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Relatório 24/04/2015

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  • Relatrio 24/04/2015

  • Resumo 3

    Varejo 6

    Consumo 24

    Crdito 26

    Economia 30

    Franquias 36

    Estudo : Inovao: Olhando para trs 41

  • Resumo

  • O comrcio brasileiro cresceu 2,7% de fevereiro para maro e 5,9% em relao ao terceiro ms de 2014, segundo levantamento da Serasa Experian. No entanto, apesar do resultado positivo, o varejo fechou o primeiro trimestre do ano com crescimento de apenas 0,6% - o pior resultado dos ltimos 12 anos.Segundo economistas, maro foi favorecido pela data do carnaval, que neste ano caiu em fevereiro. Porm, o trimestre de modo geral foi prejudicado pela alta da inflao, credirio cada vez mais caro e o baixo grau de confiana do consumidor, que vem evitando novas dvidas.No trimestre, trs setores fecharam com crescimento, sendo um deles o de mveis, eletroeletrnicos e equipamentos de informtica, que avanou 3,3%. Economistas apontam que as famlias com menor poder aquisitivo j se deram conta dos perigos da crise para as suas finanas. Pesquisa realizada em fevereiro pela Boa Vista Servios, empresa de informaes de crdito, mostrou essa preocupao: 83% dos quase 1,5 mil entrevistados consideraram que o cenrio econmico piorou nos primeiros meses deste ano. Essa piora foi mais sentida justamente nas classes C e D/E. Nesse segmento, a piora do cenrio foi identificada por 85% dos consumidores ouvidos, ante 78% das classes A e B.A agncia de classificao de risco Fitch revisou, em 13 de abril, a perspectiva da nota dos bancos brasileiros, de estvel para negativa. As revises envolvem diversos grupos financeiros, incluindo Banco do Brasil, Caixa Econmica Federal, Bradesco, Ita Unibanco, Santander e Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES).Segundo a Fitch, as aes de rating seguem a recente reviso da perspectiva da nota de crdito do Brasil, tambm de estvel para negativa, e a anlise divulgada no ltimo dia 6 de que os bancos brasileiros enfrentaro "tempos difceis" este ano e devero lucrar menos em 2015.O governo brasileiro se mantm firme em suas estratgias econmicas. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que 2015 um ano de transio para a economia brasileira, de fortalecimento dos fundamentos macroeconmicos, em vista tambm da mudana do ambiente internacional e do entendimento das implicaes dessas mudanas. Para ele, isso vai contribuir para a retomada do crescimento sustentvel em breve.Levy destacou trs desafios centrais para o momento econmico que o pas atravessa. O primeiro, apontou o ministro, a estabilidade fiscal e monetria. Em segundo, o ministro da Fazenda indicou a ideia de que o ajuste fiscal tambm um ajuste econmico, que busca realinhar incentivos aos objetivos finais das polticas pblicas. Por ltimo, Levy destacou que os desafios anteriores no teriam sentido se no existisse uma viso de crescimento de longo prazo.

  • InovaoA conjuno de fatores como a queda do consumo diante de uma economia em turbulncia, a alta competitividade e consumidores cada vez mais conectados e exigentes tm feito o varejo brasileiro olhar mais atentamente para as novas tecnologias. Os empresrios ainda consideram o custo da inovao muito alto, mas finalmente passam a adotar sistemas que ajudam os vendedores a identificar o perfil dos clientes e, dessa forma, proporcionar uma oferta mais personalizada, potencializando as vendas. As marcas vivem o desafio de entender profundamente quem o seu pblico e qual o seu perfil de compra. E a tecnologia tem sido cada vez mais decisiva para isso. Vitrines interativas que mudam a oferta de acordo com o sexo e a idade dos consumidores que param em frente loja e aplicativos criados para ajudar os vendedores a identificar um cliente VIP so alguns exemplos da tecnologia disponvel. O fato que o consumidor busca interao e est conectado o tempo todo. Explorar isso um investimento cada vez mais importante para o varejo.

  • Varejo

  • ndice de atividade econmica do BC surpreende e sobe 0,36%A atividade econmica brasileira avanou 0,36 por cento em fevereiro sobre o ms anterior, segundo ndice do Banco Central divulgado nesta quarta-feira, em resultado melhor que o esperado, mas que no indica um horizonte melhor para o crescimento do pas daqui para frente, na viso de economistas.O nmero de fevereiro do ndice de Atividade Econmica (IBC-Br) do BC --considerado uma espcie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB)--representou a alta mais forte do indicador desde julho do ano passado, na sequncia de um recuo de 0,11 por cento registrado em janeiro na comparao mensal, com dados dessazonalizados.A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,20 por cento para o IBC-Br em fevereiro, de acordo com a mediana das projees de analistas consultados pela Reuters.Apesar do ndice ter vindo acima das expectativas, analistas apontaram que as projees para o desempenho da economia no primeiro trimestre do ano continuam sendo de queda.Segundo o economista da Tendncias Rafael Bacciotti, o resultado da atividade econmica medida pelo BC em fevereiro pode ter embutido alguma questo de ajuste sazonal."Essa alta na margem de fato no reverte uma tendncia de enfraquecimento, refletindo tanto a prpria dinmica de produo, que continua numa tendncia de queda, quanto a prpria dinmica do varejo", disse. Um economista-chefe que pediu para no ser identificado disse Reuters que o resultado "foi ponto melhor que o esperado de um indicador que o mercado no consegue aproximar to bem assim", sem fora para mudar um cenrio que segue apontando para queda da atividade econmica no primeiro trimestre.No ano o IBC-Br acumula queda de 1,10 por cento. Na comparao com fevereiro de 2014, o ndice caiu 0,86 por cento, e em 12 meses recuou 0,60 por cento."Eu sinceramente fiquei na dvida do que aconteceu", avaliou o estrategista da Icap Corretora Juliano Ferreira sobre o desempenho positivo do ndice ante janeiro.Ele lembrou que o detalhamento de clculo do IBC-Br no aberto, o que torna mais difcil a tarefa de identificar a causa exata da variao."Todas as variveis do meu modelo apontavam para baixo", completou ele, citando especificamente dados da indstria e do varejo para o ms. Em fevereiro, a produo industrial mostrou perda generalizada entre as categorias e recuou 0,9 por cento, anulando o ganho visto em janeiro.

  • J o varejo, outrora destaque da economia, contrariou as expectativas em fevereiro com queda de 0,1 por cento sobre o ms anterior, registrando na comparao anual o maior declnio em mais de uma dcada, de 3,1 por cento. Na viso do vice-presidente do Conselho Federal de Economia, Jlio Miragaya, preciso ter moderao na leitura do ndice mensal para "no tomar qualquer sintoma positivo como tendncia de que a coisa vai tomar rumo"." dado positivo, mas que no nos permite afirmar que estamos numa trajetria de recuperao da economia", disse ele, que tambm mantm perspectiva de queda para a atividade econmica no primeiro trimestre do ano. O IBC-Brincorpora estimativas para a produo nos trs setores bsicos da economia: servios, indstria e agropecuria, assim como os impostos sobre os produtos.

  • Varejo cresce em maro, mas tem pior trimestre em 12 anos, diz SerasaCrdito mais caro e baixo grau de confiana do consumidor influenciaram.Segundo a Serasa, o crescimento no trimestre foi de apenas 0,6%.

    O comrcio brasileiro cresceu 2,7% de fevereiro para maro e 5,9% em relao ao terceiro ms de 2014, segundo levantamento da Serasa Experian. No entanto, apesar do resultado positivo, o varejo fechou o primeiro trimestre do ano com crescimento de apenas 0,6% - "o pior resultado dos ltimos 12 anos". Segundo os economistas da Serasa Experian, o movimento dos consumidores do comrcio em maro deste ano foi favorecido pelo carnaval, que neste ano caiu em fevereiro."Porm, fatores como a alta da inflao durante o primeiro trimestre deste ano, o credirio cada vez mais caro e o baixo grau de confiana dos consumidores pesaram negativamente sobre o desempenho varejista no acumulado dos trs primeiros meses de 2015", avaliou a Serasa, em nota. Em maro, entre os ramos do comrcio pesquisados pela Serasa, o maior avanou, de 3,6%, partiu dos segmentos de combustveis e lubrificantes e tambm no de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas. No trimestre, trs setores fecharam com crescimento e trs com queda. O segmento de tecidos, vesturio, calados e acessrios teve alta de 6,8%. O de mveis, eletroeletrnicos e equipamentos de informtica avanou 3,3%, e o de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas, 2,2%. J no territrio negativo, observamos recuos de 8,7% no segmento de veculos, motos e peas; de 9,5% em combustveis e lubrificantes; e de 10,8% no segmento de materiais de construo.Ovarejo, outrora destaque da economia, contrariou as expectativas em fevereiro com queda de 0,1 por cento sobre o ms anterior, registrando na comparao anual o maior declnio em mais de uma dcada, de 3,1 por cento. Na viso do vice-presidente do Conselho Federal de Economia, Jlio Miragaya, preciso ter moderao na leitura do ndice mensal para "no tomar qualquer sintoma positivo como tendncia de que a coisa vai tomar rumo".

    " dado positivo, mas que no nos permite afirmar que estamos numa trajetria de recuperao da economia", disse ele, que tambm mantm perspectiva de queda para a atividade econmica no primeiro trimestre do ano. O IBC-Brincorpora estimativas para a produo nos trs setores bsicos da economia: servios, indstria e agropecuria, assim como os impostos sobre os produtos.

