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Instituto Universitário da Maia Departamento de Educação Física e Desporto Relatório de Estágio em Treino Desportivo Supervisionado André Alexandre Ribeiro da Silva Pereira (N.º18662) Supervisor: Professor Doutor José Neto Orientador: Mister Vítor Oliveira e Mister António Conceição Documento com vista à obtenção do grau académico de Mestre (Decreto-lei n.º74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei n.º43/2007 de 22 de fevereiro) Julho, 2014

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  • Instituto Universitrio da Maia

    Departamento de Educao Fsica e Desporto

    Relatrio de Estgio em Treino Desportivo Supervisionado

    Andr Alexandre Ribeiro da Silva Pereira

    (N.18662)

    Supervisor: Professor Doutor Jos Neto

    Orientador: Mister Vtor Oliveira e Mister Antnio Conceio

    Documento com vista obteno do grau acadmico de Mestre

    (Decreto-lei n.74/2006 de 24 de maro e o Decreto-lei

    n.43/2007 de 22 de fevereiro)

    Julho, 2014

  • Pereira, A. (2014). Relatrio de Estgio da Prtica de Treino Desportivo

    Supervisionado. Maia: ISMAI. Relatrio de Estgio da Prtica de Treino Desportivo

    Supervisionado do Curso de 2 Ciclo em Mestrado de Treino Desportivo, policopiado

    apresentado ao Instituto Superior da Maia.

  • ndice

    Resumo

    Abstract

    1 Introduo .......................................................................................................................7

    2 Anlise do contexto .........................................................................................................8

    2.1 Anlise da atividade .................................................................................................8

    2.1.1 Conceitos e contedos ......................................................................................8

    2.1.2 Metodologias e Estratgias ...............................................................................8

    2.1.3 Fundamentao cientfica .................................................................................9

    2.2 Anlise do envolvimento.........................................................................................11

    2.2.1 Regio e envolvimento ....................................................................................11

    2.2.2 Moreirense Futebol Clube ...............................................................................11

    2.2.3 Local de atividade ...........................................................................................13

    2.2.4 Outras organizaes envolvidas......................................................................14

    2.2.5 Recursos disponibilizados e adquiridos ...........................................................14

    2.3 Anlise dos praticantes ..........................................................................................15

    2.3.1 Caracterizao geral dos praticantes ..............................................................15

    2.3.2 Cuidados e necessidades especficas da populao alvo ...............................17

    2.3.3 Recrutamento da populao-alvo ....................................................................18

    2.3.4 Formas de avaliao da populao-alvo .........................................................19

    3 Definio de objetivos ...................................................................................................21

    3.1 Objetivos da interveno profissional .....................................................................21

    3.2 Objetivos a atingir com a populao-alvo ...............................................................21

    4 Resultados dos contedos e estratgias de interveno profissional ............................23

    4.1 Contactos desenvolvidos ........................................................................................23

    4.2 Desenvolvimento do programa ...............................................................................23

    4.3 Promoo do programa ..........................................................................................25

    5 Processo de avaliao e controlo ..................................................................................27

    5.1 Avaliao do cumprimento de objetivos .................................................................27

    5.2 Avaliao do programa...........................................................................................28

    6 Concluses e recomendaes ......................................................................................29

    Referncias bibliogrficas..30

    Anexos..31

  • ndice de imagens

    Imagem I Braso da freguesia de Moreira de Cnegos .....................................................11

    Imagem II Bandeira da freguesia de Moreira de Cnegos .................................................11

    Imagem III Smbolo do Moreirense Futebol Clube .............................................................12

    Imagem IV Parque Desportivo Comendador Joaquim de Almeida Freitas .........................13

    Imagem V Relvado sinttico ..............................................................................................13

    ndice de tabelas

    Tabela I Infra estruturas do Moreirense Futebol Clube ......................................................14

    Tabela II Constituio do plantel........................................................................................15

    Tabela III Nacionalidade dos jogadores .............................................................................16

    Tabela IV Nmero, mdia de idades, altura e peso dos jogadores ....................................16

    Tabela V Identificao da equipa tcnica ..........................................................................17

    Tabela VI Microciclo pr-poca .........................................................................................25

    Tabela VII Microciclo (2 jogos semanais) ..........................................................................25

    Tabela VIII Microciclo (1 jogo semanal) .............................................................................26

  • MESTRADO EM CINCIAS DA EDUCAO FSICA E DESPORTO Especializao em Treino Desportivo

    Resumo

    O Futebol um jogo desportivo coletivo (JDC), que ocorre num contexto de

    elevada variabilidade, imprevisibilidade e aleatoriedade, no qual as equipas em

    confronto disputam objetivos comuns. Neste sentido, fundamental construir uma

    estrutura bem sustentada capaz de atingir o alto rendimento e o sucesso desportivo.

    A elaborao deste documento que se segue vem no sentido do processo de

    estgio curricular que se realizou na equipa profissional de futebol do Moreirense

    Futebol Clube que disputou a Liga 2 Caboviso.

