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Relatório do Trabalho Prático-Laboratorial Nº 2
Projecto de um Controlador Digital
de Semáforos
Sistemas Digitais II
Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de
Computadores
Junho de 2013
Grupo 2
Filipe Fontes Nº6142 João Figueiredo Nº5424
Eng. Electrotécnica e de Computadores – Sistemas Digitais II – 2012/2013 Relatório 2
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Resumo
O projecto proposto consiste na construção de um controlador digital de semáforos,
cujo processo ocorre desde a concepção da máquina de estados, passando pela extracção de
equações, pelo desenho e simulação do circuito e posterior simplificação até à implementação
física e projecção de uma PCI para o efeito.
Após a análise profunda do problema enunciado começou por abordar-se e desenhar-
se uma máquina de estados que correspondesse ao problema.
Posto isto, o desenho da tabela de verdade correspondente e extracção posterior de equações
não causou qualquer questão uma vez que a máquina de estados estaria bem concebida.
Seguidamente a simulação inicial tendo em conta as extracções das equações revelou-
se bastante complexo e como era pretendida uma simplificação do mesmo de modo a reduzir
custos e o tamanho da PCI chegou-se à conclusão que através de um multiplexer seria possível
simplificar significativamente o circuito, diminuindo o número de circuitos integrados a utilizar.
Obteve-se um circuito mais simples e igualmente de funcionalidade total.
A montagem física do circuito através da breadboard suscitou problemas no seu
funcionamento, tendo sido analisado e refeito diversas formas com componentes diferentes,
dando sempre o mesmo erro pelo que foi possível aferir que se deveu a questões externas que
afectam o perfeito desempenho de um circuito electrónico.
A projecção final da PCI não suscitou questões de maior, tendo estas surgido apenas
nos cálculos de dimensionamento das pistas, problema que rapidamente foi solucionado.
No decorrer da leitura do relatório será possível verificar a abordagem aprofundada a
estas questões através da exposição dos cálculos, tabelas, imagens que elucidam, de forma
decisiva, o leitor para todos os passos realizados e os resultados obtidos através dos mesmos.
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Índice
Resumo .......................................................................................................................................... 1
Índice de Figuras ........................................................................................................................... 3
Índice de Tabelas ........................................................................................................................... 4
1 Introdução ............................................................................................................................. 5
2 Descrição Técnica .................................................................................................................. 8
2.1 Abordagem inicial .......................................................................................................... 8
2.1.1 Processo de simulação do circuito ...................................................................... 10
2.2.2 Projecção da PCI……………………………………………………………………………………………..15
3 Conclusões........................................................................................................................... 18
4 Referências Bibliográficas ................................................................................................... 19
Eng. Electrotécnica e de Computadores – Sistemas Digitais II – 2012/2013 Relatório 2
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Índice de Figuras
Fig. 1 – Diagrama de blocos do controlador de semáforos. 6
Fig. 2 – diagrama de blocos do sistema a desenvolver. 6
Fig.3 – Máquina de estados desenvolvida para o projecto. 8
fig 4 - sim opçao 1 10
fig 5 - sim opçao 2 com prescaler 11
Fig.6- Simulação do primeiro circuito projectado 12
Fig. 7 - Simulação do circuito com multiplexer 14
Fig.8 – Simulação do circuito simplificado 15
Fig.9 – Montagem física do circuito projectado 16
Fig.10 – Datasheet BC558 17
Fig.11 – Esquemático do desenho da PCI 17
Fig.11 –Projecção em 3D da PCI 18
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Índice de Tabelas
Tabela 1 – tabela de verdade
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1 Introdução
Este trabalho prático consiste no desenvolvimento de um circuito digital para controlar
dois semáforos, sendo um para peões e outro para automóveis. O objectivo dos semáforos é
garantir a passagem das pessoas de forma segura obrigando os veículos que circulem a uma
velocidade superior a 50Km/h a efectuarem uma paragem. A circulação dos veículos dá-se
apenas num sentido e o funcionamento dos semáforos ocorre da seguinte forma:
- Com a luz verde do semáforo dos veículos acesa, o semáforo dos peões fica vermelho.
- Quando um peão pressiona o botão junto do semáforo dos peões ou quando há excesso de
velocidade (50Km/h) por parte de um veículo, o semáforo dos automóveis comuta para
amarelo, onde fica dois segundos, ficando o semáforo dos peões vermelho como
anteriormente.