  • Comrcio teve o pior fevereiro desde 2001, com recuo de 3,1%

    O comrcio teve o pior fevereiro desde 2001, no Brasil, com um recuo de 3,1% no volume de vendas em relao a igual ms de 2014, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). A queda na renda dos trabalhadores, a desacelerao no crdito e o aumento de preos em alguns segmentos atingiram o setor em cheio, principalmente mveis e eletrodomsticos e os combustveis. Em 12 meses, o crescimento de 0,9% o mais baixo desde abril de 2004.Ao todo, 20 estados tiveram queda no volume de vendas em fevereiro deste ano na comparao com o mesmo perodo do ano passado. O Rio Grande do Norte est na lista, com recuo de 2,5%. Apesar de negativo, foi o segundo melhor desempenho do Nordeste, onde oito estados tiveram resultados negativos. Apenas Sergipe escapou, com uma alta de 5,4%.Na comparao com janeiro deste ano, a queda no RN foi de 0,1%, semelhante do Brasil.Os dados no incluem as vendas de veculos e materiais de construo. Quando computados esses dois segmentos o cenrio piora. Para o RN, a queda, ante fevereiro do ano passado, chega a 5,5%. No pas, ela alcana 10,3%. Vicente e seis unidades da federao tiveram queda no perodo. A exceo foi Roraima, com crescimento de 1,0%.

    BrasilNo Brasil, quando levados em conta os setores de veculos e material de construo, que constituem o chamado varejo ampliado, o tombo nas vendas foi o pior de toda a srie (iniciada em 2003 para esta categoria). Mais da metade da reduo explicada pelo mau momento do segmento automotivo.A conjuntura desfavorvel e o menor nmero de dias teis devido ao carnaval pesaram para o comrcio. Alm disso, a massa de renda dos trabalhadores recuou 1,5% em fevereiro ante igual ms do ano passado, segundo o IBGE.A influncia sobre o varejo sempre de preo, renda e crdito. A renda diminuiu, a oferta de crdito est menor e alguns setores contam com preos mais elevados, explicou a gerente da Coordenao de Servios e Comrcio do IBGE, Juliana Vasconcellos Se algum est ganhando menos, vai deixar de consumir um tipo de bem conforme a necessidade.Alm da renda, a baixa confiana e as incertezas sobre o emprego nos prximos meses levaram as famlias a pensar duas vezes antes de se comprometer com dvidas.

  • Os juros elevados tambm diminuem o apetite por novas compras.H uma asfixia do oramento, e o consumidor mostrou mudana no comportamento histrico ao puxar o freio de mo de maneira prudente para no se endividar ou ficar inadimplente no futuro, definiu o economista Fabio Bentes, da Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo (CNC). Alm disso, o mercado de trabalho demorou para piorar, mas, quando piora, demora para melhorar, acrescentou.No incio de 2015, o desemprego subiu mais do que o normalmente observado nesta poca, marcada pela dispensa de temporrios. A taxa ficou em 7,4% no trimestre at fevereiro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (Pnad) Contnua.A CNC revisou sua projeo para alta de 0,3% nas vendas do varejo, com vis de baixa. Definitivamente no descartamos um dado negativo para 2015, e certamente ser o pior ano desde 2003, disse Bentes.

  • Quais tecnologias so indispensveis para o Varejo brasileiro?

    O setor varejista est em uma mar de mudanas tecnolgicas e, neste contexto, novas plataformas e solues surgem a todo o momento. Tambm no novidade que o consumidor mudou, transformao que impacta diretamente no relacionamento entre cliente e marca. Acompanhar esses movimentos fundamental para entender a que ritmo e direo caminham o varejo.H dois fatores essenciais que ditam o ritmo da transformao que vem acontecendo: a convergncia viabilizada pela internet e a mobilidade. Hoje, o consumidor quer interagir com as marcas, consumir contedo e realizar suas compras independentemente do canal ou dispositivo escolhidos. afirma Jean Klaumman, VP de operaes da Linx.Para sobreviver em meio a tantas mudanas essencial que os varejistas, independentemente do porte e do segmento, conheam as tecnologias para gesto do negcio e estejam atentos s principais tendncias no setor. Pensando nisso, a Linx, que especializada em tecnologia para gesto do Varejo, listou cinco tecnologias indispensveis para o varejista turbinar o seu negcio em 2015.

    Conceito e tecnologiaO iBeacon, sensor que transmite dados via Bluetooth, um exemplo do uso da tecnologia no setor. Com uma rede de beacons, por exemplo, qualquer marca, varejista, aplicativo ou plataforma pode entender exatamente onde um consumidor est no ambiente fsico. Quando um cliente se aproxima da vitrine, e o ibeacon reconhece que aquele consumidor est interessado em determinado produto, o lojista pode sugerir promoes especficas para aquele cliente, como base no histrico do interesse de compra dele. Isso promove a oportunidade de vender ao consumidor considerando o contexto no qual ele est inserido e mostrando a ele propagandas e promoes com mais significado.O RFID, alm de auxiliar nos processos de compra em lojas fsicas, tambm funcionaria para decises inteligentes de estoque. Trata-se de um sistema de identificao de mercadorias via rdio frequncia que proporciona agilidade na gesto de produtos. No Varejo, o controle da movimentao das mercadorias no estoque e nas lojas ponto crucial para a lucratividade da empresa. Essa tecnologia est presente em todas as fases da venda, desde a sada do produto do estoque, pagamento da pea caixas de autoatendimento e na troca da pea, quando necessrio.

  • J o omnichannel, conceito que integra e organiza todas as solues tecnolgicas e informaes do varejista, independentemente do canal de venda, outra ferramenta indispensvel, contribuindo para uma experincia positiva de consumo, seja on ou offline. Hoje, as lojas se tornaram um espao de conexo e experincia, com o conceito de omnichanel possvel ter reduo na porcentagem das rupturas de venda, pois o varejista tem diversos canais da loja integrados.Outra tecnologia que faz parte da lista de tendncias o Mapa de Calor. Ele auxilia, via sensores de calor, a identificar quais locais da loja esto sendo mais procurados pelo cliente, assim o varejista consegue identificar quais so os produtos que esto atraindo mais clientes e quais mercadorias so menos atrativas. O comerciante tambm consegue mapear todas as suas franquias, identificando quais lojas recebem mais clientes e quais produtos esto chamando mais ateno na vitrine.Por fim, as solues de Mobilidade possibilitam experincia nica de compra para o consumidor. Por meio de smartphone ou tablets, clientes podem ser atendidos de forma rpida e personalizada, sem filas e com muito mais interao. Catlogos virtuais, lookbook interativo e diversos aplicativos que descomplicam a compra so ferramentas de fidelizao essenciais para o varejista. Solues em mobilidade trazem eficincia para o consumidor e para o vendedor, descomplicando o dia a dia das lojas.

  • Consumidor d as cartas e obriga varejo a inovar

    A conjuno de fatores como a queda do consumo diante de uma economia em turbulncia, a alta competitividade e consumidores cada vez mais conectados e exigentes tem feito o varejo brasileiro olhar mais atentamente para as novas tecnologias. Os empresrios ainda consideram o custo da inovao muito alto, mas finalmente passam a adotar sistemas que ajudam os vendedores a identificar o perfil dos clientes e, dessa forma, proporcionar uma oferta mais personalizada, potencializando as vendas. E isso apenas o comeoVitrines interativas que mudam a oferta de acordo com o sexo e a idade dos consumidores que param em frente loja, provadores que permitem o envio de SMS para solicitar um novo nmero de camisa e aplicativos criados para ajudar os vendedores a identificar um cliente VIP. As marcas vivem o desafio de entender profundamente quem o seu pblico e qual o seu perfil de compra. E a tecnologia tem sido cada vez mais decisiva para isso. "Agora no mais opcional. Ou os empresrios inovam para tornar a sua operao mais eficiente ou no vo conseguir sobreviver", alerta a consultora em inovao e varejo Regiane Romano, que estuda esse assunto h pelo menos 20 anos.A atividade no mais a mesma. Na realidade, no pode mais ser a mesma. Tradicionalmente mais conservadores que outras indstrias na adoo de novas tecnologias, como a financeira e de telecom, os players que atuam nesse segmento esto sendo obrigados a pensar na inovao sob pena de perderem o timing da evoluo da sociedade de consumo.No centro dessa mudana est o consumidor. "O cliente de hoje est extremamente conectado, bem informado e em busca de interatividade", observa o especialista de solues para o setor de varejo da SAP Brasil, Elia Chatah. Diante desse cenrio, preciso rever os conceitos de atendimento. " ultrapassado chegar em uma loja e ser recebido por um funcionrio que usa o desktop em tela negra e letra verde. Isso ainda acontece, inclusive, em muitas redes que vendem tecnologia, o que contraditrio", lamenta.A ideia que os vendedores passem a ter acesso a informaes estratgicas, que possibilitem uma venda personalizada e, assim, certeira. Na prtica, isso pode acontecer a partir da adoo de solues que permitam que o indivduo seja reconhecido assim que entrar em um ponto de venda, seja por meio de solues de biometria facial ou sensores inteligentes. Feito isso, e a partir de um sistema integrado, o vendedor recebe um SMS com os hbitos de consumo do cliente que acabou de chegar na loja e consegue fazer uma venda direcionada.

  • O novo perfil do consumidor mundial est exigindo isso. Com seus smartphones nas mos e plugadas nas redes sociais, as pessoas ganharam fora para pesquisar caractersticas dos produtos, comparar preos e dividir a experincia que tiveram com milhares de amigos e conhecidos virtuais. E esse comprador mais informado e exigente que as companhias precisam satisfazer."O varejo nunca foi a indstria a puxar a inovao, mas isso est mudando com quantidade de grandes de varejistas que esto olhando esse tema como uma forma de se diferenciar", observa o executivo para varejo da consultoria da IBM Brasil, Alejandro Padron.Esse aumento de interesse pode ser comprovado, inclusive, com a participao em eventos voltados para a tecnologia do setor. O National Retail Federation(NRF), que acontece em Nova Iorque todo incio de ano, reuniu cerca de 200 representantes do varejo brasileiro em 2014. Neste ano, foram mais de 2 mil, sendo a maioria de mdio e pequeno portes.Indstria e especialistas em tecnologias para o comrcio vislumbram o varejo do futuro. Na prtica, porm, a adoo massiva ainda est distante. Inclusive em outros pases, onde as aplicaes mais futuristas ainda so casos isolados. "Existem muitas novidades sendo apresentadas mas que, apesar de serem amplamente divulgadas, nem sequer esto maturadas l fora", alerta o diretor da TNG, Tito Bessa Jr.Apesar disso, o empresrio tem experimentado esse novo mundo de possibilidades. A empresa de confeco est instalando em oito dos seus pontos de venda espalhados pelo Brasil monitores que transmitiro imagens dos desfiles da TNG e produtos da marca. Em breve, tambm comear a usar o software que faz a contagem de pessoas que entram na loja e que analisa quantas delas se converteram em vendas. A soluo foi fornecida pela Onthespot, do Grupo Telefnica. "A inovao tecnolgica algo importantssimo para o varejo e para o nosso segmento de moda e confeco, mas desde que a um custo realista com o negcio", defende.

