RELAT MAGISTRAL.docx

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    1/22

    CENTRO UNIVERSITRIO METODISTA DO SUL IPA

    CURSO DE FARMCIA

    RELATRIO DE ESTGIO

    FARMCIA MAGISTRAL

    CEURA BEATRIZ DE SOUZA CUNHA GOULARTE

    SUPERVISOR DE ESTGIO: EDUARDO CLIA PALMA

    PORTO ALEGRE

    2013

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    2/22

    CENTRO UNIVERSITRIO METODISTA DO SUL IPA

    CURSO DE FARMCIA

    RELATRIO DE ESTGIO

    FARMCIA MAGISTRAL

    CEURA BEATRIZ DE SOUZA CUNHA GOULARTE

    Trabalho apresentado disciplina de Estgio

    III do Curso de Farmcia do Centro

    Universitrio Metodista IPA, como requisitoparcial para aprovao na disciplina.

    PORTO ALEGRE

    2013

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    3/22

    RESUMO

    Na farmcia magistral, os medicamentos so manipulados unitariamente, por

    farmacuticos e sua equipe, mediante a apresentao de receita mdica,

    odontolgica, nutricionista ou veterinria para a realizao de preparaes

    medicamentosas individualizadas nas mais variadas formas farmacuticas: ps,

    cpsulas, shakes, sachs, comprimidos, xaropes, cremes, pomadas, gis, solues

    para uso otolgico e nasal e supositrios. A farmcia magistral uma das mais de

    setenta reas em que o farmacutico pode atuar,

    O farmacutico pode e deve participar de aes que contribuam para uma melhor

    adeso do tratamento farmacolgico e sugerir medidas que melhorem efetivamentea qualidade de vida do paciente falcmico.

    Palavras-chave:

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    4/22

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    5/22

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    6/22

    6

    2 REFERENCIAL TERICO

    2.1 A HEMOGLOBINA

    A hemoglobina uma protena com peso molecular de 64.000 dltons,

    composta pelas pores heme e globina, tendo como funo principal transportar o

    oxignio no sangue e liber-lo nos tecidos. (LORENZI, 2006). formada por quatro

    cadeias de globinas que constituem dois pares: um par de cadeias -smiles e um

    par de -smiles. (ZAGO; FALCO; PASQUINI, 2004).

    O tipo de hemoglobina presente nos glbulos vermelhos diferente na vida

    adulta e nos perodos embrionrio e fetal. Nos adultos, normalmente, 96 a 98% da

    hemoglobina composta por hemoglobina A (HbA), 2,5 % de hemoglobina A2 (HbA2)

    e 0,5 a 1% de hemoglobina fetal (HbF). (LORENZI, 2006).

    A hemoglobina fetal (HbF) est presente durante toda a fase fetal,

    acompanhada de pequenas quantidades de hemoglobina do adulto (HbA). Quando

    se aproxima o nascimento, esta situao se inverte e h sntese intensa de HbA,

    que substituir gradativamente a HbF. (ZAGO; FALCO; PASQUINI, 2004).

    Nastalassemias beta, em consequncia da diminuio gentica da produoda cadeia da HbA, as outras hemoglobinas (HbA2e/ou HbF) se encontram com

    valores percentuais acima do normal. (NASCIMENTO; SILVA, 2005).

    2.2 HEMOGLOBINOPATIAS

    Hemoglobinopatias so modificaes estruturais que levam formao dehemoglobinas anmalas, geralmente em quantidade normal. Comumente so

    causadas por substituies simples, pequenas incluses ou delees de bases que

    afetam as regies codificantes dos genes, levando substituio de aminocidos na

    cadeia de globina. As mutaes estruturais que ocorrem com mais frequncia e que

    possuem manifestaes clnicas relevantes tem como exemplos a HbS, HbC, HbD,

    HbE e as hemoglobinas instveis. (ZAGO; FALCO; PASQUINI, 2004).

    A anemia falciforme a forma da doena que ocorre nos indivduoshomozigticos (HbSS), que herdaram um gene anormal do pai e um da me e a

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    7/22

    7

    hemoglobinopatia mais grave. Os indivduos heterozigticos para hemoglobina S

    (HbAS), no apresentam anormalidades hematolgicas significativas e possuem

    raras intercorrncias clnicas, pois devido quantidade insuficiente de HbS nas

    hemcias, so resistentes falcizao, principal responsvel pelas complicaes da

    doena. (ZAGO; FALCO; PASQUINI, 2004).