- Passados dois segundos, o semáforo dos veículos comuta para vermelho, sendo que desta
vez o semáforo dos peões também sofre uma comutação para verde, permanecendo verde
durante oito segundos.
- Volvidos os oito segundos, o semáforo dos peões comuta para vermelho e, por sua vez, o
semáforo dos veículos comuta para verde como no início.
Para a implementação do circuito digital pretendido é necessário ter em consideração
que esta se restringe a circuitos integrados da série 74 do tipo SSI (Small Scale Integration) e
MSI (Medium Scale Integration), sem que seja de todo permitida a utilização de
microcontroladores e de dispositivos lógicos programáveis.
Quanto à estrutura do circuito no que concerne entradas e saídas, este possuirá duas
entradas P e R que correspondem ao botão de pressão dos peões e à saída do medidor de
velocidade por radar. As saídas correspondem às lâmpadas dos semáforos dos peões, sendo
RP (vermelho) e GP (Verde), sendo as lâmpadas dos semáforos dos veículos, RA (vermelho), YA
(amarelo) e GA (verde), tal com o esquema apresentado abaixo indica.
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Fig. 1 – Diagrama de blocos do controlador de semáforos.
Concluído este processo e após a montagem física do circuito para a realização dos
testes necessários é pretendida a construção de uma PCI (Placa de Circuito Impresso) com
dupla face, tecnologia de montagem superficial de modo a comportar o controlador digital,
circuito de relógio, circuito de alimentação e as interfaces de entrada e saída projectados
anteriormente. A PCI deverá ser desenhada através de ferramentas CAD (Computer Aided
Design) segundo as características anunciadas seguidamente.
A entrada da placa será de +12V (CC) de modo a permitir a alimentação de todo o
circuito, pelo que será necessário um regulador de tensão, 7805, para que a tensão fornecida
ao controlador digital seja de +5V (CC). O interface de saída, baseado em relés uma vez que as
saídas do controlador digital serão ligadas, uma a uma, relés através de transístores. A PCI irá,
também, possuir um bloco de dois terminais para a alimentação e outro bloco de dois
terminais para as entradas. Para as cinco saídas utilizar-se-ão cinco blocos com dois terminais
cada como indica o diagrama de blocos abaixo.
Fig. 2 – diagrama de blocos do sistema a desenvolver.
Existem, no entanto, mais considerações a ter na projecção da PCI, entre as quais, que
esta deverá ter o menor tamanho possível. Posto isto, será necessário colocar os componentes
electrónicos em ambas as faces de modo a promover uma melhor organização espacial. O
software de CAD a utilizar é o Design Spark.
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Resta colocar outras considerações relativas à PCI impostas pelo próprio processo de
fabrico, sendo os componentes SMD (montagem superficial), excepto os relés, conectores e
blocos terminais que serão through-hole e o processo de soldadura será efectuado por reflow.
- O formato será rectangular ou quadrado;
- A placa será de dupla face (double-sided);
- A espessura da camada de cobre será de 1oz;
- O tipo de substrato a utilizar é o FR-4 cuja permissividade relativa é de 4,70;
- A espessura do substrato será de 0,30mm;
- Os furos serão banhados a cobre com a espessura de 1mil e largura mínima de 3mil;
- A largura mínima da pista será de 3mil;
- O espaçamento mínimo entre pistas será de 3mil;
Através da descrição técnica serão descritos todos os processos realizados, assim como
todos os cálculos efectuados, acções de pesquisa e explicações que se considerem oportunas e
proveitosas à realização do trabalho prático em questão.
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2 Descrição Técnica
2.1 Abordagem inicial
Após a leitura e análise aprofundada do enunciado iniciou-se o desenvolvimento
efectivo do trabalho. Inicialmente, foi necessária a construção de uma máquina de estados,
seguida da respectiva tabela e mapas de Karnaugh de modo a retirar as equações de estado
simplificadas.
Fig.3 – Máquina de estados desenvolvida para o projecto.
Posto isto, executou-se a tabela que se segue de transições de estados para extrair as
equações de saída para os flip-flops do tipo D utilizados, sendo os sublinhados
correspondentes às negações.