    Mobilidade ajuda a transformar perfil de vendedoresA mobilidade est mudando a cara do varejo brasileiro. Nos ltimos cinco anos, os consumidores adotaram hbitos que no tinham, como o de entrar em uma loja, fotografar o produto que desejam comprar e enviar para um amigo ou familiar para ver o que eles acham da compra.Isso sem falar na pesquisa de preos. Antes, as empresas colocavam o valor que queriam. Hoje, no adianta ter o seu preo razovel em relao as outras marcas, porque, em um clique, possvel ver uma imensido de outras opes mais interessantes. "O varejo mundial vive uma mudana drstica, resultado de uma associao entre os dispositivos mveis e as redes sociais.

  • Como consumidores, isso nos d uma capacidade e facilidade que nunca tivemos", comenta o executivo para varejo da consultoria da IBM Brasil, Alejandro Padron.Em parceria com a Apple, a IBM tem trabalhado em uma srie de aplicativos para apoiar as empresas a se relacionarem com os clientes de forma mvel. Um deles o Sales Assist, um assistente de vendas que oferece aos vendedores informaes sobre os compradores, que podem ser consultadas por meio de um tablet.Pelo aplicativo, a vendedora consegue oferecer produtos de acordo com o perfil de cada pessoa e acessar o estoque em tempo real para ver se tem o nmero e a cor do vestido de preferncia da consumidora. possvel at mesmo identificar se ela prefere ver sozinha as roupas ou se gosta de ter a assistncia - tudo com base em experincias anteriores de compras.A ideia potencializar a eficincia dos funcionrio e ajudar o varejista a dar um atendimento melhor sem aumentar os custos. Para isso ser possvel, no existe segredo: preciso colocar na mo desses profissionais a informao. Isso envolve acesso ao estoque, preo dos produtos e sistema que informe se um determinado cliente VIP - e que, por isso, receber um desconto especial.Oferecer isso tudo de forma imediata, por meio de tablet, aumenta a produtividade e torna o processo mais de venda assertivo, pois o vendedor conseguir ofertar produtos sabendo previamente qual o perfil do comprador. Se a pessoa chegar na loja e informar que ir receber amigos para jantar, ele orientar sobre a bebida para comprar e os petiscos em promoo. "O futuro no varejo que o vendedor se torne um curador", acredita Padron.

    Big Data apoia estratgia de personalizao das marcasSe um cliente vegetariano e compra sempre em uma mesma rede de supermercado, no faz sentido receber um folder com propaganda de carne, um problema que, geralmente, passa pela falta de uma estratgia eficiente de identificar os consumidores e, a partir disso, da personalizao da oferta. "O varejo ainda trabalha com muitos silos de informaes, sem uma plataforma nica de dados", admite o especialista de solues para o setor de Varejo da SAP Brasil, Elia Chatah.Um dos segredos para as empresas conseguirem atender o seu pblico-alvo de forma direcionada apostar em sistemas inteligentes. De acordo com o executivo, a SAP investe no desenvolvimento de solues que ajudam a entender o comportamento de compra para que, em cada loja, possa receber uma oferta alinhada com o que ele costuma comprar ali.Por traz da estratgia est o Hana, soluo de Big Data que permite lidar de forma inteligente com uma grande quantidade de dados.

  • Um segundo passo para as empresas que esto mais avanadas nesse processo, comenta Chatah, a aposta em solues de anlises preditivas, que possibilitam aos gestores tentar prever os prximos passos dos consumidores com base nestes dados passados. "Existem clientes de diversas maturidades em termos de adoo, mas o ponto positivo que o varejo est cada vez mais atento para isso", diz.Quando o assunto tecnologia aplicada ao varejo, a SAP est envolvida tambm em um projeto-piloto com o uso do Google Glass. Por meio do dispositivo, o vendedor consegue identificar o cliente pelo seu nome ou por algum sistema como Wi-Fi ou iBeacon (sistema de localizao via Bluetooth). Assim, passa a ter acesso a informaes sobre toda experincia passada de compra.Se o indivduo comprou algo pela internet e foi at a loja para retirar, o culos inteligente mostra os outros produtos que ele colocou no carrinho durante navegao e acabou desistindo de adquirir. De posse dessa informao, o vendedor oferece novamente a ele esse item, influenciando uma possvel nova venda. "Parece algo ainda muito futurista, mas o nosso papel estar pronto para quando o mercado comear a demandar esse tipo de soluo", analisa Chatah.

    RFID opo para produto de maior valor agregadoO RFID, que permite a identificao por radiofrequncia dos produtos, uma das tecnologias importantes para o varejo e que vem sendo adotada de forma mais acelerada nos ltimos anos. A partir de tags inteligentes colocadas nos produtos, fabricantes e varejistas conseguem ter um maior controle sobre o seu estoque. Em um supermercado, isso permite ao atendente do caixa fazer a leitura de um fardo de cerveja a distncia, sem que o consumidor precise tirar do carrinho. Isso sem falar que, por meio de um leitor, possvel ter acesso a dados adicionais dos produtos, como procedncia, validade e at dicas nutricionais."Em funo do custo, o RFID mais usado em produtos de maior valor agregado, como no setor txtil. Mas existe uma imensido de possibilidades de aplicaes que devem se tornar realidade nos prximos anos", constata o presidente da GS1 Brasil - Associao Brasileira de Automao, Joo Carlos de Oliveira. Segundo ele, a tecnologia est no dia a dia das pessoas. J as empresas, algumas com mais criatividade do que outras, esto buscando os seus diferenciais para atender essa expectativa.Para muitos varejistas, o RFID considerado estratgico. o caso da loja de departamento americana Macy's. Na edio deste ano da National RetailFederation (NRF), um executivo da operao disse que a radiofrequ?ncia "o oxignio da empresa". Especialmente diante do desafio de otimizar processos a partir da gesto dos estoque, o calcanhar de aquiles dos varejistas.Outra tendncia est na ponta da lngua, e quem atua no setor o omni channel, que pressupe a unificao de todos os canais de atendimento. No existe mais o mundo fsico e o virtual.

  • O cliente um s e no quer saber se a empresa est vendendo via mobile commerce, e-commerce, rede social, catlogo ou loja fsica. "Quem no integrar os canais no vai conseguir eficincia", analisa a consultora em inovao e varejo, Regiane Romano.Segundo ela, o consumidor est mais antenado e sempre a apenas um clique de mais informaes sobre determinado produto ou servio e da compra. Para conseguir atend-lo, preciso uma viso nova, e isso envolve todas as esferas dos negcios.

    Onthespot v oportunidades para solues mais sofisticadas na experincia de compraFalar em inovao no varejo quase lugar comum para a Onthespot, empresa do Grupo Telefnica especializada em ativao digital de pontos de venda com solues inspiradas no mundo virtual. O country manager da operao, Antonio Saramago, comenta que, no Brasil, a grande dificuldade para a adoo dessas solues sempre foi o alto custo. Algo que ele acredita que est mudando. "O mercado brasileiro est pronto para adotar solues diferenciadas. Os consumidores brasileiros so muito exigentes e queremos trazer as melhores prticas para o Brasil", diz.Na crena de que a ateno dada s novas tecnologias vai crescer no mercado brasileiro, a empresa chega com um portflio rico de solues. Para atrair as pessoas para dentro da loja, uma das opes a Vitrine Interativa. Telas digitais com cmeras conseguem identificar o cliente assim que ele para em frente e ajusta a comunicao dos produtos de acordo com o seu sexo e idade. Esse sistema torna a comunicao mais dirigida, o que pode se refletir em um maior fluxo de pessoas.J o sistema de contagem de pessoas ajuda a conhecer o trfego de visitantes em um ponto de venda. Sensores so instalados na entrada e em outros pontos estratgicos. A ferramenta capta a movimentao de pessoas, identifica os picos de visitas, sees mais visitadas, reas de baixo trfego e gera indicadores para tomada de decises estratgicas. "Se eu descobrir que as minhas vendas aumentaram 30% em um dia de promoo, consigo projetar novas aes j sabendo as mdias de converso em vendas", explica.Outra possiblidade fazer com que a oferta de Wi-Fi gratuito nas lojas possa se transformar em uma ferramenta de comunicao e marketing. Ao acessar a internet, uma mensagem da marca compartilhada na timeline do usurio no Facebook, ampliando sua visibilidade. Com este acesso, a empresa tambm consegue aumentar o conhecimento sobre seu pblico, com informaes sobre sexo, idade, entre outros indicadores.

  • Mas o caminho a ser percorrido ainda grande. Mesmo os grandes varejistas no possuem ferramentas mais sofisticadas, como as que possibilitam saber quantas pessoas entram nas lojas a cada momento e o percentual disto que se transforma em vendas. "Sem estes dados, fica mais difcil tomar decises, especialmente para as redes com vrias unidades espalhadas pelo Pas", avalia Saramago.