    2.3 RELAO ENTRE DOENA FALCIFORME E MALRIA

    A malria um srio problema de sade pblica, sendo considerada uma das

    principais doenas parasitrias do mundo, com importante impacto nas populaeshumanas. uma doena infecciosa causada por protozorios do gnero

    Plasmodium e transmitida ao homem por fmeas de mosquitos do gnero

    Anopheles, produzindo febre, alm de outros sintomas. Quatro espcies de

    plasmdios podem causar a doena: P. falciparum, P. vivax, P. malariae eP. ovale.

    Grande parte dos casos de malria e bitos so causados pelo P. falciparum,

    embora se tenha relatos cada vez mais frequentes de infeces graves pelo P.

    vivax. (GOMES et al., 2011).O principal fator de virulncia do P. falciparumest na capacidade de adeso

    das hemcias parasitadas ao endotlio de pequenos vasos sanguneos,

    particularmente de vnulas ps-capilares, processo conhecido como citoaderncia,

    bem como de adeso a hemcias no parasitadas formando rosetas. Estas

    obstrues microvasculares combinada com alteraes inflamatrias e metablicas

    acometem diversos rgos e sistemas caracterizando a doena como grave ou

    complicada. (NETO et al., 2008).Pacientes portadores de trao falciforme (HbAS) possuem um efeito protetor

    contra a malria causada pelo Plasmodium falciparum, tendo mais chances de

    sobreviver infeco quando comparados com indivduos homozigotos para HbA e

    HbS. (PIERCE, 2007). A baixa concentrao de oxignio das clulas falcmicas

    causa prejuzos estruturais e funcionais na membrana do parasita e do eritrcito,

    impedindo a multiplicao do parasita. Alm disso, a destruio precoce dos

    eritrcitos parasitados e a nutrio deficiente prejudicam a sobrevivncia do

    protozorio. (TORRES; DOMINGOS, 2005).

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    8/22

    8

    2.4 FISIOPATOLOGIA DA ANEMIA FALCIFORME

    A alterao molecular na anemia falciforme causada por uma mutao de

    ponto (GAGGTG) no gene da globina beta da hemoglobina, originando uma

    hemoglobina anormal, a hemoglobina S (HbS), ao invs da hemoglobina normal, a

    hemoglobina A (HbA). Esta modificao leva substituio de um cido glutmico

    por uma valina na posio 6 da cadeia globnica beta. (ZAGO; FALCO; PASQUINI,

    2004).

    A hemoglobina S, quando desoxigenada, torna-se insolvel e associa-se

    formando longos polmeros. O resultado uma deformao que torna essa molcula

    rgida, em formato de foice, causando ocluso vascular e leso de tecido, que soas principais complicaes dessa doena. Esse processo depende de fatores como

    concentrao de oxignio, pH, quantidade de hemoglobina S, temperatura, presso,

    foras inicas e a presena de hemoglobinas normais. (ZAGO; FALCO;

    PASQUINI, 2004).

    2.5 TRIAGEM NEONATAL

    O Programa de Triagem Neonatal tem como principal objetivo detectar

    doenas congnitas em fase pr-sintomtica em todos os nascidos vivos, permitindo

    o tratamento precoce, diminuindo a morbidade, suas consequncias e a mortalidade

    gerada pelas doenas triadas. (MINISTRIO DA SADE, 2002).

    A triagem, alm de identificar a anemia falciforme, detecta outras

    hemoglobinopatias clinicamente relevantes e identifica os portadores (hemoglobinatrao), geralmente assintomticos. (MINISTRIO DA SADE, 2002). O diagnstico

    de trao falciforme importante, pois possibilita que um casal seja orientado sobre o

    risco de ter um filho doente. (MURAO; FERRAZ, 2007). O aconselhamento gentico,

    alm de esclarecedor, pode assumir um carter preventivo, permitindo que os

    envolvidos tomem decises acerca de sua atividade reprodutiva. (RAMALHO;

    MAGNA, 2007).

    Os portadores de trao falciforme apesar de no desenvolverem a doena,

    necessitam de uma ateno diferenciada dentro da rede pblica, pois podem ser

    equivocadamente classificados como doentes. (RAMALHO; MAGNA, 2003).

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    9/22

    9

    Os neonatos diagnosticados como possveis portadores de doenas

    falciformes devero ser reavaliados laboratorialmente aps o sexto ms de vida.

    (ANVISA, 2002).

    A eletroforese utilizada na deteco das hemoglobinas anormais e auxilia a

    diferenciar as hemoglobinopatias e talassemias. (MOTTA, 2003). A cromatografia

    lquida de alta eficincia (CLAE) tambm usada para comprovar a presena da

    hemoglobina S. (ZAGO; FALCO; PASQUINI, 2004).

