do adicional correspondente (fls. 59/61, fls. 62/67 e fls. 68/72). Segundo verificou o juízo a quo, o Laudo Pericial(fls. 41/52), regularmente emitido por Engenheiro de Segurança do Trabalho, constatou que “(...) as atividades dareclamante FORAM caracterizadoras de INSALUBRIDADE em grau MÉDIO, a teor do Anexo 14 – Agentes Biológicos daPortaria 3214/78 do Mtb, conforme fundamentação no Item IV do laudo”.3. Em suas razões recursais, renova o INSS a alegação de que o formulário de informação e o laudo técnico emitido pordeterminação da Justiça do trabalho não se prestam para provar a atividade especial, pois a legislação previdenciária exigecondições distintas da legislação trabalhista e a perícia não teria sido produzida com a participação do INSS.4. O formulário de informação e o laudo técnico emitido por determinação da Justiça do Trabalho são plenamente válidospara comprovar a exposição da autora aos agentes nocivos. Isso porque a própria IN INSS/PRES 20/2007 (artigo 161, § 2.º,I) dispõe que os laudos técnico-periciais emitidos por determinação da Justiça do Trabalho, em ações trabalhistas, acordosou dissídios coletivos poderão substituir o LTCAT. Essa autorização vem sendo repetida pelas normas internas da autarquiaprevidenciária desde a OS INSS/DSS 600/1998.5. Além disso, consoante observou o juízo de origem, o fato de a empregadora ter omitido dos Formulários informações

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verídicas, para se eximir dos ônus decorrentes do pagamento de adicional de insalubridade, não deve causar prejuízo àautora, devendo ser reconhecido o Laudo Pericial de fls. 41/52 como prova válida e suficiente para comprovar que asatividades desempenhadas pela mesma na Clínica de Repouso Santa Isabel Ltda., nos períodos de 01/12/1977 a14/10/1989, de 01/01/1990 a 30/12/1997 e de 01/07/1998 a 09/09/2003, devem ser consideradas como especiais, pormanifesta exposição a agentes biológicos.6. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão dedecidir.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de R$ 500,00(quinhentos reais), nos termos do art. 20, § 4º do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

149 - 2006.50.51.000863-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHABARBOSA BRITO.) x LUZIA BELISARIO DOS SANTOS (ADVOGADO: LILIAN BELISARIO DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2006.50.51.000863-8/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrida : LUZIA BELISARIO DOS SANTOS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE – CARÊNCIA CUMPRIDA (ART. 142 DALEI N. 8.213/91) - RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia previdenciária contra sentença proferida pelo juiz a quo que julgouprocedente a pretensão externada na inicial desta ação, concedendo aposentadoria por idade à autora, ora recorrida. Emsuas razões recursais, alega a recorrente que não houve cumprimento da carência exigida por lei, ou seja, 144contribuições. Aponta que a recorrida quitou os débitos de 05/1997 a 12/1997 no período em que não exerceu atividadeprofissional como empresária, motivo pelo qual não tem direito ao benefício em questão.

Para o deferimento do benefício da aposentadoria por idade, é imprescindível que se comprove o exercício de atividadespor período equivalente à carência estabelecida, sendo que o art. 142 da Lei n. 8.213/1991 dispõe a respeito do número demeses necessários para que o trabalhador implemente a condição.

Conforme os elementos dos autos, a parte autora, ora recorrida, em 2004, implementou o requisito de idade mínima de 60anos, o que revela que deveria, então, comprovar a contribuição relativamente a 138 meses para a concessão do benefíciopleiteado, conforme a tabela constante no art. 142 da Lei n. 8.213/91, o que restou demonstrado. Dessa forma, foi medidaacertada a concessão do benefício de aposentadoria por idade pelo magistrado a quo.

Vale apontar que a carência deve ser fixada levando-se em conta o ano em que o segurado completou a idade mínima enão aquele em que foi formulado o pedido administrativo, como quer levar a crer a parte recorrente (Nesse sentido: TRF, 1ªRegião, 1ª Turma, EIAC 2001.01.99.032763-7/MG, TRF-1ª Região, 1ª Seção, Rel. Des. Federal Luiz Gonzaga BarbosaMoreira, DJ de 28/11/2005, p.04).

Totalmente descabida a alegação recursal de que as competências de 05/1997 a 12/1997 não devem ser consideradaspara o cômputo da carência, na medida em que tais débitos foram quitados extemporaneamente, considerando que asentença guerreada expôs que são incontestáveis as 146 contribuições realizadas pela parte recorrida, mesmo deixando decomputar os pagamentos realizados em 01.03.2006, referentes às competências de 05/1997 a 12/1997.

Diante do que fora exposto e analisado, não merece pequeno reparo a sentença.

Recurso ao qual se nega provimento.

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Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação do INSS ao pagamento de honoráriosadvocatícios no montante de R$ 1.000,00 (um mil reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

150 - 2005.50.50.010112-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.) x MARIA DAS GRAÇAS ROCHA DE ALMEIDA (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE, SARITA DONASCIMENTO FREITAS, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANA MERCEDES MILANEZ.).Processo nº 2005.50.50.010112-1/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : MARIA DAS GRAÇAS ROCHA DE ALMEIDA

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – EMPREGADADOMÉSTICA – CONTRIBUIÇÕES RECOLHIDAS EM ATRASO – POSSIBILIDADE – PRECEDENTES DO C. STJ –RECURSO IMPROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.116/120, que julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados na exordial, condenando o INSS a conceder à parteautora o benefício de aposentadoria por tempo de serviço proporcional, com DIB em 26/06/2002 (data do requerimentoadministrativo), e a pagar, após o trânsito em julgado, as parcelas devidas, corrigidas monetariamente, com incidência dejuros moratórios, na base 1,00% (um por cento) ao mês, a partir da citação válida, observada a prescrição qüinqüenal.2. Segundo o juízo de origem, a demandante, na data do requerimento administrativo, já tinha obtido o direito àaposentadoria proporcional, vez que contava com 26 anos, 10 meses e 07 dias de tempo de contribuição, tempo suficientepara aposentar-se, conforme as exigências constantes do art. 9º da EC n. 20.3. Em suas razões, alega o INSS que a pretensão autoral foi contestada apenas quanto ao período compreendido entre07/1994 e 07/1997, no qual as respectivas contribuições foram recolhidas em atraso, na condição de segurada facultativa.Afirma que alegou, em contestação, que tal período não poderia ser considerado para efeitos de cômputo de carência dobenefício de aposentadoria, dada a extemporaneidade dos pagamentos, na forma do art. 27 da Lei n. 8.213/91. Sustenta,porém, que o juízo reconheceu o período mencionado sem se manifestar acerca das alegações do réu, devendo, portanto,ser reformada. Sucessivamente, requer que o termo inicial do benefício seja fixado na data da citação, vez que o INSS nãopoderia, administrativamente, conceder o benefício em tela a partir do requerimento administrativo, diante da proibiçãoexpressa do art. 27, II, da Lei n. 8213/914. O juízo de origem indicou os motivos de fato e de direito em que se fundou a decisão, entendendo que a questãoapontada pelo réu – impossibilidade de recolhimento relativo a períodos pretéritos - não condiz com os fundamentosembasadores de sua decisão, restando, portanto, repudiada. Se o julgador examinou e valorou a prova, conheceu as tesesdas partes, aceitando-as ou repelindo-as, fica satisfeito o requisito da motivação das decisões judiciais.5. O disposto no art. 27, II, da Lei nº 8.213/91 veda expressamente a possibilidade de se considerar contribuiçõesrecolhidas com atraso no cômputo da carência: “Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas ascontribuições: I – (omissis); II - realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, nãosendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores, no casodos segurados empregado doméstico, contribuinte individual, especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisosII, V e VII do art. 11 e no art. 13”.6. O artigo, como se vê, não veda que as contribuições recolhidas com atraso possam ser consideradas para fins deaverbação do tempo de contribuição do segurado.7. A jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça é unânime em conferir ao empregador doméstico a responsabilidadepelo recolhimento das contribuições previdenciárias de seu respectivo empregado, concluindo aquela Colenda Corte queaté mesmo a ausência de recolhimento das referidas contribuições não obstam o deferimento do benefício aos referidossegurados.8. Neste sentido, o seguinte julgado: “PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. EMPREGADA DOMÉSTICA.CARÊNCIA. COMPROVAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. 1. O recolhimento da contribuição devida pela empregadadoméstica é responsabilidade do empregador, cabendo ao INSS fiscalizar e exigir o cumprimento de tal obrigação. 2.Preenchidos os seus demais requisitos, não se indefere pedido de aposentadoria por idade quando, exclusivamente, nãocomprovado o efetivo recolhimento das contribuições previdenciárias devidas (Lei 8213/91, art. 36). 3. Recurso Especialconhecido mas não provido. Origem: STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Classe: RESP - RECURSO ESPECIAL ¿