    Dafiti mescla ambientes do mundo on-line e off-line em loja conceitoA Dafiti, uma das maiores lojas de e-commerce de moda da Amrica Latina, escolheu a charmosa rua Oscar Freire, em So Paulo, para instalar a sua loja-conceito da marca, que ficar aberta at o final de junho. O investimento na DafitiLive foi de R$ 1 milho.A empresa caprichou para proporcionar uma experincia de compras diferenciada, focada na mescla entre o universo on-line e off-line. As compras na loja sero entregues em casa gratuitamente, para que os clientes possam caminhar pela Oscar Freire sem sacolas. "Queremos oferecer a melhor experincia de compra, portanto, fizemos uma loja omni channel para que ele tenha os benefcios de uma loja real, como ao provar uma roupa, com os benefcios do on-line como por meio da compra rpida e fcil sem precisar pegar fila e ter a entrega gratuita em casa", explica Malte Huffmann, scio-fundador da Dafiti junto com Philipp Povel, Thibaud Lecuyer e Malte Horeyseck.Segundo ele, a inteno com a loja fsica emergir os consumidores no universo on-line para dentro de uma loja fsica, com os aspectos dos dois ambientes. A decorao sugere um ambiente virtual, com um lustre de cdigos binrios. A loja fica iluminada durante a noite para lembrar e referir que a Dafiti est aberta 24 horas pelo site.A empresa instalou uma plataforma inovadora de provar roupas, o ?Dafitime. Em um telo interativo, a tecnologia permite que o comprador crie um avatar de acordo com as suas medidas pessoais, experimente as roupas virtualmente e depois envie as peas j pr-selecionadas para o provador fsico.

    O mtodo de pagamento outro diferencial. Apesar da presena de funcionrios para auxiliar os clientes, no h caixa na loja. O comprador escolhe a pea, escaneia seu cdigo de barras no aplicativo da Dafiti com um aparelho mvel e finaliza a transao, pagando ali mesmo. Alm disso, foram instalados na rua Oscar Freire e tambm em toda loja sensores com geolocalizao iBeacons, que enviam notificaes aos clientes. "Temos que inovar sempre, principalmente em um mercado to concorrido quanto o varejo. Por trabalhar com comrcio eletrnico vejo o investimento em inovaes tecnolgicas como uma caracterstica ainda mais importante para o negcio", diz Huffmann..

  • Brasil cai 14 posies no ranking global de comrcio eletrnicoRanking avalia 30 principais pases com maior atratividade no comrcio eletrnico.

    Afetado pela estagnao da economia em 2014 e pela perspectiva de recesso neste ano, o Brasil despencou no ranking global do varejo on-line. Entre 2014 e 2015, o pas perdeu 14 posies, saindo do 7 para o 21 lugar numa lista dos 30 principais pases com maior atratividade no comrcio eletrnico, segundo a consultoria A.T. Kearney, responsvel pelo ndice de E-Commerce de Varejo Global 2015. O tombo do Brasil nesse ranking s foi superado pelo da Argentina, que j est em recesso, caiu 18 posies e agora o penltimo pas da lista, frente apenas da Irlanda."No espervamos uma queda to forte", afirma a scia da consultoria para rea de bens de consumo e varejo, Priscilla Seki. Ela observa que a retrao do Brasil foi muito influenciada pela conjuntura econmica. Para o clculo do indicador que considera 9 variveis, agrupadas em tamanho do mercado on-line, comportamento de compra do consumidor, potencial de crescimento e infraestrutura, a expectativa da consultoria de retrao de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.Apesar do tombo por questes conjunturais, Priscilla pondera que o pas mercado importante para o comrcio on-line. Em 2014 o varejo on-line brasileiro movimentou 13 bilhes de dlares (39 bilhes de reais) e cresceu 18%. Isso fez do Brasil o 9 maior mercado em vendas entre 98 pases analisados pela consultoria. Ela destaca que o brasileiro muito conectado, com 106 milhes de usurios de internet e 60 milhes de consumidores on-line.Para Gerson Rolim, diretor da Cmara Brasileira de Comrcio Eletrnico, o varejo on-line brasileiro deve crescer 20% este ano, apesar da crise. que em perodos de enfraquecimento da economia, como foi em 2009, o setor avana porque as pessoas pesquisam preos antes de comprar e essa prtica mais fcil no comrcio on-line. O executivo pondera tambm que, como o ranking feito a partir do faturamento em dlar, com a desvalorizao do real, o mercado brasileiro encolheu em moeda estrangeira. De acordo com a consultoria, o tamanho do mercado pesa 40% no clculo do indicador. Quanto s deficincias em infraestrutura, elas tambm so consideradas no ndice, mas Priscilla diz que influenciou pouco no resultado porque o mercado est concentrado no Sudeste do pas, a regio dotada de melhor infraestrutura.Topo - Neste ano, os Estados Unidos retomaram a liderana do ranking do varejo on-line, posto que era ocupado pela China desde a crise de 2009. Priscilla observa que os EUA se destacaram devido ao crescimento da economia do pas e maior confiana do consumidor.

  • No ano passado, o comrcio on-line americano cresceu 15%. A scia da consultoria atribui uma parcela da queda do Brasil no ranking evoluo positiva das economias desenvolvidas, como os EUA e pases europeus que at pouco tempo atrs estava debilitados pela crise e agora comeam a avanar. Pases asiticos, como Japo, Coreia do Sul tambm perderam posies no ranking global deste ano e o motivo para o recuo, alm do avano de outras economias desenvolvidas, uma certa saturao desses mercados. No ano passado, as vendas globais on-line atingiram 800 bilhes de dlares e cresceram 20%.

  • Loja do futuro: tecnologia ou cultura?

    Em uma pesquisa da Microsoft, o brasileiro um dos povos mais otimistas em relao ao impacto positivo da tecnologia no cotidiano das pessoas. No setor varejista, principalmente, nossos olhos brilham quando ouvimos falar da loja do futuro, cheia de recursos tecnolgicos. Mas, na viso Marcelo Oliveira S, assessor de negcios da Associao Brasileira de Automao-GS1 Brasil, antes da tecnologia, a loja precisa ser agradvel aos olhos do consumidor e a experincia de compra - tanto no fsico quanto no virtual - quem dita o ritmo dos negcios.Claro que a tecnologia precisa estar presente, mas o futuro do Varejo vai alm disso. Para proporcionar experincia e envolvimento do consumidor, o varejista precisa deixar tudo simples e rpido, com informaes de produtos disposio do cliente. Os servios que ajudam na tomada de deciso ou agregados ao atendimento tambm fazem a diferena. Mas para isso, a marca precisa trabalhar a cultura da inovao tecnolgica, diz.Para o assessor, o desafio cultural faz parte do processo de maturidade do varejista, pois para implementar tecnologias ele precisa se adaptar e ver a viabilidade de uso. Existem diversas solues de automao que j so realidade no Varejo brasileiro, mas nosso Pas imenso e existem empresas na vanguarda da inovao, outras que esperam cases de sucesso para tomar alguma atitude e tem aqueles que quase no contam automao nos processos, acrescenta.

    Capturas de informaoA tecnologia de radiofrequncia (RFID), que j muito utilizada na cadeia de distribuio no Brasil, vem ganhando espao no Varejo e forte candidata a apresentar a loja do futuro para o brasileiro. Marcelo Oliveira S destaca o uso do RFID no setor txtil, onde todos os produtos so etiquetados com uma tag que contm cdigo eletrnico. As informaes vo alm das contidas no cdigo de barras, por exemplo, e permitem gerenciamento mais avanado como inventrio da loja e de mercadorias.O RFID tambm pode ser usado no setor de alimentos perecveis, no qual os cdigos impressos nas tags trazem prazos das datas de validade, alm de informaes de variedade de produtos e fornecedores. Essa tecnologia tambm auxilia nos autoatendimentos e self check out, o que dispensa a presena de um vendedor e o consumidor j efetua a compra sem precisar passar pelo caixa da loja.No setor txtil, a marca Memove, presente em vrios shoppings brasileiros, equipada com sistemas de RFID. A soluo se destina experincia de compra, agilidade no atendimento e segurana, o que garante que nenhuma mercadoria no comprada seja removida da loja.

  • Essa tecnologia vem se mostrando vivel para alguns segmentos, como esses exemplos citados. Mas para seguir com sucesso no Varejo de massa, o RFID ainda precisa reduzir os custos de implementao, pois exige instalao das tags, antenas, leitores e sistema de gesto das informaes, aponta.Na viso do executivo, a loja do futuro um conceito discrepante, pois para muitos varejistas, esse caminho faz parte do cotidiano dos negcios. Para outros, um futuro ainda distante. Por ser um setor muito amplo, ainda vamos esbarrar na reestruturao de processos e na barreira cultural, conclui.

  • Consumo

  • Classe C brasileiro no quer e tambm no pode elevar o consumo, diz pesquisa

    Nesse segmento, a piora do cenrio foi identificada por 85% dos consumidores ouvidos, ante 78% das classes A e B.

    Levantamentos iniciais sinalizam que as famlias com menor poder aquisitivo j se deram conta dos perigos da crise para as suas finanas. Pesquisa realizada em fevereiro pela Boa Vista Servios, empresa de informaes de crdito, mostrou essa preocupao: 83% dos quase 1,5 mil entrevistados consideraram que o cenrio econmico piorou nos primeiros meses deste ano. Essa piora foi mais sentida justamente nas classes C e D/E. Nesse segmento, a piora do cenrio foi identificada por 85% dos consumidores ouvidos, ante 78% das classes A e B.O que vemos que o consumidor dessa nova classe mdia est sem dinheiro e sem confiana para gastar - o que, no atual cenrio, at bom, diz Fernando Consenza, diretor de sustentabilidade da Boa Vista.Conteno. Consenza lembra que esse segmento da populao salvou a ptria aps a crise internacional de 2008, indo s compras. Foi ela que manteve a economia girando no Brasil enquanto a economia dos pases desenvolvidos naufragava. Mas as condies internas do Pas mudaram e qualquer exagero financeiro pode ter o efeito inverso. Agora, o que vai salvar a ptria, por assim dizer, este consumidor ser cauteloso nos gastos para manter o equilbrio financeiro e no ficar inadimplente, diz Consenza.Rose Sandes entendeu o recado do momento. Moradora de Taboo da Serra, na regio metropolitana de So Paulo, recebe R$ 1,5 mil trabalhando como assistente administrativa num escritrio de paisagismo na capital. Na virada do ano, quitou as dvidas e, desde ento, sua rotina segurar os gastos. Sempre vivi apertada, mas as coisas eram mais baratas, diz. Subiu tudo: luz, aluguel, nibus, supermercado. Rose tem concentrado esforos em conseguir a casa prpria no CDHU, programa habitacional do Estado de So Paulo. Est inscrita e acompanha as reunies. Abdicou da mesa de bar com amigos, do cinema, do passeio. A diverso visitar parentes: Para ir ao show de um Chico Buarque, por exemplo, s se eu atrasar umas duas prestaes da Renner, diz Rose.