    2.6 EPIDEMIOLOGIA DA DOENA FALCIFORME NO BRASIL

    Nascem atualmente no Brasil cerca de 3.000 crianas/ano com doena

    falciforme e 180.000 portadoras do trao falciforme. A doena encontra-se

    distribuda na populao de forma heterognea, com maior prevalncia nos estados

    que possuem maior concentrao de afrodescendentes, predominantemente entre

    os mais pobres. Aproximadamente, 25% das crianas no atingem os 5 anos de

    vida se no tiverem acompanhamento mdico adequado. (MINISTRIO DA SADE,

    2002).

    2.7 ASPECTOS CLNICOS

    A doena falciforme causa uma anemia hemoltica moderamente grave,

    associada reticulocitose, hiperbilirrubinenia e a modificao estrutural irreversvel

    da hemoglobina. (ROBBINS; KUMAR; ABBAS, 2010).A hemoglobina S (HbS) a principal responsvel pelas manifestaes

    clnicas, pois quando desoxigenada, sofre uma deformao chamada falcizao,

    dando hemcia o formato de foice, alterando o fluxo das clulas vermelhas na

    microcirculao. (ZAGO; PINTO, 2007).

    Os indivduos heterozigticos (HbAS) no apresentam nenhuma alterao

    hematolgica, mantendo os nveis de hemoglobina, leuccitos e plaquetas normais.

    As complicaes clnicas so raras, porm h evidncias de que situaes como

    grandes cirurgias, exerccios exaustivos e infartos esplnicos em caso de hipxia,

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    10/22

    10

    sejam consideradas situaes de risco para uma falcizao. (ZAGO; FALCO;

    PASQUINI, 2004).

    A frequncia e a gravidade das manifestaes clnicas variam

    consideravelmente entre as vrias doenas do grupo ou at mesmo entre pacientes

    com a mesma enfermidade. (NETO; LAND; FLEURY, 2011).

    2.8 O PAPEL DO BAO NA ANEMIA FALCIFORME

    O bao um rgo linfide essencial para a manuteno das defesas

    imunolgicas dos indivduos. Os linfcitos T, B e macrfagos, presentes nas suasestruturas, auxiliam no combate a agentes infecciosos que chegam pelos vasos

    aferentes linfticos e pela circulao arterial. (LORENZI, 2006).

    As mortes relacionadas s doenas falciformes tm o bao como o principal

    responsvel. Nos pacientes acometidos pela forma homozigtica (SS), o rgo

    acaba perdendo sua funo aps inmeros infartos e posterior fibrose, condio

    clnica chamada de asplenia funcional. Em razo disto, estes indivduos tem maior

    suscetibilidade s infeces graves. (ZAGO; PINTO, 2007).O bao tambm pode sediar uma manifestao aguda grave: a crise do

    sequestro esplnico, desencadeada por infeces virais ou bacterianas. O bao

    retm grande volume de hemcias, causando uma queda rpida nos valores

    sanguneos de hemoglobinas, evoluindo para um choque hemorrgico, condio

    extremamente fatal se no detectada e tratada imediatamente. (BRUNIERA, 2007).

    O tratamento inclui transfuso de sangue e a chance de reincidncia de cerca de

    50%, sendo muitas vezes necessria a esplenectomia, ou seja, remoo cirrgica dobao. (CLASTER; VICHINSKY, 2003).

    2.9 INFECES

    Qualquer infeco bacteriana no indivduo com doena falciforme o torna

    potencialmente suscetvel a desenvolver uma sepse, podendo evoluir para o bito,

    se no identificada e tratada imediatamente. (NUZZO; FONSECA, 2004).

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    11/22

    11

    As infeces mais comuns no paciente falcmico so a pneumonia e a otite

    mdia, geralmente causadas pelo pneumococo. Meningite tambm uma infeco

    bastante incidente nestes doentes, tendo como agentes causadores o S.

    pneumoniae e H. influenzae.Outra complicao a osteomielite, acometendo ossos

    como fmur, tbia e mero, com prevalncia descrita em at 12% destes pacientes.

    Neste caso, os principais agentes etiolgicos so Salmonella sp, Staphylococcus sp

    e bacilos Gram-negativos entricos. (BRUNETTA, 2010).

    A septicemia a principal causa de morte em crianas com anemia falciforme

    nos primeiros seis anos de vida e isso se deve a pouca ou nenhuma funo

    esplnica. Pacientes com histria prvia de bacteremia so mais suscetveis

    reincidncia. (NUZZO; FONSECA, 2004).