    Todo o processo de desenvolvimento explicado e descrito ao longo do

    documento, incluindo o programa desenvolvido, as metodologias utilizadas, o

    contexto e todos os intervenientes que fizeram parte deste estgio.

    Para finalizar, referir todas as exigncias requeridas por uma equipa de alto

    rendimento e a incluso da observao no futebol de uma forma mais estruturada e

    abrangente por parte do clube.

    Abstract

    Football is a collective game sport, (CGS) that takes place in an environment

    of high variability, unpredictability and randomness, in which confronting teams

    compete for common goals. Regarding this, its essential to build a solid structure

    capable of achieving high performance and success.

    The production of the following document happens in the follow up of a

    internship at the Moreirense Futebol Clube professional football team, that

    participated in the Liga 2 Caboviso 2013/2014.

    The whole development process its explained and described throughout the

    document, including the developed program, the used methodologies, the context

    and all the stakeholders who had impact in this internship.

    Finally, mention all the demands required by a high-performing team and the

    addition of observation in this sport in a more structured and comprehensive manner

    by the club.

  • MESTRADO EM CINCIAS DA EDUCAO FSICA E DESPORTO Especializao em Treino Desportivo

    7

    1 Introduo

    O relatrio de estgio aqui apresentado encontra-se inserido no plano de

    estudos do segundo ano do Mestrado em Cincias da Educao Fsica e Desporto

    com a especializao em Treino Desportivo, do Instituto Superior da Maia.

    O presente estgio teve como orientador no local o Mister Vtor Oliveira e

    mais tarde o Mister Antnio Conceio, treinadores principais da equipa profissional

    de futebol do Moreirense Futebol Clube e a sua superviso foi feita pelo Professor

    Doutor Jos Neto, docente no Instituto Superior da Maia.

    Este estgio curricular foi desenvolvido na equipa snior de futebol do

    Moreirense Futebol Clube que durante esse perodo disputou a Liga 2 Caboviso.

    Este tambm, no s um clube de futebol snior, mas sim, um clube voltado para

    a formao de crianas e jovens ao nvel social e desportivo, na procura de servir a

    equipa snior obtendo a sua profissionalizao. O Moreirense Futebol Clube tem

    como prtica corrente o acolhimento de estgios curriculares, na rea da Educao

    Fsica e Desporto, entre outras, ajudando na formao do seu pessoal.

    As atividades de estgio decorreram entre 15 de Julho de 2013 e 11 de Maio

    de 2014, que permitiram ao estagirio uma participao ativa em todo o processo do

    treino inerente a uma equipa profissional e tambm nas observaes.

    Este relatrio seguir uma estrutura pr-definida, comeando por uma

    caracterizao da instituio e da regio, uma definio dos objetivos, passando aos

    resultados dos contedos e estratgias de interveno pessoal e processo de

    avaliao e controlo.

  • MESTRADO EM CINCIAS DA EDUCAO FSICA E DESPORTO Especializao em Treino Desportivo

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    2 Anlise do contexto

    2.1 Anlise da atividade

    2.1.1 Conceitos e contedos

    Numa equipa profissional o nvel de organizao e exigncia tao elevado

    que a sua estrutura montada antecipadamente e com bastante ponderao.

    Cada elemento da equipa tcnica tinha cargos definidos e distribudos de

    forma a haver uma envolvncia total e consequentemente um resultado mais

    valorizado.

    Em relao s minhas responsabilidades ficou definido que estaria

    presente no trabalho dirio da equipa profissional, como apoio a todo o processo

    do treino, assim como nas observaes dos prprios jogos atravs das

    filmagens.

    2.1.2 Metodologias e Estratgias

    A metodologia utilizada foi de encontro aos objetivos propostos pelo clube

    para a poca e nesse sentido foi sempre prioridade haver uma constante procura

    do alto rendimento coletivo com a mxima potenciao das capacidades dos

    jogadores.

    Todo o processo de treino foi efetuado com o intuito de fazer evoluir o

    modelo de jogo que o treinador escolheu para a equipa, atravs de situaes o

    mais prximo da realidade do jogo.

    Atravs do modelo de jogo definido houve sempre a preocupao no

    sentido de uma consciencializao para todos os momentos do jogo, isto , a

    concentrao e o equilbrio constante eram fatores fundamentais para a

    organizao defensiva e ofensiva da equipa. Procurou-se desde o incio uma

    evoluo nos exerccios sem queimar etapas, do mais simples para o mais

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    complexo de acordo com a forma de jogar da equipa, atravs dos jogos

    reduzidos.

    Em relao a observao dos adversrios procurou-se que fosse feita

    sempre das duas formas, observao direta (in loco) e indireta (em vdeo).

    Observava-se um jogo in loco e normalmente um ou dois em vdeo consoante a

    necessidade. Apesar de haver um conhecimento prvio das equipas era

    importante ser feita uma caracterizao mais aprofundada sobre cada

    adversrio. Era elaborado um relatrio de cada adversrio para ser entregue ao

    treinador para posteriormente ser feita uma anlise. Com base nisso eram

    montadas apresentaes com recurso a texto, imagem e vdeo com as

    informaes consideradas pertinentes a serem mostradas aos jogadores.