  • Crdito

  • Busca por crdito cresceu 16,7% em maro e acumula 5,9% no 1 trimestre do ano

    Aps dois meses em queda, a demanda do consumidor por crdito voltou a subir em maro, com alta de 16,7% na comparao com fevereiro e de 14,9% em relao a maro do ano passado. Com isso, a busca do consumidor por crdito acumula alta de 5,9% no primeiro trimestre de 2015.Na avaliao dos economistas da Serasa Experian, responsvel pela pesquisa, o resultado reflete um maior nmero de dias teis em maro deste ano, em relao a 2014. O feriado do carnaval caiu em fevereiro, enquanto em 2014 os dias de folga ocorreram em maro. Foram, portanto, 22 dias teis em maro de 2015 contra 18 do ms anterior. No mesmo perodo do ano passado, foram 19 dias.Ao se fazer o ajuste por dias teis, verifica-se um recuo de 5% em maro na comparao com o ms anterior e queda de 0,8% em relao a maro do ano passado. Para a Serasa Experian, esses dados mostram o momento conjuntural adverso ampliao do endividamento dos consumidores (inflao alta, taxas de juros em ascenso e perspectivas de elevao do nvel de desemprego no pas).Considerando as faixas de renda, houve aumento da procura por crdito em todas elas em relao a fevereiro. Para quem ganha at R$ 1 mil por ms, a alta foi 16,8%. Os consumidores com renda entre R$ 1 mil e R$ 2 mil mensais e os que recebem entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, tiveram elevao de 15,6% e 15,3%, respectivamente. Nas faixas de rendas mensais mais altas, os acrscimos foram de 14,8%, para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por ms, e 14,7% para rendas mensais superiores a R$ 10 mil.Todas as regies do pas registraram elevaes no indicador em relao a fevereiro. As maiores altas ocorrem no Nordeste (18%) e no Sul (17,3%). Em seguida, aparecem as regies Sudeste (15,7%) e Norte (14,5%). O menor avano mensal ocorreu no Centro-Oeste (13,1%). Na comparao com o primeiro trimestre de 2014, tambm houve aumento da demanda em todas a regies: 17,9% no Centro-Oeste, 12% no Norte, 6,9% no Nordeste, 4,8% no Sul e 3,2% no Sudeste.

  • Alexandre Tombini v desacelerao gradual do mercado de crdito

    O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, ressaltou nesta tera-feira (14) que h uma desacelerao gradual do mercado de crdito no Brasil. Ele fez esta afirmao durante participao no BBA Macro Vision - InternationalConference 2015, realizado em So Paulo. "Em relao ao mercado de crdito, nos anos mais recentes temos observado uma desacelerao gradual do seu ritmo de expanso para ritmos de crescimentos mais sustentveis", disse Tombini.Para ele, o Brasil h pouco mais de dez anos possua um mercado de crdito muito abaixo da dimenso do Pas. "O nmero de brasileiros que acessavam esse mercado era restrito e o volume de crdito estava relativamente estagnado, em torno de 25% do Produto Interno Bruto (PIB), patamar inferior ao observado em vrias economias emergentes poca e muito distante da registrada em economias avanadas com mercados mais profundos", disse.Ainda de acordo com Tombini, "a combinao de vrios fatores macro e microeconmicos, dentre eles o aumento do emprego e da renda, e a ampliao da capilaridade do sistema financeiro, inclusive com o fortalecimento do cooperativismo de crdito, favoreceu o processo de incluso financeira e o desenvolvimento do mercado de crdito nos ltimos anos". Com isso, segundo o presidente do BC, o volume de crdito rompeu uma certa estagnao e se expandiu de forma gradual e sustentvel at o patamar que se encontra hoje, em torno de 58% do PIB."Depois desse processo de expanso estrutural, temos observado gradual moderao do ritmo de crescimento do crdito. Essa tendncia deve ser mantida em 2015. Assim como deve ser mantida a tendncia de mudana gradual na composio, com reduo da participao do crdito ao consumo em favor do crdito imobilirio, que, no Brasil, continua relativamente baixo, inclusive quando comparado a outras economias emergentes", reforou.Quanto ao sistema financeiro, Tombini disse que est slido, bem capitalizado e com ndice de inadimplncia em patamar historicamente baixo.

  • Juros do carto de crdito atingem 290,43% ao ano

    Percentual reflete o aumento das taxas, que, em fevereiro, estavam em 11,67% ao ms e subiram para 12,02% em maro.

    A taxa mdia dos juros do carto de crdito atingiu 290,43% ao ano, segundo pesquisa divulgada hoje (9) pela Associao Nacional dos Executivos de Finanas, Administrao e Contabilidade (Anefac). O percentual reflete o aumento das taxas, que, em fevereiro, estavam em 11,67% ao ms e subiram para 12,02% em maro. Em fevereiro, a taxa mdia do carto de crdito era 276,04% ao ano.Os juros do carto de crdito acompanharam as outras cinco modalidades pesquisadas pela associao. Elas tambm tiveram aumento de fevereiro para maro. A taxa mdia para pessoa fsica subiu 0,11 ponto percentual, alcanando 6,6% ao ms (115,32% ao ano). Para pessoa jurdica, a taxa mdia subiu 0,16 ponto percentual, chegando a 3,73% ao ms em maro (55,19% ao ano).A Anefac atribui a alta dos juros ao cenrio econmico adverso desde 2014, que aumenta a projeo de inadimplncia a partir do crescimento da inflao e do desemprego.As expectativas para 2015 so igualmente negativas, o que leva as instituies financeiras a aumentar suas taxas de juros para compensar provveis perdas com a elevao da inadimplncia", ressaltou o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econmicas da Anefac, Miguel Jos Ribeiro de Oliveira

  • Economia

  • 'Prvia' do PIB tem alta de 0,36% em fevereiro, mostra BCFoi o primeiro aumento mensal do indicador desde novembro de 2014.No bimestre, porm, houve retrao de 2,45% no nvel de atividade.

    Depois de dois meses de queda, a economia brasileira voltou a crescer em fevereiro, sugerem dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira (15). Criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), o ndice de Atividade Econmica do BC, o IBC-Br teve aumento de 0,36% no ms passado.Foi o primeiro crescimento mensal desde novembro de 2014, quando o ndice havia avanado 0,1%. Neste caso, as variaes foram feitas aps ajuste sazonal.Primeiro bimestreDe acordo com o Banco Central, a "prvia" do PIB registrou, porm, uma queda de 2,45% no primeiro bimestre deste ano, na comparao com o mesmo perodo do ano passado. Neste caso, a comparao foi feita sem ajuste sazonal pois considera perodos iguais. E, no acumulado em 12 meses at fevereiro, o indicador registrou contrao de 0,6%, segundo nmeros do BC.

    Previses para o PIB de 2015O mercado financeiro acredita que o PIB ter forte retrao neste ano. A expectativa dos analistas dos bancos, colhida pelo Banco Central na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituies financeiras, de uma contrao de 1,01% em 2015 o que, se confirmado, ser o maior "encolhimento do PIB" em 25 anos.O Fundo Monetrio Internacional (FMI)tambm prev uma contrao de 1% da economia brasileira para 2015. Em relatrio, o Fundo defende que a retrao ser puxada por poltica fiscal e monetria mais rgida e pelos cortes de investimentos na Petrobras, em um momento de queda na atividade visto desde 2014.

    Equipe econmicaO prprio governo j admite que o PIB deve ter retrao neste ano. Questionado por jornalistas nesta tera-feira (14) se o governo vai adotar a projeo do mercado financeiro para o comportamento do PIB deste ano em seus documentos, que prev "encolhimento" da economia neste ano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy respondeu: "Hoje, o mercado tem essa avaliao. Nos nossos documentos, ns usamos as informaes do mercado. Tem isso. Essa a tradio que a gente adotou", afirmou.

  • A nova equipe econmica j havia informado, em outras ocasies, que deve basear seus documentos nas projees do mercado financeiro - diferentemente do que acontecia nos ltimos anos, quando a economia era comandada por Guido Mantega, que geralmente divulgava previses melhores do que os analistas dos bancos.A ltima previso oficial para o PIB de 2015, porm, foi feita no ano passado -quando o governo estimou uma alta de 0,8% para o comportamento da economia neste ano. Naquele momento, o mercado financeiro projetava um crescimento de 0,77% para o PIB de 2015.

    Resultados do IBC-Br x PIBO IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente" do PIB. O ndice do BC incorpora estimativas para a agropecuria, a indstria e o setor de servios, alm dos impostos. Os ltimos resultados do IBC-Br, porm, no tm mostrado proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE.Em 2012, por exemplo, o IBC-Br mostrou um crescimento de 1,6%. Posteriormente, o resultado oficial do PIB mostrou uma alta menor, de 1%. O mesmo aconteceu em divulgaes trimestrais do PIB, quando o indicador no correspondeu aos resultados oficiais do PIB divulgados pelo IBGE.O Banco Central j avaliou, em 2013, que o IBC-Br no seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas "um indicador til" para o BC e para o setor privado. "Se o IBC-Br acertasse na mosca que seria surpreendente", afirmou o ento diretor de Poltica Econmica da entidade, Carlos Hamilton, no fim de 2012.