    2.10 PROFILAXIA DAS INFECES

    As crianas com doena falciforme devem ser acompanhadas regularmente

    por servios de referncia, devendo receber normalmente as imunizaes que esto

    preconizadas no calendrio vacinal. (ZAGO; FALCO; PASQUINI, 2004).As penicilinas previnem at 80% das septicemias por S. pneumoniae

    (pneumococo) em crianas com anemia falciforme at 3 anos de idade e o esquema

    (Tabela 1) deve ser iniciado aos 3 meses de idade se estendendo at os 5 anos. Em

    casos de alergia penicilina, o medicamento de escolha a eritromicina

    etilsuccinato via oral, 2 vezes ao dia. (ANVISA, 2002).

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    12/22

    12

    Tabela 1 Recomendaes para a profilaxia de infeces em pacientes falcmicos.

    Medicamento Dose Posologia Indicao

    Penicilina V (via

    oral)

    125 mg 12/12 horas Crianas at 3 anos de idade

    ou 15 kg

    250 mg 12/12 horas Crianas de 3 a 6 anos de

    idade ou com 15 a 25 kg

    500 mg 12/12 horas Crianas com mais de 25 kg

    Penicilina G

    benzatina

    (intramuscular)

    300.000 UI A cada 21 dias Crianas at 10 kg

    600.000 UI A cada 21 dias Crianas de 10 a 25 kg

    1.200.000 UI A cada 21 dias Crianas com mais de 25 kg

    Fonte:ANVISA, 2002.

    Fonseca et al. (2005) observaram que o uso profiltico de penicilina V oral ou

    benzatina, em um grupo de pacientes falcmicos com idade entre 4 meses a 17anos, diminuiu consideravelmente a colonizao nasofarngea pelo pneumococo,

    condio associada ao desenvolvimento de infeco pelo Streptococcus

    pneumoniae. Tambm se verificou que o uso prolongado destes frmacos no

    causou resistncia bacteriana.

    Yoshioka et al. (2011) avaliaram 107 crianas internadas em um hospital de

    So Paulo, que possuam diagnstico de pneumonia e com a presena do S.

    pneumoniaeem sangue ou lquido pleural, com o objetivo de analisar a sensibilidadeaos antimicrobianos. Considerando os critrios atuais que avaliam a sensibilidade

    penicilina, 93,5% (100/107) dos isolados foram sensveis penicilina e 6,5% (7/107)

    apresentaram resistncia intermediria, comprovando que este frmaco ainda a

    melhor escolha para o tratamento da pneumonia invasiva causada pelo

    pneumococo.

    Rossi et al. (2012) tambm analisaram 100 isolados de S. pneumoniae

    provenientes de pacientes internados em um hospital universitrio e todas as

    amostras foram suscetveis penicilina.

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    13/22

    13

    Algumas outras medidas podem contribuir na profilaxia de infeces: evitar

    contatos com outros portadores de infeces; usar medicamentos somente quando

    prescritos; estimular exerccios respiratrios; estimular dieta rica em protenas e

    vitaminas; higienizao corporal frequente e limpeza do ambiente e alimentos

    consumidos. Recomenda-se tambm saber identificar precocemente os sinais

    infecciosos como febre, tosse produtiva, ardor mico, dores articulares ou

    sseas. (ANVISA, 2002).

    2.11 PENICILINAS

    As penicilinas esto entre os antimicrobianos conhecidamente mais eficazes e

    menos txicos, mas com seu uso limitado devido ao aumento da resistncia

    bacteriana. (FINKEL; CABEDDU; CLARK, 2010). So divididas em trs grupos

    (Tabela 2). (KATZUNG, 2005). As suas caractersticas qumicas, mecanismos de

    ao e efeitos farmacolgicos so compartilhados com as cefalosporinas,

    monobactmicos, carbapenens e inibidores de -lactamase, igualmente compostos

    -lactmicos. (KATZUNG, 2005). A estrutura comum a todos estes bactericidas,consiste em um anel -lactmico unido a um anel tiazolidnico (Figura 2). (CRAIG;

    STITZEL, 2008).

    Figura 2- Estrutura das penicilinas. (CRAIG; STITZEL, 2008).

    Os integrantes dessa famlia diferem entre si pelo substituinte R ligado ao

    cido 6-aminopenicilnico e a origem desta cadeia lateral afeta o espectro

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    14/22

    14

    antimicrobiano, a estabilidade no suco gstrico e a suscetibilidade s enzimas

    bacterianas de degradao (-lactamases). (FINKEL; CABEDDU; CLARK, 2010).

    Tabela 2 Classificao das penicilinas.