    2.1.3 Fundamentao cientfica

    O Futebol um jogo desportivo coletivo (JDC), que ocorre num contexto

    de elevada variabilidade, imprevisibilidade e aleatoriedade, no qual as equipas

    em confronto, disputando objetivos comuns, lutam para gerir em proveito prprio,

    o tempo e o espao, realizando, em cada momento, aes reversveis de sinal

    contrrio (ataque - defesa) aliceradas em relaes de oposio -

    cooperao (Garganta, 1997).

    Numa equipa de futebol de alto rendimento, em que se procura

    constantemente a coeso e a organizao coletiva que permitem atingir os

    objetivos, requer a formao de uma identidade prpria na sua forma de jogar

    atravs de um modelo de jogo.

    A construo de um Modelo de Jogo um processo complexo que visa

    estabelecer um conjunto de orientaes, ideias e regras organizacionais de uma

    equipa, com o objetivo de a preparar para reagir variedade de situaes que

    surgem durante a competio (Lucas & Garganta, 2002, cit. in. Azevedo, 2011).

    Todos os fatores de rendimento, no s o ttico, foram associados ao

    processo de treino, dada a importncia que cada um tem na forma de jogar da

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    10

    equipa. Frade, V. citado por Rocha (2000) acrescenta que o ttico no fsico,

    tcnico, psicolgico, nem estratgico, mas precisa dos quatro para se manifestar.

    Nesse comprimento, ao longo de toda a poca a equipa tcnica procurou

    trabalhar o fator psicolgico de uma forma especial, visto ser um meio

    preponderante para atingir o sucesso. O espirito de equipa e a unio de grupo

    foram a base do sucesso.

    Sou um grande defensor do espirito de equipa. Olharei para todos os

    meus jogadores de maneira igual, porque os trofeus so ganhos por equipas

    (Jos Mourinho).

    no treino tao importante trabalhar a fora, a agilidade, a velocidade, a

    destreza, a tcnica, etc., como o controlo da ansiedade, a ateno e a

    concentrao, a imaginao, a autoconfiana, o espirito de coeso(Jos Neto,

    1999)

    Outro dos aspetos fundamentais do futebol atual , sem dvida, o

    Scouting, em todas as suas vertentes, ou seja, na anlise de jogo (coletiva e

    individual) e na prospeo. Foi um propsito da equipa tcnica procurar

    aumentar os conhecimentos acerca desta matria.

    Segundo Manuel Machado, na sua entrevista a Nuno Ventura (2013), Na

    atualidade do desporto de rendimento, e no futebol em particular, o Scouting tem

    vindo progressivamente a ocupar um espao de cada vez maior importncia.

    Segundo Neto, J. (2008) A observao e anlise do jogo torna-se, ento,

    um instrumento indispensvel na avaliao e conhecimento do rendimento em

    futebol. , pois, de grande importncia, a procura de um saber mais profundo da

    modalidade e do prprio jogo para uma interveno tcnico-pedaggica do

    treinador.

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    2.2 Anlise do envolvimento

    2.2.1 Regio e envolvimento

    Guimares uma cidade portuguesa situada no Distrito de Braga, regio

    Norte e sub-regio do Ave (uma das sub-regies mais industrializadas do pas),

    com uma populao de 52 181 habitantes, repartidos por uma malha urbana de

    23,5 km, em 20 freguesias e com uma densidade populacional de 2 223,9

    hab/km.4

    Moreira de Cnegos uma freguesia portuguesa do concelho de

    Guimares, com 4,72 km de rea, 4 853 habitantes (2011) e com uma

    densidade populacional de 1 028,2 hab/km.

    Foi elevada a vila pela lei n. 67/95 de 30 de Agosto de 1995.

    2.2.2 Moreirense Futebol Clube

    O Moreirense Futebol Clube um dos principais clubes de futebol de

    Guimares, visto ser o nico pertencente a uma freguesia do concelho a atuar nos

    campeonatos profissionais de futebol. Conta nos ltimos anos com varias presenas

    na 1 Diviso.

    Imagem II Bandeira da freguesia de Moreira de Cnegos

    Imagem I Braso da freguesia de Moreira de Cnegos

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    Foi a 1 de novembro de 1938, atravs de um grupo de trabalhadores da txtil

    Cuca, que foi oficialmente fundado o Moreirense Foot-Ball Clube, tendo nesse

    mesmo ano se filiado na Associao de Futebol de Braga. Contudo s duraram

    quatro anos de competies at o clube entrar num sono profundo de quase trs

    dcadas, tendo, ainda assim, Domingos Silva inscrito todos os anos a equipa

    mesmo no havendo atividade. Tudo isto devido ao facto de o campo onde se

    efetuavam os jogos ter sido alugado, tendo deixado de haver condies para o

    utilizar.