    IBC-BrAntes divulgado por estados e por regies, desde o incio do ano passado o indicador passou a ser calculado com abrangncia nacional."A estimativa do IBC-Br incorpora a produo estimada para os trs setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que so estimados a partir da evoluo da oferta total (produo mais importaes)", explicou o Banco Central.

    Definio dos jurosO IBC-Br uma das ferramentas usadas pelo Banco Central para definir a taxa bsica de juros (Selic) do pas. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos presso inflacionria. Atualmente, os juros bsicos esto em 12,75% ao ano e a expectativa do mercado de nova elevao, para 13,25% ao ano, no fim deste ms.

  • Pelo sistema de metas de inflao que vigora no Brasil, o BC precisa calibrar os juros para atingir as metas preestabelecidas. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preos baixem ou fiquem estveis.Para 2015 e 2016, a meta central de inflao de 4,5%, com um intervalo de tolerncia de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Desse modo, o ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflao oficial do pas e medida pelo IBGE, pode ficar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

  • Agncia Fitch muda para negativa a perspectiva de bancos brasileiros

    Reviso ocorre aps mudana da perspectiva da nota de crdito do Brasil.Agncia avalia que lucro dos bancos deve ser menor em 2015.

    A agncia de classificao de risco Fitch revisou nesta segunda-feira (13) a perspectiva da nota dos bancos brasileiros, de estvel para negativa. As revises envolvem diversos grupos financeiros, incluindo Banco do Brasil, Caixa Econmica Federal, Bradesco, Ita Unibanco, Santander e Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES).Segundo a Fitch, as aes de rating seguem a recente reviso da perspectiva da nota de crdito do Brasil, tambm de estvel para negativa, e a anlise divulgada no ltimo dia 6 de que os bancos brasileiros enfrentaro "tempos difceis" este ano e devero lucrar menos em 2015.As notas do Bradesco e Ita permanecem um degrau acima das de bancos controlados pelo governo como Banco do Brasil, BNDES e Caixa."A Fitch continua a acreditar que os perfis de crdito, tanto do Bradesco como do grupo Ita atendam aos critrios para serem classificados acima do rating soberano, devido sua diversificada e estvel captao, forte lucratividade no Brasil, em comparao com outros bancos em todo o mundo, ao seu diversificado mix de negcios, slidos e adequados recursos, boas tendncias da qualidade de ativos, suportados por forte provisionamento para perdas de crdito e capital suficiente", destacou a agncia.A Fitch ressalva, porm, que os dois bancos [Bradesco e Ita] devero continuar sendo afetados pelo desenvolvimento do mercado financeiro brasileiro, "resultando em mudana estrutural de sua lucratividade e tendncias de capitalizao".

    Lucro menorNa ltima semana, a Fitch divulgou um relatrio prevendo que os bancos brasileiros devem lucrar menos em 2015, mas que essa queda ser "administrvel" e dentro de faixas aceitveis para os ratings da maioria dos bancos.Os bancos pblicos devero ser os mais afetados, seguidos pelos de pequeno e mdio porte, segundo a agncia. A lucratividade menor, disse a Fitch, se deve ao aumento nas despesas de provisionamento (reserva que os bancos guardam para cobrir calotes), em razo do fraco ambiente operacional.

  • Ano de 2015 ser de transio para a economia, diz LevyBrasil tem desafios econmicos importantes para enfrentar, de acordo com o ministro da Fazenda; ano ser de fortalecimento de fundamentos macroeconmicos

    O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse neste sbado (11) em um evento no Rio de Janeiro que 2015 um ano de transio para a economia brasileira, de fortalecimento dos fundamentos macroeconmicos, em vista tambm da mudana do ambiente internacional e do entendimento das implicaes dessas mudanas. Para ele, isso vai contribuir para a retomada do crescimento sustentvel em breve.Levy destacou trs desafios centrais para o momento econmico que o pas atravessa. O primeiro, apontou o ministro, a estabilidade fiscal e monetria. Assim como o Plano Real nasceu de erros e acertos no combate inflao ao longo das dcadas anteriores, acredito que temos capacidade de retomar e consolidar a estabilidade macroeconmica com base na construo de um consenso nacional em prol da disciplina fiscal e do combate inflao, condies fundamentais para a manuteno e ampliao de conquistas sociais e distributivas mais recentes. [Estou] esta semana conquistando apoio explcito das principais foras polticas do nosso pas.Em segundo, o ministro da Fazenda indicou a ideia de que o ajuste fiscal tambm um ajuste econmico, que busca realinhar incentivos aos objetivos finais das polticas pblicas. No me refiro somente poltica fiscal e monetria, mas tambm s polticas mais amplas, tanto trabalhistas, quanto previdenciria, aquelas que permitem a expanso do investimento e a segurana jurdica em todos os aspectos da vida econmica.Por ltimo, Levy destacou que os desafios anteriores no teriam sentido se no existisse uma viso de crescimento de longo prazo. Temos diante de ns o desafio maior exatamente de relanar um novo ciclo de crescimento em bases distintas em ambiente econmico mundial distinto e que envolver, e aqui fao meno ao ministro do Planejamento [Nelson Barbosa], o esforo na rea de infraestrutura e logstica, com a participao do governo, mas no s da Unio, [mas tambm de] estados e municpios e principalmente do setor privado.Levy acrescentou os desafios da educao e de outras reas que so indispensveis, no s para a estabilidade fiscal e monetria, mas para o prprio desenvolvimento da sociedade. Este governo, desde o comeo do ano, tem se comprometido fortemente com uma ao indispensvel para se criar as bases desse crescimento, que tm sido o equilbrio das contas pblicas.

  • Franquia

  • Setor de franquias fatura R$ 127,3 bilhes em 2014Em 2014, o setor brasileiro de franquias faturou R$ 127,3 bilhes um aumento de 7,7% em comparao a 2013.O presidente da Associao Brasileira de Franchising do Rio de Janeiro (ABF-RJ), Beto Filho, explica que, no perodo 2003-2014, houve o surgimento de muitas marcas, abertura de ramos de atividade, relaes novas de investidores de fundos de investimento, entrada no mercado de franqueadores profissionais e de jovens de universidades. A franquia se sustentou em todas essas vertentes, disse.Beto Filho acredita que, apesar de o ano de 2015 estar sinalizando para um baixo crescimento econmico, a expectativa que a receita do setor crescer entre 6,5% e 8%, em contraposio aos nmeros negativos previstos por vrios outros setores econmicos, como o automotivo, cuja expectativa queda de 10% na produo de veculos em 2015, diante da contrao do mercado nacional.Com essa perspectiva, a gente est mostrando, como ocorreu com os 7,7% do ano passado, que o franchising tem a sustentao de ser um bom exemplo para o pas em termos de organizao, gesto, governana, de leitura de cenrio permanente, que o torna o ltimo setor a entrar em crise e o primeiro a sair, pelas caractersticas profissionais que a franquia mantm, analisou o presidente da ABF-RJ.Acompanhando a evoluo do faturamento, a expectativa que as franquias continuem sendo um bom empregador no pas, principalmente na rea de servios. Nmeros da ABF indicam que o setor gera cerca de 1,2 milho de empregos diretos.Ele representa tambm o crescimento de renda. A franquia uma garantia do capital no meio produtivo, com risco menor, disse Beto Filho.A microfranquia, denominao para empresas com investimento de at R$ 80 mil, continua tendo muita procura. Atinge no Brasil o grande pblico, que a nova classe C. Beto Filho esclareceu que as regras, porm, so iguais para todas as franquias e que muitas microfranquias, dependendo do segmento de negcio, tm capacidade de faturamento at maior do que franquias de grande porte. Na avaliao do presidente, a tendncia de continuidade da microfranquia, porque as classes C e a D apresentam um sangue empreendedor mais forte.No interior do pas, o presidente da ABF-RJ informou que as franquias esto fazendo uma verdadeira revoluo no varejo. Isso ocorre em especial em cidades com menor populao e comrcio mais antigo, onde a chegada de franquias modernas obriga a reformulao de todo o varejo.A ABF projeta para 2015 crescimento de 8% para o nmero de marcas em operao no Brasil (eram 2.942 redes no ano passado) e aumento entre 9% e 10% no total de unidades franqueadas, que atingiram 125.378, em 2014.O estado do Rio de Janeiro tem participao de 12,6% no mercado nacional. Este ano, com a preparao para as Olimpadas de 2016 e eventos internacionais, como o Rock In Rio, a estimativa que o faturamento do franchising fluminense vai ficar em torno de 8,5% a 9%. Toda essa movimentao vem impactando de forma positiva desde o ano passado.

  • Em 2015, a Lei de Franquia Empresarial nmero 8.955/94, conhecida como Lei do Franchising, completa duas dcadas. uma lei que deu certo porque equilibrada, avaliou Beto Filho. Em uma relao empresarial tradicional, o normal seria o lado mais forte ter mais regalias de lei. Isso no ocorre com a Lei do Franchising. Nesse ponto, a gente est comemorando o sucesso.Na linha geral da lei, o presidente assegurou que no preciso mudar nada, porque o que d certo na viso jurdica e na viso da relao comercial entre duas partes vem com um peso positivo gigantesco.A Hope tambm percebeu uma oportunidade de expandir sua atuao com o modelo batizado de 1.0. A rede acredita que a situao econmica pode levar mais pessoas a buscarem uma franquia para investir o dinheiro que acumularam durante um determinado perodo.