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272648 Processo: 200000822426 UF: SP Órgão Julgador: QUINTA TURMA Data da decisão: 24/10/2000 Fonte: DJDATA:04/12/2000 PÁGINA:98 RST VOL.:00140 PÁGINA:68 Relator: EDSON VIDIGAL9. Na hipótese em apreço, a autora, filiada ao RGPF desde 01/07/1975, contava com 26 anos, 10 meses e 07 dias detempo de contribuição à época do requerimento administrativo, consoante quadro elabora na r. sentença de fl. 32,possuindo tempo suficiente à concessão do benefício.10. Neste sentido também foi o entendimento da 24ª Junta de Recursos, que deu provimento ao recurso da autora ereconheceu o direito ao recebimento do benefício em 26/06/2002, data da entrada do requerimento (fl. 22 e fl. 300), emboratenha sido tal decisão, posteriormente, modificada pela Sexta Câmara de Julgamento (fls. 310/321).11. Preenchidos os requisitos legais, tem a segurada o direito à concessão de sua aposentadoria por tempo decontribuição, cuja data de início deve recair na data do protocolo do requerimento administrativo, consoante decidido pelojuízo de origem.12. Recurso conhecido e improvido.13. Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de R$500,00 (quinhentos reais), nos termos do art. 20, § 4º do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

151 - 2006.50.52.001064-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.) x MARIA SENHORA PRATES DA SILVA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).Processo nº. 2006.50.52.001064-2/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : MARIA SENHORA PRATES DA SILVA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –ART. 20 DA LEI 8.742/93 – SITUAÇÃO DE MISERABILIDADE CONFIGURADA – INCAPACIDADE PARA O TRABALHO –DEFICIÊNCIA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente opedido de concessão do benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93 (LOAS). Alega o recorrente, em suas razõesrecursais, que não houve preenchimento dos requisitos legais para a concessão do benefício, posto que não haveriaincapacidade laborativa total e permanente, tampouco para atos da vida independente do recorrido.Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais quecomprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Para efeitos deaplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente epara o trabalho e, da mesma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso afamília cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.A Carta Magna de 1988 assegura assistência social a quem dela necessitar, independentemente de contribuição àseguridade social e tem por objetivos, entres eles, a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadorade deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por suafamília, conforme dispuser a lei (art. 203, V, da CF/88).Deveras, restou comprovado, nos autos, tanto pela perícia médica quanto pelo estudo social, a situação da parte autora queautoriza a concessão do benefício.O laudo apresentado pelo jusperito às fls. 58/62 registra que a requerente não está incapacitada para realizar qualquer tipode atividade laborativa, destacando que esta pode se enquadrar em atividades que não demandem esforços físicos. Porém,reconhece a empregabilidade da periciada está muito diminuída em função de sua idade. Ora, autora é pessoa idosa,contando com 64 anos de idade, e possui pouco grau de instrução educacional (4ª série primária), restando claro que aavançada faixa etária da autora somada ao seu baixo grau de escolaridade obstacularizam, em muito, a inserção desta nomercado de trabalho. Na verdade, a autora está incapacitada para as atividades de esforço físico e também se encontrainapta para desempenhar atividades burocráticas ou de esforço intelectual, considerando seu baixo nível escolar.Vale registrar ainda que a avaliação socieconômica apontou que o núcleo familiar da autora é composto por esta e seusnetos, sendo que não há nenhuma renda, considerando que o valor mensal recebido pelo Programa Bolsa-Família édestinado às despesas daqueles.A jurisprudência pátria caminha no sentido de que, nos casos de concessão do benefício em tela, o julgador deve pautar-senão apenas nos requisitos estritamente legais, mas realizar uma concatenação entre a mens legislatoris e a realidade fáticavivenciada pela parte, o que resulta numa aplicação razoável da lei. Como exemplo, cita-se: Incapacidade parcialdecorrente de moléstias graves, quando associada a fatores de risco social como a baixa escolaridade, nenhuma

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especialização profissional e baixo nível socioeconômico do grupo familiar, acaba se tornando em invalidez total, o quejustifica a concessão do benefício assistencial. (TRF – 4ª REGIÃO - APELAÇÃO CÍVEL: AC 7820/RS).Parece certo que o legislador pretendeu oferecer à pessoa, em nome mesmo de sua dignidade, benefício que viesse asubstituir uma renda que ele não possui condições físicas ou psíquicas de produzir com o seu trabalho, ainda que para asatividades do cotidiano tenha - minimamente - habilidade.O espírito da lei em comento reside, pois, na sensibilização, quanto a situações em que se apresente impossível, narealidade fática, a promoção, pela própria pessoa, de sua manutenção, em virtude de sua deficiência física. Cuida-se deperquirir, assim, se o ora recorrido teria condições de viabilizar a sua subsistência. É evidente que a incapacidade para avida laboral está demonstrada nos autos, exsurgindo o direito ao benefício postulado.É certo que não está presente, in casu, a capacidade para o labor, assistindo, pois, ao deficiente físico, o direito àpercepção do salário mínimo, substitutivo da renda que não pode auferir por seu esforço próprio. Logo, negar-lhe obenefício assistencial pleiteado é fechar-lhe, também, as oportunidades. É esquecer que a lei pretende proteger osdesvalidos e, assim, tentar corrigir ou diminuir as desigualdades sociais.Recurso conhecido e, no mérito, improvido, mantendo-se a sentença guerreada.Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Condenação em honorários advocatícios no valor de R$500,00, com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

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152 - 2004.50.50.010342-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRALVIEIRA.) x FRANCISCO CASCARDO.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. AUSÊNCIA DE REGISTRO NO CNIS. PRESUNÇÃORELATIVA DE VERACIDADE DA CTPS. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. FATOR DE CONVERSÃO.A anotação em CTPS não goza de presunção absoluta de veracidade, mas apenas relativa. Isso significa que a anotaçãode contrato de trabalho em CTPS admite prova em contrário. Entretanto, a ausência de cadastro do vínculo de emprego noCNIS não serve como prova contrária à veracidade da anotação na CTPS. As anotações em CTPS só deixam de sepresumir verdadeiras mediante prova de fraude. O ônus de provar a fraude recai sobre o INSS: o ônus é de quem alega ofato apto a afastar a presunção juris tantum.É máxima da experiência que muitas empresas operam na informalidade, e nem por isso fica descaracterizado o vínculo defiliação previdenciária dos respectivos empregados. O segurado não pode ser prejudicado pelo descumprimento do deverformal a cargo do empregador.O fator de conversão do tempo de serviço especial para tempo de serviço comum sempre foi regulado por decreto, àmíngua de norma legal. Inicialmente, o Decreto nº 83.080/79, que vigorou até 06/12/1991, previa o fator de conversão 1,2(atividade especial de 25 anos para atividade comum) para segurado do sexo masculino. Sobreveio, então, o Decreto nº357/91, que, a partir de 07/12/1991, estabeleceu o coeficiente de conversão de tempo de serviço especial 1,4, para homem.A Turma Nacional de Uniformização, a princípio, entendeu que o Decreto nº 357/91 não poderia retroagir para regular aconversão do tempo de serviço anteriormente à sua vigência. Assim, no caso das atividades exercidas por homens e queexigiam 25 anos de exercício para aposentadoria especial, o índice 1,4 só poderia ser usado para conversão do tempo deatividade especial posterior a 7/12/91. Sendo a atividade exercida antes de 6/12/1991, o fator de conversão seria 1,2. ATNU, porém, revisou sua orientação e passou a considerar que “o tempo de trabalho exercido sob condições especiaisprejudiciais à saúde ou à integridade física do trabalhador, conforme a legislação vigente à época da prestação do serviço,será somado, após a respectiva conversão, ao tempo de trabalho exercido em atividade comum aplicando-se tabela deconversão que prevê o índice de 1,4, qualquer que seja o período trabalhado” (PU 2006.72.95.016019-0, Relator JuizFederal Cláudio Roberto Canata, DJU 16/01/2009; PU 2007.63.06.008925-8, Relator para o acórdão Juiz Federal SebastiãoOgê Muniz, DJU 15/10/2008). No mesmo sentido alinhou-se a jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça(AGRESP 1.126.783, Relator Felix Fischer, DJE 10/05/2010; AGRESP 1.105.770, Relator Napoleão Nunes Maia Filho, DJE12/04/2010).Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em R$ 1.500,00.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo, por maioria, negar provimento ao recurso. Vitória, 30 de setembro de 2010.