    Depois de um longo hiato, o Moreirense foi, assim, reativado na poca de

    1970/71, passando a atuar no Campo das Vinhas. Ainda na mesma dcada assiste-

    se a mudana de casa para o Comendador Joaquim de Almeida Freitas onde se

    verificou na poca de 1978/79 a primeira subida aos campeonatos nacionais.

    considerado um clube pequeno no panorama nacional mas que,

    aproximadamente, na ltima dcada conta com quatro presenas no escalo

    mximo do futebol portugus, estando garantida mais uma na prxima poca,

    conquistada no decorrer do estgio curricular. Tem sido ultimamente notabilizado

    pela simpatia e boa recetividade, tendo j conquistado por trs vezes o premio de

    fair-play, atribudo no final de cada poca.

    Imagem III Smbolo do Moreirense Futebol Clube

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    2.2.3 Local de atividade

    Parque Desportivo Comendador Joaquim de Almeida Freitas

    O Parque Desportivo Comendador Joaquim de Almeida Freitas o estdio de

    futebol do Moreirense Futebol Clube. As atuais infraestruturas foram inauguradas a

    20 de outubro de 2002 e com capacidade para 9000 espectadores depois de terem

    sofrido algumas remodelaes desde o meio da dcada de 70, altura em que se

    mudaram para o atual local de atividades. Cinco meses depois, a 24 de Fevereiro de

    2003, inaugurada a iluminao artificial com o primeiro jogo realizado noite com

    o Sporting. Iluminao essa, cedida pela Cmara de Guimares, viajando

    diretamente do estdio D. Afonso Henriques, casa do vizinho Vitoria SC.

    Imagem IV Parque Desportivo Comendador Joaquim de Almeida Freitas

    No exterior do seu estdio o Moreirense FC conta tambm com dois relvados

    sintticos, fazendo face as necessidades de um clube profissional e tambm sua

    formao que extensa.

    Imagem V Relvado sinttico

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    2.2.4 Outras organizaes envolvidas

    Atualmente o Moreirense FC na prtica de futebol abrange todos os escales

    etrios a partir dos 5 anos tendo mesmo mais do que uma equipa em cada escalo,

    obrigando a uma maior flexibilidade na gesto dos espaos. Isso tambm acontece

    na equipa snior quando h necessidade de tratamento do relvado. Nesse sentido

    existe um acordo, dadas as boas relaes, com um clube vizinho, Pevidm SC, no

    sentido de ceder o seu relvado natural para efetuar os treinos. Tambm com as

    mesmas intenes utilizado o relvado da fbrica txtil Pizarro SA, em Brito.

    2.2.5 Recursos disponibilizados e adquiridos

    O Moreirense Futebol Clube possui nos seus locais de atividades condies

    de topo a nvel nacional que fazem face a todas as necessidades inerentes a um

    clube desta dimenso.

    Tabela I Infra estruturas do Moreirense Futebol Clube

    Campos Fut 11 2 Ginsios 1 Balnerios 10

    Relva natural 1 Gabinete Medico 1 Equipa snior 4

    Relva sinttica 1 Enfermaria 2 Camadas jovens 6

    Campos Fut 7 1 Crioterapia 1 Rouparia 2

    Relva sinttica 1 Sauna 1 Auditrio 1

    Jacuzzi 1 Gabinetes tcnicos

    1

    Sala de

    massagens 1

    Com os avanos na tecnologia, principalmente na sade, o departamento

    mdico esteve em constante procura de melhorar os recursos do clube e dot-lo de

    melhores condies, elevando o nvel de exigncia.

  • MESTRADO EM CINCIAS DA EDUCAO FSICA E DESPORTO Especializao em Treino Desportivo

    15

    Relativamente ao material necessrio a cada treino ou jogo o clube sempre

    disponibilizou todos os recursos existentes e necessrios, tendo sido apenas

    necessrio adquirir uma nova cmara de vdeo e suporte para uma mais exata

    anlise.

    Para o tratamento de vdeo, quer da prpria equipa ou dos adversrios, foi

    utilizado o Movie Maker 6.0 para posteriormente ser mostrado equipa no auditrio

    com capacidade para projeo de vdeo.

    2.3 Anlise dos praticantes

    2.3.1 Caracterizao geral dos praticantes

    O Moreirense Futebol Clube apos um poca difcil em que terminou com a

    descida de diviso sentiu desde logo a vontade de regressar ao escalo mximo do

    futebol portugus j nesta poca.

    Atravs de um bom encaixe financeiro pela venda de alguns jogadores

    permitiu ao clube fazer uma aposta forte e certa no plantel e foi desde logo assumida

    a candidatura a subida de diviso.

    Apesar de alteraes cirrgicas ao longo da poca, o plantel do Moreirense

    foi desde logo considerado o mais forte e mais capaz de todos os outros.

    Tabela II Constituio do plantel

  • MESTRADO EM CINCIAS DA EDUCAO FSICA E DESPORTO Especializao em Treino Desportivo

    16

    O plantel foi constitudo na sua maior parte por jogadores de nacionalidade

    portuguesa existindo s mais trs nacionalidades diferentes.