    Penicilinas Caracterstica Atividade Exemplo

    Naturais Mais suscetveis

    hidrlise pelas -

    lactamases

    Contra

    microorganismos

    Gram-positivos,

    cocos Gram-

    negativos e

    anaerbios no

    produtores de -

    lactamase

    Penicilina G

    Antiestafiloccicas Resistentes s -

    lactamases

    estafiloccicas

    Contra

    estafilococos e

    estreptococos

    Nafciclina

    Espectro ampliado So destrudas

    pelas -lactamases

    Contra

    microorganismos

    Gram-negativos

    Ampicilina

    Fonte: KATZUNG, 2005.

    2.11.1 Mecanismo de ao

    Os antibiticos -lactmicos inibem o crescimento bacteriano ao conectar-se

    a uma ou mais protenas ligadoras de penicilinas (PBP), impedindo a etapa final de

    transpeptidao de sntese de peptidioglicanos, responsvel pela sntese da parede

    celular bacteriana. (LACY et al., 2009). O resultado o enfraquecimento do

    arcabouo da parede celular, morfologia aberrante, lise celular e morte bacteriana.

    (CRAIG; STITZEL, 2008). Eles agem contra as bactrias que esto na fase

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    15/22

    15

    logartmica de crescimento, mas pouco atuam na fase estacionria. (BRUNTON et

    al., 2010).

    2.11.2 Mecanismos de resistncia bacteriana s penicilinas

    O uso indiscriminado de antibiticos -lactmicos apresenta um efeito seletivo

    sobre as bactrias, facilitando a disseminao de microorganismos resistentes.

    (CRAIG; STITZEL, 2008).

    A ao bactericida esperada das penicilinas a inativao de um inibidor das

    enzimas autolticas na parede celular, lisando-a, porm alguns microorganismos

    possuem enzimas autolticas defeituosas e so inibidos, mas no lisados, descritos

    como resistentes. (RANG; DALE, 2011). A resistncia antimicrobiana pode ocorrer

    por seleo e mutao, sendo transmitidas essas caractersticas s clulas

    descendentes. (BRUNTON et al., 2010).

    So descritos quatro mecanismos de resistncia: inativao do anel -

    lactmico, alteraes nas protenas ligadoras de penicilinas (PBP), dificuldade no

    acesso do antimicrobiano s PBP e mecanismos de efluxo do frmaco. (CRAIG;STITZEL, 2008).

    A produo de enzimas -lactamases constitui o mecanismo mais comum de

    resistncia. Existem mais de 300 -lactamases diferentes, algumas so produzidas

    por agentes que podem hidrolisar somente a penicilina. (KATZUNG, 2005).

    2.11.3 Reaes adversas

    Reaes de hipersensibilidade so os efeitos colaterais mais relatados,

    entretanto as penicilinas so os antimicrobianos mais seguros a serem utilizados na

    gravidez. (SILVA, 2002). Tais reaes comprometem de 0,7 a 4,0% o tratamento

    profiltico com penicilinas e so descritos como erupes cutneas, urticria, febre,

    broncoespasmo, vasculite e anafilaxia. Em alguns casos, o tratamento deve ser

    suspenso imediatamente devido ao risco de morte para o paciente. (BRUNTON etal., 2010). Os produtos da degradao das penicilinas, principalmente o cido

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    16/22

    16

    penicilico e os produtos da hidrlise alcalina ligados protena do hospedeiro

    parecem ser determinantes nessas ocorrncias. (KATZUNG, 2005).

    Outros efeitos adversos so pouco frequentes como neurotoxicidade, diarreia,

    nuseas, vmitos e anorexia. A administrao intramuscular pode provocar dor e

    reao inflamatria local. (FUCKS et al., 2004).

    2.11.4 Penicilina G benzatina (benzilpenicilina benzatina)

    A benzilpenicilina benzatina ou penicilina G administrada pelas vias

    intramuscular ou endovenosa. Sua apresentao geralmente em unidades e uma

    unidade de benzilpenicilina equivale a 0,6 g. (SILVA, 2002).

    Pela via intramuscular, a benzilpenicilina benzatina na forma ativa liberada

    gradativamente, sendo possvel constatar sua presena na corrente sangunea at

    30 dias aps sua administrao. Nveis sricos mximos so atingidos rapidamente

    quando administrada pela via intravenosa. (SILVA, 2002).

    A benzilpenicilina benzatina possui elevada atividade contra estafilococos

    (exceto as cepas produtoras de penicilinase), estreptococos (grupos A, C, G, H, L eM) e pneumococos. Outros microrganismos sensveis benzilpenicilina so

    Neisseria gonorrhoeae, Corynebacterium diphtheriae, Bacillus anthracis, Clostridium

    sp, Actinomyces bovis, Streptobacillus moniliformis, Listeria monocytogenes e

    Leptospira. O Treponema pallidum, agente causador da sfilis, extremamente

    sensvel ao bactericida deste frmaco, sendo a primeira opo no seu

    tratamento. (ANVISA, 2003).

