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Avaliação Pré-Anestésica Luiz Fernando R. Falcão, MD, PhD, TSA
Professor, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo
Postdoctoral Fellow, Harvard Medical School, Massachusetts General Hospital
Diretor Científico, Grupo de Anestesiologistas Associados Paulista (GAAP)
São Paulo, 26 de Abril de 2014
Grupo de Anestesiologistas Associados Paulista
Disclosure
• Speaker da Merck Sharp and Dohme
• Financiamentos de Pesquisa:
o Merck Investigator Studies Program
o FAPESP 2013/12889-2
o FAPESP 2012/18136-3
o NIH 2014/R01-1200-223691
Resolução CFM no. 1595/2000
Resolução RDC no. 96/2008, ANVISA 2
A avaliação pré-anestésica, por definição,
consiste na obtenção de múltiplas informações
do paciente de forma objetiva, dirigida por
sistemas, através da revisão do prontuário
médico, anamnese, exame físico e exames
complementares (quando necessário).
O que é APA?
4
“Está o paciente nas melhores
condições possíveis para ser submetido
a cirurgia proposta neste momento?”
O que o anestesista quer saber?
Benefícios
Riscos
5
O propósito principal da avaliação
pré-operatória é reduzir a
morbimortalidade do paciente
cirúrgico.
Para quê?
6
PCR em Anestesia... O quanto acontece?
Anesthesiology 2014; 120:829-38
• 14 PCRs atribuídas a anestesia
• Incidência de 0,6 : 10.000 anestesias (IC 95% 0,4 a 1,1)
• 64% causadas por complicações com via aérea
• Indução, extubação ou RPA
• Mortalidade de 29%
• 23 PCRs contribuídas pela anestesia
• Incidência de 1,1 : 10.000 anestesia (IC 95% 0,7 a 1,6)
• Ocorreu em todas as fases da anestesia
• Mortalidade de 70% 7
European Journal of Anaesthesiology __________________________________________________________________
Cardiac arrest and mortality during anesthesia in a university hospital of Brazil.
Overview of 27,997 cases
Rodrigues R.C., Falcão L.F.R., Rossi M.F.F., Tardelli M.A., Yamashita A.M., Amaral J.L.G.
UNIFESP - Federal University of São Paulo, Department of Anaesthesiology and Intensive Care, São Paulo, Brazil
FV 16%
TVSP 2%
AESP 55%
ASSISTOLIA 27%
Eur J Anaesthesiol, 29:223, June 2012
A PCR dos anestesistas
8
• tempo de internação hospitalar.
• número de cirurgias suspensas.
• atraso das cirurgias.
• custos.
• Implementação de protocolos.
• Programa educacional.
• Aumenta a satisfação dos pacientes e da equipe.
Ambulatório Pré-Anestésico
10
• Sistema cardiovascular
• Hipertensão arterial
• Risco cardíaco
• Sistema respiratório
• Vias Aéreas
• Exames laboratoriais
• Jejum
• Medicações em uso
Avaliação Pré-Anestésica
11
Hipertensão Arterial
Recomenda-se a manutenção do tratamento anti-
hipertensivo até o momento do procedimento cirúrgico
ou iniciar a terapêutica se o pacientes não estiver em
tratamento.
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Rev Bras Hipertens, v. 17(1):11-17, 2010 13
Hipertensão Arterial
- Reduzir PA se tempo hábil
- As medicações anti-hipertensivas devem ser mantidas no
pré-operatório, inclusive no dia da operação.
- Utilizar bloqueador beta-adrenérgico de curta ação
(esmolol) para evitar a elevação da pressão no ato da
intubação.
- A terapêutica anti-hipertensiva no pós-operatório deve
ser realizado o mais rápido possível.