    Tabela III Nacionalidade dos jogadores

    Uma das caractersticas importantes foi haver uma mdia de idades

    equilibrada, havendo bastante experiencia em competio e um conhecimento

    alargado da competio.

    Tabela IV Nmero, mdia de idades, altura e peso dos jogadores

    A equipa tcnica inicial era composta por quatro elementos e mais um que era

    eu. Era composta por elementos com formao acadmica e outros com larga

    experiencia profissional, com funes bem definidas de forma a corresponder s

    exigncias.Com a mudana do treinador foram acrescentados mais dois elementos.

  • MESTRADO EM CINCIAS DA EDUCAO FSICA E DESPORTO Especializao em Treino Desportivo

    17

    Tabela V Identificao da equipa tcnica

    Nome Funo

    Vtor Oliveira Treinador

    Antnio Conceio Treinador

    Leandro Mendes Preparador Fsico

    T ferreira Treinador de GR

    Baltasar Treinador Adjunto

    Costeado Observador

    Armindo Cunha Observador

    2.3.2 Cuidados e necessidades especficas da populao alvo

    No incio da poca foi feita uma avaliao geral a cada atleta de forma a

    verificar a existncia de anomalias que necessitassem de cuidados especiais, tal

    como normal em qualquer clube a este nvel.

    Desde logo o trabalho do dietista foi requisitado para alguns casos especficos

    de jogadores com excesso de peso, tendo sido feitos alguns planos alimentares, e

    tambm para outros que tinham uma alimentao menos correta foram dadas

    algumas recomendaes.

    Aquando dos primeiros treinos foram detetadas trs leses com alguma

    gravidade que condicionaram o trabalho de toda a equipa e consequentemente

    obrigaram a um cuidado redobrado por parte do departamento medico, no s com

    esses casos mas sim com toda a equipa principalmente ao nvel da recuperao

    entre cargas. Nesse sentido foi necessrio criar horrios de uso do ginsio para os

    jogadores serem acompanhados por um profissional da rea de forma a evitar a

    sobrecarga e possveis leses.

  • MESTRADO EM CINCIAS DA EDUCAO FSICA E DESPORTO Especializao em Treino Desportivo

    18

    Sempre que se verificavam leses ligeiras eram elaborados planos

    especficos pelos fisioterapeutas sendo acompanhados por estes ate serem

    entregues ao preparador fsico.

    A metodologia utilizada foi sempre de encontro as necessidades da equipa

    procurando potenciar ao mximo as capacidades dos jogadores de forma a obter o

    sucesso imediato, visto ser essa a aposta para a poca. Foi tambm possvel

    integrar alguns jogadores da formao do clube durante os treinos de forma a

    perspetivar algum futuro.

    Como normal num grupo de pessoas com gostos, formas de estar, agir e

    pensar diferentes acontecem sempre alguns problemas que prejudicam o jogador

    envolvido como tambm a equipa, e por isso mesmo foi necessrio recorrer a um

    psiclogo para ajudar alguns jogadores de forma a potenciar cada vez mais as suas

    capacidades mantendo as suas mentes limpas. Tambm na parte final da poca foi

    solicitada a ajuda de um psiclogo desportivo, amigo, em que com varias conversas

    que teve com o plantel e com a mostragem de imagens e vdeos foi conseguida uma

    melhoria significativa na performance e consequentemente nos resultados como era

    o pretendido.

    Para finalizar, referir que apenas quatro jogadores transitaram da ultima

    poca o que torna o plantel praticamente novo e desconhecido e, por isso, exigiu

    ainda mais das pessoas que faziam parte da estrutura.

    2.3.3 Recrutamento da populao-alvo

    Com base no insucesso do ano transato com a descida de diviso e com a

    venda de alguns ativos o clube decidiu fazer uma aposta forte em todos os setores

    de forma a atingir de novo o escalo mximo do futebol nacional.

    Ento, assim, a direo no s contratou uma equipa tcnica forte e

    conhecedora da realidade do campeonato a disputar como tambm no se privou de

    abrir os cordes a bolsa e reforou todo o plantel com jogadores de larga

    experiencia nacional e outros com grande potencial de futuro. Foi feita uma aposta

  • MESTRADO EM CINCIAS DA EDUCAO FSICA E DESPORTO Especializao em Treino Desportivo

    19

    forte no produto nacional, sendo o plantel constitudo em grande parte por jogadores

    portugueses.

    Durante a poca foram feitos alguns reajustes, no s na equipa mas tambm

    no departamento mdico de forma a fazer frente as exigncias, dotando o clube de

    todas as condies necessrias para o sucesso. Na reabertura do mercado foi ento

    acrescentado mais um fisioterapeuta a equipa e um nico jogador, entrando no

    clube por emprstimo de um outro.

    2.3.4 Formas de avaliao da populao-alvo

    Como ponto de partida, no incio de poca, foram feitas avaliaes fsicas no

    sentido de obter informaes exatas para posteriormente serem feitos planos

    individuais de preveno de leses ou melhoria da capacidade.

    Aps uma caracterizao antropomtrica, foram registados os valores do

    peso, IMC, % de gordura corporal, % de gua, massa muscular e o ndice de

    metabolismo basal. Atravs da prova de esforo foi registada a frequncia cardaca.