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Q1 Q0 R P T1 T2 Q1 Q0 RP GP RA YA GA
0 0
0 0
P.R P+R
X X
X X
0 0
0 1
0 1 1 1 0
0 0
1 1
X X
X X
1 0
X X
1 0
0 1
0 1 1 0 1
1 1
0 0
X X
X X
X X
1 0
0 1
0 0
1 0 0 1 1
1 1 X X X X 0 0 X X X X X
Tabela 1- Tabela de verdade
Seguidamente, foi necessário extrair as expressões de saída através dos mapas de Karnaugh:
Equações extraídas:
Q1*=(Q1|*Q0*T1)+(Q1*Q0|*T2|)
RP=Q1
GP=Q1|+Q0
RA=Q1|+Q0
GA=Q1+Q0
O0*=((Q1| *Q0|)*(P+R)) *(Q1|*Q0)*T1|)
Para a análise do problema em questão foi necessário abordar duas condições
distintas que serão descritas e apresentadas abaixo. A primeira, em que o circuito ficou
complexo, com demasiados integrados mas totalmente funcional e a segunda, em que o
circuito ficou completamente simplificado.
Todo este processo foi fundamental para cumprir um requisito bastante importante do
enunciado que consistia na necessidade de redução dos circuitos integrados utilizados de
modo a que os custos fossem menos elevados na sua montagem posterior quer em
breadboard, quer na PCI.
\Q1 QO
0 1
0 0 1
1 0 X
\Q1 QO
0 1
0 1 0
1 1 X
\Q1 QO
0 1
0 1 0
1 1 X
\Q1 QO
0 1
0 0 1
1 1 X
\Q1 QO
0 1
0 1 1
1 0 X
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2.1.1 Processo de simulação do circuito
Será, nesta fase, projectada e dimensionada a simulação do circuito a implementar
fisicamente.
Em primeiro lugar projectou-se o sinal de relógio a aplicar ao circuito através do Circuito
Integrado NE555.
O circuito de relógio terá como finalidade fornecer um sinal de relógio (clock) ao
contador binário de quatro bits de modo a que a contagem seja efectuada de acordo com os
segundos necessários para as diferentes etapas de funcionamento.
Como tal, para a implementação do circuito de relógio existem duas formas distintas
de aplicação, sendo uma através de dois circuitos integrados NE555 e a outra através de um
prescaler.
Para a primeira opção utilizaram-se os circuitos integrados 74ls163, o NE555, o 74ls00
e, por fim, o 74ls04. Através da configuração pretendida para o timer NE555 foi possível obter
uma frequência de 1Hz. Sendo assim, o contador binário de 4 bits, 74ls163, incrementa a cada
segundo. A contagem dos dois segundos iniciais e dos oito segundos posteriores é feita através
da utilização de todos os bits, excepto o bit mais significativo. Sendo assim, os dois segundos
iniciais mais os oito segundos
posteriores perfazem dez
segundos no total. No entanto,
como na tabela de verdade o
numero dois e o dez em binário
são iguais a 010, utilizando o
circuito integrado 74ls04, nega-se
os dois bits dos extremos e, de
seguida, através do 74ls11 obter-
se-á um nível lógico alto quando todas as entradas forem 1, ou seja, quando corresponderem
aos segundos dois e dez, uma vez que o circuito 74ls04 se trata de uma porta AND. Para
efectuar o reset ao contador e aos flip-flops convém que o mesmo seja feito em simultâneo
para que não ocorra qualquer mistura entre os dados. Posto isto, como convém fazer reset
quando a contagem chegar a dez, através do bit mais significativo e da saída do 74ls11 aplica-
se o circuito integrado 74ls00 de modo a devolver o nível lógico 0 quando as entradas
Fig.4 - Simulação da Opção 1
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estiverem no nível lógico alto, uma vez que o bit mais significativo quando a contagem estiver
nos dez segundos apresenta o nível lógico 1 e com o nível lógico 1 da saída do 74ls11 será
possível obter o resultado pretendido.
Por outro lado, no que concerne a segunda opção, para o circuito de relógio utilizou-se
um prescaler de modo a dividir a frequência de 16Hz obtida através da configuração do NE555.
Como o contador binário de 4bits também se comporta como um divisor de frequência, ou
seja, para o bit menos significativo a frequência será dividida por um, para o bit seguinte será
dividida por quatro, no seguinte por oito e, por fim, no bit mais significativo será dividida por
16. Como tal, as frequências obtidas pelo 74ls163 serão de 16Hz, 4Hz,2Hz e 1Hz. Logo, a
frequência de 1Hz será ligada no clock de outro circuito integrado 74ls163, sendo a frequência
de 2Hz ligada aos clock dos flip-flops. A contagem dos dois e dez segundos será feita da mesma
forma enunciada na primeira opção, sendo de referir também que a saída do circuito
integrado 74ls00 deverá ser ligada ao segundo contador binário de 4bits tal como a figura
seguinte indica.