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153 - 2007.50.50.005316-0/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUCIANO PEREIRA CHAGAS.) x ELZATEREZINHA DE NEGREIROS (ADVOGADO: EDUARDO THIEBAUT PEREIRA, JAQUES MARQUES PEREIRA, TAINÁ DASILVA MOREIRA.).Processo nº . 2007.50.50.005316-0/01

Recorrente : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CAIXARecorrido : ELZA TEREZINHA DE NEGREIROS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – INTEMPESTIVO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO SUSPENDEM O PRAZO RECURSAL –ART.50 DA LEI 9.099/95 – ACOLHIDA A PRELIMINAR DA RECORRIDA – RECURSO NÃO CONHECIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou parcialmente procedentea pretensão externada na inicial desta ação, condenando a Caixa Econômica Federal a pagar as diferenças da correçãomonetária dos valores depositados em caderneta de poupança em junho/1987. Alega a recorrente, em suas razõesrecursais, que houve prescrição no presente caso e que, não obstante, houve equívoco no cômputo da correção monetáriae dos juros remuneratórios. Em sede de contrarrazões, a parte recorrida aduziu que o recurso inominado é intempestivo e,na oportunidade, rechaçou as alegações recursais.

Deveras, no presente caso foram opostos embargos de declaração da sentença proferida (fls. 78/81), devendo atentar-separa o fato de que os referidos embargos, em sede de Juizado Especial, suspendem o prazo para recurso (art. 50 da Lei n.9.099/95). Como os embargos foram protocolados no 4º dia do prazo (fl. 78), restavam, assim, mais seis dias após aintimação da decisão dos embargos para a interposição do recurso inominado. No entanto, a Caixa Econômica Federal -CAIXA, intimada em 09.04.2010 (certidão da fl. 87-verso), apresentou seu recurso apenas em 22.04.2010 (fl. 88), nodécimo dia após a intimação, quando já havia transcorrido o prazo de seis dias que lhe restava.

Registre-se que, ao contrário do que ocorre no processo comum (art. 538 do CPC), os embargos de declaração, no juizadoespecial, apenas suspendem o prazo para outros recursos, não o interrompendo, o que quer dizer que a sua interposiçãonão faz com que os prazos recomecem a correr por inteiro, pois será levado em conta o tempo decorrido anteriormente àsuspensão.

Vale apontar que, no âmbito do microssistema dos juizados, excepcionalmente os embargos de declaração suspendem oprazo para a interposição de recurso, mas apenas se forem opostos contra a sentença, por força de disposição expressacontida no art. 50 da Lei nº 9.099/95. É a hipótese dos autos.

Nesse diapasão, acolho a preliminar arguida em sede de contrarrazões.

Não conheço do recurso, porque intempestivo.

7. Custas de lei. Condenação da recorrente no pagamento de honorários advocatícios, fixados em R$ 500,00 (quinhentosreais), com fulcro no art. 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, EM NÃO CONHECER O RECURSO INOMINADO, POR SERMANIFESTAMENTE INTEMPESTIVO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

154 - 2009.50.50.000637-3/01 ANA CLAUDIA MAIA VITAL (ADVOGADO: MARCELO MOREIRA DUTRA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).Processo nº. 2009.50.50.000637-3/01

Recorrente : ANA CLAUDIA MAIA VITALRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE –CONCESSÃO EM SEDE ADMINISTRATIVAPELA VIA RECURSAL – INTERPOSIÇÃO CONCOMITANTE EM VIA JUDICIAL – DESCONSIDERAÇÃO DO DISPOSTONO ART. 126, §3º DA LEI Nº 8.213 – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, em que pleiteava o benefício da pensão por morte. Alega a recorrente, em suasrazões recursais, que o benefício guerreado fora concedido em sede recursal, ainda na via administrativa, fato que, nostermos do art. 267, VI, do CPC, importa a extinção do processo sem resolução de mérito por perda do interesse processual.Portanto, pugna pela total reforma da sentença no que tange à não concessão da pensão por morte, confirmando aconcessão do benefício já deferido pelo recorrido, repita-se, em sede administrativa.

O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.312/91. Com efeito, a sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo decontribuições (carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91. Basta que o instituidor da pensão esteja filiado àPrevidência Social (qualidade de segurado) na data do óbito. Ressalta-se que a carência e qualidade de segurado sãoinstitutos distintos e independentes, o fato de a carência não ser necessária, não impede que se exija a qualidade desegurado como requisito para a pensão por morte.

Da leitura do artigo 15 da Lei nº 8.213/91, infere-se que a qualidade de segurado é mantida com o recolhimento dascontribuições, concedendo a lei período de graça de 12 meses após a cessação do recolhimento.

De acordo com o art. 11, parágrafo 6º da Lei nº 8.213/91, “para serem considerados segurados especiais, o cônjuge oucompanheiro e os filhos maiores de 16 anos ou os a estes equiparados deverão ter participação ativa nas atividades ruraisdo grupo familiar”. Não obstante, segue o parágrafo 9º definindo que “não é segurado especial o membro de grupo familiarque possuir outra fonte de rendimento”, salvo as exceções previstas nos incisos que seguem.

A sentença proferida pelo juízo a quo adotou, como razões de decidir, os argumentos apresentados pelo INSS em suacontestação (28/30), que, em síntese, afirma que o falecido perdeu a condição de segurado e que, quando retornou acontribuir, já estava incapacitado para o trabalho. Assim, os argumentos consignados pela autarquia previdenciáriapassaram a fazer parte integrante da fundamentação da sentença.

No entanto, simultaneamente ao ajuizamento da ação judicial (em 27.02.2009), a recorrente interpôs recurso em sedeadministrativa (em 23.03.2009) reiterando o pedido de concessão do benefício pensão por morte em virtude de errocometido pelo INSS, no qual logrou provimento, por unanimidade, pela 24ª JR – VIGÉSIMA QUARTA JUNTA DERECURSOS (fl. 57).

Como bem destacou o acórdão em questão (n. 5353/2009), restou comprovado que o cônjuge da parte autora encerrou ovínculo empregatício em 13.06.2000, tendo recolhido as competências 09/2008 e 12/2008 sob o código 1163 (contribuinteindividual), motivo pelo qual se verificou que, à época do óbito (em 23.01.2009), aquele mantinha a qualidade de segurado,independentemente de não ter tido direito ao benefício de auxílio-doença, cuja incapacidade foi fixada anterior àcontribuição.

De outra banda, invoca o recorrido, em suas contrarrazões, o disposto no art. 126, §3º, da Lei 8.213, in verbis: “§ 3º Apropositura, pelo beneficiário ou contribuinte, de ação que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processoadministrativo importa renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso interposto”.

Com efeito, a exegese dada ao dispositivo revela que o parágrafo em questão tem como pressuposto o princípio dajurisdição una, ou seja, que o ato administrativo pode ser controlado pelo Judiciário e que apenas a decisão deste é que setorna definitiva, com o trânsito em julgado, prevalecendo sobre eventual decisão administrativa que tenha sido tomada oupudesse vir a ser tomada.

Por outro lado, o art. 37 da CR/88 é bem claro ao dispor que a Administração Pública deve obedecer ao princípio da

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legalidade, o que se verificou na hipótese, quando se concedeu o benefício em sede administrativa à parte recorrente,considerando que os elementos dos autos demonstram que a decisão pelo órgão colegiado em sede de recursoadministrativo foi medida acertada no presente caso.

Além disso, cumpre registrar que a interposição da demanda, concomitantemente, na via judicial, revela-se apenas maisum meio de que se valeu a parte para poder ver assegurado um direito que subjetivamente acreditava ser possuidora, oque é garantido inclusive pelo princípio da inafastabilidade da atividade jurisdicional.

Recurso conhecido e, no mérito, provido, para que seja mantida a concessão de pensão por morte já deferida em sedeadministrativa, conforme documento acostado à fl. 57, considerando que estão presentes os requisitos para tanto, conformeos elementos dos autos.