  • 5 mitos sobre ter uma franquia que voc deve esquecer

    Cada vez mais empreendedores escolhem investir em franquias para ser donos dos prprios negcios. Apesar da instabilidade da economia brasileira, a Associao Brasileira de Franchising espera um crescimento do faturamento do setor de franquias entre 7,5% e 9% para o ano que vem. Em 2014, o setor faturou 127 bilhes de reais.Mas, existem muitos mitos disseminados sobre este tipo de negcio. Entre os mais comuns est o de que a escolha da franquia deve ter como base o gosto do franqueado. Voc tem que gostar do negcio e no s do produto. Tem que gostar do dia a dia da operao, resume Angelina Stockler, scia-fundadora da ba}STOCKLER.Para Altino Cristofoletti Junior, vice-presidente da ABF, outro mito que as pessoas acreditam que o sucesso de uma franquia s depende do franqueador. Para dar certo precisa ter alinhamento entre as duas partes e o franqueado o responsvel pelo operacional, explica.Filomena Garcia, scia da Franchise Store, afirma que muitos candidatos se iludem com a ideia de que ser franqueado de uma marca significa ter menos trabalho. Pelo contrrio, no comeo ele vai trabalhar muito mais, explica. Veja outros mitos que devem ser esquecidos:

    1. Ter uma franquia garantia de sucessoApesar do baixo ndice de mortalidade, investir em uma franquia tambm envolve riscos. Uma rede franqueadora depende dos franqueados para crescer e lucrar. Para Junior, o empreendedor precisa ter clareza de que o sucesso tambm depende dele. A rede vai fazer o papel de atrair o cliente, mas sem um bom atendimento no vende, completa Filomena.

    2. Basta gostar do produto ou servioTer afinidade com o produto ou servio da marca desejvel, mas no suficiente para que a operao da franquia seja rentvel. O dia a dia de uma operao de um restaurante em um shopping, por exemplo, demanda que o franqueado trabalhe durante os finais de semana.Por isso, a escolha da rede muito importante. Qual a estrutura de apoio ao franqueado? Como so realizados os treinamentos? Essas so algumas perguntas obrigatrias antes de escolher uma franquia.

  • Como dono da franquia, o franqueado precisa estar no comando do negcio. Lidar com a gesto dos colaboradores, gerenciar o estoque e cuidar das finanas so algumas das tarefas do empresrio. Para Angelina, o primeiro ano de um novo franqueado de muito trabalho e um perodo de aprendizado tanto para ele quanto para os seus funcionrios.

    4. O retorno do investimento chegar rpidoSer dono de uma franquia exige que o interessado tenha um planejamento financeiro e capital reserva para eventuais imprevistos. Por mais estruturada que seja a franquia, para comear a ganhar dinheiro demora um tempo e depende da consolidao do negcio. No incio, o franqueado talvez no consiga tirar nada e tenha que investir, explica Junior.Voc pode at ter lucro no primeiro ms, mas existe um tempo para a maturao do negcio, conta Filomena.

    5. Franqueados no tem liberdade na redeUma das principais caractersticas de uma franquia ter todos os processos padronizados. Entretanto, no quer dizer que o franqueado tenha s que obedecer e nunca questionar o que lhe passado. O envolvimento e a proatividade do franqueado so essenciais para o crescimento de uma marca.

  • Estudo

  • Inovao:Olhando para trs

  • Talvez o maior filsofo dinamarqus, Soren Kierkegaard, disse no Sec. XIX: A vida s se compreende mediante um retorno ao passado, mas s se vive para frente. A compulso inovadora a que todos ns estamos expostos, se quisermos sobreviver profissional e muitas vezes pessoalmente, criou uma obrigao de olharmos para frente. Ouo muita gente dizer: as empresas que sobreviverem e crescerem sero aquelas que decidiram e se comprometeram com um olhar para o futuro, para pensar no que novo, no que ainda no existe, aquilo que no foi feito ainda. A patrulha da inovao furiosa e controladora. Quem assumir em uma entrevista de emprego que no inovador, perde a vaga. Ou, se j estiver empregado, perde pelo menos a promoo, se que no ser chamado no RH para uma entrevista de desligamento. Como toda patrulha de planto, ela fiscaliza os atos conservadores, reacionrios que se agarram s coisas que j existem. muito feio admitir que no inovador. muito Divergente, no sentido do filme, de algum que no se encaixa. Mais que isso, soa muito mal dizer que olhar para a frente no o caminho mais promissor na vida corporativa. E querem um pecado mortal? A vai: dizer numa reunio que inovao no tudo de que precisamos. Por tudo isso, sinto dizer que ser inovador hoje acaba sendo mainstreamer. Mais curioso ainda como inovao passou a ser quase sempre confundida com o que acontece de novidade nos ambientes digitais e tecnolgicos, fora dos quais existiriam apenas os midos e escuros pores do passado. Inovao, como ela tratada hoje, lembra muito quase um ato de revelao religiosa. Aquela luz repentina, desconectada de qualquer coisa que possa ter havido antes, aquela luz que seres criativos irradiam a partir de um sublime momento de inspirao. Lembro-me de uma cena que vivi no banheiro de uma agncia de propaganda. Um diretor de criao, diante do mictrio, deu um pulo e disse: j descobri o caminho! Inspirado, como se sentisse tomado por uma fora arrebatadora ou como se estivesse com a lmpada de Aladin nas mos. A inovao fica parecendo uma epifania, uma sbita compreenso do que era obscuro. Inovao seria isso? Mais ou menos como o Arquimedes gritou Eureka, na banheira. Um momento nico em que nasce uma grande ideia.

  • Dane-se o passado! O que interessa o que teremos que criar, inventar e viver daqui pr frente. Esse o grito da torcida dos ingnuos. Muitos dos quais se supem legtimos inovadores, alguns at de carteirinha. Nosso maior poeta, sabia que essa uma viso mope que esquece a teia de ideias, sentimentos e conceitos cuja trama ns carregamos h muito tempo, queiramos ou no. Pois de tudo fica um pouco. Fica um pouco de teu queixo no queixo de tua filha. (Resduos - Carlos Drummond de Andrade)

    disso que os inovadores ingnuos se esquecem. Como se continuassem, seguindo o poema do Drummond, tentando tapar o passado. E de tudo fica um pouco. Oh, abre os vidros de loo e abafa o insuportvel mau cheiro da memria. A loo que encobre o cheiro do passado tem um efeito muito passageiro, porque o que j existiu continua frequentando o nosso presente. Dorme ao nosso lado, por toda vida. Por isso, no resisto e completo e emendo com o fim do poema: Mas de tudo, terrvel, fica um pouco, e sob as ondas ritmadas e sob as nuvens e os ventos e sob as pontes e sob os tneis e sob as labaredas e sob o sarcasmo e sob a gosma e sob o vmito e sob o soluo, o crcere, o esquecido e sob os espetculos e sob a morte escarlate e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes e sob tu mesmo e sob teus ps j duros e sob os gonzos da famlia e da classe, fica sempre um pouco de tudo. s vezes um boto. s vezes um rato.

    Inovao dar um passo para a frente, mas estamos enraizados num passado do qual sempre fica um pouco. Ainda bem! O grande inovador da fsica dos Sculos XVII e comeo do XVII, Isaac Newton, algum que formulou como ocorrem as relaes gravitacionais, quem lanou as bases para o desenvolvimento do clculo diferencial e integral, entre outras supremas inovaes, dizia: Se enxerguei mais longe, foi porque me apoiei sobre os ombros de gigantes Em primeiro lugar, algum em total controle de sua coerncia mental e discernimento pode negar a fantstica contribuio inovadora desse senhor? Algum pode questionar a contribuio que ele deu para quase tudo que est ao nosso redor hoje no mundo?

  • Mas o que mais me impressiona nessa frase de Newton o ato de suprema humildade que ela evoca. Algum que fez tudo o que ele fez, que redescobriu as leis da natureza (redescobriu simplesmente porque elas j estavam l), que escreveu a principal equao que rege a gravitao, algum que foi inovador a esse ponto, teve um momento de rendio s contribuies dos que vieram antes dele. Nos ombros dos quais ele subiu para enxergar mais longe. Para mim, este um trao gentico de todo genuno inovador. Uma reverncia a tudo que alimenta nosso crebro e que existiu antes de ns. A inovao , portanto, um ato de reverncia cultura da humanidade. A tudo aquilo que foi inseminado em ns, tenhamos ns percebido isso ou no. Sem isso, a inovao puro auto-engano, no sentido que o Eduardo Gianetti d para esse termo em seu livro.

    Isaac Newton e a inovao A genialidade do autntico inovador irm gmea da sua humildade! Da capacidade que ele tem de reconhecer as fontes de inspirao que abastecem nossos neurnios, que alimenta nossa capacidade de pensar, que inicializa nosso software cerebral. Se vocs acham que Isaac Newton uma referncia antiga demais, vamos nos aproximar dois sculos. Trs pensadores dos mais poderosos do Sec. XIX e comeo do XX, que mudaram nossa forma de ver a vida e o mundo, no deixam dvida que as razes da inovao esto no tempo pretrito. Charles Darwin nos ensinou, na Origem das espcies, o que quase todos ns aceitamos hoje. O que ns somos, criou-se a partir de uma plataforma que tem alguns milhes de anos. Quem j viu a Lucy no Museu de Histria Natural de NY dificilmente vai esquecer que h um stil, mas eterno lao que nos une. O poder inovador de Darwin est na genialidade de olhar para o hoje e para o amanh olhando para trs. Curiosamente ou no, o nome dessa nossa ancestral foi escolhido porque os paleontlogos celebraram a descoberta cantando Lucy in thesky with diamonds (Beatles): o novo batizando carinhosamente o milenar. O segundo, que revolucionou a forma como entendemos nossa subjetividade, Freud, nos ensinou, contra toda a resistncia da medicina de sua poca e do establishment, que s construmos um caminho novo em nossas vidas recuperando e entendendo as sendas j percorridas de nossa vida interna. E ainda no territrio da psicologia, impossvel esquecer o caminho proposto por Jung: Qualquer rvore que queira tocar os cus precisa ter razes to profundas a ponto de tocar os infernos (Carl Gustav Jung)

  • O terceiro, Marx, props uma viso de futuro a partir da compreenso das razes em que sustentavam a organizao econmica e social, a partir da revoluo industrial na Europa principalmente. Na abertura do seu texto, 18 Brumrio de Louis Bonaparte, Karl Marx dizia: Os homens fazem a sua prpria histria, mas no a fazem segundo a sua livre vontade; no a fazem sob circunstncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradio de todas as geraes mortas oprime como um pesadelo o crebro dos vivos. Em resumo: todas essas referncias representam um libelo contra a viso ingnua de inovao como algo que acontece apenas daqui para a frente. Uma viso muito presente nos segmentos mais jovens que, compreensivelmente, mas de forma inconsequente, tende a ocultar as razes de onde a inovao provm. Porque isso contribuiria para alimentar e valorizar o poder de suas contribuies. E Isaac Newton se revira no tmulo, por saber que ningum capaz de ocultar a origem da inspirao. A dos gigantes que semearam o pensamento desses pretensiosos e supostos inovadores de ltima hora.