Apesar das duas opções serem viáveis, para a implementação do circuito dos semáforos foi
utilizada a primeira opção já que o seu nível de consumo em potência é muito mais favorável
em relação à segunda opção uma vez que o 74ls163 necessita de 92,5mW de potência dada a
sua complexidade. Além de que é importante referir que a primeira opção necessita de mais
condensadores em relação à segunda pelo que se decidiu usar um condensador through-hole
em vez de em SMD, uma vez que estes são mais susceptíveis a avarias e o processo
seleccionado teve em conta a acessibilidade no seu processo de substituição se necessário.
Fig. 5 – circuito de relógio com prescaler
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Segue-se a implementação do circuito ainda sem simplificações através da simulação no
Software Multisim.
Fig.6- Simulação do primeiro circuito projectado
Apesar de ser totalmente funcional, esta implementação é bastante complexa e não
seria de todo a melhor para implementar em meio físico numa breadboard. Dada a
complexidade do circuito simulado na primeira proposta apresentada, decidiu-se utilizar um
multiplexer de forma a simplificar o circuito. Através da tabela elaborada para a primeira
proposta retiraram-se as entradas precisas para colocar as entradas dos flip-flops ao nível alto,
tanto para D1 como para D2.
As entradas de selecção do multiplexer serão, portanto, conectadas às saídas dos flip-
flops Q0 e Q1. Portanto os
resultados aferidos foram os
seguintes:
D1
Estado Entradas
III – Circuito do multiplexer I Fig. 7 - Simulação do circuito com multiplexer
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00 0
01 T1
10 T2 negado
11 0
D0
Como nota, será importante referir que este pequeno circuito
não trouxe só uma maior simplificação como também a redução do consumo de potência, algo
fundamental no tamanho da PCI que com a primeira proposta seria bastante mais elevada.
Para efectuar os cálculos para a potência consumida, de modo a operarem, por parte de cada
um dos circuitos integrados utilizados aplica-se a expressão P=VCCxICC:
74ls74
NE555
74ls00
74ls04
Estado Entradas
00 P+R
01 T1 negado
10 0
11 0
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Como só são utilizadas três portas lógicas o CI vai ter 6mW de potência consumida. Deste
modo o circuito obtido, também totalmente funcional foi o da imagem que se segue.
Fig.8 – Simulação do circuito simplificado
Segue-se a montagem física do circuito projectado que devido a inúmeros factores,
tais como, defeitos em componentes, problemas nos fios e na breadboard, entre outros
problemas relativos a factores externos o circuito não funcionou correctamente, estando
todas as ligações verificadas e mesmo tendo sido montado de raiz por diversas ocasiões
sempre sem se obter o seu funcionamento correcto. A montagem pode ser verificada na figura
abaixo.
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Fig.9 – Montagem física do circuito projectado
2.1.1- Projecção da Placa de Circuito impresso
A utilização de PCIs, placas de circuito impresso, possui inúmeras vantagens na sua
utilização entre as quais alto nível de repetibilidade, características eléctricas muito
semelhantes, probabilidade de erros entre os quais curto-circuitos ou falha de ligações será
muito menor além de que a reparação dos equipamentos é muito mais simples. A sua base ou
substrato deve ser uma placa fina de material isolante, podendo ser rígida ou flexível,
suportando todos os componentes electrónicos. Os condutores impressos são geralmente em
cobre com elevado grau de pureza, tendo a forma de pistas de diferentes formas e tamanhos
acopladas à base. De modo a retirar cobre e a estabelecer um conjunto de padrões entre as
interligações dos componentes electrónicos existindo para o efeito algumas técnicas para o
efeito entre as quais um processo químico de decapagem do cobre e o desbastamento com
fresadora (CNC).
Existem, também, cuidados a ter com as características eléctricas a ter em conta no
seu fabrico, entre as quais, tem de haver imunidade a interferências causadas por outros
sistemas assim como a não produção de emissões que causem problemas a outros sistemas,
sinais com boa qualidade, tendo portanto, baixo ruído e baixa distorção.