Sem custas, na forma da lei. Sem a condenação em honorários advocatícios, por força do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formado voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

155 - 2007.50.50.011422-7/01 ARLINDO RANGEL (ADVOGADO: FERNANDO DA FONSECA RESENDE RIBEIRO,ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).EMENTAAPOSENTADORIA. TEMPO ESPECIAL. CÔMPUTO DE PERÍODO EM DUPLICIDADE NÃO CONFIGURA ERROMATERIAL PASSÍVEL DE CORREÇÃO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO. SENTENÇA DE FLS. 164 / 169 ANULADA,DETERMINANDO-SE O RETORNO DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM. HABILITAÇÃO DEFERIDA. RECURSOPROVIDO.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, anular a sentença às fls. 164 / 169 e determinar o retorno dos autosao juízo de origem, na forma do voto e da ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

156 - 2007.50.53.000271-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B.de Oliveira.) x AFONSO ALBUGHETTI (ADVOGADO: ALECIO JOCIMAR FAVARO.).Processo nº 2007.50.53.000271-3/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : AFONSO ALBUGHETTI

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – MATÉRIA NÃO ARGUIDA NA CONTESTAÇÃO – NECESSIDADE -PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE - ARGUIÇÃO EXTEMPORÂNEA IMPOSSIBILIDADE – SENTENÇA MANTIDA PORSEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL contra a r. sentença de fls.

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57/60, que julgou procedente o pedido para condenar o INSS a conceder ao autor o benefício de Aposentadoria por tempode contribuição proporcional, com DIB em 01/11/2006 (data do requerimento administrativo – fls. 19), e DIP em 01/12/2007,bem como a pagar ao autor as prestações vencidas, não atingidas pela prescrição quinquenal.2. Em suas razões, sustenta o recorrente que os períodos anteriores a 01/04/1991 não possuem natureza urbana(decorrem de exercício de atividade rural), razão pela qual não poderiam ter sido utilizados como carência para aconcessão da aposentadoria pleiteada, o que tornou legítimo o indeferimento dos requerimentos administrativos formuladospelo recorrido. Afirma que, não tendo o recorrido comprovado o recolhimento de contribuição previdenciária facultativareferente aos períodos em que trabalhou como rurícola, não há como utilizar esse tempo como carência para a concessãoda aposentadoria por tempo de contribuição. Registra que, mesmo utilizando apenas o período de trabalho urbano eaplicando a tabela do art. 142 da Lei n. 8.213/91, ainda assim o recorrido não preencheria os requisitos cumulativamenteexigidos para a concessão do benefício em tela, vez que, como o requerimento administrativo foi formulado em 2006,deveria o recorrido ter comprovado o recolhimento de 150 meses, o que não logrou êxito em fazê-lo, já que, na referidadata, somente foram apuradas 128 contribuições.3. As questões abordadas pelo INSS em seu recurso deveriam ter sido suscitadas na época oportuna, ou seja, emcontestação, vez que, pelo princípio da eventualidade, todas as alegações e deduções devem ser apresentadas ao mesmotempo em contestação, sob pena de preclusão.4. Consoante a jurisprudência do C. STJ, ressalvadas as matérias reservadas às exceções – incompetência relativa,impedimento e suspeição – todas as demais questões relativas à defesa do réu devem se argüidas na contestação, sobpena de ofensa ao princípio da eventualidade. Dessa forma, não tendo sido argüidas em momento oportuno, ocorre apreclusão consumativa para alegar as questões relativas à defesa. A propósito:"PROCESSO CIVIL – FINANCIAMENTO DE IMÓVEL – SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO – [...] – APELAÇÃOATACANDO A VALIDADE DESSA RESOLUÇÃO POR NÃO MAIS VIGORAR – APELAÇÃO NÃO CONHECIDA PELACORTE A QUO POR AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO NA CONTESTAÇÃO – RECURSO ESPECIAL – ALEGADAVIOLAÇÃO AOS ARTS. 512 e 515, AMBOS DO CPC – INOCORRÊNCIA – APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DAEVENTUALIDADE – RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. - É dever das partes alegar, no momento próprio, toda amatéria de ataque e defesa, diante da utilidade que esse proceder irá produzir para o deslinde da controvérsia, sob pena de,deixando para outra oportunidade, ocorrer a preclusão. - 'O princípio da eventualidade consiste em alegar a parte, de umasó vez, todos os meios de ataque e defesa como medida de previsão – in eventum para o caso de não dar resultado oprimeiro. Isso significa, como acentua Millar, que as partes, nas fases apropriadas, devem apresentar, simultânea e nãosucessivamante, todas as suas deduções, sejam ou não compatíveis entre si, e ainda que o pronunciamento sobre umadelas torne prescindível considerar as subseqüentes. Por força do princípio da eventualidade, devem as partes produzirsuas alegações, nos períodos correspondentes, para a eventualidade de que mais tarde lhes possam ser úteis, ainda quepor momento não o sejam. O princípio da eventualidade está muito ligado à preclusão. Se a parte não alegou tudo o que lheera lícito aduzir, no instante processual adequado, pode ficar impedida de suscitar uma questão relevante, em outraoportunidade, por ter ocorrido a preclusão. Esta última, aliás, como lembra Enrico Tullio Liebman, serve para garantirjustamente a regra da eventualidade' (cf. José Frederico Marques in 'Instituições de Direito Processual Civil', revista,atualizada e complementada por Ovídio Rocha Barros Sandoval, 1ª ed., Millennium Editora, 2000, Campinas – SP). -Recurso especial não conhecido. - Decisão por unanimidade." (REsp 156.129/MS, 2.ª Turma, Rel. Min. FRANCIULLINETTO, DJ de 10/09/2001.)"Processual Civil. Contestação. Matéria de defesa. Preclusão. Condições da ação. Matéria apreciável de ofício. - Segundo ocânon inscrito no artigo 300, do CPC, que consagra o princípio da eventualidade, cabe ao réu argüir, na contestação, toda amatéria de defesa, sob pena de ver precluso o direito de agitá-la perante a instância recursal ordinária. - As matériasapreciáveis de ofícios pelo Juiz em qualquer tempo e grau de jurisdição não são atingidas pelo instituto da preclusão, aindaque não tenham sido alegadas pela parte no momento oportuno. - Em se tratando das condições da ação, mesmo que oréu não tenha agitado esta questão na contestação, podem elas ser trazidas à discussão com as razões finais. - Recursoespecial não conhecido." (REsp 82.334/SP, 6.ª Turma, Rel. Min. VICENTE LEAL, DJ de 08/03/2000.)5. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão dedecidir.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pelo INSS, que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais), comfulcro no art. 20, §4º, do CPC.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

157 - 2007.50.50.000161-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALCINA MARIA COSTANOGUEIRA LOPES.) x ELDA DE MORAES (ADVOGADO: FREDERICO GUILHERME SIQUEIRA CAMPOS.) x JUIZFEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERAL

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Seção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.50.000161-5/01

Impetrante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

Impetrados : JUIZ FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DEVITÓRIA/ES e INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL –INSS e ELDA DE MORAES

E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA – INCABÍVEL NA HIPÓTESE – SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – UTILIZAÇÃODO MANDAMUS COMO SUCEDÂNEO DO RECURSO INOMINADO – INCIDÊNCIA DA SÚMULA 268 DO STF –APLICAÇÃO DO ART. 474 DO CPC – EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM A RESOLUÇÃO DO MÉRITO – ART. 267, VI, DOCPC.