    2.11.5 Penicilina V (fenoximetilpenicilina potssica)

    A penicilina V possui atividade antimicrobiana semelhante penicilina G.

    (CRAIG; STITZEL, 2008). Foi desenvolvida para atender as situaes em que se

    deseja administrao via oral, j que a presena de alimentos no altera sua

    absoro, desvantagem presente na benzilpenicilina benzatina. (SILVA, 2002).

    A fenoximetilpenicilina potssica absorvida no trato gastrointestinal,

    predominantemente no duodeno. Uma vez absorvida, o frmaco liga-se em cerca de

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    17/22

    17

    80% a protenas plasmticas, tendo sua metabolizao no fgado, originando

    derivados do cido penicilico. A excreo ocorre rapidamente atravs da secreo

    do tbulo renal, na forma ntegra e na de metablitos, porm pequena frao

    excretada na bile. (KOROLKOVAS; FRANA; CUNHA, 2010).

    2.11.6 Ajuste de dose para disfuno heptica e renal

    Aproximadamente 30% da Penicilina V (oral) e Benzatina sofrem metabolismo

    heptico, portanto devem ser prescritas com cautela na disfuno heptica.

    (BARROS; BARROS, 2010).Em condies normais, tanto a penicilina G quanto a penicilina V so

    eliminadas rapidamente do organismo, especialmente pelos rins. (BRUNTON et al.,

    2010). Ambas apresentam meia-vida que dura aproximadamente de 30 a 60

    minutos, porm nos pacientes com insuficincia renal, a meia-vida pode ser

    prolongada, exigindo ajuste na posologia. (SILVA, 2002).

    O uso da probenecida diminui a excreo renal das penicilinas aumentando

    os seus nveis sanguneos. (BARROS; BARROS, 2010).

    2.12 ATENO FARMACUTICA

    A ateno farmacutica uma prtica voltada para o desenvolvimento de

    aes que priorizam o uso racional de medicamentos, atravs do contato direto do

    farmacutico com o usurio, trazendo benefcios relacionados a seu estado desade e melhorando sua qualidade de vida. (ORGANIZAO PAN AMERICANA DE

    SADE, 2002).

    Solano & Solano (2006) realizaram um estudo que acompanhou 46 pacientes

    com vrios problemas de sade, com predominncia de hipertenso arterial, lcera

    gstrica e diabetes mellitus com necessidade de tratamento farmacolgico. Estes

    pacientes apresentavam problemas como o incorreto armazenamento dos

    medicamentos, dificuldade de entender o tratamento, bem como a sua importncia.

    Os resultados foram positivos, com o reconhecimento da classe mdica que

    observou uma melhora significativa nos seus pacientes devido ao uso correto dos

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    18/22

    18

    medicamentos e estimulou o acompanhamento com o profissional farmacutico.

    Concluiu-se que o programa de ateno farmacutica com acompanhamento

    farmacoteraputico contribuiu para uma melhora na qualidade de vida dos

    pacientes, uma vez que puderam entender melhor seu tratamento e participar

    ativamente no seu processo de restabelecimento de sua condio de sade.

    De acordo com Nicolini et al. (2008), a antibioticoterapia pode ser prejudicada

    pela falta de compreenso no objetivo do tratamento, posologia e diagnstico.

    Muitas vezes o prescritor no informa claramente sobre como utilizar os

    medicamentos, seus efeitos adversos e suas interaes, alm de emitir uma receita

    ilegvel. O paciente deve ser informado sobre todas as etapas do tratamento ou ter

    sua adeso comprometida, causando cada vez mais reincidncia das doenas e aresistncia bacteriana.

    A baixa adeso ao tratamento medicamentoso contribui para elevar os custos

    relacionados sade e um importante agravamento da doena, podendo causar a

    morte do indivduo. (OSTERBERG; BLASCHCKE, 2005).

    A atuao do farmacutico contribui positivamente para a melhora de

    qualidade de vida do paciente falcmico, ao acompanhar efetivamente o tratamento

    medicamentoso e estimulando a adoo de um estilo de vida saudvel. Ele poderadequar os horrios de administrao dos medicamentos visando melhorar a

    adeso, evitar esquecimentos e prevenir as interaes medicamentosas e

    alimentares. Esta orientao, preferencialmente, deve respeitar os hbitos dirios do

    paciente, considerando seus horrios de trabalho, alimentao e descanso.