Eng. Electrotécnica e de Computadores – Sistemas Digitais II – 2012/2013 Relatório 2
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A implementação de um relé, muito utilizados para terminais de conexão em PCIs,
funciona do seguinte modo: para o accionamento do relé a corrente proveniente das portas
lógicas é pouca, logo será necessário o auxílio de um transístor em cada saída de modo a
fornecer a corrente necessária ao funcionamento do relé. Como o relé necessita no mínimo de
30mA para accionar as portas lógicas OR, a corrente de saída no estado baixo será de 16mA.
Portanto, o transístor seleccionado para o circuito foi o BC558, que tal como se pode verificar
Fig.10 – Datasheet BC558
na figura seguinte apresenta características que permitem que seja implementado no circuito
e, ao mesmo tempo, trabalhar com folga.
Será também importante referir que a corrente da lâmpada vermelha para os peões
não provém de uma porta OR, mas directamente de uma saída do flip-flop. Esta saída ainda vai
ligar a uma entrada do multiplexer. Sendo assim, é necessário subtrair à corrente do flip-flop à
corrente de entrada no estado baixo do multiplexer. Como o requisito para a largura mínima
das pistas exigia uma largura na ordem dos 0,075mm (3mil), através da fórmula representada
abaixo é possível calcular a corrente que uma pista com a largura mínima anunciada pode
aguentar. Portanto,
(
) (
)
Onde:
h= espessura da camada de cobre(requisitos 35,5 um(1oz))
Wmin=3mil
Eng. Electrotécnica e de Computadores – Sistemas Digitais II – 2012/2013 Relatório 2
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K=0,048(exterior)
∆t=15Cº(
) )
Em suma, a largura mínima da pista aguentará até 425mA, ou seja, a partir deste valor
ter-se-á de calcular a largura da pista. No caso desta placa, não será necessária qualquer
alteração uma vez que a corrente nunca chegará a ultrapassar o valor calculado previamente.
O único local onde esta corrente poderá ser ultrapassada será na saída dos relés mas como os
relés estão ligados directamente à saída e a distância da pista é reduzida, admite-se que não
haverá qualquer problema.
Recorrendo ao design spark, programa CAD para o projecto de PCIs, com o estudo
prévio dos processos através da execução do trabalho preparatório, criou-se a placa de PCI
correspondente à solução adoptada. Os resultados obtidos foram satisfatórios, sendo que as
figuras que se seguem demonstram o esquema obtido, assim como a projecção da PCI em 3D.
Fig.11 – Esquemático do desenho da PCI
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Fig.12 – Projecção em 3D da PCI
3 Conclusões
Todo o processo decorrido ao longo deste projecto permitiu adquirir diversas
competências no âmbito da matéria teórica leccionada anteriormente. Ente os quais todo o
processo de análise e concepção do sistema desde o desenho inicial da máquina de estados
até ao desenho da PCI, passando pela extracção de equações através da tabela de verdade da
máquina de estados, simulação do circuito numa fase inicial mais complexa, tendo sido
posteriormente simplificada através da implementação de um multiplexer.
Seguidamente com a montagem física do circuito, uma fase do projecto que suscitou
bastantes adversidades uma vez que mesmo montando e refazendo a montagem diversas
vezes, sempre a verificar as ligações e tentando disposições diferentes dos componentes na
breadboard chegou-se à conclusão que o problema apenas se poderia dever a falhas nos
componentes, problemas na breadboard como por exemplo linhas queimadas, assim como
nos fios e outros factores externos que podem influenciar o funcionamento ideal de um
circuito electrónico. Era apenas possível ver os LEDs que sinalizavam os sinais de relógio e uma
das luzes do semáforo acesa, desligando sem critério aparente.Neste processo é de referenciar
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a disponibilidade do docente em auxiliar sempre que necessário de modo a optimizar todas as
etapas e a corrigir erros que surgissem.
O desenho da PCI não causou grandes questões, apenas no dimensionamento das pistas
mas que foi prontamente solucionado, uma vez que o erro foi rapidamente identificado e
corrigido.
Em suma, tratou-se de um trabalho prático bastante proveitoso quer ao nível teórico-
prático quer ao nível de desenvolvimento de sentido crítico perante as decisões tomadas. No
geral, todos os objectivos foram atingidos de forma satisfatória conclusão a que se chegou
após a conclusão do projecto. O conhecimento prático adquirido na projecção de PCIs é
também de realçar, uma vez que se trata de uma ferramenta bastante importante não só para
a conclusão da licenciatura, como também futuramente em questões laborais.
4 Referências Bibliográficas
Prof. Nuno Peixoto, Prof. João Borges, Slides da UC Sistemas Digitais II