Trata-se de mandado de segurança impetrado pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, por meio doqual, objetiva, em sede liminar, que se suspendam os efeitos da decisão interlocutória proferida à fl. 115 dos autosoriginários (n. 2007.50.50.000161-5), em que se determinou o pagamento dos atrasados a título de auxílio-doença noperíodo em que a impetrada recebeu salário por força de vínculo empregatício, e, ao final, decretando-se a segurança parao fim de reformar-se a decisão em comentário, para declarar-se a inexequibilidade parcial do título judicial produzido nosautos da ação ordinária supracitada, devendo haver a subtração dos valores recebidos a título de salário para evitar-se apercepção conjunta com o benefício previdenciário concedido.Sustenta o impetrante que, nos termos da Lei n. 8.213/91, em seu art. 59, o benefício de auxílio-doença é concedido comosubstituto do salário do segurado que se encontra incapacitado temporariamente para o desempenho de suas atividadeslaborais, não se admitindo o pagamento concomitante do benefício previdenciário ao período em que havia vínculoempregatício com percepção de salário.O Plenário do C. Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE 576.847-3 (DJe nº 148, publicado em 07.08.2009), assentou quenão cabe, no âmbito dos Juizados Especiais, a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil para a interposição derecursos em face de decisões interlocutórias, como se observa da ementa do v. acórdão: “EMENTA: RECURSOEXTRAORDINÁRIO. PROCESSO CIVIL. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. MANDADO DE SEGURANÇA.CABIMENTO. DECISÃO LIMINAR NOS JUIZADOS ESPECIAIS. LEI N. 9.099/95. ART. 5º, LV DA CONSTITUIÇÃO DOBRASIL. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. 1. Não cabe mandado desegurança das decisões interlocutórias exaradas em processos submetidos ao rito da Lei n. 9.099/95. 2. A Lei n. 9.099/95está voltada à promoção de celeridade no processamento e julgamento de causas cíveis de complexidade menor. Daí terconsagrado a regra da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, inarredável. 3.Não cabe, nos casos por ela abrangidos,aplicação subsidiária do Código de Processo Civil, sob a forma do agravo de instrumento, ou o uso do instituto do mandadode segurança. 4. Não há afronta ao princípio constitucional da ampla defesa (art. 5º, LV da CB), vez que decisõesinterlocutórias podem ser impugnadas quando da interposição de recurso inominado. Recurso extraordinário a que se negaprovimento”.Deveras, em regra, o mandado de segurança seria eventualmente cabível tão-somente na situação descrita pelo art. 5º daLei nº 10.259/01, ou seja, quando do deferimento de medidas cautelares no curso do processo para evitar dano de difícilreparação.A decisão em comentário, que motivou a impetração do presente mandamus, não pode ser tomada nem sequer comodecisão interlocutória no âmbito dos Juizados Especiais, nos termos do parágrafo anterior. Isso porque o julgado guerreadofoi exarado por força de um pedido formulado pela parte impetrante após o trânsito em julgado da sentença proferida nosautos originários, considerando que a parte impetrante deixou escoar, in albis, o prazo para interposição de recursoinominado (fl. 97, verso), não podendo, portanto, se utilizar agora do mandado de segurança como sucedâneo de talrecurso.A teor da Súmula 268 do e. STF, não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado. Ajurisprudência dessa Corte Máxima, ademais, é no sentido de que não é cabível mandado de segurança como sucedâneode recurso de decisão judicial.Além disso, há, no caso, incidência do comando contido no artigo 474 do Código de Processo Civil: "passado em julgado asentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim aoacolhimento como à rejeição do pedido".Ora, em não se tratando de erro material, mas de análise jurídica da situação postaà apreciação do Poder Judiciário, não se afigura possível a reabertura da discussão na fase executória.Não sendo cabível o mandado de segurança na hipótese, extingue-se o feito sem resolução do mérito.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, JULGAR EXTINTO O PROCESSO SEM A RESOLUÇÃO DOMÉRITO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

158 - 2004.50.50.002011-6/03 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS, ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x NAPOLEAO TOSTA DAS NEVES (ADVOGADO: JALINEIGLEZIAS VIANA, GRASIELE MARCHESI BIANCHI.).Processo nº. 2004.50.50.002011-6/03

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : NAPOLEÃO TOSTA DAS NEVES

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – REVISÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – DECISÃO EM SEDE DE MANDADO DESEGURANÇA – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM EFEITOS INFRINGENTES PROVIDOS - SENTENÇA ANULADA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, ora recorrente, em face da sentença que anulou a sentença exarada àsfls. 134/136 e julgou procedente a pretensão externada na inicial desta ação, em que se pleiteava a revisão mensal inicialdo benefício previdenciário da parte autora. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que a decisão guerreada deveser anulada, por violação ao inciso XXXVI do art. 5º da CR/88, considerando que já havia o trânsito em julgado da sentençaanulada. Sustenta ainda violação à garantia do devido processo legal, posto que a sentença foi anulada sem que houvessea interposição de recurso para tanto, em desrespeito às regras do art. 5º, incisos LII, LIV e LV, da CR/88. Aponta que nãohouve erro material na hipótese. Quanto ao mérito, argumenta que houve flagrante violação à Lei n. 8.213/91.

A presente ação foi ajuizada com o objetivo de se promover a revisão da renda mensal inicial do benefício previdenciário,alegando a parte autora que o INSS se equivocara no cômputo do valor dos salários de contribuição considerados noperíodo básico de cálculo. O Juízo a quo, após envio do feito à Contadoria Judicial, constatou que a renda mensal inicial dosegurado haveria de ser reduzida, não gerando assim diferenças em seu favor. Em 14.02.2006, foi proferida sentença (fls.134/136), julgando procedente em parte o pedido autoral, com a prescrição das parcelas antecedentes ao quinquênioanterior à propositura da demanda. Em 07.04.2006, tal decisão transitou em julgado (p. 142).

Assim, a recorrente, ao ser intimada para cumprir o julgado, em 14.07.2006, comprovou a obrigação a que lhe foi imposta,conforme documento acostado à fl. 145. Todavia, a parte recorrida, veio aos autos, informando que promoveurecolhimentos a maior, que não foram considerados pela Contadoria do Juízo. O Juízo a quo, com base em taisargumentos, em 12.11.2007, decidiu novamente a questão, utilizando-se do juízo de retratação (fls. 163/164) e declarandonula a certidão de trânsito em julgado da sentença então proferida. O recorrente, por sua vez, peticionou nos autosinformando que não havia a possibilidade de promover a substituição de quaisquer quantias, haja vista a prescrição dapretensão autoral, motivo pelo qual o Juízo a quo, em 14.01.2008, decidiu novamente (fls. 167/168), não acolhendo aalegação de prescrição no caso concreto.

Ocorre que, diante das decisões prolatadas após a sentença transitada em julgado, a autarquia previdenciária, orarecorrente, impetrou mandado de segurança (autos n. 2004.50.50.002011-6), logrando êxito em sua pretensão.

O acórdão proferido em sede do mandamus supracitado, cuja cópia se encontra acostada às fls. 205/207, expõe que, noprocessamento dos embargos de declaração, há a necessidade de contrarrazões, quando se pretende dar a estes efeitosinfringentes, motivo pelo qual foi concedida a segurança para anular as decisões atacadas e determinar que o INSS fosseintimado a apresentar suas contrarrazões, prosseguindo-se o feito com a prolação de sentença nos embargos. Todavia,embora intimada para tanto, a autarquia previdenciária quedou-se inerte, conforme se vê à fl. 209, verso.

Nesse panorama, não assiste razão ao recorrente, em suas razões recursais, ao afirmar que a decisão guerreada deve seranulada, por violação ao inciso XXXVI do art. 5º da CR/88, posto que a matéria já foi ventilada em sede de mandado desegurança, conforme exposto acima, cujo acórdão já transitou em julgado, conforme se observa à fl.249 dos autosapensos.

Quanto ao mérito, vale apontar que os argumentos expendidos na sentença proferida às fls. 210/214 sinalizam que asituação do segurado autônomo – atual contribuinte individual -, no período anterior à edição da Lei n. 9.876/99, merece seranalisada dentro dos princípios constitucionais que regem a Seguridade Social, em especial o princípio da equidade naforma de participação no custeio (inciso V do § único do art. 194 da CR/88).

Deveras, até o advento da Lei nº 9.876/99, vigoravam duas espécies de salário-de-contribuição: a) uma para o empregado,trabalhador avulso e doméstico, na qual o salário-de-contribuição é calculado a partir da remuneração; b) outra parasegurados empresário, autônomo e equiparados a autônomo (atualmente abrangidos pela figura do contribuinte individual),

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os quais, juntamente com o facultativo, contribuíam sobre a escala de salário-base. A escala de salários-base eracomposta por dez diferentes Classes; a primeira correspondente ao valor mínimo sobre o qual o segurado deveriacontribuir, e a última, ao valor máximo do salário-de-contribuição. Os segurados sujeitos à escala contribuíam sobre o valorconstante na Classe na qual estavam enquadrados, independente do valor efetivo de seus rendimentos, e só podiam mudarde Classe (para a imediatamente superior) depois de observado o interstício (período mínimo de permanência em cadaClasse). E as contribuições recolhidas nas Classes mais altas, sem respeito aos interstícios, não repercutiam no cálculo dobenefício. A Lei 9.876/99, portanto, revogou o art. 29 da Lei 8.212/91, diminuindo o número mínimo de meses depermanência em cada Classe da escala de salários-base (regra de transição). A escala transitória de salário-base, por seuturno, restou extinta pelo art. 9º da MP 83/2002, possibilitando o recolhimento de contribuições com base na remuneraçãodeclarada, a ser efetuada com base na totalidade de rendimentos auferidos. Em dezembro/04, o INSS editou a ON SPS n.º5, dispensando a análise contributiva para a concessão dos benefícios aos segurados.