Protocolo da Disciplina de Anestesiologia da EPM, UNIFESP 14
Hipertensão Arterial
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Recomenda-se suspender cirurgias eletivas com: PAD > 110 mmHg
PAS > 200 mmHg
CORONARIOPATIA
Complicações após infarto
30% de reinfarto após 3 meses do infarto
15% de reinfarto entre 3 a 6 meses do infarto
6% de reinfarto após 6 meses do infarto
Protocolo da Disciplina de Anestesiologia da EPM, UNIFESP 15
Sistema Respiratório
As complicações pulmonares
perioperatórias são responsáveis
por aumento no tempo de
internação hospitalar, em média
de uma a duas semanas.
27
• volumes pulmonares e capacidade vital
• complacência pulmonar
• trabalho ventilatório
• Broncodilatação (inalatórios) e broncoconstrição
• depuração ciliar de muco
• resposta ventilatório à hipercapnia e hipoxemia
• vasoconstricção pulmonar hipóxia (inalatórios)
• atividade bacteriana 28
Fatores de risco associados a complicações pulmonares perioperatórias
Relacionados ao paciente
Fator de risco Risco relativo não ajustado para complicações
pulmonares
Tabagismo 1,4- 4,3
ASA > 2 1,5 – 3,2
DPOC 2,7 – 4,7
Sistema Respiratório
PaCO2 > 45mmHg é preditor de CPP 29
Cirurgia abdominal alta ou torácica
Duração da cirurgia > 3 horas
Anestesia geral
Uso de bloqueador neuromuscular de longa duração (pancurônio)
Fatores de risco associados a complicações pulmonares perioperatórias
Relacionados à cirurgia
Sistema Respiratório
30
• Ronco ou apnéia do sono
• Dispnéia ou fadiga
• Trauma na região do pescoço
• Cirurgia e radioterapia prévia
• Relado de dificuldade de intubação
Anamnese
33
• Movimento de flexão e extensão do pescoço
Imagens: www.viaaereadificil.com.br
35º 80º
Exame Físico
37
• Complacência do espaço mandibular (depressão digital)
Imagens: www.viaaereadificil.com.br
Exame Físico
38
Classificação de Mallampati
Mallampati RS, Gatt SP, Gugino LD et al: A clinical sign to predict difficult tracheal intubation: A prospective study. Can Anaesth Soc J 32:429, 1985.
42
Exames Laboratoriais
• Exames rotineiros (Não!) – em pacientes
assintomáticos, não contribuem de modo
importante para a avaliação e o manuseio.
• Exames seletivos – com base nas informações
obtidas na anamnese, exame físico, tipo e porte
da cirurgia. Podem auxiliar na tomada de
decisões.
Anesthesiology, 2002; 96:485 54
Jejum • Adulto ou Criança
• Líquidos sem resíduos – 2 horas
• Leite materno – 4 horas
• Leite não humano – 6 horas
ACEleração da Recuperação TOtal Pós-operatória
• Maltodextrina 12,5%
• 400 mL 6h antes da cirurgia
• 200 mL 2h antes da cirurgia
56
Medicações em uso
• Derivados da IMAO – Não suspender
• Hipoglicemiantes orais – substituir por insulina R
• Warfarínicos – suspender 2 a 5 dias antes (AP e RNI)
• HNF – última dose 4h antes do procedimento
• HBPM – última dose 12h antes do procedimento
• AAS – 7 dias antes (NCR e oftalmo)
• Ticlopidina – 10 dias
• Clopidogrel – 7 dias
• Gingko biloba – 36h antes do procedimento
58
Classificação do Estado Físico
(ASA)
• P1 – Hígido
• P2 – Doença sistêmica leve, sem limitações
• P3 – Doença sistêmica grave, com limitações
• P4 – Doença sistêmica grave, risco de morte
• P5 – Moribundo, única chance é a operação
• P6 – Doador de órgãos
E - Emergência 59
Obrigado!
Luiz Fernando R. Falcão, MD, PhD, TSA
Grupo de Anestesiologistas Associados Paulista