    Foi feita tambm uma avaliao exaustiva na procura de fatores indicativos de

    leso. Nos jogadores que fossem encontrados desequilbrios ou aqueles que o

    departamento mdico achasse necessrio, por antecedentes de leso, eram feitos

    os testes Iso cinticos de fora muscular.

    Ao longo de toda a poca, semanalmente foram registados os valores do

    peso e da % de gordura corporal e mensalmente foi controlada a concentrao de

    urina para saber se os jogadores estavam hidratados.

    Foram mantidas tambm conversas dirias com os jogadores para que

    houvesse um acompanhamento prximo acerca do estado de espirito de cada um.

    Foi dada uma ateno especial ao nvel psicolgico, considerado fundamental.

    Em termos tcnico-tticos e para que houvesse uma evoluo na forma de

    jogar da equipa foi constantemente feita uma anlise de treinos e jogos de forma a

    verificar a existncia de comportamentos corrigveis em treino.

  • MESTRADO EM CINCIAS DA EDUCAO FSICA E DESPORTO Especializao em Treino Desportivo

    20

    No final de cada semana de trabalho para efetuar a seleo dos jogadores

    eram tidos em conta todos estes fatores, contudo, as caractersticas do jogo e as

    exigncias do adversrio eram tambm tidas em considerao nas escolhas.

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    21

    3 Definio de objetivos

    3.1 Objetivos da interveno profissional

    Quando se realiza um estgio curricular o objetivo principal ser a mudana

    da teoria para a prtica, juntando todos os conhecimentos adquiridos ao longo da

    formao acadmica para uma melhor adaptao no terreno.

    Outro dos objetivos passa por a constante aquisio de conhecimentos, no

    s do tipo tcnico-ttico, fsico ou estratgico, mas tambm o acompanhamento de

    uma equipa profissional, todo o seu envolvimento, o contacto com pessoas

    importantes no mundo futebolstico que ficaro para sempre marcadas no nosso

    trajeto e a relao com os jogadores que considero fundamental.

    Desde incio ficaram bem definidos os objetivos a cumprir por mim para com a

    equipa, sendo eles um contributo no controlo do treino da equipa e a observao

    dos jogos, atravs de filmagens, para posteriormente serem entregues a equipa

    tcnica.

    Foi objetivo imposto por mim, que queria estar prximo e criar uma relao

    forte com os jogadores de forma a conquistar a confiana deles para poder dar

    conselhos e ter todo o tipo de conversas.

    3.2 Objetivos a atingir com a populao-alvo

    Tal como referido no ponto anterior os meus objetivos para com a populao-

    alvo ficaram bem definidos relativamente a forma como iriam ser desenvolvidos.

    Relativamente ao controlo do treino foi exigido um acompanhamento prximo

    de acordo com a exigncia do clube em relao aos seus objetivos para a poca.

    Era sempre feita uma anlise apos cada treino para detetar possveis debilidades na

    performance da equipa que pudessem posteriormente ser corrigidas em treino.

    Relativamente s observaes feitas atravs de filmagens dos jogos, eram

    efetuadas logo apos o trmino do jogo pela equipa tcnica para que a primeira

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    anlise publica fosse o mais prxima da realidade. Durante a semana essas

    imagens eram aproveitadas para serem mostradas aos jogadores com o propsito

    de corrigir erros e melhorar o rendimento.

    Em relao observao dos adversrios eram recolhidos vdeos, atravs da

    partilha entre os clubes, e analisados pela equipa tcnica de forma minuciosa para

    que quando fosse passada a mensagem aos jogadores, ela fosse o mais correta e

    eficaz possvel.

    Como era sabido o clube definiu como prioridade a subida de diviso, e

    obrigatoriamente a exigncia no trabalho era mxima o que fez com que houvesse

    um comprometimento serio de todas as partes para ser possvel alcanar o objetivo.

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    4 Resultados dos contedos e estratgias de interveno

    profissional

    4.1 Contactos desenvolvidos

    Desde o incio e durante toda a poca foram feitos contactos com equipas,

    nomeadamente do escalo inferior, no sentido de se efetuarem jogos-treino para

    manter o ritmo competitivo de todo o plantel, mas tambm com vista em jogadores

    com potencial que pudessem interessar ao clube no futuro.

    Acerca da anlise dos adversrios foram feitos contactos com as restantes

    equipas do campeonato no sentido de haver uma maior partilha de vdeos dos jogos,

    saindo toda a gente beneficiada dessa troca. As anlises eram assim mais

    assertivas e posteriormente a mensagem passada aos jogadores era feita de forma

    mais convicta.

    A nvel pessoal, procurei sempre estar perto de todas as pessoas das

    diferentes reas de interveno, criando boas relaes mas principalmente de me

    informar e dotar de um nvel maior de conhecimento. No s dentro do clube mas

    fora dele procurei a partilha de experiencias, com profissionais da rea do desporto,

    com pessoas que mesmo sem formao tem a experiencia da pratica, com amigos

    que na mesma altura se encontravam a realizar o seu estagio curricular e tambm

    com pessoas amigas da rea da informtica que cada vez mais esta inserida no

    mundo desportivo.