Porém, para análise da questão posta em apreciação, consiste em saber se a aplicação imediata da norma a caso jáocorrido e regulado atinge o princípio do tempus regit actum e viola os princípios que preservam o ato jurídico perfeito e airretroatividade da lei. É pacífico o entendimento de que, no cálculo de benefício previdenciário, a legislação a ser aplicada éaquela vigente ao tempo em que foram reunidos os requisitos necessários à sua concessão, em atendimento ao princípiosupracitado, conforme precedentes do STF e do STJ. Assim sendo, a Orientação Normativa SPS n.º 5, de 23 de dezembrode 2004 (DOU de 24/12/2004), somente se aplicaria aos benefícios concedidos a partir da sua edição.

Por outro lado, a solução dada à lide pelo magistrado a quo merece guarida, posto que, ao analisar o caso concreto,verificou que todas as contribuições deveriam ser contabilizadas pelos seus valores reais, vez que manifesta a boa-fé daparte autora. Com efeito, está claro, pelos elementos dos autos, que os recolhimentos efetivados a maior não se deramcom objetivo ilícito de se beneficiar de uma renda mensal superior, mas tão-somente porque se obteve rendimento mensalmaior. Oportuna a incidência do art. 127 do CPC combinado com o art. 6º da Lei n. 9.099/95.

Recurso ao qual se nega provimento.

Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pelo INSS, que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais), comfulcro no art. 20, §4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

159 - 2007.50.54.000987-0/01 EDITE BARBOSA DE DEUS (ADVOGADO: ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO,ROBNEI BATISTA DE BARROS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGOCOSTA BUARQUE.).Processo nº 2007.50.54.000987-0/01

Recorrente : EDITE BARBOSA DE DEUSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – ACÓRDAO TRANSITADO EM JULGADO –PRECLUSÃO TEMPORAL – RECURSO NÃO CONHECIDO.1. O direito de opor embargos de declaração encontra-se previsto, basicamente, nos art. 535 e 536 do Código de ProcessoCivil. Tal modalidade recursal deve ser oposta cinco dias após a ciência da decisão.2. Na hipótese em apreço, a parte autora, regularmente intimada do v. acórdão de fls. 106/107 em 23/06/2010 (fl. 108),interpôs os Embargos de Declaração somente em 06/07/2010 (fl. 110), fora, portanto, do prazo legal.3. Embargos não conhecidos, por intempestivos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NÃO CONHECER OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

91004 - RECURSO CIVEL / OUTROS

160 - 2004.50.50.002011-6/02 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTOLEAL DOS SANTOS , ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x NAPOLEAO TOSTA DAS NEVES (ADVOGADO: GRASIELEMARCHESI BIANCHI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2004.50.50.002011-6/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS

Embargado : NAPOLEÃO TOSTA DAS NEVES

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – ANÁLISE DOS ARGUMENTOS LANÇADOS NA PEÇA RECURSAL –INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela autarquia previdenciária em face do acórdão que negou provimentoao recurso interposto. Sustenta a parte embargante que a decisão foi omissa na medida em que não se analisaram osargumentos lançados na peça recursal.

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que esta aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo. Todavia, a hipótesedos autos não caracteriza omissão, contradição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso interposto, uma vez queausentes os requisitos previstos no art. 535 do CPC.

O acórdão guerreado expôs que a decisão recorrida fundamentou satisfatoriamente o deferimento da antecipação de tutela,considerando os requisitos para a concessão da medida liminar, como periculum in mora e fumus boni iuris. Registrou quenão se vislumbra a presença dos requisitos que justifiquem a impetração da medida, posto que o pedido de revisão temlimites expressos na própria norma que o instituiu, sendo que quaisquer outras matérias de interesse da parte recorrentedevem ser arguidas por meio de recurso próprio. Assim, não há a suscitada omissão.

Na verdade, a matéria posta no recurso inominado mereceu exame e desate nos limites das razões recursais, sendodescabida a alegação de que teria sido omissa quanto aos argumentos lançados na peça recursal. Cabe destacar que ojulgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações daspartes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de talsorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem quepresente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC. Na verdade, os embargos de declaração não se prestam a materializarnítido questionário dirigido ao julgador, pois o processo, enquanto instrumento de distribuição da justiça, não tem apretensão de viabilizar verdadeiros diálogos entre os litigantes e as magistraturas.

Assim, inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstrada tão-somentea inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Page 135: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

161 - 2008.50.50.004407-2/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.) x ODIVOBARBOSA DE OLIVEIRA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº. 2008.50.50.004407-2/01Embargante : ODIVO BARBOSA DE OLIVEIRAEmbargada : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CAIXA

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO QUANTO À AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PESSOAL DADEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO – INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO – EMBARGOS NÃO ACOLHIDOS – ACÓRDÃOMANTIDO.

Cuida-se de Embargos de Declaração interpostos em face do acórdão de fls. 109/110 proferido pela Turma Recursal, porintermédio dos quais aduz a parte autora, ora embargante, que houve omissão por parte do acórdão impugnado no quetange à ausência de intimação pessoal da Defensoria Pública da União, sua patrona.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que esta aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.Todavia, a hipótese dos autos não caracteriza omissão, contradição ou obscuridade, não podendo prosperar o recursointerposto, uma vez que ausentes os requisitos previstos no art. 535 do CPC.Os embargos de declaração não merecem ser acolhidos, haja vista que o acórdão embargado não padece de omissãopassível do manejo da referida peça processual. No caso concreto, vislumbra-se que não houve prejuízo para aembargante, posto que esta conseguiu interpor os embargos dentro do prazo cabível.O §1º do artigo 249 do Código de Processo Civil assim dispõe: O ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando nãoprejudicar a parte. Este dispositivo consagra o princípio do prejuízo, do francês pas de nullité sans grief, o qual indica quenão há nulidade sem prejuízo.Dessa forma, não havendo prejuízo para a embargante (o que não ocorreu, haja vista que a mesma conseguiu impugnar oacórdão dentro do prazo hábil – fl. 115), não há que falar em omissão por parte do acórdão, até porque a publicação dapauta de julgamento no Diário Eletrônico da Justiça Federal não implicou prejuízo para a embargante.Vale frisar que não houve violação a qualquer dispositivo constitucional ou legal quando da confecção do acórdãoembargado, em especial dos artigos 5º, LXXIV e do artigo 134, ambos da Constituição da República, até pelo fato de nãoter havido prejuízo para a defesa da embargante, tendo sido preservado o papel da Defensoria Pública de instituiçãoessencial à função jurisdicional do Estado, conforme preconiza o referido artigo 134 da CR/88.Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, conforme o artigo 535 do CPC.Embargos de declaração rejeitados.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

162 - 2007.50.53.000837-5/01 ENILDO FERREIRA DOS SANTOS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito Santo

Page 136: RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2007.50.53.000837-5/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Embargado : ENILDO FERREIRA DOS SANTOS

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – REVISÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO À LUZ DO ART. 29, § 5º, DALEI 8.213/91 – INCIDÊNCIA DE DECADÊNCIA – EXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSOPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS em face doacórdão que julgou procedente o recurso inominado. Em síntese, aduz que, no julgado guerreado, não houvepronunciamento a respeito da incidência de decadência sobre a pretensão autoral, em conformidade com o pacificado naSúmula nº 8, proferida pela Turma Regional de Uniformização das Jurisprudências das Turmas Recursais dos JuizadosEspeciais Federais da 2ª Região.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que esta aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questões dedireito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão de inúmerosprecedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 28.06.1997, ou seja, em 01.12.1996 (fl. 15), e a ação foi ajuizadasomente em 30/11/2007. Assim, não há como afastar a incidência da decadência na hipótese.Assim, resta claro que houve omissão no presente caso, o que autoriza a integração do julgado.Ante o exposto, os presentes embargos de declaração devem ser providos, reconhecendo-se a omissão no acórdãoembargado (fls. 55/56), em conformidade com o art. 535 do CPC, para integrá-lo na parte concernente ao pronunciamentoda decadência suscitada em sede de contrarrazões, cuja redação passa a ser a seguinte: “Considerando o entendimento daTurma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da 2ª Regiãoque, na publicação da Súmula nº 08, entendeu ser a data de 01/08/2007 como prazo final para pleitear a revisão de atoconcessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28/06/1997, pronuncio a decadência do direito requeridopelo recorrente na inicial desta ação, restando improvido o recurso inominado.”.Embargos de declaração providos, em razão da existência de omissão.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