    (MARQUES, 2011).

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    19/22

    19

    3 CONCLUSO

    A anemia falciforme, por trazer grande sofrimento a seus doentes, um grave

    problema de sade pblica, pois os submete a inmeras intercorrncias, elevando

    os custos relacionados s internaes hospitalares. Diversas estratgias vm sendo

    adotadas e vrios estudos feitos com o intuito de inverter esse quadro.

    Indubitavelmente, o diagnstico precoce atravs da triagem neonatal

    possibilita prevenir e tratar as complicaes relacionadas doena falciforme,

    melhorando a qualidade de vida dessas pessoas e diminuindo a mortalidade, ndice

    relativamente alto no nosso pas.

    O tratamento com penicilina a medida mais importante na preveno deinfeces nos pacientes com anemia falciforme. Ela tem impacto significativo sobre

    as taxas globais de doena pneumoccica invasiva e suas complicaes em

    crianas com anemia falciforme.

    O farmacutico tem papel fundamental na adeso ao tratamento. o

    profissional mais capacitado para avaliar as prescries, bem como orientar e

    informar sobre o uso racional dos medicamentos.

    O conhecimento das intercorrncias na doena falciforme, portanto, deextrema importncia para todos os nveis de atendimento destes pacientes, j que a

    deteco precoce das complicaes possibilita o tratamento adequado e a

    diminuio da morbimortalidade relacionada a elas.

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    20/22

    20

    REFERNCIAS

    AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA (ANVISA). Manual dediagnstico e tratamento de doenas falciformes. Braslia: Ministrio da Sade,

    2002.

    AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA (ANVISA). Bula Benzetacil.Braslia: Ministrio da Sade, 2003. Disponvel em Acesso em 14 de out. 2012.

    BARROS, Elvino; BARROS, Helena M.T. Medicamentos na prtica clnica.PortoAlegre: Artmed, 2010.

    BRAGA, Josefina A.P. Medidas gerais no tratamento das doenas falciformes.Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, vol. 29, n. 3, p. 233-238, 2007.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Assistncia Sade. Manual denormas tcnicas e rotinas operacionais do Programa Nacional de TriagemNeonatal.Braslia: Ministrio da Sade, 2002.

    BRUNETTA, Denise M. Manejo das complicaes agudas da doena falciforme.Revista da Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto, vol. 43, n.3, p. 231-237,2010.

    BRUNIERA, Paula. Crise de sequestro esplnico na doena falciforme. RevistaBrasileira de Hematologia e Hemoterapia, vol. 29, n. 3, p. 259-261, 2007.

    BRUNTON, Laurence et al. Goodman & Gilman: Manual de farmacologia eteraputica. Porto Alegre: AMGH, 2010.

    CANADO, Rodolfo D; JESUS, Joice A. A doena falciforme no Brasil. RevistaBrasileira de Hematologia e Hemoterapia, vol. 29, n. 3, p. 203-206, 2007.

    CLASTER, Susan; VICHINSKY, Elliott P. Managing sickle cell disease. BMJ, vol.327, p. 1151-1155, 2003.

    CRAIG, Charles R; STITZEL, Robert E. Farmacologia moderna com aplicaesclnicas.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

    DI NUZZO, Dayana V.P; FONSECA, Silvana F. Anemia falciforme e infeces.Jornal de Pediatria, vol. 80, n.5, p. 347-354, 2004.

    FINKEL, Richard; CABEDDU, Luigi X; CLARK, Michelle A. Farmacologia ilustrada.4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

    FONSECA, Patrcia B. B. et al. Colonizao nasofarngea por Streptococcuspneumoniaeem crianas com doena falciforme usando penicilina profiltica. Jornal

    de Pediatria, vol. 81, n. 2, p. 149-154, 2005.

    http://www4.anvisa.gov.br/BularioEletronico/http://www4.anvisa.gov.br/BularioEletronico/
  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    21/22

    21

    FUCKS, Flvio D; WANNMACHER, Lenita; FERREIRA, Maria B. C. Farmacologiaclnica: fundamentos da teraputica racional. Rio de Janeiro: Ganabara Koogan,2004.

    GOMES, Andria P. et al. Malria grave por Plasmodium falciparum. RevistaBrasileira de Terapia Intensiva, vol. 23, n. 3, p. 358-369, 2011.

    IVAMA, Adriana M. et al. Consenso brasileiro de ateno farmacutica:proposta.Braslia: Organizao Pan-Americana da Sade, 2002.

    KATZUNG, Bertram G. Farmacologia: bsica e clnica. 9. ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2005.