    A curiosidade e a busca constante de experiencias, informaes e

    conhecimentos fazem de mim hoje uma pessoa mais capaz, sabendo, no entanto,

    que no me posso desviar desta forma de ser e de pensar.

    4.2 Desenvolvimento do programa

    Iniciar o estgio curricular numa equipa profissional bem organizada, com

    objetivos bem definidos e um grau elevado de exigncia no foi numa fase inicial de

    todo simples e foi preciso algum tempo de adaptao. Sendo curioso e questionando

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    sem receio foram-se aos poucos juntando informaes para que surgissem ideias de

    que forma eu poderia ajudar e ser uma mais-valia.

    Como j foi referido antes, a equipa tcnica j era formada por elementos com

    funes bem definidas e foi pelo interesse demonstrado em realizar qualquer tarefa

    que me coube realizar as filmagens de todos os jogos da equipa, incluindo jogos-

    treino e conferncias de imprensa. Era uma rea para a qual eu no me sentia

    confortvel mas a partir do momento que aceitei exigiu de mim um

    comprometimento tal, que tive a necessidade de procurar pessoas da rea para

    recolher informaes pormenorizadas e praticar para que o trabalho fosse bem feito.

    Relativamente ao controlo do treino, a minha parte era como auxlio a

    qualquer situao que ocorresse. A nica voz ativa de orientao do treino era feita

    pelo Mister Vtor Oliveira, na altura, ficando os restante adjuntos e eu includo como

    apoio, quer de material, quer de feedbacks de situaes especficas.

    Antes e apos os treinos, nos momentos de mais relaxe tanto eu como os

    adjuntos mantnhamos conversas com os jogadores de forma a criar relaes de

    confiana e harmonia entre todos.

    medida que a poca vai avanando vai ao mesmo tempo se conhecendo

    melhor as pessoas e criando uma relao de respeito e amizade, na medida em que

    dizemos com mais convico as nossas opinies e elas so ouvidas e tidas em

    considerao.

    Concluindo, o Moreirense como clube organizado que e todas as pessoas

    que para ele trabalham deram-me todas as condies para que pudesse

    desenvolver um trabalho que fosse de acordo com as exigncias prprias do clube e

    do profissionalismo da modalidade.

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    4.3 Promoo do programa

    Ao longo de toda a poca no foi possvel definir um microciclo padro devido

    ao elevado nmero de jogos que a equipa teve de efetuar em curtos perodos, e por

    isso existiram trs planos diferentes, um para cada altura da poca.

    Tabela VI Microciclo pr-poca

    2 Feira 3 Feira 4 Feira 5 Feira 6 Feira Sbado Domingo

    Manh Treino Treino Treino Treino Treino Jogo

    Tarde Treino Treino Treino

    Durante a pr-epoca os treinos eram dirios, em dois dias da semana eram

    bi-dirios normalmente na 4 e 6 feira podendo ser por vezes alterados os dias. A

    semana terminava com jogo ou folga consoante a altura da pr-epoca.

    Tabela VII Microciclo (2 jogos semanais)

    2 Feira 3 Feira 4 Feira 5 Feira 6 Feira Sbado Domingo

    Manh Treino Jogo Treino Treino Jogo

    Tarde Treino Treino

    Na altura da poca em que a equipa tinha constantemente dois jogos

    semanais, no existiam folgas e os treinos baixavam de durao e eram

    essencialmente de recuperao e preparao para o jogo.

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    Tabela VIII Microciclo (1 jogo semanal)

    2 Feira 3 Feira 4 Feira 5 Feira 6 Feira Sbado Domingo

    Manh Treino Folga Treino Treino Jogo

    Tarde Treino Treino

    No ltimo tero do campeonato em que s havia um jogo semanal passou a

    existir sempre uma folga semanal, tera-feira, e nos restantes dias alternando os

    treinos entre manha e tarde concluindo com o jogo ao Domingo.

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    5 Processo de avaliao e controlo

    5.1 Avaliao do cumprimento de objetivos

    A minha integrao no clube foi feita de forma gradual, passando numa fase

    inicial por uma integrao numa estrutura que j estava montada e que se tornou

    ainda mais difcil, para mais tarde, com dedicao e esforo, ganhar a confiana de

    todos com empenho e boa disposio. Fazer a mudana total, em que num ano

    passo de jogador amador para um estgio curricular numa equipa profissional,

    obrigou a acelerar o meu processo de aprendizagem e adaptao a um nvel

    bastante superior, profissional, que caracterizado pela exigncia e

    responsabilidade no trabalho. Esta integrao foi-me sendo facilitada pela abertura

    por parte do treinador principal e restante equipa tcnica para debater opinies e

    ideias. Atravs da alegria e boa disposio que os caracterizava tornou-se mais fcil

    a adaptao. De uma forma geral as dificuldades foram sendo ultrapassadas e este

    estgio curricular foi bastante proveitoso acrescentando mais conhecimentos e

    principalmente fazendo a transio da teoria para a prtica.