163 - 2008.50.50.004815-6/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) DANUBIA AIRES DO NASCIMENTO (ADVOGADO: TATIANAMOURE DOS REIS VIEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

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Recorrente : DANUBIA AIRES DO NASCIMENTO

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – ADMINISTRATIVO – RESERVA DE PERCENTUAL DE VAGAS PARA DEFICIENTES –NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DO ARTIGO 4º, II, DO DECRETO 3.298/99,COM BASE NO ARTIGO 3º DO REFERIDO DECRETO E DE INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO –RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 22/23, que julgouimprocedente o pleito autoral, de emissão por parte do INSS de declaração comprobatória de que a mesma possuideficiência auditiva, para fins de disputa de vagas reservadas aos deficientes físicos no âmbito do trabalho. Alega arecorrente, em suas razões recursais, que se faz necessária a interpretação da norma referente ao deficiente auditivoconforme a Constituição da República, de forma a ser concedida a declaração requerida.

2. O Decreto 3.298/99 regulamenta a Lei 7.853/89, a qual dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da PessoaPortadora de Deficiência. O referido Decreto, em seu artigo 36, obriga as empresas com cem ou mais empregados apreencher de dois a cinco por cento de seus cargos com beneficiários da Previdência Social reabilitados ou com pessoaportadora de deficiência habilitada.

3. O mesmo Decreto sofreu alteração em seu artigo 4º, II, por intermédio do Decreto 5.296/04. O mencionado dispositivopassou a dispor que a deficiência auditiva é a bilateral, ainda que parcial, ao contrário da redação anterior, a qual nãodispunha sobre a necessidade de que tal deficiência fosse bilateral.

4. Ao fazer uma interpretação literal do dispositivo com a redação atual, o magistrado a quo julgou improcedente o pleitoautoral, haja vista que a recorrente possui deficiência auditiva unilateral, ponto incontroverso da demanda. Ocorre que essainterpretação não deve ser aplicada ao caso concreto, posto que a solução para a hipótese mais condizente com aConstituição da República de 1988, a qual deve nortear a ação dos membros da Magistratura, perpassa pela interpretaçãosistemática e pela interpretação à luz da Carta Magna.

5. A interpretação sistemática tem por fundamento não interpretar determinada norma de forma isolada, desconectada comos dispositivos inerentes a ela, de forma a propiciar uma solução mais coerente com o ordenamento jurídico vigente. Estainterpretação cabe perfeitamente no caso em questão, tendo em vista que o artigo 3º do Decreto 3.298/99 dispõe quedeficiência é “toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gereincapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”.

6. Sendo realizada uma interpretação sistemática do disposto no atual artigo 4º, II, do Decreto 3.298/99, com base no artigo3º do referido artigo, verifica-se que a deficiência da recorrente, caracterizada em exame audiométrico de 21/09/2004 como“perda auditiva profunda sugestiva de anacusia no ouvido esquerdo” e em exame audiométrico de 19/11/2007 com oquadro “sugestivo de perda auditiva neurossensorial profunda” no ouvido esquerdo (fl. 22), é considerada deficiênciaauditiva para os fins da aplicação do artigo 36 do Decreto supracitado, pois a grave perda auditiva sofrida pela recorrente,ainda que unilateral, é uma perda que gera incapacidade para o desempenho de atividade dentro dos padrões normais parao ser humano.

7. A interpretação conforme a Constituição também leva a esse entendimento, haja vista que o princípio da igualdade ouisonomia, previsto no artigo 5º, caput, da CR/88, traz, em seu bojo, a necessidade de que seja dado um tratamentodiferenciado a todos os que se encontrarem em situações diferenciadas, como é o caso da recorrente. Haveria nítidaviolação ao princípio da isonomia caso a deficiência da mesma não fosse considerada para fins de obtenção de declaraçãoque possibilite à recorrente uma vaga de emprego conforme o artigo 36 do Decreto 3.298/99.

8. Seria, na verdade, paradoxal considerar uma pessoa que possui deficiência auditiva menos grave que a da recorrentecomo passível de ser amparada pelo acima citado artigo 36 deste Decreto, pelo fato de esta deficiência ser bilateral, e nãoconsiderar para o mesmo efeito a deficiência da ora recorrente, ainda que mais grave, apenas pelo fato de ser unilateral.Esse entendimento não deve prosperar, sob pena de não se concretizar a Constituição da República de 1988 em seuprincípio da isonomia.

9. Este é o entendimento disposto na jurisprudência que segue, a qual, apesar de tratar de preenchimento de vaga para aadministração pública, também se aplica ao presente caso, pois a interpretação conforme o princípio da isonomia não podese destinar apenas à Administração Pública: ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO PARA ANALISTA EM REFORMADE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO DO INCRA. CANDIDATO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA UNILATERALSEVERA. DIREITO DE CONCORRER ÀS VAGAS RESERVADAS. MITIGAÇÃO DA APLICAÇÃO DO DECRETO Nº.3.298/1999, ART. 4º, II. 1. O autor, no concurso público para o cargo de Analista em Reforma de Desenvolvimento Agrário

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do INCRA que, ao submeter-se à perícia médica, não foi considerado portador de deficiência por não possuir deficiênciaauditiva bilateral. 2. Os documentos juntados aos autos demonstram a perda auditiva sensorioneural profunda no ouvidodireito, sendo inegável a sua condição de portador de deficiência, eis que, apesar do Decreto nº 3.298/1999 em seu art. 4º,II declarar que a deficiência auditiva é a perda bilateral, deve-se interpretar a norma sistematicamente com o art. 3º doreferido Decreto, que reza que deficiência constitui "toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica,fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normalpara o ser humano". 3. Há de se levar em consideração o princípio da isonomia, não limitando a interpretação e aplicaçãoda lei à sua literalidade, mas analisando todos os aspectos fáticos que a envolvem. 4. Apelação do INCRA improvida.(Grifos nossos). (Tribunal Regional Federal da 1ª Região – Quinta Turma - APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇAn. 200734000143851 - JUÍZA FEDERAL SELENE MARIA DE ALMEIDA – Julgado em: 27/05/2009 – Publicado em:26/06/2009).

10. Pelo exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO para, reformando a sentença. condenar o INSS a emitir declaraçãodefinitiva que comprove que a recorrente possui deficiência auditiva, para fins de que a mesma possa concorrer a vagas deemprego reservadas a portadores de deficiência, conforme o artigo 36 do Decreto 3.298/99. Esta decisão deve sercumprida no prazo de 15 (quinze) dias, contados da intimação deste julgado.

11. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.

12. Sem condenação em custas processuais, na forma da lei. Sem a condenação em honorários advocatícios, por força doart. 55 da Lei n. 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, de formaa reformar a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

164 - 2008.50.50.000934-5/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x JOSE ROMILDO DOS SANTOS.PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº. 2008.50.50.000934-5/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrida : JOSÉ ROMILDO DOS SANTOS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI COMBASE NA VARIAÇÃO NOMINAL DA OTN/ORTN – DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO ANTES DE 26.06.1997– DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADA APÓS 01/08/2007 - RECURSO PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, em que pleiteava revisão da renda mensal inicial do benefício originário. Alega orecorrente, em suas razões recursais, que o direito autoral foi alcançado pela decadência, posto que o benefício origináriofoi concedido antes de 28.06.1997.

2. Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federaisda 2ª Região, responsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as questõesde direito material entre decisões proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão deinúmeros precedentes acerca desta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se adecadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.

3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de

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10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, estarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação”recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das ações que visem àrevisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da entrada em vigor dareferida MP.

4. No caso dos autos, o benefício foi concedido antes de 26.06.1997 e a ação foi ajuizada somente em 22.04.2008. Assim,não há como negar a incidência da decadência na hipótese.