    Inovao e Branding No mundo que meu dia-a-dia profissional, Branding somente descobre caminhos inovadores quando olha para trs. Qualquer tentativa de partir do agora apenas estril. Quero mostrar isso de duas formas. Uma lembrando o quanto Aristteles, mais uma vez, tinha toda razo. Ele dizia algo assim: Quando as suas autnticas qualidades e competncias se cruzam com as necessidades do mundo, a nasce sua vocao. A nossa vocao, ou nosso Propsito ou das organizaes e das marcas, nasce nessa interseco. S temos de fato uma razo de ser quando o que sabemos fazer atendem necessidades ou expectativas dos que esto ao nosso redor. Para marcas, exatamente a mesma coisa. Marcas que no tm um Propsito no tm alma. Buscar, escavar, identificar qual o Propsito de marcas ou das organizaes a que pertencem a pedra de toque do Branding moderno e inovador. Porm, essa plataforma inovadora de marcas s revelada por um processo quase arqueolgico na vida das organizaes. Quando a rede de lojas Riachuelo diz atualmente, de forma renovada e inovadora, O abrao da moda, ela est revelando um Propsito, uma razo de ser para existir. E ele somente foi expresso e formulado dessa forma quando se escavou na histria da empresa, nos sonhos de seus fundadores e dirigentes, e ficou claro que a marca sempre teve um compromisso com a democratizao da moda. A Riachuelo inovou, propondo um caminho para o seu futuro, quando revisitou o seu passado, a sua histria, as sendas que ela j havia percorrido, como eu disse antes.

  • A Graco, uma das empresas do grupo Newell Rubbermaid, tradicional fabricante de uma ampla de produtos de crianas e bebs percebeu isso. Ao invs de pensar apenas em sua misso, fabricar os melhores produtos para cuidar dos filhos pequenos, deu um passo alm. Identificou que seu Propsito era algo com muito mais alcance, muito mais valioso e revestido de um sentido de uniqueness: Cuidamos dos pais, para que eles possam cuidar melhor dos seus filhos. A partir da, no s sua razo de ser ficou mais clara como tambm ampliou-se muito a possibilidade de oferta de novos produtos e servios. Nosso scio Joey Reimanformulou uma frase inesquecvel para isso. The fruits are in the roots O Propsito que engaja os colaboradores de uma empresa, que faz o domingo noite parecer menos desagradvel pela proximidade da segunda, uma das vertentes mais inovadoras em Branding. E como toda inovao legtima, gera resultados. Os autores do livro Firms of Endearment (R.Sisodia,D.Wolfe e J.Sheth), pesquisaram centenas de companhias e encontraram um certo grupo que atende a esse critrio: que tm e praticam um claro Propsito. Essas empresas pagam muito bem seus empregados, entregam valor para seus clientes, esto rodeadas por uma rede de prsperos fornecedores e, ateno, trazem um fantstico retorno para os acionistas: 1025% nos ltimos 10 anos, versus apenas 122% para as empresas listadas no S&P 500 (ndice que agrega as 500 aes mais relevantes para o mercado norte-americano) e 316% para as companhias citadas na obra Good to Great do Jim Collins. No pensem em criar um Propsito a partir de um brainstorming, ou de algum gimmick de comunicao. O Propsito somente inovador e poderoso quando ele traduz efetivamente a interseco de que Aristteles falava. Essa interseco escavada na vida de uma empresa ou de uma marca. Mais uma vez, s vamos para frente olhando para trs, de onde viemos. H uma outra forma de ilustrar que inovao em Branding, como em qualquer outro lugar, s verdadeira e poderosa quando recupera os caminhos que j percorremos. Alis, vocs j perceberam que a palavram original e origem tm a mesma raiz? Branding precisa ser iluminado e semeado com insights de consumidores. O insight tem algumas caractersticas. A primeira delas que ele raro. E difcil de ser imitado por marcas e empresas concorrentes. A comparao com uma pedra preciosa no uma metfora apenas. A segunda que ele no se confunde com o material bruto, o overload de informaes de onde extrado. Ele no deriva automaticamente do universo dos nmeros, dados, indicadores. Ele um ato de revelao que ocorre em nossa mente, a partir de uma introspeco sobre como as pessoas so, como vivem, como constroem seus projetos de felicidade, seus sonhos, seus rituais familiares e sociais etc, etc

  • Por isso insights no brotam em todas as cabeas, claro. Apenas naquelas que no se encantam com a obesidade dos nmeros e informaes. H pelo menos 200 anos, os antroplogos nos ensinam a fazer isso. Conviver para entender. Observar para perceber. Envolver-se para sentir. Os insights mais poderosos que conheo e que alimentaram solues mais inovadoras no vieram de um estalo de criatividade sem um mergulho anterior na vida interna dos consumidores. O famoso Nmero 1 da Brahma, na dcada de 1990, surgiu da capacidade de observao e sensibilidade de criativos que acompanhavam consumidores em bares. Imaginem homens em diversos tipos de bares e botecos, levantando o brao como o dedo indicador esticado pedido ao garom ou vendedor mais uma cerveja. Um caso mais recente o de Dove. Conhecendo um pouco de como a Unilever trabalha, suponho que o grande insight da marca, ao lanar a ideia da real beleza feminina, tenha derivado de um entendimento do que alimenta a auto-estima das consumidoras. Ao se apropriar do benefcio to desejado de hidratao e de que os ideais estticos esto mais prximos do que sempre foi mostrado a essas mulheres, Dove ocupou um espao perceptual poderoso e diferenciado. Ou seja, a marca olhou para trs, entendendo essas carncias existenciais das consumidoras, para seu voo inovador.

    Inovao e Antropologia Os antroplogos nos ensinaram. O pouco de Etnografia que fazemos hoje em marketing abre uma janela para compreenso das pessoas, de como elas tm vivido os diversos planos de sua vida, individual e socialmente. Infelizmente, ainda fazemos muito pouca Etnografia de qualidade. Eu sei os quanto os antroplogos da academia, que tratam desse assunto com propriedade, torcem o nariz com o que ns fazemos. Mas no tem jeito, vamos seguindo e aprendendo cada vez mais como fuar na histria de vida de nossos consumidores para identificar insights que promovam poderosas inovaes. Nas suas andanas por muitas aldeias e comunidades indgenas, incluindo muitas vezes o Brasil, Lvi-Strauss percebeu a dimenso da alimentao, como algo que transcende muito o plano das necessidades fisiolgicas e nutritivas apenas. Lvi-Strauss nos instiga a pensar a comida a partir de sua funo semitica e comunicativa. Para ele, a cozinha uma linguagem, uma forma de comunicao, um cdigo complexo que permite compreender os mecanismos da sociedade qual pertence, da qual emerge e que lhe d sentido. Para alm de uma pura reduo que o situa como resposta a necessidades fisiolgicas, o ato alimentar deve ser compreendido como um ato social que incorpora mltiplas dimenses do indivduo. (Maria E. Maciel e Helisa C. de Castro) Ele disse algo mais ou menos assim, se bem me lembro das aulas com a saudosa Ruth Cardoso: alimentos so bons no apenas para comer mas para pensar!

  • Quantas e quantas vezes, eu vejo montanhas de investimentos em comunicao e marketing de alimentos sendo jogadas fora pelo simples fato de no entendermos a sua repercusso nas relaes sociais, nos ritos familiares, na construo da identidade dos consumidores. Quem assistiu ao filme Festa de Babette (de Gabriel Axel), entende onde quero chegar. Enfim, seja na identificao de um Propsito para marcas e empresas, seja na compreenso de insights inspiradores, seja no desenvolvimento de produtos, servios ou processos inovadores, a verdadeira e poderosa inovao no capaz de prescindir de um olhar cuidadoso, atento, sensvel e humilde dirigido ao passado. Ns sabemos que a vida vivida para a frente, que inovaes apontam para o futuro, mas quero registrar outra vez o que eu disse no incio, mas agora nas palavras originais de Kierkegaard: Livet forsts baglns, men m leves forlns Ou, na voz dos Tribalistas, cantando voc, para deixar claro que eu sei que, apesar do mergulho em tudo que veio antes, o compromisso inovador com futuro Na vida s resta seguir Um risco, um passo, um gesto rio afora Na vida s resta seguir Um ritmo, um pacto e o resto rio afora Conheo muito bem o que pensa e como opera a mente do Lus Rasquilha, Diretor Geral da AYR e estou confortvel para afirmar que ele um profissional que entende, autenticamente, de inovao. Porque ele sabe que inovaes integram obrigatoriamente uma viso de futuro com inspiraes enraizadas no passado. O Luis sabe olhar criativamente para trs! por isso que ele optou por escolher este meu texto como o prefcio de seu novo livro A gesto da inovao. *Autoria de Jaime Troiano, Grupo Troiano de Branding.

  • Fim