    Em relao aos objetivos coletivos, estes foram totalmente conseguidos, visto

    que, a subida de diviso que estava definida como prioridade desde o inicio foi

    atingida acrescentando ainda o titulo de campeo da II Liga. Foi um processo longo

    e difcil em que apesar de algumas mudanas e desconfianas pelo caminho, a

    equipa nunca se desviou da sua meta e manteve-se sempre em lugares de subida

    na tabela classificativa. Em relao a Taa de Portugal, o clube deixou para segundo

    plano e nunca colocou metas a atingir nesta competio, sendo o Moreirense

    eliminado na 3 eliminatria pelo Estoril, a quarta melhor equipa do escalo mximo

    de futebol na presente poca. Tudo isto permitiu uma maior valorizao dos seus

    ativos, principalmente os jogadores jovens com bastante potencial que aumentaram

    a sua capacidade.

    Relativamente aos objetivos individuais, estou certo que foram atingidos, na

    medida em que aquilo que me foi proposto foi sempre feito da melhor forma

    possvel. Desde que me deram uma tarefa a realizar fui-me apercebendo da

    responsabilidade que tinha em fazer bem sem falhar. Isto tornou-me mais capaz e

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    pronto para novas coisas. Uma das curiosidades e algum receio, admito, que tinha

    era fazer a transio da teoria, os conhecimentos que adquiri no mestrado e em toda

    a formao, para a prtica, um clube de grande dimenso, com uma estrutura

    profissional bem organizada e com objetivos bem definidos.

    Em concluso, sinto-me realizado com aquilo que aprendi, que fiz, que pude

    partilhar e que certamente me tornou mais apto e capaz de poder olhar para o futuro

    de outra forma.

    5.2 Avaliao do programa

    Em forma de avaliao, e j anteriormente referido, todo o conhecimento

    adquirido durante o mestrado a nvel terico foi fundamental para uma maior

    integrao na parte pratica, que todos os dias nos apresenta novas situaes e

    novas experiencias. Foi assim um ano bastante enriquecedor e proveitoso que me

    permitiu adquirir novos conhecimentos.

    Em relao as observaes atravs das filmagens sinto que explorei um

    campo que me era desconhecido mas que se tornou bastante til, no s para a

    equipa como para futuros trabalhos. Ao longo do estgio o meu envolvimento foi

    cada vez maior, nas tarefas a desenvolver e na relao com os jogadores que foi

    fantstica, por isso mesmo a este nvel sinto-me bastante realizado.

    fundamental referir a importncia que o treinador principal teve na

    maturao das minhas ideias e opinies mas principalmente ao nvel da relao com

    os jogadores, a capacidade de liderana demonstrada foi a caracterstica com que

    mais se notabilizou e me fez estar sempre por perto.

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    6 Concluses e recomendaes

    Este estgio curricular resultou na passagem da teoria para a pratica, todo o

    conhecimento adquirido ao longo da minha formao acadmica foi possvel aplica-

    lo no terreno, num clube com uma grande estrutura e com elevadas ambies. Estar

    inserido num clube com um largo currculo no futebol nacional deu-me ainda mais a

    possibilidade de obter novas experincias e tornar-me mais capaz e competente.

    Ter a possibilidade de trabalhar num clube como o Moreirense Futebol Clube,

    partilhando conhecimentos e experiencias com pessoas profissionalizadas, em que

    o nvel de exigncia mximo e a margem de erro tem de ser mnima, faz de mim

    hoje uma pessoa com outra viso sobre o mundo futebolstico, mas principalmente,

    uma pessoa mais madura que encara as situaes com mais seriedade.

    Outra concluso que no podia deixar de referir, foi a oportunidade que o

    Mister Vtor Oliveira me deu de poder integrar a sua equipa tcnica e por todos os

    conselhos que me foi dando. Uma pessoa com um percurso profissional de

    excelncia, ao nvel dos melhores, e como ser humano uma pessoa fantstica que

    procura sempre o bem-estar entre todos.

    Em relao aos objetivos pessoais, concluo que atingi todos a que me tinha

    proposto, principalmente na adaptao a uma realidade diferente, num nvel mximo

    de exigncia, Tudo foi ainda mais saboroso com a obteno da subida de diviso

    como campeo nacional.

    Apesar de todos os esforos, com grandes investimentos na nossa formao,

    triste sabermos a atual situao da formao de treinadores, estando sempre

    presente a incerteza em relao ao nosso futuro como treinadores certificados.

    Em concluso final, apesar de tudo isto, o sonho comanda a vida, e esta

    experiencia s me deu ainda mais vontade e prazer em fazer aquilo com que

    sempre sonhei, ser treinador de futebol.

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    Referncias Bibliogrficas

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    humano!... (Do autor ed.). Paos de Ferreira.

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    Ferreira: Edio dos Autores.

    Ventura, N. (2013). Observar para Ganhar. (2 ed.): Prime Books.

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    Anexos