5. Recurso conhecido e, no mérito, provido.

6. Sem a condenação em custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do benefício da assistência judiciáriagratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na formado voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

165 - 2008.50.50.003570-8/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x WALDEMAR RAMOS PIETER (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Espírito SantoTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais

Processo nº 2008.50.50.003570-8/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : WALDEMAR RAMOS PIETER

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – DECISÃO EXTRA PETITA (ART.29, II, DA LEI N. 8.213/91) - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA ANULADA EM PARTE.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial, determinando a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das diferençascorrespondentes. Sustenta, em suas razões, que a sentença guerreada violou vários dispositivos constitucionais relativos àretroatividade das leis decorrente das garantias ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito, bem como ao princípiocontributivo, ao da igualdade, ao da fonte de custeio total, ao da preservação do valor real dos benefícios conforme critériosdefinidos em lei e ao da necessidade de correção dos salários-de-contribuição na forma da lei. Argumenta ainda que adecisão é extra petita, na medida que aplicou o art. 29, II, da Lei n. 8.213/91e deixou de observar o art. 32, §20, e o art.188-A, §4º, do D. 5.545/2005. A seguir, rechaça a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipótese.

Pela leitura da inicial, depreende-se que a questão controvertida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de concessão de aposentadoria por invalidez decorrentes de conversãode auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-contribuição, osalário-de-benefício deste.

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos mesesanteriores ao afastamento do trabalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriammesmo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu respectivo salário

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de benefício) seja computado como salário de contribuição da aposentadoria por invalidez.

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei9.876/99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o períodoimediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipótese do §5º (ou seja, utilização, no período básico decálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido nesseperíodo como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção debenefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra noplural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29, caput,da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º foirevogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores aodo afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não háfundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qualse considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviude base para a concessão do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais deatualização.

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 denovembro de 1999, ou seja, em 06.12.2001 (fl. 12), procede a revisão pleiteada.

Por conseguinte, o tópico da sentença em que se determina a aplicação da regra do art. 29, II, da Lei 8.213/91, com aredação dada pela Lei 9.876/99, e não a regra do art. 32, § 20, do Decreto 3.048/99, com a redação dada pelo Decreto5.545/2005, ao fundamento de ter este extrapolado os limites do poder regulamentar, está nitidamente em descompassocom os limites objetivos da lide. Nesse sentido, ocorreu julgamento extra petita.

No mais, não se vislumbra, na hipótese, violação ao princípio da irretroatividade das leis decorrente das garantias ao direitoadquirido e ao ato jurídico perfeito (art. 5º, XXXVI, da CR/88), bem como ao princípio do custeio total (art. 195, §5º, CR/88),ao princípio contributivo (art. 201, caput, e art. 195), ao princípio da igualdade (art. 5º, caput, e 201, §1º, da CR/88), aoprincípio da preservação do valor real dos benefícios conforme critérios definidos em lei (art. 201, §4º, da CR/88) e ao danecessidade de correção dos salários-de-contribuição na forma da lei (art. 201, §3º, da CR/88).

Recurso conhecido e, no mérito, parcialmente provido. Sentença anulada na parte em que houve julgamento extra petita,para excluir da condenação o comando de aplicação da regra do art. 29, II, da Lei 8.213/99.

Sem custas, na forma da lei. Sem a condenação em honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca (art. 21 doCPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO EMPARTE, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

166 - 2009.50.50.004837-9/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.) x ANNAPAULLA TINOCO COUTINHO.Processo nº. 2009.50.50.004837-9/01

Recorrente : UNIÃORecorrida : ANA PAULA TINOCO COUTINHO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – NÃO-INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA –CARÁTER INDENIZATÓRIO DA VERBA PROVENIENTE DE AUXÍLIO-CRECHE/AUXÍLIO PRÉ-ESCOLAR ––DEVOLUÇÃO DAS PARCELAS INDEVIDAMENTE RECOLHIDAS - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

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Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, declarando a inexistência de relação jurídico-tributária entre a parte autora e aparte ré, tendo por objeto a incidência de imposto de renda sobre auxílio-creche ou auxílio pré-escolar, e condenando aUNIÃO a restituir à parte autora as parcelas indevidamente descontadas a este título. Alega a recorrente, em suas razõesrecursais, que a incidência do tributo tem respaldo no art. 153, III, da CR/88, destacando que a tributação do imposto derenda pessoa física independe de denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ounacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda e da forma de percepção das rendas ou proventos. Suscitaainda a aplicação do art. 43 do CTN. Mais adiante, argumenta que, consoante a legislação pertinente, a tributação doauxílio-creche e pré-escolar só é feita se o valor gasto com creches ultrapassar o limite de dedução de despesas comeducação. Na oportunidade, revela que houve violação a vários dispositivos constitucionais.

Com efeito, o imposto sobre a renda incide sobre o produto da atividade que implique o auferimento de renda ou proventosde qualquer natureza, que constitua riqueza nova agregada ao patrimônio do contribuinte e deve se pautar pelos princípiosda progressividade, generalidade, universalidade e capacidade contributiva, nos termos do arts. 153, III e § 2º, I, e 145, § 1º,da CR/88.

O conceito do art. 43 do CTN de renda e proventos, sob o viés da matriz constitucional, contém em si uma conotação decontraprestação pela atividade exercida pelo contribuinte, verbis: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre arenda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - derenda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquernatureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1º: A incidência do impostoindepende da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, daorigem e da forma de percepção.

A norma isentiva do imposto de renda, por sua vez, insculpida no art. 6º, inciso V, da Lei n.º 7.713/88, assim dispõe: Art. 6ºFicam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: V - a indenização e o avisoprévio pagos por despedida ou rescisão de contrato de trabalho, até o limite garantido por lei, bem como o montanterecebido pelos empregados e diretores, ou respectivos beneficiários, referente aos depósitos, juros e correção monetáriacreditados em contas vinculadas, nos termos da legislação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

A regra, portanto, aponta no sentido de que advinda disponibilidade econômica ou jurídica, incide, sobre a renda ouprovento, o tributo correspectivo, sendo certo que qualquer exceção deve decorrer de lei, que, por seu turno, reclamainterpretação literal.

A jurisprudência do c. STJ já se manifestou no sentido de que os valores recebidos a título de auxílio-creche ou auxíliopré-escolar possuem natureza indenizatória e não representam acréscimo patrimonial, já que constituem simplesreembolsos de despesas efetuadas pelos servidores por conta de obrigação legalmente imposta à Administração Pública,não configurando, pois, fato gerador para o tributo previsto no art. 43 do CTN (STJ, 2ª TURMA, RESP 625506, REL. MIN.JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ 06.03.2007).

Na verdade, o pagamento em pecúnia do auxílio-creche/auxílio pré-escolar substitui a prestação direta, que deveria ocorrermediante a criação de berçários, jardins de infância e pré-escolas. Essa verba, pois, possui natureza indenizatória, visto quese trata de mera devolução de despesa, logo não deve integrar a base de cálculo do imposto de renda.

Assim, conclui-se que o auxílio-creche ou auxílio pré-escolar constitui verba indenizatória, não sujeita, pois, à incidência doimposto de renda.

Tendo o IR incidido indevidamente sobre verbas indenizatórias, tem a parte autora direito à repetição das quantiascorrespondentes.

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.

No mais, não se vislumbra, no caso, violação aos arts. 2º, 146, III, b, 150, §6º, da CR/88, tampouco aos arts. 43, 111, II, e176 do CTN, e ainda ao art. 6º da Lei n. 7.713/88, ao art. 46 da Lei n. 8.541/92, ao art. 2º do DL n. 4.657, ao art. 12 da Lei n.7.713/88 e ao art. 8º da Lei n. 9.250/95.

Sem custas, na forma da lei. Sem a condenação em honorários advocatícios, posto que a parte autora lançou mão do juspostulandi.

ACÓRDÃO

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

Acolher os embargosTotal 2 : Dar parcial provimentoTotal 13 : Dar provimentoTotal 26 : Dar provimento ao rec. do autor e negar o do réuTotal 1 : Extinguir o processo com resolução de méritoTotal 1 : Extinguir o processo sem resolução de méritoTotal 1 : Não conhecer o recursoTotal 3 : Não conhecer os embargos de declaraçãoTotal 1 : Negar provimentoTotal 113 : Negar seguimento ao recursoTotal 1 : Rejeitar os embargosTotal 4 :