    KOROLKOVAS, Andrejus; FRANA, Francisco F.A.C; CUNHA, Bruno C.A.Dicionrio teraputico Guanabara. 17. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,

    2010.

    LACY, Charles F. et al. Medicamentos Lexi-Comp Manole: Uma fonte abrangentepara mdicos e profissionais da sade.So Paulo: Manole, 2009.

    LORENZI, Terezinha F. Atlas de hematologia: clnica hematolgica ilustrada. Riode Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

    MARQUES, Marcela. Desenvolvimento de um modelo de ateno farmacuticapara pacientes portadores de anemia falciforme. 2011. 107 f. Trabalho deConcluso de Curso Universidade Paulista Jlio de Mesquita Filho, Araraquara,2011.

    MOTTA, Valter T. Bioqumica clnica para o laboratrio: princpios einterpretaes. 4. ed. Porto Alegre: Editora Mdica Missau; So Paulo: RobeEditorial; Caxias do Sul: EDUCS, 2003.

    MURAO, Mitiko; FERRAZ, Maria H. C. Trao falciforme heterozigose parahemoglobina S. Revista Brasileira Hematologia e Hemoterapia, vol. 327. n. 3, p.223-225, 2007.

    NASCIMENTO, Maria de L. P; SILVA, Lcia L. O diagnstico das hemoglobinopatiase beta/talassemias atravs de cromatografia lquida de alta resoluo (HPLC).Newslab, ed. 69, p. 168-188, 2005.

    NETO, Anacleto de C; LAND, Marcelo; FLEURY, Marcos. Aspectos clnico-laboratoriais de crianas com doena falciforme. Revista Brasileira de AnlisesClnicas, vol. 43, n. 2, p. 148-151, 2011.

    NETO, Vicente A. et al. Parasitologia: uma abordagem clnica. Rio de Janeiro:Elsevier, 2008.

    NICOLINI, Paola et al. Fatores relacionados prescrio mdica de antibiticos emfarmcia pblica da regio Oeste da cidade de So Paulo. Cincia e SadeColetiva, vol. 13 (sup.), p.689-696, 2008.

  • 8/13/2019 RELAT MAGISTRAL.docx

    22/22

    22

    OSTERBERG, Lars; BLASCHCKE, Terrence. Adherence to medication. The NewEngland Journal of Medicine, vol. 353, n. 5, p. 483-497, 2005.

    PIERCE, E.C. How Sickle cell trait protects against malaria. Medical Journal of

    Therapeutics Africa, vol. 1, n. 1, p. 61-62, 2007.

    RAMALHO, Antnio S; MAGNA, Lus A. Aconselhamento gentico do paciente comdoena falciforme. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, vol. 29, n. 3,p.229-232, 2007.

    RANG, H.P et al. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

    ROBBINS, S; KUMAR, V; ABBAS, Abril K. Robbins e Cotran patologia: BasesPatolgicas das Doenas. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

    ROSSI, Flvia et al. Streptococcus pneumoniae: sensibilidade penicilina emoxifloxacina. Jornal Brasileiro de Pneumologia, vol. 38, n. 1, p. 66-71, 2012.

    SILVA, Penildon. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002 .

    SOLANO, Giovanni V; SOLANO, Alejandra R. Programa de atencin farmacutica yde seguimiento farmacolgico. Revista Costarricense de Cincias Mdicas, vol.27, n. 3 e 4, p.115-125, 2006.

    TORRES, Felipe R; DOMINGOS, Cludia R. B. Hemoglobinas humanas hiptesemalria ou efeito materno? Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, vol.27, n.1, p. 53-60, 2005.

    YOSHIOKA, Cristina R.M et al. Anlise das cepas de Streptococcus pneumoniaecausadores de pneumonia invasiva: sorotipos e sensibilidade aos antimicrobianos.Jornal de Pediatria, vol. 87, n. 1, p. 70-75, 2011.

    ZAGO, Marco A. Consideraes gerais sobre as doenas falciformes. Manual dediagnstico e tratamento das doenas falciformes (Agncia Nacional deVigilncia Sanitria, org.). Braslia: Ministrio da Sade, 2002.

    ZAGO, Marco A; FALCO, Roberto P; PASQUINI, Ricardo. Hematologia:fundamentos e prtica. So Paulo: Atheneu, 2004.

    ZAGO, Marco A; PINTO, Ana C.S. Fisiopatologia das doenas falciformes: damutao gentica insuficincia de mltiplos rgos. Revista Brasileira deHematologia e Hemoterapia,vol. 327, n. 3, p. 207-214, 2007.